INCIDÊNCIA DE CRIANÇAS DE SEIS A QUARENTA E DOIS MESES ASSINTOMÁTICAS COM FALHA NA TRIAGEM AUDITIVA.
Câmara, C. C. ;
Avelino, M. A. G. ;
Hadler, M. C. C. M. ;
A Triagem auditiva neonatal melhorou a capacidade em detectar perdas auditivas congênitas, mas as que apresentam uma perda progressiva ou mesmo as que se desenvolvem na infância, podem permanecer sem identificação e cuidado. Reconhecer essas condições especiais em crianças pré-escolares e nos ambientes escolares, são importantes para eficácia dos cuidados auditivos na infância. Objetivo: Avaliar a incidência de crianças que eram assintomáticas e que apresentaram alteração na Triagem Auditiva Escolar. Metodologia: Estudo transversal, analítico, aninhado a ensaio clínico randomizado, CAAE 895417173.000.5083; Registros Brasileiros de Ensaios Clínicos RBR-4hm7mz. Os participantes foram crianças de seis a 42 meses que frequentaram Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) em Goiânia, Goiás, em período integral. A partir dos 74 CMEIs vinculados ao Programa Saúde na Escola (PSE), em Goiânia, foi feito o processo de randomização por cluster e foram sorteados 10 CMEIs. O cálculo amostral foi feito no baseline, utilizou teste tipo bicaudal, com erro absoluto de 5%, poder do teste de 80%. Foram excluídos os lactentes e pré-escolares prematuros, com histórico de baixo peso ao nascer, foram inelegíveis os que apresentaram impedimento do meato acústico externo e ou má formação no conduto auditivo externo. A Triagem Auditiva foi realizada a partir dos exames de inspeção da orelha média, Emissões Otoacústica, foi adotado como resposta, “Passou” e “Falhou” e Timpanometria, usou-se o critério de classificação da (OMS, 2021), curva do Tipo “A” foi considerada como “Passa” e falha curvas do Tipo “B” ou “C”. Foram incluídas, somente as que realizaram ambos os testes. Os dados foram analisados no Programa Statistical Package for Social Science (SPSS), por meio do teste exato de Fisher com nível de significância de 0,05 ou 5%. Resultados: Fizeram parte do estudo, 84 crianças (53,6% meninas) com média de 28,95 (desvio-padrão 9,25) meses, 66 orelhas direitas e 72 orelhas esquerdas foram analisadas. A maioria (81,8%, n= 54) passaram nas Emissões em Orelha Direita e (80,6%, n=58) em Orelha Esquerda. Por sua vez, a porcentagem de crianças que passaram na timpanometria em Orelha Direita foi (89,4% n=59) e (83,3% n=60) em Orelha Esquerda. Não houve diferença na proporção de sexo entre as duas faixas etárias (6-23,99 e 24-42)meses, (p=0,32). Houve uma diferença entre a proporção de respostas nos testes de Emissões e Timpanometria, com respostas “Passa” (88,1 % n=52) p<0,01 em OD e em OE (86,7% n=52) p=0,01. Os resultados sugeriram, integridade de Orelha Média em OD (83,3% n=55) em OE (71,8% n=51), alteração em Orelha média OD (13,6% n=9) e OE (23,9% n=17); suspeita de alteração sensorial em OD (3,0% n=2) e OE (4,2% n=3), dessas 5 orelhas (4 crianças), apenas uma, não passou no “Reteste”, apresentando curva “B”. Conclusões: A Triagem Auditiva acima de 6 meses, foi capaz de identificar falhas auditivas em crianças sem queixa aparente. Ela pode ampliar os cuidados e a identificação de problemas auditivos invisíveis que possam ocorrer nessa faixa etária. Pais/cuidadores devem ser conscientizados de que o resultado da triagem neonatal pode não ser definitivo e que podem ocorrer mudanças na audição ao longo da infância.
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