RESULTADOS DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL DOS RECÉM-NASCIDOS COM TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
Silveira, M.R. ;
Kocchann, D.S. ;
Anschau, C.C. ;
Saltiel, D.R.V. ;
Antunes, L.P.M. ;
Costa, L.R. ;
Unchalo, A.L.S. ;
Teixeira, A.R. ;
INTRODUÇÃO: A toxoplasmose congênita é causada pela transmissão do protozoário Toxoplasma gondii (T. gondii), da mãe para o feto. Quando a doença ocorre na gestação, o parasita atinge o feto por via transplacentária, considerando o risco de infecção materno-fetal diretamente proporcional à idade gestacional em que acontece a infecção. As crianças diagnosticadas com toxoplasmose podem apresentar manifestações clínicas no período neonatal, durante a infância, ou anos mais tarde. Quando não devidamente tratadas, esses casos costumam ter sequelas graves, como complicações neurológicas, oftalmológicas e surdez. Neste contexto, ressalta-se a importância da Triagem Auditiva Neonatal (TAN), visto ser uma ferramenta que possibilita identificar precocemente a perda auditiva nos recém-nascidos. OBJETIVO: O estudo tem por objetivo analisar os resultados da TAN dos neonatos, cujas mães foram diagnosticadas com toxoplasmose durante a gestação. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo retrospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição onde foi desenvolvida a pesquisa, sob número de protocolo 4.131.570. Foram analisados os dados relativos aos resultados da TAN dos neonatos expostos à toxoplasmose, nascidos entre o período de setembro de 2020 a dezembro de 2022 em um Hospital Universitário no sul do país. Com relação aos procedimentos realizados, todos os neonatos foram submetidos à TAN por meio da combinação do teste das emissões otoacústicas por estímulo transiente (EOAT) seguido do teste do potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático (PEATE-A), devido à presença de indicador de risco para a deficiência auditiva (IRDA). RESULTADOS: No período considerado, 6465 recém-nascidos foram triados. Destes, 72 (1,1%) tiveram confirmado o diagnóstico de toxoplasmose congênita, sendo 30 (41,7%) do sexo feminino e 42 (58,3%) do sexo masculino. Dentre os recém-nascidos com toxoplasmose congênita, 54 (75%) passaram nos testes e 18 (25%) falharam. Todos os neonatos que falharam foram encaminhados para reteste em 30 dias, sendo que cinco (27,8%) não compareceram. Dos 13 (72,2%) recém-nascidos que compareceram ao reteste, todos passaram. CONCLUSÃO: Na amostra pesquisada, a maior parte dos recém-nascidos avaliados passou na Triagem Auditiva Neonatal. Dentre os que falharam e compareceram para a etapa de reteste, todos apresentaram resposta bilateralmente, não havendo necessidade de encaminhamento para diagnóstico audiológico.
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