AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO AUDITIVA SUSTENTADA EM CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
Souza, R. M. ;
Sousa, M. F. R. ;
Simi, C. C. ;
Silva, I. M. C. ;
Introdução: A audição exerce um papel fundamental na interação com o meio e na comunicação humana. A deficiência auditiva por sua vez, pode inviabilizar o acesso aos sons ambientais e também à fala, causando muitas vezes um isolamento social do indivíduo. As tecnologias assistivas, dentre elas o implante coclear, os aparelhos de amplificação sonora individual e as próteses auditivas implantáveis, por sua vez, são uma opção viável para pessoas com perdas auditivas. Elas permitem acesso ao mundo sonoro, cada uma com características específicas para cada tipo de perda . A habilidade auditiva de atenção sustentada é importante para a conversação e processo de aprendizagem, visto que permite que o indivíduo mantenha a vigilância ao longo do tempo. O Teste de Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada (THAAS) avalia o comportamento de atenção sustentada e a vigilância por um determinado tempo de forma rápida e fácil. Objetivo: Analisar a habilidade de atenção auditiva sustentada em indivíduos de 10 a 13 anos usuários de Implante Coclear, que estão em processo de reabilitação auditiva no Distrito Federal. Metodologia: Este trabalho foi desenvolvido após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição, sob o parecer n° 2.636.391 seguindo as recomendações éticas. O estudo preliminar, observacional e transversal, incluiu sete crianças usuárias de Implante Coclear unilateral ou bilateral de ambos os sexos, com idade entre 10 e 13 anos. Para inclusão, os participantes deveriam apresentar deficiência auditiva neurossensorial severa ou profunda e fazer uso efetivo do dispositivo. Resultados: Foi identificada média de 26,71 erros de desatenção, ou seja, quando a criança não respondeu à palavra-alvo "não". Para a impulsividade, quando a criança levanta a mão para outra palavra que não é a palavra-alvo, a média de erros foi de 5,42. O padrão do THAAS para crianças ouvintes a partir dos 10 anos é de 9,75 erros de desatenção e 4,0 erros de impulsividade e para crianças com perdas leves é de 6,6 erros de desatenção e 5,6 erros de impulsividade. A análise dos dados é realizada obtendo as respostas do THAAS, que são divididas em: erro de desatenção, que é, o erro de impulsividade, que é. O decréscimo da vigilância, obtido pela diferença de acertos na sexta lista em relação à primeira lista, foi de 1,85 em média, enquanto que para ouvintes espera-se 0,5 e 3,9 para crianças com perdas leves. Conclusão: Os resultados do presente estudo indicam que as crianças com perdas auditivas e usuárias de Implante Coclear, possuem um desempenho inferior no THAAS, com mais erros de desatenção. Porém, observou-se menor impacto sobre os erros de impulsividade e no decréscimo de vigilância.
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