38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

INFLUÊNCIA DA IDADE E PERDA AUDITIVA NA PERCEPÇÃO DE FALA EM IDOSOS DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
De Poli, I. A. Q. ; Cruz, P. C. ; Cardoso, M. J. F. ; Matos, H. G. C. ; Alvarenga, K. F. ; Jacob, L. C. B. ;

Introdução: A população com idade superior a 60 anos está crescendo de forma mais acentuada que as demais faixas etárias, sendo este um fenômeno mundial. Este fato implica em conhecer detalhadamente os aspectos e diferenças entre as variadas idades que o paciente idoso pode alcançar. A queixa auditiva mais comum nesta população, com ou sem perda auditiva, é a dificuldade de compreender a fala, principalmente em ambientes ruidosos.
Objetivo: investigar a influência da idade, em diferentes faixas etárias de uma população de idosos, na perda auditiva e na percepção de fala na presença e na ausência de ruído competitivo.
Métodos: 246 participantes, com idade de 60 a 90 anos (x=73,30 ±7,04 IC95% 72,42-74,18), com perda auditiva sensorioneural simétrica de grau leve a severo. Os participantes foram divididos em 3 grupos, considerando a faixa etária (G1=60-70; G2=71-80; G3: 81-90) Os procedimentos realizados foram audiometria tonal liminar e avaliação da percepção de fala no ruído por meio do Hearing in Noise Test (HINT) com fones supra aurais, nas condições sem ruído competitivo (S), ruído frontal (RF), ruído à direita (RD), ruído à esquerda (RE) e ruído composto (RC). As variáveis idade, média dos limiares auditivos obtidos nas frequências de 500, 1000 e 2000 Hz e percepção de fala foram correlacionadas entre si por meio da correlação de Pearson, considerando correlação muito forte 0,9-1,0, forte 0,7-0,89 e moderada 0,4-0,69, e correlação significativa quando p ≤0,05. Ressalta-se que este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética da instituição proponente (Número do Parecer: 553.661).
Resultados: Para a amostra total, todas as correlações entre as três variáveis investigadas foram significativas para a idade (p<0,05), exceto para a variável HINT(S), porém nenhuma apresentou correlação moderada ou forte. Para as variáveis perda auditiva, encontrou-se resultado semelhante, porém com correlação moderada para as variáveis HINT(RF/RD/RE/RC). As análises por grupo permitiram analisar esta influência em cada faixa etária estudada, sendo que para os 3 grupos, houveram somente correlações fracas entre a idade e perda auditiva, bem como para a percepção de fala; ainda para o G1, as variáveis perda auditiva (OD) e percepção de fala apresentaram correlações moderadas (HINT(S/RF/RD)) e fortes (HINT(RE/RC)), enquanto que para OE, as correlações fortes foram para HINT(S/RD) e moderadas para HINT(S/RF/RE/RC). Para o G2, as variáveis perda auditiva (OD/OE) e percepção de fala apresentaram somente correlações moderadas (HINT(S/RF/RD/RE/RC). No G3, as correlações entre perda auditiva (OD/OE) foram moderadas para as situações de percepção de fala no ruído (HINT(RF/RD/RE/RC)) e forte para a situação sem ruído competitivo (HINT(S)). Em síntese, os resultados foram semelhantes para os três grupos.
Conclusões: A perda auditiva piora de acordo com o avanço da idade, indicando que indivíduos mais velhos tendem a ter uma perda auditiva de grau mais elevado, porém a idade absoluta não apresentou correlação direta com o desempenho da percepção de fala, no silêncio e no ruído. Contudo, a influência da perda auditiva na percepção de fala foi semelhante em todas as faixas etárias investigadas.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.931
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/931


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