38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

O PROGRAMA DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL SOB OLHAR DAS MÃES EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA
Oliveira, M. T. D. ; Freitas, A. V. C. ; Mariz, A. C. L. ; Paschoal, M. D. R. ; Araújo, E. S. ;

Para que o objetivo da Triagem Auditiva Neonatal (TAN) seja de fato cumprido, a qualidade e efetividade dos programas devem ser monitoradas. Nesta perspectiva, torna-se imprescindível avaliar a satisfação dos familiares, a fim de conhecer os problemas existentes nesse processo e propor estratégias que favoreçam sua execução. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a satisfação das mães sobre o programa de TAN em uma maternidade pública. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, quanti-qualitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer 5.387.883. Participaram 60 mães de recém-nascidos submetidos à TAN no período de fevereiro a julho/2022, atendidas nas enfermarias (canguru e alojamento conjunto) e no ambulatório da terceira etapa do método canguru. Utilizou-se um questionário de satisfação, traduzido para o português e validado em estudo prévio. O instrumento foi aplicado por meio de entrevista dirigida individualizada, por uma fonoaudióloga, sendo composto por 24 itens, divididos em perguntas abertas e de múltipla escolha acerca de aspectos relacionados à TAN, acesso às informações e perda auditiva. Os dados foram armazenados em uma planilha eletrônica no programa Microsoft Excel 2010®, utilizou-se o Statistical Package for Social Sciences (SPSS®) versão 24.0 para análise, com a realização dos testes de Kruskal Wallis e Qui-quadrado e adotou-se o p-valor de 0,05. Para as questões abertas, foi realizada a análise qualitativa, com a transcrição sistemática das respostas dos familiares. 76,7% das mães souberam da TAN durante a internação hospitalar; 86,7% referiram ter sido informada pela fonoaudióloga da maternidade; 71,7% afirmaram lembrar das orientações; 75% não ficaram preocupadas; 100% afirmaram não receber folheto sobre a TAN; 68,3% disseram não saber o que esperar com o resultado da TAN; 100% declararam ser favoráveis ao programa de TAN, sendo que, destas, 5% mostraram-se insatisfeitas com as informações recebidas. Na análise inferencial constatou-se que o profissional que informou sobre a TAN não influenciou no grau de preocupação materna (p= 0,754). Por outro lado, o momento em que a mãe soube da TAN refletiu no grau de preocupação da mesma (p= 0,044), sendo que as mães não preocupadas souberam da TAN antes da internação hospitalar e aquelas mais preocupadas, souberam do exame durante ou depois da internação. Adicionalmente, constatou-se que o nível de preocupação com a TAN não teve efeito do nível de escolaridade materna (p= 0,982) e do número de filhos (p= 0,956). Conclui-se que embora as mães tenham uma boa aceitação da TAN e não tenham apresentado sugestões de melhorias para o serviço, 5% mostraram-se insatisfeitas com as orientações recebidas, 28,3% não se lembram das informações e a orientação sobre a TAN antes da internação pode minimizar reações maternas negativas, com menor grau de preocupação. Dessa forma, é importante a inclusão efetiva das ações de saúde auditiva na rede de atenção materno infantil, com ações desde o período pré-natal, com vistas a minimizar o grau de preocupação materna, garantir a informação adequada sobre o programa, além de minimizar a evasão das famílias nas diferentes etapas do programa de identificação e intervenção da perda auditiva nos primeiros anos de vida.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.904
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/904


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