"ESTUDO DA ABSORVÂNCIA ACÚSTICA DE BANDA LARGA NA FASE PRÉ-OPERATÓRIA DE CRIANÇAS SUBMETIDAS À ADENOAMIGDALECTOMIA"
Silva, I.V. ;
Sanches, A.B. ;
Colella-Santos, M.F. ;
Introdução: A adenoamigdalectomia, cirurgia para retirada das tonsilas palatinas e/ou faríngeas, é considerada o procedimento cirúrgico mais comum realizado por otorrinolaringologistas, especialmente, em crianças. No que cerne à audição, a hipertrofia das tonsilas é um fator extrínseco relevante e que deve ser considerado na primeira infância, pois este quadro obstrutivo pode ser determinante para o surgimento de otites médias (OM), e, consequentemente, de alterações auditivas. Alterações auditivas em
crianças podem acarretar em prejuízos no desenvolvimento do aprendizado na área educacional, da linguagem, e, principalmente, das potencialidades do ser humano - incluindo sua integração à vida social. Objetivo: Investigar a audição periférica com enfoque na absorvância acústica de banda larga (ABL), de crianças com indicação para realização de cirurgia de adenoamigdalectomia, na modalidade de retirada de tonsilas faríngeas e/ou palatinas em um único procedimento. Métodos: Trata-se de estudo quantitativo, transversal, de caráter descritivo, e parte de um projeto maior denominado: “Um estudo sobre crianças respiradoras orais submetidas à adenotonsilectomia”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição sob o parecer Nº 2.496.052. A amostra (GE) foi constituída por 20 crianças entre 5 a 12 anos, do sexo feminino e masculino, com indicação otorrinolaringológica para retirada de tonsilas palatinas e/ou faríngeas em um único procedimento e cirurgia de adenoamigdalectomia previamente agendada antes da avaliação audiológica. Foram aplicados os seguintes procedimentos: avaliação audiológica básica compreendendo: meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria,(LRF e IRF) e Imitanciometria de Banda Larga, obtendo-se a curva timpanométrica e medidas de ABL (250 a 8000Hz) na condição de pressão ambiente (PA) e pico de pressão (PP), considerando as variáveis orelha direita (OD) e esquerda (OE). Resultados: Do total da amostra, apenas 1 criança (5%) apresentou perda auditiva do tipo condutiva, de grau leve, bilateralmente. Na timpanometria com o tom de sonda de 226Hz, verificou-se que 20% das OD testadas apresentaram curva timpanométrica do tipo Ar, 10% curva C, 5% curva B e 65% curva A. Dos 65% de orelhas que apresentaram curva tipo A, 30% apresentaram a absorvância acústica de banda larga em PA e PP com valores abaixo da curva de normalidade sugerida pelo equipamento. Das 20 OE testadas, 15% apresentaram curva tipo Ar, 10% curva B, 5% curva C e 70% apresentaram curva timpanométrica tipo A. Dos 70% de orelhas que apresentaram curva tipo A, 45% apresentaram a absorvância acústica de banda larga com valores abaixo da curva de normalidade sugerida pelo equipamento em PA, e 35% na absorvância acústica de banda larga em PP. Conclusão: A absorvância acústica de banda larga mostrou-se eficaz na identificação das alterações de orelha média nas crianças com hipertrofia das tonsilas palatinas e/ou faríngeas.
Dimatos Spyros Cardoso, Neves Luciano Rodrigues, Beltrame Jéssica Monique, Azevedo Renata Rangel, Pignatari Shirley Shizue Nagata. Impacto da adenotonsilectomia na emissão vocal em crianças. Braz. j. otorrinolaringol. [Internet]. Abril de 2016 [citado em 07 de janeiro de 2021]; 82 (2): 151-158.
Escarrá Florencia, Vidaurreta Santiago M. Evaluación de la calidad de vida antes y después de la adenotonsilectomía en niños con hipertrofia de amígdalas y/o adenoides. Arch. argent. pediatr. [Internet]. 2015 Ene [citado em 07 de janeiro de 2021] ; 113( 1 ): 21-27.
Ferreira Marinho, A. (1). Amígdalas e adenóides - da infecção à obstrução. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia E Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 48(1), 25-32.
Hein TAD, Hatzopoulos S, Skarzynski PH, Colella-Santos MF. Wideband Tympanometry. Advances in Clinical Audiology. 2017.
Araujo ES, Saters TL, Alvarenga K de F. Medidas de imitância acústica de banda larga: validação de um padrão de normalidade para crianças brasileiras. 2017 ;
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.390
ISSN 1983-1793X
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A EXPANSÃO DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DA ÁREA DE AUDIOLOGIA NAS REDES SOCIAIS
Boscolo, C.C. ;
Soldera. C.L.C. ;
Machado, M.S. ;
Rossoni, E.P. ;
Krummenauer, G. ;
Bevilaqua, J.C. ;
Silva, C.M. ;
Braga, N.S. ;
Introdução A pandemia de COVID-19 impactou em todas as estruturas sociais, nacional e internacionalmente. As universidades brasileiras também sofreram grande impacto com a chegada do vírus ao Brasil, tendo que suspender as atividades presenciais por tempo indeterminado. Com o distanciamento social, alunos e professores reinventaram seus métodos de ensino e aprendizagem, adaptando-se para um modelo de educação à distância. Além disso, projetos acadêmicos, que antes funcionavam com utilização de laboratórios e salas de aula da Universidade, passaram a exercer suas tarefas de forma remota. O projeto “O uso de tecnologia audiovisual como estratégia inovadora de ensino em Audiologia clínica”, como parte do Programa de Iniciação à Docência (PID), tem como objetivo proporcionar a realização de atividades que estimulem o desenvolvimento de metodologias inovadoras que contribuam com a melhoria do ensino na graduação através de novas práticas e experiências pedagógicas relacionadas à Audiologia. O projeto iniciou suas atividades em 2019, criando videoaulas dos procedimentos práticos de Audiologia Clínica para serem utilizadas nas aulas das disciplinas do eixo de Audiologia do Curso de Fonoaudiologia. Entretanto, com a chegada da pandemia, ele foi levado para as redes sociais Instagram e Facebook, com o propósito de manter os alunos com materiais complementares, principalmente em um período de tantas adaptações e dificuldades. Surpreendentemente, o engajamento do perfil foi muito satisfatório desde o começo, visto que, em apenas um ano de sua criação, ele já conta com mais de 1000 seguidores no Instagram. Objetivo Temos como objetivo apresentar as ações realizadas por um Programa de Iniciação à Docência de Audiologia Clínica, durante o período de distanciamento social por meio das redes sociais. Metodologia Desde o ano de 2020, com a entrada no Instagram, o perfil cresce de forma exponencial. As postagens de vídeos criativos e a realização de lives sempre chamaram a atenção das pessoas, fazendo com que o número de seguidores crescesse semanalmente. Somando o sucesso do perfil com a vontade de inovar os conteúdos, idealizamos fazer um “mês especial”, em junho de 2021, durante o qual estão sendo postados conteúdos exclusivos, que incluem paródias de músicas famosas com temática relacionada à Audiologia, vídeos didáticos para apresentação dos conteúdos, e utilização de imagens. Resultados Os novos conteúdos geraram impactos positivos para o programa, expandindo, recentemente, sua atuação para o YouTube. No mês de junho, iniciou-se as postagens do “mês especial”. O primeiro post, em formato IGTV, atingiu 1028 visualizações, passando a ser o vídeo mais visto do perfil nesse formato. Antes da nova proposta especial, o vídeo mais visualizado tinha sido o da primeira live, totalizando 530 visualizações. Na segunda semana do “mês especial”, a conta alcançava 2741 perfis, um alcance superior a 245%, em comparação às semanas anteriores. Além disso, o número de interações nas últimas semanas foi de 579, sendo 109% maior que nas semanas anteriores também. Conclusão Conclui-se que a utilização de conteúdos de forma criativa e didática pode ser um bom atrativo para conquistar seguidores no Instagram, instigar o interesse dos alunos e facilitar a compreensão de assuntos relacionados à Audiologia.
1. Cardoso, M. C.; Ferreira, C. P.; Silva, C. M.; Medeiros, G. M.; Pacheco, G.; Vargas, R. M. Utilização das redes sociais em projeto de extensão universitária em saúde durante a pandemia de covid-19; Nº 1 Expressa Extensão, JAN-ABR, 2021.
2. Gimenez, A. M. N., Sousa, G., & Feltri, R. B. (2020). Universidades Brasileiras e Covid-19: fortalecendo os laços com a sociedade. Boletim Unicamp.
3. de Aguileta, C. C., & Morales-Cardoso, J. (2021). Las redes sociales como herramienta de comunicación para las marcas: la utilización de Instagram durante el Covid-19. Revista Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação, (E40), 218-231.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.256
ISSN 1983-1793X
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A FAMILIA NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM PERDA DE AUDIÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Castro, M. P. ;
Grácia, F. A. P. S. ;
Martinho, J. G. ;
Oliveira, P. P. ;
Pinto, S. G. ;
A presente pesquisa refere-se a revisão integrativa da literatura sobre o tema: a participação da família no processo de reabilitação do indivíduo com deficiência auditiva. Teve por objetivo realizar uma revisão da literatura nacional, no modelo integrativo, sobre a participação da familia no processo de reabilitação fonoaudiológica de indivíduos com deficiência auditiva, a fim de identificar o cenário científico sobre o tema proposto, bem como a contribuição das pesquisas para o conhecimento da área e para a implementação de procedimentos que auxiliem a participação da família no processo terapêutico. A coleta de dados foi realizada em bases eletrônicas de informações: Portal de Periódicos CAPES/MEC, Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Sistema da Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e National Library of Medicine (MEDLINE e PUBMED). Os critérios de inclusão dos artigos foram: artigos de publicação nacional, na língua portuguesa, com publicação nos últimos 15 anos (2005 a 2020). A amostra foi composta por 22 artigos (14 pesquisas de campo, seis estudos de caso e duas revisões de literatura). Entre os 22 artigos, oito pesquisas utilizaram instrumentos como escalas e protocolos; também oito realizaram entrevistas com os familiares; sete aplicaram o procedimento de video feedback, cinco usaram questionários e dois coletaram dados da literatura. Vinte artigos citaram que os participantes com deficiência auditiva eram usuários de algum tipo de dispositivo de amplificação sonora (AASI e/ou IC). Para análise dos dados, a amostra sofreu dois tipos de agrupamento. No primiero foi subdividida segundo os instrumentos utilizados: Grupo 1, com onze artigos que utilizaram algum tipo de protocolo para coleta de dados; Grupo 2, com onze artigos que usaram algum tipo de entrevistas (estruturadas, semi-estruturadas ou informais); e Grupo 3, com seis artigos que usaram video feedback. O segundo agrupamento referia-se ao tipo de objetivo: Grupo A, formado por nove artigos cujos objetivos eram investigar aspectos relacionados às expectativas e às emoções dos pais com relação aos filhos com deficiência auditiva; Grupo B, que incluiu onze pesquisas que utilizaram procedimentos que estimulavam a participação dos pais no processo terapêutico; e Grupo C, formado pelos dois artigos de revisão da literatura. De forma geral, na maioria dos estudos o tipo de dispositivo de amplificação sonora não foi citado como fator influente na participação familiar. A análise de alguns estudos demonstraram as dificuldades afetivas, comunicativas e de qualidade de vida para famílias de indivíduos com deficiência auditiva; entretanto, outros estudos identificaram que há procedimentos que favorecem a atuação dos pais no processo de reabilitação fonoaudiológica, sendo os estudos com uso de video feedback os que trouxeram mais ênfase sobre tal contribuição. Conclui-se que a heterogeneidade nos estudos analisados permitiu identificar os cenários e os procedimentos dos estudos realizados; porém, não foi possivel identificar o procedimento que contribui de forma mais efetiva para a participação e o envolvimento dos pais no processo de reabilitação fonoaudiológica dos filhos deficientes auditivos.
Palavras chave: audição; deficiência auditiva; reabilitação; família
1) Brazorotto, J. S., Costa, K. J., de Souza, A. S., & Lima, M. C. O. (2020). Impacto do enquadre terapêutico em grupo nas necessidades de famílias de crianças com deficiência auditiva. Distúrbios da Comunicação, 32(1), 1-13. (14)
2) Lima, M. C. D. O., Souza, A. S. D., Santos, I. R. D. D., Carvalho, W. L. D. O., & Brazorotto, J. S. (2019). Análise da efetividade de um programa de intervenção para famílias de crianças com deficiência auditiva. In CoDAS (Vol. 31, No. 3). Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. (15)
3) Santos, I. R. D. D., & Brazorotto, J. S. (2018). Intervenção guiada por videofeedback a famílias de crianças com deficiência auditiva. In CoDAS (Vol. 30, No. 1). Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. (16)
4) Prado, M. D. C. R. D., & Abramides, D. V. M. (2018). O uso de cenários cotidianos baseados na ferramenta educacional My World com mães de crianças e adolescentes com deficiência auditiva. Audiology-Communication Research, 23. (17)
5) Guijo, L. M., & Delgado-Pinheiro, E. M. C. (2016). Caracterização da interação comunicativa entre pais de crianças e adolescentes deficientes auditivos que utilizam comunicação oral. Revista CEFAC, 18(5), 1060-1068. (18)
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.233
ISSN 1983-1793X
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A IMPORTÂNCIA DO MAPEAMENTO DA FALA NA REGULAGEM DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL/AASI
Williams, E. M. O. ;
Cabral, I. A. L. ;
Lubanco, L. R. ;
O aparelho auditivo é uma das opções empregadas no processo de reabilitação auditiva, quando não há possibilidade de tratamento médico ou cirúrgico, objetivando o auxílio da comunicação e a redução das limitações ocasionadas pela deficiência auditiva. O aparelho de amplificação sonora individual (AASI) é um dispositivo eletrônico, cujas funcionalidades se estabelecem na amplificação dos sons, propiciando ao indivíduo o uso de sua audição residual. Para o alcance dessas metas, torna-se fundamental que o ajustamento eletroacústico esteja conforme as necessidades do paciente. A avaliação audiológica é um procedimento fundamental para caracterizar a classe e magnitude da perda auditiva e a prescrição de aparelho auditivo. Existem diversos equipamentos eletroacústicos disponíveis no mercado, para a realização do mapeamento da fala, que até recentemente os sons disponibilizados para avaliação eram exclusivamente em Língua Inglesa ou ainda, não concediam nenhuma compreensão. Com o desenvolvimento de um estímulo da fala em Português Brasileiro, que possibilitou a avaliação eletroacústica do aparelho auditivo, com um sinal de fala na Língua Portuguesa, os profissionais tiveram que se adaptar à nova tecnologia, buscando conhecimento sobre o novo sistema, uma vez que os critérios de adaptação da prótese auditiva requerem um processo criterioso, para potencializar o desempenho do funcionamento, benefício e bem-estar do indivíduo. Diante disso, este estudo tem o objetivo de analisar a importância e os benefícios do mapeamento da fala, na adaptação e regulagem de AASI.
ATEAL - Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem. [Relatório]. Relatório de Atividades, Jundiaí/SP, 60 p., 2017.
ÁVILA, VD de, et al. Relação entre o Benefício do Aparelho de Amplificação Sonora Individual e Desempenho Cognitivo em Usuário Idoso. [Artigo]. Universidade do Estado do Rio de Janeiro/RJ, Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 14, n. 3, p. 475-484, 2011.
BARROS, PFS de; QUEIROGA, BAM. As dificuldades encontradas no processo de adaptação de aparelho de amplificação sonora individual em indivíduos idosos. [Artigo]. Instituto Cefac, São Paulo/SP, Revista CEFAC, v. 8, n. 3, p. 375-385,jul-set/20016.
BELLOTTI, AC. Implante coclear: um estudo da escrita na escola. [Tese]. Universidade Estadual Paulista-UNESP, Faculdade de Ciências e Letras “Julio de Mesquita Filho”, Araraquara/SP, 123 fls, 2014.
CAMPARIM, MC. Avaliação da percepção da fala em um grupo de crianças usuárias de implante coclear. [Monografia]. Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Tuiuti do Paraná/PR, 27 fls, 2010.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.309
ISSN 1983-1793X
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A INFLUÊNCIA DO ACOLHIMENTO NO ZUMBIDO E NOS NÍVEIS DE ANSIEDADE DE SUJEITOS COM ZUMBIDO CRÔNICO: ESTUDO COM PLACEBO
Olivera, B. V. M. ;
Moresco, K. E. ;
Oppitz, S. J. ;
Garcia, M. V. ;
Silveira, A. F. ;
INTRODUÇÃO: O zumbido é um sintoma prevalente na população mundial e está frequentemente associado a sintomas ansiosos, sendo que ambos são considerados problemas de Saúde Pública. Estes sintomas geram muitos desconfortos e podem levar os sujeitos a exclusão social e até ao suicídio. Estudos mostram que o Acolhimento tem sido benéfico na busca por amenizar o sofrimento frente a situações geradoras de ansiedade, assim como, a presença do zumbido. Trata-se de uma escuta qualificada, acolhedora e informativa. OBJETIVO: Verificar a influência do Acolhimento no zumbido e nos sintomas ansiosos em sujeitos com zumbido crônico, utilizando placebo. METODOLOGIA: Este trabalho faz parte de uma pesquisa maior de ensaio clínico, duplo cego, randomizado, controlado por placebo, submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob nº CAAE: 96740718.4.0000.5346 de uma Instituição Pública de Ensino Superior e ReBEC: RBR-8z4mhq. Propôs acompanhamento clínico, prospectivo e longitudinal de 15 indivíduos com zumbido crônico, média de idade de 48,9 anos(mínima de 20 e máxima de 68), limiares auditivos normais ou perda auditiva sensorioneural de grau leve bilateralmente. Contou com um grupo placebo que ingeriu cápsulas diárias de 100mg de amido por três meses, com acompanhamento mensal para escuta de acolhimento, sem aconselhamento fonoaudiológico, somente entrega das cápsulas. Os sujeitos acreditavam estar ingerindo extrato de açaí como tratamento para o zumbido, pois este possui ação anti-inflamatória, com efeito citoprotetor, hipocolesterolêmico, antioxidante e vasodilatador. O acolhimento foi respaldado em um escuta atenta, qualificada, valorizando as demandas individuais, sem intervenção, apenas ouvindo. Foram submetidos aos procedimentos de composição amostral (Anamnese de Investigação do Zumbido, Escala Visual Analógica referente ao incômodo do zumbido e Avaliação Audiológica Básica) e a questionários de autoavaliação, sendo eles: Inventário de Ansiedade de Beck (Beck Anxiety Inventory - BAI), Escala Visual Analógica (EVA) e Tinnitus Handicap Inventory (THI), aplicados no momento inicial(na avaliação) e após os 3 meses de acompanhamento/Acolhimento mensal. Para análise dos dados utilizou-se os testes de Kolmogorov-Smirnov (KS) e de Wilcoxon Pareado. RESULTADOS: Para EVA, a média apresentada foi classificada como grau de incômodo moderado tanto no momento pré (média de 6,47) como pós (média de 5,87), sem mudanças significantes com p = 0,119. O THI pré demonstrou escores em grau moderado (média de 41,2) e no pós 3 meses, leve (média de 32,4), sendo p = 0,093, com tendência a significância estatística. Antes do acolhimento e placebo as médias do BAI eram de nível leve (média de 10,73) de ansiedade e passaram para nível mínimo (média de 7,47). A comparação entre os momentos pré e pós BAI apresentou diferença com significância (p = 0,017). Acredita-se que o efeito maior desses resultados foi do acolhimento e não do placebo, pois os sintomas ansiosos melhoraram mais que o zumbido. Se o efeito fosse do placebo, o zumbido teria melhorado mais ou da mesma forma que os sintomas ansiosos. CONCLUSÃO: O Acolhimento não promoveu mudanças significativas frente ao zumbido crônico, mas pode auxiliar na redução dos sintomas ansiosos dos sujeitos.
Rocha AV. Diretrizes para intervenção fonoaudiológica do zumbido. Tese (Doutorado em Fonoaudiologia). Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, 2018.
Kerle HM, Sampaio ALL, Olivera CACP, Granjeiro RC, Oliveira TS. Tinnitus Annoyance in Normal- Hearing Individuals: Correlation With Depression and Anxiety. Annals of Otology, Rhinology & Laryngology. Brasilia. 2016, v.125, pp.185-194.
Coutinho LRP, Barbieri AR, Santos MLM. Acolhimento na Atenção Primária à Saúde: revisão integrativa. Saúde em Debate [online]. 2015, v. 39, n. 105, pp. 514-524.
Colloca L, Barsky AJ. Placebo and nocebo effects. New England Journal of Medicine. 2020, v. 382(6), pp. 554-561.
Cordeiro VSC, Bem GF, Costa CA, Santos IB, Carvalho LCRM, Ognibene DT, Rocha APM, Carvalho JJ, Moura RS, Resende AC. Euterpe oleracea Mart. seed extract protects against renal injury in diabetic and spontaneously hypertensive rats: role of inflammation and oxidative stress. European Journal of Nutrition, v. 57, n. 2, pp. 817-832, 2018. PMid:28105508.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.241
ISSN 1983-1793X
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A INSERÇÃO DA DANÇA NA TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA UMA ESTRATÉGIA DE ESTIMULAÇÃO DO EQUILÍBRIO E DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
Landim, A. I. ;
Fernandes, F.S. ;
Ao longo da história da dança, pesquisadores investigaram os impactos positivos que ela vinha demonstrando nos indivíduos que a praticavam. Reconhecida como um treinamento multifatorial, a dança promove benefícios no equilíbrio corporal que vão além da possibilidade de girar inúmeras piruetas, como as realizadas pelos bailarinos profissionais. Assim, o ato de dançar favorece diversos públicos, entre eles, os idosos que passam a ter redução de quedas e crianças com encefalopatia crônica não progressiva, que demonstram melhoria no desenvolvimento dos aspectos motores e cognitivos. Além disso, através do balé clássico, pesquisadores observaram que os estímulos vestibulares, gerados pelo intensivo treinamento de equilíbrio, promove neuroplasticidade em regiões cerebrais, como no hipocampo, córtex visual e em regiões temporais. Essas áreas se associam as habilidades cognitivas, como a memória, a atenção e as funções espaciais. O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para atuar nos aspectos relacionados ao equilíbrio, aprendizagem, funções cognitivas, processos fonoarticulatórios, entre outros. É de conhecimento que diversos pacientes com alterações fonéticas e fonológicas, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, discalculia, disfunções vestibulares podem apresentar déficits cognitivos, como por exemplo na atenção, memória espacial, atrasos de ordem temporal e esquema corporal. Assim, o objetivo do trabalho foi discorrer os desdobramentos do treinamento de equilíbrio, através dos movimentos corporais praticados na dança. Parte-se do pressuposto, que a dança pode ser uma estratégia terapêutica fonoaudiológica visando a estimulação do sistema vestibular e do hipocampo no intuito de se obter ganhos cognitivos. Através de uma revisão bibliográfica, pode-se identificar que há uma intrínseca relação entre o sistema vestibular, hipocampo e funções cognitivas. Os resultados da pesquisa indicaram que a dança é uma modalidade que estimula o sistema vestibular, somatossensorial e visual. Logo, favorece às funções deficitárias nas patologias que possuem associação com as estruturas descritas, estimulando habilidades cognitivas, noções temporais, espaciais, somatossensoriais e o equilíbrio. A diversidade de movimentos existentes na dança permitem com que haja variáveis modulações corporais que podem ser realizadas por diversos tipos de público, tornando-a possível de ser utilizada de forma terapêutica. Com isso, concluímos que as técnicas existentes na dança podem ser utilizadas de forma lúdica pelo fonoaudiólogo com o intuito de desenvolver habilidades cognitivas e de equilíbrio que necessitam ser estimuladas em alterações fonoaudiológicas encontradas nos consultórios.
BINETTI, C.; BRANDT, T.; FLANAGIN, V. et al. Structural and Functional Plasticity of the Hippocampal Formation in Professional Dancers and Slackliners. Hippocampus v. 865, n. June 2010, p. 855–865, 2011.
HITIER, M.; BESNARD, S.; SMITH, P. F. Vestibular pathways involved in cognition. Frontiers in Integrative Neuroscience, v. 8, n. JUL, p. 1–16, 2014.
CAIXETA, G. C. dos S.; DONÁ, F.; GAZZOLA, J. M. Processamento cognitivo e equilíbrio corporal em idosos com disfunção vestibular. v. 78, n. 2, p. 87–95, 2012.
CALLIARI, I.C. R. R. Método de ensino da dança escolar baseado nas teorias da dança moderna. In: EFDeportes.com. Buenos Aires, jan.2014. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd188/metodo-de-ensino-da-danca-escolar.htm. Acesso em: 17 mai. 2021.
JORGE, T. M.; LAMÔNICA, D. A. C.; CALDANA, M. DE L. Distúrbio de aprendizagem em adulto: Discussão sobre a proposta terapêutica fonoaudiológica -Estudo de caso. p. 71–89, 2006.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.207
ISSN 1983-1793X
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ABORDAGENS MUSICAIS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
SAID, P.M. ;
Introdução
A literatura aponta que abordagens musicais são estratégias eficazes para promover diversos tipos de habilidades, o que pode justificar a sua aplicabilidade nos vários contextos vivenciados por seres humanos. Todo indivíduo possui uma aptidão musical e quanto mais cedo se beneficiar de um ambiente musical, mais cedo sua aptidão irá aumentar. Desta forma, as experiências auditivas que o indivíduo tem nos primeiros anos de vida são fundamentais para que ele se torne um bom ouvinte e desenvolva diversas habilidades. No caso de pessoas portadoras de deficiência auditiva, observa-se que geralmente as mesmas têm dificuldade em desenvolver essas habilidades, principalmente as com perdas auditivas neurossensorial de grau severo a profundo, usuárias de Implante Coclear.
Objetivos
Analisar os contributos de abordagens musicais (educação musical, musicoterapia, apreciação e percepção musical) para crianças e adolescentes usuários de implante coclear.
Métodos de Busca
Foi realizada uma busca bibliográfica nas bases de dados para pesquisa de artigos científicos indexados em abril de 2020: CENTRAL (2015 até 2020), MEDLINE (2009 até 2018), EMBASE (2012 até 2018), CINAHL (2012), ICTPR (2017), PubMed (1995 até abril/2020), LILACS (2012 até o ano de 2018), SciELO (2012 até 2018), A&HCI (2009 até 2017), SSCI (2009 até 2017), CPCI-SSH (2009 até 2017) e WORLDCAT (todos os anos disponíveis). Não foram aplicados limites de data e idioma.
Critério de Seleção
Nós planejamos incluir nessa revisão estudos clínicos randomizados, que incluíssem pelo menos um dos nossos desfechos primários ou secundários.
Coleta de Dados e Análises
Por meio de uma análise minuciosa as autoras analisaram todos os títulos e resumos identificados por meio da estratégia de pesquisa para determinar sua elegibilidade. Para a nossa análise, planejamos usar a diferença média para dados contínuos, com intervalos de confiança de 95%, e usar o modelo estatístico de efeitos aleatórios quando as estimativas de efeito de dois ou mais estudos pudessem ser combinadas em uma meta-análise.
Resultados
Foram encontrados 619 estudos por meio da nossa estratégia de busca e não foram encontrados estudos clínicos randomizados que utilizassem abordagens musicais em crianças e adolescentes usuários de implante coclear.
Conclusão dos Autores
Concluímos que não há evidências disponíveis de estudos clínicos randomizados para basear um julgamento sobre a eficácia das abordagens musicais m crianças e adolescentes usuários de implante coclear. Essa revisão encoraja futuras pesquisar utilizando um modelo metodológico controlado através de estudos clínicos randomizados por meio de uma equipe multidisciplinar que inclua um músico profissional experiente na área.
Patel, A. D. (2014). Can nonlinguistic musical training change the way the brain processes speech? The expanded OPERA hypothesis. Hearing research, 308, 98-108.
Pesnot Lerousseau, J., Hidalgo, C., & Schön, D. (2020). Musical Training for Auditory Rehabilitation in Hearing Loss. Journal of Clinical Medicine, 9(4), 1058.
Torppa, R., & Huotilainen, M. (2019). Why and how music can be used to rehabilitate and develop speech and language skills in hearing-impaired children. Hearing research, 380, 108-122.
Yang, J., Liang, Q., Chen, H., Liu, Y., & Xu, L. (2019). Singing Proficiency of Members of a Choir Formed by Prelingually Deafened Children With Cochlear Implants. Journal of Speech, Language, and Hearing Research, 62(5), 1561-1573.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.223
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/223
ABSORVÂNCIA DE BANDA LARGA E EMISSÕES OTOACÚSTICAS PRESSURIZADAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN
Souza, L. M ;
Diniz-Hein, T. A. ;
Madruga-Rimoli, C. C. ;
Ubiali, T. ;
Colella-Santos, M. F. ;
INTRODUÇÃO: Alterações auditivas são observadas em indivíduos com Síndrome de Down, sendo essencial o diagnóstico e a conduta precoce adequada. Atualmente, novos testes auditivos poderiam melhorar o cenário de avaliação, como as Emissões Otoacústicas Pressurizadas (EOA pressurizadas) e a Absorvância Acústica de Banda Larga (ABL). OBJETIVO: Analisar os resultados obtidos na absorvância de banda Larga e emissões otoacústicas pressurizadas em crianças e adolescentes com síndrome de Down. MÉTODO: Estudo observacional transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa responsável, sob o número de parecer 2.386.016/2017. A amostra foi composta por 52 crianças e adolescentes, do sexo feminino e masculino, com faixa etária entre 5 a 15 anos, sendo 32 participantes com Síndrome de Down, onde 20 foram do Grupo estudo (GE) e 12 do Grupo Estudo alterado (GEalt) e 20 indivíduos sem a síndrome do Grupo controle (GC). Os procedimentos adotados foram a Meatoscopia, a absorvância acústica de Banda Larga (250 a 8000Hz), EOA Pressurizadas e não pressurizadas transientes – EOAT - (870 a 4900Hz) e por produto de distorção – EOAPD - (500 a 10000Hz). Foi realizada análise estatística por ANOVA, com nível de significância de p-valor <0,05. RESULTADOS: Na análise da absorvância entre os grupos na condição de pressão ambiente, houve diferença estatisticamente significante do GC em relação tanto ao GE, quanto ao GEalt. Na pressurizada isto também ocorreu, porém o GEalt se tornou diferente do GE, com melhora nas baixas frequências de 300 a 800Hz. Na análise intragrupos, houve diferença estatística entre as condições pesquisadas nos grupos GEalt e GE nas baixas e médias frequências. Na análise das EOAT, na comparação entre os grupos tanto na condição de pressão ambiente, quanto pressurizada, houve diferença estatisticamente significante em todas as combinações em ambas as condições. Na análise intragrupo, na comparação entre a condição de pressão ambiente e a pressurizada houve diferença estatisticamente significante apenas no GE, na frequência de 870Hz. Na análise das EOAPD entre os grupos em ambas as condições, houve diferença estatisticamente significante em todas as combinações. Já na análise intragrupo, comparando a condição de pressão ambiente e pressurizada, em nenhum dos grupos houve diferença significante entre as condições. CONCLUSÃO: Os indivíduos com síndrome de Down apresentaram respostas inferiores aos dos indivíduos sem a síndrome em todos os exames realizados. Os testes se apresentaram como sendo uma boa alternativa na avaliação da audição dessa população.
1- Canonaco RS. Síndromes Genéticas com Repercussões Fonoaudiológicas no Recém- Nascido. In: Basseto MCA, Brock R, Wajnsztejn R (Org). Neonatologia: Um Convite a Atuação Fonoaudiológica. São Paulo: Lovise; 1998. p. 25-57.
2- Mustacchi Z. Síndrome de Down. In: Mustacchi Z, Peres S. Genética baseada em evidências: Síndromes e heranças. São Paulo: CID; 2000. p. 817-94.
3- Hunter LL, Keefe DH, Feeney MP, Brown DK, Meinzen-Derr J,Elsayed AM, et al. Wideband acoustic immittance in childrenwith Down syndrome: prediction of middle-ear dysfunction,conductive hearing loss and patent PE tubes. Int J Audiol.2017;56:622-34
4- Durante AS, Santos M, Roque NMC, Gameiro MS, Almeida K, Sousa-Neto OM. Wideband acoustic absorbance in children with Down syndrome. Braz J Otorhinolaryngol. 2019;85(2):193-198
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Página(s): p.397
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/397
ACESSO DOS IDOSOS AO AASI NO SUS: REVISÃO DE LITERATURA
Lacerda, LC ;
Silva, ES ;
Dutra, ESG ;
Kuchar, J ;
Introdução: Como a população de idosos cresce a cada dia, é de suma importância acolher e garantir que tenham informações e instruções de como terem acesso a benefícios dos quais se tem direito para uma melhor qualidade de vida. Objetivo: Revisar estudos sobre o acesso da população idosa aos Programas de Saúde Auditiva oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Método: Trata-se de uma revisão de literatura, realizada nas bases de dados Bvsalud (que contempla as principais bases de dados MEDLINE, LILACS e Biblioteca Cochrane), PubMed e Periódicos Capes. Utilizou-se uma combinação de descritores associados da seguinte forma (Auxiliares de Audição) AND (Perda Auditiva; Reabilitação; Serviços de Saúde; Acesso e avaliação da Assistência à Saúde; Acesso aos serviços de Saúde; Saúde Pública; Sistema Único de Saúde; Correção da deficiência auditiva) AND (Idoso; Envelhecimento). Foram selecionados artigos disponíveis na íntegra, publicados nos últimos 20 anos, nos idiomas português, inglês ou espanhol, que apresentaram conteúdo sobre o acesso da população idosa aos Programas de Saúde Auditiva do SUS. Excluíram-se artigos que não tinham relação com o tema e que foram realizados com outras populações. Resultados: Foram localizados 16.708 registros, sendo que foram incluídos 9 na amostra desta revisão, as quais veicularam-se a partir de 2000. Constatou que os números de estudos relacionados ao acesso e forma de dispensação dos aparelhos de amplificação sonora individual aos idosos pelo SUS, é insuficiente para uma abordagem precisa sobre qual é o conhecimento do idoso sobre o acesso aos referidos programas. Conclusão: Foram encontrados poucos estudos que tratavam especificamente do acesso, sendo observados principalmente informações indiretas sobre o assunto. Os dados encontrados demonstraram mais pesquisas referentes ao acompanhamento ao AASI pelos idosos no SUS.
1. Cruz MS, Lima MCP, Santos JLF, Duarte YAO, Lebrão ML, Cerqueira ATAR. Uso de aparelho amplificação sonora individual por idosos: estudo SABE - saúde, bem estar e envelhecimento. ACR. 2013; 18(2):133-42.
2. Gresele ADP, Lessa AH, Alves LC, Torres EMO, Vaucher AVA, Moraes AB, et al. Levantamento e análise de dados de pacientes atendidos em um programa de concessão de aparelhos de amplificação sonora individual. CoDAS. 2013; 25(3):195-201.
3. Araújo TM, Iório MCM. Perfil população de idosos encaminhados à seleção de próteses em hospital público. Audiol Commun Res. 2014; 19(1):45-51.
4. Soldera CLC, Teixeira AR, Bós AJG. Utilização de aparelhos de amplificação sonora individual em idosos residentes no estado do Rio Grande do Sul. Estud. interdiscipl. envelhec. 2016; 21(3): 55-67.
5. Mazzarotto IHEK, Gonçalves CGO, Bellia CGL, Moretti CAM, Iantas MR. Integralidade do cuidado na atenção à saúde auditiva do adulto no SUS: acesso à reabilitação. Audiol Commun Res. 2019; 24:e2009.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.412
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS E OTONEUROLÓGICOS EM PACIENTES PÓS SARS-COV-2
Sanches, J. F. ;
Caetano, M. B. ;
Santana, J. V. A. ;
Genaro, A. J. ;
De Oliveira, J. R. M. ;
Raineri, G. G. ;
Cheves, J. N. ;
Netto, M. P. ;
Lopes, A. C. ;
A doença da COVID-19, provocada pelo novo coronavírus, também conhecida por Síndrome Respiratória Aguda Grave de coronavírus 2 (SARS-CoV-2), foi identificada ao fim do ano de 2019, disseminando rapidamente e, já no início de 2020, acometendo países de todo o mundo, sendo assim declarada pelo Comitê de Ética da OMS como uma emergência de saúde global. A infecção por coronavírus pode desencadear sintomas que vão desde a uma síndrome gripal, anosmia, ageusia, distúrbios gastrointestinais, hiporexia e dispneia, até aos sintomas mais graves da doença. Embora não mencionado, a perda auditiva, o zumbido e os problemas no equilíbrio corporal são comumente informados pelos indivíduos acometidos pela doença. Diante desses relatos, a Covid-19, requer da comunidade científica um empenho adicional no desenvolvimento de estudos longitudinais para o entendimento das possíveis consequências da doença, considerando a forma de tratamento, tempo de internação e gravidade da sintomatologia. Objetivo: Levantar o referencial teórico trazendo o panorama atual sobre os aspectos relacionados a doença da COVID-19 ocasionado pelo coronavírus 2 (SARS-CoV-2) e sua relação com a audição e equilíbrio. Metodologia: Foi realizado levantamento bibliográfico no ano de 2020 nas bases de dados MedLine, Lilacs, Embase e utilizadas as palavras-chaves em português e seus correspondentes em inglês como “Covid 19”, “pandemia”, “perda auditiva”, “zumbido”, “tontura”, ”vertigem”. Foram selecionados artigos considerando critérios de elegibilidade com base na leitura dos títulos e dos resumos e aqueles de maior interesse foram lidos na íntegra. Resultados: Os estudos apontaram a prevalência de 1,22% dos casos de Covid-19 com perda auditiva sensorioneural; perda auditiva sensorioneural súbita unilateral está presente em 20% dos pacientes com Covid-19 sem outro sintoma ou fator de risco para perda auditiva; caso de paciente com Covid-19 e queixa de zumbido e otalgia, mas nenhum sintoma relacionado ao novo coronavírus, sendo constatado no exame otorrinolaringológico a presença de abaulamento da membrana timpânica e hiperemia, e na audiometria perda auditiva condutiva unilateral; caso de paciente com Covid-19 e sintomas neurológicos de sensação de instabilidade e desequilíbrio, confirmada com disfunção vestibular aguda possivelmente por consequência de Covid-19; caso de paciente apresentando vertigem possivelmente decorrida de neurite vestibular aguda induzida por Covid-19; prevalência de zumbido e tontura em pacientes positivos para Covid-19, onde 18,4% relataram distúrbios do equilíbrio, tais como tontura e vertigem, após diagnóstico. Conclusão: O referencial teórico concomitante aos estudos realizados respondem a questão da relação intrínseca entre a Covid-19 e sintomas auditivos e vestibulares, sendo importante outras investigações de âmbito epidemiológicos.
Fidan V. New type of corona virus induced acute otitis media in adult. Am J Otolaryngol. 2020 May-Jun;41(3):102487. doi: 10.1016/j.amjoto.2020.102487. Epub 2020 Apr 16. PMID: 32336572; PMCID: PMC7161479.
Kilic O, Kalcioglu MT, Cag Y, Tuysuz O, Pektas E, Caskurlu H, Cetın F. Could sudden sensorineural hearing loss be the sole manifestation of COVID-19? An investigation into SARS-COV-2 in the etiology of sudden sensorineural hearing loss. Int J Infect Dis. 2020 Aug;97:208-211. doi: 10.1016/j.ijid.2020.06.023. Epub 2020 Jun 12. PMID: 32535294; PMCID: PMC7289736.
Malayala SV, Ambreen Raza A. A Case of COVID-19-Induced Vestibular Neuritis Cureous Jun 30;12(6):e8918. 2020.
Pellitero, SE; Ferrer-Bergua LG. Report of a patient with neurological symptoms as the sole manifestation of SARS-CoV-2 infection. Neurologia. 2020 May;35(4):271-272. English, Spanish. doi: 10.1016/j.nrl.2020.04.010. Epub 2020 Apr 24. PMID: 32364120; PMCID: PMC7181990.
Sriwijitalai W, Wiwanitkit V. Hearing loss and COVID-19: A note. Am J Otolaryngol. 2020 May-Jun;41(3):102473. doi: 10.1016/j.amjoto.2020.102473. Epub 2020 Apr 2. PMID: 32276732; PMCID: PMC7132500.
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Página(s): p.408
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS NA HANSENIASE: REVISÃO DE LITERATURA
CORRÊA, C. C. ;
GILSON, D. C. ;
JOÃO, R. M. C. ;
CRANCIANINOV, A. B. ;
CORREIA-BARAN, J. B. ;
JOSÉ, M. R. ;
Introdução: A hanseníase tem como agente etiológico o Mycobacterium leprae, é crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional (1). A transmissão é dada principalmente pelo contato prolongado com indivíduos com a doença, por meio do contato de gotículas de secreção, e não há relação com o contato por meio da pele (1). A doença atinge principalmente a pele e os nervos periféricos com capacidade de ocasionar lesões neurais, agressivas alterações anatômicas e funcionais que levam a distúrbios relacionados à comunicação e alimentação (2). Objetivo: Verificar os achados audiológicos em sujeitos com hanseníase. Metodologia: O levantamento dos artigos na literatura foi realizado nas bases de dados Pubmed e BVSalud, sem restrição temporal ou de idioma, com o seguinte cruzamento: (“hanseníase” OR "leprosy" OR "Hansen's Disease" OR "Hansen Disease") AND (“audição” OR “fonoaudiologia” OR "hearing” OR "audiological"). Foram incluídos estudos sobre a temática central da pesquisa, em qualquer idioma. Os estudos não localizados na íntegra foram excluídos. Resultados: Foram incluídos cinco artigos, publicados entre os anos de 1984 à 2013. As amostras dos estudos variaram entre 20 a 150 sujeitos, observando-se alterações auditivas em 22,22% (n=8) a 76,66% (n=23) dos grupos de participantes com hanseníase. Três estudos encontraram a perda auditiva do tipo sensorioneural nos sujeitos com hanseníase, a qual foi relacionada principalmente a afecção do nervo vestibulococlear, não apresentando relação com a idade dos participantes ou persistência da doença. Conclusão: Apesar de poucos estudos sobre a temática, foram localizados indícios de relação da perda sensorioneural em indivíduos com hanseníase.
1. Couto Dal Secco RG, França K, Castillo D, AlHarbi M, Lotti T, Fioranelli M et al. A synopsis of the history of Hansen's disease. Wien Med Wochenschr. 2017 Oct;167(Suppl 1):27-30.
2. Quintas VG, Salles PV, Costa VC, Alvarenga EA, Miranda ICC, Attoni TM. Achados fonoaudiológicos na hanseníase: considerações teóricas. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(3):560-4.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.394
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS DO POTENCIAL EVOCADO COGNITIVO EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Crusius, J.S. ;
Lima, M. S. ;
Mayerle, M. C. C. S. ;
Riesgo, S. R. ;
Sleifer, P. ;
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno generalizado do neurodesenvolvimento, caracterizando déficits na interação social, linguagem, comportamentos restritivos, estereotipados, além de desordens sensoriais. Alterações na modulação sensorial geram dificuldades no processamento perceptivo acarretando déficits nas funções cognitivas: atenção, memórias imediata e de trabalho. Os potenciais relacionados ao evento refletem ativação de estruturas corticais relacionadas a processos cognitivos de ordem superior respondendo a estímulo sonoro. Objetivo: Analisar latência, amplitude e morfologia do P300 em crianças com TEA, comparando achados com grupo controle da mesma faixa etária com desenvolvimento típico. Metodologia: É um estudo transversal comparativo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 77900517. Participaram do estudo 54 crianças entre 8 e 11 anos e 11 meses com TEA. Destes, 27 do grupo estudo (GE) e 27 do grupo controle (GC), duplamente pareados por idade e sexo. Os pacientes avaliados apresentavam limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, confirmados pela avaliação audiológica periférica por Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico. A avaliação do potencial cortical foi realizada com equipamento Masb ATC Plus, Contronic®, com fone de inserção. Eletrodos foram fixados nas posições Fpz (terra), Fz (ativo), M1 e M2 (referência). Utilizaram-se estímulos de 1000 e 2000Hz, na forma de Oddball Paradigm, sendo 80% estímulos frequentes e 20% raros. A onda P300 foi marcada no pico de maior amplitude, após complexo N1-P2. Resultados: Os resultaram demonstraram que GE obteve média da latência do P300 na orelha direita 399,85(±63,97) e orelha esquerda 400,27(±63,84); média da amplitude da onda na orelha direita 18,04(±3,17) e esquerda 17,58 (±3,23); morfologia da onda alterada em 62,96% das crianças e adolescentes. No GC, a média da latência do P300 da orelha direita foi 318,95(±45,72) e orelha esquerda 321,63(±42,47); média da amplitude da onda na orelha direita 22,86 (±3,52) e orelha esquerda 23,38 (±3,80). Houve diferença significante (p<0,001) na comparação de latência e amplitude entre grupos. Conclusão: Verificou-se diferenças estatisticamente significativas no aumento das latências, diminuição das amplitudes, alteração da morfologia das ondas, indicando alterações centrais nas habilidades de discriminação, atenção e memória.
1 American Psychiatric Association.Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 5a ed. Arlington: American Psychiatric Publication; 2013.
2.Klintwall L, Holm A, Eriksson M, Carlsson LH, Olsson MB, Hedvall Å, et al. Sensory abnormalities in autism. A brief report. Res Dev Disabil. 2011 mar. V.32 p.795-800.
3. Leekam SR, Nieto C, Libby SJ, Wing L, Gould J. Describing the sensory abnormalities of children and adults with autism. J Autism Dev Disord. 2007 Out. v. 3, p.7894–910.
4.Donkers FC, Carlson M, Schipul SE, Belger A, Baranek GT. Auditory event-related potentials and associations with sensory patterns in children with autism spectrum disorder, developmental delay, and typical development. Autism. 2019; 24(5):1093-1110. https://doi.org/10.1177/1362361319893196
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.298
ISSN 1983-1793X
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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS NA AVALIAÇÃO ELETROFISIOLÓGICA E COMPORTAMENTAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
Stadulni, A.R.P. ;
Sleifer, P. ;
Berticelli, A.B. ;
Riesgo, R. ;
Muniz, C.N.R. ;
Schochat, E. ;
Objetivo: descrever e analisar os resultados obtidos na avaliação eletrofisiológica e comportamental do Processamento Auditivo em crianças e adolescentes com diagnostico de AVC e compará-las a sujeitos com desenvolvimento representativos de mesma faixa etária. Método: participaram 21 crianças e adolescentes com diagnóstico de AVC com idade entre 7 e 17 anos e 11 meses (Grupo Estudo – GE) e 42 crianças e adolescentes com desenvolvimento representativos de normalidade (Grupo Controle – GC), com mesma faixa etária do Grupo Estudo. Além da história clínica e anamnese minuciosa, foram realizadas: avaliação audiológica periférica básica, avaliação comportamental do Processamento Auditivo Central (Dicótico de dígitos – DD, Teste Padrão de Frequência – TPF) e avaliação eletrofisiológica, por meio do teste Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico, para verificar a sincronia neural e P300. Resultados: Os sujeitos do GE foram divididos em tipo de AVC (isquêmico e hemorrágico), sendo 22 (92%) do tipo Isquêmico e 2 (8%) do tipo hemorrágico, quanto as distribuições do sítio da lesão, podemos observar que a maioria 15 (63%), foi no hemisfério temporal esquerdo, 6 (25%) no hemisfério direito. O GE apresentou pior desempenho em todos os testes aplicados em comparação aos seus controles. Para o teste DD observamos que o pior desempenho tanto para integração, quanto para separação foi do lado direito. Para o teste PPS, observamos maior porcentagem de acertos no GC em comparação ao GE, tanto na modalidade ‘nomeação’ quanto ‘murmúrio’, sendo essa diferença estatisticamente significante. O P300 no GE apresentou latências aumentadas, com diferenças significantes quando comparado ao GC. Conclusão: os resultados do P300, juntamente com os achados das avaliações comportamentais do Processamento Auditivo Central, Dicótico de Dígitos e Padrão de Frequência, sugerem que crianças e adolescentes que tiveram AVC apresentam comprometimento estrutural ou funcional de regiões subcorticais, resultando em déficits no Processamento Auditivo.
Lefond CA. Childhood arterial ischemic stroke: risk factors, management and outcomes. The American academy of neurology institute. University of Washington/Seattle, Children’s Hospital, Seattle, WA, 2017
2. Bernard TJ, Goldenberg NA. Pediatric arterial ischemic stroke. Pediatr Clin North Am. 2008; 55:323-38
3. Numis AL, FOX CK. Arterial Ischemic Stroke in Children: Risk Factors and Etiologies. Curr Neurol Neurosci Rep. 2014 Jan; 14(1): 422. doi: 10.1007/s11910-013-0422-8
4. Mirabelli-Badenier M, Braunersreuther V, Lenglet S, Galan K, Veneselli E, Viviani GL, et al. Pathophysiological role of inflammatory molecules in paediatric ischaemic brain injury. Eur J Clin Invest. (2012) 42:784–94. doi: 10.1111/j.1365-2362.2012.02640.x
5. Tsze DS, Valente JH. Pediatric stroke: a review. Emerg Med Int. (2011) 2011:734506. doi: 10.1155/2011/734506
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.286
ISSN 1983-1793X
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AÇÕES DE SAÚDE AUDITIVA DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA NO BRASIL: UM ESTUDO ECOLÓGICO DE 2014 A 2020
Amorim, A. A. L. ;
Albuquerque, A. G. D. R. ;
Araújo, E. S. ;
Introdução: A Organização Mundial de Saúde sintetizou na sigla H.E.A.R.I.N.G. as intervenções de saúde pública com maior potencial de serem eficazes para o cuidado auditivo integrado ao longo da vida. Tal estratégia tem o propósito de direcionar os países para os esforços de prevenção e melhorar a prestação de serviços em nível individual e coletivo. No contexto do Brasil, a Atenção Primária à Saúde (APS) e o Programa Saúde na Escola (PSE) ampliam exponencialmente a articulação da saúde e educação e, por conseguinte, representam estratégias promissoras para a educação permanente em saúde, a prevenção e a identificação precoce de problemas auditivos, com possibilidade de potencializar consideravelmente o custo-efetividade das políticas públicas em saúde auditiva. Nesse contexto, dentre as 12 ações previstas no PSE está a saúde auditiva. Todavia, o fato de estar prevista não garante que ações estejam sendo desenvolvidas ao longo dos anos e nas diferentes localidades do país. Objetivo: Analisar e descrever as ações de saúde auditiva desenvolvidas no Brasil, no PSE, a partir do sistema de monitoramento das ações do programa. Metodologia: Estudo ecológico transversal descritivo, com dispensa do Comitê de Ética e utilização dos dados registrados no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). Para a coleta de dados, realizada em Junho/2021, foram selecionadas as escolas identificadas no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) no período de 2014 a 2020. A extração do SISAB reuniu informações sobre o quantitativo de atividades e número total de participantes, filtradas pela seleção ‘Saúde auditiva' no bloco “Práticas em Saúde”. Resultados: Os registros das ações em saúde auditiva no PSE só começaram efetivamente a partir de 2018, mesmo todos os municípios do território brasileiro estando aptos a aderirem ao PSE desde 2013. Foram identificadas 4.789 atividades da ação de saúde auditiva registradas nas Fichas de Atividades Coletivas no SISAB, fossem elas pactuadas ou não pactuadas nas adesões dos municípios ao PSE. Dessas ações, totalizaram 578.484 participantes nos anos de 2018 a 2020. Houve um aumento de 85 atividades em 2018 para 4.236 em 2019 e um decréscimo de 89% das atividades no ano de 2020 (n= 468), justificado pela pandemia do COVID-19 e suspensão das aulas presenciais. Ao considerar o ano de 2019, sem influência do contexto pandêmico, verificou-se que dentre todas as ações registradas para o PSE, a saúde auditiva teve o menor percentual de atividades (1,32%), participantes (1,31%), escolas (10,13%) e municípios (32,77%). Os estados Minas Gerais e Rio Grande do Sul tiveram o maior quantitativo de municípios que realizaram ações em saúde auditiva. Conclusão: Constatou-se que as intervenções de saúde auditiva do PSE têm crescido ao longo dos anos no país, porém, quando comparadas às outras ações do Programa ainda possui baixo índice tanto de atividades e participantes, quanto de escolas e municípios que realizam ações nesta área. Assim, ressalta-se a importância da inclusão de atividades voltadas à saúde auditiva nos diferentes municípios que aderiram ao PSE, além da adesão de novos municípios para a ampliação das ações de saúde auditiva nas escolas.
Brasil. Ministério da Saúde. Ministério da Educação. Portaria Interministerial n° 1.055, de 25 de abril de 2017. Redefine as regras e os critérios para adesão ao Programa Saúde na Escola - PSE por estados, Distrito Federal e municípios e dispõe sobre o respectivo incentivo financeiro para custeio de ações [Internet]. Diário Oficial da União, Brasília (DF), 2017 abr 26 [citado 2021 jun 11]; Seção 1:36. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/ pri1055_26_04_2017.html
Chiari, A., Ferreira, R. C., Akerman, M., Amaral, J., Machado, K. M., & Senna, M. (2018). Inter-sector network in Brazil's School Health Program: subjects, perceptions, and practices. Cadernos de saude publica, 34(5), e00104217. https://doi.org/10.1590/0102-311X00104217
Um Ajuste Justo - Análise da Eficiência e Equidade do Gasto Público no Brasil [Internet]. [citado 2021 jun 11]. Disponível em: https://www.worldbank.org/pt/country/brazil/publication/brazil-expenditure-review-report
World Health Organization. Deafness and hearing loss [Internet]. [citado 2021 jun 11]. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/deafness-and-hearing- loss
World Health Organization (WHO). World Report on Hearing. 2021. [citado 2021 jun 11]. Disponível em: < https://www.who.int/publications/i/item/world-report-on-hearing>
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.381
ISSN 1983-1793X
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ACOMPANHAMENTO AUDIOLÓGICO DE UM ADOLESCENTE DIAGNOSTICADO COM DOENÇA DE FABRY
OLIVEIRA, T. M. ;
ZEIGELBOIM, B. S. ;
CORREIA-BARAN, J. B. ;
FOPPA, M. C. C. ;
CRANCIANINOV, A. B. ;
JOÃO, R. M. C. ;
CHAVES, J. S. S. ;
MORETTI, C. A. M. ;
JOSÉ. M. R. ;
A Doença de Fabry é decorrente de uma alteração lisossômica resultante da deficiência de galactosidase A (α-Gal A), que leva ao acúmulo de globotriaosilceramida (Gb3) em vários órgãos, como pele, olhos, coração, rins, cérebro, sistemas vascular e nervoso. Essa doença é extremamente rara e acomete 1 em cada 40.000 a 60.000 pessoas. Os sintomas clínicos incluem dores nas extremidades do corpo decorrentes de neuropatia periférica (sintoma que se inicia na infância ou adolescência), alterações auditivas, oculares, renais, cerebrovasculares, hipertrofia cardíaca e arritmia. Devido a sua característica recessiva, homens tendem a desenvolver mais sintomas, e estes podem se apresentar de forma mais gravem em relação as mulheres acometidas pela doença. Objetivo: descrever o acompanhamento audiológico de um adolescente com doença de Fabry. Descrição do caso: Aprovação em CEP: CAAE: 25579919.9.0000.8040, parecer nº 4.087.413. Sexo masculino, 15 anos, em acompanhamento audiológico em uma clínica escola. Apresentava na infância histórico de otites recorrentes, rinite, adenóide, sinusite, ronco noturno e otalgia. Foi realizada amidalectomia e cirurgia para adenóide. Sem histórico de perda auditiva na família. Apresenta convulsões desde os seis anos de idade e déficit de atenção. Realiza acompanhamento cardiológico devido a hipertrofia cardíaca e neurológico com uso de ritalina desde os 10 anos de idade. Após um ano de acompanhamento audiológico, foi diagnosticado com doença de Fabry realizado por meio de investigação genética. Os testes realizados incluíram a audiometria tonal liminar, potenciais evocados auditivos de tronco encefálico (PEATE), logoaudiometria e imitanciometria. Resultados: Na avaliação audiológica inicial, observou-se perda auditiva, do tipo mista e de grau leve, no índice percentual de reconhecimento de fala (IPRF) verificou-se resultado de 100% na orelha direita (OD) e 92% na orelha esquerda (OE) em palavras monossílabas e reflexos ipsilaterais e contralaterais ausentes, bilateralmente. No PEATE, na intensidade de 80 dB e estímulo clique (2000Hz a 4000Hz), observou-se presença das ondas I (2,22 milissegundos – ms), III (4,49 ms) e V (6,26 ms), com intervalos interpicos I-III em 2,27 ms, III-V em 1,77 ms e I-V em 4,04 ms na OD e, presença das ondas I (2,35 ms), III (4,28 ms) e V (6,36 ms), com intervalos interpicos I-III em 1,93 ms, III-V em 2,08 ms e I-V em 4,01 ms na OE, verificando-se latências absolutas aumentadas e intervalos interpicos dentro dos padrões esperados, sendo concluído que o sujeito apresentou alteração auditiva condutiva bilateralmente. Após avaliação inicial, consta no prontuário seis avaliações ocorridas nos dois anos posteriores da avaliação inicial, observando-se piora dos seguintes limiares auditivos: piora de 10 dBNA em 4000Hz da OE, 500Hz e 8000Hz da OD; piora de 15 dBNA nas frequências de 250Hz e 6000Hz da OE e 4000Hz da OD; e, piora de 20 dBNA na frequência de 250Hz da OD e 8000Hz da OE. Não houve modificação quanto ao tipo e grau da perda auditiva, assim como na logoaudiometria observada na avaliação inicial. Conclusão: Observou-se piora nos limiares auditivos tonais, principalmente em frequências agudas, no acompanhamento audiológico realizado durante dois anos, em um adolescente diagnosticado com doença de Fabry.
Masson C, Cissé I, Simon V, Insalaco P, Audran M. Fabry disease: a review. Joint Bone Spine. 2004;71(5):381–3.
Yuasa T, Takenaka T, Higuchi K, Uchiyama N, Horizoe Y, Cyaen H, et al. Fabry disease. J Echocardiogr. 2017;15(4):151-7.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.363
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/363
ACURÁCIA DE MÉTODOS COMPUTADORIZADOS PARA TRIAGEM AUDITIVA EM ESCOLARES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Nunes-Araújo, A. D. S. ;
Silva, C. R. L. ;
Souza, D. L. B. ;
Taveira, K. V. M. ;
Balen, S. A. ;
Barbosa, I. R. ;
Introdução: Métodos computadorizados devem ser considerados na triagem auditiva na população escolar devido sua facilidade e agilidade em identificar a perda auditiva. A pergunta de pesquisa focada dessa revisão foi “qual a acurácia de métodos computadorizados para triagem auditiva na população escolar?”. Métodos: Revisão sistemática, reportada a partir das orientações do Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-analysis of Diagnostic Test Accuracy Studies (PRISMA-DTA). Protocolo cadastrado no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) sob número CRD42020189296. Foram incluídos estudos comparando a acurácia diagnóstica de métodos computadorizados e audiometria de tom puro. As medidas desfechos coletadas foram: sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo (VPP) e negativo (VPN), e acurácia. Todas as etapas foram conduzidas por dois pesquisadores independentes – leitura de títulos e resumos, leitura de texto completo, extração de dados e análise do risco de viés com Quality Assessment of Diagnostic Accuracy Studies (QUADAS-2). Resultados: Foram encontrados 760 registros. Nos seis estudos incluídos, foram identificados dois aplicativos de smartphone, um software, um audiômetro baseado em tablet, um audiômetro baseado em computador e um audiômetro com acesso remoto. A sensibilidade e a especificidade variaram substancialmente entre os estudos, com sensibilidade entre 58 e 100% e especificidade de 20 a 100%. Os valores preditivos também variaram, VPP de 16 a 51%, e VPN de 43% a 99%. A acurácia variou de 69 a 97%. Os estudos incluídos tiveram baixo risco de viés e baixa preocupação com aplicabilidade. Conclusão: Entre os seis instrumentos identificados, três apresentaram sensibilidade e especificidade maior que 70% - teleaudiômetro baseado em tablet P.E.T.I.T, aplicativo HearScreen™, e audiômetro chinês baseado em computador. Todos os instrumentos podem ser usados na triagem auditiva escolar e mudanças nos critérios passa-falha irão alterar as medidas de acurácia diagnóstica.
Lacerda, A. B. M. de, & Gondim, L. M. A. (2019). Hearing Health Programs for Schoolchildren. Online Journal of Otolaryngology and Rhinology, 1(4), 3–5. https://doi.org/10.33552/OJOR.2019.01.000519
Lancaster, P., Krumm, M., Ribera, J., & Klich, R. (2008). Remote hearing screenings via telehealth in a rural elementary school. American Journal of Audiology, 17(2), 114–122. https://doi.org/10.1044/1059-0889(2008/07-0008)
Nunes, A. D. da S., Silva, C. R. de L., Balen, S. A., Souza, D. L. B. de, & Barbosa, I. R. (2019). Prevalence of hearing impairment and associated factors in school-aged children and adolescents: a systematic review. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 85(2), 244–253. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2018.10.009
Prieve, B. A., Schooling, T., Venediktov, R., & Franceschini, N. (2015). An Evidence-Based Systematic Review on the Diagnostic Accuracy of Hearing Screening Instruments for Preschool- and School-Age Children. Am J Audiol, 24(2), 250–267. http://dx.doi.org/10.1044/2015_AJA-14-0065
Yong, M., Panth, N., McMahon, C. M., Thorne, P. R., & Emmett, S. D. (2020). How the World’s Children Hear: A Narrative Review of School Hearing Screening Programs Globally. OTO Open, 4(2), 2473974X2092358. https://doi.org/10.1177/2473974x20923580
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Página(s): p.242
ISSN 1983-1793X
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ADAPTAÇÃO DE DISPOSITIVOS AUDITIVOS E A ACLIMATIZAÇÃO NEURAL EM NOVOS USUÁRIOS DE AASIS: ESTUDO DE CASOADAPTAÇÃO DE DISPOSITIVOS AUDITIVOS E A ACLIMATIZAÇÃO NEURAL EM NOVOS USUÁRIOS DE AASIS: ESTUDO DE CASO
Ferreira, MCM ;
Novaes, BC ;
Adaptação de dispositivos auditivos e a aclimatização neural em novos usuários de AASIs: Estudo de Caso
Introdução: A aclimatização auditiva há décadas é interesse de pesquisadores que trabalham com a reabilitação (Gatehouse, 1993; Wright & Gagné, 2020), sendo a indicação de dispositivos auditivos a primeira etapa deste processo clínico. Um período de adaptação e acomodação auditiva para o uso efetivo em novos usuários é fundamental. O uso frequente dos dispositivos é o que leva a aclimatização (Wright & Gagné, 2020). Porém, o uso efetivo e por no mínimo 10hs/dia, ideal para neuroplasticidade (Glick & Sharma, 2020), só é possível com amplificação confortável. O que é melhor: o ganho prescrito ideal na seleção dos AASIs ou garantir audibilidade após a acomodação auditiva? Como a acomodação poderia ser acompanhada de forma consciente? Objetivo: Avaliar a contribuição do aumento gradual do ganho dos AASIs como estratégia de aclimatização auditiva. Método: Apresentar resultados de progressão de inteligibilidade de fala através de listas de monossílabos em campo livre à 0 azimute à 65dBNA e do Speech Intelligibility Index – SII, com estímulo de fala ISTS à 65dB. A paciente (88 anos) foi acompanhada por 6 meses e realizados 5 encontros. No primeiro foi adaptado um AASI de modelo RIC e olivas abertas. O paciente sentiu desconforto no ajuste inicial com a amplificação. Sendo assim, diminuímos o ganho geral até o melhor conforto referido e sugerimos uso diário e acompanhamentos para aumento gradual do ganho. Resultados: Após 1 mês, na segunda sessão, observamos adesão ao tratamento e uso maior de 10hs/dia. Foi possível aumentar o ganho acústico e o resultado foi de 56% sem e 88% com AASIs. Observamos aproveitamento com AASIs apesar das respostas na verificação com microfone sonda estarem ainda abaixo do target prescrito. Sugerimos 2 meses de uso. Na terceira sessão, aumentamos o ganho até o nível de melhor conforto referido pelo paciente e realizamos o Mapeamento de Fala, apresentando os seguintes resultados: OD sem AASIs 32% e com AASIs 48%; OE sem AASIs 48% e com AASIs 58%. Foi sugerido retorno em 2 meses. Na quarta sessão (5 meses de uso), foi possível fazer um aumento de ganho sutil. No teste de fala para monossílabos observamos os seguintes resultados: Sem AASIs 56% e com AASIs 100%. Sugerimos 1 mês de uso. Na quinta sessão (6 meses de uso) o paciente apresentou algumas dificuldades para os sons mais distantes. Na verificação com microfone sonda observamos respostas mais próximas ao target, com exceção dos sons para entrada de 55dB. Fizemos um ajuste fino de aumento de ganho somente para os sons fracos. Os resultados do SSI foram de: OD sem AASIs 28% e com AASI 74%; OE sem AASI 48% e com AASI 72%. Conclusão: O aumento progressivo e consciente do ganho acústico do AASI em um novo usuário mostrou-se uma boa estratégia clínico terapêutica durante o período de acomodação. Houve melhora progressiva nos resultados do SII e na percepção de fala, garantindo melhor audibilidade com conforto após o período de aclimatização auditiva.
Gatehouse S. (1993). Role of perceptual acclimatization in the selection of frequency responses for hearing aids. J Am Acad Audiol, 4, 296-306.
Habicht et al. (2017). Auditory Acclimatization to bilateral hearing aids: Effects on sentence-in-noise processing times and speech-evoked potentials. Ear and Hearing, vol 39, n.1, 161-171.
Rallapalli et al. (2019). Quantifying the range of signal modification in clinically fit hearing aids. Ear and Hearing, vol 41, n.2, 433-441.
Glick HA; Sharma A. (2020). Cortical Neuroplasticity and cognitive function in early-stage, mild-moderate hearing loss: evidence of neurocognitive benefit from hearing aid use. Frontiers in Neuroscience, vol 14, article 93, 1-21.
Wright D; Gagné JP. (2020). Acclimatization to Hearing Aids by Older Adults. Ear and Hearing, vol 2, n.1, 193-205.
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Página(s): p.339
ISSN 1983-1793X
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AGENTE ESCUTA: DESENVOLVIMENTO DE UMA SOLUÇÃO TECNOLÓGICA PARA O ACOMPANHAMENTO AUDITIVO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Amorim, A. A. L. ;
Alves, F. L. S. ;
Monteiro, T. A. ;
Araújo, E. S. ;
Introdução: A expansão e a qualificação da Atenção Primária à Saúde (APS) têm sido vistas como principais iniciativas para produzir mudanças qualitativas na saúde para as próximas décadas em todo o mundo. Assim, nota-se um crescimento exponencial de Programas e tecnologias inovadoras que visam fortalecer este nível de atenção, como o “Informatiza APS” que faz parte da estratégia de saúde digital do Ministério da Saúde e os aplicativos e-SUS AD e e-SUS território, com o intuito de facilitar o processo de trabalho dos agentes de saúde. Ao considerar especificamente a saúde auditiva, o relatório da Organização Mundial da Saúde em 2021 reitera projeções alarmantes em relação à prevalência da perda auditiva, quantitativo de causas passíveis de prevenção, bem como o custo global anual de US$ 750 bilhões para a perda auditiva não tratada. Assim, é inegável a importância da APS na área de saúde auditiva, bem como a necessidade de desenvolvimento de ferramentas com alcance às diferentes localidades do país. Objetivo: Desenvolver e apresentar a interface gráfica e as funcionalidades de um aplicativo para smartphones, como solução tecnológica para otimização do acompanhamento auditivo na APS. Metodologia: Trata-se da elaboração de uma ferramenta tecnológica em saúde, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (processo número 4.695.580). A linguagem de programação escolhida foi o JavaScript que permitiu a aplicação em plataforma híbrida. O aplicativo “Agente Escuta” foi desenvolvido com duas interfaces, uma do usuário móvel, que são os profissionais da APS e uma dashboard do administrador web, que permite acessar todos os dados inseridos pelos usuários. Para a construção das funcionalidades foram utilizados instrumentos previamente validados em dois eixos: (1) educação em saúde; (2) acompanhamento do desenvolvimento auditivo no primeiro ano de vida. A ferramenta foi analisada por cinco juízes, incluindo estudantes, profissionais, docentes e pesquisadores em Tecnologia da Informação e Fonoaudiologia. Resultados: Com uma interface muito simples e intuitiva, no “Agente Escuta” o usuário tem acesso à tela de cadastro, com posterior direcionamento para a tela de login. No eixo de educação em saúde são disponibilizados infográficos com os marcos do desenvolvimento, estratégia de gameficação com o intuito de revisar os conhecimentos essenciais para atuação na área de saúde auditiva e também incentivar o uso do aplicativo. Além disso, tem-se um espaço para registro de dúvidas. No eixo de acompanhamento, o usuário tem a possibilidade de efetuar o cadastro das crianças que residem em sua área de cobertura, incluir dados sobre os indicadores de risco para deficiência auditiva, informações sobre a triagem auditiva neonatal, bem como seu resultado e conduta. Tem-se ainda a versão informatizada do questionário de acompanhamento mensal validado para o primeiro ano de vida, com notificações de encaminhamento a depender das respostas obtidas pelos familiares. Conclusão: O aplicativo desenvolvido possui funcionalidade e design gráfico interessante e de fácil manuseio, constituindo-se como uma solução com potencial para otimizar o processo de acompanhamento auditivo na APS. Ressalta-se que implementações poderão ser feitas, dentre elas a expansão para outras faixas etárias e melhorias diante da avaliação dos usuários.
1. Real FJ, DeBlasio D, Rounce C, Henize AW, Beck AF, Klein MD. Opportunities for and Barriers to Using Smartphones for Health Education Among Families at an Urban Primary Care Clinic. Clin Pediatr (Phila). 2018;57(11):1281–5.
2. Suen JJ, Bhatnagar K, Emmett SD, Marrone N, Robler SK, Swanepoel DW, et al. Hearing care across the life course provided in the community. Bull World Health Organ. 2019 Oct 1;97(10):681–90.
3. World Health Organization. Deafness and hearing loss [Internet]. [cited 2020 Nov 16]. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/deafness-and-hearing- loss
4. Alvarenga K de F, Araújo ES, de Melo TM, Martinez MAN, Bevilacqua MC. Questionnaire for monitoring auditory and language development in the first year of life. CODAS [Internet]. 2013 [cited 2020 Nov 16];25(1):16–21. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317- 17822013000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
5. Coco L, Piper R, Marrone N. Feasibility of community health workers as teleaudiology patient-site facilitators: a multilevel training study. Int J Audiol [Internet]. 2020 Jan 6 [cited 2021 Feb 23];1–13. Available from: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/14992027.2020.1864487
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.364
ISSN 1983-1793X
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AGROTÓXICOS E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE AUDITIVA DO TRABALHADOR DO CAMPO: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Bassi, L. O. ;
Tomiasi, A. A. ;
Paula, G. R. ;
Topanotti, J. ;
Krüger, I. D. ;
Introdução: A população mundial tem aumentado de forma significativa e, consequentemente, a demanda de alimentos também vem aumentando. Dessa forma, os agrotóxicos surgem como um recurso para acelerar a produção de alimentos, aumentando a quantidade, reduzindo o tempo e diminuindo a possibilidade de perdas na produção. É fato que a maioria dos agricultores faz o uso deste tipo de defensivo em sua produção, porém muitos deles acabam contaminados de forma direta ou indireta, devido a não utilização efetiva dos EPIs recomendados. O dano à saúde do trabalhador do campo é iminente quando se fala em manuseio de agroquímicos e, segundo pesquisas realizadas na literatura, a perda auditiva é mais uma das consequências. Objetivo: o presente estudo busca investigar pesquisas que apresentem os efeitos decorrentes do uso dos agrotóxicos na saúde auditiva do trabalhador do campo, com base nos estudos por meio da literatura especializada. Metodologia: foram analisados artigos publicados em revistas indexadas nas bases de dados LILACS e PUBMED nos últimos 10 anos, nos idiomas português e inglês. A busca foi realizada por meio de palavras-chave em combinação, nos idiomas citados: Audição AND Agrotóxico. Resultados: foram identificados neste período 32 artigos no total. Após a leitura do resumo desses trabalhos, identificou-se 31 publicações que, após aplicação do critério de inclusão, restaram 11 artigos, sendo esses analisados na íntegra. Conclusão: os agroquímicos são causadores de alterações auditivas periféricas e centrais. Na condição de exposição concomitante ao ruído, a perda auditiva é agravada pela exposição aos agrotóxicos. Para fins de acompanhamento e minimização de danos à saúde auditiva, a inclusão da avaliação audiológica é sugerida como rotina de cuidados à saúde de trabalhadores do campo.
ANDRADE, Maria Isabel Kós Pinheiro de. Efeitos da exposição ao agrotóxico no sistema auditivo eferente através das emissões otoacústicas transientes com supressão [tese]. Universidade Federal do Rio de Janeiro/Instituto de Estudos em Saúde Coletiva: Rio de Janeiro, RJ, 2012.
CAMARINHA, Carla Regina. Avaliação do processamento auditivo em trabalhadores rurais expostos ocupacionalmente a agrotóxicos organofosforados [dissertação]. Universidade Federal do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, RJ, 2010.
FERNANDES, Gisele Aparecida; SILVA, Luiz Felipe. Fatores associados a acidentes de trabalho em zona rural de Minas Gerais. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, [S.L.], v. 17, n. 3, p. 378-386, 2019.
HOSHINO, Ana Cristina Hiromi et al. Estudo da ototoxicidade em trabalhadores expostos a organofosforados. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, [S.L.], v. 74, n. 6, p. 912-918, dez. 2008.
LOBATO, Denise Maria Vaz Romano et al. Agricultores expostos a agrotóxicos: sintomas e ocorrência de alterações auditivas. In: V Congresso Sul Brasileiro de Fonoaudiologia, 2013, Curitiba. Anais do V Congresso Sul Brasileiro de Fonoaudiologia. Curitiba: CREFONO, 2013. Resumo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.255
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES AUDIO VESTIBULARES EM PACIENTES PÓS INFECÇÃO DA COVID-19
Silva, .M. ;
Viana, E. ;
Rocha, F.R. ;
Silva, J.A. ;
Silva, M.L.O. ;
Rocha, P.A. ;
Sevarolli, R. ;
Honorato, S.G. ;
Santos, S.A. ;
Aguiar, T.S. ;
Introdução: As perdas auditivas podem ser causadas por diversos agentes, entre eles as infecções provocadas por vírus e bactérias, que podem rebaixar os limiares auditivos. Objetivo: Investigar alterações auditivas e vestibulares em pacientes com Covid-19 e suas sequelas pós tratamento. Método: Estudo do tipo revisão narrativa da literatura com levantamento bibliográfico na base de busca Google Acadêmico e nas bases de dados Centro Latino-Americano e do Caribe de informações em Ciências da Saúde (BIREME) e PubMed, no idioma português e inglês. Resultados: Foram selecionados 27 estudos com base no objetivo proposto pela pesquisa. Foram relatados sintomas de perda auditiva condutiva, perda auditiva sensorioneural súbita, zumbido e tontura nos pacientes durante o processo infeccioso ou após a recuperação por Covid-19. A ocorrência de ototoxicidade foi relacionada ao uso da medicação hidroxicloroquina. Conclusão: Sugerimos novas pesquisas e estudos de acompanhamento a longo prazo, a fim de investigar como Corona vírus afeta a audição, sistema vestibular e a qualidade de vida dos indivíduos.
ALMUFARRIJ, I; MUNRO, K. J. One year on: an updated systematic review of SARS-CoV-2, COVID-19 and audio-vestibular symptoms. International Journal of Audiology, p. 1-11, 2021.
ALMUFARRIJ, I; UUS, K; MUNRO, K. J. Does coronavirus affect the audio-vestibular system? A rapid systematic review. International journal of audiology, v. 59, n. 7, p. 487-491, 2020.
CHIRAKKAL, P. et al. COVID-19 and Tinnitus. Ear, Nose & Throat Journal, v. 100, n. 2_suppl, p. 160S-162S, 2021.
JAFARI, Z; KOLB, B E.; MOHAJERANI, M. H. Hearing Loss, Tinnitus, and Dizziness in COVID-19: A Systematic Review and Meta-Analysis. Canadian Journal of Neurological Sciences, p. 1-33, 2021.
KILIC, O. et al. Could sudden sensorineural hearing loss be the sole manifestation of COVID-19? An investigation into SARS-COV-2 in the etiology of sudden sensorineural hearing loss. International Journal of Infectious Diseases, v. 97, p. 208-211, 2020.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.418
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES AUDITIVAS DECORRENTES DE FISSURA LABIOPALATINA REVISÃO DE LITERATURA
Lima, A.J. ;
NASCIMENTO, Macksuelle da Silva*; ;
Introdução: A fissura labiopalatina é uma malformação congênita, com etiologia multifatorial que se manifesta de diferentes formas e extensões no indivíduo. Pode promover distorções no lábio superior, nariz e palato. Os distúrbios da função auditiva constituem um aspecto importante no estudo das alterações ocasionadas por fissura labiopalatina, uma vez que a origem da musculatura do palato mole tem localização anatômica próxima a tuba auditiva.
Objetivo: Investigar as principais complicações auditivas ocasionadas por fissura labiopalatina.
Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática de literatura, onde os descritores foram selecionados utilizando-se as ferramentas DeCs e a partir desta foram realizadas as buscas bibliográficas nas bases de dados Pubmed, Elsevier, Scielo e Lilacs. Para as estratégias de buscas eletrônicas foram utilizados os seguintes descritores: “Perda Auditiva, “Alterações Auditivas”, “Otite Média” e “Fissura Labiopalatina” combinados entre si. Para os estudos selecionados, as seguintes informações foram extraídas: ano de publicação, autor, país, características da amostra e a ocorrência das alterações da audição em casos de fissura labiopalatina. Os critérios de inclusão foram: trabalhos nos idiomas português e inglês, publicados a partir de 2016. Foram selecionados 10 artigos que atenderam aos critérios de elegibilidade.
Resultados: As principais alterações descritas na literatura foram: perda de audição, transtorno do processamento auditivo e otite média, sendo esta última, a patologia a mais relatada entre os autores.
Conclusão: Os artigos analisados evidenciaram que portadores de fissura labiopalatina podem apresentar alterações auditivas. Devido a malformação, o trajeto e a inserção dos músculos tensor e elevador do véu palatino, no palato são comprometidos gerando assim uma falha no mecanismo de abertura da tuba auditiva, que sem ventilação, pode propiciar quadros de otite média.
1. COELHO, Lucimara de Almeida et al. Treinamento auditivo domiciliar para crianças com alterações auditivas decorrentes da fissura labiopalatina. Revista CEFAC, v. 20, n. 2, p. 154-165, 2018.
2. GUERRA, Mônica Elisabeth Simons. Crianças com fissura lábio palatina: relação entre percepção auditiva e características audiológicas e otológicas no contexto da avaliação foniátrica. 2019. 116 f. Dissertação (Mestrado em Fonoaudiologia) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2019.
3. LIMA, ANA BELLE DA SILVA. A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA PARA PORTADORES DE FISSURAS LABIOPALATAIS. 2017.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.346
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES AUDITIVAS E/OU VESTIBULARES DURANTE O CICLO MENSTRUAL DE MULHERES JOVENS E ADULTAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
SANTOS, T.O.N. ;
SOUZA, I.C.M. ;
SILVA, A..N.S. ;
FERNANDES, S.F.S. ;
LIMA, L.R.S. ;
EVANGELISTA, E.K.B. ;
CABRAL, A.M.L. ;
LINS, I.P.S ;
BRITTO, D.B.L.A. ;
Introdução: O ciclo menstrual é composto por diversas interações hormonais que resultam em flutuações e instabilidade fisiológica no corpo feminino. O ciclo ovariano é dividido em três fases: folicular, ovulatória e lútea, onde há variação nos níveis de concentração dos hormônios estrogênio e progesterona. Essa variação hormonal causa vários efeitos no corpo feminino, podendo afetar a homeostase do sistema auditivo e dos fluidos labirínticos, resultando em alterações na função auditiva e/ou vestibular durante o ciclo menstrual. Objetivo: Descrever as principais alterações auditivas e/ou vestibulares durante o ciclo menstrual de mulheres jovens e adultas. Método: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio de 2021. Foram utilizadas quatro bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO, ScienceDirect e PubMed. Na busca, foi utilizada a seguinte chave: “Menstrual Cycle” OR “Follicular Phase” AND “Hearing” OR “hearing loss” OR “hearing disease” AND “vestibular diseases” OR “labyrinth diseases”. Foram incluídos estudos sobre o sistema auditivo e vestibular de mulheres jovens e adultas, com idade entre 18 até 49 anos, com ciclo menstrual normal, sem restrição de ano e idioma. Foram excluídos estudos com mulheres que apresentassem patologias associadas ao sistema genital feminino, estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e teses de doutorado. Resultados: Foram encontrados 2.028 artigos. Destes, ficaram sete estudos para inclusão nesta revisão. Os estudos encontrados foram de Caso-Controle, Coorte-longitudinal e Observacional-Prospectivo, publicados entre os anos de 1986 e 2019. Foram utilizados os seguintes exames: audiometria, imitanciometria, reflexos estapedianos, emissões otoacústicas espontâneas (EOAEs), Transientes (EOAT) e por produto de distorção (EOADP), Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE), vectoeletronistagmografia (VENG) e testes do processamento auditivo central
(PAC). Os estudos relataram interferências da interação hormonal estrogênio-progesterona nas funções auditivo-vestibulares, ocasionando flutuação dessas funções durante as fases do ciclo menstrual. Destaca-se que o aumento do estrogênio na fase folicular pode causar maior sensibilidade coclear e flutuações nos limiares auditivos. Foram encontrados limiares auditivos mais rebaixados na fase folicular quando comparados às outras fases do ciclo menstrual. Na audiometria tonal, as mulheres que não faziam uso de anticoncepcional tiveram limiares piores comparadas às que faziam. Na imitanciometria, algumas mulheres apresentaram pressão da orelha média diminuída durante a fase lútea. Já os reflexos estapedianos estiveram presentes. As EOAEs estiveram presentes em frequências mais altas na fase folicular e mais baixas na fase lútea. Houve aumento da frequência nas EOAT durante a fase folicular. As amplitudes das respostas das EOAPD foram maiores durante a fase lútea. Foram encontradas diminuição nas latências das ondas III e V e latências interpicos I-III e III-V do PEATE em alguns estudos e, em outros estudos, aumento da latência da onda V na fase folicular. Na VENG, foram observadas alterações na Calibração, Movimentos Sacádicos, Prova Rotatória Pendular Decrescente e Prova Calórica à 42ºC. Nos testes de PAC, houve melhora na escuta dicótica durante a fase folicular. Conclusão: Há evidências do comprometimento do sistema auditivo-vestibular durante as diferentes fases do ciclo menstrual das mulheres.
1. AL-MANA, D.; CERANIC, B.; DJAHANBAKHCH, O.; LUXON, L.M. Alteration in auditory function during the ovarian cycle. Hearing Research, v. 268, p. 114-122, 2010.
2. CARNEIRO, C.S.; ALMEIDA, A.A.F.; RIBAS, A.; KORT, K.K.; LIMA, D.O.; ARAÚJO, A.M.G.D.; FERREIRA, D.A.H.; MARTINS, M. L.; FREITAS, T.M.M.W.C.; ROSA, M.R.D. Hormones and Auditory Perception: Study of Dichotic Listening in Women during the Menstrual Cycle. International Archives of Otorhinolaryngology, João Pessoa, v.23, n.1, p. 70-76, 2019.
3. EMAMI, S.F.; GOHARI, N.; RAMEZANI, H.; BORZOUEI, M. Hearing Performance in the Follicular-Luteal Phase of the Menstrual Cycle. International Journal of Otolaryngology, v. 2018, ago, 2018.
4. ISHII, C.; NISHINO, L.K.; CAMPOS, C.A.H. Caracterização vestibular no ciclo menstrual. Braz J Otorhinolaryngol. São Paulo, v.75, n.3, p. 375-80, 2009.
5. SOUZA, D.S.; LUCKWU, B.; ANDRADE, W.T.L.; PESSOA, L.S.F.; NASCIMENTO, J.A.; ROSA, M.R.D. Variation in the Hearing Threshold in Women during the Menstrual Cycle. International Archives of Otorhinolaryngology, v.21, n.4, p. 323-328, 2017.
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Página(s): p.275
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES AUDITIVAS EM CRIANÇAS ACOMETIDAS POR ZIKA VÍRUS (ZIKV): UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Cabral, A. M. L. ;
Carneiro, D. L. S. ;
Silva. A. N. S. ;
Evangelista, E. K. B. ;
Silva, J. Q. ;
Souza, I. C. M. ;
Lima, L. R. S. ;
Lins, I. P. S. ;
Britto, D. B. L. A. ;
Introdução: O Zika Vírus (ZIKV) é uma arbovirose, tendo o mosquito Aedes aegypti como vetor da infecção. Além disso, as condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito se fazem presentes em vários países. A infecção por ZIKV deve ser considerada como fator de risco para a perda auditiva nos programas de triagem auditiva e, o monitoramento dessas crianças é necessário para averiguação de alterações adversas que podem ocorrer a longo prazo. Objetivo: Descrever os principais achados da literatura sobre a relação entre alterações auditivas em crianças acometidas por ZIKV. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio de 2021, norteada pela seguinte pergunta condutora: Quais os principais achados da literatura correlacionando alterações auditivas em crianças acometidas por ZIKV? Foram utilizadas as seguintes bases de dados como fonte de artigos: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SciELO, ScienceDirect e PubMed. Para a busca utilizamos uma única chave em todas as bases: “Arbovirus infections” OR “Zika Virus Infection” AND “Hearing” OR “Hearing loss” AND “children”. Foram incluídos estudos realizados com crianças de 0 até 12 anos, acometidas por ZIKV, sem restrição de ano e idioma. Foram excluídos estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e teses de doutorado. Resultados: Inicialmente foram encontradas 242 publicações. Após leitura de título e resumo ficaram 12 estudos foram incluídos nesta revisão. Os estudos foram transversais, coorte observacional, observacional, descritivo, longitudinal retrospectivo, relato de caso, retrospectivo e de coorte, publicados entre os anos de 2016 e 2021. A idade mínima encontrada dos participantes foi de 0 anos e a máxima 36 meses de idade. Os principais exames utilizados nas avaliações auditivas foram: Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE), audiometria, imitanciometria, Emissões Otoacústicas (EOA), reflexos acústicos e reflexo cócleo-palpebral (RCP). As principais alterações auditivas encontradas relacionaram-se à Perda Auditiva Sensorioneural (PASN) e atrasos nas habilidades cognitivas relacionadas à audição, sendo esta última possivelmente associadas a alterações no controle motor cervical. Alterações nas curvas timpanométricas e nos reflexos auditivos (cócleo-palpebral e/ou estapédicos), também estiveram presentes nos achados bibliográficos. Conclusão: Apesar da literatura apresentar achados de alterações auditivas, estes não indicam significância na relação de alterações auditivas ligadas à infecção pelo ZIKV submetidas à triagem auditiva. Desta forma, o acompanhamento dessas crianças a longo prazo também se apresenta como estratégia para identificação de alterações advindas a longo prazo atreladas a infecção pelo ZIKV não identificadas ou desenvolvidas anteriormente, tendo em vista que a infecção viral pela arbovirose é tida como potencial de risco para alterações auditivas.
BARBOSA, M.H.M., et al. Normal Hearing Function in Children Prenatally Exposed to Zika Virus. International Archives of Otorhinolaryngology, 2020; 24(3): 299-307.
LEITE, R.F.P., et al. Triagem auditiva de crianças com síndrome congênita pelo vírus Zika atendidas em Fortaleza, Ceará, 2016. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 2018;27(4):e2017553.
LEAL, M.G., et al. Hearing Loss in Infants with Microcephaly and Evidence of Congenital Zika Virus Infection — Brazil, November 2015–May 2016. Morbidity and Mortality Weekly Report. 2016; 65(34):917-919.
NIELSEN-SAINES, K., et al. Delayed childhood neurodevelopment and neurosensory alterations in the second year of life in a prospective cohort of ZIKV-exposed children. Nature Medicine, 2019; 25:1213-1217.
PACHECO, O., et al. Neurodevelopmental findings in children 20–30 months of age with postnatal Zika infection at 1–12 months of age, Colombia, September-November 2017. Paediatr Perinat Epidemiol, 2021; 35(1):92-97.
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Página(s): p.253
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES AUDITIVAS NO PRIMEIRO ANO DE VIDA EM BEBÊS QUE REALIZARAM A TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL
Gottschalck-Cavalcanti, H ;
Andrade ELD ;
Introdução:O objetivo da triagem auditiva neonatal(TAN) é o encaminhamento o mais precocemente possível ao diagnóstico auditivo.Sabemos que a criança nos primeiros anos pode ser acometida por infecções de ouvido o que pode acarretar perdas auditivas condutivas. Objetivo: avaliar alteracões nas emissões otoacúticas e timpanometria em bebês com um ano de vida e que realizaram a triagem auditiva neonatal. Associar fatores de risco para as alterações encontradas.Metodologia: O estudo foi do tipo retrospectivo, observacional e descritivo com levantamento de dados sobre a triagem auditiva realizado em intervalo de 4 meses em uma maternidade pública. Foram incluidos 651 bebês com registro da TAN no prontuário.O recrutamento dos bebês foi realizado através de uma busca ativa e independentemente do resultado da TAN.Os bebês foram reavaliados através do uso de equipamento portátil de Emissões otoacusticas transiente (EOAT) e avaliação das medidas da função de orelha média usando timpânometria portátil.Foi aplicado o PEPPER (Persistent Ear Problems Providing for Referral)questionário adaptado para levantamento de comportamentos atípicos à rotina do bebê. Ele foi traduzido para o português e consiste de 20 questões sobre otite média na criança, gestação, parto,t empo e tipo de amamentação, fumantes, presença de roncos e/ou nariz obstruído.A análise se deu por descricão e associação,usando x2, entre os resultados da re avaliação e as outras variáveis.Resultados: Dos 651 bebês que realizaram a TAN, 143 retornaram e destes 94 ( 75,2%) tiveram emissões otoacústicas presente e timpanometia com curva tipo A. 31 (24,8%) tiveram alterações nas emissões otoacústicas ou curva B na timpanometria. Quase todas as crianças que falharam nas EOAT também falharam na timpanometria. Uma porcentagem pequena (<10%) de crianças tiveram infecções de ouvido ou respiração crônica oral durante o primeiro ano de vida . 34% das crianças faz uso de ventilador ou ar condicionado, 39% convive constantemente com outras crianças e tem mãe que trabalha. Todas as famílias referiram que o pai trabalha fora. 22% tem exposição frequente à fumaça de cigarro. A metade das mães referem ter introduzido outro tipo de leite, além de leite materno, antes dos 6 meses de idade e a maioria das crianças tem como hábito dormir de lado. Dos bebês que passaram na triagem auditiva neonatal, 25% tiveram alterações na avalaicão auditiva com 1 ano. A metade dos bebês que que falharam na TAN, falharam na re avaliação. A variável que teve associação com a timpanometria B foi a posição de dormir (dormir de lado) e ter as emissões otoacústicas alteradas. Conclusão: Há necessidade de acompanhamento do desenvovlimento e desempenho auditivo durante em ambulatório pediátrico durante o primeiro ano de vida. É também de suma importância que os bebês que falham na TAN sejam acompanhados e rescadados para avaliar a audicão. Neste estudo a alteração de orelha média teve associacão com o resultado alterado das emissões otoacústicas, inidcando este tipo de avaliacão viável para o rastreamento de alterações de orelha média do bebê no primeiro ano de vida. A posicão de dormir tem associacão com a timpanometria alterada e são necessário outras pesquisas para ter mais dados.
Anteunis WLJC, Chenault CMMN, Haggard MP. Risk factors for failing the hearing screen due to otitis media in Dutch infants. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2012, 269: 2485-2496
DI Francesco, Renata Cantisani; BARROS, Vivian Boschesi; RAMOS, Rafael. Otitis media with effusion in children younger than 1 year. Rev. paul. pediatr., São Paulo , v. 34,n. 2,p. 148-153, June 2016. Available from
Lok W, Anteunis LJ, Meesters C, Chenault MN, Haggard MP. Risk factors for failing the hearing screen due to otitis media in Dutch infants.Eur Arch Otorhinolaryngol. 2012;269(12):2485-2496. doi:10.1007/s00405-011-1896-0
Samson D, Rupa V, Veeraraghavan B, et al. Follow up of a birth cohort to identify prevalence and risk factors for otitis media among Indian children in the eighth year of life. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology. 2020 Oct;137:110201. DOI: 10.1016/j.ijporl.2020.110201.
Van Ingen, G., le Clercq, C.M.P., Touw, C.E. et al. Environmental determinants associated with acute otitis media in children: a longitudinal study. Pediatr Res 87, 163–168 (2020). https://doi.org/10.1038/s41390-019-0540-3)
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Página(s): p.396
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA SOBRE A EVASÃO DE PROGRAMAS DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL NO BRASIL.
Lucena, M. H. M. de S. L. ;
Cavalcanti, H. G. ;
Objetivo: Delinear a caracterização da produção científica brasileira sobre a evasão de programas de triagem auditiva neonatal, de modo a contribuir para criação de um panorama sobre esta temática. Metodologia: Foi realizada um processo de pesquisa do tipo exploratória com análise bibliométrica. Para identificação dos estudos, a busca concentrou-se em periódicos brasileiros indexados e especializados em Fonoaudiologia. Os periódicos selecionados foram: ACR-Audiology Communication Research, CoDAS-Communication Disorders, Audiology and Swallowing), Revista CEFAC-Speech, Language, Hearing Sciences and Education Journal, acessados, na Scientific Electronic Library Online (Scielo) e DIC-Distúrbios da Comunicação, acessada no seu próprio sítio. Foi realizado o cruzamento dos descritores (DeCS): triagem neonatal, recém-nascido, audição e evasão do paciente, sendo incluídos todos as categorias de artigos encontrados que apresentassem quaisquer resultados sobre a evasão de programas de triagem auditiva neonatal. Como indicadores bibliométricos foram extraídos: o número de citações, o número de acessos e o índice H5 e M5 dos artigos. Resultados: Foram incluídos dois estudos do tipo artigo original, produzidos em instituições nas regiões sul e sudeste. Ambos, obtiveram 368 acessos, com 8 citações, o índice H5 foi de 17 e o M5 de 22. Conclusão: A análise dos dados permite confirmar a falta de estudos nacionais sobre a temática e evidencia-se a necessidade do desenvolvimento de pesquisas nesse sentido, uma vez que os resultados são essenciais para o desenvolvimento de estratégias e ações que minimizem a evasão dentro dos programas de triagem auditiva.
1. Brasil. Lei N°12.303, de 2 de agosto de 2010. Dispõe sobre a obrigatoriedade de realização do exame denominado Emissões Otoacústicas Evocadas. 2010; 2010.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal. 2012; 32.
3. Children C for DC and PD and SAHL in. Dados e estatísticas sobre perda auditiva em crianças, https://www.cdc.gov/ncbddd/hearingloss/data.html (2017).
4. Committee TJ, Hearing I, All P, et al. Year 2007 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs Joint Committee on Infant Hearing. Pediatrics 2007; 120: 898–921.
5. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. J Early Hear Detect Interv 2019; 4(2): 1-44.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.368
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DA EXPOSIÇÃO À FUMAÇA AMBIENTAL DO TABACO EM ESCOLARES
Marques, I.T.P. ;
Lima, C.A.D. ;
Durante, A.S. ;
Introdução: A Organização Mundial da Saúde considera o tabagismo a maior causa de morte evitável do mundo. No Brasil, em 2019, os dados da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE apontam o percentual total de adultos fumantes em 12,6 %, revelando uma tendência de queda de 46% no período. No entanto, ao longo da pandemia da Covid-19, estudos apontam que os hábitos de vida da população mundial se modificaram, com interferência de níveis aumentados de estresse, ansiedade, depressão, assim como o aumento do consumo de tabaco. Por definição, temos que o tabagista passivo é o indivíduo não fumante que inala a fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados de um indivíduo fumante. A exposição à fumaça ambiental do tabaco (EFAT) tem sido associado a consequências adversas à saúde. O fumante passivo recebe cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas, três vezes mais nicotina e três vezes mais monóxido de carbono do que o fumante ativo, que teve a fumaça filtrada pelo filtro do cigarro. Crianças passivas ao tabagismo além dos efeitos causados pela poluição ambiental, como irritação nos olhos, tosse e maior risco de doenças respiratórias, podem ter maior ocorrência de resfriados e infecções de ouvido médio. Objetivo: Caracterizar o perfil da EFAT em escolares de uma escola pública em São Paulo por meio de questionário durante a pandemia da Covid-19. Método: Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da instituição (2.540.495). Participaram do estudo os responsáveis por estudantes de uma escola estadual de ensino fundamental localizada na região central de São Paulo. Por conta da dificuldade de comunicação com os pais durante a quarentena, enviou-se por meio da escola, cartas de apresentação do projeto contendo ao final uma autorização de participação do filho. Além disso, com a ajuda dos professores, o questionário on-line foi enviado por WhatsApp nos grupos de pais, visando caracterizar os hábitos de EFAT, desde a gestação da criança até o momento atual, destacando o ambiente domiciliar antes e durante a pandemia. Resultados: Foram enviados um total de 540 questionários on-line, no entanto houve apenas 33 respostas de responsáveis pelos escolares de 6 a 12 anos. Ficou evidenciada a EFAT em 48,5% da amostra estudada. Assim, dezesseis escolares foram classificados como grupo estudo com EFAT (GE), e dezessete escolares como grupo controle sem EFAT (GC). No GE, 21,21% (7) das mães e 24,24% (8) dos pais relataram terem fumado durante o período gestacional. Seis (18,2%) responsáveis relataram fumar de 2 a 5 cigarros/dia; 9,09% (3) dos responsáveis 10 cigarros/dia; e 3,03% (1) dos responsáveis 20 cigarros/dia. Cinco (15,15%) responsáveis relataram terem sentido mais vontade de fumar durante a pandemia. Conclusão: Embora a amostra do estudo seja pequena a porcentagem de crianças com EFAT foi expressiva. É um alerta de que o aumento no hábito de fumar revelado pelas pesquisas nesta fase de pandemia parece também estar em evidência nessa população, tendo como consequência o aumento de crianças com exposição passiva ao fumo no ambiente domiciliar.
Pesquisa nacional de saúde: 2019: informações sobre domicílios, acesso e utilização dos serviços de saúde: Brasil, grandes regiões e unidades da federação / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. - Rio de Janeiro: IBGE, 2020. 85p.
Elbeltagy R, Galhom D, El-Hafeez M. Children exposed to second hand-smoke and sensorineural hearing loss. J Otolaryngol ENT Res. 2019; 11:5-9.
Instituto Nacional de Câncer (INCA). Tabagismo passivo: 2018. [online]. Brasília: INCA; 2018. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tabagismo/tabagismo-passivo (12 Junho 2021).
Malta DC, Silva AG, Machado IE, Sá AC, Santos FM, Prates EJ, et al. Trends in smoking prevalence in all Brazilian capitals between 2006 and 2017. J Bras Pneumol. 2019; 45(5):e20180384.
Malta DC, Szwarcwald CL, Barros MBA, Gomes CS, Machado IE, Júnior PR et al. A pandemia da COVID-19 e as mudanças no estilo de vida dos brasileiros adultos: um estudo transversal, 2020. Epidemiol. Serv. Saude. 2020; 29(4):e2020407.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.325
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DA SIMETRIA DO REFLEXO VESTÍBULO-OCULAR COM O ENVELHECIMENTO POR MEIO DO V-HIT
Ribeiro, M. B. N. ;
Mancini, P. C. ;
Bicalho, M. A. C. ;
Introdução: Na literatura existem estudos que encontraram a redução do ganho dos canais semicirculares com o envelhecimento do sistema vestibular. Porém, não foram encontrados na literatura pesquisada estudos que avaliassem a variável simetria com o aumento da idade da amostra. Objetivo: verificar se a simetria do reflexo vestíbulo-ocular (RVO) avaliado pelo Video Head Impulse Test (v-HIT) pode ser afetado pelo envelhecimento em indivíduos hígidos. Metodologia: estudo transversal, observacional e analítico, aprovado pelo Comitê de Ética sob o número 56877316.1.0000.5149. A casuística foi composta de 112 indivíduos hígidos com idade entre 18 e 83 anos, de ambos os sexos, que não possuíam queixas vestibulares e que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Todos os participantes foram submetidos ao exame v-HIT. Resultados: os valores de simetria dos canais não apresentaram diferença com o aumento da idade na população estudada. Conclusão: neste presente estudo não encontrou-se diferença da simetria com o envelhecimento de indivíduos hígidos.
1. Ribeiro MBN, Morganti LOG, Mancini PC. Evaluation of the influence of aging on vestibular function by the video Head Impulse Test (v-HIT). Audiol Commun Res. 2019;24:e2209.
2. Hansson A, Salzer J. Normative video head impulse test data in subjects with and without vascular risk factors. European Archives of Oto-Rhino-Laryngology. 2020.
3. Tae Hwan K, Min‐BeomHwa K. Effect of aging and direction of impulse in video head impulse test. Laryngoscope. 2018;128:228-33.
4. Allum JHJ, Cleworth T, Honegger F. Recovery of vestibulo-ocular reflex symmetry after an acute unilateral peripheral vestibular deficit. Otology & Neurotology, 2016;37(6), 772–780.
5. Pogson JM, Taylor RL, Bradshaw AP, McGarvie L, D’Souza M, Halmagyi GM, Welgampola MS. The human vestibulo-ocular reflex and saccades: normal subjects and the effect of age. J Neurophysiol. 2019;122 (1): 336-349.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.199
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DA VOZ DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR BILATERAL
Poffo, C. ;
Comerlatto, M.P.S. ;
Teles, L.C.S. ;
Introdução: O implante coclear (IC) é uma ferramenta promissora para o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem falada de crianças com deficiência auditiva. Considerando que o IC bilateral é uma perspectiva atual, torna-se importante conhecer as características vocais dos seus usuários, a fim de proporcionar informações aos envolvidos no processo de habilitação auditiva. Objetivo: Analisar a voz de crianças usuárias de IC bilateral. Material e métodos: Participaram 17 crianças de 4 a 10 anos de idade, usuárias de IC bilateral, mediante aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa nº 2.095.168. Foi realizada a avaliação acústica da
frequência fundamental (F0) pelo programa PRAAT das amostras: vogal /a/, contagem e conversa espontânea, expressas em Hertz (Hz). A avaliação perceptivo-auditiva foi realizada por um avaliador experiente em voz, pela da escala visual analógica (EVA). Foram avaliados os parâmetros grau geral, rugosidade, soprosidade, tensão, pitch, loudness e instabilidade, incluindo-se o parâmetro agradabilidade. O parâmetro agradabilidade da voz foi analisado ainda pelos pais dos participantes, em relação a voz de seu filho, também por meio da EVA. Na análise da EVA utilizou-se o padrão para a variabilidade normal de zero a 35,50mm. Os dados foram correlacionados entre si e com dados de prontuário, por meio de análise da variância de medidas repetidas pelo teste Tukey para as medidas que apresentaram distribuição normal e para aquelas que não apresentaram utilizou-se o teste de Friedman. A análise de correlação foi realizada por meio do teste de correlação de Pearson para as medidas que apresentaram distribuição normal e o teste de Spearman para as aquelas que não apresentaram distribuição normal. Resultados: Média da F0 de 263Hz DP=39,05 Hz, na Escala Visual Analógica o Grau geral da qualidade vocal 37,88mm, rugosidade 6,53mm, soprosidade13,35mm, tensão 10,59mm e a desagradabilidade 28,47mm, a desagradabilidade na percepção dos pais foi de 7,24mm. Conclusão: a maioria das crianças usuárias de IC bilateral possuem F0 da voz próximas as de crianças ouvintes e usuárias de IC unilateral e grau geral da qualidade vocal com alteração de leve a moderada. Os pais percebem maior agradabilidade na voz de seus filhos à medida que a F0 reduz. Crianças com maior tempo de uso do primeiro IC e menor diferencial de tempo entre um implante e outro possuem menor rugosidade na voz e crianças com maior tempo de uso do segundo IC reduziram a loudness.
Palavras-chave: Implante Coclear. Voz. Perda auditiva. Criança.
Coelho AC, Brasolotto AG, Bevilacqua MC. An initial study of voice characteristics of children using two different sound coding strategies in comparison to normal hearing children. Int J Audiol. 2015, 54: 417–423.
Coelho AC, Brasolotto AG, Bevilacqua MC, Moret ALM, Bahmad Junior F. Hearing performance and voice acoustics of cochlear implanted children. Braz J Otorhinolaryngol. 2016; 82:70-5. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-86942016000100070
Knight K et al. The effect of age of cochlear implantation on vocal characteristics in children. S Afr J Commun Disorder. 2016, 63 (1): a142. Disponível em: http://www.scielo.org.za/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2225-47652016000100006.
Lopez HAG, Mondain M, Breteque BA de la, Serrafero P, Trottier C, Barkat-Defradas M. Acoustic, Aerodynamic, and Perceptual Analyses of the Voice of Cochlear-Implanted Children. J Voice. 2013, 27 (4): 523.e1-17.
Souza LB de, Bevilacqua MC, Brasolotto AG, Coelho AC. Cochlear implanted children present vocal parameters within normal standards. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2012, 76 (8): 1180-3.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.329
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS PRODUTO DE DISTORÇÃO PÓS EXPOSIÇÃO A TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO
Guibu, L.M.T. ;
Carvalho, M. ;
Cortina,K. ;
Durante, A.S. ;
Introdução: De acordo com o Instituto Nacional do Câncer a estimativa de diagnósticos de câncer em adultos no Brasil é de 625 mil novos casos (com exceção do melanoma) para os anos de 2020 a 2022. O uso de agentes quimioterápicos comumente implica frequentemente na utilização de fármacos ototóxicos, que são considerados agentes nocivos à audição, mais especificamente às células ciliadas externas e em especial na base da cóclea, região tonotópica das altas frequências.
Objetivo: Analisar as Emissões Otoacústicas Produto de Distorção (EOAPD) em indivíduos diagnosticados com neoplasias malignas após tratamento quimioterápico.
Método: Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da instituição (4.510.244). A amostra foi composta por dois indivíduos, na faixa etária de 25 a 45 anos, após a finalização do tratamento quimioterápico no setor de Oncologia de um serviço referência na cidade de São Paulo. Os critérios de inclusão foram adultos portadores de neoplasias malignas de cabeça e pescoço submetidos a tratamento quimioterápico com cisplatina, concomitante a radioterapia, sem realização de procedimento cirúrgico para a remoção do tumor. Após o consentimento de participação na pesquisa, por meio da assinatura do Termo de consentimento livre e esclarecido, foram realizados os procedimentos de meatoscopia, timpanometria, reflexos acústicos e audiometria. Logo após, foi aplicado um questionário contemplando informações sobre histórico pregresso de saúde, pregresso de outra(s) neoplasia(s) ou recidiva e tratamento da mesma, uso de outros medicamentos, outras comorbidades e a frequência atual do tratamento quimioterápico. Para a mensuração das EOAPD, foi utilizado o equipamento ILO, da Otodynamics. As EOAPD 2f1-f2 foram coletadas por meio de sonda acoplada em uma oliva que foi inserida no meato acústico externo, foram avaliadas as frequências de 1 a 8 kHz com intensidade dos estímulos f1 e f2 de 65 e 55 dB NPS e razão entre os estímulos f1 e f2 de 1,22.
Resultados : O Caso 1, masculino, 45 anos, diagnóstico de câncer na cavidade nasal, 35 sessões de radioterapia e 7 de quimioterapia com cisplatina. Apresentou perda auditivasensorioneural adquirida de grau moderado, com configuração descendente bilateral e EOAPD ausentes. O caso 2, feminino, 28 anos, diagnóstico de câncer na nasofaringe, realizou 10 sessões de quimioterapia e 35 sessões de radioterapia. Apresentou limiares audiométricos dentro do padrão de normalidade, porém os resultados das EOAPD apresentaram-se parcialmente presentes apenas nas frequências de 1 a 4k Hz, indicando prejuízo na fisiologia da região basal da cóclea.
Conclusão: Embora a amostra do estudo seja reduzida, os resultados parciais salientam o impacto da quimioterapia por cisplatina na fisiologia coclear. Demonstrando assim, importância da detecção e monitoramento auditivo em pacientes submetidos a tratamento quimioterápico.
Instituto Nacional do Câncer. Estimativa 2020, Incidência de Câncer no Brasil. Disponível em:https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf
Biro K, Noszek L, Prekopp P, Nagyiványi K, Géczi L, Gaudi I, Bodrogi I: Characteristics and Risk Factors of Cisplatin-Induced Ototoxicity in Testicular Cancer Patients Detected by Distortion Product Otoacoustic Emission. Oncology, 2006;70:177-184.
Reavis KM, McMillan G, Austin D, et al. Distortion-product otoacoustic emission test performance for ototoxicity monitoring. Ear Hear. 2011;32(1):61-74.
Ress BD, Sridhar KS, Balkany TJ, Waxman GM, Stanger BB e Lonsbury-Martin BL. Effects of cis-platinum chemotherapy on otoacoustic emissions: The development of an objective screening protocol. Otolaryngol Head Neck Surg, 1999;121(6), 693-701.
Shetty S, Bhandary SK, Bhat V, Aroor1, Shetty J, T. Dattatreya. Role of Otoacoustic Emission in Early Detection of Cisplatin Induced Ototoxicity. Indian J Otolaryngol Head Neck Surg. 2020; 1-6.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.383
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/383
ANÁLISE DAS OCORRÊNCIAS DE “FALHAS” NA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: O QUE TEMOS OBSERVADO?
Chiriboga, L.F. ;
Sideri, K.P. ;
Introdução: Segundo as Diretrizes da Triagem Auditiva do Ministério da Saúde, a TAN deve ser realizada, preferencialmente, nos primeiros dias de vida (24h a 48h), e, no máximo, durante o primeiro mês de vida. A presença de indicadores de risco para perda auditiva (IRPA) deve orientar o protocolo de exames a ser seguido, sendo que para recém-nascidos (RN) sem indicador de risco, utiliza-se o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE) e para RN com risco, utiliza-se o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE- Automático). Dentro da dinâmica do serviço de TAN, sabe-se que o exame de EOAE é mais simples de ser executado e apresenta uma boa especificidade e sensibilidade para a identificação de possíveis alterações auditivas. No entanto, alguns RN (principalmente aqueles que realizam o exame durante a internação hospitalar) apresentam falhas, que podem ser caracterizadas como um falso- positivo, ou seja, não se tratar de uma real alteração. A etapa de reteste é extremamente importante para a reavaliação dos casos de falha, com intuito de refutar ou confirmar uma possível alteração auditiva. Objetivo: Descrever os índices de falha nas etapas de teste e reteste da TAN para os RN sem risco Método: Este estudo é uma análise documental de julho a dezembro 2020 de um hospital que possui serviço de TAN. Foram selecionados para a análise os RN que não apresentaram IRPA e falharam na triagem auditiva por EOA. Destes RN, foi verificado em qual(is) orelha(s) ocorreu a falha e também a posterior conduta. Resultados: Dos 4167 prontuários analisados, verificou-se que 64 RN sem IRPA falharam bilateralmente na triagem com EOAE (1,54% do total analisado). Além destes, 21 RN falharam apenas na orelha direita (0,5)% e 48 RN apenas na orelha esquerda (1,15%). Como já reportado em literatura, observou-se um maior índice de falhas na orelha esquerda. Dos RN que falharam, foram confirmados 3 casos de perdas auditivas, 1 caso de evasão e os demais obtiveram resposta satisfatória no reteste. Conclusão: Por meio desse levantamento, é possível analisar que a orelha esquerda apresenta um maior índice de falha no teste EOAE em RN sem IRPA em relação a orelha direita. Além disso, a maioria dos casos de falha eram resultados “falso-positivo”.
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas e Departamento de Atenção Especializada. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012;
2. JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING (US JCIH). Year 2019 position statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention 2019; 4 (2)
3. Y S Sininger, B Cone-Wesson. Asymmetric cochlear processing mimics hemispheric specialization. Science. 2004 Sep 10;305(5690):1581
4. Simonek, MCS; Azevedo, MF. Respostas falso-positivas na triagem auditiva neonatal universal: possíveis causas. Rev. CEFAC 13 (2) • Abr 2011
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.206
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DAS QUEIXAS AUDITIVAS E VESTIBULARES EM MÚSICOS DE ORQUESTRA E BANDA SINFÔNICA
Nascimento, M. C. ;
Godoy, F. C. ;
Pereira, G. F. ;
Santos, N. P. ;
Conceição, W. N. B. G. ;
Silva, A. M. ;
Título: Análise das queixas auditivas e vestibulares em músicos de orquestra e banda sinfônica. Introdução: Os músicos são profissionais que ficam expostos a altos níveis de intensidade sonora em seu dia a dia e podem ser considerados como trabalhadores de risco para perda auditiva. Objetivo: Verificar a ocorrência de queixas auditivas e vestibulares em músicos de orquestras e bandas sinfônicas. Método: Análise do padrão de resposta de músicos quando indagados sobre as queixas auditivas, por meio de um questionário elaborado pelos pesquisadores. O trabalho foi submetido ao comitê de ética sob aprovação do número 43558721.8.0000.5493. Após este processo, foi disponibilizado um link aos voluntários da pesquisa através de uma carta-convite divulgada nas redes sociais (Instagram e WhatsApp). O público-alvo do estudo foi de músicos, maiores de 18 anos, que participam de bandas e orquestras sinfônicas por um período de, no mínimo, dois anos. Após o questionário ser respondido, os participantes receberam por e-mail um folder explicativo sobre o tema abordado na pesquisa e a cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Todos os dados foram submetidos à análise estatística para caracterização da amostra; os dados obtidos na pesquisa foram utilizados exclusivamente com finalidades de conhecimentos acadêmicos. Resultados: Participaram da pesquisa 80 músicos, destes 28,8% possuem intolerância a sons, 13,8% relataram zumbido, 13,8% têm plenitude auricular e 5% têm tontura após as apresentações. Sobre o uso de protetor auditivo, 90% responderam que não utilizam, 8,8% utilizam às vezes e 1,2% utilizam. Conclusão: As queixas auditivas e vestibulares citadas pelos participantes da pesquisa podem ocorrer devido às altas intensidades sonoras a que estão expostos. É dever do fonoaudiólogo levar informações sobre a saúde auditiva e prevenção de perda auditiva aos músicos.
BURAI, András. A acuidade auditiva dos violinistas da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. 2016. Tese de Doutorado.
FRANCO, Sara Sofia Cardoso. Prevenção da perda auditiva nos músicos e sintomas associados. 2017. Tese de Doutorado.
MUNHOZ, Graziella Simeão. Proposta de programa de prevenção de perdas auditivas para músicos. 2016. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
PINHEIRO, Luísa Adriana Rodrigues. Exposição à música nas orquestras: consequências na audição e prevenção. 2018. Tese de Doutorado.
SANCHES, Marta Silva Lopes Seguro. Surdez induzida por exposição sonora. 2019. Tese de Doutorado.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.321
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DO COMPORTAMENTO AUDITIVO: AUTORRELATO DE UNIVERSITÁRIOS
SILVA, Y. M. ;
ALMEIDA, A. S. ;
FERNANDES, L. M. ;
SOUSA, A. M ;
SILVA, I. M. C. ;
INTRODUÇÃO: O Processamento Auditivo (PA) é importante para o desenvolvimento da aprendizagem do discente desde os anos iniciais escolares. O PA é responsável por receber, detectar, atender, reconhecer, associar e integrar os estímulos sonoros, desenvolvendo dessa forma um conjunto de habilidades auditivas para analisar e interpretar os padrões sonoros. Os discentes com Transtorno do Processamento Auditivo (TPA), crianças ou adultos, apresentam memória auditiva curta e dificuldades para conseguir interpretar a mensagem sonora em ambientes ruidosos. Deve-se salientar que o TPA pode ocorrer em crianças e adultos com audição dentro do padrão de normalidade no exame de audiometria.OBJETIVOS:Identificar o comportamento auditivo em universitários com queixas de aprendizagem e do desempenho acadêmico. METODOLOGIA: Foi aplicado o questionário SAB (Scale Of Auditory Behaviors), adaptado para um formulário on-line e divulgado nas redes sociais dos universitários. Analisou-se os escores de 1 a 5, a partir das respostas às 12 perguntas referentes a comportamentos auditivos do dia a dia categorizados respectivamente como frequente, quase sempre, algumas vezes, esporádico e nunca. Calculou-se o total de pontos de cada respondente verificando se o resultado como sem risco para alterações de processamento auditivo (acima de 46 pontos), risco de TPA (entre 46 e 35 pontos) e risco elevado de TPA para os valores abaixo de 35 pontos, seguindo os pontos de corte preconizados na literatura. RESULTADOS: Dos 77 participantes com queixas de aprendizagem que responderam à escala, 16 obtiveram pontuação acima de 46, indicando que não há risco de alterações no Processamento Auditivo. Outros 37 participantes obtiveram pontuação entre 46 e 35 pontos, indicando que os universitários apresentam risco de Transtorno do Processamento Auditivo. Outros 24 discentes obtiveram pontuação inferior a 35 pontos, sinalizando que há risco elevado de TPA, sendo necessário treinamento das habilidades auditivas alteradas. CONCLUSÕES: O questionário SAB mostrou-se como uma ferramenta interessante para identificar universitários com risco elevado de Transtorno do Processamento Auditivo, assim como universitários que apresentavam risco, de forma condizente com suas queixas de aprendizagem e desempenho acadêmico.
ENGELMANN, Lucillene; FERREIRA,Maria Inês Dorneles da Costa. Avaliação do Processamento Auditivo em Crianças com Dificuldades de Aprendizagem. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Porto Alegre, RS, v.14,n.1, p.69-74, abr, 2009. Disponível em:https://www.scielo.br/j/rsbf/a/H6bYJYd3m56Jp8qB6sGcWNM/?lang=pt Acesso em 10 jun.2020.
NEVES, Ivone Ferreira; Schochat, Eliane. Maturação do processamento auditivo em crianças com e sem dificuldades escolares. Pró Fon Rev. de Atual. Científica, v.17, n.3, p.311-18, dez, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pfono/a/GLqhqNpPM6pVfSr9wcBwqGJ/?lang=pt Acesso em: 10 jun.2009
NUNES, Cristiane Lima; PEREIRA, Liliane Desgualdo; CARVALHO, Graça Simões de. Scale of Auditory Behaviors e testes auditivos comportamentais para avaliação do processamento auditivo em crianças falantes do português europeu. Codas, [S.L.], v. 25, n. 3, p. 209-215, 2013
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.389
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DOS BENEFÍCIOS DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL COM O SISTEMA BICROS EM INDIVÍDUOS COM PERDA AUDITIVA ASSIMÉTRICA – ESTUDO DE CASO
TOMIASI, A.A ;
MACHADO, FRANCCESCO ;
TOPANOTTI, J. ;
PAULA, G. R. ;
FRANÇA, L.G. ;
Introdução: Um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento psicossocial e para uma boa relação social é a audição, pois é através dela que aprendemos a falar, a conversar e a desenvolver outras habilidades importantes. A perda auditiva acarreta diversas consequências negativas para a vida de um indivíduo e os efeitos resultantes da perda da audição podem ser minimizados com o uso de aparelho de amplificação sonora individual (AASI), porém o processo de adaptação nas perdas auditivas assimétricas é desafiador, sendo necessários novos recursos auditivos que favoreçam esta população. Objetivo: Investigar os benefícios dos aparelhos auditivos com o sistema BICROS em indivíduos com perda auditiva assimétrica. Metodologia: Tratou-se como estudo de caso, transversal, com abordagem quantitativa e descritiva. Participaram 3 indivíduos, de ambos os gêneros, com idades entre 69 a 72 anos, possuindo perda auditiva sensório-neural e assimétrica, e usuários de AASI com sistema BICROS. Todos foram submetidos à aplicação do questionário APHAB na condição “sem o AASI” e “com o AASI”. Resultados: Observou-se benefício em todas as subescalas que envolvem a comunicação em diversas situações. Na subescala “Facilidade de Comunicação”, notou-se um benefício de 32%, na subescala de “Reverberação” houve benefício de 38% e na subescala “Ruído Ambiental” ocorreu melhora no desempenho em 41%. Conclusão: Por meio dos achados foi possível concluir que o AASI com o sistema BICROS trouxe benefícios ao usuário com perda auditiva assimétrica, diminuindo as dificuldades comunicativas em diversas situações, seja em condições facilitadoras, de reverberação e com ruído ambiental.
Almeida K. Avaliação objetiva e subjetiva do benefício de próteses auditivas em adultos [tese] São Paulo (SP): UNIFESP;1997.
Costa LD, Santos SN, Costa MJ. Perda auditiva unilateral e o uso de prótese auditiva: reconhecimento de fala, benefício auto percepção do desempenho funcional e satisfação. CEFAC, 2019. Disponível em:
Costa MHP, Sampaio ALL, Oliveira CACP. Avaliação do Benefício da Prótese Auditiva Digital e da Percepção da Desvantagem Auditiva ou “Handicap” em Idosos não Institucionalizados. Arq. Int. Otorrinolaringol. 2007;11(2):159-68.
Cox RM. Administration and application of the APHAB. Phonak Focus.1996; 21:1-12.
Flores NG, Iório MC. Limitação de atividades em idosos: estudo em novos usuários de próteses auditivas por meio do questionário APHAB. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, São Paulo, v. 17, n. 1, jan.- mar. 2012.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.247
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DOS LIMIARES AUDITIVOS OBTIDOS POR POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE ESTADO ESTÁVEL E AUDIOMETRIA TONAL LIMIAR EM INDIVÍDUOS COM AUDIÇÃO NORMAL
Duarte, J. L. ;
Garcia, T. M. ;
Araújo, E. S. ;
Costa, O.A ;
Alvarenga, K. F. ;
Introdução: O Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável (PEAEE) é um procedimento eletrofisiológico que vem sendo cada vez mais utilizado no diagnóstico audiológico infantil. Entretanto, existe a necessidade de estudos que demonstrem a relação dos limiares nos diferentes níveis de audição. Objetivo: verificar a correlação entre os limiares obtidos por Audiometria Tonal Limiar (ATL) e PEAEE em indivíduos com audição normal. Material e Métodos: Estudo transversal, observacional e analítico, realizado pelo departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (CEP FOB-USP protocolo n° 100/2005). A casuística foi composta por 24 indivíduos de ambos os gêneros, com idades entre 7 e 30 anos, sem queixas auditivas e neurológicas. Realizaram avaliação otorrinolaringologica e audiológica completa. A ATL foi realizada em cabina acústica com fones R-80 (ANSI-69). O PEAEE foi realizado com estimulação dicótica múltipla, fones de inserção 3A, eletrodos posicionados em Fz, Oz e Fpz. Foram pesquisados os limiares nas frequências de 0,5; 1; 2 e 4 kHz, com modulação de amplitude (100%) e frequência (20%) a uma taxa de 69-110 Hz para o PEAEE. A análise da resposta foi baseada nas recomendações do fabricante (Bio-logic Systems Corp., 2004) e literatura (John et al., 2004). Para a comparação entre os dois métodos foram utilizados inicialmente os limiares brutos do PEAEE e posteriormente aplicada a correção de -10 dB sugerida pelo equipamento MASTER. Foram utilizados os testes T Student pareado para comparação entre as orelhas e a diferença média dos limiares por frequência na ATL e PEAEE e Correlação Linear de Pearson para verificar correlação entre limiares para ATL e PEAEE. Resultados: Não houve diferença significativa entre as orelhas para todas as variáveis (p>0,05). Todas as demais análises foram realizadas considerando 48 orelhas. Para os limiares brutos, considerando as frequências de 0,5; 1; 2 e 4 kHz, respectivamente, a média (±DP) foi 4.27 (±4.12), 2.81 (±3.71), 1.88 (±3.52) e 3.23 (±4.55) para ATL e 30.5 (±11.4), 21.9 (±10.3), 17.0 (±7.05) e 21.6 (±9.74) para PEAEE; a diferença média entre os dois procedimentos foi de 26.3 (±1.59), 19.1 (±1.39), 15.1 (±1.00) e 18.3 (±1.37), com significância para todas as frequências (p<0,01); e, o valor de r e p para a correlação entre ATL e PEAEE foi 0,26 e 0,08; 0,36 e 0,01; 0,28 e 0,06; e, 0,29 e 0,04, demostrando significância para 1 e 4 kHz, porém com fraca correlação. Para os limiares corrigidos a média (±DP) dos limiares do PEAEE foi 22.8 (±11.2), 14.0 (±10.9), 9.06 (±7.63) e 13.6 (±9.83); a diferença média entre os dois procedimentos foi de 18.54 (±1.70), 11.15 (±1.56), 7.19 (±1.16) e 10.42 (±1.46), com significância para todas as frequências (p<0,01); e, o valor de r e p para a correlação entre ATL e PEAEE foi de 0,04 e 0,76; 0,19 e 0,19; 0,11 e 0,47; e, 0,16 e 0,28, não demostrando correlação entre os limiares nos dois procedimentos. Conclusão: Conclui-se que em indivíduos com audição normal os limiares obtidos por PEAEE não é capaz de predizer os limiares psicoacústicos.
1. Attias J, Buller N, Rubel Y, Raveh E. Multiple auditory steady-state responses in children and adults with normal hearing, sensorineural hearing loss, or auditory neuropathy. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2006;115(4):268-76. http://dx.doi.org/10.1177/000348940611500404. PMid:16676823.
2. Ozdek A, Karacay M, Saylam G, Tatar E, Aygener N, Korkmaz MH. Comparision of pure tone audiometry and auditory steady: state responses in subjects with normal hearing and haring loss. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2010;267(1):43-9. http://dx.doi.org/10.1007/s00405-009-1014-8. PMid:19536554.
3. Beck RMO, Ramos BF, Grasel SS, Ramos HF, Moraes MFBB, Almeida ER, et al. Estudo comparativo entre audiometria tonal limiar e resposta auditiva de estado estável em normouvintes. Braz J Otorhinolaryngol. 2014; 80(1): 35-40. ISSN 1808-8694. http://dx.doi.org/10.5935/1808-8694.20140009.
4. Ramos HF, Grasel SS, Beck R, Ramos M, Ramos B, Almeida R, et al. Evaluation of residual hearing in cochlear implants candidates using auditory steady-state response. Int J Audiol. 2015; 135(3), 246-53.
5. Tlumak AI, Rubinstein E, Durrant JD. Meta-analysis of variables that affect accuracy of threshold estimation via measurement of the auditory steady-state response (ASSR). Int J Audiol. 2007; 46(11):692-710.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.300
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DOS PARÂMETROS UTILIZADOS NOS PROTOCOLOS DO EXAME POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO ELICIADO POR ESTÍMULO DE FALA EM USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR
Venâncio, L. G. A ;
Leal, M.C ;
Hora, L.C.D ;
Griz, S. M. S ;
Muniz, L.F ;
O potencial evocado auditivo de tronco encefálico eliciado por estímulo de fala (PEATEF) é um exame que avalia os mecanismos fisiológicos e as estruturas do tronco encefálico envolvidas no processamento verbal que são importantes para a percepção de fala, comunicação e desenvolvimento linguístico. O ideal seria que houvesse consenso quanto a um determinado protocolo clínico padronizado que estabelecesse quais as melhores configurações para aquisição e análise em indivíduos com o implante coclear (IC). O objetivo deste estudo foi analisar os parâmetros de aquisição e análise do PEATEf em usuários de IC, de ambos os sexos e independentemente da idade. Foi realizada uma revisão sistemática de literatura de estudos observacionais, em sete bases de dados eletrônicas (MEDLINE via PubMed, LILACS via BIREME, Scopus, Web of Science, ScienceDirect, SciELO e Cochrane Library) e na literatura cinzenta: OAIster, openDOAR, OpenGrey, DissOnline.de, New York Academy of Medicine e The British Library). A estratégia de busca incluiu descritores e palavras chaves sobre o PEATEF e IC, sendo adaptada à cada base de dados. Os critérios de inclusão foram serem artigos que constituírem-se como estudo original, sem restrição de delineamento, que descrevessem no mínimo um dos parâmetros de aquisição do exame em usuários de IC. Foram excluídos estudos com animais, editoriais, revisões e revisões sistemáticas. Não houve restrições quanto ao ano e idioma de publicação. Os dados foram analisados seguindo etapas de identificação, triagem, triagem, elegibilidade e inclusão. Como resultado, foram identificados 6.639 artigos (2,39%, N=159 oriundos da literatura cinzenta). Após remoção das duplicadas, foram triados pelo título e resumo 5238 artigos, cujo sete permaneceram para leitura do texto na íntegra. Na etapa de elegibilidade, excluiu-se um estudo por falta de avaliação e resultados para a orelha implantada, totalizando seis estudos inclusos, dos quais nenhum foi oriundo da literatura cinzenta. A análise dos protocolos dos seis estudos mostrou que não há consenso sobre um protocolo de aquisição do PEATEF em usuários de IC. Os parâmetros foram variáveis, exceto para o transdutor, tipo de estímulo, modo de estimulação e polaridade do estímulo (alto-falantes, estímulo sintético /da/, monoaural e polaridade alternada, respetivamente). Os parâmetros de análises foram se concentraram predominantemente na análise das medidas do domínio do tempo, representados pelo uso de medidas de latências e amplitude dos picos das ondas V, A, C, D, E, F e O. Conclui-se que não foram encontradas concordância entre os estudos, o que dificulta a análise de sensibilidade dos dados e sua generalização e estrapolação para estudos e para a prática clínica.
Akhoun I, Moulin A, Jeanvoine A, Ménard M, Buret F, Vollaire C, et al. Speech auditory brainstem response (speech ABR) characteristics depending on recording conditions, and hearing status. J Neurosci Methods. 2008;175(2):196–205.
BinKhamis G, Perugia E, O’Driscoll M, Kluk K. Speech-ABRs in cochlear implant recipients: feasibility study. Int J Audiol. 2019;58(10):678–84.
Gabr TA, Serag SA. Speech auditory evoked potentials in cochlear implant recipients in relation to rehabilitation outcomes. Hear Balanc Commun. 2018;16(4):255–62.
Presacco A, Innes-Brown H, Goupell MJ, Anderson S. Effects of Stimulus Duration on Event-Related Potentials Recorded From Cochlear-Implant Users. Ear Hear. 2017;38(6):e389–93.
Rocha-Muniz CN, Filippini R, Neves-Lobo IF, Rabelo CM, Morais AA, Murphy CFB, et al. O Potencial Evocado Auditivo com estímulo de fala pode ser uma ferramenta útil na prática clínica? CoDAS. 2016;28(1):77–80.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.270
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE TEMPORAL DA NOTIFICAÇÃO DE PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO ENTRE 2013 E 2018
Fernandes, L. J. S. ;
Batista, M. C. N. ;
Brito, M. E. F ;
Melo, M. R. S. ;
Borja, A ;
Mise, Y. F ;
Introdução: A indústria é o setor que mais cria riquezas para o Brasil. A cada R$ 1 produzido pelo setor geram R$ 2,40 para a economia. Assim, o aumento da produção industrial estimula os demais setores da cadeia e, consequentemente, gera mais empregos. A Indústria de transformação abrange a maior parte das operações desenvolvidas no setor industrial, sendo o segmento com a maior proporção de notificação de perda auditiva induzida por ruído (PAIR). A notificação de agravos à saúde é uma importante ferramenta de controle epidemiológico para facilitar a formulação e avaliação das políticas e programas de saúde, sendo uma atribuição das três esferas do governo. A abrangência e a qualidade dos sistemas de informação administrados pelo Ministério da Saúde vêm aumentando progressivamente, permitindo estudos de extrema qualidade no âmbito acadêmico e de gestão. Objetivo: Estimar a prevalência da PAIR em trabalhadores da indústria de transformação entre os anos de 2013 e 2018 e a evolução das notificações de PAIR entre os trabalhadores gerais e da indústria de transformação. Metodologia: Estudo ecológico que utilizou como base o território nacional. Foram coletados dados agregados dos munícipios brasileiros, extraídos da plataforma CCVISAT (Centro Colaborador da Vigilância aos Agravos à Saúde do Trabalhador) para identificar o número total de notificações de PAIR no período do estudo. Através do SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação Automática) foram aplicados filtros da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) para identificar os trabalhadores da indústria de transformação. Por fim, os resultados foram filtrados por unidade da federação (UF) para estimar o percentual de notificação por UF. Resultados: No período estudado foram notificados 1695 casos de PAIR. Em 2013 a prevalência geral de PAIR no Brasil foi maior nos trabalhadores em geral (2,94/100 mil) do que a observada nos trabalhadores da indústria de transformação (2,57/100 mil). Todavia, nos anos amostrais consecutivos (2014 a 2016) a prevalência de PAIR entre os trabalhadores da indústria de transformação aumentou sucessivamente até atingir um pico em 2016, representando 65% de todas as ocorrências de PAIR na população geral de trabalhadores. As notificações de PAIR no ano de 2016 foram significativamente maiores que em todos os anos do período amostral (8,99/100 mil). O estado de Goiás (31,6%), Rio Grande do Sul (29,26%) e São Paulo (24,24%) contribuíram com os maiores percentuais de notificação, respectivamente. Conclusão: Acredita-se que o aumento crescente da notificação da PAIR até 2016 deveu-se às ações prévias do governo federal tais como publicação da resolução RDC N 51 de 29 de setembro de 2014, que dispõe sobre a Rede Sentinela para o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e posteriormente a publicação da PORTARIA No - 205, DE 17 de Fevereiro de 2016, que definiu a lista nacional de doenças e agravos que deveriam ser monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas, incluindo a PAIR. Provavelmente, essas ações incrementaram o investimento em capacitação da rede sentinela neste período e consequentemente aumentaram as notificações de agravos compulsórios, visto que diversos estudos verificaram uma correlação positiva entre essas variáveis.
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Perda auditiva induzida por ruído (Pair). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006. 40 p. (Saúde do Trabalhador: Protocolos de Complexidade Diferenciada, n. 5; Série A. Normas e Manuais Técnicos). ISBN 85-334-1144-8. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/protocolo-perda-auditiva-induzida-ruido-pair. Acesso em: 11 JUN. 2021.
2. Gusmão, Aline Cristina, Meira, Tatiane Costa e Ferrite, Silvia Fatores associados à notificação de perda auditiva induzida por ruído no Brasil, 2013-2015: estudo ecológico1 1 Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2021, v. 30, n. 2 [Acessado 14 Junho 2021] , e2020607. Disponível em:
3. CCVISAT – Centro Colaborador da Vigilância aos Agravos à Saúde do Trabalhador. Bases de dados do Sinan – Sistema Nacional de Agravos de Notificação. PAIR - Perda Auditiva Induzida por Ruído. Disponível em: http://www.ccvisat.ufba.br/sinan-2/ (Último acesso - 10 de abril de 2021);
4. Pedroso, Hugo Carlos e Gonçalves, Cláudia Giglio de Oliveira Percepção e conhecimento dos profissionais da saúde da atenção primária sobre notificação da perda auditiva induzida pelo ruído em Curitiba - Paraná. CoDAS [online]. 2016, v. 28, n. 05 [Acessado 14 Junho 2021] , pp. 575-582. Disponível em:
5. Cavalcante, Franciana, Ferrite, Silvia e Meira, Tatiane CostaExposição ao ruído na indústria de transformação no Brasil. Revista CEFAC [online]. 2013, v. 15, n. 5 [Acessado 14 Junho 2021] , pp. 1364-1370. Disponível em:
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Página(s): p.395
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APLICABILIDADE DA TELEAUDIOLOGIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
SANTOS, T.O.N. ;
SOUZA, I.C.M. ;
FERNANDES, S.F.S. ;
EVANGELISTA, E.K.B. ;
SILVA, A.N.S. ;
CABRAL, A.M.L. ;
LIMA, L.R.S. ;
LINS, I.P.S. ;
SILVA, J.Q. ;
BRITTO, D.B.L.A. ;
Introdução: A teleaudiologia faz uso de tecnologias de informação e comunicação para ofertar serviços audiológicos por videoconferências, o que deve garantir a mesma qualidade dos atendimentos realizados presencialmente. Essa ferramenta proporciona que as populações que residem em locais geograficamente isolados tenham acesso aos atendimentos especializados. A utilização dos recursos tecnológicos também é efetivo para ofertar assistência as famílias de crianças com deficiência auditiva que residam em áreas remotas e que não tem condições econômicas de se deslocar ao local de atendimento presencial. Objetivo: Descrever os principais achados sobre a aplicabilidade da teleaudiologia dentro da Fonoaudiologia. Métodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio
de 2021, norteada pela seguinte pergunta condutora: Quais os atendimentos mais comuns realizados pela teleaudiologia? Foram utilizadas as seguintes bases de dados como fonte de artigos: Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO, ScienceDirect e PubMed. Para a busca utilizamos uma única chave em todas as bases: “Telerehabilitation” OR “Remote Rehabilitation Virtual” AND “Audiology” OR “Hearing”. Foram incluídos estudos realizados com pacientes
de qualquer faixa etária com necessidade de atendimento audiológico pelo formato da teleaudiologia, sem restrição de ano e idioma. Foram excluídos estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e teses de doutorado. Resultados: Inicialmente foram encontradas 3.834 publicações. Após leitura de título e resumo, restaram 18 para serem lidos na íntegra. Após remoção de duplicatas e leitura na íntegra, apenas quatro estudos foram incluídos nesta revisão. Todos os estudos foram publicados entre os anos de 2012 e 2021. A idade mínima encontrada dos participantes foi de 2 anos e a máxima 88 anos de idade. Os estudos estão relacionados ao emprego da Teleaudiologia na programação e reabilitação de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) e de Implantes Cocleares (IC). Alguns estudos referem à dificuldade de alguns pacientes em fazer uso das tecnologias de informação e comunicação para os atendimentos virtuais por não saber usa-lás. Um dos artigos relata o fato da intercorrência relacionada à conexão da internet, transmissão do áudio ou do vídeo que podem interferir na sessão, mas que na maioria das vezes são resolvidos prontamente. Os resultados da pesquisa indicam que o uso da reabilitação auditiva remota é uma prática confiável na terapia fonoaudiológica por mais que a internet as vezes não contribua para a realização dos atendimentos. Conclusão: A teleaudiologia tem mostrado ser uma prática recente que trás benefícios para os usuários de AASI e IC, por possibilitar à realização da programação e verificação do aparelho a distância, além de, contribuir no desafio de vencer barreiras geográficas e na diminuição do tempo gasto no deslocamento e na realização dos atendimentos. Por ser uma prática recente, fica evidente, a necessidade de investir em estudos que explorem a efetividade desta ferramenta para a reabilitação auditiva. O uso da telerreabilitação auditiva futuramente pode ser uma alternativa para o enfrentamento de diversas situações econômicas e pandêmicas.
1. CAMPOS, Patrícia Danieli; FERRARI, Deborah Viviane. Telessaúde: avaliação da eficácia da teleconsulta na programação e adaptação de aparelho de amplificação sonora individual. Jornal da Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia, v. 24, n. 4, p. 301-308, 2012.
2. DE SOUSA MANIÇOBA, Rafael Douglas; BALEN, Sheila Andreoli; BRAZOROTTO, Joseli Soares. TELECONSULTORIA ASSÍNCRONA COM FONOAUDIÓLOGOS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: RELATO DE CASOS. Revista Brasileira De Inovação Tecnológica Em Saúde-ISSN: 2236-1103, p. 23-23, 2018.
3. PENTEADO, Silvio Pires et al. Remote hearing aid fitting: Tele-audiology in the context of Brazilian Public Policy. International archives of otorhinolaryngology, v. 16, n. 3, p. 371, 2012.
4.VÖLTER, Christiane et al. Tablet-Based Telerehabilitation Versus Conventional Face-to-Face Rehabilitation After Cochlear Implantation: Prospective Intervention Pilot Study. JMIR Rehabilitation and Assistive Technologies, v. 8, n. 1, p. e20405, 2021.
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Página(s): p.277
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APLICABILIDADE E RESPOSTAS DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO FREQUENCY FOLLOWING RESPONSE NA POPULAÇÃO INFANTIL: REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE
Bueno, C. D. ;
Ferreira, D. A. ;
Riesgo, R. S. ;
Sleifer, P. ;
Introdução: O Frequency Following Response (FFR) é um procedimento eletrofisiológico objetivo que avalia a decodificação de um estímulo complexo de fala no Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC). Este exame demonstra-se promissor para avaliação de crianças pequenas, uma vez que não exige a participação ativa do paciente, e é de suma importância o conhecimento de suas aplicabilidades e respostas para que seja incorporado na prática clínica. Objetivo: Verificar a aplicabilidade e respostas do FFR na população infantil. Metodologia: Conduziu-se uma busca utilizando os descritores Evoked potentials, auditory AND Speech AND Children, Electrophysiology AND Speech AND Children, Brain Stem AND Speech AND Children e Event-related Potential AND Speech AND Children nas bases de dados MEDLINE, IBECS, LILACS, SCIELO, Cochrane e literatura cinzenta (pesquisas realizadas no google acadêmico e nas referências bibliográficas dos estudos) no mês de julho de 2019. Foram incluídos artigos em português, inglês e espanhol sem limitação de data inicial. A qualidade metodológica dos artigos com relação à avaliação do risco de viés foi realizada pela escala Quality Assessment Tools e ferramenta da colaboração Cochrane para estudos transversais e ensaios clínicos randomizados, respectivamente. A recuperação de dados dos estudos incluídos foi conduzida por um revisor e conferida por um segundo revisor de forma independente. A análise qualitativa dos artigos selecionados considerou os seguintes aspectos: autor, ano e país de origem, objetivo do estudo, população, amostra, gênero e idade dos participantes e, por fim, os resultados gerais do FFR. Igualmente, foi averiguado a aplicabilidade do FFR em cada estudo incluído. Em relação à análise quantitativa foram extraídos o número de sujeitos em cada grupo e, quando disponíveis, média e desvio padrão para latências das ondas V, A, C, D, E, F e O. A metanálise dos componentes do FFR foi realizada usando o método de efeitos aleatórios, e os resultados dos efeitos combinados são a diferença média, com intervalo de confiança de 95%. Resultados: A estratégia de busca resultou na seleção final de 28 artigos, classificados como artigos originais. Os estudos evidenciaram uma ampla gama de aplicabilidades do FFR em crianças, incluindo Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), dificuldade de leitura, Síndrome de Rett, otite, desvio fonológico, epilepsia, dificuldade de aprendizagem, dificuldade de linguagem e treinamento auditivo. Na análise metanalítica foram identificadas diferenças significativas em relação aos valores de latências no grupos de crianças com otite (aumento latência ondas V, A, C, D, F e E), TPAC (aumento latência onda V, A e C) e dificuldades de aprendizagem e desvio fonológico (aumento latência da onda A) e TEA (aumento latência onda D), quando comparadas aos grupos controles. Conclusões: O estudo demonstrou a existência de diversas aplicabilidades do FFR em crianças, mostrando que este procedimento pode ser realizado em diferentes populações infantis com objetivo de averiguar o processamento auditivo dos sons de fala. Além disso, verificou-se o aumento das latências das ondas do FFR principalmente nos grupos com otite e TPAC.
Sanfins M, Colella-Santos MF. A review of the clinical applicability of speech-evoked auditory brainstem responses. Journal of Hearing Science, 2016; 6(1):1-8.
Rocha-Muniz CN, Filippini R, Neves-Lobo IF, Rabelo CM, Morais AA, Murphy CFB, Calarga KS, Leite LCR, Pires MM, Sena-Yoshinaga TA, Schochat E. O Potencial Evocado Auditivo com estímulo de fala pode ser uma ferramenta útil na prática clínica? CoDAS 2016;28(1):77-80.
Kraus N, Slater J, Thompson EC, Hornickel J, Strait D, Nicol T, White-Schwoch T. Music Enrichment Programs Improve the Neural Encoding of Speech in At-Risk Children. J. Neurosci. 2014; 34(36):11913–11918.
Skoe E, Kraus N. Auditory brainstem response to complex sounds: A tutorial. Ear Hear. 2010;31:320–24.
Higgins JPT, Green S. Cochrane handbook for systematic reviews of interventions version 5.1.0 [updated March 2011]. The Cochrane Collaboration; 2011. Available from http://handbook.cochrane.org.
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Página(s): p.217
ISSN 1983-1793X
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APLICAÇÃO DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE ESTADO ESTÁVEL (NB CE CHIRP) NA AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA INFANTIL
Sideri, K.P. ;
Colella-Santos, M.F. ;
INTRODUÇÃO: A audição é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil, sendo responsável por uma melhor integração do indivíduo em uma sociedade cuja comunicação oral é predominante. Uma nova tecnologia de Potencial Evocado de Estado Estável, o NB CE Chirp, vem despontando como uma ferramenta promissora para o diagnóstico audiológico no que diz respeito a identificação dos limiares auditivos eletrofisiológicos de maneira mais rápida e precisa. OBJETIVO: Analisar os limiares eletrofisiológicos obtidos pelo Potencial Auditivo de Estado Estável, com estimulo NB CE CHIRP em crianças com queixa de atraso de fala. METODOLOGIA: Trabalho desenvolvido sob aprovação do CEP nº4.468.092. Foram avaliadas 26 crianças de faixa etária entre 1 e 4 anos e 6 meses, com queixa de atraso de fala, encaminhadas ao diagnóstico audiológico por médicos (otorrinolaringologistas, neurologistas ou pediatras). A avaliação foi composta pelos seguintes procedimentos: anamnese, aplicação do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico – (PEATE) com estímulo clique e Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável (PEAEE) – Nova Geração, com estímulo NB CE Chirp. A utilização deste módulo permite a avaliação simultânea das duas orelhas em quatro frequências específicas: 500Hz, 1000Hz, 2000Hz e 4000Hz. O equipamento utilizado para os exames foi o Eclipse (Interacoustics). A aplicação destes procedimentos foi realizada sob efeito de anestesia inalatória administrada por médico anestesiologista que acompanhou o desenvolvimento dos exames. Os dados obtidos foram registrados em banco de dados e posteriormente analisados. RESULTADOS: Na avaliação com PEATE clique na intensidade de 80dB, todos os sujeitos apresentaram presença das ondas I, III e V com latências absolutas e intervalos interpicos I-III, III-V e I-V dentro dos parâmetros de normalidade bilateralmente, indicando adequada integridade das vias auditivas até o tronco encefálico. Na avaliação com PEAEE com estímulo NB CE Chirp, os limiares obtidos já com o fator de correção, aplicado pelo próprio equipamento, na orelha direita foram: 500Hz: média=11,4dB (mínimo=10dB e máximo=25dB); 1000Hz: média=6,7dB (mínimo=5dB e máximo=15dB); 2000Hz: média=10,2dB (mínimo=10dB e máximo=15dB); 4000Hz: média=10dB (mínimo=10dB e máximo=10dB). Na orelha esquerda os limiares foram: 500Hz: média=11,9dB (mínimo=10dB e máximo=20dB); 1000Hz: média=7,1dB (mínimo=5dB e máximo=20dB); 2000Hz: média=10,8dB (mínimo=10dB e máximo=15dB); 4000Hz: média=10,6dB (mínimo=10dB e máximo=15dB). Para todos os casos avaliados, o PEAEE demonstrou resultados compatíveis com a normalidade. CONCLUSÕES: A realização do PEAEE em crianças com queixa de atraso de fala permitiu a obtenção de maiores informações acerca da configuração audiológica, uma vez que é possível conhecer os limiares com especificidade de frequência. Nesta faixa etária, os testes objetivos podem contribuir no processo de cross check e, conjuntamente com a avaliação comportamental, levar a construção do diagnóstico audiológico, sendo muito importante também para o processo de reabilitação nesta população.
Stapells DR. Frequency-specific evoked potential audiometry in infants, in: R.C. Seewald (Ed.), A Sound Foundation through Early Amplification: Proceedings of an International Conference, 2000, pp. 13–31 Phonak AG, Chicago.
Venail, F., Artaud, J. P., Blanchet, C., et al. (2015). Refining the audiological assessment in children using narrow-band CE-Chirp-evoked auditory steady state responses. Int J Audiol, 54, 106–113.
Cebulla, M.,Stürzebecher, E. (2015). Automated auditory response detection: Further improvement of the statistical test strategy by using progressive test steps of iteration. Int J Audiol, 54, 568–572
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Página(s): p.331
ISSN 1983-1793X
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APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE AUTOPERCEPÇÃO AUDITIVA COMO COMPLEMENTAÇÃO DA AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA EM IDOSOS
Lisboa, H.M. ;
FERNANDES,F.S. ;
O tema envelhecimento é abordado cada vez mais, tanto nos países desenvolvidos, quanto nos em desenvolvimento. Dentro desta temática, destaca-se a deficiência auditiva. Esta, quando relacionada à idade, é mais habitual em idosos, visto que há um processo de envelhecimento natural, a presbiacusia. Dificuldades auditivas na população geriátrica acarretam consequências negativas do ponto de vista social, emocional, além da qualidade de vida como um todo. A senectude vem se tornando um campo de estudo em diversas áreas. Fonoaudiólogos se empenham na identificação das alterações auditivas, bem como o seu impacto. O declínio da capacidade auditiva é acompanhado de diminuição na compreensão de fala, dificultando a comunicação e relações sociais. Tão importante quanto o social, são as emoções negativas que surgem, como, insegurança, pavor, indecisão, inaptidão e inquietude da possível evolução do grau de perda auditiva. Assim, todo o funcionamento auditivo que envolve não só o ‘ouvir’, mas a compreensão e as consequências do que é ‘ouvido’. Considerando este aspecto audição em idosos requer atenção especial de profissionais, como audiologistas e gerontologistas. Entendemos que por ser uma questão primordial de saúde pública, o quanto antes for diagnosticada a perda auditiva menor será o impacto na qualidade de vida. O presente estudo, aprovado pelo Comitê de Ética Institucional (4688.820) teve por objetivo demonstrar as perdas auditivas inerentes ao processo natural de envelhecimento biológico do idoso e a autopercepção de suas alterações psicossociais. Consideramos que a mensuração do impacto do déficit auditivo não ocorre apenas através dos exames audiométricos. Com isso em mente, foi aplicado o questionário padronizado, o HHIE-S (Hering Handicap Inventory for the Elderly – Screening) com intuito de auxiliar na identificação das desvantagens acometidas pela presbiacusia, relacionado às alterações psicossociais. Os resultados demonstraram 92% dos idosos apresentaram perda auditiva, sendo a maioria de grau leve e moderado. Dos entrevistados 68,8% dos idosos, ao responder o HHIE-S, indicam dificuldades para ouvir quando alguém lhe sussurra. Verificamos que 52,1% dos participantes apresentam uma dificuldade de compreensão e de ouvir a televisão ou rádio. Contudo, somente 50% dos idosos avaliados revelaram percepção de handicap auditivo. Conclui-se então que houve uma alta prevalência de perdas auditivas sem percepção das desvantagens geradas pela mesma. Acreditamos que a perda auditiva é um tema cercado de preconceitos e desta forma, pacientes podem se sentir pouco encorajados em apontar suas reais dificuldades auditivas questionadas no HHIE-S ou mesmo em breves anamneses realizadas em consultas de saúde, dificultando por vezes a sua identificação precoce. A sociedade tende a ver pessoas com deficiências com preconceito, considerado este um incapaz. O idoso não quer ser visto como impotente ou incapaz, e por vezes acredita conseguir camuflar suas dificuldades auditivas. Todavia, a não aceitação das dificuldades auditivas, ocasiona numa ausência de tratamento, podendo agravar a frustração em não ouvir e levar o indivíduo ao isolamento social e transtornos emocionais. Assim, recomendamos o HHIE-S como complementação diagnóstica e não como ferramenta de triagem de perda auditiva em idosos, já que perdas leves e moderadas podem não ser facilmente detectadas em questionário e autopercepção auditiva.
MACEDO, Lisandra Sousa; PUPO, Altair Cadrobbi; BALIEIRO, Clay Rienzo. Aplicabilidade dos questionários de auto - avaliação em adultos e idosos com deficiência auditiva. v. 18, n. 1, p. 19–25, 2006.
MATTOS, Leila Couto; VERAS, Renato Peixoto. Prevalência da perda auditiva em uma população de idosos da cidade do Rio de Janeiro: um estudo seccional. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 73, n. 5, p. 654–659, 2007.
CARVALHO, José. Alberto. Magno; GARCIA, Ricardo. Alexandrino. The aging process in the Brazilian population: a demographic approach. Cadernos de saúde pública / Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, v. 19, n. 3, p. 725–733, 2003.
RIBAS, Angela. et al. Qualidade de vida: comparando resultados em idosos com e sem presbiacusia. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 17, n. 2, p. 353–362, 2014.
CAMARGO, Camille et al. Percepção de idosos sobre a restrição da participação relacionada à perda auditiva. Distúrbios da Comunicação, v. 30, n. 4, p. 736–747, 2018.
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Página(s): p.210
ISSN 1983-1793X
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AS ESTRATÉGIAS DE GRAVAÇÃO DOS ESTÍMULOS UTILIZADOS NOS TESTES PARA AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO MUSICAL E O DESEMPENHO DE USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR
Simões, P.N. ;
Romanelli, G. B. ;
Araújo, C.M. ;
Lüders, D. ;
Introdução: Pessoas com deficiência auditiva (DA) enfrentam inúmeros desafios que podem ser minimizados com o uso de aparelhos auditivos (AASI) e implantes cocleares (IC). Apesar dos avanços tecnológicos desses dispositivos auditivos auxiliares, a percepção musical ainda é difícil para esse público, que não aprecia a música de maneira satisfatória. Vários testes para avaliação da percepção musical de pessoas com DA foram desenvolvidos nas duas últimas décadas, com protocolos que variam quanto ao tipo de gravação dos estímulos musicais. Objetivo: Estabelecer a relação entre a estratégia de gravação dos estímulos sonoros utilizados nos testes para avaliação da percepção musical e o desempenho dos usuários de IC em comparação com grupos de ouvintes normais. Metodologia: Dezesseis estudos observacionais, publicados entre 2002 e 2019, integraram uma revisão sistemática que analisou protocolos de testes para avaliação da percepção musical em pessoas com DA, usuários ou não de dispositivos auditivos auxiliares. O uso de estímulos sonoros gravados com instrumentos reais ou digitalizados em testes validados, e em artigos que relatavam validação, foi destacado na extração de dados dos estudos incluídos. Os resultados apresentados pelos usuários de IC, em comparação ao grupo de ouvintes normais, para os subtestes de timbre e de melodia, com escores expressos por meio da média e do desvio padrão, foram utilizados para a condução de uma meta-análise. Resultados: As estimativas do efeito sumário para as variáveis de timbre e de melodia foram calculadas através da diferença entre médias (MD), comparando a porcentagem de acerto dos escores entre os usuários de IC e o grupo de ouvintes normais, para cada variável. O cálculo da heterogeneidade utilizou o index I2 e os Forest Plots foram gerados ao nível de significância estabelecido em 5%. Os resultados revelaram que o grupo de ouvintes normais obteve melhores escores de timbre, com diferença significativa (p <0,0001) e diferença média de 44,16 [IC 95%, 39,19 - 49,13%; I2 = 42%], entre os dois grupos. Nesse mesmo sentido, observou-se que o grupo de ouvintes normais obteve maior percentual de acertos para melodia (p <0,00001), com diferença média de 62,16 [IC 95%, 54,70 - 69,61%; I2 = 0%] entre os dois grupos. Conclusão: A meta-análise evidenciou que a percepção da melodia é mais difícil do que a percepção do timbre para usuários de IC, em comparação aos grupos de ouvintes normais, quando o tipo de estímulo apresentado nos testes varia entre sons de instrumentos reais e sons digitalizados. Portanto, é possível relacionar a diferença entre as pontuações dos grupos a esse fato, uma vez que o timbre foi avaliado a partir de gravações com instrumentos reais e os testes de melodia utilizaram amostras sonoras sintetizadas.
Palavras-chave: Implante coclear; timbre; melodia, meta-análise
1. Brockmeier, S. J., Fitzgerald, D., Searle, O., Fitzgerald, H., Grasmeder, M., Hilbig, S., Vermiere, K., Peterreins, M., Heydner, S., & Arnold, W. (2011). The music perception test: A novel battery for testing music perception of cochlear implant users. Cochlear Implants International, 12(1), 10–20. https://doi.org/10.1179/146701010X12677899497236
2. Jiam, N. T., Caldwell, M. T., & Limb, C. J. (2017). What Does Music Sound Like for a Cochlear Implant User? Otology and Neurotology, 38(8), e240–e247. https://doi.org/10.1097/MAO.0000000000001448
3. Prentiss, S. M., Friedland, D. R., Nash, J. J., & Runge, C. L. (2015). Differences in perception of musical stimuli among acoustic, electric, and combined modality listeners. Journal of the American Academy of Audiology, 26(5), 494–501. https://doi.org/10.3766/jaaa.14098
4. Sahli, S. A., Belgin, E., & Uys, M. (2019). A musical perception test for people with hearing loss: Turkish adaptation and normalization of the Music Perception Test (MPT). Nigerian Journal of Clinical Practice, 22(12), 1669–1674. https://doi.org/10.4103/njcp.njcp_279_19
5. Sorrentino, F., Gheller, F., Favaretto, N., Franz, L., Stocco, E., Brotto, D., & Bovo, R. (2020). Music perception in adult patients with cochlear implant. Hearing, Balance and Communication, 18(1), 3–7. https://doi.org/10.1080/21695717.2020.1719787
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Página(s): p.280
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ASSOCIAÇÃO ENTRE GRAU DE SEVERIDADE E HIPERSENSIBILIDADE AUDITIVA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ATENDIDAS EM UM AMBULATÓRIO DE REFERÊNCIA
Crusius, J. S. ;
Lima, M. S. ;
Oliveira, N.F. ;
Riesgo, R. S. R. ;
Sleifer, P. ;
Introdução: O transtorno do espectro do autismo (TEA) é um distúrbio do desenvolvimento caracterizado por alterações na interação social, comunicação, comportamentos restritos/repetitivos e alterações sensoriais. A prevalência é de 13,4 a cada 1.000 crianças, sendo 4,5 vezes maior em meninos. Objetivo: Verificar possível associação entre grau de severidade de TEA e hipersensibilidade auditiva e realizar a caracterização da amostra de crianças e adolescentes com TEA atendidas em ambulatório de referência, de hospital universitário. Metodologia: É um estudo transversal, observacional e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob número 77900517. Para a classificação do grau de severidade de TEA foi utilizado o Autism Screening Questionnaire (ASQ), um questionário que avalia a presença invasiva do desenvolvimento,fornecendo um auxílio diagnóstico baseado em itens de observação comportamental. Os indivíduos foram classificados em dois grupos de acordo com a pontuação obtida no ASQ, analisada pelo neuropediatra. Acima de 22 pontos foi considerada a severidade alta e abaixo, severidade baixa. Foi aplicado um questionário com os responsáveis, a fim de investigar dados gerais, idade do diagnóstico, desenvolvimento da linguagem, e principalmente, questões referentes a presença de sensibilidade auditiva e outras queixas auditivas. Para a análise estatística dos dados,utilizou-se o Statistical Package for the Social Sciences(SPSS), onde as variáveis contínuas foram medidas a partir de média e desvio padrão. Para verificar uma possível associação entre grau de severidade de TEA e presença de hipersensibilidade auditiva, calculou-se o risco relativo destas variáveis. Resultados: A amostra foi constituída de 89 crianças e adolescentes,de ambos os sexos,com diagnóstico de TEA, realizado pelo neuropediatra. Dessas 87,64% eram do sexo masculino e a média de idade foi 10,15 (DP ± 2,93) anos. Verificou-se que a média de idade da confirmação do diagnóstico foi de 3,75(DP ± 2,13) anos. Além disso, 68,53% possuíam queixa de linguagem e 80,89% apresentaram queixas de hipersensibilidade auditiva. Para verificar associação entre grau de severidade de TEA e presença de hipersensibilidade auditiva, realizou-se o cálculo do risco relativo neste grupo, onde o valor encontrado foi de 1,4 (IC 0,87-2,23). Conclusão: Verificou-se elevada prevalência da queixa de hipersensibilidade auditiva dos indivíduos incluídos no estudo, não havendo associação entre hipersensibilidade auditiva e severidade de TEA.
1. American Psychiatric Association.Diagnostic and statistical manual of mental disorders. [Internet]. Arlington: American Psychiatric Publication; 2013. Available at: https://www.psychiatry.org/psychiatrists/practice/dsm. Accessed Jan, 2021.
2. Tzischinsky O, Manelis L, Bar-sinai A, Flusser H, Michaelovski A, Zivan O, Ilan M.; Faroy M, Menashe I, Dinstein I. Sleep disturbances are associated with specific sensory sensitivities in children with autism . Mol Autism. 2018;9(22): p.1-10. https://doi.org/10.1186/s13229-018-0206-8
3. Marco, E. J., Hinkley, L. B. N., Hill, S. S., & Nagarajan, S. S.Sensory processing in autism: A review of neurophysiologic findings. Pediatric Research, 2011; 69(5, Pt. 2): 48R– 54R. https://doi.org/10.1203/PDR. 0b013e3182130c54
4. Donkers, F. C., Schipul, S. E., Baranek, G. T., Cleary, K. M., Willoughby, M. T., Evans, et al. Attenuated auditory event-related potentials and associations with atypical sensory response patterns in children with autism. Journal of Autism and Developmental Disorders.2015; 45(2): 506–523. https://doi.org/10.1007/s10803- 013-1948-y
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.299
ISSN 1983-1793X
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ATENÇÃO AUDITIVA SUSTENTADA E COGNIÇÃO EM IDOSOS
SCHUMACHER, C. G. ;
Soares, L. S. ;
Steffanello, V. O. ;
Moura, A. F. ;
Garcia, M. V. ;
Introdução: O envelhecimento vem acompanhado de inúmeras alterações, sendo elas, fisiológicas, biológicas e psicológicas. Podem ocorrer também alterações em aspectos cognitivos, como memória, velocidade de processamento de informações e habilidades visuo espaciais. Somado a tudo isso, dificuldades na compreensão de fala e do discurso podem acompanhar o envelhecimento. Dentre as habilidades auditivas necessárias para tal, destaca-se a habilidade de atenção auditiva sustentada, que ocorre pela capacidade do indivíduo em se manter preparado para uma informação auditiva de maneira contínua. Objetivo: Investigar se a habilidade de atenção auditiva sustentada é influenciada pela cognição em idosos. Método: O estudo tem caráter transversal, descritivo e quantitativo. Foi realizado no Ambulatório de Audiologia de um hospital universitário, sob aprovação do estudo no Comitê de Ética em Pesquisa em seres humanos da Universidade (número 25933514.1.0000.5346). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A amostra final para análise foi composta por 20 idosos, 14 do sexo feminino e 6 do sexo masculino, faixa etária de 60 a 74 anos de idade (média de 66,25 anos e desvio padrão de 3,63); com limiares auditivos dentro da normalidade; curva timpanométrica do tipo “A e ausência de alteração de orelha externa e média. Todos tinham características de convivência social, atividades físicas e de lazer; e desempenho adequado em três habilidades do processamento auditivo central, avaliado por meio dos testes: Teste Dicótico de Dígitos (TDD), Random Gap Detection Test (RGDT) e Masking Level Difference (MLD), que abordam a integração binaural, resolução temporal e interação binaural, respectivamente, habilidades estas que apresentam declínio importante no envelhecimento. Como procedimentos de pesquisa foram realizados: o Teste da Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada (THAAS) e a versão brasileira do Montreal Cognitive Assessment Basic (MoCA-B). O THAAS analisa os seguintes parâmetros: decréscimo de vigilância, erros de desatenção e erros de impulsividade, gerando a totalidade de erros no teste. As avaliações foram realizadas na seguinte ordem: anamnese, avaliação audiológica básica, TDD, RGDT, MLD, MOCA- B e o THAAS. Como o objeto de estudo foi o THAAS, este ficou por último, mesmo sabendo que poderia haver influência do desgaste dos idosos frente aos achados. Para a análise estatística foi utilizado o Software Statistica 9.0, para a análise inferencial foi utilizado o teste não paramétrico U de Mann-Whitney. Resultados: Foi realizada análise descritiva e inferencial, com dois grupos de análise, de acordo com o desempenho no MoCA-B, sendo G1: idosos com MOCA-B normal (n=14) e G2: MOCA-B alterado (n=6). Na comparação entre G1 e G2, foi observado diferença significante com maior decréscimo de vigilância no G2 com (p=˂0,05). Não foram observadas diferenças significantes entre os grupos para os erros de desatenção, erros de impulsividade e totalidades de erros do THAAS. Conclusão: A habilidade de atenção auditiva sustentada foi parcialmente influenciada pelo declínio cognitivo dos idosos, com diferença apenas para o decréscimo de vigilância.
AMERICAN SPEECH-LANGUAGE-HEARING ASSOCIATION - ASHA. (Central) Auditory Processing Disorders-The Role of the Audiologist, 2005. Disponível em: http://www.asha.org/policy
FECHINE, BRA; TROMPIERI, N. O processo de envelhecimento: as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. InterSciencePlace, [S. l.], v. 1, n. 20, p. 106-132, jan/mar. 2012. DOI http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/2007. Disponível em: http://www.fonovim.com.br/arquivos/534ca4b0b3855f1a4003d09b77ee4138-Modifica----es-fisiol--gicas-normais-no-sistema-nervoso-do-idoso.pdf. Acesso em: 8 jun. 2021.
FENIMAN MR, ORTELAN RR, LAURIS JRP, CAMPOS CF, CRUZ MS. Proposta de instrumento comportamental para avaliar a atenção auditiva sustentada. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2007 jul-ago;73(4): 523-27.
JOSÉ MR. Desempenho de idosos no Teste da Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada – SAAAT [Tese]. Bauru: Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo; 2013.
JULAYANONT P, TANGWONGCHA S, HEMRUNGROJN S, TUNVIRACHAISAKUL C, PHANTHUMCHINDA K, HONGSAWAT J, SUWICHANARAKUL P, THANASIRORAT S, NASREDDINE ZS. The Montreal Cognitive Assessment-Basic: A Screening Tool for Mild Cognitive Impairment in Illiterate and Low-Educated Elderly Adults. J Am Geriatr Soc. 2015dez;63(12):2550-54.
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Página(s): p.376
ISSN 1983-1793X
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ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO: AVALIAÇÃO OTONEUROLÓGICA EM CRIANÇAS, ADULTOS E IDOSOS.
Catalani, B. ;
Raineri, G. G. ;
de Melo, M. ;
Danelon, T. F. ;
Oliveira, J. R. M. ;
Introdução: Os protocolos clínicos têm o objetivo de estabelecer, claramente e com rigor metodológico, os critérios de etapas para o diagnóstico e as diretrizes terapêuticas a serem seguidas diante de alterações sensoriais ou perceptuais dos indivíduos, além de possibilitar o monitoramento clínico em relação à efetividade do tratamento. Em especial, estabelecer um protocolo para investigar o sistema vestibular de indivíduos com deficiência auditiva é primordial em serviços de saúde auditiva. Objetivo: Apresentar o protocolo otoneurológico utilizado na prática clínica em um serviço público de alta complexidade voltado à saúde auditiva quanto à avaliação e à reabilitação vestibular em crianças, adultos e idosos com deficiência auditiva conduzido por fonoaudiólogo. Metodologia: Trata-se de estudo descritivo de relato de experiência profissional quanto ao protocolo otoneurológico de atendimento clínico. Resultados: o protocolo abrange o levantamento de dados da história pregressa e atual da queixa e a utilização de provas instrumentadas e não instrumentadas para avaliação funcional do equilíbrio. As provas não instrumentadas compreendem: Provas de Equilíbrio Estático e Dinâmico (Romberg, Romberg-Barré e Fukuda) para avaliação do Reflexo Vestíbulo-Espinal; observação clínica do Nistagmo Espontâneo, Semi-espontâneo, e “H” para avaliação da musculatura extrínseca ocular e suas vias nervosas; Head Impulse Test Clínico e Head Shaking para avaliação do Reflexo Vestíbulo-Ocular (RVO); Provas Cerebelares (Index-naso e diadococinesia) para avaliação das vias cerebelares; Provas de Posicionamento (Head Roll Test e Dix-Hallpike) para avaliação dos canais semicirculares quanto à litíase. Quanto às provas instrumentadas, são realizadas: registro do Nistagmo Espontâneo e Semi-espontâneo, Provas Oculomotoras, com registro das provas Sacádica fixa e aleatória, Rastreio Pendular e Optocinético, que avaliam vias oculomotoras e musculatura extrínseca ocular; e Prova Calórica, realizada a ar nas temperaturas 50º e 24º, que avaliam o RVO em muito baixas frequências dos canais semicirculares laterais. Desta forma é possível inferir em relação às disfunções periféricas ou centrais do sistema otoneurológico. Conclusão: O protocolo elaborado com respaldo científico revelou-se satisfatório no atendimento de serviço de saúde auditiva, tendo alcance para crianças, adultos e idosos quanto ao sistema vestibular permitindo efetuar o diagnóstico e direcionamento na reabilitação da função alterada.
Ganança MM, Caovilla HH. Reabilitação vestibular personalizada. In: Ganança MM, editor. Vertigem tem cura? São Paulo: Lemos; 1998. p.197-225.
Nishino LK, Ganança CF, Manso A, Campos CAH, Korn G. Reabilitação vestibular personalizada: levantamento de prontuários dos pacientes atendidos no ambulatório de otoneurologia da I.S.C.M.S.P. Rev Bras Otorrinolaringol. 2005;71(4):440-7.
PIMENTA, C. A. M. et al. Guia para construção de protocolos assistenciais enfermagem/COREN-SP.
São Paulo: Coren-SP, 2015
Ventura, Denise de Fátima Pires et al. Oculomotricity parameters in digital nystagmography among children with and without learning disorders. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2009, v. 75, n. 5, pp. 733-737.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.254
ISSN 1983-1793X
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ATENDIMENTO PSICOLÓGICO DE FAMILIARES DE CRIANÇAS EM TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rezende, M.M. ;
Xavier, F.G. ;
Almeida, R.C. ;
Introdução: Considera-se o ambiente familiar, o primeiro contato e fonte de desenvolvimento social, emocional e intelectual que a criança possui, além de que é a partir desse círculo, que a mesma (re)conhece e vivencia princípios, ideias, experiências e expectativas. Durante o atendimento fonoaudiológico, torna-se imprescindível observar o ambiente a qual estão inseridas, uma vez que encontra-se tanto famílias saudáveis, quanto desestruturadas e, a maneira como essa se dispõe e percebe a deficiência auditiva pode vir a afetar direta e/ou indiretamente a relação e o desenvolvimento do filho(a). Dessa forma, o atendimento psicológico das famílias é um espaço de escuta e acolhimento para os genitores, os quais possuem grande importância no processo de aquisição e desenvolvimento da fala e escuta, compreendendo quais os sentimentos manifestados bem como, a maneira que enxergam, transmitem e lidam com a deficiência, articulando com a terapia fonoaudiológica. Objetivo: Investigar e compreender quais sentimentos, valores e ideias que as famílias possuem a respeito da deficiência auditiva, e como essas são transmitidas e afetam as crianças, oferendo assim, um suporte psicológico. Metodologia: O trabalho descrito trata-se de um relato de experiência, a partir de atendimentos psicológicos com mães, sendo estes articulados com a terapia fonoaudiológica com as crianças, realizados semanalmente no Serviço de Saúde Auditiva da Universidade de Uberaba, em Minas Gerais. Resultados: Notou-se que, a partir da proposta dos atendimentos, as mães apresentaram grande interesse e comprometimento nas sessões, apresentando demandas tanto específicas do filho e a deficiência, quanto demandas externas. Por isso, considera-se de suma importância oferecer a continuidade desse acompanhamento, proporcionando maior suporte para as mesmas. Conclusões: Percebe-se que, a maneira que a família lida com a deficiência auditiva afeta diretamente o desenvolvimento e o processo de adaptação do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) da criança, por isso este trabalho bem como, o acompanhamento psicológico aliado a terapia fonoaudiológica da fala, contribui significativamente para compreender a dinâmica familiar e os sentimentos presentes.
Palavras-chave: Perda Auditiva, Atendimento Psicológico, Família, Terapia Fonoaudiológica.
ABBUD, Gláucia de Albuquerque Cavalcanti; SANTOS, Tathiane Cecília E. S. A família na clínica fonoaudiológica e psicopedagógica: uma valiosa parceria. 2002. Disponível em:
DUARTE, Juliana. A importância da Família no Desenvolvimento do Indivíduo. 2015. Disponível em:
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.288
ISSN 1983-1793X
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ATENDIMENTO PSICOLÓGICO EM GRUPO PARA PACIENTES EM ADAPTAÇÃO AO AASI: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rezende, M.M. ;
Freitas, G.V. ;
Almeida, R.C. ;
Teixeira,S.F. ;
Souza,B.S.F. ;
INTRODUÇÃO: A necessidade do uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) apresenta ao indivíduo uma transformação na sua vida, permeada de sentimentos que podem contribuir ou não para a adaptação à essa nova realidade. É fundamental o acompanhamento psicológico dos indivíduos durante o período de adaptação ao AASI, e assim compreender também, a importância da inserção da psicologia nesse contexto. A intervenção psicológica se faz essencial para compreender e acolher sentimentos que possam surgir nesses pacientes, afim de promover qualidade de vida através de acolhimento, escuta qualificada, intervenções em cima das fantasias de cada indivíduo, seja por métodos de reflexão interpretativa, dinâmicas de grupo, entre outros. A atuação do psicólogo nesse contexto de saúde indica a grande necessidade de profissionais para compreender as demandas emocionais dos indivíduos portadores de deficiência auditiva e seus familiares e auxiliar no processo de adaptação. OBJETIVOS: Apresentar a inserção da psicologia no contexto de saúde auditiva, investigar aspectos psicológicos em indivíduos que irão receber AASI e seus familiares, bem como oferecer suporte emocional no processo de adaptação ao uso do aparelho auditivo. METODOLOGIA: O estudo descrito trata-se de um relato de experiência, com o intuito de expor a importância da psicologia e sua articulação multidisciplinar para promover qualidade de vida com enfoque nos aspectos psicossociais. RESULTADOS: Foi possível observar que a inserção da psicologia é de extrema importância uma vez que são percebidos, durante todo o processo de adaptação ao AASI, sentimentos de medo, angustias, frustrações, suporte familiar disfuncional, que podem contribuir para o abandono do AASI e gerar a perda de autonomia, angústia e outros sentimentos associados. CONCLUSÃO: A atuação dos profissionais de psicologia no contexto de saúde auditiva é de suma importância para compreender e otimizar o processo de adaptação ao uso do AASI, utilizando de uma avaliação dos aspectos psicossociais deste indivíduo bem como do suporte familiar de qualidade, associados ao acompanhamento profissional contínuo.
BEVILACQUA, Maria Cecília. Saúde auditiva no Brasil: Políticas, Serviços e Sistemas. 1 edição. Editora: Pulso Editorial, 2010.
BIANCHETTI, Lucidio. Um olhar sobre a diferença: interação, trabalho e cidadania. Campinas: Papirus, 1998.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Educação Inclusiva: Experiências profissionais em Psicologia. Brasília, 2009.
MACEDO, Ludmilla da Silva. Torres, Cláudia Regina Vaz. Psicologia inclusiva: a importância do atendimento psicoterapêutico a pessoas surdas. 1 Seminário Luso-Brasileiro de Educação Inclusiva, o ensino e a aprendizagem em discussão. 2010.
MOREIRA, Paula Pfeifer. SURDOS QUE OUVEM, CRÔNICAS DA SURDEZ. 2020
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.284
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/284
ATENDIMENTO PSICOLÓGICO EM GRUPO PARA PACIENTES EM ADAPTAÇÃO AO AASI: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rezende, M.M. ;
Freitas, G.V. ;
Teixeira, S.T. ;
Souza, B.S.F. ;
Almeida, R.C. ;
INTRODUÇÃO: A necessidade do uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) apresenta ao indivíduo uma transformação na sua vida, permeada de sentimentos que podem contribuir ou não para a adaptação à essa nova realidade. É fundamental o acompanhamento psicológico dos indivíduos durante o período de adaptação ao AASI, e assim compreender também, a importância da inserção da psicologia nesse contexto. A intervenção psicológica se faz essencial para compreender e acolher sentimentos que possam surgir nesses pacientes, afim de promover qualidade de vida através de acolhimento, escuta qualificada, intervenções em cima das fantasias de cada indivíduo, seja por métodos de reflexão interpretativa, dinâmicas de grupo, entre outros. A atuação do psicólogo nesse contexto de saúde indica a grande necessidade de profissionais para compreender as demandas emocionais dos indivíduos portadores de deficiência auditiva e seus familiares e auxiliar no processo de adaptação. OBJETIVOS: Apresentar a inserção da psicologia no contexto de saúde auditiva, investigar aspectos psicológicos em indivíduos que irão receber AASI e seus familiares, bem como oferecer suporte emocional no processo de adaptação ao uso do aparelho auditivo. METODOLOGIA: O estudo descrito trata-se de um relato de experiência, com o intuito de expor a importância da psicologia e sua articulação multidisciplinar para promover qualidade de vida com enfoque nos aspectos psicossociais. RESULTADOS: Foi possível observar que a inserção da psicologia é de extrema importância uma vez que são percebidos, durante todo o processo de adaptação ao AASI, sentimentos de medo, angustias, frustrações, suporte familiar disfuncional, que podem contribuir para o abandono do AASI e gerar a perda de autonomia, angústia e outros sentimentos associados. CONCLUSÃO: A atuação dos profissionais de psicologia no contexto de saúde auditiva é de suma importância para compreender e otimizar o processo de adaptação ao uso do AASI, utilizando de uma avaliação dos aspectos psicossociais deste indivíduo bem como do suporte familiar de qualidade, associados ao acompanhamento profissional contínuo.
Palavras-chave: Perda Auditiva, Psicologia, Adaptação Psicológica
BEVILACQUA, Maria Cecília. Saúde auditiva no Brasil: Políticas, Serviços e Sistemas. 1 edição. Editora: Pulso Editorial, 2010.
BIANCHETTI, Lucidio. Um olhar sobre a diferença: interação, trabalho e cidadania. Campinas: Papirus, 1998.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Educação Inclusiva: Experiências profissionais em Psicologia. Brasília, 2009.
MACEDO, Ludmilla da Silva. Torres, Cláudia Regina Vaz. Psicologia inclusiva: a importância do atendimento psicoterapêutico a pessoas surdas. 1 Seminário Luso-Brasileiro de Educação Inclusiva, o ensino e a aprendizagem em discussão. 2010.
MOREIRA, Paula Pfeifer. SURDOS QUE OUVEM, CRÔNICAS DA SURDEZ. 2020.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.287
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/287
AUDBILITY: EFICÁCIA DE UM PROGRAMA ON-LINE DE TRIAGEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Carvalho, N.G ;
Amaral, M.I.R ;
Colella-Santos, M.F.C ;
Introdução: Desde a década de 80 há interesse pelo desenvolvimento de baterias com propósito de triagem do processamento auditivo central (PAC) em escolares. Atualmente, há o desenvolvimento de baterias que contemplam diferentes habilidades auditivas por meio de tarefas interativas e lúdicas. O AudBility é um novo programa on-line de triagem das habilidades auditivas no contexto brasileiro. Objetivo: Contribuir com a validação do AudBility, considerando o módulo entre 6 e 8 anos, a partir da investigação da sensibilidade, especificidade e correlação, bem como sugerir um protocolo mínimo de triagem do PAC nessa faixa etária. Método: Estudo do tipo descritivo analítico, prospectivo de acurácia diagnóstica, de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº2.294.609). A partir de amostra de conveniência de uma Escola da Rede Pública de Ensino, participaram 154 escolares na faixa etária entre 6 e 8 anos, falantes nativos do português do Brasil, sem diagnóstico prévio de alterações cognitivas/síndromes ou transtornos do neurodesenvolvimento. Foi realizada a triagem auditiva periférica (otoscopia e imitanciometria) e aplicado o AudBility. As tarefas do AudBility analisadas foram: localização sonora (LS), fechamento auditivo (FA), figura-fundo (FF), dicótico de dígitos (DD), resolução temporal (RT) e ordenação temporal de frequência (OT-F) e questionário de autopercepção inserido no programa. Após a triagem escolar, 112 crianças compareceram ao Laboratório da Instituição e realizaram avaliação audiológica básica e comportamental do PAC para análise de correlação das tarefas de triagem com os testes de diagnóstico. O cálculo da eficácia (sensibilidade/especificidade) de cada tarefa foi obtido por meio da construção da curva ROC para os testes que tiveram mais de cinco crianças alteradas no diagnóstico. Resultados: Na faixa etária entre 6 e 7 os valores de acurácia foram: FA (76,9%); FF (61,6%); DD (78,8% à orelha direita e 84,4% à orelha esquerda no sexo feminino e de 63,2% à orelha esquerda no sexo masculino); RT (77,1%) e OT-F (74,4% à orelha direita e 82,4% à orelha esquerda). Aos 8 anos os valores foram: FF (76,5%); DD (71,7% à orelha esquerda do sexo feminino e de 77% à orelha direita no sexo masculino); RT (56,5%) e OT-F (54,1% à orelha direita e 70% à orelha esquerda). Na análise do questionário de autopercepção na faixa etária de 6 e 7 anos os valores de acurácia foram de 64,8% e aos 8 anos 72,8%. Na análise de correlação, considerando as crianças com normalidade no diagnóstico do PAC, foi encontrado na idade entre 6 e 7 anos correlação nas tarefas de FA, RT, DD, FF e OT-F. Aos 8 anos houve correlação nas tarefas DD e OT-F. Conclusões: O AudBility apresentou variações nos valores de sensibilidade e especificidade entre as tarefas auditivas e faixas etárias, com melhor eficácia em escolares na faixa etária entre 6 e 7 anos, exceto para a tarefa FF. Houve correlação entre triagem e diagnóstico em um maior número de tarefas na faixa etária de 6 a 7 anos. Sugere-se como protocolo mínimo as tarefas DD e RT e que aos 8 anos seja incluído o questionário de autopercepção.
1- Amaral MIR, Carvalho NG, Colella-Santos MF. Computer-based central auditory processing screening for school aged children (audBility): an initial investigation. CoDAS. 2019; 31: 1-11.
2- Barker MD, Purdy SC. An initial investigation into the validity of a computer-based auditory processing assessment (Feather Squadron). Int J Audiol. 2016; 55:173-83.
3- Carvalho NG, Ubiali T, Amaral MI, Colella-Santos MF. Procedures for central auditory processing screening in schoolchildren. Braz J Otorhinolaryngol. 2019; 85:319-28.
4- Souza IMP, Carvalho NG, Plotegher SDCB, Colella-Santos MF, Amaral MIR. Triagem do processamento auditivo central: contribuições do uso combinado de questionário e tarefas auditivas. Audiol., Commun. Res. 2018; 23: 1-8.
5- Yathiraj A, Maggu AR. Screening test for auditory processing (STAP): a preliminary report. J Am Acad Audiol.2013;24:867-78.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.236
ISSN 1983-1793X
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AUDIOLOGIA NA WIKIPÉDIA: CRIAÇÃO E EDIÇÃO DE CONTEÚDOS PARA DIFUSÃO DE CONHECIMENTO.
Pereira, L. C. C. ;
Alvarenga, K. F. ;
Lopes, T. A. ;
Montilha, A. A. P. ;
Batista, B. M. B. C. ;
Corteletti, L. C. B. J. ;
INTRODUÇÃO: A Wikipédia é uma enciclopédia online de produção de conteúdo de forma colaborativa, de fácil acesso e amplo alcance que vem sendo utilizada para a difusão de conhecimento entre a população e como instrumento de ensino na educação. Nesse contexto, o exercício de produção textual tem sido utilizado cada vez mais como uma ferramenta pedagógica importante nas universidades, estimulando assim novos conteudistas na produção colaborativa de conhecimento livre e de qualidade em diversos idiomas, incluindo em língua portuguesa. OBJETIVOS: Analisar o fluxo de acesso aos verbetes criados e aos expandidos bem como verificar o impacto na qualidade dos mesmos após a edição. METODOLOGIA: Durante a disciplina de Implante Coclear, ministrada no programa de Pós-Graduação em Fonoaudiologia, no segundo semestre de 2020, foi criado o verbete Próteses auditivas osteointegradas e foram editados: Implante coclear, Implante Baha, Deficiência auditiva e Perda de audição neurossensorial. Como parte de projetos de iniciação científica (desenvolvidos entre os anos de 2018 e 2020) foram editados os verbetes: Presbiacusia, Dia mundial da audição, Riscos auditivos em músicos, Acufeno, Audiologista, Poluição sonora, Perda auditiva induzida por ruído, Perda auditiva, Fonoaudiologia, Audiologia e Profissional da área da saúde. A análise do fluxo de acesso aos verbetes foi realizada a partir do acesso ao Outreach Dashboard. RESULTADOS: Os verbetes poluição sonora, implante coclear, fonoaudiologia, acufeno e deficiência auditiva estão entre os verbetes mais acessados da categoria Audiologia respectivamente em 3º, 8º, 10º , 13º e 14º lugar. Analisando a média diária de visualizações de alguns dos verbetes mencionados, no período de um mês antes do início das edições o verbete Presbiacusia contava com uma média de 7 visualizações ao dia. 3 meses após o início das edições, essa média aumentou para 12 visualizações ao dia. O mesmo ocorreu com Dia mundial da audição, que passou de 2 para 4, Acufeno de 50 para 54, Poluição sonora de 100 para 192, Perda auditiva de 12 para 17, Profissional da área da saúde de 111 para 224, Perda auditiva induzida por ruído de 3 para 5, Audiologia de 0 para 9 e Implante Baha de 2 para 3. Próteses auditivas osteointegradas conta desde sua criação com 258 visualizações, com média de 1 visualização ao dia. No que tange à qualidade dos conteúdos, os três verbetes mais editados (Próteses auditivas osteointegradas, Implante Baha e Presbiacusia), em média, receberam 40 novas referências e uma ampliação de conteúdo (em Kb) da ordem de 91%, e tiveram 100% das inconsistências de formatação revisadas de acordo com a política de edição do site. CONCLUSÕES: Após as edições houve o aumento de visualizações dos verbetes, estando alguns deles entre os mais acessados da categoria. Além disso, houve uma grande melhoria qualitativa, do ponto de vista semântico (texto e código wiki) com expansão expressiva de conteúdo, inclusão de referências e adequação ao livro de estilo da plataforma. A partir dessas conclusões pode-se afirmar que tais ações na Wikipédia contribuíram para a difusão científica e comunicação em saúde.
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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.385
ISSN 1983-1793X
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AUMENTO DO GANHO DO REFLEXO VESTÍBULO-OCULAR APÓS A REABILITAÇÃO VESTIBULAR – ESTUDO PILOTO
Ribeiro, M. B. N. ;
Mancini, P. C. ;
Bicalho, M. A. C. ;
Introdução: A Reabilitação vestibular é um método baseado em exercícios de equilíbrio estático, dinâmico e oculomotores que estimulam o sistema vestibular por meio das vias vestíbulo-espinhal e vestíbulo-ocular, por meio de mecanismos centrais de neuroplasticidade. Verificou-se na literatura pesquisada a melhora do reflexo vestíbulo-ocular por meio do Video Head Impulse Test (v-HIT) após a reabilitação vestibular. Objetivo: avaliar o ganho do reflexo vestíbulo-ocular antes e após a reabilitação vestibular em idosos com disfunção vestibular. Métodos: trata-se de um estudo piloto, longitudinal, quase experimental e analítico, aprovado pelo Comitê de Ética sob o número 56877316.1.0000.5149. A casuística foi composta por sete idosos com idade entre 60 e 89 anos, de ambos os sexos, todos com vestibulopatia periférica comprovada por meio dos exames VEMP e v-HIT. Todos os participantes foram avaliados, por meio do v-HIT, antes e após oito sessões de reabilitação vestibular com método proposto por Cawthorne e Cooksey. Resultados: encontrou-se aumento do ganho do reflexo vestíbulo-ocular do canal semicircular anterior direito. Conclusão: neste presente estudo verificou-se aumento do reflexo vestíbulo-ocular do canal semicircular anterior direito em idosos após a reabilitação vestibular.
1. Lacour M, Bernard-Demanze L, Dumitrescu M. Posture control, aging, and attention resources: models and posture-analysis methods. Neurophysiol Clin. 2008;38:411-21.
2. Micarelli, A. Viziano, A. Bruno, E. Micarelli, E. Augimeri, I. Alessandrini, M. Gradient impact of cognitive decline in unilateral vestibular hypofunction after rehabilitation: preliminary findings. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2018;275:2457–2465.
3. Cawthorne T. Vestibular injuries. Proc R Soc Med. 1946;39:270-3.
4. Cooksey FS. Rehabilitation in vestibular injuries. Proc R Soc Med. 1946;39:273-8.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.198
ISSN 1983-1793X
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AUTORRELATO DE TONTURA EM PACIENTES COM ZUMBIDO CRÔNICO E RELAÇÃO COM IDADE E SEXO
Avila, F.R.A. ;
Souza, M.E.C ;
Barros,F.F ;
Viana, J.F ;
Souza, S.C. ;
Costa, L.R ;
Czopko, M.A ;
Teixeira, A.R. ;
Introdução: O zumbido e a tontura podem estar presentes de forma simultânea nos indivíduos, impactando de forma significativa as atividades sociais e de vida diária, além de provocarem maior perda na qualidade de vida. Objetivo: Verificar a presença de autorrelato de tontura em indivíduos com zumbido crônico, relacionando com a idade e o sexo. Metodologia: Foram incluídos na pesquisa indivíduos com zumbido crônico (há pelo menos seis meses) atendidos em ambulatório especializado. A anamnese incluía dados sócio demográficos e questionamentos sobre a presença de tontura, que foram incluídos em planilha e posteriormente analisados. O projeto foi aprovado por comitê de ética em pesquisa da instituição (aprovação 06-027). Resultados: A amostra foi composta por 756 pacientes, sendo 62,6% mulheres e 37,4% homens, com média de idade de 59,12±12,9 anos. Com relação ao zumbido, 316 (41,8%) apresentavam zumbido unilateral e 440 (58,2%) zumbido bilateral. O relato de tontura foi feito por 323 pacientes (42,7%). Quando analisados os dados relativos à idade, constatou-se que houve relação entre o aumento da idade e o relato de tontura (p=0,002*). O sexo não foi um fator que influenciou nos resultados (p=0,1). Conclusão: Os resultados da pesquisa evidenciam que, nos indivíduos com zumbido avaliados, houve elevada prevalência de tontura, sendo a idade um fator que esteve relacionado com a presença do autorrelato. O sexo não influenciou nos resultados obtidos.
SCHERER, S. L; KURTZ H.R; e PASQUALOTTI, A. Tontura em idosos: diagnóstico otoneurológico e interferência na qualidade de vida. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia [online]. 2012, v. 17, n. 2 .ZEIGELBOIM, B. S.; JURKIEWICZ, A. L.; RIBEIRO, S. B. A.; MARTINS-BASSETTO, J.; KLAGENBERG, K. F. Achados Vestibulococleares em Indivíduos com Zumbido sem Queixa de Tontura. Arq. Otorrinolaringol., São Paulo, v.9, n.3, p. 196-201, 2005.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.362
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA ANTES E APÓS INFECÇÃO POR COVID-19: RELATO DE CASO
Padilha, A. M. ;
Poffo, C. ;
Ribeiro, G. E. ;
Silva, D. P. C. ;
Introdução: A Covid-19 é uma doença infectocontagiosa de fácil transmissão. Os indivíduos infectados podem ser assintomáticos, onde não ocorrerá nenhuma manifestação da doença, ou sintomáticos, com quadros clínicos que podem variar desde uma simples gripe, como até formas mais grave de pneumonia e síndrome respiratória aguda grave, que requerem intervenções mais invasivas, em ambiente hospitalar, podendo evoluir a óbito. Já há alguns relatos de impactos da Covid-19 no sistema auditivo que vão desde o acometimento da funcionalidade das células ciliadas externas da cóclea em indivíduos assintomáticos, quanto relato de surdez súbita após o diagnóstico positivo, bem como sintomas de zumbido e vertigens. Objetivo: Relatar o caso de uma mulher sintomática para Covid-19 que realizou avaliação audiológica antes e após a doença. Metodologia: Trata-se de um relato de caso, com aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CAAE: 46189021.2.0000.0121). Mulher de 24 anos, sem queixas otológicas prévias e ou casos de perda auditiva na família, apresentou infecção por coronavírus em outubro de 2020, confirmado por PCR. Como sintomas da doença observaram-se: cefaleia, cansaço excessivo, dor no corpo, febre, perda do olfato e dor ocular. O quadro foi restrito a sintomas leves, não sendo necessária hospitalização. O tratamento foi constituído de isolamento domiciliar associado ao uso de um medicamento, antitérmico e analgésico quando necessário. Previamente ao contágio, em setembro de 2019, foi feita uma avaliação audiológica básica, por audiometria tonal liminar (ATL) e medida de imitância acústica, como resultado observou-se limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade bilateralmente, com curva timpanométrica do tipo A bilateralmente, com presença de reflexo ipsilateral à direita, nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz, presença de reflexo ipsilateral à esquerda, nas frequências de 500 e 1000 Hz, presença de reflexo contralateral à direita e à esquerda, nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz. Após cinco meses do contágio, em março de 2021, a ATL apresentou resultado dentro dos padrões de normalidade bilateralmente, com curva timpanométrica do tipo A bilateralmente e permanência da presença de reflexo ipsilateral à direita, à esquerda houve presença nas frequências de 500 e 1000 e 2000 Hz, com permanência da presença de reflexo contralateral à direita e à esquerda. As emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente foram presentes bilateralmente. Na avaliação por meio do potencial evocado auditivo de tronco encefálico observaram-se latências absolutas das ondas I, III e V, bem como as latências interpicos I – III, III – V e I – V, dentro dos padrões de normalidade, com diferença interaural menor que 0,3 ms. Conclusão: Apesar da audição desta paciente estar preservada após a COVID-19, avaliações audiológicas, básica e complementar, são necessárias para o melhor conhecimento dos impactos dessa nova doença no sistema auditivo.
- Abdel Rhman S, Abdel Wahid A. COVID -19 and sudden sensorineural hearing loss, a case report. Otolaryngology Case Reports. 2020;16:100198.
- Mustafa MWM. Audiological profile of asymptomatic Covid-19 PCR-positive cases. American Journal of Otolaryngology. 2020;41(3):102483.
- Ye W, Xianyang L. A novel coronavirus pneumonia case report from an ear, nose and throat clinic. Laryngoscope. 2020;130:1106‐7.
- Koumpa FS, Forde CT, Manjaly JG. Sudden irreversible hearing loss post COVID-19. BMJ Case Reports CP. 2020;13:e238419.
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Página(s): p.316
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA DE CRIANÇAS QUE FALHARAM NA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: SÉRIE DE TRÊS CASOS
Garcia, C. F. D. ;
Lima, J. V. da S. ;
Almeida, R. P. ;
Caldas, D. P. ;
Andrade, M. I. K. ;
INTRODUÇÃO: A audição é o sentido que permite a interação percepto-auditiva do indivíduo com o meio e, a partir desta interação, possibilita o desenvolvimento global da criança. A privação auditiva impacta no desenvolvimento da linguagem e nos aspectos sociais, culturais e cognitivos. Portanto, torna-se necessário que o diagnóstico ocorra ainda nos primeiros anos de vida, a fim de minimizar estes prejuízos. OBJETIVO: caracterizar a audição de crianças nascidas em uma Maternidade-Escola entre o período de 2014 e 2015, que falharam, bilateralmente, na Triagem Auditiva Neonatal. METODOLOGIA: Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 2.247.511. Estudo de casos, observacional, descritivo, prospectivo, com enfoque em diagnóstico. A coleta de dados ocorreu em um Hospital Universitário. A população do estudo foi composta por crianças nascidas em uma Maternidade Escola do Rio de Janeiro. Os critérios de inclusão, para constituição da amostra, foi ter nascido na instituição, nos anos de 2014 e 2015, ter passado pela TAN, com resultado “FALHA”, bilateralmente; os critérios de exclusão foram ausência de dados completos no sistema, não comparecimento ao local do estudo, por falta de interesse dos responsáveis ou dificuldades pessoais. A amostra final foi constituída por três participantes do sexo masculino, com idade entre quatro e cinco anos, avaliados por meio de audiometria tonal liminar, imitanciometria e emissão otoacústica evocada. A análise dos resultados foi apresentada de forma descritiva. RESULTADOS: Participantes sem indicadores de risco para deficiência auditiva - casos 1 e 3 - apresentaram audiometria tonal liminar sugestiva de normalidade; participante com indicador de risco para deficiência auditiva - caso 2 - apresentou perda auditiva bilateral, de grau leve. Caso 1 apresentou curva timpanométrica tipo “A”, presença de reflexo acústico contralateral e de emissões otoacústicas transiente e produto de distorção, bilateralmente; caso 2 apresentou curva timpanométrica tipo “A”, presença de reflexo acústico contralateral, bilateralmente e ausência de emissões otoacústicas transiente e produto de distorção em orelha esquerda e presença em orelha direita; caso 3 apresentou curva timapanométrica tipo “A” em orelha esquerda e tipo ”B” em orelha direita, ausência de reflexo acústico contralateral, bilateralmente, emissões otoacústicas transiente e produto de distorção em orelha direita e presença em orelha esquerda. CONCLUSÃO: Concluiu-se o diagnóstico da função auditiva, que indicou normalidade em dois participantes, com idade de quatro e cinco anos; e perda auditiva neurossensorial de grau leve, em um participante de quatro anos, sendo encaminhado para o processo de intervenção e acompanhamento do desenvolvimento de fala, linguagem e audição.
Palavras-chave: Perda auditiva, Triagem Neonatal, Evasão do paciente, Testes Auditivos
JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Journal of Early Hearing Detection and Intervention, 2019. v. 4, n. 2, p. 1-44.
Kadam RA, Borde SU, Madas SA, Salvi SS, Limaye SS. Challenges in recruitment and retention of clinical trial subjects. Perspect Clin Res. 2016;7(3):137–43.
Levit Y, Himmelfarb M, Dollberg S. Sensitivity of the Automated Auditory Brainstem Response in Neonatal Hearing Screening. Pediatrics. 2015; 136(3): e641-e647.
Lewis, DR, et al. Comitê multiprofissional em saúde auditiva: COMUSA. Braz. J. Otorhinolaryngol, 2010. v.76, n.1, p. 121-8.
Turati MF, Françozo MFC, Lima MCP. Adesão de mães a um programa de monitoramento do Desenvolvimento auditivo e de linguagem. Distúrbios Comun. 2016; 28(2): 244-54.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.402
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA EM CRIANÇAS COM INDICAÇÃO DE ADENOAMIGDALECTOMIA
Sanches, A.B. ;
Silva, I.V. ;
Colella-Santos, M.F. ;
Introdução: Alterações no funcionamento do sistema auditivo em suas porções periférica e/ou central podem prejudicar o processamento de informações auditivas levando a prejuízos no desenvolvimento da criança. A hipertrofia de tonsilas palatinas e faríngeas, é um fator extrínseco importante que pode ocasionar mau funcionamento da tuba auditiva, devido à sua disposição anatômica e predisposição a acometimentos infecciosos, o que é determinante para o desenvolvimento de otites médias (1). A adenoamigdalectomia é nomeada a cirurgia para a remoção das tonsilas palatinas (amígdala) e faríngeas (adenóide) hipertrofiadas, sendo um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados no mundo e a cirurgia otorrinolaringológica mais comum, tendo como incidência principal a população pediátrica (2,3). Objetivos: Analisar os resultados obtidos na avaliação da audição de crianças que serão submetidas à adenoamigdalectomia. Metodologia: Trata-se de estudo quantitativo, transversal, de caráter descritivo e parte da pesquisa “Um estudo sobre crianças respiratórias orais submetidas à adenotonsilectomia” aprovado pelo Comitê de Ética da instituição. A amostra é constituída por 41 crianças de 5 a 12 anos, sendo 28 do sexo masculino e 13 feminino, que serão submetidas ao procedimento de adenoamigdalectomia. Foram realizados os seguintes procedimentos: anamnese, meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria, imitanciometria, e emissões otoacústicas transientes e por produto de distorção pressurizadas e não pressurizadas. Resultados: Na audiometria tonal liminar 98% das orelhas testadas apresentaram média dos limiares auditivos dentro do padrão de normalidade e apenas 2% alterada. Na timpanometria obtivemos 75% de curva timpanométrica do tipo A, 11% curva tipo B, 9% curva tipo Ar e 5% curva tipo C. Na pesquisa das emissões otoacústicas transientes identificamos a presença de 89% das emissões não pressurizadas e em 93% nas pressurizadas. E nas emissões otoacústicas por produto de distorção obtivemos presença em 93% não pressurizadas e em 95% pressurizadas. Conclusões: O estudo apontou que os sujeitos com hipertrofia das tonsilas palatinas e faríngeas não apresentaram perda auditiva, contudo foram observadas alterações em orelha média na imitanciometria e emissões otoacústicas.
1. Bianchini, A.P; Guedes, ZCF; Hitos, S. Respiração oral: causa x audição. Rev. CEFAC, São Paulo , v. 11, supl. 1, 2009
2. Rebechi G, Pontes TE, Braga EL, Matos WM, Rebechi F, Matsuyama C. Estudos histopatológicos de cirurgias de adenotonsilectomias são realmente necessários? Int. Arch. Otorhinolaryngol. 2013;17(4):387-9.
3. ABORLCCF. Guideline IVAS Guideline IVAS Infecções das Vias Aéreas Superiores. Disponível em https://www.aborlccf.org.br/imageBank/guidelines_completo_07.pdf
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.382
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM MILITARES EXPOSTOS À RUÍDO DE IMPACTO
Farias, V. H. V. ;
Gil, D. ;
Introdução: As atividades de tiro, pertinentes à carreira militar, estão relacionadas à exposição a níveis elevados de pressão sonora oriundos de armas de fogo e de explosões. Na maioria das vezes, o foco principal da avaliação auditiva é em danos ao sistema auditivo periférico nesta população, ficando a sua porção central negligenciada.
Objetivos: Caracterizar as habilidades auditivas centrais de militares expostos a ruído de impacto.
Metodologia: Trata-se de um estudo analítico, observacional, transversal e de abordagem quantitativa. Foi submetido a dois Comitês de Ética em Pesquisa: ao da UNIFESP (instituição proponente) e a do Instituto de Pesquisas Biomédicas – IPB do Hospital Naval Marcílio Dias – HNMD (instituição co-participante), tendo como pareceres consubstanciados, respectivamente os números 3.584.472 e 3.848.504. O local do estudo foi a Seção de Fonoaudiologia da Policlínica Naval de Campo Grande – PNCG, no Rio de Janeiro. Durante a realização das suas Inspeções de Saúde - IS, os militares que se enquadravam eram convidados a participar. 52 militares expostos a ruído de impacto, no mínimo semestralmente, há pelo menos 3 anos, com limiares auditivos normais ou próximos ao normal e participação em prática de tiro e/ou exposição à explosão há, no máximo, 1 ano, foram submetidos aos seguintes testes comportamentais do Processamento Auditivo Central - PAC: Teste de Localização Sonora - TLS, Teste de Memória para Sons Verbais - TMSV, Teste de Memória para Sons Não-Verbais
- TMSNV, Teste de Fala com Ruído - TFR, Teste Dicótico de Dissílabos Alternados - SSW, Teste de Identificação de Sentenças Sintéticas com Mensagem Competitiva Ipsilateral - SSI-MCI, Teste de Padrão de Duração - TPD (versão Musiek), Teste Dicótico Consoante-Vogal – TDCV (Etapa de Atenção Livre), Gaps in Noise - GIN e Masking Level Difference - MLD. Os resultados das avaliações comportamental do PAC foram classificados em normais e alterados para cada indivíduo, conforme os padrões de normalidade.
Resultados: Nos 52 militares estudados, as médias de acertos foram de 82,4% (IC 95%: 78,6-86,1) para o TLS, 88,2% (81,9%-94,5%) para o TMSV, 79,1% (71,3%-86,8%) para o TMSNV, 90,4% (89,1%-91,7%) para a orelha direita - OD e 91% (89,9%-92,1%) para a orelha esquerda - OE no TFR, 93,8% (92,5%-95%) na condição direita competitiva - DC e 92,1% (90,3%-93,8%) na condição esquerda competitiva - EC para o SSW, 58% (54,6%-61,5%) de acertos para a OD e 72,4% (69%-75,7%) para a OE no SSI, havendo diferença estatisticamente significante entre as orelhas, com p < 0,01 no teste t-Student pareado, 72,6% (66,7%-78,5%) para o TPD, o TDCV evidenciou uma média de números de acertos de 12,5 (11,5-13,5) para a OD, de 6,69 (5,71-7,66) para a OE e de 4,82 (4,32-5,33) erros, identificando uma vantagem da OD, o GIN expôs uma média de detecção de intervalo de silêncio de 5,88ms (5,43ms-6,34ms), o MLD retratou média de 11,3dB (10,6dB-12dB) e observou-se, ainda, uma média de 2,82 (2,49-3,16) testes alterados.
Conclusões: os testes que demonstraram-se alterados foram o SSI-MCI OD, TPD, GIN e MLD, com uma média de quase 3 testes alterados, apontando alteração do PAC nesse grupo de militares.
GALLUN, F. J.; DIEDESCH, A. C.; KUBLI, L. R.; WALDEN, T. C.; FOLMER, R. L.; LEWIS, M. S.; MCDERMOTT, D.; FAUSTI, S. Z.; LEEK, M. R. Performance on tests of central auditory processing by individuals exposed to high-intensity blasts. JRRD; v. 49, n. 7, p. 1005-24, 2012.
GALLUN, F. J.; LEWIS, M. S.; FOLMER, R. L.; HUTTER, M.; PAPESH, M. A.; BELDING, H.; LEEH, M. R. Chronic effects of exposure to high-intensity blasts: results of tests of central auditory processing. Journal of Rehabilitation Research & Development, v. 53, n. 6, p. 705-720, 2016.
KUBLI, L. R.; PINTO, R.; BURROWS, H.; LITTLEFIELD, P.; BRUNGART, D. The effects of repeated low-level blast exposure on hearing in marines. Noise Health, v. 19, n. 90, p. 227-238, 2017.
SAUNDERS, G. H.; FREDERICK, M. T.; ARNOLD, M.; SILVERMAN, S.; CHISOLM, T. H. MYERS, P. Auditory difficulties in blast-exposed veterans with clinically normal hearing. Journal of Rehabilitation Research and Development, v. 52, n. 3, p. 343-360, 2015.
TAPE, V.; PAPESH, M.; RUSSEL, S.; LEWIS, S.; PRYOR, N.; GUILLORY, L. Acquired central auditory processing disorder in service members and veterans; Journal of Speech, Language and Hearing Research, v. 63, p. 834-857, 2020.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.403
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AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO SUSTENTADA EM USUÁRIOS DE PRÓTESE OSTEONCORADA
Sousa, A. S. ;
Santos, S. A. ;
AVALIAÇÃO DO ESFORÇO PARA OUVIR EM USUÁRIOS DE PRÓTESE OSTEONCORADA
INTRODUÇÃO - A quantidade de recursos cognitivos necessários para o reconhecimento dos sinais acústicos, principalmente a fala, incluindo os recursos da audição, atenção, memória e linguagem empregados na execução de uma determinada tarefa auditiva define o esforço para ouvir. O SSQ (Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale) é uma escala que tem por objetivo avaliar a experiência subjetiva de escuta e quantificar as dificuldades em situações cotidianas de comunicação e tem sido utilizado como instrumento para medir o esforço auditivo com usuários de próteses auditivas. É possível avaliar o esforço para ouvir também com avaliação comportamental. O THAAS (Teste de Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada) é empregado para avaliar a atenção auditiva sustentada e exige o sujeito se mantenha atento durante todo o teste. OBJETIVOS - Analisar o desempenho de adultos usuários de prótese osteointegrada no THAAS com e sem a prótese e verificar o benefício da prótese na qualidade de vida, através da aplicação do questionário SSQ e observar o esforço auditivo sem e com a utilização da prótese. MÉTODO - O presente relato de casos, aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa sob o CAAE 69690817.8.0000.8093 foi realizado inicialmente com dois participantes. Foram aplicados o THAAS e o SSQ sem e com a prótese e realizada a comparação dos desempenhos nas duas situações. Para neutralizar o efeito de aprendizagem e memória das duas aplicações, um sujeito realizou os procedimentos primeiramente sem a prótese e depois com a prótese e o outro participante foi submetido aos procedimentos em ordem inversa. RESULTADOS - A primeira realização do THAAS com o participante 1 foi feita com prótese, com dois erros de desatenção e um erro de impulsividade. Já na segunda aplicação do THAAS foi feita sem prótese e houve dois erros de impulsividade e onze de desatenção, sendo identificado um decréscimo de vigilância de cinco pontos. O participante 2 realizou a primeira aplicação do THAAS sem a utilização da prótese e ocorreram 58 erros de desatenção e seis erros de impulsividade, totalizando 64 erros, sem decréscimo de vigilância. A segunda realização do THAAS ocorreu com a utilização da prótese e foi observado dois erros de desatenção e dois de impulsividade e ausência do decréscimo de vigilância. Na aplicação do SSQ ambos os participantes apresentaram melhor pontuação com a prótese, o participante 1 fez 106 de 120 pontos com a prótese e sem a prótese 70/120, já o participante 2 fez 74/120 com a prótese e 11/120 sem a prótese.
CONCLUSÃO – Os resultados de ambos os participantes no THAAS e no SSQ se mostraram compatíveis, sendo possível observar que a prótese osteoancorada proporcionou melhor desempenho nas atividades de escuta e consequente redução do esforço auditivo em tarefas que necessitam a sustentação da atenção auditiva.
1. GUIJO, Laura Mochiatti; HORIUTI, Mirella Boaglio; CARDOSO, Ana Cláudia Vieira. Mensuração do esforço auditivo com o uso de um paradigma de tarefa dupla do Português Brasileiro: estudo-piloto. CoDAS, São Paulo , v. 31, n. 4, e20180181, 2019.
2. Miranda-Gonsalez Elisiane Crestani de, Almeida Kátia de. Incapacidade auditiva medida por meio do questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ): estudo piloto da versão reduzida em Português Brasileiro. Audiol., Commun. Res. 2017
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Página(s): p.301
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AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS USUÁRIOS DE FONES DE OUVIDO
Albuquerque, M. B. ;
Rolim, D. K. O ;
Nogueira, R. A. A. ;
Pereira, V. R. C. ;
Introdução: O desgaste das células ciliadas sensoriais da audição, após exposição ao ruído, pode desencadear a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), um tipo de perda caracterizada por sua progressão lenta e irreversível. Durante os estágios iniciais da PAIR acontece o aumento do limiar auditivo nas frequências de 4 ou 6 KHz com recuperação em 8 KHz. Caso ocorra a contínua exposição ao ruído, esse aumento nos limiares acontecerá também em outras frequências. Equipamentos como fones de ouvido são populares entre os jovens e são usados muitas vezes e por muitas horas, em níveis de pressão sonora elevados. Este uso abusivo, considerando elevada duração, intensidade e/ou frequência de exposição à música, pode acarretar em distúrbios da função auditiva e provocar severas consequências na qualidade de vida. Objetivo: O presente estudo buscou avaliar a audição de universitários usuários de fones de ouvido, mensurar a intensidade habitual de uso de fone de ouvido por meio de decibelímetro, avaliar os limiares audiométricos correlacionando-os aos achados de anamnese audiológica e identificar a incidência de PAIR nesta população. Métodos: Este estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (nº 3.344.836). Foram avaliados 22 indivíduos, estudantes universitários e usuários de fone de ouvido, entre 18 a 25 anos de idade (média de 21,18 ± 2,17 anos), sendo 17 participantes do gênero feminino e 5 participantes do gênero masculino. A avaliação consistiu na audiometria tonal, mensuração da intensidade do fone e aplicação do questionário sobre os hábitos auditivos. Os dados foram coletados, tabulados e analisados visando mensurar o efeito do uso de fones de ouvido na audição de estudantes universitários, bem como identificar possíveis sintomas extra auditivos nesta população. Resultados: Apesar da média dos limiares auditivos dos participantes estarem dentro dos padrões de normalidade, todos os participantes relataram ao menos um sintoma auditivo e extra-auditivo. Além disso, os dados coletados no questionário mostraram que os hábitos auditivos dos participantes são prejudiciais à saúde auditiva. Também foi possível observar que houve diferença estatística nos valores da audiometria tonal na frequência de 6KHz em comparação à outras frequências nas orelhas direita e esquerda, o que caracteriza a PAIR. Conclusão: Foi possível observar que os participantes da pesquisa já apresentam entalhe na frequência de 6KHz bilateralmente, bem como sintomas auditivos e extra-auditivos característicos da PAIR. Foi possível verificar que o uso de fones de ouvido é um fator de risco para a PAIR na população jovem, sendo necessária uma atenção dos profissionais de saúde para a conscientização da população que faz uso desses equipamentos.
Descritores: Fones de ouvido; Perda auditiva induzida por ruído; Hábitos auditivos; Ruído extra ocupacional; Adultos jovens
Correa B, et al. Hábitos e queixas auditivas de adolescentes usuários de estéreos pessoais. Rev. CEFAC, São Paulo, v.18, n.2, p.348-354, Apr. 2016.
Lacerda A, et al. Hábitos auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas. Rev. CEFAC, São Paulo , v. 13, n. 2, p. 322-329, Apr. 2011.
Hanazumi A, Gil D, Iorio M. Estéreos pessoais: hábitos auditivos e avaliação audiológica. Audiol., Commun. Res., São Paulo, v. 18, n. 3, p. 179-185, 2013.
Byeon H. Associations between adolescents' earphone usage in noisy environments, hearing loss, and self-reported hearing problems in a nationally representative sample of South Korean middle and high school students. Medicine (Baltimore). 2021 Jan 22;100(3):e24056.
Widen SE, Båsjö S, Möller C, Kähäri K. Headphone listening habits and hearing thresholds in swedish adolescents. Noise Health 2017;19:125-32
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.262
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM SAÚDE NA INTERNET: ANÁLISE DE WEBSITES SOBRE O USO DO SISTEMA DE FREQUÊNCIA MODULADA
FIDENCIO, V.L.D. ;
SILVA, J.M. ;
SOUZA, D.M.B. ;
PINHO, N.A.M. ;
ALMEIDA, R.S. ;
CORREA, C.C. ;
Usuários de dispositivos eletrônicos podem apresentar dificuldades em situações de ruído competitivo1. Uma possibilidade facilitadora nestes contextos é o uso do Sistema de Frequência Modulada (FM), que otimiza a compreensão da fala do interlocutor. É fundamental que os professores tenham conhecimento e habilidades para a utilização/manuseio do dispositivo2 e que os conteúdos online sejam provenientes de fontes confiáveis e com fundamentação na medicina baseada em evidências científicas3. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade, confiabilidade, usabilidade e abrangência dos websites de maior acesso voltados à orientação de professores sobre Sistemas FM. Por não analisar diretamente o impacto dos websites no público, este estudo não envolveu seres humanos, dispensando a análise pelo Comitê de Ética em Pesquisas e aplicação de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Três juízas realizaram as buscas nos sites Google e Yahoo!, por meio do uso das palavras-chave/termos livres: "sistema FM", "criança", "deficiência auditiva", "professor", “microfones remotos” e "orientações", consultando as cinco primeiras páginas dos resultados. Foram admitidos websites, portais e blogs organizados no idioma português do Brasil, que alocassem informações sobre o Sistema FM, benefícios, uso e manuseio por professores. Os websites foram analisados quanto à qualidade do conteúdo e a confiabilidade por meio do protocolo Discern Questionnaire (DQ)4, quanto à usabilidade pela escala System Usability Scale (SUS)5 e, quanto à abrangência, os juízes avaliaram se os conteúdos contemplavam quatro temas: 1- definição do Sistema FM; 2- importância do uso do dispositivo em sala de aula; 3- modo de utilização pelo professor e pelo aluno: posicionamento do transmissor e receptor; e 4- manuseio do transmissor pelo professor: ligar/desligar, opção de "microfone mudo". Foram identificados 500 websites, dos quais 14 foram incluídos e avaliados. Quanto à confiabilidade, três (21,42%) websites foram classificados como “bom”; cinco (35,72%) como “regular”; e seis (42,85%) “ruim”. No que diz respeito à abrangência, grande parte apresentou informações insuficientes quanto aos temas 3 e 4. A média da usabilidade foi 70,0 pontos, atribuindo-se a classificação “bom”. Somente um website foi categorizado como “melhor alcançável” e obteve maior pontuação nas demais avaliações (abrangência – 20 pontos; confiabilidade 60,66 pontos). Concluiu-se que a maior parte dos conteúdos dos websites com orientações sobre o Sistema FM para professores foi classificada como ruim, demonstrando que a confiabilidade para escolhas de tratamento por meio dessas informações online não é tão segura. Torna-se essencial o oferecimento de informação de qualidade bem como a avaliação da informação em saúde disponibilizada, a fim de garantir que os websites disponíveis sejam críveis e tragam segurança, de modo a auxiliar os professores na inclusão dos alunos usuários deste dispositivo em sala de aula.
1.Barreiros GE, Mendes BCA, Ficker LB, Novaes BCAC. Reabilitação auditiva: papel da família na adesão ao uso do sistema de transmissão sem fio na escola. Disturb Comum. 2016;28(4):718-29.
2.Carvalho DS, Pedruzzi CM. Uso do sistema de frequência modulada por escolares com perda auditiva. Disturb Comum. 2019; 31(1):12-21.
3.Roshan A, Agarwal S, England RJ. Role of information available over the internet: what are the parents of children undergoing tonsillectomy likely to find? Ann R CollSurg Engl. 2008; 90(7):601-5.
4.Charnock D, Shepperd S, Needham G, Gann R. DISCERN: an instrument for judging the quality of written consumer health information on treatment choices. J Epidemiol Commun Health. 1999;53(2):105–111.
5.Liang J, Xian D, Liu X, Fu J, Zhang X, Tang B, Lei J. Usability study of mainstream wearable fitness devices: feature analysis and system usability scale evaluation. JMIR Mhealth Uhealth. 2018;6(11):e11066.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.215
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR E SUAS FAMÍLIAS: REVISÃO SISTEMÁTICA
MELO, L.P.F. ;
CRISPIM, V.M.F. ;
INTRODUÇÃO: A perda auditiva (PA) afeta cerca de 466 milhões de pessoas no mundo, sendo 7% desse número, crianças, comprometendo percepção da fala e desenvolvimento de linguagem. Com o avanço de tecnologias voltadas para a área da audiologia, cada vez mais crianças podem ter acesso a dispositivos auditivos que favorecem o input de informações auditivas. No entanto, mesmo com o uso de dispositivos, a PA pode gerar diversas questões psicossociais no indivíduo, uma vez que as dificuldades de comunicação podem causar sentimentos negativos, trazendo impacto direto na qualidade de vida (QV) dessas pessoas. Por essa razão, incluir a avaliação de indicadores de QV favorecem a compreensão de aspectos relacionados aos benefícios que os dispositivos auditivos proporcionam e favorece o monitoramento da efetividade do processo de intervenção. OBJETIVO: Buscar na literatura estudos que investigaram a QV de crianças usuárias de implante coclear e suas famílias a fim de compreender os instrumentos de avaliação mais utilizados, os domínios avaliados e as variáveis que devem ser consideradas nas avaliações da QV dessa população. MÉTODO: Revisão sistemática da literatura, considerando publicações científicas em periódicos indexados, em língua portuguesa e em inglês do período de 2010 a 2020. A busca foi realizada nos meses de setembro e outubro de 2020 nas bases de dados eletrônicas PUBMED, SCOPUS, LILACS, WEB OF SCIENCE, SCIELO, BIBLIOTECA DIGITAL USP e EMBASE utilizando-se os descritores criança, qualidade de vida e implante coclear. RESULTADOS: Foram identificados 674 artigos e 1 dissertação. Após análise primária das publicações, foram excluídos 601 artigos com base na leitura dos títulos/resumos. Desses 23 foram excluídos por não atenderem aos critérios e 43 foram excluídos por serem duplicados. Ao final, 7 artigos e 1 dissertação de mestrado foram analisados. RESULTADOS: Os instrumentos utilizados para a avaliação da QV foram o CCIPP, WHOQOL-BREF, KINDLR e CHIP-CE. Entre os domínios analisados, a comunicação e as relações sociais foram os mais expressivos quanto aos impactos na QV dessas famílias. Além desses instrumentos, observou-se a utilização da Escala de Envolvimento Familiar para analisar de permeabilidade familiar, o Zarit Burden Interview para avaliar a carga de cuidado de pais/cuidadores, o Family Stress Scale para avaliar nível de estresse dos pais, o MUSS e o LAVE para avaliar linguagem e CAP, o GASP e o IT-MAIS para avaliar do desempenho auditivo das crianças. Além disso, os estudos sugerem a utilização de instrumentos que avaliem outras variáveis, como por exemplo os dados sociodemográficos, para que se possa entender a correlação com os índices de QV. CONCLUSÃO: Os estudos ressaltam a importância de utilizar outras medidas de monitoramento de intervenção fonoaudiológica voltada para crianças usuárias de dispositivos auditivos e suas famílias, além daquelas relacionadas à percepção auditiva de fala e aquisição e desenvolvimento de linguagem. Fica evidente a necessidade de se considerar na avaliação variáveis como dados sociodemográficos e permeabilidade familiar por permitir uma análise mais aprofundada da QV e possibilitar que a intervenção terapêutica seja mais individualizada.
1. DAVIS, E.; WATERS, E.; MACKINNON, A.; REDDIHOUGH, D.; GRAHAM, H.K.; MEHMET-RADJI, O., et al. Pediatric quality of life instruments: a review of the impact of the conceptual framework on outcomes. Dev Med Child Neurol. 2006;48(4):311-8.
2. OLIVEIRA, R. G.; SIMIONAATO, M. A. W.; NEGRELLI, E. D.; MARCON, S. S. A experiência de famílias no convívio com a criança surda. Acta Scientiarum Health Science, v. 26, nº 1, p. 183-191, 2004.
3. SEIDL, E.M.F.; ZANNON, C.M.L.C. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 580-588, Apr. 2004 .
4. FORTUNATO-TAVARES T, BEFI-LOPES D, BENTO RF, ANDRADE CR. Children with cochlear implants: communication skills and quality of life. Braz J Otorhinolaryngol. 2012;78(1):15-25.
5. RAMIRES, C.M.N.; BRANCO-BARREIRO, F.C.A.; PELUSO, E.T. Fatores relacionados à qualidade de vida de pais de crianças com deficiência auditiva. Ciência Saúde Coletiva, 21(10), out. 2016 https://doi.org/10.1590/1413-812320152110.224720
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.353
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO EM CRIANÇAS COM GAGUEIRA
Sleifer, P. ;
Lima, M. S. ;
Crusius, J. S. ;
Bueno, C. D. ;
Introdução: O Potencial Evocado Auditivo Cognitivo P300 é um potencial de longa latência de pico positivo por volta de 300ms obtido através da tarefa de identificação de um estímulo raro em meio a outros estímulos frequentes (paradigma oddball). É considerado um potencial endógeno, ou seja, envolve a realização de uma tarefa cognitiva, de modo voluntária e ativa. Representa respostas cerebrais relacionadas às habilidades de atenção, discriminação, memória e integração, tendo como principais sítios geradores o hipocampo, córtex auditivo e córtex frontal. A gagueira é um distúrbio de fluência caracterizada por interrupções no fluxo da fala, sendo essas de forma involuntária e atípica comprometendo assim a clareza do discurso. A pesquisa desse potencial na população com gagueira é importante para ajudar no entendimento de fatores que influenciam na fluência da fala, visto que, áreas cerebrais avaliadas no P300 estão também associadas a processos auditivos-linguísticos. Objetivo: Analisar os achados do potencial cognitivo (P300) em crianças com gagueira, sem queixas auditivas, com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade e comparar com grupo controle. Método: Estudo do tipo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob número 55977316.8.0000.533. A casuística foi composta por 51 crianças de ambos os sexos com idade entre 6 e 10 anos, divididas em grupo estudo (GE), composto por 17 crianças com gagueira e grupo controle (GC), composto por 34 crianças sem gagueira, sem diagnóstico de patologias otológicas ou outras doenças. Foram realizadas uma avaliação audiológica periférica básica (Meatoscopia, Audiometria Tonal, Audiometria Vocal, Medidas de Imitância Acústica) e avaliação do potencial cognitivo P300 em todas as crianças. As crianças com gagueira realizaram anamnese específica e filmagem de fala espontânea, posteriormente transcrita e analisada quanto à severidade da gagueira, para avaliar fluência. Resultados: Os achados foram significativos para as latências e amplitudes do P300. O grupo com gagueira, obteve latências mais atrasadas e amplitudes reduzidas quando comparadas ao grupo sem gagueira; também foram identificadas alterações na morfologia das ondas do P300 no GE. Conclusão: Na amostra estudada as crianças com gagueira apresentaram pior desempenho quando comparadas ao grupo controle. Verificou-se atraso nas latências do P300 nas crianças do grupo estudo, além disso, houve correlação entre severidade da gagueira e aumento de latência da onda P300.
1. DIDONÉ, D. D. et al. Potencial evocado auditivo P300 em adultos: valores de referência. einstein (São Paulo), São Paulo, v. 14, n. 2, p. 208-212, Jun. 2016. Disponível em: https://journal.einstein.br/pt-br/article/potencial-evocado-auditivo-p300-em-adultos-valores-de-referencia/ . Acesso em: 05 jun.2021.
2. JERÔNIMO, G.M., SCHERER, A. P. R., SLEIFER, P. Potenciais evocados auditivos de longa latência em crianças com gagueira. einstein (São Paulo), São Paulo, v. 18, eAO5225, Jun. 2020. Disponível em: https://journal.einstein.br/pt-br/article/potenciais-evocados-auditivos-de-longa-latencia-em-criancas-com-gagueira/ . Acesso em: 05 jun.2021.
3. MCPHERSON, D. L. Late potentials of the auditory system (evoked potentials). San Diego: Singular Publishing Group, 1996.
4. PRESTES, R. et al. Processamento temporal e potencial evocado auditivo de longa latência em indivíduos gagos. Braz. J. Otorhinolaryngol., v. 83, n. 2, p. 142–146, Mar/Abr. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/bjorl/a/rx8JkkX6dBWKbGjrGws5DFv/?lang=pt# . Acesso em: 05 jun.2021.
5. REIS, A. C. M. B., FRIZZO, A. C. F. Potencial Evocado Auditivo Cognitivo. In: BOÉCHAT, E. M. et al. (Org.). Tratado de Audiologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. Cap. 19, p. 140-150.
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Página(s): p.216
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/216
AVALIAÇÃO LONGITUDINAL DA RESTRIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO DE PACIENTES COM ZUMBIDO APÓS 5 ANOS DE INTERVENÇÃO
Mortari, A. V. ;
Matos, I. L. ;
Catalani, B. ;
Mondelli, M. F. C. G. ;
Introdução: O zumbido é denominado como uma percepção sonora na ausência de estímulo externo, sendo apresentado em variados timbres, bem como em direções uni ou bilaterais das orelhas¹. Tal sintoma impacta negativamente a qualidade de vida dos indivíduos, provocando danos nas atividades rotineiras, principalmente relacionadas às esferas psicológicas, emocionais e de interação social². Ainda que não exista uma única conduta terapêutica devido aos aspectos multifatoriais do fenômeno, existem intervenções que podem reduzir a sensação incômoda do som, como a terapia sonora com AASI e o uso do gerador de som (GS), que habitua o zumbido com o uso da estimulação do córtex auditivo podendo diminuir a percepção desagradável do sintoma³. Objetivo: Analisar de forma longitudinal o impacto do zumbido na restrição de participação após 5 anos de intervenção. Metodologia: Estudo realizado após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, nº 386.484. Realizada a análise longitudinal, em um centro de alta complexidade, de 23 pacientes com queixa de zumbido bilateral, sendo 15 com perda auditiva (PA) e 8 com audição normal (AN). Foi aplicado o questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI) em 2016, antes de iniciar o tratamento, e novamente em 2021. A análise estatística foi realizada por meio dos testes “t” pareado e Wilcoxon. Resultados: Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes (p<0,05) na comparação entre os valores obtidos nos atributos “Funcional”, “Catastrófico” e na pontuação total do questionário, sendo observados os seguintes valores de p, respectivamente: <0,001; 0,012; 0,020. Foi analisado também o domínio “Emocional” porém, este não apresentou diferença estatisticamente significante (p=0,689) quando comparados o antes e após a intervenção. Conclusões: É possível observar que a terapia sonora por meio de AASI e/ou GS é benéfica no tratamento do zumbido, podendo ser considerada ferramenta importante para reduzir o incômodo e restrição de atividades do indivíduo acometido pelo sintoma.
1. Mondelli, M. F. C .G; Rocha, A. B. Correlação entre os achados audiológicos e incômodo com zumbido. Arquivos Int. Otorrinolaringol. (Impr), v. 15, n. 2, p. 172-180. 2011.
2. Rocha, A. V.; Mondelli, M. F. C. G. Sound generator associated with the counseling in the treatment of tinnitus: evaluation of the effectiveness. Braz J Otorhinolaryngol, v. 83, n. 3, p. 249-255, 2017.
3. Mondelli, M. F. C. G.; Cabreira, A. F.; Matos, I. L.; Ferreira, M. C.; Rocha, A. V. Sound Generator: analysis of the effectiveness of noise in the habituation of tinnitus. Int Arq Otorhinolaryngol. 2020;06:23.
DADOS DE PUBLICAÇÃO