ÍNDICE DE MASSA CORPORAL ELEVADO COMO FATOR ASSOCIADO AO ZUMBIDO EM PESSOAS APÓS A COVID-19
FRANCO, P. P. R. ;
M, L. L. M. ;
M. G. M. ;
CIQUINATO, D. S. A. ;
BRANCO, B. H. M. ;
Introdução: Desde 2019, o mundo inteiro vive a pandemia do SARS-CoV-2, causador da COVID-19, que se espalhou rapidamente por todos os continentes, contaminou muitas pessoas, com imenso impacto epidemiológico de mortalidade e morbidade, que incluem alterações secundárias ao quadro viral agudo. Sintomas auditivos como perda da audição, plenitude auricular e zumbido, têm sido relatados em alguns estudos e associados a algumas comorbidades como a obesidade, mas ainda existem várias lacunas no entendimento e consenso sobre seu entendimento para um melhor manejo clínico desses casos. Objetivo: Verificar possível associação entre zumbido e o Índice de Massa Corporal (IMC) em pessoas após a COVID-19. Métodos: Este estudo se constitui em uma parte de desenho transversal de pesquisa mais ampla denominada "projeto Pós COVID-19". O comitê de ética em pesquisa com seres humanos aprovou o projeto da instituição (CAAE 18270919.1.0000.5539) e, previamente ao início do estudo, todos os pacientes foram informados sobre os objetivos e procedimentos a serem realizados e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de inclusão foram: ter sido diagnosticado com COVID-19 confirmado por meio de teste de antígeno com laudo ou teste diagnóstico molecular (RT-PCR), com no mínimo 30 dias depois da alta hospitalar ou fim do isolamento. Os critérios de exclusão foram: ter idade menor que 18 anos ou maior que 80 anos ou aqueles que não soubessem responder as questões relacionadas ao zumbido. A pesquisa foi realizada por meio de questionário padronizado do citado projeto com questões relacionadas a saúde, comorbidades e sintomas anteriores, durante e posteriores a COVID-19, entre eles o zumbido. A escala EVA foi utilizada para avaliar o grau de incômodo ou desconforto em pacientes com zumbido. Em seguida, foi realizada a avaliação clínica e de medidas antropométricas, com aferição do peso corporal, altura e posterior cálculo e classificação do IMC. O software SPSS versão para Windows foi utilizado para análise dos dados com IC de 95% e valor de significância p < 0,05, com aplicação dos testes de Mann-Whitney, Kruskal Wallis e Correlação de Spearman. Resultados: Participaram 192 pessoas, com média de idade de 47,8 ± 12,6 anos, dos quais 51,6% (n = 99) eram do sexo masculino. A prevalência de zumbido autorreferido foi de 27,1% (n = 52); destes, 14,1% estavam relacionados ao zumbido em pessoas durante ou após o COVID-19, com média da EVA do zumbido de 6,2 ± 2,5 pontos. Com IMC categórico demonstrando 10,5% (n = 22) pacientes estróficos; 39,5% (n = 75) com sobrepeso e 50% (n = 95) com obesidade. Houve diferença significativa para o IMC e zumbido (p =0,03), sendo que o grupo zumbido apresentou valores mais elevados. Conclusão: Sugere-se que a massa corporal mais elevada pode estar associada ao zumbido em pessoas após a COVID-19.
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