38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

EMISSÕES OTOACÚSTICAS E SINTOMAS AUDITIVOS EM ADULTOS PRÉ-QUIMIOTERAPIA
Peruch, C. V. ; Goulart, F. O. ; Roglio, V. S. ; Machado, M. S. ; Dallegrave, E. ; Martins, V. B. ; Berbert, M. C. B. ;

Introdução: Sabe-se dos efeitos potencialmente ototóxicos da quimioterapia. Entretanto, os indivíduos podem ter alterações prévias ao tratamento, fato que pode interferir na compreensão dos danos auditivos. Assim, é imperativa a realização de um exame de referência antes da exposição ao tratamento quimioterápico. As Emissões Otoacústicas por Produto de Distorção (EOAPDs) de altas frequências são indicadas para esse monitoramento devido à sua objetividade e praticidade no âmbito hospitalar. O acompanhamento dos sintomas também é essencial, pois qualquer alteração deve ser considerada. Objetivo: Descrever e relacionar os resultados das EOAPDs com as características auditivas autorreferidas de adultos ingressantes de um serviço de quimioterapia. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer nº 5.117.189. Trata-se de um estudo transversal, composto por 261 indivíduos que iniciaram tratamento quimioterápico entre abril e outubro de 2022. Todos os pacientes responderam um instrumento de investigação de queixas auditivas, realizaram meatoscopia e exame de EOAPDs em ambas as orelhas nas frequências: 2, 4, 6, 8, 10 e 12kHz. Foram excluídos 51 indivíduos por meatoscopia alterada, resultando em uma amostra final de 210. Os sujeitos foram distribuídos nas faixas etárias: de 18 a 49 anos (65), de 50 a 59 anos (59), de 60 a 69 anos (86) e acima de 70 anos (51). Resultados: Dos 210 indivíduos, apenas 12 apresentaram EOAPDs presentes em todas as frequências testadas em ambas as orelhas. Observou-se, ainda, presença de respostas em todas as frequências somente à direita ou à esquerda, em 18 e 16 sujeitos, respectivamente. A maior prevalência de EOAPDs presentes (70%) ocorreu em 4kHz à direita, seguida de 2kHz à esquerda (66%) e à direita (64%). Em 12kHz, verificou-se menor prevalência de presença de respostas (21%) em ambas as orelhas. O aumento da idade foi fortemente associado a alterações nas EOAPDs, sendo observada diferença estatística significativa de 2kHz a 10kHz entre, no mínimo, duas faixas etárias (p<0,005). Foi encontrada associação estatística significativa entre ausência de respostas nas EOAPDs em diferentes frequências com as seguintes queixas auditivas autorreferidas: não escutar bem, sentir diminuição da audição e dificuldade de compreensão no ruído. A proporção de EOAPDs presentes nas frequências de 4, 6 e 8kHz em ambas as orelhas foi maior entre aqueles que consideraram escutar bem (p<0,001) em relação aos que consideraram não escutar bem. Contudo, entre 44% e 77% dos indivíduos que consideravam não sentir redução na audição tinham otoemissões ausentes nas frequências de 4, 6 e 8kHz. Sujeitos que referiram dificuldade de compreensão de fala no ruído também tiveram maior prevalência de EOAPDs ausentes em 4, 6 e 8kHz em ambas as orelhas do que pacientes que negaram tal condição (p<0,05). Conclusão: O presente estudo constatou elevada prevalência de alterações nas EOAPDs em adultos ingressantes ao tratamento quimioterápico. Deste modo, é importante perceber que indivíduos que serão expostos à medicamentos ototóxicos frequentemente possuem queixas auditivas relacionadas à alterações nas EOAPDs, prévias ao tratamento.

King KA, Brewer CC. Clinical trials, ototoxicity grading scales and the audiologist’s role in therapeutic decision making. Int J Audiol. https://doi.org/101080/1499202720171417644. 2017 Aug 24;57(sup4):S89–98.
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Sánchez-Canteli M, Núñez-Batalla F, Martínez-González P, de Lucio-Delgado A, Antonio Villegas-Rubio J, Gómez-Martínez JR, et al. Ototoxicity in cancer survivors: Experience and proposal of a surveillance protocol. An Pediatr [Internet]. 2021 Nov;95(5):290–7.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.958
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/958


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