ACOUSTIC CHANGE COMPLEX (ACC) EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA EM REABILITAÇÃO AUDITIVA
Alcântara, Y.B ;
Barbui, T.R.M ;
Marques, Y.S ;
Luiz, A.L.F ;
Lima, K.R ;
Machado, M.S ;
Frizzo, ACF ;
dosos com perda auditiva queixam-se de dificuldade no reconhecimento de fala no ruído que pode ter como causa déficits no processamento auditivo neural. Atualmente já é possível medir a discriminação auditiva a nível cortical através de modificações na metodologia tradicional de eliciação do Potencial Evocado Auditivo Cortical para gerar o Acoustic Change Complex (ACC). Esse potencial é gerado em resposta a uma mudança acústica em um som em andamento e indica que o cérebro detectou mudanças dentro de um som e o indivíduo tem a capacidade neural de discriminar as diferenças sutis da informação sonora. O objetivo foi descrever as medidas do ACC em idosos com perda auditiva pré e pós a reabilitação auditiva. Esse estudo de série de casos foi aprovado sob o número n.º02848918.2.0000.5406. Participaram da pesquisa três idosos, entre 61 e 87 anos. Os participantes tinham diagnóstico de perda auditiva sensorioneural, bilateral, simétrica, com limiares tonais entre 30 e 70 dBNA, IPRF acima de 60%, curva timpanométrica de tipo A e presença da onda V no PEATE neurodiagnóstico e sem uso prévio de próteses auditivas. Os participantes foram avaliados pré e pós a reabilitação auditiva (intervalo de 3 meses) com adaptação de próteses auditivas bilateralmente de um mesmo fabricante e Treinamento Auditivo Musical por 16 sessões de 30 minutos com o objetivo de trabalhar as habilidades auditivas de processamento temporal (resolução e ordenação temporal), localização, fechamento auditivo e atenção seletiva. Para a pesquisa eletrofisiológica os participantes foram posicionados em poltrona reclinável, sem realização de tarefa. Foi apresentado um estímulo desenvolvido para este estudo com 500 ms de duração e composto por dois tons puros de frequências distintas (deslocamento de 20% com transição gradual entre elas). Como estímulo foram utilizadas frequências próximas da freqüência fundamental das vozes masculina e feminina. Foi utilizado o fone de inserção em orelha direita e eletrodos de cobre foram posicionados em Cz, Fpz, e A1. Foram mensurados os valores de latência e amplitude para o ACC. A média dos valores de latência obtida pré reabilitação foi de 436,78 milissegundos (±34,92) e de amplitude foi de -3,05 μV (±1,73). Já a média de latência pós reabilitação foi de 394,78ms (±32,81) e de amplitude foi de -2,11 μV (±2,08). Foi possível observar uma diminuição numérica na latência e amplitude do ACC após a reabilitação auditiva com o uso de prótese auditiva e treinamento auditivo. Os dados descritivos dessa série de casos de idosos com perda de audição pré e pós reabilitação auditiva possibilitaram uma maior compreensão da função auditiva central e discriminação auditiva desta população. Este potencial se mostrou sensível para mostrar os benefícios da reabilitação e treinamento auditivo na discriminação auditiva desta população.
Hall J. Overview of auditory neurophysiology: past, present, and future. In: New hand book of auditory evoked responses. Boston: Pearson Education, 2007. p. 1–34
Kim JR. Acoustic Change Complex: Clinical Implications. J Audiol Otol. 2015 Dec;19(3):120-4. doi: 10.7874/jao.2015.19.3.120. Epub 2015 Dec 18. PMID: 26771009; PMCID: PMC4704548.
McPherson DL. Late potentials of the auditory system. San Diego: Singular Publishing Group., 1996.
DADOS DE PUBLICAÇÃO