EFEITOS DA EXPANSÃO RÁPIDA DE MAXILA NO FUNCIONAMENTO DE ORELHA MÉDIA E LIMIARES AUDITIVOS
Moraes, C. F. ;
Santos, T. V. R. ;
Gomes, E. ;
Sleifer, P. ;
Introdução: A expansão rápida de maxila (ERM), é um procedimento realizado no tratamento da atresia transversal da maxila e seu principal objetivo é melhorar a dimensão transversal dos pacientes por meio de expansores palatinos. A perda auditiva condutiva é um tipo de alteração na orelha externa ou média, caracterizada pela presença de um gap aéreo-ósseo (GAP), onde a via óssea apresenta limiares menores ou iguais a 15dBNA. Em relação aos achados das medidas de imitância acústica pode-se encontrar alterações nas curvas timpanométricas e na pesquisa dos reflexos acústicos. A expansão rápida de maxila pode ser benéfica não somente para anatomia oral, mas também para a nasofaringe e audição. Resultados ortopédicos e ortodônticos são frequentemente associados a efeitos terapêuticos inesperados em outros aparelhos, como o auditivo, pois após a expansão rápida de maxila, os músculos elevador e tensor do véu palatino se esticam, favorecendo o funcionamento da tuba auditiva. Consequentemente, estas modificações possibilitam que ocorra a ventilação adequada da orelha média, fazendo com que seja possível equilibrar a pressão em ambos os lados da membrana timpânica, permitindo que a cadeia tímpano ossicular se movimente e funcione com maior efetividade. Estudos evidenciam que após a expansão da maxila e as alterações anatômicas proporcionadas pelo seu uso, há uma melhora na respiração e no funcionamento da tuba auditiva levando a uma adequada ventilação da orelha média promovendo um funcionamento adequado dessas estruturas. Objetivo: Pesquisar os efeitos provocados pela expansão rápida de maxila nos limiares auditivos e no funcionamento da orelha média. Métodos: Estudo caracterizado por ensaio clínico de braço único e prospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob número 38342. A casuística foi composta por 18 crianças e adolescentes com idade entre 7 e 14 anos, sendo 10 do gênero masculino e 8 do feminino, sendo que todos os pacientes realizaram o procedimento de expansão da maxila. Os participantes realizaram anamnese, meatoscopia e avaliação audiológica periférica básica (audiometria tonal liminar, audiometria vocal e medidas de imitância acústica). Os pacientes foram avaliados antes da colocação do expansor palatino (T0), no momento em que interromperam o uso da expansão palatina (T1), três meses após o T1 (T2) e seis meses após o T1 (T3). Resultados: Todos pacientes apresentaram uma melhora nos limiares auditivos (18,8 dB em média), redução ou ausência de GAP, após uso do expansor de maxila, em ambas as orelhas. Também houve melhora nos resultados das medidas de imitância acústica, presença de reflexos acústicos e curvas timpanométricas tipo A. Conclusão: Na amostra estudada, evidenciou-se uma melhora na audibilidade e melhor funcionamento de orelha média, demonstrado por meio da avaliação periférica básica e das medidas de imitância acústica após o uso da expansão rápida de maxila.
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