REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA SOBRE O USO DO GERADOR DE SOM ASSOCIADO AO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL NO TRATAMENTO DO ZUMBIDO
Lopes, L. F. L. ;
DIAS, F. A. M. ;
Guimarães, R. M. F. ;
DINIZ, M. L ;
Castro, A. R. R. ;
Batista, R. J. ;
DESCRITORES: Gerador de Som, Terapia Sonora, Tratamento do Zumbido, Aparelho de Amplificação Sonora Individual e TRT - Tinnitus Retraining Therapy
INTRODUÇÃO
O zumbido é definido na literatura, como um som percebido na orelha ou na cabeça, na ausência de uma fonte externa de estimulação sonora. Estudos demonstram que em aproximadamente 20% dos casos, o impacto do zumbido na qualidade de vida tem grau de incômodo moderado a severo. Por se tratar de um sintoma inespecífico, existem diversas possibilidades terapêuticas para o zumbido, como o tratamento medicamentoso, a terapia cognitiva comportamental (TCC) e a terapia sonora. Esta última consiste na estimulação sensorial constante da via auditiva por meio do enriquecimento sonoro na vida cotidiana do indivíduo, visando proporcionar o alívio da sensação de zumbido. Nela, utiliza-se um gerador de som neutro de fraca intensidade, com ou sem amplificação auditiva associada. Outra forma de empregar o gerador de som como forma de tratamento do zumbido, é a terapia de habituação desenvolvida com base no modelo neurofisiológico de Jastreboff, o Tinnitus Retraining Therapy (TRT), que engloba a terapia sonora e extensivo aconselhamento.
OBJETIVO
Levantar e revisar publicações na literatura sobre o uso do gerador de som associado ao uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) no tratamento do zumbido.
MÉTODOS
Foram analisados 11 artigos nacionais e internacionais publicados no período de 2010 a 2022 com descrição sobre zumbido e perda auditiva (PA), tipo e grau de PA, zumbido uni ou bilateral, tipo de aparelho de amplificação sonora individual (AASI), aconselhamento, tipo e intensidade do gerador de som, tempo de uso em horas/dia do gerador de som e o tempo de tratamento.
RESULTADOS
Observou-se que em 82% dos artigos pesquisados os pacientes apresentavam zumbido associado a algum grau de perda auditiva, corroborando os achados na literatura. Não houve consenso sobre o tipo de gerador de som utilizado, o que gera muitas dúvidas por parte dos profissionais que tratam o zumbido. Entretanto, o tipo de som mais utilizado foi o ruído branco. A literatura levanta a hipótese de que sons padronizados podem ser mais eficazes, em nível cortical, na supressão do zumbido. Em 55% dos artigos analisados, foi citado o uso do ruído de banda larga (como o ruído branco) nas pesquisas, comprovando a preferência desse tipo de ruído conforme descrito na literatura. Os demais estudos avaliados empregaram geradores com sons fractais e ruído zen (barulho de chuva ou de ondas do mar, por exemplo), que também apontaram melhora do zumbido com seu uso.
CONCLUSÃO
Verificou-se em todos os artigos, redução do incomodo causado pelo zumbido através do gerador de som associado ao uso de aparelho de amplificação sonora individual. Inferimos que, o enriquecimento sonoro, independentemente do tipo de ruído empregado, e em associação à amplificação auditiva adequada, traz benefícios aos indivíduos com queixa de zumbido.
1. Neves CZ, Rosito LPS, Santos JPNA, Teixeira AR. Autopercepção do zumbido: estudo pré e pós-adaptação de próteses auditivas. Audiol Commun Res. 2020 [2022];25: e2325. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2317-6431- 2020-2325.
2. Chamouton CS, Nakamura HY. Perfil e prevalência de pessoas com zumbido: inquérito em serviço de saúde. CoDAS. 2021 [2022]:33(6). Disponivel em: https://doi.org/10.1590/2317-1782/20202020293.
3. Matos IL, Rocha AV, Mondelli MFCG. Aplicabilidade da Orientação Fonoaudiológica Associada ao uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual na Redução do Zumbido. Audiol Commun Res. 2017 [2022];22. Disponível em: https://www.scielo.br/j/acr/a/xTyJ7jc9SDJGFGmWspkQhjm/?lang=pt.
4. Bertuol B, Araújo TM, Biaggio EPV. Treinamento auditivo: zumbido e habilidades auditivas em idosos com perda auditiva. Distúrb Comum. 2019 [2022];31(4): 538-548. Disponível em: http://dx.doi.org/10.23925/2176- 2724.2019v31i4p538-548.
5. Gos E, Sagan A, Skarzynski PH, Skarzynski H. Melhor medição da gravidade do zumbido: estudo da dimensionalidade e confiabilidade do Tinnitus Handicap Inventory. Journal Plos One. 2020 [2022];15(8):e0237778. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0237778.
DADOS DE PUBLICAÇÃO