Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

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"ESTUDO DA ABSORVÂNCIA ACÚSTICA DE BANDA LARGA NA FASE PRÉ-OPERATÓRIA DE CRIANÇAS SUBMETIDAS À ADENOAMIGDALECTOMIA"
Silva, I.V. ; Sanches, A.B. ; Colella-Santos, M.F. ;

Introdução: A adenoamigdalectomia, cirurgia para retirada das tonsilas palatinas e/ou faríngeas, é considerada o procedimento cirúrgico mais comum realizado por otorrinolaringologistas, especialmente, em crianças. No que cerne à audição, a hipertrofia das tonsilas é um fator extrínseco relevante e que deve ser considerado na primeira infância, pois este quadro obstrutivo pode ser determinante para o surgimento de otites médias (OM), e, consequentemente, de alterações auditivas. Alterações auditivas em
crianças podem acarretar em prejuízos no desenvolvimento do aprendizado na área educacional, da linguagem, e, principalmente, das potencialidades do ser humano - incluindo sua integração à vida social. Objetivo: Investigar a audição periférica com enfoque na absorvância acústica de banda larga (ABL), de crianças com indicação para realização de cirurgia de adenoamigdalectomia, na modalidade de retirada de tonsilas faríngeas e/ou palatinas em um único procedimento. Métodos: Trata-se de estudo quantitativo, transversal, de caráter descritivo, e parte de um projeto maior denominado: “Um estudo sobre crianças respiradoras orais submetidas à adenotonsilectomia”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição sob o parecer Nº 2.496.052. A amostra (GE) foi constituída por 20 crianças entre 5 a 12 anos, do sexo feminino e masculino, com indicação otorrinolaringológica para retirada de tonsilas palatinas e/ou faríngeas em um único procedimento e cirurgia de adenoamigdalectomia previamente agendada antes da avaliação audiológica. Foram aplicados os seguintes procedimentos: avaliação audiológica básica compreendendo: meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria,(LRF e IRF) e Imitanciometria de Banda Larga, obtendo-se a curva timpanométrica e medidas de ABL (250 a 8000Hz) na condição de pressão ambiente (PA) e pico de pressão (PP), considerando as variáveis orelha direita (OD) e esquerda (OE). Resultados: Do total da amostra, apenas 1 criança (5%) apresentou perda auditiva do tipo condutiva, de grau leve, bilateralmente. Na timpanometria com o tom de sonda de 226Hz, verificou-se que 20% das OD testadas apresentaram curva timpanométrica do tipo Ar, 10% curva C, 5% curva B e 65% curva A. Dos 65% de orelhas que apresentaram curva tipo A, 30% apresentaram a absorvância acústica de banda larga em PA e PP com valores abaixo da curva de normalidade sugerida pelo equipamento. Das 20 OE testadas, 15% apresentaram curva tipo Ar, 10% curva B, 5% curva C e 70% apresentaram curva timpanométrica tipo A. Dos 70% de orelhas que apresentaram curva tipo A, 45% apresentaram a absorvância acústica de banda larga com valores abaixo da curva de normalidade sugerida pelo equipamento em PA, e 35% na absorvância acústica de banda larga em PP. Conclusão: A absorvância acústica de banda larga mostrou-se eficaz na identificação das alterações de orelha média nas crianças com hipertrofia das tonsilas palatinas e/ou faríngeas.

Dimatos Spyros Cardoso, Neves Luciano Rodrigues, Beltrame Jéssica Monique, Azevedo Renata Rangel, Pignatari Shirley Shizue Nagata. Impacto da adenotonsilectomia na emissão vocal em crianças. Braz. j. otorrinolaringol. [Internet]. Abril de 2016 [citado em 07 de janeiro de 2021]; 82 (2): 151-158.


Escarrá Florencia, Vidaurreta Santiago M. Evaluación de la calidad de vida antes y después de la adenotonsilectomía en niños con hipertrofia de amígdalas y/o adenoides. Arch. argent. pediatr. [Internet]. 2015 Ene [citado em 07 de janeiro de 2021] ; 113( 1 ): 21-27.


Ferreira Marinho, A. (1). Amígdalas e adenóides - da infecção à obstrução. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia E Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 48(1), 25-32.


Hein TAD, Hatzopoulos S, Skarzynski PH, Colella-Santos MF. Wideband Tympanometry. Advances in Clinical Audiology. 2017.


Araujo ES, Saters TL, Alvarenga K de F. Medidas de imitância acústica de banda larga: validação de um padrão de normalidade para crianças brasileiras. 2017 ;




DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.390
ISSN 1983-1793X
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A EXPANSÃO DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DA ÁREA DE AUDIOLOGIA NAS REDES SOCIAIS
Boscolo, C.C. ; Soldera. C.L.C. ; Machado, M.S. ; Rossoni, E.P. ; Krummenauer, G. ; Bevilaqua, J.C. ; Silva, C.M. ; Braga, N.S. ;

Introdução A pandemia de COVID-19 impactou em todas as estruturas sociais, nacional e internacionalmente. As universidades brasileiras também sofreram grande impacto com a chegada do vírus ao Brasil, tendo que suspender as atividades presenciais por tempo indeterminado. Com o distanciamento social, alunos e professores reinventaram seus métodos de ensino e aprendizagem, adaptando-se para um modelo de educação à distância. Além disso, projetos acadêmicos, que antes funcionavam com utilização de laboratórios e salas de aula da Universidade, passaram a exercer suas tarefas de forma remota. O projeto “O uso de tecnologia audiovisual como estratégia inovadora de ensino em Audiologia clínica”, como parte do Programa de Iniciação à Docência (PID), tem como objetivo proporcionar a realização de atividades que estimulem o desenvolvimento de metodologias inovadoras que contribuam com a melhoria do ensino na graduação através de novas práticas e experiências pedagógicas relacionadas à Audiologia. O projeto iniciou suas atividades em 2019, criando videoaulas dos procedimentos práticos de Audiologia Clínica para serem utilizadas nas aulas das disciplinas do eixo de Audiologia do Curso de Fonoaudiologia. Entretanto, com a chegada da pandemia, ele foi levado para as redes sociais Instagram e Facebook, com o propósito de manter os alunos com materiais complementares, principalmente em um período de tantas adaptações e dificuldades. Surpreendentemente, o engajamento do perfil foi muito satisfatório desde o começo, visto que, em apenas um ano de sua criação, ele já conta com mais de 1000 seguidores no Instagram. Objetivo Temos como objetivo apresentar as ações realizadas por um Programa de Iniciação à Docência de Audiologia Clínica, durante o período de distanciamento social por meio das redes sociais. Metodologia Desde o ano de 2020, com a entrada no Instagram, o perfil cresce de forma exponencial. As postagens de vídeos criativos e a realização de lives sempre chamaram a atenção das pessoas, fazendo com que o número de seguidores crescesse semanalmente. Somando o sucesso do perfil com a vontade de inovar os conteúdos, idealizamos fazer um “mês especial”, em junho de 2021, durante o qual estão sendo postados conteúdos exclusivos, que incluem paródias de músicas famosas com temática relacionada à Audiologia, vídeos didáticos para apresentação dos conteúdos, e utilização de imagens. Resultados Os novos conteúdos geraram impactos positivos para o programa, expandindo, recentemente, sua atuação para o YouTube. No mês de junho, iniciou-se as postagens do “mês especial”. O primeiro post, em formato IGTV, atingiu 1028 visualizações, passando a ser o vídeo mais visto do perfil nesse formato. Antes da nova proposta especial, o vídeo mais visualizado tinha sido o da primeira live, totalizando 530 visualizações. Na segunda semana do “mês especial”, a conta alcançava 2741 perfis, um alcance superior a 245%, em comparação às semanas anteriores. Além disso, o número de interações nas últimas semanas foi de 579, sendo 109% maior que nas semanas anteriores também. Conclusão Conclui-se que a utilização de conteúdos de forma criativa e didática pode ser um bom atrativo para conquistar seguidores no Instagram, instigar o interesse dos alunos e facilitar a compreensão de assuntos relacionados à Audiologia.

1. Cardoso, M. C.; Ferreira, C. P.; Silva, C. M.; Medeiros, G. M.; Pacheco, G.; Vargas, R. M. Utilização das redes sociais em projeto de extensão universitária em saúde durante a pandemia de covid-19; Nº 1 Expressa Extensão, JAN-ABR, 2021.
2. Gimenez, A. M. N., Sousa, G., & Feltri, R. B. (2020). Universidades Brasileiras e Covid-19: fortalecendo os laços com a sociedade. Boletim Unicamp.
3. de Aguileta, C. C., & Morales-Cardoso, J. (2021). Las redes sociales como herramienta de comunicación para las marcas: la utilización de Instagram durante el Covid-19. Revista Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação, (E40), 218-231.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.256
ISSN 1983-1793X
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A FAMILIA NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM PERDA DE AUDIÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Castro, M. P. ; Grácia, F. A. P. S. ; Martinho, J. G. ; Oliveira, P. P. ; Pinto, S. G. ;

A presente pesquisa refere-se a revisão integrativa da literatura sobre o tema: a participação da família no processo de reabilitação do indivíduo com deficiência auditiva. Teve por objetivo realizar uma revisão da literatura nacional, no modelo integrativo, sobre a participação da familia no processo de reabilitação fonoaudiológica de indivíduos com deficiência auditiva, a fim de identificar o cenário científico sobre o tema proposto, bem como a contribuição das pesquisas para o conhecimento da área e para a implementação de procedimentos que auxiliem a participação da família no processo terapêutico. A coleta de dados foi realizada em bases eletrônicas de informações: Portal de Periódicos CAPES/MEC, Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Sistema da Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e National Library of Medicine (MEDLINE e PUBMED). Os critérios de inclusão dos artigos foram: artigos de publicação nacional, na língua portuguesa, com publicação nos últimos 15 anos (2005 a 2020). A amostra foi composta por 22 artigos (14 pesquisas de campo, seis estudos de caso e duas revisões de literatura). Entre os 22 artigos, oito pesquisas utilizaram instrumentos como escalas e protocolos; também oito realizaram entrevistas com os familiares; sete aplicaram o procedimento de video feedback, cinco usaram questionários e dois coletaram dados da literatura. Vinte artigos citaram que os participantes com deficiência auditiva eram usuários de algum tipo de dispositivo de amplificação sonora (AASI e/ou IC). Para análise dos dados, a amostra sofreu dois tipos de agrupamento. No primiero foi subdividida segundo os instrumentos utilizados: Grupo 1, com onze artigos que utilizaram algum tipo de protocolo para coleta de dados; Grupo 2, com onze artigos que usaram algum tipo de entrevistas (estruturadas, semi-estruturadas ou informais); e Grupo 3, com seis artigos que usaram video feedback. O segundo agrupamento referia-se ao tipo de objetivo: Grupo A, formado por nove artigos cujos objetivos eram investigar aspectos relacionados às expectativas e às emoções dos pais com relação aos filhos com deficiência auditiva; Grupo B, que incluiu onze pesquisas que utilizaram procedimentos que estimulavam a participação dos pais no processo terapêutico; e Grupo C, formado pelos dois artigos de revisão da literatura. De forma geral, na maioria dos estudos o tipo de dispositivo de amplificação sonora não foi citado como fator influente na participação familiar. A análise de alguns estudos demonstraram as dificuldades afetivas, comunicativas e de qualidade de vida para famílias de indivíduos com deficiência auditiva; entretanto, outros estudos identificaram que há procedimentos que favorecem a atuação dos pais no processo de reabilitação fonoaudiológica, sendo os estudos com uso de video feedback os que trouxeram mais ênfase sobre tal contribuição. Conclui-se que a heterogeneidade nos estudos analisados permitiu identificar os cenários e os procedimentos dos estudos realizados; porém, não foi possivel identificar o procedimento que contribui de forma mais efetiva para a participação e o envolvimento dos pais no processo de reabilitação fonoaudiológica dos filhos deficientes auditivos.

Palavras chave: audição; deficiência auditiva; reabilitação; família

1) Brazorotto, J. S., Costa, K. J., de Souza, A. S., & Lima, M. C. O. (2020). Impacto do enquadre terapêutico em grupo nas necessidades de famílias de crianças com deficiência auditiva. Distúrbios da Comunicação, 32(1), 1-13. (14)

2) Lima, M. C. D. O., Souza, A. S. D., Santos, I. R. D. D., Carvalho, W. L. D. O., & Brazorotto, J. S. (2019). Análise da efetividade de um programa de intervenção para famílias de crianças com deficiência auditiva. In CoDAS (Vol. 31, No. 3). Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. (15)

3) Santos, I. R. D. D., & Brazorotto, J. S. (2018). Intervenção guiada por videofeedback a famílias de crianças com deficiência auditiva. In CoDAS (Vol. 30, No. 1). Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. (16)


4) Prado, M. D. C. R. D., & Abramides, D. V. M. (2018). O uso de cenários cotidianos baseados na ferramenta educacional My World com mães de crianças e adolescentes com deficiência auditiva. Audiology-Communication Research, 23. (17)
5) Guijo, L. M., & Delgado-Pinheiro, E. M. C. (2016). Caracterização da interação comunicativa entre pais de crianças e adolescentes deficientes auditivos que utilizam comunicação oral. Revista CEFAC, 18(5), 1060-1068. (18)
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.233
ISSN 1983-1793X
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A IMPORTÂNCIA DO MAPEAMENTO DA FALA NA REGULAGEM DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL/AASI
Williams, E. M. O. ; Cabral, I. A. L. ; Lubanco, L. R. ;

O aparelho auditivo é uma das opções empregadas no processo de reabilitação auditiva, quando não há possibilidade de tratamento médico ou cirúrgico, objetivando o auxílio da comunicação e a redução das limitações ocasionadas pela deficiência auditiva. O aparelho de amplificação sonora individual (AASI) é um dispositivo eletrônico, cujas funcionalidades se estabelecem na amplificação dos sons, propiciando ao indivíduo o uso de sua audição residual. Para o alcance dessas metas, torna-se fundamental que o ajustamento eletroacústico esteja conforme as necessidades do paciente. A avaliação audiológica é um procedimento fundamental para caracterizar a classe e magnitude da perda auditiva e a prescrição de aparelho auditivo. Existem diversos equipamentos eletroacústicos disponíveis no mercado, para a realização do mapeamento da fala, que até recentemente os sons disponibilizados para avaliação eram exclusivamente em Língua Inglesa ou ainda, não concediam nenhuma compreensão. Com o desenvolvimento de um estímulo da fala em Português Brasileiro, que possibilitou a avaliação eletroacústica do aparelho auditivo, com um sinal de fala na Língua Portuguesa, os profissionais tiveram que se adaptar à nova tecnologia, buscando conhecimento sobre o novo sistema, uma vez que os critérios de adaptação da prótese auditiva requerem um processo criterioso, para potencializar o desempenho do funcionamento, benefício e bem-estar do indivíduo. Diante disso, este estudo tem o objetivo de analisar a importância e os benefícios do mapeamento da fala, na adaptação e regulagem de AASI.

ATEAL - Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem. [Relatório]. Relatório de Atividades, Jundiaí/SP, 60 p., 2017.
ÁVILA, VD de, et al. Relação entre o Benefício do Aparelho de Amplificação Sonora Individual e Desempenho Cognitivo em Usuário Idoso. [Artigo]. Universidade do Estado do Rio de Janeiro/RJ, Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 14, n. 3, p. 475-484, 2011.
BARROS, PFS de; QUEIROGA, BAM. As dificuldades encontradas no processo de adaptação de aparelho de amplificação sonora individual em indivíduos idosos. [Artigo]. Instituto Cefac, São Paulo/SP, Revista CEFAC, v. 8, n. 3, p. 375-385,jul-set/20016.
BELLOTTI, AC. Implante coclear: um estudo da escrita na escola. [Tese]. Universidade Estadual Paulista-UNESP, Faculdade de Ciências e Letras “Julio de Mesquita Filho”, Araraquara/SP, 123 fls, 2014.
CAMPARIM, MC. Avaliação da percepção da fala em um grupo de crianças usuárias de implante coclear. [Monografia]. Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Tuiuti do Paraná/PR, 27 fls, 2010.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.309
ISSN 1983-1793X
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A INFLUÊNCIA DO ACOLHIMENTO NO ZUMBIDO E NOS NÍVEIS DE ANSIEDADE DE SUJEITOS COM ZUMBIDO CRÔNICO: ESTUDO COM PLACEBO
Olivera, B. V. M. ; Moresco, K. E. ; Oppitz, S. J. ; Garcia, M. V. ; Silveira, A. F. ;

INTRODUÇÃO: O zumbido é um sintoma prevalente na população mundial e está frequentemente associado a sintomas ansiosos, sendo que ambos são considerados problemas de Saúde Pública. Estes sintomas geram muitos desconfortos e podem levar os sujeitos a exclusão social e até ao suicídio. Estudos mostram que o Acolhimento tem sido benéfico na busca por amenizar o sofrimento frente a situações geradoras de ansiedade, assim como, a presença do zumbido. Trata-se de uma escuta qualificada, acolhedora e informativa. OBJETIVO: Verificar a influência do Acolhimento no zumbido e nos sintomas ansiosos em sujeitos com zumbido crônico, utilizando placebo. METODOLOGIA: Este trabalho faz parte de uma pesquisa maior de ensaio clínico, duplo cego, randomizado, controlado por placebo, submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob nº CAAE: 96740718.4.0000.5346 de uma Instituição Pública de Ensino Superior e ReBEC: RBR-8z4mhq. Propôs acompanhamento clínico, prospectivo e longitudinal de 15 indivíduos com zumbido crônico, média de idade de 48,9 anos(mínima de 20 e máxima de 68), limiares auditivos normais ou perda auditiva sensorioneural de grau leve bilateralmente. Contou com um grupo placebo que ingeriu cápsulas diárias de 100mg de amido por três meses, com acompanhamento mensal para escuta de acolhimento, sem aconselhamento fonoaudiológico, somente entrega das cápsulas. Os sujeitos acreditavam estar ingerindo extrato de açaí como tratamento para o zumbido, pois este possui ação anti-inflamatória, com efeito citoprotetor, hipocolesterolêmico, antioxidante e vasodilatador. O acolhimento foi respaldado em um escuta atenta, qualificada, valorizando as demandas individuais, sem intervenção, apenas ouvindo. Foram submetidos aos procedimentos de composição amostral (Anamnese de Investigação do Zumbido, Escala Visual Analógica referente ao incômodo do zumbido e Avaliação Audiológica Básica) e a questionários de autoavaliação, sendo eles: Inventário de Ansiedade de Beck (Beck Anxiety Inventory - BAI), Escala Visual Analógica (EVA) e Tinnitus Handicap Inventory (THI), aplicados no momento inicial(na avaliação) e após os 3 meses de acompanhamento/Acolhimento mensal. Para análise dos dados utilizou-se os testes de Kolmogorov-Smirnov (KS) e de Wilcoxon Pareado. RESULTADOS: Para EVA, a média apresentada foi classificada como grau de incômodo moderado tanto no momento pré (média de 6,47) como pós (média de 5,87), sem mudanças significantes com p = 0,119. O THI pré demonstrou escores em grau moderado (média de 41,2) e no pós 3 meses, leve (média de 32,4), sendo p = 0,093, com tendência a significância estatística. Antes do acolhimento e placebo as médias do BAI eram de nível leve (média de 10,73) de ansiedade e passaram para nível mínimo (média de 7,47). A comparação entre os momentos pré e pós BAI apresentou diferença com significância (p = 0,017). Acredita-se que o efeito maior desses resultados foi do acolhimento e não do placebo, pois os sintomas ansiosos melhoraram mais que o zumbido. Se o efeito fosse do placebo, o zumbido teria melhorado mais ou da mesma forma que os sintomas ansiosos. CONCLUSÃO: O Acolhimento não promoveu mudanças significativas frente ao zumbido crônico, mas pode auxiliar na redução dos sintomas ansiosos dos sujeitos.

Rocha AV. Diretrizes para intervenção fonoaudiológica do zumbido. Tese (Doutorado em Fonoaudiologia). Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, 2018.

Kerle HM, Sampaio ALL, Olivera CACP, Granjeiro RC, Oliveira TS. Tinnitus Annoyance in Normal- Hearing Individuals: Correlation With Depression and Anxiety. Annals of Otology, Rhinology & Laryngology. Brasilia. 2016, v.125, pp.185-194.

Coutinho LRP, Barbieri AR, Santos MLM. Acolhimento na Atenção Primária à Saúde: revisão integrativa. Saúde em Debate [online]. 2015, v. 39, n. 105, pp. 514-524.

Colloca L, Barsky AJ. Placebo and nocebo effects. New England Journal of Medicine. 2020, v. 382(6), pp. 554-561.

Cordeiro VSC, Bem GF, Costa CA, Santos IB, Carvalho LCRM, Ognibene DT, Rocha APM, Carvalho JJ, Moura RS, Resende AC. Euterpe oleracea Mart. seed extract protects against renal injury in diabetic and spontaneously hypertensive rats: role of inflammation and oxidative stress. European Journal of Nutrition, v. 57, n. 2, pp. 817-832, 2018. PMid:28105508.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.241
ISSN 1983-1793X
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A INSERÇÃO DA DANÇA NA TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA UMA ESTRATÉGIA DE ESTIMULAÇÃO DO EQUILÍBRIO E DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
Landim, A. I. ; Fernandes, F.S. ;

Ao longo da história da dança, pesquisadores investigaram os impactos positivos que ela vinha demonstrando nos indivíduos que a praticavam. Reconhecida como um treinamento multifatorial, a dança promove benefícios no equilíbrio corporal que vão além da possibilidade de girar inúmeras piruetas, como as realizadas pelos bailarinos profissionais. Assim, o ato de dançar favorece diversos públicos, entre eles, os idosos que passam a ter redução de quedas e crianças com encefalopatia crônica não progressiva, que demonstram melhoria no desenvolvimento dos aspectos motores e cognitivos. Além disso, através do balé clássico, pesquisadores observaram que os estímulos vestibulares, gerados pelo intensivo treinamento de equilíbrio, promove neuroplasticidade em regiões cerebrais, como no hipocampo, córtex visual e em regiões temporais. Essas áreas se associam as habilidades cognitivas, como a memória, a atenção e as funções espaciais. O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para atuar nos aspectos relacionados ao equilíbrio, aprendizagem, funções cognitivas, processos fonoarticulatórios, entre outros. É de conhecimento que diversos pacientes com alterações fonéticas e fonológicas, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, discalculia, disfunções vestibulares podem apresentar déficits cognitivos, como por exemplo na atenção, memória espacial, atrasos de ordem temporal e esquema corporal. Assim, o objetivo do trabalho foi discorrer os desdobramentos do treinamento de equilíbrio, através dos movimentos corporais praticados na dança. Parte-se do pressuposto, que a dança pode ser uma estratégia terapêutica fonoaudiológica visando a estimulação do sistema vestibular e do hipocampo no intuito de se obter ganhos cognitivos. Através de uma revisão bibliográfica, pode-se identificar que há uma intrínseca relação entre o sistema vestibular, hipocampo e funções cognitivas. Os resultados da pesquisa indicaram que a dança é uma modalidade que estimula o sistema vestibular, somatossensorial e visual. Logo, favorece às funções deficitárias nas patologias que possuem associação com as estruturas descritas, estimulando habilidades cognitivas, noções temporais, espaciais, somatossensoriais e o equilíbrio. A diversidade de movimentos existentes na dança permitem com que haja variáveis modulações corporais que podem ser realizadas por diversos tipos de público, tornando-a possível de ser utilizada de forma terapêutica. Com isso, concluímos que as técnicas existentes na dança podem ser utilizadas de forma lúdica pelo fonoaudiólogo com o intuito de desenvolver habilidades cognitivas e de equilíbrio que necessitam ser estimuladas em alterações fonoaudiológicas encontradas nos consultórios.

BINETTI, C.; BRANDT, T.; FLANAGIN, V. et al. Structural and Functional Plasticity of the Hippocampal Formation in Professional Dancers and Slackliners. Hippocampus v. 865, n. June 2010, p. 855–865, 2011.

HITIER, M.; BESNARD, S.; SMITH, P. F. Vestibular pathways involved in cognition. Frontiers in Integrative Neuroscience, v. 8, n. JUL, p. 1–16, 2014.

CAIXETA, G. C. dos S.; DONÁ, F.; GAZZOLA, J. M. Processamento cognitivo e equilíbrio corporal em idosos com disfunção vestibular. v. 78, n. 2, p. 87–95, 2012.

CALLIARI, I.C. R. R. Método de ensino da dança escolar baseado nas teorias da dança moderna. In: EFDeportes.com. Buenos Aires, jan.2014. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd188/metodo-de-ensino-da-danca-escolar.htm. Acesso em: 17 mai. 2021.

JORGE, T. M.; LAMÔNICA, D. A. C.; CALDANA, M. DE L. Distúrbio de aprendizagem em adulto: Discussão sobre a proposta terapêutica fonoaudiológica -Estudo de caso. p. 71–89, 2006.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.207
ISSN 1983-1793X
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ABORDAGENS MUSICAIS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
SAID, P.M. ;

Introdução
A literatura aponta que abordagens musicais são estratégias eficazes para promover diversos tipos de habilidades, o que pode justificar a sua aplicabilidade nos vários contextos vivenciados por seres humanos. Todo indivíduo possui uma aptidão musical e quanto mais cedo se beneficiar de um ambiente musical, mais cedo sua aptidão irá aumentar. Desta forma, as experiências auditivas que o indivíduo tem nos primeiros anos de vida são fundamentais para que ele se torne um bom ouvinte e desenvolva diversas habilidades. No caso de pessoas portadoras de deficiência auditiva, observa-se que geralmente as mesmas têm dificuldade em desenvolver essas habilidades, principalmente as com perdas auditivas neurossensorial de grau severo a profundo, usuárias de Implante Coclear.
Objetivos
Analisar os contributos de abordagens musicais (educação musical, musicoterapia, apreciação e percepção musical) para crianças e adolescentes usuários de implante coclear.
Métodos de Busca
Foi realizada uma busca bibliográfica nas bases de dados para pesquisa de artigos científicos indexados em abril de 2020: CENTRAL (2015 até 2020), MEDLINE (2009 até 2018), EMBASE (2012 até 2018), CINAHL (2012), ICTPR (2017), PubMed (1995 até abril/2020), LILACS (2012 até o ano de 2018), SciELO (2012 até 2018), A&HCI (2009 até 2017), SSCI (2009 até 2017), CPCI-SSH (2009 até 2017) e WORLDCAT (todos os anos disponíveis). Não foram aplicados limites de data e idioma.
Critério de Seleção
Nós planejamos incluir nessa revisão estudos clínicos randomizados, que incluíssem pelo menos um dos nossos desfechos primários ou secundários.
Coleta de Dados e Análises
Por meio de uma análise minuciosa as autoras analisaram todos os títulos e resumos identificados por meio da estratégia de pesquisa para determinar sua elegibilidade. Para a nossa análise, planejamos usar a diferença média para dados contínuos, com intervalos de confiança de 95%, e usar o modelo estatístico de efeitos aleatórios quando as estimativas de efeito de dois ou mais estudos pudessem ser combinadas em uma meta-análise.
Resultados
Foram encontrados 619 estudos por meio da nossa estratégia de busca e não foram encontrados estudos clínicos randomizados que utilizassem abordagens musicais em crianças e adolescentes usuários de implante coclear.
Conclusão dos Autores
Concluímos que não há evidências disponíveis de estudos clínicos randomizados para basear um julgamento sobre a eficácia das abordagens musicais m crianças e adolescentes usuários de implante coclear. Essa revisão encoraja futuras pesquisar utilizando um modelo metodológico controlado através de estudos clínicos randomizados por meio de uma equipe multidisciplinar que inclua um músico profissional experiente na área.

Patel, A. D. (2014). Can nonlinguistic musical training change the way the brain processes speech? The expanded OPERA hypothesis. Hearing research, 308, 98-108.

Pesnot Lerousseau, J., Hidalgo, C., & Schön, D. (2020). Musical Training for Auditory Rehabilitation in Hearing Loss. Journal of Clinical Medicine, 9(4), 1058.

Torppa, R., & Huotilainen, M. (2019). Why and how music can be used to rehabilitate and develop speech and language skills in hearing-impaired children. Hearing research, 380, 108-122.

Yang, J., Liang, Q., Chen, H., Liu, Y., & Xu, L. (2019). Singing Proficiency of Members of a Choir Formed by Prelingually Deafened Children With Cochlear Implants. Journal of Speech, Language, and Hearing Research, 62(5), 1561-1573.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.223
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/223


ABSORVÂNCIA DE BANDA LARGA E EMISSÕES OTOACÚSTICAS PRESSURIZADAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN
Souza, L. M ; Diniz-Hein, T. A. ; Madruga-Rimoli, C. C. ; Ubiali, T. ; Colella-Santos, M. F. ;

INTRODUÇÃO: Alterações auditivas são observadas em indivíduos com Síndrome de Down, sendo essencial o diagnóstico e a conduta precoce adequada. Atualmente, novos testes auditivos poderiam melhorar o cenário de avaliação, como as Emissões Otoacústicas Pressurizadas (EOA pressurizadas) e a Absorvância Acústica de Banda Larga (ABL). OBJETIVO: Analisar os resultados obtidos na absorvância de banda Larga e emissões otoacústicas pressurizadas em crianças e adolescentes com síndrome de Down. MÉTODO: Estudo observacional transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa responsável, sob o número de parecer 2.386.016/2017. A amostra foi composta por 52 crianças e adolescentes, do sexo feminino e masculino, com faixa etária entre 5 a 15 anos, sendo 32 participantes com Síndrome de Down, onde 20 foram do Grupo estudo (GE) e 12 do Grupo Estudo alterado (GEalt) e 20 indivíduos sem a síndrome do Grupo controle (GC). Os procedimentos adotados foram a Meatoscopia, a absorvância acústica de Banda Larga (250 a 8000Hz), EOA Pressurizadas e não pressurizadas transientes – EOAT - (870 a 4900Hz) e por produto de distorção – EOAPD - (500 a 10000Hz). Foi realizada análise estatística por ANOVA, com nível de significância de p-valor <0,05. RESULTADOS: Na análise da absorvância entre os grupos na condição de pressão ambiente, houve diferença estatisticamente significante do GC em relação tanto ao GE, quanto ao GEalt. Na pressurizada isto também ocorreu, porém o GEalt se tornou diferente do GE, com melhora nas baixas frequências de 300 a 800Hz. Na análise intragrupos, houve diferença estatística entre as condições pesquisadas nos grupos GEalt e GE nas baixas e médias frequências. Na análise das EOAT, na comparação entre os grupos tanto na condição de pressão ambiente, quanto pressurizada, houve diferença estatisticamente significante em todas as combinações em ambas as condições. Na análise intragrupo, na comparação entre a condição de pressão ambiente e a pressurizada houve diferença estatisticamente significante apenas no GE, na frequência de 870Hz. Na análise das EOAPD entre os grupos em ambas as condições, houve diferença estatisticamente significante em todas as combinações. Já na análise intragrupo, comparando a condição de pressão ambiente e pressurizada, em nenhum dos grupos houve diferença significante entre as condições. CONCLUSÃO: Os indivíduos com síndrome de Down apresentaram respostas inferiores aos dos indivíduos sem a síndrome em todos os exames realizados. Os testes se apresentaram como sendo uma boa alternativa na avaliação da audição dessa população.

1- Canonaco RS. Síndromes Genéticas com Repercussões Fonoaudiológicas no Recém- Nascido. In: Basseto MCA, Brock R, Wajnsztejn R (Org). Neonatologia: Um Convite a Atuação Fonoaudiológica. São Paulo: Lovise; 1998. p. 25-57.
2- Mustacchi Z. Síndrome de Down. In: Mustacchi Z, Peres S. Genética baseada em evidências: Síndromes e heranças. São Paulo: CID; 2000. p. 817-94.
3- Hunter LL, Keefe DH, Feeney MP, Brown DK, Meinzen-Derr J,Elsayed AM, et al. Wideband acoustic immittance in childrenwith Down syndrome: prediction of middle-ear dysfunction,conductive hearing loss and patent PE tubes. Int J Audiol.2017;56:622-34
4- Durante AS, Santos M, Roque NMC, Gameiro MS, Almeida K, Sousa-Neto OM. Wideband acoustic absorbance in children with Down syndrome. Braz J Otorhinolaryngol. 2019;85(2):193-198
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Página(s): p.397
ISSN 1983-1793X
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ACESSO DOS IDOSOS AO AASI NO SUS: REVISÃO DE LITERATURA
Lacerda, LC ; Silva, ES ; Dutra, ESG ; Kuchar, J ;

Introdução: Como a população de idosos cresce a cada dia, é de suma importância acolher e garantir que tenham informações e instruções de como terem acesso a benefícios dos quais se tem direito para uma melhor qualidade de vida. Objetivo: Revisar estudos sobre o acesso da população idosa aos Programas de Saúde Auditiva oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Método: Trata-se de uma revisão de literatura, realizada nas bases de dados Bvsalud (que contempla as principais bases de dados MEDLINE, LILACS e Biblioteca Cochrane), PubMed e Periódicos Capes. Utilizou-se uma combinação de descritores associados da seguinte forma (Auxiliares de Audição) AND (Perda Auditiva; Reabilitação; Serviços de Saúde; Acesso e avaliação da Assistência à Saúde; Acesso aos serviços de Saúde; Saúde Pública; Sistema Único de Saúde; Correção da deficiência auditiva) AND (Idoso; Envelhecimento). Foram selecionados artigos disponíveis na íntegra, publicados nos últimos 20 anos, nos idiomas português, inglês ou espanhol, que apresentaram conteúdo sobre o acesso da população idosa aos Programas de Saúde Auditiva do SUS. Excluíram-se artigos que não tinham relação com o tema e que foram realizados com outras populações. Resultados: Foram localizados 16.708 registros, sendo que foram incluídos 9 na amostra desta revisão, as quais veicularam-se a partir de 2000. Constatou que os números de estudos relacionados ao acesso e forma de dispensação dos aparelhos de amplificação sonora individual aos idosos pelo SUS, é insuficiente para uma abordagem precisa sobre qual é o conhecimento do idoso sobre o acesso aos referidos programas. Conclusão: Foram encontrados poucos estudos que tratavam especificamente do acesso, sendo observados principalmente informações indiretas sobre o assunto. Os dados encontrados demonstraram mais pesquisas referentes ao acompanhamento ao AASI pelos idosos no SUS.

1. Cruz MS, Lima MCP, Santos JLF, Duarte YAO, Lebrão ML, Cerqueira ATAR. Uso de aparelho amplificação sonora individual por idosos: estudo SABE - saúde, bem estar e envelhecimento. ACR. 2013; 18(2):133-42.
2. Gresele ADP, Lessa AH, Alves LC, Torres EMO, Vaucher AVA, Moraes AB, et al. Levantamento e análise de dados de pacientes atendidos em um programa de concessão de aparelhos de amplificação sonora individual. CoDAS. 2013; 25(3):195-201.
3. Araújo TM, Iório MCM. Perfil população de idosos encaminhados à seleção de próteses em hospital público. Audiol Commun Res. 2014; 19(1):45-51.
4. Soldera CLC, Teixeira AR, Bós AJG. Utilização de aparelhos de amplificação sonora individual em idosos residentes no estado do Rio Grande do Sul. Estud. interdiscipl. envelhec. 2016; 21(3): 55-67.
5. Mazzarotto IHEK, Gonçalves CGO, Bellia CGL, Moretti CAM, Iantas MR. Integralidade do cuidado na atenção à saúde auditiva do adulto no SUS: acesso à reabilitação. Audiol Commun Res. 2019; 24:e2009.
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Página(s): p.412
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS E OTONEUROLÓGICOS EM PACIENTES PÓS SARS-COV-2
Sanches, J. F. ; Caetano, M. B. ; Santana, J. V. A. ; Genaro, A. J. ; De Oliveira, J. R. M. ; Raineri, G. G. ; Cheves, J. N. ; Netto, M. P. ; Lopes, A. C. ;

A doença da COVID-19, provocada pelo novo coronavírus, também conhecida por Síndrome Respiratória Aguda Grave de coronavírus 2 (SARS-CoV-2), foi identificada ao fim do ano de 2019, disseminando rapidamente e, já no início de 2020, acometendo países de todo o mundo, sendo assim declarada pelo Comitê de Ética da OMS como uma emergência de saúde global. A infecção por coronavírus pode desencadear sintomas que vão desde a uma síndrome gripal, anosmia, ageusia, distúrbios gastrointestinais, hiporexia e dispneia, até aos sintomas mais graves da doença. Embora não mencionado, a perda auditiva, o zumbido e os problemas no equilíbrio corporal são comumente informados pelos indivíduos acometidos pela doença. Diante desses relatos, a Covid-19, requer da comunidade científica um empenho adicional no desenvolvimento de estudos longitudinais para o entendimento das possíveis consequências da doença, considerando a forma de tratamento, tempo de internação e gravidade da sintomatologia. Objetivo: Levantar o referencial teórico trazendo o panorama atual sobre os aspectos relacionados a doença da COVID-19 ocasionado pelo coronavírus 2 (SARS-CoV-2) e sua relação com a audição e equilíbrio. Metodologia: Foi realizado levantamento bibliográfico no ano de 2020 nas bases de dados MedLine, Lilacs, Embase e utilizadas as palavras-chaves em português e seus correspondentes em inglês como “Covid 19”, “pandemia”, “perda auditiva”, “zumbido”, “tontura”, ”vertigem”. Foram selecionados artigos considerando critérios de elegibilidade com base na leitura dos títulos e dos resumos e aqueles de maior interesse foram lidos na íntegra. Resultados: Os estudos apontaram a prevalência de 1,22% dos casos de Covid-19 com perda auditiva sensorioneural; perda auditiva sensorioneural súbita unilateral está presente em 20% dos pacientes com Covid-19 sem outro sintoma ou fator de risco para perda auditiva; caso de paciente com Covid-19 e queixa de zumbido e otalgia, mas nenhum sintoma relacionado ao novo coronavírus, sendo constatado no exame otorrinolaringológico a presença de abaulamento da membrana timpânica e hiperemia, e na audiometria perda auditiva condutiva unilateral; caso de paciente com Covid-19 e sintomas neurológicos de sensação de instabilidade e desequilíbrio, confirmada com disfunção vestibular aguda possivelmente por consequência de Covid-19; caso de paciente apresentando vertigem possivelmente decorrida de neurite vestibular aguda induzida por Covid-19; prevalência de zumbido e tontura em pacientes positivos para Covid-19, onde 18,4% relataram distúrbios do equilíbrio, tais como tontura e vertigem, após diagnóstico. Conclusão: O referencial teórico concomitante aos estudos realizados respondem a questão da relação intrínseca entre a Covid-19 e sintomas auditivos e vestibulares, sendo importante outras investigações de âmbito epidemiológicos.

Fidan V. New type of corona virus induced acute otitis media in adult. Am J Otolaryngol. 2020 May-Jun;41(3):102487. doi: 10.1016/j.amjoto.2020.102487. Epub 2020 Apr 16. PMID: 32336572; PMCID: PMC7161479.

Kilic O, Kalcioglu MT, Cag Y, Tuysuz O, Pektas E, Caskurlu H, Cetın F. Could sudden sensorineural hearing loss be the sole manifestation of COVID-19? An investigation into SARS-COV-2 in the etiology of sudden sensorineural hearing loss. Int J Infect Dis. 2020 Aug;97:208-211. doi: 10.1016/j.ijid.2020.06.023. Epub 2020 Jun 12. PMID: 32535294; PMCID: PMC7289736.

Malayala SV, Ambreen Raza A. A Case of COVID-19-Induced Vestibular Neuritis Cureous Jun 30;12(6):e8918. 2020.

Pellitero, SE; Ferrer-Bergua LG. Report of a patient with neurological symptoms as the sole manifestation of SARS-CoV-2 infection. Neurologia. 2020 May;35(4):271-272. English, Spanish. doi: 10.1016/j.nrl.2020.04.010. Epub 2020 Apr 24. PMID: 32364120; PMCID: PMC7181990.

Sriwijitalai W, Wiwanitkit V. Hearing loss and COVID-19: A note. Am J Otolaryngol. 2020 May-Jun;41(3):102473. doi: 10.1016/j.amjoto.2020.102473. Epub 2020 Apr 2. PMID: 32276732; PMCID: PMC7132500.
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Página(s): p.408
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS NA HANSENIASE: REVISÃO DE LITERATURA
CORRÊA, C. C. ; GILSON, D. C. ; JOÃO, R. M. C. ; CRANCIANINOV, A. B. ; CORREIA-BARAN, J. B. ; JOSÉ, M. R. ;

Introdução: A hanseníase tem como agente etiológico o Mycobacterium leprae, é crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional (1). A transmissão é dada principalmente pelo contato prolongado com indivíduos com a doença, por meio do contato de gotículas de secreção, e não há relação com o contato por meio da pele (1). A doença atinge principalmente a pele e os nervos periféricos com capacidade de ocasionar lesões neurais, agressivas alterações anatômicas e funcionais que levam a distúrbios relacionados à comunicação e alimentação (2). Objetivo: Verificar os achados audiológicos em sujeitos com hanseníase. Metodologia: O levantamento dos artigos na literatura foi realizado nas bases de dados Pubmed e BVSalud, sem restrição temporal ou de idioma, com o seguinte cruzamento: (“hanseníase” OR "leprosy" OR "Hansen's Disease" OR "Hansen Disease") AND (“audição” OR “fonoaudiologia” OR "hearing” OR "audiological"). Foram incluídos estudos sobre a temática central da pesquisa, em qualquer idioma. Os estudos não localizados na íntegra foram excluídos. Resultados: Foram incluídos cinco artigos, publicados entre os anos de 1984 à 2013. As amostras dos estudos variaram entre 20 a 150 sujeitos, observando-se alterações auditivas em 22,22% (n=8) a 76,66% (n=23) dos grupos de participantes com hanseníase. Três estudos encontraram a perda auditiva do tipo sensorioneural nos sujeitos com hanseníase, a qual foi relacionada principalmente a afecção do nervo vestibulococlear, não apresentando relação com a idade dos participantes ou persistência da doença. Conclusão: Apesar de poucos estudos sobre a temática, foram localizados indícios de relação da perda sensorioneural em indivíduos com hanseníase.

1. Couto Dal Secco RG, França K, Castillo D, AlHarbi M, Lotti T, Fioranelli M et al. A synopsis of the history of Hansen's disease. Wien Med Wochenschr. 2017 Oct;167(Suppl 1):27-30.
2. Quintas VG, Salles PV, Costa VC, Alvarenga EA, Miranda ICC, Attoni TM. Achados fonoaudiológicos na hanseníase: considerações teóricas. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(3):560-4.
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Página(s): p.394
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS DO POTENCIAL EVOCADO COGNITIVO EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Crusius, J.S. ; Lima, M. S. ; Mayerle, M. C. C. S. ; Riesgo, S. R. ; Sleifer, P. ;

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno generalizado do neurodesenvolvimento, caracterizando déficits na interação social, linguagem, comportamentos restritivos, estereotipados, além de desordens sensoriais. Alterações na modulação sensorial geram dificuldades no processamento perceptivo acarretando déficits nas funções cognitivas: atenção, memórias imediata e de trabalho. Os potenciais relacionados ao evento refletem ativação de estruturas corticais relacionadas a processos cognitivos de ordem superior respondendo a estímulo sonoro. Objetivo: Analisar latência, amplitude e morfologia do P300 em crianças com TEA, comparando achados com grupo controle da mesma faixa etária com desenvolvimento típico. Metodologia: É um estudo transversal comparativo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 77900517. Participaram do estudo 54 crianças entre 8 e 11 anos e 11 meses com TEA. Destes, 27 do grupo estudo (GE) e 27 do grupo controle (GC), duplamente pareados por idade e sexo. Os pacientes avaliados apresentavam limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, confirmados pela avaliação audiológica periférica por Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico. A avaliação do potencial cortical foi realizada com equipamento Masb ATC Plus, Contronic®, com fone de inserção. Eletrodos foram fixados nas posições Fpz (terra), Fz (ativo), M1 e M2 (referência). Utilizaram-se estímulos de 1000 e 2000Hz, na forma de Oddball Paradigm, sendo 80% estímulos frequentes e 20% raros. A onda P300 foi marcada no pico de maior amplitude, após complexo N1-P2. Resultados: Os resultaram demonstraram que GE obteve média da latência do P300 na orelha direita 399,85(±63,97) e orelha esquerda 400,27(±63,84); média da amplitude da onda na orelha direita 18,04(±3,17) e esquerda 17,58 (±3,23); morfologia da onda alterada em 62,96% das crianças e adolescentes. No GC, a média da latência do P300 da orelha direita foi 318,95(±45,72) e orelha esquerda 321,63(±42,47); média da amplitude da onda na orelha direita 22,86 (±3,52) e orelha esquerda 23,38 (±3,80). Houve diferença significante (p<0,001) na comparação de latência e amplitude entre grupos. Conclusão: Verificou-se diferenças estatisticamente significativas no aumento das latências, diminuição das amplitudes, alteração da morfologia das ondas, indicando alterações centrais nas habilidades de discriminação, atenção e memória.

1 American Psychiatric Association.Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 5a ed. Arlington: American Psychiatric Publication; 2013.

2.Klintwall L, Holm A, Eriksson M, Carlsson LH, Olsson MB, Hedvall Å, et al. Sensory abnormalities in autism. A brief report. Res Dev Disabil. 2011 mar. V.32 p.795-800.

3. Leekam SR, Nieto C, Libby SJ, Wing L, Gould J. Describing the sensory abnormalities of children and adults with autism. J Autism Dev Disord. 2007 Out. v. 3, p.7894–910.

4.Donkers FC, Carlson M, Schipul SE, Belger A, Baranek GT. Auditory event-related potentials and associations with sensory patterns in children with autism spectrum disorder, developmental delay, and typical development. Autism. 2019; 24(5):1093-1110. https://doi.org/10.1177/1362361319893196
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Página(s): p.298
ISSN 1983-1793X
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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS NA AVALIAÇÃO ELETROFISIOLÓGICA E COMPORTAMENTAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
Stadulni, A.R.P. ; Sleifer, P. ; Berticelli, A.B. ; Riesgo, R. ; Muniz, C.N.R. ; Schochat, E. ;

Objetivo: descrever e analisar os resultados obtidos na avaliação eletrofisiológica e comportamental do Processamento Auditivo em crianças e adolescentes com diagnostico de AVC e compará-las a sujeitos com desenvolvimento representativos de mesma faixa etária. Método: participaram 21 crianças e adolescentes com diagnóstico de AVC com idade entre 7 e 17 anos e 11 meses (Grupo Estudo – GE) e 42 crianças e adolescentes com desenvolvimento representativos de normalidade (Grupo Controle – GC), com mesma faixa etária do Grupo Estudo. Além da história clínica e anamnese minuciosa, foram realizadas: avaliação audiológica periférica básica, avaliação comportamental do Processamento Auditivo Central (Dicótico de dígitos – DD, Teste Padrão de Frequência – TPF) e avaliação eletrofisiológica, por meio do teste Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico, para verificar a sincronia neural e P300. Resultados: Os sujeitos do GE foram divididos em tipo de AVC (isquêmico e hemorrágico), sendo 22 (92%) do tipo Isquêmico e 2 (8%) do tipo hemorrágico, quanto as distribuições do sítio da lesão, podemos observar que a maioria 15 (63%), foi no hemisfério temporal esquerdo, 6 (25%) no hemisfério direito. O GE apresentou pior desempenho em todos os testes aplicados em comparação aos seus controles. Para o teste DD observamos que o pior desempenho tanto para integração, quanto para separação foi do lado direito. Para o teste PPS, observamos maior porcentagem de acertos no GC em comparação ao GE, tanto na modalidade ‘nomeação’ quanto ‘murmúrio’, sendo essa diferença estatisticamente significante. O P300 no GE apresentou latências aumentadas, com diferenças significantes quando comparado ao GC. Conclusão: os resultados do P300, juntamente com os achados das avaliações comportamentais do Processamento Auditivo Central, Dicótico de Dígitos e Padrão de Frequência, sugerem que crianças e adolescentes que tiveram AVC apresentam comprometimento estrutural ou funcional de regiões subcorticais, resultando em déficits no Processamento Auditivo.


Lefond CA. Childhood arterial ischemic stroke: risk factors, management and outcomes. The American academy of neurology institute. University of Washington/Seattle, Children’s Hospital, Seattle, WA, 2017

2. Bernard TJ, Goldenberg NA. Pediatric arterial ischemic stroke. Pediatr Clin North Am. 2008; 55:323-38

3. Numis AL, FOX CK. Arterial Ischemic Stroke in Children: Risk Factors and Etiologies. Curr Neurol Neurosci Rep. 2014 Jan; 14(1): 422. doi: 10.1007/s11910-013-0422-8

4. Mirabelli-Badenier M, Braunersreuther V, Lenglet S, Galan K, Veneselli E, Viviani GL, et al. Pathophysiological role of inflammatory molecules in paediatric ischaemic brain injury. Eur J Clin Invest. (2012) 42:784–94. doi: 10.1111/j.1365-2362.2012.02640.x

5. Tsze DS, Valente JH. Pediatric stroke: a review. Emerg Med Int. (2011) 2011:734506. doi: 10.1155/2011/734506
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.286
ISSN 1983-1793X
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AÇÕES DE SAÚDE AUDITIVA DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA NO BRASIL: UM ESTUDO ECOLÓGICO DE 2014 A 2020
Amorim, A. A. L. ; Albuquerque, A. G. D. R. ; Araújo, E. S. ;

Introdução: A Organização Mundial de Saúde sintetizou na sigla H.E.A.R.I.N.G. as intervenções de saúde pública com maior potencial ​​de serem eficazes para o cuidado auditivo integrado ao longo da vida. Tal estratégia tem o propósito de direcionar os países para os esforços de prevenção e melhorar a prestação de serviços em nível individual e coletivo. No contexto do Brasil, a Atenção Primária à Saúde (APS) e o Programa Saúde na Escola (PSE) ampliam exponencialmente a articulação da saúde e educação e, por conseguinte, representam estratégias promissoras para a educação permanente em saúde, a prevenção e a identificação precoce de problemas auditivos, com possibilidade de potencializar consideravelmente o custo-efetividade das políticas públicas em saúde auditiva. Nesse contexto, dentre as 12 ações previstas no PSE está a saúde auditiva. Todavia, o fato de estar prevista não garante que ações estejam sendo desenvolvidas ao longo dos anos e nas diferentes localidades do país. Objetivo: Analisar e descrever as ações de saúde auditiva desenvolvidas no Brasil, no PSE, a partir do sistema de monitoramento das ações do programa. Metodologia: Estudo ecológico transversal descritivo, com dispensa do Comitê de Ética e utilização dos dados registrados no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). Para a coleta de dados, realizada em Junho/2021, foram selecionadas as escolas identificadas no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) no período de 2014 a 2020. A extração do SISAB reuniu informações sobre o quantitativo de atividades e número total de participantes, filtradas pela seleção ‘Saúde auditiva' no bloco “Práticas em Saúde”. Resultados: Os registros das ações em saúde auditiva no PSE só começaram efetivamente a partir de 2018, mesmo todos os municípios do território brasileiro estando aptos a aderirem ao PSE desde 2013. Foram identificadas 4.789 atividades da ação de saúde auditiva registradas nas Fichas de Atividades Coletivas no SISAB, fossem elas pactuadas ou não pactuadas nas adesões dos municípios ao PSE. Dessas ações, totalizaram 578.484 participantes nos anos de 2018 a 2020. Houve um aumento de 85 atividades em 2018 para 4.236 em 2019 e um decréscimo de 89% das atividades no ano de 2020 (n= 468), justificado pela pandemia do COVID-19 e suspensão das aulas presenciais. Ao considerar o ano de 2019, sem influência do contexto pandêmico, verificou-se que dentre todas as ações registradas para o PSE, a saúde auditiva teve o menor percentual de atividades (1,32%), participantes (1,31%), escolas (10,13%) e municípios (32,77%). Os estados Minas Gerais e Rio Grande do Sul tiveram o maior quantitativo de municípios que realizaram ações em saúde auditiva. Conclusão: Constatou-se que as intervenções de saúde auditiva do PSE têm crescido ao longo dos anos no país, porém, quando comparadas às outras ações do Programa ainda possui baixo índice tanto de atividades e participantes, quanto de escolas e municípios que realizam ações nesta área. Assim, ressalta-se a importância da inclusão de atividades voltadas à saúde auditiva nos diferentes municípios que aderiram ao PSE, além da adesão de novos municípios para a ampliação das ações de saúde auditiva nas escolas.

Brasil. Ministério da Saúde. Ministério da Educação. Portaria Interministerial n° 1.055, de 25 de abril de 2017. Redefine as regras e os critérios para adesão ao Programa Saúde na Escola - PSE por estados, Distrito Federal e municípios e dispõe sobre o respectivo incentivo financeiro para custeio de ações [Internet]. Diário Oficial da União, Brasília (DF), 2017 abr 26 [citado 2021 jun 11]; Seção 1:36. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/ pri1055_26_04_2017.html

Chiari, A., Ferreira, R. C., Akerman, M., Amaral, J., Machado, K. M., & Senna, M. (2018). Inter-sector network in Brazil's School Health Program: subjects, perceptions, and practices. Cadernos de saude publica, 34(5), e00104217. https://doi.org/10.1590/0102-311X00104217

Um Ajuste Justo - Análise da Eficiência e Equidade do Gasto Público no Brasil [Internet]. [citado 2021 jun 11]. Disponível em: https://www.worldbank.org/pt/country/brazil/publication/brazil-expenditure-review-report
World Health Organization. Deafness and hearing loss [Internet]. [citado 2021 jun 11]. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/deafness-and-hearing- loss

World Health Organization (WHO). World Report on Hearing. 2021. [citado 2021 jun 11]. Disponível em: < https://www.who.int/publications/i/item/world-report-on-hearing>
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.381
ISSN 1983-1793X
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ACOMPANHAMENTO AUDIOLÓGICO DE UM ADOLESCENTE DIAGNOSTICADO COM DOENÇA DE FABRY
OLIVEIRA, T. M. ; ZEIGELBOIM, B. S. ; CORREIA-BARAN, J. B. ; FOPPA, M. C. C. ; CRANCIANINOV, A. B. ; JOÃO, R. M. C. ; CHAVES, J. S. S. ; MORETTI, C. A. M. ; JOSÉ. M. R. ;

A Doença de Fabry é decorrente de uma alteração lisossômica resultante da deficiência de galactosidase A (α-Gal A), que leva ao acúmulo de globotriaosilceramida (Gb3) em vários órgãos, como pele, olhos, coração, rins, cérebro, sistemas vascular e nervoso. Essa doença é extremamente rara e acomete 1 em cada 40.000 a 60.000 pessoas. Os sintomas clínicos incluem dores nas extremidades do corpo decorrentes de neuropatia periférica (sintoma que se inicia na infância ou adolescência), alterações auditivas, oculares, renais, cerebrovasculares, hipertrofia cardíaca e arritmia. Devido a sua característica recessiva, homens tendem a desenvolver mais sintomas, e estes podem se apresentar de forma mais gravem em relação as mulheres acometidas pela doença. Objetivo: descrever o acompanhamento audiológico de um adolescente com doença de Fabry. Descrição do caso: Aprovação em CEP: CAAE: 25579919.9.0000.8040, parecer nº 4.087.413. Sexo masculino, 15 anos, em acompanhamento audiológico em uma clínica escola. Apresentava na infância histórico de otites recorrentes, rinite, adenóide, sinusite, ronco noturno e otalgia. Foi realizada amidalectomia e cirurgia para adenóide. Sem histórico de perda auditiva na família. Apresenta convulsões desde os seis anos de idade e déficit de atenção. Realiza acompanhamento cardiológico devido a hipertrofia cardíaca e neurológico com uso de ritalina desde os 10 anos de idade. Após um ano de acompanhamento audiológico, foi diagnosticado com doença de Fabry realizado por meio de investigação genética. Os testes realizados incluíram a audiometria tonal liminar, potenciais evocados auditivos de tronco encefálico (PEATE), logoaudiometria e imitanciometria. Resultados: Na avaliação audiológica inicial, observou-se perda auditiva, do tipo mista e de grau leve, no índice percentual de reconhecimento de fala (IPRF) verificou-se resultado de 100% na orelha direita (OD) e 92% na orelha esquerda (OE) em palavras monossílabas e reflexos ipsilaterais e contralaterais ausentes, bilateralmente. No PEATE, na intensidade de 80 dB e estímulo clique (2000Hz a 4000Hz), observou-se presença das ondas I (2,22 milissegundos – ms), III (4,49 ms) e V (6,26 ms), com intervalos interpicos I-III em 2,27 ms, III-V em 1,77 ms e I-V em 4,04 ms na OD e, presença das ondas I (2,35 ms), III (4,28 ms) e V (6,36 ms), com intervalos interpicos I-III em 1,93 ms, III-V em 2,08 ms e I-V em 4,01 ms na OE, verificando-se latências absolutas aumentadas e intervalos interpicos dentro dos padrões esperados, sendo concluído que o sujeito apresentou alteração auditiva condutiva bilateralmente. Após avaliação inicial, consta no prontuário seis avaliações ocorridas nos dois anos posteriores da avaliação inicial, observando-se piora dos seguintes limiares auditivos: piora de 10 dBNA em 4000Hz da OE, 500Hz e 8000Hz da OD; piora de 15 dBNA nas frequências de 250Hz e 6000Hz da OE e 4000Hz da OD; e, piora de 20 dBNA na frequência de 250Hz da OD e 8000Hz da OE. Não houve modificação quanto ao tipo e grau da perda auditiva, assim como na logoaudiometria observada na avaliação inicial. Conclusão: Observou-se piora nos limiares auditivos tonais, principalmente em frequências agudas, no acompanhamento audiológico realizado durante dois anos, em um adolescente diagnosticado com doença de Fabry.

Masson C, Cissé I, Simon V, Insalaco P, Audran M. Fabry disease: a review. Joint Bone Spine. 2004;71(5):381–3.

Yuasa T, Takenaka T, Higuchi K, Uchiyama N, Horizoe Y, Cyaen H, et al. Fabry disease. J Echocardiogr. 2017;15(4):151-7.
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Página(s): p.363
ISSN 1983-1793X
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ACURÁCIA DE MÉTODOS COMPUTADORIZADOS PARA TRIAGEM AUDITIVA EM ESCOLARES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Nunes-Araújo, A. D. S. ; Silva, C. R. L. ; Souza, D. L. B. ; Taveira, K. V. M. ; Balen, S. A. ; Barbosa, I. R. ;

Introdução: Métodos computadorizados devem ser considerados na triagem auditiva na população escolar devido sua facilidade e agilidade em identificar a perda auditiva. A pergunta de pesquisa focada dessa revisão foi “qual a acurácia de métodos computadorizados para triagem auditiva na população escolar?”. Métodos: Revisão sistemática, reportada a partir das orientações do Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-analysis of Diagnostic Test Accuracy Studies (PRISMA-DTA). Protocolo cadastrado no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) sob número CRD42020189296. Foram incluídos estudos comparando a acurácia diagnóstica de métodos computadorizados e audiometria de tom puro. As medidas desfechos coletadas foram: sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo (VPP) e negativo (VPN), e acurácia. Todas as etapas foram conduzidas por dois pesquisadores independentes – leitura de títulos e resumos, leitura de texto completo, extração de dados e análise do risco de viés com Quality Assessment of Diagnostic Accuracy Studies (QUADAS-2). Resultados: Foram encontrados 760 registros. Nos seis estudos incluídos, foram identificados dois aplicativos de smartphone, um software, um audiômetro baseado em tablet, um audiômetro baseado em computador e um audiômetro com acesso remoto. A sensibilidade e a especificidade variaram substancialmente entre os estudos, com sensibilidade entre 58 e 100% e especificidade de 20 a 100%. Os valores preditivos também variaram, VPP de 16 a 51%, e VPN de 43% a 99%. A acurácia variou de 69 a 97%. Os estudos incluídos tiveram baixo risco de viés e baixa preocupação com aplicabilidade. Conclusão: Entre os seis instrumentos identificados, três apresentaram sensibilidade e especificidade maior que 70% - teleaudiômetro baseado em tablet P.E.T.I.T, aplicativo HearScreen™, e audiômetro chinês baseado em computador. Todos os instrumentos podem ser usados na triagem auditiva escolar e mudanças nos critérios passa-falha irão alterar as medidas de acurácia diagnóstica.

Lacerda, A. B. M. de, & Gondim, L. M. A. (2019). Hearing Health Programs for Schoolchildren. Online Journal of Otolaryngology and Rhinology, 1(4), 3–5. https://doi.org/10.33552/OJOR.2019.01.000519
Lancaster, P., Krumm, M., Ribera, J., & Klich, R. (2008). Remote hearing screenings via telehealth in a rural elementary school. American Journal of Audiology, 17(2), 114–122. https://doi.org/10.1044/1059-0889(2008/07-0008)
Nunes, A. D. da S., Silva, C. R. de L., Balen, S. A., Souza, D. L. B. de, & Barbosa, I. R. (2019). Prevalence of hearing impairment and associated factors in school-aged children and adolescents: a systematic review. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 85(2), 244–253. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2018.10.009
Prieve, B. A., Schooling, T., Venediktov, R., & Franceschini, N. (2015). An Evidence-Based Systematic Review on the Diagnostic Accuracy of Hearing Screening Instruments for Preschool- and School-Age Children. Am J Audiol, 24(2), 250–267. http://dx.doi.org/10.1044/2015_AJA-14-0065
Yong, M., Panth, N., McMahon, C. M., Thorne, P. R., & Emmett, S. D. (2020). How the World’s Children Hear: A Narrative Review of School Hearing Screening Programs Globally. OTO Open, 4(2), 2473974X2092358. https://doi.org/10.1177/2473974x20923580
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Página(s): p.242
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ADAPTAÇÃO DE DISPOSITIVOS AUDITIVOS E A ACLIMATIZAÇÃO NEURAL EM NOVOS USUÁRIOS DE AASIS: ESTUDO DE CASOADAPTAÇÃO DE DISPOSITIVOS AUDITIVOS E A ACLIMATIZAÇÃO NEURAL EM NOVOS USUÁRIOS DE AASIS: ESTUDO DE CASO
Ferreira, MCM ; Novaes, BC ;

Adaptação de dispositivos auditivos e a aclimatização neural em novos usuários de AASIs: Estudo de Caso

Introdução: A aclimatização auditiva há décadas é interesse de pesquisadores que trabalham com a reabilitação (Gatehouse, 1993; Wright & Gagné, 2020), sendo a indicação de dispositivos auditivos a primeira etapa deste processo clínico. Um período de adaptação e acomodação auditiva para o uso efetivo em novos usuários é fundamental. O uso frequente dos dispositivos é o que leva a aclimatização (Wright & Gagné, 2020). Porém, o uso efetivo e por no mínimo 10hs/dia, ideal para neuroplasticidade (Glick & Sharma, 2020), só é possível com amplificação confortável. O que é melhor: o ganho prescrito ideal na seleção dos AASIs ou garantir audibilidade após a acomodação auditiva? Como a acomodação poderia ser acompanhada de forma consciente? Objetivo: Avaliar a contribuição do aumento gradual do ganho dos AASIs como estratégia de aclimatização auditiva. Método: Apresentar resultados de progressão de inteligibilidade de fala através de listas de monossílabos em campo livre à 0 azimute à 65dBNA e do Speech Intelligibility Index – SII, com estímulo de fala ISTS à 65dB. A paciente (88 anos) foi acompanhada por 6 meses e realizados 5 encontros. No primeiro foi adaptado um AASI de modelo RIC e olivas abertas. O paciente sentiu desconforto no ajuste inicial com a amplificação. Sendo assim, diminuímos o ganho geral até o melhor conforto referido e sugerimos uso diário e acompanhamentos para aumento gradual do ganho. Resultados: Após 1 mês, na segunda sessão, observamos adesão ao tratamento e uso maior de 10hs/dia. Foi possível aumentar o ganho acústico e o resultado foi de 56% sem e 88% com AASIs. Observamos aproveitamento com AASIs apesar das respostas na verificação com microfone sonda estarem ainda abaixo do target prescrito. Sugerimos 2 meses de uso. Na terceira sessão, aumentamos o ganho até o nível de melhor conforto referido pelo paciente e realizamos o Mapeamento de Fala, apresentando os seguintes resultados: OD sem AASIs 32% e com AASIs 48%; OE sem AASIs 48% e com AASIs 58%. Foi sugerido retorno em 2 meses. Na quarta sessão (5 meses de uso), foi possível fazer um aumento de ganho sutil. No teste de fala para monossílabos observamos os seguintes resultados: Sem AASIs 56% e com AASIs 100%. Sugerimos 1 mês de uso. Na quinta sessão (6 meses de uso) o paciente apresentou algumas dificuldades para os sons mais distantes. Na verificação com microfone sonda observamos respostas mais próximas ao target, com exceção dos sons para entrada de 55dB. Fizemos um ajuste fino de aumento de ganho somente para os sons fracos. Os resultados do SSI foram de: OD sem AASIs 28% e com AASI 74%; OE sem AASI 48% e com AASI 72%. Conclusão: O aumento progressivo e consciente do ganho acústico do AASI em um novo usuário mostrou-se uma boa estratégia clínico terapêutica durante o período de acomodação. Houve melhora progressiva nos resultados do SII e na percepção de fala, garantindo melhor audibilidade com conforto após o período de aclimatização auditiva.

Gatehouse S. (1993). Role of perceptual acclimatization in the selection of frequency responses for hearing aids. J Am Acad Audiol, 4, 296-306.

Habicht et al. (2017). Auditory Acclimatization to bilateral hearing aids: Effects on sentence-in-noise processing times and speech-evoked potentials. Ear and Hearing, vol 39, n.1, 161-171.

Rallapalli et al. (2019). Quantifying the range of signal modification in clinically fit hearing aids. Ear and Hearing, vol 41, n.2, 433-441.

Glick HA; Sharma A. (2020). Cortical Neuroplasticity and cognitive function in early-stage, mild-moderate hearing loss: evidence of neurocognitive benefit from hearing aid use. Frontiers in Neuroscience, vol 14, article 93, 1-21.

Wright D; Gagné JP. (2020). Acclimatization to Hearing Aids by Older Adults. Ear and Hearing, vol 2, n.1, 193-205.
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Página(s): p.339
ISSN 1983-1793X
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AGENTE ESCUTA: DESENVOLVIMENTO DE UMA SOLUÇÃO TECNOLÓGICA PARA O ACOMPANHAMENTO AUDITIVO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Amorim, A. A. L. ; Alves, F. L. S. ; Monteiro, T. A. ; Araújo, E. S. ;

Introdução: A expansão e a qualificação da Atenção Primária à Saúde (APS) têm sido vistas como principais iniciativas para produzir mudanças qualitativas na saúde para as próximas décadas em todo o mundo. Assim, nota-se um crescimento exponencial de Programas e tecnologias inovadoras que visam fortalecer este nível de atenção, como o “Informatiza APS” que faz parte da estratégia de saúde digital do Ministério da Saúde e os aplicativos e-SUS AD e e-SUS território, com o intuito de facilitar o processo de trabalho dos agentes de saúde. Ao considerar especificamente a saúde auditiva, o relatório da Organização Mundial da Saúde em 2021 reitera projeções alarmantes em relação à prevalência da perda auditiva, quantitativo de causas passíveis de prevenção, bem como o custo global anual de US$ 750 bilhões para a perda auditiva não tratada. Assim, é inegável a importância da APS na área de saúde auditiva, bem como a necessidade de desenvolvimento de ferramentas com alcance às diferentes localidades do país. Objetivo: Desenvolver e apresentar a interface gráfica e as funcionalidades de um aplicativo para smartphones, como solução tecnológica para otimização do acompanhamento auditivo na APS. Metodologia: Trata-se da elaboração de uma ferramenta tecnológica em saúde, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (processo número 4.695.580). A linguagem de programação escolhida foi o JavaScript que permitiu a aplicação em plataforma híbrida. O aplicativo “Agente Escuta” foi desenvolvido com duas interfaces, uma do usuário móvel, que são os profissionais da APS e uma dashboard do administrador web, que permite acessar todos os dados inseridos pelos usuários. Para a construção das funcionalidades foram utilizados instrumentos previamente validados em dois eixos: (1) educação em saúde; (2) acompanhamento do desenvolvimento auditivo no primeiro ano de vida. A ferramenta foi analisada por cinco juízes, incluindo estudantes, profissionais, docentes e pesquisadores em Tecnologia da Informação e Fonoaudiologia. Resultados: Com uma interface muito simples e intuitiva, no “Agente Escuta” o usuário tem acesso à tela de cadastro, com posterior direcionamento para a tela de login. No eixo de educação em saúde são disponibilizados infográficos com os marcos do desenvolvimento, estratégia de gameficação com o intuito de revisar os conhecimentos essenciais para atuação na área de saúde auditiva e também incentivar o uso do aplicativo. Além disso, tem-se um espaço para registro de dúvidas. No eixo de acompanhamento, o usuário tem a possibilidade de efetuar o cadastro das crianças que residem em sua área de cobertura, incluir dados sobre os indicadores de risco para deficiência auditiva, informações sobre a triagem auditiva neonatal, bem como seu resultado e conduta. Tem-se ainda a versão informatizada do questionário de acompanhamento mensal validado para o primeiro ano de vida, com notificações de encaminhamento a depender das respostas obtidas pelos familiares. Conclusão: O aplicativo desenvolvido possui funcionalidade e design gráfico interessante e de fácil manuseio, constituindo-se como uma solução com potencial para otimizar o processo de acompanhamento auditivo na APS. Ressalta-se que implementações poderão ser feitas, dentre elas a expansão para outras faixas etárias e melhorias diante da avaliação dos usuários.

1. Real FJ, DeBlasio D, Rounce C, Henize AW, Beck AF, Klein MD. Opportunities for and Barriers to Using Smartphones for Health Education Among Families at an Urban Primary Care Clinic. Clin Pediatr (Phila). 2018;57(11):1281–5.

2. Suen JJ, Bhatnagar K, Emmett SD, Marrone N, Robler SK, Swanepoel DW, et al. Hearing care across the life course provided in the community. Bull World Health Organ. 2019 Oct 1;97(10):681–90.

3. World Health Organization. Deafness and hearing loss [Internet]. [cited 2020 Nov 16]. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/deafness-and-hearing- loss

4. Alvarenga K de F, Araújo ES, de Melo TM, Martinez MAN, Bevilacqua MC. Questionnaire for monitoring auditory and language development in the first year of life. CODAS [Internet]. 2013 [cited 2020 Nov 16];25(1):16–21. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317- 17822013000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

5. Coco L, Piper R, Marrone N. Feasibility of community health workers as teleaudiology patient-site facilitators: a multilevel training study. Int J Audiol [Internet]. 2020 Jan 6 [cited 2021 Feb 23];1–13. Available from: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/14992027.2020.1864487
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.364
ISSN 1983-1793X
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AGROTÓXICOS E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE AUDITIVA DO TRABALHADOR DO CAMPO: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Bassi, L. O. ; Tomiasi, A. A. ; Paula, G. R. ; Topanotti, J. ; Krüger, I. D. ;

Introdução: A população mundial tem aumentado de forma significativa e, consequentemente, a demanda de alimentos também vem aumentando. Dessa forma, os agrotóxicos surgem como um recurso para acelerar a produção de alimentos, aumentando a quantidade, reduzindo o tempo e diminuindo a possibilidade de perdas na produção. É fato que a maioria dos agricultores faz o uso deste tipo de defensivo em sua produção, porém muitos deles acabam contaminados de forma direta ou indireta, devido a não utilização efetiva dos EPIs recomendados. O dano à saúde do trabalhador do campo é iminente quando se fala em manuseio de agroquímicos e, segundo pesquisas realizadas na literatura, a perda auditiva é mais uma das consequências. Objetivo: o presente estudo busca investigar pesquisas que apresentem os efeitos decorrentes do uso dos agrotóxicos na saúde auditiva do trabalhador do campo, com base nos estudos por meio da literatura especializada. Metodologia: foram analisados artigos publicados em revistas indexadas nas bases de dados LILACS e PUBMED nos últimos 10 anos, nos idiomas português e inglês. A busca foi realizada por meio de palavras-chave em combinação, nos idiomas citados: Audição AND Agrotóxico. Resultados: foram identificados neste período 32 artigos no total. Após a leitura do resumo desses trabalhos, identificou-se 31 publicações que, após aplicação do critério de inclusão, restaram 11 artigos, sendo esses analisados na íntegra. Conclusão: os agroquímicos são causadores de alterações auditivas periféricas e centrais. Na condição de exposição concomitante ao ruído, a perda auditiva é agravada pela exposição aos agrotóxicos. Para fins de acompanhamento e minimização de danos à saúde auditiva, a inclusão da avaliação audiológica é sugerida como rotina de cuidados à saúde de trabalhadores do campo.

ANDRADE, Maria Isabel Kós Pinheiro de. Efeitos da exposição ao agrotóxico no sistema auditivo eferente através das emissões otoacústicas transientes com supressão [tese]. Universidade Federal do Rio de Janeiro/Instituto de Estudos em Saúde Coletiva: Rio de Janeiro, RJ, 2012.
CAMARINHA, Carla Regina. Avaliação do processamento auditivo em trabalhadores rurais expostos ocupacionalmente a agrotóxicos organofosforados [dissertação]. Universidade Federal do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, RJ, 2010.
FERNANDES, Gisele Aparecida; SILVA, Luiz Felipe. Fatores associados a acidentes de trabalho em zona rural de Minas Gerais. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, [S.L.], v. 17, n. 3, p. 378-386, 2019.
HOSHINO, Ana Cristina Hiromi et al. Estudo da ototoxicidade em trabalhadores expostos a organofosforados. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, [S.L.], v. 74, n. 6, p. 912-918, dez. 2008.
LOBATO, Denise Maria Vaz Romano et al. Agricultores expostos a agrotóxicos: sintomas e ocorrência de alterações auditivas. In: V Congresso Sul Brasileiro de Fonoaudiologia, 2013, Curitiba. Anais do V Congresso Sul Brasileiro de Fonoaudiologia. Curitiba: CREFONO, 2013. Resumo.
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Página(s): p.255
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ALTERAÇÕES AUDIO VESTIBULARES EM PACIENTES PÓS INFECÇÃO DA COVID-19
Silva, .M. ; Viana, E. ; Rocha, F.R. ; Silva, J.A. ; Silva, M.L.O. ; Rocha, P.A. ; Sevarolli, R. ; Honorato, S.G. ; Santos, S.A. ; Aguiar, T.S. ;

Introdução: As perdas auditivas podem ser causadas por diversos agentes, entre eles as infecções provocadas por vírus e bactérias, que podem rebaixar os limiares auditivos. Objetivo: Investigar alterações auditivas e vestibulares em pacientes com Covid-19 e suas sequelas pós tratamento. Método: Estudo do tipo revisão narrativa da literatura com levantamento bibliográfico na base de busca Google Acadêmico e nas bases de dados Centro Latino-Americano e do Caribe de informações em Ciências da Saúde (BIREME) e PubMed, no idioma português e inglês. Resultados: Foram selecionados 27 estudos com base no objetivo proposto pela pesquisa. Foram relatados sintomas de perda auditiva condutiva, perda auditiva sensorioneural súbita, zumbido e tontura nos pacientes durante o processo infeccioso ou após a recuperação por Covid-19. A ocorrência de ototoxicidade foi relacionada ao uso da medicação hidroxicloroquina. Conclusão: Sugerimos novas pesquisas e estudos de acompanhamento a longo prazo, a fim de investigar como Corona vírus afeta a audição, sistema vestibular e a qualidade de vida dos indivíduos.

ALMUFARRIJ, I; MUNRO, K. J. One year on: an updated systematic review of SARS-CoV-2, COVID-19 and audio-vestibular symptoms. International Journal of Audiology, p. 1-11, 2021.

ALMUFARRIJ, I; UUS, K; MUNRO, K. J. Does coronavirus affect the audio-vestibular system? A rapid systematic review. International journal of audiology, v. 59, n. 7, p. 487-491, 2020.

CHIRAKKAL, P. et al. COVID-19 and Tinnitus. Ear, Nose & Throat Journal, v. 100, n. 2_suppl, p. 160S-162S, 2021.

JAFARI, Z; KOLB, B E.; MOHAJERANI, M. H. Hearing Loss, Tinnitus, and Dizziness in COVID-19: A Systematic Review and Meta-Analysis. Canadian Journal of Neurological Sciences, p. 1-33, 2021.

KILIC, O. et al. Could sudden sensorineural hearing loss be the sole manifestation of COVID-19? An investigation into SARS-COV-2 in the etiology of sudden sensorineural hearing loss. International Journal of Infectious Diseases, v. 97, p. 208-211, 2020.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.418
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES AUDITIVAS DECORRENTES DE FISSURA LABIOPALATINA REVISÃO DE LITERATURA
Lima, A.J. ; NASCIMENTO, Macksuelle da Silva*; ;

Introdução: A fissura labiopalatina é uma malformação congênita, com etiologia multifatorial que se manifesta de diferentes formas e extensões no indivíduo. Pode promover distorções no lábio superior, nariz e palato. Os distúrbios da função auditiva constituem um aspecto importante no estudo das alterações ocasionadas por fissura labiopalatina, uma vez que a origem da musculatura do palato mole tem localização anatômica próxima a tuba auditiva.
Objetivo: Investigar as principais complicações auditivas ocasionadas por fissura labiopalatina.
Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática de literatura, onde os descritores foram selecionados utilizando-se as ferramentas DeCs e a partir desta foram realizadas as buscas bibliográficas nas bases de dados Pubmed, Elsevier, Scielo e Lilacs. Para as estratégias de buscas eletrônicas foram utilizados os seguintes descritores: “Perda Auditiva, “Alterações Auditivas”, “Otite Média” e “Fissura Labiopalatina” combinados entre si. Para os estudos selecionados, as seguintes informações foram extraídas: ano de publicação, autor, país, características da amostra e a ocorrência das alterações da audição em casos de fissura labiopalatina. Os critérios de inclusão foram: trabalhos nos idiomas português e inglês, publicados a partir de 2016. Foram selecionados 10 artigos que atenderam aos critérios de elegibilidade.
Resultados: As principais alterações descritas na literatura foram: perda de audição, transtorno do processamento auditivo e otite média, sendo esta última, a patologia a mais relatada entre os autores.
Conclusão: Os artigos analisados evidenciaram que portadores de fissura labiopalatina podem apresentar alterações auditivas. Devido a malformação, o trajeto e a inserção dos músculos tensor e elevador do véu palatino, no palato são comprometidos gerando assim uma falha no mecanismo de abertura da tuba auditiva, que sem ventilação, pode propiciar quadros de otite média.

1. COELHO, Lucimara de Almeida et al. Treinamento auditivo domiciliar para crianças com alterações auditivas decorrentes da fissura labiopalatina. Revista CEFAC, v. 20, n. 2, p. 154-165, 2018.
2. GUERRA, Mônica Elisabeth Simons. Crianças com fissura lábio palatina: relação entre percepção auditiva e características audiológicas e otológicas no contexto da avaliação foniátrica. 2019. 116 f. Dissertação (Mestrado em Fonoaudiologia) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2019.
3. LIMA, ANA BELLE DA SILVA. A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA PARA PORTADORES DE FISSURAS LABIOPALATAIS. 2017.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.346
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES AUDITIVAS E/OU VESTIBULARES DURANTE O CICLO MENSTRUAL DE MULHERES JOVENS E ADULTAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
SANTOS, T.O.N. ; SOUZA, I.C.M. ; SILVA, A..N.S. ; FERNANDES, S.F.S. ; LIMA, L.R.S. ; EVANGELISTA, E.K.B. ; CABRAL, A.M.L. ; LINS, I.P.S ; BRITTO, D.B.L.A. ;

Introdução: O ciclo menstrual é composto por diversas interações hormonais que resultam em flutuações e instabilidade fisiológica no corpo feminino. O ciclo ovariano é dividido em três fases: folicular, ovulatória e lútea, onde há variação nos níveis de concentração dos hormônios estrogênio e progesterona. Essa variação hormonal causa vários efeitos no corpo feminino, podendo afetar a homeostase do sistema auditivo e dos fluidos labirínticos, resultando em alterações na função auditiva e/ou vestibular durante o ciclo menstrual. Objetivo: Descrever as principais alterações auditivas e/ou vestibulares durante o ciclo menstrual de mulheres jovens e adultas. Método: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio de 2021. Foram utilizadas quatro bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO, ScienceDirect e PubMed. Na busca, foi utilizada a seguinte chave: “Menstrual Cycle” OR “Follicular Phase” AND “Hearing” OR “hearing loss” OR “hearing disease” AND “vestibular diseases” OR “labyrinth diseases”. Foram incluídos estudos sobre o sistema auditivo e vestibular de mulheres jovens e adultas, com idade entre 18 até 49 anos, com ciclo menstrual normal, sem restrição de ano e idioma. Foram excluídos estudos com mulheres que apresentassem patologias associadas ao sistema genital feminino, estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e teses de doutorado. Resultados: Foram encontrados 2.028 artigos. Destes, ficaram sete estudos para inclusão nesta revisão. Os estudos encontrados foram de Caso-Controle, Coorte-longitudinal e Observacional-Prospectivo, publicados entre os anos de 1986 e 2019. Foram utilizados os seguintes exames: audiometria, imitanciometria, reflexos estapedianos, emissões otoacústicas espontâneas (EOAEs), Transientes (EOAT) e por produto de distorção (EOADP), Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE), vectoeletronistagmografia (VENG) e testes do processamento auditivo central
(PAC). Os estudos relataram interferências da interação hormonal estrogênio-progesterona nas funções auditivo-vestibulares, ocasionando flutuação dessas funções durante as fases do ciclo menstrual. Destaca-se que o aumento do estrogênio na fase folicular pode causar maior sensibilidade coclear e flutuações nos limiares auditivos. Foram encontrados limiares auditivos mais rebaixados na fase folicular quando comparados às outras fases do ciclo menstrual. Na audiometria tonal, as mulheres que não faziam uso de anticoncepcional tiveram limiares piores comparadas às que faziam. Na imitanciometria, algumas mulheres apresentaram pressão da orelha média diminuída durante a fase lútea. Já os reflexos estapedianos estiveram presentes. As EOAEs estiveram presentes em frequências mais altas na fase folicular e mais baixas na fase lútea. Houve aumento da frequência nas EOAT durante a fase folicular. As amplitudes das respostas das EOAPD foram maiores durante a fase lútea. Foram encontradas diminuição nas latências das ondas III e V e latências interpicos I-III e III-V do PEATE em alguns estudos e, em outros estudos, aumento da latência da onda V na fase folicular. Na VENG, foram observadas alterações na Calibração, Movimentos Sacádicos, Prova Rotatória Pendular Decrescente e Prova Calórica à 42ºC. Nos testes de PAC, houve melhora na escuta dicótica durante a fase folicular. Conclusão: Há evidências do comprometimento do sistema auditivo-vestibular durante as diferentes fases do ciclo menstrual das mulheres.

1. AL-MANA, D.; CERANIC, B.; DJAHANBAKHCH, O.; LUXON, L.M. Alteration in auditory function during the ovarian cycle. Hearing Research, v. 268, p. 114-122, 2010.

2. CARNEIRO, C.S.; ALMEIDA, A.A.F.; RIBAS, A.; KORT, K.K.; LIMA, D.O.; ARAÚJO, A.M.G.D.; FERREIRA, D.A.H.; MARTINS, M. L.; FREITAS, T.M.M.W.C.; ROSA, M.R.D. Hormones and Auditory Perception: Study of Dichotic Listening in Women during the Menstrual Cycle. International Archives of Otorhinolaryngology, João Pessoa, v.23, n.1, p. 70-76, 2019.

3. EMAMI, S.F.; GOHARI, N.; RAMEZANI, H.; BORZOUEI, M. Hearing Performance in the Follicular-Luteal Phase of the Menstrual Cycle. International Journal of Otolaryngology, v. 2018, ago, 2018.

4. ISHII, C.; NISHINO, L.K.; CAMPOS, C.A.H. Caracterização vestibular no ciclo menstrual. Braz J Otorhinolaryngol. São Paulo, v.75, n.3, p. 375-80, 2009.

5. SOUZA, D.S.; LUCKWU, B.; ANDRADE, W.T.L.; PESSOA, L.S.F.; NASCIMENTO, J.A.; ROSA, M.R.D. Variation in the Hearing Threshold in Women during the Menstrual Cycle. International Archives of Otorhinolaryngology, v.21, n.4, p. 323-328, 2017.
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Página(s): p.275
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES AUDITIVAS EM CRIANÇAS ACOMETIDAS POR ZIKA VÍRUS (ZIKV): UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Cabral, A. M. L. ; Carneiro, D. L. S. ; Silva. A. N. S. ; Evangelista, E. K. B. ; Silva, J. Q. ; Souza, I. C. M. ; Lima, L. R. S. ; Lins, I. P. S. ; Britto, D. B. L. A. ;

Introdução: O Zika Vírus (ZIKV) é uma arbovirose, tendo o mosquito Aedes aegypti como vetor da infecção. Além disso, as condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito se fazem presentes em vários países. A infecção por ZIKV deve ser considerada como fator de risco para a perda auditiva nos programas de triagem auditiva e, o monitoramento dessas crianças é necessário para averiguação de alterações adversas que podem ocorrer a longo prazo. Objetivo: Descrever os principais achados da literatura sobre a relação entre alterações auditivas em crianças acometidas por ZIKV. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio de 2021, norteada pela seguinte pergunta condutora: Quais os principais achados da literatura correlacionando alterações auditivas em crianças acometidas por ZIKV? Foram utilizadas as seguintes bases de dados como fonte de artigos: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SciELO, ScienceDirect e PubMed. Para a busca utilizamos uma única chave em todas as bases: “Arbovirus infections” OR “Zika Virus Infection” AND “Hearing” OR “Hearing loss” AND “children”. Foram incluídos estudos realizados com crianças de 0 até 12 anos, acometidas por ZIKV, sem restrição de ano e idioma. Foram excluídos estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e teses de doutorado. Resultados: Inicialmente foram encontradas 242 publicações. Após leitura de título e resumo ficaram 12 estudos foram incluídos nesta revisão. Os estudos foram transversais, coorte observacional, observacional, descritivo, longitudinal retrospectivo, relato de caso, retrospectivo e de coorte, publicados entre os anos de 2016 e 2021. A idade mínima encontrada dos participantes foi de 0 anos e a máxima 36 meses de idade. Os principais exames utilizados nas avaliações auditivas foram: Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE), audiometria, imitanciometria, Emissões Otoacústicas (EOA), reflexos acústicos e reflexo cócleo-palpebral (RCP). As principais alterações auditivas encontradas relacionaram-se à Perda Auditiva Sensorioneural (PASN) e atrasos nas habilidades cognitivas relacionadas à audição, sendo esta última possivelmente associadas a alterações no controle motor cervical. Alterações nas curvas timpanométricas e nos reflexos auditivos (cócleo-palpebral e/ou estapédicos), também estiveram presentes nos achados bibliográficos. Conclusão: Apesar da literatura apresentar achados de alterações auditivas, estes não indicam significância na relação de alterações auditivas ligadas à infecção pelo ZIKV submetidas à triagem auditiva. Desta forma, o acompanhamento dessas crianças a longo prazo também se apresenta como estratégia para identificação de alterações advindas a longo prazo atreladas a infecção pelo ZIKV não identificadas ou desenvolvidas anteriormente, tendo em vista que a infecção viral pela arbovirose é tida como potencial de risco para alterações auditivas.

BARBOSA, M.H.M., et al. Normal Hearing Function in Children Prenatally Exposed to Zika Virus. International Archives of Otorhinolaryngology, 2020; 24(3): 299-307.

LEITE, R.F.P., et al. Triagem auditiva de crianças com síndrome congênita pelo vírus Zika atendidas em Fortaleza, Ceará, 2016. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 2018;27(4):e2017553.

LEAL, M.G., et al. Hearing Loss in Infants with Microcephaly and Evidence of Congenital Zika Virus Infection — Brazil, November 2015–May 2016. Morbidity and Mortality Weekly Report. 2016; 65(34):917-919.

NIELSEN-SAINES, K., et al. Delayed childhood neurodevelopment and neurosensory alterations in the second year of life in a prospective cohort of ZIKV-exposed children. Nature Medicine, 2019; 25:1213-1217.

PACHECO, O., et al. Neurodevelopmental findings in children 20–30 months of age with postnatal Zika infection at 1–12 months of age, Colombia, September-November 2017. Paediatr Perinat Epidemiol, 2021; 35(1):92-97.
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Página(s): p.253
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ALTERAÇÕES AUDITIVAS NO PRIMEIRO ANO DE VIDA EM BEBÊS QUE REALIZARAM A TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL
Gottschalck-Cavalcanti, H ; Andrade ELD ;

Introdução:O objetivo da triagem auditiva neonatal(TAN) é o encaminhamento o mais precocemente possível ao diagnóstico auditivo.Sabemos que a criança nos primeiros anos pode ser acometida por infecções de ouvido o que pode acarretar perdas auditivas condutivas. Objetivo: avaliar alteracões nas emissões otoacúticas e timpanometria em bebês com um ano de vida e que realizaram a triagem auditiva neonatal. Associar fatores de risco para as alterações encontradas.Metodologia: O estudo foi do tipo retrospectivo, observacional e descritivo com levantamento de dados sobre a triagem auditiva realizado em intervalo de 4 meses em uma maternidade pública. Foram incluidos 651 bebês com registro da TAN no prontuário.O recrutamento dos bebês foi realizado através de uma busca ativa e independentemente do resultado da TAN.Os bebês foram reavaliados através do uso de equipamento portátil de Emissões otoacusticas transiente (EOAT) e avaliação das medidas da função de orelha média usando timpânometria portátil.Foi aplicado o PEPPER (Persistent Ear Problems Providing for Referral)questionário adaptado para levantamento de comportamentos atípicos à rotina do bebê. Ele foi traduzido para o português e consiste de 20 questões sobre otite média na criança, gestação, parto,t empo e tipo de amamentação, fumantes, presença de roncos e/ou nariz obstruído.A análise se deu por descricão e associação,usando x2, entre os resultados da re avaliação e as outras variáveis.Resultados: Dos 651 bebês que realizaram a TAN, 143 retornaram e destes 94 ( 75,2%) tiveram emissões otoacústicas presente e timpanometia com curva tipo A. 31 (24,8%) tiveram alterações nas emissões otoacústicas ou curva B na timpanometria. Quase todas as crianças que falharam nas EOAT também falharam na timpanometria. Uma porcentagem pequena (<10%) de crianças tiveram infecções de ouvido ou respiração crônica oral durante o primeiro ano de vida . 34% das crianças faz uso de ventilador ou ar condicionado, 39% convive constantemente com outras crianças e tem mãe que trabalha. Todas as famílias referiram que o pai trabalha fora. 22% tem exposição frequente à fumaça de cigarro. A metade das mães referem ter introduzido outro tipo de leite, além de leite materno, antes dos 6 meses de idade e a maioria das crianças tem como hábito dormir de lado. Dos bebês que passaram na triagem auditiva neonatal, 25% tiveram alterações na avalaicão auditiva com 1 ano. A metade dos bebês que que falharam na TAN, falharam na re avaliação. A variável que teve associação com a timpanometria B foi a posição de dormir (dormir de lado) e ter as emissões otoacústicas alteradas. Conclusão: Há necessidade de acompanhamento do desenvovlimento e desempenho auditivo durante em ambulatório pediátrico durante o primeiro ano de vida. É também de suma importância que os bebês que falham na TAN sejam acompanhados e rescadados para avaliar a audicão. Neste estudo a alteração de orelha média teve associacão com o resultado alterado das emissões otoacústicas, inidcando este tipo de avaliacão viável para o rastreamento de alterações de orelha média do bebê no primeiro ano de vida. A posicão de dormir tem associacão com a timpanometria alterada e são necessário outras pesquisas para ter mais dados.




Anteunis WLJC, Chenault CMMN, Haggard MP. Risk factors for failing the hearing screen due to otitis media in Dutch infants. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2012, 269: 2485-2496

DI Francesco, Renata Cantisani; BARROS, Vivian Boschesi; RAMOS, Rafael. Otitis media with effusion in children younger than 1 year. Rev. paul. pediatr., São Paulo , v. 34,n. 2,p. 148-153, June 2016. Available from . access on 16 Feb. 2021.https://doi.org/10.1016/j.rppede.2016.01.003.

Lok W, Anteunis LJ, Meesters C, Chenault MN, Haggard MP. Risk factors for failing the hearing screen due to otitis media in Dutch infants.Eur Arch Otorhinolaryngol. 2012;269(12):2485-2496. doi:10.1007/s00405-011-1896-0

Samson D, Rupa V, Veeraraghavan B, et al. Follow up of a birth cohort to identify prevalence and risk factors for otitis media among Indian children in the eighth year of life. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology. 2020 Oct;137:110201. DOI: 10.1016/j.ijporl.2020.110201.

Van Ingen, G., le Clercq, C.M.P., Touw, C.E. et al. Environmental determinants associated with acute otitis media in children: a longitudinal study. Pediatr Res 87, 163–168 (2020). https://doi.org/10.1038/s41390-019-0540-3) 
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Página(s): p.396
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ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA SOBRE A EVASÃO DE PROGRAMAS DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL NO BRASIL.
Lucena, M. H. M. de S. L. ; Cavalcanti, H. G. ;

Objetivo: Delinear a caracterização da produção científica brasileira sobre a evasão de programas de triagem auditiva neonatal, de modo a contribuir para criação de um panorama sobre esta temática. Metodologia: Foi realizada um processo de pesquisa do tipo exploratória com análise bibliométrica. Para identificação dos estudos, a busca concentrou-se em periódicos brasileiros indexados e especializados em Fonoaudiologia. Os periódicos selecionados foram: ACR-Audiology Communication Research, CoDAS-Communication Disorders, Audiology and Swallowing), Revista CEFAC-Speech, Language, Hearing Sciences and Education Journal, acessados, na Scientific Electronic Library Online (Scielo) e DIC-Distúrbios da Comunicação, acessada no seu próprio sítio. Foi realizado o cruzamento dos descritores (DeCS): triagem neonatal, recém-nascido, audição e evasão do paciente, sendo incluídos todos as categorias de artigos encontrados que apresentassem quaisquer resultados sobre a evasão de programas de triagem auditiva neonatal. Como indicadores bibliométricos foram extraídos: o número de citações, o número de acessos e o índice H5 e M5 dos artigos. Resultados: Foram incluídos dois estudos do tipo artigo original, produzidos em instituições nas regiões sul e sudeste. Ambos, obtiveram 368 acessos, com 8 citações, o índice H5 foi de 17 e o M5 de 22. Conclusão: A análise dos dados permite confirmar a falta de estudos nacionais sobre a temática e evidencia-se a necessidade do desenvolvimento de pesquisas nesse sentido, uma vez que os resultados são essenciais para o desenvolvimento de estratégias e ações que minimizem a evasão dentro dos programas de triagem auditiva.

1. Brasil. Lei N°12.303, de 2 de agosto de 2010. Dispõe sobre a obrigatoriedade de realização do exame denominado Emissões Otoacústicas Evocadas. 2010; 2010.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal. 2012; 32.
3. Children C for DC and PD and SAHL in. Dados e estatísticas sobre perda auditiva em crianças, https://www.cdc.gov/ncbddd/hearingloss/data.html (2017).
4. Committee TJ, Hearing I, All P, et al. Year 2007 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs Joint Committee on Infant Hearing. Pediatrics 2007; 120: 898–921.
5. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. J Early Hear Detect Interv 2019; 4(2): 1-44.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.368
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DA EXPOSIÇÃO À FUMAÇA AMBIENTAL DO TABACO EM ESCOLARES
Marques, I.T.P. ; Lima, C.A.D. ; Durante, A.S. ;

Introdução: A Organização Mundial da Saúde considera o tabagismo a maior causa de morte evitável do mundo. No Brasil, em 2019, os dados da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE apontam o percentual total de adultos fumantes em 12,6 %, revelando uma tendência de queda de 46% no período. No entanto, ao longo da pandemia da Covid-19, estudos apontam que os hábitos de vida da população mundial se modificaram, com interferência de níveis aumentados de estresse, ansiedade, depressão, assim como o aumento do consumo de tabaco. Por definição, temos que o tabagista passivo é o indivíduo não fumante que inala a fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados de um indivíduo fumante. A exposição à fumaça ambiental do tabaco (EFAT) tem sido associado a consequências adversas à saúde. O fumante passivo recebe cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas, três vezes mais nicotina e três vezes mais monóxido de carbono do que o fumante ativo, que teve a fumaça filtrada pelo filtro do cigarro. Crianças passivas ao tabagismo além dos efeitos causados pela poluição ambiental, como irritação nos olhos, tosse e maior risco de doenças respiratórias, podem ter maior ocorrência de resfriados e infecções de ouvido médio. Objetivo: Caracterizar o perfil da EFAT em escolares de uma escola pública em São Paulo por meio de questionário durante a pandemia da Covid-19. Método: Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da instituição (2.540.495). Participaram do estudo os responsáveis por estudantes de uma escola estadual de ensino fundamental localizada na região central de São Paulo. Por conta da dificuldade de comunicação com os pais durante a quarentena, enviou-se por meio da escola, cartas de apresentação do projeto contendo ao final uma autorização de participação do filho. Além disso, com a ajuda dos professores, o questionário on-line foi enviado por WhatsApp nos grupos de pais, visando caracterizar os hábitos de EFAT, desde a gestação da criança até o momento atual, destacando o ambiente domiciliar antes e durante a pandemia. Resultados: Foram enviados um total de 540 questionários on-line, no entanto houve apenas 33 respostas de responsáveis pelos escolares de 6 a 12 anos. Ficou evidenciada a EFAT em 48,5% da amostra estudada. Assim, dezesseis escolares foram classificados como grupo estudo com EFAT (GE), e dezessete escolares como grupo controle sem EFAT (GC). No GE, 21,21% (7) das mães e 24,24% (8) dos pais relataram terem fumado durante o período gestacional. Seis (18,2%) responsáveis relataram fumar de 2 a 5 cigarros/dia; 9,09% (3) dos responsáveis 10 cigarros/dia; e 3,03% (1) dos responsáveis 20 cigarros/dia. Cinco (15,15%) responsáveis relataram terem sentido mais vontade de fumar durante a pandemia. Conclusão: Embora a amostra do estudo seja pequena a porcentagem de crianças com EFAT foi expressiva. É um alerta de que o aumento no hábito de fumar revelado pelas pesquisas nesta fase de pandemia parece também estar em evidência nessa população, tendo como consequência o aumento de crianças com exposição passiva ao fumo no ambiente domiciliar.

Pesquisa nacional de saúde: 2019: informações sobre domicílios, acesso e utilização dos serviços de saúde: Brasil, grandes regiões e unidades da federação / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. - Rio de Janeiro: IBGE, 2020. 85p.

Elbeltagy R, Galhom D, El-Hafeez M. Children exposed to second hand-smoke and sensorineural hearing loss. J Otolaryngol ENT Res. 2019; 11:5-9.

Instituto Nacional de Câncer (INCA). Tabagismo passivo: 2018. [online]. Brasília: INCA; 2018. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tabagismo/tabagismo-passivo (12 Junho 2021).

Malta DC, Silva AG, Machado IE, Sá AC, Santos FM, Prates EJ, et al. Trends in smoking prevalence in all Brazilian capitals between 2006 and 2017. J Bras Pneumol. 2019; 45(5):e20180384.

Malta DC, Szwarcwald CL, Barros MBA, Gomes CS, Machado IE, Júnior PR et al. A pandemia da COVID-19 e as mudanças no estilo de vida dos brasileiros adultos: um estudo transversal, 2020. Epidemiol. Serv. Saude. 2020; 29(4):e2020407.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.325
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DA SIMETRIA DO REFLEXO VESTÍBULO-OCULAR COM O ENVELHECIMENTO POR MEIO DO V-HIT
Ribeiro, M. B. N. ; Mancini, P. C. ; Bicalho, M. A. C. ;

Introdução: Na literatura existem estudos que encontraram a redução do ganho dos canais semicirculares com o envelhecimento do sistema vestibular. Porém, não foram encontrados na literatura pesquisada estudos que avaliassem a variável simetria com o aumento da idade da amostra. Objetivo: verificar se a simetria do reflexo vestíbulo-ocular (RVO) avaliado pelo Video Head Impulse Test (v-HIT) pode ser afetado pelo envelhecimento em indivíduos hígidos. Metodologia: estudo transversal, observacional e analítico, aprovado pelo Comitê de Ética sob o número 56877316.1.0000.5149. A casuística foi composta de 112 indivíduos hígidos com idade entre 18 e 83 anos, de ambos os sexos, que não possuíam queixas vestibulares e que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Todos os participantes foram submetidos ao exame v-HIT. Resultados: os valores de simetria dos canais não apresentaram diferença com o aumento da idade na população estudada. Conclusão: neste presente estudo não encontrou-se diferença da simetria com o envelhecimento de indivíduos hígidos.

1. Ribeiro MBN, Morganti LOG, Mancini PC. Evaluation of the influence of aging on vestibular function by the video Head Impulse Test (v-HIT). Audiol Commun Res. 2019;24:e2209.
2. Hansson A, Salzer J. Normative video head impulse test data in subjects with and without vascular risk factors. European Archives of Oto-Rhino-Laryngology. 2020.
3. Tae Hwan K, Min‐BeomHwa K. Effect of aging and direction of impulse in video head impulse test. Laryngoscope. 2018;128:228-33.
4. Allum JHJ, Cleworth T, Honegger F. Recovery of vestibulo-ocular reflex symmetry after an acute unilateral peripheral vestibular deficit. Otology & Neurotology, 2016;37(6), 772–780.
5. Pogson JM, Taylor RL, Bradshaw AP, McGarvie L, D’Souza M, Halmagyi GM, Welgampola MS. The human vestibulo-ocular reflex and saccades: normal subjects and the effect of age. J Neurophysiol. 2019;122 (1): 336-349.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.199
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DA VOZ DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR BILATERAL
Poffo, C. ; Comerlatto, M.P.S. ; Teles, L.C.S. ;

Introdução: O implante coclear (IC) é uma ferramenta promissora para o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem falada de crianças com deficiência auditiva. Considerando que o IC bilateral é uma perspectiva atual, torna-se importante conhecer as características vocais dos seus usuários, a fim de proporcionar informações aos envolvidos no processo de habilitação auditiva. Objetivo: Analisar a voz de crianças usuárias de IC bilateral. Material e métodos: Participaram 17 crianças de 4 a 10 anos de idade, usuárias de IC bilateral, mediante aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa nº 2.095.168. Foi realizada a avaliação acústica da
frequência fundamental (F0) pelo programa PRAAT das amostras: vogal /a/, contagem e conversa espontânea, expressas em Hertz (Hz). A avaliação perceptivo-auditiva foi realizada por um avaliador experiente em voz, pela da escala visual analógica (EVA). Foram avaliados os parâmetros grau geral, rugosidade, soprosidade, tensão, pitch, loudness e instabilidade, incluindo-se o parâmetro agradabilidade. O parâmetro agradabilidade da voz foi analisado ainda pelos pais dos participantes, em relação a voz de seu filho, também por meio da EVA. Na análise da EVA utilizou-se o padrão para a variabilidade normal de zero a 35,50mm. Os dados foram correlacionados entre si e com dados de prontuário, por meio de análise da variância de medidas repetidas pelo teste Tukey para as medidas que apresentaram distribuição normal e para aquelas que não apresentaram utilizou-se o teste de Friedman. A análise de correlação foi realizada por meio do teste de correlação de Pearson para as medidas que apresentaram distribuição normal e o teste de Spearman para as aquelas que não apresentaram distribuição normal. Resultados: Média da F0 de 263Hz DP=39,05 Hz, na Escala Visual Analógica o Grau geral da qualidade vocal 37,88mm, rugosidade 6,53mm, soprosidade13,35mm, tensão 10,59mm e a desagradabilidade 28,47mm, a desagradabilidade na percepção dos pais foi de 7,24mm. Conclusão: a maioria das crianças usuárias de IC bilateral possuem F0 da voz próximas as de crianças ouvintes e usuárias de IC unilateral e grau geral da qualidade vocal com alteração de leve a moderada. Os pais percebem maior agradabilidade na voz de seus filhos à medida que a F0 reduz. Crianças com maior tempo de uso do primeiro IC e menor diferencial de tempo entre um implante e outro possuem menor rugosidade na voz e crianças com maior tempo de uso do segundo IC reduziram a loudness.

Palavras-chave: Implante Coclear. Voz. Perda auditiva. Criança.

Coelho AC, Brasolotto AG, Bevilacqua MC. An initial study of voice characteristics of children using two different sound coding strategies in comparison to normal hearing children. Int J Audiol. 2015, 54: 417–423.
Coelho AC, Brasolotto AG, Bevilacqua MC, Moret ALM, Bahmad Junior F. Hearing performance and voice acoustics of cochlear implanted children. Braz J Otorhinolaryngol. 2016; 82:70-5. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-86942016000100070
Knight K et al. The effect of age of cochlear implantation on vocal characteristics in children. S Afr J Commun Disorder. 2016, 63 (1): a142. Disponível em: http://www.scielo.org.za/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2225-47652016000100006.
Lopez HAG, Mondain M, Breteque BA de la, Serrafero P, Trottier C, Barkat-Defradas M. Acoustic, Aerodynamic, and Perceptual Analyses of the Voice of Cochlear-Implanted Children. J Voice. 2013, 27 (4): 523.e1-17.
Souza LB de, Bevilacqua MC, Brasolotto AG, Coelho AC. Cochlear implanted children present vocal parameters within normal standards. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2012, 76 (8): 1180-3.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.329
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS PRODUTO DE DISTORÇÃO PÓS EXPOSIÇÃO A TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO
Guibu, L.M.T. ; Carvalho, M. ; Cortina,K. ; Durante, A.S. ;

Introdução: De acordo com o Instituto Nacional do Câncer a estimativa de diagnósticos de câncer em adultos no Brasil é de 625 mil novos casos (com exceção do melanoma) para os anos de 2020 a 2022. O uso de agentes quimioterápicos comumente implica frequentemente na utilização de fármacos ototóxicos, que são considerados agentes nocivos à audição, mais especificamente às células ciliadas externas e em especial na base da cóclea, região tonotópica das altas frequências.
Objetivo: Analisar as Emissões Otoacústicas Produto de Distorção (EOAPD) em indivíduos diagnosticados com neoplasias malignas após tratamento quimioterápico.
Método: Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da instituição (4.510.244). A amostra foi composta por dois indivíduos, na faixa etária de 25 a 45 anos, após a finalização do tratamento quimioterápico no setor de Oncologia de um serviço referência na cidade de São Paulo. Os critérios de inclusão foram adultos portadores de neoplasias malignas de cabeça e pescoço submetidos a tratamento quimioterápico com cisplatina, concomitante a radioterapia, sem realização de procedimento cirúrgico para a remoção do tumor. Após o consentimento de participação na pesquisa, por meio da assinatura do Termo de consentimento livre e esclarecido, foram realizados os procedimentos de meatoscopia, timpanometria, reflexos acústicos e audiometria. Logo após, foi aplicado um questionário contemplando informações sobre histórico pregresso de saúde, pregresso de outra(s) neoplasia(s) ou recidiva e tratamento da mesma, uso de outros medicamentos, outras comorbidades e a frequência atual do tratamento quimioterápico. Para a mensuração das EOAPD, foi utilizado o equipamento ILO, da Otodynamics. As EOAPD 2f1-f2 foram coletadas por meio de sonda acoplada em uma oliva que foi inserida no meato acústico externo, foram avaliadas as frequências de 1 a 8 kHz com intensidade dos estímulos f1 e f2 de 65 e 55 dB NPS e razão entre os estímulos f1 e f2 de 1,22.
Resultados : O Caso 1, masculino, 45 anos, diagnóstico de câncer na cavidade nasal, 35 sessões de radioterapia e 7 de quimioterapia com cisplatina. Apresentou perda auditivasensorioneural adquirida de grau moderado, com configuração descendente bilateral e EOAPD ausentes. O caso 2, feminino, 28 anos, diagnóstico de câncer na nasofaringe, realizou 10 sessões de quimioterapia e 35 sessões de radioterapia. Apresentou limiares audiométricos dentro do padrão de normalidade, porém os resultados das EOAPD apresentaram-se parcialmente presentes apenas nas frequências de 1 a 4k Hz, indicando prejuízo na fisiologia da região basal da cóclea.
Conclusão: Embora a amostra do estudo seja reduzida, os resultados parciais salientam o impacto da quimioterapia por cisplatina na fisiologia coclear. Demonstrando assim, importância da detecção e monitoramento auditivo em pacientes submetidos a tratamento quimioterápico.

Instituto Nacional do Câncer. Estimativa 2020, Incidência de Câncer no Brasil. Disponível em:https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf
Biro K, Noszek L, Prekopp P, Nagyiványi K, Géczi L, Gaudi I, Bodrogi I: Characteristics and Risk Factors of Cisplatin-Induced Ototoxicity in Testicular Cancer Patients Detected by Distortion Product Otoacoustic Emission. Oncology, 2006;70:177-184.

Reavis KM, McMillan G, Austin D, et al. Distortion-product otoacoustic emission test performance for ototoxicity monitoring. Ear Hear. 2011;32(1):61-74.

Ress BD, Sridhar KS, Balkany TJ, Waxman GM, Stanger BB e Lonsbury-Martin BL. Effects of cis-platinum chemotherapy on otoacoustic emissions: The development of an objective screening protocol. Otolaryngol Head Neck Surg, 1999;121(6), 693-701.

Shetty S, Bhandary SK, Bhat V, Aroor1, Shetty J, T. Dattatreya. Role of Otoacoustic Emission in Early Detection of Cisplatin Induced Ototoxicity. Indian J Otolaryngol Head Neck Surg. 2020; 1-6.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.383
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DAS OCORRÊNCIAS DE “FALHAS” NA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: O QUE TEMOS OBSERVADO?
Chiriboga, L.F. ; Sideri, K.P. ;

Introdução: Segundo as Diretrizes da Triagem Auditiva do Ministério da Saúde, a TAN deve ser realizada, preferencialmente, nos primeiros dias de vida (24h a 48h), e, no máximo, durante o primeiro mês de vida. A presença de indicadores de risco para perda auditiva (IRPA) deve orientar o protocolo de exames a ser seguido, sendo que para recém-nascidos (RN) sem indicador de risco, utiliza-se o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE) e para RN com risco, utiliza-se o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE- Automático). Dentro da dinâmica do serviço de TAN, sabe-se que o exame de EOAE é mais simples de ser executado e apresenta uma boa especificidade e sensibilidade para a identificação de possíveis alterações auditivas. No entanto, alguns RN (principalmente aqueles que realizam o exame durante a internação hospitalar) apresentam falhas, que podem ser caracterizadas como um falso- positivo, ou seja, não se tratar de uma real alteração. A etapa de reteste é extremamente importante para a reavaliação dos casos de falha, com intuito de refutar ou confirmar uma possível alteração auditiva. Objetivo: Descrever os índices de falha nas etapas de teste e reteste da TAN para os RN sem risco Método: Este estudo é uma análise documental de julho a dezembro 2020 de um hospital que possui serviço de TAN. Foram selecionados para a análise os RN que não apresentaram IRPA e falharam na triagem auditiva por EOA. Destes RN, foi verificado em qual(is) orelha(s) ocorreu a falha e também a posterior conduta. Resultados: Dos 4167 prontuários analisados, verificou-se que 64 RN sem IRPA falharam bilateralmente na triagem com EOAE (1,54% do total analisado). Além destes, 21 RN falharam apenas na orelha direita (0,5)% e 48 RN apenas na orelha esquerda (1,15%). Como já reportado em literatura, observou-se um maior índice de falhas na orelha esquerda. Dos RN que falharam, foram confirmados 3 casos de perdas auditivas, 1 caso de evasão e os demais obtiveram resposta satisfatória no reteste. Conclusão: Por meio desse levantamento, é possível analisar que a orelha esquerda apresenta um maior índice de falha no teste EOAE em RN sem IRPA em relação a orelha direita. Além disso, a maioria dos casos de falha eram resultados “falso-positivo”.

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas e Departamento de Atenção Especializada. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012;
2. JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING (US JCIH). Year 2019 position statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention 2019; 4 (2)
3. Y S Sininger, B Cone-Wesson. Asymmetric cochlear processing mimics hemispheric specialization. Science. 2004 Sep 10;305(5690):1581
4. Simonek, MCS; Azevedo, MF. Respostas falso-positivas na triagem auditiva neonatal universal: possíveis causas. Rev. CEFAC 13 (2) • Abr 2011
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.206
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DAS QUEIXAS AUDITIVAS E VESTIBULARES EM MÚSICOS DE ORQUESTRA E BANDA SINFÔNICA
Nascimento, M. C. ; Godoy, F. C. ; Pereira, G. F. ; Santos, N. P. ; Conceição, W. N. B. G. ; Silva, A. M. ;

Título: Análise das queixas auditivas e vestibulares em músicos de orquestra e banda sinfônica. Introdução: Os músicos são profissionais que ficam expostos a altos níveis de intensidade sonora em seu dia a dia e podem ser considerados como trabalhadores de risco para perda auditiva. Objetivo: Verificar a ocorrência de queixas auditivas e vestibulares em músicos de orquestras e bandas sinfônicas. Método: Análise do padrão de resposta de músicos quando indagados sobre as queixas auditivas, por meio de um questionário elaborado pelos pesquisadores. O trabalho foi submetido ao comitê de ética sob aprovação do número 43558721.8.0000.5493. Após este processo, foi disponibilizado um link aos voluntários da pesquisa através de uma carta-convite divulgada nas redes sociais (Instagram e WhatsApp). O público-alvo do estudo foi de músicos, maiores de 18 anos, que participam de bandas e orquestras sinfônicas por um período de, no mínimo, dois anos. Após o questionário ser respondido, os participantes receberam por e-mail um folder explicativo sobre o tema abordado na pesquisa e a cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Todos os dados foram submetidos à análise estatística para caracterização da amostra; os dados obtidos na pesquisa foram utilizados exclusivamente com finalidades de conhecimentos acadêmicos. Resultados: Participaram da pesquisa 80 músicos, destes 28,8% possuem intolerância a sons, 13,8% relataram zumbido, 13,8% têm plenitude auricular e 5% têm tontura após as apresentações. Sobre o uso de protetor auditivo, 90% responderam que não utilizam, 8,8% utilizam às vezes e 1,2% utilizam. Conclusão: As queixas auditivas e vestibulares citadas pelos participantes da pesquisa podem ocorrer devido às altas intensidades sonoras a que estão expostos. É dever do fonoaudiólogo levar informações sobre a saúde auditiva e prevenção de perda auditiva aos músicos.

BURAI, András. A acuidade auditiva dos violinistas da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. 2016. Tese de Doutorado.

FRANCO, Sara Sofia Cardoso. Prevenção da perda auditiva nos músicos e sintomas associados. 2017. Tese de Doutorado.

MUNHOZ, Graziella Simeão. Proposta de programa de prevenção de perdas auditivas para músicos. 2016. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

PINHEIRO, Luísa Adriana Rodrigues. Exposição à música nas orquestras: consequências na audição e prevenção. 2018. Tese de Doutorado.

SANCHES, Marta Silva Lopes Seguro. Surdez induzida por exposição sonora. 2019. Tese de Doutorado.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.321
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DO COMPORTAMENTO AUDITIVO: AUTORRELATO DE UNIVERSITÁRIOS
SILVA, Y. M. ; ALMEIDA, A. S. ; FERNANDES, L. M. ; SOUSA, A. M ; SILVA, I. M. C. ;

INTRODUÇÃO: O Processamento Auditivo (PA) é importante para o desenvolvimento da aprendizagem do discente desde os anos iniciais escolares. O PA é responsável por receber, detectar, atender, reconhecer, associar e integrar os estímulos sonoros, desenvolvendo dessa forma um conjunto de habilidades auditivas para analisar e interpretar os padrões sonoros. Os discentes com Transtorno do Processamento Auditivo (TPA), crianças ou adultos, apresentam memória auditiva curta e dificuldades para conseguir interpretar a mensagem sonora em ambientes ruidosos. Deve-se salientar que o TPA pode ocorrer em crianças e adultos com audição dentro do padrão de normalidade no exame de audiometria.OBJETIVOS:Identificar o comportamento auditivo em universitários com queixas de aprendizagem e do desempenho acadêmico. METODOLOGIA: Foi aplicado o questionário SAB (Scale Of Auditory Behaviors), adaptado para um formulário on-line e divulgado nas redes sociais dos universitários. Analisou-se os escores de 1 a 5, a partir das respostas às 12 perguntas referentes a comportamentos auditivos do dia a dia categorizados respectivamente como frequente, quase sempre, algumas vezes, esporádico e nunca. Calculou-se o total de pontos de cada respondente verificando se o resultado como sem risco para alterações de processamento auditivo (acima de 46 pontos), risco de TPA (entre 46 e 35 pontos) e risco elevado de TPA para os valores abaixo de 35 pontos, seguindo os pontos de corte preconizados na literatura. RESULTADOS: Dos 77 participantes com queixas de aprendizagem que responderam à escala, 16 obtiveram pontuação acima de 46, indicando que não há risco de alterações no Processamento Auditivo. Outros 37 participantes obtiveram pontuação entre 46 e 35 pontos, indicando que os universitários apresentam risco de Transtorno do Processamento Auditivo. Outros 24 discentes obtiveram pontuação inferior a 35 pontos, sinalizando que há risco elevado de TPA, sendo necessário treinamento das habilidades auditivas alteradas. CONCLUSÕES: O questionário SAB mostrou-se como uma ferramenta interessante para identificar universitários com risco elevado de Transtorno do Processamento Auditivo, assim como universitários que apresentavam risco, de forma condizente com suas queixas de aprendizagem e desempenho acadêmico.

ENGELMANN, Lucillene; FERREIRA,Maria Inês Dorneles da Costa. Avaliação do Processamento Auditivo em Crianças com Dificuldades de Aprendizagem. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Porto Alegre, RS, v.14,n.1, p.69-74, abr, 2009. Disponível em:https://www.scielo.br/j/rsbf/a/H6bYJYd3m56Jp8qB6sGcWNM/?lang=pt Acesso em 10 jun.2020.

NEVES, Ivone Ferreira; Schochat, Eliane. Maturação do processamento auditivo em crianças com e sem dificuldades escolares. Pró Fon Rev. de Atual. Científica, v.17, n.3, p.311-18, dez, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pfono/a/GLqhqNpPM6pVfSr9wcBwqGJ/?lang=pt Acesso em: 10 jun.2009

NUNES, Cristiane Lima; PEREIRA, Liliane Desgualdo; CARVALHO, Graça Simões de. Scale of Auditory Behaviors e testes auditivos comportamentais para avaliação do processamento auditivo em crianças falantes do português europeu. Codas, [S.L.], v. 25, n. 3, p. 209-215, 2013
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.389
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DOS BENEFÍCIOS DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL COM O SISTEMA BICROS EM INDIVÍDUOS COM PERDA AUDITIVA ASSIMÉTRICA – ESTUDO DE CASO
TOMIASI, A.A ; MACHADO, FRANCCESCO ; TOPANOTTI, J. ; PAULA, G. R. ; FRANÇA, L.G. ;

Introdução: Um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento psicossocial e para uma boa relação social é a audição, pois é através dela que aprendemos a falar, a conversar e a desenvolver outras habilidades importantes. A perda auditiva acarreta diversas consequências negativas para a vida de um indivíduo e os efeitos resultantes da perda da audição podem ser minimizados com o uso de aparelho de amplificação sonora individual (AASI), porém o processo de adaptação nas perdas auditivas assimétricas é desafiador, sendo necessários novos recursos auditivos que favoreçam esta população. Objetivo: Investigar os benefícios dos aparelhos auditivos com o sistema BICROS em indivíduos com perda auditiva assimétrica. Metodologia: Tratou-se como estudo de caso, transversal, com abordagem quantitativa e descritiva. Participaram 3 indivíduos, de ambos os gêneros, com idades entre 69 a 72 anos, possuindo perda auditiva sensório-neural e assimétrica, e usuários de AASI com sistema BICROS. Todos foram submetidos à aplicação do questionário APHAB na condição “sem o AASI” e “com o AASI”. Resultados: Observou-se benefício em todas as subescalas que envolvem a comunicação em diversas situações. Na subescala “Facilidade de Comunicação”, notou-se um benefício de 32%, na subescala de “Reverberação” houve benefício de 38% e na subescala “Ruído Ambiental” ocorreu melhora no desempenho em 41%. Conclusão: Por meio dos achados foi possível concluir que o AASI com o sistema BICROS trouxe benefícios ao usuário com perda auditiva assimétrica, diminuindo as dificuldades comunicativas em diversas situações, seja em condições facilitadoras, de reverberação e com ruído ambiental.

Almeida K. Avaliação objetiva e subjetiva do benefício de próteses auditivas em adultos [tese] São Paulo (SP): UNIFESP;1997.
Costa LD, Santos SN, Costa MJ. Perda auditiva unilateral e o uso de prótese auditiva: reconhecimento de fala, benefício auto percepção do desempenho funcional e satisfação. CEFAC, 2019. Disponível em: . Acesso em: 06 de Outubro de 2019.
Costa MHP, Sampaio ALL, Oliveira CACP. Avaliação do Benefício da Prótese Auditiva Digital e da Percepção da Desvantagem Auditiva ou “Handicap” em Idosos não Institucionalizados. Arq. Int. Otorrinolaringol. 2007;11(2):159-68.
Cox RM. Administration and application of the APHAB. Phonak Focus.1996; 21:1-12.
Flores NG, Iório MC. Limitação de atividades em idosos: estudo em novos usuários de próteses auditivas por meio do questionário APHAB. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, São Paulo, v. 17, n. 1, jan.- mar. 2012.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.247
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DOS LIMIARES AUDITIVOS OBTIDOS POR POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE ESTADO ESTÁVEL E AUDIOMETRIA TONAL LIMIAR EM INDIVÍDUOS COM AUDIÇÃO NORMAL
Duarte, J. L. ; Garcia, T. M. ; Araújo, E. S. ; Costa, O.A ; Alvarenga, K. F. ;

Introdução: O Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável (PEAEE) é um procedimento eletrofisiológico que vem sendo cada vez mais utilizado no diagnóstico audiológico infantil. Entretanto, existe a necessidade de estudos que demonstrem a relação dos limiares nos diferentes níveis de audição. Objetivo: verificar a correlação entre os limiares obtidos por Audiometria Tonal Limiar (ATL) e PEAEE em indivíduos com audição normal. Material e Métodos: Estudo transversal, observacional e analítico, realizado pelo departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (CEP FOB-USP protocolo n° 100/2005). A casuística foi composta por 24 indivíduos de ambos os gêneros, com idades entre 7 e 30 anos, sem queixas auditivas e neurológicas. Realizaram avaliação otorrinolaringologica e audiológica completa. A ATL foi realizada em cabina acústica com fones R-80 (ANSI-69). O PEAEE foi realizado com estimulação dicótica múltipla, fones de inserção 3A, eletrodos posicionados em Fz, Oz e Fpz. Foram pesquisados os limiares nas frequências de 0,5; 1; 2 e 4 kHz, com modulação de amplitude (100%) e frequência (20%) a uma taxa de 69-110 Hz para o PEAEE. A análise da resposta foi baseada nas recomendações do fabricante (Bio-logic Systems Corp., 2004) e literatura (John et al., 2004). Para a comparação entre os dois métodos foram utilizados inicialmente os limiares brutos do PEAEE e posteriormente aplicada a correção de -10 dB sugerida pelo equipamento MASTER. Foram utilizados os testes T Student pareado para comparação entre as orelhas e a diferença média dos limiares por frequência na ATL e PEAEE e Correlação Linear de Pearson para verificar correlação entre limiares para ATL e PEAEE. Resultados: Não houve diferença significativa entre as orelhas para todas as variáveis (p>0,05). Todas as demais análises foram realizadas considerando 48 orelhas. Para os limiares brutos, considerando as frequências de 0,5; 1; 2 e 4 kHz, respectivamente, a média (±DP) foi 4.27 (±4.12), 2.81 (±3.71), 1.88 (±3.52) e 3.23 (±4.55) para ATL e 30.5 (±11.4), 21.9 (±10.3), 17.0 (±7.05) e 21.6 (±9.74) para PEAEE; a diferença média entre os dois procedimentos foi de 26.3 (±1.59), 19.1 (±1.39), 15.1 (±1.00) e 18.3 (±1.37), com significância para todas as frequências (p<0,01); e, o valor de r e p para a correlação entre ATL e PEAEE foi 0,26 e 0,08; 0,36 e 0,01; 0,28 e 0,06; e, 0,29 e 0,04, demostrando significância para 1 e 4 kHz, porém com fraca correlação. Para os limiares corrigidos a média (±DP) dos limiares do PEAEE foi 22.8 (±11.2), 14.0 (±10.9), 9.06 (±7.63) e 13.6 (±9.83); a diferença média entre os dois procedimentos foi de 18.54 (±1.70), 11.15 (±1.56), 7.19 (±1.16) e 10.42 (±1.46), com significância para todas as frequências (p<0,01); e, o valor de r e p para a correlação entre ATL e PEAEE foi de 0,04 e 0,76; 0,19 e 0,19; 0,11 e 0,47; e, 0,16 e 0,28, não demostrando correlação entre os limiares nos dois procedimentos. Conclusão: Conclui-se que em indivíduos com audição normal os limiares obtidos por PEAEE não é capaz de predizer os limiares psicoacústicos.

1. Attias J, Buller N, Rubel Y, Raveh E. Multiple auditory steady-state responses in children and adults with normal hearing, sensorineural hearing loss, or auditory neuropathy. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2006;115(4):268-76. http://dx.doi.org/10.1177/000348940611500404. PMid:16676823.
2. Ozdek A, Karacay M, Saylam G, Tatar E, Aygener N, Korkmaz MH. Comparision of pure tone audiometry and auditory steady: state responses in subjects with normal hearing and haring loss. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2010;267(1):43-9. http://dx.doi.org/10.1007/s00405-009-1014-8. PMid:19536554.
3. Beck RMO, Ramos BF, Grasel SS, Ramos HF, Moraes MFBB, Almeida ER, et al. Estudo comparativo entre audiometria tonal limiar e resposta auditiva de estado estável em normouvintes. Braz J Otorhinolaryngol. 2014; 80(1): 35-40. ISSN 1808-8694. http://dx.doi.org/10.5935/1808-8694.20140009.
4. Ramos HF, Grasel SS, Beck R, Ramos M, Ramos B, Almeida R, et al. Evaluation of residual hearing in cochlear implants candidates using auditory steady-state response. Int J Audiol. 2015; 135(3), 246-53.
5. Tlumak AI, Rubinstein E, Durrant JD. Meta-analysis of variables that affect accuracy of threshold estimation via measurement of the auditory steady-state response (ASSR). Int J Audiol. 2007; 46(11):692-710.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.300
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DOS PARÂMETROS UTILIZADOS NOS PROTOCOLOS DO EXAME POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO ELICIADO POR ESTÍMULO DE FALA EM USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR
Venâncio, L. G. A ; Leal, M.C ; Hora, L.C.D ; Griz, S. M. S ; Muniz, L.F ;

O potencial evocado auditivo de tronco encefálico eliciado por estímulo de fala (PEATEF) é um exame que avalia os mecanismos fisiológicos e as estruturas do tronco encefálico envolvidas no processamento verbal que são importantes para a percepção de fala, comunicação e desenvolvimento linguístico. O ideal seria que houvesse consenso quanto a um determinado protocolo clínico padronizado que estabelecesse quais as melhores configurações para aquisição e análise em indivíduos com o implante coclear (IC). O objetivo deste estudo foi analisar os parâmetros de aquisição e análise do PEATEf em usuários de IC, de ambos os sexos e independentemente da idade. Foi realizada uma revisão sistemática de literatura de estudos observacionais, em sete bases de dados eletrônicas (MEDLINE via PubMed, LILACS via BIREME, Scopus, Web of Science, ScienceDirect, SciELO e Cochrane Library) e na literatura cinzenta: OAIster, openDOAR, OpenGrey, DissOnline.de, New York Academy of Medicine e The British Library). A estratégia de busca incluiu descritores e palavras chaves sobre o PEATEF e IC, sendo adaptada à cada base de dados. Os critérios de inclusão foram serem artigos que constituírem-se como estudo original, sem restrição de delineamento, que descrevessem no mínimo um dos parâmetros de aquisição do exame em usuários de IC. Foram excluídos estudos com animais, editoriais, revisões e revisões sistemáticas. Não houve restrições quanto ao ano e idioma de publicação. Os dados foram analisados seguindo etapas de identificação, triagem, triagem, elegibilidade e inclusão. Como resultado, foram identificados 6.639 artigos (2,39%, N=159 oriundos da literatura cinzenta). Após remoção das duplicadas, foram triados pelo título e resumo 5238 artigos, cujo sete permaneceram para leitura do texto na íntegra. Na etapa de elegibilidade, excluiu-se um estudo por falta de avaliação e resultados para a orelha implantada, totalizando seis estudos inclusos, dos quais nenhum foi oriundo da literatura cinzenta. A análise dos protocolos dos seis estudos mostrou que não há consenso sobre um protocolo de aquisição do PEATEF em usuários de IC. Os parâmetros foram variáveis, exceto para o transdutor, tipo de estímulo, modo de estimulação e polaridade do estímulo (alto-falantes, estímulo sintético /da/, monoaural e polaridade alternada, respetivamente). Os parâmetros de análises foram se concentraram predominantemente na análise das medidas do domínio do tempo, representados pelo uso de medidas de latências e amplitude dos picos das ondas V, A, C, D, E, F e O. Conclui-se que não foram encontradas concordância entre os estudos, o que dificulta a análise de sensibilidade dos dados e sua generalização e estrapolação para estudos e para a prática clínica.

Akhoun I, Moulin A, Jeanvoine A, Ménard M, Buret F, Vollaire C, et al. Speech auditory brainstem response (speech ABR) characteristics depending on recording conditions, and hearing status. J Neurosci Methods. 2008;175(2):196–205.
BinKhamis G, Perugia E, O’Driscoll M, Kluk K. Speech-ABRs in cochlear implant recipients: feasibility study. Int J Audiol. 2019;58(10):678–84.
Gabr TA, Serag SA. Speech auditory evoked potentials in cochlear implant recipients in relation to rehabilitation outcomes. Hear Balanc Commun. 2018;16(4):255–62.
Presacco A, Innes-Brown H, Goupell MJ, Anderson S. Effects of Stimulus Duration on Event-Related Potentials Recorded From Cochlear-Implant Users. Ear Hear. 2017;38(6):e389–93.
Rocha-Muniz CN, Filippini R, Neves-Lobo IF, Rabelo CM, Morais AA, Murphy CFB, et al. O Potencial Evocado Auditivo com estímulo de fala pode ser uma ferramenta útil na prática clínica? CoDAS. 2016;28(1):77–80.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.270
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE TEMPORAL DA NOTIFICAÇÃO DE PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO ENTRE 2013 E 2018
Fernandes, L. J. S. ; Batista, M. C. N. ; Brito, M. E. F ; Melo, M. R. S. ; Borja, A ; Mise, Y. F ;

Introdução: A indústria é o setor que mais cria riquezas para o Brasil. A cada R$ 1 produzido pelo setor geram R$ 2,40 para a economia. Assim, o aumento da produção industrial estimula os demais setores da cadeia e, consequentemente, gera mais empregos. A Indústria de transformação abrange a maior parte das operações desenvolvidas no setor industrial, sendo o segmento com a maior proporção de notificação de perda auditiva induzida por ruído (PAIR). A notificação de agravos à saúde é uma importante ferramenta de controle epidemiológico para facilitar a formulação e avaliação das políticas e programas de saúde, sendo uma atribuição das três esferas do governo. A abrangência e a qualidade dos sistemas de informação administrados pelo Ministério da Saúde vêm aumentando progressivamente, permitindo estudos de extrema qualidade no âmbito acadêmico e de gestão. Objetivo: Estimar a prevalência da PAIR em trabalhadores da indústria de transformação entre os anos de 2013 e 2018 e a evolução das notificações de PAIR entre os trabalhadores gerais e da indústria de transformação. Metodologia: Estudo ecológico que utilizou como base o território nacional. Foram coletados dados agregados dos munícipios brasileiros, extraídos da plataforma CCVISAT (Centro Colaborador da Vigilância aos Agravos à Saúde do Trabalhador) para identificar o número total de notificações de PAIR no período do estudo. Através do SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação Automática) foram aplicados filtros da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) para identificar os trabalhadores da indústria de transformação. Por fim, os resultados foram filtrados por unidade da federação (UF) para estimar o percentual de notificação por UF. Resultados: No período estudado foram notificados 1695 casos de PAIR. Em 2013 a prevalência geral de PAIR no Brasil foi maior nos trabalhadores em geral (2,94/100 mil) do que a observada nos trabalhadores da indústria de transformação (2,57/100 mil). Todavia, nos anos amostrais consecutivos (2014 a 2016) a prevalência de PAIR entre os trabalhadores da indústria de transformação aumentou sucessivamente até atingir um pico em 2016, representando 65% de todas as ocorrências de PAIR na população geral de trabalhadores. As notificações de PAIR no ano de 2016 foram significativamente maiores que em todos os anos do período amostral (8,99/100 mil). O estado de Goiás (31,6%), Rio Grande do Sul (29,26%) e São Paulo (24,24%) contribuíram com os maiores percentuais de notificação, respectivamente. Conclusão: Acredita-se que o aumento crescente da notificação da PAIR até 2016 deveu-se às ações prévias do governo federal tais como publicação da resolução RDC N 51 de 29 de setembro de 2014, que dispõe sobre a Rede Sentinela para o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e posteriormente a publicação da PORTARIA No - 205, DE 17 de Fevereiro de 2016, que definiu a lista nacional de doenças e agravos que deveriam ser monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas, incluindo a PAIR. Provavelmente, essas ações incrementaram o investimento em capacitação da rede sentinela neste período e consequentemente aumentaram as notificações de agravos compulsórios, visto que diversos estudos verificaram uma correlação positiva entre essas variáveis.

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Perda auditiva induzida por ruído (Pair). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006. 40 p. (Saúde do Trabalhador: Protocolos de Complexidade Diferenciada, n. 5; Série A. Normas e Manuais Técnicos). ISBN 85-334-1144-8. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/protocolo-perda-auditiva-induzida-ruido-pair. Acesso em: 11 JUN. 2021.
2. Gusmão, Aline Cristina, Meira, Tatiane Costa e Ferrite, Silvia Fatores associados à notificação de perda auditiva induzida por ruído no Brasil, 2013-2015: estudo ecológico1 1 Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2021, v. 30, n. 2 [Acessado 14 Junho 2021] , e2020607. Disponível em: . Epub 26 Maio 2021. ISSN 2237-9622. https://doi.org/10.1590/S1679-49742021000200018.
3. CCVISAT – Centro Colaborador da Vigilância aos Agravos à Saúde do Trabalhador. Bases de dados do Sinan – Sistema Nacional de Agravos de Notificação. PAIR - Perda Auditiva Induzida por Ruído. Disponível em: http://www.ccvisat.ufba.br/sinan-2/ (Último acesso - 10 de abril de 2021);
4. Pedroso, Hugo Carlos e Gonçalves, Cláudia Giglio de Oliveira Percepção e conhecimento dos profissionais da saúde da atenção primária sobre notificação da perda auditiva induzida pelo ruído em Curitiba - Paraná. CoDAS [online]. 2016, v. 28, n. 05 [Acessado 14 Junho 2021] , pp. 575-582. Disponível em: . Epub 26 Set 2016. ISSN 2317-1782. https://doi.org/10.1590/2317-1782/20162015264.
5. Cavalcante, Franciana, Ferrite, Silvia e Meira, Tatiane CostaExposição ao ruído na indústria de transformação no Brasil. Revista CEFAC [online]. 2013, v. 15, n. 5 [Acessado 14 Junho 2021] , pp. 1364-1370. Disponível em: . Epub 10 Maio 2013. ISSN 1982-0216. https://doi.org/10.1590/S1516-18462013005000021.
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APLICABILIDADE DA TELEAUDIOLOGIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
SANTOS, T.O.N. ; SOUZA, I.C.M. ; FERNANDES, S.F.S. ; EVANGELISTA, E.K.B. ; SILVA, A.N.S. ; CABRAL, A.M.L. ; LIMA, L.R.S. ; LINS, I.P.S. ; SILVA, J.Q. ; BRITTO, D.B.L.A. ;

Introdução: A teleaudiologia faz uso de tecnologias de informação e comunicação para ofertar serviços audiológicos por videoconferências, o que deve garantir a mesma qualidade dos atendimentos realizados presencialmente. Essa ferramenta proporciona que as populações que residem em locais geograficamente isolados tenham acesso aos atendimentos especializados. A utilização dos recursos tecnológicos também é efetivo para ofertar assistência as famílias de crianças com deficiência auditiva que residam em áreas remotas e que não tem condições econômicas de se deslocar ao local de atendimento presencial. Objetivo: Descrever os principais achados sobre a aplicabilidade da teleaudiologia dentro da Fonoaudiologia. Métodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio
de 2021, norteada pela seguinte pergunta condutora: Quais os atendimentos mais comuns realizados pela teleaudiologia? Foram utilizadas as seguintes bases de dados como fonte de artigos: Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO, ScienceDirect e PubMed. Para a busca utilizamos uma única chave em todas as bases: “Telerehabilitation” OR “Remote Rehabilitation Virtual” AND “Audiology” OR “Hearing”. Foram incluídos estudos realizados com pacientes
de qualquer faixa etária com necessidade de atendimento audiológico pelo formato da teleaudiologia, sem restrição de ano e idioma. Foram excluídos estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e teses de doutorado. Resultados: Inicialmente foram encontradas 3.834 publicações. Após leitura de título e resumo, restaram 18 para serem lidos na íntegra. Após remoção de duplicatas e leitura na íntegra, apenas quatro estudos foram incluídos nesta revisão. Todos os estudos foram publicados entre os anos de 2012 e 2021. A idade mínima encontrada dos participantes foi de 2 anos e a máxima 88 anos de idade. Os estudos estão relacionados ao emprego da Teleaudiologia na programação e reabilitação de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) e de Implantes Cocleares (IC). Alguns estudos referem à dificuldade de alguns pacientes em fazer uso das tecnologias de informação e comunicação para os atendimentos virtuais por não saber usa-lás. Um dos artigos relata o fato da intercorrência relacionada à conexão da internet, transmissão do áudio ou do vídeo que podem interferir na sessão, mas que na maioria das vezes são resolvidos prontamente. Os resultados da pesquisa indicam que o uso da reabilitação auditiva remota é uma prática confiável na terapia fonoaudiológica por mais que a internet as vezes não contribua para a realização dos atendimentos. Conclusão: A teleaudiologia tem mostrado ser uma prática recente que trás benefícios para os usuários de AASI e IC, por possibilitar à realização da programação e verificação do aparelho a distância, além de, contribuir no desafio de vencer barreiras geográficas e na diminuição do tempo gasto no deslocamento e na realização dos atendimentos. Por ser uma prática recente, fica evidente, a necessidade de investir em estudos que explorem a efetividade desta ferramenta para a reabilitação auditiva. O uso da telerreabilitação auditiva futuramente pode ser uma alternativa para o enfrentamento de diversas situações econômicas e pandêmicas.

1. CAMPOS, Patrícia Danieli; FERRARI, Deborah Viviane. Telessaúde: avaliação da eficácia da teleconsulta na programação e adaptação de aparelho de amplificação sonora individual. Jornal da Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia, v. 24, n. 4, p. 301-308, 2012.

2. DE SOUSA MANIÇOBA, Rafael Douglas; BALEN, Sheila Andreoli; BRAZOROTTO, Joseli Soares. TELECONSULTORIA ASSÍNCRONA COM FONOAUDIÓLOGOS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: RELATO DE CASOS. Revista Brasileira De Inovação Tecnológica Em Saúde-ISSN: 2236-1103, p. 23-23, 2018.

3. PENTEADO, Silvio Pires et al. Remote hearing aid fitting: Tele-audiology in the context of Brazilian Public Policy. International archives of otorhinolaryngology, v. 16, n. 3, p. 371, 2012.

4.VÖLTER, Christiane et al. Tablet-Based Telerehabilitation Versus Conventional Face-to-Face Rehabilitation After Cochlear Implantation: Prospective Intervention Pilot Study. JMIR Rehabilitation and Assistive Technologies, v. 8, n. 1, p. e20405, 2021.
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APLICABILIDADE E RESPOSTAS DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO FREQUENCY FOLLOWING RESPONSE NA POPULAÇÃO INFANTIL: REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE
Bueno, C. D. ; Ferreira, D. A. ; Riesgo, R. S. ; Sleifer, P. ;

Introdução: O Frequency Following Response (FFR) é um procedimento eletrofisiológico objetivo que avalia a decodificação de um estímulo complexo de fala no Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC). Este exame demonstra-se promissor para avaliação de crianças pequenas, uma vez que não exige a participação ativa do paciente, e é de suma importância o conhecimento de suas aplicabilidades e respostas para que seja incorporado na prática clínica. Objetivo: Verificar a aplicabilidade e respostas do FFR na população infantil. Metodologia: Conduziu-se uma busca utilizando os descritores Evoked potentials, auditory AND Speech AND Children, Electrophysiology AND Speech AND Children, Brain Stem AND Speech AND Children e Event-related Potential AND Speech AND Children nas bases de dados MEDLINE, IBECS, LILACS, SCIELO, Cochrane e literatura cinzenta (pesquisas realizadas no google acadêmico e nas referências bibliográficas dos estudos) no mês de julho de 2019. Foram incluídos artigos em português, inglês e espanhol sem limitação de data inicial. A qualidade metodológica dos artigos com relação à avaliação do risco de viés foi realizada pela escala Quality Assessment Tools e ferramenta da colaboração Cochrane para estudos transversais e ensaios clínicos randomizados, respectivamente. A recuperação de dados dos estudos incluídos foi conduzida por um revisor e conferida por um segundo revisor de forma independente. A análise qualitativa dos artigos selecionados considerou os seguintes aspectos: autor, ano e país de origem, objetivo do estudo, população, amostra, gênero e idade dos participantes e, por fim, os resultados gerais do FFR. Igualmente, foi averiguado a aplicabilidade do FFR em cada estudo incluído. Em relação à análise quantitativa foram extraídos o número de sujeitos em cada grupo e, quando disponíveis, média e desvio padrão para latências das ondas V, A, C, D, E, F e O. A metanálise dos componentes do FFR foi realizada usando o método de efeitos aleatórios, e os resultados dos efeitos combinados são a diferença média, com intervalo de confiança de 95%. Resultados: A estratégia de busca resultou na seleção final de 28 artigos, classificados como artigos originais. Os estudos evidenciaram uma ampla gama de aplicabilidades do FFR em crianças, incluindo Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), dificuldade de leitura, Síndrome de Rett, otite, desvio fonológico, epilepsia, dificuldade de aprendizagem, dificuldade de linguagem e treinamento auditivo. Na análise metanalítica foram identificadas diferenças significativas em relação aos valores de latências no grupos de crianças com otite (aumento latência ondas V, A, C, D, F e E), TPAC (aumento latência onda V, A e C) e dificuldades de aprendizagem e desvio fonológico (aumento latência da onda A) e TEA (aumento latência onda D), quando comparadas aos grupos controles. Conclusões: O estudo demonstrou a existência de diversas aplicabilidades do FFR em crianças, mostrando que este procedimento pode ser realizado em diferentes populações infantis com objetivo de averiguar o processamento auditivo dos sons de fala. Além disso, verificou-se o aumento das latências das ondas do FFR principalmente nos grupos com otite e TPAC.

Sanfins M, Colella-Santos MF. A review of the clinical applicability of speech-evoked auditory brainstem responses. Journal of Hearing Science, 2016; 6(1):1-8.

Rocha-Muniz CN, Filippini R, Neves-Lobo IF, Rabelo CM, Morais AA, Murphy CFB, Calarga KS, Leite LCR, Pires MM, Sena-Yoshinaga TA, Schochat E. O Potencial Evocado Auditivo com estímulo de fala pode ser uma ferramenta útil na prática clínica? CoDAS 2016;28(1):77-80.

Kraus N, Slater J, Thompson EC, Hornickel J, Strait D, Nicol T, White-Schwoch T. Music Enrichment Programs Improve the Neural Encoding of Speech in At-Risk Children. J. Neurosci. 2014; 34(36):11913–11918.

Skoe E, Kraus N. Auditory brainstem response to complex sounds: A tutorial. Ear Hear. 2010;31:320–24.

Higgins JPT, Green S. Cochrane handbook for systematic reviews of interventions version 5.1.0 [updated March 2011]. The Cochrane Collaboration; 2011. Available from http://handbook.cochrane.org.
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APLICAÇÃO DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE ESTADO ESTÁVEL (NB CE CHIRP) NA AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA INFANTIL
Sideri, K.P. ; Colella-Santos, M.F. ;

INTRODUÇÃO: A audição é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil, sendo responsável por uma melhor integração do indivíduo em uma sociedade cuja comunicação oral é predominante. Uma nova tecnologia de Potencial Evocado de Estado Estável, o NB CE Chirp, vem despontando como uma ferramenta promissora para o diagnóstico audiológico no que diz respeito a identificação dos limiares auditivos eletrofisiológicos de maneira mais rápida e precisa. OBJETIVO: Analisar os limiares eletrofisiológicos obtidos pelo Potencial Auditivo de Estado Estável, com estimulo NB CE CHIRP em crianças com queixa de atraso de fala. METODOLOGIA: Trabalho desenvolvido sob aprovação do CEP nº4.468.092. Foram avaliadas 26 crianças de faixa etária entre 1 e 4 anos e 6 meses, com queixa de atraso de fala, encaminhadas ao diagnóstico audiológico por médicos (otorrinolaringologistas, neurologistas ou pediatras). A avaliação foi composta pelos seguintes procedimentos: anamnese, aplicação do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico – (PEATE) com estímulo clique e Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável (PEAEE) – Nova Geração, com estímulo NB CE Chirp. A utilização deste módulo permite a avaliação simultânea das duas orelhas em quatro frequências específicas: 500Hz, 1000Hz, 2000Hz e 4000Hz. O equipamento utilizado para os exames foi o Eclipse (Interacoustics). A aplicação destes procedimentos foi realizada sob efeito de anestesia inalatória administrada por médico anestesiologista que acompanhou o desenvolvimento dos exames. Os dados obtidos foram registrados em banco de dados e posteriormente analisados. RESULTADOS: Na avaliação com PEATE clique na intensidade de 80dB, todos os sujeitos apresentaram presença das ondas I, III e V com latências absolutas e intervalos interpicos I-III, III-V e I-V dentro dos parâmetros de normalidade bilateralmente, indicando adequada integridade das vias auditivas até o tronco encefálico. Na avaliação com PEAEE com estímulo NB CE Chirp, os limiares obtidos já com o fator de correção, aplicado pelo próprio equipamento, na orelha direita foram: 500Hz: média=11,4dB (mínimo=10dB e máximo=25dB); 1000Hz: média=6,7dB (mínimo=5dB e máximo=15dB); 2000Hz: média=10,2dB (mínimo=10dB e máximo=15dB); 4000Hz: média=10dB (mínimo=10dB e máximo=10dB). Na orelha esquerda os limiares foram: 500Hz: média=11,9dB (mínimo=10dB e máximo=20dB); 1000Hz: média=7,1dB (mínimo=5dB e máximo=20dB); 2000Hz: média=10,8dB (mínimo=10dB e máximo=15dB); 4000Hz: média=10,6dB (mínimo=10dB e máximo=15dB). Para todos os casos avaliados, o PEAEE demonstrou resultados compatíveis com a normalidade. CONCLUSÕES: A realização do PEAEE em crianças com queixa de atraso de fala permitiu a obtenção de maiores informações acerca da configuração audiológica, uma vez que é possível conhecer os limiares com especificidade de frequência. Nesta faixa etária, os testes objetivos podem contribuir no processo de cross check e, conjuntamente com a avaliação comportamental, levar a construção do diagnóstico audiológico, sendo muito importante também para o processo de reabilitação nesta população.

Stapells DR. Frequency-specific evoked potential audiometry in infants, in: R.C. Seewald (Ed.), A Sound Foundation through Early Amplification: Proceedings of an International Conference, 2000, pp. 13–31 Phonak AG, Chicago.
Venail, F., Artaud, J. P., Blanchet, C., et al. (2015). Refining the audiological assessment in children using narrow-band CE-Chirp-evoked auditory steady state responses. Int J Audiol, 54, 106–113.
Cebulla, M.,Stürzebecher, E. (2015). Automated auditory response detection: Further improvement of the statistical test strategy by using progressive test steps of iteration. Int J Audiol, 54, 568–572
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APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE AUTOPERCEPÇÃO AUDITIVA COMO COMPLEMENTAÇÃO DA AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA EM IDOSOS
Lisboa, H.M. ; FERNANDES,F.S. ;

O tema envelhecimento é abordado cada vez mais, tanto nos países desenvolvidos, quanto nos em desenvolvimento. Dentro desta temática, destaca-se a deficiência auditiva. Esta, quando relacionada à idade, é mais habitual em idosos, visto que há um processo de envelhecimento natural, a presbiacusia. Dificuldades auditivas na população geriátrica acarretam consequências negativas do ponto de vista social, emocional, além da qualidade de vida como um todo. A senectude vem se tornando um campo de estudo em diversas áreas. Fonoaudiólogos se empenham na identificação das alterações auditivas, bem como o seu impacto. O declínio da capacidade auditiva é acompanhado de diminuição na compreensão de fala, dificultando a comunicação e relações sociais. Tão importante quanto o social, são as emoções negativas que surgem, como, insegurança, pavor, indecisão, inaptidão e inquietude da possível evolução do grau de perda auditiva. Assim, todo o funcionamento auditivo que envolve não só o ‘ouvir’, mas a compreensão e as consequências do que é ‘ouvido’. Considerando este aspecto audição em idosos requer atenção especial de profissionais, como audiologistas e gerontologistas. Entendemos que por ser uma questão primordial de saúde pública, o quanto antes for diagnosticada a perda auditiva menor será o impacto na qualidade de vida. O presente estudo, aprovado pelo Comitê de Ética Institucional (4688.820) teve por objetivo demonstrar as perdas auditivas inerentes ao processo natural de envelhecimento biológico do idoso e a autopercepção de suas alterações psicossociais. Consideramos que a mensuração do impacto do déficit auditivo não ocorre apenas através dos exames audiométricos. Com isso em mente, foi aplicado o questionário padronizado, o HHIE-S (Hering Handicap Inventory for the Elderly – Screening) com intuito de auxiliar na identificação das desvantagens acometidas pela presbiacusia, relacionado às alterações psicossociais. Os resultados demonstraram 92% dos idosos apresentaram perda auditiva, sendo a maioria de grau leve e moderado. Dos entrevistados 68,8% dos idosos, ao responder o HHIE-S, indicam dificuldades para ouvir quando alguém lhe sussurra. Verificamos que 52,1% dos participantes apresentam uma dificuldade de compreensão e de ouvir a televisão ou rádio. Contudo, somente 50% dos idosos avaliados revelaram percepção de handicap auditivo. Conclui-se então que houve uma alta prevalência de perdas auditivas sem percepção das desvantagens geradas pela mesma. Acreditamos que a perda auditiva é um tema cercado de preconceitos e desta forma, pacientes podem se sentir pouco encorajados em apontar suas reais dificuldades auditivas questionadas no HHIE-S ou mesmo em breves anamneses realizadas em consultas de saúde, dificultando por vezes a sua identificação precoce. A sociedade tende a ver pessoas com deficiências com preconceito, considerado este um incapaz. O idoso não quer ser visto como impotente ou incapaz, e por vezes acredita conseguir camuflar suas dificuldades auditivas. Todavia, a não aceitação das dificuldades auditivas, ocasiona numa ausência de tratamento, podendo agravar a frustração em não ouvir e levar o indivíduo ao isolamento social e transtornos emocionais. Assim, recomendamos o HHIE-S como complementação diagnóstica e não como ferramenta de triagem de perda auditiva em idosos, já que perdas leves e moderadas podem não ser facilmente detectadas em questionário e autopercepção auditiva.


MACEDO, Lisandra Sousa; PUPO, Altair Cadrobbi; BALIEIRO, Clay Rienzo. Aplicabilidade dos questionários de auto - avaliação em adultos e idosos com deficiência auditiva. v. 18, n. 1, p. 19–25, 2006.
MATTOS, Leila Couto; VERAS, Renato Peixoto. Prevalência da perda auditiva em uma população de idosos da cidade do Rio de Janeiro: um estudo seccional. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 73, n. 5, p. 654–659, 2007.
CARVALHO, José. Alberto. Magno; GARCIA, Ricardo. Alexandrino. The aging process in the Brazilian population: a demographic approach. Cadernos de saúde pública / Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, v. 19, n. 3, p. 725–733, 2003.
RIBAS, Angela. et al. Qualidade de vida: comparando resultados em idosos com e sem presbiacusia. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 17, n. 2, p. 353–362, 2014.
CAMARGO, Camille et al. Percepção de idosos sobre a restrição da participação relacionada à perda auditiva. Distúrbios da Comunicação, v. 30, n. 4, p. 736–747, 2018.

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AS ESTRATÉGIAS DE GRAVAÇÃO DOS ESTÍMULOS UTILIZADOS NOS TESTES PARA AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO MUSICAL E O DESEMPENHO DE USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR
Simões, P.N. ; Romanelli, G. B. ; Araújo, C.M. ; Lüders, D. ;

Introdução: Pessoas com deficiência auditiva (DA) enfrentam inúmeros desafios que podem ser minimizados com o uso de aparelhos auditivos (AASI) e implantes cocleares (IC). Apesar dos avanços tecnológicos desses dispositivos auditivos auxiliares, a percepção musical ainda é difícil para esse público, que não aprecia a música de maneira satisfatória. Vários testes para avaliação da percepção musical de pessoas com DA foram desenvolvidos nas duas últimas décadas, com protocolos que variam quanto ao tipo de gravação dos estímulos musicais. Objetivo: Estabelecer a relação entre a estratégia de gravação dos estímulos sonoros utilizados nos testes para avaliação da percepção musical e o desempenho dos usuários de IC em comparação com grupos de ouvintes normais. Metodologia: Dezesseis estudos observacionais, publicados entre 2002 e 2019, integraram uma revisão sistemática que analisou protocolos de testes para avaliação da percepção musical em pessoas com DA, usuários ou não de dispositivos auditivos auxiliares. O uso de estímulos sonoros gravados com instrumentos reais ou digitalizados em testes validados, e em artigos que relatavam validação, foi destacado na extração de dados dos estudos incluídos. Os resultados apresentados pelos usuários de IC, em comparação ao grupo de ouvintes normais, para os subtestes de timbre e de melodia, com escores expressos por meio da média e do desvio padrão, foram utilizados para a condução de uma meta-análise. Resultados: As estimativas do efeito sumário para as variáveis de timbre e de melodia foram calculadas através da diferença entre médias (MD), comparando a porcentagem de acerto dos escores entre os usuários de IC e o grupo de ouvintes normais, para cada variável. O cálculo da heterogeneidade utilizou o index I2 e os Forest Plots foram gerados ao nível de significância estabelecido em 5%. Os resultados revelaram que o grupo de ouvintes normais obteve melhores escores de timbre, com diferença significativa (p <0,0001) e diferença média de 44,16 [IC 95%, 39,19 - 49,13%; I2 = 42%], entre os dois grupos. Nesse mesmo sentido, observou-se que o grupo de ouvintes normais obteve maior percentual de acertos para melodia (p <0,00001), com diferença média de 62,16 [IC 95%, 54,70 - 69,61%; I2 = 0%] entre os dois grupos. Conclusão: A meta-análise evidenciou que a percepção da melodia é mais difícil do que a percepção do timbre para usuários de IC, em comparação aos grupos de ouvintes normais, quando o tipo de estímulo apresentado nos testes varia entre sons de instrumentos reais e sons digitalizados. Portanto, é possível relacionar a diferença entre as pontuações dos grupos a esse fato, uma vez que o timbre foi avaliado a partir de gravações com instrumentos reais e os testes de melodia utilizaram amostras sonoras sintetizadas.
Palavras-chave: Implante coclear; timbre; melodia, meta-análise

1. Brockmeier, S. J., Fitzgerald, D., Searle, O., Fitzgerald, H., Grasmeder, M., Hilbig, S., Vermiere, K., Peterreins, M., Heydner, S., & Arnold, W. (2011). The music perception test: A novel battery for testing music perception of cochlear implant users. Cochlear Implants International, 12(1), 10–20. https://doi.org/10.1179/146701010X12677899497236
2. Jiam, N. T., Caldwell, M. T., & Limb, C. J. (2017). What Does Music Sound Like for a Cochlear Implant User? Otology and Neurotology, 38(8), e240–e247. https://doi.org/10.1097/MAO.0000000000001448
3. Prentiss, S. M., Friedland, D. R., Nash, J. J., & Runge, C. L. (2015). Differences in perception of musical stimuli among acoustic, electric, and combined modality listeners. Journal of the American Academy of Audiology, 26(5), 494–501. https://doi.org/10.3766/jaaa.14098
4. Sahli, S. A., Belgin, E., & Uys, M. (2019). A musical perception test for people with hearing loss: Turkish adaptation and normalization of the Music Perception Test (MPT). Nigerian Journal of Clinical Practice, 22(12), 1669–1674. https://doi.org/10.4103/njcp.njcp_279_19
5. Sorrentino, F., Gheller, F., Favaretto, N., Franz, L., Stocco, E., Brotto, D., & Bovo, R. (2020). Music perception in adult patients with cochlear implant. Hearing, Balance and Communication, 18(1), 3–7. https://doi.org/10.1080/21695717.2020.1719787
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Página(s): p.280
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ASSOCIAÇÃO ENTRE GRAU DE SEVERIDADE E HIPERSENSIBILIDADE AUDITIVA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ATENDIDAS EM UM AMBULATÓRIO DE REFERÊNCIA
Crusius, J. S. ; Lima, M. S. ; Oliveira, N.F. ; Riesgo, R. S. R. ; Sleifer, P. ;

Introdução: O transtorno do espectro do autismo (TEA) é um distúrbio do desenvolvimento caracterizado por alterações na interação social, comunicação, comportamentos restritos/repetitivos e alterações sensoriais. A prevalência é de 13,4 a cada 1.000 crianças, sendo 4,5 vezes maior em meninos. Objetivo: Verificar possível associação entre grau de severidade de TEA e hipersensibilidade auditiva e realizar a caracterização da amostra de crianças e adolescentes com TEA atendidas em ambulatório de referência, de hospital universitário. Metodologia: É um estudo transversal, observacional e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob número 77900517. Para a classificação do grau de severidade de TEA foi utilizado o Autism Screening Questionnaire (ASQ), um questionário que avalia a presença invasiva do desenvolvimento,fornecendo um auxílio diagnóstico baseado em itens de observação comportamental. Os indivíduos foram classificados em dois grupos de acordo com a pontuação obtida no ASQ, analisada pelo neuropediatra. Acima de 22 pontos foi considerada a severidade alta e abaixo, severidade baixa. Foi aplicado um questionário com os responsáveis, a fim de investigar dados gerais, idade do diagnóstico, desenvolvimento da linguagem, e principalmente, questões referentes a presença de sensibilidade auditiva e outras queixas auditivas. Para a análise estatística dos dados,utilizou-se o Statistical Package for the Social Sciences(SPSS), onde as variáveis contínuas foram medidas a partir de média e desvio padrão. Para verificar uma possível associação entre grau de severidade de TEA e presença de hipersensibilidade auditiva, calculou-se o risco relativo destas variáveis. Resultados: A amostra foi constituída de 89 crianças e adolescentes,de ambos os sexos,com diagnóstico de TEA, realizado pelo neuropediatra. Dessas 87,64% eram do sexo masculino e a média de idade foi 10,15 (DP ± 2,93) anos. Verificou-se que a média de idade da confirmação do diagnóstico foi de 3,75(DP ± 2,13) anos. Além disso, 68,53% possuíam queixa de linguagem e 80,89% apresentaram queixas de hipersensibilidade auditiva. Para verificar associação entre grau de severidade de TEA e presença de hipersensibilidade auditiva, realizou-se o cálculo do risco relativo neste grupo, onde o valor encontrado foi de 1,4 (IC 0,87-2,23). Conclusão: Verificou-se elevada prevalência da queixa de hipersensibilidade auditiva dos indivíduos incluídos no estudo, não havendo associação entre hipersensibilidade auditiva e severidade de TEA.

1. American Psychiatric Association.Diagnostic and statistical manual of mental disorders. [Internet]. Arlington: American Psychiatric Publication; 2013. Available at: https://www.psychiatry.org/psychiatrists/practice/dsm. Accessed Jan, 2021.
2. Tzischinsky O, Manelis L, Bar-sinai A, Flusser H, Michaelovski A, Zivan O, Ilan M.; Faroy M, Menashe I, Dinstein I. Sleep disturbances are associated with specific sensory sensitivities in children with autism . Mol Autism. 2018;9(22): p.1-10. https://doi.org/10.1186/s13229-018-0206-8
3. Marco, E. J., Hinkley, L. B. N., Hill, S. S., & Nagarajan, S. S.Sensory processing in autism: A review of neurophysiologic findings. Pediatric Research, 2011; 69(5, Pt. 2): 48R– 54R. https://doi.org/10.1203/PDR. 0b013e3182130c54

4. Donkers, F. C., Schipul, S. E., Baranek, G. T., Cleary, K. M., Willoughby, M. T., Evans, et al. Attenuated auditory event-related potentials and associations with atypical sensory response patterns in children with autism. Journal of Autism and Developmental Disorders.2015; 45(2): 506–523. https://doi.org/10.1007/s10803- 013-1948-y

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Página(s): p.299
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ATENÇÃO AUDITIVA SUSTENTADA E COGNIÇÃO EM IDOSOS
SCHUMACHER, C. G. ; Soares, L. S. ; Steffanello, V. O. ; Moura, A. F. ; Garcia, M. V. ;

Introdução: O envelhecimento vem acompanhado de inúmeras alterações, sendo elas, fisiológicas, biológicas e psicológicas. Podem ocorrer também alterações em aspectos cognitivos, como memória, velocidade de processamento de informações e habilidades visuo espaciais. Somado a tudo isso, dificuldades na compreensão de fala e do discurso podem acompanhar o envelhecimento. Dentre as habilidades auditivas necessárias para tal, destaca-se a habilidade de atenção auditiva sustentada, que ocorre pela capacidade do indivíduo em se manter preparado para uma informação auditiva de maneira contínua. Objetivo: Investigar se a habilidade de atenção auditiva sustentada é influenciada pela cognição em idosos. Método: O estudo tem caráter transversal, descritivo e quantitativo. Foi realizado no Ambulatório de Audiologia de um hospital universitário, sob aprovação do estudo no Comitê de Ética em Pesquisa em seres humanos da Universidade (número 25933514.1.0000.5346). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A amostra final para análise foi composta por 20 idosos, 14 do sexo feminino e 6 do sexo masculino, faixa etária de 60 a 74 anos de idade (média de 66,25 anos e desvio padrão de 3,63); com limiares auditivos dentro da normalidade; curva timpanométrica do tipo “A e ausência de alteração de orelha externa e média. Todos tinham características de convivência social, atividades físicas e de lazer; e desempenho adequado em três habilidades do processamento auditivo central, avaliado por meio dos testes: Teste Dicótico de Dígitos (TDD), Random Gap Detection Test (RGDT) e Masking Level Difference (MLD), que abordam a integração binaural, resolução temporal e interação binaural, respectivamente, habilidades estas que apresentam declínio importante no envelhecimento. Como procedimentos de pesquisa foram realizados: o Teste da Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada (THAAS) e a versão brasileira do Montreal Cognitive Assessment Basic (MoCA-B). O THAAS analisa os seguintes parâmetros: decréscimo de vigilância, erros de desatenção e erros de impulsividade, gerando a totalidade de erros no teste. As avaliações foram realizadas na seguinte ordem: anamnese, avaliação audiológica básica, TDD, RGDT, MLD, MOCA- B e o THAAS. Como o objeto de estudo foi o THAAS, este ficou por último, mesmo sabendo que poderia haver influência do desgaste dos idosos frente aos achados. Para a análise estatística foi utilizado o Software Statistica 9.0, para a análise inferencial foi utilizado o teste não paramétrico U de Mann-Whitney. Resultados: Foi realizada análise descritiva e inferencial, com dois grupos de análise, de acordo com o desempenho no MoCA-B, sendo G1: idosos com MOCA-B normal (n=14) e G2: MOCA-B alterado (n=6). Na comparação entre G1 e G2, foi observado diferença significante com maior decréscimo de vigilância no G2 com (p=˂0,05). Não foram observadas diferenças significantes entre os grupos para os erros de desatenção, erros de impulsividade e totalidades de erros do THAAS. Conclusão: A habilidade de atenção auditiva sustentada foi parcialmente influenciada pelo declínio cognitivo dos idosos, com diferença apenas para o decréscimo de vigilância.

AMERICAN SPEECH-LANGUAGE-HEARING ASSOCIATION - ASHA. (Central) Auditory Processing Disorders-The Role of the Audiologist, 2005. Disponível em: http://www.asha.org/policy
FECHINE, BRA; TROMPIERI, N. O processo de envelhecimento: as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. InterSciencePlace, [S. l.], v. 1, n. 20, p. 106-132, jan/mar. 2012. DOI http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/2007. Disponível em: http://www.fonovim.com.br/arquivos/534ca4b0b3855f1a4003d09b77ee4138-Modifica----es-fisiol--gicas-normais-no-sistema-nervoso-do-idoso.pdf. Acesso em: 8 jun. 2021.
FENIMAN MR, ORTELAN RR, LAURIS JRP, CAMPOS CF, CRUZ MS. Proposta de instrumento comportamental para avaliar a atenção auditiva sustentada. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2007 jul-ago;73(4): 523-27.
JOSÉ MR. Desempenho de idosos no Teste da Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada – SAAAT [Tese]. Bauru: Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo; 2013.
JULAYANONT P, TANGWONGCHA S, HEMRUNGROJN S, TUNVIRACHAISAKUL C, PHANTHUMCHINDA K, HONGSAWAT J, SUWICHANARAKUL P, THANASIRORAT S, NASREDDINE ZS. The Montreal Cognitive Assessment-Basic: A Screening Tool for Mild Cognitive Impairment in Illiterate and Low-Educated Elderly Adults. J Am Geriatr Soc. 2015dez;63(12):2550-54.
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Página(s): p.376
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ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO: AVALIAÇÃO OTONEUROLÓGICA EM CRIANÇAS, ADULTOS E IDOSOS.
Catalani, B. ; Raineri, G. G. ; de Melo, M. ; Danelon, T. F. ; Oliveira, J. R. M. ;

Introdução: Os protocolos clínicos têm o objetivo de estabelecer, claramente e com rigor metodológico, os critérios de etapas para o diagnóstico e as diretrizes terapêuticas a serem seguidas diante de alterações sensoriais ou perceptuais dos indivíduos, além de possibilitar o monitoramento clínico em relação à efetividade do tratamento. Em especial, estabelecer um protocolo para investigar o sistema vestibular de indivíduos com deficiência auditiva é primordial em serviços de saúde auditiva. Objetivo: Apresentar o protocolo otoneurológico utilizado na prática clínica em um serviço público de alta complexidade voltado à saúde auditiva quanto à avaliação e à reabilitação vestibular em crianças, adultos e idosos com deficiência auditiva conduzido por fonoaudiólogo. Metodologia: Trata-se de estudo descritivo de relato de experiência profissional quanto ao protocolo otoneurológico de atendimento clínico. Resultados: o protocolo abrange o levantamento de dados da história pregressa e atual da queixa e a utilização de provas instrumentadas e não instrumentadas para avaliação funcional do equilíbrio. As provas não instrumentadas compreendem: Provas de Equilíbrio Estático e Dinâmico (Romberg, Romberg-Barré e Fukuda) para avaliação do Reflexo Vestíbulo-Espinal; observação clínica do Nistagmo Espontâneo, Semi-espontâneo, e “H” para avaliação da musculatura extrínseca ocular e suas vias nervosas; Head Impulse Test Clínico e Head Shaking para avaliação do Reflexo Vestíbulo-Ocular (RVO); Provas Cerebelares (Index-naso e diadococinesia) para avaliação das vias cerebelares; Provas de Posicionamento (Head Roll Test e Dix-Hallpike) para avaliação dos canais semicirculares quanto à litíase. Quanto às provas instrumentadas, são realizadas: registro do Nistagmo Espontâneo e Semi-espontâneo, Provas Oculomotoras, com registro das provas Sacádica fixa e aleatória, Rastreio Pendular e Optocinético, que avaliam vias oculomotoras e musculatura extrínseca ocular; e Prova Calórica, realizada a ar nas temperaturas 50º e 24º, que avaliam o RVO em muito baixas frequências dos canais semicirculares laterais. Desta forma é possível inferir em relação às disfunções periféricas ou centrais do sistema otoneurológico. Conclusão: O protocolo elaborado com respaldo científico revelou-se satisfatório no atendimento de serviço de saúde auditiva, tendo alcance para crianças, adultos e idosos quanto ao sistema vestibular permitindo efetuar o diagnóstico e direcionamento na reabilitação da função alterada.

Ganança MM, Caovilla HH. Reabilitação vestibular personalizada. In: Ganança MM, editor. Vertigem tem cura? São Paulo: Lemos; 1998. p.197-225.
Nishino LK, Ganança CF, Manso A, Campos CAH, Korn G. Reabilitação vestibular personalizada: levantamento de prontuários dos pacientes atendidos no ambulatório de otoneurologia da I.S.C.M.S.P. Rev Bras Otorrinolaringol. 2005;71(4):440-7.
PIMENTA, C. A. M. et al. Guia para construção de protocolos assistenciais enfermagem/COREN-SP.
São Paulo: Coren-SP, 2015
Ventura, Denise de Fátima Pires et al. Oculomotricity parameters in digital nystagmography among children with and without learning disorders. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2009, v. 75, n. 5, pp. 733-737.
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Página(s): p.254
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ATENDIMENTO PSICOLÓGICO DE FAMILIARES DE CRIANÇAS EM TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rezende, M.M. ; Xavier, F.G. ; Almeida, R.C. ;

Introdução: Considera-se o ambiente familiar, o primeiro contato e fonte de desenvolvimento social, emocional e intelectual que a criança possui, além de que é a partir desse círculo, que a mesma (re)conhece e vivencia princípios, ideias, experiências e expectativas. Durante o atendimento fonoaudiológico, torna-se imprescindível observar o ambiente a qual estão inseridas, uma vez que encontra-se tanto famílias saudáveis, quanto desestruturadas e, a maneira como essa se dispõe e percebe a deficiência auditiva pode vir a afetar direta e/ou indiretamente a relação e o desenvolvimento do filho(a). Dessa forma, o atendimento psicológico das famílias é um espaço de escuta e acolhimento para os genitores, os quais possuem grande importância no processo de aquisição e desenvolvimento da fala e escuta, compreendendo quais os sentimentos manifestados bem como, a maneira que enxergam, transmitem e lidam com a deficiência, articulando com a terapia fonoaudiológica. Objetivo: Investigar e compreender quais sentimentos, valores e ideias que as famílias possuem a respeito da deficiência auditiva, e como essas são transmitidas e afetam as crianças, oferendo assim, um suporte psicológico. Metodologia: O trabalho descrito trata-se de um relato de experiência, a partir de atendimentos psicológicos com mães, sendo estes articulados com a terapia fonoaudiológica com as crianças, realizados semanalmente no Serviço de Saúde Auditiva da Universidade de Uberaba, em Minas Gerais. Resultados: Notou-se que, a partir da proposta dos atendimentos, as mães apresentaram grande interesse e comprometimento nas sessões, apresentando demandas tanto específicas do filho e a deficiência, quanto demandas externas. Por isso, considera-se de suma importância oferecer a continuidade desse acompanhamento, proporcionando maior suporte para as mesmas. Conclusões: Percebe-se que, a maneira que a família lida com a deficiência auditiva afeta diretamente o desenvolvimento e o processo de adaptação do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) da criança, por isso este trabalho bem como, o acompanhamento psicológico aliado a terapia fonoaudiológica da fala, contribui significativamente para compreender a dinâmica familiar e os sentimentos presentes.
Palavras-chave: Perda Auditiva, Atendimento Psicológico, Família, Terapia Fonoaudiológica.

ABBUD, Gláucia de Albuquerque Cavalcanti; SANTOS, Tathiane Cecília E. S. A família na clínica fonoaudiológica e psicopedagógica: uma valiosa parceria. 2002. Disponível em:

DUARTE, Juliana. A importância da Família no Desenvolvimento do Indivíduo. 2015. Disponível em:
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Página(s): p.288
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ATENDIMENTO PSICOLÓGICO EM GRUPO PARA PACIENTES EM ADAPTAÇÃO AO AASI: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rezende, M.M. ; Freitas, G.V. ; Almeida, R.C. ; Teixeira,S.F. ; Souza,B.S.F. ;

INTRODUÇÃO: A necessidade do uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) apresenta ao indivíduo uma transformação na sua vida, permeada de sentimentos que podem contribuir ou não para a adaptação à essa nova realidade. É fundamental o acompanhamento psicológico dos indivíduos durante o período de adaptação ao AASI, e assim compreender também, a importância da inserção da psicologia nesse contexto. A intervenção psicológica se faz essencial para compreender e acolher sentimentos que possam surgir nesses pacientes, afim de promover qualidade de vida através de acolhimento, escuta qualificada, intervenções em cima das fantasias de cada indivíduo, seja por métodos de reflexão interpretativa, dinâmicas de grupo, entre outros. A atuação do psicólogo nesse contexto de saúde indica a grande necessidade de profissionais para compreender as demandas emocionais dos indivíduos portadores de deficiência auditiva e seus familiares e auxiliar no processo de adaptação. OBJETIVOS: Apresentar a inserção da psicologia no contexto de saúde auditiva, investigar aspectos psicológicos em indivíduos que irão receber AASI e seus familiares, bem como oferecer suporte emocional no processo de adaptação ao uso do aparelho auditivo. METODOLOGIA: O estudo descrito trata-se de um relato de experiência, com o intuito de expor a importância da psicologia e sua articulação multidisciplinar para promover qualidade de vida com enfoque nos aspectos psicossociais. RESULTADOS: Foi possível observar que a inserção da psicologia é de extrema importância uma vez que são percebidos, durante todo o processo de adaptação ao AASI, sentimentos de medo, angustias, frustrações, suporte familiar disfuncional, que podem contribuir para o abandono do AASI e gerar a perda de autonomia, angústia e outros sentimentos associados. CONCLUSÃO: A atuação dos profissionais de psicologia no contexto de saúde auditiva é de suma importância para compreender e otimizar o processo de adaptação ao uso do AASI, utilizando de uma avaliação dos aspectos psicossociais deste indivíduo bem como do suporte familiar de qualidade, associados ao acompanhamento profissional contínuo.

BEVILACQUA, Maria Cecília. Saúde auditiva no Brasil: Políticas, Serviços e Sistemas. 1 edição. Editora: Pulso Editorial, 2010.
BIANCHETTI, Lucidio. Um olhar sobre a diferença: interação, trabalho e cidadania. Campinas: Papirus, 1998.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Educação Inclusiva: Experiências profissionais em Psicologia. Brasília, 2009.
MACEDO, Ludmilla da Silva. Torres, Cláudia Regina Vaz. Psicologia inclusiva: a importância do atendimento psicoterapêutico a pessoas surdas. 1 Seminário Luso-Brasileiro de Educação Inclusiva, o ensino e a aprendizagem em discussão. 2010.
MOREIRA, Paula Pfeifer. SURDOS QUE OUVEM, CRÔNICAS DA SURDEZ. 2020
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Página(s): p.284
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ATENDIMENTO PSICOLÓGICO EM GRUPO PARA PACIENTES EM ADAPTAÇÃO AO AASI: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rezende, M.M. ; Freitas, G.V. ; Teixeira, S.T. ; Souza, B.S.F. ; Almeida, R.C. ;

INTRODUÇÃO: A necessidade do uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) apresenta ao indivíduo uma transformação na sua vida, permeada de sentimentos que podem contribuir ou não para a adaptação à essa nova realidade. É fundamental o acompanhamento psicológico dos indivíduos durante o período de adaptação ao AASI, e assim compreender também, a importância da inserção da psicologia nesse contexto. A intervenção psicológica se faz essencial para compreender e acolher sentimentos que possam surgir nesses pacientes, afim de promover qualidade de vida através de acolhimento, escuta qualificada, intervenções em cima das fantasias de cada indivíduo, seja por métodos de reflexão interpretativa, dinâmicas de grupo, entre outros. A atuação do psicólogo nesse contexto de saúde indica a grande necessidade de profissionais para compreender as demandas emocionais dos indivíduos portadores de deficiência auditiva e seus familiares e auxiliar no processo de adaptação. OBJETIVOS: Apresentar a inserção da psicologia no contexto de saúde auditiva, investigar aspectos psicológicos em indivíduos que irão receber AASI e seus familiares, bem como oferecer suporte emocional no processo de adaptação ao uso do aparelho auditivo. METODOLOGIA: O estudo descrito trata-se de um relato de experiência, com o intuito de expor a importância da psicologia e sua articulação multidisciplinar para promover qualidade de vida com enfoque nos aspectos psicossociais. RESULTADOS: Foi possível observar que a inserção da psicologia é de extrema importância uma vez que são percebidos, durante todo o processo de adaptação ao AASI, sentimentos de medo, angustias, frustrações, suporte familiar disfuncional, que podem contribuir para o abandono do AASI e gerar a perda de autonomia, angústia e outros sentimentos associados. CONCLUSÃO: A atuação dos profissionais de psicologia no contexto de saúde auditiva é de suma importância para compreender e otimizar o processo de adaptação ao uso do AASI, utilizando de uma avaliação dos aspectos psicossociais deste indivíduo bem como do suporte familiar de qualidade, associados ao acompanhamento profissional contínuo.
Palavras-chave: Perda Auditiva, Psicologia, Adaptação Psicológica

BEVILACQUA, Maria Cecília. Saúde auditiva no Brasil: Políticas, Serviços e Sistemas. 1 edição. Editora: Pulso Editorial, 2010.
BIANCHETTI, Lucidio. Um olhar sobre a diferença: interação, trabalho e cidadania. Campinas: Papirus, 1998.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Educação Inclusiva: Experiências profissionais em Psicologia. Brasília, 2009.
MACEDO, Ludmilla da Silva. Torres, Cláudia Regina Vaz. Psicologia inclusiva: a importância do atendimento psicoterapêutico a pessoas surdas. 1 Seminário Luso-Brasileiro de Educação Inclusiva, o ensino e a aprendizagem em discussão. 2010.
MOREIRA, Paula Pfeifer. SURDOS QUE OUVEM, CRÔNICAS DA SURDEZ. 2020.
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Página(s): p.287
ISSN 1983-1793X
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AUDBILITY: EFICÁCIA DE UM PROGRAMA ON-LINE DE TRIAGEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Carvalho, N.G ; Amaral, M.I.R ; Colella-Santos, M.F.C ;

Introdução: Desde a década de 80 há interesse pelo desenvolvimento de baterias com propósito de triagem do processamento auditivo central (PAC) em escolares. Atualmente, há o desenvolvimento de baterias que contemplam diferentes habilidades auditivas por meio de tarefas interativas e lúdicas. O AudBility é um novo programa on-line de triagem das habilidades auditivas no contexto brasileiro. Objetivo: Contribuir com a validação do AudBility, considerando o módulo entre 6 e 8 anos, a partir da investigação da sensibilidade, especificidade e correlação, bem como sugerir um protocolo mínimo de triagem do PAC nessa faixa etária. Método: Estudo do tipo descritivo analítico, prospectivo de acurácia diagnóstica, de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº2.294.609). A partir de amostra de conveniência de uma Escola da Rede Pública de Ensino, participaram 154 escolares na faixa etária entre 6 e 8 anos, falantes nativos do português do Brasil, sem diagnóstico prévio de alterações cognitivas/síndromes ou transtornos do neurodesenvolvimento. Foi realizada a triagem auditiva periférica (otoscopia e imitanciometria) e aplicado o AudBility. As tarefas do AudBility analisadas foram: localização sonora (LS), fechamento auditivo (FA), figura-fundo (FF), dicótico de dígitos (DD), resolução temporal (RT) e ordenação temporal de frequência (OT-F) e questionário de autopercepção inserido no programa. Após a triagem escolar, 112 crianças compareceram ao Laboratório da Instituição e realizaram avaliação audiológica básica e comportamental do PAC para análise de correlação das tarefas de triagem com os testes de diagnóstico. O cálculo da eficácia (sensibilidade/especificidade) de cada tarefa foi obtido por meio da construção da curva ROC para os testes que tiveram mais de cinco crianças alteradas no diagnóstico. Resultados: Na faixa etária entre 6 e 7 os valores de acurácia foram: FA (76,9%); FF (61,6%); DD (78,8% à orelha direita e 84,4% à orelha esquerda no sexo feminino e de 63,2% à orelha esquerda no sexo masculino); RT (77,1%) e OT-F (74,4% à orelha direita e 82,4% à orelha esquerda). Aos 8 anos os valores foram: FF (76,5%); DD (71,7% à orelha esquerda do sexo feminino e de 77% à orelha direita no sexo masculino); RT (56,5%) e OT-F (54,1% à orelha direita e 70% à orelha esquerda). Na análise do questionário de autopercepção na faixa etária de 6 e 7 anos os valores de acurácia foram de 64,8% e aos 8 anos 72,8%. Na análise de correlação, considerando as crianças com normalidade no diagnóstico do PAC, foi encontrado na idade entre 6 e 7 anos correlação nas tarefas de FA, RT, DD, FF e OT-F. Aos 8 anos houve correlação nas tarefas DD e OT-F. Conclusões: O AudBility apresentou variações nos valores de sensibilidade e especificidade entre as tarefas auditivas e faixas etárias, com melhor eficácia em escolares na faixa etária entre 6 e 7 anos, exceto para a tarefa FF. Houve correlação entre triagem e diagnóstico em um maior número de tarefas na faixa etária de 6 a 7 anos. Sugere-se como protocolo mínimo as tarefas DD e RT e que aos 8 anos seja incluído o questionário de autopercepção.

1- Amaral MIR, Carvalho NG, Colella-Santos MF. Computer-based central auditory processing screening for school aged children (audBility): an initial investigation. CoDAS. 2019; 31: 1-11.

2- Barker MD, Purdy SC. An initial investigation into the validity of a computer-based auditory processing assessment (Feather Squadron). Int J Audiol. 2016; 55:173-83.

3- Carvalho NG, Ubiali T, Amaral MI, Colella-Santos MF. Procedures for central auditory processing screening in schoolchildren. Braz J Otorhinolaryngol. 2019; 85:319-28.

4- Souza IMP, Carvalho NG, Plotegher SDCB, Colella-Santos MF, Amaral MIR. Triagem do processamento auditivo central: contribuições do uso combinado de questionário e tarefas auditivas. Audiol., Commun. Res. 2018; 23: 1-8.

5- Yathiraj A, Maggu AR. Screening test for auditory processing (STAP): a preliminary report. J Am Acad Audiol.2013;24:867-78.


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Página(s): p.236
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AUDIOLOGIA NA WIKIPÉDIA: CRIAÇÃO E EDIÇÃO DE CONTEÚDOS PARA DIFUSÃO DE CONHECIMENTO.
Pereira, L. C. C. ; Alvarenga, K. F. ; Lopes, T. A. ; Montilha, A. A. P. ; Batista, B. M. B. C. ; Corteletti, L. C. B. J. ;

INTRODUÇÃO: A Wikipédia é uma enciclopédia online de produção de conteúdo de forma colaborativa, de fácil acesso e amplo alcance que vem sendo utilizada para a difusão de conhecimento entre a população e como instrumento de ensino na educação. Nesse contexto, o exercício de produção textual tem sido utilizado cada vez mais como uma ferramenta pedagógica importante nas universidades, estimulando assim novos conteudistas na produção colaborativa de conhecimento livre e de qualidade em diversos idiomas, incluindo em língua portuguesa. OBJETIVOS: Analisar o fluxo de acesso aos verbetes criados e aos expandidos bem como verificar o impacto na qualidade dos mesmos após a edição. METODOLOGIA: Durante a disciplina de Implante Coclear, ministrada no programa de Pós-Graduação em Fonoaudiologia, no segundo semestre de 2020, foi criado o verbete Próteses auditivas osteointegradas e foram editados: Implante coclear, Implante Baha, Deficiência auditiva e Perda de audição neurossensorial. Como parte de projetos de iniciação científica (desenvolvidos entre os anos de 2018 e 2020) foram editados os verbetes: Presbiacusia, Dia mundial da audição, Riscos auditivos em músicos, Acufeno, Audiologista, Poluição sonora, Perda auditiva induzida por ruído, Perda auditiva, Fonoaudiologia, Audiologia e Profissional da área da saúde. A análise do fluxo de acesso aos verbetes foi realizada a partir do acesso ao Outreach Dashboard. RESULTADOS: Os verbetes poluição sonora, implante coclear, fonoaudiologia, acufeno e deficiência auditiva estão entre os verbetes mais acessados da categoria Audiologia respectivamente em 3º, 8º, 10º , 13º e 14º lugar. Analisando a média diária de visualizações de alguns dos verbetes mencionados, no período de um mês antes do início das edições o verbete Presbiacusia contava com uma média de 7 visualizações ao dia. 3 meses após o início das edições, essa média aumentou para 12 visualizações ao dia. O mesmo ocorreu com Dia mundial da audição, que passou de 2 para 4, Acufeno de 50 para 54, Poluição sonora de 100 para 192, Perda auditiva de 12 para 17, Profissional da área da saúde de 111 para 224, Perda auditiva induzida por ruído de 3 para 5, Audiologia de 0 para 9 e Implante Baha de 2 para 3. Próteses auditivas osteointegradas conta desde sua criação com 258 visualizações, com média de 1 visualização ao dia. No que tange à qualidade dos conteúdos, os três verbetes mais editados (Próteses auditivas osteointegradas, Implante Baha e Presbiacusia), em média, receberam 40 novas referências e uma ampliação de conteúdo (em Kb) da ordem de 91%, e tiveram 100% das inconsistências de formatação revisadas de acordo com a política de edição do site. CONCLUSÕES: Após as edições houve o aumento de visualizações dos verbetes, estando alguns deles entre os mais acessados da categoria. Além disso, houve uma grande melhoria qualitativa, do ponto de vista semântico (texto e código wiki) com expansão expressiva de conteúdo, inclusão de referências e adequação ao livro de estilo da plataforma. A partir dessas conclusões pode-se afirmar que tais ações na Wikipédia contribuíram para a difusão científica e comunicação em saúde.

1. KLEINKE, Sonja. Wikipedia: quotations at the interface of encyclopedic and participatory practices. Journal of Pragmatics, v. 157, p. 119-130, 2020.
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3. PAIXÃO, F. D. et al. O uso da Wikipédia na difusão científica. In: Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 39., 2016, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2016. Disponível em: http://portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-1908-1.pdf. Acesso em: 14 jun. 2021.
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Página(s): p.385
ISSN 1983-1793X
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AUMENTO DO GANHO DO REFLEXO VESTÍBULO-OCULAR APÓS A REABILITAÇÃO VESTIBULAR – ESTUDO PILOTO
Ribeiro, M. B. N. ; Mancini, P. C. ; Bicalho, M. A. C. ;

Introdução: A Reabilitação vestibular é um método baseado em exercícios de equilíbrio estático, dinâmico e oculomotores que estimulam o sistema vestibular por meio das vias vestíbulo-espinhal e vestíbulo-ocular, por meio de mecanismos centrais de neuroplasticidade. Verificou-se na literatura pesquisada a melhora do reflexo vestíbulo-ocular por meio do Video Head Impulse Test (v-HIT) após a reabilitação vestibular. Objetivo: avaliar o ganho do reflexo vestíbulo-ocular antes e após a reabilitação vestibular em idosos com disfunção vestibular. Métodos: trata-se de um estudo piloto, longitudinal, quase experimental e analítico, aprovado pelo Comitê de Ética sob o número 56877316.1.0000.5149. A casuística foi composta por sete idosos com idade entre 60 e 89 anos, de ambos os sexos, todos com vestibulopatia periférica comprovada por meio dos exames VEMP e v-HIT. Todos os participantes foram avaliados, por meio do v-HIT, antes e após oito sessões de reabilitação vestibular com método proposto por Cawthorne e Cooksey. Resultados: encontrou-se aumento do ganho do reflexo vestíbulo-ocular do canal semicircular anterior direito. Conclusão: neste presente estudo verificou-se aumento do reflexo vestíbulo-ocular do canal semicircular anterior direito em idosos após a reabilitação vestibular.

1. Lacour M, Bernard-Demanze L, Dumitrescu M. Posture control, aging, and attention resources: models and posture-analysis methods. Neurophysiol Clin. 2008;38:411-21.
2. Micarelli, A. Viziano, A. Bruno, E. Micarelli, E. Augimeri, I. Alessandrini, M. Gradient impact of cognitive decline in unilateral vestibular hypofunction after rehabilitation: preliminary findings. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2018;275:2457–2465.
3. Cawthorne T. Vestibular injuries. Proc R Soc Med. 1946;39:270-3.
4. Cooksey FS. Rehabilitation in vestibular injuries. Proc R Soc Med. 1946;39:273-8.
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Página(s): p.198
ISSN 1983-1793X
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AUTORRELATO DE TONTURA EM PACIENTES COM ZUMBIDO CRÔNICO E RELAÇÃO COM IDADE E SEXO
Avila, F.R.A. ; Souza, M.E.C ; Barros,F.F ; Viana, J.F ; Souza, S.C. ; Costa, L.R ; Czopko, M.A ; Teixeira, A.R. ;

Introdução: O zumbido e a tontura podem estar presentes de forma simultânea nos indivíduos, impactando de forma significativa as atividades sociais e de vida diária, além de provocarem maior perda na qualidade de vida. Objetivo: Verificar a presença de autorrelato de tontura em indivíduos com zumbido crônico, relacionando com a idade e o sexo. Metodologia: Foram incluídos na pesquisa indivíduos com zumbido crônico (há pelo menos seis meses) atendidos em ambulatório especializado. A anamnese incluía dados sócio demográficos e questionamentos sobre a presença de tontura, que foram incluídos em planilha e posteriormente analisados. O projeto foi aprovado por comitê de ética em pesquisa da instituição (aprovação 06-027). Resultados: A amostra foi composta por 756 pacientes, sendo 62,6% mulheres e 37,4% homens, com média de idade de 59,12±12,9 anos. Com relação ao zumbido, 316 (41,8%) apresentavam zumbido unilateral e 440 (58,2%) zumbido bilateral. O relato de tontura foi feito por 323 pacientes (42,7%). Quando analisados os dados relativos à idade, constatou-se que houve relação entre o aumento da idade e o relato de tontura (p=0,002*). O sexo não foi um fator que influenciou nos resultados (p=0,1). Conclusão: Os resultados da pesquisa evidenciam que, nos indivíduos com zumbido avaliados, houve elevada prevalência de tontura, sendo a idade um fator que esteve relacionado com a presença do autorrelato. O sexo não influenciou nos resultados obtidos.


SCHERER, S. L; KURTZ H.R; e PASQUALOTTI, A. Tontura em idosos: diagnóstico otoneurológico e interferência na qualidade de vida. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia [online]. 2012, v. 17, n. 2 .ZEIGELBOIM, B. S.; JURKIEWICZ, A. L.; RIBEIRO, S. B. A.; MARTINS-BASSETTO, J.; KLAGENBERG, K. F. Achados Vestibulococleares em Indivíduos com Zumbido sem Queixa de Tontura. Arq. Otorrinolaringol., São Paulo, v.9, n.3, p. 196-201, 2005.
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Página(s): p.362
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA ANTES E APÓS INFECÇÃO POR COVID-19: RELATO DE CASO
Padilha, A. M. ; Poffo, C. ; Ribeiro, G. E. ; Silva, D. P. C. ;

Introdução: A Covid-19 é uma doença infectocontagiosa de fácil transmissão. Os indivíduos infectados podem ser assintomáticos, onde não ocorrerá nenhuma manifestação da doença, ou sintomáticos, com quadros clínicos que podem variar desde uma simples gripe, como até formas mais grave de pneumonia e síndrome respiratória aguda grave, que requerem intervenções mais invasivas, em ambiente hospitalar, podendo evoluir a óbito. Já há alguns relatos de impactos da Covid-19 no sistema auditivo que vão desde o acometimento da funcionalidade das células ciliadas externas da cóclea em indivíduos assintomáticos, quanto relato de surdez súbita após o diagnóstico positivo, bem como sintomas de zumbido e vertigens. Objetivo: Relatar o caso de uma mulher sintomática para Covid-19 que realizou avaliação audiológica antes e após a doença. Metodologia: Trata-se de um relato de caso, com aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CAAE: 46189021.2.0000.0121). Mulher de 24 anos, sem queixas otológicas prévias e ou casos de perda auditiva na família, apresentou infecção por coronavírus em outubro de 2020, confirmado por PCR. Como sintomas da doença observaram-se: cefaleia, cansaço excessivo, dor no corpo, febre, perda do olfato e dor ocular. O quadro foi restrito a sintomas leves, não sendo necessária hospitalização. O tratamento foi constituído de isolamento domiciliar associado ao uso de um medicamento, antitérmico e analgésico quando necessário. Previamente ao contágio, em setembro de 2019, foi feita uma avaliação audiológica básica, por audiometria tonal liminar (ATL) e medida de imitância acústica, como resultado observou-se limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade bilateralmente, com curva timpanométrica do tipo A bilateralmente, com presença de reflexo ipsilateral à direita, nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz, presença de reflexo ipsilateral à esquerda, nas frequências de 500 e 1000 Hz, presença de reflexo contralateral à direita e à esquerda, nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz. Após cinco meses do contágio, em março de 2021, a ATL apresentou resultado dentro dos padrões de normalidade bilateralmente, com curva timpanométrica do tipo A bilateralmente e permanência da presença de reflexo ipsilateral à direita, à esquerda houve presença nas frequências de 500 e 1000 e 2000 Hz, com permanência da presença de reflexo contralateral à direita e à esquerda. As emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente foram presentes bilateralmente. Na avaliação por meio do potencial evocado auditivo de tronco encefálico observaram-se latências absolutas das ondas I, III e V, bem como as latências interpicos I – III, III – V e I – V, dentro dos padrões de normalidade, com diferença interaural menor que 0,3 ms. Conclusão: Apesar da audição desta paciente estar preservada após a COVID-19, avaliações audiológicas, básica e complementar, são necessárias para o melhor conhecimento dos impactos dessa nova doença no sistema auditivo.

- Abdel Rhman S, Abdel Wahid A. COVID -19 and sudden sensorineural hearing loss, a case report. Otolaryngology Case Reports. 2020;16:100198.
- Mustafa MWM. Audiological profile of asymptomatic Covid-19 PCR-positive cases. American Journal of Otolaryngology. 2020;41(3):102483.
- Ye W, Xianyang L. A novel coronavirus pneumonia case report from an ear, nose and throat clinic. Laryngoscope. 2020;130:1106‐7.
- Koumpa FS, Forde CT, Manjaly JG. Sudden irreversible hearing loss post COVID-19. BMJ Case Reports CP. 2020;13:e238419.
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Página(s): p.316
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA DE CRIANÇAS QUE FALHARAM NA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: SÉRIE DE TRÊS CASOS
Garcia, C. F. D. ; Lima, J. V. da S. ; Almeida, R. P. ; Caldas, D. P. ; Andrade, M. I. K. ;

INTRODUÇÃO: A audição é o sentido que permite a interação percepto-auditiva do indivíduo com o meio e, a partir desta interação, possibilita o desenvolvimento global da criança. A privação auditiva impacta no desenvolvimento da linguagem e nos aspectos sociais, culturais e cognitivos. Portanto, torna-se necessário que o diagnóstico ocorra ainda nos primeiros anos de vida, a fim de minimizar estes prejuízos. OBJETIVO: caracterizar a audição de crianças nascidas em uma Maternidade-Escola entre o período de 2014 e 2015, que falharam, bilateralmente, na Triagem Auditiva Neonatal. METODOLOGIA: Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 2.247.511. Estudo de casos, observacional, descritivo, prospectivo, com enfoque em diagnóstico. A coleta de dados ocorreu em um Hospital Universitário. A população do estudo foi composta por crianças nascidas em uma Maternidade Escola do Rio de Janeiro. Os critérios de inclusão, para constituição da amostra, foi ter nascido na instituição, nos anos de 2014 e 2015, ter passado pela TAN, com resultado “FALHA”, bilateralmente; os critérios de exclusão foram ausência de dados completos no sistema, não comparecimento ao local do estudo, por falta de interesse dos responsáveis ou dificuldades pessoais. A amostra final foi constituída por três participantes do sexo masculino, com idade entre quatro e cinco anos, avaliados por meio de audiometria tonal liminar, imitanciometria e emissão otoacústica evocada. A análise dos resultados foi apresentada de forma descritiva. RESULTADOS: Participantes sem indicadores de risco para deficiência auditiva - casos 1 e 3 - apresentaram audiometria tonal liminar sugestiva de normalidade; participante com indicador de risco para deficiência auditiva - caso 2 - apresentou perda auditiva bilateral, de grau leve. Caso 1 apresentou curva timpanométrica tipo “A”, presença de reflexo acústico contralateral e de emissões otoacústicas transiente e produto de distorção, bilateralmente; caso 2 apresentou curva timpanométrica tipo “A”, presença de reflexo acústico contralateral, bilateralmente e ausência de emissões otoacústicas transiente e produto de distorção em orelha esquerda e presença em orelha direita; caso 3 apresentou curva timapanométrica tipo “A” em orelha esquerda e tipo ”B” em orelha direita, ausência de reflexo acústico contralateral, bilateralmente, emissões otoacústicas transiente e produto de distorção em orelha direita e presença em orelha esquerda. CONCLUSÃO: Concluiu-se o diagnóstico da função auditiva, que indicou normalidade em dois participantes, com idade de quatro e cinco anos; e perda auditiva neurossensorial de grau leve, em um participante de quatro anos, sendo encaminhado para o processo de intervenção e acompanhamento do desenvolvimento de fala, linguagem e audição.
Palavras-chave: Perda auditiva, Triagem Neonatal, Evasão do paciente, Testes Auditivos

JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Journal of Early Hearing Detection and Intervention, 2019. v. 4, n. 2, p. 1-44.

Kadam RA, Borde SU, Madas SA, Salvi SS, Limaye SS. Challenges in recruitment and retention of clinical trial subjects. Perspect Clin Res. 2016;7(3):137–43.

Levit Y, Himmelfarb M, Dollberg S. Sensitivity of the Automated Auditory Brainstem Response in Neonatal Hearing Screening. Pediatrics. 2015; 136(3): e641-e647.

Lewis, DR, et al. Comitê multiprofissional em saúde auditiva: COMUSA. Braz. J. Otorhinolaryngol, 2010. v.76, n.1, p. 121-8.

Turati MF, Françozo MFC, Lima MCP. Adesão de mães a um programa de monitoramento do Desenvolvimento auditivo e de linguagem. Distúrbios Comun. 2016; 28(2): 244-54.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.402
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA EM CRIANÇAS COM INDICAÇÃO DE ADENOAMIGDALECTOMIA
Sanches, A.B. ; Silva, I.V. ; Colella-Santos, M.F. ;

Introdução: Alterações no funcionamento do sistema auditivo em suas porções periférica e/ou central podem prejudicar o processamento de informações auditivas levando a prejuízos no desenvolvimento da criança. A hipertrofia de tonsilas palatinas e faríngeas, é um fator extrínseco importante que pode ocasionar mau funcionamento da tuba auditiva, devido à sua disposição anatômica e predisposição a acometimentos infecciosos, o que é determinante para o desenvolvimento de otites médias (1). A adenoamigdalectomia é nomeada a cirurgia para a remoção das tonsilas palatinas (amígdala) e faríngeas (adenóide) hipertrofiadas, sendo um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados no mundo e a cirurgia otorrinolaringológica mais comum, tendo como incidência principal a população pediátrica (2,3). Objetivos: Analisar os resultados obtidos na avaliação da audição de crianças que serão submetidas à adenoamigdalectomia. Metodologia: Trata-se de estudo quantitativo, transversal, de caráter descritivo e parte da pesquisa “Um estudo sobre crianças respiratórias orais submetidas à adenotonsilectomia” aprovado pelo Comitê de Ética da instituição. A amostra é constituída por 41 crianças de 5 a 12 anos, sendo 28 do sexo masculino e 13 feminino, que serão submetidas ao procedimento de adenoamigdalectomia. Foram realizados os seguintes procedimentos: anamnese, meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria, imitanciometria, e emissões otoacústicas transientes e por produto de distorção pressurizadas e não pressurizadas. Resultados: Na audiometria tonal liminar 98% das orelhas testadas apresentaram média dos limiares auditivos dentro do padrão de normalidade e apenas 2% alterada. Na timpanometria obtivemos 75% de curva timpanométrica do tipo A, 11% curva tipo B, 9% curva tipo Ar e 5% curva tipo C. Na pesquisa das emissões otoacústicas transientes identificamos a presença de 89% das emissões não pressurizadas e em 93% nas pressurizadas. E nas emissões otoacústicas por produto de distorção obtivemos presença em 93% não pressurizadas e em 95% pressurizadas. Conclusões: O estudo apontou que os sujeitos com hipertrofia das tonsilas palatinas e faríngeas não apresentaram perda auditiva, contudo foram observadas alterações em orelha média na imitanciometria e emissões otoacústicas.

1. Bianchini, A.P; Guedes, ZCF; Hitos, S. Respiração oral: causa x audição. Rev. CEFAC, São Paulo , v. 11, supl. 1, 2009
2. Rebechi G, Pontes TE, Braga EL, Matos WM, Rebechi F, Matsuyama C. Estudos histopatológicos de cirurgias de adenotonsilectomias são realmente necessários? Int. Arch. Otorhinolaryngol. 2013;17(4):387-9.
3. ABORLCCF. Guideline IVAS Guideline IVAS Infecções das Vias Aéreas Superiores. Disponível em https://www.aborlccf.org.br/imageBank/guidelines_completo_07.pdf
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Página(s): p.382
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AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM MILITARES EXPOSTOS À RUÍDO DE IMPACTO
Farias, V. H. V. ; Gil, D. ;

Introdução: As atividades de tiro, pertinentes à carreira militar, estão relacionadas à exposição a níveis elevados de pressão sonora oriundos de armas de fogo e de explosões. Na maioria das vezes, o foco principal da avaliação auditiva é em danos ao sistema auditivo periférico nesta população, ficando a sua porção central negligenciada.
Objetivos: Caracterizar as habilidades auditivas centrais de militares expostos a ruído de impacto.
Metodologia: Trata-se de um estudo analítico, observacional, transversal e de abordagem quantitativa. Foi submetido a dois Comitês de Ética em Pesquisa: ao da UNIFESP (instituição proponente) e a do Instituto de Pesquisas Biomédicas – IPB do Hospital Naval Marcílio Dias – HNMD (instituição co-participante), tendo como pareceres consubstanciados, respectivamente os números 3.584.472 e 3.848.504. O local do estudo foi a Seção de Fonoaudiologia da Policlínica Naval de Campo Grande – PNCG, no Rio de Janeiro. Durante a realização das suas Inspeções de Saúde - IS, os militares que se enquadravam eram convidados a participar. 52 militares expostos a ruído de impacto, no mínimo semestralmente, há pelo menos 3 anos, com limiares auditivos normais ou próximos ao normal e participação em prática de tiro e/ou exposição à explosão há, no máximo, 1 ano, foram submetidos aos seguintes testes comportamentais do Processamento Auditivo Central - PAC: Teste de Localização Sonora - TLS, Teste de Memória para Sons Verbais - TMSV, Teste de Memória para Sons Não-Verbais
- TMSNV, Teste de Fala com Ruído - TFR, Teste Dicótico de Dissílabos Alternados - SSW, Teste de Identificação de Sentenças Sintéticas com Mensagem Competitiva Ipsilateral - SSI-MCI, Teste de Padrão de Duração - TPD (versão Musiek), Teste Dicótico Consoante-Vogal – TDCV (Etapa de Atenção Livre), Gaps in Noise - GIN e Masking Level Difference - MLD. Os resultados das avaliações comportamental do PAC foram classificados em normais e alterados para cada indivíduo, conforme os padrões de normalidade.
Resultados: Nos 52 militares estudados, as médias de acertos foram de 82,4% (IC 95%: 78,6-86,1) para o TLS, 88,2% (81,9%-94,5%) para o TMSV, 79,1% (71,3%-86,8%) para o TMSNV, 90,4% (89,1%-91,7%) para a orelha direita - OD e 91% (89,9%-92,1%) para a orelha esquerda - OE no TFR, 93,8% (92,5%-95%) na condição direita competitiva - DC e 92,1% (90,3%-93,8%) na condição esquerda competitiva - EC para o SSW, 58% (54,6%-61,5%) de acertos para a OD e 72,4% (69%-75,7%) para a OE no SSI, havendo diferença estatisticamente significante entre as orelhas, com p < 0,01 no teste t-Student pareado, 72,6% (66,7%-78,5%) para o TPD, o TDCV evidenciou uma média de números de acertos de 12,5 (11,5-13,5) para a OD, de 6,69 (5,71-7,66) para a OE e de 4,82 (4,32-5,33) erros, identificando uma vantagem da OD, o GIN expôs uma média de detecção de intervalo de silêncio de 5,88ms (5,43ms-6,34ms), o MLD retratou média de 11,3dB (10,6dB-12dB) e observou-se, ainda, uma média de 2,82 (2,49-3,16) testes alterados.
Conclusões: os testes que demonstraram-se alterados foram o SSI-MCI OD, TPD, GIN e MLD, com uma média de quase 3 testes alterados, apontando alteração do PAC nesse grupo de militares.

GALLUN, F. J.; DIEDESCH, A. C.; KUBLI, L. R.; WALDEN, T. C.; FOLMER, R. L.; LEWIS, M. S.; MCDERMOTT, D.; FAUSTI, S. Z.; LEEK, M. R. Performance on tests of central auditory processing by individuals exposed to high-intensity blasts. JRRD; v. 49, n. 7, p. 1005-24, 2012.
GALLUN, F. J.; LEWIS, M. S.; FOLMER, R. L.; HUTTER, M.; PAPESH, M. A.; BELDING, H.; LEEH, M. R. Chronic effects of exposure to high-intensity blasts: results of tests of central auditory processing. Journal of Rehabilitation Research & Development, v. 53, n. 6, p. 705-720, 2016.
KUBLI, L. R.; PINTO, R.; BURROWS, H.; LITTLEFIELD, P.; BRUNGART, D. The effects of repeated low-level blast exposure on hearing in marines. Noise Health, v. 19, n. 90, p. 227-238, 2017.
SAUNDERS, G. H.; FREDERICK, M. T.; ARNOLD, M.; SILVERMAN, S.; CHISOLM, T. H. MYERS, P. Auditory difficulties in blast-exposed veterans with clinically normal hearing. Journal of Rehabilitation Research and Development, v. 52, n. 3, p. 343-360, 2015.
TAPE, V.; PAPESH, M.; RUSSEL, S.; LEWIS, S.; PRYOR, N.; GUILLORY, L. Acquired central auditory processing disorder in service members and veterans; Journal of Speech, Language and Hearing Research, v. 63, p. 834-857, 2020.
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Página(s): p.403
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AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO SUSTENTADA EM USUÁRIOS DE PRÓTESE OSTEONCORADA
Sousa, A. S. ; Santos, S. A. ;

AVALIAÇÃO DO ESFORÇO PARA OUVIR EM USUÁRIOS DE PRÓTESE OSTEONCORADA


INTRODUÇÃO - A quantidade de recursos cognitivos necessários para o reconhecimento dos sinais acústicos, principalmente a fala, incluindo os recursos da audição, atenção, memória e linguagem empregados na execução de uma determinada tarefa auditiva define o esforço para ouvir. O SSQ (Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale) é uma escala que tem por objetivo avaliar a experiência subjetiva de escuta e quantificar as dificuldades em situações cotidianas de comunicação e tem sido utilizado como instrumento para medir o esforço auditivo com usuários de próteses auditivas. É possível avaliar o esforço para ouvir também com avaliação comportamental. O THAAS (Teste de Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada) é empregado para avaliar a atenção auditiva sustentada e exige o sujeito se mantenha atento durante todo o teste. OBJETIVOS - Analisar o desempenho de adultos usuários de prótese osteointegrada no THAAS com e sem a prótese e verificar o benefício da prótese na qualidade de vida, através da aplicação do questionário SSQ e observar o esforço auditivo sem e com a utilização da prótese. MÉTODO - O presente relato de casos, aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa sob o CAAE 69690817.8.0000.8093 foi realizado inicialmente com dois participantes. Foram aplicados o THAAS e o SSQ sem e com a prótese e realizada a comparação dos desempenhos nas duas situações. Para neutralizar o efeito de aprendizagem e memória das duas aplicações, um sujeito realizou os procedimentos primeiramente sem a prótese e depois com a prótese e o outro participante foi submetido aos procedimentos em ordem inversa. RESULTADOS - A primeira realização do THAAS com o participante 1 foi feita com prótese, com dois erros de desatenção e um erro de impulsividade. Já na segunda aplicação do THAAS foi feita sem prótese e houve dois erros de impulsividade e onze de desatenção, sendo identificado um decréscimo de vigilância de cinco pontos. O participante 2 realizou a primeira aplicação do THAAS sem a utilização da prótese e ocorreram 58 erros de desatenção e seis erros de impulsividade, totalizando 64 erros, sem decréscimo de vigilância. A segunda realização do THAAS ocorreu com a utilização da prótese e foi observado dois erros de desatenção e dois de impulsividade e ausência do decréscimo de vigilância. Na aplicação do SSQ ambos os participantes apresentaram melhor pontuação com a prótese, o participante 1 fez 106 de 120 pontos com a prótese e sem a prótese 70/120, já o participante 2 fez 74/120 com a prótese e 11/120 sem a prótese.
CONCLUSÃO – Os resultados de ambos os participantes no THAAS e no SSQ se mostraram compatíveis, sendo possível observar que a prótese osteoancorada proporcionou melhor desempenho nas atividades de escuta e consequente redução do esforço auditivo em tarefas que necessitam a sustentação da atenção auditiva.


1. GUIJO, Laura Mochiatti; HORIUTI, Mirella Boaglio; CARDOSO, Ana Cláudia Vieira. Mensuração do esforço auditivo com o uso de um paradigma de tarefa dupla do Português Brasileiro: estudo-piloto. CoDAS, São Paulo , v. 31, n. 4, e20180181, 2019.
2. Miranda-Gonsalez Elisiane Crestani de, Almeida Kátia de. Incapacidade auditiva medida por meio do questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ): estudo piloto da versão reduzida em Português Brasileiro. Audiol., Commun. Res. 2017
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AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS USUÁRIOS DE FONES DE OUVIDO
Albuquerque, M. B. ; Rolim, D. K. O ; Nogueira, R. A. A. ; Pereira, V. R. C. ;

Introdução: O desgaste das células ciliadas sensoriais da audição, após exposição ao ruído, pode desencadear a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), um tipo de perda caracterizada por sua progressão lenta e irreversível. Durante os estágios iniciais da PAIR acontece o aumento do limiar auditivo nas frequências de 4 ou 6 KHz com recuperação em 8 KHz. Caso ocorra a contínua exposição ao ruído, esse aumento nos limiares acontecerá também em outras frequências. Equipamentos como fones de ouvido são populares entre os jovens e são usados muitas vezes e por muitas horas, em níveis de pressão sonora elevados. Este uso abusivo, considerando elevada duração, intensidade e/ou frequência de exposição à música, pode acarretar em distúrbios da função auditiva e provocar severas consequências na qualidade de vida. Objetivo: O presente estudo buscou avaliar a audição de universitários usuários de fones de ouvido, mensurar a intensidade habitual de uso de fone de ouvido por meio de decibelímetro, avaliar os limiares audiométricos correlacionando-os aos achados de anamnese audiológica e identificar a incidência de PAIR nesta população. Métodos: Este estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (nº 3.344.836). Foram avaliados 22 indivíduos, estudantes universitários e usuários de fone de ouvido, entre 18 a 25 anos de idade (média de 21,18 ± 2,17 anos), sendo 17 participantes do gênero feminino e 5 participantes do gênero masculino. A avaliação consistiu na audiometria tonal, mensuração da intensidade do fone e aplicação do questionário sobre os hábitos auditivos. Os dados foram coletados, tabulados e analisados visando mensurar o efeito do uso de fones de ouvido na audição de estudantes universitários, bem como identificar possíveis sintomas extra auditivos nesta população. Resultados: Apesar da média dos limiares auditivos dos participantes estarem dentro dos padrões de normalidade, todos os participantes relataram ao menos um sintoma auditivo e extra-auditivo. Além disso, os dados coletados no questionário mostraram que os hábitos auditivos dos participantes são prejudiciais à saúde auditiva. Também foi possível observar que houve diferença estatística nos valores da audiometria tonal na frequência de 6KHz em comparação à outras frequências nas orelhas direita e esquerda, o que caracteriza a PAIR. Conclusão: Foi possível observar que os participantes da pesquisa já apresentam entalhe na frequência de 6KHz bilateralmente, bem como sintomas auditivos e extra-auditivos característicos da PAIR. Foi possível verificar que o uso de fones de ouvido é um fator de risco para a PAIR na população jovem, sendo necessária uma atenção dos profissionais de saúde para a conscientização da população que faz uso desses equipamentos.


Descritores: Fones de ouvido; Perda auditiva induzida por ruído; Hábitos auditivos; Ruído extra ocupacional; Adultos jovens

Correa B, et al. Hábitos e queixas auditivas de adolescentes usuários de estéreos pessoais. Rev. CEFAC, São Paulo, v.18, n.2, p.348-354, Apr. 2016.

Lacerda A, et al. Hábitos auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas. Rev. CEFAC, São Paulo ,  v. 13, n. 2, p. 322-329,  Apr.  2011.

Hanazumi A, Gil D, Iorio M. Estéreos pessoais: hábitos auditivos e avaliação audiológica. Audiol., Commun. Res., São Paulo,  v. 18, n. 3, p. 179-185, 2013. 

Byeon H. Associations between adolescents' earphone usage in noisy environments, hearing loss, and self-reported hearing problems in a nationally representative sample of South Korean middle and high school students. Medicine (Baltimore). 2021 Jan 22;100(3):e24056.

Widen SE, Båsjö S, Möller C, Kähäri K. Headphone listening habits and hearing thresholds in swedish adolescents. Noise Health 2017;19:125-32







DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.262
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM SAÚDE NA INTERNET: ANÁLISE DE WEBSITES SOBRE O USO DO SISTEMA DE FREQUÊNCIA MODULADA
FIDENCIO, V.L.D. ; SILVA, J.M. ; SOUZA, D.M.B. ; PINHO, N.A.M. ; ALMEIDA, R.S. ; CORREA, C.C. ;

Usuários de dispositivos eletrônicos podem apresentar dificuldades em situações de ruído competitivo1. Uma possibilidade facilitadora nestes contextos é o uso do Sistema de Frequência Modulada (FM), que otimiza a compreensão da fala do interlocutor. É fundamental que os professores tenham conhecimento e habilidades para a utilização/manuseio do dispositivo2 e que os conteúdos online sejam provenientes de fontes confiáveis e com fundamentação na medicina baseada em evidências científicas3. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade, confiabilidade, usabilidade e abrangência dos websites de maior acesso voltados à orientação de professores sobre Sistemas FM. Por não analisar diretamente o impacto dos websites no público, este estudo não envolveu seres humanos, dispensando a análise pelo Comitê de Ética em Pesquisas e aplicação de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Três juízas realizaram as buscas nos sites Google e Yahoo!, por meio do uso das palavras-chave/termos livres: "sistema FM", "criança", "deficiência auditiva", "professor", “microfones remotos” e "orientações", consultando as cinco primeiras páginas dos resultados. Foram admitidos websites, portais e blogs organizados no idioma português do Brasil, que alocassem informações sobre o Sistema FM, benefícios, uso e manuseio por professores. Os websites foram analisados quanto à qualidade do conteúdo e a confiabilidade por meio do protocolo Discern Questionnaire (DQ)4, quanto à usabilidade pela escala System Usability Scale (SUS)5 e, quanto à abrangência, os juízes avaliaram se os conteúdos contemplavam quatro temas: 1- definição do Sistema FM; 2- importância do uso do dispositivo em sala de aula; 3- modo de utilização pelo professor e pelo aluno: posicionamento do transmissor e receptor; e 4- manuseio do transmissor pelo professor: ligar/desligar, opção de "microfone mudo". Foram identificados 500 websites, dos quais 14 foram incluídos e avaliados. Quanto à confiabilidade, três (21,42%) websites foram classificados como “bom”; cinco (35,72%) como “regular”; e seis (42,85%) “ruim”. No que diz respeito à abrangência, grande parte apresentou informações insuficientes quanto aos temas 3 e 4. A média da usabilidade foi 70,0 pontos, atribuindo-se a classificação “bom”. Somente um website foi categorizado como “melhor alcançável” e obteve maior pontuação nas demais avaliações (abrangência – 20 pontos; confiabilidade 60,66 pontos). Concluiu-se que a maior parte dos conteúdos dos websites com orientações sobre o Sistema FM para professores foi classificada como ruim, demonstrando que a confiabilidade para escolhas de tratamento por meio dessas informações online não é tão segura. Torna-se essencial o oferecimento de informação de qualidade bem como a avaliação da informação em saúde disponibilizada, a fim de garantir que os websites disponíveis sejam críveis e tragam segurança, de modo a auxiliar os professores na inclusão dos alunos usuários deste dispositivo em sala de aula.

1.Barreiros GE, Mendes BCA, Ficker LB, Novaes BCAC. Reabilitação auditiva: papel da família na adesão ao uso do sistema de transmissão sem fio na escola. Disturb Comum. 2016;28(4):718-29.

2.Carvalho DS, Pedruzzi CM. Uso do sistema de frequência modulada por escolares com perda auditiva. Disturb Comum. 2019; 31(1):12-21.

3.Roshan A, Agarwal S, England RJ. Role of information available over the internet: what are the parents of children undergoing tonsillectomy likely to find? Ann R CollSurg Engl. 2008; 90(7):601-5.

4.Charnock D, Shepperd S, Needham G, Gann R. DISCERN: an instrument for judging the quality of written consumer health information on treatment choices. J Epidemiol Commun Health. 1999;53(2):105–111.

5.Liang J, Xian D, Liu X, Fu J, Zhang X, Tang B, Lei J. Usability study of mainstream wearable fitness devices: feature analysis and system usability scale evaluation. JMIR Mhealth Uhealth. 2018;6(11):e11066.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.215
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR E SUAS FAMÍLIAS: REVISÃO SISTEMÁTICA
MELO, L.P.F. ; CRISPIM, V.M.F. ;

INTRODUÇÃO: A perda auditiva (PA) afeta cerca de 466 milhões de pessoas no mundo, sendo 7% desse número, crianças, comprometendo percepção da fala e desenvolvimento de linguagem. Com o avanço de tecnologias voltadas para a área da audiologia, cada vez mais crianças podem ter acesso a dispositivos auditivos que favorecem o input de informações auditivas. No entanto, mesmo com o uso de dispositivos, a PA pode gerar diversas questões psicossociais no indivíduo, uma vez que as dificuldades de comunicação podem causar sentimentos negativos, trazendo impacto direto na qualidade de vida (QV) dessas pessoas. Por essa razão, incluir a avaliação de indicadores de QV favorecem a compreensão de aspectos relacionados aos benefícios que os dispositivos auditivos proporcionam e favorece o monitoramento da efetividade do processo de intervenção. OBJETIVO: Buscar na literatura estudos que investigaram a QV de crianças usuárias de implante coclear e suas famílias a fim de compreender os instrumentos de avaliação mais utilizados, os domínios avaliados e as variáveis que devem ser consideradas nas avaliações da QV dessa população. MÉTODO: Revisão sistemática da literatura, considerando publicações científicas em periódicos indexados, em língua portuguesa e em inglês do período de 2010 a 2020. A busca foi realizada nos meses de setembro e outubro de 2020 nas bases de dados eletrônicas PUBMED, SCOPUS, LILACS, WEB OF SCIENCE, SCIELO, BIBLIOTECA DIGITAL USP e EMBASE utilizando-se os descritores criança, qualidade de vida e implante coclear. RESULTADOS: Foram identificados 674 artigos e 1 dissertação. Após análise primária das publicações, foram excluídos 601 artigos com base na leitura dos títulos/resumos. Desses 23 foram excluídos por não atenderem aos critérios e 43 foram excluídos por serem duplicados. Ao final, 7 artigos e 1 dissertação de mestrado foram analisados. RESULTADOS: Os instrumentos utilizados para a avaliação da QV foram o CCIPP, WHOQOL-BREF, KINDLR e CHIP-CE. Entre os domínios analisados, a comunicação e as relações sociais foram os mais expressivos quanto aos impactos na QV dessas famílias. Além desses instrumentos, observou-se a utilização da Escala de Envolvimento Familiar para analisar de permeabilidade familiar, o Zarit Burden Interview para avaliar a carga de cuidado de pais/cuidadores, o Family Stress Scale para avaliar nível de estresse dos pais, o MUSS e o LAVE para avaliar linguagem e CAP, o GASP e o IT-MAIS para avaliar do desempenho auditivo das crianças. Além disso, os estudos sugerem a utilização de instrumentos que avaliem outras variáveis, como por exemplo os dados sociodemográficos, para que se possa entender a correlação com os índices de QV. CONCLUSÃO: Os estudos ressaltam a importância de utilizar outras medidas de monitoramento de intervenção fonoaudiológica voltada para crianças usuárias de dispositivos auditivos e suas famílias, além daquelas relacionadas à percepção auditiva de fala e aquisição e desenvolvimento de linguagem. Fica evidente a necessidade de se considerar na avaliação variáveis como dados sociodemográficos e permeabilidade familiar por permitir uma análise mais aprofundada da QV e possibilitar que a intervenção terapêutica seja mais individualizada.

1. DAVIS, E.; WATERS, E.; MACKINNON, A.; REDDIHOUGH, D.; GRAHAM, H.K.; MEHMET-RADJI, O., et al. Pediatric quality of life instruments: a review of the impact of the conceptual framework on outcomes. Dev Med Child Neurol. 2006;48(4):311-8.

2. OLIVEIRA, R. G.; SIMIONAATO, M. A. W.; NEGRELLI, E. D.; MARCON, S. S. A experiência de famílias no convívio com a criança surda. Acta Scientiarum Health Science, v. 26, nº 1, p. 183-191, 2004.

3. SEIDL, E.M.F.; ZANNON, C.M.L.C. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 580-588, Apr. 2004 .

4. FORTUNATO-TAVARES T, BEFI-LOPES D, BENTO RF, ANDRADE CR. Children with cochlear implants: communication skills and quality of life. Braz J Otorhinolaryngol. 2012;78(1):15-25.

5. RAMIRES, C.M.N.; BRANCO-BARREIRO, F.C.A.; PELUSO, E.T. Fatores relacionados à qualidade de vida de pais de crianças com deficiência auditiva. Ciência Saúde Coletiva, 21(10), out. 2016 https://doi.org/10.1590/1413-812320152110.224720


DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.353
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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO EM CRIANÇAS COM GAGUEIRA
Sleifer, P. ; Lima, M. S. ; Crusius, J. S. ; Bueno, C. D. ;

Introdução: O Potencial Evocado Auditivo Cognitivo P300 é um potencial de longa latência de pico positivo por volta de 300ms obtido através da tarefa de identificação de um estímulo raro em meio a outros estímulos frequentes (paradigma oddball). É considerado um potencial endógeno, ou seja, envolve a realização de uma tarefa cognitiva, de modo voluntária e ativa. Representa respostas cerebrais relacionadas às habilidades de atenção, discriminação, memória e integração, tendo como principais sítios geradores o hipocampo, córtex auditivo e córtex frontal. A gagueira é um distúrbio de fluência caracterizada por interrupções no fluxo da fala, sendo essas de forma involuntária e atípica comprometendo assim a clareza do discurso. A pesquisa desse potencial na população com gagueira é importante para ajudar no entendimento de fatores que influenciam na fluência da fala, visto que, áreas cerebrais avaliadas no P300 estão também associadas a processos auditivos-linguísticos. Objetivo: Analisar os achados do potencial cognitivo (P300) em crianças com gagueira, sem queixas auditivas, com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade e comparar com grupo controle. Método: Estudo do tipo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob número 55977316.8.0000.533. A casuística foi composta por 51 crianças de ambos os sexos com idade entre 6 e 10 anos, divididas em grupo estudo (GE), composto por 17 crianças com gagueira e grupo controle (GC), composto por 34 crianças sem gagueira, sem diagnóstico de patologias otológicas ou outras doenças. Foram realizadas uma avaliação audiológica periférica básica (Meatoscopia, Audiometria Tonal, Audiometria Vocal, Medidas de Imitância Acústica) e avaliação do potencial cognitivo P300 em todas as crianças. As crianças com gagueira realizaram anamnese específica e filmagem de fala espontânea, posteriormente transcrita e analisada quanto à severidade da gagueira, para avaliar fluência. Resultados: Os achados foram significativos para as latências e amplitudes do P300. O grupo com gagueira, obteve latências mais atrasadas e amplitudes reduzidas quando comparadas ao grupo sem gagueira; também foram identificadas alterações na morfologia das ondas do P300 no GE. Conclusão: Na amostra estudada as crianças com gagueira apresentaram pior desempenho quando comparadas ao grupo controle. Verificou-se atraso nas latências do P300 nas crianças do grupo estudo, além disso, houve correlação entre severidade da gagueira e aumento de latência da onda P300.


1. DIDONÉ, D. D. et al. Potencial evocado auditivo P300 em adultos: valores de referência. einstein (São Paulo), São Paulo, v. 14, n. 2, p. 208-212, Jun. 2016. Disponível em: https://journal.einstein.br/pt-br/article/potencial-evocado-auditivo-p300-em-adultos-valores-de-referencia/ . Acesso em: 05 jun.2021.
2. JERÔNIMO, G.M., SCHERER, A. P. R., SLEIFER, P. Potenciais evocados auditivos de longa latência em crianças com gagueira. einstein (São Paulo), São Paulo, v. 18, eAO5225, Jun. 2020. Disponível em: https://journal.einstein.br/pt-br/article/potenciais-evocados-auditivos-de-longa-latencia-em-criancas-com-gagueira/ . Acesso em: 05 jun.2021.
3. MCPHERSON, D. L. Late potentials of the auditory system (evoked potentials). San Diego: Singular Publishing Group, 1996.
4. PRESTES, R. et al. Processamento temporal e potencial evocado auditivo de longa latência em indivíduos gagos. Braz. J. Otorhinolaryngol., v. 83, n. 2, p. 142–146, Mar/Abr. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/bjorl/a/rx8JkkX6dBWKbGjrGws5DFv/?lang=pt# . Acesso em: 05 jun.2021.
5. REIS, A. C. M. B., FRIZZO, A. C. F. Potencial Evocado Auditivo Cognitivo. In: BOÉCHAT, E. M. et al. (Org.). Tratado de Audiologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. Cap. 19, p. 140-150.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.216
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO LONGITUDINAL DA RESTRIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO DE PACIENTES COM ZUMBIDO APÓS 5 ANOS DE INTERVENÇÃO
Mortari, A. V. ; Matos, I. L. ; Catalani, B. ; Mondelli, M. F. C. G. ;

Introdução: O zumbido é denominado como uma percepção sonora na ausência de estímulo externo, sendo apresentado em variados timbres, bem como em direções uni ou bilaterais das orelhas¹. Tal sintoma impacta negativamente a qualidade de vida dos indivíduos, provocando danos nas atividades rotineiras, principalmente relacionadas às esferas psicológicas, emocionais e de interação social². Ainda que não exista uma única conduta terapêutica devido aos aspectos multifatoriais do fenômeno, existem intervenções que podem reduzir a sensação incômoda do som, como a terapia sonora com AASI e o uso do gerador de som (GS), que habitua o zumbido com o uso da estimulação do córtex auditivo podendo diminuir a percepção desagradável do sintoma³. Objetivo: Analisar de forma longitudinal o impacto do zumbido na restrição de participação após 5 anos de intervenção. Metodologia: Estudo realizado após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, nº 386.484. Realizada a análise longitudinal, em um centro de alta complexidade, de 23 pacientes com queixa de zumbido bilateral, sendo 15 com perda auditiva (PA) e 8 com audição normal (AN). Foi aplicado o questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI) em 2016, antes de iniciar o tratamento, e novamente em 2021. A análise estatística foi realizada por meio dos testes “t” pareado e Wilcoxon. Resultados: Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes (p<0,05) na comparação entre os valores obtidos nos atributos “Funcional”, “Catastrófico” e na pontuação total do questionário, sendo observados os seguintes valores de p, respectivamente: <0,001; 0,012; 0,020. Foi analisado também o domínio “Emocional” porém, este não apresentou diferença estatisticamente significante (p=0,689) quando comparados o antes e após a intervenção. Conclusões: É possível observar que a terapia sonora por meio de AASI e/ou GS é benéfica no tratamento do zumbido, podendo ser considerada ferramenta importante para reduzir o incômodo e restrição de atividades do indivíduo acometido pelo sintoma.

1. Mondelli, M. F. C .G; Rocha, A. B. Correlação entre os achados audiológicos e incômodo com zumbido. Arquivos Int. Otorrinolaringol. (Impr), v. 15, n. 2, p. 172-180. 2011.
2. Rocha, A. V.; Mondelli, M. F. C. G. Sound generator associated with the counseling in the treatment of tinnitus: evaluation of the effectiveness. Braz J Otorhinolaryngol, v. 83, n. 3, p. 249-255, 2017.
3. Mondelli, M. F. C. G.; Cabreira, A. F.; Matos, I. L.; Ferreira, M. C.; Rocha, A. V. Sound Generator: analysis of the effectiveness of noise in the habituation of tinnitus. Int Arq Otorhinolaryngol. 2020;06:23.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.344
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO SIMPLIFICADA DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM ESCOLARES COM E SEM QUEIXA DE LEITURA
Lima,D.O ; Souza,L.N.F.T. ; Martins,M.L ; Miranda,A.C ; Rosa,M.R.D. ; Schochat,E. ; Moureira,I.C.T ;

Introdução: O Processamento Auditivo Central, refere-se ao conjunto de habilidades auditivas necessárias para que o indivíduo detecte, analise, associe e interprete as informações sonoras. Atuando, predominantemente, no desenvolvimento da linguagem, este exerce um papel fundamental no processamento acústico rápido, pré-requisito na aquisição da leitura. O transtorno de Processamento Auditivo Central, caracteriza-se por uma inabilidade de focar, discriminar, reconhecer ou compreender informações apresentadas por meio da audição. Este pode interferir consideravelmente no processo de aprendizagem. Nesse sentido, a avaliação do PAC em escolares tem sido um tópico de ampla discussão, tendo em vista a necessidade de procedimentos/ protocolos rápidos e de baixo custo, visando ações de promoção e prevenção da saúde auditiva em escolares.Objetivo: Comparar o desempenho da avaliação simplificada do Processamento Auditivo Central e SAB de escolares com e sem queixa de leitura. Métodos: Estudo aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição sob parecer nº. 1.765461.Caracteriza-se por ser um estudo documental retrospectivo e com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 40 escolares com faixa etária de 7 a 11 anos, divididos em dois grupos: grupo I composto 24 escolares com queixa de leitura e grupo II com 16 escolares sem queixa de leitura. Os escolares foram submetidos à audiometria para pesquisa de limiares auditivos, à avaliação simplificada do processamento auditivo (ASPA) , o Teste de Discriminação Auditiva, e a aplicação do questionário Scale of Auditiry Behavior (SAB) com os responsáveis. Resultados: Dos 40 escolares 28 (70%) relataram dificuldade no PAC, através do questionário SAB. Existe correlação positiva e moderada entre a queixa de leitura e os resultados do questionário SAB (ρ=,479; p<0,01). No entanto, o questionário SAB não se correlaciona com os testes da triagem. Ao comparar os testes da avaliação simplificada em ambos os grupos houve diferença significativa no teste de Discriminação Auditiva (U=58,0, p<0,001). Conclusão: Não observou resultados estatisticamente significativos entre o questionário SAB e os testes da ASPA, portanto o SAB, na população avaliada não foi útil para o rastreio do TPAC, mas sim para o rastreio dos transtornos de leitura. O teste de Discriminação Auditiva mostrou diferença significativa entre os grupos com a queixa e sem queixa de leitura.

Descritores: Triagem; Percepção Auditiva;Transtorno da Percepção Auditiva; Escolares; Transtorno de leitura.

Pereira KH. Manual de orientação: transtorno do processamento auditivo - TPAC. Florianopolis: Diosesc; 2014.
Germano GD,Pinheiro FH,Cardoso ACV, Santos LCAD,Padula NAMR,Capellini AS. Relação entre achados em Neurimagem,Habilidades Auditivas Metafonologicas em Escolares com Dislexia do Desenvolvimento. Rev.SBFA. São Paulo, 2009; 14 (3); 315-22.
Machado CSS, Valle H L B S, Paula K M, Lima S S. Caracterização do processamento auditivo das crianças com distúrbio de leitura e escrita de 8 a 12 anos em tratamento no Centro Clínico de Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Rev. CEFAC [Internet]. 2011; 13(3): 504-12.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.379
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO VESTIBULAR EM CRIANÇAS COM ENXAQUECA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Lins, I.P.S. ; Duarte, D.S.B. ; Melo, T.C.F. ; Evangelista, E.K.B. ; Fernandes, S.F.S. ; Santos, T.O.N. ; Melo, V.K.R. ; Britto, D.B.L.A. ; Griz, S.M.S. ;

Introdução: Descoberta no final do Séc. I, pelo médico grego Areteu, a enxaqueca é uma cefaleia de causa desconhecida, na qual ocorre uma constrição, em seguida uma dilatação, das artérias da cabeça, caracterizada por uma dor pulsátil. É marcante por seu forte incômodo cranial e, muitas vezes, problemas como dores abdominais, náuseas e vômitos. Nas crianças, é mais comum que a enxaqueca apareça sem cefaleia, estimando-se que cerca de 5 a 10% das crianças tenham enxaqueca. Objetivo: Descrever os exames mais realizados na investigação do funcionamento vestibular das crianças com enxaqueca. Método: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada no mês de maio de 2021, norteada pela seguinte pergunta condutora: Quais os exames mais utilizados para avaliar o sistema vestibular de crianças com enxaqueca? Foram utilizadas as seguintes bases de dados como fonte de artigos: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SciELO, ScienceDirect e PubMed. Para a busca utilizamos uma única chave em todas as bases: “migraine” AND “Vestibular screening” OR “test, vestibular function” OR “vestibular function test” AND “children” OR “child”. Foram incluídos estudos realizados com crianças de 0 até 12 anos, com diagnóstico de enxaqueca, submetidos a avaliação vestibular sem restrição de ano e idioma. Foram excluídos estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e teses de doutorado. Resultados: Inicialmente foram encontradas 1.871 publicações. Após leitura de títulos e resumos e exclusão das duplicatas e artigos que não se enquadravam nos critérios de elegibilidade, ficaram quatro artigos para inclusão nesta revisão. Todos os estudos foram publicados entre os anos de 2004 e 2016. A idade mínima encontrada dos participantes foi de 0 anos e a máxima 12 anos de idade. Os estudos apontam para o fato de o público infantil apresentar certa dificuldade em relatar os sintomas da doença, dessa forma, poucas chegam aos consultórios para diagnosticar e resolver o problema. Os exames trazidos nos estudos como sendo realizados nas crianças com enxaqueca para avaliação vestibular foram: Reflexo do Vestíbulo-Ocular (RVO) e as seguintes provas da Vectoeletronistagmografia (VENG): calibração dos movimentos oculares, pesquisa do nistagmo espontâneo de olhos abertos e fechados, pesquisa do nistagmo semiespontâneo, pesquisa do rastreio pendular, pesquisa do nistagmo optocinético. Conclusão: A avaliação precoce do sistema vestibular de crianças com cefaleia é de grande importância, a fim de diagnóstico precoce de alguma possível alteração vestibular, uma vez que podem causar mau desempenho escolar além de serem grandes causadores de incômodos às crianças.

1. BRODSKY, J.R.; CUSICK, B.A.; ZHOU, G. Evaluation and management of vestibular migraine in children: Experience from a pediatric vestibular clinic. Eur J Paediatr Neurol. 2016 Jan;20(1):85-92
2. FRANCO, E.S.; CAETANELLI, E.B. Analysis of the Vestibular System in Children Without Hearing and Vestibular Complaints by Computerized Vectonystagmography. Int. Arch. Otorhinolaryngol. 2006;10(1):46-54
3. NARCISO, A.R.; ZEIGELBOIM, B.S.; ALVARENGA, K.F.; JACOB, L.; FILHO, O.A.C.; RIBAS, A. Alterações Vestibulares em Crianças Enxaquecosas. @rq. otorrinolaringol 8(3): 201-206, set. 2004
4. RALLI, G.; ATTURO, F.; DE FILIPPIS, C. Idiopathic benign paroxysmal vertigo in children, a migraine precursor. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2009 Dec;73 Suppl 1:S16-8
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Página(s): p.334
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO VESTIBULAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)
Cabral, A. M. L. ; Carneiro, D. L. S. ; Evangelista, E. K. B. ; Silva, A. N. S. ; Silva, J. Q. ; Fernandes, S. F. S. ; Santos, T. O. N. ; Santos, M. M. V. ; Lins, I. P. S. ; Griz, S. M. S. ;

Introdução: O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é caracterizado por indivíduos que apresentam desatenção, hiperatividade e impulsividade, independente de outros diagnósticos psiquiátricos. Alguns estudos indicam que essas crianças apresentam a marcha e o equilíbrio alterados. Além disso, pacientes com TDAH são apontados com uma piora na função vestibular quando comparadas a crianças de mesma idade com desenvolvimento típico. Essa característica pode acarretar um pior desempenho cognitivo, além de influenciar na evolução da criança no ambiente escolar. Objetivo: Descrever os exames mais realizados na investigação do funcionamento vestibular das crianças e adolescentes com TDAH. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio de 2021, norteada pela seguinte pergunta condutora: Quais os exames mais utilizados para avaliar o sistema vestibular de crianças e adolescentes com TDAH? Foram utilizadas as seguintes bases de dados como fonte de artigos: Biblioteca Virtual em Saúde, Cochrane Library, SciELO, ScienceDirect, Scopus, PubMed e Web of Science. Para a busca utilizamos uma única chave em todas as bases: “attention déficit disorder with hyperactivity” AND “Vestibular screening” OR “test, vestibular function” OR “vestibular function test” AND “children” OR “child”. Foram incluídos estudos realizados com crianças de 0 até 18 anos, com diagnóstico de TDAH, que poderiam fazer uso de Metilfenidato (Ritalina), sem restrição de ano e idioma. Foram excluídos estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e teses de doutorado. Resultados: Inicialmente foram encontradas 1.357 publicações. Após leitura de título e resumo, restaram 49 para serem lidos na íntegra. Foram removidas 23 duplicatas e 6 estudos foram incluídos nesta revisão. Todos os estudos foram de estudos de Caso-Controle, publicados entre os anos de 2007 e 2020. A idade mínima encontrada dos participantes foi de 7 anos e a máxima 14 anos de idade. Nenhum dos estudos apresentou relato sobre queixas e/ou sintomas dos participantes. Os exames trazidos nos estudos como sendo realizados nas crianças e adolescentes com TDAH para avaliação vestibular foram: Vectoeletronistagmografia (VENG), Potencial Evocado Miogênico Cervical (cVEMP), Cadeira rotatória, Functional Head Impulse Test (fHIT), teste Bruininks-Oseretsky (BOT) e Vestibular Oculomotor Motor Screening (VOMS), sendo os mais utilizados pelos estudos inseridos a Cadeira Rotatória e a cVEMP. Foi observado que as crianças com TDAH apresentam resultados significativamente piores nesses testes quando comparados a crianças com desenvolvimento típico. Apenas um estudo realizou reabilitação vestibular nesta população. Conclusão: É importante realizar uma avaliação vestibular em pacientes com TDAH, a fim de diagnóstico precoce de alteração vestibular, caso eles tenham, e consequentemente intervenção adequada, como a reabilitação vestibular e/ou outra técnica que seja adequada e necessária a cada caso.

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais DSM-V. São Paulo: Manole, 2014.

Mao, H.-Y.; Kuo, L.-C.; Yang, A.-L.; Su, C.-T. Balance in children with attention deficit hyperactivity disorder-combined type. Research in Developmental Disabilities, v.35, n.6, p. 1252–1258, 2014.

Wang, J.; Wang, Y.; Ren, Y. A case-control study on balance function of attention deficit hyperactivity disorder (ADHD) children. Beijing Da Xue Xue Bao, v. 35, n. 3, p. 280–283, 2003.


Schautzer, F.; Hamilton, D.; Kalla, R.; Strupp, M.; Brandt, T. Spatial memory deficits in patients with chronic bilateral vestibular failure. Ann N Y Acad Sci, v. 1004, p. 316–324, 2003.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.250
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO VESTIBULAR EM IDOSO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
SILVA, A. N. S. ; CABRAL, A. M. L. ; EVANGELISTA, E. K. B. ; SILVA, J. Q. ; FERNANDES, S. F. S. ; CARNEIRO, D. L. S. ; LIMA, L. R. S. ; LINS, I. P. S. ; MELO, V. K. R. ; BRITTO, D. B. L. A. ;


INTRODUÇÃO: O envelhecimento humano é um processo natural de mudanças fisiológicas que atingem os órgãos e sistemas dos indivíduos, sendo caracterizado de forma biopsicossocial que podem comprometer a qualidade de vida do idoso. Nesse contexto, o sistema vestibular que é responsável pelo equilíbrio corporal também sofre modificações significativas, podendo destacar a tontura como um dos principais sintomas dessa alteração na população idosa. Dessa forma, a avaliação vestibular é essencial para avaliar a funcionalidade e verificar se há algum comprometimento ou não do sistema vestibular, sendo o Fonoaudiólogo um dos profissionais habilitados para realizar essa avaliação. OBJETIVO: Verificar, através de uma revisão integrativa da literatura, os principais testes vestibulares utilizados na avaliação vestibular em idosos. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio de 2021, norteada pela seguinte pergunta condutora: Quais os testes vestibulares mais utilizados para avaliar o sistema vestibular de idosos? Foram utilizadas as seguintes bases de dados como fonte de artigos: SciELO, Pubmed, Sciencedirect e da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Para a busca utilizamos uma única chave em todas as bases: “Vestibular screening OR test, vestibular function OR vestibular function test” AND “old man”. A revisão teve como critério de inclusão os artigos que tinham como público-alvo idosos a partir de 65 anos, submetidos a qualquer tipo de avaliação vestibular relacionada à função vestibular. Foram excluídas revisões de literatura, capítulo de livro, estudos envolvendo idosos com vestibulopatias de origem neurológica, Trabalho de Conclusão de Curso, dissertações, teses, estudos em animais, artigos duplicados e aqueles que não estavam de acordo com a temática. RESULTADOS: Após busca nas quatro bases de dados supracitadas, leituras de títulos e resumos, restaram 11 artigos para composição desta revisão. Todos os estudos foram de estudos de caso transversal, retrospectivo, descritivo, prospectivo, experimental e comparativo, publicados entre os anos de 2005 e 2020. Os estudos mostraram que os sintomas presentes nos pacientes foram: tontura, zumbido e dificuldade auditiva. Os exames trazidos nos estudos como sendo realizados em idosos para avaliação vestibular foram: vectoeletronistagmografia (VENG) incluindo calibração dos movimentos oculares, pesquisa de nistagmo espontâneo e semi-espontâneo, rastreio pendular, nistagmo optocinético, pesquisa dos nistagmos pré e pós-rotatório e prova calórica. Também foi utilizado o sistema computadorizado para pesquisa do nistagmos de posição e posicional, pesquisa do nistagmo e vertigem de posição e de posicionamento (PNVPP), sendo a VENG o teste mais usado para avaliar o sistema vestibular do idoso. CONCLUSÃO: A avaliação vestibular nos idosos, quando necessário, é de grande importância, visto que alterações vestibulares afetam negativamente a funcionalidade do idoso. Desta forma, uma avaliação e reabilitação do sistema vestibular de forma precoce é fundamental para obter uma melhor qualidade de vida e um envelhecimento saudável.

RUWER, Sheelen Larissa et al. Equilíbrio no idoso. Revista Brasileira do Otorrinolaringologia, São Paulo, v.75, n.2, p. 298-303, mai./jun.2015. Doi: https://doi.org/10.1590/S0034-72992005000300006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rboto/a/6CbY4Cv79FCbQF9dKkqb3GL/?lang=pt. Acesso em: 27 maio de 2021.

SCHERER, Sabrina et al. Tontura em idosos: diagnóstico otoneurológico e interferência na qualidade de vida. Revista Brasileira de Fonoaudiologia, São Paulo, v.17, n.4, p. 142-50, jun.2012. Doi: https://doi.org/10.1590/S1516-80342012000200007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsbf/a/YPhqjPhFZnvJTCZWZCKqnPL/?lang=pt. Acesso em: 27 maio de 2021.

ZANARDINI, Francisco Halilla et al. Reabilitação vestibular em idosos com tontura. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, São Paulo, v.22, n.4, p. 177-184, abr.-jun. 2007. Doi: https://doi.org/10.1590/S0104-56872007000200006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pfono/a/9VSdHZ8gpRN74Zj4FNsVfxw/?lang=pt. Acesso em: 28 maio de 2021.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.245
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÕES COMPORTAMENTAIS DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM POPULAÇÕES ACOMETIDAS POR LESÕES NEUROLÓGICAS NÃO DEGENERATIVAS: REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA
Aeschlimann SM ; Rabelo, CM ; Neves-Lobo, IF ; Schochat, E ;

Introdução: Para realizar o diagnóstico do Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é necessário aplicar uma bateria de testes capaz de abranger os diversos subprocessos realizados pelo sistema nervoso auditivo central. Além disso, tais testes devem ter sua sensibilidade comprovada por meio de sua aplicação em populações com lesões neurológicas bem definidas. A identificação da sensibilidade dos testes comportamentais do Processamento Auditivo Central (PAC) é essencial para garantir o adequado diagnóstico e consequente tratamento das populações afetadas pelo TPAC1. Objetivos: Identificar quais testes comportamentais do Processamento Auditivo Central têm se mostrado mais sensíveis para avaliar as alterações de habilidades auditivas nos últimos 5 anos, em indivíduos com lesões neurológicas não neurodegenerativas: Epilepsia, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), incluindo o TCE causado por exposição à explosão (blast). Metodologia: Conduziu-se uma busca nas bases de dados PubMed e SciELO com a palavra-chave auditory processing associada individualmente às palavras-chave: epilepsy, stroke, traumatic brain injury e blast. Foram selecionados artigos em inglês e português, publicados entre 2015 e 2020. Os artigos deveriam apresentar abordagem metodológica que referisse achados de avaliações comportamentais do processamento auditivo central em populações que sofreram uma das seguintes lesões neurológicas: Epilepsia, AVC e TCE. Devido à maioria dos estudos selecionados não oferecerem dados suficientes para calcular sua sensibilidade, foram considerados sensíveis os testes que apresentassem diferenças significativas entre o grupo controle e o grupo estudo, com piores resultados apresentados pelo grupo estudo. Resultados: Foram identificados 117 artigos para a palavra chave epilepsia, 174 para AVC, 68 para TCE e 15 para TCEs causados por exposição à explosão. Ao todo, foram selecionados 12 artigos que se enquadraram nos critérios de elegibilidade, sendo cinco de populações com diagnóstico de epilepsia, cinco de populações que sofreram TCE e dois de populações que sofreram AVC. Conclusões: Os testes comportamentais do PAC que apresentaram com maior frequência sensibilidade nos últimos cinco anos para avaliar indivíduos com lesões neurológicas não degenerativas foram: testes de processamento auditivo temporal (90% dos casos), testes de interação binaural (75% dos casos), teste dicóticos de dígitos (50% dos casos) e testes monoaurais de baixa redundância (33% dos casos).

1-American Speech-Language-Hearing-Association. (Central) auditory processing
disorders—the role of the audiologist. Position Statement of the Working Group on
Auditory Processing Disorders of the American Speech-Language-Hearing Association. 2005. [cited 2021 Jan 3]: 1-20. Available from: http://www.akaw.de/sites/default/files/2016-12/ASHA_CAPD_2005.pdf
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.315
ISSN 1983-1793X
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CARACTERIZAÇÃO DE CRIANÇAS ENCAMINHADAS PARA UM CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO PARA DIAGNOSTICO AUDIOLÓGICO
Rupolo, A.C ; Guerra, M.S ; Mendes, B.C.A ; Novaes, B.C.A.C ;

Introdução: O diagnóstico precoce da deficiência auditiva em crianças, realizado nos primeiros
meses de vida, juntamente com a intervenção, podem ser considerados fatores determinantes
para o desenvolvimento de habilidades auditivas e de linguagem. Fatores como o uso efetivo do
dispositivo eletrônico, a qualidade da amplificação, as expectativas dos familiares e sua implicação
com o tratamento são agentes importantes para o prognóstico da criança, bem como aspectos
relativos às condições socioeconômicas, culturais e acadêmicas. Mas é fato que muitas crianças
estão recebendo atendimento terapêutico fonoaudiológico de modo inconsistente sendo
constatado quando essas retornam para o acompanhamento audiológico periódico. Objetivo: O
objetivo deste estudo foi realizar caracterização demográfica e audiológica da população
encaminhada para diagnóstico audiológico, a partir dos procedimentos estabelecidos na Rede de
Saúde para um CER de deficiência auditiva no período de 2014 a 2018. Método: A pesquisa foi
realizada através de análise de prontuários e dados de agendamento no sistema de crianças com
suspeita de deficiência auditiva encaminhadas para diagnóstico audiológico atendidas no CER.
Analisou as seguintes variáveis: porcentagem de utilização das vagas, idade de início, sexo, região
de moradia, idade de conclusão do diagnóstico e diagnóstico. Resultados: Os resultados foram
organizados de acordo com a distribuição de crianças atendidas ao longo de 2014 a 2018 no
serviço de diagnóstico. As Vagas comparadas as utilizadas mostraram que o número de crianças
atendidas aumentou quando comparados os anos de 2014 a 2018; 59% das crianças atendidas são
meninos; houve aumento do número de crianças até três meses de idade encaminhadas para
diagnóstico; mais de 50% das crianças vêm da região sul de São Paulo; aproximadamente 35% das
crianças encaminhadas para diagnóstico audiológico tem perda auditiva neurossensorial.
Conclusão: O estudo possibilitou a análise do fluxo de agendamentos de crianças no serviço,
contribuindo para decisões na gestão de vagas e procedimentos a serem realizados. A triagem
auditiva neonatal facilitou o acesso ao diagnóstico audiológico precoce, entretanto, muitas
crianças ainda chegam tardiamente aos serviços de diagnóstico.

Deperon,T.M et al, Audibilidade e desenvolvimento de linguagem oral em crianças com deficiência de audição. Distúrbiodecomun,2018.

Fichino,SN; Avelino, VLF; Lewis,DR. Característica demográficas e audiológicas da população pediátrica de um centro de referência em saúde auditiva de São Paulo. Distúrbiodecomun,2018.

Silva TA, Novaes BCAC. Saúde Auditiva: acompanhamento das crianças com deficiência auditiva diagnosticadas no Centro Audição na Criança: vivência de pais e terapeutas quanto ao processo terapêutico e desenvolvimento da criança. Relatório de pesquisa de Iniciação Científica PIBIC-CNPq. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2018.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.335
ISSN 1983-1793X
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CARACTERIZAÇÃO DO ATENDIMENTO DE IDOSOS COM TONTURA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Silva, A.M. ; Barroso, A.S. ; Freitas, G.V. ;

Introdução: Com o avanço da idade, o idoso passa por mudanças siológicas e estruturais que afetamsua qualidade de vida. A tontura é um sintoma frequente em idosos e está relacionada às causasmultifatoriais da ocorrência de quedas nessa população. O Sistema Único de Saúde recebe a maiorparte desses idosos e depende de equipes preparadas para recebê-los. Objetivo: caracterizar oatendimento de idosos com tontura no Sistema Único de Saúde. Metodologia: Foram selecionadosartigos cientícos indexados nas bases de dados Periódicos Capes, Lilacs e Scielo, publicados noperíodo de 2010 à 2020, em português. Como critério de seleção os artigos deveriam relacionar oatendimento de idosos com tontura à rede de atendimento do SUS, seja na atenção primária,secundária ou terciária. A pesquisa levantou 552 resultados, dos quais 535 foram descartados porcritérios diversos, restando 17 para análise. Resultados: Foi encontrado a incidência de tontura,sintomas vestibulares, quedas, aplicação de questionários para caracterização da população e dosfatores de risco, tipo de avaliação e reabilitação realizadas, problemas presentes nas políticas voltadasao idoso e os prossionais envolvidos no atendimento a essa população. Conclusões: O atendimentodo idoso com tontura no sus compreende anamnese, caracterização do perl com fatores de risco,avaliação auditiva, vestibular, cognitiva, física e a reabilitação vestibular. Observamos escassez nonúmero de publicações que envolviam o fonoaudiólogo na equipe multidisciplinar.

ANTES, D.L.; SCHNEIDER, I.J.C.; D’ORSI, E. Mortalidade por queda em idosos: estudo de série temporal.Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2015; 18(4):769-778.

ANTUNES, M.J.F.S.; NOGUEIRA, M.F.; ALEXANDRINO, A; MACEDO, G.G.C; COSTA, A.R.A. et al. Avaliação dorisco de quedas em idosos assistidos na Estratégia Saúde da Família. Rev. Rene. 2018;19:e32713.

BARELA, J.A. Estratégias de controle em movimentos complexos: Ciclo per-cepção-ação no controlepostural. Rev Paul Educ Fís, 2000;1(supl.3):79-88.

DAMASCENO, M.J.C.F.; CHIRELLI, M.Q. Implementação da Saúde do Idoso na Estratégia Saúde daFamília: visão dos prossionais e gestores. Ciência & Saúde Coletiva, 24(5):1637-1646, 2019.

FALSARELLA, G.R.; GASPARATTO, L.P.R.; COIMBRA, A.M.V. Quedas: conceitos, frequências e aplicações àassistência ao idoso: Revisão da literatura. Rev. Bras. Geriatria. Gerontol., Rio de Janeiro, 2014; 17(4):897-910.
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Página(s): p.405
ISSN 1983-1793X
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CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL CARDIOVASCULAR, METABÓLICO E OTONEUROLÓGICO DO PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Soares, A. K. A. ; Nascimento, G. F. F. ; Lizzi, E. A. S. ; Diniz, R. V. Z. ; Diniz Júnior, J. ; Mantello, E. B. ;

Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) se caracteriza pela configuração de diferentes sinais e sintomas, secundários à inabilidade do coração de suprir as necessidades metabólicas do organismo. Os danos causados pela IC podem propiciar comprometimento periférico e/ou central do sistema vestibular e provocar a atenuação da oxigenação da orelha interna, de forma a acarretar sintomas otoneurológicos, como perda auditiva, tontura, vertigem, pré-síncope e desequilíbrio. Objetivo: Caracterizar o perfil cardiovascular, metabólico e otoneurológico do paciente com Insuficiência Cardíaca. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer de nº 2.809.558, caracterizado como documental, retrospectivo, descritivo e analítico. Foram levantados os dados de prontuário de pacientes com diagnóstico de IC que apresentavam queixas típicas de vestibulopatias periféricas. Foi realizada a análise descritiva básica das informações relacionadas à avaliação cardiológica do paciente como tipo e origem da IC, dados metabólicos como colesterol (total, LDL e HDL), triglicerídeos, índice glicêmico e de massa corporal (IMC), comorbidades associadas e sintomas vestibulares. Resultados: A amostra constituiu-se por 34 pacientes com média de idade em 55.09 anos, sendo 27 homens (79.41% - média de idade: 55,11 anos) e 7 mulheres (20.59% - média de idade 55 anos). Com relação ao perfil cardiovascular, 21 pacientes (61.76%) apresentavam IC do tipo sistólica, enquanto 13 (38.24%) eram classificados como diastólica. 11 pacientes (32.35%) tinham IC de origem isquêmica, enquanto 67.65% tinham como origem cardiomiopatias variadas. Quanto aos parâmetros metabólicos, observou-se médias da taxa de colesterol total em 165.76mg/dl (HDL=39.21mg/dl e LDL=101.79mg/dl), triglicerídeos em 141.94mg/dl, glicemia em 111.35mg/dl e índice de massa corporal (IMC) em 25.83Kg/m2. Os valores destas médias estavam dentro dos padrões de normalidade, exceto a glicemia e o IMC que apresentaram valores de média superior ao limite de referência indicados. Com relação as comorbidades associadas à IC, observou-se que 32.35% dos pacientes apresentavam diagnóstico de Diabetes Mellitus (DM), 23.35% apresentavam dislipidemia (DLP), 26.47% relataram já ter sofrido um infarto e 8.82% apresentaram um quadro de acidente vascular cerebral. Vale ressaltar que os pacientes estavam em frequente acompanhamento médico e faziam uso de medicações específicas para controle da IC e das demais comorbidades associadas. Os sintomas otoneurológicos relatados foram tontura (73.53%), vertigem (52.94%), pré-sincope (35.29%) e desequilíbrio ou instabilidade (26.47%). Conclusão: Neste estudo, os pacientes com insuficiência cardíaca apresentaram predomínio da etiologia isquêmica, queixa de tontura, a Diabetes Mellitus como comorbidade associada ao quadro cardiovascular e índices metabólicos dentro dos padrões de normalidade, exceto para a taxa glicêmica e para o IMC, os quais estavam acima dos valores de referência.

Castillo JS, Sánchez FA. Insuficiencia cardíaca. Generalidades. Medicine - Programa de Formación Médica Continuada Acreditado. 2017; 12 (35), 2085–2091.

Dourado MB, Oliveira FS, Gama GGG. Perfis clínico e epidemiológico de idosos com insuficiência cardíaca. Revenferm UFPE. 2019: 13(1):408-15.

Bittar, RSM et al. Prevalência das alterações metabólicas em pacientes portadores de queixas vestibulares. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 2003; 69 (1): 64-68.

Bittar RSM, Sanchez TG, Santoro PP, Medeiros IRT. O metabolismo da glicose e o ouvido interno. Arq Otorrinolaringol 1998;2(1):4-8.

Scherer S, Lisboa HRK, Pasqualotti A. Tontura em idosos: diagnóstico otoneurológico e interferência na qualidade de vida. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 2012; 17(2)142-150.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.272
ISSN 1983-1793X
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COMPARAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE TRIAGEM AUDITIVA NO INÍCIO DO MONITORAMENTO AUDIOLÓGICO DE CRIANÇAS EXPOSTAS AO VÍRUS ZIKA.
Martins, A.B.N. ; Araújo, F.C.M. ;

Introdução: O vírus Zika (VZIKA) é um flavivírus com sintomatologia semelhante aos vírus da dengue e chikungunya e também transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Após a confirmação do primeiro caso, no Brasil, em 2015, a maior prevalência foi registrada na região Nordeste do país. Tem sido apontado como uma das características da Síndrome Congênita do Vírus Zika (SCZ), a perda auditiva, sendo a síndrome considerada um Indicador de Risco para Deficiência Auditiva (IRDA) desde 2016. A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) é realizada para identificação de risco de perda auditiva em crianças até o primeiro mês de vida, sendo indicado o Potencial Evocado Auditivo do Tronco encefálico automático (PEATE-a) na presença de IRDA e as emissões otoacústicas (EOA) em bebês de baixo risco. No entanto, as EOAT e o PEATE-a também podem ser utilizados como procedimentos de triagem auditiva, norteando decisões clínicas, tendo sua análise e interpretação adequadas às faixas etárias avaliadas. Objetivo: Caracterizar os achados do monitoramento quanto ao início e os resultados da triagem auditiva, comparando os resultados das emissões otoacústicas com os do potencial evocado auditivo do tronco encefálico automático em crianças expostas ao vírus Zika. Metodologia: O estudo é do tipo descritivo, observacional, transversal, com aprovação no comitê de ética em pesquisa sob parecer de número 1.043.558. Foram coletados dados de 41 pacientes encaminhados de uma maternidade escola, entre 2015 e 2019. Os critérios de seleção foram: a) crianças nascidas com microcefalia, b) a mãe tenha apresentado histórico de contaminação pelo VZIKA durante a gestação e c) que não apresentaram má formação de orelhas. Foram coletados dados do primeiro atendimento: anamnese e triagem auditiva. No monitoramento como primeira etapa da avaliação utilizou-se os procedimentos de EOAT e o PEATE-a, no modo triagem, com o equipamento automático Aaccuscreen da Madsen. Os resultados e informações foram tabuladas em uma planilha do Excel e realizada estatística descritiva. Resultados: das 41 crianças, 21 eram do gênero masculino, com idade entre 0 e 4 anos, sendo: 14,6% (n=6) de 0 a 3 meses,26,8% (n=11) de 4 a 6 meses, 21,9% (n=9) de 7 a 12 meses e 36,5% (15) maiores de 1 ano). Em 17 crianças não foi possível realizar a TA. Das 24 que realizaram, 100% foram avaliadas com as EOAT e 41,7% fizeram também o PEATE-a. Obteve-se um resultado de falha em 41,7% com uso das EOAT e em 30% com PEATE-a. Conclusões: O início do monitoramento no VZIKA tem ocorrido tardiamente. A idade e a condição clínica podem dificultar a conclusão das avaliações, sendo os procedimentos de triagem norteadores nas decisões clínicas no início do diagnóstico auditivo. Uma maior falha, principalmente com as EOAT, pode estar associada a questões condutivas. Um alto risco para alterações auditivas, permanentes ou temporárias, se mantém para esta população.

Ventura CV, Maia M, Ventura B V, Van Der Linden V, Araújo EB, Ramos RC, et al. Ophthalmological findings in infants with microcephaly and presumable intra-uterus Zika virus infection. Arq Bras Oftalmol. 2016;79(1):1–3.
2. Vasconcelos PFC. Doença pelo vírus Zika: um novo problema emergente nas Américas? Rev Pan-Amazônica Saúde. 2015;6(2):9–10.

Ministério da Saúde. Microcefalia: causas, sintomas, tratamento e prevenção [Internet]. [cited 2020 Apr 20]. Available from: https://saude.gov.br/saude-de-a-z/microcefalia

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal. Bibl do Minist da Saude do Bras. 2012;32:638.

Busa J, Harrison J, Chappell J, Yoshinaga-Itano C, Grimes A, Brookhouser PE, et al. Year 2007 position statement: Principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. Pediatrics. 2007;120(4):898–921.

BRASIL. Protocolo de Vigilância e resposta à ocorrência de Microcefalia e/ou Alteraçõe do sistema nervoso central central (SNC) - emergência de saúde pública de importância internacional - ESPII. 2a edição - 10/03/2016. 2016;55–55.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.322
ISSN 1983-1793X
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CONDIÇÕES DE SAÚDE MATERNO-INFANTIL QUE IMPLICAM EM RISCO PARA PERDAS AUDITIVAS: UM MAPEAMENTO NACIONAL
Cunha, M. R. M. ; Silva, G. P. S. ; Araújo, E. S. ;

Introdução: De acordo com o relatório mundial da audição de 2021, estima-se que cerca de 60% da perda auditiva em crianças podem ser evitadas. Assim, além da educação em saúde, a prevenção da perda auditiva congênita e na infância envolve estratégias que inclui imunização de meninas e mulheres, cuidados maternos e neonatais nos períodos pré-natal e perinatal e o aconselhamento genético. A Organização Mundial da Saúde destacou que o perfil e as causas da perda auditiva têm ampla variabilidade dentre as diferentes localidades, assim como é distinta a disponibilidade de infraestrutura e recursos para solucioná-lo. Neste contexto, ressaltou a importância de cada país desenvolver seu próprio plano estratégico, sendo a avaliação situacional em relação aos cuidados auditivos, o primeiro passo fundamental. Objetivo: Analisar as condições de saúde materno-infantil nas diferentes regiões do país, que implicam em risco para a perda auditiva. Trata-se de um estudo ecológico, do tipo descritivo analítico, de caráter retrospectivo, com dispensa do Comitê de Ética e utilização dos dados registrados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). Foram selecionadas condições de saúde materno-infantil coerentes com os indicadores de risco para a deficiência auditiva (IRDA) previstos em recomendações nacionais e internacionais: baixo peso ao nascer, prematuridade, apgar neonatal no primeiro (de 0 a 4) ou no quinto minuto (0 a 6), meningite, Zika, hidrocefalia e microcefalia. Além disso, analisou-se o perfil materno e a realização do pré-natal adequado. Os dados foram analisados por regiões do país em 2010 e 2019, exceto para o Zika Vírus, com surgimento em 2015. Resultados: Dentre as regiões do Brasil, o Sudeste apresentou maior percentual de nascidos vivos nos anos analisados (43,3%), seguido por Nordeste (27,5%), Sul (13,1%), Norte (8,8%) e Centro-oeste (7,3%). Quanto aos IRDA, o baixo peso ao nascer, apgar, hidrocefalia e microcefalia se mantiveram equivalentes ao quantitativo de nascidos vivos para cada região, demonstrando proporcionalidades diretas. Contudo, não se observou nenhum decréscimo destas condições entre os anos de 2010 e 2019. A prematuridade ainda é expressivamente recorrente e o Nordeste é a região com maior quantitativo de pré-termos inferiores a 22 semanas (2010=41,7% e 2019=38,8%). Casos de meningite foram mais ocorrentes no Sudeste (54,6%) e no Sul (23,5%) e os casos de Zika Vírus se concentraram majoritariamente no Nordeste (40,2%). Em relação ao perfil materno, é preponderante a população parda no Nordeste (45,7%) e indígena no Norte (53%), mantendo percentuais equivalentes em 2019. Tem-se no Nordeste o maior quantitativo de mães com ensino fundamental II incompleto e o Sudeste se destaca com maior percentual de ensino médio completo e/ou graduação. A realização do pré-natal adequado constitui uma variável preocupante tanto em 2010 quanto em 2019 nas diferentes regiões, sobretudo no Nordeste. Conclusão: Não houve diferença das condições de saúde materno-infantil que implicam em risco para a perda auditiva ao comparar os anos de 2010 e 2019 e as regiões. Ações de saúde pública voltadas a estes indicadores e articuladas com a atenção primária à saúde têm amplo potencial para refletir na saúde auditiva infantil.

LÔBO, Morenah Gomes; DE ANDRADE, Caio Leônidas Oliveira; ALVES, Crésio. Avaliação da cobertura da triagem auditiva neonatal nas macrorregiões de saúde do estado da Bahia entre os anos de 2011 a 2018. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v. 19, n. 4, p. 565-571, 2020.
MARINHO, Joseanne Zingleara Soares. As políticas públicas de gênero no Piauí: a saúde materno-infantil (1930-1945). Vozes, Pretérito & Devir: Revista de historia da UESPI, v. 9, n. 1, p. 233-254, 2019.
JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING - JCIH. Year 2019 position statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. Journal of Early Hearing Detection and Intervention, v. 4, n. 2, p. 1-44, 2019. DOI: 10.15142/fptk-b748
LEWIS, Doris Ruthy et al. Comitê multiprofissional em saúde auditiva COMUSA. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 76, n. 1, p. 121-128, 2010.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). World Report on Hearing. 2021. [citado 2021 jun 11]. Disponível em: < https://www.who.int/publications/i/item/world-report-on-hearing>
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.387
ISSN 1983-1793X
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CONHECIMENTO DE MILITARES SOBRE SAÚDE AUDITIVA
Livramento, GV ; Magalhães, TB ; Simões, MMS ; Taquary, EPF ; Kuchar, J ;

Introdução: Os militares das Forças Armadas Brasileiras exercem atividades nas quais ficam expostos a ruídos intensos que podem causar lesões no sistema auditivo e efeitos em outros sistemas do organismo, já que uma das causas mais comuns das perdas auditivas é a exposição a ruídos, a qual pode diminuir o campo dinâmico da audição e causar dificuldades para reconhecer os sons. Objetivos: Verificar a influência de uma ação à promoção à saúde no conhecimento de militares sobre saúde auditiva. Métodos: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer consubstanciado número 4.319.951. A amostra foi composta por 15 militares voluntários com idades variantes de 21 à 60 anos (x= 45,26), todos do sexo masculino, os quais tiveram sua participação de forma virtual por meio da ferramenta Google Forms. O protocolo do estudo consistiu de sete partes: assinatura do termo de consentimento, dados pessoais dos voluntários, preenchimento do questionário "Crenças e Atitudes sobre Proteção Auditiva e Perda Auditiva" versão A, visualização do vídeo educativo sobre saúde auditiva, preenchimento da versão B do questionário citado e por fim o download de uma cartilha informativa. Na análise dos dados, foram calculados os escores das respostas das versões A e B do questionário, para cada questão e por área temática como proposto pelos autores, sendo utilizado o teste “t” pareado, a fim de verificar se as duas médias coletadas diferem de forma significativa. Resultados: Foi verificada diferença estatisticamente significante (p<0,05) em 7 questões e 2 áreas temáticas (Percepção de obstáculos para ação preventiva: atenuação de sons importantes e comunicativa), mostrando melhora no nível de informações após a apresentação do vídeo informativo. Conclusão: Após a ação educativa ocorreram mudanças significativas na perspectiva dos militares quanto quanto ao seu conhecimento sobre saúde auditiva, principalmente em relação à prevenção das perdas auditivas, no que se refere à percepção de obstáculos para ação preventiva, desta forma, percebe-se a necessidade de projetos sobre cuidados com a audição voltados para o ambiente de trabalho militar.

1. BRASIL. Ministério da Defesa (MD). Livro Branco de Defesa Nacional. Brasília, DF, 2016. 186 p.
2. Chagas TAL, Aurélio FS, Kuniyoshi IC, Soares JR. Mensuração do ruído das principais armas utilizadas no exército brasileiro. 2012.
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4. Heupa AB, Gonçalves CG, Coifman H. Effects of impact noise on the hearing of military personnel. Braz J Otorhinolaryngol. 2011 Nov-Dec;77(6):747-53.
5. Neves BE, Mello MGS. O uso de dispositivos de proteção auditiva nos tiros de fuzil e artilharia. Cad Saúde Colet.2007;15:97-116.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.417
ISSN 1983-1793X
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CONSTRUÇÃO DE UM VÍDEO EDUCATIVO SOBRE SAÚDE AUDITIVA PARA MILITARES
Magalhães, TB ; Simões, MMS ; Livramento, GV ; Kuchar, J ;

INTRODUÇÃO: As perdas auditivas podem ocorrer por danos, lesões ou anomalias nas estruturas do sistema auditivo, sendo que uma das suas causas mais comuns os efeitos da exposição a ruídos. A incidência de perdas auditivas induzidas por ruído e lesões pós trauma acústico é comum no ambiente militar, no entanto, são mínimas as publicações abordando a atuação do fonoaudiólogo voltada à população militar para promoção da saúde auditiva. Nesta perspectiva, acredita-se que o fonoaudiólogo pode criar e aplicar tecnologias, como por exemplo o vídeo, a fim de mediar práticas educativas em contexto militar, no processo de prevenção e promoção da saúde auditiva, na qual a Fonoaudiologia poderá vir a modificar os hábitos de vida e de saúde dos militares. OBJETIVOS: Desenvolver um material informativo sobre saúde auditiva para militares. MÉTODOS: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer consubstanciado número 4.319.951. O vídeo educativo foi preparado em forma de mídia eletrônica e sua elaboração foi dividida em três etapas: Pré-produção (preparação e planejamento), Produção e Pós-Produção (edição). Após finalizar as etapas, o vídeo educativo foi disponibilizado para as avaliadoras, 5 fonoaudiólogas, sendo 2 militares, 1 ex-militar e 2 civis, com idade variando entre 31 e 40 anos (x=37,6; dp=3,71), para ser avaliado quanto à sua adequação para o paciente/militar, mediante a aplicação do questionário “Suitability Assessment of Materials” (SAM) traduzido para o Português. RESULTADOS: O vídeo educativo foi finalizado com tempo de 10 minutos e 7 segundos, contendo 24 cenas. Na avaliação pelas juízas, o vídeo elaborado foi considerado adequado por duas juízas e ótimo por três juízas. CONCLUSÃO: Foi possível desenvolver um material informativo em formato de vídeo educativo sobre saúde auditiva para militares e avaliá-lo quanto à sua adequação para o paciente/militar, sendo classificado como adequado e ótimo.

1. Bramatti L, Morata TC, Marques JM. Ações educativas com enfoque positivo em programa de conservação auditiva e sua avaliação. 2008;10(3):398-408.
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3. Heupa AB, Gonçalves CG, Coifman H. Effects of impact noise on the hearing of military personnel. Braz J Otorhinolaryngol. 2011;77(6):747-53.
4. Neves BE, Mello MGS. O uso de dispositivos de proteção auditiva nos tiros de fuzil e artilharia. Cad Saúde Colet.2007;15:97-116.
5. Sousa CS, Turrini RNT, Poveda VB. Tradução e adaptação do instrumento “Suitability Assessment of Materials” (SAM) para o portuguê s. Rev enferm UFPE on line, 2015; 9(5):7854-61.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.415
ISSN 1983-1793X
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CONTRIBUTOS DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES PERCEPTIVAS, COGNITIVAS E SOCIAIS EM CRIANÇAS COM IMPLANTE COCLEAR
SAID, P.M. ; FREDERIGUE-LOPES, N.B. ; RAZABONE, L.C. ; ABRAMIDES, D.V.M. ;

A inclusão socioeducativa e cultural de crianças é um tema atual tendo em vista as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) que preconizam o desenvolvimento das habilidades de vida como fator de proteção nestas etapas do ciclo vital. A literatura aponta que atividades musicais, como a musicalização infantil, é estratégia eficaz para promover tais habilidades, o que pode justificar a sua aplicabilidade nos vários contextos vivenciados por crianças. No caso de crianças com Implante Coclear (IC), observa-se que geralmente as mesmas têm dificuldade em desenvolver essas habilidades. Objetivos: investigar o efeito da Musicalização Infantil sobre o repertório de habilidades perceptivas, cognitivas e sociais em crianças com IC entre 06 e 10 anos de idade. Métodos: Foram selecionados para o presente estudo 10 sujeitos com IC, ambos os sexos, faixa etária de 06 a 10 anos, que formaram o grupo experimental. Este foi um estudo clínico randomizado, duplo-cego, que foi adotado por envolver a condição experimental permitindo múltiplas comparações, onde todos os sujeitos participaram de um semestre de aulas de musicalização infantil e foram avaliados quatro vezes, dois meses antes do início, no início, no meio e ao final da coleta, por meio do Sistema de Avaliação de Habilidades Sociais (SSRS), Inventário multimídia de habilidades sociais (IMHS), Teste de Classificação de Cartas de Wisconsin (WCST) e Escala de Bem-estar e Envolvimento, utilizado para avaliar os sujeitos durante as aulas, que foram gravadas e foram avaliadas por três juízes (educadores musicais externos a coleta), pré e pós intervenção. As Educadoras Musicais envolvidas na coleta também avaliaram os sujeitos durante e após o término da coleta, por meio do diário de classe. O teste de Kappa de Fleiss verificou a confiabilidade intrajuizes nas análises da escala de bem-estar e envolvimento e para avaliar os dados gerados pelo referido instrumento foi utilizado o Teste de Wilcoxon. Para comparação das múltiplas avaliações dos outros instrumentos foi utilizado o Teste ANOVA para análise de variância de medidas repetidas. (p<0,05). Este Estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FOB/USP-nº 2.820.891. Resultados Os resultados apontam que houve melhora estatisticamente significativa no SSRS no escore global e nos fatores, responsabilidade, desenvoltura social, autocontrole, assertividade, afetividade e cooperação, civilidade e nos problemas de comportamento externalizantes, bem como na competência acadêmica. O IMHS apresentou diferença estatisticamente significante na assertividade e enfrentamento-habilidoso, habilidoso passivo e Participação – Não Habilidoso Passivo. O WSCT apontou significância no nível conceitual, categorias completadas, número de ensaios e aprendendo a aprender. O teste de Wilcoxon apontou diferença estatisticamente significante na visão dos juízes na escala de bem-estar e envolvimento. Conclusão: Concluiu-se que crianças com IC, expostas a Musicalização Infantil, obtiveram melhora no repertório de Habilidades Cognitivas (funções executivas), Sociais (responsabilidade, afetividade, cooperação, assertividade, desenvoltura social, civilidade, autocontrole, enfrentamento e participação) com redução de problemas de comportamento externalizantes e hiperatividade e incremento da competência acadêmica. No que se refere aos níveis de bem-estar e envolvimento, também houve melhora estatisticamente significante.
Palavras-chaves: Música. Implante Coclear. Cognição. Percepção. Habilidades Sociais.

Gfeller, K. (2016). Music-based training for pediatric CI recipients: A systematic analysis of published studies. European Annals of Otorhinolaryngology, Head and Neck Diseases, 133, S50-S56.

Gordon E. (2000). Teoria da Aprendizagem Musical Para Recém Nascidos e Crianças em Idade Pré-Escolar. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Torppa, R., & Huotilainen, M. (2019). Why and how music can be used to rehabilitate and develop speech and language skills in hearing-impaired children. Hearing research, 380, 108-122.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.225
ISSN 1983-1793X
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COVID 19 E ZUMBIDO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Bressiano, E.C. ;

Introdução: A COVID ‐ 19 é declarada uma pandemia global em 11 de março de 2020. Os sintomas de COVID-19 são semelhantes aos observados em outras infecções respiratórias superiores que envolvem sintomas de nariz, garganta e vestibulococleares, como perda auditiva, tontura, vertigem e zumbido. O zumbido pode ser unilateral ou bilateral, presente com ou sem perda auditiva e pode ser semelhante aos toques, assobios, zumbidos, chilrear ou cliques. Na literatura científica, ainda há poucos relatos sobre os efeitos do coronavírus em específico sobre sintomatologia de zumbido, sendo que a maioria dos estudos descrevem o zumbido associado a outras alterações auditivas e vestibulares. Objetivo: Verificar o que há na literatura científica sobre associação do zumbido em pacientes que contraíram o novo coronavírus, sem que houvesse zumbido pré-existente. Metodologia: realizou-se uma revisão de literatura seguindo as recomendações de PRISMA Statement, sobre uma provável associação do zumbido e indivíduos acometidos pelo Coronavírus, verificando sua prevalência e características específicas. Para a seleção dos estudos, foi realizado levantamento bibliográfico de textos publicados no período de 2019 à 2021 em bases de dados eletrônicas como LILACS, SciELO e PubMed. Com os seguintes descritores: zumbido, tinnitus, e covid 19, intercalados pelo operador booleano “AND”. As combinações das palavras utilizadas para a busca foram as seguintes: zumbido AND covid 19; tinnitus AND covid 19. Resultados: Oito estudos foram revisados na íntegra, a amostra foi de um paciente no primeiro estudo, cento e oitenta e cinco pacientes no segundo, cinquenta pacientes no terceiro, três mil cento e três pacientes no quarto estudo, cento e sessenta e seis pacientes no quinto, oitenta e seis pacientes no sexto estudo, no sétimo um paciente e de quarenta e oito pacientes no oitavo estudo. Quanto as metodologias para a verificação de zumbido, no primeiro e sétimo estudo foram realizados exames de audiometria, Imitanciometria, emissões otoacústicas e avaliação de zumbido, no segundo e quarto estudos foram questionários online, no terceiro questionário THI, no quinto estudo questionário sobre os sintomas vestibulococleares, no sexto realizado análise cronológica dos sintomas, e no oitavo estudo audiometria tonal, teste de vHIT. Foram observados, no primeiro estudo e sétimo estudo de caso, sintomas de zumbido nos pacientes. No segundo estudo houve presença de zumbido em 23,2% dos pacientes, no terceiro em 20%, no quarto estudo 7 pacientes de 3103 referiram zumbido, no quinto estudo em 11,2%, no sexto 3,5% pacientes e no oitavo 4,2%. Todos estes referem frequência de zumbido e associação com outros sintomas audiovestibulares, como perda auditiva e vertigem. Conclusão: A partir dos estudos, observou-se que embora o zumbido tenha estado presente em pacientes que contraíram coronavírus ainda não há consenso sobre a real frequência do zumbido nesses pacientes, assim como a sua permanência após a melhora do quadro viral. Ainda existem poucos estudos da relação do zumbido com o Coronavírus, sendo que há a necessidade de mais estudos sistematizados para que se possa analisar os efeitos, prognóstico e tratamento em relação à doença e ao zumbido.

Viola P, Ralli M, Pisani, D, Malanga D, Sculco D, Messina L et al. Tinnitus and equilibrium disorders in COVID-19 patients: preliminary results. 2020, Eur Arch Otorhinolaryngol. ePub.

Freni F, Meduri A, Gazia F,NicastroV, Galletti C, Aragona P et al. Symptomatology in head and neck district in coronavirus disease (COVID-19): A possible neuroinvasive action of SARS-CoV-2. Am J Otolaryngol. 2020;41(5):102612.

Özçelik Korkmaz M, Eğilmez OK, Özçelik MA, Güven M. Otolaryngological manifestations of hospitalised patients with confirmed COVID-19 infection. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2021;278(5):1675-1685.

Chirakkal P, Al Hail AN, Zada N, Vijayakumar DS. COVID-19 and Tinnitus. Ear Nose Throat J. 2021;100(2_suppl):160S-162S.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.371
ISSN 1983-1793X
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COVID-19 E ALTERAÇÕES NO SISTEMA AUDITIVO E VESTIBULAR: REVISÃO DA LITERATURA.
Batista, B.M.B.C. ; Alvarenga, K.F. ; Cardoso, M.J.F. ; Lopes, T.A. ; Jacob-Corteletti, L.C.B. ;

Introdução: O agente patogênico SARS-CoV-2 se disseminou pelo mundo em 2020 provocando uma pandemia, denominada de Covid-19. Apresenta-se por uma infecção assintomática leve do trato respiratório superior e/ou uma pneumonia viral grave com insuficiência respiratória, podendo evoluir para óbito. A perda auditiva (PA) pode ser considerada uma das alterações comuns desenvolvidas em casos de infecção viral, e sua recuperação pode ocorrer espontaneamente ou não. Objetivo: Analisar a literatura para verificar a relação da PA ocasionada pela Covid-19 e as manifestações auditivas e vestibulares em indivíduos infectados, ou pelo tratamento. Metodologia: Realizou-se o levantamento da literatura nacional e internacional, publicadas em Inglês, Espanhol ou Português, utilizando-se as bases de dados MEDLINE, LILACS, IBECS e ISI (Web of Science), PUBMED, palavras chaves “hearing loss”, “vertigo diziness”, “covid-19”, “coronavírus infections”. Resultados: Trinta e dois estudos compuseram a revisão. Na Covid-19, a literatura refere que após a infeção do vírus pelas vias aéreas ocorrer sua penetração nos pulmões por meio da enzima conversora da angiotensina 2 (ECA2), o vírus liga a cadeia beta da hemoglobina e penetra no eritrócito, podendo ser transportado por estes e possivelmente infectando todos os tecidos que a possuem. Assim, considerando a alta quantidade de enzima ECA2 no cérebro e no bulbo, o centro auditivo localizado no lobo temporal pode sofrer danos com o aumento da carga viral. Outro fato descrito, é a ocorrência de desoxigenação, quando o vírus infecta os eritrócitos, se houver uma ativação excessiva do vírus no centro auditivo do cérebro, pode ocorrer a possibilidade de hipóxia e consequentemente lesão do centro auditivo. Considerando os efeitos neurais do vírus, é provável que ele afete outros pares de nervos cranianos, incluindo o nervo vestibular, e pode causar alterações no equilíbrio corporal. Há evidências de que a neuroinvasão da SARS-CoV-2 envolve centros auditivos no cérebro como o lobo temporal, e o dano no sistema auditivo secundário por infecções virais é, normalmente, intracoclear, podendo afetar o tronco encefálico auditivo. Observou-se que dentre as consequências auditivas, se inclui: PA sensorioneural súbita uni ou bilateral, PA sensorioneural de grau leve a profunda, otite, otalgia, zumbido, nos sintomas vestibulares encontraram vertigem, distúrbios do equilíbrio e neurite vestibular. As alterações ocorreram em casos leves ou sem sintomas de Covid-19 e alguns indivíduos apresentaram melhoras dos sintomas enquanto outros precisaram de intervenção por meio de medicamentos, indicação de aparelho auditivo e implante coclear. No tratamento, medicamentos ototóxicos são prescritos, e podem causar danos às estruturas da orelha interna por meio de lesões nas células ciliadas sensoriais cocleares, perda das células de suporte e atrofia da estria vascular. A cloroquina e hidroxicloroquina foram relacionadas à manifestação de PA sensorioneural e/ou zumbido e/ou alteração do equilíbrio, podendo ser temporária ou permanente. Conclusão: Evidenciaram manifestações auditivas e vestibulares como PA sensorioneural súbita bilateral e unilateral, otites, zumbido, distúrbios do equilíbrio, tontura e vertigem em indivíduos infectados pela COVID-19. Entretanto, estudos longitudinais e com casuística são necessários para verificar quais são os mecanismos da ação do coronavírus no sistema auditivo e vestibular no longo prazo.

1. KORKMAZ, Müge Özçelik et al. Otolaryngological manifestations of hospitalised patients with confirmed COVID-19 infection. European Archives of Oto-Rhino-Laryngology, v. 278, n. 5, p. 1675-1685, 2021.
2. Ibrahim Almufarrij, Kai Uus & Kevin J. Munro (2020): Does coronavirus affect the audio-vestibular system? A rapid systematic review, International Journal of Audiology, DOI: 10.1080/14992027.2020.1776406
3. DiSogra RM. ONLINE FEATURE | Ototoxicity of FDA-Approved Drugs Being Re-Purposed for COVID-19 Treatment. Audiology Today. May/June 2020. Saúde: [about 3 screens]. Availabre from: https://www.audiology.org/audiology-today-mayjune-2020/online-feature-ototoxicity-fda-approved-drugs-being-re-purposed-covid
4. BrittoD. B. L. de A., RochaM. F. B., CostaL. F. S. de B., Costa FilhoC. F. de B., TenorioB. M., MaiaC. S., de MedeirosJ. P., & TenorioF. das C. A. M. (2020). Achados neurológicos, alterações sensoriais da função olfativa, gustativa e auditiva em pacientes com Covid-19: uma revisão literária. Revista Eletrônica Acervo Saúde, (46), e4174. https://doi.org/10.25248/reas.e4174.2020
5. Almufarrij I, Uus K, Munro KJ. Does coronavirus affect the audio-vestibular system? A rapid systematic review. Int J Audiol. 2020;59(7):487-491.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.404
ISSN 1983-1793X
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CRESCIMENTO DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS EM ESCOLARES E SUA REPERCUSSÃO NO PROCESSAMENTO AUDITIVO TEMPORAL.
Kumagai, P. K. ; Sanches, G. G. ; Carvallo, R. M. M ;

Introdução: As emissões otoacústicas tem o objetivo de avaliar o funcionamento da cóclea principalmente das células ciliadas externas (CEE), auxiliando no diagnóstico audiológico de lesões cocleares. As Curvas de Crescimento entrada/saída fornecem informações sobre o limiar e os mecanismos não lineares dentro da cóclea que estão associados com as CCE. O processamento auditivo envolve a capacidade de transformar a energia acústica em informações para que ocorra a compreensão. Logo o processamento auditivo temporal refere-se à capacidade do indivíduo em perceber as mudanças nas características dos sons, tais como duração, intensidade, frequência e pausas entre os estímulos. Dificuldades em processar os padrões temporais nos diferentes estímulos sonoros pode implicar em maior dificuldade em compreensão da fala. A função coclear íntegra pressupõe maior precisão na diferenciação dos padrões temporais dos estímulos. Objetivo: analisar a função coclear em escolares com ou sem alteração em testes de ordenação temporal, quanto às variáveis de EOAPD: a) limiar de surgimento e b) taxa de compressão das curvas de crescimento. Metodologia: Projeto aprovado pelo CEP Institucional sob nº CAEE 20319119.0.0000.0065. Foram incluídos no estudo 20 crianças na faixa etária de 8 a 12 anos, 10 com alteração em testes de ordenação temporal e 10 sem queixas e sem alterações auditivas. Foram realizadas as seguintes provas: anamnese inicial,
timpanometria com tom de sonda de 226Hz, reflexos acústicos nas frequências de 500 a 4000 Hz, audiometria tonal para pesquisa do limiar (dBNA) em frequências de 250 a 8000 Hz, teste de ordenação temporal e, registro das emissões otoacústicas – produto de distorção (EOAPD), incluindo a função de curva de crescimento, bem como o limiar de EOAPD para três diferentes frequências de f2, respectivamente 2002, 3003, 4004 Hz. Os estímulos foram apresentados na intensidade de estímulo f2 (L2) variando de 20 a 65dB NPS em degraus de 5 dB e o nível de intensidade do estímulo f1 (L1) seguiu a fórmula: L1= 0,4L2+39 dB. Os dados serão tratados estatisticamente, adotando-se nível de significância de 5%. Resultados e Conclusão: Os Grupos não se diferenciaram quanto ao limiar tonal a ao padrão imitanciométrico. Na análise da curva de crescimento das EOAPD, os dados sugerem limiares de surgimento em maior nível de intensidade (em dB) no Grupo Estudo, além de ocorrência de compressão da curva a partir de 50 dB nas três frequências, sendo mais acentuada em 2002Hz no Grupo Estudo. Para estímulos de até 30dB as respostas de EOAPD foram predominantemente negativas no Grupo Estudo, diferentemente do Grupo Controle no qual as respostas de EOAPD negativas ocorreram para estímulos de até 25dB.

Gorga MP, Dorn PA, Konrad-Martin D, Neely ST, Keefe DH, Cyr E. Distortion product otoacoustic emission input/output functions in normal-hearing and hearingimpaired human ears. JAcoust Soc Am. 2001;110(6):3119-31.
Hunter LL, Blankenship CM, Keefe DH, Feeney MP, Brown DK, McCune A, Fitzpatrick DF, Lin L. Longitudinal Development of Distortion Product Otoacoustic Emissions in Infants With Normal Hearing. Ear Hear. 2018 Sep/Oct;39(5):863-873.
Iliadou VV, Weihing J, Chermak GD, Bamiou DE. Otoacoustic emission suppression in children diagnosed with central auditory processing disorder and speech in noise perception deficits. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2018;111:39-46. doi:10.1016/j.ijporl.2018.05.027
Ortmann AJ, Abdala C. Changes in the Compressive Nonlinearity of the Cochlea During Early Aging: Estimates From Distortion OAE Input/Output Functions. Ear Hear. 2016;37(5):603-14.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.367
ISSN 1983-1793X
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DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SINTOMAS DEPRESSIVOS NO ENVELHECIMENTO
Camargo, M.M. ; Martinelli, M.C. ;

DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SINTOMAS DEPRESSIVOS NO ENVELHECIMENTO
Introdução: A depressão, também conhecida como transtorno depressivo em idosos, é considerada umas das principais causas de declínio na qualidade de vida e de sofrimento emocional. É uma doença grave e comum que afeta negativamente a pessoa nos seus sentimentos, pensamentos e ações. Sabe-se que a perda auditiva associada aos fatores, envelhecimento, idade, escolaridade e nível sócio econômico de potencializar ou até mesmo desencadear os sintomas depressivos. Objetivo: Investigar a prevalência dos sintomas depressivos em idosos sem sinais de demência com e sem perda auditiva relacionada ao envelhecimento e suas relações com as medidas de audibilidade e as variáveis idade, escolaridade e nível sócio econômico. Método: O estudo foi composto por uma amostra de 97 idosos sem sinais de demência de ambos os sexos, com idade a partir de 60 anos com e sem perda auditiva. Para a coleta dos dados foram consultados os prontuários dos pacientes atendidos no NIAPEA nos anos de 2018 e 2019. Destes idosos, 48 apresentavam perda auditiva neurossensorial simétrica adquirida de grau leve a moderado sendo 23 do sexo masculino e 25 do sexo feminino e 49 não apresentavam perda auditiva, sendo 44 do sexo feminino e 5 do sexo masculino. Foram considerados idosos sem perda auditiva aqueles que apresentavam limiares de até 25 dBNA nas frequências de 250 a 4000 Hz. Todos os idosos foram submetidos a uma Anamnese, Triagem Cognitiva (CASI-S: Cognitive Abilities Screening Instrument, Audiometria Tonal (ATL), Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF), Pesquisa do Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF), Imitanciometria e a Escala de Depressão Geriátrica (EDG). Foram aplicados modelos de regressão linear múltipla para verificar a capacidade preditora das medidas auditivas em relação à depressão. O valor de significância estatística adotado foi igual a 5% (p ≤ 0,05). Resultados: As medidas auditivas não foram preditoras significativas da depressão, porém, considerando a possível relação entre a perda auditiva e o sintoma depressivo, faz-se necessário dar continuidade aos estudos com o intuito de verificar a prevalência de sintomas depressivos em deficientes auditivos com perdas auditivas de diferentes graus. Conclusão: A partir do objetivo proposto desta pesquisa pode-se concluir que: dentre os idosos com audição normal apenas 16,4% apresentavam sintomas depressivos leves enquanto nos idosos com perda auditiva 21% apresentavam sintomas depressivos leve. As medidas auditivas não foram preditoras significativas de depressão.

APA. [Internet]. American PsychiatricAssociation; [cited 2020 Aug 12] Available from: https://www.psychiatry.org/patients-families/depression/what-is-depression.
Ferreira OGL, Maciel SC, Costa SMG, Silva AO, Moreira MASP. Envelhecimento ativo e sua relação com a independência funcional. Texto & Contexto-Enfermagem. 2012; 21(3):513-518.
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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.317
ISSN 1983-1793X
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DESEMPENHO COGNITIVO E POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DE LONGA LATÊNCIA: UM ESTUDO SOBRE O ENVELHECIMENTO
FATIMA MFO ; MENEZES PL ; CARNAUBA, A. T. L. ; ANDRADE, K. C. L. ; Desgualdo PL ; Amaral SA ;



Objetivo: Avaliar a relação entre o desempenho cognitivo e os potenciais evocados auditivos de longa latência em idosos. Métodos: A amostra foi composta por adultos entre 20 e 58 anos e idosos entre 60 e 70 anos. Os procedimentos de triagem adotados foram: inspeção do conduto auditivo externo, audiometria tonal e vocal, timpanometria, potencial evocado auditivo do tronco encefálico, teste Montreal Cognitive Assessment e os potenciais evocados auditivos de longa latência. Resultados: Os valores de latência e amplitude dos componentes corticais, por grupo etário, apresentaram diferenças significativas nas seguintes condições: 1) evocado por estímulo de fala /da/ e por tom puro de 2,000 Hz para a amplitude de N2 (p=0.008 e p=0.001, respectivamente), ambos maiores para os adultos; 2) evocado por estímulo de fala /da/ para a latência de N1 (p=0.018) e por tom puro de 2,000 Hz para a latência de P2 (p=0.017), ambos maiores para idosos. O componente cognitivo (P300), por sua vez, apresentou diferença significativa quando evocado com estímulos de fala, com latência maior nos idosos (valor de p=0.013). Quando correlacionados aos processos cognitivos, a latência e amplitude dos potenciais corticais mostraram uma correlação direta e de média força entre escores alterados obtidos por meio do teste Montreal Cognitive Assessment e a amplitude de P2 (p<0.001 e r=0.452). Conclusão: Existe relação entre os potenciais de longa latência e o desempenho cognitivo em idosos, o que foi observado por meio do aumento da amplitude de P2 e no prejuízo no processo de decodificação do som.

Palavras-chave: Potenciais evocados. Disfunção cognitiva. Envelhecimento.

1. Agência IBGE notícias [homepage na internet]. Em 2016, expectativa de vida era de 75,8 anos [acesso em 18 fev 2019]. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/pt/agencia-home.html
2. Sarmento AR [TESE]. Apresentação e aplicabilidade da versão brasileira da MoCA (Montreal Cognitive Assessment) para rastreio de Comprometimento Cognitivo Leve. São Paulo (SP): Universidade Federal de São Paulo;2009.
3. Chao-Hui Yang, Schrepfer T, Schacht J. Age-related hearing impairment and the triad of acquired hearing loss. Front Cell Neurosci. 2015; 9: 276.
4. Cóser MJ, Elenara C, Fleming PS, Luís CP. Cortical Auditory Evoked Potentials in Elderly with Difficulty in Speech Understanding Complaint. Braz J Otorhinolaryngol.2007; 4: 396-401.
5. Tremblay KL, Piskosz M, Souza P. Aging alters the neural representation of speech Cues. Neuroreport.2002; 13:1865-70
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.392
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/392


DESEMPENHO DE CRIANÇAS BRASILEIRAS NO TESTE PADRÃO DE FREQUÊNCIA
Carvalho, N.G. ; Amaral, M.I.R. ; Madruga-Rimoli, C.C. ; Colella-Santos, M.F. ;

Introdução: O teste de padrão de frequência (TPF) avalia a habilidade de ordenação temporal. O mecanismo neurofisiológico desta habilidade envolve a integridade de ambos os hemisférios cerebrais e sua conexão por meio do corpo caloso. Na literatura especializada ainda há escassez de estudos com a população brasileira nas diferentes versões disponibilizadas do TPF, sendo fundamental considerar dados normativos em diferentes populações, além de considerar a idade e o padrão tonal da língua materna. Objetivos: Propor dados normativos de duas versões do TPF, Auditec® e versão Musiek, na tarefa de rotulação linguística em crianças brasileiras com desenvolvimento típico, considerando a influência das variáveis idade, sexo e lado da orelha. Metodologia: Trata-se de estudo prospectivo, do tipo descritivo analítico e de corte transversal, desenvolvido em parceria com duas Escolas da Rede Pública de Ensino e o Laboratório de Audiologia da Instituição. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº2.294.609). As crianças autorizadas foram avaliadas no Laboratório de Audiologia e simultaneamente os professores responsáveis por cada aluno responderam a um questionário individual sobre o desempenho escolar. Os critérios de inclusão foram: desenvolvimento típico, falantes nativos do português brasileiro, sem treinamento musical formal, com audição periférica normal e desempenho dentro dos padrões de normalidade nas habilidades de integração binaural, figura-fundo e resolução temporal. Participaram do estudo 100 escolares. Os escolares foram divididos em dois grupos. O grupo I (GI) foi composto por 46 escolares na faixa etária entre 6 e 8 anos, média de idade de 7,72 anos. O grupo II (GII) por 54 escolares na faixa etária entre 9 e 12 anos, média de idade de 10,96. Para a coleta de dados aplicou-se a versão Auditec® para as crianças do GI e a versão Musiek para as crianças do GII. O teste foi aplicado na modalidade de rotulação linguística e calculou-se a porcentagem de acertos por orelha. Em ambas as versões a avaliação consistiu em 30 sequências de três combinações entre tons puros apresentadas monoauralmente, iniciadas pela orelha direita a um nível de 50dBNS. A ocorrência de inversão, omissão e inserção de tons na sequência apresentada foi considerado erro. Foi calculada a porcentagem de respostas corretas para cada orelha. Resultados: Os grupos foram homogêneos quanto à distribuição dos sexos. No GI verificou-se, a partir da análise multivariada de Regressão Linear que o sexo e a idade são variáveis que influenciam o desempenho no TPF. No sexo masculino, o desempenho médio mínimo das respostas corretas variou de 62,2% a 89,7% de acordo com a idade. No sexo feminino, o desempenho médio mínimo foi de 35,7% a 75,6%, com melhor desempenho nas crianças de 8 anos. No GII, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes em nenhuma das variáveis analisadas, com desempenho mínimo médio de 65%. Conclusão: Para a faixa etária entre 6 e 8 anos, recomenda-se que a influência do sexo e da idade seja considerada no critério de normalidade. No GII os resultados sugerem que o mínimo 65% de acertos sejam considerados como normalidade.

1- AUDITEC, Evaluation manual of pitch pattern sequence and duration pattern sequence. St. Louis: Auditec; 1997.

2- F.E. Musiek, Frequency (pitch) and duration patterns tests. J Am Acad Audiol. 5 (1994) 265-8.

3- T.J. Bellis TJ. Assessment and Management of Central Auditory Processing Disorders in the Educational Setting. From Science to Practice. San Diego, CA: Singular Publishing Group;1996.

4- E. Schochat, C.M. Rabelo, M.D. Sanfins, Processamento auditivo central: testes tonais de padrão de freqüência e de duração em indivíduos normais de 7 a 16 anos de idade, Pró-Fono R. Atual. Cient. 12 (2000) 1-7.

5- S.A. Balen, D.R. Moore, K. Sameshima. Pitch and Duration Pattern Sequence Tests in 7- to 11-Year-Old Children: Results Depend on Response Mode, J Am Acad Audiol. 30 (2019) 6–15. doi:10.3766/jaaa.16132.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.237
ISSN 1983-1793X
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DESEMPENHO DE CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA NA AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL E ELETROFISIOLÓGICA DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL PRÉ E PÓS TREINAMENTO AUDITIVO
Madruga-Rimoli, C.C. ; Colella-Santos, M. F. ;

O grande número de queixas auditivas que não são justificadas pela avaliação do sistema auditivo periférico levou estudiosos a buscarem explicações através de procedimentos que avaliassem a via auditiva central. Com isso, essas queixas passaram a ser atribuídas aos transtornos de processamento auditivo central (TPAC). Estudos na área mostraram que outros transtornos, como as dificuldades relacionadas à leitura e escrita, frequentemente podem aparecer associados aos TPAC. Uma vez identificado o TPAC, o treinamento auditivo é a ferramenta recomendada para a reabilitação das habilidades auditivas baseado nos princípios da neuroplasticidade. Este trabalho teve como objetivo analisar e comparar o desempenho auditivo de crianças com dificuldades de leitura e escrita e nível de inteligência preservada em testes periféricos e centrais pré e pós treinamento auditivo. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição sob o protocolo n° 2.041.609. Foram incluídos 54 escolares da rede pública de ensino com faixa etária entre 8 e 12 anos de idade, divididas em dois grupos de acordo com a performance no Teste de Desempenho Escolar. Aquelas que apresentaram desempenho inferior no subteste de leitura e escrita foram incluídas no grupo estudo e, aquelas com desempenho médio ou superior foram incluídas no grupo controle. Todas as crianças passaram por avaliação do nível de inteligência, avaliação audiológica básica e de altas frequências, testes comportamentais do processamento auditivo, testes eletroacústicos e eletrofisiológicos. O grupo estudo foi submetido em um programa de treinamento auditivo e foi reavaliado ao final do processo. A análise dos testes não demonstrou diferenças estatisticamente significantes na comparação dos grupos para a avaliação audiológica básica e de altas frequências, emissões otoacústicas transientes e produto de distorção e o potencial evocado auditivo de tronco encefálico. Foram observadas diferenças estatisticamente significantes para o Teste Dicótico de Dígitos, Teste de Sentenças Sintéticas, Teste Padrão de Frequência e o Teste Gaps in Noise, além dos testes eletrofisiológicos P300 e FFR. Após o treinamento auditivo, todos os testes que avaliam o sistema auditivo central apresentaram melhora demonstrando que este recurso é eficaz no processo de reabilitação. Os dados do presente estudo evidenciaram que as crianças com dificuldades de leitura e escrita, com nível de inteligência preservado apresentaram integridade do sistema auditivo periférico e alterações nos testes comportamentais e eletrofisiológicos quando comparadas com crianças sem dificuldades de leitura e escrita. Acredita-se que, a avaliação do processamento auditivo, que vai além dos estágios iniciais da amplificação da cóclea e a transmissão do nervo auditivo (periférico), possibilita a compreensão dos mecanismos que vão impactar na percepção auditiva da fala e consequentemente o processo de aprendizado. E o treinamento auditivo é uma opção eficaz para a reabilitação nessa população. Desse modo, a avaliação torna-se fundamental, pois fornecerá mais dados do real desempenho auditivo de escolares e poderá contribuir para o processo de reabilitação minimizando as dificuldades no processo de aprendizagem.

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Página(s): p.411
ISSN 1983-1793X
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DESENVOLVIMENTO DA AUDIÇÃO E LINGUAGEM DE BEBÊS COM SÍFILIS CONGÊNITA: ANÁLISE DE QUESTIONÁRIOS PARA MONITORAMENTO VIA TELECONSULTA SÍNCRONA
Silva, T. C. ; Nascimento, L. J. P. ; Cunha, B. K. S. ; Lima, A. M. O. ; Silva, A. P. ; Câmara, L. L. P. ; Silva, A. R. X. ; Silva, B. O. ; Santos, A. B. ; Balen, S. A. ;

Introdução: No Brasil, observam-se taxas crescentes de incidência de sífilis congênita e taxas de mortalidade infantil e perinatal associadas à sífilis em todas as regiões. Bebês nascidos de mães com sorologia reativa para sífilis durante a gravidez têm apresentado maior risco de comprometimento do neurodesenvolvimento, independente da presença da infecção congênita, sendo indicado o seu monitoramento. No atual cenário de pandemia da SARS-CoV-2, o monitoramento desta população necessitou de novas estratégias, sendo a teleconsulta uma ferramenta útil juntamente com aplicação de questionários validados, direcionados aos pais, que permitem avaliar as habilidades auditivas e de linguagem a distância. Objetivo: Analisar o desempenho de bebês com sífilis congênita em dois questionários para monitoramento audiológico aplicados via teleconsulta síncrona. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob nº 4.684.404. A amostra foi constituída por 59 bebês de um a 24 meses, recrutados em maternidade públicas e avaliados no período entre julho de 2020 e maio de 2021. Estes bebês foram subdivididos em três grupos: G1: 8 bebês expostos à sífilis congênita; G2: 29 bebês com sífilis congênita e G3: 22 bebês do grupo controle. Foram aplicados com os responsáveis por meio de teleconsulta síncrona na Plataforma de Teleconsulta do Núcleo de Telessaúde do Estado dois questionários: a Escala de Desenvolvimento de Audição e Linguagem (EDAL-1) (0-24 meses) e o Questionário de Acompanhamento da Função Auditiva e de Linguagem (QAFAL) (0-12meses). As respostas dos responsáveis pelos bebês de cada grupo foram analisadas considerando "passa" os bebês que atingiram as pontuações para a idade estabelecida pela validação dos instrumentos e "falha" quando este desempenho foi abaixo. Resultados: Na amostra estudada 100% dos bebês do G1 e G2 e 95,23% do G3 passaram no QAFAL. Em relação ao EDAL-1 observou-se que 85,71% do G1, 95,45% do G2 e 87,50% do G3 passaram. Conclusões: Com base no exposto constatou-se que os bebês expostos à sífilis (G1) e com sífilis congênita (G2) apresentaram ocorrência de passa, nos questionários aplicados com seus responsáveis via teleconsulta síncrona semelhante ao grupo controle (G3). Aqueles que apresentaram desempenho abaixo do esperado foram encaminhados para uma nova teleconsulta e, confirmando a suspeita de algum atraso na audição e/ ou linguagem foram encaminhados para avaliação audiológica/fonoaudiológica presencial na Rede de Saúde do Sistema Único de Saúde.

1. Bezerra MLMB, Fernandes FECV, de Oliveira Nunes JP, de Araújo Baltar SLSM, Randau KP. Congenital Syphilis as a Measure of Maternal and Child Healthcare, Brazil. Emerg Infect Dis. 2019 Aug;25(8):1469-1476. doi: 10.3201/eid2508.180298. PMID: 31310223; PMCID: PMC6649332.
2. Verghese VP, Hendson L, Singh A, Guenette T, Gratrix J, Robinson JL. Early Childhood Neurodevelopmental Outcomes in Infants Exposed to Infectious Syphilis In Utero. Pediatr Infect Dis J. 2018 Jun;37(6):576-579. doi: 10.1097/INF.0000000000001842. PMID: 29189610.
3. Alvarenga, KF et al. Questionário para monitoramento do desenvolvimento auditivo e de linguagem no primeiro ano de vida. In: CoDAS. 2013;25(1):16-21.
4. Ribas A, Kochen AP. Brazilian scale of hearing and language development in children (EDAL-1) with cochlear implant and less than two years of hearing age. Int Tinnitus J. 2016 Jul 22;20(1):7-10. doi: 10.5935/0946-5448.20160002.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.248
ISSN 1983-1793X
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DESENVOLVIMENTO DE PLATAFORMA WEB PARA ATENDIMENTO AUDIOLÓGICO E GESTÃO DO PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA (PCA)
Calarga, K. S. ; Jesus, F. C. ; Paoliello, G. C. ;

Introdução:
O Programa de Conservação Auditiva (PCA) consiste em um conjunto de ações que visam evitar o desencadeamento ou agravamento da PAINPSE. Visto a complexidade de tais ações, é fundamental que sejam bem geridas, sigam as recomendações da OS 608 e incluam: análise de riscos para perdas auditivas ocupacionais; gestão de diagnósticos audiológicos; gestão de medidas de controle coletivo; gestão de equipamentos de proteção individual; gestão de tributos trabalhistas e previdenciários e auditoria. Tendo em vista a necessidade de uma ferramenta que abrangesse todos os requisitos e se integrasse a outras áreas e demandas do serviço, optou-se pelo desenvolvimento de uma plataforma para tal finalidade.

Objetivo:
Desenvolver uma plataforma web de gestão de exames audiométricos, integrada aos sistemas de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional de uma indústria química, seguindo os preceitos do PCA, da NR7 e da LGPD.

Metodologia:
O desenvolvimento iniciou pela identificação das demandas do serviço de audiologia e a elaboração do escopo com as funcionalidades esperadas. A plataforma foi desenvolvida por um programador, utilizando a linguagem ASP.NET e banco de dados SQL Server. Em seguida, foram realizadas as fases de teste e de aplicação clínica. As funcionalidades do sistema podem ser organizadas em duas categorias:
(1) Ferramentas para otimização dos atendimentos: agenda digital; sistema de atendimento audiométrico que conta com ficha de identificação; anamnese (permite a visão longitudinal de cada atendimento); meatoscopia; audiograma (classificação automática); histórico de audiometrias (com as médias de 500 a 200Hz e de 3000 a 6000Hz); classificação segundo a Portaria 19 do MT; dispositivo de proteção auditiva (tipo, uso, higiene, armazenamento e orientações); observações gerais; conduta final; criação de planos de ação para equipe (com prazos e lembretes automatizados); encaminhamentos com preenchimento automático; painel de gestão de exames e encaminhamentos externos; evolução clínica automatizada.
(2) Ferramentas para otimização da gestão do PCA: planilha editável tabulada automaticamente com dados dos atendimentos (análise epidemiológica de qualquer parâmetro); relatórios mensais do PCA automatizados (síntese individual e consolidado mensal); caracterização coletiva do perfil (sexo, idade, setor, turno); gráficos automatizados (faltas; distribuição de audiometrias por tipo, por mês , tipo de perda auditiva; padrão de evolução); gestão dos planos de ação e mapa de ruído por setor.

Resultados:
Após a implementação do sistema houve: (1) otimização do tempo de atendimento; (2) melhora da acurácia; (3) otimização do acompanhamento dos casos; (4) maior controle dos dados, permitindo novas análises; (5) integração com dados de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional; (6) monitoramento da eficácia pelo gestor e (7) fácil acesso à informação para auditorias.

Conclusões:
Houve a otimização das ações auditivas protetivas e preventivas, impactando na qualidade dos atendimentos, acompanhamentos e gestão do PCA. Este trabalho retifica a importância da fonoaudiologia ocupacional dentro da indústria e estimula que mais empresas valorizem seus PCAs, beneficiando um maior número de colaboradores.

Júnior, OMS. Protocolo para auditoria do programa de conservação auditiva: uma proposta alinhada à legislação brasileira. Belo Horizonte. Dissertação em Administração. FEAD – Centro de Gestão Empreendedora; 2009.

Ock, M et al. Experience and awareness of health managers, administrators, and workers on a hearing
conservation program in Korea: A Qualitative Study. Int. J. Environ. Res. Public Health; 2020.

Pimenta AS, Teixeira CF, Silva VM, Almeida BGP, Lima MLLT. Modelo lógico operacional do programa de conservação auditiva do trabalhador. Rev. CEFAC; 2019.

Brasil. Ministério da Previdência e Assistência Social. OS/INSS nº608, de 05/08/1998. norma técnica sobre perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora de origem ocupacional. brasília: diário oficial da república federativa do brasil; 1998.

Fundacentro. Guia de diretrizes e parâmetros mínimos para a elaboração e a gestão do PCA. [Internet]. 2018.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.200
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/200


DESENVOLVIMENTO DE UM CONJUNTO DE RUÍDO BABBLE EM PORTUGUÊS BRASILEIRO PARA AVALIAÇÃO DO RECONHECIMENTO DA FALA
Rosseto, I. ; Paul, S. ; Pinheiro, M. M. C. ;

Introdução: Testes de percepção de fala com ruído competitivo são muito utilizados para avaliar condições reais de escuta em indivíduos com perda auditiva, pois simulam de forma mais aproximada a situação de ambiente do cotidiano. Entre os diversos ruídos que podem mascarar um sinal de fala, considera-se o ruído do tipo babble o mais representativo de uma conversação, pois compreende aspectos como modulação e ritmo. No entanto, apesar de suas vantagens, ainda não foi existe uma gravação desse ruído no português brasileiro. Objetivo: Desenvolver um conjunto de ruídos do tipo babble no idioma português brasileiro e analisar a compreensão do mesmo em relação a variáveis sociodemográficas, número de falantes e tipo de texto. Metodologia: Estudo transversal, observacional e descritivo. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas em Seres Humanos sob número de parecer 1.997.931. As gravações foram realizadas em câmara semi-anecóica utilizando microfones capacitivos de alta precisão e o gravador SQuadriga II, com taxa de amostragem de 48 kHz e resolução de 24 bits. Os microfones foram posicionados a 0,5m de distância dos sujeitos na linha de simetria da boca. Foram convidados para participar da gravação oito adultos, sendo quatro do sexo feminino e quatro do sexo masculino com faixa etária de 21 à 28 anos. Os participantes receberam diferentes textos para ler durante a gravação, contendo crônicas e diálogos. Foram realizadas inicialmente gravações com falantes do mesmo sexo e após com duplas mistas, em que os mesmos liam os textos solicitados. As manipulações dos arquivos de áudio foram feitas pelo software Audacity, criando babbles de quatro, oito e doze falantes, gerando um total de 18 áudios em formato .wav monocanal. Foram convidados 12 juízes para analisar os áudios em relação ao número de falantes, sexo e faixa etária dos falantes, bem como nível de compreensão de cada áudio. A avaliação foi enviada por mídia social e foi disponibilizado um questionário na plataforma online QuestionPro. Foram realizadas análises descritivas dos resultados. Resultados: Sete juízes responderam o questionário enviado. Em relação ao sexo e faixa etária dos falantes, os juízes apresentaram 100% de acerto em todos os áudios com quatro e oito falantes. Quanto ao número de falantes, os áudios com maior porcentagem de acerto foram os de duplas mistas, com 85%. Os arquivos com 12 falantes mistos e 12 homens foram apontados pela maioria dos juízes como os mais difíceis (10%). Já em relação ao tipo de texto os os áudios com crônicas obtiveram nível de compreensão médio de 23% e os de diálogos 49%. Conclusão: Foi possível constatar na análise que com o aumento do número de falantes, houve redução do nível de compreensão e diminuição dos acertos em relação ao sexo e faixa etária dos falantes . Em relação ao tipo de texto, os áudios de diálogos tiveram melhor compreensão em comparação aos de crônicas. Conhecer a análise destas variáveis foi de suma importância para desenvolver um babble no português brasileiro que possibilite avaliar o reconhecimento de fala em situações de escuta difícil.

Ng EHN, Ronnberg J. Hearing aid experience and background noise affect the robust relationship between working memory and speech recognition in noise.Int J Audiol. 2019;59(3):208-218. http://dx.doi.org/10.1080/14992027.2019.1677951
Patro C, Mendel LL. Semantic influences on the perception of degraded speech by individuals with cochlear implants. JASA. 2020;147(3):1778-1789. http://dx.doi.org/10.1121/10.0000934.
Soleymani R, Selesnick IW, Landsberger DM. SEDA: A tunable Q-factor wavelet-based noise reduction algorithm for multi-talker babble. Speech Commun. 2018;6:102-115. http://dx.doi.org/10.1016/j.specom.2017.11.004
Spyridakou C, Rosen S, Dritsakis G, Bamiou DE. Adult normative data for the speech in babble (SiB) test. Int J Audiol. 2019;59(1):33-38. https://doi.org/10.1080/14992027.2019.1638526
Wendt D, Koelewijn T, Kslasek P, Kramer SE, Lunner T. Toward a more comprehensive understanding of the impact of masker type and signal-to-noise ratio on the pupillary response while performing a speech-in-noise test. Hear. Res. 2018;369:67-78. http://dx.doi.org/10.1016/j.heares.2018.05.006
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Página(s): p.343
ISSN 1983-1793X
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DESVANTAGEM AUDITIVA E INDICE PERCENTUAL DE RECONHECIMENTO DE FALA: UMA ANÁLISE DE CORRELAÇÃO EM DOIS GRUPOS COM CONFIGURAÇÃO AUDIOMÉTRICA DESCENDENTE
Streit, G. C. S. ; Patatt, F. S. A. ; Vellozo, F. ; Moreira, H. G. ; Garcia, M. V. ;

Introdução: As classificações para graus de perda auditiva são realizadas com base nas médias tritonal(M3) ou quadritonal(M4), limitando o laudo audiológico nas perdas auditivas descendentes, pois nem sempre este reflete a performance auditiva do sujeito avaliado. Objetivo: Analisar a correlação de diferentes médias tonais com a desvantagem auditiva e o Índice Percentual de Reconhecimento de Fala(IPRF) em dois grupos de sujeitos com configuração audiométrica descendente. Método: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa sob o número 25933514.1.0000.5346. Para composição amostral foram incluídos 28 sujeitos, sendo 18 do sexo masculino(64,28%) e dez do feminino(35,71%). Foram submetidos a Audiometria Tonal Liminar, IPRF com lista de palavras gravadas, Medidas de Imitância Acústica e aos questionários Hearing Handicap Inventory for Adults(HHIA) E Hearing Handicap Inventory for the Eldertly Screening(HHIE-S)(para mensurar a autopercepção da desvantagem auditiva). Todos apresentaram curvas timpanométricas do tipo A e reflexos contralaterais presentes. Após, os sujeitos foram distribuídos em dois grupos, ambos com configuração audiométrica descendente: G1 – sujeitos com média tritonal igual ou inferior a 25dB; G2 – sujeitos com média tritonal superior a 25dB. A idade média dos participantes do G1 foi 57,54 anos e do G2, 66,64 anos. As diferentes médias tonais foram distribuídas em M3 (500, 1000 e 2000 Hz), M4 (500, 1000, 2000 e 4000Hz) e Octonal(M8) (média das frequências de 250 a 8000Hz), para ambos os grupos. A análise de correlação foi realizada entre as médias M3, M4 e M8 com a desvantagem auditiva e com o IPRF utilizando o Teste de correlação de Spearman, sendo o nível de significância considerado <0,05 (5%). Resultados: Observou-se tendência a significância, tanto para o G1 como para o G2, em relação à M8 quando correlacionada com a desvantagem auditiva(p-valor=0,06 e 0,09, respectivamente) demonstrando que analisar as oito frequências do audiograma parece possibilitar maior compreensão em relação a desvantagem auditiva do paciente. Esta, poderia não ficar expressa se considerada somente a M3 para o laudo, indicando assim a importância de laudar as perdas auditivas em frequências agudas Evidenciou-se ainda, correlação estatisticamente significante do IPRF com a M8, para G1 (p= 0,04) e do IPRF com M4 e M8, para G2 (p-valor=0,03 e 0,02, respectivamente). Estes achados apontam correlação do IPRF com as médias que consideram um maior número de frequências no cálculo, sendo esta correlação inversa, ou seja, quanto maior a média, menor o desempenho no IPRF. Frente ao exposto, sugere-se considerar a perda auditiva em agudos para a realização do laudo audiológico. Conclusão: A M8 reflete melhor a desvantagem auditiva causada pela perda auditiva, tanto para sujeitos com M3 menor ou igual a 25 dB, como para aqueles com M3 superior. Houve correlação estatisticamente significante do IPRF com M8, nos dois grupos, denotando uma diminuição no desempenho do IPRF, com o aumento da média, considerando as oito frequências.

1. INTERNATIONAL BUREAU FOR AUDIOPHONOLOGY. 1996. BIAP Recommendation 02/1: Audiometric Classification of Hearing Impairments. Disponível em: https://www.biap.org/en/recommandations/recommendations/tc-02-classification/213-rec-02-1-en-audiometric-classification-of-hearing-impairments/file.
2. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Prevention of blindness and deafness. 2020. Disponível em: http://www.who.int/publications-detail/ basic-ear-and-hearing-care-resource.
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4. JERGER, J. Clinical experience with impedance audiometry. Arch Otolaryngol. v. 92, n. 4, p. 311-24, out, 1970.
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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.375
ISSN 1983-1793X
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DIABETES MELLITUS E AUDIÇÃO: UM ALERTA AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE.
Ramos, K. G. ; Fernandes, F. S. ;

O Brasil, em exposição ao cenário mundial, coloca-se como a quinta nação com o maior número de adultos diabéticos, apresentando uma taxa elevada de crescimento populacional diabético. A Diabetes Mellitus (DM) é configurada como uma síndrome metabólica, decorrente da ineficiência da ação ou secreção da insulina. O descontrole do nível glicêmico acaba por acarretar como comorbidades doenças cardiometabólicas, como a macroangiopatia e microangiopatia. Considerando a microangiopatia diabética, quando os níveis hiperglicêmicos se mantem em constante elevação, afiguram-se danos ao endotélio vascular decorrentes da formação de placas de ateroma que resultam no agravamento microvascular. Diante do confronto de achados audiológicos e estabelecimento da mais relevante relação entre a audição e a Diabetes Mellitus, objetiva-se disseminar aos profissionais de saúde, em administração direta com diabéticos, a premência de maior sensibilidade aos sinais de alterações sugestivas de exigência de investigação audiológica, no intuito de minimizar os danos na saúde auditiva e na comunicação humana gerados pela privação sensorial. Corporificou-se como metodologia revisão narrativa de literatura, onde a referida manteve-se instrumentalizada por consultas de diferentes periódicos, dentre eles artigos, sites, livros e revistas acadêmicas, por meio de plataformas digitais e bibliotecas físicas. O metabolismo da glicose é um potencial influenciador no funcionamento do ouvido interno, pois a insulina dentre seus efeitos acaba por influenciar a manutenção do potencial evocado endococlear. As alterações anatomofuncionais dos vasos sanguíneos interferem tanto no transporte de nutrientes para as atividades celulares da cóclea, frente ao espessamento das paredes dos capilares, quanto na degeneração secundária do nervo vestibulococlear, evidenciando risco diante da neuropatia auditiva. Ponderando essa premissa torna-se pertinente a realização de testes eletrofisiológicos para complementar a investigação audiológica das estruturas acometidas. A perda auditiva neurossensorial em pacientes diabéticos torna-se evidente em estudos variados, onde os achados são sugestivos de perda de grau leve à moderado e com presença de curvas que demonstram frequências altas como as mais acometidas, em justificativa a essa incidência temos a conjuntura colear revelando a região basal como a mais vascularizada. Analisando a função vestibular, sua intensa atividade metabólica e a ocorrência de sintomas, obtemos muitas controvérsias, gerando uma reflexão sobre o real efeito da diabetes sobre o sistema vestibular. A DM é um dos distúrbios metabólicos comumente ligado a ocorrência de alterações auditivas, frequentemente promovida pela microangiopatia como fator desencadeante. A articulação de saberes viáveis neste estudo defende a necessidade de ações de saúde coletiva, onde os profissionais de saúde devem manter uma postura investigativa em relação a saúde auditiva dos mesmos, pois o reconhecimento da realidade patológica se faz necessário para moldar hábitos que levam à qualidade de vida, equilíbrio do quadro glicêmico e consequentemente ao controle de lesões audiológicas. Por conseguinte, estabelece-se provável ligação entre a hiperglicemia rotineira e as lesões geradas ao sistema auditivo, fazendo necessário, novos estudos com critérios sistematizados de modo a construir indagações pertinentes a inclinação entre a DM, suas comorbidades e a perda auditiva.

DAVID, L. Z. DE; FINAMOR, M. M.; BUSS, C. Possíveis implicações audiológicas do
diabetes melito: uma revisão de literatura. Revista CEFAC, v. 17, n. 6, p. 2018–2024,
dez. 2015.

DINIZ, T. H.; GUIDA, H. L. Hearing loss in patients with diabetes mellitus. Brazilian
Journal of Otorhinolaryngology, v. 75, n. 4, p. 573–578, 2009.

DUKE, L., FEREIRA DE MOURA, A., DE LAPERTOSA, S., ET AL. IDF Diabetes
Atlas 9th edition 2019. Disponível em: . Acesso
em: 15 abr. 2021.

FERREIRA, J. M. et al. Perfil audiológico de pacientes com diabetes mellitus tipo II.
Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 12, n. 4, p. 292–297, dez.
2007.

MAIA, C. A. S.; DE CAMPOS, C. A. H. Diabetes mellitus as etiological factor of hearing
loss. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 71, n. 2, p. 208–214, 1 mar. 2005.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.265
ISSN 1983-1793X
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DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS USUÁRIOS DE AASI NA PANDEMIA
Diniz, M. L. ; Silva, A. F. ; Pereira, B. F. ; Diniz, A. P. ; Carvalho, I. M. ; Rodrigues, E. R. ; Andrade, J. S. ; Lemos, V. C. F. ; Resende, L. M. ;

Introdução: Sabe-se que as principais dificuldades enfrentadas por usuários de AASI na pandemia são a falta de acesso aos serviços de reabilitação auditiva e as limitações no que se refere à manutenção do aparelho¹. Além disso, pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 podem apresentar piora nos limiares auditivos e alterações nas otoemissões acústicas em comparação com indivíduos não infectados pelo vírus². Nesse contexto, a telefonoaudiologia tem se mostrado um recurso eficiente na orientação dos pacientes com perda auditiva¹,³.Objetivo: Investigar as questões relacionadas à saúde, a percepção da audição e as principais dificuldades enfrentadas por usuários de AASI e IC durante a pandemia. Métodos: Trata-se de um descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer 1602017, realizado por meio da aplicação de um questionário via contato telefônico, com 12 indivíduos usuários de AASI e acompanhados por um serviço de atenção à saúde auditiva de um hospital universitário. Desses, apenas nove pacientes ou responsáveis responderam o questionário. As perguntas tinham como objetivo obter informações sobre: condições de saúde geral; tempo de uso do AASI; percepção do usuário e familiares em relação ao uso do aparelho, sobre uso das máscaras e a relação com a audição/compreensão, sobre acesso a serviços de saúde auditiva e se houve necessidade de realizar ajustes no aparelho durante a pandemia; a autopercepção da audição durante a pandemia, o uso de estratégias de comunicação na pandemia e mudanças na rotina durante o período de isolamento social. Perguntou-se, ainda, se teria interesse e acessibilidade para participar de um programa de orientações remota. Resultados: O questionário foi desenvolvido na plataforma google forms e foi preenchido por estagiários do serviço. A média de idade dos participantes foi de 61,3 anos (±19,5) e nenhum deles se infectaram pelo SARS-CoV-2, no entanto, 44,4% tiveram alguma alteração de saúde durante a pandemia. A média de tempo de uso do AASI foi de 18,7 anos (±9,5), 77,8% faz uso regular do aparelho, a média da última consulta foi há 24 meses, 42,9% dos usuários relataram percepção regular em relação ao aparelho, já a da família foi 44,4% ruim e regular. 44,4% dos usuários consideraram que houve piora dos limiares auditivos, e 55,6% consideraram que houve aumento da dificuldade de comunicação e 62,5% que o aparelho foi insuficiente para as necessidades comunicativas. Conclusão: A maioria dos participantes da pesquisa relataram dificuldades na comunicação de grau intensa durante a pandemia. Ademais, cerca de 62,5% mencionaram que com o uso de máscaras, o AASI foi insuficiente para a compreensão. 85,7% dos sujeitos demonstraram interesse e acessibilidade em participar do programa remoto para orientações e cuidados com o ASSI.

Alqudah S; Zaitoun M; Alqudah O - Challenges facing users of hearing aids during the COVID-19 pandemic. International Journal of Audiology, 2021.Acesso em 12/06/2021: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33590784/

Ribeiro, GE; Camargo da Silva, DP - Audiological Implications of COVID-19: an integrative literature review. Rev. CEFAC 23 (1), São Paulo, 2021. Acesso em 12/06/2021: https://www.scielo.br/j/rcefac/a/LrN4brfrsrhfkqc6ZvCYjLh/?lang=en#

Dimer, NA; Soares NC; Teixeira, LS; Goulart, BNG. The Covid -19 pandemic and the implementation of telehealth in speech-language and hearing therapy for patients at home: an experience report. CoDAS 32 (3), 2020. Acesso em 12/06/2021:https://www.scielo.br/j/codas/a/XSDnSgSsgb8hz4JHfct8Xpj/?lang=en
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Página(s): p.356
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EFEITOS DA FOTOBIOMODULAÇÃO E REABILITAÇÃO VESTIBULAR NO TRATAMENTO DE PACIENTECOM TONTURA E ZUMBIDO UNILATERAL PÓS- CIRURGIA DE SCHWANNOMA INTRALABIRÍNTICO: ESTUDO DE CASO.
GOES, T. R. V ; ROSA, M.R.D ; Pinheiro, M. L. N ;

Introdução:
Schwannoma intralabiríntico é um tumor benigno, raro, geralmente diagnosticados por volta da quinta década de vida, com preponderância do sexo feminino. Afeta as porções mais terminais dos nervos vestibular e coclear. Pode localizar-se no vestíbulo, cóclea ou canais semicirculares. O sintoma principal da doença é a perda auditiva, frequentemente associada a zumbido e vertigem. A fotobiomodulação é uma modalidade terapêutica que utiliza formas não ionizantes de fontes de luz e está relacionada com os efeitos de aceleração do crescimento dos axônios, mielinização e regeneração. Já a reabilitação vestibular é um método destinado a pacientes com distúrbios do equilíbrio e alterações vestibulares, a fim de melhorar ou sanar seus sintomas. A literatura pesquisada demonstra que a associação de técnicas terapêuticas tem se mostrado eficiente no tratamento de sintomas como zumbido e tontura. Objetivos: O objetivo deste estudo foi verificar os efeitos da fotobiomodulação e reabilitação vestibular, em uma paciente com tontura e zumbido unilateral, pós- cirurgia de Schwannoma Intralabiríntico. Metodologia: Paciente do sexo feminino, 59 anos, pós- cirurgia de Schwannoma Intralabiríntico à esquerda, em uso de betaistina 12 mg, uma vez ao dia. Foi encaminhada para reabilitação vestibular, com quadro de tontura (instabilidade), zumbido tipo apito e plenitude aural. Foi avaliada antes da primeira sessão de reabilitação vestibular e fotobiomodulação e após cinco sessões de terapia (uma vez por semana). Por meio de audiometria tonal, vocal e imitanciometria, VHIT e pelos protocolos Tinnitus Handicap Inventory (THI) e Escala Visual Analógica (EVA). A paciente foi incentivada a realizar em casa, os exercícios de habituação e substituição vestibular propostos, duas vezes ao dia. As sessões tiveram duração de 45 minutos cada. Previamente aos exercícios foi aplicado laser infravermelho, com dosagem de 9 J em um ponto de contato na mastoide e 5 J de laser vermelho, no meato acústico externo, ambos apenas do lado esquerdo. Resultados: Ao realizar a primeira avaliação, evidenciou-se do lado esquerdo, perda auditiva neurossensorial severa; ganho de reflexo vestíbulo-ocular diminuído nos canais lateral (assimetria de ganho em 35,5%) e anterior (assimetria de ganho em 38,8%), com sacadas corretivas cobertas e descobertas. Em relação ao THI, paciente sinalizou 20 pontos, o que sugere incomodo leve com o zumbido. Porém referiu 8 na estimativa numéricas da severidade do zumbido pela EVA. Na reavaliação observou-se melhora dos limiares auditivos tonais, paciente passou a ser classificada com perda moderadamente severa. Assimetria dos canais laterais em 30% e verticais 31,7%. No THI sinalizou 4 pontos , sendo classificado o incômodo como desprezível. A EVA passou a ser referida em 6. Conclusão: A combinação das duas terapêuticas , reabilitação vestibular e fotobiomodulação, possibilitou redução da percepção de incomodo do zumbido, melhora dos limiares auditivos tonais à esquerda e redução da assimetria do reflexo vestíbulo-ocular. Paciente ainda encontra-se em processo terapêutico, os ganhos podem ainda ser melhorados.


YAN, T. et.al. Vestibular neuritis in patients among diferente age groups: clinical features and outcomes. Journal of the American Academy of Audiology. Jinan, v. 31, n. 9, p. 210-50. 2020.
HILLIER, S. L.; MCDONNELL, M. Vestibular rehabilitation for unilateral peripheral vestibular dysfunction. Cochrane Database Syst Ver. Adelaide, v. 16, n. 2, p. 220-78. 2011.
SILVIA, M. R. O uso do laser de baixa intensidade em indivíduos com zumbido e sem perda auditiva. 2019. 98 p. Dissertação ( Mestrado em ciências no programa de Fonoaudiologia) – Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, 2019.
Elias TG, Perez Neto A, Zica AT, Antunes ML, Penido NO. Different clinical presentation of intralabyrinthine schwannomas - a systematic review. Braz J Otorhinolaryngol. 2019;85:111-20.
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Página(s): p.305
ISSN 1983-1793X
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EFETIVIDADE DA REABILITAÇÃO AUDITIVA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: GRUPOS DE ADESÃO FAMILIAR
Araujo, J. C. ; Souza, J. L. ; Versolatto, MC. M. ; Mendes, B. C. A. ; Novaes, B. C. A. C. ;

Titulo:
EFETIVIDADE DA REABILITAÇÃO AUDITIVA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: GRUPOS DE ADESÃO FAMILIAR
Resumo:
Introdução: Com a implantação da Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU) o número de bebês com diagnóstico precoce de deficiência auditiva nos primeiros anos de vida tem crescido a cada ano. O impacto na família e a formação de profissionais para lidar com as elas nesse período requerem ações específicas, particularmente no que se refere a método clínico e técnicas terapêuticas na primeira infância. Grupos de pais e o envolvimento familiar tem sido uma das estratégias de intervenção com essa população para melhor efetividade da reabilitação auditiva em bebês e crianças com deficiência auditiva de 0 a 3 anos. Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi verificar a efetividade da reabilitação auditiva quando realizados grupos de adesão familiar paralelamente ao processo de adaptação de AASI e terapia inicial, monitoramento nos retornos para acompanhamento de crianças com deficiência auditiva nos primeiros anos de vida, em um CER II da Rede Municipal de Saúde de São Paulo. Metodologia: Aprovado pelo comitê de ética e pesquisa (nº 1.308.880), este estudo teve como sujeitos 17 crianças com deficiência auditiva de 0 a 3 anos, que iniciaram o processo de seleção e/ou adaptação de AASI no período de coleta da pesquisa, e seus pais e/ou responsáveis. Resultados: O resultado demonstrou a dificuldade da família diante de uma rotina e de contratempos que dificultam a comparecer ao serviço para a terapia e o grupo de orientação. Evidenciou também que as famílias que moram mais longe do serviço tiveram uma menor porcentagem a frequência ao grupo, e as crianças que possuem perda moderada e as crianças mais velhas tiveram um porcentual maior de frequência nas sessões. Os dados sugerem que o grupo de pais e a interação com outras famílias foram facilitadores para a mobilização das famílias para a busca de serviços perto de sua residência. Conclusão: Quanto mais próximo ao final do diagnóstico for o início dos encontros, maior a possibilidade de adesão aos grupos. A distância do serviço/tempo de deslocamento representou barreira na frequência das famílias nos grupos. Houve uma tendência de maior frequência nas famílias com crianças mais velhas, talvez dada à dificuldade de transporte com bebês de colo. Quanto ao uso do AASI, as mães que permanecem em casa com a criança apresentaram um maior número de horas com AASI por dia. As famílias que não aderiram ao grupo são de mães mais velhas e com mais de 2 filhos. A efetividade da contra- referência foi maior para as famílias que aderiram ao grupo (90%), o que sugere que a necessidade de intervenção foi entendida pelas famílias.
Palavras-chave: perda auditiva, família, auxiliares de audição, grupo de pais.

Referência bibliográfica:
1. Youssef BC, Mendes BCA, Novaes BCAC, Costa EC, Ficker LB. Efetividade na adesão a reabilitação auditiva em crianças: Grupo de Adesão Familiar e terapia inicial. REVISTA DISTURBIOS DA COMUNICAÇÃO. v.29, p.734 - 748, 2017.

2. Rabelo GRG, Melo LPF. Orientação no processo de reabilitação de crianças deficientes auditivas na perspectiva dos pais. Rev CEFAC. v.18, n.2, p.362-436, mar-abr, 2016.


3. Miguel JHS, Novaes BCAC. Reabilitação auditiva na criança: adesão ao tratamento e ao uso do aparelho de amplificação sonora individual. ACR. v.18, n.3, p.171-8, 2013.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.348
ISSN 1983-1793X
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EMISSÕES OTOACÚSTICAS DURANTE O CICLO MENSTRUAL DE MULHERES JOVENS ADULTAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Lins, I.P.S. ; Duarte, D.S.B. ; Silva, A.N.S. ; Cabral, A.M.L. ; Fernandes, S.F.S. ; Melo, T.C.F ; Evangelista, E.K.B. ; Silva, J.Q. ; Santos, M.M.V. ; Britto, D.B.L.A. ;

Introdução: O ciclo menstrual se divide entre as fases folicular, ovulatória e lútea. Durante este ciclo, os níveis hormonais no organismo feminino se modificam constantemente, podendo comprometer a homeostase e o estado bioquímico dos fluidos da orelha interna (OI). A partir disso, pode ocorrer flutuações nas funções auditivas e/ou labirínticas implicando, assim, em seu funcionamento. As emissões otoacústicas (EOAs) registram a mobilidade das células ciliadas externas, com isso, propõe-se que este exame possa ser usado para avaliar tais variações durante as diferentes fases do ciclo menstrual. Objetivo: Descrever os principais resultados das EOAs durante o ciclo menstrual de mulheres jovens adultas. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa realizada em maio de 2021 com a seguinte pergunta condutora: quais são os principais resultados das EOAs em mulheres jovens adultas durante o ciclo menstrual? O estudo foi produzido por meio de busca em quatro bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed, SciELO, ScienceDirect. A chave de busca utilizada foi: “Menstrual Cycle OR Follicular Phase” AND “Otoacustic Emissions, Spontaneous OR EOA”. Os critérios de elegibilidade foram: artigos originais, publicados em quaisquer língua e ano que incluíssem mulheres de 18 a 49 anos submetidas à realização de EOAs. Foram excluídos estudos de revisão, capítulos de livros, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses e estudos com animais. Resultados: Inicialmente foram encontradas 48 publicações. Após leitura de título e resumo, restaram seis para serem lidos na íntegra. Foi removida uma duplicata e cinco estudos foram incluídos nesta revisão. Os tipos de estudo envolvidos na pesquisa foram de caso-controle e estudos de caso, publicados entre os anos de 1995 e 2012. As participantes tinham idade mínima de 20 e máxima de 49 anos de idade. Todos os estudos incluídos apresentaram como objetivo avaliar a função coclear de mulheres em seu ciclo menstrual através do exame de EOAs. Os exames realizados para avaliação da função coclear das mulheres durante o ciclo menstrual foram: Emissões Otoacústicas Espontâneas (EOAEs), Emissões Otoacústicas Evocadas Transientes (EOAT) e Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOAPD). Os estudos descreveram poucas características significantes relacionadas às emissões durante o ciclo menstrual, como: queda acentuada nas respostas da frequência de 750Hz nas EOAPD; diferença na amplitude das EOAPD na frequência de 1500Hz entre as orelhas; redução da flutuação das frequências das EOAEs no período de anovulação quando comparado ao período do ciclo menstrual normal; tendência consistente de aumento nas respostas das EOAEs em todas as bandas de frequência no estágio folicular tardio/início da fase lútea. Conclusão: As mudanças fisiológicas associadas ao ciclo menstrual não demonstraram influências na função coclear expressas através das respostas das EOAs. É necessária a realização de mais estudos acerca deste tema para se ter mais informações e discussões sobre o assunto.

1. AL-MANA, D.; CERANIC, B.; DJAHANBAKHCH, O.; LUXON, L.M. Alteration in auditory function during the ovarian cycle. Hear Res. 2010 Sep 1;268(1-2):114-22. doi: 10.1016/j.heares.2010.05.007. Epub 2010 May 26. PMID: 20685243.
2. ARRUDA, P.O.; SILVA, I.M. Study of otoacoustic emissions during the female hormonal cycle. Braz J Otorhinolaryngol. 2008 Jan-Feb;74(1):106-11. doi: 10.1016/s1808-8694(15)30759-x. PMID: 18392510.
3. GURBUZLER, L.; YELKEN, K.; ALADAG, I.; EYIBILEN, A.; KOC, S. Comparison of transient and distortion-product otoacoustic emissions during the luteal and follicular phases of the menstrual cycle. Ear Nose Throat J. 2012 Aug;91(8):322-34. PMID: 22930081.
4. PENNER, M.J. Frequency variation of spontaneous otoacoustic emissions during a naturally occurring menstrual cycle, amenorrhea, and oral contraception: a brief report. Ear Hear. 1995 Aug;16(4):428-32. doi: 10.1097/00003446-199508000-00009. PMID: 8549898.
5. YELLIN, M.W.; STILLMAN, R.D. Otoacoustic emissions in normal-cycling females. J Am Acad Audiol. 1999 Jul-Aug;10(7):400-8. PMID: 10949944.
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Página(s): p.370
ISSN 1983-1793X
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EMISSÕES OTOACÚSTICAS E EFEITO INIBITÓRIO DO SISTEMA EFERENTE EM ADULTOS NORMO-OUVINTES COM EXPOSIÇÃO AO RUÍDO: INDICADORES PARA PERDA AUDITIVA OCULTA?
Rocha, C. H. ; Kamita, M. K. ; Andrade, C. Q. ; Lopes, M. E. P. ; Sanches, S. G. G. ; Matas, C. G. ; Samelli, A. G. ;

Introdução: Estudos recentes têm indicado que a exposição ao ruído intenso pode ocasionar alterações no sistema auditivo periférico e central, mesmo na presença de limiares auditivos normais na audiometria tonal. Dentre os métodos para avaliar essa alteração, denominada perda auditiva oculta, as emissões otoacústicas (EOA) e o efeito inibitório do sistema auditivo eferente vêm sendo utilizados. Pesquisadores têm encontrado uma maior ausência de respostas das EOAs em indivíduos expostos ao ruído, quando comparados aos indivíduos sem exposição, mesmo na presença de audição normal. Outros estudos têm proposto que o sistema eferente minimiza a sinaptopatia coclear decorrente da exposição ao ruído. Assim, a avaliação das EOA transientes (EOAT) e do efeito inibitório da via auditiva eferente podem auxiliar na identificação dos primeiros indícios de dano ao sistema auditivo, servindo como marcadores de risco para alterações auditivas, antes mesmo que a audiometria evidencie uma perda auditiva. Objetivo: Comparar as EOAT e o efeito inibitório da via auditiva eferente em indivíduos normo-ouvintes expostos e não expostos a ruído ocupacional. Metodologia: Estudo aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição (nº 2.435.259). Participaram 60 adultos, sexo masculino, normo-ouvintes (limiares auditivos menores que 25 dBNA em todas as frequências), sem queixas auditivas, divididos em: grupo estudo (GE) com 34 trabalhadores expostos ao ruído ocupacional (média de idade: 37,5 anos), e grupo controle (GC) com 26 trabalhadores sem exposição ao ruído ocupacional (média de idade: 35,2 anos). Foram realizados: pesquisa das EOAT com estímulo não linear a 80 dBNPS, considerando-se presença de EOAT, relações Sinal/Ruído ≥3 dBNPS em três frequências consecutivas; e avaliação do efeito inibitório da via auditiva eferente, nos participantes que apresentaram EOAT presentes. Para isso, foram usados estímulos tipo clique linear a 60 dBNPS, na presença e ausência de ruído White Noise a 60 dBNPS na orelha contralateral. Para análise da amplitude da resposta das EOAT e do efeito inibitório da via eferente, os resultados foram transformados em microPascal (µPa). Para análise estatística, foram utilizados os testes Anova e Qui-quadrado. Resultados: Na análise qualitativa, o GC apresentou presença de resposta das EOATs em 96% das avaliações, contra 72% do GE. Em relação às amplitudes das EOATs, o GC apresentou valores maiores para todas as frequências avaliadas, em ambas as orelhas, com diferenças significantes para 1,4kHz na orelha direita (OD) (p-valor=0,04), 2kHz OD (p-valor=0,03), 4kHz OD (p-valor=0,002) e 4kHz OE (p-valor=0,02). Na avaliação do efeito inibitório da via auditiva eferente, foram considerados apenas os resultados da OD, em virtude da vantagem da OD sobre a OE, descrita na literatura. Na análise qualitativa, o GC apresentou maior ocorrência de inibição da via eferente (92% contra 63% para o GE), com diferença significante (p-valor=0,021). Não foi observada diferença entre os grupos para a amplitude do efeito inibitório (p-valor=0,913). Conclusão: Verificamos amplitudes das EOAT menores nos indivíduos normo-ouvintes expostos ao ruído, assim como menor ocorrência de efeito inibitório eferente, quando comparados aos indivíduos sem exposição ao ruído, sugerindo que estes procedimentos podem ser indicadores de risco para presença de perda auditiva oculta.

Bidelman G, Bhagat S. Right-ear advantage drives the link between olivocochlear efferent ‘antimasking’ and speech-in-noise listening benefits. Neuroreport. 2015; 26(8):483-87.
Gorga MP, Neely ST, Ohlrich B, Hoover B, et al. From Laboratory to Clinic: A large Scale Study of Distortion Product Otoacoustic Emissions in Ears with Normal Hearing and Ears With Hearing Loss. Ear Hearing. 1997;18(6):440-5.
Kujawa SG, Liberman MC. Synaptopathy in the noise-exposed and aging cochlea: Primary neural degeneration in acquired sensorineural hearing loss. Hear Res. 2015;330:191-9.
Maison FS, Usubuchi H, Liberman MC. Efferent Feedback Minimizes Cochlear Neuropathy from Moderate Noise Exposure. Journal of Neuroscience. 2013; 33(13):5542-52.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.203
ISSN 1983-1793X
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ESPECTRO DA NEUROPATIA AUDITIVA: O PEAEE CONTRIBUI PARA O DIAGNÓSTICO?
Duarte, J. L. ; Araujo, E. S. ; Silveira, A. G. ; Yamaguti, E. H. ; Silva, B. C. S. ; Oliveira, E. B. ; Costa, O. A. ; Alvarenga, K.F. ;

Introdução: O Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável (PEAEE) é um procedimento eletrofisiológico que vem ganhando espaço na avaliação audiológica infantil, por predizer os limiares psicoacústicos em várias frequências e nas duas orelhas simultaneamente, o que reduz o tempo na avaliação em comparação aos demais potenciais evocados utilizados para este fim. Entretanto, existe a necessidade da compreensão dos achados nos diferentes tipos de perda auditiva, incluindo o Espectro da Neuropatia Auditiva (ENA). Objetivo: Verificar os achados do PEAEE em crianças com ENA e sua relação com o calibre do nervo auditivo e com os limiares comportamentais. Metodologia: O estudo foi desenvolvido em um ambulatório de audiologia credenciado ao SUS (Comitê de Ética Processo n° 100/2005). Foram avaliadas 27 crianças, de ambos os sexos, com faixa etária de seis meses a 10 anos e 9 meses e diagnóstico prévio de ENA por equipe multidisciplinar. Todas apresentaram perda auditiva bilateral, sendo portanto, analisadas 54 orelhas e subdividas em dois grupos: 17 crianças com nervo auditivo de calibre normal (G1) e 10 crianças com hipoplasia do nervo auditivo (G2), definida com base no exame de ressonância nuclear magnética do osso temporal em aparelho marca Phillips com campo magnético de 1.0 Tesla. A avaliação incluiu a pesquisa dos limiares psicoacústicos e do PEAEE nas portadoras de 0,5; 1; 2 e 4 kHz, moduladas 100% em amplitude e 20% em frequência. Foi utilizado o equipamento MASTER (2.04.i00 Bio logic Systems Corp.), fones de inserção 3A e eletrodos em Fz (ativo), Oz (referência) e Fzp (terra). Os parâmetros foram ganho de 50 mil, filtro passa-banda 1 a 300 Hz, velocidade de conversão A-D de 1 kHz, nível de rejeição ± 40 µV, e analise da amplitude pelo teste F. Os dados foram submetidos a análise estatística descritiva e inferencial com o teste Qui-quadrado de independência, adotando p≤0,05. Resultados: o grau da perda auditiva dos participantes variou entre moderado (n= 3), severo (n=5) e profundo (n=19). Para as crianças do G1 verificou-se um elevado quantitativo de respostas ausentes no PEAEE, mesmo em frequências com obtenção de limiar comportamental. Por outro lado, para as crianças com hipoplasia de nervo auditivo (G2), observou-se consistência no registro do PEAEE, sendo possível determinar o limiar eletrofisiológico para a maioria das frequências avaliadas e melhor correlação com os limiares comportamentais (p<0,05). Conclusão: a contribuição do PEAEE para os casos de ENA é limitada no que se refere à predição de limiares, sendo fundamental que a indicação de dispositivos tenha como base os limiares comportamentais. Em contrapartida, o PEAEE registrado de forma consistente e com melhor correlação para os casos de hipoplasia de nervo auditivo torna o procedimento promissor para auxiliar no diagnóstico diferencial entre hipoplasia e aplasia do nervo auditivo e, até mesmo, entre casos de ENA com e sem hipoplasia.

Cinar B, Tahir E, Batuk M, Yarali M, Sennaroglu G, Sennaroglu L: Cochlear Nerve Hypoplasia: Audiological Characteristics in Children and Adults. Audiol Neurootol 2019;24. DOI: 10.1159/000500938

Ehrmann-Müller D, Cebulla M, Rak K, Scheich M, Back D, Hagen R, et al.: Evaluation and therapy outcome in children with auditory neuropathy spectrum disorder (ANSD). Int J Pediatr Otorhinolaryngol 2019;127:109681.

Freeman SR, Sennaroglu L: Management of Cochlear Nerve Hypoplasia and Aplasia. Adv Hear Rehabil 2018;81:81–92.

Lalayants M, Brazhkina N, EN G, Kruglov A, Barrlyak V, Tavartkiladze G: Auditory evoked potentials in children with auditory neuropathy spectrum disorder. Vestn Otorinolaringol 2018;83:15–20.

Siati RD, Rosenzweig F, Gersdorff G, Gregoire A, Rombaux P, Deggouj N: Auditory Neuropathy Spectrum Disorders: From Diagnosis to Treatment: Literature Review and Case Reports. J Clin Med 2020;9. DOI: 10.3390/jcm9041074

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ESTÍMULO CLIQUE: EFEITOS NO CONTROLE AUTONÔMICO DO RITMO CARDÍACO EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS COM AUDIÇÃO NORMAL
Silva, B. C. S. ; Jacob-Cortelleti, L. C. B. ; Silva, J. M. ; Silva, A. P. ; Valenti, V. E. ; Alvarenga, K. F. ;

Pesquisas prévias investigaram a influência da estimulação acústica musical na regulação autonômica cardíaca. Contudo, não foram encontrados estudos que analisaram os efeitos do estímulo acústico clique nos índices da variabilidade da frequência cardíaca. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi analisar o efeito do estímulo clique sobre o controle autonômico do ritmo cardíaco. Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, CAAE: 17996519.2.0000.5417. Foram avaliados 10 indivíduos adultos saudáveis, média de idade de 24,08±2,14 anos, com audição normal. O estímulo clique foi apresentado por condução aérea, com fones de inserção modelo Eartone 3A, nas intensidades de 30, 40, 50 e 60 dB NA, utilizando-se o equipamento Eclipse, com sequência de apresentação randomizada. A definição da orelha a ser estimulada foi intercalada e aleatória. Para a captação da variabilidade da frequência cardíaca, utilizou-se o monitor cardíaco Polar RS8000CX, com taxa amostral de 1000 Hz, na qual foram selecionadas séries estáveis com 60 intervalos RR. Somente séries com mais de 95% de batimentos sinusais foram incluídas. Após a constatação da distribuição normal dos dados (Shapiro-Wilk), empregou-se a análise de variância ANOVA com medidas repetidas para analisar a ocorrência de diferenças nos índices RMSSD, SDNN e SD1, no silêncio (linha de base) e, para os diferentes níveis de intensidade testados. O tempo de medição para cada condição foi de 1 min., com intervalos de 10 min. entre as mesmas, para recuperação do sistema nervoso autônomo. O nível de significância adotado foi ≤0,05. Os resultados evidenciaram que não houve diferença estatisticamente significante para os índices RMSSD (p=0,503), SDNN (p=0,423) e SD1 (p=0,500), em nenhuma das condições analisadas. No teste Pearson de correlação, verificou-se correlação extremamente forte (p<0,001) entre o RMSSD e o SD1, em todas as condições testadas; entre o RMSSD_40dB com SDNN_50dB e o SD1_40dB com SDNN_50dB. As correlações consideradas muito fortes (p<0,01) ocorreram entre o RMSSD_silêncio com SD1_50dB, RMSSD_60dB com SD1_silêncio, RMSSD_30dB com SDNN_30dB, RMSSD_40dB com SDNN_silêncio, RMSSD_40dB com SDNN_40dB, RMSSD_50dB com SDNN_silêncio, SD1_30dB com SDNN_30dB, SD1_40dB com SDNN_silêncio, SD1_40B com SDNN_40dB e SD1_50dB com SDNN_silêncio. Concluí-se que o estímulo clique não apresentou quaisquer influências sobre o controle do ritmo cardíaco, com análise de ultra-curto período, em indivíduos saudáveis com audição normal. Contudo, ressalta-se a correlação existente entre os índices RMSSD, SDN e SD1, no silêncio e na presença do estímulo clique em diferentes intensidades. Salienta-se, portanto, a necessidade de pesquisas futuras para uma melhor investigação quanto à regulação autonômica cardíaca e os estímulos acústicos utilizados na avaliação audiológica, por exemplo o clique, dentre outros, a fim de compreender uma possível associação entre a regulação autonômica cardíaca e a sensibilidade auditiva.

1. Iwanaga M, Kobayashi A, Kawasaki C. Heart rate variability with repetitive exposure to music. Biol Psychol. 2005 Sep;70(1):61-6. doi: 10.1016/j.biopsycho.2004.11.015.

2. Lynar E, Cvejic E, Schubert E, Vollmer-Conna U. The joy of heartfelt music: An examination of emotional and physiological responses. Int J Psychophysiol. 2017 Oct;120:118-125. doi: 10.1016/j.ijpsycho.2017.07.012.

3. Roque AL, Valenti VE, Guida HL, Campos MF, Knap A, Vanderlei LC, Ferreira C, de Abreu LC. The effects of different styles of musical auditory stimulation on cardiac autonomic regulation in healthy women. Noise Health. 2013 Jul-Aug;15(65):281-7. doi: 10.4103/1463-1741.113527.

4. Silva AG, Guida HL, Antônio AM, Marcomini RS, Fontes AM, Carlos de Abreu L, Roque AL, Silva SB, Raimundo RD, Ferreira C, Valenti VE. An exploration of heart rate response to differing music rhythm and tempos. Complement Ther Clin Pract. 2014 May;20(2):130-4. doi: 10.1016/j.ctcp.2013.09.004.

5. Task Force of the European Society of Cardiology and the North American Society of Pacing and Electrophysiology. Heart rate variability: standards of measurement, physiological interpretation and clinical use. Circulation. 1996 Mar 1;93(5):1043-65.
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ESTUDO DA AUDIÇÃO EM ESCOLARES: UMA REVISÃO DE LITERATURA NACIONAL
Silva, I. V. ; Colella-Santos, M.F. ;

Introdução: Alterações auditivas em crianças na fase escolar podem refletir em distúrbios de aprendizagem e em dificuldades de ensino ou interação social. Isto posto, torna-se essencial avaliar a audição de escolares para prevenir e/ou evitar tal fator causal, além de verificar quais ações voltadas à saúde auditiva tem-se proposto no Brasil. Objetivo: Realizar uma revisão de literatura baseada em estudos nacionais para verificar, analisar e discutir as produções científicas sobre a avaliação auditiva em escolares do Brasil. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica em que foram utilizadas as bases de dados on-line LILACS e SciELO. Foi utilizado o cruzamento de descritores em ciência da saúde (DeCS), criados pela bireme: triagem, audição, avaliação auditiva, criança e adolescente, além do cruzamento com o termo livre “escolares”. Os artigos foram selecionados por ordem cronológica de publicação, de janeiro de 2000 a janeiro de 2020, totalizando 20 anos. Critérios de inclusão: artigos originais que envolveram escolares, triagem e avaliação das habilidades auditivas periféricas e artigos em português. Critérios de exclusão: pesquisas com a população acima de 15 anos e/ou neonatal, apenas triagem auditiva central e artigos duplicados. Resultados: Foram encontrados 180 artigos, 70 na base de dados SciELO, e 110 na LILACS. Após aplicação dos critérios de exclusão, foram incluídos 14 artigos que atenderam aos critérios. Discussão: Apontando predomínio do tipo de pesquisa quantitativa, com poucas publicações e totalizando uma média para as duas últimas décadas inferior a 1,0 publicação por ano, nota-se que pesquisas com temáticas relacionadas à avaliação auditiva de escolares no Brasil, se tratando de avaliações das habilidades auditivas periféricas, ainda são escassas na literatura. O foco das publicações existentes é a reabilitação, porém já consegue-se observar algumas publicações visando ações de Promoção à Saúde. Baseado nos resultados dos estudos analisados, percebeu-se a necessidade de detectar as alterações auditivas em crianças com idade escolar precocemente, além de constatar-se que não existe um programa de triagem nacional no Brasil para acompanhar e promover a saúde auditiva dos escolares. Conclusão: Por ser um tema pouco abordado na literatura, verificou-se a necessidade de realizar mais produções científicas abordando a avaliação auditiva de escolares.

Palavras-chave: Audição; Triagem; Perda Auditiva; Crianças.

1 - Oliveira PS, Penna LM, Lemos SMA. Desenvolvimento da linguagem e deficiência auditiva: revisão de literatura. Rev. CEFAC. 2015; 17( 6 ): 2044-2055.

2- Goulart BNG, Chiari BM, Almeida CPB. Fatores associados a distúrbios da fala, da audição e da
linguagem em crianças atendidas na atenção primária em saúde. J. Hum. Growth Dev. J. Hum. Growth
Dev. 2017, vol.27, n.3, pp. 281-287.

3- Pereira LD. Sistema auditivo e desenvolvimento das habilidades auditivas. In: Ferreira LP, Befi-Lopes DM, Limongi SCO (org.) Tratado de fonoaudiologia. São
Paulo: Roca; 2004.

4- Penido NO, Chandrasekhar SS, Borin A, Maranhão ASA, Testa JRG. Complicações das otites média -
um problema potencialmente letal ainda presente. Braz. j. otorhinolaryngol. 2016 Jun; 82( 3 ): 253-262.

5- Nunes CL. Processamento Auditivo. Conhecer, avaliar e intervir. Lisboa. PapaLetras. 2015.


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ESTUDO SOBRE A EXPOSIÇÃO A NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA E QUEIXAS AUDITIVAS DE RITMISTAS DA BATERIA DE UMA ESCOLA DE SAMBA DE SANTA CATARINA
Padilha, AM ; Ghirardi, A.C.A.M ; Scharlach, R.C. ;

Introdução: O carnaval é considerado como uma antiga tradição, sendo que as escolas de samba nasceram como uma forma de resistência social por um histórico marcado por discriminação racial e social. O desfile das escolas de samba, hoje, é considerado como o maior evento de exportação brasileira, o que trouxe para o Brasil o título de “País do Carnaval”. É na bateria das escolas de samba, caracterizada como um dos elementos mais importantes do espetáculo, que bate o coração da escola. A audição humana é essencial e uma das principais vias para o indivíduo interagir com a sociedade. O ruído não prejudica somente a audição, implica também em alterações extra auditivas, como por exemplo transtorno vascular, estresse, fadiga, nervosismo, dificuldade em convívio social, entre outras. Objetivo: Analisar a ocorrência de sintomas auditivos nos integrantes de bateria de uma Escola de Samba de Santa Catarina e, caracterizar os hábitos auditivos e a exposição sonora dos ritmistas da bateria durante os ensaios. Metodologia: Estudo descritivo, analítico de delineamento transversal, realizado com ritmistas da bateria de uma escola de samba de Santa Catarina. A pesquisa foi realizada em duas etapas, sendo a primeira a realização da mensuração dos níveis de pressão sonora aos quais os ritmistas ficaram expostos durante sete ensaios. A medida foi realizada por meio do aplicativo do sistema operacional iOS, NIOSH SLM (National Institute for Occupational Safety and Health Sound Level Meter), instalado no celular de um dos pesquisadores, sem o uso de microfone externo. A segunda etapa da pesquisa consistiu na aplicação de um questionário, desenvolvido pelos pesquisadores, contendo 21 perguntas (seis abertas e 15 fechadas) relacionadas a dados sociodemográficos, saúde, hábitos auditivos, sintomas vocais e auditivos, tempo de participação dos ritmistas na bateria, posição dos mesmos na organização da bateria. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o protocolo CAAE 26196819.2.0000.0121 e, antes de responder o questionário os participantes leram e concordaram com o termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados coletados passaram por uma análise estatística descritiva. Resultados: Dos 43 participantes, 13 eram do sexo feminino e 30 do sexo masculino com idade mínima de 18 e o máxima de 50 anos, com média etária de 27 anos. Os níveis de pressão sonora equivalentes aos quais os participantes ficaram expostos nos sete ensaios variaram de 101,9 a 113,5dBA, sendo que estes tiveram duração média de 84 minutos. Os ritmistas apresentaram maior ocorrência de sintomas auditivos logo após os ensaios, sugerindo uma possível mudança temporária do limiar. Os sintomas de maior ocorrência foram: dificuldades para entender a fala no ruído, zumbido e sensação de ouvido tampado. Verificou-se que 39,56% dos participantes acreditam que fazer parte da bateria pode prejudicar a audição, no entanto 93% da amostra não faz uso de protetores auriculares. Conclusões: Os ritmistas da bateria estão expostos a níveis de pressão sonora elevados e perigosos para a saúde auditiva. Há necessidade da realização de ações para conscientização desses ritmistas sobre os sinais e sintomas da perda auditiva.

1. Monteiro VM, Samelli AG. Estudo da audição de ritmistas de uma escola de samba de São Paulo. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15( 1 ): 14-8. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-80342010000100005&lng=pt. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010000100005.

2. Mendes MH, Morata TC. Exposição profissional à música: uma revisão. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2007; 12(1): 63-9. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-80342007000100012&lng=pt. https://doi.org/10.1590/S1516-80342007000100012.

3. Andrade AIA, Russo ICP, Lima MLLT, Oliveira LCS. Avaliação auditiva em músicos de frevo e maracatu. Rev Bras Otorrinolaringol. 2002; 68( 5 ): 714-20. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992002000500018&lng=pt. https://doi.org/10.1590/S0034-72992002000500018.

4. Pfeiffer M, Rocha RLO, Oliveira FR, Frota S. Intercorrência audiológica em músicas após um show de rock. Rev CEFAC. 2007; 9( 3 ): 423-9. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462007000300017&lng=pt. https://doi.org/10.1590/S1516-18462007000300017.

5. Verbeek JH, Kateman E, Morata T, Dreschler W,Mischke C. Efetividade das intervenções para prevenção de perdas auditivas ocupacionais induzidas por ruído: Uma revisão sistemática Cochrane. In: Boéchat EM, et al. Tratado de Audiologia. 2. ed. São Paulo: Santos Editora; 2015. p.211-23.
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EXISTE RELAÇÃO ENTRE O TAMANHO DO CRÂNIO DE CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR EXPOSIÇÃO GESTACIONAL AO ZIKA VÍRUS E AS LATÊNCIAS DO POTENCIAL EVOCADO DE CURTA LATÊNCIA?
Almeida, C. ; Borja, A. ; Azevedo, M. H. M. ;

Introdução: Um espectro extenso de anormalidades relacionadas à infecção gestacional pelo zika vírus (ZIKV) foram descritos na literatura, tais como a microcefalia, alterações corticais e subcorticais, oftalmológicas, auditivas e outras deformidades presentes ao nascimento. Muitos estudos tentaram associar a gravidade do comprometimento neurológico da criança ao trimestre de infecção materna ou ao perímetro cefálico, todavia não há uma relação sistemática entre esses fatores. Em relação a audição, não há disponibilidade de estudos histológicos em humanos que indicassem alterações morfológicas nos órgãos e/ou nas vias auditivas relacionados à infecção pelo ZIKV. Permanece a dúvida se as alterações auditivas são provenientes do efeito direto do próprio vírus ou de uma reação imune do hospedeiro. Na maioria dos estudos, na perda auditiva associada à infecção viral congênita o dano auditivo é predominantemente coclear. A prevalência da perda auditiva em crianças expostas ao ZIKV variou entre 5,5 e 6,0% nos diversos estudos. Objetivo: Verificar se há relação entre as latências do potencial evocado auditivo de curta latência e o perímetro cefálico em crianças com microcefalia expostas ao ZIKV na gestação. Metodologia: Estudo transversal, retrospectivo e descritivo. A amostra foi composta por crianças expostas ao ZIKV, com microcefalia, perímetro cefálico (PC) inferior a ≥ -2 desvios-padrão, nascidas entre 04/2015 e 12/2016, encaminhadas para o ambulatório de confirmação de microcefalia relacionado ao ZIKV de um hospital de referência e avaliadas no ambulatório de Eletrofisiologia da mesma instituição. Todas realizaram Emissões Otoacústicas por Transientes (EOAt) e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) nas intensidades de 80/30 dB. As EOAt foram realizadas com o equipamento GN Otometrics MADSEN® AccuScreen Mod 8-04 aceitando-se uma relação sinal ruído mínima de 6dB. O PEATE foi realizado com o equipamento Eclipse ABR EP-25 da Interacoutics®, eletrodos descartáveis posicionados no sistema internacional 10/20 (Vértex (Cz) e mastoides direita (A2) e esquerda (A1)), fones de inserção (3A), com taxa 21,7 clicks/s e 2000 estímulos, aceitas impedâncias máximas de 5 Ohms. Resultados: Foram avaliadas 33 crianças, 69,7% tinham PCR materno confirmando a infecção, 54,5% do sexo feminino, 81,8% nascidas a termo, 33,6% tinham PC ≤ -3 desvios padrão do Intergrowth-21st, idade gestacional média de 38,7+/-1,51 semanas, sendo que 36,4% das genitoras foram infectadas no primeiro trimestre da gestação. Todas as crianças tiveram EOAT presentes bilateralmente e respostas eletrofisiológicas claras a 80 e 30 dbNA, bilateralmente. O teste t pareado não mostrou diferença entre as latências médias das orelhas. Na análise de variância (ANOVA) verificou-se que as médias das latências absolutas das ondas I, III e V foram menores quando comparadas aos padrões de normalidade para idade (p<0,000). Todavia, embora menores, não foram observadas diferenças entre os intervalos interpicos I-III, III-V e I-V. Conclusão: Crianças expostas ao ZIKV e microcefalia apresentaram latências médias absolutas menores do que crianças normocefálicas da mesma idade e intervalos interpicos semelhantes. Não houve relação entre o perímetro cefálico e as latências do PEATE. Acredita-se que alterações no comprimento e espessura do tronco encefálico, bem como o encurtamento da porção distal do VIII nervo provoquem respostas mais precoces nesta população.

Villar J IL, Victora CG, Ohuma EO, Bertino E, Altman DG, et al. International standards for fetal growth based on serial ultrasound measurements: the Fetal Growth Longitudinal Study of the INTERGROWTH-21st Project. Lancet. 2014;384:869-79.
Association between brain morphology and electrophysiological features in Congenital Zika Virus Syndrome: A cross-sectional, observational study Sequerra, Eduardo B et al. EClinicalMedicine, Volume 26, 100508.
Barbosa MH, Magalhães-Barbosa MC, Robaina JR, Prata-Barbosa A, Lima MA, Cunha AJ. Auditory findings associated with Zika virus infection: an integrative review. Braz J Otorhinolaryngol. 2019;85:642-63. . Brazilian Journal of Otorhinolaryngology [online]. 2019, v. 85, n. 5 [Acessado 10 Junho 2021] , pp. 642-663. Disponível em: .

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EXPECTATIVA AO USO DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL NAS DEFICIÊNCIAS AUDITIVAS BILATERAIS EM IDOSOS
Madeira, L. R. ; MATA, S. M. ; ZAMPRONIO, C. D. P. ; OLIVEIRA, J. R. M. ;

Introdução: Os Aparelhos de Amplificação Sonora Individual fazem parte do processo de reabilitação do indivíduo com deficiência auditiva para minimizar as dificuldades de comunicação vivenciadas por esses indivíduos. A indicação dos AASI é realizada a partir do diagnóstico audiológico pela equipe multidisciplinar composta principalmente por fonoaudiólogo e médico otorrinolaringologista. Há diversos fatores que interferem no uso efetivo do dispositivo e no processo de adaptação do usuário como: expectativa em relação à amplificação, aspectos motivacionais e cognitivos, preocupação com a estética, tempo de privação sensorial, entre outros. Portanto, é necessário que o fonoaudiólogo apresente expertise sobre as expectativas individuais em relação ao AASI para que o processo de reabilitação auditiva seja direcionado e bem-sucedido. Diante disso, a escala Expected Consequences of Hearing Aid Ownership (ECHO) é uma ferramenta que fornece ao profissional informações relevantes sobre as expectativas do usuário em relação ao dispositivo eletrônico no momento anterior a adaptação, as quais podem ser determinantes no processo de seleção, adaptação e validação dos AASI e, consequentemente, no processo reabilitação auditiva otimizado. Objetivo: Verificar a expectativa dos indivíduos com deficiência auditiva bilateral candidatos ao uso do AASI e descrever os aspectos demográficos, como gênero, idade, classe socioeconômica e escolaridade. Metodologia: A pesquisa foi composta por 12 indivíduos idosos sem alterações neurológicas e/ou distúrbios emocionais importantes relatados ou conhecidos que comprometam a aplicação do instrumento de medida. Inicialmente, foram coletados os dados sociodemográficos dos participantes e, posteriormente, foi aplicada a escala ECHO, adaptada para o português, no momento anterior a adaptação do AASI. O indivíduo não recebeu nenhum tipo de orientação sobre a adaptação do dispositivo eletrônico. Para descrição dos achados foram utilizadas medidas de tendência central e de dispersão. Resultados: Participaram da pesquisa 12 idosos, sendo 4 do gênero masculino e 8 do feminino, com idade entre 65 a 87 anos com deficiência auditiva bilateral de leve a severa. Em relação à classe socioeconômica, a maioria dos participantes estão na classificação baixa superior (58%) seguida da média Inferior (25%) e baixa inferior (17%). Dos participantes 6 (50%) cursaram o ensino fundamental I, 3(25%) ensino médio 2(17%) nível superior e 1 (8%) sem idade escolar. Quanto às repostas dos participantes no questionário aplicado, foi possível constatar expectativa alta para os aspectos positivos, custos e serviços e aspectos negativos, no entanto para o aspecto imagem pessoal os participantes obtiveram média baixa, ou seja, pouca expectativa nesse item, o que vai ao encontro com a questão estética que o uso do AASI proporciona. A amostra obteve baixa variabilidade, sendo o desvio padrão menor que 1 em todos os aspectos analisados. Conclusão: A idade, classe econômica e a escolaridade candidatos ao uso do AASI podem impactar na sua expectativa, a qual é alta.


CAMPOS, Patrícia Danieli; BOZZA, Amanda; FERRARI, Deborah Viviane. Habilidades de manuseio dos aparelhos de amplificação sonora individuais: relação com satisfação e benefício. In: CoDAS. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2014. p. 10-16.
COX, Robyn M.; ALEXANDER, Genevieve C. Expectations about hearing aids and their relationship to fitting outcome. Journal of the American Academy of Audiology, v. 11, n. 7, 2000.
FERREIRA, Erasmo Daniel et al. PERCEPÇÃO DOS INDIVÍDUOS SOBRE O ABANDONO DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL. Revista Interdisciplinar de Estudos em Saúde, p. 277-287, 2019.
LOPEZ-POVEDA, Enrique A. et al. Preditores de resultados de aparelhos auditivos. Trends in Hearing , v. 21, p. 2331216517730526, 2017.
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FATORES ASSOCIADOS À DIFICULDADE PARA OUVIR EM UMA AMOSTRA DE TRABALHADORES DOMÉSTICOS BRASILEIROS
Hillesheim, D. ; Jesus, C. J. ; Gonçalves, L. F. ; Batista, D. D. C. ; Zucki, F. ;

Introdução: Trabalhadores domésticos estão expostos a riscos químicos, físicos, biológicos, ergonômicos, entre outros, durante a realização de suas atividades ocupacionais. Apesar das regulamentações recentes da área (PEC 66/2012 / Lei Complementar 150/2015), considera-se que muito se deva avançar para que os 4,9 milhões de trabalhadores dessa classe tenham seus direitos cumpridos, e, acima de tudo, sua saúde e segurança preservadas e garantidas. Objetivo: Descrever a prevalência de dificuldade para ouvir e analisar os fatores associados a esta condição em uma amostra de trabalhadores domésticos. Metodologia: Estudo transversal realizado com dados da Pesquisa Nacional de Saúde - 2013. A variável dependente (desfecho) foi a dificuldade autorreferida para ouvir. As variáveis independentes eram referentes às características sociodemográficas (sexo, cor da pele e idade), condições de saúde (hipertensão, diabetes e depressão) e riscos ocupacionais (exposição a ruído, substâncias químicas e poeira). Foi realizada a análise bivariada e multivariada por meio de regressão logística, estimando-se as Odds Ratio. A qualidade do ajuste do modelo final foi testado por meio do teste de Hosmer e Lemeshow, no qual o resultado não significativo (p > 0,05) sugeriu que o modelo estimado com as variáveis independentes é melhor do que o modelo nulo. Também foi analisada a curva Roc (lroc) e resíduos. Utilizou-se o pacote estatístico Stata 14.0 e todas as análises consideraram o efeito do desenho amostral por meio do comando svy. A PNS foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) - 8 de julho de 2013, sob o número 10853812.7.0000.0008. Resultados: Participaram deste estudo 2.784 trabalhadores domésticos, sendo a maioria do sexo feminino (89,7%) e de cor da pele parda (55,6%). A prevalência de dificuldade para ouvir foi de 6,5% (n=182). Na análise multivariada, indivíduos com depressão apresentaram 1,75 vezes mais chance de apresentar dificuldade para ouvir (IC95%:1,11-2,77; p=0,015), quando comparados aos indivíduos sem depressão. Expostos a ruído apresentaram quase duas vezes (OR=1,86; IC95%:1,11-3,12) (p=0,018) mais chance de apresentar dificuldade para ouvir, quando comparados aos indivíduos não expostos a ruído. Com relação à idade, observou-se aumento da medida de associação conforme aumentava-se a categoria de idade, observando-se associação para todas as categorias etárias, especialmente trabalhadores domésticos com 60 anos ou mais. Conclusões: Houve associação entre dificuldade para ouvir e idade, depressão e exposição a ruído em uma amostra de trabalhadores domésticos brasileiros. É importante compreender quais fatores estão associados a dificuldade auditiva para criar ações que visem a proteção deste público alvo, muitas vezes desassistidos por esferas sindicais e governamentais. E por se tratar de um estudo de base populacional representativo, é possível direcionar a atenção às demandas que requerem mais prioridade e contribuir na construção e na avaliação de políticas públicas nas áreas de promoção, vigilância e atenção à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

1. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO- OIT. O Emprego Doméstico: uma ocupação tipicamente feminina. Secretaria Internacional do Trabalho, 2006.

2. BRASIL, ALEKSA MATIOSKI. RISCOS OCUPACIONAIS A QUE ESTÃO EXPOSTAS AS EMPREGADAS DOMÉSTICAS. Monografia de Especialização. Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR. 2014.

3. OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION- OSHA. Agentes biológicos. Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho. Bélgica, 2003.

4. RBA, Redação. Trabalho doméstico perdeu 1,5 milhão de vagas com a pandemia. Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2021/04/trabalho-domestico-perdeu-15-milhao-de-vagas-com-a-pandemia/. Acesso em: 08 jun. 2021.

5. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Emenda Constitucional nº72. Disponível em: https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=6&data=03/04/2013. Acesso em: 08 jun. 2021.

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Página(s): p.219
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GUIA DE BOAS PRÁTICAS PARA COMUNICAÇÃO COM PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS AUDITIVAS, COM USO DE MÁSCARAS DE PROTEÇÃO CONTRA O CORONAVÍRUS DURANTE A PANDEMIA.
Levy, C.C.A.C. ; Jesus, A.A ; Santos, M.M ; Nascimento, V.M. ;

Em 31 de dezembro de 2019, a OMS (Organização Mundial de Saúde), advertia o mundo sobre o surgimento de uma nova doença, que se espalhava misteriosamente em Wuhan na China, causando um surto, levando pacientes à uma pneumonia. Em meio a muitas pesquisas sobre sua transmissão, foi descoberto que a mesma se dava de uma forma rápida e silenciosa, por meio de gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal, e ou com objetos contaminados. Visando a ampliação de ações prioritárias, no Brasil, a OMS iniciou o processo de elaboração de normas técnicas referentes à utilização de equipamentos de proteção individual para o enfrentamento da pandemia atual, dentre eles também a orientação do uso de máscaras cirúrgicas de proteção. Sendo assim, o uso de máscaras faciais é conhecido por impactar negativamente em aspectos da comunicação, e isso criou desafios para a comunidade com deficiência auditiva. Estudos com uso de mascaras realizados durante a pandemia da Covid-19, buscaram descrever os impedimentos encontrados na comunicação dentre elas a impossibilidade de leitura labial e dificuldade da leitura orofacial e a voz do locutor é projetada de forma distorcida e atenuada. Diante disso, este estudo tem por objetivo, criar um guia de boas práticas para comunicação com pessoas surdas, com uso de máscara de proteção contra o coronavírus durante a pandemia. Método: Compilação da literatura. Resultado e conclusão : Guia : Fale sempre de frente para a pessoa, garantindo a atenção, olho no olho de forma clara e devagar; de chance para a pessoa falar, pergunte como a pessoa prefere se comunicar = escrita, interpretes de Libras; aplicativos; Reformule a frase quando não foi compreendido dando destaque ao que não foi compreendido; Certifique que os dispositivos eletronicos estão ligados; Procure um ambiente menos ruidoso; Não grite.


Monteiro CAM, Braatz A, Luiz AF, Silveira G, Bogo DL, Nassiffe RM, et al. Revista de Extensão do Instituto Federal Catarinense: produção de protetores faciais para profissionais de saúde contra o coronavírus, out 2020; 7(13):155-162.

Redfield, R. (2020). ASHA insta o CDC a enfatizar a necessidade de máscaras faciais claras para deficientes auditivos OK. ASHA, 1-2. Recuperado de www.asha.or.

Camargo MC, Silveira MSM, Lima AA, Bastos BP, Santos DL, Mota SEC, et al. Ciência & saúde Coletiva: eficácia da máscara facial de (TNT) na população para prevenção de infecções por coronavírus: revisão sistemática, set 2020 25(9):3365-3376.

Cabral, IAL (2020). A UTILIZAÇÃO DE MÁSCARAS DURANTE A PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS (SARS-CoV-2) E SUAS IMPLICAÇÕES NA COMUNICAÇÃO. Revista Interface – Integrando Fonoaudiologia e Odontologia, 1(1), 105-109.

Hearing Review. Recomendações de problemas de NAL para aparelhos auditivos e máscara faciais. Disponível em: https://www.hearingreview.com/hearing-products/accessories/infection-control/nal-issues-recommendations-for-hearing-aids-and-face-masks. Ajustes de máscara NAL. Disponível em: https://www.nal.gov.au/nal-mask-adjust/.

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Página(s): p.327
ISSN 1983-1793X
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HÁ CONDIÇÕES DE ACESSO À TELEREABILITAÇÃO AUDITIVA INFANTIL? ESTUDO DE UM SERVIÇO NO NORDESTE DO PAÍS.
dos Santos, I.R.D. ; Brazorotto, J.S. ;

INTRODUÇÃO: A telereabilitação em Audiologia é reconhecidamente uma importante ferramenta com comprovada efetividade e tornou-se, repentinamente, por ocasião da pandemia de COVID-19, uma realidade na atuação fonoaudiológica com famílias e crianças com deficiência auditiva. Entretanto, considerando que o acesso às Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC) e aos serviços de internet é desigual para usuários de serviços de saúde auditiva do Sistema Único de Saúde, há grande preocupação pelas implicações da descontinuidade da terapia fonoaudiológica para a habilitação auditiva na infância. OBJETIVO: conhecer as condições de acesso à telereabilitação no modelo síncrono, ofertada às famílias e suas crianças, usuárias de um serviço de saúde auditiva na região nordeste do país. METODOLOGIA: estudo observacional, descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição de origem nº 3.440.683. Os dados de 72 famílias do programa de audição e fala do serviço foram coletados com questionário semiestruturado aplicado por meio de ligação telefônica no mês de junho de 2020, anterior ao início das terapias remotas. RESULTADOS: 52 (72%) famílias não possuem computador em casa, sendo predominante (94%) o uso de smartphones como recurso tecnológico; 65% das famílias estudadas têm acesso à internet e consideraram a qualidade das conexões como “boa” (63%) e 5 famílias (7%) não possuem qualquer acesso à internet. CONCLUSÕES: o acesso à telereabilitação auditiva para famílias e suas crianças com deficiência auditiva no serviço estudado é possível pelo alcance dos dispositivos móveis; no entanto, o acesso à internet ainda é desigual, destacando-se a necessidade de uma reorientação nas políticas de e-saúde em nosso país, contando com a garantia de acesso aos usuários também nesta modalidade de serviço, o que traria a otimização no uso de recursos para a (re) habilitação auditiva infantil.

Palavras-chave: Acesso às TIC. Telessaúde. Política de e-Saúde. Habilitação de Deficiência Auditiva.

Almathami HKY, Win KT, Vlahu-Gjorgievska E. Barriers and Facilitators That Influence Telemedicine-Based, Real-Time, Online Consultation at Patients' Homes: Systematic Literature Review. J Med Internet Res. 2020 Feb 20;22(2):e16407. doi: 10.2196/16407. PMID: 32130131; PMCID: PMC7059083.

Dimer NA, Canto-Soares ND, Santos-Teixeira LD, Goulart BNG. The COVID-19 pandemic and the implementation of telehealth in speech-language and hearing therapy for patients at home: An experience report. Codas. 2020;32(3):e20200144.

Diretrizes de boas práticas em telefonoaudiologia [recurso eletrônico] / organizadoras Andréa Cintra Lopes, Carmen Barreira-Nielsen, Deborah V. Ferrari, Patrícia Danieli Campos, Silvia Maria Ramos. - Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de São Paulo; Brasília : Conselho Federal de Fonoaudiologia, 2020. v. 1, 95 p.: il. Modo de acesso: https://www.fonoaudiologia.org.br/cffa ISBN 978-65-86349-01-6.

Rajeswaran R, Tavora-Vieira D, Mertens G, Dillon M, Narayan S, Kameswaran M, Kurz A. Audiological practice and COVID-19: recommendations that audiological centers can use to maintain the safety and quality of service-expert opinion. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2021 Mar 27:1–6. doi: 10.1007/s00405-021-06766-w. Epub ahead of print. PMID: 33772609; PMCID: PMC8000684.


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Página(s): p.416
ISSN 1983-1793X
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HÁ UMA CORRELAÇÃO ENTRE PERDA AUDITIVA, ZUMBIDO E IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA?
Fernandes, F.S. ; França, F.G. ;

O zumbido é uma percepção fantasma de tom ou ruído na ausência de qualquer fonte sonora. Possui natureza heterogênea nas causas, manifestações clínicas e impactos psicológicos. Uma grande variedade nas respostas ao seu tratamento, instigam novas pesquisas. Certos estudos apontam uma correlação positiva entre o aumento da prevalência de zumbido e a idade. No entanto, permanece obscuro se há relação direta da idade e o tempo de instalação com a gravidade do sintoma. Encontramos descrito na literatura que o zumbido pode ser potencializado quando ocorre juntamente com algum tipo de perda auditiva. Em estudo com brasileiros, entre 7 e 95 anos, todos com queixa de zumbido, observou-se que, a ocorrência de perda auditiva é progressivamente maior à medida que a idade aumenta, o que coincide com a elevação da incidência de perdas auditivas. Alguns estudos sugerem que zumbidos mais severos foram associados à perda auditiva em agudos. Outras pesquisas constataram que, perdas auditivas clinicamente mais importantes, em pacientes com zumbido, estavam associadas à ansiedade e depressão como reação à deficiência auditiva, o que poderia influenciar também no impacto do zumbido. Ainda é incerto se a perda auditiva funcionaria somente como o gatilho para o início do zumbido ou se seria também preditor de sua gravidade e handicap. Diante do exposto, objetivo deste trabalho é identificar a correlação da perda auditiva com o zumbido, bem como os impactos negativos do zumbido na qualidade de vida dos pacientes que responderam ao THI - Tinnitus Handicap Inventory. Para este fim, avaliamos 38 pacientes com zumbido encaminhados para avaliação audiológica em um hospital público do interior do Rio de Janeiro. (4.448.144). Verificamos a autopercepção do zumbido, mediante a aplicação do THI, além da realização da audiometria tonal, vocal e imitanciometria. Houve uma maior prevalência do zumbido nas mulheres, e em ambos os sexos, o maior acometimento foi na faixa etária de 40 e 50 anos. Metade afirmou ter zumbido de 1 a 3 anos. Vinte e um pacientes relatam zumbido em ambas as orelhas. Apenas metade dos participantes apresentou perda auditiva sensorioneural de graus variado. Não houve relato de interferência do zumbido na discriminação vocal. Todos os participantes apresentaram timpanometria do tipo “A”. No THI, os piores scores relacionaram-se às escalas funcional e emocional. Apenas 21,1% dos participantes já se submeteu a algum tratamento, e destes, apenas 2 obtiveram melhora. Concluímos que a presença do zumbido em indivíduos sem perda auditiva destaca-se como uma informação relevante. Isso nos leva à refletir pois, a perda auditiva, parece não ser um fator causal determinante do aparecimento do zumbido nem decisiva quanto ao impacto do zumbido na qualidade de vida. O THI confirmou que o incomodo provocado pelo zumbido acomete tanto sujeitos com e sem perda auditiva, nos aspectos mentais, sociais e afetivos como ansiedade, raiva e depressão. Dados obtidos mediante questionários e avaliação audiológica constituem abordagens complementares objetivando melhor compreensão do sujeito e dos fatores que podem influenciar o impacto do zumbido na qualidade de vida além de oferecer direcionamentos para as terapias.

DAVIS, A; EL REFAIE, A. Epidemiology of tinnitus. Tinnitus handbook, Tyler RS, editor, 2000.
DIAS, Adriano; CORDEIRO, Ricardo. Incômodo causado pelo zumbido medido pelo Questionário de Gravidade do Zumbido. Revista de Saúde Pública, v. 40, p. 706- 711, 2006.
MONDELLI, Maria Fernanda Capoani Garcia; DA ROCHA, Alice Borges .
Correlação entre os Achados Audiológicos e Incômodo com Zumbido. São Paulo, 2011. 9 p.
ROCHA, Gregorina Silva Ribeiro ; VARGAS, Marlizete Maldonado;
GOMES, Margarete Zanardo. Qualidade De Vida Em Indivíduos Portadores De Zumbido Com E Sem Perda Auditiva: Aspectos Audiológicos E Psicoemocionais. Rev. CEFAC, Aracaju, v. 19, p. 764-772, jan 2017.
WEISZ, Nathan et al. Abnormal auditory mismatch response in tinnitus sufferers with high-frequency hearing loss is associated with subjective distress level. BMC Neuroscience. 2004
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.328
ISSN 1983-1793X
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HABILIDADES AUDITIVAS PRÉ E PÓS O USO DE APARELHO AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL E TREINAMENTO AUDITIVO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
MARTINS, G. L. C. ; LÜDERS, D. ; CRANCIANINOV, A. B. ; CORREIA-BARAN, J. B. ; FOPPA, M. C. C. ; JOÃO, R. M. C. ; CHAVES, J. S. S. ; FIDÊNCIO, V. L. D. ; ZEIGELBOIM, B. S. ; JOSÉ, M. R. ;

Introdução: O processamento auditivo central (PAC) refere-se à eficiência e eficácia com que o sistema nervoso auditivo central utiliza a informação auditiva. O uso de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) tem como objetivo promover audibilidade para os sons ambientais e, principalmente aqueles relacionados com a fala. Porém, em idosos, devido as alterações de processamento auditivo central decorrentes do envelhecimento, por vezes, somente a adaptação do AASI, não consegue suprir as necessidades auditivas, sendo necessário a realização do treinamento auditivo para promover melhora na percepção auditiva. Objetivos: Realizar uma revisão integrativa na literatura com o objetivo de verificar o comportamento das habilidades auditivas relacionadas ao processamento auditivo central após a adaptação do aparelho de amplificação sonora individual e treinamento auditivo em idosos. Metodologia: Para realização deste estudo foram selecionadas palavras-chave de acordo com o tema pesquisado e realizadas buscas nas bases de dados PubMed/MEDLINE e LILACS. A busca na literatura foi baseada no modelo de busca para perguntas PICOS (Participants, Interventions, Comparisons, Outcomes, and Study design). Estudos intervencionais em idosos, com idade igual ou maior que 60 anos, usuários de AASI, que realizaram treinamento auditivo após a adaptação do dispositivo de amplificação e que foram submetidos a avaliação do PAC, pré e pós a adaptação do AASI foram incluídos nesta revisão. Os estudos foram avaliados quanto à elegibilidade, objetivos, métodos e resultados encontrados, por uma revisora. Resultados: Foi encontrado um total de 1.913 estudos nas bases de dados PubMed/MEDLINE (busca realizada em 13/09/2020) e LILACS (busca realizada 31/10/2020). Destes, 43 foram excluídos devido a duplicação nas bases de dados. Da leitura de um total de 1.870 títulos e resumos, foram selecionados 10 estudos para leitura na íntegra e análise quanto aos critérios de elegibilidade, dos quais sete foram incluídos neste estudo. Os testes utilizados para avaliação do PAC nos estudos incluídos foram: Teste de Fala no Ruído, Random Gap Detection Test (normal ou expandido), Teste Dicótico de Dígitos (etapa de integração binaural), Teste de localização sonora, Teste de memória para sons verbais em sequência, Teste de memória para sons não verbais em sequência, Identificação de Sentenças Sintéticas (SSI), Padrões Sequenciais de Duração (Duration Pattern Sequence – DPS), Padrões Sequenciais de Frequência (Pitch Pattern Sequence – PPS) e Teste de Dissílabos Alternados (Staggered Spondaic Word - SSW). Os testes mais utilizados nos estudos foram fala com ruído (cinco estudos) e dicótico de dígitos (quatro estudos). Os testes realizados nos estudos incluídos para avaliação das habilidades que compõe o processamento auditivo central foram variados, bem como as estratégias, número de sessões utilizadas na reabilitação auditiva e tempo entre as avaliações dos idosos usuários de AASI. Verificou-se melhores resultados nos testes de processamento auditivo central aplicados nos idosos, após o uso contínuo de AASI e que realizaram treinamento auditivo. Conclusão: Concluiu-se por meio dessa revisão integrativa de literatura que a realização do treinamento auditivo após a adaptação e uso contínuo do AASI, proporciona melhora de habilidades auditivas relacionadas ao processamento auditivo central em idosos, o que pode favorecer a percepção de fala.

ALMEIDA, K. DE. Avaliação objetiva e subjetiva do benefício de próteses auditivas em adultos. [s.l.] Universidade Federal de São Paulo, 1998.
FONSECA, G. C. R. DA; COSTA-FERREIRA, M. I. D. DA. O desempenho de idosos com perda auditiva neurossensorial nos testes de processamento auditivo: um estudo longitudinal. Revista CEFAC, v. 17, n. 3, p. 809–818, jun. 2015.
HENNIG, T. R. et al. Efeitos da reabilitação auditiva na habilidade de ordenação temporal em idosos usuários de próteses auditivas. Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 24, n. 1, p. 26–33, 2012.
MEGALE, R. L.; IÓRIO, M. C. M.; SCHOCHAT, E. Treinamento auditivo: avaliação do benefício em idosos usuários de próteses auditivas. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, v. 22, n. 2, p. 101–106, jun. 2010.
MILLETT, P. et al. Canadian guidelines on Auditory Processing Disorder in children and adults: Assessment and Intervention. The Canadian Interorganizational Steering Group for Speech-Language Pathology and Audiology., p. 83, 2012.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.357
ISSN 1983-1793X
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IMPACTO DA RESTRIÇÃO CALÓRICA NA PERDA AUDITIVA
Besen, E. ; Moreira, E. ; Gonçalves, L. F. ; Paiva, K. M. ; Haas, P. ;

Introdução: A perda auditiva relacionada à idade, conhecida como presbiacusia, é uma característica universal do envelhecimento dos mamíferos e é o distúrbio sensorial que ocorre com mais frequência em idosos, caracterizada pela deterioração progressiva da função auditiva. Em humanos, existem várias alterações patológicas associadas à idade no ouvido interno à medida que a perda auditiva progride. Essas mudanças incluem degeneração das células ciliadas sensoriais, células do gânglio espiral e células da estria vascular. Atualmente é comprovado que a restrição calórica estende a expectativa de vida em camundongos e algumas espécies de primatas não humanos. É a única intervenção que reduz a taxa de envelhecimento dos mamíferos. Contudo, a efetividade em humanos ainda não é conhecida. Objetivo: Avaliar o impacto da restrição calórica na perda auditiva para verificar os possíveis efeitos da restrição calórica na perda auditiva. Metodologia: O estudo foi conduzido conforme as recomendações PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta- Analyses). As buscas por artigos científicos foram conduzidas por dois pesquisadores independentes nas bases de dados eletrônicas MEDLINE (Pubmed), LILACS, SciELO, BIREME, Medline e Scopus em publicações até agosto de 2020, sem restrição de idioma e de localização. A pesquisa foi estruturada e organizada na forma PICOS. Os descritores foram selecionados a partir do dicionário Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Heading Terms (MeSH), os seguintes operadores booleanos: (Caloric Restriction (and) (Hearing Loss). A extração dos dados para o processo de elegibilidade dos estudos foi realizada utilizando-se uma ficha própria para revisão sistemática elaborada por dois pesquisadores em Programa Excel.. Resultados: Foram identificados 74 estudos, destes cinco artigos foram selecionados para extração e revisão de dados atendendo a pergunta norteadora: Quais o impacto da restrição calórica na perda auditiva? Os cinco estudos admitidos para a pesquisa foram publicados entre os anos de 2007 e 2013. Sendo quatro estudos com ratos e um estudo com macacos. Conclusões: É notável na literatura uma concordância quanto ao potencial de preservação das células em geral, e longevidade dos indivíduos, decorrente a dieta restritiva, porém quanto a regeneração e/ou preservação da audição, ainda não é perceptível uma linearidade nos resultados dos estudos. Foi possível observar muita discrepância nas reações da restrição calórica quanto a sexo, espécie ou até mesmo raças. Os estudos se limitam ainda a aplicação do método em animais, e levando em consideração a falta de linearidade nos estudos do impacto na audição existentes, não é seguro esperar respostas semelhantes na fisiologia humana.

1. Someya, S., Yamasoba, T., Weindruch, R., Prolla, T. A., & Tanokura, M. (2007). Caloric restriction suppresses apoptotic cell death in the mammalian cochlea and leads to prevention of presbycusis. Neurobiology of aging, 28(10), 1613-1622.
2. Fowler, C. G., Chiasson, K. B., Leslie, T. H., Thomas, D., Beasley, T. M., Kemnitz, J. W., & Weindruch, R. (2010). Auditory function in rhesus monkeys: effects of aging and caloric restriction in the Wisconsin monkeys five years later. Hearing research, 261(1-2), 75-81.
3. Mannström P, Ulfhake B, Kirkegaard M, Ulfendahl M. Dietary restriction reduces age-related degeneration of stria vascularis in the inner ear of the rat. Exp Gerontol. 2013;48(11):1173-1179. doi:10.1016/j.exger.2013.07.004
4. Someya S, Yu W, Hallows WC, et al. Sirt3 mediates reduction of oxidative damage and prevention of age-related hearing loss under caloric restriction. Cell. 2010;143(5):802-812. doi:10.1016/j.cell.2010.10.002
5. Seidman MD. Effects of dietary restriction and antioxidants on presbycusis. Laryngoscope. 2000;110(5 Pt 1):727-738. doi:10.1097/00005537-200005000-00003
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Página(s): p.204
ISSN 1983-1793X
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IMPACTO DA TONTURA NA QUALIDADE DE VIDA, FUNCIONALIDADE E DEPRESSÃO EM IDOSOS COM DESEQUILÍBRIO – ESTUDO PILOTO
Ribeiro, M. B. N. ; Mancini, P. C. ; Bicalho, M. A. C. ;

Introdução: a tontura é a manifestação de uma alteração do sistema vestibular, sendo um importante determinante de quedas em idosos. Por sua vez, as quedas são as principais causas de morbi-mortalidade e a principal causa de traumas fatais e não fatais entre idosos. Objetivo: verificar a relação entre o desequilíbrio, a funcionalidade e depressão em idosos com disfunção vestibular. Métodos: trata-se de um estudo piloto, transversal, observacional e analítico, aprovado pelo Comitê de Ética sob o número 56877316.1.0000.5149. A casuística foi composta por 11 idosos com idade entre 60 e 89 anos, de ambos os sexos, todos com vestibulopatia periférica comprovada por meio dos exames VEMP e v-HIT. Todos os participantes foram submetidos à aplicação do Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer (questionário de Pfeffer), Escala Geriátrica de Depressão (GDS-15), Dizziness Handicap Inventory Brasileiro (DHI) e a Escala de Equilíbrio de Berg (EEB). Resultados: o questionário Pfeffer correlacionou-se negativamente com o DHI e a GDS-15 demonstrou correlação negativa com a EEB. Conclusão: A funcionalidade e o sofrimento psicológico apresentaram piores resultados em idosos com maior impacto da tontura na qualidade de vida e maior desequilíbrio corporal.

Cuevas-Trisan R. Balance problems and fall risks in the elderly. Clin Geriatr Med. 2019;35:173-183.
Ganança MM, Mezzalira R, Cruz OLM. Campanha nacional de prevenção a quedas de idosos dia 27 de setembro: dia de atendimento ao idoso com tontura. Rev Bras Otorrinolaringol. 2008;74:162.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.197
ISSN 1983-1793X
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IMPACTO DO TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM CRIANÇAS COM DESVIO FONOLÓGICO
Pereira, A.E. ; Gonçalves, L.F. ; de Paiva, K.M. ; Haas, P. ; Blanco-Dutra, A.P. ;


Introdução: Dificuldades na linguagem oral podem estar associadas a desordens do processamento auditivo (PA), considerando que a audição é a via de entrada indispensável para a aquisição desta. O processamento auditivo envolve as habilidades necessárias para processar um som, abrangendo também a via auditiva periférica. Objetivo: verificar o impacto do transtorno do processamento auditivo central em crianças com desvio fonológico. Metodologia: A busca por artigos científicos foi conduzida por dois pesquisadores independentes nas bases de dados Medline (Pubmed), LILACS, SciELO, Web of Science e Scopus, sem restrição de período e localização, no período entre 2010 e 2020. A revisão sistemática foi conduzida conforme as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Foram incluídos na pesquisa estudos que obtiveram pontuação ≥ a 6 pontos segundo o protocolo para pontuação qualitativa proposto por Pithon et al (2015). Resultados: Os processos fonológicos que mais incidiram foram ensurdecimento de plosiva, ensurdecimento de fricativa, simplificação de líquida e simplificação de encontro consonantal. Foram comparados dois grupos (grupo controle e grupo com transtorno do processamento auditivo) e encontradas diferenças apenas para o processo simplificação de encontro consonantal no teste de imitação de palavras, demonstrando maior ocorrência desse processo no grupo com transtorno do processamento auditivo, sendo este grupo demonstrando maior gravidade de desvio fonológico. Conclusão: Pode-se concluir que o transtorno do processamento auditivo central traz impactos para as crianças com desvio fonológico, já que os estudos encontrados no presente trabalho corroboram o indicativo de que estes indivíduos apresentaram prejuízos maiores nos testes de processamento auditivo, indicando uma estreita correlação entre os dois, demandando maior atenção a essa população e destacando a necessidade da avaliação em crianças com desvio fonológico e posterior treinamento auditivo.

1. Carvalho NG, Novelli CVL, Colella-Santos MF. Factors in childhood and adolescence that may influence auditory processing: systematic review. Rev. CEFAC. 2015; 17: 1590-1603.
2. Gonçalves LF, Pattat FSA, Paiva KM, Stolz JV, Hass P. Recurrent average otitis and changes in the central nervous auditory system: A systematic review. Braz. J. of Develop. 2020; 6: 56303-56323.
3. Ceron MI, Gubiani MB, Oliveira CR, Gubiani MB, Keske-Soares M. Prevalence of phonological disorders and phonological processes in typical and atypical phonological development. CoDAS. 2017; 29: 1-9.
4. Paz-Oliveira A, Momensohn-Santos TM, Fátima Branco-Barreiro FCA. Associação Entre Desvio Fonológico e Distúrbio do Processamento Auditivo Central: Revisão da Literatura. Rev. Equilíbrio Corporal Saúde. 2015; 7:21-24.
5. Barrozo TF, Pagan-Neves LO, Vilela N, Carvallo RMM, Wertzner HF. The influence of (central) auditory processing disorder in speech sound disorders. Braz J Otorhinolaryngol. 2016; 82: 56-64.
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Página(s): p.214
ISSN 1983-1793X
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IMPACTO DO ZUMBIDO E DA VERTIGEM EM INDIVÍDUOS COM QUEIXA DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
MORAIS, A. M. ; SANTOS, I. C. M. ; SILVA, I. M. C. ; PICINATO-PIROLA, M. N. C. ;

Introdução: A disfunção temporomandibular (DTM) é o conjunto de alterações clínicas nas articulações temporomandibulares, músculos mastigatórios e estruturas adjacentes. Sintomas otológicos são frequentes em indivíduos com disfunção temporomandibular, dentre esses sintomas destacam-se o zumbido e a vertigem. Objetivo: Descrever o impacto do zumbido e da vertigem na qualidade de vida de indivíduos com queixa de DTM. Metodologia: A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição, CAAE 28187820.4.0000.8093. Trata-se de um estudo observacional transversal descritivo, que envolveu a aplicação de um questionário online composto por uma coleta de dados acerca das queixas; questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI) e Tinnitus Handicap Inventory (THI). Foram incluídos no estudo indivíduos entre 18 a 50 anos de idade, de ambos os sexos, com queixas de DTM. Foram excluídos do estudo indivíduos com síndromes e anomalias craniofaciais, histórico de traumas e/ou cirurgias de cabeça e pescoço, hipertensão, hipotireoidismo e diabetes não controlada. Participaram da pesquisa 138 indivíduos, sendo 25 participantes (18,1%) do sexo masculino e 113 (81,9%) do sexo feminino, com idade média de 30 anos e 7 meses. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva com o uso do programa SPSS versão 23. Resultados: Dos 138 participantes, 48 (34,7%) apresentaram queixa de zumbido e 26 (18,8%) apresentaram queixa de vertigem. Quanto à percepção do zumbido, 26 indivíduos (54,1%) apresentaram um grau discreto, 12 (25%) apresentaram grau leve, 7 (14,5%) apresentaram grau moderado, 1 (2,08%) apresentou grau severo e 2 (4,16%) apresentaram grau catastrófico. Acerca do sintoma vertigem, 19 indivíduos (73,07%) apresentaram grau leve, 6 (23,07%) apresentaram grau moderado e 1 (3,84%) apresentou grau grave. Com relação à média dos escores do questionário THI (21,4 pontos) e do questionário DHI (26,38 pontos), observou-se leve prejuízo sobre a qualidade de vida dos indivíduos a partir de ambos os instrumentos. Conclusões: Verificou-se, prejuízo de grau leve ocasionado pelo zumbido e vertigem na qualidade de vida destes indivíduos, demonstrando a importância da avaliação otoneurológica e audiológica em pacientes com DTM.

Bernhardt O, Gesch D, Schwahn C, Bitter K, Mundt T, Mack F, et al. Signs of temporomandibular disorders in tinnitus patients and in a population-based group of volunteers: results of the Study of Health in Pomerania. J Oral Rehabil. 2004.

Felício CM, Faria TG, Silva MAMR, Aquino AMCM, Junqueira CA. Desordem temporomandibular: relação entre sintomas otológicos e orofaciais. Rev Bras Otorrinolaringol. 2004.

Mota LAA, Albuquerque KMG, Santos MHP, Travassos RO. Sinais e Sintomas Associados à Otalgia na Disfunção Temporomandibular. Arq Otorrinolaringol. 2007.

Torii K, Chiwata I. Occlusal management for a patient with 43. aural symptoms of unknown etiology: a case report. J Med Case Reports. 2007.

Zocoli R, Mota EM, Sommavilla A, Perin RL. Manifestações 48. otológicas nos distúrbios da articulação temporomandibular. Arq Catarin Med. 2007.
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Página(s): p.285
ISSN 1983-1793X
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IMPACTO DOS SINTOMAS VESTIBULARES E CARDIOLÓGICOS SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Soares, A. K. A. ; Nascimento, G. F. F. ; Sales, M. A. M. L. ; Diniz, R. V. Z. ; Lizzi, E. A. S. ; Diniz Júnior, J. ; Mantello, E. B. ;

Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome clínica que acarreta comprometimentos estruturais e/ou funcionais do sistema cardiovascular, o que implica na alteração dos mecanismos de irrigação sanguínea em diversas estruturas corporais. As doenças cardiovasculares podem gerar também danos ao sistema cocleovestibular, desencadeando sintomas como tonturas e vertigens, pré-síncope e desequilíbrios, os quais provocam impacto negativo na qualidade de vida do seu portador. Objetivo: Identificar o impacto dos sintomas vestibulares e cardiológicos sobre a qualidade de vida do paciente com Insuficiência Cardíaca. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer de número 2.809.558, caracterizado como observacional, transversal descritivo e analítico. Foram avaliados pacientes com diagnóstico de IC e queixas típicas de vestibulopatias. A anamnese fonoaudiológica foi utilizada para colher dados sobre sintomas cocleovestibulares; foi feito um levantamento dos dados cardiológicos referentes ao tipo, etiologia da IC e dados de Pressão Arterial (PA). A avaliação vestibular foi realizada por meio do Video Head Impulse Test (vHIT) com o intuito de diagnosticar uma possível hipofunção vestibular. Foram aplicados também dois questionários (Dizzines Handcap Inventory -DHI e Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire - MLHFQ) para avaliar os efeitos da IC e da tontura na qualidade de vida (QV) dos pacientes. Resultados: A amostra caracterizou-se por 34 pacientes, sendo 27 do sexo masculino (79.41%) e sete do sexo feminino (20.59%), com média de idade em 55.09 anos. Com relação aos sintomas vestibulares, a tontura (73.53%) teve um maior destaque, seguido da vertigem (52.94%), pré-síncope (35.29%) e desequilíbrio ou instabilidade (26.47%). A IC foi classificada como sistólica em 61.76% da amostra e diastólica em 38.24%. Sobre a etiologia, 67.65% dos pacientes se englobavam no grupo de cardiomiopatia de origem variada, enquanto 32.35% eram de origem isquêmica. A pressão arterial (PA) foi aferida nas posições sentado, deitado e em pé e foram observadas médias de 115x73mmHg, 118x74mmHg e 114x74mmHg, respectivamente, o que não caracterizou o desencadeamento dos sintomas devido uma possível hipotensão ortostática. Sobre a avaliação vestibular, 29 pacientes apresentaram hipofunção em pelo menos um canal semicircular no VHIT (85.30%), enquanto cinco pacientes (14.70%) tiveram ganho de reflexo vestíbulo-ocular dentro dos padrões de normalidade. Na análise dos escores totais do DHI, a média total foi de 23.71 pontos e 9.71 para os aspectos físicos, 9.47 para os funcionais e 4.53 para os emocionais. No MLHFQ, a média do escore total foi de 22.47 pontos e 8.88 para as dimensões físicas, 7.97 para as gerais e 5.71 para as emocionais. Observa-se que ambos os escores dos questionários utilizados representam um prejuízo leve na QV. Conclusão: Identificou-se, nos pacientes avaliados com IC, presença de sintomas vestibulares e cardiológicos expressivos, porém estes exerceram impacto leve sobre a qualidade de vida, conforme mensurado pelos questionários DHI e MLHFQ.

Castillo JS, Sánchez FA. Insuficiencia cardíaca. Generalidades. Medicine - Programa de Formación Médica Continuada Acreditado. 2017; 12 (35), 2085–2091.

Hull RH, Kerschen SR. The Influence of Cardiovascular Health on Peripheral and Central Auditory Function in Adults: a research review. American Journal Of Audiology. 2010; 19 (1): 9-16.

Jacobson GP; Newman CW. The Development of the Dizziness Handicap Inventory. Arch Otolaryngol Neck Surg. 1990; 116 (4): 424–7.

Rector TS, Cohn JN. Assessment of patient outcome with the Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire: reliability and validity during a randomized, double-blind, placebo-controlled trial of pimobendan. Am Heart J. 1992; 124 (4): 1017-25
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Página(s): p.269
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IMPACTO NAS HABILIDADES AUDITIVAS RELACIONADAS AO APRENDIZADO NA PANDEMIA COVID-19
Silva, I.C.S ; Arcine, M.R.D ; Souza, B.O ;

Devido à pandemia de COVID-19 que se instalou no Brasil em 2020, as aulas de ensino superior migraram de presenciais para remotas síncronas e assíncronas. Desta forma, muitos graduandos necessitaram adaptar sua forma de aprendizado, da modalidade visual-auditiva para auditiva, muitas vezes de forma exclusiva. Partindo deste pressuposto, o objetivo deste estudo foi identificar se o modelo atual de ensino presencial em ambiente virtual de aprendizagem com aulas síncronas interferiu nas habilidades auditivas de atenção seletiva e memória auditiva dos discentes, em relação ao seu aprendizado. O estudo realizado foi descritivo e de corte transversal, autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Científica de instituição reconhecida, sob o número CAAE 42479920.0.0000.5493. Participaram 59 graduandos do Curso de Fonoaudiologia de uma IES, todos frequentadores do período noturno e submetidos aos mesmos docentes e metodologias de ensino presencial em ambiente virtual de aprendizagem, com aulas remotas síncronas. Foram excluídos do estudo os discentes que referiram não escutar bem. Os participantes responderam a um questionário enviado digitalmente por um aplicativo de troca de mensagens, com questões pertinentes ao tema, após o aceite do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados coletados foram analisados de forma qualitativa, sendo identificado que os discentes relataram compreender o conteúdo nas aulas remotas síncronas, embora necessitassem de intervalos durante o período da aula por terem, como fatores de distração, o ruído no ambiente doméstico, as oscilações de conexão com a internet e as notificações de celular, mesmo possuindo local apropriado para acompanhar as aulas. A utilização de fones de ouvidos e a leitura em voz alta foram recursos utilizados pelos participantes para melhorar a atenção seletiva e memória auditiva durante as aulas. Concluiu-se, com o presente estudo, que o ambiente residencial foi considerado inadequado por promover interferências ruidosas e ser propício a distrações, exercendo influência negativa na atenção seletiva e na memória auditiva dos alunos. Considerando que as habilidades auditivas são de suma importância para um bom desempenho acadêmico dos estudantes universitários nas aulas remotas síncronas, acredita-se que orientações direcionadas à elaboração de estratégias para o melhor aproveitamento das aulas remotas síncronas irão auxiliar os discentes no seu percurso acadêmico de aprendizagem em ambiente virtual de aprendizagem. Orientações aos docentes para o desenvolvimento de boas práticas de ensino remoto também são sugeridas, visando o adequado aprendizado do conteúdo ensinado.

1. Dosea GS, Santos do Rosário RW, Andrade Silva E, Reis Firmino L, dos Santos Oliveira AM. Métodos ativos de aprendizagem no ensino online: a opinião dos universitários durante a pandemia de covid-19. EDU [Internet]. 6º de setembro de 2020 [citado 10º de junho de 2021];10(1):137-48. Disponível em: https://periodicos.set.edu.br/educacao/article/view/9074.
2. Alves L M, Pererira, L E R, Soares P L A, Sales C B. Dificuldades enfrentadas por universitários: um olhar fonoaudiológico. Revista Formação@ Docente [Internet].; 10(1): 7-28. 2018 jan./jun. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-izabela/index.php/fdc/article/view/1306.
3. Monteiro J C da S. Como o seu cérebro aprende? O audiobook no cotidiano da geração conectada. Rev. Sítio Novo [Internet]. v. 4 n. 3 p. 69-76; 2020 jul./set. Disponível em: https://sitionovo.ifto.edu.br/index.php/sitionovo/article/view/593.
4. Soares FP de A, Pai JD, Santana JPM de, Juárez KDG, Costa MV, Teixeira VPG, Bandini CSM, Filho EMT. Memória e atenção entre universitários expostos e não expostos ao smartphone. REAS [Internet]. 29 maio2020; 12(8): e3395.
5. Lima C L, Queiroz, E C S Ba. Sant’Anna, G J. A relação entre concentração e aprendizagem: O uso de TIDC para a aprendizagem do aprender. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento [Internet]. Ano 03, Ed. 11, Vol. 05, pp. 161-186 novembro de 2018. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/concentracao-e-aprendizagem.
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Página(s): p.318
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IMPACTOS DA PANDEMIA DE COVID-19 NA REALIZAÇÃO DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL EM UM CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO .
Varela, F. V. C. ; Silva, N. S. ; Santos, M. F. P. ; Campos, L. G. N. ; Santos, C. A. D. ; Carvalho, A. B. ; Araújo, F. C. M. ;

INTRODUÇÃO: A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) é direito garantido pela Lei Federal nº 12.303 desde 2010, que objetiva a identificação precoce da deficiência auditiva em recém-nascidos (RN), possibilitando que o diagnóstico e intervenções necessárias sejam iniciados antes dos seis meses de vida. Deve ser realizada preferencialmente nas primeiras 48 horas de vida ou em até um mês, através dos exames de Emissões Otoacústicas (EOA) ou Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE). Caso haja impedimentos de realização da TAN na maternidade, os RN devem ser encaminhados para serviço de referência responsável pelo follow-up na rede. Assim, um Centro Especializado em Reabilitação (CER), oferece suporte à maternidade do município local na realização da TAN e recebe demandas de diagnóstico e reabilitação auditiva da rede de usuários da sétima região de saúde. Devido a pandemia de COVID-19, declarada pela Organização Mundial de Saúde em março/2020, as atividades deste CER foram interrompidas, gerando uma janela de tempo sem atendimentos de audiologia, incluindo a TAN. O retorno foi gradual e devido às medidas de isolamento social necessárias para conter a disseminação do vírus, acarretou em espaçamento dos atendimentos. OBJETIVOS: Descrever o impacto causado pela pandemia da COVID-19 em um serviço de triagem auditiva neonatal. METODOLOGIA: Foi realizada uma pesquisa descritiva, observacional e transversal, que analisou o banco de dados do serviço de triagem auditiva de um CER. Foram coletados e analisados dados de triagens realizadas entre agosto/2020 a junho/2021. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da instituição sob número 4.683.409. RESULTADOS: De agosto/2020 a junho/2021 foram realizadas 385 TAN em crianças, de ambos os gêneros, com ou sem presença de indicador de risco para deficiência auditiva (IRDA), que chegaram ao serviço pela primeira vez. Destas, 48 RN (12,5%) tinham entre 11 e 29 dias de vida, 113 (29,3%) um mês, 89 (23,1%) dois meses, 53 (13,7%) três meses, 34 (8,8%) quatro meses, 25 (6,5%) cinco meses e 23 (5,9%) seis meses de vida. Sendo assim, foi observado que 224 (58,1%) crianças realizaram a primeira avaliação auditiva após o primeiro mês de vida. Dentre as crianças que realizaram a TAN dentro do primeiro mês, em caso de necessidade de reteste pela presença de IRDA, 70,2% estariam com o tempo de conclusão da triagem comprometido. Além da suspensão temporária dos atendimentos, outros fatores podem ter contribuído para atrasar a chegada dos RN ao serviço, como a suspensão das atividades na Atenção Primária e a realocação dos profissionais nos serviços hospitalares para cumprir as demandas da pandemia. Assim, observamos que, para além do impacto local, a pandemia trouxe prejuízos na articulação da rede de atenção à saúde da pessoa com deficiência, relacionado ao fluxo de saúde auditiva. CONCLUSÃO: Portanto, a situação de pandemia impactou no tempo de realização da triagem auditiva, acarretando uma baixa cobertura e atraso na avaliação auditiva, gerando impactos relacionados à detecção tardia de alterações auditivas.

Brasil. Ministério da Saúde (MS). Diretrizes de atenção da triagem auditiva neonatal Brasília: MS; 2012. Disponível em: Acesso em: 08 de jun de 2021.

CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA (CFF). Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU): implantação com ética, técnica e responsabilidade. 2019. Disponível em: Acesso em: 08 de jun de 2021.

Folha informativa Covid-19 - Escritório da OPAS e da OMS no Brasil. OPAS, 2021. Disponível em: Acesso em: 11 de janeiro de 2021.

Joint Committee on Infant Hearing. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention 2019; 4(2): 1–44.
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Página(s): p.330
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INSTRUMENTOS DE MENSURAÇÃO DO RISCO DE QUEDA EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS – REVISAO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Pereira, J.V.B. ; Amaral, M.I.R. ;

INTRODUÇÃO:O envelhecimento tornou-se um dos fenômenos do século XXI, aumentando a busca por Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). A queixa de tontura é um dos sintomas mais frequentes em idosos, podendo acometer a mobilidade funcional e aumentar o risco de quedas, sendo que evidencias demonstram maior vulnerabilidade e ocorrência de quedas em idosos institucionalizados. Existem diferentes instrumentos na prática clínica aplicados com a finalidade de mensurar (e prevenir) o risco de quedas, porém poucos estudos discutem as especificidades dessa mensuração em idosos de ILPI. OBJETIVO: sintetizar e analisar os achados da literatura a partir da pergunta norteadora “Quais os instrumentos /protocolos clínicos mais utilizados para mensurar o risco de queda em idosos institucionalizados?”. MÉTODO: realizou-se uma revisão integrativa da literatura, a partir dos seguintes critérios de seleção: período de publicação de 2010 a 2020, em português, inglês e espanhol, disponíveis integralmente nas bases de dados PubMed e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). A buscou ocorreu por dois pesquisadores de forma independente, a partir do cruzamento dos seguintes descritores indexados: Instituição de Longa Permanência para Idosos (Homes for the Aged, Hogares para Ancianos), Saúde do Idoso Institucionalizado (Health of Institutionalized Elderly, Salud del Anciano Institucionalizado), Fatores de Risco (Risk Factors, Factores de Riesgo) e Acidentes por Quedas (Accidental Falls, Accidentes Caídas). Foram excluídos artigos com amostra de idosos da comunidade, hospitalizados ou não institucionalizados, artigos de revisão, teses, dissertações ou artigos duplicados. Após aplicar os critérios descritos, 15 artigos foram incluídos na amostra final. RESULTADOS: Os estudos utilizaram, em sua maioria, escalas e testes funcionais não instrumentados, sendo que a maioria aplicou protocolo único (11 estudos) e 4 estudos associaram mais de uma medida. Foi identificada uma grande variabilidade de protocolos, sendo que o Timed Up and Go Test foi a medida mais utilizada em 4 estudos, sendo 02 deles em associação com outras medidas funcionais e/ou cognitivas. 01 estudo aplicou uma ferramenta direcionada originalmente para idosos hospitalizados e discutiu as limitações em decorrência disso. 05 estudos correlacionaram um instrumento/escala funcional com uma medida de rastreio cognitivo e discutem maior sensibilidade para a prevenção de quedas ao considerar essa variável nessa população. CONCLUSÃO: não há um consenso, tanto no cenário nacional quanto internacional quanto ao protocolo clínico a ser utilizado para mensurar o risco de queda em idosos institucionalizados. É frequente a associação de mais de uma medida, além do rastreio cognitivo, com o objetivo de aumentar a sensibilidade do protocolo e embasar medidas preventivas nessa população.

PERRACINI, MR; RAMOS, LRR. Fatores associados a quedas em uma coorte de idosos residentes na comunidade. Rev Saúde Pública 2002;36(6):709-16. Disponível em: . Acesso em: 07 Mai. 2020.

MORAES, SA,; SOARES WJ; RODRIGUES RA; FETT, WC; FERRIOLLI, E; PERRACINI, MR. Dizziness in community-dwelling older adults: a population-based study. Braz J Otorhinolaryngol. 2011 Nov-Dec;77(6):691-9. Disponível em: . Acesso em: 09 Abr 2020

BAIXINHO, C. L.; BERNARDES, R. A.; HENRIQUES, M. A. Como avaliar o risco de quedas em idosos institucionalizados?. Rev baiana enferm (2020); 34:e34861. Disponível em: . Acesso em: 23 Out 2020.

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Página(s): p.228
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INTEGRANDO OS ACHADOS OTONEUROLÓGICOS E QUALIDADE DE VIDA NA DISFUNÇÃO VESTIBULAR PERIFÉRICA
Silveira, R. M. G. ; Diniz Junior, J. ; Mantello, E. B. ;

Introdução. Desequilíbrio, tontura e vertigem são sintomas otoneurológicos que acometem amplamente a população. Cada vestibulopatia deve ser tratada de acordo com sua etiologia. Os tratamentos podem ser medicamentosos, controle metabólico e orientação nutricional ou por meio da Reabilitação Vestibular (RV). O acometimento do equilíbrio funcional pode ser mais recorrente em idosos e a presença de múltiplas doenças associadas ao quadro vestibular. Logo, conhecer de forma ampla o perfil clínico do paciente colabora no diagnóstico e tratamento precisos. Objetivo. O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil clínico dos indivíduos com diagnóstico de vestibulopatia periférica e verificar associação entre os achados clínicos com o impacto dos sintomas otoneurológicos sobre a qualidade de vida. Metodologia. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número de parecer 4.462.519. Trata-se de um estudo primário, observacional, transversal, retrospectivo, descritivo e analítico, no qual foram analisados 50 prontuários de pacientes acometidos por vestibulopatias periféricas. Foram coletadas as características ligadas à vestibulopatia e os resultados do questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI), estes dados foram submetidos à análise estatística descritiva e inferencial. Resultados. Encontrou-se pacientes com média de idade de 55,38 anos, sendo 35 (70%) do sexo feminino e 15 (30%) do sexo masculino. O diagnóstico médico etiológico e/ou funcional variou individualmente, sendo observado 18 (36%) dos pacientes acometidos por hipofunção vestibular unilateral, 11 (22%) pela doença de Menière, 9 (18%) por hipofunção vestibular bilateral, 8 (16%) pela vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), e 4 (8%) por outras etiologias. 30 (60%) pacientes relataram que os sintomas otoneurológicos causavam um sentimento de incapacidade. Em relação aos hábitos de vida, constatou-se que 18 (36%) praticavam atividades físicas, 5 (10%) apresentavam hábitos relacionados ao tabagismo e etilismo. Na análise descritiva, por meio das medidas de posição e dispersão, encontrou-se para o DHI os valores de 53,2 (±20,74) para a média do escore total, 16,24 (±6,07) para a média do aspecto físico, 20,52 (±9,02) para a média do aspecto funcional e 16,44 (±10,06) para a média do aspecto emocional. O valor médio do escore total do DHI evidenciou uma desvantagem moderada sobre a qualidade de vida. Na análise inferencial, por meio da ANCOVA, constatou-se que os pacientes que praticavam atividade física perceberam um menor impacto da doença em suas vidas (p-valor = 0,0167) e, os pacientes que apresentavam o sentimento de incapacidade, devido aos sintomas otoneurológicos, apresentaram maior prejuízo na qualidade de vida (p-valor = 0,0468). Conclusão. Conclui-se que, na amostra pesquisada, houve relação significativa entre a prática de atividade física com menor prejuízo causado pelos sintomas otoneurológicos na qualidade de vida e também entre um maior impacto na qualidade de vida nos indivíduos que apresentavam sentimento de incapacidade relacionado às queixas vestibulares.

Boechat EM, et al. (Org.). Tratado de Audiologia. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015,69:807-809.
Bittar RSM, Medeiros IRT, Venosa AR, Oliveira CACP, Vestibulopatias periféricas. Associação Brasileira de Otorrinolaringologia Cirurgia Cérvico-facial, Tratado Otorrinolaringologia 2011
Gazzola JM,Perracini MR, Ganança MM, Ganança FF. Fatores associados ao equilíbrio funcional em idosos com disfunção vestibular crônica. Rev Brasileira de Otorrinolaringologia. 2006.
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Página(s): p.232
ISSN 1983-1793X
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LEVANTAMENTO DAS EXPERIÊNCIAS AUDITIVAS E SUAS DIFICULDADES EM INDIVÍDUOS COM QUEIXA DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
MORAIS, A. M. ; SANTOS, I. C. M. ; PICINATO-PIROLA, M. N. C. ; SILVA, I. M. C. ;

Introdução: As disfunções temporomandibulares (DTM) caracterizam desordens que abrangem os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e suas estruturas associadas. A etiologia é multifatorial e os sinais e sintomas são diversos, e podem acarretar em dificuldades na mastigação, fala e outras funções orofaciais. No entanto, sintomas otológicos são frequentes em casos de DTM, dentre eles, otalgia, plenitude auricular, zumbido e vertigem. Objetivo: Levantar as experiências e as dificuldades auditivas em indivíduos com queixa de DTM. Metodologia: A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição, CAAE 28187820.4.0000.8093. Trata-se de um estudo observacional transversal descritivo. O presente estudo contou com a aplicação do questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ) adaptado para a língua portuguesa, em versão abreviada e transferido para um formulário online. Os critérios de inclusão foram indivíduos entre 18 a 50 anos de idade, de ambos os sexos, com queixa de DTM. Já, os critérios de exclusão foram indivíduos com hipertensão, hipotireoidismo e/ou diabetes não controlados, com síndromes e anomalias craniofaciais, histórico de traumas e/ou cirurgias de cabeça e pescoço. Participaram da pesquisa 138 indivíduos entre 18 a 50 anos de idade, com média de 30 anos e 7 meses, sendo (81,9%) do sexo feminino e (18,1%) do sexo masculino. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva com o uso do programa SPSS versão 23. Resultados: Dentre os 138 indivíduos, 84 (60,87%) responderam ao SSQ. Em relação ao questionário, a pontuação média para o “Domínio Audição para a Fala” foi de 33,56 pontos (de um total de 50 pontos); a média para o “Domínio Audição Espacial” foi de 22,62 pontos (de um total de 30 pontos). A pontuação média obtida no “Domínio Qualidades Auditivas” foi de 24,29 pontos (de um total de 40 pontos). A média da pontuação total dos indivíduos obtida a partir da somatória das três partes do questionário foi 80,46 pontos de um total de 120 pontos. Conclusão: Sabendo-se que quanto mais próximo do máximo de pontos, melhor a percepção dos participantes em cada domínio nas situações auditivas vividas, observou-se, que em média, os indivíduos relataram maiores dificuldades relacionadas aos itens do “Domínio Qualidades auditivas”. Diante do exposto, o questionário revelou-se eficiente na avaliação das experiências e aspectos auditivos mais específicos relatados por cada indivíduo e indica o impacto de quais sensações auditivas devem ou não ser analisadas com avaliação específica para estabelecimento de condutas.

Donnarumma, Mariana Del Cistia et al. Disfunções temporomandibulares: sinais, sintomas e abordagem multidisciplinar. Revista CEFAC [online]. 2010, v. 12, n. 5 pp. 788-794

Felício, Cláudia Maria de et al. Desordem Temporomandibular: relações entre sintomas otológicos e orofaciais. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia [online]. 2004, v. 70, n. 6 [Acessado 8 Junho 2021] , pp. 786-793

Ferreira, Claudia Lúcia Pimenta, Silva, Marco Antônio Moreira Rodrigues da e Felício, Cláudia Maria de Sinais e sintomas de desordem temporomandibular em mulheres e homens. CoDAS [online]. 2016, v. 28, n. 01 [Acessado 8 Junho 2021] , pp. 17-21
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.289
ISSN 1983-1793X
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LIMIAR DO REFLEXO ESTAPEDIANO EVOCADO ELETRICAMENTE EM ADOLESCENTES USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR
Durante,A.S. ; Cidrão,L. ; Motta,M. ; Iervolino,S.M.S. ;

Introdução: O acesso à percepção auditiva dos sons da fala é possível com alta qualidade para usuários com perda severa ou profunda por meio da tecnologia digital do implante coclear (IC). No implante coclear, cada eletrodo será programado individualmente com quantidade de energia elétrica específica para estimular diretamente o nervo auditivo. Os ajustes desta programação serão determinantes para o sucesso da percepção auditiva. Usualmente a programação ou mapeamento do processador de fala de cada usuário é ajustado de forma subjetiva por meio de escalas que classificam se o som está confortável. Recentemente o procedimento objetivo da pesquisa do limiar do reflexo estapediano evocado eletricamente (LREEE) tem se destacado como forte aliado nestes ajustes finos da programação do IC, principalmente em crianças pequenas ou indivíduos com dificuldades de colaborar, com forte correlação com a pesquisa e a pesquisa do nível de máximo conforto comportamental. O LREEE é definido como a menor estimulação elétrica em cada eletrodo do IC capaz de induzir a contração involuntária do músculo estapédio. O reflexo pode ser observado usando a configuração de declínio do reflexo acústico em um analisador de orelha média, ao ser desencadeado uma deflexão de 0,02 da linha de base na admitância estática do canal auditivo. Objetivo: Analisar o LREEE e comparar com os níveis de saída de corrente elétrica comportamental utilizados na programação do IC, por eletrodo. Método: O protocolo do estudo bem como o termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foram aprovados pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição (3.748.820). O LREEE foi medido em 25 usuários de IC em atendimento no ambulatório de otorrinolaringologia da instituição. Foi utilizado analisador de orelha média da Interacoustics Titan (Modulo IMP) acoplado em computador operando em sintonia com o software do sistema do IC, também acoplado a um computador. No equipamento TITAN foi aberta a janela do Declínio do reflexo acústico para observação de alteração na admitância acústica da orelha média após um estímulo de pulso elétrico apresentado por meio do IC. O estímulo recebeu incrementos manualmente até o examinador observar uma resposta de reflexo ou foi interrompido pela presença de desconforto. O mesmo procedimento foi repetido nos 12 eletrodos. Resultados: Os participantes do estudo realizaram a cirurgia do IC até 2 anos em 16% da amostra, em 44% de 3 a 4 anos e em 28% de 5 a 6. Apenas 4 casos (16%) não apresentaram o LREEE em nenhum eletrodo. A presença de desconforto foi maior nos eletrodo 12 e 11 (região das altas frequências). Na análise da correlação entre as medidas da corrente do mapa em uso e a corrente que desencadeou o LREEE foi observada boa correlação nos eletrodos de 1 a 10 e moderada nos eletrodos 11 e 12. Conclusão: Os resultados obtidos na presente pesquisa revelam a eficácia da programação do IC por meio do LREEE. Destaca a utilização do LREEE como uma valiosa medida objetiva nos ajustes finos do IC mesmo em sujeitos que possam colaborar por meio de medidas comportamentais.

Andrade, k. C. L; leal, m. C.; menezes, p. L.; albuquerque, k. M. G.; carnaúba, a. T. L. A importância do reflexo estapédico evocado eletricamente no implante coclear: artigos de revisão. Braz. j. otorhinolaryngol. vol.80 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2014.

Kosaner, j.; spitzer, p.; bayguzina, s.; gultekin, m.; behar, l. A. Comparing eSRT and eCAP measurements in pediatric MED-EL cochlear implant users. Cochlear Implants International, 02 Jan 2018.

Wolfe, J., Gilbert, M., Schafer, E., Litvak, L. M., Spahr, A. J., Saoji, A., & Finley, C. (2016). Optimizations for the electrically-evoked stapedial reflex threshold measurement in cochlear implant recipients. Ear And Hearing, 38, 255–261.
Walkowiak A, Lorens A, Polak M, Kostek B, Skarzynski H,Szkielkowska A, et al. Evoked stapedius reflex and compound action potential thresholds versus most comfortable loudness level: assessment of their relation for charge-based fitting strategies in implant users. ORL J Otorhinolaryngol Relat Spec. 2011;73:189-95.

Van Den Abbeele, T., Noël-Petroff, N., Akin, I., Caner, G., Olgun, L., Guiraud, J., . . . Arnold, L. (2012). Multicentre investigation on electrically evoked compound action potential and stapedius reflex: How do these objective measures relate to implant programming parameters? Cochlear Implants International, 13(1), 26–34.
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Página(s): p.337
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LIMIARES ELETROFISIOLÓGICOS AUDITIVOS ESTIMADOS EM PERDAS AUDITIVAS SENSORIONEURAIS.
Araújo, F. C. M. ; Fichino, S. N. ; Raignieri, J. ; Rodrigues, G. F. T. ; Mendes, B. C. A. ; Novaes, B. C. A. C. ; Lewis, D. R. ;

Introdução: A determinação de limiares auditivos, nos vários tipos, graus e configurações das perdas auditivas, tem sido um desafio em crianças. Estudos sugerem o uso de fatores de correção (FC), aplicados aos limiares obtidos com os métodos eletrofisiológicos, visando estimar os limiares auditivos comportamentais (LCom). Os FC podem modificar de acordo com parâmetros técnicos, equipamento, idade do sujeito e status audiológico. O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico com frequência específica (PEATE-FE) é sugerido como padrão ouro para determinação de limiares eletrofisiológicos (LElet) em crianças. Recomenda-se o Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável (PEAEE) como avaliação complementar. O estímulo Chirp, vem sendo estudado na determinação dos LElet , apresentando alta correlação com LCom. No entanto, há poucos dados de sua aplicação em perdas auditivas e nos diferentes métodos de avaliação. Objetivos: Comparar os limiares auditivos eletrofisiológicos do PEATE com Frequência Específica (PEATE-FE) utilizando o estímulo NB CE-Chirp LS e do PEAEE com estímulo NB CE-Chirp, e os limiares comportamentais em crianças com perda auditiva sensorioneural. Metodologia: Trata-se de uma série de casos, de natureza longitudinal, sob o Comitê de Ética sob o No 3.566.774. Foram descritos resultados de 4 crianças, de ambos os gêneros, que falharam na triagem auditiva neonatal, e diagnosticadas com perda auditiva sensorioneural. A idade média de conclusão do diagnóstico audiológico foi de 2,7 meses. As crianças foram avaliadas por meio da audiometria de reforço visual (VRA) entre 8 e 9 meses de idade, com tons puros modulados para determinação do LCom. Os LElet foram obtidos por meio do PEATE-FE e do PEAEE utilizando o estímulo NB CE-Chirp LS e NB CE-Chirp. Em todos os métodos os limiares foram obtidos nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz, por meio de fones de inserção. Foi realizada uma estatística descritiva dos dados. Resultados:Três crianças apresentaram perdas auditivas de grau moderado e uma grau profundo, bilateralmente. Na perda de grau profundo os LElet foram ausentes em 90 dBnNA no PEATE-FE e em 80 dBnNA no PEAEE bilateralmente, enquanto os LCom foram presentes entre 80 e 95 dBNA. Nas perdas moderadas observou-se que a maioria dos LCom coincidiram com os LElet do PEATE-FE. Em uma criança foi observado um LCom 10 dB maior em 2000 Hz. Na comparação entre o PEATE-FE e o PEAEE observou-se que a maioria dos resultados foram semelhantes. Entretanto, os LElet do PEAEE apresentaram-se melhores, com uma diferença de: 20 dB em 500 Hz; entre 5 e 10 dB em 4000 Hz. Comparando os LCom com os obtidos com o PEAEE observou-se que os LElet foram iguais ou melhores, com maior variação em 500 e 4000 Hz, de aproximadamente 15 dB. Conclusão:Os limiares auditivos estimados com o PEATE-FE utilizando o estímulo NB CE-Chirp LS assemelham-se aos limiares comportamentais, sugerindo sua aplicação clínica na determinação de limiares em perdas auditivas sensorioneurais. Os limiares estimados com o PEAEE com NB CE-Chirp apresentam-se melhores ou iguais aos comportamentais e aos do PEATE-FE, com maior variação em 500 e 4000 Hz.

British Columbia Early Hearing Program. Audiology Assessment Protocol. 2012.

British Society of Audiology. Auditory Brainstem Response (ABR) Testing in Babies. Recommended Procedure; 2019.

Rodrigues GRI. Estímulos CE-chirp® e narrow band CE-chirps® na avaliação eletrofisiológica da audição: resultados clínicos em neonatos, lactentes e crianças [tese]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2012.

Joint Committee on Infant Hearing. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention 2019; 4(2): 1–44.

Kristensen SG, Elberling C. Auditory Brainstem Responses to Level-Specific Chirpsin Normal-Hearing Adults. J Am Acad Audiol. 2012 Oct; 23(9):712-21.
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Página(s): p.324
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MEDIDAS DE ABSORVÂNCIA ACÚSTICA EM ORELHAS COM OTITE MÉDIA COM EFUSÃO E CONTRALATERAL.
Ruschel, N.L. ; Teixaira, A.R. ; Souza, L.L. ; Costa, S.S. ;

Introdução: Define-se otite média com efusão (OME) como a presença de fluidos na orelha média sem sinais/sintomas de infecção. Manifesta-se de maneira uni ou bilateral e seu diagnóstico é realizado por: otoscopia, audiometria e timpanometria. A timpanometria de banda larga vem ganhando visibilidade clínica por ser objetiva, rápida e oferecer mais informações sobre as condições de saúde da orelha média, destaca-se a medida de absorvância acústica. Objetivo: Avaliar a absorvância acústica de orelhas com OME de crianças e adolescentes e comparar com as orelhas contralaterais, sem OME. Metodologia: Estudo transversal, observacional, aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da instituição (CAAE 13098719.9.0000.5327). O termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi assinado por todos os envolvidos. Foram incluídos na amostra crianças e adolescentes com diagnóstico de OME e avaliados em ambulatório especializado, com diagnóstico otorrinolaringológico de OME e sem histórico de cirurgia otológica. Foram excluídos pacientes com outros tipos de otites, com OME bilateral ou que não realizaram todos os exames previstos no protocolo de avaliação do projeto. O protocolo era composto por timpanometria convencional (tom sonda na frequência de 226Hz) timpanometria de banda larga (frequências de 226 a 8000 Hz, estímulo chirp) e audiometria tonal liminar por via aérea e via óssea. Para a realização da timpanometria e banda larga, utilizou-se o equipamento Titan, marca Interacoustics. Os dados foram coletados com estímulo chirp em 248 frequências de 211 a 8000 Hz, com intervalos de 23Hz, na intensidade de 60 dB NPS, com duração de 0,1 a 10 segundos por ponto. Para o estímulo tom puro, foi testada a reflectância com o estímulo apresentado a 60 dB NPS (250Hz a 8000Hz). As medidas de absorvância acústica foram dadas automaticamente, aparecendo em uma escala de 0% a 100%. A audiometria tonal liminar foi realizada dentro de cabina audiológica (tratada acusticamente). Resultado: Avaliou-se 13 orelhas com OME unilateral e suas orelhas contralaterais (que apresentaram curvas timpanométricas tipo A e limiares auditivos normais). A média de idade dos sujeitos da amostra foi de 7,6 anos. Todas as orelhas com alteração apresentaram curva timpanométrica B e houve diferença significativa na absorvância acústica nas frequências de 4.000Hz (p=0,004*) e 6.000Hz (p=0,013). Nas demais frequências houve menor absorvância nas orelhas com OME, mas sem diferença significativa nas medianas. Conclusão: Os dados do estudo evidenciam que a absorvância nas orelhas com OME é menor do que nas orelhas contralaterais que estão com funcionamento normal, sendo as maiores diferenças observadas em frequências mais elevadas. O acompanhamento da orelha contralateral pode auxiliar no prognóstico de evolução das otites, além de possibilitar o diagnóstico e a intervenção precoce, se necessário.

1.PAPARELLA, M.M, SIPILA, P; JUHN, SK; JUNG, TS. Subepithelial scpace in otitis media. Larungoscope. 1985; 95; 414-20
2.Scheibe, A.B; Smith, M.M; Schimidt, L.P; Schmidt, V.B; Dornelles, C; Carvalhal, L.H.S.K; Kruse, L; Costa, S.S. Estudo da orelha contralateral na otite média crônica. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. V.68, n.2, 245-9, ma./abri. 2002.
3.TANNO, GA et al; Analysis of wideband tympanometry in Ménière’s disease. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2020 Jul 10-7
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MISMATCH NEGATIVITY EM CRIANÇAS COM OTITE MÉDIA CRÔNICA NÃO COLESTEATOMATOSA
FERREIRA, D.A. ; BUENO, C.D. ; COSTA, S.S. ; SLEIFER, P. ;

Introdução: Crianças com otite média crônica não colesteatomatosa (OMCNC) tradicionalmente apresentam perda auditiva permanente que leva à estimulação inconsistente do sistema nervoso auditivo central que pode acarretar prejuízos no processamento auditivo central. O potencial evocado Mismatch Negativity (MMN) retrata uma resposta cerebral das habilidades de discriminação auditiva, memória auditiva e atenção involuntária de maneira objetiva e pode ser útil na população infantil. Objetivos: Analisar os resultados do MMN em crianças com OMCNC e compará-las com grupo controle. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob número 79348017.8.5334. Participaram do estudo 78 crianças de 7 a 11 anos, sendo 39 diagnosticadas com OMCNC provenientes de um ambulatório de referência em um hospital público do estado e 39 crianças sem histórico otológico advindas de escolas públicas, pareadas por sexo e idade. Todos os participantes realizaram avaliação audiológica periférica e potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE). Como critérios de inclusão para a realização do MMN, todos os participantes do grupo controle apresentaram padrões dentro da normalidade na avaliação auditiva e presença das ondas do PEATE com latências normais. As crianças com OMCNC apresentaram avaliação auditiva com limiares nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz de até 40dBNA. Para a execução do MMN, foi utilizado o equipamento Masbe ATC Plus da marca Contronic. Os eletrodos foram fixados nas posições Fz (eletrodo ativo), M1 e M2 (eletrodos referência) e na fronte (eletrodo terra). A intensidade utilizada foi de 80 dBNA com 1,8 estímulos por segundo. O estímulo frequente utilizado foi de 1.000Hz e o estímulo raro de 2.000Hz. Durante esse processo, as crianças foram orientadas a assistir a um vídeo silencioso no tablet, com a intenção de desviar a atenção dos estímulos auditivos. Previamente às análises, foi realizado o teste F para verificar se as amostras possuíam variâncias equivalentes. Assim, para comparação dos resultados entre os grupos foi utilizado o teste T-student com nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: A média da latência do MMN em crianças com OMCNC foi de 267,58ms (±76,51) na orelha direita (OD) e 267,47ms (±76,45) na orelha esquerda (OE). Com relação à amplitude, a média encontrada foi de 3,84µV na OD (±0,86) e 3,78 µV(±0,86) na OE. No grupo controle, a média da latência do MMN foi de 171,15 ms (±22,73) na OD e 175,69 ms (±31,90) na OE e amplitude de 3,68µV na OD (±0,87) e 3,74µV (±0,86) na OE. Houve diferença estatisticamente significativa nos valores de latência da orelha direita e esquerda (p=0,00) na comparação entre os grupos. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas em relação aos valores de amplitude entre crianças com e sem otite na orelha direita (p=0,42) e na orelha esquerda (p=0,85). Conclusão: Constatou-se que as crianças com OMCNC apresentaram valores de latência aumentados em relação às crianças sem alterações otológicas. O MMN mostrou-se relevante e promissor na avaliação de crianças com OMCNC. Assim, pode ser capaz de auxiliar no diagnóstico e reabilitação auditiva mais precoce.

1. Costa SS, Rosito LPS, Dornelles C. Sensorioneural hearing loss in patients with chronic otitis media. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2009;266:221–224.

2. Rosito LPS, Silva MNL, Selaimen FA, Jung YP, Pauletti MGT, et al. Characteristics of 419 patients with acquired middle
ear cholesteatoma. Braz J Otorhinolaryngol. 2017;83(2):126-131.

3. Sanfins MD, Skarzynski PH, Collela-Santos MF. Otitis media, behavioral and electrophysiological tests, and auditory rehabilitation. In: Hatzopoulos S, editor. The human auditory system basic features and updates on audiological diagnosis and therapy. 1ºed United Kingdom: Intech Open; 2019; 1-10.

4. Näätänen R, Paavilainen P, Rinne T, Alho K, The mismatch negativity (MMN) in basic research of central auditory processing: a review. Clin Neurophysiol. 2017; 118(12):2544-90.
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Página(s): p.244
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MÚSICA E AMPLIFICAÇÃO SONORA: O QUE DIZEM OS FONOAUDIÓLOGOS?
Souza, T.C. ; Simões, P.N. ; José, M. R. ; Gonçalves, C. G. ; Lüders, D. ;

Introdução: A música é um estímulo sonoro desafiador, pois envolve a percepção de todos os contornos acústicos e melódicos pelas vias auditivas periférica e central em seu processamento. Quando a perda auditiva compromete a percepção e a interpretação de estímulos auditivos, sejam eles de fala ou musicais, a adaptação de aparelhos de amplificação sonora individual é uma alternativa para amenizar seu impacto. Contudo, como esses dispositivos foram projetados para atender prioritariamente as necessidades referentes à inteligibilidade da fala, seu desempenho deixa a desejar no caso da percepção musical. Objetivo: Investigar as estratégias realizadas por fonoaudiólogos no processo de adaptação de aparelhos de amplificação sonora individual para atender às demandas auditivas de seus pacientes em relação à escuta e/ou prática musical. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e de abordagem quantitativa, realizado com fonoaudiólogos que atuam na área de seleção e adaptação de AASI, há pelos menos um ano, no serviço público ou privado, em qualquer lugar do Brasil. A coleta de dados se deu por meio de um questionário eletrônico, estruturado na Plataforma Google Forms®, contendo 24 questões, sendo 21 fechadas (caixa de seleção ou escala Likert) e três questões abertas. O questionário destinou-se a coletar dados de identificação do fonoaudiólogo e da população atendida por ele; condutas do fonoaudiólogo realizadas no início do atendimento ao candidato ao uso de AASI, sobre as demandas musicais; condutas realizadas para seleção e programação do AASI em relação a essa demanda; acompanhamento do paciente quanto aos resultados da adaptação e a percepção do fonoaudiólogo em relação ao tema música e amplificação sonora. Resultados: Participaram deste estudo 38 fonoaudiólogos, sendo 94,7% do sexo feminino e 5,3% do sexo masculino, com idade entre 20 e 64 anos, e tempo de formação e/ou de atuação na área de indicação e adaptação de AASI de um a mais de 20 anos. Os fonoaudiólogos eram procedentes de oito estados, com maior prevalência do estado de São Paulo, sendo que 60,5% dos profissionais atendem somente na rede privada e a maioria dos pacientes atendidos são idosos. Dos 38 fonoaudiólogos, 47,4% investigam, na anamnese, as queixas em relação ao hábito de ouvir música e/ou tocar um instrumento, somente quando o próprio paciente aborda o assunto. Segundo os fonoaudiólogos, 52,6% de seus pacientes, às vezes, relatam queixas em relação a escuta musical. Conclusão: Segundo as respostas dos fonoaudiólogos que participaram da pesquisa, a maioria não investiga as queixas espontaneamente. Em maior ou menor ocorrência os pacientes atendidos por eles relatam queixa. Dos fonoaudiólogos que investigam os estilos musicais em que seus pacientes mais relatam dificuldades para escutar, sem e com AASI, está a música Clássica, que é de fato a mais difícil de ser entendida. As queixas persistem após adaptação do AASI. Todos os participantes referiram conhecer as diferenças e similaridades entre a música e fala.
Palavras-chaves: Perda auditiva; auxiliares de audição; percepção auditiva; música.

1. CHASIN, M. & HOCKLEY, N. Hearing aids and music: some theoretical and practical issues. R. Bader (Ed.), Springer Handbook of Systematic Musicology: Springer-Verlag GmbH. Germany, 2018.
2. GREASLEY, A.; CROOK, H. & FULFORD, R. Music listening and earing aids: perspectives from audiologists and their patients. International Journal of Audiology, vol.59, n. 9, 2020. DOI: 10.1080/14992027.2020.1762126
3. UYS, M. et al. The influence of non-linear frequency compression on the perception of music by adults with a moderate to severe hearing loss: subjective impressions. South African Journal of Communication Disorders, vol.59, n. 1, 2012
4. WIPE, B.U et al. Transtornos de la percepción musical. Artículo de Revision. Revista Otorrinolaringologia Cirúrgica, Cabeza Cuello, v.73, p.189-100, 2013.
5. ZAKIS, J.A. Music perception and Hering aids. In: POPELKA, G.; MOORE, B.; FAY R.; POPPER A (eds). Hearing Aid. Suiça: Springer Handbook of Auditory Research, v.56. Springer, Cham, 2016.
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Página(s): p.290
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NEUROPLASTICIDADE E TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: BENEFÍCIOS DA INTERVENÇÃO PRECOCE.
Ribeiro, J.A. ; Beraldi, K. C .C ; Lima, K. C. ; Manhães , R. R. ; Fernandes, F. S . ;

Introdução: A perda auditiva mesmo que discreta, pode alterar o desenvolvimento da comunicação oral, e por esta razão, foram implantados programas voltados à atenção neonatal para diagnóstico e acompanhamento audiológico. A Triagem Auditiva Neonatal Universal – TANU, foi criada para nortear as ações dos profissionais e tornou-se obrigatória para todos recém-nascidos brasileiros, a partir da lei federal 12.303/2010.1. Dessa forma, todos os recém-nascidos devem realizar este teste antes da alta hospitalar, e no máximo, no seu primeiro mês de vida. Protetizar é um processo que está longe de ser simples, pois envolve várias etapas sendo essas tanto de origem pessoal e familiar quanto de origem diagnóstica e tecnológica. O que determina o melhor Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) a ser usado é o resultado da avaliação audiológica, pois ela irá caracterizar o grau o tipo e a configuração da perda auditiva. Em crianças, esse processo é ainda mais complexo, pois o paciente ainda não consegue verbalizar o seu desconforto ou o seu limiar. Assim, a importância do diagnóstico com limiares auditivos bastante precisos irá facilitar não apenas a adaptação, mas o ganho auditivo e de fala. Segundo dados do ministério da Saúde, o TANU atingiu em 2017 30,2% de cobertura; nos anos seguintes as coberturas foram de 31,9% (2018); 32,2% (2019); 26,8% (2020) Objetivos: Esta pesquisa, tem como objetivo relatar a importância da intervenção precoce descrevendo a trajetória necessária desde o nascimento até os ganhos esperados de uma protetização realizada até os 6 meses como preconiza o Comitê Multiprofissional em Saúde Auditiva, o COMUSA, em comparação aos que foram realizados após os 3 anos de idade. Metodologia: O Presente trabalho traz um levantamento bibliográfico sobre resultados da protetização precoce baseado em achados sobre neuroplasticidade até os 3 anos de idade da criança. Conclusões: Para que o desenvolvimento auditivo ocorra é necessário que o sistema auditivo seja estimulado. Períodos prolongados de privação sensorial na infância, podem causar deficiências permanentes nas habilidades de processamento auditivo e atrasos na aquisição e percepção de fala. Assim, reiteramos o quão importante a triagem auditiva neonatal é a protetização precoce da criança garantindo, o melhor aproveitamento do seu potencial de plasticidade neural.

1- Robert J. Ruben (1991) Effectiveness and Efficacy of Early Detection of Hearing Impairment in Children, Acta Oto-Laryngologica, 111:sup482, 127-135, DOI: 10.3109/00016489109128036
2- Lewis, D.R., Marone, S.A., Mendes, B.C., et al. Multiprofessional committee on auditory health: COMUSA. Braz J Otorhinolaryngol 2010;76(1):121-8.
3- Parecer do CFFa. nº 05/00 - Assunto: Aspectos Pertinentes à Triagem auditiva neonatal (TANU). São Paulo, BR, [acesso em 12 03 09]. Disponível em www.fonosp.org.br/legislacao/pareceres-do-cffa
4- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Coordenação Geral de Média e Alta Complexidade. Diretrizes Gerais para a Atenção Especializada às Pessoas com Deficiência Auditiva no Sistema Único De Saúde - SUS/ Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/regiao-sudeste-conta-com-98-servicos-de-saude-auditiva-habilitados-pelo-sus)
5- Novaes, B. C., Versolatto-Cavanaugh, M. C., Figueiredo, R. D. S. L., & Mendes, B. D. C. A. (2012). Fatores determinantes no desenvolvimento de habilidades comunicativas em crianças com deficiência auditiva. Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 24(4), 327-334.
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Página(s): p.239
ISSN 1983-1793X
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NÍVEL DE CONHECIMENTO DE GESTANTES SOBRE A TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL UNIVERSAL: REVISÃO DE LITERATURA
Krüger, I. D. ; Tomiasi, A. A. ; Bassi, L. O. ; Topanotti, J. ; Meneses, A. A. ; Santos, M. C. C. ;

RESUMO: Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU) tem sido o meio mais efetivo e recomendado para a detecção e a intervenção precoce da deficiência auditiva nos recém-nascidos, sendo importante o conhecimento dos pais ou responsáveis sobre a relevância deste programa. Objetivo: Investigar, por meio de artigos publicados, o nível de conhecimento de gestantes acerca da Triagem Auditiva Neonatal Universal, sendo delimitadas como etapas de estudo: averiguar o conhecimento que as gestantes possuem sobre o programa, investigar se recebem orientações sobre a TANU e analisar se consideram relevante obter informações sobre essa temática durante o acompanhamento pré-natal. Metodologia: Foram analisados artigos publicados em periódicos disponibilizados nas bases de dados LILACS e SCIELO. Para a busca dos artigos, considerou-se como critério a publicação no período de 2010 a 2020, no idioma português. Utilizou-se o descritor combinado: triagem auditiva AND perda auditiva. Resultados: Os estudos evidenciaram que as mães/gestantes apresentam conhecimento insuficiente a respeito do programa. Em relação ao processo de orientação, foi possível observar que grande parte das mães/gestantes estudadas não receberam orientação durante a assistência pré-natal, porém consideram serem relevantes essas informações para a adesão da TANU. Conclusão: A partir dos dados obtidos nesta revisão de literatura, pode-se concluir que, em sua maioria, mães/gestantes desconheciam informações a respeito da TANU, sendo observada escassez de orientações também aos familiares em relação ao programa.

ALVARENGA, K. F; GADRET, J. M; ARAÚJO, E. S; BEVILACQUA, M. C. Triagem auditiva neonatal: motivos da evasão das famílias no processo de detecção precoce. In: Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(3):241-7.
BERTUOL, B.; MELO, A; CORRÊA, B. M; BIAGGIO, E. P. V. Taxa de evasão no reteste da Triagem Auditiva Neonatal: a relevância do Termo de Responsabilidade. v. 42, n.2, p. 129-135, jul./dez. Santa Maria, 2016.
BORGES, C. A. B; MOREIRA, L. M. O; PENA, G. M; FERNANDES, F. R; BORGES, B. C. B; OTANI, B. H. Triagem Auditiva Neonatal Universal. In: Arq. Int. Otorrinolaringol. v.10. n.1, São Paulo, 2006.
CÚNICO, S. D; OLIVEIRA, C. T; KRUEL, C. S; TOCHETTO, T. M. Percepções e Sentimentos Maternos Frente à Triagem Auditiva Neonatal do Filho. In: Pensando fam. vol.17 no.2 Porto Alegre dez. 2013.
JARDIM, J. B; HAHN, G. V. Triagem auditiva neonatal: conhecimento das mães sobre o teste da orelhinha. In: Pediatr. mod ; 50(10) out. 2014.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.266
ISSN 1983-1793X
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NOVAS PERSPECTIVAS NA FONOAUDIOLOGIA: IMPULSIONANDO A SAÚDE AUDITIVA NO MEIO DIGITAL.
Vespero, V. A. ; Maia, J. C. ; Santos, G. Z. ; Antonelli, B. C. ; Néri, L. F. ; Freitas, A. J. A. B. ; Morgado, M. ; Queiroz, D. S. R. ; Volpe, M. J. G. ; Blasca, W. Q. ;

O Programa de Educação Tutorial em Fonoaudiologia - PET Fonoaudiologia, criado em 2006, busca garantir amplas vivências acadêmicas para seus integrantes, se baseando na tríade universitária: pesquisa, ensino e extensão (QUADROS et.al, 2016), o que proporciona a formação completa do graduando.
Tais vivências atreladas às tecnologias digitais possibilitam a criação de materiais educativos, que estimulam o conhecimento e aumentam o engajamento dos usuários desses meios (FALEKMBACH, 2005), para potencializar o alcance da informação e reciclar as práticas pedagógicas existentes (ROSALIN; CRUZ; MATTOS, 2017).
Apoiado nisso, o grupo PET Fonoaudiologia elaborou um projeto de extensão: “Hackathon da saúde, tecnologia e comunicação”, que envolveu diferentes profissionais, como fonoaudiólogos e designers, em um trabalho colaborativo, de maneira intensiva e com foco em determinado desafio (GUIZARDI et. al, 2018). Tendo como objetivo desenvolver soluções inovadoras para problemas relacionados à saúde auditiva e estratégias de comunicação do jovem, e ocorreu no período entre outubro e dezembro de 2020.
Este trabalho dispõe-se a relatar a experiência do desenvolvimento do protótipo de jogo relacionado às habilidades auditivas, elaborado no “Hackathon da saúde, tecnologia e comunicação”.
Em dezembro, foram realizados três dias de evento, organizados entre períodos para os grupos trabalharem; e oficinas para aprofundamento dos conteúdos ofertados anteriormente, abordando os temas necessários para o desenvolvimento do desafio: Design Thinking, Scratch Jr., Comunicação e Edição de Vídeos.
Participaram 20 graduandos em Fonoaudiologia e Direito. Quatro graduandos em Design auxiliaram os participantes. O desafio proposto foi desenvolver as soluções inovadoras, por meio de um game, e entregar um vídeo demonstrando o funcionamento do game e um vídeo do processo de criação.
Na realização do evento foram utilizados: Whatsapp, para avisos; Discord, com espaços para compartilhamento de informações, materiais e discussão dos grupos; Google Meet, para as atividades síncronas.
A partir dos conteúdos, um dos grupos, composto por quatro integrantes dos diferentes cursos, desenvolveu a prototipação de um game, sobre o tema saúde auditiva, com maior enfoque nas habilidades dessa função, utilizando a ferramenta “Scratch Jr.”.
Voltado à saúde auditiva, o game propõe o desenvolvimento da atenção e o treino das habilidades auditivas de detecção, discriminação e reconhecimento, de maneira lúdica e interativa. Visto que a linguagem oral se desenvolve a partir das habilidades auditivas ao estimular o desenvolvimento da audição, é garantido um melhor desenvolvimento infantil. (GONÇALVES e TEIXEIRA, 2019). É propiciado igualmente, o rastreio das habilidades auditivas defasadas.
Constituído de fases, com graus diferentes de dificuldade, com imagens e estímulos sonoros distintos, o jogo tem por objetivo reconhecer o estímulo sonoro apresentado em cada fase. Ao errar, o ruído competitivo e o estímulo sonoro são repetidos e o jogador pode escolher outra imagem, que está presente na tela. Acertando, o jogador avança de fase.
A partir do “Hackathon” os estudantes aprenderam sobre novas ferramentas, refinando a solução de problemas de maneira prática e viável para o cotidiano clínico e domiciliar, culminando num jogo que age como um rastreador de dificuldades e propicia o treino das habilidades auditivas de maneira rápida, lúdica e acessível.

QUADROS, I. A.; LUCCAS, G.R., BLASCA, W. Q.; BERRETIN-FÉLIX, G. Análise das atividades realizadas pelo PET fonoaudiologia. Anais. 2016.
FALKEMBACH, G. A. M. Concepção e Desenvolvimento de Material Educativo Digital. RENOTE - Revista Novas Tecnologias na Educação. 2005.
ROSALIN, B. M.; CRUZ, J. A. S.; MATTOS,M. B. G. A importância do material didático no ensino a distância.RevPol Gestão Educ [Internet]. 2017 [cited 2017 Nov 20];21(n.esp.1):814-30.
GUIZARDI, F. L.; SANTOS, K. F. dos; LEMOS, A. S. P.; SEVERO, F. M. D. Maratonas hackers no Brasil com desafios no campo da Saúde. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, [S.L.], v. 22, n. 65, p. 447-460, abr. 2018. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622016.1001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/4P6kCpMDY4Wtk48KSKn5Sym/?lang=pt. Acesso em: 08 jun. 2021.
GONÇALVES, MS; TEIXEIRA AR (org). Reabilitação auditiva infantil: atividades lúdicas para estimulação das habilidades auditivas. [recurso eletrônico].1. ed. - Santa Cruz do Sul : EDUNISC, 2019. Disponível em Acesso em 00 jun 2021.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.302
ISSN 1983-1793X
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O EMPODERAMENTO DE INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: REVISÃO DE LITERATURA
OLIVEIRA, B.F. de ; SILVA, M.C.C. da ; BANDEIRA, K.R.A. ; FIDENCIO, V.L.D. ;

“Empowerment” é um conceito complexo, cujas raízes estão atreladas a movimentos sociais1 e “a pessoa, grupo ou instituição empoderada é aquela que, realiza por si mesma, as mudanças necessárias e ações que a levam a evoluir e se fortalecer”2. Indivíduos com deficiência auditiva podem se tornar frágeis e vulneráveis, devido ao estigma dessa condição, à dificuldade na comunicação e ao próprio fato do uso do dispositivo eletrônico3. Estratégias para o empoderamento desses indivíduos são de extrema importância para promover a conscientização sobre si e seus direitos e de desfazer o paradigma do estigma e da incapacidade4. O objetivo deste estudo foi identificar as evidências sobre as estratégias utilizadas para o empoderamento do indivíduo com deficiência auditiva. Foi realizada busca nas bases de dados Literatura Latinoamericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Public Medicine Library (PubMed), Portal de Periódicos CAPES, Biblioteca Digital Brasileira de Dissertações e Teses e na ferramenta de buscas Google Acadêmico. Utilizou-se a combinação de descritores “empoderamento para saúde OR advocacia em saúde AND perda auditiva” e “empowerment for health OR health advocacy AND hearing loss”. Adotou-se como critérios de seleção: a inclusão de estudos que trouxessem a discussão sobre o empoderamento do indivíduo com deficiência auditiva e que estivessem disponíveis gratuitamente na íntegra. Foram excluídos estudos que tratassem somente de outras deficiências que não a auditiva. Não foi pré-definido um período de tempo específico para a busca. Primeiramente, foram selecionados 53 estudos pelo título; destes, 35 foram excluídos após a leitura do resumo, resultando na inclusão de 18 estudos nesta revisão. O ano de publicação dos estudos variou de 2011 a 2021. Metade tratava-se de estudos publicados no Brasil. Parte dos estudos tratavam-se de revisão de literatura. Estes abordaram temas sobre a prática da advocacia em saúde como diretriz da promoção da saúde, responsabilidades que os indivíduos com deficiência auditiva possuem, como são suas relações interpessoais, medos, sucessos ou insucesso entre outras emoções; acesso ao poder judiciário e a importância do empoderamento. Dois estudos propuseram o uso de estratégias de empoderamento para pais de crianças com deficiência auditiva já nos programas de diagnóstico e intervenção precoce, enfatizando o quão significativa essa abordagem é para o desenvolvimento da criança surda. Outros dois estudos trataram sobre o empoderamento de indivíduos adolescentes, sendo que um deles destacou a estratégia de grupos com seus pares e o outro é o único estudo brasileiro a propor uma estratégia de intervenção para o desenvolvimento da autoadvocacia nessa população. Um estudo propôs a validação semântica de um instrumento para avaliação de necessidades de saúde e verificou ser fortemente presente a dificuldade dos participantes de identificar termos ou palavras que fazem parte da linguagem técnica em saúde referente à reabilitação da sua própria deficiência, revelando a falta de informações relativas à saúde. Apesar da literatura evidenciar a importância do empoderamento, há escassez de estudos que tratem sobre como intervir de forma a desenvolver essa habilidade e a autoadvocacia do indivíduo com deficiência auditiva.

1. Carvalho SR. Os múltiplos sentidos da categoria “empowerment” no projeto de promoção à saúde. Cad. Saúde Pública. 2004; 20(4):1088-1095.
2. Cesarino CB, Sciarra AMP. Empoderamento na saúde. Arq. Ciênc. Saúde. 2017; 24(3)01-02.
3. Warner-Czyz AD, Loy BA, Evans C, Wetsel A, Tobey EA. Self-esteem in children and adolescents with hearing loss. Trends in Hearing. 2015;19:1-12.
4. Silva RLF, Carneiro LA, Nery DB, Duarte LA, Moret ALM, Salimon A et al. A autoadvocacia como prática de empoderamento de adolescentes com deficiência auditiva: um estudo-piloto. Audiol Commun Res. 2020;25:e2324.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.336
ISSN 1983-1793X
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O IMPLANTE COCLEAR NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM HISTÓRICO DE MENINGITE: REVISÃO INTEGRATIVA
Castro, M. P. ; Colanigo, E. M. ; Oliveira, J. P. ; Geraldini, M. C. C. ;

A meningite é um processo inflamatório, considerado como uma das principais causas de deficiência auditiva neurossensorial adquirida. A presente pesquisa teve por objetivo identificar o efeito do uso do implante coclear, no processo de habilitação ou reabilitação nos casos de perda auditiva por meningite. Pesquisa de revisão integrativa, cujo desenvolvimento seguiu as etapas: elaboração de questão de pesquisa; levantamento dos estudos primários; seleção dos estudos pertinentes aos critérios de inclusão; análise e síntese dos dados da amostra e apresentação dos resultados. A amostra foi composta por 09 artigos sobre o uso de implante coclear em casos de perda auditiva por meningite, nos idiomas inglês, português e espanhol, publicados no período de 2010 a 2020, nas bases de dados das bibliotecas virtuais CAPES e BIREME (Medline, Lilacs, Ibecs, Binacis, DOAJ, Scielo, Scopeus e Onefile). Resultados demonstraram que, apesar de alguns estudos apresentarem objetivos similares, os procedimentos de coleta de dados apresentaram maior dispersão quanto ao método utilizado. Indivíduos com perda auditiva por meningite, apresentam um score mais baixo no desenvolvimento da função auditiva e de linguagem quando são comparados com indivíduos com perda auditiva sem histórico de meningite. O aspecto ossificação ou não ossificação coclear foi citado como um fator impacto negativo para o desenvolvimento da audição e linguagem. A partir da análise da presente amostra, observou-se que a sequela de obstrução e ossificação coclear causada pela meningite, foi um aspecto discutido como fator que aumenta as dificuldades de inserção do feixe de eletrodos na cóclea e, consequentemente, tem impacto na recepção de informações acústicas. Outro aspecto identificado a partir da amostra é que, apesar do impacto negativo, causado pela meningite, sobre o desenvolvimento auditivo e de linguagem, há o efeito positivo no uso do implante coclear nos referidos casos. Assim, como a inflamação causada pela meningite pode gerar outras sequelas, além da perda auditiva, as quais necessitam ser conhecidas, para serem adequadamente identificado seu impacto no processo de habilitação e reabilitação.

Palavras Chaves: meningite, implante coclear, reabilitação, perda auditiva.

1 Helmsta VE, Buechner A, Stolle S, Goetz F, Lenarz T, et al. Cochlear implantation in children with meningitis related deafness: the influence of electrode impedance and implant charge on auditory performance - a case control study. Int. J Pediatr. Otorhinolaryngol. 2018; 113: 102-109.

2 Taskin T, Tolgahan C, Feda B, Basaran BE, Levent O. Cochlear implantation in postmeningitic deafness. J. Craniofac Surg. 2018; 29(3): 245-248.

3 Durisin M, Buchner, Lesinski AS, Bartling S, Warnecke A, et al. Cochlear implantation in children with bacterial meningitic deafness: the influence of the degree of ossification and obliteration on impedance and charge of the implant. Cochlear Implants Int. 2015; 16(3): 147-58.

4 Bille J, Ovesen T. Cochlear implant after bacterial meningitis. Pediatr. Int. 2014; 56(3): 400-405.

5 Mancini P, Viccaro M, Dinger H, Covelli E, Attanasio G, et al. Contralateral implantation in children a ected by postimplant meningitis. Audiol. Neurootol. 2013; 18(4): 214-222.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.230
ISSN 1983-1793X
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O PAPEL DO FONOAUDIÓLOGO NOS PROCESSOS TRABALHISTAS INDENIZATÓRIOS: UMA ANÁLISE DOS TRIBUNAIS BRASILEIROS
Souza, T. M. ; Gonçalves, C. G. O. ;

Introdução: mesmo após décadas de pesquisas, regulamentações e intervenções nos locais de trabalho, a perda auditiva induzida por ruído (PAIR) continua sendo a segunda doença ocupacional mais comum1. A PAIR, além de causar os efeitos auditivos tipicamente conhecidos, como a irreversibilidade e o fato de não progredir após cessar a exposição, também traz efeitos extra auditivos, como interferência na comunicação, irritabilidade, entre outros2. Este tema faz parte de uma extensa lista de motivos que levam os trabalhadores a processar seus ex-empregadores, encontrando no Poder Judiciário uma forma de não apenas garantir e preservar seus direitos, mas também de obter o ressarcimento pelos danos causados à saúde desses empregados3. Com isso, aumentou a procura por peritos que auxiliem a Justiça do Trabalho e tenham domínio do tema questionado pelas partes. O fonoaudiólogo é um profissional habilitado para desenvolver esta função e está devidamente respaldado pela legislação4. Objetivo: analisar a participação do fonoaudiólogo na formação do convencimento dos juízes nas sentenças judiciais de processos trabalhistas que possuíam pedidos indenizatórios por perda auditiva induzida por ruído ocupacional. Metodologia: o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 4.721.901, tem caráter descritivo, do tipo documental, desenvolvido a partir dos portais dos Tribunais Regionais Trabalhistas (TRTs) do país, com abordagem quantitativa, no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2020. Desta forma, foram analisadas as sentenças proferidas por magistrados de primeiro grau (Juízes do Trabalho) dos TRTs em processos judiciais digitais e públicos, que são aqueles acessíveis a consultas públicas nos respectivos sítios dos TRTs via internet. Resultados: foram analisados 104 processos distribuídos em 19 Tribunais. Apenas em seis processos judiciais o fonoaudiólogo foi nomeado como perito e auxiliou o juízo em sua sentença. Os Tribunais Regionais que nomearam o fonoaudiólogo foram: Minais Gerias, Ceará, Sergipe, Rio Grande do Norte e Alagoas (este em dois processos diferentes). Os demais processos contavam com a nomeação de peritos das mais diversas áreas, sendo o Médico do Trabalho (48% dos processos) e o Médico Otorrinolaringologista (27% dos processos) os mais requisitados. Conclusão: percebe-se que o conhecimento a respeito da atuação fonoaudiológica pericial frente à Justiça do Trabalho ainda é pouco conhecida, necessitando, portanto, de maior divulgação aos magistrados, para que estes passem a reconhecer a profissão como mais uma opção de nomeação em causas que necessitem de perícia.

1. A. Lie , M. Skogstad , HA Johannessen , T. Tynes , IS Mehlum , KC Nordby , et al. Exposição a ruído ocupacional e audição: uma revisão sistemática Int Arch Occup Environ Saúde , 89 ( 2016 ) , pp. 351 - 372

2. Santos M, Almeida A. Ruído e Saúde Ocupacional: o que existe para além do óbvio… Revista Segurança. 2012, 206, 34-36.

3. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em . Acesso: em 6 jul. 2020.


4. BRASIL. Resolução do Conselho Federal de Fonoaudiologia nº 493, de 07 de abril de 2016, que dispõe sobre perícia em Fonoaudiologia e dá outras providências.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.295
ISSN 1983-1793X
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O QUE APRENDEMOS SOBRE O ENGAJAMENTO DE FAMÍLIAS EM UM SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE SURDEZ NA INFÂNCIA
Rigamonti, C. O. ; Youssef, B. C. ; Scarabeli, L. N. C. ; Mariana Cardoso Guedes ;

Seguindo os princípios que regem a terapia auditivo-verbal, de que os pais são figuras-chave no processo de reabilitação da audição, linguagem oral e fala, entendemos que é fundamental que eles tenham acesso à informação de qualidade sobre detecção, diagnóstico e intervenção precoce por outras famílias e profissionais com expertise no assunto. Com esse embasamento desenvolvemos um simpósio internacional virtual sobre surdez na infância, cuja proposta era de promover conhecimento de qualidade e interação entre profissionais e famílias de crianças com deficiência auditiva. No presente trabalho discutimos os desafios e aprendizados durante o processo de elaboração e realização do evento.

O processo para realização do simpósio teve início em agosto de 2020 e teve o seguinte plano de desenvolvimento: 1) definição de conceito; 2) definição de convidados e pesquisa de orçamento de plataformas que tivessem baixo custo e fossem acessíveis para as famílias; 3) desenvolvimento de material de comunicação; 4) pitch para patrocinadores ; 5) organização e planejamento para produção; 6) realização do simpósio.

Apesar do valor acessível, próximo à realização do simpósio tínhamos apenas 5 famílias inscritas. Dois pontos nos preocuparam neste momento: fatores econômicos e o acesso à internet e domínio digital. Apesar da ONU afirmar que acesso à internet é um direito humano, o Brasil aparece na 31ª posição num ranking geral de 100 países, que avalia preparo, facilidade de acesso, disponibilidade e relevância da internet a nível global. Na comparação ano a ano, realizada com 84 países, o Brasil ficou com a 29ª colocação. O quesito de preparo abrange três categorias: alfabetização, confiança e segurança no uso da internet e políticas de incentivo do uso da web. Nesses pontos, o país ficou, respectivamente, nas posições 66ª, 21ª e 50ª.

Na aposta inicial de que o primeiro impacto seria uma questão financeira, liberamos o acesso gratuito das famílias - o que possibilitou a inscrição de 52 novas famílias. Porém durante o início do evento tivemos o segundo aprendizado, desta vez sobre a acessibilidade digital. Colocamos parte da equipe a postos para assessorar as famílias em como realizar o acesso ao portal de eventos para efetivar e otimizar a sua participação enquanto ouvintes e debatedores, orientando-os a entrar no evento, e enviar perguntas ou comentários aos palestrantes. É importante salientar que o simpósio teve legendas em tempo real, tradução para língua de sinais e tradução para o português nas palestras internacionais. O terceiro aprendizado foi em relação ao acesso e compreensão do conteúdo, para o qual também disponibilizamos nossa equipe técnica.

Concluímos, portanto, que a adesão está relacionada a barreiras e fatores facilitadores envolvidos no cotidiano de cada uma das famílias, que nesse caso foram três: questões financeiras, de acessibilidade digital e acessibilidade aos conteúdos técnicos transmitidos. De forma geral aprendemos que tornar o evento acessível para famílias, variando conforme as demandas apresentadas por eles, e então cumprir o nosso objetivo, significa promover acesso financeiro, digital e também acesso técnico. Somente assim seremos realmente inclusivos não só para profissionais como também, e principalmente, para famílias.


Estabrooks W, Morrinson HM and Maclver-Lux K. (2020). Coaching parentes and caregivers in auditory-verbal therapy. Maclver-Lux K, Estabrooks W and Smith J Auditory Verbal Therapy Science, Research and Practive (Plural Publishing). San Diego, CA

The Economist Group (January 2021). The Inclusive Internet Index. Retrieved from https://theinclusiveinternet.eiu.com/explore/countries/performance

Youssef B.C. (2017) Efetividade na adesão a reabilitação auditiva em crianças: Grupo de Adesão Familiar e
terapia inicial . São Paulo, Brazil. https://revistas.pucsp.br/index.php/dic/article/view/31508/24833
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.227
ISSN 1983-1793X
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O USO DE QUESTIONÁRIOS PARA DEFINIÇÃO DO RISCO DE TRANSTORNOS DO PROCESSAMENTO AUDITIVO: QUAL A CONCORDÂNCIA DOS INSTRUMENTOS COM A AUDIOMETRIA?
Romualdo, L.H.M. ; Bertachini, A.L.L. ; Resende, L.M. ;

Introdução: A Toxoplasmose Congênita causa alterações cerebrais que interferem no caminho da vida auditiva central dos indivíduos e, consequentemente, na aprendizagem escolar. A utilização clínica de questionários para triar risco de distúrbios do Processamento Auditivo Central (PAC) vem sendo utilizado em algumas pesquisas. Entretanto, não há na literatura estudos que abordem o processamento auditivo de indivíduos com toxoplasmose congênita e a concordância entre os instrumentos de triagem. Objetivo: Verificar a concordância entre questionários de detecção de risco para o PAC e a correlação dos questionários com os resultados audiométricos. Métodos: Trata-se de um estudo observacional analítico transversal, realizado com crianças e adolescentes de 10 a 14 anos diagnosticados com toxoplasmose congênita e que são acompanhados longitudinalmente. A pesquisa foi aprovada pelo parecer de número 3.085.362. Desenvolvimento: Os pacientes foram submetidos aos exames de audiometria e imitanciomentria e foram aplicados dois questionários comportamentais para triagem do transtorno do PAC, o Fisher Auditory Problems Cheklist for Auditory Processing Evaluation (QFISHER)(Cibian e Pereira, 2014) e o Scale of Auditory Behaviors (SAB) (Nunes, 2013). A análise dos dados contemplou o Teste de Coeficiente Kappa e o teste de correlação de Spearman. Resultados: Participaram do estudo 46 adolescentes, e todos apresentaram audição dentro dos padrões de normalidade. A aplicação do questionário QFisher indicou que 13 adolescentes (28%) necessitavam de avaliação completa do PAC e o SAB triou que 10 adolescentes (21%) também necessitavam. A análise de concordância entre os limiares audiométricos da melhor orelha com os questionários QFisher e SAB revelou concordância significância de magnitude moderada (0,481). Na análise de correlação entre os limiares audiométricos da melhor orelha e as respostas obtidas nos questionários, realizada por meio do Coeficiente de Spearman, não houve correlação estatisticamente significante de magnitude forte, indicando que as respostas dos questionários não dependem dos limiares audiométricos. Conclusão: O estudo verificou que o grau de concordância entre os questionários comportamentais de triagem do processamento auditivo central, QFisher e SAB, foi moderado e não houve relação direta entre os questionários e os limiares audiométricos.

1- Moura IPS, Ferreira IP, Pontes AN, Bichara CNC. Conhecimento e comportamento preventivo de gestantes sobre Toxoplasmose no município de Imperatriz, Maranhão, Brasil. Ciênc. saúde coletiva 24 (10) 26 Set 2019Out 2019.
2-Andrade GMQ, Resende LM, Goulart EMA, Siqueira AM, et al. Deficiência auditiva na toxoplasmose congênita detectada pela triagem neonatal. Rev Bras Otorrinolaringol 2008;74(1):21-8.
3- Amaral MIR, Carvalho NG, Santos MFC. Programa online de triagem do processamento auditivo central em escolares (audBility): investigação inicial. CoDAS 2019;31(2):e20180157 DOI: 10.1590/2317-1782/20182018157
4- Souza IMP, Carvalho NG, Plotegher SDCB, Santos MFC, et al. Triagem do processamento auditivo central: contribuições do uso combinado de questionário e tarefas auditivas. DOI: 10.19146/pibic-2017-79048
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.393
ISSN 1983-1793X
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OCORRÊNCIA DE ALTERAÇÕES AUDIOLÓGICAS EM ESCOLARES DE UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO
Farias, T. R. F ; Nunes-Araújo, A. D. S. ; Chung, K. ; Balen, S. A. ;

Introdução: A perda auditiva é um dos principais transtornos que afetam a comunicação, de tal maneira que essa dificuldade em escolares pode ampliar os desafios acadêmicos. A triagem auditiva nessa faixa etária pode diminuir os impactos da perda auditiva e permitir uma intervenção precoce. Objetivo: Avaliar a ocorrência de alterações audiológicas em escolares de uma cidade do Nordeste brasileiro. Metodologia: Estudo transversal aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição (n°3.442.963), que avaliou 278 escolares entre 6 e 18 anos de uma escola pública, dos quais 184 compuseram a amostra. Estes foram avaliados por um protocolo de triagem composto por timpanometria, emissões otoacústicas por produto de distorção e audiometria tonal liminar, sendo previamente avaliados por meatoscopia. Resultados: 9,35% (52) das orelhas avaliadas inicialmente tinham oclusão ocasionada por cerume. Dos escolares que compuseram a amostra, 15,76% (29) foram identificados com perda auditiva falhando em pelo menos um procedimento em uma orelha, no qual a ocorrência de falha foi mais elevada pelos resultados da audiometria tonal liminar com perdas auditivas leves (até 35 dB). Apenas um escolar apresentou falha nos três procedimentos. Conclusão: Este estudo identificou a ocorrência de 15,76% de alterações auditivas em escolares em uma cidade do Nordeste brasileiro, além da presença de 9,35% de orelhas com excesso de cerume. Na análise isolada dos procedimentos estudados, a audiometria identificou maior ocorrência de alterações audiológicas em comparação à timpanometria e às emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção.

FARIAS, V.V.; CAMBOIM, E.D.; AZEVEDO, M.F., et al. Ocorrência de falhas na triagem auditiva em escolares. Revista CEFAC, v. 14, n. 6, p. 1090-5, 2012. doi: 10.1590/S1516-18462012005000013
FONSECA, S.; FORSYTH, H.; NEARY, W. School hearing screening programme in the UK: practice and performance. Archives of Disease in Childhood, v. 90, p. 154-6, 2005. doi: 10.1136/adc.2003.046979
HARRIS, M.; TERLEKTSI, E.; KYLE, F.E. Literacy Outcomes for Primary School Children Who Are Deaf and Hard of Hearing: A Cohort Comparison Study. Journal of Speech, Language, and Hearing Research, p.1-11, 2016. doi: 10.1044/2016_JSLHR-H-15-0403
LACERDA, A.B.M.; GONDIM, L.M.A. Hearing Health Programs for Schoolchildren. Journal of Otolaryngology and Rhinology, v. 1, n. 4, 2019. doi: 10.33552/OJOR.2019.01.000519
NUNES, A.D.S.; BALEN, S.A.; SOUZA, D.L.B.,et al., Prevalence of Hearing Loss and Associated Factors in School-Age Individuals in an Urban Area of Northeast Brazil, Int. Arch. Otorhinolaryngol. 24 (3) (2020) 330-337. doi: 10.1055/s-0039-3400507
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.240
ISSN 1983-1793X
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OCORRÊNCIA DE ALTERAÇÕES NOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DE FUMANTES: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Potgurski, D. S. ; Assis, Z. S. T. ; Ribeiro, G. E. ; Silva, D.P.C. ;

Introdução: O consumo de tabaco é o principal meio de liberação de nicotina, que é altamente absorvida na corrente sanguínea, podendo comprometer diferentes estruturas do organismo e provocando diversos efeitos nocivos, como doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, doença pulmonar obstrutiva crônica, além de cânceres, comprometimento cognitivo dentre outras. O tabaco provoca diminuição da oxigenação celular, bloqueio vascular, mudanças na viscosidade sanguínea, formação de placa aterosclerótica e diminuição do aporte de oxigênio, esses fatores podem levar a um prejuízo no suprimento sanguíneo, inclusive, das vias auditivas, causando efeitos bastante variáveis, a depender de quais estruturas estão acometidas. Como qualquer tipo de comprometimento auditivo pode levar a uma piora da qualidade de vida do indivíduo, muitos autores têm explorado a associação entre o uso do tabaco e seu efeito na audição, ao longo dos anos. Pesquisas apontam que há alteração nos parâmetros de registros de exames de potenciais evocados auditivos (PEA), tais como aumento das latências das respostas e diminuição das amplitudes em indivíduos tabagistas quando comparados aos não tabagistas. Objetivo: Verificar a ocorrência de alterações nos exames de potenciais evocados auditivos em adultos fumantes. Métodos: revisão sistemática da literatura de acordo com recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews e Meta-anlysis, buscando responder a pergunta “Há alterações nos resultados do exame de potenciais evocados auditivos em adultos fumantes?” elaborada com base na estratégia PECOS. A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed, Embase, CINAHL, LIVIVO, Scopus, Web of Science, LILACS e Scielo. Uma pesquisa adicional da literatura cinzenta foi realizada acessando o Google Scholar e ProQuest, além de buscas manuais das referências dos estudos incluídos. Artigos dos idiomas inglês, português ou espanhol foram avaliados e não houve restrição do ano de publicação. Resultados: Foram obtidos 898 artigos dentro da busca integrada entre as bases, dos quais foram removidos os estudos duplicados e após análise cega por três pesquisadoras foram selecionados 8 trabalhos, do tipo observacional. Os estudos avaliados na presente revisão mostram dados que implicam em prejuízos na condutividade do impulso neural ao longo da via auditiva em indivíduos tabagistas. A partir dos oito trabalhos revisados, evidenciou-se a relação entre o tabagismo com o aumento significativo das latências das ondas I e III e nos interpicos I – III e III - V, bem como diminuição das amplitude das ondas do potencial evocado auditivo de tronco encefálico; aumento significativo da amplitude da onda e da latência do Mismatch Negativity no grupo de fumantes e ainda, aumento das latências e amplitude menores no grupo de fumantes no exame P300. Conclusão: Adultos fumantes normo-ouvintes apresentam alterações nos exames de potenciais evocados auditivos de curta e longa latência.

- Cavallieri GV, Alcarás PAS, Corazza MCA, Corazza LA. Audição em fumantes: uma revisão. Cefac. 2017; 3(19): 406-16.
- Dixit​ A, Singh YR, Mitra P, Sharm P. Smoking induced alterations in auditory pathways: Evidence from evoked potentials. Ind J Physiol and Pharmacol. 2020; 64(2): 118-122.
- El-Shenawy AM, Hosni NA, Hamdy MM, Zirkry SS. Comparison of Attention and Memory Between Smokers and Non-smokers Using P300 & MMN. AAMJ. 2015; 13(4): 241-51.
- Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ. 2021; 372(71): 1-9.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.314
ISSN 1983-1793X
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PALESTRA DE AUDIOLOGIA PARA EDUCADORES: ANÁLISE SOBRE O APROVEITAMENTO DE CONTEÚDO.
Pereira, Y. S. ; Leal, A. V. S. ; Teles, J. V. ; Silva, I. M. C. ;

Introdução: O sistema auditivo periférico e central precisa estar íntegro para o desenvolvimento na criança, e para responder aos estímulos sonoros envolvidos nas relações sociais, assim como no processo de aprendizagem. Os professores, envolvidos nesse processo, precisam conhecer o desenvolvimento e as habilidades do processamento auditivo para auxiliar seus alunos de forma mais assertiva. Objetivo: Verificar o aproveitamento de professores de alfabetização participantes do Curso de Audiologia para Educadores. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ceilândia - Universidade de Brasília, conforme o parecer 2.109.866, que visou realizar a comparação e análise do desempenho dos professores submetidos ao Curso de Audiologia para Educadores a partir de questionários realizados pré e pós curso. A análise estatística foi realizada com o Teste qui-quadrado de Pearson para verificar associação entre a intervenção do curso sobre as respostas (variáveis nominais). Resultados: Participaram 128 educadores respondendo aos dois questionários. Nas questões de anatomia, onde foi solicitado a localização de algumas estruturas das orelhas externa, média e interna, se totalizou 39,05% de acertos no questionário pré-palestra e 67,70% no pós-palestra. No tema de habilidades auditivas foram obtidos 44,91% de acertos no questionário pré-palestra e 68,44% no pós-palestra. Nas perguntas sobre consciência fonológica atingiram 61,52% de acertos no questionário pré-palestra e 78,36% no pós-palestra. No primeiro questionário, quando perguntados se se sentiam preparados para trabalharem as habilidades auditivas na sala de aula, 10,93% afirmaram que sim, 46,09% disseram que não e 42,96% talvez. Já no segundo momento, pós-palestra, 72,35% afirmaram que sim, 1,62% que não e 26,01% talvez. Em todos os blocos de perguntas, observou-se associação significativa entre o desempenho e a participação no curso, com p<0,05 ao se comparar as respostas pré-curso com as pós-curso. Conclusão: O curso mostrou-se efetivo, com associação significante com o desempenho pós-curso, indicando sucesso na formação de professores sobre a temática.

FARIAS, Luciane S.; TONIOLO, Ivone F.; CÓSER, Pedro L. P300: avaliação eletrofisiológica da audição em crianças sem e com repetência escolar. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 70, n. 2, p. 194-199, 2004.
BONALDI, Lais Vieira. Estrutura e Função do Sistema Auditivo Periférico. IN: BOÉCHAT, Edilene Marchini et al. Tratado de audiologia. 2. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015, p. 280-285.
TOFFOLI, Melissa Bernardes et al., A estimulação de habilidades auditivo-verbais de crianças pré-silábicas: contribuições para o desenvolvimento da consciência fonológica. Letras de Hoje. Porto Alegre, v. 43, n. 3, p. 89-97, jul./set. 2008.
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Página(s): p.401
ISSN 1983-1793X
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PERCEPÇÃO DA FAMÍLIA QUANTO À RESTRIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO CAUSADA PELA DEFICIÊNCIA AUDITIVA EM INDIVÍDUOS IDOSOS USUÁRIOS DE APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL
SOARES, P.P. ; FIDÊNCIO, V.L.D. ;

A deficiência auditiva é um dos déficits sensoriais mais frequentes no ser humano e tem um efeito profundo na vida das pessoas afetadas, em suas famílias e na sociedade como um todo1. O apoio dos familiares no processo de reabilitação do indivíduo idoso cria meios para facilitar a aceitação da deficiência e o uso do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI)2-3 e, para esse apoio, é importante que os familiares tenham a dimensão da restrição de participação causada pela deficiência auditiva na vida do indivíduo idoso. O objetivo deste estudo foi analisar a percepção dos familiares quanto à restrição da participação causada pela deficiência auditiva em indivíduos idosos usuários de AASI. Este estudo teve início após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisas (CEP), sob CAAE nº 33594820.4.0000.0033. A coleta de dados foi realizada em uma empresa privada e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A amostra foi composta por 48 indivíduos, que foram divididos em dois grupos: o grupo de idosos (GI), composto por 24 indivíduos com idade entre 60 e 90 anos (78,2±6,89), com perda auditiva bilateral do tipo sensorioneural, que faziam uso de AASI há, no mínimo 06 meses e, no máximo, 02 anos; e o grupo de familiares (GF), composto por 24 familiares, que acompanhavam os indivíduos do GI no atendimento fonoaudiológico. Do grupo GF, 79,2% (n=19) dos participantes moravam com o idoso que apresentava perda auditiva. Com relação ao grau de parentesco, 75% (n=18) dos participantes eram filhos dos idosos com perda auditiva. Os participantes do GI responderam ao questionário de autoavaliação Hearing Handicap Inventory for the Elderly (HHIE)4 e os participantes do GF responderam ao questionário HHIE-adaptado5, cujas perguntas foram reformuladas de modo a dirigirem-se à terceira pessoa. Os resultados foram analisados estatisticamente por meio do uso do teste “t de student” e correlação de pearson. Não houve correlação entre o tempo de uso do AASI e o escore obtido no questionário. No entanto, constatou-se correlação estatisticamente significante (p<0,05) entre as outras variáveis. Observou-se que, quanto maior a idade do idoso, piores foram os resultados encontrados no domínio “emocional” do HHIE para o grupo GI e para os domínios “social” e “emocional” para o grupo GF. Além disso, houve correlação entre os dois grupos, indicando que, quanto piores os resultados no HHIE para o GI, também foram piores os resultados no HHIE respondido pelo GF. Concluiu-se que a restrição de participação social e os aspectos emocionais influenciados pela perda auditiva em indivíduos idosos usuários de AASI são fatores percebidos pelos familiares que os acompanham nas consultas.


1.Li LJK, Wang SY, Wu CJ, Tsai CY, Wu TF, Lin YS. Screening for hearing impairment in older adults by smartphone-based audiometry, self-perception, HHIE screening questionnaire, and free-field voice test: comparative evaluation of the screening accuracy with standard pure-tone audiometry. JMIR Mhealth and Uhealth. 2020; 8(10):e17213.

2.Lanzarini IF, Ribas A, Kozlowski L, Almeida GVM, Moretti CAM, Martins J. A percepção dos familiares de usuários de próteses auditivas em relação à perda auditiva e suas limitações. Tuiuti: Ciência e Cultura. 2013; 46(1): 117-27.

3.Miranda ECD, Calais LL, Vieira EP, Carvalho LM, Borges AC, Iorio MC. A efetividade do treinamento auditivo formal em idosos usuários de próteses auditivas no período de aclimatização. Rev. Soc. Bras. Fonoaudiol. 2008; 13(2):166-72.

4.Wieselber MB. A auto-avaliação do handicap em idosos portadores de deficiência auditiva o uso do HHIE. Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1997.

5.Barth FL, Favero TC, Soldera CLC, Olchik MR, Menegotto IH. Percepção de acompanhantes acerca da restrição de participação derivada de dificuldades auditivas (handicap auditivo) no idoso demenciado. Estud. Interdiscipl. Envelhec. 2012; 17(1): 145-66.
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Página(s): p.313
ISSN 1983-1793X
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PERCEPÇÃO DO ZUMBIDO E SUAS REPERCUSSÕES EM PESSOAS CONTAMINADAS PELO NOVO CORONAVÍRUS
Ferreira, R. J. S. ; Barboza, H N. ; Paiva, S. F. ; Araújo, A. L. L. S. ; Rosa, M. R. D. ;

Durante o último ano, diferentes estudos apontam uma relação entre o novo coronavírus e o aparecimento e/ou agravamento de sintomas audiovestibulares, em especial para o zumbido1. A relação entre entre a contaminação e o sintoma auditivo pode ser explicada pelo fato de infecções virais serem danosas ao sistema auditivo. Além da infecção viral, o uso de medicamentos ototóxicos potencializado pelo estresse peri-traumático e o medo, podem aumentar a percepção deste sintoma durante a recuperação destas pessoas. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi verificar a prevalência e as repercussões do zumbido em pessoas que testaram positivo para SARS-COV-2. Trata-se de um estudo preliminar de caráter observacional, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob parecer de número 4.297.779, realizada por meio de autorrelato via formulário virtual. Foram levantados dados sociodemográficos, informações sobre a percepção de gravidade do zumbido por meio do instrumento Tinnitus Handicap Inventory (THI)2 em pessoas comprovadamente infectadas pelo novo coronavírus e contou com 46 participantes voluntários. Os dados analisados com o software SPSS versão 22.0. revelaram que 33 (71,7%) dos participantes declaram sexo feminino e 13 (28,3%) masculino e 40 (87%) destes referiram algum grau de impacto do zumbido. Sobre o incômodo 28 (60.9%) consideraram seu zumbido moderado a severo, 36 (90%) relatam dificuldades de concentração e irritabilidade e 28 (70%), afirmaram que o zumbido atrapalha suas relações sociais. Destaca-se que 22 (55%) dos participantes referem desespero e 28 (70%) destes relatam frustração diante da presença do zumbido. O zumbido também se relaciona com o estresse do panorama atual que, agravado pelo covid-19 pode afetar diretamente a população, principalmente as pessoas com zumbido3. Nesta pesquisa verificamos que 32 (80%) dos entrevistados relataram piora deste sintoma em situações estressoras. Destaca-se que a ocorrência do zumbido e agravamento do sintoma COVID-19 em grande parte da população estudada. Além do impacto emocional negativo da população com zumbido associado a pandemia, uma vez que além de componentes fisiológicos, este novo cenário pode desencadear sintomas como medo, ansiedade e insegurança4, os quais podem impactar na piora da percepção deste sintoma auditivo. O atual cenário pandêmico é desafiador e seus futuros desdobramentos ainda incertos, entretanto, se faz necessário o desenvolvimento de estratégias para minimização, tratamento e acompanhamento da população com zumbido desenvolvido e/ou agravado pós infecção pelo Coronavírus, visto que esta apresenta crescimento constante e significativo impacto na saúde física e mental dos indivíduos.

1- Almufarrij I, Munro KJ. One year on: an updated systematic review of SARS-CoV-2, COVID-19 and audio-vestibular symptoms. International Journal of Audiology. 2021 Mar 2:1-1.
2- Newman CW, Jacobson GP, Spitzer JB. Development of the tinnitus handicap inventory. Archives of Otolaryngology–Head & Neck Surgery. 1996 Feb 1;122(2):143-8.
3- Schlee W, Hølleland S, Bulla J, Simoes J, Neff P, Schoisswohl S, Woelflick S, Schecklmann M, Schiller A, Staudinger S, Probst T. The effect of environmental stressors on tinnitus: a prospective longitudinal study on the impact of the COVID-19 pandemic. Journal of clinical medicine. 2020 Sep;9(9):2756.
4- Canet-Juric L, Andrés ML, Del Valle M, López-Morales H, Poó F, Galli JI, Yerro M, Urquijo S. A longitudinal study on the emotional impact cause by the COVID-19 pandemic quarantine on general population. Frontiers in Psychology. 2020 Sep 18;11:2431.
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Página(s): p.342
ISSN 1983-1793X
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PERCEPÇÃO E SATISFAÇÃO DE PAIS E FONOAUDIÓLOGOS COM O DESEMPENHO EM HABILIDADES AUDITIVAS E DE LINGUAGEM DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
Ferrari, M.M; ; Novaes, B ; Costa, S ; Mendes, B ;

É consenso nas literaturas nacional e internacional que a indicação do implante coclear é um processo complexo e multidimensional, envolvendo critérios multifatoriais e a necessidade de avaliação dos candidatos em equipe interdisciplinar. O acompanhamento de habilidades de audição e linguagem, tanto pelo fonoaudiólogo que programa o IC quanto pelo responsável pela reabilitação, visam mensurar os benefícios proporcionados pelo IC e ajustá-los caso seja necessário. Conhecer as habilidades de linguagem e audição dos sujeitos são essenciais para que os fonoaudiólogos, que realizam os mapeamentos e a terapia, tenham referências concretas para mensurar o desempenho do usuário com o IC, explicar e envolver a família, para que, juntos, possam delinear expectativas reais de tratamento no decorrer do seu desenvolvimento neste longo processo. Objetivo: Analisar e discutir comparativamente a percepção de pais e fonoaudiólogos – terapeutas e programadores, quanto às habilidades auditivas e de linguagem em crianças usuárias de implante coclear, a satisfação do processo e os fatores responsáveis por isso. Método: Foram sujeitos dessa pesquisa crianças de até quinze anos de idade, usuárias de implante coclear há no mínimo seis meses. Com isso, seus respectivos pais e fonoaudiólogos também foram considerados sujeitos. Foram feitas análises comparativas das características dos sujeitos cujos pais e fonoaudiólogos responderam ou não ao questionário proposto, visando identificar fatores facilitadores do envolvimento dos pais com a equipe;o desempenho de audição e linguagem na percepção de pais e fonoaudiólogos responsáveis pelo acompanhamento terapêutico ou que atuam na programação do implante coclear; a satisfação e fatores a ela relacionados, quanto ao desenvolvimento das crianças. Resultados: Para as categorias de linguagem comparadas aos pais e terapeutas respondentes e não respondentes não houve uma associação estatisticamente significativa (p=0,143). Nos dois grupos a maior parte das crianças apresentam categoria 5 de linguagem, porém nas crianças dos pais não respondentes observa-se um maior número de crianças nas categorias 1,2 e 3. Já nas categorias de audição, também não houve uma associação estatisticamente significativa (p=0,099) entre pais e terapeutas respondentes e não respondentes, porém observa-se um maior número de crianças nas categorias 1,2, 3 e 4 dos pais não respondentes. A grande maioria dos participantes do estudo demostraram satisfeitos com o desempenho das crianças. Conclusão: Os resultados parecem apontar que os marcadores clínicos - categorias de linguagem e audição tem potencial para fortalecer a parceria entre pais e fonoaudiólogos (terapeutas e programadores) e podemos destacar que os fatores em comum de pais e fonoaudiólogos relacionados à satisfação o desempenho comunicativo, audibilidade/ IC, desempenho escolar e envolvimento das partes envolvidas.

1- Bevilacqua MC. Tech, E. A. Elaboração de um procedimento de avaliação de percepção de fala em crianças deficientes auditivas profundas a partir de cinco anos de idade. In: Marchesab IQ, Zorzi JL, Gomes ICD (Ed.). Tópicos em fonoaudiologia. São Paulo: Lovise; 1996, p. 411-433.

2- Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes gerais para a atenção especializada às pessoas com deficiência auditiva no sistema único de saúde (SUS). Portaria GM/MS Nº 2.776, de 18 de dezembro de 2014.

3- Geers AE. Techiniques for assessing auditory speech percepcion and lipreading anchancement in Young deaf children; 1994, (5): 85-96.




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Página(s): p.386
ISSN 1983-1793X
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PERDA AUDITIVA E EXPOSIÇÃO À RUÍDO OCUPACIONAL: ACHADOS EM UM GRUPO DE IDOSOS
Cardoso, A. M. M. ; Alvarenga, K. F. ; Lopes, T. A. ; Batista, B. M. B. C. ; Filho, O. A. C. ; Corteletti, L. C. B. J. ;

Introdução: A perda auditiva relacionada à idade, é uma das condições crônicas de saúde mais prevalente na terceira idade, excedendo em 30% entre as pessoas com mais de 65 anos, tendo aumentada sua incidência e o seu agravamento com o avançar da idade. Também conhecida como presbiacusia, é o resultado de efeitos cumulativos do envelhecimento no sistema auditivo tendo como principais características, ser progressiva, do tipo sensorioneural bilateral, simétrica, com configuração audiométrica descendente (com acometimento maior das altas frequências) o que compromete o reconhecimento da fala. Há evidências de que idosos com exposição pregressa ao ruído ocupacional podem apresentar maior dificuldade na percepção da fala com o avanço da idade. Objetivo: Verificar se a exposição pregressa ao ruído ocupacional agravou o rebaixamento dos limiares auditivos e o Índice de Reconhecimento de Fala (IRF) com o avanço da idade. Metodologia: Estudo descritivo e retrospectivo (aprovação comitê de ética: 59804116.6.0000.5417), realizado a partir da análise de dados secundários registrados em prontuários de 49 participantes atendidos em uma clínica escola. Foram analisados os limiares auditivos e o IRF, sem ruído competitivo, da avaliação de referência que foi comparada com a seqüencial, realizada a pelo menos cinco anos após a primeira. Os participantes foram divididos em dois grupos: G1 – idosos com histórico de exposição ocupacional à níveis elevados de pressão sonora por no mínimo cinco anos, composto por 25 indivíduos (sendo 16 homens e 9 mulheres, com média de idade de 79,6 anos), e G2 sem histórico, composto por 22 indivíduos (sendo 3 homens e 19 mulheres, com média de idade de 82,1 anos). De acordo com critérios estabelecidos foram incluídos participantes com pelo menos duas avaliações audiológicas com um intervalo mínimo de cinco anos entre elas, aqueles com idade igual ou superior a 60 anos, que apresentavam perda auditiva sensorioneural bilateral e com ausência de alterações de orelha externa e/ou média confirmada por meio da avaliação otorrinolaringológica e timpanometria. Foi aplicado o Teste-t, tanto para as amostras independentes como para as dependentes, levando-se em consideração o nível de significância de 5% (p≤0,05). Resultados: A partir da análise intra-grupo, verificou-se que houve diferença, tanto para a orelha direita quanto para a esquerda, quando comparados os limiares auditivos das avaliações de referência e sequencial e do IRF em ambos os grupos. Porém na análise inter-grupos essa diferença não foi observada. Conclusão: O histórico de exposição ao ruído não diferenciou os grupos com relação ao agravamento dos limiares tonais e ao teste de reconhecimento de fala sem ruído competitivo, com o avanço da idade. Ressalta-se a necessidade de estudos futuros com a análise da percepção de fala no ruído em idosos com exposição pregressa ao ruído, visando a reabilitação auditiva efetiva.

Le Prell, C. G. (2019). "Effects of noise exposure on auditory brainstem response and speech-in-noise tasks: A review of the literature." International journal of audiology 58(sup1): S3-S32.

World Health Organization. Deafness and hearing loss. Fact sheet N 300. [Internet]. 2019. Available from: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs300/en/

Fernandez, K. A., Jeffers, P. W., Lall, K., Liberman, M. C., & Kujawa, S. G. (2015). Aging after noise exposure: acceleration of cochlear synaptopathy in “recovered” ears. Journal of Neuroscience, 35(19), 7509-7520.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.380
ISSN 1983-1793X
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PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR MEDICAMENTOS OTOTÓXICOS EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO.
MARIOTTO, L. G. S. ; SANCHES, J. F. ; SOARES, A. C. A. ; LOPES, A. C. ;

O câncer é uma doença que atinge todas as idades e uma das principais causas de mortalidade. Muitos avanços ocorreram no tratamento e cuidado com esses pacientes, o que aumentou a sobrevida. Atualmente as modalidades terapêuticas são a cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A quimioterapia trata-se de uma terapia sistêmica, com inserção de medicamentos na corrente sanguínea. São mais de 200 tipos de drogas utilizadas, que podem ser consideradas ototóxicas. Tais fármacos são de diferentes classes, aminoglicosídeos, agentes antineoplásicos, antibióticos, anti-inflamatórios não esteroidais, diuréticos e anti-hipertensivos. Os derivados de platina são os mais devastadores e apresentam como efeitos colaterais, náuseas, vômitos, nefrotoxicidade, mielossupressão e ototoxicidade, quando em doses cumulativas. Cerca de 40-80% dos adultos e 50% das crianças tratados com quimioterapia à base de cisplatina, tiveram perda permanente da audição. A utilização dessa droga pode danificar estruturas da orelha interna e causar uma perda auditiva sensorioneural bilateral, progressiva e irreversível. Tal dano atinge inicialmente as frequências altas da cóclea, o que compromete as frequências da fala, que são de suma importância para o desenvolvimento da linguagem infantil. Objetivo: descrever o perfil audiológico, os diferentes procedimentos utilizados para a avaliação da audição, assim como identificar e analisar os efeitos dos medicamentos. Metodologia: a partir da revisão integrativa da literatura foram apresentadas evidências científicas identificadas em periódicos nacionais e internacionais, acessados eletronicamente em bases da BVS, PubMed, BDTD, Scielo e Portal da CAPES, no período entre 2015 a 2020, nos idiomas português e inglês. Os resultados evidenciaram 954 artigos e 10 foram selecionados para análise. As evidências demonstraram que diversos fatores podem influenciar na ototoxicidade do tratamento, tais como a dosagem, idade, modo de administração e o uso de outros ototóxicos concomitantemente. A dosagem média considerada o limite para a ototoxicidade, foi de 400 mg/m² em crianças e 600 mg/m² nos adultos. A gravidade da ototoxicidade se mostrou estar inversamente relacionada à idade, crianças mais jovens apresentam maiores graus de perda auditiva após o tratamento. O modo de administração se mostrou ser mais ototóxico em infusão em bolus. A cisplatina é acumulada gradualmente na cóclea, que possui reduzida capacidade de eliminação. Ocorrendo a degeneração das células ciliadas mecanossensoriais do órgão de corti, neurônios do gânglio espiral e do ligamento espiral e estria vascular. A perda auditiva pode ocorrer durante ou após tratamento e por esse motivo é importante o acompanhamento pré, durante e pós, para ter uma linha de base e mensurar os sinais. Existem diversas escalas e protocolos que visam tal identificação, o SIOP mostrou-se o mais recomendado e completo, enquanto o CTCAE o menos. Com relação aos exames realizados, a audiometria de alta frequência se mostrou mais eficaz para identificação precoce, seguida das EOAPD e audiometria convencional. Conclusão: essa revisão de literatura compilou achados de estudos relevantes e contribuirá para a prática clínica no diagnóstico precoce das perdas auditivas por ototóxico, assim como o monitoramento da audição em pacientes oncológicos.

OLIVEIRA, Priscila Feliciano de et al. Cancer treatment in determination of hearing loss. Braz. j. otorhinolaryngol., São Paulo, v. 82, n. 1, p. 65-69, Feb. 2016.

BREGLIO, Andrew M.; et al. Cisplatin is retained in the cochlea indefinitely following chemotherapy. Nature Communications. vol. 8, n.1, p. 1654. 21 Nov. 2017

TRENDOWSKI, Matthew R.; et al. Genetic and Modifiable Risk Factors Contributing to Cisplatin-induced Toxicities. Clinical cancer research : an official journal of the American Association for Cancer Research vol. 25, n. 4, p. 1147-1155, 2019.

ROMANO, A. et al. Assessment and management of platinum-related ototoxicity in children treated for cancer. Cancers, v. 12, n. 5, p. 1–15, 2020.

BROOKS, B.; KNIGHT, K. Ototoxicity monitoring in children treated with platinum chemotherapy. International Journal of Audiology, v. 57, n. sup4, p. S34–S40, 2018.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.218
ISSN 1983-1793X
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PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO NOS DIVERSOS SETORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Diniz, M. L ; Leal, I. C. ; Xavier, M. F. H. A. ; Matos, R. A ; Fontes, T. C. ; Mancini, P. C. ;

Introdução: Com a necessidade da finalização rápida de obras e o desenvolvimento tecnológico, a construção civil passou a utilizar máquinas e ferramentas elétricas de forma simultânea, o que gera altos níveis de ruído e pode resultar na exposição dos operários a elevados níveis de pressão sonora. A Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE) é irreversível e evitável, porém tem alta prevalência. Inicialmente é caracterizada pelo acometimento dos limiares auditivos em uma ou mais frequências da faixa de 3 a 6 kHz, e progride com o agravamento da perda auditiva. Apesar de haver diversos estudos sobre a PAINPSE, é escasso o número de pesquisas sobre os efeitos do ruído na audição dos operários de cada setor da construção civil. Objetivo: Avaliar a audição dos operários de diversos cargos da construção civil de uma universidade pública. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo transversal com amostra de conveniência composta de operários da construção civil de uma universidade pública, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer 30695014.1.0000.5149. Os participantes foram submetidos a uma anamnese para a caracterização laboral, contendo perguntas sobre a idade, cargo, tempo de trabalho na construção civil, utilização do protetor auricular durante o horário de trabalho, realização de dupla jornada de trabalho e horas trabalhadas por dia. Para a caracterização audiológica foi realizado meatoscopia, audiometria tonal limiar por via aérea e óssea. Foram considerados com perda auditiva os funcionários que apresentaram limiares auditivos por via aérea e óssea alterados em uma ou mais frequências entre 4KHz e 8KHz. Resultados: A amostra foi composta por 95 trabalhadores, com média de idade de 38,7 anos e média de tempo de trabalho na construção civil de 14,2 anos. Os cargos declarados pela amostra foram: pintor (16,84%), pedreiro (16,84%), eletricista (12,63%), servente (11,57%), montador (8,42%), marceneiro (6,31%), encarregado de obra (6,31%), bombeiro hidráulico (4,21%), almoxarifado (3,15%), técnico de segurança do trabalho (2,1%), apontador (2,1%), armador (1,05%), vidraceiro (1,05%), carpinteiro (1,05%), mestre de obras (1,05%) e serralheiro (1,05%). Limiares auditivos alterados foram encontrados em 47,4% dos participantes. Em cada cargo, a porcentagem de trabalhadores que apresentaram piora dos limiares em uma ou mais frequências entre 4KHz e 8KHz foram: carpinteiro (100%), mestre de obras (100%), serralheiro (100%), armador (100%), almoxarifado (100%), pedreiro (68,75%), servente (54,54%), bombeiro hidráulico (50%), técnico de segurança do trabalho (50%), montador (37,5%), pintor (37,5%), marceneiro (33,33%), eletricista (25%) e encarregado de obras (16,66%). Os operários que trabalham como apontador e vidraceiro apresentaram limiares auditivos normais em todas as frequências. Conclusão: Os operários da construção civil apresentaram limiares auditivos alterados em uma ou mais frequências entre 4KHz e 8KHz, exceto em alguns cargos específicos. Assim, percebe-se a necessidade do uso de equipamento de proteção individual, além de intervenções em saúde auditiva, como palestras e materiais de informações, para preservar a audição de operários da construção civil com atenção especial a cada cargo.

Leensen, M.C.J., Dreschler, W.A. Longitudinal changes in hearing threshold levels of noise-exposed construction workers. Int Arch Occup Environ Health 88, 45–60 (2015). https://doi.org/10.1007/s00420-014-0932-y.
NORMA REGULAMENTADORA Nº 07. PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL. Disponível em:
https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-07_atualizada_2020.pdf
Chen KH, Su SB, Chen KT. An overview of occupational noise-induced hearing loss among workers: epidemiology, pathogenesis, and preventive measures. Environ Health Prev Med. 2020 Oct 31;25(1):65. doi: 10.1186/s12199-020-00906-0.
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Página(s): p.355
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PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO OCUPACIONAL E A ATUAÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO NO PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA
Moraes, A.S. ; Souza, C.A. ; Silva, K.V.D. ; Sacchi, L.S. ; Brancaccio, L.A. ; Rocha, M.S. ; Acioli, R.G. ; Vargas, R.M. ; Santos, S.O. ; Silva, A.M. ;

Resumo | Introdução: A saúde ocupacional vai muito além de apenas garantir a saúde do trabalhador, ela
tem como finalidade incentivar e manter o mais elevado nível de bem estar físico, mental e social dos
trabalhadores.
Objetivos: Conhecer os efeitos do ruído ocupacional na saúde do trabalhador, a atuação do
fonoaudiólogo no programa de conservação auditiva, determinar os métodos utilizados no diagnóstico e o
tempo de exposição ao ruído laboral para instalação da Perda Auditiva Induzida por Ruído.
Método: Trata-se de uma revisão sistemática utilizando a base de busca Google Acadêmico e bases de dados Lilacs,
Pubmed e Scielo, no idioma português.
Resultados: Foram selecionados 11 artigos científicos publicados nos anos de 2011 a 2021.
Conclusão: O ruído é um agente físico prejudicial à saúde auditiva do trabalhador.
Audiometria tonal limiar, testes de emissões otoacústicas e autopercepção através de questionários foram os
métodos diagnósticos utilizados em trabalhadores expostos ao ruído durante 8 horas/dia. É fundamental a
participação do fonoaudiólogo, como profissional capacitado para atuar na avaliação, diagnóstico das perdas
auditivas ocupacionais e nas ações do programa de conservação auditiva.
Palavras-chave | “Perda Auditiva”; Perda Auditiva Induzida por Ruído”; “Ruído”; Medicina Ocupacional”.
Abstract | Introduction: Occupational health goes far beyond just ensuring the health of workers; it aims to
encourage and maintain the highest level of physical, mental and social well-being of workers. Objective:
To know the effects of occupational noise on workers' health, the role of the speech therapist in the hearing
conservation program, determine the methods used in the diagnosis and the time of exposure to work noise
for the installation of Noise-Induced Hearing Loss.. Method: This is a systematic review using the Google
Academic search base and Lilacs, Pubmed and Scielo databases, in Portuguese Results: Eleven scientific
articles published in the years 2011 to 2021 were selected. Conclusion: Noise is a physical agent that is
harmful to the worker's hearing health. Threshold tonal audiometry, otoacoustic emissions tests and selfperception through questionnaires were the diagnostic methods used in workers exposed to noise for 8
hours/day. The participation of the speech therapist is essential, as a Professional trained to work in the
assessment, diagnosis of occupational hearing loss and in the actions of the hearing conservation program
Keywords | “Hearing Loss”; “Hearing Loss Noise-Induced”; “Noise”; “Occupational Health”.


REFERÊNCIAS
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los servicios de medicina del trabajo en los lugares de empleo. Ginebra, Oficina
Internacional del Trabajo, 1958. (Informe IV-1).
2. Pan American Health Organization. Washington, DC, 1983.
3. Wünsch Filho V. The Brazilian Workers' Epidemiological Profile. Rev Bras Med Trab.
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5. Ministério do Trabalho e Emprego [MTE] NR 15: atividades e operações insalubres. Rio
de Janeiro; 1978. Available form: https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/seguranca-esaude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-1
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Página(s): p.384
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PERDA AUDITIVA OCULTA: CARACTERIZAÇÃO E MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS
RODRIGUES, I.A.L.C. ; CARVALHO, T.M. ; WILLIAMS, E.M.O. ;

As células ciliadas não são o elemento mais vulnerável da orelha interna. A vulnerabilidade estaria presente primariamente nas sinapses entre as células ciliadas e as terminações nervosas cocleares que degradam-se primeiro nos indivíduos expostos ao ruído, seja ele ocupacional ou de lazer. Tal neurodegeneração primária não compromete o limiar auditivo, mas pode causar uma alteração auditiva que em geral não aparece na audiometria tonal, porém pode gerar problemas de compreensão da fala em ambientes ruidosos e ser importante na ocorrência de zumbido e/ou hiperacusia. Esse trabalho teve como objetivo caracterizar a perda auditiva oculta e os mecanismos fisiopatológicos que estão relacionados com essa condição. O presente estudo trata-se de uma revisão da literatura em que fora feita uma seleção crítica de artigos relacionados à temática específica em plataformas de pesquisa científica. A presença de acufenos nos indivíduos que apresentam os padrões audiométricos dentro da normalidade ocorre em grande parte em virtude da desaferentação do nervo auditivo originado pelo dano às células cocleares que conduz a um estado de hiperexcitabilidade e aumento do desequilíbrio da excitação/inibição em neurônios auditivos centrais alterando a expressão e a função de canais e receptores iônicos ao longo da via auditiva, justificando a realização deste estudo. O presente estudo tratou-se de uma revisão da literatura em que fora feito uma seleção crítica de artigos relacionados à temática específica em plataformas de pesquisa científica como o Scielo, Pubmed, Science e Google Acadêmico, que neste caso, caracterizava a perda auditiva oculta e seus mecanismos de lesão. Assim, concluiu-se que essa sinaptopatia é considerada oculta, pois a degeneração neuronal coclear não altera os limiares comportamentais ou eletrofisiológicos até que se torne extrema. Por esse motivo, a perda auditiva oculta torna-se comum entre jovens que abusam regularmente de ruídos apesar de apresentarem um audiograma normal. Como a perda auditiva causada em decorrência desta sinaptopatia só consegue ser detectada quando os danos são irreversíveis configura um dos principais obstáculos desta patologia. Ficou claro que o audiograma é um método insuficiente para avaliar uma patologia que tem um carácter comportamental, insidioso e de natureza neuronal. A prevenção torna-se o método mais eficaz para evitar a perda auditiva oculta seja pela conscientização sobre intensidade e frequência da exposição à ruídos de lazer ou pela proteção mecânica através de protetores auditivos.

LIBERMAN, M. Charles; EPSTEIN, Michael; CLEVELAND, Sandra S; WANG, Haobing; MAISON, Stephane. Toward a Differential Diagnosis of Hidden Hearing Loss in Humans. Plos One, 2016. https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0162726
TETTEH, Hannah; LEE, Minseok C.; GEOFFREY, Lau; YANG, Sunggu; YANG, Sungchil. Tinnitus: Prospects for Pharmacological Interventions With a Seesaw Model. The Neuroscientist, 2018. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29283017/
KUJAWA, Sharon G.; LIBERMAN, Charles M. Adding insult to injury: Cochlear nerve degeneration after ‘‘temporary’’ noise-induced hearing loss. Journal of Neuroscience, 29, 14077–14085, 2019. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19906956/
SANCHES, Marta Silva Lopes. Surdez induzida por exposição sonora. Dissertação de Mestrado da Faculdade de Medicina de Lisboa. Lisboa, 2019. https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/43521/1/MartaLSanches.pdf
VIANA, Lucas; O'MALLEY, Jennifer; BURGESS, Bárbara; JONES, Dianne; OLIVEIRA, Carlos; SANTOS, Felipe; MERCHANT, Saumil; LIBERMAN, Leslie; LIBERMAN, Charles. Cochlear neuropathy in human presbycusis: Confocal analysis of hidden hearing loss in post-mortem tissue. Hear Res. 2015; https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26002688/
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Página(s): p.374
ISSN 1983-1793X
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PERFIL AUDIOLÓGICO DE CRIANÇAS COM DISTÚRBIO PRIMÁRIO DE LINGUAGEM
Pereira, A.E. ; Gonçalves, L.F. ; de Paiva, K.M. ; Haas, P. ; Blanco-Dutra, A.P. ;


Introdução: As alterações primárias de linguagem englobam desordens na articulação, que resultam em emissão oral alterada de um ou mais fonemas; desordens na aquisição e no desenvolvimento da linguagem oral, que comprometem a aquisição, compreensão e expressão; e, por fim, desordens na aquisição e no desenvolvimento da linguagem escrita. Objetivo: verificar evidências científicas do perfil audiológico de crianças com distúrbio primário de linguagem. Metodologia: A busca por artigos científicos foi conduzida por dois pesquisadores independentes nas bases de dados Medline (Pubmed), LILACS, SciELO, Cochrane Library e Scopus, sem restrição de idioma, período e localização. Para complementar e evitar viés de risco foi realizada uma busca por literatura cinza no Google Scholar. A revisão sistemática foi conduzida conforme as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Foram incluídos na pesquisa estudos que obtiveram pontuação ≥ a 6 pontos segundo o protocolo para pontuação qualitativa proposto por Pithon et al (2015). Resultados: Do grupo de pacientes n=1524 crianças, (62,87%) apresentaram comprometimento de linguagem primário. Houve associação estatisticamente significativa entre comprometimento primário de linguagem e perfil audiológico alterado. Indivíduos com perfil audiológico atípico tiveram 63% mais chance de apresentar comprometimento primário de linguagem quando comparados aqueles com perfil audiológico normal. Conclusão: O diagnóstico e tratamento precoces de distúrbios auditivos e de fala e linguagem são caracterizados como essenciais, pois podem promover melhor qualidade de vida para a criança. Destaca-se a importância das ações fonoaudiológicas no que diz respeito à terapia e aperfeiçoamento da linguagem oral e escrita, a fim de auxiliar nas práticas de prevenção e promoção de saúde.

1. Leite RFP et. al. Triagem auditiva de crianças com síndrome congênita pelo vírus Zika atendidas em Fortaleza, Ceará, 2016. Epidemiol. Serv. Saude. 2018; 27:e2017553
2. Oliveira PS, Penna LM, Lemos SMA. Desenvolvimento da linguagem e deficiência auditiva: revisão de literatura. Rev. CEFAC. 2015; 17: 2044-2055.
3. Pereira MB, Befi-Lopes DM, Samelli AG. Association between audiological profile and primary language impairment in children. International. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2015; 79: 53-57.
4. Lindau TA, Delecrode CR, Cardoso ACV. Tympanometric findings in a group of students. Rev. CEFAC. 2013; 15: 1453-1460..
5. Costa, LD, Quinto SMS, Didoné DD, Rechia IC, Garcia, MV, Biaggio EPV. Audição e linguagem em crianças nascidas a termo e pré-termo. Audiol., Commun. Res. 2016; 21: 1-7.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.213
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PERFIL DOS USUÁRIOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA ATENDIDOS NO SERVIÇO DE TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA EM UMA CLÍNICA-ESCOLA
Pierim, F. V. ; Silva, J. M. ; Moret, A. L. M. ; Jacob, R. T. S. ; Frederigue-Lopes, N. B. ;

Introdução: O Sistema Único de Saúde oferece atendimentos em Saúde Auditiva, a partir da publicação da Política de Atenção à Saúde Auditiva, visto que a deficiência auditiva (DA) é a mais frequente das deficiências congênitas e seu impacto na vida do indivíduo depende de diversos fatores. O serviço de terapia fonoaudiológica para crianças com DA é oferecido a essa população com o objetivo de minimizar o impacto causado pela perda auditiva (PA) e, consequentemente, possibilitar melhora na qualidade de vida. Objetivos: Caracterizar o perfil dos usuários com DA, atendidos em um serviço público de terapia fonoaudiológica oferecido através das atividades vinculadas à clínica-escola, quanto aos aspectos sociodemográficos, clínicos e comunicativos. Metodologia: Estudo realizado em cumprimento com os princípios éticos estabelecidos pela instituição envolvida (parecer nº 4.542.241). Utilizou-se metodologia retrospectiva documental, através de consulta aos prontuários dos usuários com DA, atendidos no serviço de fonoterapia no período de janeiro de 2018 à junho de 2021. O processo terapêutico oferecido é pautado na abordagem aurioral com frequência dos atendimentos entre uma e duas vezes na semana. Para caracterização da amostra foram analisados o tipo e grau da PA, dispositivos eletrônicos utilizados, aspectos socioeconômicos, procedência, etiologia da PA, categorias de audição e de linguagem. Resultados: Foram analisados 48 prontuários de acordo com o período estabelecido. Destes, 21 não estão frequentando o serviço para o atendimento de terapia fonoaudiológica atualmente, em razão de variados motivos: alta fonoaudiológica (n=8), sem motivo justificado/registrado (n=5), tratamento em outra instituição (n=4), desistência (n=3) e tratamento na cidade de origem (n=1). Dentre os casos que estão em processo terapêutico (n=27), 13 são do sexo feminino e 14 do sexo masculino com idade entre 1 e 14 anos (média= 6,5 anos). Todos os casos apresentam PA sensorioneural bilateral, que varia de grau leve a profundo. Em relação ao uso de dispositivos eletrônicos, 17 foram adaptados com AASI bilateral, sete fazem uso de AASI e IC (adaptação bimodal) e três usam IC bilateral. A classificação socioeconômica está representada, em sua maioria, por famílias de nível baixo inferior (n=13) e baixo superior (n=8). Grande parte dos casos (n=16) é proveniente de cidades próximas ao local onde o serviço é ofertado, pertencentes aos municípios integrantes da Divisão Regional de Saúde desta região. A maioria das crianças atendidas na clínica-escola apresenta DA congênita de causa idiopática. Em relação às habilidades comunicativas, a maioria das crianças atingiu as categorias máximas de audição e linguagem. Conclusão: Identificou-se no serviço de terapia fonoaudiológica da clínica-escola a prevalência de crianças com PA sensorioneural de grau moderado, adaptadas com AASI bilateral, de classificação socioeconômica baixa inferior e baixa superior e a maioria atingiu os níveis máximos de complexidade de audição e de linguagem, classificados por meio de categorias. Comparar este perfil ao de outros serviços de natureza semelhante poderá favorecer a elaboração de políticas públicas e poderá contribuir para a organização e futuros planejamentos dos atendimentos oferecidos no serviço.

ANDRADE, C. L. et al. Programa Nacional de Atenção à Saúde Auditiva: avanços e entraves da saúde auditiva no Brasil. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v. 12, n. 4, p. 404-410, 2013.
BEVILACQUA, M. C.; FORMIGONI, G. M. P. Audiologia educacional: uma opção terapêutica para a criança deficiente auditiva. Pró-fono, 2003.
GATTO, C. I.; TOCHETTO, Tania Maria. Deficiência auditiva infantil: implicações e soluções. Revista Cefac, v. 9, n. 1, p. 110-115, 2007.
PINTO, M. M. et al. Idade no diagnóstico e no início da intervenção de crianças deficientes auditivas em um serviço público de saúde auditiva brasileiro. Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia, v. 16, n. 1, p. 44-49, 2012.
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Página(s): p.359
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PERFIL ETIOLÓGICO, AUDIOLÓGICO E AUTOPERCEPÇÃO DO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DE USUÁRIOS DE PRÓTESE AUDITIVA ANCORADA NO OSSO
Dias, G. F. M. ; dos Santos, M. M. ; Oliveira, V. V. ; Mondelli, M. F. C. G. ;

Introdução: As Próteses Auditivas Ancoradas no Osso (PAAO) captam o som e o transformam em vibrações mecânicas, que, por sua vez são enviadas pelo osso do crânio até a cóclea (orelha interna). Desta forma, estes dispositivos se apresentam como uma ótima alternativa para aqueles usuários de aparelhos de amplificação sonora individual, tanto por via aérea, quanto por via óssea, que cursam com dificuldade no uso devido as infecções constantes, decorrentes de otites médias de repetição ou àqueles com malformações de orelha externa e/ou média. Anteriormente, muitas vezes a reabilitação era precedida por altas taxas de insucesso, justificada pela pressão do arco de metal que auxilia na fixação do vibrador e causava luxações, dores excessivas, ou mesmo por serem menos aceitos, bem como pela impossibilidade do uso devido as infecções recorrentes. Objetivo: Verificar o perfil etiológico, audiológico e o efeito do uso das PAAO por meio de um questionário de autoavaliação. Analisar a influência do sexo, idade e escolaridade nos resultados deste questionário. Metodologia: Estudo aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob o número 4.054.180. Foram selecionados 29 usuários de PAAO, de 18 a 42 anos e alfabetizados. Os dados referentes a gênero, idade, escolaridade, etiologia, tipo e grau da perda auditiva, dispositivo utilizado anterior a cirurgia e dispositivo implantado foram coletados. Foi utilizado o questionário IOI-HA (International Outcome Inventory for Hearing Aids) para avaliar o uso diário do dispositivo auditivo, do ponto de vista do paciente, considerando características como grau de satisfação, limitações de atividades, impacto nos outros, restrição de participação e qualidade de vida. Os resultados do IOI-HA foram comparados com a variável sexo através do teste t de Student, idade por meio do teste de Spearman e escolaridade com a Análise de Variâncias (ANOVA). Resultados: a maior parte das respostas do questionário, foram de mulheres (70%), solteiras (80%), com ensino médio completo (40%) e aproximadamente metade (51%) ativa no mercado de trabalho. Houve prevalência das perdas auditivas condutivas de grau severo nas orelhas direita e esquerda. Para o IOI-HA a pontuação máxima, de cada questão foi 138 de 145 (valor máximo) e do questionário geral foi de 928 de 1.015 (valor máximo). Para os participantes do gênero masculino analisados na amostra (31%), demonstraram menos satisfação com relação a interação com outras pessoas. Houve decréscimo na percepção de melhora na qualidade de vida e no convívio social para aqueles com maior escolaridade. Conclusão: os participantes da pesquisa, foram pacientes com etiologias de malformação no pavilhão auricular e/ou conduto auditivo externo e orelha média, ou síndrome que acarretam a malformação, além das otites médias crônicas, com variação quanto ao tipo e grau da perda auditiva. Observou-se melhor autoavaliação de resultados com o uso das PAAO, revelado pela pontuação total e por domínios do questionário IOI-HA.

CHRISTENSEN, L. et al. Comparison of Traditional Bone-Conduction Hearing Aids with
the Baha. v. 273, p. 267–73, 2010.
COX, R. M.; ALEXANDER, G. C. Expectations about hearing aids and their relationship
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FAN, X. et al. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology. International Journal
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HÅKANSSON, B. New developments in bone-conduction hearing implants : a review. p.
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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.263
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PERSPECTIVAS ATUAIS DA ASSOCIAÇÃO ENTRE IDADE E EXPOSIÇÃO A AGENTES OCUPACIONAIS: RESULTADOS PARCIAIS
Sanches, J. F. ; Mariotto, L. G. S. ; Soares, A. C. A. ; Lopes, A. C. ;

Na clínica fonoaudiológica, mais precisamente na área de audiologia, as perdas auditivas relacionadas ao envelhecimento vêm ganhando destaque, uma vez que há crescimento da população idosa. Segundo o IBGE, em 2019, o Brasil tinha mais de 28 milhões de pessoas acima de 60 anos, representando 13% da população nacional. Assim, o estudo na área da audição relacionada ao envelhecimento torna-se relevante. No Brasil, estudos populacionais sobre audição ilustram com frequência a presbiacusia (por ser configurada como uma das razões mais frequentes de deficiência auditiva adquirida), junto a causas relacionadas ao trabalho, morbidades associadas (otite média, diabetes, hipertensão, reumatismo, depressão) e o uso de medicamentos, como motivos desencadeantes da perda auditiva. Concomitante a isso, em casos de perda auditiva pela idade, tem sido relatada como de início precoce, em torno dos 55 anos de idade e com evolução rápida, sendo indicado investigar a possível relação com distúrbios metabólicos ou vasculares, o uso de ototóxicos e de nicotina, além de verificar se há histórico de ruído ocupacional. Diante disso, considerando o aumento do número de idosos no país e consequentemente a estimativa de trabalhadores brasileiros portadores de PAIR, este estudo tem como objetivo identificar as alterações na audição de idosos sem e com exposição ao ruído ocupacional. Método: Estudo retrospectivo, com consulta ao banco de dados de um serviço público de saúde auditiva. Foram analisados dados demográficos, queixa/motivo da consulta, otoscopia, dados referentes ao diagnóstico audiológico, equilíbrio, condições de saúde geral, comorbidades como doenças cardiovasculares, depressão, amplificação, bem como a procedência e encaminhamentos. A amostra, composta por 59 prontuários, analisados no período de 12 de janeiro a 07 de junho de 2021. Resultados Parciais: os dados foram classificados por grupos de faixas etárias com e sem exposição ao ruído ocupacional. O G1 foi composto por 27 pacientes que relataram risco químico ou físico no ambiente de trabalho, enquanto o G2, foi composto por 32 pacientes que não tiveram exposição a este riscos no ambiente de trabalho. A idade do G1 variou de 63 a 84 anos, enquanto a do G2 variou de 60 a 87 anos. Os resultados da ATL foram analisados em relação ao tipo, grau, configuração e lateralidade da perda auditiva e classificados de acordo com a OMS, 2020, assim como a NR 07 de 2020, ou seja, a média tritonal de 500, 1.000 Hz e 2.000 Hz e 3.000 Hz, 4.000 Hz e 6.000 Hz. A associação das comorbidades, imitanciometria e reconhecimento de fala foram analisadas entre os grupos. A análise parcial dos resultados evidenciou limiares auditivos mais comprometidos no G1, o que indica que os riscos químicos e físicos potencializam os efeitos da idade na audição. Considerações finais: Este estudo permitirá ampliar as evidências na área de saúde auditiva em pessoas expostas ao ruído ocupacional, na identificação precoce de alterações na saúde e qualidade de vida de idosos.

Brasil. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPRT) do Ministério da Economia. Norma Regulamentadora n.º 07 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Disponível em IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Revista Retratos, 2019. Disponível em: https://censo2021.ibge.gov.br/2012-agencia-de-noticias/noticias/24036-idosos-indicam-caminhos-para-uma-melhor-idade.html.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Prevention of blindness and deafness. 2020. Disponível em: http://www.who.int/publications-detail/ basic-ear-and-hearing-care-resource
Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência. Portaria nº1060/2002. Brasília: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt1060_05_06_2002.html

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.224
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POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DE TRONCO ENCEFÁLICO EM INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON: REVISÃO DE LITERATURA
Santos, M.O. ; Silva, L.A.F. ; Neves-Lobo, I.F. ; Matas, C.G. ;

Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é um quadro clínico decorrente de lesão localizada na substância negra do mesencéfalo que leva à diminuição da liberação da dopamina. Além de outras comorbidades, verifica-se que no sistema auditivo, a DP pode comprometer o sistema nervoso auditivo central, por degeneração neuronal da via auditiva. Objetivo: realizar uma revisão integrativa da literatura quanto à avaliação da via auditiva central por meio do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) em indivíduos com DP. Métodos: foi realizada uma revisão integrativa de literatura nas bases de dados MedLine, Lilacs, bem como o portal eletrônico completo da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Embase, Scielo, e Google Acadêmico, com os seguintes descritores: audiologia (audiology), perda auditiva (hearing loss), surdez (deaf ou deafness), comprometimentos auditivos (hearing disorders ou hearing impairment), Doença de Parkinson (Parkinson Disease) e Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico (Brainstem Evoked Response Audiometry). Os critérios de seleção dos artigos foram: artigos nacionais e internacionais, sem limitação de ano ou idioma, e não houve restrição quanto ao sexo e faixa etária dos indivíduos estudados. Seguindo o acrônimo PICO (paciente, intervenção, comparação e outcomes) pré-determinado, dois revisores participaram do processo de seleção dos estudos que poderiam responder à pergunta definida para pesquisa. A análise dos estudos foi descrita qualitativa e quantitativamente. Resultados: dos 413 artigos encontrados, 16 atenderam aos critérios de inclusão. De acordo com o tipo do estudo foram encontrados 13 caso-controle; dois observacional transversal e um longitudinal de série de casos. Em relação ao número amostral, a somatória de todos os estudos contabilizou um total de 495 indivíduos avaliados. A faixa etária foi predominante a partir dos 60 anos. Quanto ao PEATE, para os valores de amplitude observou-se que somente em dois estudos foram analisadas essas medidas, sendo resultados dentro da normalidade. Para os valores de latências absolutas, de modo geral, em qualquer estágio da doença, os valores tendiam a ser prolongados, porém quanto maior o avanço da patologia, maior o aumento da latência. Foi observado o aumento da latência da onda I em dois artigos, da onda III em sete artigos e da onda V em 10 estudos. Quanto aos valores dos interpicos, verificou-se aumento do interpico I-III, observado em quatro artigos, do interpico III-V em seis artigos, e do interpico I-V em nove artigos. Assim, a maioria dos estudos descreveu o aumento das latências absolutas das ondas, principalmente das ondas III e V e, também, aumento dos interpicos III-V e I-V, sugerindo comprometimento da via auditiva em tronco encefálico nestes indivíduos. Conclusão: por meio da revisão da literatura, verificou-se que indivíduos com DP podem apresentar neurodegeneração das vias auditivas centrais em tronco encefálico. Sendo assim, acredita-se que a avaliação por meio do PEATE seja relevante em indivíduos com DP para que medidas terapêuticas adequadas sejam estabelecidas.

1. Aguilar-Fabré L, González-Loyola JG, Hernández-Montiel HL, Hernández-Montiel C, Martínez-Martínez L, Vega-Malagón G, et al. Brainstem auditory evoked potentials in Parkinson disease. Rev Mex Neuroci. 2015; 16(4):14-20.
2. Ahmed NG, Agrawal DK, Chughtai AM. Evaluation of Brainstem Auditory Evoked Response (BAER) in Parkinson’s Disease. International Archives of BioMedical and Clinical Research. 2017; 3(3):90-4.
3. Huizhong G, Tian Y. The diagnostic value of visual and auditory evoked potentials in Parkinson with dementia and without dementia. Movement Disorders Clinical Practice. 2019; 6(S1):S11–S164.
4. Liu C, Zhang Y, Tang W, Wang B, He S. Evoked potential changes in patients with Parkinson's disease. Brain Behav. 2017; 7(5):e00703.
5. Lopes MS, Melo AS, Corona AP, Nóbrega AC. Existe comprometimento do sistema auditivo na doença de Parkinson? Rev CEFAC. 2018; 20(5):573-82.
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Página(s): p.259
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POTENCIAIS EVOCADOS MIOGÊNICOS VESTIBULARES EM MIGRANOSOS: REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA
Borges, V.M.S. ; Ferreira, D.A. ; Sleifer, P. ;

Introdução: A migrânea é uma cefaleia primária e incapacitante. Dentre as manifestações clínicas mais comuns estão sintomas de vertigem e alterações sensoriais, e por isso, recomenda-se investigar o sistema vestibular. Um dos testes utilizados na avaliação vestibular é o Potencial Evocado Miogênico Vestibular (VEMP), que reflete a resposta muscular após um estímulo sonoro. Objetivo: Investigar na literatura científica quais resultados podem ser identificados no VEMP em pacientes com migrânea. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática cujo protocolo foi registrado no International Prospective Register of Systematic Reviews, e teve a questão norteadora: “Quais os resultados dos Potenciais Evocados Miogênicos Vestibulares Cervicais (cVEMP) e Oculares (oVEMP) em pacientes adultos com migrânea?”. Para as estratégias de buscas, os termos foram escolhidos no Medical Subject Headings e no Emtree. Realizou-se a pesquisa nas bases PubMed/Medline, Cochrane Central, EMBASE, Scientific Electronic Library, Scopus, Web of Science, ScienceDirect e portal da Biblioteca Virtual em Saúde, além de pesquisa manual em literatura cinzenta. Resultados: Foram identificados 2967 artigos ao todo, dos quais 1362 duplicatas foram removidas. Dos estudos restantes, após leitura de títulos e resumos, 51 foram selecionados para avaliação na íntegra, sendo considerados elegíveis para esta revisão 33 artigos. Somados a estes, foram incluídos mais quatro artigos relacionados ao tema encontrados em literatura cinzenta e categorizados como referências adicionais. No total, foram incluídos 37 estudos que atendiam a todos os critérios de elegibilidade propostos para esta revisão sistemática. No que diz respeito ao tipo de Potencial Evocado Miogênico Vestibular mais utilizado para avaliação, o cVEMP foi abordado em 22 pesquisas, sendo estudado em conjunto com o oVEMP em outros 13 artigos. Uma publicação teve como objetivo analisar as respostas apenas do oVEMP e um estudo não especificou qual VEMP foi analisado. As alterações mais frequentes foram a ausência de respostas e a redução de amplitude no grupo de migranosos, em ambos os VEMP. Além disso, foram relatados o atraso nas latências das ondas P13 e N23 no cVEMP e das ondas N10 e P13 no oVEMP. O índice de assimetria foi analisado em 18 estudos, sendo que a maioria não demonstrou diferenças significativas entre o grupo de migranosos e o grupo controle. Entretanto, em sete pesquisas o índice de assimetria do cVEMP foi considerado alterado no grupo estudo. Observou-se que a metodologia dos estudos foi diversa para realização do VEMP, com diferentes tipos de estímulos sonoros, além de diferentes equipamentos e posicionamentos de eletrodos. Além disso, observou-se que os estudos consideraram uma ampla faixa etária nos grupos de estudo, desconsiderando a influência da idade nas manifestações clínicas da migrânea. Estes fatores resultam em dados heterogêneos, impossibilitando uma interpretação definitiva acerca dos achados do VEMP em migranosos. Conclusão: Verificou-se que estes pacientes podem apresentar ausência de respostas, além do aumento nos valores de latência e redução de amplitude, em comparação aos sujeitos sem migrânea.

GBD 2016 Disease and Injury Incidence and Prevalence Collaborators. Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 328 diseases and injuries for 195 countries, 1990-2016: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2016 [published correction appears in Lancet. 2017 Oct 28;390(10106):e38]. Lancet. 2017;390(10100):1211-1259. doi:10.1016/S0140-6736(17)32154-2

Peres MFP, Queiroz LP, Rocha-Filho PS, Sarmento EM, Katsarava Z, Steiner TJ. Migraine: a major debilitating chronic non-communicable disease in Brazil, evidence from two national surveys. J Headache Pain. 2019;20(1):85. Published 2019 Aug 1. doi:10.1186/s10194-019-1036-6

Goadsby PJ, Holland PR, Martins-Oliveira M, Hoffmann J, Schankin C, Akerman S. Pathophysiology of Migraine: A Disorder of Sensory Processing. Physiol Rev. 2017;97(2):553-622. doi:10.1152/physrev.00034.2015

Murofushi T, Ozeki H, Inoue A, Sakata A. Does migraine-associated vertigo share a common pathophysiology with Meniere’s disease? Study with vestibular-evoked myogenic potential. Cephalalgia. 2009;29(12):1259-1266. doi:10.1111/j.1468-2982.2009.01860.x

Sürmeli M, Sürmeli R, Deveci İ, Önder S, Yalçın AD, Oysu Ç. Correlation between cVEMP and ABR for the Evaluation of Vestibular Migraine. J Int Adv Otol. 2016;12(3):326-331. doi:10.5152/iao.2016.2338
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POTENCIAL COGNITIVO P300 E GAGUEIRA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
FRIDMAN, C. G. ; BUENO, C. D. ; SLEIFER, P. ;

Introdução: A gagueira é um distúrbio neurobiológico e multifacetado caracterizado pela interrupção involuntária do fluxo da fala. Diversos estudos demonstram prejuízos nas funções neurais auditivas de indivíduos com gagueira e várias pesquisas apontaram alterações em testes de processamento auditivo central, tanto comportamentais quanto eletrofisiológicos. O P300 é um Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência (PEALL) que pode ser utilizado para a avaliação eletrofisiológica do funcionamento da audição no cérebro, visto que reflete atividades corticais envolvidas nas habilidades do processamento auditivo. Objetivo: Verificar os achados do Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência P300 em indivíduos que gaguejam por meio de uma busca sistemática na literatura. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura desenvolvida e orientada metodologicamente pela recomendação PRISMA (do inglês Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) e registrada no PROSPERO (do inglês International Prospective Register of Systematic Reviews) pelo número de registro 210091. Em maio de 2020, foi realizada uma revisão sistemática da literatura utilizando os descritores Stuttering AND Evoked Potentials, Auditory OR Event-Related Potentials, P300 OR Electrophysiology e alguns dos seus entry terms nas bases de dados Cochrane Central, Embase, Portal BVS (MEDLINE, IBECS e LILACS), PubMed, SciELO, ScienceDirect, Scopus e Web of Science. Foram incluídos artigos que realizaram o P300 na população com gagueira, sem limitação de data inicial e sem restrição de idioma de publicação. A qualidade metodológica dos artigos foi avaliada por meio da escala para estudos transversais Checklist for Analytical Cross Sectional Studies - Critical Appraisal tools for use in JBI Systematic Reviews por duas revisoras de forma independente. Resultados: Foram identificados inicialmente 2598 estudos e, depois de triados e selecionados, foram incluídos 12 artigos nesta revisão sistemática, sendo que oito foram realizados com adultos, dois com crianças e dois com crianças e adultos. Os estudos tiveram objetivos, metodologias e resultados bastante diversos, o que dificulta a sua comparação. Cinco trabalhos apontaram atraso na latência da onda do P300 e quatro diminuição da amplitude da onda do P300 de indivíduos com gagueira em relação a um grupo controle. Além disso, dois estudos encontraram diferenças nos padrões de atividades inter-hemisféricas. Em relação à avaliação da qualidade metodológica, em geral, os estudos apresentaram baixo risco de viés. Conclusões: A partir da busca sistemática realizada na literatura verificou-se a existência de uma grande variabilidade de objetivos, metodologias e resultados de estudos que realizaram o P300 em sujeitos com gagueira. Além disso, em alguns estudos, observou-se atraso dos valores de latência e diminuição da amplitude do procedimento eletrofisiológico P300 em indivíduos que gaguejam.

Chang, S. E., & Zhu, D. C. (2013). Neural network connectivity differences in children who stutter. Brain, 136(12), 3709–3726. https://doi.org/10.1093/brain/awt275

Hall, J. W. (2006). New handbook of auditory evoked responses. London: Pearson Education.

Musiek, F. E., Froke, R., & Weihing, J. (2005). The auditory P300 at or near threshold. Journal of the American Academy of Audiology, 16(9), 698–707. https://doi.org/10.3766/jaaa.16.9.7

Oliveira, C. M. C. De, & Bohnen, A. J. (2017). Diagnóstico diferencial dos distúrbios da fluência. In D. A. C. Lamônica & D. B. O. Britto (Eds.), Tratado de Linguagem: perspectivas contemporâneas (pp. 175–182). Ribeirão Preto: Book Toy.

Reis, A. C. M. B., & Frizzo, A. C. F. (2015). Potencial Evocado Auditivo Cognitivo. In E. M. Boéchat, P. de L. Menezes, C. M. do Couto, A. C. F. Frizzo, R. C. Scharlach, & A. R. T. Anastasio (Eds.), Tratado de Audiologia (2nd ed., pp. 140–150). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
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Página(s): p.243
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE LONGA LATÊNCIA (P300) EM CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
Evangelista, E. K. B ; Melo, T. C. F. ; Silva, A. N. S ; Silva, J.Q. ; Lima, L. R. S. ; Souza, I. C. M. ; Duarte, D. S. B. ; Britto, D. B. L. A. ;


INTRODUÇÃO: A integridade da via auditiva é fundamental para a aquisição e desenvolvimento da linguagem bem como habilidades de atenção, discriminação e memorização de estímulos tonais e de fala, contribuindo para o processo de aprendizagem das crianças. Em crianças com deficiência auditiva o Implante Coclear (IC), a depender do tipo de perda, torna-se uma medida reabilitadora que traz inúmeros benefícios para o desenvolvimento dos processos cognitivos, principalmente a memória auditiva na qual participa da aquisição e desenvolução da fala. Diversos métodos são usados para avaliar as habilidades cognitivas como os Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência (P300), que traz resultados fisiológicos. OBJETIVO: Descrever os principais resultados do P300 em crianças usuárias de IC. MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio de 2021, norteada pela seguinte pergunta condutora: Quais são os resultados mais significativos do registro do P300 em crianças usuárias de implante coclear? A pesquisa foi realizada em quatro bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SciELO, ScienceDirect e PubMed. Para a busca utilizamos uma única chave em todas as bases: “Event-Related Potentials” OR “P300” AND “Cochlear Implantation” AND “Children”. Os critérios de inclusão para a leitura dos artigos completos: 1) estudos originais de pesquisa; 2) estudos realizados com pacientes humanos crianças usuárias de implante coclear; 3 4) crianças submetidas a exame de P300. Como critérios de exclusão: análise revisões narrativas, sistemáticas e reanálises; dissertações ou teses; cartas; editoriais; comentários; capítulos de livros; estudos envolvendo crianças com uso de AASI e estudos realizados em animais. RESULTADOS: Inicialmente foram encontradas 1.880 publicações. Após leitura de título e resumo, restaram 13 para serem lidos na íntegra. Após análise dos critérios de elegibilidade e exclusão de duplicatas, apenas três estudos foram incluídos nesta revisão, devido à escassez de estudos direcionados a esse tema. Os estudos foram publicados entre os anos de 1997 e 2019. A idade mínima encontrada dos participantes foi de 6 anos e a máxima 12 anos de idade. Quanto ao perfil da amostra, as publicações incluíram pacientes com surdez pré-lingual com pelo menos 7 meses de uso do implante coclear. Para a realização do exame houve predominância de estímulos auditivos naturais da fala como fonemas próprios da região do estudo. Houve várias correlações significativas entre o reconhecimento de fala e as latências do P300 refletindo nos processos cognitivos relacionados às habilidades de atenção e discriminação auditiva. Já em relação as latências, existiu uma tendência de serem mais longas para o contraste de fala em comparação com os contrastes de intensidade. Outro resultado relevante foi o fato de o tempo de surdez e de uso de IC influenciar sob os valores das latências e amplitudes dos potenciais N1 e P2. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que o P300 pode ser utilizado para avaliar a memória e as habilidades cognitivas de crianças usuárias de IC, visto que essas habilidades são cruciais para o desenvolvimento da discriminação auditiva e podem ser um fator que fundamental no resultado do Implante Coclear.

KILENY, P. R.; BOERST, A.; ZWOLAN, T. Cognitive evoked potentials to speech and tonal stimuli in children with implants. Otolaryngology - Head and Neck Surgery. v. 117, n. 3, p. 161-169, set. 1997.

VANAJA, C.; SARDA, S. P300 as a measure of auditory memory in cochlear implant recipients: A preliminary report. Indian Journal of Otology, v. 25, n. 2, p. 103–107, abr. 2019.

BANHARA, M. R.; COSTA FILHO, O. A.; ALVARENGA, K. DE F. Potenciais auditivos de longa latência evocados por estímulos de fala em usuários de implante coclear. Anais.. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2009.
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Página(s): p.293
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE LONGA LATÊNCIA EM ADULTOS NORMO-OUVINTES COM EXPOSIÇÃO AO RUÍDO OCUPACIONAL
Kamita, M. K. ; Rocha, C. H. ; Andrade, C. Q. ; Lopes, M. E. P. ; Neves-Lobo, I. F. ; Samelli, A. G. ; Matas, C. G. ;

Introdução: Estudos recentes ressaltam a importância da avaliação da via auditiva periférica e central em trabalhadores expostos ao ruído ocupacional, uma vez que estas vias podem sofrer danos. Esta alteração vem sendo denominada de perda auditiva oculta (Hidden Hearing Loss), que tem como características limiares auditivos dentro da normalidade, queixas de compreensão da fala na presença de ruído e/ou no processamento temporal. Desta forma, é de grande relevância a avaliação do Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC), incluindo a porção cortical, por meio do Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência (PEALL) em trabalhadores expostos a ruído, uma vez que estudos prévios demonstraram que a exposição ao ruído pode acarretar em uma alteração no processamento cortical, mesmo na presença de limiares auditivos normais, afetando assim a velocidade, força e topografia das respostas auditivas mais centrais. Sendo assim, o PEALL pode ser de grande colaboração para a investigação do SNAC nesta população, já que esta pode ser suscetível a alterações nas vias auditivas decorrentes da exposição ao ruído. Objetivo: Comparar os achados eletrofisiológicos, por meio do PEALL, de indivíduos normo-ouvintes expostos e não expostos ao ruído ocupacional. Métodos: O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (Parecer nº 2.435.259). Participaram do estudo 52 trabalhadores do sexo masculino, normo-ouvintes, sem queixas auditivas, com idade média de 36 anos, divididos em dois grupos: Grupo Estudo (GE), composto por 33 trabalhadores expostos ao ruído ocupacional, e o Grupo Controle (GC), composto por 19 trabalhadores não expostos ao ruído ocupacional. Foram realizados os seguintes procedimentos: meatoscopia, imitanciometria, audiometria tonal liminar, logoaudiometria e PEALL com estímulo tone-burst. Para análise estatística, foi utilizado o teste ANOVA. Resultados: Na comparação entre os dois grupos, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes para as latências dos componentes P1, N1, P2, N2 e P3, bem como para as amplitudes P1-N1 e P2-N2, para ambas as orelhas. Já para a análise do componente P3, observou-se que o GC apresentou valores maiores de amplitude, com médias de 9,12 µV (Orelha direita - OD) e 8,23 µV (Orelha esquerda - OE), em relação ao GE, que teve médias de 6,17 µV (OD) e 5,91 µV (OE), com diferenças estatisticamente significantes para ambas as orelhas (p-valor=0,021 para OD; p-valor=0,039 para OE). Conclusão: Os resultados mostraram que, mesmo na presença de limiares auditivos normais em ambos os grupos, o grupo exposto a ruído ocupacional apresentou amplitudes menores de P3, sugerindo que este componente pode ser mais sensível para a identificação de possíveis alterações acarretadas pelo ruído sobre as vias auditivas centrais.

Brattico E, Kujala T, Tervaniemi M, Alku P, et al. Long-term exposure to occupational noise alters the cortical organization of sound processing. Clin Neurophysiol. 2005;116(1):190-203.
Eggermont JJ. Effects of long-term non-traumatic noise exposure on the adult central auditory system. Hearing problems without hearing loss. Hear Res. 2017;352:12-22.
Henderson D, Bielefeld EC, Harris KC, Hu BH. The role of oxidative stress in noise-induced hearing loss. Ear Hear. 2006;27(1):1-19.
Kujala T, Shtyrov Y, Winkler I, Saher M, et al. Long-term exposure to noise impairs cortical sound processing and attention control. Psychophysiology. 2004;41(6):875-81.
Sousa ACL. Potenciais Evocados Auditivos Corticais Relacionados a Eventos
(P3). In: SOUSA, A.C.L. et al. (Org.) Eletrofisiologia da Audição e Emissões
Otoacústicas. Ribeirão Preto: Editora Novo Conceito, 2010. p. 95 – 106.
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Página(s): p.234
ISSN 1983-1793X
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO (PEATE) EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Silva, J. Q. ; Melo, V. K. R. ; Evangelista, E. K. B. ; Silva, A. N. S. ; Cabral, A. M. L. ; Lima, L. R. S. ; Fernandes, S. F. S. ; Lins, I. P. S. ; Santos, T. O. N. ; Grilz, S. M. S. ;

Introdução: A Síndrome de Down é um distúrbio genético onde tem ocorrência atípica na divisão celular, resultando em um material genético extra no cromossomo 21. Nesses indivíduos é comum a presença de perda auditiva e um processamento auditivo precário o qual impacta no desenvolvimento negativo da linguagem e vida cotidiana. Nesse contexto, o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) é uma medida não invasiva o qual estabelece o mínimo nível de resposta eletrofisiológica auditiva para avaliar o sistema auditivo e verificar se existe algum tipo de perda auditiva e localização da lesão, sendo assim, excepcional para este fim. Objetivo: Descrever os principais resultados do PEATE em crianças com Síndrome de Down. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada durante maio de 2021, por meio da seguinte pergunta norteadora: Quais os primordiais resultados do PEATE em crianças com Síndrome de Down?. Foram utilizadas as principais bases de dados eletrônicas: SicELO, ScienceDirect, Google acadêmico, PubMed e a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) que dá acesso a artigos da MEDLINE e do LILACS. Para a busca utilizamos uma única chave em todas as bases: “Evoked Potentials, Auditory, Brain Stem” OR “PEATE” AND “children” AND “Down Syndrome”, sendo estas extraídas da plataforma dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Foram incluídos, artigos com descrição de pacientes humanos e crianças com síndrome de down, com faixa etária de até doze anos de idade, submetidos a exame de PEATE. Além disso, foram exclusos aqueles que eram revisão de literatura; capítulos de livros; Trabalhos de Conclusão de curso, dissertação e teses; estudos realizados em animais; trabalhos duplicados e os que não eram objetivo deste presente trabalho. Resultado: Inicialmente foram encontradas 1.854 publicações. Após leitura de títulos e resumos ficaram 10 estudos e, após e exclusão das duplicatas e artigos que não se enquadravam nos critérios de elegibilidade, ficaram seis artigos para inclusão nesta revisão. Todos os estudos foram do tipo longitudinal e caso-controle, publicados entre os anos de 1983 e 2005. Resultados apontam que latência absoluta da onda I pode ser prolongada, o que pode ser causada por fisiopatologia na orelha média ou no nervo auditivo. A onda V, na maioria dos estudos, apareceu com sua latência absoluta dentro encurtada, atingindo sua normalidade por volta dos 12 meses de vida, sugerindo, assim, que a onda V muda ao longo da idade em bebês com a síndrome de Down. Num outro estudo, foi observado latências absolutas para as ondas III e V, ocasionando encurtamento das latências dos intervalos interpicos I-III e I-V. Conclusão: O PEATE em crianças com Síndrome de Down é de extrema importância para que ocorra uma detecção precoce de distúrbios auditivos e assim, ocorrer uma audição acertada e resultar em um melhor desenvolvimento. Observa-se grande lacuna de estudos no que diz respeito ao PEATE em crianças com Síndrome de Down, o que sugere a continuidade da realização de estudos nessa população.

DÍAZ, F.; ZURON, M. Auditory evoked potentials in down's syndrome. Electroencephalography and clinical Neurophysiology, [s.l], v. 96, [s.n], p. 536-537, 1995.


FOLSOM, R. C.; WIDEN, J. E.; WILSON, W. R. Auditory brain-stem responses in infants with down's syndrome. Arch Otolaryngol, [s.l], v.109, [s.n], p. 607-610,1983.


JIANG, Z. D.; WU, Y. Y.; LIU, X. Y. Early development of brainstem auditory evoked potentials in down’s syndrome. Early Human Development, [s.l], v. 23, [s.n], p. 41-51, 1990.

KAGA, K.; MARSH, R. R. Auditory brainstem responses in young children with down's syndrome. International Journal of Pediatric Otorhinolarvngology, [s.l], v. 11, [s.n], p. 29-38, 1986.

KRECICKI, T. et al. Brain auditory evoked potentials in children with down syndrome. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology. [s.l], v. 69, [s.n], p. 615-620, 2005.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.251
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO AUTOMÁTICO (PEATE-A) EM BEBÊS COM INDICADORES DE RISCO PARA DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Silva, R. T. M. ; Pereira, R. A. C. ; Garcia, C. F. D. ;

Introdução: O adequado desenvolvimento do sistema auditivo é fundamental para o processo de aquisição de linguagem e fala. Desta forma, compreende-se a importância da detecção precoce de alterações auditivas, principalmente nos neonatos com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva (IRDA). Para estes nascimentos, é preconizado como triagem auditiva inicial, o registro do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálica Automático (PEATE-A). Objetivo: verificar a contribuição do PEATE-A no diagnóstico da deficiência auditiva, em bebês com presença de um ou mais IRDA. Método: Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob número 2.247.51. Estudo observacional, descritivo, transversal. A amostra foi composta por 86 participantes, 172 orelhas, sendo incluídos bebês de ambos os sexos, nascidos em uma Maternidade Escola pública; ter realizado o exame eletrofisiológico em 2018 e 2019, no local do estudo; ter pelo menos um IRDA; apresentar informações completas no prontuário. Os critérios de exclusão foi não ter o registro do PEATE-A, por não comparecimento ao agendamento, interferência no exame, por choro excessivo ou falha técnica do equipamento. Exames realizados no Equipamento Eclipse, Interacoutics, software EP-15. Resultados: observou-se que a Unidade de Terapia Intensiva foi o IRDA de maior ocorrência; seguida da exposição à ventilação mecânica e gentamicina. Das 172 orelhas, 168 apresentaram resultado “passa” e em quatro, “falha”, bilateral, de dois participantes do estudo. Em um destes, foi concluído o diagnóstico com 25 dias de vida,
com início do processo de adaptação de aparelho de amplificação sonora individual e terapia fonoaudiológica, imediatamente após à conclusão do diagnóstico audiológico. Posteriormente, passou pela cirurgia de Implante Coclear, aos dez meses de idade. No outro participante, o diagnóstico audiológico foi concluído no terceiro mês de vida, porém, não houve comparecimento ao retorno agendado para o início do processo de intervenção. Ambos os participantes com perda auditiva neurossensorial de grau profundo. Conclusão: por meio do PEATE-A na triagem auditiva neonatal, foi possível identificar a alteração na audição precocemente, de modo a favorecer o encaminhamento para o diagnóstico preciso e assim, iniciar o processo de intervenção em período optimal ao desenvolvimento infantil. Destaca-se a relevância do papel da família no processo de triagem, diagnóstico e intervenção, nos distúrbios da audição.
Palavras-chave: Perda auditiva, criança, audição; fatores de risco, eletrofisiologia, triagem neonatal.

Joint Committee on Infant Hearing. Year 2007 position statement: principles and guidelines for early hearin’g detection and intervention programs.Pediatrics. 2007; 120(4):898-921. doi:10.1542/peds.2007-2333.

Lewis DR, Marone SAM, Mendes BC. A, Cruz OLM, Nóbrega Mde. Comitê Multiprofissional em saúde auditiva: COMUSA. Braz. j. otorhinolaryngol. 2010. Feb; 76(1):121-128.https://doi.org/10.1590/S1808-86942010000100020.

Oliveira LS, Didoné DD, Durante AS. Automated cortical auditory evoked potentials threshold estimation in neonates. Braz. j. otorrinolaringol. 2019. Abril; 85 (2): 206-212. http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2018.01.001.

Silva DPC da, Ribeiro GE, Castilho GL, Mantovani JC. Outcomes of Automated Auditory Evoked Potential Performed in Different Settings and the Factors Associated with Referred Cases. Int. Arch. Otorhinolaryngol. 2018. Dec; 22(4): 342-347. http://dx.doi.org/10.1055/s-0037-1607334.

Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Journal of Early Hearing Detection and Intervention. 2019; 4(2), 1-44. DOI: 10.15142/fptk-b748.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.422
ISSN 1983-1793X
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO COM CLIQUE: COMPARATIVO ENTRE A POLARIDADE RAREFEITA E CONDENSADA EM BEBÊS COM SÍFILIS CONGÊNITA
Silva, B. O. ; Santos, L. J. P. N. ; Santos, A. B. ; Brito, I. C. R. ; Evangelista, C. K. S ; Balen, S. A. ;

Introdução: Em 2019, o Brasil apresentou uma incidência de sífilis congênita de 8,2/1000 nascidos vivos. Há evidências da presença de deficiência auditiva decorrente da sífilis congênita, sendo esta descrita como do tipo neurossensorial podendo gerar alterações no nervo vestíbulo-coclear. Objetivo: Comparar as latências e amplitudes do potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) utilizando clique com polaridade rarefeita e condensada em bebês com sífilis congênita. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição, sob parecer n° 3.360.661. Foram recrutados 230 bebês nas maternidades públicas do município, desses 107 compareceram a avaliação, 79 realizaram PEATE, sendo incluídos 25 bebês que apresentaram os critérios de inclusão, sendo dividido em dois grupos, o grupo estudo com 16 bebês com sífilis congênita tratada (GE), com idade média de 31.31 ± 8,62 dias e o grupo controle (GC) com 9 bebês, com idade 39,56 ± 11,70 dias. As emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente (EOAT) não linear foi realizada na intensidade de 80 dB NPS, como critério de presença de resposta uma relação sinal/ruído ≥ 3 dB em 1 e 1,5 KHz e ≥ 6 dB 2 a 4 KHZ em pelo menos três frequências. Foi utilizado o PEATE clique rarefeito e condensado em ambas as orelhas no Intelligent Hearing System (IHS) com o bebê em sono natural, a uma intensidade de 80 dB nNA, 2048 cliques, a uma velocidade de 27,7/s, duração de 100µs, filtro de 30-3000 Hz, janela de análise de 15 ms e com fones de inserção. Foram realizadas duas promediações de 2.048 cliques em cada polaridade para verificar a reprodutibilidade. Foi utilizado o teste de Mann-Whitney para análise de latência e amplitude das ondas I, III e V inter-grupos e o teste de Wilcoxon para a análise intra-grupo quanto à polaridade. Adotou-se um nível de significância de 5%. Resultados: Na análise inter-grupo o GE e GC apresentaram resultados semelhantes (p>0,05). No entanto, ao realizar a análise intra-grupo constatou-se que o GE apresentou latência da onda I significativamente menor na polaridade condensada em comparação a polaridade rarefeita, além de menor latência no interpico I-III do GE. Não foi observada diferença entre as polaridades em ambos os grupos nas latências das ondas III e V, bem como interpicos III-V e I-IV Observou-se menor amplitude na onda III e interpico III-V da orelha direita e dos interpicos I-III e III-V da orelha esquerda do GE para a polaridade condensada quando comparada com a polaridade rarefeita. As demais amplitudes do GE e todas do GC não tiveram diferenças significativas. Conclusão: Não há comprometimento nas respostas neurofisiológicas da via auditiva de tronco encefálico mensuradas no PEATE clique a 80 dB nNA com polaridade rarefeita e condensada em bebês com sífilis congênita tratada.

BRASIL. Boletim Epidemiológico de Sífilis. Secretaria de Vigilância em Saúde - Ministério da Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis – DCCI. Brasília, v;01, Número Especial, Out, 2020. Disponível em: Boletim Sífilis 2020 | Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (aids.gov.br), Acesso em: 20 de novembro de 2020.

GLEICH, Lyon L; URBINA, Mariana; PINCUS, Robert L. Asymptomatic congenital syphilis and auditory brainstem response. Int J Pediatr Otorhinolaryngol, v. 30, n. 1, p. 11–3, 1994. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/0165587694900469. Acesso em: 26 de junho de 2020. DOI: 10.1016 / 0165-5876 (94) 90046-9

JOINT COMMITTE OF INFANT HEARING. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Journal of Early Hearing Detection and Intervention, v. 4, n. 2, p. 1-44, 2019. Disponível em: https://digitalcommons.usu.edu/jehdi/vol4/iss2/1/. Acesso em: 10 de junho de 2020. DOI: 10.15142/fptk-b748

KARMODY, Collins S; SCHUKNECHT, Harold F. Deafness in Congenital Syphilis. Arch Otolaryngol,v. 83, n. 1, p. 18–27, 1966. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamaotolaryngology/article-abstract/599753. Acesso em: 06 de junho de 2020. DOI: 10.1001 / archotol.1966.00760020020008
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Página(s): p.246
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA EM TRATAMENTO QUIMIOTERAPICO
Oliveira, L.G.R. ; Vosgrau, J.S. ; Neves-Lobo, I.F. ; Matas, C.G. ;

Introdução: A Leucemia Linfóide Aguda (LLA) é um dos tipos de câncer infantil mais comuns, sendo também um dos tipos de câncer com maior taxa de sobrevida entre crianças e adolescentes. O tratamento mais eficaz e necessário para este tipo de câncer é a quimioterapia, apesar dos seus diversos efeitos colaterais. São diversos os estudos que verificaram o comprometimento auditivo em indivíduos que passam por tratamento quimioterápico, no entanto, alguns estudos indicam que além das ações ototóxicas, este tratamento também apresenta efeitos neurotóxicos, afetando tanto a cóclea como o sistema nervoso auditivo central. Por este motivo, o acompanhamento audiológico pós-quimioterapia se faz extremamente necessário, ainda mais considerando o fato de se tratar de uma população infantil. Acredita-se que a avaliação da via auditiva central em crianças submetidas ao tratamento quimioterápico possa auxiliar na identificação dos seus efeitos neurotóxicos e, assim, fornecer um diagnóstico mais preciso. O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) tem se mostrado um método objetivo e eficaz na análise neurofisiológica do nervo auditivo até o tronco encefálico, podendo ser utilizado em crianças de qualquer faixa etária. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar o PEATE em crianças e adolescentes com Leucemia Linfóide Aguda, em início de tratamento quimioterápico em um instituto público da cidade de São Paulo. Métodos: O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do da instituição sob o número 1.556.648/2016. O PEATE foi realizado em 24 crianças e adolescentes, sendo 11 do sexo masculino, 13 do sexo feminino, com idades entre 3 anos e 6 meses a 15 anos e 10 meses, com LLA e em tratamento quimioterápico. Os participantes realizaram previamente avaliação audiológica básica, incluindo medidas de imitância acústica, audiometria tonal e audiometria vocal. Resultados: Com relação à audiometria tonal, dos 24 participantes apenas 20 realizaram tal procedimento (em 4 crianças não foi possível realizar o condicionamento), sendo obtido 100% de resultados normais. Observou-se, também, 100% de resultados normais nas medidas de imitância acústica e audiometria vocal. Foram encontrados resultados alterados em 33,33% dos PEATE realizados, sendo que para a faixa etária de 2 a 6 anos a predominância foi de 60% para alteração de tronco encefálico baixo e, para a faixa etária de 7 a 18 anos, a predominância foi de 66,7% para alteração em tronco encefálico alto. Acredita-se que estudos longitudinais futuros auxiliariam para verificar possíveis efeitos progressivos da ototoxicidade e da neurotoxicidade. Conclusão: A partir dos dados analisados neste estudo podemos concluir que crianças e adolescentes em tratamento quimioterápico para Leucemia Linfóide Aguda podem apresentar alteração do PEATE, sugerindo comprometimento da via auditiva central. Sendo assim, medidas de identificação precoce, acompanhamento e de intervenção devem ser estabelecidas para esta população visando a melhoria na qualidade de vida.


1. Argyriou AA, Bruna J, Marmiroli P, Cavaletti G. Chemotherapy-induced peripheral neurotoxicity (CIPN): An update, Critical Reviews in Oncology/Hematology. 2012; 82(1):51-77

2. Kroczka S, Steczkowska-Klucznik M, Romaniszyn A. Auditory evoked potentials in patients after acute children’s lymphoblastic leukemia treatment. Przegl Lek 2006; 63:1205-9.

3. Leite RA, Vosgrau JS, Cortez Neto L, Santos NP, Matas SLA, Odone Filho V, et al. Brainstem auditory pathway of children with acute lymphoid leukemia on chemotherapy with methotrexate. Arq. Neuro-Psiquiatr. 2020; 78(2):63-9.

4. Paken J, Govender CD, Sewram V. Research protocol: Cisplatin-associated ototoxicity amongst patients receiving cancer chemotherapy and the feasibility of an audiological monitoring program. BMC Women’s Health. 2017; 17:129.

5. Viana LM et al. Auditory Brainstem Responses (ABR) changes in children treated with high doses cisplatin. The International Tinnitus Journal. 2012; 17(2): 158-62.
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Página(s): p.268
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA COM IMPLANTE COCLEAR COMPARADO A INDIVÍDUOS COM AUDIÇÃO NORMAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Venâncio, L. G. A. ; Leal, M. C ; Hora, L. C. D ; Griz, S. M. S ; Muniz, L. F ;

O potencial evocado auditivo de tronco encefálico eliciado por estímulo de fala (PEATEF) têm sido aplicado para investigar a integridade do processamento verbal, fornecendo informações para intervenções preventivas e precoces associadas aos distúrbios auditivos centrais e linguísticos. Esse exame pode agregar conhecimento sobre a variabilidade entre as funções auditivas e linguísticas de usuários de implante coclear (IC) em comparação a indivíduos com audição normal (AN). O objetivo desse estudo foi determinar se usuários de IC possuem respostas no PEATEF distintas quando comparado a indivíduos com AN. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura conduzida nas bases de dados MEDLINE via PubMed, LILACS via BIREME, Scopus, Web of Science, ScienceDirect, SciELO e Cochrane Library e na literatura cinzenta (OAIster, openDOAR, OpenGrey, DissOnline.de, New York Academy of Medicine e The British Library). A estratégia de busca incluiu descritores e palavras chaves sobre o IC e o PEATEF, sendo adaptada à cada base pesquisada. Não foi incluído filtro de comparação para tornar a pesquisa mais abrangente. Foram incluídos estudos que comparassem o PEATEF de usuários de IC e indivíduos com AN, sem síndromes neurológicas, alterações do tronco encefálico, alterações da linguagem e sem uso de medicação com ação no sistema nervoso central. Foram excluídos estudos com animais, editoriais, revisões e revisões sistemáticas. Não houve restrições quanto ao ano e idioma de publicação. A qualidade metodológica foi examinada de forma pareada e mascarada, utilizando a Escala de Newcastle-Ottawa adaptada para estudos observacionais transversais. Os dados extraídos dos estudos foram sintetizados utilizando medidas descritivas, sendo apresentados no formato tabular e síntese narrativa. Como resultado, apenas um estudo transversal produzido no Irã, em 2020, atendeu o critério de elegibilidade, demonstrando que estudos de natureza comparativa ainda são incipientes. As principais características do estudo foram: tamanho amostral de 20 participantes para cada grupo (IC e AN), intervalo etário entre 8 e 10 anos, surdez pré-lingual, perda auditiva de grau profunda de etiologia não especificada, testagem com o PEATE na orelha direita, marca, modelo e processador de fala no IC foram idênticos para os participantes. Evidenciou-se que usuários de IC apresentaram atrasos nas latências, amplitudes reduzidas, maiores valores de slope, área, duração e amplitude do complexo VA e redução nas medidas espectrais, quando comparados a indivíduos com AN, e confrontando-se com os dados normativos da literatura, sugerindo provável déficit na codificação da fala no tronco encefálico para usuários de IC. Devido à baixa qualidade metodológica oriunda do delineamento do estudo em questão, que confere baixa validade interna e externa, principalmente pelo tamanho da amostra reduzida, não é possível generalizar esses achados. Portanto, é necessário que estudos futuros confirmem esses achados em uma população representativa.

Durante AS, Oliveira S de J. Frequency-following response (FFR) com estímulo de fala em jovens adultos normo-ouvintes. CoDAS. 2020;32(3).
Jarollahi F, Valadbeigi A, Jalaei B, Maarefvand M, Zarandy MM, Haghani H, et al. Sound-Field Speech Evoked Auditory Brainstem Response in Cochlear-Implant Recipients. J Audiol Otol. 2020;24(2):71–8.
Lund E. Vocabulary Knowledge of Children With Cochlear Implants: A Meta-Analysis. J Deaf Stud Deaf Educ. 2016;21(2):107–21.
Melo TM de, Bevilacqua MC, Costa OA, Moret ALM. Influencia da estrategia de processamento de sinal no desempenho auditivo TT - Influence of signal processing strategy in auditory abilities. Braz j otorhinolaryngol. 2013;79(5):629–35.
Vander Werff KR, Burns KS. Brain Stem Responses to Speech in Younger and Older Adults. Ear Hear. 2011;32(2):168–80.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.276
ISSN 1983-1793X
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PRESENÇA DE ZUMBIDO NOS MÚSICOS DA CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ
Williams, E. M. O. ; Cabral, I. A. L. ; Santos, L. M. ;

RESUMO: O Z
umbido também conhecido como Tinnitus é um barulho incômodo que uma pessoa
escuta sem a existência de uma fonte sonora. Afeta cerca de 20% da população mundial, segundo a OMS. Os profissionais da música são, em sua maioria, autônomos que prestam serviços em ambientes onde os níveis de pressão sonora constantemente ultrapassam 100dB(A), fato que justifica a importância da pesquisa. O objetivo deste estudo foi verificar a presença e grau de zumbido nos músicos da cidade de Campos dos Goytacazes e levantar os níveis mínimos de audição desta população. A metodologia incluiu a aplicação de questionários individuais e a realização de audiometrias em 50 músicos de diversos segmentos. O zumbido de grau leve foi o mais prevalente,
sendo apontado em 37 (74%) casos. Foram também observadas alterações audiológicas em 38% dos entrevistados sugestivas de PAIR. Concluiu-se a necessidade de implantação de políticas públicas de
atenção à saúde auditiva nesta população.

ANDRADE AIA RUSSO ICP; LIMA MLLT, OLIVEIRA LCS. Avaliação auditiva em músicos de frevo e maracatu. Rev Bras Otorrinolaringol. 2002; 68(5): 714-20.
BAIGI A, ODEN A, ALMLID-LARSEN V, BARRENAS ML, HOLGERS KM. Tinnitus in the general population with a focus on noise and stress: a public health study. Ear Hear. 2011;32:787-9. PubMed PMID: 21716113.
DUBOC P: Monitoração: comum ou In Ear? Site Santo Ângelo. 2019. Available from: http://blog.santoangelo.com.br/monitoracao-comum-ou-ear/ access on: 08 Nov. 2019.
FREIRE K: Dúvidas frequentes monitores in ear. Site Audicare, 2019. Available from: access on: 08 Nov. 2019.
FUSCALDO C: Vocalista do Jota Quest perde 30% da audição com uso de fone de ouvido. Site globo 2007 updated on: 2012. Available from: perde-30-da-audicao-com-uso-de-fone-de-ouvido-4 2 1 6 3 03> access on: 08 Nov. 2019.
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Página(s): p.307
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PREVALÊNCIA DE QUEIXAS AUDITIVAS E EXTRA-AUDITIVAS EM EDUCADORES FÍSICOS DE ACADEMIAS E/OU CENTROS DE FITNESS
Macedo, A.C. ; Soldera, C.L.C. ; Boscolo, C.C. ; Oliveira, F. ;

Introdução: A audição é um sentido relevante à vida e funda a base da comunicação humana. Sua integridade garante o entendimento e a participação do indivíduo na sociedade. Qualquer distúrbio que a afete, em variados graus, apresenta efeito desfavorável no estado funcional, na qualidade de vida, na função cognitiva e no bem estar emocional, comportamental e social do indivíduo. As academias de ginásticas e/ou centros de fitness, apresentam como fator estimulante para o exercício, a música amplificada. Entretanto, a intensidade elevada do som a médio e longo prazo, pode ser prejudicial à saúde auditiva, tanto quanto o ruído. Essa exposição a níveis de pressão sonora elevados (NPSE) pode causar diversos sintomas relacionados ao sistema auditivo, bem como sintomas extra-auditivos. Objetivo: Verificar a prevalência de queixas auditivas e extra-auditivas em educadores físicos de academias e/ou centros de fitness. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal observacional, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 3.926.355. A amostra foi composta por 50 sujeitos de ambos os sexos, com idade acima de 20 anos, que trabalhavam em academias ou centros de fitness. Os dados foram coletados a partir de um questionário online. Resultados: Verificou-se que 100% dos sujeitos da amostra apresentou pelo menos uma queixa auditiva e/ou extra-auditiva. Observou-se que as queixas auditivas de maior prevalência foram plenitude aural (26%) e diminuição da audição (22%). Já os sintomas extra-auditivas mais prevalentes foram cefaleia (54%), baixa concentração (52%), irritabilidade (42%), insônia (38%), nervosismo (32%) e dificuldade de compreender o que as pessoas falam (32%). Evidenciou-se associação significativa entre cefaleia, enjoo e irritabilidade ao sexo feminino e entre a frequência semanal de trabalho e diminuição de audição e irritabilidade. Conclusões: Os resultados da presente pesquisa evidenciaram a necessidade de implementação de programas para prevenção de perdas auditivas em educadores físicos que trabalham em academias e/ou centros de fitness.

Oliveira GC; da Silva CC. Níveis de ruídos nas aulas de ginástica e as queixas auditivas apresentadas pelos professores. Rev. Hórus. 2010; 5(2):276-283.
de Deus MJ. Os efeitos da exposição à música e avaliação acústica do ambiente de trabalho em professores de academia de ginástica [dissertação]. Santa Catarina (SC): Universidade Federal de Santa Catarina; 1999.
Barroso SR. Queixas auditivas e não auditivas de professores em academias de ginástica. Faculdade São Lucas. 2016.
Carmo LIC. Efeitos do ruído ambiental no organismo humano e suas manifestações auditivas. Goiânia: CEFAC; 1999.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.209
ISSN 1983-1793X
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PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E ESCOLARES: CORRELAÇÃO ENTRE AVALIAÇÃO SIMPLIFICADA E A BATERIA DE TESTES COMPORTAMENTAIS
Lima,D.O ; Miranda,A.C ; Martins ,M.L ; Rosa,M.R.D.R ; Schochat,E. ; Medeiros,J.S ;

Introdução: O Processamento Auditivo Central ,refere-se a eficiência e a eficácia com qual o Sistema auditivo central utiliza a informação auditiva e apresenta mecanismos auditivos que são responsáveis pelas habilidades sonoras de discriminação auditiva, figura-fundo, fechamento auditivo, resolução temporal, ordenação temporal, integração/separação binaural e interação binaural.Objetivo: Analisar a relação entre a Avaliação Simplificada (triagem) e a Bateria dos Testes Comportamentais do Processamento Auditivo Central em Escolares.Métodos: Trabalho aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob parecer de número 1.765.461. Foram analisados 43 prontuários de alunos de escolas públicas,com idade entre 9 e 11 anos. Foram analisados e correlacionados os dados de ambos, com intuito de analisar a eficiência da avaliação simplificada no rastreio de possíveis alterações do PAC. Resultados: A correlação de Spearman mostrou que não existe relação entre a avaliação simplificada do PAC e o resultado da Bateria de Testes Comportamentais do PAC (ρ=-,134; p>0,05). Porém, relacionando os testes de PAC utilizados na indicação de ter ou não TPAC observou-se que existe correlação negativa e forte entre o resultado do TPAC e teste PPS (ρ=-,626; p<0,01); DD na orelha direita (ρ=-,552; p<0,01); DD na orelha esquerda (ρ=-,644; p<0,01), e correlação positiva e forte no resultado do TPAC e o teste RGDT (ρ=,575; p<0,01). Conclusão: Foi possível verificar que, na amostra analisada não é possível rastrear crianças que tenham o TPAC apenas pela avaliação simplificada (localização, Memória Sequencial Verbal e Não Verbal e Discriminação). Sendo necessária a inclusão de outro teste comportamental para complementar a bateria como o teste PPS e/ou DD.

DESCRITORES: Percepção Auditiva; transtorno da percepção auditiva;triagem auditiva; Audiologia; Audição.

Machado CSS, Valle H L B S, Paula K M, Lima S S. Caracterização do processamento auditivo das crianças com distúrbio de leitura e escrita de 8 a 12 anos em tratamento no Centro Clínico de Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Rev. CEFAC [Internet]. 2011; 13(3): 504-12.

Deuschle VP, Cechella C. O déficit em consciência fonológica e sua relação com a dislexia: diagnóstico e intervenção. Rev. CEFAC [Internet].2009;11 (2): 194-200.

Muller CC. A linguagem da criança aspectos normais e patológicos.Porto Alegre: Artmed; 2005.

Frota S, Pereira L D. Processamento auditivo: estudo em crianças com distúrbios da leitura e da escrita. Revista Psicopedagogia, 2010; 27(83): 214-22.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.377
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PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA
Frota, S.M.M.C ; Borges, C.A. ; Pinto, I.C.F ; Carmo, R.D ;

Introdução: O envelhecimento traz consigo algumas alterações fisiológicas como o declínio
cognitivo, a diminuição da audição e de compreensão da fala. Tudo o que ouvimos é processado
pelo cérebro e o mesmo analisa e interpreta, e isso é chamado de Processamento Auditivo
Central. Se o PAC estiver alterado, a comunicação do idoso também ficará alterada.
Objetivo: Compreender a relação entre o envelhecimento e o processamento auditivo central,
quais as evidências da relação entre o envelhecimento e a alteração das habilidades auditivas e
quais são os principais testes realizados para avaliar o PAC no idoso.
Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa, utilizando a estratégia PICO
(Participantes, Intervenção, Comparadores e Outcome). Foram incluídos no estudo, artigos que
descrevessem idosos a partir de 60 anos, de ambos os gêneros, sem alterações cognitivas,
contendo testes auditivos eletrofisiológicos, comportamentais e cognitivos.
Resultados: Apesar do grande número de artigos (747) localizados nos bancos de dados,
envolvendo o tema sobre processamento auditivo central, foram selecionados e incluídos nesta
revisão apenas 17 artigos contendo especificamente PAC em idosos e que estavam dentro dos
critérios de inclusão. Dos 17 artigos selecionados, apenas dois artigos (12%) usaram uma
bateria de testes na avaliação do PAC, pois os outros estudos queriam avaliar habilidades
isoladas. 16 artigos (94%) utilizaram testes comportamentais e apenas um (6%) utilizou teste
eletrofisiológico. Foram selecionados 4 estudos (23%) internacionais nesta revisão, onde
verificamos que existe uma diferença nos testes, se comparados aos testes utilizados no Brasil,
porém possuem os mesmos princípios. Em quatro estudos (23%), houve uma influência
significativa da faixa etária no PAC em idosos, quanto maior a idade, mais dificuldades terá
nas habilidades auditivas centrais. Em três estudos (18%), utilizaram a cognição como uma
variável, onde a mesma influenciou na capacidade de reconhecimento de fala de idosos em
ambientes ruidosos, mas não influenciou no reconhecimento de fala em escuta dicótica. Doze
estudos (70%) utilizaram a perda auditiva periférica como uma variável, ficando evidenciado
que quanto maior o grau da perda, pior o desempenho dos idosos nos testes de PAC, porém
independente da perda, há uma alteração do PAC em idosos. Dois estudos (12%) utilizaram a
orelha como variável, onde houve melhor desempenho na orelha direita e pior na orelha
esquerda.
Conclusão: Há evidências de que existe relação entre o envelhecimento e o processamento
auditivo central, visto que o avanço da idade causa alterações auditivas periféricas e centrais,
fazendo com que os idosos apresentassem um pior desempenho nos testes realizados. Não há
uma unanimidade entre os autores em relação aos testes para avaliar o PAC, visto que a maioria
(90%) dos artigos utilizados nesta revisão verificaram somente algumas habilidades auditivas,
não realizando a bateria de testes recomendada.

1. TENORIO, Jacqueline Pimentel et al . Comparação entre critérios de classificação dos
achados audiométricos em idosos. J. Soc. Bras. Fonoaudiol., São Paulo , v. 23, n. 2, p. 114-
118, 2011 .
2. SCHIMIDT, Teresa Cristina Gioia, Silva Maria Julia Paes. Percepção e compreensão de
profissionais e graduandos de saúde sobre o idoso e o envelhecimento
humano. Rev Esc Enferm USP, vol. 46 no. 3, 2012.
3. CHIOSSI, Julia Santos Costa et al . Impacto das mudanças vocais e auditivas na qualidade
de vida de idosos ativos. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 19, n. 8, p. 3335-
3342, Aug. 2014 .
4. PINHEIRO, Maria Madalena Canina, Bruckamnn Mirtes, Gresele Amanda Dal Piva.
Efeitos da perda auditiva e da cognição no reconhecimento de fala em escuta dicótica.
Estud. Interdiscipl. Envelhec.,Porto Alegre, v.21, n. 3, p.161 – 180, 2016 .
5. GONÇALES Alina Sanches, Cury Maria Cristina Lancia.
Assessment of two central auditory tests in elderly patients without hearing complaints. Braz
J Otorhinolaryngol. 2011;77(1):24-32. Samelli AG, Negretti CA, Ueda KS, Moreira
RR, Schochat E. Comparação entre avaliação audiológica e screening: um estudo
sobre presbiacusia. Braz J Otorhinolaryngol.77(1):70-6 , 2011.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.414
ISSN 1983-1793X
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PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL NA POPULAÇÃO COM EPILEPSIA BENIGNA DA INFÂNCIA COM PONTAS CENTROTEMPORAIS (BECTS): REVISÃO DE LITERATURA
Balzarini, N.O. ; Rabelo, C.M. ; Neves-Lobo, I.F. ; Schochat, E ;

Introdução: A Epilepsia Rolândica, conhecida como Epilepsia Benigna da Infância com pontas centro-temporais (BECTS) é uma das síndromes epilépticas mais comuns, representando cerca de 15% de todas as síndromes eletroclínicas conhecidas. Suas manifestações ocorrem entre os três e 13 anos de idade. A descarga elétrica geralmente acontece na região centro-temporal (rolândica). O córtex auditivo ocupa a parte dorsal e a superfície lateral do giro temporal superior (GTS), sendo essa região a responsável pelo processamento auditivo central (PAC). Devido à proximidade com a região centro-temporal, alguns estudos correlacionam a BECTS com o transtorno do processamento auditivo central (TPAC). Objetivo: revisão sistemática da literatura buscando a relação entre o PAC e a BECTS, respondendo a seguinte pergunta: “Qual a relação entre o processamento auditivo central e a BECTS?”. Metodologia: A pesquisa bibliográfica usou como base de dados: PubMed, Scopus e Scielo. Foram usados os descritores “auditory processing” e “epilepsy”, tendo como critério artigos publicados entre os anos de 2011 e 2020. Foram encontrados um total de 152 artigos, mas que após triados para os que abordavam apenas a BECTS e que revisões bibliográficas e estudos experimentais com animais fossem excluídos, foram encontrados seis artigos para a análise. Resultados: dos seis artigos selecionados, dois artigos utilizaram testes comportamentais para avaliação de PAC, três realizaram avaliações por meio dos potenciais evocados auditivos de longa latência (PEALL) e um realizou exames de neuroimagem (fMRI). Com relação a um dos estudos com testes comportamentais do PAC, foi realizada a avaliação da habilidade de figura-fundo para sons linguísticos por meio do teste SSW e verificou-se alteração em 72,5% das crianças com BECTS. Neste estudo, foram também encontradas alterações nos testes de linguagem e atencionais nessas crianças, enquanto que a capacidade visual esteve dentro da normalidade. No outro estudo, foram avaliadas habilidades do processamento auditivo temporal por meio do GIN e do teste Padrão de Duração, associado a testes de consciência fonológica e do WISC-III. Os autores encontraram desempenho significativamente pior tanto nos testes temporais como nos de consciência fonológica nas crianças com BECTS. Dos três estudos realizados com os PEALL, dois utilizaram o P300 e um o MMN. Os três estudos encontraram respostas piores, com diferenças significantes, nos na análise do P300 e do MMN em crianças com BECTS, além de alterações em testes de linguagem. Os autores sugerem uma atividade neurofisiológica anormal relacionada à epilepsia em regiões centrotemporais e temporais. No único estudo que utilizou exames de neuroimagem (fMRI), por meio de escuta passiva de histórias, os autores encontraram pontuações equivalentes nos testes cognitivos, mas verificaram evidências de reorganização funcional e mudanças na conectividade funcional durante o processamento de linguagem em crianças com BECTS. Conclusão: em todos os estudos encontrados, foi verificada uma forte correlação entre a BECTS e o PAC, sugerindo que a presença da epilepsia em regiões centro-temporais pode levar a alterações na função neurofisiológica auditiva e, assim, comprometer o desenvolvimento de habilidades auditivas. Acredita-se que crianças com BECTS apresentem risco para o TPAC e medidas de identificação precoce e intervenção seriam indicadas.


1. Casali RL, Amaral MI, Boscariol M, Lunardi LL, Guerreiro MM, Matas CG, Colella-Santos MF. Comparison of auditory event-related potentials between children with benign childhood epilepsy with centrotemporal spikes and children with temporal lobe epilepsy. Epilepsy Behav. 2016 Jun;59:111-6. doi:10.1016/j.yebeh.2016.03.024. Epub 2016 Apr 28. PMID: 27131051.

2. Filippini M, Boni A, Giannotta M, Pini A, Russo A, Musti MA, Guerra A, Lassonde M, Gobbi G. Comparing cortical auditory processing in children with typical and atypical benign epilepsy with centrotemporal spikes: Electrophysiologic evidence of the role of non-rapid eye movement sleep abnormalities. Epilepsia. 2015 May;56(5):726-34. doi: 10.1111/epi.12959. Epub 2015 Mar 25. PMID: 25809446.

3. Amaral MI, Casali RL, Boscariol M, Lunardi LL, Guerreiro MM, Colella-Santos MF. Temporal auditory processing and phonological awareness in children with benign epilepsy with centrotemporal spikes. Biomed Res Int. 2015;2015:256340.

4. Smith AB, Dawes P, Smith S, Pal DK. A specific deficit of auditory processing in children with Rolandic Epilepsy and their relatives. Epilepsy Behav. 2017 Jul;72:135-139.

5. Tomé, D., Sampaio, M., Mendes-Ribeiro, J., Barbosa, F., & Marques-Teixeira, J. (2014). Auditory event-related potentials in children with benign epilepsy with centro-temporal spikes. Epilepsy research, 108(10), 1945-1949.
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Página(s): p.260
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PROCESSAMENTO AUDITIVO EM CRIANÇAS COM DISFLUÊNCIA: UMA REVISÃO NARRATIVA
Evangelista, E. K. B. ; Melo, T. C. F. ; Silva, J.Q ; Lima, L. R. S. ; Lins, I. P. S. ; Souza, I. C. M ; Duarte, D. S. B. ; Carneiro, D. L. S. ; Britto, D. B. L. A. ; Griz, S. M. S. ;

Introdução: A integração da linguagem e o ato motor em conformidade com o processamento neural, caracterizam uma fala fluída. Para que isso ocorra, é necessário que os símbolos e os sinais estejam andando em concordância até que a mensagem chegue ao córtex motor. Quando há um desequilíbrio a fluidez é interinamente interrompida, gerando assim a disfluência que irá comprometer o momento da produção da fala. Tendo em vista que, no processamento auditivo central o indivíduo depende das habilidades auditivas para compreender o que ouve, quando há alguma alteração nessas habilidades o processamento auditivo pode ser um dos fatores que leva a produção do discurso disfluente. Objetivo: Descrever os principais achados sobre os testes de processamento auditivo em crianças com disfluência. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa realizada no mês de maio de 2021, sendo utilizadas as seguintes bases de dados: SciELO, PubMed e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Para a realização das buscas foram utilizados os descritores: “Stuttering OR chilldhood-Onset Fluency Disorder” AND “Auditory processing” OR “test, auditory processing” OR “Auditory Processing Disorder” AND “children”” OR child”. Foram incluídos estudos de crianças com disfluência, com faixa etária até doze anos de idade, submetidos a exame de processamento auditivo. Como exclusão, foram considerados: estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado, teses de doutorado e artigos que não abordassem o tema do processamento auditivo em crianças com disfluência. Resultados: Após leitura de títulos e resumos, ficaram cinco artigos para leitura na íntegra. Desses, apenas três se enquadraram dentro da temática do trabalho. Os três estudos foram publicados entre os anos de 2011 a 2020. Participaram do estudo indivíduos com idade mínima de 07 e máxima de 17 anos. Os testes realizados foram: protocolo do treinamento auditivo acusticamente controlado (TAAC); Testes Tonais de Padrão de Frequência (PPS-Pitch Pattern Sequence Test), Testes Tonais de Padrão de Duração (DPS - Duration Pattern Sequence Test); Retroalimentação auditiva habitual (RAH) e atrasada (RAA). As habilidades auditivas analisadas foram: figura de fundo, fechamento, separação binaural e integração binaural, taxa de elocução e gravidade da gagueira na condição de escuta habitual com a condição de escuta atrasada. Foi possível observar que não houve melhora na fluência da fala das crianças que participaram do treinamento auditivo, porém as suas habilidades auditivas apresentaram melhor desempenho. Na retroalimentação houve melhora da fluência em crianças sem alteração no PAC, reduzindo a quantidade de bloqueios e repetições de palavras monossilábicas, sendo necessário a avaliação das habilidades auditivas. Já nos testes de padrão temporal houve desempenho alterado e, o indicando a existência da relação entre a gagueira e o transtorno do processamento auditivo, sendo importante a inclusão da avaliação do processamento temporal no processo diagnóstico da gagueira, auxiliando as habilidades auditivas na intervenção terapêutica para melhor da fluência. Conclusão: A implementação da avaliação do PAC para a realização do diagnóstico da disfluência é um grande aliado, sendo útil para complementar a avaliação fonoaudiológica e trazer melhoras nas habilidades auditivas destas crianças.


SILVA, R; OLIVEIRA, C. M. C; CARDOSO, A. C. V. Aplicação dos testes de padrão temporal em crianças com gagueira desenvolvimental persistente. Revista CEFAC, v. 13, n. 5, 2011.

ALENCAR, P. B. A. et al. Acoustically controlled auditory training in children with speech disfluency: a case report. Revista CEFAC, v. 22, n. 6, 2020.

PICOLOTO, L. A. et al. Efeito da retroalimentação auditiva atrasada na gagueira com e sem alteração do processamento auditivo central. CoDAS, v. 29, n. 6, 2017.
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Página(s): p.282
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PROCESSAMENTO AUDITIVO EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: APLICAÇÃO DE ANAMNESE AUDIOLÓGICA
Nogueira, R. A. A. ; Macedo, G. D. ; Pereira, V. R. C. ;

Resumo:
Introdução: O processamento auditivo contém habilidades auditivas que auxiliam o cérebro a entender o que se ouve. A compreensão do funcionamento desse sistema auditivo é fundamental para entender as possíveis alterações que possam impactar na comunicação, aprendizado e funções emocionais. Déficits em uma ou mais habilidades auditivas caracterizam o Transtorno do Processamento Auditivo (TPA). O diagnóstico de TPA não é uma tarefa simples, porém existem queixas que podem estar correlacionadas ao TPA e que auxiliam neste diagnóstico. Objetivo: Analisar a efetividade da anamnese precedente à avaliação do processamento auditivo em universitários. Métodos: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (nº 2.581.805). Trata-se de um estudo transversal, de campo descritivo e caráter quantitativo em universitários com aplicação de anamnese audiológica, para analisar a efetividade da entrevista inicial vinculada ao processamento auditivo em estudantes. Participaram da pesquisa 43 estudantes de graduação e pós-graduação, com idade entre 18 e 29 anos e que apresentaram resultados audiológicos dentro dos padrões de normalidade. Os procedimentos realizados incluíram a realização de audiometria tonal liminar e aplicação de anamnese audiológica. Estes dados foram analisados e tabulados em uma planilha eletrônica. Resultados: Todos os voluntários apresentaram dados audiométricos dentro dos padrões de normalidade, i.e., limiares auditivos ≤ 25 dBNA. Todos os voluntários relataram que escutam bem em ambiente silencioso e que localizam o som. Queixas de desatenção (55,81%) e agitação (44,19%) estavam presentes em números relevantes, bem como queixas relacionadas à memória (39,54%). 86,05% dos participantes informaram que não possuíam dificuldades na leitura e/ou escrita e 83,72% informaram que não tiveram repetência escolar. 37,20% relataram episódios de otite/ dor no ouvido nos primeiros anos de vida, 30,23% relataram doenças como hipertireoidismo, rinite alérgica, amigdalite, entre outras. Nenhum dos participantes relatou acompanhamento fonoaudiológico e/ ou psicopedagógico. Conclusão: Foi possível identificar que a anamnese audiológica é uma ferramenta eficaz, de rápida e fácil aplicação, que possibilita a avaliação de possíveis queixas auditivas relevantes para o fonoaudiólogo. De modo precedente à avaliação do processamento auditivo, pode auxiliar tanto no diagnóstico do processamento auditivo quanto no planejamento terapêutico em caso de distúrbio.

Descritores: Percepção auditiva; Anamnese; Fonoaudiologia; Transtorno da Percepção Auditiva; Adulto jovem.


1. Fridlin L, Pereira D, Perez P. Relação entre dados coletados na anamnese e distúrbio do processamento auditivo. Rev CEFAC. 2014. Mar-Abr; 16(2):405-412.
2. Pereira D; Schochat E. Testes auditivos comportamentais para avaliação do processamento auditivo central. 1a ed. São Paulo: Pró-Fono; 2011. 11-14p.
3. Rego F. A entrevista inicial na clínica fonoaudiológica. Rev SymposiuM. 2000. Nov; Número especial. Ano 4: 45-19.
4. Afonso D; Mello T. Transtorno do processamento auditivo central e suas relações com a neurociência e a psicopedagogia. Arquivos do MUDI. 2017.21(2):32-55.

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Página(s): p.261
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PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DA VIA AUDITIVA CENTRAL: UM ESTUDO POR MEIO DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO E DO FREQUENCY-FOLLOWING RESPONSE
Tessele, D. R. ; PEIXE, B. P. ; SANGUEBUCHE, T. R. ; MALAVOLTA, V. C. ; GARCIA, M. V. ;

Objetivo: Analisar o processo de envelhecimento da via auditiva por meio do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico e do Frequency-Following Response. Método: estudo de caráter prospectivo, quantitativo e transversal. Foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição, sob o número 78740117.3.0000.5346. A casuística foi composta por 18 adultos (média de 22,78 anos) e 18 idosos (média de idade 66,72 anos) de ambos os sexos, respeitando os critérios de inclusão. Os sujeitos passaram por uma avaliação audiológica básica e por respectivos exames eletrofisiológicos: Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico com estímulo clique e Frequency-Following Response. Resultados: Os idosos apresentaram maiores valores de latência para as ondas I, III e V do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico, assim como para os intervalos de interpicos I-V e III-V. Ademais, no Frequency-Following Response, os idosos demonstraram maiores latências nas ondas A, E, F e O. No mesmo exame, as amplitudes destes sujeitos estavam melhores na onda A e piores nas ondas D, F e O, além disso, os intervalos interpicos mostraram maiores valores do que em adultos com relação à V-A e V-O. Por fim, observou-se menores valores de slope para os idosos. Conclusão: Foi possível analisar o processo de envelhecimento da via auditiva por meio de dois potenciais evocados auditivos, em nível de tronco encefálico e subcórtex auditivo. Houve, principalmente, um aumento no tempo de resposta neuronal ao estímulo auditivo, indicando uma redução da sincronia nestas estruturas.

TOLEDO, Willians Walace Fante et al. Avaliação da função auditiva em idosos presbiacúsicos com e sem transtorno cognitivo leve. In: MENEZES, Pedro de Lemos et al. Atualidades do I Congresso Internacional de Eletrofisiologia para Audiologia. Capítulo 37, p. 73-74, 2020.
TONELOTTI, Franciele Trevisan Fernandes. Potenciais evocados auditivos de tronco encefálico em idosos. 2017, 60 p. Dissertação de mestrado (Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
WEBSTER, Rachelle. The Auditory Brainstem Response (ABR): a normative study using the Intelligent Hearing System’s Smart Evoked Potential System. 2016, 96 p. Theses (Department of Audiology, Speech-Language Pathology and Deaf Studies) - Towson University, Towson, 2017.
SKOE, Erika. et al. Stability and plasticity of auditory brainstem function across the lifespan. Cereb. Cortex, [S.I], v. 25, n. 6, p. 1415-1426, 2015.
PEIXE, Bruna Pias et al. O estudo de respostas a testes de processamento auditivo em um grupo de idosos. Rev CEFAC, São Paulo, vol. 12, n. 6, 2019.
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PROPOSTA DE LIGAÇÃO DO INSTRUMENTO SAB COM A CIF: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO COM AS LINKING RULES
Lima,D.O ; Melo,A.B.D.L ; Paiva,S.F ; Rosa,M.R.D ;

Introdução- O Transtorno de Processamento Auditivo Central - TPAC, caracteriza-se por uma disfunção em uma ou mais habilidades auditivas. A literatura demonstra uma estreita relação entre o TPAC e as dificuldades/transtornos de aprendizagem de leitura e escrita. Neste sentindo, a Scale of Auditory Behaviors SAB surge como uma ferramenta importante para avaliar risco para o TPAC em indivíduos em fase escolar. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) tem como principal objetivo estabelecer uma linguagem unificada e padronizada sobre a saúde e os estados relacionados à saúde. Atualmente o processo de ligação entre os componentes da CIF e os instrumentos de avaliação, é uma das possibilidades de se aproximar a prática clínica em audiologia do modelo biopsicossocial. O uso desta classificação é fortemente recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) Objetivo: Realizar a ligação entre os itens do instrumento SAB com os componentes da CIF para melhor compreensão da funcionalidade de crianças com TPAC. Métodos: Trata-se de uma pesquisa transversal que possui caráter qualitativo com delineamento exploratório e bibliográfico para criação de um protótipo de ligação entre o SAB e a CIF. Para a ligação dos instrumentos foram realizadas três etapas. Na primeira etapa, após extração dos conteúdos da CIF, duas pesquisadores realizaram a ligação dos componentes de forma independente, indicando os códigos para cada ítem da escala. Em seguida houve um encontro para discutir as escolhas dos componentes e realização de uma síntese a partir do julgamento dos códigos conflitantes na presença de uma avaliadora com capacitação e experiência, tanto no uso da CIF como na ligação de instrumentos de acordo com as regras da OMS. Resultados: Como resultado, foi possível constatar divergência nas escolha dos códigos para as questões de número 3, 5 e 7 do SAB, assim como para o escore geral do instrumento. Na questão três houve dúvida entre os códigos b144 (Funções de memória) e b140 (Funções de atenção), sendo substituído pelo b16700 (Recepção da linguagem oral). Na questão 5 b1560 (Funções da percepção) e b167 (Funções mentais da linguagem) posteriormente substituído pelo b1409 e, na questão 7 com b1560 (Funções de percepção) e b140 (Funções de atenção) prevalecendo o b1560. Por fim, os outros nove códigos foram relacionados em comum acordo e o escore geral definido foi d329, pois engloba as funções de primeiro e segundo nível (segundo a CIF) relacionadas à comunicação. Conclusão: Observou-se que o SAB é um importante instrumento para investigação, não só da função auditiva, mas também das funções mentais e cognitivas, essenciais para os aspectos de comunicação. No entanto, por contemplar apenas funções do corpo, recomenda-se sua utilização em conjunto com outros instrumentos que avaliem componentes de atividade e participação a fim de se obter a classificação de funcionalidade da criança.
Palavras Chave:Transtornos da Percepção Auditiva ;Percepção Auditiva; Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

Organização Mundial de Saúde (OMS). CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. São Paulo: Edusp; 2015.
Nunes CL, Pereira LD, Carvalho de GS. Scale of auditory behaviors and auditory behavior tests for auditory processing assessment in Portuguese children. CoDAS. 2013;25:209-15.
American Academy of Audiology (2010). Guidelines for the diagnosis, treatment and management of children and adults with central auditory processing disorder [Guideli- nes and Standards].
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Página(s): p.373
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QUAL É O PADRÃO DE NORMALIDADE DA AUDIOMETRIA DE ALTAS FREQUÊNCIAS? – REVISÃO DE LITERATURA
Souza, J.M.S. ; SILVA, I. M. C ;

Introdução: Audiometria de Altas Frequências (AAF) é um exame complementar utilizado para avaliar os limiares auditivos das frequências na faixa de 8 kHz a 20 kHz. Sua aplicação é identificar precocemente deteriorações auditivas antes que sejam atingidas as faixas de frequências convencionais 0,125 a 8 kHz. Contudo, ainda não existem padronizações e normatizações dos limiares de alta frequência para indivíduos com audição preservada. Objetivo: Esta revisão visa reunir os estudos que apresentam dados normativos da AAF, com o propósito de analisar aspectos metodológicos e achados que possibilitem um padrão normativo na literatura. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura. A pesquisa foi realizada sem restrições de tipo de estudo, datas ou idiomas nas bases de dados: PubMed e LILACS, além da base de literatura cinzenta, Google Acadêmico. Foram incluídos estudos com indivíduos de 4 a 59 anos de idade, de ambos os sexos, que apresentassem os valores dos limiares de altas frequências em amostra sem perda auditiva. Resultados: Nos 39 artigos incluídos observou-se grande divergência na escolha das frequências avaliadas. 5 fizeram comparação dos limiares entre sexos, 20 compararam as orelhas esquerda e direita e 20 analisaram a média das duas orelhas. Alguns deles avaliaram mais de uma dessas variáveis. Dentre eles, 2 confirmaram ausência de diferença entre sexo ou lateralidade, mas 3 relataram que sexo feminino apresenta limiares menores que o sexo masculino. Dos estudos que compararam as orelhas, 15 não observaram diferenças relevantes entre as duas e 3 observaram que a orelha direita apresentava limiares maiores que a esquerda e 2 observaram o contrário. Em relação à comparação da média das duas orelhas, os valores dos limiares para uma mesma frequência foram muito variáveis, o que reafirma que ainda não há um padrão para limiares de altas frequências a partir dos dados apontados pela literatura. Além disso, as diferenças metodológicas como equipamento utilizado, fones de ouvido ou mesmo a calibração em dBNPS ou dBNA dificultam as comparações para padronização. Conclusão: Não foi possível estabelecer limiares padronizados para o exame de Audiometria de Altas Frequências (AAF) na faixa de 8 kHz a 20 kHz a partir dos dados apontados pela literatura devido à sua grande variabilidade. Há necessidade de maior estudo, com amostras populacionais para verificar a possibilidade de uma padronização desses limiares.

KARLIDAG, ET AL. Hearing in workers exposed to low-dose radiation for a long
period. Hearing Research 194 (2004) 60–64
KLAGENBERG ET AL. Audiometria de altas frequências no diagnóstico
complementar em audiologia: uma revisão da literatura nacional. Rev Soc Bras
Fonoaudiol. 2011;16(1):109-14
OZTURK ET AL. High-Frequency Hearing Loss and Middle Ear
Involvement in Rheumatoid Arthritis. American Journal of Otolaryngology, Vol
25, No 6 (November-December), 2004: pp 411-417
SAHYEB, DR.; COSTA FILHO, OA; ALVARENGA, KF. Audiometria de alta
freqüência: estudo com indivíduos audiologicamente normais. Rev Bras
Otorrinolaringol. V.69, n.1, 93-9, jan./fev. 2003
SILVA, IMC; FEITOSA, MÂG. Audiometria de alta freqüência em adultos jovens
e mais velhos quando a audiometria convencional é normal. Rev Bras
Otorrinolaringol 2006;72(5):665-72.
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Página(s): p.222
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QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS COM ZUMBIDO APÓS 5 ANOS DE INTERVENÇÃO
Mortari, A. V. ; Matos, I. L. ; Catalani, B. ; Mondelli, M. F. C. G. ;

Introdução: O zumbido é um sintoma percebido como uma sensação sonora na ausência de estímulo externo, impactando negativamente a qualidade de vida dos indivíduos e provocando danos nas atividades rotineiras, principalmente relacionadas às esferas psicológicas, emocionais e de interação social. Ainda que não haja um tratamento que possa eliminar o zumbido por completo, algumas estratégias descritas na literatura podem ser utilizadas para aliviar tal sintoma, tal como o uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) e/ou uso do Gerador de Som (GS). Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de indivíduos com zumbido após 5 anos de intervenção. Metodologia: Estudo descritivo realizado após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, nº 386.484. Foi aplicado o questionário WHOQOL-bref em 23 indivíduos com queixa de zumbido bilateral, que foram adaptados com AASI e/ou GS há 5 anos, sendo 11 deles com AASI, 8 com GS e 4 com AASI combinado ao GS. Resultados: Foram observados bons níveis de qualidade de vida em todos os domínios do WHOQOL-BREF quando comparados à pontuação máxima (100%), sendo apresentados os seguintes escores nos domínios físico (61,49%), psicológico (61,41%), de relações sociais (72,46%) e ambiente (71,74%). Conclusão: É possível concluir que as esferas que compõem a qualidade de vida, analisadas por meio do questionário WHOQOL-BREF, estão com desempenho satisfatório e diretamente relacionadas ao tratamento do zumbido via terapia sonora.

TEIXEIRA, A. R. et al. Análise da qualidade de vida de idosos com sintoma de zumbido. Arq Int Otorrinolaringol, v. 14, n. 1, p. 54-9, 2010.
da SILVA, R. C. F.; BANDINI, H. H. M.; SOARES, I. A.. Aparelho de amplificação sonora individual: melhora a sensação de zumbido?. Revista CEFAC [online]. 2007, v. 9, n. 2, pp. 263-268.
GRUPO WHOQOL. Versão em português dos instrumentos de avaliação da qualidade de vida (WHOQOL). Faculdade de Medicina da UFRGS, 1998. Departamento de Psiquiatria. Disponível em:
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Página(s): p.345
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QUEIXAS NO RETORNO DE ADULTOS E IDOSOS USUÁRIOS DE APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL DURANTE UM PERÍODO DA PANDEMIA DE SARS-COV-2
Sault, T. C. L. S. ; Ferreira, M.C.M. ; Novaes, B. C. ; Mendes, B.C.A. ;

Queixas no retorno de adultos e idosos usuários de aparelho de amplificação sonora individual durante um período da pandemia de SARS-CoV-2

Introdução: A deficiência auditiva diminui significativamente a qualidade de vida de adultos e idosos, pode comprometer a rotina e provocar o isolamento social. Serviços de saúde auditiva são responsáveis pelo atendimento integral do paciente com deficiência auditiva desde o diagnóstico, AASI, terapia e acompanhamento audiológico. Como recomendação do instrutivo de reabilitação do Ministério da Saúde, todos os pacientes são orientados a retornar pelo menos uma vez por ano para acompanhamento, ou sempre que estiverem com algum problema para solucionar questões relacionadas ao uso do AASI. Esta pesquisa se insere na necessidade de identificar e classificar a demanda de retorno dos usuários para propor soluções e estratégias para as equipes. Objetivo: Analisar os motivos da solicitação de retorno de adultos e idosos usuários de AASI, correlacionando as demandas dos usuários e suas características auditivas junto à equipe de profissionais envolvidos neste atendimento. Método: Trata-se de um estudo transversal, prospectivo. Foram incluídos na pesquisa sujeitos usuários de AASI acima de 18 anos que telefonaram ou compareceram presencialmente ao serviço de saúde auditiva - Centro Especializado em Reabilitação - CER II, conveniado ao Sistema Único de Saúde – SUS), para solicitar retorno durante o mês de agosto de 2020, durante a pandemia de SARS-CoV-2. Foram analisadas queixas do usuário e procedimentos necessários para resolver a demanda. Resultados: A amostra foi composta por 177 sujeitos, sendo 59% mulheres. A idade média foi de 63 anos. A maioria apresentou perda auditiva do tipo neurossensorial e 49% de grau moderado. As queixas mais relatadas no atendimento presencial foram: AASI quebrado - 38% e ajuste de AASI - 26,5%. Do total, 62,1% necessitaram de atendimento da equipe completa e 37,9% de uma equipe simples. Os sujeitos que necessitaram de uma equipe completa com médico e fonoaudiólogo tiveram maior intervalo de tempo desde a realização da última audiometria (média de 21,5 meses) e maior idade do AASI (média de 33,1 meses) do que os pacientes que necessitaram da equipe simples (p<0,001). Em relação às condutas do profissional, as três com maior demanda foram: acompanhamento audiológico (28%); reposição de AASI (30,5%) e ajustes (29%). Conclusão: Este trabalho buscou caracterizar os usuários de AASI que solicitaram retorno no serviço, identificando suas queixas e as informações úteis para o agendamento preciso, a otimização do número de vagas e planejamento da agenda com os profissionais necessários para cada atendimento. O período da pesquisa foi durante a pandemia do SARS-CoV-2 e essa situação desafiadora gerou a necessidade de propor soluções inovadoras para o atendimento dos pacientes. As informações da data da última audiometria e da idade do AASI se mostraram as mais úteis para determinar o tipo de agendamento e procedimentos necessários para a resolução da demanda.




ARAUJO TM. (2010). Acompanhamento de usuários de aparelhos de amplificação sonora individual em um serviço de saúde auditiva: motivos do retorno e condutas associadas. [dissertação]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Brasil (2004). PORTARIA NO 2.073, DE 28 DE SETEMBRO DE 2004. Ministério da Saúde.

KORKMAZ MH; BAYIR Ö; ER S; ISIK E; SAYLAM G; TATAR EÇ; ÖZDEK A. (2016). Satisfaction and compliance of adult patients using hearing aid and evaluation of factors affecting them. Eur Arch Otorhinolaryngol, 273(11): 3723-32. https://doi.org/10.1007/s00405-016-4046-x

LINS ELS; GASPAR SOBRINHO FP. (2020). Reabilitação auditiva por aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) em centro especializado do SUS de Salvador-Bahia. Rev. Ciênc. Méd. Biol., Salvador, v. 19, n. 1, p. 25-32, jan/abr.

SAULT TCLS; GUDMON MC; FERLIN FILHO GB; KAWASAKI TH; PADILHA RB; TRALIA TA; NOVAES BCAC; MENDES BCA (2020). Queixas e condutas de pacientes usuários de Aparelho de Amplificação sonora. In: Encontro Internacional de Audiologia. On-line, 23-25 nov.
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Página(s): p.341
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REABILITAÇÃO AUDITIVA REGULAR E SUA CORRELAÇÃO COM QUALIDADE VOCAL EM CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
de Sá, K.S.F.C. ; Coelho, A.C. ; Caldas, F.F. ; Cardoso, C. ; Jr Bahmad, F. ; Silva, IMC ;

Introdução: O sistema auditivo é fundamental para a regulação da voz, por isso a deficiência auditiva pode estar associada a alterações vocais que devem ser conhecidas, avaliadas e tratadas. Objetivo: Avaliar a qualidade vocal de crianças com deficiência auditiva usuárias de implante coclear inseridas em programa de reabilitação auditiva semanal. Metodologia: Foi realizado estudo observacional transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de ensino vinculada ao Curso de Fonoaudiologia, sob parecer nº 3.412.660, a partir da coleta de três amostras vocais (vogal /a/ sustentada; fala encadeada; conversa espontânea) de 24 crianças com idade entre 03 e 10 anos. Foi realizada, posteriormente, a avaliação perceptivo-auditiva a partir do Protocolo de Avaliação de Voz do Deficiente Auditivo. Os dados foram analisados estatisticamente a partir do Índice de Correlação Intraclasses entre os avaliadores e testes de correlação estatística entre os parâmetros vocais e as variáveis previamente estabelecidas. Resultados: A partir da análise perceptivo-auditiva dos 24 participantes, com idade média de 7,62 anos sendo 66,6% meninas e 33,4% meninos, foi encontrado desvio discreto nos parâmetros vocais de instabilidade, articulação e impressão geral da voz. Os demais aspectos analisados estavam dentro da variabilidade normal do protocolo. Em relação à reabilitação auditiva regular, 75% das crianças frequentavam a reabilitação auditiva duas vezes por semana, 20,83% uma vez por semana e 4,16% três vezes na semana. Ao avaliar a correlação de Pearson entre os parâmetros vocais e a terapia fonoaudiológica, a ressonância faríngea obteve uma correlação moderada (0,428) e significante (P=0,037) na amostra de vogal sustentada. Já na contagem de 1 a 10, o aspecto vocal da rugosidade obteve correlação forte (-0,652) e significante (P=0,001) e, na conversa espontânea, o aspecto laríngeo obteve correlação moderada (-0,406) e significante (P=0,049) com a terapia fonoaudiológica. Conclusões: Foram encontrados desvios vocais discretos em três parâmetros avaliados (instabilidade, articulação e impressão geral da voz), colerracionados ao aspecto da rotina terapêutica.

1. Coelho AC, Bevilacqua MC, Oliveira G, Behlau M.
Relationship between voice and speech perception. Pro Fono R. Atual. Cientif. 2009;21(1):7-12.
2. Coelho AC, Brasolotto AG, Bahmad F. Development and validation of the protocol for the evaluation of voice in patients with hearing impairment (PEV-SHI). Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2020; 86(6):748-2.
3. Fabron EG, Garcia YS, Delgado-Pinheiro EC. The voice of the hearing impaired: a literature review. Distúrb Comum. 2017;29(1):55-67.
4. Coelho AC, Brasolotto AG, Fernandes AN, Medved DM, Silva EM, Bahmad FJ. Auditory-Perceptual Evaluation of Voice Quality of Cochlear-implanted and Normal-hearing Individuals: A Reliability Study. Journal of Voice. 2017;31(6):1-774.
5. Brazil. Ministry of Health. General Guidelines for Specialized Care for People with Hearing Impairment in the Unified Health System (SUS). Brasília. 2014; 1-20.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.326
ISSN 1983-1793X
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REABILITAÇÃO AUDITIVA: O QUE SE TEM FEITO NA PRÁTICA COM ADULTOS E IDOSOS?
PEDROSA, B. H. ; Pereira, S. R. S. ; Andrade, C. V. D. ; Campos, P. D. ;

A Reabilitação Auditiva (RA) é primordial no reajuste da audição e na capacidade de readaptação da comunicação do paciente. Com a senescência, a falta de estimulação auditiva está associada à dificuldade de compreensão, aumento do esforço auditivo e declínio cognitivo. Para manter as conexões cerebrais no córtex temporal ativas, a reabilitação deve ir além da adaptação de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Manter o funcionamento das redes neurais em conexão com outras áreas como memória e cognição que corroboram a melhoria dos aspectos sociais e psicológicos. Nesse contexto, este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão de mapeamento, de modo a mapear e categorizar os estudos que abordam a RA nos últimos 5 anos, para assim identificar lacunas de conhecimento sobre o tema na atuação clínica. A coleta ocorreu mediante a busca por artigos científicos indexados na PUBMED e na Biblioteca Virtual em Saúde publicados nos últimos 5 anos, escritos em inglês, português e espanhol, com amostra composta por adultos e idosos, utilizando a estratégia de cruzamento dos seguintes descritores: "Correção de Deficiência Auditiva" AND ("Adultos" OR "Idosos") AND "auxiliares de audição". Os dados foram analisados mediante categorização dos títulos e resumos por uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) e Terapias, excluindo aqueles que não tinham relação com a temática, que não cumpriam os critérios de inclusão e que estavam repetidos entre as bases de dados. Foram identificados 150 estudos, sendo excluídos 49 (32,67%) por não cumprirem os critérios estabelecidos, com 70 (69,31%) na categoria AASI e 31 (30,69%) como Terapia - para leitura final dos textos completos e mapeamento. Dentre os resultados encontrados, aqueles associados ao AASI, 19 (27,14%) discorreram sobre o desempenho, 17 (24,29%) sobre regulagem, 15 (21,43%) sobre o gerenciamento do aparelho, 8 (11,43%) avaliação de algoritmos, 9 (12,86%) eficácia do aparelho e 2 (2,86%) sobre as dificuldades de uso. Em relação aos artigos sobre Terapia, subdividem-se duas categorias: Citação à Reabilitação (n=15, 10% do total), sendo 3 revisões de literatura abordando o Modelo Transteórico e 12 artigos originais que aconselham a terapia na RA; e Temática de Reabilitação(n=16,10,66% do total). Dentro desta última categoria, relacionam-se: 2 (12,50%) sobre eficiência, 9 (56,25%) eficácia, 1 (6,25%) com a experiência do paciente e 4 (25%) com programas de reabilitação. ), Os estudos encontrados refletem a prática clínica na área de RA, com enfoque maior na seleção, adaptação e ajustes do AASI para garantir melhora da audibilidade, nas orientações e no aconselhamento para garantir o uso efetivo do dispositivo. Delineados pressupostos, ressalta-se a importância da análise do comportamento do fonoaudiólogo frente às principais demandas e dificuldades apresentadas pelos usuários de AASI para que possam, efetivamente, desenvolver a capacidade de readaptação em sua comunicação.

ALMEIDA, K. Estratégias e reabilitação audiológicas em idosos. In: Marquesan, I. Q. et al. Tratado das especialidades em fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 2014. Cap. 134, p. 1021-8.

BOECHAT, E. M et al. (Org.). Tratado de Audiologia. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

SARDONE, R. et al. The age-related central auditory processing disorder/ Silent impairment of the cognitive ear. Frontiers in Neuroscience, v. 13, article 619, June 2019.

OUDA, L.; PROFANT, O.; SYKA, J. Age-related changes in the central auditory system. Cell Tissue Res, v. 361, p. 337-58, 2015.

GAGNÉ, J.; BESSER, J.; LEMKE, U. Behavioral Assessment of Listening Effort Using a Dual-Task Paradigm: A Review. Trends in Hearing, v. 21, p. 1-25, 2017.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.303
ISSN 1983-1793X
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REABILITAÇÃO VESTIBULAR COM REALIDADE VIRTUAL EM ADULTOS COM TONTURA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Fernandes, S. F. S. ; Santos, M. M. V. ; Cabral, A. N. L. ; Griz, S. M. S. ; Britto, D. B. L. A. ;

Introdução: A reabilitação vestibular visa a recuperação do bem-estar e melhora da qualidade de vida em indivíduos com tontura e alterações do equilíbrio corporal. É um tratamento que, através de exercícios utilizando mecanismos naturais como: compensação, habituação e adaptação, age no sistema vestibular e potencializa a neuroplasticidade do sistema nervoso central, promovendo a recuperação do equilíbrio corporal. Constata-se que movimentos contínuos da imagem na retina através de dispositivos de realidade virtual, aptos a controlar os estímulos visuais, permitem induzir à adaptação das respostas vestibulares, ajustando os reflexos vestíbulo-oculares (RVO) e vestíbulo-espinal (RVE), importantes para a estabilidade postural. Objetivo: Descrever os efeitos da reabilitação vestibular com realidade virtual em adultos com tontura. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio de 2021, norteada pela seguinte pergunta condutora: Quais as principais técnicas/métodos de realidade virtual utilizadas para reabilitação vestibular em adultos com tontura? Foram utilizadas as seguintes bases de dados como fonte de artigos: SciencDirect, SciELO, PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Para a busca foi utilizada a seguinte chave de busca: “virtual reality” OR “virtual reality-based” AND “vestibular rehabilitation” OR “vestibular rehabilitation therapy”. Foram incluídos estudos realizados com adultos entre 20 e 40 anos, com tontura, que realizaram técnicas de realizada virtual durante as sessões de reabilitação vestibular, sem restrição de ano e idioma. Foram excluídos estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e teses de doutorado. Durante a busca, foram consideradas somente pesquisas nas quais o título, resumo ou artigo completo tivesse relação com a proposta deste estudo. Resultados: Inicialmente foram encontrados 730 artigos. Após leitura de título e resumo, foram excluídos 708 resultados, sobrando 22 para leitura na íntegra. Após leitura na íntegra, 19 artigos foram excluídos por duplicata ou por não se enquadrarem dentro dos critérios de elegibilidade, ficando três incluídos nesta revisão. Todos os estudos foram publicados entre os anos de 2001 e 2018 e são dos continentes Europeu e América do Sul. Foi evidenciado nos estudos a utilização de sistema de jogos virtuais abrangendo programas de caminhada gradual, treinamento em ambiente virtual e programas de equilíbrio. As pesquisas evidenciaram que a realidade virtual pode promover mais prazer em realizar os exercícios da reabilitação vestibular, além de reduzir o cansaço e ser capaz de promover mudanças adaptativas ao cérebro desses pacientes. Conclusão: A reabilitação vestibular com estímulos de realidade virtual é eficaz na melhora da qualidade de vida e pode intensificar os resultados de pacientes com tontura em longo prazo. Entretanto, publicações referentes a esta modalidade de terapia são escassas e ainda carecem de evidências científicas robustas.


AKIZUKI, Hironori et al. Efeitos da imersão em realidade virtual no controle postural. Cartas de neurociência , v. 379, n. 1, pág. 23-26, abr 2005. DOI: 10.1016/j.neulet.2004.12.041. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.neulet.2004.12.041. Acesso em: 5 Junho 2021.

KRAMER, Phillip D. et al. A versatile stereoscopic visual display system for vestibular and oculomotor research. Journal of Vestibular Research, v. 8, n. 5, p. 363-379, 1998 .DOI:10.3233/ves-1998-8503. Disponível em: https://doi.org/10.3233/ves-1998-8503. Acesso em: 9 Junho 2021.

SUAREZ, H. et al. Changes in postural control parameters after vestibular rehabilitation in patients with central vestibular disorders. Acta oto-laryngologica, v. 123, n. 2, p. 143-147, jan2003. DOI:10.1080/0036554021000028109. Disponível em: https://doi.org/10.1080/0036554021000028109. Acesso em: 10 Junho 2021.

VIIRRE, Erik; SITARZ, Robert. Vestibular rehabilitation using visual displays: preliminary study. The Laryngoscope, v. 112, n. 3, p. 500-503, mar 2002. DOI: 10.1097/00005537-200203000-0001. Disponível em: https://doi.org/10.1097/00005537-200203000-00017. Acesso em: 9 Junho 2021.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.279
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REABILITAÇÃO VESTIBULAR E HIPOCAMPO: NOVA PERSPECTIVA NA TERAPIA DO PACIENTE COM DOENÇA DE ALZHEIMER
Rapozo, A. L. ; Fernandes, F. S. ;

No Brasil e no mundo o número de população idosa vem ampliando gradativamente com o passar dos anos. Essa população é a mais atingida por doenças demenciais como é o caso da doença de Alzheimer caracterizada por múltiplos déficits cognitivos decorrentes de um processo neurodegenerativo, progressivo e irreversível. Tal doença acomete inicialmente regiões temporais do cérebro, causando sua atrofia. Uma das primeiras regiões a ser acometida pelo Alzheimer é o hipocampo, que é responsável principalmente pela memória de longo prazo e memória espacial. Em razão disso, pesquisadores vêm levantando questionamentos sobre como preservar a estrutura hipocampal, conservando a memória e ao mesmo tempo diminuindo a incidência de quedas fruto da dificuldade na integração de informações sensoriais da própria doença. Uma proposta terapêutica que visa a melhora do equilíbrio corporal é a reabilitação vestibular que tem como principal objetivo a estimulação da neuroplasticidade. Estudos apontam que esta terapia também apresenta efeitos benéficos na cognição, incluindo memória, aprendizado e habilidades visuoespaciais. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é destacar a importância do estímulo vestibular na doença de Alzheimer com intuito de desacelerar o processo de degeneração do hipocampo com estratégias de reabilitação vestibular. Para esta pesquisa, foi realizada uma revisão de literatura, com consultas a diversos artigos, sites, revistas acadêmicas e livros, através de plataformas digitais. Frente às informações obtidas, torna-se evidente que o sistema vestibular é essencialmente responsável por garantir o equilíbrio corporal e que sua função que está ligada diretamente ao hipocampo. Estudos mostram que a estimulação vestibular pode ativar áreas hipocampais, gerando ganhos estruturais e funcionais nesta estrutura, causando melhorias para a cognição, como a memória e para o equilíbrio, colaborando com a reabilitação do paciente com Alzheimer. Assim, concluímos que, o Alzheimer é uma doença progressiva ainda sem solução definitiva, e que qualquer intervenção que tenha bom resultado na estabilização da doença, mesmo que transitório, já é um ganho para a manutenção da qualidade de vida. Entendemos que a terapia de reabilitação vestibular tende a ser uma proposta promissora de reabilitação não farmacológica para esta população com a doença de Alzheimer.

BRANDT, Thomas et al. Vestibular loss causes hippocampal atrophy and impaired spatial memory in humans. Brain, v. 128, n. 11, p. 2732-2741, 2005

DORDEVIC, M. et al. Improvements in Orientation and Balancing Abilities in Response to One Month of Intensive Slackline-Training. A Randomized Controlled Feasibility Study. Frontiers in Human Neuroscience. [S.l: s.n.].

FERNANDES, Fernanda Santos. Equilíbrio Corporal e Cognição: um estudo a cerca de correlações baseadas em evidências. 2021, Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

KATO, Eliane Mayumi. Correlação entre equilíbrio e capacidade funcional na doença de Alzheimer. 2006. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

ZHENG, Yiwen et al. Os efeitos da perda vestibular bilateral no volume hipocampal, número neuronal e proliferação celular em ratos. Fronteiras em neurologia, v. 3, p. 20, 2012.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.220
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/220


REABILITAÇÃO VESTIBULAR EM ADULTOS COM VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA (VPPB): UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Lima, L.R.S. ; Silva, A.N.S. ; Cabral, A.M.L. ; Carneiro, D.L.S. ; Fernandes, S.F.S. ; Melo, T.C.F. ; Melo, V.K.R. ; Santos, T.O.N. ; Britto, D.B.L.A. ; Griz, S.M.S. ;

Introdução: A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) é uma doença do sistema vestibular, especificamente do labirinto, onde ocorre episódio de vertigem, com duração de alguns segundos, quando o indivíduo assume determinadas posições de cabeça. Na maioria dos casos é de origem idiopática, mas podem estar associadas a traumas cranianos, disfunções metabólicas e outros. Esse transtorno vestibular é a disfunção vestibular periférica mais comum na população. Pode ocorrer em todas as idades, mas é incomum em crianças e mais prevalente em idosos, aumentando o risco de quedas e diminuição das atividades diárias. Através da história clínica e testes específicos é que se realiza o diagnóstico da VPPB e o tratamento é feito através de manobras de reposicionamento e liberatórias. Objetivo: Descrever as manobras de reposicionamento e liberatórias descritas na literatura mais utilizadas em pacientes adultos com VPPB. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada no mês de maio de 2021, norteada pela seguinte pergunta condutora: Quais as manobras de reposicionamento e liberatórias mais utilizadas em pacientes com VPPB? Foram utilizadas as seguintes bases de dados como fonte de artigos: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SciELO, ScienceDirect e PubMed. Para a busca utilizamos uma única chave em todas as bases: “Benign Paroxysmal Positional Vertigo OR VPPB” AND “vestibular rehabilitation OR Vestibular rehabilitation therapy”. Foram incluídos artigos com descrição de pacientes humanos adultos com VPPB, com faixa etária de 20 até 59 anos submetidos a manobras de reposicionamento e liberatórias, sem restrição de ano e idioma. Foram excluídos estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e teses de doutorado. Resultados: Inicialmente foram encontradas 1.158 publicações. Após leitura de título e resumo, restaram 29 para serem lidos na íntegra e cinco estudos foram incluídos nesta revisão. Todos os estudos foram de estudos de caso, publicados entre os anos de 2004 e 2019. Dentre os estudos, três destacaram maior prevalência da VPPB em mulheres com idade média de 56 anos, e preferencialmente envolvendo o canal semicircular posterior do labirinto como sendo o mais acometido pela VPPB. As medidas terapêuticas utilizadas em comum entre os artigos foram, exercícios vestibulares, manobra de Semont e manobra de reposicionamento de Eply, sendo esta última a mais utilizada por apresentar melhoras em curto prazo. Conclusão: Na reabilitação vestibular, a escolha da prática clínica mais adequada para o tratamento irá depender do canal envolvido e o tipo de VPPB. Porém a manobra de Eply tem sido cada vez mais recomenda por permitir um tratamento eficaz, não invasivo e duradouro. Diante disso, a introdução dos exercícios vestibulares pode fornecer um aumento na eficácia geral diminuindo os sintomas e recorrência de desequilíbrio.


RESENDE, C.R. et al. Reabilitação vestibular em pacientes idosos portadores de vertigem posicional paroxística benigna. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. v. 69(4), p. 535-540, ago. 2003.
AGUIAR, A.I. et al. Aspectos clínicos e terapêuticos da Vertigem Postural Paroxística Benigna (VPPB): um estudo de revisão. Ciência em Movimento. (23), p. 79-87, jun. 2010.
PEREIRA, A.B.; SANTOS, J.N.; VOLPE, F.M. Efeito da manobra de Epley na qualidade de vida dos pacientes com vertigem posicional paroxística benigna. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. Minas Gerais, v. 76(6), dez. 2010.
SILVA, A.L.S. et al. Benign Paroxysmal Positional Vertigo: comparison of two recent international guidelines. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 77(2), p. 191–200, mar./abr. 2011.
JILLA, A.M.; ROBERTS, R.A.; JOHNSON, C.E.Teaching Patient-Centered Counseling Skills for Assessment, Diagnosis, and Management of Benign Paroxysmal Positional Vertigo. Semin Hear, v. 39(1), p. 52-66, feb. 2018.
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Página(s): p.323
ISSN 1983-1793X
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REABILITAÇÃO VESTIBULAR EM IDOSOS E OS BENEFÍCIOS NO EQUILÍBRIO E NA DIMINUIÇÃO DE QUEDAS
Ribeiro, J.A. ; Fernandes,F.S. ;


Introdução: O envelhecimento é um processo irreversível, que por sua vez compromete todos os componentes do controle postural (visual, somatossensorial e vestibular), efetor (força, amplitude de movimento, alinhamento biomecânico, flexibilidade) e sistema nervoso central. A degeneração e perda progressiva de células nervosas no sistema vestibular periférico e central, é responsável pela ocorrência de vertigem (sensação de rotação corporal ou do ambiente), tontura (desequilíbrio sem sensação rotatória) e desequilíbrio na população da terceira idade. Alguns autores consideram a tontura como uma síndrome geriátrica definida como uma condição de saúde multifatorial devido ao efeito cumulativo de disfunções em múltiplos sistemas. Para os idosos uma das causas mais comuns de atendimento emergencial é a queda, que pode ter consequências graves. Fraturas, edemas, por vezes causam transtornos físicos e emocionais, demoram a curar ou mesmo podem levar à morte. As quedas muitas vezes afetam de maneira negativa o senso de confiança em andar sozinho, fazer tarefas cotidianas, reduzindo assim a sua participação como agente ativo socialmente. A reabilitação Vestibular (RV) é uma ferramenta com altos índices de resultados positivos, comprovados na literatura, para amenizar os efeitos do desequilíbrio. Trata-se de uma opção terapêutica que não atua na causa do distúrbio vestibular e sim usando os mecanismos centrais de neuroplasticidade, a saber, a adaptação, a habituação e a substituição. Objetivo: Avaliar por meio de revisão bibliográfica a efetividade da reabilitação vestibular em idosos e os ganhos descritos fazendo um comparativo com a diminuição de quedas e com a melhora na qualidade de vida. Metodologia: Para a construção deste artigo foi feita uma pesquisa de abordagem qualitativa, através de levantamento bibliográfico. Resultados: A RV em casos de vestibulopatias pode promover a cura completa em 30% dos casos e diferentes graus de melhora em 85% dos indivíduos. Pesquisas mostram melhoras ainda mais significativas usando técnicas (protocolos) diferentes e exercícios personalizados. De modo similar, idosos sem vestibulopatias são beneficiados com os exercícios de RV. Assim são capazes de melhorar o equilíbrio e, consequentemente, diminuir a possibilidade de queda. Conclusão: As quedas hoje configuram uma das causas mais comum de atendimento emergencial em idosos. Os custos hospitalares e pessoais gerados com as complicações das quedas podem ser altos. A RV beneficia os pacientes que apresentam dificuldade de equilíbrio corporal, possibilitando a diminuição do índice de quedas na terceira idade, ajudando na melhora na orientação espacial, além de propiciar impactos positivos no bem-estar geral do indivíduo. Recomendamos que idosos, ao referirem dificuldades na estabilização postural, com ou sem relato de quedas, sejam elegíveis para a realização da RV, visto que a RV evidencia um caráter preventivo e terapêutico em relação as alterações do equilíbrio em idosos.


1. (CAOVILLA et al., 2001)(MANTELLO et al., 2008)(KING; HORAK, 2014)(BATISTA et al., 2013) (RICCI et al., 2010)

2. CAOVILLA, H. H. et al. Estratégias terapêuticas em otoneurologia. [S.l.]: Atheneu, 2001.
3. KING, L.; HORAK, F. The Role of the Vestibular System in Postural Control. In: HERDMAN, S. J.; CLENDANIEL, R. (Org.). . Vestib. Rehabil. Contemporary perspectives in rehabilitation. [S.l.]: F. A. Davis Company, 2014. .
4. MANTELLO, E. B. et al. Efeito da reabilitação vestibular sobre a qualidade de vida de idosos labirintopatas. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 74, n. 2, p. 172–180, abr. 2008.
5. RICCI, N. A. et al. Revisão sistemática sobre os efeitos da reabilitação vestibular em adultos de meia-idade e idosos . Brazilian Journal of Physical Therapy . [S.l.]: scielo . , 2010

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.231
ISSN 1983-1793X
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REABILITAÇÃO VESTIBULAR EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Tomiasi, A. A. ; Santos, M.C.C. dos ; Santiago, P. ; Heber, V. ; Meneses, A. A. ; Krüger, I.D. ;

Introdução: Alterações no equilíbrio, tontura e/ou vertigem e piora da qualidade de vida (QV) estão entre as queixas mais comuns dos idosos. A Reabilitação Vestibular (RV) é constituída por exercícios baseados em protocolos ou com manobras terapêuticas sendo, assim, um dos métodos mais efetivos na recuperação de idosos acometidos com disfunção vestibular, principalmente se o diagnóstico é precoce e preciso bem como a intervenção interdisciplinar e a adesão ao tratamento. Objetivo: Investigar pela literatura a eficácia da RV em idosos com disfunção vestibular. Metodologia: Foram analisados artigos publicados em revistas indexadas nas bases de dados, LILACS e SCIELO, entre 2010 a 2020, no idioma português. A busca foi realizada por meio do descritor: Reabilitação Vestibular AND Idosos. Foram encontrados no total 39 artigos. Após os critérios de inclusão, foram analisadas 9 publicações na íntegra. Resultados: Dos 9 artigos analisados, 3 abordavam a RV por meio de manobras para confirmação das VPPB, bem como de reposicionamento otolítica, enquanto 6 apontaram a utilização de protocolos de exercícios que buscavam reduzir os sintomas de desequilíbrio corporal. Ao verificar os achados dos estudos, percebe-se de forma unânime que, independentemente da abordagem terapêutica utilizada na RV, os idosos apresentaram melhora dos sintomas de desequilíbrio corporal. Conclusão: A RV é eficaz no idoso com tontura e gera um impacto positivo na sua QV.

GAZZOLA J.M.; DONÁ F. Instabilidade postural e reabilitação vestibular. In: Mendes TAB, organizador. Manuais de reabilitação do Hospital Albert Einstein. Vol. 1. São Paulo: Manole; 2014. p. 787-809.

GAZZOLA, J. M. A tontura no idoso. Rev. bras. geriatr. gerontol., Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 5-6, fev. 2018. Disponível em Acesso em: 13 ago. 2020.

MIRALLAS, N. D. R. et al. Avaliação e reabilitação vestibular no indivíduo idoso. Rev. bras. geriatr. gerontol., Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p. 687-698, 2011. Disponível em: Acesso em 10 out. 2020. https://doi.org/10.1590/S1809-98232011000400008.

PAZ-OLIVEIRA, A et al. Efeitos da reabilitação vestibular no idoso com queixa de tontura. Revista Kairós Gerontologia, 17(2), pp.257-277. ISSN 1516-2567. ISSNe 2176-901X. São Paulo: 2014. Disponível em:< https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/21739. >Acesso em: 11 ago. 2020.

REGO ANDRÉ, A. P. do.; MORIGUTI, J. C.; MORENO, N. S. Condutas pós-manobra de Epley em idosos com VPPB de canal posterior. Braz. j. otorrinolaringol. (Impr.) , São Paulo, v. 76, n. 3, pág. 300-305, junho de 2010. Disponível em Acesso em 14 out de 2020. https://doi.org/10.1590/S1808-86942010000300005 .
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.271
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/271


REABILITAÇÃO VESTIBULAR EM PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON (DP): UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Fernandes, S. F. S. ; Santos, M. M. V. ; Lins, I. P. S. ; Santos, T. O. N. ; Silva, A. N. S. ; Cabral, A. M. L. ; Silva, J. Q. ; Lima, L. R. S. ; Britto, D. B. L. A. ;


INTRODUÇÃO: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença crônica degenerativa, devido à uma disfunção dopaminérgica, no qual o paciente apresenta alterações no controle motor que corresponde a rigidez, acinesia, alteração dos reflexos posturais, instabilidade e distúrbios do equilíbrio e marcha e não motoras como ansiedade e depressão. Além disso, a manutenção do equilíbrio pode estar alterada devido a capacidade do sistema nervoso central em processar os sinais vestibulares, visuais e proprioceptivo estar comprometida, sendo a Reabilitação Vestibular (RV) uma das formas de tratamento. OBJETIVO: Descrever os principais resultados descritos na literatura sobre a reabilitação vestibular em pacientes com doença de Parkinson. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio de 2021, onde foram utilizadas as seguintes bases de dados como fonte de artigos: SciELO, PubMed, ScienceDirect e da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Os descritores utilizados foram retirados da plataforma do Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), formando a seguinte chave de busca: “Parkinson Disease” AND “vestibular rehabilitation OR Vestibular rehabilitation therapy”. A revisão teve como critérios de inclusão artigos que fizessem a descrição de pacientes humanos adultos com DP, submetidos a reabilitação vestibular realizada por Fonoaudiólogo. Foram excluídos do estudo: revisões de literatura, capítulos de livros, Trabalhos de Conclusão de Curso, dissertação e teses, estudos realizados em animais, artigos duplicados ou que estavam fora do objetivo proposto e que tinha a reabilitação vestibular feita por outro profissional. RESULTADOS: Inicialmente foram encontrados 537 artigos. Após leitura de título e resumo, restaram 49 para serem lidos na íntegra, ficando 9 estudos incluídos nesta revisão. Todos os estudos foram publicados entre os anos de 1998 e 2021. A idade mínima encontrada dos participantes foi de 18 anos e a máxima 82 anos de idade. Os estudos apontaram que as queixas mais frequentes em pacientes com DP correspondem a: tremor, tontura e instabilidade postural, e que durante e após a reabilitação vestibular houve resultados significativos no que diz respeito à melhora dos sintomas, principalmente na área física, visto que pacientes com DP apresentam sintomas motores evidentes. Como tratamento na RV os protocolos mais aplicados foram: Protocolo de Cawthorne e Cooksey e o protocolo de Herdman e também foi realizado jogos de equilíbrio. A RV também se mostrou eficaz melhorando qualidade de vida nos aspectos emocionais, físicos e funcional, principalmente no equilíbrio estático e dinâmico, bem como redução de quedas, proporcionando o desempenho das atividades diárias que exigem coordenação, equilíbrio e mobilidade. Os estudos ainda apontam que a RV quando realizada em grupo traz ainda mais benefícios para o indivíduo, visto que promove uma melhora do aspecto social e psicológico dos pacientes com DP. CONCLUSÃO: O presente estudo evidenciou que a reabilitação vestibular é um recurso terapêutico eficiente proporcionando resultados importantes no equilíbrio e consequentemente melhorando a qualidade de vida dos pacientes com Doença de Parkinson.

BASSETTO, J. M. et al. Reabilitação vestibular em idosos com Parkinson. Revista CEFAC, São Paulo, v. 9, n. 2 , p. 269-281, abr-jun 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-18462007000200017 Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1516-18462007000200017. Acesso em: 9 Junho 2021.

SEVERIANO, M. I. R. et al. Effect of virtual reality in Parkinson’s disease: a prospective observational study. Arq. Neuro-Psiquiatr. v. 76, n. 2, p. 78-84, Feb 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/0004-282X20170195. Disponível em: https://www.scielo.br/j/anp/a/wSGpNrSkDfGP3W6HrYpWqfG/?lang=en#. Acesso em: 9 Junho 2021.

ZEIGELBOIM, B. S. et al. Vestibular Rehabilitation: clinical benefits to patients with Parkinson's disease. Arq Neuropsiquiatr, v. 67, n. 2, p. 219-223, Feb 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0004-282X2009000200009 Disponível em: https://www.scielo.br/j/anp/a/FTbVDcWy5crwKssxTQZmrKQ/?lang=en#. Acesso em: 9 Junho 2021.

ZEIGELBOIM, B. S. et al. The Use of Exergames in the Neurorehabilitation of People with Parkinson Disease: The Impact on Daily Life. Int Arch Otorhinolaryngol. v. 25, n. 1, p. 4–70, Jan-Mar 2021. DOI: https://doi.org/10.1055/s-0040-1702973. Disponível em: https://www.scielo.br/j/iao/a/d3ykDP8btBfFQmfbLYzdjjC/?lang=en. Acesso em: 9 Junho 2021.
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Página(s): p.278
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REABILITAÇÃO VESTIBULAR: BENEFÍCIOS EM PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA RECORRENTE-REMITENTE
Burle, N. L. O. ; Assis, D. A. R. ; Diniz, M.L, ; Mancini, P. C. ;

Introdução: A esclerose múltipla (EM) é uma doença desmielinizante e inflamatória que acomete o sistema nervoso central (SNC). Estudos descrevem que a desmielinização ocorre frequentemente no tronco encefálico e no cerebelo de pacientes com EM, suportando assim a possibilidade que disfunções vestibulares sejam frequentes no curso clínico da doença. A reabilitação vestibular (RV) tem sido indicada como forma de tratamento para as disfunções vestibulares.

Objetivo: Verificar o efeito da reabilitação vestibular como método para habituação da tontura em indivíduos com esclerose múltipla recorrente-remitente.

Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo aprovado pelo Comitê de Ética sob parecer nº 0551-11. Foram analisados os prontuários de vinte e quatro pacientes com esclerose múltipla recorrente-remitente (EMRR) e queixa de tontura. A versão brasileira do Dizziness Handicap Inventory (DHI) foi utilizada a fim de comparar os efeitos da reabilitação vestibular. Os dados foram analisados estatisticamente considerando nível de significância de 5% nas análises.

Resultados: Todos os pacientes apresentaram melhora do impacto da tontura na qualidade de vida na comparação entre as pontuações obtidas no DHI Brasileiro antes e após a realização da reabilitação vestibular, em todas as escalas do DHI.

Conclusão: A reabilitação vestibular é uma opção de tratamento que promove a melhora do impacto da tontura na qualidade de vida de pacientes com EMRR.

1. Carvalho ALRM, Santos F. Efeito do exercício na fadiga motora em pessoas com esclerose múltipla: revisão sistemática. [monografia conclusão de curso]. Universidade Fernando Pessoa, 2014.
2. Zeigelboim BS, Klagenberg KB, Liberalesso PBN. Reabilitação vestibular: utilidade clínica em pacientes com Esclerose Múltipla. Rev Soc Bras Fonoaudiol, 2010; 15(1): 125-8.
3. Soares SM, Gonçalves MAS, Teixeira CG, Romualdo PC, Santos JN. Influência da reabilitação vestibular na qualidade de vida de indivíduos labirintopatas. Rev Cefac, 2014; 16(3): 732-38.
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Página(s): p.360
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RECURSO DE APOIO PARA AUDIOMETRIA TONAL LÚDICA CONDICIONADA
Garcia, C. F. D. ; Lima, J. V. da S. ; Castro, E. C. ;

INTRODUÇÃO: A perda auditiva pode ser congênita ou adquirida, e ocorrer em qualquer idade. Pode trazer prejuízos psicossociais, comportamentais e de aprendizagem, principalmente quando se instala durante a primeira infância. Portanto, é de fundamental importância que a avaliação audiológica seja feita, regularmente, em todas as fases da vida. A audiometria tonal condicionada lúdica é um teste comportamental, no qual se utiliza métodos e materiais lúdicos, para obtenção dos limiares tonais, de crianças a partir dos trinta meses de idade cronológica. OBJETIVO: construir um material de apoio para facilitar a condução da avaliação audiológica de crianças. MÉTODO: Trata-se de estudo descritivo exploratório. Para a construção do material, com propósito de uso no exame de Audiometria Tonal Lúdica Condicionada, com crianças a partir de trinta meses de idade, foram utilizadas peças de brinquedos incompletos, associadas a recursos do programa Microsoft PowerPoint e a plataforma de design gráfico Canva. As pranchas produzidas foram impressas com tinta colorida, plastificadas e encadernadas, para que ficassem agrupadas. Cada prancha contém peças que complementam o contexto e dão sentido à atividade proposta, que é realizar um ato motor ao ouvir o estímulo sonoro. RESULTADOS: Foi produzido um material composto por sete pranchas e oitenta peças, com diversas possibilidades lúdicas, além de um manual com instruções de uso. Ao utilizar-se as pranchas de número 1 e 2 intituladas “Comida aos passarinhos” e “Comida aos sapinhos”, respectivamente, é solicitado ao avaliado que alimente o animal ao ouvir o seu cantar e o apito; na prancha de número 3, intitulada “Guarda-chuva para crianças”, é solicitado que o participante dê o guarda-chuva à criança no desenho, quando ouvir o estímulo; na prancha de número 4, intitulada “Colorir a imagem”, é solicitado que ocorra sobreposição de uma peça colorida à sua parte correspondente, ao ouvir o apito; na prancha de número 5, intitulada “Associação de imagens”, é solicitado que a criança selecione a peça correta e coloque em seu espaço correspondente, ao ouvir o apito; na prancha de número 6, intitulada “Contorno das formas”, é solicitado que se coloque a peça em seu contorno correspondente, ao ouvir o apito; na prancha de número 7, intitulada “Duas fases”, é solicitado que se complete a metade da forma e coloque-a em cima da forma correspondente, ao ouvir o apito. Cada prancha é composta de um diferente contexto lúdico, que possibilite a utilização do recurso no exame de Audiometria Tonal Lúdica Condicionada, a fim de auxiliar Fonoaudiólogos e estudantes de Fonoaudiologia, neste exame que compõe a avaliação audiológica básica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: espera-se que o material produzido por meio deste estudo, seja aplicado na população pediátrica, a fim de verificar-se sua efetividade na rotina audiológica de profissionais e alunos de Fonoaudiologia.
Palavras-chave: Perda da audição, Audiologia, Crianças pré-escolares, Ludicidade, Audiometria.

American Speech - Language - Hearing Association. Guidelines for Audiologic Screening. Chapter II. Audiologic Screening Guidelines — Pediatric Section [publicação online]. 1997 [acesso em 02 jul 2020]. Disponível em www.asha.org/policy DOI: 10.1044/policy.GL1997-00199
Denervaud S, Gentaz E, Matusz PJ, Murray MM. Multisensory Gains in Simple Detection Predict Global Cognition in Schoolchildren. Sci Rep [Internet]. 2020 Feb; 10 (1394). Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41598-020-58329-4

Franco JCM. Brinquedos indicados para cada idade [Internet]. Belo Horizonte: Johanna Cordeiro Melo Franco; 2009. Disponível em: http://johannaterapeutaocupacional.blogspot.com/2009/04/brinquedos-indicados-para-cada-idade.html?m=1

Momensohn-Santos TM. Diagnóstico audiológico em crianças. In: Bevilacqua MC, Martinez MAN, Balen SA, et al. Tratado de Audiologia. 1. ed. São Paulo: Santos; 2011. p. 542-544.

Nascimento KALS. A importância do lúdico no processo ensino aprendizagem. Braz. J. of Develop. [Internet]. 2020 Jan; 6 (1): 5056-5065. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/6529DOI:10.34117/bjdv6n1-364.
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Página(s): p.398
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RELAÇÃO DOS MOTIVOS DO ENCAMINHAMENTO DE CRIANÇAS PARA UM CENTRO ESPECIALIZADO DE REABILITAÇÃO AUDITIVA
Rezende, J. A. ; Souza, J. L. ; Souza, A. S. ; Siqueira, D. M. ; Guerra, M. S. ; Novaes, B. C. ; Mendes, B. C. A. ;

Introdução: A triagem auditiva neonatal possibilita que crianças com fatores de risco ou que falharam no teste sejam encaminhadas para o diagnóstico audiológico precocemente. Entretanto, a literatura aponta que ainda há um número significativo de crianças chegando tardiamente a serviços de diagnóstico. Objetivo: Analisar as relações entre motivo do agendamento, idade, e diagnóstico audiológico em um serviço de saúde auditiva. Método: Foram analisados os prontuários de 276 crianças agendadas para diagnóstico audiológico no serviço de saúde auditiva credenciado SUS no ano de 2018. Os dados demográficos e audiológicos foram obtidos nos prontuários dos sujeitos. Resultados: A maioria das crianças foi de meninos - 58,3%, a idade média no início do diagnóstico foi de 19,8 meses e o número médio de vezes que compareceram às consultas foi de 2,8 vezes, sendo que 27,2% dos sujeitos não concluíram o diagnóstico. Em relação ao motivo do agendamento, a maior parte das crianças que iniciaram o diagnóstico foram bebês que falharam na TAN (37,31%), seguidos de suspeita de deficiência auditiva (26,08%), queixas relacionadas ao atraso de linguagem (23,18%) e fatores de risco (13,4%). Das 201 crianças que concluíram o diagnóstico, 55,72% apresentaram algum nível de perda auditiva. A mediana das idades das crianças com algum grau e tipo de perda auditiva é menor do que a mediana das crianças sem perda auditiva (valor de p=0,0019). Houve diferença estatisticamente significativa (valor de p = 0,003) entre as idades das crianças sem perda auditiva e com perda auditiva. No grupo das crianças com idade menor que 16 meses, a maioria apresenta componente neurossenssorial da perda auditiva (62,28%) e 37,7% apresentam perda condutiva. No grupo de crianças com idade igual ou acima de 16 meses, o número de crianças com perda neurossensorial também é maior (56,85%). Conclusões: O estudo possibilita a análise do fluxo de agendamentos de crianças no serviço para que um maior número de crianças possa finalizar o diagnóstico audiológico adequadamente e iniciar a intervenção necessária o quanto antes.

Fichino SN, Avelino VLF, Lewis DR. Demographic and audiological characteristics of a pediatric population in a hearing health care center in São Paulo. Distúrb Comum, 2018.
Joint Committee on Infant Hearing. Year 2019 Position Statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention. 2019; 4(2): 1–44.
Lewis DR, Marone ASR, Mendes BCA, Cruz OLM, Nóbrega M. Comitê Multiprofissional em Saúde Auditiva - COMUSA. Brazilian Journal of Otorhinolaringology, 2010; 76: p.121-128.Disponível em < http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000121&pid=S1413- 6538201400040000800011&lng=pt>. Acesso 30/05/2016.
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Página(s): p.388
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RELAÇÃO ENTRE A FONOAUDIOLOGIA E A FIBROSE CÍSTICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Rodrigues, K. K. ; Vieira, A. L. ; Dias, A. Z. ; Correia-Baran, J. B. ; JOSÉ, M. R. ; Corrêa, C. C. ;

Introdução: A Fibrose Cística (FC) é uma doença de ordem genética, que causa fibrose decorrente da desidratação das secreções mucosas e obstrução dos ductos. Em relação ao contexto fonoaudiológico, esses sujeitos podem apresentar alterações na audição, respiração, mastigação, sono e voz. Objetivo: descrever as alterações relacionadas aos processos da comunicação e da alimentação em sujeitos com FC. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura nas bases de dados Pubmed, Lilacs e Scopus. Artigos sem relação com a fonoaudiologia foram excluídos, bem como estudos secundários. Resultados: A busca localizou 1566 estudos (27 Lilacs, 1009 Pubmed e 530 Scopus). Foi realizada leitura de títulos e resumos dos estudos encontrados e, após essa seleção inicial, 39 artigos foram selecionados para leitura na íntegra, dos quais 9 foram excluídos por não relacionarem a fonoaudiologia com a FC. Foram incluídos 30 artigos nesta revisão (2 Lilacs, 22 Pubmed e 6 Scopus) e, em relação às áreas de atuação da fonoaudiologia, foram encontrados: 12 artigos relacionados à audiologia; 12 referente à qualidade do sono; dois relacionados com a disfagia; um artigo na área de Motricidade Orofacial; um estudo referente à voz e dois artigos relacionaram mais do que uma área da fonoaudiologia. As áreas referentes à qualidade do sono e audiologia foram aquelas que mais apresentaram evidências de alterações nos indivíduos com FC. Nos estudos referentes à área do sono foi observado que existe uma má qualidade do sono devido a dessaturação noturna, apneia obstrutiva leve e moderada. Já nos estudos relacionados com a audição, os indivíduos apresentaram perdas auditivas neurossensoriais, em sua maioria causadas por ototoxicidade. Conclusão: pôde-se concluir que sujeitos com fibrose cística apresentam alterações relacionadas aos processos da comunicação e da alimentação. Com base nos estudos incluídos nesta revisão, observa-se que a maioria das pesquisas se concentram nas áreas de audiologia e qualidade do sono. Ressalta-se a necessidade de fonoaudiólogos no acompanhamento da rotina de atendimentos desses sujeitos possibilitando diagnosticar, orientar e tratar alterações envolvidas nos processos e distúrbios da comunicação, que apresentam implicação direta na qualidade de vida destes sujeitos.

Morales-Múnera OL, Rosero-Ascuntar CA, Cuellar-Santaella M, Aristizábal-Serna EA, Niño-Serna LF, Villegas-Castaño A. Utilidad de loscriterios de Murray para elprocesamiento de esputo en pacientes confibrosisquística. Laboratorio de Infectados de laUniversidad de Antioquia (Medellín/Colombia). Infectio. Infectio 2020; 24(4): 229-233.
Ramos RTT, Salles C, Daltro CHC, Santana MA, Gregorio PB, Acosta AX. Arquitetura do sono e perfil respiratório polissonográfico de crianças e adolescentes com fibrose cística. J Pediatr (Rio J). 2011;87(1):63-69.
Veronezi J, Carvalho AP, Ricachinewsky C, Hoffmann A, Kobayashi DY, Piltcher OB et al. Respiratory sleep disorders in patients with cystic fibrosis. J Bras Pneumol. 2015; 41 (4): 351-357.
Vijayasingam A, Frost E, Wilkins J, Gillen L, Premachandra P, Mclaren K, et al. Tablet and web-based audiometry to screen for hearing loss in adults with cystic fibrosis. Thorax. 2020; 75(8): 632-639.
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Página(s): p.372
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RELAÇÃO ENTRE O TIPO DE PARTO E O RESULTADO DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Gonçalves, L.F. ; Potgurski, D.S. ; Braz, C.H. ; Zucki, F. ;

Introdução: A perda auditiva infantil é uma alteração perceptual que afeta diretamente a aquisição e desenvolvimento da linguagem oral, e, consequentemente, traz prejuízos ao processo de aprendizagem escolar e à qualidade de vida. Alguns fatores podem ser relacionados a falha na Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU), entre eles o sexo, idade gestacional da materna, tempo de realização do teste após o nascimento, alta precoce, peso do neonato e o tipo de parto. Alguns estudos demonstram que crianças que nascem de parto cesariano apresentam uma taxa de falha maior na TANU do que crianças que nascem de parto vaginal. Objetivo: verificar a relação entre o tipo de parto e o resultado da Triagem Auditiva Neonatal Universal. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura, que contemplou as etapas de elaboração da pergunta norteadora, busca ou amostragem na literatura, coleta de dados, análise crítica dos estudos incluídos, discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa. O processo de busca na literatura por artigos científicos teve como critérios de inclusão artigos científicos indexados nas bases de dados que contemplassem a possível relação entre o tipo de parto e o resultado da Triagem Auditiva Neonatal. Para isso, foram utilizadas as bases de dados National Library of Medicine (PubMed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Regional de Medicina (Bireme), Web of Science Core Collection (Web Of Science) e SciVerse Scopus (Scopus). Não houve restrição de idioma, período e localização. O estudo foi composto por onze artigos. Resultados: A taxa de falsos positivos no primeiro teste da triagem auditiva neonatal no parto vaginal foi significativamente maior do que no parto cesáreo e a taxa diminuiu significativamente com o tempo de vida do recém nascido no momento do teste. Essa redução foi observada apenas no parto cesáreo. Contudo, alguns estudos incluídos na pesquisa relataram que não foi observada diferença estatisticamente significativa entre os resultados dos exames de triagem auditiva neonatal quanto à via de parto. Conclusões: A taxa de falsos positivos na etapa de teste da triagem auditiva neonatal cuja via de parto foi a vaginal foi significativamente maior em comparação a cesariana. Além disso, não foi observada, em grande parte dos estudos, a ocorrência de mais “falha” na triagem auditiva neonatal no parto cesáreo em comparação ao parto vaginal. Considera-se ainda, que para reduzir as taxas de falsos negativos, a triagem auditiva neonatal deve ser realizada após as primeiras 24 horas de vida do recém-nascido.

1. SILVA, Jullyane Florencio Pachêco da; TEIXEIRA, Cleide Fernandes; LIMA, Maria Luiza Lopes Timóteo de; SOUSA, Fabiana de Oliveira Silva; GRIZ, Silvana Maria Sobral. Equipe de Saúde da Família: relatos de conduta diante da perda auditiva infantil. Codas, [S.L.], v. 29, n. 3, p. 1-8, maio 2017. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20172016027
2. BOTASSO, Kátia de Cássia; LIMA, Maria Cecília Pinheiro Marconi; CORREA, Carlos Roberto Silveira. Association between failure in otoacoustic emissions and risk indicator for hearing loss. Revista Cefac, [S.L.], v. 23, n. 1, p. 2-10, jan. 2021. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216/202123110620
3. Xiao, T., Li, Y., Xiao, L., Jiang, L., & Hu, Q. (2015). Association between mode of delivery and failure of neonatal acoustic emission test: a retrospective analysis. International journal of pediatric otorhinolaryngology, 79(4), 516-519.
4. Michelon, F., Rockenbach, S. P., Floriano, M., Delgado, S. E., & Barba, M. C. D. (2013). Triagem auditiva neonatal: índice de passa/falha com relação a sexo, tipo de parto e tempo de vida. Revista CEFAC, 15(5), 1189-1195.
5. Güven, S. G. (2019). The effect of mode of delivery on newborn hearing screening results. Turkish archives of otorhinolaryngology, 57(1), 19.
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Página(s): p.308
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RELAÇÃO ENTRE OS SISTEMA VESTIBULAR E COGNITIVO: NOVAS PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS
Fernandes, F.S. ;

Introdução: O sistema vestibular é descrito como um sistema sensorial que, em conjunto com os sistemas visual e proprioceptivo, possui a função de manter o equilíbrio corporal. A literatura indica que, quando um desses sistemas não funciona adequadamente, a tontura é o efeito evidente. No entanto, dificuldades cognitivas como memorização, localização espacial, concentração, entre outros, são queixas frequentes em pacientes com desequilíbrio e, comumente, têm seus relatos menosprezados. Mas qual a relação entre o equilíbrio e a cognição? Desvendar tal relação entre estes sistemas traria implicações diretas para a avaliação e o tratamento de pacientes com queixas de desequilíbrio e cognitivas. Sabe-se que há um declino natural da cognição e do equilíbrio causado pela idade. Contudo, este processo pode ser postergado e beneficiar pacientes e sujeitos saudáveis. Objetivo: Nestes termos, a presente pesquisa objetivou buscar evidências cientificas da integração dos sistemas vestibular e cognitivo e entender como se relacionam. Metodologia: Para esse fim, utilizou-se uma ampla revisão narrativa da literatura além de revisão sistemática com obediência a critérios de inclusão e exclusão a fim de responder as seguintes perguntas: (1) Existe relação entre o sistema vestibular e o sistema cognitivo? (2) Quais evidências dessa relação? (3) Em quais intervenções essa relação pode ser observada? Resultado: Na revisão sistemática foram encontrados 482 artigos, no entanto ao final somente 14 trabalhos obedeceram a todos os critérios de inclusão. O resultado evidenciou que há uma grande e complexa rede neural que ainda não está totalmente elucidada. Os estudos avaliados possuem diferentes abordagens, no entanto, apontam para a mesma direção: os sistemas vestibular e cognitivo se inter-relacionam mutuamente. A revisão narrativa propiciou a ampliação de conhecimentos e a incorporação de novos artigos à pesquisa confirmando a relação dos dois sistemas, assim houve um aumento da confiabilidade nos resultados encontrados. Conclusão: As evidencias encontradas convergem para uma relação positiva entre o sistema vestibular e a cognição. Observa-se que determinados exercícios, em particular, exercícios de treino de equilíbrio, podem beneficiar sujeitos com queixas de desequilíbrio corporal e, ao mesmo tempo, a cognição. Benefícios na cognição são associados à plasticidade na região do hipocampo induzida pelo treino de equilíbrio. A pesquisa evidenciou também que esta é uma temática ainda pouco estudada no Brasil, necessitando de mais estudos. Perguntas como, qual o melhor treino para a cognição, por quanto tempo deve-se treinar, ou se os efeitos dos treinos são duradouros, ainda permanecem em aberto. Apesar de tais questionamentos, na pesquisa fica evidente que tal conhecimento traz contribuições no âmbito da prática clínica para diversos profissionais de saúde, já que distúrbios cognitivos e de equilíbrio coexistem em uma variedade de transtornos e patologias nas mais variadas idades.


BRANDT, T. et al. Vestibular loss causes hippocampal atrophy and impaired spatial memory in humans. Brain : a journal of neurology, v. 128, n. Pt 11, p. 2732, 2005.

DORDEVIC, M. et al. Improvements in Orientation and Balancing Abilities in Response to One Month of Intensive Slackline-Training. A Randomized Controlled Feasibility Study . Frontiers in Human Neuroscience . [S.l: s.n.]. , 2017

REHFELD, K. et al. Dancing or Fitness Sport? The Effects of Two Training Programs on Hippocampal Plasticity and Balance Abilities in Healthy Seniors. Frontiers in Human Neuroscience, v. 11, p. 305, 15 jun. 2017.

ROGGE, A.-K. et al. Balance Training Improves Memory and Spatial Cognition in Healthy Adults. Scientific Reports, v. 7, n. 1, p. 5661, 18 jul. 2017.

SMITH, P. F. The vestibular system and cognition. Current Opinion in Neurology, v. 30, n. 1, 2017.
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Página(s): p.208
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÕES ENTRE INTELIGIBILIDADE DE FALA E RECONHECIMENTO DE PALAVRAS COM E SEM SENTIDO EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA.
Pereira, R. S. ; Mendes, B.C.A. ; Castro, S.C. ; Novaes, B.C.A.C. ;

Resumo
Relações entre inteligibilidade de fala e reconhecimento de palavras com e sem sentido em crianças com deficiência auditiva. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo- PUC-SP, São Paulo, 2021.

Introdução:A capacidade auditiva é um conceito abstrato do potencial anátomo-funcional de um sujeito a partir de exames que avaliam a integridade e/ou funcionamento dos órgãos. O desempenho está sujeito à influência de inúmeros fatores e da interação entre eles. Objetivo: Estabelecer relações entre capacidade auditiva e desempenho em tarefas de percepção da fala em crianças com deficiência auditiva, visando a discutir fatores determinantes na utilização efetiva da audição residual no processo de percepção da fala. Método: Os procedimentos foram realizados em um serviço de Saúde Auditiva, comitê de ética da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, nº 204/2011. Foram estabelecidos os Índices de Inteligibilidade de Fala (SII) para sons de entradas de 55 e 65 dBNPs de 10 crianças com perda auditiva neurossensorial usuárias de AASI bilateralmente que tenham a linguagem oral. Foram submetidas à tarefa de repetição de palavras com e sem sentido em duas diferentes intensidades (55 e 65 dBNPS). Na análise dos dados, o SII foi relacionado com os resultados obtidos em cada critério de análise. Resultados: Participaram da pesquisa dez sujeitos, seis meninas e quatro meninos de idade variante entre seis e 17 anos, com diferentes graus de perda auditiva e todos com a perda do tipo neurossensorial. Os sujeitos apresentaram maior dificuldade com a lista de 55 dB. Foi observado que, conforme ocorre diminuição do SII (sujeitos ordenados em ordem decrescente de SII 65), o desempenho na intensidade de 55 dB também piora. Conclusão: O presente estudo permitiu concluir que, com a piora do SII, o desempenho do na discriminação de palavras com e sem sentido piora, principalmente nas palavras sem sentido. O desempenho no teste de vocabulário pareceu interferir na discriminação de palavras com e sem sentido. No entanto a ampliação do número de sujeitos e a inclusão de sujeitos com SII piores que 50% permitirão confirmar nossa hipótese em futuros estudos.

Palavras- Chave: percepção da fala, percepção auditiva, fala, criança, audição, perda auditiva.







Referências:
Deperon,T.M et al, Audibilidade e desenvolvimento de linguagem oral em crianças com deficiência de audição. Distúrbiodecomun,2018.
Figueiredo,R.S.L et al, Índice de inteligibilidade (SII) e variação da intensidade do sinal de fala em crianças com deficiência de audição. Audiol. Commun. Res. 2019.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.332
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÕES ENTRE INTELIGIBILIDADE DE FALA E RECONHECIMENTO DE PALAVRAS COM E SEM SENTIDO EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA.
Pereira, R. S. ; Mendes, B.C.A. ; Castro, S.C. ; Novaes, B.C.A.C. ;

Resumo
Relações entre inteligibilidade de fala e reconhecimento de palavras com e sem sentido em crianças com deficiência auditiva. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo- PUC-SP, São Paulo, 2021.

Introdução:A capacidade auditiva é um conceito abstrato do potencial anátomo-funcional de um sujeito a partir de exames que avaliam a integridade e/ou funcionamento dos órgãos. O desempenho está sujeito à influência de inúmeros fatores e da interação entre eles. Objetivo: Estabelecer relações entre capacidade auditiva e desempenho em tarefas de percepção da fala em crianças com deficiência auditiva, visando a discutir fatores determinantes na utilização efetiva da audição residual no processo de percepção da fala. Método: Os procedimentos foram realizados em um serviço de Saúde Auditiva, comitê de ética da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, nº 204/2011. Foram estabelecidos os Índices de Inteligibilidade de Fala (SII) para sons de entradas de 55 e 65 dBNPs de 10 crianças com perda auditiva neurossensorial usuárias de AASI bilateralmente que tenham a linguagem oral. Foram submetidas à tarefa de repetição de palavras com e sem sentido em duas diferentes intensidades (55 e 65 dBNPS). Na análise dos dados, o SII foi relacionado com os resultados obtidos em cada critério de análise. Resultados: Participaram da pesquisa dez sujeitos, seis meninas e quatro meninos de idade variante entre seis e 17 anos, com diferentes graus de perda auditiva e todos com a perda do tipo neurossensorial. Os sujeitos apresentaram maior dificuldade com a lista de 55 dB. Foi observado que, conforme ocorre diminuição do SII (sujeitos ordenados em ordem decrescente de SII 65), o desempenho na intensidade de 55 dB também piora. Conclusão: O presente estudo permitiu concluir que, com a piora do SII, o desempenho do na discriminação de palavras com e sem sentido piora, principalmente nas palavras sem sentido. O desempenho no teste de vocabulário pareceu interferir na discriminação de palavras com e sem sentido. No entanto a ampliação do número de sujeitos e a inclusão de sujeitos com SII piores que 50% permitirão confirmar nossa hipótese em futuros estudos.

Palavras- Chave: percepção da fala, percepção auditiva, fala, criança, audição, perda auditiva.







Referências:
Deperon,T.M et al, Audibilidade e desenvolvimento de linguagem oral em crianças com deficiência de audição. Distúrbiodecomun,2018.
Figueiredo,R.S.L et al, Índice de inteligibilidade (SII) e variação da intensidade do sinal de fala em crianças com deficiência de audição. Audiol. Commun. Res. 2019.
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Página(s): p.333
ISSN 1983-1793X
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RESTRIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO AUDITIVA E ASSOCIAÇÃO COM DESEMPENHO LINGUÍSTICO-COGNITIVO DE IDOSOS
FIAMONCINI, J. D. ; SILVA, I. M. C. ; SATLER, C. ; CERA, M. L. ;

Introdução: Atualmente, há no Brasil aproximadamente 29 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Segundo a projeção da população brasileira, em 2050, esse número chegará a quase 62 milhões. O processo de envelhecimento natural está associado ao leve comprometimento de algumas funções fisiológicas, como por exemplo, a redução das entradas sensoriais. Dentre as privações sensoriais, a auditiva, presbiacusia, faz com que os idosos apresentem diminuição da inteligibilidade de fala, comprometendo a comunicação. Estudos evidenciam que a maioria dos indivíduos com queixas auditivas apresenta a autopercepção de restrição de participação decorrente das dificuldades na audição e essas alterações são fatores de risco para o declínio de algumas funções cognitivas que pode ser observado. O aumento da população idosa exige estratégias de promoção da saúde pelo maior tempo possível e isso depende da caracterização do perfil auditivo-comunicativo e cognitivo dos idosos. Assim, é fundamental compreender a autopercepção auditiva do idoso quanto a sua participação social e a associação dessa percepção com o seu desempenho linguístico-cognitivo. Objetivo: Caracterizar e associar a autopercepção auditiva e os desempenhos linguístico e cognitivo de idosos de um centro comunitário brasileiro. Métodos: Foi analisado o banco de dados coletado em 2019 em ações realizadas com idosos que frequentavam um centro comunitário. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob CAAE: 31236620.6.0000.8093. Foram coletados dados de identificação e de saúde auditiva e aplicados os instrumentos: 1) Hearing Handicap Inventory for the Elderly – Screening version; 2) Teste de rastreio cognitivo do Miniexame do Estado Mental; e 3) Subtestes de Linguagem da Bateria Montreal-Toulouse, MTL – Brasil. Resultados: Participaram do estudo 61 indivíduos, com média de idade de 71 anos (DP:7,65) e de escolaridade de 6 anos (DP:4,18). Quanto às queixas auditivas, embora inicialmente 38 idosos afirmaram que a audição estava diferente de antes, apenas 29 idosos relataram queixa auditiva. A percepção de restrição de participação auditiva foi assim distribuída: 17 apresentaram uma percepção leve a moderada e 3 apresentaram uma percepção de restrição significativa devido às dificuldades auditivas. Em relação ao teste de rastreio cognitivo, 49 idosos apresentaram o desempenho sugestivo de alteração cognitiva. Quanto ao desempenho de linguagem, a análise do z escore individual demonstrou que 54 idosos apresentaram alteração em algum subteste aplicado. Por fim, houve associação estatisticamente significante entre a autopercepção de restrição de participação auditiva e a alteração no subteste de repetição. Conclusão: Apesar de muitos idosos referirem mudança da audição, 47% afirmaram ser uma queixa e 33% deles percebiam que esta dificuldade restringia a participação auditiva. Entretanto, não houve associação da percepção auditiva com o desempenho linguístico-cognitivo, exceto para o subteste de repetição, habilidade que depende da audição. O acompanhamento do desempenho dessas habilidades é fundamental para o planejamento de ações de promoção e prevenção à saúde auditiva de idosos. Os resultados deste estudo evidenciam a relevância de programas de triagem auditiva regular para idosos, visando agilizar o diagnóstico e a manutenção do envelhecimento ativo.

-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade - 2010-2060. Rio de Janeiro. 2018.
-Borges MGS, Labanca L, Couto EAB, Guarisco LPC. Correlações entre a avaliação audiológica e a triagem cognitiva em idosos. Rev. Cefac. 2016 Dec; 18(6):1285-1293.
-Marques ACO, Kozlowski L, Marques JM. Reabilitação auditiva no idoso. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2004 Dec; 70(6):806-81.
-Golinelli RT, Massi G, Kruger S, Santos IB, Paisca AB, Berberian AP, et al. Autopercepção de idosos a respeito de suas condições auditivas, de sua escuta e de suas estratégias de comunicação. Distúrb Comum. 2019. 31(2): 317-327.
-Menegotto IH, Soldera CLC, Anderle P, Anhaia TC. Correlação entre perda auditiva e resultados dos questionários Hearing Handicap Inventory for the Adults - Screening Version HHIA-S e Hearing Handicap Inventory for the Elderly - Screening Version - HHIE-S. Arq. Int. Otorrinolaringol. 2011; 15(3):319-326.
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Página(s): p.229
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RESTRIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL EM ADULTOS COM ZUMBIDO CRÔNICO, COM E SEM AUTORRELATO DE CEFALEIA
SANTOS, N.D. ; ROSITO, L.P.S. ; TEIXEIRA, A.R. ;

Introdução: Estudos mostram correlação entre zumbido e cefaleia e sugerem que a coocorrência de ambos pode levar ao maior comprometimento na qualidade de vida dos indivíduos acometidos. Objetivo: Verificar a restrição de participação social provocada pelo zumbido em adultos com e sem autorelato de cefaleia. Metodologia: A amostra foi composta por adultos de ambos os gêneros (18 a 59 anos) com zumbido crônico, atendidos em ambulatório especializado, que relataram, durante a anamnese, presença ou ausência de cefaleia. A restrição de participação social foi investigada por meio do Tinnitus Handicap Inventory (THI), instrumento composto por 25 questões para avaliar a restrição de participação social provocada pelo zumbido. Os dados foram analisados de forma quantitativa. Para comparar medianas, o teste de Mann-Whitney foi utilizado. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem sob protocolo 06-027. Resultados: Foram avaliados 172 adultos, divididos em dois grupos. o Grupo 1 (G1) foi composto por 92 indivíduos relataram cefaleia e o Grupo 2 (G2) por 80 indivíduos sem o sintoma (G2). A mediana da pontuação do THI no G1 foi de 53 pontos enquanto no G2 a mediana foi de 36 pontos, evidenciando diferença significativa entre os dois grupos (p=0,005). Conclusão: Verificou-se que a restrição de participação social em adultos com zumbido crônico e cefaleia é superior à dos indivíduos sem cefaleia.

Lugo A, Edvall NK, Lazar A, Mehraei G, Lopez-Escamez JA, Bulla J, et al. Relationship between headaches and tinnitus in a Swedish study. Sci Rep. 2020;10(1):1–12

Schmidt LP, Teixeira VN, Dall’Igna C, Dallagnol D, Smith MM. Adaptação para língua portuguesa do questionário Tinnitus Handicap Inventory: validade e reprodutibilidade. Rev Bras Otorrinolaringol. 2006;72(6):808–10.
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Página(s): p.351
ISSN 1983-1793X
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REVISÃO DOS ACHADOS AUDIOLÓGICOS NA INFECÇÃO POR SARS-COV-2
Sotero-Silva, N. ; Evangelista, C.K.S. ; Cavalcanti, P.F. ; Balen, S.A. ; Cavalcanti, H.G. ; Morya, E. ;

Desde março de 2020 o mundo vem experienciando uma pandemia de síndrome respiratória aguda causada por um novo coronavírus chamado SARS-CoV-2. Os sintomas principais são febre, tosse e fraqueza, acompanhados também de perda de olfato e paladar. Devido ao seu neurotropismo e mecanismos de infecção, SARS-CoV-2 pode causar diversos prejuízos neurológicos e sensoriais. Seus impactos auditivos ainda são controversos, no entanto, células ciliadas da cóclea e outros elementos da via auditiva podem ser comprometidos. O objetivo desta revisão curta foi identificar as evidências que sublinham as associações clínicas entre COVID-19 e implicações auditivas, podendo ajudar no diagnóstico e na resposta aos tratamentos direcionados. Foram selecionados trabalhos publicados nas bases de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online), Lilacs (Latin American Literature in Sciences Health), Pubmed (National Library of Medicine), Livivo, and Scopus, com publicação até fevereiro de 2021 para busca por correlações entre COVID-19 e prejuízos no sistema auditivo e suas etiologias. Os critérios de inclusão utilizados para seleção dos artigos foram: artigos publicados em qualquer idioma e relacionados a COVID-19 e sintomas auditivos confirmados por avaliação audiológica. A busca nas bases de dados deu um retorno de 897 publicações. Após a remoção das duplicatas e aplicação dos critérios de elegibilidade, 16 publicações originais foram incluídas neste estudo. Dos 16 estudos, 10 (62,5%) foram publicados em 2020 e 6 (37,5%) em 2021. Os artigos vieram de 12 países diferentes e versaram entre relatos de casos (43,75%), estudos transversais (43,75%) e séries de casos (12,5%), com amostra variando de 20 a 185 sujeitos e variação na faixa etária de até 80 anos. 75% dos estudos utilizaram audiometria tonal limiar na avaliação dos sujeitos. Destes, 10 apresentaram a ocorrência de Perda Auditiva dos tipos Sensorioneural (62,5%), dois do tipo Condutiva (12,5%) e um com Limiares nos Padrões de Normalidade (6,25%), enquanto três não apresentaram os dados (18,75%). Dez desses estudos apontaram para a lateralidade da perda auditiva, descrevendo perdas bilaterais (30%), unilaterais (50%) ou ambas as possibilidades (20%). Quatro deles relataram perda de início súbito (30,77%) e o restante não descreveu o surgimento dos sintomas (69,23%). As evidências audiológicas recentes suportam a necessidade de acompanhamento a longo prazo para preparar a prática clínica audiológica para receber em um futuro recente a demanda de pacientes com comprometimentos auditivos em decorrência da infecção por SARS-CoV-2. As disfunções auditivas são uma possível consequência do COVID-19, uma vez que alguns sintomas como perda auditiva súbita, otite e zumbido foram relatados. A transmissão vertical do SARS-CoV-2 pode contribuir para danos congênitos, impacto nas habilidades auditivas e, consequentemente, na aquisição da linguagem. O acompanhamento de longo prazo da função auditiva em casos suspeitos e confirmados de infecção por SARS-CoV-2 apoiará uma intervenção clínica mais eficaz.

Baig, A.M., Khaleeq, A., Ali, U., Syeda, H., 2020. Evidence of the COVID-19 Virus Targeting the CNS: Tissue Distribution, Host–Virus Interaction, and Proposed Neurotropic Mechanisms. ACS Chem. Neurosci. 11, 995–998. https://doi.org/10.1021/acschemneuro.0c00122

Eby, T.L., Arteaga, A.A., Spankovich, C., 2020. Otologic and Audiologic Considerations for COVID-19. Otolaryngol. Neck Surg. 163, 110–111. https://doi.org/10.1177/0194599820928989

Mustafa, M.W.M., 2020. Audiological profile of asymptomatic Covid-19 PCR-positive cases. Am. J. Otolaryngol. 41, 102483. https://doi.org/10.1016/j.amjoto.2020.102483

Ogier, M., Andéol, G., Sagui, E., Bo, G.D., 2020. How to detect and track chronic neurologic sequelae of Covid-19? Use of auditory brainstem responses and neuroimaging for long-term patient follow-up. Brain, Behav. Immun. - Heal. 5, 100081. https://doi.org/10.1016/j.bbih.2020.100081

Trecca, E.M.C., Gelardi, M., Cassano, M., 2020. COVID-19 and hearing difficulties. Am. J. Otolaryngol. https://doi.org/10.1016/j.amjoto.2020.102496
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Página(s): p.283
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RISCOS OCUPACIONAIS EM MILITARES: UM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL
Hillesheim, D. ; Jesus, C. J. ; Batista, D. D. C. ; Zucki, F. ;

Introdução: Os militares estão expostos a diferentes riscos ocupacionais, dentre os quais destacam-se os químicos, biológicos e físicos. Apesar da literatura apresentar um consenso quanto aos achados de perda auditiva em militares, devido a exposição a ruído ou produtos químicos, não existem pesquisas brasileiras de base populacional que determinem quais são os agentes mais prevalentes. Destaca-se que a audição é um sentido essencial para processar as informações da fala e identificar os sinais auditivos em situações táticas e não táticas, de forma ágil e minuciosa, para garantir a sobrevivência dos militares. Diante disso, conhecer os principais riscos e as prevalências de exposição é fundamental para monitorar e desenvolver estratégias preventivas. Objetivo: Descrever os riscos ocupacionais a que estão expostos uma amostra de militares brasileiros. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal realizado com dados da Pesquisa Nacional de Saúde - 2013. Foram incluídos neste estudo indivíduos brasileiros cuja ocupação principal se referia a “Militar do exército, da marinha, da aeronáutica, da polícia militar ou do corpo de bombeiros militar” no momento da entrevista (questão E014 do módulo Módulo E - Trabalho dos moradores do domicílio). Foram analisadas as variáveis sexo (masculino; feminino), faixa etária (18 a 39; 40 a 59; 60 ou mais), exposição ocupacional a ruído (não; sim), substâncias químicas (não; sim), poeira (não; sim), material radioativo (não; sim) e material biológico (não; sim). Realizou-se a descrição das frequências absolutas e relativas no software Stata 14. A PNS foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) - 8 de julho de 2013, sob o número 10853812.7.0000.0008. Resultados: Participaram deste estudo 315 militares, sendo a maioria do sexo masculino (91,1%) e da faixa etária de 18 a 39 anos (55,2%). Com relação às exposições ocupacionais, 44,8% estavam expostos a ruído, 13,3% a substâncias químicas e 12,7% a material biológico. Os menores percentuais foram observados para os agentes radioativos (4,4%) e poeira (4,1%). Conclusões: O principal risco ocupacional a que o profissional militar está exposto é o ruído, seguido das substâncias químicas e material biológico, o que reforça a necessidade de intensificar o desenvolvimento e a aplicação de ações preventivas, assim como o monitoramento dos níveis de exposição ao ruído desses trabalhadores, o uso adequado dos equipamentos de proteção individual e a conscientização quanto aos riscos ocupacionais a que estão expostos.

1 NEVES, Eduardo Borba. Gerenciamento do risco ocupacional no Exército Brasileiro: aspectos normativos e práticos. Cadernos de Saúde Pública, [S.L.], v. 23, n. 9, p. 2127-2133, set. 2007. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0102-311x2007000900020.

2 BAUMGART, Bruna Zoehler et al. Riscos ocupacionais e equipamentos de proteção individual em bombeiros da Brigada Militar. Ciência & Saúde, [S.L.], v. 10, n. 1, p. 28, 23 fev. 2017. EDIPUCRS. http://dx.doi.org/10.15448/1983-652x.2017.1.24399.

3 BARRETO, Monique Souza Antunes de Souza Chelminski; BAHMAD JÚNIOR, Fayez. Perda auditiva em militares expostos a ruído ocupacional. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, [S.L.], v. 3, n. 3, p. 812, 10 set. 2012. Biblioteca Central da UNB. http://dx.doi.org/10.18673/gs.v3i3.23062.

4. BERNARDO, Luciana Dias; NEVES, Eduardo Borba. Fatores de risco para perda auditiva em militares da Marinha: uma revisão. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 46, 2021. https://doi.org/10.1590/2317-6369000029318
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Página(s): p.221
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ROTEIRO DE AVALIAÇÃO AUDITIVA E DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL PARA PRÉ-ESCOLARES
Albuquerque IC ; Brocchi BS ;

Roteiro de avaliação auditiva e do processamento auditivo central para pré-escolares
Introdução: Um sistema auditivo integro e as experiências auditivas são de extrema importância para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita. A detecção precoce de alterações auditivas e risco para o Processamento Auditivo Central são condições necessária para iniciar a estimulação das habilidades auditivas e evitar dificuldades na fase escolar. Objetivo: Construir um roteiro de avaliação para observação da audição e do processamento em pré-escolares. Métodologia: Para elaboração do roteiro, primeiramente realizou-se uma busca nas bases de dados Scielo e biblioteca de uma universidade no estado de São Paulo, com as palavras chaves: ‘’processamento auditivo central’’, ‘’audição e linguagem’’, ‘’distúrbios do processamento auditivo’’, ‘’processamento auditivo em pré-escolares’’, ‘’avaliação do vocabulário’’, selecionando então quatorze artigos e dois livros. Foram estruturadas perguntas relacionadas ao desenvolvimento auditivo e um roteiro de avaliação do processamento auditivo central. Resultados: O roteiro constitui-se de oito partes, sendo identificação e anamnese, dados maternos e de gestação, queixas, desenvolvimento auditivo, desenvolvimento de linguagem, desenvolvimento motor, Teste auditivo comportamental para avaliação do processamento auditivo central e avaliação audiológica comportamental. Conclusão: O roteiro, anexo 1, é de extrema importância visto que não há na literatura instrumentos de triagem de processamento auditivo em pré-escolares que investigue, de forma minuciosa, todo o processo que permeia o desenvolvimento auditivo e de linguagem de crianças de 43 a 47 meses.

1. Azevedo MF. Desenvolvimento das habilidades auditivas. In: Bevilacqua MC, Martinez, MAN, Balen SA, Pupo AC, Reis ACMB, Frota S. Tratado de audiologia. São Paulo: Santos; 2011. P.475-493.
2. Pereira LD. Avaliação e Terapia dos Distúrbios do Processamento Auditivo em Pré-escolares. V man de otorrinolaring ped da IAPO. Gráfica e Editora RR Doneley Ltda, São Paulo; 2007.
3. Carvalho ND, Novelli CVL, Colella-Santos MF. Fatores na infância e adolescência que podem influenciar o processamento auditivo: revisão sistemática. Rev Cefac. 2015; vol 17. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-18462015000501590&script=sci_arttext
4. Kozlwski L, Wiemes GMR, Magni C, Silva ALG. A efetividade do treinamento auditivo na desordem do processamento auditivo central: estudo de caso. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2004; vol 70. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-72992004000300023&script=sci_arttext
5. Simon LF, Rossi AG. Triagem do processamento auditivo em escolares de 8 a 10 anos. Psicol. Esc. Educ. 2006; vol 10. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141385572006000200012&script=sci_arttext
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.378
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SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DE PRÓTESE AUDITIVA - REVISÃO DE LITERATURA
Topanotti, J. ; Santiago, P. ; Santos, M.C.C. dos ; Tomiasi, A.A. ; Heber, V. ;

Introdução: A deficiência auditiva afeta milhares de pessoas, sendo que um recurso importante para a reabilitação é o Aparelho de Amplificação Sonora Individual, que deve estar bem adaptado, suprindo as queixas e fornecendo benefícios aos seus usuários. Objetivo: apresentar os estudos publicados na literatura acerca da satisfação dos usuários de próteses auditiva, bem como verificar os protocolos, que estão sendo utilizadas nessa mensuração. Metodologia: estudo de Revisão de Literatura Integrativa, nas bases de dados SCIELO e LILACS. No período de 2010 a 2020, com os descritores combinados Satisfação; Aparelho de Amplificação Sonora; Audiologia. Análise qualitativa descritiva. Resultados: foram encontrados um total de 80 artigos, desses 19 foram analisados. Os artigos demostraram que 25% dos pacientes tem dificuldade ao falar ao telefone, 25% queixam-se de ruído de fundo, 19% apresentaram dificuldades, para manusear o aparelho,7% retroalimentação acústica, e outras situações como autofonia, efeito de oclusão, gasto com acessórios, irritação e desconforto apareceram em 6% das pesquisas. Os protocolos que serviram para avaliar o grau de satisfação dos usuários foram o IOI-HÁ (27%), SADL (23%), HHIE-S e QI-AASI (19%) WHOQOL (8%) e APHAB (4%). Os 19 artigos demostraram que os usuários de prótese auditiva, apesar das dificuldades estão contentes, com seus aparelhos. Conclusão: os usuários de aparelho auditivo apesar das dificuldades, estão satisfeitos felizes, com suas próteses auditivas, e os protocolos serviram para avalizar essa satisfação, e demonstrar que o AASI traz benefícios e qualidade de vida aos seus usuários.

MONDELLI M, GARCIA T, HASHIMOTO F. Open fitting: performance verification of receiver in the ear and receiver in the aid. Braz J Otorhinolaryngol. 2015; 81(3):270-275.

MONDELLI M, SOUZA P. Quality of life in elderly adults before and after hearing aid fitting. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology 78 (3) Bauru, Maio/Junho 2012.

OLIVEIRA J.R.M, LOPES E.S, ALVES A.F. Percepção de fala dos deficientes auditivos usando aparelho de amplificação com algorítimo de redução de ruído. Braz. J Otorhinolaringol. 2010;76(1):14-7.

SCHUSTER L, COSTA M, MENEGOTTOS I. A expectativa como fator de influência no sucesso com o uso de próteses auditivas, em indivíduos idosos. Int. Arch. Otorhinolaryngol, São Paulo - Brasil, v.16, n.2, p. 201-208, Abr/Mai/Junho - 2012.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.281
ISSN 1983-1793X
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SAÚDE AUDITIVA INFANTIL NO ESTADO DE SERGIPE
Duarte, J.L. ; Souza, M.V.A ; Vieira, G.S.P. ; Carregosa, A.M. ; Santos, S.C.C. ; Carlino, F.C ; Silva, K. ;

Introdução: As políticas públicas nacionais de saúde auditiva, têm proporcionado a identificação e o diagnóstico da perda auditiva cada vez mais precoce. Entretanto, existe a necessidade de estudos que demostrem a realidade dos programas de saude auditiva nas diferentes regiões do Brasil. Objetivo: realizar um panorama da oferta da saúde auditiva pelo SUS no estado Sergipe da triagem a reabilitação. Material e Método: estudo quantitativo, retrospectivo, transversal, de natureza analítica, desenvolvido pelo departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Sergipe (CAAE: 92530218.7.0000.5546/ nº 4.293.898). Foi realizada busca no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNESNet) a estabelecimentos com obstetrícia. Análise no DATASUS sobre a Triagem Auditiva Neonatal (TAN), diagnóstico e Concessão de Próteses Auditivas (CPA). Coleta de dados em dois estabelecimentos (Maternidade e Centro de referência em saúde auditiva - CRSA) acerca da estruturação e dos quantitativos do programa de saude auditiva. Entrevista por telefone a pais de crianças em terapia para verificar o tempo decorrido entre as etapas da TAN a terapia. Resultados: Os dados do CNESNet, mostraram 28 estabelecimentos que realizam a obstetrícia pelo SUS, destes somente 2 apresentam credenciamento para realizar a TAN, mas somente um realiza. O estado ainda dispõe de 2 centros de referência em saúde auditiva com habilitação para implante coclear e 2 Centros Especializados em Reabilitação (CER) que inclui a habilitação para a deficiência auditiva, mas ainda não ofertam vagas para este fim. Os dados do DATASUS demostraram taxa de adesão a TAN de 4.001 (14,6%); 6.066 (22,3%); 8.747 (31,8%); 8.876 (31,9%); 8.358 (32,5%); 8.885 (26,2%); 11.651 (34,0%); e, 8.745 (26,7%) para os anos de 2012 a 2019, respectivamente. Considerando os estabelecimentos, a TAN na maternidade é realizada somente com o procedimento Emissões Otoacústicas Evocadas (EOE), com cobertura de 67,7%, aumentado para 94,2% nos últimos meses; a taxa de neonatos com Indicadores de Risco para a Deficiência Auditiva (IRDA) que não realizou a TAN com Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) foi de 6,5%; e, a taxa de encaminhamento para o centro de referência para acompanhamento da função auditiva ou para diagnóstico audiológico foi de 0%. No CRSA a TAN é realizada somente com EOE, com agendamento para reteste de 14,0%, (1,3% para realizar TAN com PEATE devido a IRDA); taxa de encaminhamento para diagnóstico de 4,8% e para acompanhamento da função auditiva de 0,3%. O tempo médio em meses (±dp) para a realização de cada etapa, considerando o período de 2012 a atual, foi de 9,1(±7,5) para a TAN; 19,8(±11,3) para o diagnóstico; 28,9(±12,0) para a CPA e 26,9(±12,5) para o início da terapia. Conclusão: Sergipe possui uma rede de saúde auditiva com necessidade de ajustes para a articulação do paciente nos diferentes níveis de complexidade. A taxa de cobertura da TAN é inferior ao preconizado pelos órgãos competentes, demonstrado urgência em aumento do numero de estabelecimentos credenciados. O tempo decorrido entre a realização da TAN, diagnóstico e o inicio da reabilitação auditiva, não atende as determinações do ministério da saúde para o desenvolvimento pleno da função auditiva e de linguagem.

AMERICAN SPEECH-LANGUAGE-HEARING ASSOCIATION. Year 2019 Position Statement: Principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention, v. 4, n.2, p. 1-44, 2019.
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PASCHOAL, M. R.; CAVALCANTI, H. G.; FERREIRA, M. Â. F. Análise espacial e temporal da cobertura da triagem auditiva neonatal no Brasil (2008-2015). Ciência Saúde Coletiva, v. 22, n. 11, p. 3615–3624, nov. 2017.
MARINHO, A. C. A. et al. Evaluation of newborn hearing screening program. Revista de Saúde Pública, v. 54, n. 44, p. 1–9, 2020.
DUTRA, M. R. P. et al. Indicadores de qualidade de triagem auditiva e de avaliação do frênulo lingual neonatal. CoDAS, v. 32, n. 3, p. 1–5, 2020.
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Página(s): p.267
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SAÚDE AUDITIVA INFANTIL: UMA PROPOSTA DE ORIENTAÇÃO VIRTUAL PARA GESTANTES E LACTANTES
Melo, L.P. ; Dantas, D.S. ; MUNIZ, G.F. ; TEIXEIRA, A.G.A. ; CARDOZO, F.N.H. ; ALVES, J.S. ;

INTRODUÇÃO: Muitos são os fatores que podem acometer a criança nos períodos pré e pós-natais, trazendo graves consequências para sua saúde. Especificamente em relação à audição, a deficiência auditiva (D.A.) é considerada um grave problema de saúde pública em consequência da privação sensorial e de seus efeitos no desenvolvimento infantil. Por esse motivo, é importante que a D.A. seja prevenida e identificada precocemente para que os agravos sejam minimizados e as necessidades de seus portadores atendidas integralmente. Como medida de promoção, deve-se considerar a realização de ações educativas voltadas para as mães que abordem a importância da saúde auditiva, a prevenção de fatores de risco, bem como os procedimentos identificação e intervenção da D.A. Nesse contexto, um projeto de extensão universitária é desenvolvido há dez anos realizando ações educativas focadas na saúde auditiva infantil. Em 2020, devido à pandemia da Covid-19 e à necessidade de medidas sanitárias restritivas, as ações precisaram ser adaptadas às tecnologias enquanto instrumentos de inovação, passando a utilizar os recursos das plataformas digitais Whatsapp e Instagram. OBJETIVO: Relato de experiência de ações educativas desenvolvidas no formato virtual considerando o contexto da saúde auditiva infantil, norteadas pelos preceitos da Educação Popular em Saúde, para grupos de gestantes e lactantes. METODOLOGIA: Visando o engajamento da população-alvo, foram firmadas parcerias com unidades de saúde da família que mantinham grupos operativos virtuais para acompanhamento e orientação de mães. No total, participaram da ação 67 gestantes e 44 lactantes que interagiam com as equipes de saúde. As orientações sobre os cuidados com a saúde auditiva infantil foram realizadas pelas referidas plataformas a partir do compartilhamento de vídeos curtos, de produção própria, abordando a temática. Os vídeos eram enviados para os grupos de Whatsapp quinzenalmente e, a partir deles, a equipe interagia com as participantes, esclarecendo dúvidas e complementando informações. Em seguida, as mães eram incentivadas a acompanhar o Instagram da ação para acesso livre a informações mais aprofundadas, publicadas semanalmente e respaldadas em publicações científicas, acerca dos conteúdos tratados. RESULTADOS: Foram produzidos dez vídeos de curta duração (1’ e 30’’, em média) cujo compartilhamento proporcionou um ótimo feedback avaliativo em razão do fácil acesso e da rápida disseminação de conhecimento. Tal feito favoreceu a adoção do tema “Saúde Auditiva Infantil” nas atividades já realizadas para os grupos operativos e permitiu concretizar o objetivo do projeto nos liames de orientação, prevenção e promoção da saúde. CONCLUSÃO: O uso das tecnologias constituiu um desafio para os atores envolvidos, todavia, despertou o interesse em inovar através da dialógica virtual. A produção de recursos audiovisuais no escopo da educação em saúde agregou motivação na busca de abordagens para facilitar a compreensão da população-alvo no cenário da saúde auditiva infantil, assim como contribuiu significativamente para o aprimoramento da capacidade criativa e do modo de “fazer saúde” por meio de recursos tecnológicos acessíveis.

1. Lewis DR. Evidências para realização da Triagem Auditiva Neonatal Universal. In: Bevilacqua MC, Martinez MAN, Balen AS, Pupo AC, Reis ACM, Frota S, organizadores. Tratado de Audiologia. São Paulo: Ed. Santos; 2011. p. 495-513.
2. Joint Committee on Infant Hearing. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention. 2019; 4(2): 1–44.
3. Teresa Y. C. Ching & Greg Leigh (2020): Considering the impactof universal newborn hearing screening and early intervention on language outcomesfor children with congenital hearing loss, Hearing, Balance and Communication, DOI:10.1080/21695717.2020.1846923).
4. P.M. Watkin, M. Baldwin, Identifying deafness in early childhood: requirements after the newborn hearing screen, Arch. Disord. Child. 96 (2011) 62-66, doi: 10.1136/adc.2010.185819.
5. Lewis DR, Marone SAM, Mendes BCA, Cruz OLM, Nóbrega M. Comitê Multiprofissional em saúde auditiva COMUSA. Rev Bras Otorrinolaringol (Engl Ed). 2010; 76(1): 121-8.

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SAÚDE AUDITIVA NO INSTAGRAM: RESSIGNIFICANDO A EDUCAÇÃO EM SAÚDE
CARVALHO, E. S. ; Schumacher, C. G. ; Waholtz, R. G. K. ; Weber, V. ; Thomazi, A. B. O. ; Fornari, B. L. ; Baldissera, C. ; Filha, V. A. V. S. ;

Introdução: Em virtude da pandemia da Covid-19, a divulgação de conteúdos educacionais em redes sociais digitais possibilitaram o alcance de diversos públicos, como trabalhadores, estudantes, profissionais da saúde, entre outros, com o intuito de educar e promover saúde de forma criativa, sintetizada e acessível. Assim, profissionais e acadêmicos da saúde inovaram nas redes sociais (Instagram, Tiktok, Facebook e outros), como estratégia de divulgação do trabalho, reconfigurando as formas de promover saúde. Em vista disso, as ações do Dia Internacional de Conscientização do Ruído (INAD), ocorrido em 27 de abril de 2021, buscaram inovar em suas publicações, com o objetivo de atingir tanto a comunidade científica quanto o público em geral, e assim promover maior alcance populacional, informando e conscientizando quanto a audição, equilíbrio e voz. Objetivo: Identificar o alcance da promoção de educação e ensino em saúde auditiva, por meio de conteúdos interativos na plataforma digital Instagram em 2021. Metodologia: Este estudo tem caráter descritivo analítico, vinculado ao projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o CAAE nº 87348618.30000.5346. Durante a campanha do INAD 2021, foram difundidas temáticas acerca de saúde auditiva, equilíbrio e voz, através da plataforma online na rede social Instagram. Publicação de postagens interativas e informativas, vídeos curtos (reels), stories e vídeos longos (IGTV), realizados pela comissão organizadora do INAD local, foram divulgados conteúdos sobre ruído, uso de equipamento de proteção individual, efeitos auditivos e extra auditivos da exposição ao ruído, perda auditiva induzida por ruído (PAIR), ruído social, uso de fones de ouvido, orientações ergonômicas e prevenção e cuidados auditivos. Nesse sentido, foi realizada uma pesquisa na plataforma Instagram utilizando os dados do insight, um levantamento estimado das contas alcançadas nas postagens e IGTV e reprodução dos reels. Resultados: Foram realizadas nove postagens e onze vídeos. As postagens com conteúdos interativos e informativos, bem como vídeos em formato IGTV, alcançaram 4.741 usuários do Instagram, sendo que 1.432 (30,20%) contas foram atingidas através das postagens informativas, outras 2.824 (59,57%) através das postagens interativas e 485 (10,23%) contas foram alcançadas através do conteúdo em IGTV. Ainda, os vídeos em forma de reels foram reproduzidos 11.632 vezes por usuários da mesma plataforma, totalizando mais de 248.506 visualizações (usuários alcançados) nos conteúdos do INAD 2021, divulgados pelo Instagram. Conclusão: A utilização do Instagram como ferramenta potencializadora do processo de educação em saúde, possibilitou a divulgação de conteúdos mais atrativos para públicos e locais distintos. Constatou-se que a rede social em questão tem papel notável na promoção da saúde, devido ao fato de ser um importante canal para troca de informações educacionais, permitindo ao público em geral acesso às campanhas de conscientização como o INAD.

FRANÇA, T., RABELLO, E. T., MAGNAGO, C. As mídias e as plataformas digitais no campo da Educação Permanente em Saúde: debates e propostas. Saúde Debate, v. 43, n. 1, p. 106-115, ago. 2019.

PURIM, K. C. M., TIZZOT, E. L. A. Protagonismo dos Estudantes de Medicina no Uso do Facebook na Graduação. Rev. Bras. de Educação Médica v. 43, n. 1, p. 187-196, set. 2019.

FARIAS, Q. L. T., ROCHA S. P, CAVALCANTE A. S. P., et al. Implicações das tecnologias de informação e comunicação no processo de educação permanente em saúde. Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde v. 11, n. 4, 2017.
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Página(s): p.413
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SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE DO FREQUENCY FOLLOWING RESPONSE E DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE MÉDIA LATÊNCIA EM ADULTOS JOVENS COM ALTERAÇÕES NAS HABILIDADES AUDITIVAS
Moreira, H.G. ; Malavolta, V.C. ; Sanfins, M.D. ; Moura, A.F. ; Schumacher, C.G. ; Mundt, A.A. ; LIMA, S.S. ; Betti, T. ; Garcia, M.V. ;

Introdução: O Transtorno do Processamento Auditivo Central é caracterizado como uma dificuldade no processamento da informação auditiva. Para avaliação do processamento auditivo central(PAC) utiliza-se testes comportamentais e eletrofisiológicos. Dentre os testes eletrofisiológicos encontram-se o Frequency Following Response(FFR) e o Potencial Evocado Auditivo de Média Latência(PEAML). Objetivo: Analisar os componentes do FFR e do PEAML, verificando a sensibilidade e a especificidade desses na avaliação do PAC em jovens adultos com alterações em habilidades auditivas. Métodos: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 23081.019037/2017-19. Para composição da amostra foram selecionados indivíduos de ambos os sexos de 18 a 34 anos(média de 22,64 anos), sendo submetidos à Inspeção Visual do Meato Acústico Externo, Audiometria Tonal Liminar, Medidas de Imitância Acústica, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico-Neurodiagnóstico, necessitando normalidade nestes achados. Para compor os grupos amostrais(G1 e G2), foi realizado o Teste Dicótico de Dígitos(TDD) na etapa de integração binaural e o Randon Gap Detection Test(RGDT) adotando como normalidade valores superiores a 95% nas duas orelhas para o TDD e inferiores a 9,51ms no RGDT. Com isso, no G1 os indivíduos apresentavam normalidade e no G2 alteração em um ou nos dois testes, indicando alteração nas habilidades auditivas de resolução temporal ou integração binaural. Para análise de sensibilidade e especificidade foi utilizada uma tabela de contingência para cada exame e os parâmetros foram calculados da seguinte forma: sensibilidade=100x[a/(a+c)] e especificidade=100x[d/(d+b)]. Resultados: Ao analisar os componentes do FFR o G1 apresentou latência média de 6,31ms e G2 7,28ms(p=0,03) para onda V. Para a onda A o G1 apresentou latência média de 7,89ms e G2 8,38ms(p=0,03), representando tempos maiores de sincronia neural para o G2. Em relação às amplitudes dos componentes o G1 apresentou amplitude média de 0,13µV e o G2 0,08µV(p=0,04) para onda V, enquanto para onda A o G1 apresentou 0,18µV e o G2 0,13µV(p=0,03), significando menor atividade neural para o G2. Para o Slope VA o G1 apresentou resposta média de 0,20µV/ms e G2 0,08µV/ms(p=0,03), demonstrando menor sincronicidade temporal para o G2. Para o PEAML em relação às posições A1C3, A2C3, A1C4 e A2C4 para os componentes Na, Pa, Nb e Pb não houve diferenças significantes nas comparações de latência entre os grupos. Em relação às amplitudes observou-se diferenças significativas entre os grupos, sendo na posição A1C3 para Na o G1 apresentou amplitude média de 0,57µV e G2 de 0,34µV(p=0,02) e para o componente Pa, G1 demonstrou valores médios de 0,66µV e G2 0,39µV(p=0,02). Na posição A2C3 para Na, o G1 apresentou amplitude média de 0,61µV e G2 de 0,51µV(p=0,04) e para o componente Pa, G1 teve como valores de amplitude média 0,67µV e G2 0,58µV (p=0,05), demonstrando menor funcionamento neural para o grupo G2. Quanto à sensibilidade e especificidade dos exames frente aos testes de PAC, encontra-se 93% de sensibilidade e especificidade no FFR e 87% de sensibilidade e 93% de especificidade para o PEAML. Conclusão: O FFR apresentou maior diferença para os componentes entre os grupos e melhor sensibilidade e especificidade frente à avaliação do PAC.

1. Hall III JW. eHandbook of Auditory Evoked Responses: Principles, Procedures & Protocols. Pearson Education; 2015.
2. American Academy of Audiology. Clinical Practice Guidelines: Diagnosis, Treatment and Management of Children and Adults with Central Auditory Processing Disorder. 2010.
3. Musiek FE, Chermak GD. Handbook of Central Auditory Processing Disorder: Auditory Neuroscience and Diagnosis. 2nd ed. San Diego: Plural Publishing, Inc., 2013.
4. Schochat E, Rabelo CM, Loreti RCA. Sensitivity and Specificity of Middle Latency Potential. Rev Bras Otorrinolaringol. 2004; 70(3): 353-8.
5. Sanguebuche TR, Peixe BP, Garcia MV. Testes comportamentais em adultos: valores de referência e comparação entre grupos com e sem transtorno do processamento auditivo central. Rev. CEFAC 2020; 22 (1): e13718.
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Página(s): p.347
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SENTIMENTOS, QUEIXAS E HÁBITOS AUDITIVOS DURANTE O ISOLAMENTO SOCIAL CAUSADO PELA PANDEMIA DE COVID-19
Batista, D.D.C. ; Scharlach, R.C. ;

Introdução: Um surto local de pneumonia de origem inicialmente desconhecida foi detectado na província de Wuhan (Hubei, China) em dezembro de 2019. Mais tarde, determinou-se que isso era causado por um novo vírus denominado SARS-CoV-2, causador da doença COVID-19. Com isso, medidas de distanciamento, lockdown ou mitigação têm sido consideradas as principais estratégias de contenção da rápida disseminação da doença na maioria dos países. Diante desse cenário, não é apenas a saúde física das pessoas que está ameaçada, mas também a saúde mental. Além disso, verifica-se que durante o período de distanciamento social, o uso de fones de ouvido tem sido muito utilizado para lazer, trabalho e estudos, fazendo com que o uso recreacional da música seja intensificado. Desta forma, estudos sobre os hábitos auditivos de adultos jovens durante o isolamento social são necessários, para que seja possível realizar uma análise identificando a presença ou ausência de malefícios à saúde e, caso seja prejudicial, procurar conscientizar a população para que não se tornem um hábito mesmo após o período de pandemia. Objetivo: Conhecer e comparar os sentimentos, as queixas e hábitos auditivos de adultos antes e durante o período de isolamento social causado pela Pandemia de COVID-19. Metodologia: Estudo do tipo descritivo, prospectivo e de inquérito. Para a realização da coleta de dados, os participantes foram instruídos a preencher um questionário, desenvolvido pelos pesquisadores, realizado por meio da plataforma online Formulários Google. O formulário é composto por 36 perguntas, sendo 33 questões fechadas e três questões abertas, relacionadas aos hábitos auditivos modificados e/ou adquiridos durante a pandemia, presença de sinais e sintomas cócleo vestibulares, emoções e/ou sintomas emocionais presentes durante o período de isolamento social e informações a respeito da sua saúde em relação ao vírus do COVID-19. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o protocolo CAAE 40025320.0.0000.0121 e antes de responder o questionário os participantes leram e concordaram com o termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados coletados passaram por uma análise estatística descritiva. Resultados: Participaram deste estudo 106 indivíduos, com a idade variando de 18 a 35 anos, sendo a média etária de 22,7 (desvio padrão 3,39) anos. Os resultados mostraram um aumento de sintomas auditivos, principalmente de tontura, zumbido, plenitude articular, desconforto a sons intensos e otalgia durante o período do isolamento social. A frequência do uso de estéreos pessoais para estudar e/ou trabalhar também aumentaram durante o isolamento. Observou-se que 96,22% dos participantes referiram apresentar pelo menos uma emoção e/ou sintoma emocional como ansiedade, estresse, angústia, tristeza, insônia, medo ou comportamento compulsivo durante este período. Conclusões: As principais queixas auditivas durante o isolamento social foram relacionadas ao aumento de sinais e sintomas auditivos e vestibulares. Observou-se uma elevada ocorrência de sintomas relacionados à saúde mental, principalmente ansiedade, estresse, angústia e tristeza.

1. GUNJAWATE, Dhanshree R.; RAVI, Rohit; YERRAGUNTLA, Krishna; RAJASHEKHAR, Bellur; VERMA, Ashwani. Impact of coronavirus disease 2019 on professional practices of audiologists and speech-language pathologists in India: a knowledge, attitude and practices survey. Clinical Epidemiology And Global Health, [S.L.], v. 9, p. 110-115, jan. 2021. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.cegh.2020.07.009.

2. CASAS, Carmen Phang Romero; SILVA, Julio; CASTRO, Rodolfo; RIBEIRO-ALVES, Marcelo; FRANCO, Carolina Mendes. Avaliação de tecnologias em saúde: tensões metodológicas durante a pandemia de covid-19. Estudos Avançados, [S.L.], v. 34, n. 99, p. 77-96, ago. 2020. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0103-4014.2020.3499.006.

3. LI, Sijia; WANG, Yilin; XUE, Jia; ZHAO, Nan; ZHU, Tingshao. The Impact of COVID-19 Epidemic Declaration on Psychological Consequences: a study on active weibo users. International Journal Of Environmental Research And Public Health, [S.L.], v. 17, n. 6, p. 2032, 19 mar. 2020. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/ijerph17062032.

4. MASTNAK, Wolfgang. Psychopathological problems related to the COVID‐19 pandemic and possible prevention with music therapy. Acta Paediatrica, [S.L.], v. 109, n. 8, p. 1516-1518, jun. 2020. Wiley. http://dx.doi.org/10.1111/apa.15346.

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SÍFILIS CONGÊNITA ASSOCIADA À PERDA AUDITIVA NEONATAL
Eduarda Besen ; Moreira, E. ; Gonçalves, L. F. ; Paiva, K. M. ; Haas, P. ;

Introdução: A perda auditiva na infância está dentre as doenças passíveis de triagem ao nascimento, a deficiência auditiva no Brasil apresenta incidência de 30:10.000 nascidos vivos. Entre os indicadores de risco para deficiência auditiva estão as infecções congênitas que nos últimos anos, vem configurando-a como um problema de saúde pública. A sífilis congênita é uma doença infecciosa causada pelo Treponema Pallidum (microrganismo espiralado) um patógeno exclusivo do ser humano. No Brasil, no ano de 2009 a taxa de incidência de transmissão vertical era de 2,1:1000 nascidos vivos, observa-se progressivo aumento em comparação com o ano de 2018, 9:1000 nascidos vivos, reduzindo em 2019 para 8,2:1000 nascidos vivos. A exposição à sífilis no período gestacional é citada como indicador de risco por afetar a orelha interna ocasionando periostite, atrofia do órgão de Corti e hidropsia endolinfática do labirinto membranoso. Estas alterações podem afetar principalmente o gânglio espiral e fibras nervosas do oitavo par craniano, ocasionando perda auditiva do tipo sensorioneural. Objetivo: Verificar associação entre sífilis congênita e deficiência auditiva em neonatos. Métodos: A presente revisão sistemática foi conduzida conforme as recomendações PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses). As buscas por artigos científicos foram conduzidas por dois pesquisadores independentes nas bases de dados eletrônicas MEDLINE (Pubmed), LILACS, SciELO, BIREME e para complementar, foi realizada uma busca manual nas referências dos artigos incluídos na pesquisa e busca por literatura cinza no Google Scholar referente ao período Janeiro de 2010 até maio de 2020. A pesquisa foi estruturada e organizada na forma PICOS. Os descritores foram selecionados a partir do dicionário Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Heading Terms (MeSH) os seguintes operadores boleanos: [(sífilis) or (neonatos) and (audição)] e [(syphilis) or (newborn) and (hearing)]. A extração dos dados para o processo de elegibilidade dos estudos foi realizada utilizando-se uma ficha própria para revisão sistemática elaborada por dois pesquisadores em Programa Excel@,. Resultados: Um total de 223 artigos foram identificado nas buscas primárias. Sendo cinco estudos admitidos pois responderam à pergunta norteadora: Qual a relação entre sífilis congênita e perda auditiva em neonatos? Os estudos admitidos buscavam relacionar os indicadores de risco para perda auditiva neonatal em diferentes setores (ambulatórios, maternidades e clínicas), dentro do indicador infecção congênita encontrava-se a sífilis congênita. Três estudos encontraram associação entre infecção congênita e perda auditiva. A sífilis congênita mesmo que assintomática, pode causar perda auditiva sensorioneural em neonatos, precoce ou tardia, crianças com mais de um ano de idade. Conclusão: Neste estudo, conclui-se a sífilis congênita pode causar perda auditiva sensorioneural em neonatos, de maneira precoce ou tardia. Sendo, assim necessário vigilância e acompanhamento durante os primeiros anos de vida da criança, para que não comprometa o desenvolvimento da linguagem e da audição.

1. Onoda, Raquel Mari; Azevedo, Marisa Frasson de; Santos, Amélia Miyashiro Nunes dos.Braz. j. otorhinolaryngol. (Impr.). 2011; 77(6): 775-783.
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3. Barboza, Ana Carolina Sena; Resende, Luciana Macedo de; Ferreira, Daniele Barreto Cunha; Lapertosa, Cláudia Zanforlin; Carvalho, Sirley Alves da Silva. Audiol., Commun. res. 2013; 18(4): 287-294.
4. Santos, Maria Francisca Colella; Hein, Thaís Antonelli Diniz; Souza, Gabriele Libano de; Amaral, Maria Isabel Ramos; Casali, Raquel Leme. Biomed Res Int. 2014; 1-11.
5. Rechia, Inaê Costa; Liberalesso, Kátia Pase; Angst, Otília Valéria Melchiors; Mahl, Fernanda Donato; Garcia, Michele Vargas; Biaggio, Eliara Pinto Vieira.Braz J Otorhinolaryngol. 2016; 82(1): 76-81. doi: 10.1016/j.bjorl.2015.06.004.
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Página(s): p.205
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SÍFILIS CONGÊNITA: OCORRÊNCIA DE PASSA E FALHA NA TRIAGEM AUDITIVA
Aguiar, L. B. ; Cunha, B. K. S. ; Lima, M. T. A. ; Brito, M. E. F. ; Arrais, N. M. R. ; Moore, D. R. ; Balen, S. A. ;

Introdução: A sífilis congênita é um indicador de risco para a deficiência auditiva, por esse motivo preconiza-se a realização da Triagem Auditiva Neonatal com o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico Automático (PEATE-A) nestes bebês. Contudo, existe uma lacuna na literatura sobre achados que indiquem sua influência na via auditiva. Com isso, surge a necessidade de investigar este indicador, possibilitando assim a otimização do sistema de saúde, a facilitação do monitoramento e acompanhamento da audição ao longo dos primeiros anos de vida, além de esclarecer as consequências da sífilis congênita na audição. Objetivo: Verificar a ocorrência de passa e falha no potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático (PEATE-A) de bebês com sífilis congênita nos dois primeiros meses de vida. Metodologia: Estudo prospectivo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob nº 4.684.404. Foi realizado o PEATE-A a 35 dB nNA, após alta hospitalar (9 a 60 dias). A amostra foi constituída por 93 bebês advindos de maternidades públicas, divididos em três grupos: Grupo 1 (Bebês expostos à sífilis): 7 bebês de mães que fizeram o tratamento adequado de sífilis no pré-natal após serem detectadas com o exame Veneral diseases research laboratory (VDRL) positivo; Grupo 2 (Bebês com sífilis congênita): 37 bebês de mães que realizaram o tratamento de sífilis juntamente com seus bebês, no período perinatal, em decorrência de resultado positivo no exame VDRL ao nascimento; Grupo 3 (Bebês controle): 49 bebês de mulheres que não tiveram resultado positivo do exame VDRL, isto é, evidenciando a não presença de sífilis durante seus períodos pré e perinatal. Nenhum dos bebês possuía outro indicador de risco para deficiência auditiva. Foi descrita a frequência absoluta e relativa da ocorrência de passa e falha no PEATE-A em função dos grupos. Resultados: A frequência de ocorrência de passa foi semelhante nos três grupos. No grupo 1, observou-se 100% de passa bilateralmente nos bebês. Quanto ao grupo 2 ocorreu 97,30% de passa na OD e 94,45% de passa na OE. Já no grupo 3 foi obtido 95,83% de passa na OD e 93,75% de passa na OE. Conclusão: A exposição à sífilis e a presença da sífilis congênita não indicaram maior ocorrência de falha no PEATE-A durante a triagem auditiva nos dois primeiros meses de vida. Desta forma, observou-se indicativo de que a sífilis congênita tenha baixo risco de suspeita de alteração audiológica nos primeiros dois meses de vida.

Palavras-chave: Potenciais Evocados Auditivos do Tronco Encefálico; Sífilis; Deficiência Auditiva.

1. Joint Committee on Infant Hearing. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Journal of Early Hearing Detection and Intervention, 4(2), 1-44. https://doi.org/10.15142/fptk-b748
2. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal/Ministério da Saúde, Brasília: Ministério da Saúde. 2012. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_triagem_auditiva_neonatal.pdf
3. Verghese, V.P. Hendson, L. Singh, A. Guenette, T. Gratrix, J. Robinson, J.L, Early Childhood Neurodevelopmental Outcomes in Infants Exposed to Infectious Syphilis In Utero, The Pediatric Infectious Disease Journal. 37(6) (2018) 576–579. http://dx.doi.org/ 10.1097/INF.0000000000001842
4. Oliveira, C.S. Santiago, D.B. Valente, J.S. P. Borja, A.L.V.F. Bernardi, A.P.A, Prevalência dos indicadores de risco para perda auditiva nos resultados 'falha' da triagem auditiva neonatal, Revista CEFAC. 17(3) (2015) 827-835. https://dx.doi.org/10.1590/1982-021620154914
5. Chau, J. Arashband, S. Chang, E. Westerberg, D. Kozak, F. K, A systematic review of pediatric sensorineural hearing loss in congenital syphilis, International Journal Pediatric Otorhinolaryngology. 73(6) (2009) 787-92. https://dx.doi.org/10.1016/j.ijporl.2009.02.021.

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Página(s): p.226
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SINAIS E SINTOMAS DO TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO: VISÃO DE PROFESSORES DE ESCOLAS DO DISTRITO FEDERAL
Ribeiro, S.S. ; Canto-Pereira, V. R ;

Introdução: O Transtorno do Processamento Auditivo (TPA) é caracterizado como um transtorno funcional da audição, no qual o indivíduo detecta os sons normalmente, mas tem dificuldades em interpretá-los devido o prejuízo em uma ou mais habilidades auditivas. O TPA acarreta déficits no processamento das informações dos sinais sonoros recebidos não atribuídos à deficiência auditiva periférica. Em ambiente escolar, crianças e/ ou adolescentes com TPA podem apresentar dificuldades nas atividades de soletração, leitura e na compreensão das informações apresentadas verbalmente durante a aula. O TPA acarreta dificuldades no processo da comunicação oral, leitura e escrita, compreensão de linguagem e no desempenho escolar. Objetivo: Verificar os sinais e sintomas de TPA observados em ambiente escolar, de acordo com a opinião de professores que lecionaram para crianças e/ ou adolescentes diagnosticados com TPA, em escolas públicas do Distrito Federal. Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição de Ensino Superior, sob o parecer nº 4.129.964. A amostra foi composta por 67 professores do ensino fundamental I de três escolas públicas do Distrito Federal (DF). Os professores responderam um questionário composto por 58 sinais e sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e TPA, pontuando-os conforme a frequência de ocorrência no ambiente laboral, sendo 1 (nunca), 2 (quase nunca), 3 (algumas vezes), 4 (quase sempre) e 5 (sempre). Resultados: Os principais sinais e sintomas de TPA encontrados na análise dos questionários foram: dificuldade de ouvir em ambiente ruidoso; pede para repetir coisas; déficit na atenção auditiva seletiva; déficit na atenção auditiva dividida; taxa reduzida de processamento da informação auditiva; dificuldade em seguir instruções orais; déficit na atenção auditiva sustentada; distração; habilidade de associação auditiva ruim e habilidade de escuta ruim. Os sinais comportamentais: agressivo; engaja-se em atividades perigosas; desafiador; brigão; rouba; mente; destruidor e hostil foram classificados como menos frequentes. Estes achados podem ser correlacionados ao fato de que estes sintomas não são frequentes no TPA, sendo sintomas que são encontrados em maior frequência no TDAH. Conclusão: foi possível identificar os principais sinais e sintomas comportamentais característicos de TPA, de acordo com a observação dos professores. Foi possível, ainda, correlacionar a presença dos déficits das habilidades auditivas e as dificuldades que estes déficits podem ocasionar no aprendizado de crianças e/ou adolescentes com TPA.

• Pereira, Kátia Helena. Manual de orientação: transtorno do processamento auditivo – TPA. Primeira edição. Florianópolis: DIOESC, 2014.
• American Speech-Language-Hearing Association. (2014). Understanding the Differences Between Auditory Processing, Speech and Language Disorders, and Reading Disorders. Research Boulevard, Rockville, Maryland 20850-3289.
• Bellis TJ. Understanding Auditory Processing Disorders in children. ASHA - American Speech-Language-Hearing Association [artigo online]. Disponível em: https://www.asha.org/public/hearing/understanding-auditory-processing-disorders-in-children/.
• Chermak GD, Tucker E, Seikel JA. Behavioral characteristics of auditory processing disorder and attention-deficit hyperactivity disorder: predominantly inattentive type. Journal of the American Academy of Audiology, 2002; 13 (6): 332-338. 12.

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SINAIS E SINTOMAS DOS TRANSTORNOS DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE: OBSERVAÇÃO DE PROFESSORES DO DISTRITO FEDERAL
Bezerra, D.R. ; Ribeiro, S.S. ; Canto-Pereira, V. R ;

INTRODUÇÃO: O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado por uma sintomatologia clássica de desatenção, hiperatividade e impulsividade, sendo uma patologia bastante heterogênea, ou seja, diferentes fatores genéticos e ambientais atuam na manifestação das características que compõem os variados quadros clínicos do transtorno. Para o diagnóstico do TDAH é necessário que o indivíduo apresente os sintomas antes dos 12 anos, persistindo por pelo menos seis meses, no mínimo em dois ambientes diferentes, entre outros. A desatenção manifesta-se como divagação em tarefas, falta de persistência, dificuldade de manter o foco e desorganização. A hiperatividade está relacionada com atividades excessivas e não apropriadas, como batucar ou conversar em excesso. A impulsividade manifesta-se em ações que ocorrem em momentos sem premeditação, podendo causar dano a própria pessoa, e podem estar associadas a intromissão social. OBJETIVO: Verificar quais são os sinais e sintomas de TDAH mais observados em ambiente escolar, segundo a visão de professores que lecionaram para crianças e/ ou adolescentes diagnosticados com o transtorno. METODOLOGIA: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, sob o parecer no 4.129.964. Foram selecionadas três escolas públicas do Distrito Federal (DF), localizadas na cidade de Samambaia. Participaram do estudo 68 professores de escolas de ensino fundamental. Estes foram convidados a responder um questionário de sinais e sintomas do TDAH, composto por 58 itens/sintomas que podem estar presentes em crianças e/ou adolescentes com o transtorno. Os itens foram pontuados, de acordo com o grau de ocorrência, em valores numéricos de 1 a 5 que correspondem a: 1. Nunca; 2. Quase nunca; 3. Algumas vezes; 4. Quase sempre e 5. Sempre. RESULTADOS: Após a análise de dados, foi possível identificar a média e o desvio padrão da pontuação atribuída a cada um dos 58 sintomas, Os principais sinais e sintomas do TDAH, em ordem decrescente de média foram: Irriquieto; Ansioso; Hiperativo; Apressado ou impulsivo; Distraído, Desatento, Tagarela; Dificuldade de brincar silenciosamente; pouco auto-controle; Intromete-se/Interrompe. Já os sintomas menos frequentes foram: Deprimido; Medroso; Tímido; Rouba ou Mente; Introvertido; Dificuldade em discriminar fala; Habilidade de associação auditiva ruim; Taxa reduzida de processamento da informação auditiva; Habilidade de linguagem ruim; Hostil. CONCLUSÃO: Com a realização deste estudo, foi possível identificar os principais sinais e sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, segundo a observação de professores de crianças e/ou adolescentes com o diagnóstico do transtorno no Distrito Federal.

• AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre. Artmed Editora, 2014.
• CHERMAK, G.D; TUCKER, E; SEIKEL, J.A. Behavioral characteristics of auditory processing disorder and attention-deficit hyperactivity disorder: predominantly inattentive type. Journal of the American Academy of Audiology, v. 13, n. 6, p. 332-338, 2002.
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Página(s): p.311
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SISTEMA DE MONITORAMENTO AUDIOLÓGICO DOS TRABALHADORES EXPOSTOS AO RUÍDO OCUPACIONAL DE UMA UNIVERSIDADE.
Perini, B. P. ; Rocha, C. H. ; Moreira, R. R. ; Samelli, A. G. ;

Introdução: O ruído é um dos principais agentes nocivos à saúde do trabalhador, ocasionando a perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados (PAINPSE), que é uma perda irreversível, mas absolutamente evitável quando medidas protetivas e de monitoramento são adotadas. Embora, a legislação brasileira tenha estabelecido os parâmetros mínimos para monitoramento da audição dos trabalhadores, ainda existe uma alta prevalência da PAINPSE, em virtude principalmente da não aderência das empresas aos programas e da baixa capacidade de fiscalização governamental sobre as medidas preventivas adotadas contra o ruído. Desse modo, é fundamental a existência de sistemas eficientes de monitoramento de saúde do trabalhador, permitindo a vigilância epidemiológica constante, bem como facilitando a implementação de ações para eliminação ou redução dos riscos para PAINPSE. Objetivo: Desenvolver um sistema para monitoramento audiológico de trabalhadores de uma universidade pública, expostos a ruído ocupacional. Metodologia: A pesquisa foi realizada simultaneamente em duas frentes. A primeira consistiu no desenvolvimento de um sistema para banco de dados por meio do Microsoft Access®. Na segunda frente, foi feita a organização dos prontuários dos funcionários, encaminhados pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) em ativos e inativos, e posterior tabulação. Resultados: O referido serviço de audiologia ocupacional existe desde 2002, realizando as avaliações de todos os funcionários da universidade expostos a ruído, resultando em uma grande quantidade de prontuários, assim como em prontuários extensos, pela longevidade do acompanhamento. Para atender as demandas de organização do serviço, a pesquisa resultou no desenvolvimento do Sistema de Prontuários Virtuais (SPV). A plataforma personalizada foi construída por meio do programa Microsoft Access, escolhido por sua acessibilidade; capacidade em comportar os prontuários; possibilidade do uso de senhas de acesso ao sistema, conferindo segurança e confiabilidade dos dados; possibilidade de realizar cruzamento de dados e geração de relatórios, bem como cadastramento dos indivíduos por meio de número de identificação único, evitando a duplicidade. Ao iniciar o SPV, é possível cadastrar ou atualizar o prontuário de um funcionário, incluindo seu histórico clínico-ocupacional, obtido na anamnese, e os exames audiológicos realizados. Também é possível gerar relatórios sobre os exames realizados por período - intervalo de datas - facilitando o monitoramento das avaliações realizadas e permitindo o cumprimento adequado da periodicidade do acompanhamento audiológico, de acordo com a Portaria nº19. O SPV está em fase de cadastramento dos prontuários completos e os testes preliminares mostraram potencial para atender as demandas do serviço. Foram registrados 3301 documentos, que foram encaminhados ao SESMT, para confirmação dos funcionários ativos e inativos. Do total de registros enviados, o SESMT apresentou o relatório referente a 629 funcionários, dos quais 404 estão ativos e 225 estão inativos. Conclusão: O SPV foi desenvolvido e encontra-se em fase de alimentação do banco de dados e testes. A médio prazo, espera-se que o SPV se torne um importante instrumento para estudos ligados à área de saúde do trabalhador, dentro da universidade, bem como uma ferramenta ágil para o monitoramento audiológico desta população.

Cunha IA (coord.), Shibuya EK, Fernandes RF, et al. Guia de diretrizes e parâmetros mínimos para a elaboração e gestão do Programa de Conservação Auditiva (PCA). São Paulo: Fundacentro, 2018.

Nyarubeli IP, Tungu AM, Bråtveit M, Moen BE. Occupational noise exposure and hearing loss: A study of knowledge, attitude and practice among Tanzanian iron and steel workers. Arch Environ Occup Health. 2020;75(4):216-25.

Santana MCCP, Brandão KKCP, Goulart BNG, Chiari BM. Fonoaudiologia e saúde do trabalhador: vigilância é informação para a ação! Rev. CEFAC. 2009;11(3):522-8.

Andrade, Cláudia Toledo de et al. A importância de uma base de dados na gestão de serviços de saúde. Einstein (São Paulo) [online]. 2012, v. 10, n. 3 [Acessado 28 Maio 2021] , pp. 360-365. Disponível em: . Epub 29 Out 2012. ISSN 2317-6385. https://doi.org/10.1590/S1679-45082012000300018.
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SUPRESSÃO CONTRALATERAL DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS TRANSIENTES EM LACTENTE NO PRIMEIRO ANO DE VIDA: REVISÃO SISTEMÁTICA
Santos, L. J. P. ; Silva, B. O. ; Taveira, K. V. M. ; Balen, S. A. ;

Introdução: Durante os primeiros anos de vida as crianças amadurecem os mecanismos neurais envolvidos na codificação do som, sendo capazes de utilizar detalhes acústicos cada vez mais sutis na identificação sonora e de escolher as informações acústicas para o reconhecimento do som sob diferentes condições de escuta melhorando a sensibilidade auditiva. Explicações fisiológicas demonstram a participação do sistema eferente na regulação da seletividade de frequência e detecção de fala no ruído. No entanto, diversos protocolos são aplicados na avaliação desse sistema, não apresentando atualmente valores normativos para população infantil. Objetivo: Caracterizar a supressão das emissões otoacústicas transientes em crianças no primeiro ano de vida sem indicadores de risco para a deficiência auditiva. Método: Revisão sistemática que seguiu os critérios do relatório de revisões sistemáticas e meta-análises (PRISMA) e cadastrado no PROSPERO. Foram incluídos estudos observacionais com crianças até um ano de vida sem indicadores de risco para a deficiência auditiva segundo o Joint Committe of Infant Hearing (2019), nascidas a termo, usando a supressão contralateral das emissões otoacústicas transientes. A busca nas bases de dados EMBASE, LILACS, LIVIVO, PubMed/Medline, Scopus e Web of Science. A literatura cinzenta incluiu o Google Scholar, Open Grey e ProQuest, busca manual nas referências dos estudos incluídos e consulta aos experts. Dois pesquisadores independentes realizaram as buscas, extração dos dados e analisaram os riscos de viés dos estudos individuais com o instrumento MASTARI. Resultados: Foram localizados 3796 estudos, após as fases de seleção, 14 estudos foram elegíveis. O período de publicação dos estudos elegíveis oi de 1994 a 2019. As amostras variaram de 6 a 120 sujeitos. Os protocolos aplicaram cliques lineares, não-lineares e não filtrado, intensidades entre 60 dB NPS e 80 dB NPS, com ruído contralateral de banda larga. Todos os estudos mostraram inibição eferente nos neonatos. A supressão foi maior nos estudos que aplicaram o clique não-linear e o não filtrado com médias superiores a 1 dB em neonatos nas primeiras semanas de vida. A análise dos estudos incluídos demonstrou risco de viés individual alto em 64,3% e moderado de 35,7%. Conclusões: A supressão contralateral das emissões otoacústicas transiente ocorre em lactentes sem indicadores de risco para a deficiência auditiva, as características diversificadas de captação das EOAT não permitem até o momento valores clínicos normativos nessa população, contudo observa-se valores de supressão ≤ 1 dB em recém-nascidos quando o estímulo linear é empregado e > 1 dB para o não-linear e não filtrado.

Werner L. A. (2007). Issues in human auditory development. Journal of communication disorders, 40(4), 275–283. https://doi.org/10.1016/j.jcomdis.2007.03.004
Page MJ, Moher D, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. PRISMA 2020 explanation and elaboration: updated guidance and exemplars for reporting systematic reviews. BMJ (Clinical research ed). 2021;372.
Aromataris, E., & Munn, Z. (2017). Joanna Briggs Institute Reviewer's Manual. The Joanna Briggs Institute. Acesso em: 03 de julho de 2020, em: https://reviewersmanual.joannabriggs.org/
Guinan J. J., Jr (2017). Olivocochlear efferents: Their action, effects, measurement and uses, and the impact of the new conception of cochlear mechanical responses. Hearing Research, 362, 38–47. https://doi.org/10.1016/j.heares.2017.12.012
Joint Committe of Infant Hearing. (2019). Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Journal of Early Hearing Detection and Intervention, 4(2), 1-44. DOI: 10.15142/fptk-b748
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.238
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TELECONSULTA SÍNCRONA NO MONITORAMENTO AUDIOLÓGICO INFANTIL: APLICABILIDADE DE UM PROTOCOLO
Almeida, H.L.C. ; Barros, V.V. ; Cunha, B.K.S. ; Silva, T.C. ; Nascimento, L.J.P. ; Nunes, A.D.S. ; Balen, S.A. ;

Introdução: A perda auditiva causada por sífilis congênita pode impactar o desenvolvimento infantil. A pandemia de COVID-19 restringiu o monitoramento audiológico presencial necessário a essa população. A regulamentação da Telefonoaudiologia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, em 2020, possibilitou o uso da Teleconsulta para este fim. Objetivo: Verificar a aplicabilidade de um protocolo de teleconsulta síncrona no monitoramento audiológico de bebês de quatro a 13 meses com sífilis congênita. Metodologia: Estudo observacional com corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (n.3.360.661). Foram convidadas 77 famílias vinculadas a um projeto longitudinal de seguimento auditivo e de linguagem nos dois primeiros anos de vida, constituindo dois grupos: bebês com sífilis congênita no Grupo Estudo (GE) e bebês sem indicador de risco para a deficiência auditiva no grupo controle (GC). O responsável pelo bebê foi cadastrado na plataforma de teleconsulta do Núcleo de Telessaúde do Estado, na qual foram realizadas as teleconsultas síncronas por dois fonoaudiólogos. A primeira etapa consistiu na aplicação dos checklists: "Questionário de acompanhamento da função auditiva e de linguagem” (QAFAL) e "Escala Brasileira de Desenvolvimento de Audição e Linguagem” (EDAL-1). Caso os checklists apresentassem pontuações abaixo do esperado era agendada a segunda etapa, com uma nova teleconsulta para aplicação do Early Listening Function (ELF) em português quando o risco era relacionado a audição e o Inventário MacArthur de Desenvolvimento Comunicativo caso houvesse risco relacionado à linguagem. Caso fosse identificado desempenho abaixo do esperado na segunda etapa, o bebê era encaminhado para avaliação presencial. Ao final de cada etapa os responsáveis receberam devolutiva e responderam a um questionário de satisfação do atendimento (0 a 5; totalmente satisfeito - nada satisfeito). Foram realizadas análises descritivas dos dados. Resultados: Participaram das teleconsultas 32 responsáveis, sendo 17 do GE e 15 do GC. O QAFAL foi aplicado em 29 sujeitos, pois três apresentaram idade superior a 12 meses. 100% das crianças do GE e 92,3% do GC apresentaram resultado “passa”. No EDAL-1, aplicado em toda a amostra, 94,12% apresentaram escores dentro do esperado para a idade no GE e 86,67% para o GC. Os sujeitos que obtiveram escores inferiores ao esperado para a idade no EDAL-1 prosseguiram em teleconsultas para investigação de possíveis alterações audiológicas, quando foi aplicado o ELF. Na avaliação do atendimento, 85,71% dos responsáveis deram nota cinco a teleconsulta e 7,14% nota três. Ao serem questionados se as expectativas de uma consulta online foram atendidas, 75% informaram estar totalmente satisfeitos e 7,14% nada satisfeitos. Todos informaram que participariam de uma nova teleconsulta e a recomendariam para amigos. Cerca de 30% apontaram a conexão com a internet como maior dificuldade. Conclusão: Foi observada aplicabilidade do protocolo de monitoramento audiológico proposto para a teleconsulta síncrona de bebês de quatro a 13 meses com sífilis congênita. Esta foi uma oportunidade de acompanhar o desenvolvimento das crianças, com boa aceitação por parte das famílias, podendo este protocolo ser expandido para o monitoramento audiológico de outros bebês com ou sem presença de outros indicadores de risco para a deficiência auditiva.

1. Alvarenga KF, Araujo ES, Melo TM, Martinez MAN, Bevilacqua MC. Questionário para monitoramento do desenvolvimento auditivo e de linguagem no primeiro ano de vida. CoDAS. 2013;25(1):16-21. Disponível em: https://www.scielo.br/j/codas/a/np6c7n3cg6r9HPshVFhbCgB/?lang=pt Acessado em 28/05/2021
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2020. Disponivel em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-com-infeccoes Acessado em 28/05/2021
3. JCIH (Joint Committee on Infant Hearing). Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Journal of Early Hearing Detection and Intervention, 4(2), 1-44. Disponível em: https://doi.org/10.15142/fptk-b748 Acessado em: 28/05/2021
4. Lopes AC, Barreira-Nielsen C, Ferrari DV, Campos PD, Ramos SM. (Orgs.). Diretrizes de boas práticas em telefonoaudiologia [recurso eletrônico]. Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de São Paulo; Brasília: Conselho Federal de Fonoaudiologia, 2020. v. 1, 95 p. : il. Disponível em https://www.fonoaudiologia.org.br/wp-content/uploads/2020/09/CFFa_Diretrizes_Boas_Praticas_Em_Telefonoaudiologia_VOL1_2020-1.pdf Acessado em 28/05/2021
5. Moretti CAM et al. Brazilian Scale of Hearing and Language Development: Normality Curve for Infants and Children from 0 to 24 Months Old with Normal Hearing. Int Arch Otorhinolaryngol. 2019;23(2):131-6. Disponível em https://doi.org/10.1055/s-0038-167518 Acessado em 28/05/2021
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TELEFONOAUDIOLOGIA NA WIKIPÉDIA.
Batista, B.M.B.C.B ; Alvarenga, K.F. ; Montilha, A.A.P. ; Lopes, T.A. ; Cardoso, M.J.F. ; Jacob-Corteletti, L.C.B. ;

INTRODUÇÃO: A Wikipédia é uma enciclopédia livre, baseada na web e escrita de maneira colaborativa, que tem como objetivo estimular novos editores na produção de conteúdos em diversas áreas e idiomas. No meio acadêmico, é crescente a sua utilização como ferramenta para produção de conhecimento de qualidade. Sendo cada dia mais presente no coti­diano das pessoas, a tecnologia tem sido empregada em diversas áreas e sendo incorporada inclusive na prática clínica por profissionais da saúde. Um exemplo é a utilização da telefonoaudiologia que tem como objetivo disponibilizar serviços fonoaudiológicos à distância utilizando a internet e a tecnologia para auxiliar na assistência em saúde e capacitação dos profissionais. Reconhecida e regulamentada pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia desde 2009, tem desde então, sido empregada na assistência aos pacientes, pesquisa e promoção da educação e saúde. OBJETIVOS: Analisar o fluxo de acesso ao verbete criado, bem como as edições realizadas no mesmo. METODOLOGIA: Como parte das atividades de uma disciplina cursada em um programa de Pós-Graduação em Fonoaudiologia, foi criado o verbete Telefonoaudiologia com a seguinte estrutura: conceito e nomenclaturas, aplicações, considerações éticas e regulatórias e plataformas utilizadas para teleconsulta. A análise do fluxo de acesso ao verbete e às edições, foi realizada a partir do acesso ao Outreach Dashboard. RESULTADOS: Desde a sua publicação no domínio principal, em fevereiro de 2021, o verbete foi visualizado 153 vezes, com uma média mensal de 13 acessos. Após a criação do verbete, no domínio de usuário em uma página de testes, em outubro de 2020, foram realizadas 107 edições referentes a formatação, expansão de conteúdo e referenciação, para que o mesmo se adequasse às políticas oficiais e recomendações da Wikipédia lusófona, bem como às normas editoriais do manual de estilo e à política de verificabilidade. CONCLUSÕES: É importante salientar que o verbete Telefonoaudiologia, na Wikipédia lusófona, foi o primeiro a ser criado dentre todas as versões idiomáticas da Wikipédia. A fase de desenvolvimento compreendeu o período em que houve mais visualizações da página, a fim de melhorar e aprimorar o conteúdo sobre a Telefonoaudiologia. Após esta etapa, o tema seguiu sendo pesquisado pela comunidade, o que indica interesse do público pelo assunto abordado. Com isso, pode-se confirmar que tais ações na Wikipédia contribuíram e seguem contribuindo para a difusão científica e a comunicação em saúde.

1. Spinardi, Ana Carulina Pereira et al. Telefonoaudiologia: ciência e tecnologia em saúde. Pró-Fono Revista de Atualização Científica [online]. 2009, v. 21, n. 3 [Acessado 14 Junho 2021] , pp. 249-254. Disponível em: . Epub 13 Out 2009. ISSN 0104-5687. https://doi.org/10.1590/S0104-56872009000300012.
2. Primo, A. F. T., & Recuero, R. da da C. (2008). Hipertexto cooperativo: uma análise da escrita coletiva a partir dos Blogs e da Wikipédia. Revista FAMECOS, 10(22), 54-65. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2003.22.3235
3. KLEINKE, Sonja. Wikipedia: quotations at the interface of encyclopedic and participatory practices. Journal of Pragmatics, v. 157, p. 119-130, 2020.
ALCAZAR, C.; BUCIO, J.; FERRANTE, L. Wikipedia Education Program in higher education settings. Pág Educ, Montevideo, v. 11, n. 1, p. 23-36, jun 2018. DOI:10.22235/pe.v11i1.1552.
PAIXÃO, F. D. et al. O uso da Wikipédia na difusão científica. In: Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 39., 2016, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2016. Disponível em: http://portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-1908-1.pdf. Acesso em: 14 jun. 2021.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.407
ISSN 1983-1793X
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TELERREABILITAÇÃO DO TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: RELATO DE CASO
Lima, S. C. ; Guimarães, A. F. S. ; Lima, D. O. ; Rosa, M. R . D. ; Lima, A. C. A. ;

Introdução: O Transtorno do processamento auditivo central (TPAC) pode coexistir com outras doenças como o Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), que demonstram comportamentos semelhantes, dificultando a sua identificação e tratamento. O treinamento auditivo através da Telerreabilitação é uma proposta de intervenção que se baseia na neuroplasticidade que tem o objetivo de reorganizar o substrato neural e melhorar as habilidades auditivas alteradas. Objetivo: verificar o resultado alcançado com a Telerreabilitação no treinamento auditivo acusticamente controlado em um indivíduo com Transtorno do processamento auditivo central (TPAC) e Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Métodos: Utilizou-se um estudo de caso, experimental e descritivo, com abordagem quantitativa. Composto por um indivíduo do sexo masculino, 12 anos de idade com diagnóstico de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtorno do processamento auditivo central (TPAC). Foram utilizados os questionários The auditory Processing Domains Questionnaire - APDQ e Fisher’s auditory problems checklist for auditory processing evaluation - QFISHER pré e pós treinamento auditivo, e os testes do Processamento auditivo: Teste de Identificações de Sentenças com Mensagem Competitiva (SSI), Teste Fala no Ruído (TFR), Teste de Limiar Diferencial de Mascaramento (MLD), Teste de Padrão de Frequência (PPS), Teste de Detecção de Intervalos Aleatórios (GIN) e Teste Dicótico de Dígitos (TDD). Após a avaliação, o indivíduo realizou o treinamento auditivo através da Telerreabilitação, e em seguida foi feita a reavaliação do Processamento auditivo central. Resultados: Os resultados obtidos na reavaliação com os testes de Processamento Auditivo após doze sessões de treinamento auditivo realizadas através da telerreabilitação apontaram melhoras significantes pós treinamento auditivo das habilidades que se encontraram alteradas, e também mudanças em relação a percepção dos pais sobre o comportamento auditivo da criança. Conclusão: O programa de treinamento auditivo realizado através da Telerreabilitação apresentou nesse caso, impacto positivo na reabilitação auditiva na criança com transtorno do processamento auditivo central concomitante ao transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.


ABDO, A. G. R.; MURPHY, C. F. B.; SCHOCHAT, E. Habilidades auditivas em crianças com dislexia e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. R. Atual. Cient. São Paulo, vol. 22, n. 1, jan./mar. 2010.

ALONSO, R.; SCHOCHAT, E. A eficácia do treinamento auditivo formal em crianças com transtorno de processamento auditivo (central): avaliação comportamental e eletrofisiológica. Braz. j. Otorrinolaringol. , São Paulo, 75 (5), outubro 2009.

ASHA: Working group on Auditory Processing Disorders. (Central) Auditory Processing Disorders. Rockville, MD: American Speech Language-Hearing Association; 2005. Report N°:TR2005-00043.

AVILA, R. R. A.; MURPHY, C. F. B.; SCHOCHAT, E. Efeitos do treinamento auditivo em idosos com comprometimento cognitivo leve. Psicol. Reflex. Crit. 27 (3) – 2014.

BRAGA, B. H. C.; PEREIRA, L.D.; DIAS, K. Z. Critérios de normalidade dos testes de resolução temporal: Random Gap Detection Test and Gasp-In-Noise. Rev. CEFAC, São Paulo, v. 17, n. 3, pag. 836-846. Maio 2015.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.273
ISSN 1983-1793X
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TELESSAÚDE NO ACOMPANHAMENTO DE PESSOAS COM ZUMBIDO E/OU TONTURA
Ferreira, R. J. S. ; Valença, E. C. D ; Santos, M. B. ; Barboza, H. N. ; Paiva, S. F ; Araújo A. L. L. S. ; Rosa, M. R. D. ;

Zumbido e tontura são sintomas comumente relatados nos serviços de fonoaudiologia. Tais sintomas possuem relação direta com fatores pessoais e ambientais, por este motivo, o monitoramento destes pacientes deve ser constante para promover a funcionalidade e garantir a saúde dos indivíduos. A telessaúde ou eHealth são termos utilizados para caracterizar estratégias de saúde mediadas por dispositivos eletrônicos, podendo estes serem utilizados para diferentes objetivos e situações. No último ano, a telessaúde se fez essencial para continuidade e manutenção dos serviços de saúde devido às consequências da pandemia COVID-19. Neste cenário de distanciamento social, a internet se tornou uma ferramenta indispensável para a continuidade de prestação de serviços em saúde. Sendo assim, este trabalho tem por objetivo descrever os benefícios da telessaúde como alternativa para o acompanhamento de pessoas com zumbido e sintomas vestibulares. Para tanto, foram realizadas buscas na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde- BVS, com os descritores “Tinnitus”, “Internet”, “eHeath” e “Vestibular symptoms” e realizado o levantamento da literatura sobre o tema. Como resultados, foram encontrados 69 artigos que relacionaram estratégias online para o gerenciamento destes sintomas. Dentre os estudos pesquisados, cinco foram selecionados de acordo com os critérios de inclusão que são: publicação realizada nos últimos cinco anos em periódicos de alto fator de impacto e relação com a temática central. Três estudos selecionados se relacionam com o tratamento online do zumbido, e dois apresentam estratégias virtuais para o manejo de tonturas e desequilíbrios. A partir da leitura dos estudos, pontos comuns foram relacionados gerando categorias como uso da telessaúde para o tratamento e manejo e promoção de saúde auditiva e vestibular. A utilização da internet possibilitou como resultados uma melhor relação custo-benefício, maior acessibilidade aos serviços, atendimentos mais abrangentes e controlados, além de redução significativa dos sintomas e fatores estressantes a estes associados1. Além disso, fatores de privacidade e flexibilidade foram amplamente relatados nos grupos que utilizaram as estratégias virtuais, e consequentemente possibilitaram maior comodidade durante as intervenções remotas que minimizou o estresse associado ao atendimento hospitalar/ambulatorial 2,3. Outro ponto comum encontrado, foi a redução das dificuldades de mobilidade dos pacientes idosos, uma vez que os atendimentos remotos facilitaram a vida deste público, que por vezes referiu a falta de meios de transporte e ausência de suporte social como barreiras relacionadas à acessibilidade dos atendimentos clínicos1,4. Os estudos analisados apontam que o uso da telessaúde como estratégia na prática de atendimento fonoaudiológico se apresenta como um facilitador desde processo, possível e viável de ser realizado em todas as etapas da reabilitação dos sistema auditivo e vestibular5. Como visto, amplos são os benefícios da telessaúde, principalmente para pessoas que necessitam de acompanhamento terapêutico, tonando assim o atendimento remoto uma estratégia aliada na promoção de saúde da população.

1. Beukes EW, Allen PM, Baguley DM, Manchaiah V, Andersson G. Long-term efficacy of audiologist-guided Internet-based cognitive behavior therapy for tinnitus. American journal of audiology. 2018 Nov 19;27(3S):431-47.
2. Beukes EW, Manchaiah V, Davies AS, Allen PM, Baguley DM, Andersson G. Participants’ experiences of an Internet-based cognitive behavioural therapy intervention for tinnitus. International journal of audiology. 2018 Dec 2;57(12):947-54.
3. Lan T, Zhao F, Xiong B. The Acceptability and Influencing Factors of an Internet-Based Tinnitus Multivariate Integrated Sound Therapy for Patients With Tinnitus. Ear, Nose & Throat Journal. 2020 Dec 10;(14):55-61.
4. Geraghty AW, Essery R, Kirby S, Stuart B, Turner D, Little P, Bronstein A, Andersson G, Carlbring P, Yardley L. Internet-based vestibular rehabilitation for older adults with chronic dizziness: a randomized controlled trial in primary care. The Annals of Family Medicine. 2017 May 1;15(3):209-16.
5. Beukes EW, Manchaiah V, Allen PM, Baguley DM, Andersson G. Internet-based interventions for adults with hearing loss, tinnitus, and vestibular disorders: A systematic review and meta-analysis. Trends in hearing. 2019 May; 23(2)33-49.
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Página(s): p.340
ISSN 1983-1793X
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TRANSTORNO DE PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E BILINGUISMO: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Lima, S. C. ; Lima, D. O. ; Guimarães, A. F. S. ; Rosa, M. R. D ; Lima, D. O. ; Rodrigues, B. A. ; Souza, L. S. ;

Introdução: Para a aquisição de uma nova língua, é necessário o desenvolvimento de habilidades especificas a partir de experiências auditiva. É ouvindo e falando que conhecemos uma língua, a qual nos possibilita comunicar ideias, sentimentos e desejos em nosso meio ambiente. Esse processo envolve etapas do processamento auditivo(PAC), este refere-se à eficiência e eficácia com que o sistema nervoso auditivo central utiliza a informação auditiva, quando se tem uma alteração nesse processo , temos o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) sendo este um déficit na modalidade auditiva de origem neurobiológica.Diversos estudos demonstram a presença do TPAC em pacientes Bilingues ou poliglotas.Afim de reestruturar esses mecanismos auditivos alterados , O treinamento auditivo (TA) é uma ferramenta eficaz para o tratamento do TPAC, ele age na reestruturação do sistema auditivo e conexões com sistemas neurais. Este fato, acarreta na melhora das habilidades alteradas por meio da plasticidade neural Objetivo: Relatar os benefícios do treinamento auditivo em uma paciente bilíngue acometida pelo TPAC. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo de uma Paciente bilíngue de 12 anos de idade, sexo feminino, com dificuldades de compreensão auditiva. Inicialmente, aplicou-se o questionários de funcionamento auditivo (SAB) e o de monitoramento dos resultados do treinamento auditivo (FISHER). Para avaliar a via auditiva, foi aplicado o potencial evocado auditivo de tronco encefálico(PEATE), observando um aumento da latência da onda III, em ambas as orelhas , sendo mais significa na orelha direita antes do TA. Além disso , aplicou-se os testes da bateria de avaliação do PAC testes de Identificação de Sentença Sintática –PSI, Teste de Padrão de Frequência –PPS Teste Dicótico de Dígitos- TDD, Teste Dicótico Consoante Vogal-TDCV- Fala no Ruído-FR, Masking Level Difference-MLD. os testes de PAC apresentaram alteração nas habilidades de Figura-Fundo para sons linguísticos, Integração Binaural, Separação Binaural e Ordenação Temporal ,resultando no transtorno do processamento auditivo central.O treinamento auditivo, foi baseada em técnicas formais e informais com ênfase no trabalho de memória sequencial verbal juntamente com atenção seletiva, realização de atividades direcionadas a figura-fundo auditiva, consciência do planejamento da informação acústica através da discriminação de fonemas e síntese fonêmica. Resultado: Após o treinamento auditivo, observou-se melhor desempenho nos scores dos questionários SAB e Q-Fisher, diminuição das latências do PEATE em ambas as orelhas. Nos testes comportamentais do PAC, observou-se evolução significativa nos testes Dicótico de Dígitos, com diminuição da diferença interaural, Padrão de Frequência para a tarefa de nomeação, no teste de inteligibilidade de Fala Pediátrica –PSI em sons verbais obteve, especialmente na relação sinal ruído de -15/MCI,chegando a 40% de melhora. Sendo assim, observou-se uma melhora nos mecanismos fisiológicos de atenção seletiva, discriminação de sons verbais em sequência, reconhecimento de sons verbais fisicamente distorcidos em escuta monótica, reconhecimento de sons não verbais em escuta dicótica, reconhecimento de sons verbais sobrepostos em escuta monótica com respostas de apontar figuras e discriminação de padrões sonoros. Conclusão: O treinamento Auditivo se mostra eficaz nos casos de TPAC , resultando na melhora das habilidades auditivas, consequentemente na compreensão auditiva e qualidade de vida desta população.

AMERICAN SPEECH-LANGUAGE-HEARING ASSOCIATION. (central) auditory processing disorders — the role of the audiologist [Position Statement]. 2005. Disponível em: .
AMIN, S. B. et al. Central auditory processing disorder profile in premature and term infants. Am J Perinatol, v. 32, n. 4, p. 399-404, 2015.
BELLIS, T. J.; JORGENSEN, L. E. Aging of the auditory system and differential diagnosis of central auditory processing disorder in older listeners.
In: MUSIEK, F. E. e CHERMAK, G. D. (Eds.) Handbook of central auditory processing disorder: auditory neuroscience and diagnosis. 2a. San Diego: Plural Publishing, v.1, 2014.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.291
ISSN 1983-1793X
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TREINAMENTO AUDITIVO COGNITIVO PARA IDOSOS: UM ESTUDO DE CASO
Moreira, H.G. ; Brasil, A.L.M. ; Malavolta, V.C. ; Bruckmann, M. ; Garcia, M.V. ;

Introdução: As queixas dos idosos acerca da dificuldade de comunicação em ambientes acusticamente desfavoráveis é algo frequente. Tais dificuldades podem ser decorrentes de perda auditiva ou de déficits no Sistema Nervoso Auditivo Central relacionados ao avanço da idade. Para isso, é necessária uma intervenção por meio de programas baseados no treinamento auditivo e na melhora do sinal acústico, associada ao emprego de estratégias de linguagem, cognitivas e metacognitivas, pois promoverão a plasticidade e a reorganização cortical nesses indivíduos. Objetivo: Criar um protocolo de treinamento auditivo e cognitivo para idosos com seis sessões e analisar a eficácia do mesmo por meio de um relato de caso. Método: Estudo de caso aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o protocolo número 23081.019037/2017-19, sendo realizado em três etapas: (1) Seleção de materiais, composto por materiais existentes e outros confeccionados pelos autores, (2) Análise de juízes especialistas, para consenso quanto às habilidades avaliadas e tipo de treinamento e, (3) Aplicação do protocolo em uma idosa de 61 anos, destra, com cinco anos de escolaridade, sem alterações de orelha média, com limiares auditivos dentro dos padrões da normalidade em ambas as orelhas, com dificuldade de compreensão de fala em ambientes acusticamente desfavoráveis e queixas de memória. Foi realizado uma bateria de testes para avaliação pré e pós intervenção, composta por avaliação cognitiva e auditiva (Montreal Cognitive Assessment- MOCA, Randon Gap Detection Test- RGDT, Teste Dicótico de Dígitos-TDD, Teste de Fala com Ruído e Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência- P1, N1, P2, N2, P300). Para análise dos dados foi realizada uma análise qualitativa para comparar as respostas nos testes de avaliação cognitiva e auditiva pré e pós intervenção. Resultados: Foi possível a estruturação do protocolo de acordo com as sugestões das juízas especialistas, o que gerou uma nova proposta de treinamento auditivo e cognitivo com 39 tarefas dispostas em seis sessões. A nova proposta terapêutica foi concluída e aplicada. Com a aplicação do protocolo no caso clínico, foi possível observar modificações positivas nos dois aspectos treinados e dentre essas mudanças obteve-se aumento na pontuação do MoCa (15 para 20 pontos), evidenciando melhoras cognitivas mesmo com o teste permanecendo abaixo do escore para normalidade. Além disso, pelos testes comportamentais do PAC observa-se a diminuição no tempo do RGDT (105 para 90ms), aumento de acertos no TDD da orelha esquerda (92,5% para 97,5%), nas porcentagens de acertos do FR para orelha direita (73% para 76%) e para orelha esquerda (88% para 92%) e, principalmente, o eliciamento e normalização do P300 em latência e amplitude, que no pré intervenção estava ausente. Tais resultados indicam melhoras nas habilidades auditivas de resolução temporal, integração binaural e fechamento auditivo, bem como benefícios no processamento da informação auditiva e nas habilidades cognitivas. Conclusão: O caso clínico apresentado obteve melhora pós intervenção nas habilidades auditivas e cognitivas treinadas, e a eficácia foi verificada por meio dos testes comportamentais de processamento auditivo central, de rastreio cognitivo e do potencial evocado auditivo de longa latência.

1. CISG. The Canadian Interorganizational Steering Group for Speech-Language Pathology and Audiology [Internet]. Clinical practice: Auditory Processing Disorder in Children and Adults: Assessment & Intervention Document; [citado em 2020, jun 22]. Disponível em: http://cshbc.ca/wp-content/uploads/2019/02/CSHBC-ACPG-01-Auditory-Processing-Disorders-in-Children-Adults-EN.pdf.
2. Samelli AG, Mecca FFDN. Treinamento auditivo para transtorno do processamento auditivo: uma proposta de intervenção terapêutica. Revista CEFAC. 2010. Feb. 12( 2 ); 235-241.
3. Mukari SZMS, Yusof Y, Ishak WS, Maamor N, Chellapan K, Dzulkifli MA. Relative contributions of auditory and cognitive functions on speech recognition in quiet and in noise among older adults. Braz. j. otorhinolaryngol. 2020. Jan. 86(2):149-156.
4. Stroiek S, Quevedo LS, Kieling CH, Battezini ACL. Treinamento auditivo nas alterações do processamento auditivo: estudo de caso. Rev. CEFAC. 2015 Mar-Abr; 17(2):604-614.
5. Lawrence BJ, et al. Auditory and cognitive training for cognition in adults with hearing loss: A systematic review and meta-analysis. Trends Hear. 2018 Jan-Dec;22:1–20.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.338
ISSN 1983-1793X
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TREINAMENTO AUDITIVO EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Lima, L.R.S. ; Duarte, D.S.B. ; Souza, I.C.M. ; Fernandes, S.F.S ; Carneiro, D.L.S. ; Santos, T.O.N. ; Melo, T.C.F. ; Melo, V.K.R. ; Brito, D.B.L.A. ;

Introdução: O Processamento Auditivo (PA) refere-se aos mecanismos e processos do sistema auditivo responsáveis por fenômenos comportamentais como: localização e lateralização sonora; discriminação auditiva; reconhecimento de padrões auditivos; aspectos temporais da audição, incluindo resolução, mascaramento, integração e ordenação temporal; e desempenho auditivo na presença de sinais acústicos degradados ou competitivos. O Transtorno de Processamento Auditivo (TPA) é complexo grupo de alterações usualmente associado a uma série de dificuldades auditivas e de aprendizado. Na tentativa de minimizar as habilidades auditivas alteradas encontradas no indivíduo, alguns procedimentos são propostos, entre eles o Treinamento Auditivo (TA). Este é um conjunto de estratégias utilizadas para desenvolver ou reabilitar as habilidades auditivas, as quais são necessárias para a compreensão da fala. Objetivo: Descrever as principais técnicas/métodos utilizados no treinamento auditivo em crianças com transtorno do processamento auditivo. Método: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio de 2021, norteada pela seguinte pergunta condutora: Quais as principais técnicas/métodos utilizados no treinamento auditivo em crianças com transtorno de processamento auditivo? Foram utilizadas as seguintes bases de dados como fonte de artigos: SciencDirect, SciELO, PubMed e as primeiras quinze páginas do google acadêmico. Para a busca foi utilizada a seguinte chave de busca: “Auditory training” AND “Auditory Processing Disorder” AND “Children”. Foram incluídos estudos realizados com crianças de 0 até 12 anos, com transtorno do processamento auditivo e audição normal, sem restrição de ano e idioma. Foram excluídos estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e teses de doutorado. Resultados: Inicialmente foram encontrados 11.872 artigos. Após leitura de título e resumo, ficaram 18 artigos para serem lidos na íntegra. Após leitura na íntegra 11 artigos foram excluídos por duplicata ou por não se enquadrarem dentro dos critérios de elegibilidade, ficando sete incluídos nesta revisão. Todos os estudos foram publicados entre os anos de 2005 e 2021 e são dos continentes Asiático, América do Norte e América do Sul. A idade mínima encontrada dos participantes foi de 7 anos e a máxima 11 anos de idade. As publicações selecionadas referem diversos métodos que podem ser utilizados no treinamento auditivo em crianças com transtorno do processamento auditivo, dentre eles: Softwares como “Casa malassombrada”, Fast ForWord Language e Earobics, treinamento de fala no ruído, Diferenciação de intensidade interaural diferencial (DIID), Treinamento de competição dicótica (DOT) e treinamento de lateralização auditiva. As habilidades auditivas trabalhadas a longo dos treinamentos auditivos foram: figura-fundo, fechamento auditivo, integração e separação binaural, ordenação temporal, processamento temporal, ordenação temporal e lateralização auditiva. Conclusão: O amplo treinamento auditivo em crianças com transtorno de processamento auditivo melhora as habilidades auditivas do processamento auditivo.

LOO, Jenny Hooi Yin; ROSEN, Stuart; BAMIOU, Doris-Eva. Auditory Training Effects on the Listening Skills of Children With Auditory Processing Disorder. Ear and Hearing, v.37(1), p. 38-47, jan./fev. 2016.
LOTFI, Yones et al. Effects of an Auditory Lateralization Training in Children Suspected to Central Auditory Processing Disorder. Journal of Audiology & Otology, v.20(2), p.102-108, agost. 2016.
SIMON, Larissa Fortunato; ROSSI, Angela Garcia. Triagem do processamento auditivo em escolares de 8 a 10 anos. Psicologia Escolar e Educacional, Campinas-SP, v.10(2), dez. 2006.
STROIEK, Susan et al. Auditory training in auditory processing disorders: a case study. Revista CEFAC v.17(2), p. 604-614, mar./abr. 2015.
ZALCMAN, Tatiane Eisencraft.; SCHOCHAT, Eliane. A eficácia do treinamento auditivo formal em indivíduos com transtorno de processamento auditivo. Revista da Sociedade Brasileira de fonoaudiologia, v.12 (4), dez. 2007.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.296
ISSN 1983-1793X
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TREINAMENTO AUDITIVO EM CRIANÇAS E/OU ADOLESCENTES USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR (IC): UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Silva, J. Q. ; Melo, V. K. R. ; Fernandes, S. F. S. ; Silva, A. N. S. ; Duarte, D. S. B. ; Carneio, D. L. S. ; Cabral, A. M. L. ; Lins, I. P. S. ; Britto, D. B. L. A. ; Griz, S. M. S. ;

Introdução: A deficiência auditiva pode ser considerada como qualquer distúrbio que caracterize perda bilateral, total ou parcial da audição, podendo ser congênita ou adquirida. Em crianças, é importante que haja o diagnóstico precoce, definindo o grau da perda e avaliando possíveis tratamentos para que as famílias sejam devidamente orientadas e as crianças recebam um atendimento especializado. O Implante Coclear (IC) vem sendo uma alternativa para que crianças com perda auditiva neurossensorial bilateral de grau severo a profundo obtenham uma melhoria nas habilidades de comunicação. Para que as crianças implantadas se beneficiem deste recurso é necessário que haja uma reabilitação eficaz durante esse processo de adaptação, no qual será norteada pelo treinamento auditivo para que ocorra o desenvolvimento da percepção auditiva e aquisição da linguagem. Objetivo: Descrever as principais técnicas/métodos utilizados no treinamento auditivo em crianças e/ou adolescentes usuárias de IC. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no mês de maio de 2021, norteada pela seguinte pergunta condutora: as principais técnicas/métodos utilizados no treinamento auditivo em crianças e/ou adolescentes usuárias de IC? Foram utilizadas as seguintes bases de dados como fonte de artigos: Biblioteca Virtual em em Saúde (BVS), SciELO, PubMed e as primeiras quinze páginas do google acadêmico. Para a busca foi utilizada a seguinte chave de busca: “Auditory training” AND “Cochlear Implants” AND “Children”. Foram incluídos estudos realizados com crianças de 0 até 18 anos, com uso de IC, sem restrição de ano e idioma. Foram excluídos estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e teses de doutorado. Resultados: Inicialmente foram encontradas 28.781 e, após seleção minuciosa 6 estudos foram incluídos nesta revisão. Todos os estudos foram publicados entre os anos de 2002 e 2019 e são dos continentes Europeu, América do Norte e América do Sul. A idade mínima encontrada dos participantes foi de 2,7 anos e a máxima 17,6 anos de idade. As publicações selecionadas referem diversos métodos que podem ser utilizados no treinamento auditivo de crianças com implante coclear, dentre eles: Softwares, jogo de Realidade Virtual para reabilitação auditiva em 3D, Treinamento musical, Treinamento combinado entre memória fonológica e de trabalho, Tarefas Interativas com discriminação fonética, analíticas e sintéticas. As habilidades auditivas mais trabalhadas foram: percepção, discriminação e memória auditiva. Conclusões: Observou-se que os treinamentos realizados para reabilitação das crianças com IC mostraram resultados positivos em várias áreas da aprendizagem, testando habilidades de percepção auditiva, discriminação, identificação, compreensão, produção de fala, reconhecimento e memória auditiva.

BRASIL, Ministério da Saúde. DIRETRIZES GERAIS PARA A ATENÇÃO ESPECIALIZADA ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS). Portaria GM/MS nº 2.776, de 18 de dezembro de 2014. Brasília, 2014.

BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação a Distância. Deficiência Auditiva. Brasília, 2000.

DE REAVE, L. Education and Rehabilitation of Deaf Children with Cochlear Implants: A Multidisciplinary Task. Cochlear Implants International, Belgium, Vol. 11, n. 1, p. 7-14, 2010.

TOMBLIN, J. B. et al. A Comparison of Language Achievement in Children With Cochlear Implants and Children Using Hearing Aids. Journal of Speech Lang Hear Res, Iowa City, v.42, n. 2, p. 497–509, April 1999.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.274
ISSN 1983-1793X
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TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL EM TEMPOS DE PANDEMIA EM UM HOSPITAL DO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL
Pedretti, T. ; Broman, E. N. ; Vedana, F.P. ; Tallamini, E.C.Z. ;

Introdução: a Triagem Auditiva Neonatal, conhecida como Teste da Orelhinha, tem por finalidade a detecção precoce de possíveis alterações auditivas em neonatos. Aprovado por lei, é obrigatória a sua realização no Brasil, em maternidades e hospitais, em todas as crianças nascidas, com recomendação para realização entre as 24 e 48 horas de vida do recém-nascido. Contudo, frente ao cenário da pandemia Covid-19, muitos serviços buscaram reorganizar seus fluxos, e uma solução foi a alta precoce (antes das 24h de vida), a fim de evitar a exposição do paciente e familiares as doenças hospitalares. Objetivo: analisar os resultados do teste da orelhinha realizados em até 24 horas de vida durante o período inicial da pandemia. Método: Pesquisa descritiva, retrospectiva, documental. Faz parte de um projeto maior, aprovado pelo comitê de ética da Universidade de Passo Fundo (UPF) n° 4.026.096. A coleta foi realizada na maternidade de um hospital de grande porte do norte do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados entre os meses de junho e dezembro de 2020 e obtidos dos registros da Fonoaudiologia relativos ao teste da orelhinha (emissões otoacústicas evocadas transientes) utilizando o equipamento MADSEN Accuscreen da marca Otometrics tendo como parâmetro de passa relação sinal/ruído de 6db. Como critérios de inclusão foi considerado o teste da orelhinha realizado nas primeiras 24 horas de vida do bebê, e de exclusão os realizados após 24 horas de vida e bebês com indicadores de risco para perda auditiva. Resultados: Dos 174 bebês que receberam o teste da orelhinha 165 (94,8%) foram incluídos no estudo, sendo estes 78 (47,2%) do sexo feminino e 87 (52,7%) do sexo masculino. Nas triagens realizadas 148 sujeitos (89,7%) obtiveram resultado de passa, 17 sujeitos (10,3%) tiveram resultado de falha. Dentre os sujeitos com falha, 5 (29,4%) apresentaram falha bilateral, 12 (70,5%) falha unilateral, 7 (58,3%) na orelha direita e 5 (41,6%) na esquerda. A média de idade gestacional dos bebês triados foi de 39 semanas. Com relação ao peso, a média dos testes alterados foi de 3136gr e dos que passaram foi 3167gr. Sobre o banho nas primeiras 24 horas de vida, dos 79 sujeitos que haviam recebido banho, 72 (91,1%) passaram e 7 (8,8%) falharam, e dos 86 sujeitos triados sem banho 76 (88,3%) passaram e 10 (11,6%) falharam. Conclusão: Dentre os aspectos analisados foi identificado que a maior parte dos sujeitos apresentaram resultado de passa na triagem mesmo ainda não tendo completado 24 horas de vida, divergindo da literatura pesquisada, independentemente de ter recebido ou não banho nesse período. Já o peso dos sujeitos sugere uma tendência de passa em bebês maiores, corroborando com a literatura.


Lei Federal Nº12.303, 02 de agosto de 2010.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas e Departamento de Atenção Especializada. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.

DA SILVA REIS, Flávia Mara Fernandes et al. Programa de Triagem Auditiva Neonatal: Perfil dos Nascidos em Hospitais Públicos de Curitiba. TUIUTI: CIÊNCIA E CULTURA, v. 4, n. 54, 2017.

MICHELON, Franciele et al. Triagem auditiva neonatal: índice de passa/falha com relação a sexo, tipo de parto e tempo de vida. Revista CEFAC, v. 15, n. 5, p. 1189-1195, 2013.

RIBAS, Ângela et al. Programa de triagem auditiva neonatal: influência do tempo de vida dos recém-nascidos na pesquisa das emissões otoacústicas transientes. Revista CEFAC, v. 15, n. 4, p. 773-777, 2013.
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Página(s): p.304
ISSN 1983-1793X
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UM ALGORITMO NA AUDIOLOGIA: ANÁLISE CRÍTICA NA PERSPECTIVA DO ENSINO
Jales, J. M. R. ; Araújo, D. P. ; Araújo, M. E. B. ; Alves, E. R. A. ; Araújo, E. S. ;

Introdução: Com o avanço dos recursos tecnológicos, as ferramentas interativas têm sido empregadas em sala de aula com vistas a otimizar a motivação e o engajamento dos estudantes. No contexto da Audiologia, o desenvolvimento de softwares que proporcionem a simulação de respostas dos exames auditivos favorece a fixação dos conceitos, bem como a realização do raciocínio clínico diante dos achados. Com isso, espera-se que algumas dúvidas sejam sanadas antes mesmo da prática com o paciente real. Objetivo: Avaliar aspectos facilitadores e entraves no uso de algoritmo em ferramentas de ensino da audiologia. Metodologia: Estudo observacional e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, parecer número 4.704.133. Participaram sete fonoaudiólogos doutores, com ampla experiência em audiologia e que atuam como docentes de cursos de Fonoaudiologia de diferentes instituições, incluindo Rio Grande do Norte, Paraíba, São Paulo, Santa Catarina, Sergipe e Distrito Federal. Para implementação do algoritmo utilizou-se a linguagem Visual Basic 6 Programming. Foram criados três casos clínicos com respostas automatizadas para a audiometria tonal limiar e a logoaudiometria, sendo: (1) perda auditiva unilateral à esquerda do tipo sensorioneural (retrococlear) de grau moderado; (2) perda auditiva bilateral assimétrica, do tipo mista de grau severo à direita e do tipo sensorioneural (coclear) de grau moderado à esquerda; (3) perda auditiva bilateral simétrica, do tipo condutiva de grau leve. Cada participante recebeu os casos implementados em um audiômetro virtual com cegamento e, após a realização da audiometria e da logoaudiometria, enviaram o audiograma aos pesquisadores. Ressalta-se que o tempo para a realização dos exames foi livre e houve possibilidade de empregarem o mascaramento para a obtenção dos limiares reais. Os resultados foram analisados de forma qualitativa e descritiva. Resultados: No primeiro caso, para a obtenção de mascaramento efetivo nas frequências graves era necessário considerar o efeito de oclusão, além disso o índice percentual de reconhecimento de fala (IPRF) era de 16%. 2 docentes (28,57%) mantiveram mascaramento insuficiente, o que alterou o tipo da perda auditiva e impactou no IPRF obtido. No caso 2, constatou-se a obtenção de limiares incoerentes com o algoritmo, que pode ter ocorrido tanto por uso de mascaramento insuficiente quanto por supermascaramento. O caso 3 mostrou-se mais simples, com obtenção de respostas coerentes com o algoritmo, no entanto, mesmo com limiares de via óssea dentro da normalidade, 2 docentes (28,57%) obtiveram IPRF incompatível, o que pode ter ocorrido por imprecisão na realização da logoaudiometria devido ao ajuste do vu meter ou por falta de atenção à resposta do paciente. Conclusão: A despeito da precisão de todo algoritmo, a execução da audiometria e logoaudiometria implica na possibilidade de obtenção de respostas imprecisas a depender da complexidade do caso. O uso de algoritmo no ensino da audiologia potencializa o raciocínio clínico, mas por outro lado, quando inseridos detalhes como o efeito de oclusão e efeito de supermascaramento nos limiares auditivos, pode-se obter entraves importantes. Assim, os docentes precisam conhecer a teoria por trás do algoritmo evitando incoerências e potencializando o uso de algoritmos em ferramentas de ensino da audiologia.

LACERDA, Flávia Cristina Barbosa; SANTOS, Letícia Machado dos. Integralidade na formação do ensino superior: metodologias ativas de aprendizagem. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior (Campinas), v. 23, n. 3, p. 611-627, 2018.

LARA, Ellys Marina de Oliveira et al. O professor nas metodologias ativas e as nuances entre ensinar e aprender: desafios e possibilidades. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 23, p. e180393, 2019.

MELLO, Carolina de Castro Barbosa; ALVES, Renato Oliveira; LEMOS, Stela Maris Aguiar. Metodologias de ensino e formação na área da saúde: revisão de literatura. Revista CEFAC, v. 16, n. 6, p. 2015-2028, 2014.

PAIVA, José Hícaro Hellano Gonçalves Lima et al. O Uso da Estratégia Gameficação na Educação Médica. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 43, n. 1, p. 147-156, 2019.

WILSON, W. J. et al. Student perceptions of two simulated learning environments in paediatric audiology. International journal of audiology, v. 59, n. 1, p. 16-23, 2020.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.400
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USO DE DVD NA REABILITAÇÃO DOS DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO
Vitalino, A. A. ; Pertence, A, E, M. ; Rosa, M. C. P. ; Lima, M. G. S. ; Bento, L. M. ; Meireles, P. G. Z. ; Santos, T. S. ; Mancini, P. C. ;

A tontura de origem vestibular é um sintoma comum na população mundial com
incidência de 47% a 65% em adultos e idosos. A reabilitação vestibular é um
método reconhecidamente efetivo no tratamento dos distúrbios do equilíbrio e
na prevenção de quedas, sendo recomendada para pacientes com alterações
vestibulares periféricas ou centrais, ou ainda para idosos que apresentam
comprometimento multissensorial. O uso de tecnologia com imagens digitais
para estimulação dos reflexos oculares tem se mostrado efetivo na clínica
fonoaudiológica para a redução de tontura. O objetivo da pesquisa foi
desenvolver e avaliar o uso de um DVD para a reabilitação dos distúrbios do
equilíbrio. Foi realizado um estudo do tipo quase-experimental, analítico,
aprovado pelo comitê de ética sob número CAAE 17853713.0.0000.5149. O
DVD foi estruturado utilizando os programas Windows Movie Maker e Convert
X versão 4, contendo imagens do tipo GIF em três velocidades diferentes para
cada movimento-alvo (sacádicos, rastreio e optocinético). A amostra contou
com 21 participantes encaminhados para a reabilitação vestibular, sendo 10
indivíduos no grupo controle e 11 no grupo experimental. Os grupos foram
pareados entre si com relação à idade e gênero a fim de que ficassem com
características demográficas semelhantes. Todos os participantes foram
submetidos à reabilitação vestibular convencional e ao grupo B foi
acrescentada a utilização de DVD. Foi realizada a avaliação do equilíbrio
estático e dinâmico - provas de Romberg, Romberg Barré, Unterberger, além
da aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg (EEB), versão brasileira do
Dizziness Handicap Inventory (DHI) e Escala Visual Analógica (EVA). Medidas
de proporção, tendência central e dispersão foram usadas para análise
descritiva dos dados e as comparações entre grupos foram realizadas com
testes estatísticos apropriados, considerando nível de significância menor que
5%. O grupo controle foi composto por 8 mulheres e 2 homens, com idade
compreendida entre 20 e 76 anos (média 61,50 anos). O grupo experimental foi
composto por 8 mulheres e 3 homens, com idade entre 19 a 77 anos, (média
de 46,82 anos). Houve melhora do equilíbrio estático e dinâmico, bem como da
pontuação obtida na EEB, DHI - versão brasileira e EVA em ambos os grupos,
não sendo encontrada diferença estatisticamente significante. Este estudo
contribuiu para o desenvolvimento de nova tecnologia de baixo custo e de fácil
acesso na prática clínica, proporcionando uma maior diversidade de exercícios
complementares para uso na reabilitação vestibular.

1. Gonçalves VP, Scharlach RC. Avaliação oculomotora em adultos: um estudo
do efeito da idade e de alterações visuais. Audiol Commun Res. 2016; 21:e1704.
2. Manso A, Ganança MM, Heloisa Helena Caovilla HH. Vestibular
rehabilitation with visual stimuli in peripheral vestibular disorders. Braz J
Otorhinolaryngol. 2016;82(2):232-24.
3. Herdman SJ. Reabilitação vestibular. Manole 2ª ed; São Paulo: 2002;3-23.
4. Mezzalira R, Neves LC, Maudonnet OAQ, Bilécki MMC, Ávila FG.
Oculomotricidade na infância: o padrão de normalidade é o mesmo do adulto? Rev
Bras Otorrinolaringol. 2005;71(5):680-5.
5. Mochizuki L, Amadio AC. As informações sensoriais para o controle
postural. Fisioterapia em Movimento. Curitiba, 2006; 19(20):11-18.
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Página(s): p.350
ISSN 1983-1793X
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USO DE FONES DE OUVIDO E EFEITOS AUDITIVOS E EXTRA AUDITIVOS EM ESTUDANTES DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
CARVALHO, E. S. ; Schumacher, C. G. ; Waholtz, R. G. K. ; Weber, V. ; Thomazi, A. B. O. ; Fornari, B. L. ; Baldissera, C. ; Filha, V. A. V. S. ;

Introdução: Em decorrência da pandemia da Covid-19, houve a ressignificação no ensino em 2020, levando a adoção da modalidade remota de ensino-aprendizagem. Logo, o uso de fones de ouvido tornou-se indispensável na comunidade acadêmica, despertando a atenção para a educação em saúde, visto que a exposição indiscriminada ao uso desse dispositivo associada a elevados níveis de pressão sonora podem trazer prejuízos à saúde. Objetivos: Investigar o uso de fone de ouvido em estudantes, antes e durante a pandemia da COVID-19 e sua relação com sintomas auditivos e extra auditivos. Metodologia: Estudo descritivo, analítico, transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição sob CAAE nº 87348618.3.0000.5346. Através de um questionário online padronizado, elaborado pelos pesquisadores, pela plataforma Google Formulários, divulgado em grupos online de estudantes e em redes sociais entre abril e junho de 2021. Foi realizado o levantamento dos dados obtidos referentes à utilização de fone de ouvido, frequência, intensidade e tempo do uso antes e durante a pandemia da COVID-19, e os sintomas auditivos e extra auditivos apresentados neste período, em estudantes de ambos os sexos, sem limitações quanto à idade e escolaridade, com acesso a internet. Resultados: Participaram da pesquisa 101 estudantes, 74 mulheres (73,3%) e 27 homens (26,7%), com média de idade de 22,39 anos (variando entre 12 a 43 anos). Com relação à escolaridade, 74 (73,3) estão na graduação, 10 (9,9%) no ensino técnico, nove (8,9%) na pós-graduação, sete (6,9%) no ensino médio e um (1%) no ensino fundamental. Destes, 97 (96,03%) relataram uso de fones de ouvido. Quanto à frequência de uso antes da pandemia, 31 (30,7%) afirmaram usar raramente, 29 (28,7%) às vezes, 23 (22,8%) frequentemente, 14 (13,9%) sempre e quatro (4%) nunca. Durante a pandemia, houve um aumento na frequência do uso de fones de ouvido: 37 (36,6%) afirmaram utilizar frequentemente, 28 (27,7%) às vezes, 18 (17,8%) sempre, 17 (16,9%) raramente e apenas um (1%) afirmou nunca utilizar. Destaca-se que 65 (64,4%) estudantes relataram utilizar os fones de ouvido por mais horas desde o início da pandemia e 47 (49%) na intensidade entre 70% a 100% da capacidade do dispositivo sonoro. Os sintomas mais relatados, após assistir aulas online com o uso de fones de ouvido, foram: cansaço 84 (83,2%), dor na região cervical 67 (66,3%), estresse 64 (63,4%), cefaleia 60 (59,4%), ansiedade 47 (46,5%), nervosismo 32 (31,7%), tontura 21 (20,8%), zumbido 17 (16,8%) e plenitude auricular 11 (10,9%). Conclusão: A pesquisa demonstrou aumento expressivo do uso de fones de ouvido durante a pandemia sem o devido cuidado quanto à frequência, o tempo de uso e a regulação do volume, refletindo no aparecimento de sintomas extra auditivos como cansaço e dor na região cervical, e auditivo como zumbido. Estes resultados evidenciam a importância de campanhas de conscientização referentes ao uso deste dispositivo e sua correlação com efeitos deletérios.

DIEDIO, P. N., AMARAL, M., DE CONTO, J. Ruído no lazer: uso de estéreos pessoais com fones de ouvido durante atividades físicas. Archives of Health Investigation, v. 10, n. 4, p. 654-660, 2021.

DE MELLO, A.S, SANTOS FILHA V.A.A. Dispositivo sonoro individual e alteração auditiva precoce: direcionamento à reflexão por meio de ação educativa. Research, Society and Development, ISSN-e 2525-3409, v. 8, n. 12, 2019.

PINHEIRO, C. J. G.; ERTHAL, J. P. C. (org.). Cartilha de otimização de estudos. [S. l.: s. n.], [20--]. 17 p. Disponível em: https://fisica.alegre.ufes.br/sites/fisica.alegre.ufes.br/files/Cartilha%20de%20otimiza%c3%a7%c3%a3o%20de%20estudos%20v5%2027%2005%202013.pdf. Acesso em: 7 abr. 2020.
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USO DE PLATAFORMA DIGITAL PARA TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA COM CRIANÇAS SURDAS
Cecília Lima ; Delsin P ; Constantini A.C. ;

Na perspectiva de se trabalhar a aquisição da linguagem oral como uma segunda língua da pessoa surda, sugere-se um melhor aproveitamento do potencial de linguagem expressiva e receptiva, assim como, espera-se proporcionar a esses indivíduos uma possibilidade de melhor inserção na comunidade ouvinte e assegurar, assim, a fala como fruto de estimulação. Pensando nisso, a atuação fonoaudiológica, ao buscar novas ferramentas condizentes com o cenário tecnológico atual, poderá utilizar-se de aplicativos tecnológicos no auxílio de suas intervenções com as crianças implantadas, pois os jogos digitais, além de estimular a percepção visual, irão favorecer momentos interativos como etapas do processo de aprendizagem. Sendo a Fonoaudiologia uma profissão em constante desenvolvimento, o presente estudo se propôs a analisar estratégias terapêuticas mediadas pelo uso de software na reabilitação das habilidades vocais e articulatórias de fala de crianças surdas usuárias de implante coclear. Tratou-se de uma pesquisa do tipo estudo de caso que se realizou em uma instituição do interior do estado de São Paulo. Por conta do objeto de estudo da presente pesquisa, necessitou-se submissão e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob número de protocolo CAEE 85020418.3.0000.5404. Realizou-se um estudo de três crianças surdas usuárias de implante coclear por meio do levantamentos de prontuários e entrevista com os pais para caracterização do comportamento auditivo e de linguagem; avaliação da voz e da articulação e análise acústica das produções vocais das vogais [a], [i] e [u], dos sons oclusivos [p] e [b], e fricativos [f], [v], [z] e [s]; e aplicação do jogo digital intitulado VoxTraining, para aprimoramento da intensidade vocal, frequência vocal, ataque vocal e Tempo Máximo de Fonação (TMF), em 10 sessões terapêuticas. Observou-se que todas as crianças tiveram diagnóstico de perda auditiva e início de reabilitação tardios, estão em fase de aquisição da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como língua materna e apresentam alterações vocais e articulatórias de fala nas suas produções de fala. Os resultados demonstraram que os participantes se interessaram pelo software, e este contribuiu para melhor entendimento sobre o exercício vocal e articulatório a ser realizado devido a contribuição do feedback visual, principalmente nos valores das oclusivas e no TMF das vogais, com exceção da vogal [i]. Em geral, observou-se uma maior dificuldade na produção das fricativas, principalmente em nível de palavra, no qual os resultados pré-teste e pós-teste demonstraram maior oscilação de melhora na produção dos sons. Os achados mostraram que o trabalho bilíngue com surdos utilizando jogos digitais facilitam a terapia e proporcionam melhora na qualidade da voz e na fala.
Palavras-chave: Implante Coclear, Surdez, Terapia da Linguagem, Voz, Software



Referências bibliográficas:
Souza A. Serious games para a fonoaudiologia: uma abordagem voltada à terapia em motricidade orofacial: Dissertação [Mestrado em Modelos de Decisão e Saúde] – Universidade Federal da Paraíba; 2011.
Barbosa PA, Madureira S. Manual de fonética acústica experimental: Aplicações a dados do português São Paulo: Cortez; 2015.
Souza LB. Diferenças entre parâmetros vocais em crianças usuárias de implante coclear e em crianças usuárias de aparelho de amplificação sonora individual. CEFAC. 2013; 15(3): 616-21.
Higgins MB, McCleary EA, Carney AE, Schulte L. Longitudinal changes in children’s speech and voice physiology after cochlear implantation. Ear Hear. 2003; 24(1): 48–70.
Seifert E, Oswald M, Bruns U, Vischer M, Kompis M, Haeusler R. Changes of voice and articulation in children with cochlear implants. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2002; 66(2): 115-23.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.365
ISSN 1983-1793X
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UTILIZAÇÃO DE FONES DE OUVIDO POR JOVENS UNIVERSITÁRIOS: ANÁLISE DO HÁBITO DE USO E SINTOMAS AUDITIVOS
TOMIASI, A.A. ; FANTINELLI, E. C. ; TOPANOTTI, J. ; PAULA, G. R. ; KEITEL, C. ; MENESES, A.A. ;

Introdução: O uso do fone de ouvido é comum entre os jovens, utilizado durante muitas horas ao longo do dia e em níveis de pressão sonora elevados. Estudos demonstram que os jovens vêm perdendo a audição de forma significativa pelo uso habitual dos fones de ouvido. Objetivo: Investigar a utilização de fones de ouvidos por jovens universitários, bem como verificar o hábito de uso e sintomas auditivos, a fim de contribuir no planejamento de ações visando à promoção da saúde auditiva desta população. Metodologia: Caracterizou-se como pesquisa de campo e exploratória, de caráter transversal e de abordagem quantitativa e descritiva. Participaram 188 estudantes, de ambos os sexos, com idades entre 18 e 30 anos, matriculados no período noturno, em cursos presenciais e que estudavam em todos os blocos do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, localizado no município de Cascavel – PR. Resultados: Neste estudo, 87,23% disseram que fazem uso de fone de ouvido, enquanto 12,77% ressaltaram que não. Em relação ao modelo do fone de ouvido, pode-se observar que 78,66% dos jovens universitários utilizam o fone de inserção. Quanto à frequência do uso 47,56% relataram usar todos os dias, enquanto, 31,10% três vezes por semana e 21,34% apenas uma vez na semana. Em relação ao tempo diário e a intensidade do som, 40,85% mencionaram fazerem uso em torno de 2 a 4 horas diárias, e 59,14% afirmaram ser em intensidade elevada. Os sintomas auditivos mais evidentes foram zumbido, coceira, plenitude auricular, otalgia, irritabilidade a sons intensos, mudança temporária do limiar, dificuldade de compreensão da fala e perda auditiva, respectivamente. Conclusão: Por meio dos resultados foi possível constatar o uso do fone de ouvido, do tipo de inserção, por vários dias durante a semana e em intensidades elevadas nos jovens universitários. Além disso, observou-se a presença de sintomas auditivos, sendo o zumbido de maior relevância.

BAHIA, C. S.; BORJA, A. L.V. Sintomas auditivos referidos pelos usuários de players portátil. In Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia. Anais, 2009. Salvador (BA); 21 a 24 de outubro. P 2141.
CARMO, P. M; SANTOS, M. M. T. Queixas e hábitos auditivos de usuários de equipamento portátil de som. Rev. Distúrb Comum, São Paulo, pag. 694-700, dez. 2016.
CORREA, M. B; SILVEIRA, F. A BONFANTE, D; COSTA, J. M; BIAGGIO V. P. E. Hábitos e queixas auditivas de adolescentes usuários de estéreos pessoais. Rev. CEFAC vol.18 no.2 São Paulo Mar./Apr. 2016.
FIGUEIREDO, R.R; AZEVEDO, A.A; OLIVEIRA, P.M; AMORIM, S.P.V; RIOS, A.G; BAPTISTA, V; Incidência de zumbido em usuários de estéreos pessoais. Braz J Otorhinolaryngol, 2011.
HANAZUMI, A; GIL, D; IÓRIO, M. C. M. Estéreos pessoais: hábitos auditivos e avaliação audiológica. Rev. Audiol.,Commun. Res. vol.18 no.3 São Paulo, 2013.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.249
ISSN 1983-1793X
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UTILIZAÇÃO DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO COGNITIVO E AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO EM INDIVÍDUOS COM ZUMBIDO.
Lima, S. C. ; Guimarães, A. F. S. ; Lima, D. O. ; Rosa, M. R. D. ; Lima, D. O. ; Rodrigues, B. A. ; Souza, L. S. ;

Introdução: O zumbido caracteriza-se pela presença de som na ausência de estímulo sonoro externo. Em indivíduos com audiometria normal pode estar associado à dificuldade na atenção auditiva, principalmente, naqueles que referem alto incômodo do zumbido.ObjetivoInvestigar a habilidade de atenção auditiva através do Potencial Evocado Auditivo Cognitivo e da avaliação Comportamental do Processamento auditivo em indivíduos com queixa de zumbido.MétodoPesquisa do tipo observacional analítica de caráter transversal. Foram avaliados 30 voluntários com audição normal (até 25 dBNA): sendo 15 com zumbido (grupo teste) e 15 sem a queixa (grupo controle), com idade entre 18 e 40 anos. Os voluntários responderam ao questionário do handicap do zumbido ‒ Tinnitus Handicap Inventory e à escala visual analógica. Em seguida, realizou-se a avaliação audiológica básica (meatoscopia, audiometria tonal, vocal e imitanciometria) e medidas psicoacústicas do zumbido (loudness e pitch). Para avaliar a atenção auditiva, foram utilizados os testes: potencial evocado auditivo cognitivo (P300), os testes de processamento auditivo central (teste dicótico de tígitos e Teste de fala no ruído) e o teste de atenção auditiva sustentada.ResultadosNo Tinnitus Handicap Inventory, indivíduos com zumbido apresentaram escore médio de 37,78 (±27,05); caracterizado por grau moderado. No teste dicótico de dígitos (separação binaural) percebeu-se diferença entre os grupos, nas duas orelhas. Além disso, houve diferença no teste de fala no ruído, em ambas as orelhas (OD: p = 0,044; OE: p = 0,019), no P300 (p = 0,049) e no teste de atenção auditiva sustentada Total (p = 0,032). Além de correlação negativa entre o teste de atenção auditiva sustentada, decréscimo de vigilância e integração binaural (OD: p = 0,044; OE: p = 0,048).ConclusõesOs indivíduos com zumbido apresentaram desempenho inferior ao grupo controle na habilidade de atenção auditiva. Portanto, infere-se que o zumbido estar associado ao baixo desempenho na atenção auditiva seletiva e sustentada nos voluntários pesquisados. Além disso , testes comportamentais do processamento auditivo e eletrofisiológicos são sensíveis para avaliar habilidade de atenção nessa população , tendo em vista que tais aspectos devem ser considerados para o manejo do paciente com zumbido.


Henry JA, Meikle MB. Psychoacoustic measures of tinnitus. J Am Acad Audiol. 2000;11:138-55.
Bibiana LC, Aita ADC, Ferreira MIDC. Padroniza ̧cão das respostas eletrofisiológicas para o P300 em adultos normouvintes. Distúrb Comun. 2011;23:325-33.. Pereira ID, Schochat E. Testes auditivos comportamentais para avalia ̧cão do Processamento Auditivo Central. São Paulo: Pró- -Fono. 2011:11-4.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.292
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UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE MICROFONE REMOTO POR ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Esturaro, G.T. ; Pereira, R.S. ; Deperon, T.M. ; Mendes, B.C.A. ; Ficker, L.B. ; Novaes, B.C.A.C. ;

Consistência no uso do Sistema de Microfone Remoto em estudantes com deficiência auditiva e sua relação com características da família e das escolas que frequentam. – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo- PUC-SP, São Paulo, 2020.


Introdução: A relação sinal-ruído na sala de aula pode ser um vilão na inclusão em escola regular de alunos com deficiência auditiva, usuários de dispositivos eletrônicos que utilizam a língua oral para se comunicar. Os recursos tecnológicos são determinantes para a melhor audibilidade de sons de fala em ambientes ruidosos e sua efetividade depende da adesão ao uso do dispositivo. Esse processo é determinado pela parceria entre profissionais da saúde, família e escola. Objetivo: Identificar a relação entre a utilização consistente do sistema de microfone remoto (SMR) em estudantes com deficiência auditiva e o uso pelos professores e características da família que favoreceram ou dificultaram sua adaptação e o desenvolvimento escolar desses estudantes. Método: Foram analisados 175 sujeitos entre 5 e 17 anos que receberam o SMR num serviço de saúde auditiva entre os anos 2017 e 2018, n° parecer: 1.110.125. Pais e professores de usuários também foram sujeitos do estudo. O funcionamento do SMR e a classificação quanto ao seu uso foram verificados. Resultado: Os indivíduos que mais usam o SMR estão no ensino fundamental I, e os que não usam voluntariamente estão no ensino médio e fundamental II. Considerando-se o tipo de escola, a maioria que não usa voluntariamente o SMR está em escola ou sala para surdos com uso de libras e/ou tem intérprete na sala da escola regular. Conclusão: Houve associação entre uso do SMR e tipo de escola (regular ou especial). O fato de o aluno frequentar escola especial, com uso de Libras, pode ser uma variável importante na indicação do dispositivo. O nível educacional, também foi uma variável determinante no uso do dispositivo na escola.

Palavras-chave: Audição; Auxiliares de Audição; Tecnologia Sem Fio; Equipamentos de Autoajuda; Pais; Perda Auditiva.


Thibodeau, L. Comparison of speech recognition with adaptive digital and FM remote microphone hearing assistance technology by listeners who use hearing aids. Am J Audiol. 2014;23(2):201-10.
Bertachini ALL, Pupo AC, Morettin M, Martinez MAN, Bevilacqua MC, Moret ALM, Balen SA, Jacob RTS. Sistema de FM e percepção da fala em sala de aula. CoDAS 2015;27(3):292-300.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria no 1.274, de 25 de junho de 2013. [acesso em 01 fev 2016]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt1274_25_06_2013.html
Esturaro GT, Novaes BCAC, Deperon TM, Martinez MAN, Mendes BCA. Uso de sistema de transmissão sem fio e desempenho de estudantes com deficiência auditiva na perspectiva de professores. Distúrb Comun. 2016;28(4):730-42.
Jacob RTS, Queiroz-Zattoni M. Sistema de frequência modulada. In: Bevilacqua MC, Martinez MAN, Balen SA, Pupo AC, Reis, ACMB, Frota S. Tratado de audiologia. São Paulo: Santos, 2011: 727-43.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.361
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VALIDAÇÃO DE UM PROGRAMA PARA O USO EFETIVO DE DISPOSITIVOS AUXILIARES À AUDIÇÃO EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Prudêncio, M.C. ; Barbosa, A.A.A. ; Brazorotto, J.S. ;

Introdução: A adesão ao uso dos dispositivos eletrônicos auxiliares à audição é condição fundamental para a reorganização cortical e consequente aquisição da linguagem oral e o pleno desenvolvimento em crianças com deficiência auditiva. Desta forma, programas de intervenção específicos para otimizar o uso destes dispositivos na população infantil são desejáveis. Objetivo: validar o conteúdo de um programa de intervenção em grupo voltado para crianças com deficiência auditiva com o intuito de otimizar o uso de seus dispositivos eletrônicos auxiliares à audição. Metodologia: estudo metodológico, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição proponente sob o número do parecer: 3.440.683. O programa denominado “Super Audição” foi elaborado para aplicação em crianças de 4 a 12 anos, dividido nas respectivas faixas etárias: 10 sessões para crianças de 4 a 6 anos,10 sessões para crianças de 7 a 9 anos e 10 sessões para crianças de 10 a 12 anos, totalizando 60 estratégias elaboradas, com metas para a adesão efetiva do uso dos dispositivos auditivos, seu uso, manuseio e cuidados adequados, bem como para a auto advocacia. Para a consecução da validação semântica o programa foi lido e posteriormente discutido com os reabilitadores de um serviço de saúde auditiva, que atuaram como juízes. Resultados: a partir da análise qualitativa realizada observou-se alta satisfação dos reabilitadores com o programa desenvolvido, bem como a pertinência e necessidade deste recurso a partir das discussões realizadas com a equipe. Considera-se, portanto, que o programa foi validado quanto ao seu conteúdo e encontra-se pronto para as demais etapas de validação, com sua aplicação em grupos de crianças com deficiência auditiva. Conclusões: O programa “Super Audição” foi validado quanto ao seu conteúdo e poderá ser uma ferramenta útil para aplicação em serviços de (re) habilitação auditiva infantil.

Ambrose SE, Appenzeller M, Al-Salim S, Kaiser AP. Effects of an Intervention Designed to Increase Toddlers’ Hearing Aid Use. J Deaf Stud Deaf Educ. 2020;25(1):55–67.

Gustafson SJ, Ricketts TA, Tharpe AM. Hearing technology use and management in school-age children: Reports from data logs, parents, and teachers. J Am Acad Audiol. 2017;28(10):883–92.

Glick HA, Sharma A. Cortical Neuroplasticity and Cognitive Function in EarlyStage,Mild-Moderate Hearing Loss: Evidence of Neurocognitive Benefit From15
Hearing Aid Use. Front Neurosci. 2020;14 (February):1–22.

Muñoz K, Hill MM. Hearing Aid Use for Children With Hearing Loss: A Literature Review. Perspect Hear Hear Disord Child. 2015;25(1):4–14.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.369
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/369


ZUMBIDO CRÔNICO E SINTOMAS ANSIOSOS: UM ESTUDO DOS EFEITOS DO EXTRATO DE AÇAÍ COMO POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO.
ITO, C.V ;


Zumbido crônico e sintomas ansiosos: um estudo dos efeitos do extrato de açaí como possibilidade de tratamento

Autor(es): Ito, V.C.; Oppitz, S. J.; Garcia, M. V.; Silveira, A. F.

INTRODUÇÃO: O zumbido é um sintoma, geralmente subjetivo, percebido sem que haja uma fonte sonora externa, podendo estar associado a sintomas ansiosos, com possível relação quanto à severidade do zumbido. Diversos tratamentos são propostos para minimizar os efeitos do zumbido, e os suplementos antioxidantes já foram citados como uma possibilidade na redução do sintoma. Muitas vezes, ao propiciar melhora do zumbido acontece também a redução de sintomas ansiosos. Desta forma, o extrato de açaí com alta capacidade antioxidante e anti-inflamatória, pode ser um aliado na redução destes sintomas. OBJETIVO: Analisar o efeito do extrato de açaí na diminuição do zumbido crônico relacionado a sintomas ansiosos. METODOLOGIA: Esta pesquisa faz parte de uma tese de doutorado com proposta de ensaio clínico randomizado, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob nº CAAE: 96740718.4.0000.5346 e ReBEC: RBR-8z4mhq. O estudo visou o acompanhamento clínico, prospectivo e longitudinal de 15 sujeitos com zumbido crônico, com média de idade de 52,13 anos, mínima de 26 e máxima de 70 anos, 9 do sexo feminino e 6 do masculino, com limiares auditivos normais ou perda auditiva sensorioneural até grau leve bilateralmente. Como procedimentos de pesquisa, foram submetidos a Escala Visual Analógica (EVA) para medir o grau de incômodo com o zumbido e o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) para identificar sintomas ansiosos. Como tratamento, os sujeitos foram orientados a ingerir uma cápsula de extrato de açaí ao dia correspondente a 100mg, por um período de três meses. O extrato de açaí contém em sua composição química, compostos polifenólicos como as antocianinas e flavonoides, que geram seus efeitos antioxidantes. É rico em proteínas, gordura vegetal, vitaminas B1, C, e E, e minerais, como ferro, fósforo, cálcio e potássio, que ajudam a combater os radicais livres, trazendo assim efeitos positivos no organismo e possibilidade de redução de sintomas. Para análise dos dados utilizou-se o teste de Wilcoxon Pareado. RESULTADOS: Observou-se, no momento pré tratamento, para a escala EVA, nota média de 6,47 e a média pós de 5,13, configurando um grau moderado de incômodo com o sintoma. A comparação entre os momentos pré e pós indicou diferença estatisticamente significante (p-valor=0,006). Para o questionário BAI, no momento pré tratamento, 4 indicaram grau leve de sintomas ansiosos (26,7%) e no momento pós passaram a ser 6 (40%). Para o grau mínimo, existiam 8 (53,3%) no pré e tal valor manteve-se no pós. No grau moderado, foram 2 no pré (13,3%) e 1 (6,7%) no pós. No grau severo 1 no pré (6,7%) e no pós não houve nenhum. A média para BAI pré foi de 8,67 e a pós 6,73, portanto a comparação pré e pós para ele não apresentou diferença estatisticamente significante (p-valor=0,421), entretanto, houve melhora em relação aos sintomas ansiosos, não permanecendo nenhum no grau severo. CONCLUSÃO: O extrato de açaí contribuiu para a redução do incômodo com o zumbido, assim como, diminuiu a gravidade dos sintomas ansiosos.

REFERÊNCIAS:

KOÇ, S.; AKYÜZ, S.; SOMUK, B.T.; SOYALIC, H.; YILMAZ, B.; TASKIN, A.; BILINC, H.; AKSOY, N. Paraoxonase Activity and Oxidative Status in Patients with Tinnitus. J Audiol Otol v.20, n.1, p.17-21, 2016.
MACHADO, A K; ANDREAZZA AC; DA SILVA TM; BOLIGON A; NASCIMENTO V; SCOLA G; DUONG A; CADONÁ FC; RIBEIRO, E. E.; DA CRUZ, I.B.M. Neuroprotective Effects of Açaí (Mart.) against Rotenone Exposure. Oxidative Medicine and Cellular Longevity (Print), v. 2016, p. 1-14, 2016.
PETRIDOU, A.I; ZAGORA, E.T.; PETRIDIS, P.; KORRES, G.S.; GAZOULI, M.; XENELIS, I.; KYRODIMOS, E.; KONTOTHANASI, G.; KALIORA, A.C. The Efect of Antioxidant Supplementation in Patients with Tinnitus and Normal Hearing or Hearing Loss: A Randomized, Double-Blind, Placebo Controlled Trial. Nutrients, v.11, n.12, p.30-7, 2019.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.235
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/235


ZUMBIDO EM FUMICULTORES EXPOSTOS A AGROTÓXICOS
Schumacher, C.G. ; Waholtz, R.G.K. ; Thomazi, Â.B.O. ; Carvalho, E.S. ; Baldissera, C. ; Santos Filha, V.A.V. ;

Introdução: Os trabalhadores rurais, como os fumicultores, estão sujeitos à exposição a agentes de risco, dentre eles os agrotóxicos, os quais podem ser nocivos à saúde humana, principalmente quando não há a adesão do uso regular e correto de equipamentos de proteção individual necessários. Entre os prejuízos provenientes da exposição a agrotóxicos estão as alterações auditivas, destacando-se o zumbido, sintoma auditivo caracterizado pela percepção de uma sensação auditiva na ausência de um estímulo externo correspondente. Objetivo: Verificar a ocorrência de zumbido, seu tipo e grau de incômodo, em fumicultores expostos a agrotóxicos. Metodologia: Estudo descritivo analítico transversal, por conveniência, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição (sob o CAAE nº 87348618.3.0000.5346). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os critérios de elegibilidade foram: idade de 18 a 59 anos, trabalhar no tabaco com exposição direta, residir no interior de uma cidade fumageira no sul do país, além de apresentar condições cognitivas e intelectuais para responder os questionários. Para a avaliação utilizou-se um questionário elaborado pelos pesquisadores, contendo questões laborais, auditivas e vestibulares, além da Escala Visual Analógica (EVA), para mensuração do incômodo com o zumbido. Foi realizada análise descritiva dos dados. Resultados: A amostra foi composta por 37 sujeitos, 20 homens (54,04%) e 17 mulheres (45,96%), com média de idade de 40,78 anos (desvio padrão de 11,65). A média de exposição e de trabalho com o tabaco foi de 26,4 anos (variando de cinco a 44 anos) e de tempo de trabalho com média de 6-8 horas de exposição diária. Dos 37 participantes, 13 (35,13%) relataram zumbido, sendo sete (53,85%) do tipo chiado, dois (15,38%) cachoeira, dois (15,38%) grilo, um (7,69%) apito e um (7,69%) abelha. Dos quais 12 (92,31%) de pitch agudo e um (7,69%) grave. Em relação ao tempo de duração do zumbido, cinco (38,47%) participantes relataram ter zumbido em minutos, quatro (30,77%) em segundos, e de três (23,07%) em horas, sendo esporádico em um (7,69%) caso. Sobre o momento do dia em que aparece o sintoma, foram referidos quatro (30,77%) durante todo o dia, dois (15,38%) à tarde, um (7,69%) durante a manhã, um (7,69%) à noite e cinco (38,77%) esporadicamente. A média do grau de incômodo para o zumbido foi de 3,3, pela escala EVA. Conclusão: A exposição a agrotóxicos nos trabalhadores de tabaco trouxe como consequências o zumbido nesta população, sendo este predominantemente agudo, com duração de minutos e surgimento durante o dia todo; e a média da EVA de 3,3, apresentando baixo grau de incômodo.

BAGULEY, D.; MCFERRAN, D.; HALL, D. Tinnitus. The Lancet, v. 382, n. 9904, p. 1600-1607, nov. 2013.
FERNANDES, R.; TSUNEMI, M. H.; ZUCKI, F. Perfil audiológico de motoristas agrícolas expostos: ruído e hidrocarbonetos. Audiol., Commun. Res., v. 20, n. 4, out./dez. 2015.
GUIJO, L. M. Registro de medidas psicoacústicas do zumbido: revisão integrativa. Rev. CEFAC, v. 21, n. 5, 2019.
MATTIAZZI, A. L. et al. Triagem auditiva e dosagem das colinesterases em trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos. Rev. Bras. Med. Trab., v. 17, n. 2, 2019.
NASCIMENTO, I. D. P. et al. Tinnitus evaluation: relationship between pitch matching and loudness, visual analog scale and tinnitus handicap inventory. Braz. J. Otorhinolaryngol., v. 85, n. 5, set./out. 2019.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.252
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/252


“TREINAMENTO AUDITIVO ACUSTICAMENTE CONTROLADO: EFETIVIDADE AVALIADA A PARTIR DE QUESTIONÁRIO DE AUTOPERCEPÇÃO”
Venâncio, M. S. P. ; Carvalho, N. G. ; Silva, G. G. F. ; Silva, L. T. A. ; Colella-Santos, M. F. ;

“Treinamento Auditivo acusticamente controlado: efetividade avaliada a partir de questionário de autopercepção”
Introdução: O Treinamento Auditivo (TA) é um dos procedimentos indicados para a reabilitação auditiva em indivíduos com diagnóstico de Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC). Questionários de autopercepção são importantes para a avaliação qualitativa dos resultados pós TA e observa-se carência de estudos que os utilizem como instrumento direcionado para a autopercepção da própria criança para verificar a efetividade do TA. Objetivo: Analisar o efeito do treinamento auditivo acusticamente controlado (TAAC) em crianças com diagnóstico de TPAC, a partir de um questionário de autopercepção pré e pós TAAC. Metodologia: Estudo descritivo, comparativo e de caráter transversal, aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição (parecer nº 2.041.609). Foram convidadas a participar do estudo crianças com idade entre 8 e 10 anos e 11 meses, as quais obtiveram o diagnóstico de TPAC no Laboratório de Audiologia da instituição, a partir do critério de pelo menos dois testes da bateria comportamental alterados, com indicação para realizar o TAAC. Trata-se de um estudo com resultados preliminares. Participaram nesta etapa da pesquisa 3 crianças, as quais responderam ao questionário de autopercepão pré e pós TAAC, sendo 2 do sexo masculino e 1 do sexo feminino, todas com duas categorizações do TPAC alteradas, variando entre os tipos decodificação, codificação, prejuízo gnósico não-verbal e organização. O TAAC foi realizado presencial e individualmente, em cabina acústica, utilizando-se exercícios do website “Afinando o Cérebro”. Utilizou-se um protocolo fechado de atividades de acordo com a faixa etária, sendo 4 exercícios por sessão, cada um acessando uma habilidade auditiva a ser treinada. O TAAC proposto foi organizado em 1 sessão semanal durante 8 semanas, com duração de 50 minutos. O questionário utilizado neste estudo, composto por 12 questões, é baseado no questionário Scale of Auditory Behaviors (SAB) e faz parte de uma nova bateria online de triagem do PAC, denominada AudBility. As questões estão relacionadas a dificuldades e/ou comportamentos auditivos que o sujeito pode apresentar frente a situações de escuta em ambiente silencioso e ruidoso, compreensão de instruções, dificuldade escolar, atenção e localização sonora. A criança responde-o de acordo com a frequência com que a dificuldade ocorre. A pontuação pode variar de 12 a 60 pontos, sendo que quanto menor a pontuação, maiores são as dificuldades apresentadas pela criança. Este questionário foi aplicado em dois momentos distintos (Q1 – pré TAAC e Q2 – pós TAAC), antes e após o TAAC. Resultados: Na análise do questionário Q1, a média do escore total obtido foi de 29 pontos. Já a média do escore total obtido no questionário Q2 foi de 41,6 pontos. Portanto, observa-se que houve diferença no escore total na comparação entre Q1 e Q2, diminuindo qualitativamente as dificuldades do desempenho auditivo ao final do TAAC. Conclusão: O treinamento auditivo proporcionou mudanças positivas na autopercepção dos sujeitos, que perceberam melhora no comportamento auditivo após a intervenção. O questionário utilizado mostrou ser um instrumento efetivo para verificar a percepção dos sujeitos desta pesquisa, antes e após o TA.

American Academy of Audiology (AAA). Clinical practice guidelines. Diagnosis, treatment and management of children and adults with central auditory processing disorder [Internet]. EUA:AAA; 2010. Disponível em: .
MELO, A; COSTA, MJ; GARCIA, MV; SANTOS FILHA, VAV; BIAGGIO, EPV. O uso de software no treinamento auditivo em crianças: revisão teórica. Rev CEFAC. 2015;17(6):2025-32. Disponível em: .
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.264
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/264