38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

CARACTERIZAÇÃO DE UM GRUPO DE ADULTOS INGRESSANTES EM UM SERVIÇO DE QUIMIOTERAPIA
Peruch, C. V. ; Goulart, F. O. ; Roglio, V. S. ; Dallegrave, E. ; Machado, M. S. ; Martins, V. B. ; Berbert, M. C. B. ;

Introdução: Sujeitos que necessitam de quimioterapia podem apresentar outros indicadores de risco para perda auditiva, os quais podem se somar aos efeitos ototóxicos dos quimioterápicos. A presença do fonoaudiólogo na equipe multidisciplinar é de extrema importância para acolher e investigar demandas audiológicas antes da exposição ao tratamento. Desta forma, se faz necessário conhecer o perfil destes pacientes para promover ações preventivas e orientações quanto à saúde auditiva destes indivíduos. Objetivo: Analisar e descrever as características auditivas autorreferidas de pacientes ingressantes de um serviço de quimioterapia. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer nº 5.117.189. Trata-se de um estudo transversal, composto por 261 indivíduos que iniciaram tratamento quimioterápico entre abril e outubro de 2022. Todos os pacientes responderam um instrumento de investigação de histórico e queixas auditivas e tiveram demais dados coletados no prontuário eletrônico. Resultados: A média de idade foi 57,8, com desvio padrão 13,98. A distribuição por faixa etária foi: 18 a 49 anos (25%), de 50 a 59 anos (23%), de 60 a 69 anos (33%) e acima de 70 anos (20%). Em relação à cor/etnia, os sujeitos declararam: amarela 1,1%, branca 75%, indígena 0,8%, negra 7,7% e parda 15%. As características oncológicas foram agrupadas em 11 categorias por localização primária das neoplasias malignas. A maior incidência foi a de câncer de mama (24%), seguida de câncer de pulmão (19%). As topografias menos frequentes foram sarcoma com 1,5% e câncer hepático com 1,1%. Não houve presença de câncer de sistema nervoso central na amostra estudada. O sexo predominante foi o feminino, com 57%, dado que concorda com a maior predominância de câncer de mama. Quanto às informações obtidas no instrumento, 83% dos pacientes consideraram que escutam bem, 31% sentiam redução da audição e 29% referem dificuldade de compreensão de fala no ruído. O sintoma auditivo mais autorrelatado foi o zumbido (35%).Apenas 12% haviam recebido diagnóstico médico de perda auditiva e destes, somente 0,8% declararam ser usuários de prótese auditiva. 52% dos indivíduos referiram exposição a ruído ocupacional, valor maior que o encontrado em outros estudos na população brasileira (32,1%) e nos estados do sul do país (37%). Também dentro do histórico auditivo, 16% dos pacientes relataram histórico de otite, 13% reportaram história familiar de perda auditiva antes dos 50 anos e 1,5% referiram ter realizado cirurgia otológica. Apenas 10% dos pacientes afirmaram não ter qualquer queixa ou histórico auditivo. Conclusão: Os pacientes oncológicos ingressantes em um grande centro de quimioterapia do Sul do país têm, em sua maioria, 50 anos ou mais, com predominância do sexo feminino, cor/etnia branca, histórico de exposição à ruido ocupacional e algum tipo de queixa auditiva. Os resultados demonstram a importância do estudo do perfil dos indivíduos, realização da anamnese e apontam a necessidade de aconselhamento e monitoramento auditivo associado ao tratamento oncológico.

King KA, Brewer CC. Clinical trials, ototoxicity grading scales and the audiologist’s role in therapeutic decision making. Int J Audiol. 2018 September; 57(SUP4): S89–S98.
Sánchez-Canteli M, Núñez-Batalla F, Martínez-González P, de Lucio-Delgado A, Villegas-Rubio AJ, Gómez-Martínez JR, et al. Ototoxicity in cancer survivors: Experience and proposal of a surveillance protocol. An Pediatr [Internet]. 2021 Nov;95(5):290–7.
Assunção AÁ, Silva Abreu MN, Nunes Souza PS. Prevalência de exposição a ruído ocupacional em trabalhadores brasileiros: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Cad Saude Publica. 2019 Oct 7;35(10).
Paken J, Govender CD, Pillay M, Ayele BT, Sewram V. Baseline audiological profiling of South African females with cervical cancer: an important attribute for assessing cisplatin-associated ototoxicity. BMC Womens Health. 2021 Dec 1; 21(1).
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.843
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/843


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