APÊNDICE E FOSSETA PREAURICULAR: RESULTADOS NA TANU
LEDESMA, A.L.L. ;
MIRANDA, A.M. ;
SILVA, I.M.C. ;
Introdução: Apêndice e seios auriculares são anomalias congênitas que podem ser hereditários ou esporádicos. Apresentam-se geralmente próximo à margem anterior do ramo ascendente da hélice, mais frequentemente do lado direito. São característicos de outras condições ou síndromes em 3-10% dos casos, sendo a síndrome branquio-oto-renal (BOR) a de maior expressão. O JCHI (2019) retirou essa especificação das anomalias craniofaciais consideradas indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA) e justificou que não têm maior incidência relatada de perda auditiva nessas crianças do que em outras crianças esse achado. Acrescentou em nota que ainda faltam evidências conclusivas de que crianças com essas anomalias requerem cuidados adicionais além da triagem auditiva neonatal universal. Objetivo: Avaliar os resultados da Triagem Auditiva Neonatal em bebês que possuíam apêndice e fosseta preauricular. Método: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 00620818.0.0000.5512). Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, retrospectivo no qual foram analisados criteriosamente livros de registros de neonatos triados no período de um ano em um programa de TANU. Nos recém-nascidos que possuíam apêndice ou fosseta preauricular foram analisados os prontuários eletrônicos buscando identificar: sexo, tipo de anomalia craniofacial (apêndice ou fosseta auricular), presença de outros indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA) e resultado do teste. Como anomalias craniofaciais são consideradas um IRDA, todos os neonatos citados foram submetidos ao Potencial Evocado Auditivo de Tronco encefálico Automático (PEATE-A). Resultados: Foram triados nove neonatos com as malformações descritas no período de um ano. Desses, oito possuíam apêndice e um, fosseta preauricular. Quanto ao sexo, cinco indivíduos eram do sexo masculino e quatro do sexo feminino. Quanto à lateralidade, cinco eram do lado direito, dois do lado esquerdo e em dois casos não havia descrição quanto à lateralidade. Dos indivíduos avaliados seis possuíam anomalias craniofaciais como único IRDA, três possuíam outro IRDA associado: hereditariedade, uso de aminoglicosídeo, prematuridade e suspeita de síndrome de Down. Dos indivíduos avaliados, apenas um apresentou “falha” unilateral (orelha direita) do lado da presença do apêndice auricular. Vale destacar que este indivíduo possuía características fenotípicas de síndrome de Down e que os achados referem-se ao resultado da TAN. Conclusão: Houve maior número de indivíduos do sexo masculino, mais apêndices auriculares do que fossetas e com maior presença do lado direito. Não foram observadas “falha” no PEATE-A em indivíduos com apêndice ou fosseta preauricular isolado. Foi observada “falha” do lado do apêndice auricular em indivíduo com outro IRDA associado.
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3.Fırat Y, Şireci Ş, Yakıncı C, Akarçay M, Karakaş HM, Fırat AK, Kızılay A, Selimoğlu E. Isolated preauricular pits and tags: is it necessary to investigate renal abnormalities and hearing impairment?. European archives of oto-rhino-laryngology. 2008 Sep;265(9):1057-60.
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