38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

MEDIDAS PUPILOMÉTRICAS E SUAS RELAÇÕES COM O ESFORÇO AUDITIVO
Canto Pereira, V. R. ; Silva, N. S. ; Vasconcelos, I. C. ; Balen, S. A. ; Morya, E. ;

Introdução: O esforço auditivo pode ser definido como a alocação deliberada de recursos mentais para superar obstáculos com o objetivo de realizar uma determinada tarefa, mais especificamente quando a tarefa envolve o ouvir. Quanto maior a complexidade da tarefa auditiva, maior o esforço destinado para compreensão da informação. O esforço auditivo pode ser observado por medidas comportamentais e fisiológicas, sendo a pupilometria uma das medidas fisiológicas. Trata-se de uma técnica bastante utilizada para medir o esforço auditivo, visto que o diâmetro da pupila aumenta em função da demanda cognitiva momentânea, ou seja, indivíduos que estão ouvindo em situações difíceis exibem um aumento na dilatação da pupila sendo este fenômeno geralmente atribuído à atividade no locus coeruleus. Objetivo: Mensurar a área da pupila em diferentes tarefas auditivas. Metodologia: O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (n. 4.120.985). A amostra foi composta por 20 participantes normo-ouvintes, de 18 a 60 anos, de ambos os sexos. Foram coletados dados de potenciais evocados auditivos e de pupilometria. Os critérios de inclusão foram: presença de emissões otoacústicas transiente (EOAT), curva timpanométrica tipo A e presença de reflexos acústicos, bilateralmente. Os procedimentos realizados incluíram: Triagem Auditiva (EOAT, Timpanometria), Pupilometria, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE); Frequency Following Response (FFR); Potencial Evocado Auditivo Cortical passivo e ativo. Os potenciais auditivos foram medidos por eletroencefalograma (EEG-Brain Vision) com 32 canais. Para a pupilometria foi utilizado o eye-tracker SMI RED-500-SensoMotor Instruments. Os participantes foram posicionados à 60 cm da tela do monitor para a realização dos experimentos. A análise da pupila ocorreu juntamente à análise dos potenciais auditivos, durante a tarefa de escuta dos estímulos auditivos (tons puros, sílabas ba / da). Foram registradas as medidas de calibração das pupilas dos participantes e após, foram extraídas as medidas de resposta da pupila considerando a área e dilatação da pupila do olho direito e esquerdo. Foi utilizado o Software Mangold Analyzer para análise da pupilometria, com utilização do filtro de 4Hz, passa baixa, de 3ª ordem- Butterworth para extração de ruídos e de piscadas. Os dados foram tabulados considerando a condição da pupila sem estímulo auditivo(baseline) e com estímulo auditivo. Os dados da pupilometria passaram no teste de normalidade Shapiro-Wilk (p<0.05). Desta forma, foi aplicado o teste t de Student, utilizando 5% como nível de significância. Resultados: Os dados mostraram uma diminuição da área da pupila em condição não auditiva, quando comparada à condição auditiva, sendo p<0,001 nos testes FFR (OE e OD), PEAC ativo (OD), PEAC passivo (OE e OD). Não houve diferença no PEAC ativo (OE), bem como no PEATE, teste com menor demanda cognitiva. Conclusão: Foi observado um aumento da área da pupila nas tarefas com estímulos auditivos de maior complexidade em comparação às tarefas com menor esforço auditivo. A pupilometria mostrou-se uma importante ferramenta para a medição do esforço auditivo, considerando tarefas auditivas em diferentes graus de complexidade, gerando perspectivas para aplicações clínicas na área da pessoa com deficiência auditiva usuária de dispositivos eletrônicos.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.944
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/944


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