AUTORELATO E PROXY: QUEIXAS AUDITIVAS EM ESCOLARES DE UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DA REGIÃO METROPOLITANA DO NORDESTE
LIMA, N. G. S. ;
Santos, K. M. G. ;
BALEN, S.A. ;
SILVA NUNES, A. D. ;
Introdução: No contexto escolar, a integridade do sistema auditivo é essencial para que a criança tenha um bom desempenho escolar, tornando-se fundamental para a aquisição da linguagem e para a interação da criança com o meio ambiente, interferindo no desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Além disso, sua aquisição e desenvolvimento dependem da maturação cognitiva, neuromotora, integridade do sistema auditivo e da interação social. Objetivo: comparar queixas auditivas autorreferidas e relatadas por proxy com resultado da avaliação audiológica em alunos de uma escola municipal. Metodologia: estudo seccional realizado em uma escola da rede pública de ensino de uma cidade metropolitana. A alocação da amostra se deu por conveniência, sendo 125 escolares incluídos na pesquisa. Todos os participantes foram previamente esclarecidos quanto aos objetivos e procedimentos de pesquisa, com a assinatura dos termos de consentimento livre e esclarecido pelos responsáveis e assentimento pelos escolares. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 5.323.95) da instituição de ensino. Todos os sujeitos responderam a um questionário prévio, e foram avaliados com os procedimentos de meatoscopia e screening audiométrico, realizados em uma sala silenciosa disponibilizada pela escola, com intensidade do ruído ambiental controlada durante a realização da avaliação. Os professores responderam um questionário, sendo assim definido o proxy. Foi realizada a análise estatística descritiva para caracterização da amostra e queixas combinada a análise de concordância Kappa e sua significância (IC95%), considerando como padrão de referência o resultado do screening audiométrico. Resultados: Após a meatoscopia, observou-se que cerca de 11,2% dos escolares apresentaram obstrução em, pelo menos, uma das orelhas. 6,4% da amostra apresentou falha e 82,4% passou. A presença de zumbido foi a queixa auditiva mais relatada, e o uso do fone de ouvido um hábito presente em mais da metade da população do estudo. De acordo com o relato dos professores, apenas -0,038 (IC 0,776%) sujeito não ouve bem; 0,131 (IC 0,217) deles não obedece instruções adequadamente, 0,042 (IC 0,569) estão com desempenho abaixo do esperado e 0,063 (IC 0,463) têm dificuldades escolares. Conclusão: conclui-se que não há concordância entre os fatores autodeclarados pelos alunos, coeficiente audiométrico e a proxy. Porém, pode-se inferir sua importância para a saúde pública no tocante ao diagnóstico e intervenção precoce de alterações auditivas, configurando a necessidade de mais estudos envolvendo saúde auditiva do escolar relacionado a proxy.
1. Oliveira AC, César CP, Matos GD, Passos PS, Pereira LD, Alves T, GuedesGranzotti RB. Hearing, language, motor and social skills in the child development: a
screening proposal. Revista Cefac. 2018 Mar;20:218-27.
2. Willinger U, Schmoeger M, Deckert M, Eisenwort B, Loader B, Hofmair A, Auff E. Screening for specific language impairment in preschool children: evaluating a screening procedure including the Token Test. Journal of Psycholinguistic Research. 2017 Oct;46(5):1237-47.
3. Ministério da Saúde. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas., editor. 2012.
4. World Health Organization. World report on hearing. 2021. Licence: CCBY-NCSA 3.0 1GO.
5. Farias TR, Silva Nunes AD, Barros VV, Silva Xavier AR, Freire PA, Arrais RF, Barbosa IR, Chung K, Balen SA. Programa Saúde Auditiva do Escolar: Uma integração entre pesquisa e extensão. Revista Brasileira de Extensão Universitária. 2021 Apr 30;12(2):135-46.
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