38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

ESTRESSORES, REAÇÕES EMOCIONAIS E COPING DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DISPOSITIVOS AUDITIVOS IMPLANTÁVEIS
Campos, L.S. ; Pessoa-Almeida, A.N. ; Paula, K.M.P. ; Barreira-Nielsen, C. ; Motta, A.B. ;

Introdução: Desde o diagnóstico da deficiência auditiva (DA) inicia-se o processo de reabilitação, que pode culminar em uma cirurgia de Implante Coclear (IC) ou Prótese Auditiva Ancorada ao Osso (PAAO). A cirurgia é somente uma etapa de um processo complexo, que pode somar estressores àqueles já relacionados à DA, principalmente na infância e na adolescência. Cada pessoa coordena seus comportamentos, emoções e atenção de forma adaptativa ou não, diante de cada estressor, o que é compreendido como coping. Objetivo: Verificar a percepção de crianças e adolescentes usuárias de IC e PAAO sobre os estressores relacionados à reabilitação auditiva, reações emocionais e estratégias de coping. Metodologia: Estudo descritivo, transversal, com aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa sob o nº 4.287.012. Os participantes possuiam IC bilateral (n=3), PAAO unilateral (n=2) e amplificação bimodal, com IC e aparelho de amplificação sonora individual (n=4); possuiam idade entre seis e 12 anos (M=8,78; DP=±1,79), sendo quatro meninos e cinco meninas, inscritos em um programa de IC e PAAO credenciado pelo Sistema único de Saúde, e seus respectivos cuidadores. Os cuidadores responderam o questionário de dados sociodemográficos e clínicos e as crianças/adolescentes responderam o instrumento Avaliações de Estressores e Coping de Crianças e Adolescentes em reabilitação auditiva (AECO-RA), elaborado especialmente para este estudo. O instrumento apresenta quatro ilustrações coloridas de situações potencialmente estressoras: 1- Criança querendo retirar o dispositivo e a mãe dizendo que não pode; 2- Criança sendo alvo de risos por outras crianças; 3- Criança aguardando a terapia para reabilitação auditiva; e 4- Criança isolada dos seus pares no ambiente escolar; seguidas de desenhos representando a frequência da situação e expressões faciais com diferentes reações emocionais. Os dados foram analisados de forma descritiva e aplicou-se a Teoria Motivacional do Coping (TMC) para a análise do coping. Resultados: Os participantes demonstraram compreender o que estava representado nas ilustrações e a forma de emissão da resposta. As situações um e dois foram referidas por 4 e 2 participantes, respectivamente. As reações emocionais apresentadas foram tristeza para ambas as situações, exceto na situação um. A situação três foi referida com maior frequência (n=6), porém acompanhada da reação de felicidade, indicando que essa situação não foi percebida como estressora. A situação quatro foi referida por 4 participantes e as emoções apresentadas foram tristeza e medo. Apesar das estratégias terem sido respondidas de forma simplificada, foram identificados comportamentos de coping adaptativos, como busca de suporte e resolução de problemas. Outras situações estressoras também foram referidas, como o ruído, a interação com o professor e quando a bateria acaba de forma inesperada. Conclusão: O estudo permitiu verificar que os participantes percebem estressores no processo de reabilitação e reações emocionais de valência negativa. Foram identificados comportamentos de coping adaptativos, porém com dificuldade na expressão dos mesmos. Destaca-se a elaboração do instrumento que permitiu a obtenção do autorrelato das crianças/adolescentes sobre suas vivências, direcionando a assistência com ações que estimulem a linguagem, a expressão emocional e o pensamento.

1.Ramos, F. P., Enumo, S. R. F., & de PAULA, K. M. P. (2015). Teoria Motivacional do Coping: uma proposta desenvolvimentista de análise do enfrentamento do estresse. Estudos de Psicologia, 32(2), 269-279.
2.Silva, J. D. M., Yamada, M. O., Guedes, E. G., & Moret, A. L. M. (2020). Fatores influenciadores na qualidade de vida de crianças com implante coclear. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 86, 411-418.
3.Theunissen, S. C., Rieffe, C., Kouwenberg, M., De Raeve, L. J., Soede, W., Briaire, J. J., & Frijns, J. H. (2014). Behavioral problems in school-aged hearing-impaired children: the influence of sociodemographic, linguistic, and medical factors. European child & adolescent psychiatry, 23(4), 187-196.
4.Michael, R., Attias, J., &Raveh, E. (2019). Cochlear Implantation and Social-Emotional Functioning of Children with Hearing Loss. The Journal of Deaf Studies and Deaf Education, 24(1), 25-31.
5.Geers AE. Techniques for assessing auditory speech perception and lipreading enhancement in Young deaf children. The Volta Review. 1994;96(5):85-96;
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.992
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/992


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