38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

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"AUDITORY PROCESSING DOMAINS QUESTIONNAIRE (APDQ)” EM INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)
Braga Junior, J. ; Lorenzo, C. M. ; Nascimento, L. A. ; Bonorino, R. C. ; Trapani, T. C. F. ; Dias, K. Z. ; Pinheiro, M. M. C. ;

Introdução: O transtorno do processamento auditivo central (TPAC) refere-se a dificuldade nas habilidades auditivas. Estudos têm sugerido para complementar a avaliação do processamento auditivo central (PAC) a aplicação de questionários para auxiliar no rastreio de indivíduos com TPAC. O “Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ)” foi desenvolvido para rastrear habilidades auditivas de estudantes de 7 a 17 anos e tem sido recomendado como um método de triagem para o TPAC, pois seu escore é capaz de diferenciar dificuldades auditiva, de linguagem e de atenção. Objetivos: Analisar o desempenho de crianças com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) no questionário APDQ. Metodologia: Estudo transversal aprovado pelo comitê de ética nº 5.268.520. A amostra foi composta pelo grupo controle, constituído por 33 indivíduos com desenvolvimento linguístico e auditivo típico, a média de idade foi de 12 anos e 66,66% era do sexo feminino. O grupo estudo foi composto por 33 indivíduos com diagnóstico de TDAH, a média de idade de 10 anos e 63% era do sexo masculino. Os responsáveis pelas crianças responderam ao questionário APDQ composto por 50 questões referente ao comportamento auditivo, possuindo três domínios: processamento auditivo (PAC) com 29 itens, atenção com 10 itens e linguagem com 11 itens. Cada questão possui uma pontuação que varia de 4 a 0, desta forma, o máximo de pontos que pode ser obtido em cada domínio é de 116, 40 e 44 pontos, respectivamente para processamento auditivo, atenção e linguagem. O escore total do questionário é de 200 pontos que indica a ausência de algum prejuízo no processamento auditivo, linguagem e/ou atenção. Resultados: A população de estudo apresentou escore médio no APDQ de 91,12 pontos. O domínio da atenção foi o mais comprometido com 18,72 pontos, seguido do domínio da linguagem com 19,54 pontos e PAC com 51,35 pontos. Já o grupo controle apresentou escore médio de 188,54 pontos, o domínio do PAC com 106,84 pontos, linguagem com 41,51 pontos e atenção com 36,39 pontos, apontando níveis de atenção linguagem e processamento auditivo adequados. Conclusão: O questionário demonstra um bom desempenho na identificação e discriminação de crianças com dificuldades nas habilidades auditivas. O grupo estudo apresenta desempenho inferior ao grupo controle com comprometimento em todos os domínios do questionário, sendo o domínio da atenção com o maior prejuízo, isso devido ao domínio compreender os principais sinais e sintomas necessários para o diagnóstico de TDAH.

ASHA, American Speech - Language - Hearing Association. Central Auditory Processing Disorder. 2005. Disponível em: https://www.asha.org/practice-portal/clinical-topics/central-auditory-processing-disorder/#collapse_8. Acesso em: 18 jan. 2023.

CARVALHO, Nádia Giulian de; UBIALI, Thalita; AMARAL, Maria Isabel Ramos do; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca. Procedures for central auditory processing screening in schoolchildren. Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology, [S.L.], v. 85, n. 3, p. 319-328, maio 2019.

Dias KZ, Yokoyama CH, Pinheiro MM, Braga Junior J, Pereira LD, O‘Hara B. The Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ): Brazilian-Portuguese version. Braz J Otorhinolaryngol. 2022;88:823-40

O’HARA, Brian; MEALINGS, Kiri. Developing the auditory processing domains questionnaire (APDQ): a differential screening tool for auditory processing disorder. International Journal Of Audiology, [S.L.], v. 57, n. 10, p. 764-775, 31 jul. 2018.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.766
ISSN 1983-1793X
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15 ANOS DO DIA INTERNACIONAL DA CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O RUÍDO NO BRASIL – INAD BRASIL
Kuniyoshi, I. C. ; Fonseca, W. D'A. ;

Introdução: O International Noise Awareness Day (INAD) ou Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído é um evento promovido pelo League for the Hard of Hearing, atualmente, Center for Hearing and Comunication desde 1996 com o objetivo conscientizar a população sobre os efeitos nocivos do ruído para audição, saúde e qualidade de vida. Ocorre em uma data móvel, sempre na quarta-feira da quarta semana do mês de abril em que se promove 60 segundos de silêncio para destacar o impacto do ruído na vida cotidiana, proporcionando aos participantes uma pausa e uma oportunidade de conscientização sobre um problema que impacta a saúde pública mundial. Além dos Estados Unidos, a campanha é muito difundida na Alemanha, Espanha, Chile, Holanda, Suíça, Itália, Portugal, entre outros. No Brasil, O INAD acontece desde 2008. Objetivo: Descrever a trajetória de 15 anos da campanha do Dia Internacional de Conscientização Sobre o Ruído no Brasil (INAD Brasil). Metodologia: Foi realizado o resgate dos temas e lemas propostos a cada edição ao longo dos anos, respectivos materiais, além da descrição do alcance da campanha, em consulta aos relatórios anuais, registros da coordenação nacional e site do INAD Brasil. Resultados: De 2008 a 2022 as atividades da campanha INAD Brasil extrapolaram o ambiente escolar e acadêmico e ganhou visibilidade em locais públicos, como feiras livres, ruas, unidades de saúde, igrejas, shoppings, restaurantes, pontos turísticos, terminais de ônibus, semáforos e tantos outros. Além de cenários para as ações presenciais, por força do distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19, nos anos de 2020 a 2022 também foram incorporadas atividades desenvolvidas em ambientes virtuais. Sempre foram incentivadas atividades que tenham repercussão mais duradoura, em detrimento das ações pontuais e desenvolvidas por equipes multidisciplinares de colaboradores, compostos por professores, alunos e profissionais da saúde, com destaque à Fonoaudiologia e da área técnica relacionada à acústica como a Engenharia, Arquitetura, Física, além de agentes de fiscalização ambiental de órgãos públicos municipais e estaduais, colaboradores de empresas privadas e de instituições públicas. As ações (com grande diversidade) têm sido realizadas em torno de um tema que geralmente é proposto por ter relação com temáticas brasileiras do ano corrente. A partir do tema, gera-se um lema, sendo que esse comumente é criado por alunos colaboradores da campanha. Munido dos motivos centrais, as estratégias e a comunicação audiovisual são elaboradas. Embora diversos tipos de materiais são geralmente disponibilizados, o cartaz é tradicionalmente a arte principal. A partir de 2020, materiais em língua inglesa também foram cunhados com o objetivo de ampliar a divulgação a partir do Brasil. Conclusão: O INAD Brasil caracterizou-se em sua trajetória pela incorporação de outras atividades além da proposta mundial, respeitando a diversidade do território nacional e criatividade dos parceiros locais. A participação de colaboradores autônomos e institucionais, simpatizantes e organizações de representatividade de classes tem sido crescente ao longo dos anos, assim como o número de municípios de todas as regiões e estados do Brasil.

Kuniyoshi, Isabel Cristiane; Fonseca, William D’Andrea e Paul, Stephan. Práticas educativas em saúde auditiva: nos contextos educacional, ambiental e ocupacional, Capítulo 12. Dia Internacional de Conscientização Sobre o Ruído – INAD Brasil, págs. 138–152. Atena, 2021. ISBN 978-6559835522. doi: 10.22533/at.ed.52221131012.

Fonseca, William D’Andrea. Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído – INAD Brasil 2020 (Encarte). Acústica e Vibrações, 35(52): 143–146, 2020. ISSN 2764-3611, 1983-442X. doi: 10.55753/aev.v35e52.26.

Kuniyoshi, Isabel Cristiane; Fonseca, William D’Andrea e Mello, Felipe Ramos. Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído – INAD Brasil 2021 (Encarte). Acústica e Vibrações, 36(53):1–8, 2021. ISSN 2764-3611, 1983-442X. doi: 10.55753/aev.v36e53.58.

INAD Brasil – Dia Internacional da Conscientização Sobre o Ruído. Online, 2022. Disponível em: http://www.inadbrasil.com. Acesso em janeiro de 2023.

Fonseca, William D’Andrea; Mello, Felipe Ramos; Mareze, Paulo; Silva, Rafael Augusto David; Kuniyoshi, Isabel; Santos, Christian e Lacey, Joseph. Desenvolvimento de material educacional de acústica e audição para o INAD Brasil 2021. Em XXIX Congresso Brasileiro e o IX Congresso Internacional de Fonoaudiologia 2021 (Fono 2021), págs. 1–17. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFA), 2021. ISBN 978-6586760095. Disponível em: https://bit.ly/fono2021-inad.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.901
ISSN 1983-1793X
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A CONTRIBUIÇÃO DA POSTUROGRAFIA EM EXAMES VESTIBULARES SEM ALTERAÇÕES
Lopes, C. M. ; Batista, B. S. ; Rodrigues, G. B. ; Lima, L. S. ; Santos, M. D. M. ; Nishino, L. K. ;

INTRODUÇÃO: a tontura é um sintoma multifatorial que pode estar associado a diversas doenças e a desorganização dos sistemas responsáveis pelo equilíbrio, como o sistema visual, somatossensorial e vestibular. A Vectoeletronistagmografia é um dos exames mais solicitados para avaliar o paciente com tontura, porém ele avalia a conexões com o sistema nervoso central e o sistema vestibular e visual, ou seja, o reflexo vestíbulo-ocular (RVO). Porém não avalia a conexões entre os sistemas vestibulares e somatossensoriais, o reflexo vestíbulo-espinhal (RVE). Para este fim, o exame mais indicado é a Posturografia, que avalia os três sistemas e a conexão entre eles. OBJETIVO: Verificar se a Posturografia pode aumentar o índice de exames alterados em pacientes com queixa de tontura. MÉTODOS: estudo transversal observacional, retrospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Instituição, aprovado pelo número 3.708.883/2019. Foram avaliados 15 exames sem alterações na Vectoletronistagmografia e alterados na Posturografia. A busca dos exames foi de banco de dados da Instituição, no qual inseriu em uma tabela de Excel os resultados como: gênero, idade, resultado da audiometria, hipótese diagnóstica e conclusão da Posturografia. RESULTADOS: o gênero masculino correspondeu a três (20%) e o gênero feminino 12 (80%), a idade média dos pacientes foi de 61,7 anos de idade, com desvio padrão de 13 anos. Na audiometria, quatro (27%) apresentaram limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, oito (53%) apresentaram perda auditiva do tipo sensorioneural e três (20%) apresentaram perda auditiva do tipo mista. As hipóteses diagnósticas foram: seis (40%) com tontura de origem central, dois (13%) com Presbiacusia, dois (12,5%) com tontura psicogênica, um (7%) com glaucoma, um (7%) traumatismo craniano, um (7%) hérnia cervical e lombar, um (7%) acidente vascular cerebral e um (7%) tumor glômico. As conclusões da Posturografia foram: oito (52,5%) com Disfunção Severa, dois (12,5%) de disfunção somato-vestibular, um (7%) com Disfunção Visual, um (7%) com Disfunção somatossensorial, um (7%) com Disfunção Vestibular, um (7%) com Disfunção visuo-vestibular e um (7%) de dependência visual. CONCLUSÃO: A Posturografia foi um teste complementar que aumentou o índice de resultados alterados em indivíduos com queixas de tontura.

Nishino, Lucia Kazuko et al. Protocolo para posturografia estática com provas dinâmicas em indivíduos sem queixas vestibulares utilizando o sistema Horus. CoDAS [online]. 2021, v. 33, n. 3 [Acessado 27 Dezembro 2022], e20190270. Disponível em: . Epub 16 Jun 2021. ISSN 2317-1782. https://doi.org/10.1590/2317-1782/20202019270.

Bittar RSM. Como a posturografia dinâmica computadorizada pode nos ajudar nos casos de tontura? Arq int otorrinolaringol (Impr). 2007;330–3.

PORTES, K. S. ; PIMENTEL, B. N. ; SILVA, K. C. V. ; SANTOS FILHA, V. A. V. . Posturografia
Dinâmica Foam Laser e Vectoeletronistagmografia em indivíduos com queixas vestibulares: Comparação de resultados. REVISTA BRASILEIRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, v. 4, p.133-143, 2017.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.695
ISSN 1983-1793X
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A CRIAÇÃO DE UMA LIGA ACADÊMICA DE AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO COM ENFOQUE MULTIDISCIPLINAR
Santos, A. S. ; Doutrelepont, D. W. ; Schotkis, I. C. ; Basile, A. A. ; Silva, C. M. ; Stigger, F. S. ; Costa, P. R. ; Menegotto, I. H. ; Boscolo, C. C. ; Soldera, C. L. C. ;

Introdução: Uma Liga Acadêmica consiste na união de discentes e profissionais docentes que, guiados por um professor orientador, possuem interesse comum em determinada área do conhecimento. Esse tipo de agremiação tem por objetivo o estudo extraordinário de certo campo da ciência, além da promoção dos três pilares da universidade: ensino, pesquisa e extensão. Assim, há maior expansão do conhecimento teórico-prático, por meio de maior contato com a área do saber pré-estabelecida pela Liga. Desta forma, com o intuito de aprofundar o estudo acerca da Audição e do Equilíbrio, foi idealizado a criação de uma Liga Acadêmica. A fundação de Ligas Acadêmicas promove o trabalho em equipe com diversos atores sociais. Ainda, proporciona contato com estudantes das mais variadas áreas do conhecimento, com profissionais de diversas categorias e com usuários e gestores dos serviços e/ou territórios em que desenvolvem suas atividades. Sendo assim, a ação colaborativa entre os discentes proporciona compartilhamento de habilidades e experiências comuns, estas nas quais são importantes para o futuro exercício profissional. Objetivo: Descrever como é feita a contribuição multidisciplinar nos estudos sobre a audição e o equilíbrio, seu funcionamento e processos de envelhecimento e adoecimento. Métodos: A Liga Acadêmica com enfoque na audição e equilíbrio foi idealizada em Abril de 2021 por um grupo de discentes de graduação do curso de Fonoaudiologia de uma universidade localizada na região Sul do Brasil, com o objetivo de direcionar os estudos sobre a audição e o equilíbrio de forma multiprofissional. Os colaboradores e membros fundadores da liga acadêmica são de 16 cursos da área da saúde, entre eles, Psicologia, Fisioterapia, Medicina, Enfermagem e Odontologia, demonstrando a ampla abrangência desta temática. Resultados: A Liga foi aprovada pela Universidade em 22 de junho de 2022. Atualmente, conta com orientadora vinculada ao departamento de Fonoaudiologia, e com co-orientador pertencente ao departamento de Fisioterapia. Ademais, o grupo é formado por seis colaboradores, sendo três professoras da área da audiologia, um docente atuante nas disciplinas de LIBRAS, um médico otorrinolaringologista e uma graduanda do curso de Fonoaudiologia. Sendo assim, percebe-se a presença de diversas áreas do conhecimento, que juntas, promovem ações no âmbito da extensão e produzem resumos para congressos nos âmbitos da Audiologia e do Equilíbrio, compartilhando experiências e desenvolvendo habilidades. A Liga proporciona, a partir de atividades multiprofissionais, a produção de materiais científicos, a participação em atividades acadêmicas e a promoção de eventos, como por exemplo, a palestra sobre “Envelhecimento da audição e equilíbrio” e o minicurso de LIBRAS - ambos já realizados em 2022. Conclusão: Conclui-se que a multidisciplinaridade dentro da Liga se dá de maneira satisfatória, visto que, através de reuniões que contam com a participação dos membros, diálogo e trabalho em equipe, tornou-se possível a promoção do debate sobre as lentes dos estudantes de diferentes áreas e levantamento de demandas nas respectivas atuações. As ações de ensino, extensão, pesquisa e comunicação promovem, nos discentes participantes, habilidades de gestão, liderança, autonomia e flexibilidade, mostrando-se enriquecedoras para o desenvolvimento de experiências e promoção de atenção integral para a comunidade acadêmica.

1- Silva, Davi & Raimundo, Adrielly & Santos, Igor & Gomes, Nataly & Melo, Paula & Santos, Débora. (2018). Proposição, fundação, implantação e consolidação de uma liga acadêmica. Revista de Enfermagem UFPE on line. 12. 1486. 10.5205/1981-8963-v12i5a234589p1486-1490-2018.
2- Queiroz, Gabriel & Pereira, Felipe & Cardoso, Maira & Silva, Yuri & Azevedo, Antônio & Santo, Roberta & Alcolumbre, Jose & Oliveira, Onayane. (2020). A influência da liga acadêmica como ferramenta na formação em saúde: um relato de experiência. Brazilian Journal of Development. 6. 40195-40203. 10.34117/bjdv6n6-526.
3- Cavalcante ASP, Vasconcelos MIO, Ceccim RB, Maciel GP, Ribeiro MA, Henriques RLM, Albuquerque INM, Silva MRF. Em busca da definição contemporânea de “ligas acadêmicas” baseada na experiência das ciências da saúde. Interface (Botucatu). 2021; 25: e190857
4- Silva, Wenderson & Côrtes, Eunice & Marta, Cristiano & Francisco, Márcio & Silva, Priscila & Santos, Rayanni & Ferreira, Michelle & Neves, Milena Preissler & Lima, Tatiana & Machado, Paulo. (2020). REINVENÇÃO DAS LIGAS ACADÊMICAS EM PERÍODO DE PANDEMIA E INTERRUPÇÃO DAS AULAS PRESENCIAIS. Global Academic Nursing Journal. 1. 10.5935/2675-5602.20200051.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.853
ISSN 1983-1793X
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A IMPORTÂNCIA DAS MANOBRAS DE POSICIONAMENTO EM PACIENTES COM MIGRÂNEA VESTIBULAR
RIBEIRO, D. A. ; CRUZ, A. V. S. ; VITÓRIA, R. O. ; GOMES, L. C. ; SOUSA, M. G. C. ;

Introdução: A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) se caracteriza como uma disfunção vestibular periférica na qual há a ocorrência de episódios vertiginosos, com presença de nistagmos, devido a mudanças na posição da cabeça. Em conjunto, a Migrânea Vestibular (MV) é a associação da enxaqueca com os sintomas vestibulares, como a tontura e a vertigem. A MV e a VPPB têm uma íntima relação em indivíduos enxaquecosos, uma vez que estes apresentam duas vezes mais a chance de desenvolver nistagmos posicionais quando comparados à indivíduos que não sofrem de enxaqueca. Objetivo: Relacionar a presença de nistagmos às manobras de posicionamento em pacientes com diagnóstico de migrânea vestibular. Método: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo com amostra de conveniência, realizado no Ambulatório de Otoneurologia de uma Universidade em Salvador. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa de uma Universidade em Salvador, sob o parecer nº 2.556.140. A amostra foi composta por um grupo focal de 35 pacientes com diagnóstico de migrânea vestibular, de ambos os sexos, atendidos em uma Farmácia Universitária, no período entre agosto de 2018 a dezembro de 2022. Para coleta de dados foram realizadas as manobras diagnósticas, e, para o registro destas foi utilizado o equipamento SVNC – Sistema para Videonistagmoscopia Computadorizado da marca Contronic, denominado de Vídeo Frenzel. Resultados: 83% dos pacientes apresentaram resultado positivo às manobras diagnósticas realizadas, sendo 48% da amostra apresentaram presença de nistagmo na manobra denominada Head Roll Test e 52% na manobra de Dix Hallpike. De acordo com a literatura, a presença de nistagmo na manobra Head Roll Test indica otolitíase de canal lateral e na manobra Dix Hallpike em canais verticais. Conclusão: Fica evidenciado a ocorrência da otolitíase em pacientes com migrânea vestibular, sendo esta a chave para o diagnóstico e conduta terapêutica.

MAHROUS, M. M. Vestibular migraine and benign paroxysmal positional vertigo, close presentation dilemma. Acta Oto-Laryngologica, v. 140, n. 9, p. 733–736, 1 set. 2020.
STRUPP, M. et al. Vestibular Disorders: diagnosis, new classification and treatment. Deutsches Ärzteblatt international, v. 117, n. 17, p. 300–310, 24 abr. 2020.
MORGANTI,L. O.G.; et al. Migrânea vestibular: aspectos clínicos e epidemiológicos. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology: São Paulo, 2015.
RALLI, G. ATTURO, F. DE FILIPPIS, C. Idiopathic benign paroxysmal vertigo in children, a migraine precursor. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. v. 73, s.1, 2009, p. 16-18.
XUE, H. et al. Differences of Sleep Disorders Between Vestibular Migraine and Benign Paroxysmal Positional Vertigo. Frontiers in Psychiatry, v. 12, p. 726038, 18 nov. 2021.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.735
ISSN 1983-1793X
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A INFLUÊNCIA DA ORELHA MÉDIA NO NÍVEL DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS EM ADULTOS
Santos, K.A.S. ; Sanches, S.G.G. ; Carvallo, R.M.M. ;

Introdução: As medidas de Imitancia Acústica de Banda Larga (MIABL) fornecem informações sobre o comportamento da orelha média para estímulos apresentados em diferentes frequências, diferentemente da timpanometria convencional que investiga apenas uma frequência de sonda. Dentre as MIABL, a reflectãncia mede a quantidade de energia acústica refletida e não absorvida pela orelha média. As condições da orelha média afetam a audição, motivando a busca por aprimoramento de sua avaliação, com informações mais precisas que possam contribuir para a interpretação da função coclear por emissões otoacústicas. Objetivo: Analisar as respostas das emissões otoacústicas em diferentes padrões timpanométricos, correlacionando-as com a valores de reflectância acústica obtidos pelas MIABL. Metodologia: Estudo retrospectivo que envolve pesquisa em banco de dados, realizado em pesquisa prévia aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa (0005/2009). Foram incluídos participantes com idades entre 18 e 55 anos, formando os seguintes grupo: Grupo A - 68 orelhas com timpanograma tipo A, reflexos acústicos presentes e limiares auditivos até 20dBNA; Grupo Ad - 22 orelhas com Timpanograma tipo Ad. Grupo Ar - 20 orelhas com Timpanograma tipo Ar. Critérios de exclusão: presença de perda auditiva neurossensorial e/ou dados incompletos na planilha. Foram analisados os resultados das seguintes provas: imitanciometria, Emissões Otoacústicas Evocadas por Transientes (EOAT). Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOAPD), reflectância da Orelha Média. Resultado: Houve diferença significante entre os três grupos em relação à reflectância para as frequências de 250 a 1500 Hz. Foi observado que os grupos Ad e Ar apresentaram menor média de nível de resposta das EOAT e de EOAPD para todas as frequências em comparação ao grupo A. Especificamente para o Grupo A, a análise da correlação entre reflectância e EOAT mostrou correlação negativa e significante entre a reflectância na frequência de 2000Hz e o Response/EOAT. Conclusão: Participantes com timpanogramas Ad mostraram menor reflectância e os participantes com timpanogramas Ar mostraram maior reflectância quando comparados àqueles com timpanogramas Tipo A, nas medidas obtidas no intervalo entre 250 e 1500Hz. Dentre os participantes com Curva de reflectância normal (Grupo A) foi observado que uma maior reflectância em 2000Hz implica em uma menor amplitude de Response/EOAT.

Linares, A.E.; Carvallo, R.M.M. Medidas imitanciométricas em crianças com ausência de emissões otoacústicas. Rev Bras Otorrinolaringol. 2008; 74(3): 410-16.
Allen, J. B., P. S. Jeng & H. Levitt (2005) Evaluation of human middle ear function via an acoustic power assessment. Journal of Rehabilitation Research and Development, 42, 63-77
Shahnaz N, Bork K, Polka L et al. (2009) Energy Reflectance and Tympanometry in normal and otosclerotic ears. Ear and Hearing 30:219-33
Araújo ES, Jacob LCB, Oliveira MTD, Chaves JN, Oliveira EB, Saters TL, Alvarenga KF. Wideband absorbance for the assessment of pressure equalizing tubes patency in children. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2022 Nov;162:111309. doi: 10.1016/j.ijporl.2022.111309. Epub 2022 Sep 6. PMID: 36099781.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.780
ISSN 1983-1793X
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A MULHER COM HIV/AIDS E ACHADOS AUDIOLÓGICOS
Araujo, V. A. F. ; Oliveira, B. S. ; Motta, B. S. ; Paes, M. M. ; NOGUEIRA, R. S. T. ; Quidicomo, S. ;

O relatório do Ministério da Saúde, estima que 960 mil pessoas vivem com HIV/AIDS no Brasil, as mulheres representam 34,89% dessa população.
Objetivo: Identificar como o HIV/AIDS afeta a audição de mulheres e de seus filhos que adquiriram a doença por meio da transmissão vertical. Métodos: Foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases de dados SciELO e BVS de textos completos, disponíveis em português, publicados a partir de 2010 e que contemplam o tema da pesquisa. No SciELO foram utilizados os descritores HIV “and” mulher e encontrados 108 artigos, 1 artigo foi selecionado. Com os descritores transmissão vertical “and” HIV, foram encontrados 148 artigos e 1 artigo foi selecionado. Com os descritores manifestações audiológicas “and” HIV foram encontrados 3 artigos e 1 artigo foi selecionado. Com os descritores feminização “and” HIV, foram encontrados 11 artigos e 1 foi selecionado. No BVS, os descritores utilizados foram qualidade de vida “and” mulher “and” HIV, foram encontrados 60 artigos e 1 artigo foi selecionado. Totalizando 5 artigos para esta pesquisa. Resultados: A análise de dados mostra que apenas 20% dos enfermeiros trabalham na promoção da qualidade de vida das mulheres com HIV. Não há diretrizes que organizem de maneira específica uma linha de cuidado (LC) às mulheres vivendo com HIV. A dependência e submissão ao homem, é um dos fatores de vulnerabilidade para a infecção, levando ao abandono de práticas sexuais protegidas. A transmissão vertical na gestação ainda é uma realidade pode favorecer alterações audiológicas associadas à doença, com isso a importância dos testes rápidos e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar é necessário.
Considerações Finais: Não existem linhas de cuidados desenvolvida para os profissionais da saúde quanto a qualidade de vida de mulheres vivendo com HIV/AIDS. A transmissão vertical na gestação ainda é uma realidade e pode favorecer alterações audiológicas associadas à doença. Testes rápidos e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar que priorize o treinamento e capacitação dos profissionais envolvidos se faz necessário, para que possam ser atuantes nas múltiplas facetas durante o acompanhamento de mulheres com HIV/AIDS, inclusive com o apoio da Fonoaudiologia que pode contribuir com medidas efetivas de promoção e prevenção nos diversos níveis da Atenção à Saúde.
Palavras-chave: HIV, AIDS, mulher, transmissão vertical, manifestações audiológicas e qualidade de vida.

1. Nogueira VPF, Gomes AMT, Machado YY, Oliveira DC, Cuidado em saúde à pessoa vivendo com HIV/AIDS: representações sociais de enfermeiros e médicos. Rev Enferm UERJ. 2015; 23(3):331-7.
2. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Relatório de monitoramento clínico do HIV 2020. Brasília, 2021.
3. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI). Relatório de monitoramento clínico do HIV – Brasília, 2019.
4. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI). Relatório de monitoramento clínico das gestantes vivendo com HIV – Brasília, 2019.
5. Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico Especial - HIV/AIDS 2019. Brasília, 2019.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.659
ISSN 1983-1793X
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A SÍNDROME METABÓLICA E SEUS EFEITOS NA FUNÇÃO AUDITIVA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA.
JESUS, C. S. ; ANDRADE, C. L. O. ; COSTA, M. R. ; CRUZ, A. V. S. ; SILVA, I. A. ; CERQUEIRA, R. C. ; RIBEIRO, D. A. ; OLIVEIRA, C. S. ; BRAITE, N. ;

Introdução: A síndrome metabólica, que constitui um conjunto de alterações cardiometabólicas que estão associadas a diversos prejuízos estruturais e funcionais no organismo, tem sido apontada como fator de risco para alteração auditiva. Objetivo: Analisar os achados dos estudos que investigaram os efeitos da síndrome metabólica na função auditiva. Materiais e métodos: A presente revisão seguiu o protocolo PRIMA e a estratégia PICOS para elaborar a pergunta de investigação. Para o levantamento bibliográfico foram utilizados descritores em saúde combinados através dos operadores boleanos OR e/ou AND e organizados em strings para direcionar a busca. A seleção dos artigos foi realizada por três revisores, de forma independente e às cegas, sendo os artigos encontrados avaliados conforme os critérios de inclusão e exclusão. O risco de viés dos artigos selecionados foi determinado pelos protocolos Newcastle-Ottawa e STROBE, visando avaliar a qualidade dos estudos observacionais e a avaliação da escrita do artigo respectivamente. Dada à grande heterogenidade dos dados, a metanálise não foi realizada. Resultados: Dos 2.114 encontrados, sete foram elegíveis para compor o presente estudo, dentre os quais 85% identificaram possível associação positiva entre a síndrome metabólica e alteração auditiva. Todos os artigos evidenciaram que os indivíduos com síndrome metabólica apresentaram perda auditiva do tipo sensorioneural, unilateral e de ocorrência súbita. Em relação às comorbidades, a dislipidemia foi o componente identificado pelos estudos como principal responsável pelas alterações auditivas nesses indivíduos (57%). Conclusão: Os achados sugerem que a síndrome metabólica afeta negativamente a audição do indivíduo, ocasionando uma perda auditiva do tipo sensorioneural, unilateral com ocorrência subida, sendo, a dislipidemia o componente clínico que potencializa o surgimento

Chadha S, Kamenov K, Cieza A. The world report on hearing, 2021. Bull World Health Organ. 2021;99(4):242-242A.

Duarte MC, Peñaherrera CA, Moreno-Zambrano D, Santibáñez R, Tamariz L, Palacio A. Prevalence of metabolic syndrome and prediabetes in an urban population of Guayaquil, Ecuador. Diabetes Metab Syndr Clin Res Rev. 2016;10(2):S119–22.

Han X, Wang Z, Wang J, Li Y, Hu H, Hu Y, et al. Metabolic syndrome is associated with hearing loss among a middle-aged and older Chinese population: a cross-sectional study. Ann Med [Internet]. 2018;50(7):587–95. Available at: http://dx.doi.org/10.1080/07853890.2018.1469786

Metabólica DS. Artigo Original Comparação de Diferentes Critérios de Definição para Diagnóstico. :346–53.

Shim HS, Shin HJ, Kim MG, Kim JS, Jung SY, Kim SH, et al. Metabolic syndrome is associated with hearing disturbance. Acta Otolaryngol. 2019;139(1):42–7.
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Página(s): p.799
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A UTILIZAÇÃO DE UM PROGRAMA ONLINE PARA MONITORAR HABILIDADES AUDITIVAS EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA
Bogoni, C.M. ; Braga Jr, J. ; Freitas, M.I.D. ; Arakawa-Belaunde, A.M. ; Scharlach, R.C. ; Pinheiro, M.M.C. ;

Introdução: Sabendo das alterações fisiológicas causadas pelo envelhecimento, o uso de dispositivos eletrônicos auxiliares à audição se torna importante nas perdas auditivas relacionadas à idade. No entanto, as queixas de dificuldade de compreensão ainda são significativas na prática clínica, mesmo após adaptação do dispositivo. Este fato se dá pela alteração das habilidades auditivas do processamento auditivo central que ocorre em consonância à perda auditiva. Nota-se, então, a relevância do treinamento auditivo e seu devido monitoramento nesta população. Com o objetivo de facilitar a prática clínica, foram criados programas online de avaliação das habilidades auditivas que permitem esse acompanhamento pré e pós treinamento auditivo, todavia, são poucas as evidências científicas com idosos. Objetivo: Analisar e comparar as habilidades auditivas em idosos usuários de dispositivo eletrônico de amplificação sonora que realizaram treinamento auditivo-cognitivo por meio do programa online AudBility. Método: Estudo prospectivo e descritivo, submetido ao comitê de ética - nº 46378821.10000.012, em 19 idosos usuários de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora, acompanhados por um serviço de saúde auditiva. Foi aplicado o questionário MoCA e o programa online AudBility para avaliação das habilidades auditivas. Nos idosos que realizaram treinamento auditivo-cognitivo de 16 sessões, foram avaliadas as habilidades auditivas por meio do programa online, pré e pós treinamento auditivo. Resultados: Verificou-se por meio do programa online AudBility que as habilidades auditivas mais alteradas foram ordenação temporal e figura-fundo na tarefa de separação binaural. Já a tarefa de resolução temporal foi a menos afetada nos idosos. Participaram do treinamento auditivo-cognitivo cinco idosos que apresentaram melhoras após intervenção nas habilidades de figura-fundo à direita, ordenação temporal e fechamento auditivo bilateralmente. Em relação ao questionário MoCA, houve melhora no desempenho após treinamento. Conclusão: Pôde-se observar por meio do Programa online Audibility que o processo de envelhecimento causou alteração nas habilidades de figura-fundo na tarefa de separação binaural e ordenação temporal. Nos idosos que realizaram treinamento auditivo-cognitivo verificou-se modificação nessas mesmas habilidades que apresentavam maior alteração. Ademais, o emprego dos recursos online demonstrou maior acessibilidade e facilidade na prática do treinamento e monitoramento auditivo.

LAWRENCE, Blake J. et al. Auditory and Cognitive Training for Cognition in Adults With Hearing Loss: a systematic review and meta-analysis. Trends In Hearing, [S.L.], v. 22, n. 1, p. 233121651879209, jan. 2018. SAGE Publications. http://dx.doi.org/10.1177/2331216518792096.

CARVALHO, Nádia Giulian de; UBIALI, Thalita; AMARAL, Maria Isabel Ramos do; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca. Procedures for central auditory processing screening in schoolchildren. Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology, [S.L.], v. 85, n. 3, p. 319-328, maio 2019. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2018.02.004.

AMARAL, Maria Isabel Ramos do; CARVALHO, Nádia Giulian de; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca. Programa online de triagem do processamento auditivo central em escolares (audBility): investigação inicial. Codas, [S.L.], v. 31, n. 2, p. 1-11, jan. 2019. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20182018157.

CARVALHO, Nádia Giulian de; AMARAL, Maria Isabel Ramos do; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca. AudBility: effectiveness of an online central auditory processing screening program. Plos One, [S.L.], v. 16, n. 8, p. 1-12, 30 ago. 2021. Public Library of Science (PLoS). http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0256593.

TANAKA, Tamy Nathalia; CARVALHO, Nádia Giulian de; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca; AMARAL, Maria Isabel Ramos do. AudBility: confiabilidade teste-reteste em crianças com desenvolvimento típico de 6 e 7 anos. Codas, [S.L.], v. 34, n. 6, p. 1-9, 2022. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20212021219pt.
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ACESSO PROGRESSIVO A SONS NA ADAPTAÇÃO DE AASI E EVOLUÇÃO NA PERCEPÇÃO DE FALA: ESTUDO DE CASO
Novaes B C A C ; Ferreira M M ; Fiaschi B ; Mendes B C A ;

Introdução: A deficiência auditiva é a segunda doença crônica mais prevalente no mundo de acordo com o Global Burden of Disease Study (HAILE, 2019). No Brasil, a projeção desta população para 2042 aponta para cerca de ¼ do total da população brasileira atingindo 24,5% (Dados do IBGE, 2022). Isto demonstra a necessidade de serviços de reabilitação auditiva com uso e monitoramento de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora. Quanto à seleção e indicação dos dispositivos auditivos em novos usuários, seus ajustes e características eletroacústicas, é recomendado como ideal na prática clínica combinar o ganho acústico e a saída máxima dos aparelhos aos alvos/targets das prescrições nas medidas de microfone sonda (BAGATTO et al, 2016; VALENTE et al, 2018) Justificativa: Apesar das regras prescritivas e sua verificação sugerir o alvo ideal de audibilidade para pacientes, nem sempre é possível alcançá-lo na primeira consulta; isto se consideramos o conforto e não necessariamente uma melhora inicial na percepção de fala. Existe um consenso quanto à necessidade de um período de adaptação e reorganização neural dos novos usuários em relação aos dispositivos auditivos na reabilitação auditiva (WRIGHT e GAGNÉ, 2020). Necessidades individuais de cada caso, a verificação com microfone sonda e o processo de adaptação dos dispositivos na reabilitação norteiam o processo clínico. Objetivo: Através da análise de um caso clínico, analisar o resultado de acesso progressivo a sons na adaptação de AASI e a evolução na percepção de fala. Metodologia: Faremos uma estratégia de manejo clínico durante o período de aclimatização, aplicando aumentos progressivos do ganho do dispositivo em adultos novos usuários de dispositivos eletrônicos de amplificação, e observar a acomodação auditiva até atingir os alvos prescritos pela NAL-NL2 (National Acoustic Laboratories). A premissa é manter o ganho no Nível de Melhor Conforto e Aumentar Progressivamente o Acesso aos Sons. Analisaremos os valores do SII e os aumentos do ganho geral na verificação e sua relação com habilidades de percepção de fala. Parecer Com. de ética: 5.727.856. Resultados: Sujeito do sexo feminino, 84 anos, nova usuária de dispositivo de amplificação, hipótese diagnóstica ORL de Presbiacusia. Perda auditiva sensórioneural de grau leve à moderado. Adaptação de dispositivo RIC, com oliva aberta e ajustes com a prescrição da NAL-NL2 à 100% do ganho. Foi necessário diminuir em torno de 10dB do ganho geral, na primeira sessão; SII para entrada de 65dB: OD 64%, OE 68%. Após 1 mês o datalog registrava 10hs/dia e foi possível incrementar 4dB de ganho geral em ambas as orelhas; valores de SII para entrada de 65dB: OD 74% e OE 75%. Após 3 meses de adaptação foi possível aproximar o ganho ao target proposto pela NAL-NL2; SII para entrada de 65dB: OD 84% e OE 78%. Conclusão: Reduzir o ganho na primeira adaptação para valorizar o conforto e fazer aumentos progressivos, acompanhados na verificação com microfone sonda, auxiliou na adequação das variações do target durante a aclimatização e nos ajustes finos.

BAKER S, JENSTAD L (2017). Matching real-ear targets for adult hearing aid fittings: NAL-NL1 and DSL v5.0 prescriptive formulae. Can. J Speech Lang Pathol Audiol, 41(2):227-35.
DAO A, FOLKEARD P, BAKER S, PUMFORD J, & SCOLLIE S (2021). Fit-to-Targets and Aided Speech Intelligibility Index Values for Hearing Aids Fitted to the DSL v5-Adult Prescription. Journal of the American Academy of Audiology, 32(02). https://doi.org/10.1055/s-0040-1718707.
GLICK, H, & SHARMA, A (2020). Cortical Neuroplasticity and Cognitive Function in Early-Stage, Mild-Moderate Hearing Loss: Evidence of Neurocognitive Benefit From Hearing Aid Use. Frontiers in Neuroscience, 14, 93. https://doi.org/10.3389/FNINS.2020.00093/BIBTEX.
NIGRI L, & IÓRIO, MC (2019). Estudo da correlação entre índice de inteligibilidade de fala Speech Intelligibility Index (SII) e índice percentual de reconhecimento de fala. Distúrbios Da Comunicação, 31(1). https://doi.org/10.23925/2176-2724.2019v31i1p33-43.
WRIGHT D, & GAGNÉ J P (2020). Acclimatization to Hearing Aids by Older Adults. Ear and Hearing, 42(1), 193–205. https://doi.org/10.1097/AUD.0000000000000913.
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS DE FUNCIONÁRIOS DE UMA MULTINACIONAL PÓS INFECÇÃO POR COVID-19
LOPES, J.M. ; BOHN, V. ; SIMÕES, P. N. ; Garbino, J. F. ;

Introdução: A COVID-19 é uma infecção causada pelo vírus SARS-CoV 2 e acomete principalmente o sistema respiratório, podendo causar febre, tosse, dor de cabeça, coriza, falta de ar e dor no corpo. A transmissão pode ocorrer através da tosse, fala ou espirro de indivíduos e também por meio de um objeto contaminado. Estudos apontam que infecções virais podem atingir o sistema auditivo causando perda auditiva, otalgia, plenitude auricular, zumbido e vertigem. Objetivo: Dessa forma, através do rigoroso monitoramento auditivo que é realizado pela equipe de fonoaudiologia no setor de audiologia do ambulatório de uma multinacional do sul do Brasil, buscou-se investigar os achados audiológicos em trabalhadores que testaram positivo para COVID-19. Método: O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob o parecer n°5.550.892. É uma pesquisa transversal, observacional, retrospectiva e comparativa que analisou 64 prontuários de trabalhadores que apresentaram mudança significativa do limiar auditivo (MSL), em sua audiometria periódica, conforme os critérios do anexo 2 da norma regulamentadora 7, após serem infectados pelo vírus SARS-CoV-2, entre julho de 2020 e junho de 2022. Os dados foram tabulados em planilha de Excel e comparou-se as médias das frequências de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz (G1) e de 3000Hz, 4000Hz e 6000Hz (G2), antes e após a infecção pela COVID-19, bem como observou-se as queixas relatadas após a infecção. Resultados: Apesar das médias de 500HZ, 1000Hz e 2000Hz da orelha direita não apresentarem diferenças estatisticamente significativas, os resultados obtidos após a infecção pela COVID-19 foram maiores se comparado aos valores antes da COVID-19. A média das frequências de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz da orelha esquerda apresentou diferenças significativas na comparação dos resultados antes e após a infecção por coronavírus. Verificou-se que as médias das frequências de 3000Hz, 4000Hz e 6000Hz apresentaram diferenças significativas para ambas as orelhas. Além disso, os pacientes referiram sinais e sintomas auditivos como zumbido (34%), dificuldade de compreensão (9%), plenitude auricular (5%) e vertigem (3%). Conclusão: Este estudo demonstrou que a infecção por COVID-19 pode acarretar prejuízos no sistema auditivo, como mudança dos limiares auditivos bem como queixas como zumbido, otalgia, sensação de plenitude auricular e vertigem.
Descritores: COVID-19; Audição; Perda auditiva; SARS-CoV-2.

Ribeiro GE, Camargo da Silva DP. Implicações audiológicas da COVID-19: revisão integrativa da literatura. Rev. CEFAC. 2021;23(1):e9620.
Aguiar Gomes VC, Luiz Badarane EB, Couceiro Seto II, Yamaguchi CT, Ferreira DB, Umbelino AM et al. Avaliação das queixas auditivas e das otoemissões acústicas em funcionários do Complexo Hospitalar Universitário da Universidade Federal do Paraná com COVID-19. Brazilian J of Health Review. 2021;4(1):2853-2867.
Portaria MTP n.º 567, de 10 março de 2022. Norma Regulamentadora 7.Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978.
Moreira de Lacerda AB, Azevedo Bernardi AP, França AG, Bozza A, Lopes AC, Oliveira Gonçalves CG et al. Fonoaudiologia e saúde auditiva do trabalhador. In: Oliveira Gonçalves CG. Construindo um programa de preservação
auditiva: Principais aspectos e etapas da estruturação. São Paulo. Book Toy. 2019;1ed.
Mustafa MWM. Audiological profile of asymptomatic Covid-19 PCR-positive cases. Am J Otolaryngol.2020;41(3):102483.
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Página(s): p.772
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS EM INDIVÍDUOS INFECTADOS PELO ZÍKA VÍRUS
KLOSS, L. N ; TOMIASI, A. A. ; GONÁLVES, Y. P. L. ; PAULA, G. R. ; MENESES, A. A. ;

Introdução: O vírus Zika é um flavivírus semelhante ao vírus da dengue, sendo que a transmissão acontece por meio de mosquitos do gênero Aedes, ocasionando principalmente malformações como a microcefalia, que é um indicador de risco para deficiência auditiva. Objetivo: investigar por meio da literatura os achados audiológicos em indivíduos infectados pelo Zika Vírus. Metodologia: Foram analisadas publicações indexadas na plataforma Google Acadêmico, no período de 2015 a maio de 2022, no idioma português, com disponibilidade integral e gratuita do texto. Essa busca foi realizada por meio da seguinte palavras-chave em combinação: Zika Vírus AND Audição. Resultados: Observou-se achados auditivos normais em 37,50% dos artigos analisados, enquanto 37,50%, apesar dos resultados da avaliação auditiva terem demonstrado normalidade, sugeriram monitoramento audiológico, e 25% dos estudos apontaram perda auditiva sensório-neural de origem coclear e retrococlear associada à infecção do Zika Vírus. Além disso, sintomas como zumbido, tontura, plenitude auricular e perda auditiva foram relatadas nesta população. Conclusão: Os achados apontaram para limiares auditivos dentro do padrão de normalidade na maioria dos casos, porém houve publicações que destacaram perdas auditivas do tipo sensório-neural, sugerindo possível dano auditivo associado à infeção do Zika Vírus. Foi notável a escassez de estudos que investigam os achados audiológicos em indivíduos infectados pelo Zika Vírus, sendo importante novas pesquisas que abordem essa temática.

BARBOSA, MH, Barbosa MC, Robaiana JR, Barbosa AP, Lima MAMT, Cunha AJLA. Achados auditivos associados à infecção pelo Zika vírus: uma revisão integrativa. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2019, v. 85, n. 5, pp. 642-663, 2019;85:642-63. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2019.05.002. Acesso em: 23 de maio de 2022.
BORJA, A.; ARAÚJO, R. P. C. de. Triagem auditiva em crianças expostas ao Zika vírus durante a gestação. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, [S. l.], v. 16, n. 3, p. 271–276, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/cmbio/article/view/24387. Acesso em: 12 abr. 2022.
COHEN BE, Durstenfeld A, Roehm PC. Causas virais da perda auditiva: uma revisão para profissionais de saúde auditiva. Tendências em Audição. V.18. julho, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1177/2331216514541361. Acesso em: 04 de maio de 2022.
GUEDES-GRANZOTTI, R.B, Cézar C.P.H.A.R, Oliveira, P.F, Silva, K., Dornelas, D.R. Impactos da síndrome congênita do zika vírus para o desenvolvimento infantil. In: Cesar DJ, Meneguetti D, Martins FA, Silva REG. Saúde da criança e do adolescente: epidemiologia, doenças infecciosas e parasitárias. Rio Branco: Stricto Sensu, 2019. p.64-77. Disponível em:https://www.researchgate.net/publication/335945078_IMPACTOS_DA_SINDROME_CONGENITA_DO_ZIKA_VIRUS_PARA_O_DESENVOLVIMENTO_INFANTIL. Acesso em: 24 de maio de 2022.
MUSTAFÁ, M.W.M. Perfil audiológico de casos positivos de PCR assintomáticos para Covid-19. Am J Otolaryngol, 2020;41 (3): 102483. Disponível em: 10.1016/j.amjoto.2020.102483. Acesso em: 21 de maio de 2022.
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Página(s): p.791
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS EM MÚSICOS PROFISSIONAIS: UMA BREVE REVISÃO DE LITERATURA
Souza, T. M. ; Heupa, A. B. ; Simões. N. P. ; Lüders, L. ;

Introdução: Músicos profissionais são expostos a sons de forte intensidade por períodos prolongados durante sua jornada diária de trabalho ou estudo, podendo desenvolver Perda Auditiva Induzida Pela Música (PAIM). Estudos têm sido desenvolvidos para estabelecer a prevalência de PAIM entre músicos profissionais, nos quais foi possível identificar que as mais leves alterações auditivas podem dificultar a percepção de tons e timbre e acabar prejudicando a carreira dos referidos músicos. Objetivo: identificar, por meio da revisão de literatura, os principais achados audiológicos encontrados em músicos profissionais. Metodologia: Os procedimentos descritos neste resumo não passaram por processo de submissão nem avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa em razão de seu caráter metodológico, uma revisão de literatura. Foram realizadas buscas nas bases de dados Lilacs e Pubmed com os termos (“hearing loss” OR “hearing tests”) AND (“musicians” OR “music band” OR “orchestra”), foram selecionados estudos com o máximo de 15 anos, nos idiomas em inglês, português e espanhol. Resultados: Uma pesquisa realizada em 2008 aponta que dos músicos estudados, 25% apresentaram Emissões Otoacústicas Produto de Distorção (EOADP) ausentes, 22,2% sugestivo de PAIM e 33,3% apresentaram entalhe audiométrico nas frequências 3, 4 e 6kHz. Uma pesquisa realizada em 2013 apontou que 32% dos músicos estudados apresentavam resultados sugestivos de PAIM. Em 2016, foi identificado que 53% dos músicos apresentavam limiares auditivos piores que 25dB em pelo menos uma frequência. Já em 2018, um artigo de revisão realizado com 41 artigos identificou que 38,6% dos músicos apresentavam audiogramas sugestivos de PAIM. Conclusão: Quanto maior o tempo de exposição à música, maior o risco para desenvolver perdas auditivas, sendo que, o exame de Emissões Otoacústicas é um método eficaz na detecção precoce de alterações auditivas antes mesmo de ser identificado na audiometria. Há a necessidade de acompanhamento audiológico, tratamento acústico de salas de ensaio, uso de protetores auditivos e conscientização sobre saúde auditiva junto a esses profissionais. Por isso, crescente a necessidade de maior envolvimento de fonoaudiólogos na promoção da saúde auditiva de músicos.

MAIA JRF, RUSSO ICP. Estudo da audição de músicos de rock and roll. Pró-Fono R Atual Cient. 2008;20(1):49-54.
GONÇALVES, C.G.O., LACERDA, A.B.M., ZEIGELBOIM, B.S., MARQUES, J.M., LÜDERS, D. Limiares auditivos em músicos militares: convencionais e altas frequências. CoDAS, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 181-187, 2013.
CAMPOS A.C.S, LUDERS D, GONÇALVEZ C.G.O., DE CONTO J. Saúde auditiva de músicos: estudo de casos. Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 52, p. 19-36, Curitiba, 2016.
Di Stadio A, Dipietro L, Ricci G, Della Volpe A, Minni A, Greco A, et al. Hearing loss, tinnitus, hyperacusis, and diplacusis in professional musicians: A systematic review. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(10).
LUDERS, Débora; SIMÕES, Pierangela N. Ações educativas em saúde auditiva para estudantes de música. Em: LACERDA, Adriana B.M.; FRANÇA, Denise, V.R.Org. Práticas educativas em saúde auditiva. Ponta grossa: Editora Atena, 2021.
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Página(s): p.835
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS EM UM RECÉM-NASCIDO COM COVID-19: RELATO DE CASO
Gomes, A.M. ; Zen, P.R.G. ; Sleifer, P. ;

Introdução: A COVID-19 foi declarada como emergência global em 31 de janeiro de 2020. As pesquisas relacionadas com a audição, mostraram possíveis acometimentos nas estruturas sensoriais e mecânicas do sistema auditivo. Na triagem auditiva neonatal, os estudos são controversos, em alguns foi observado exames alterados e em outros, no entanto, os resultados apresentavam parâmetros dentro da normalidade. Deste modo, os estudos ainda são limitados e os reais impactos da COVID-19 ainda não são completamente conhecidos. Objetivo: Avaliar a audição de um recém-nascido com COVID-19 confirmado. Metodologia: Trata-se de um relato de caso de um recém-nascido positivo para COVID-19, que no nascimento a sua mãe também estava positiva para COVID-19. Este caso foi identificado em um Hospital Universitário e o nascimento foi em novembro de 2021. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob nº 5.778.791. Foram realizadas as seguintes avaliações audiológicas: inspeção visual do meato acústico externo, medidas de imitância acústica, emissões otoacústicas evocadas transientes (EOAT), potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático (PEATE-A) e potencial evocado auditivo de tronco encefálico neurodiagnóstico (PEATE). Resultados: O paciente era do sexo masculino, tinha 33 dias, no momento da avaliação, nascido de parto cesáreo, a termo, apgar 8/9, sem presença de indicadores de risco para a deficiência auditiva, segundo critérios propostos pelo Joint Committee on Infant Hearing, 2019. A inspeção visual do meato acústico externo foi sem particularidades. Nas medidas de imitância acústica foi obtido curva tipo A e reflexos ipsilaterais e contralaterais com ausência de resposta, em ambas orelhas. EOAT com presença de resposta de 1.5 a 4.0 KHz em ambas as orelhas e PEATE-A com presença de resposta em ambas as orelhas. PEATE com presença das ondas I, III e V com latências absolutas e intervalos interpicos normais. Além disso, morfologia normal e diferença interaural da onda V foi de 0.24. Conclusão: Na grande maioria das avaliações auditivas, o paciente teve resposta normal em ambas as orelhas. Destaca-se que os reflexos acústicos ipsilateral e contralaterais estiverem ausentes em ambas as orelhas, além disso, foi identificado aumento na diferença interaural no PEATE. Estes resultados podem estar relacionados com uma possível alteração nas habilidades do processamento auditivo central, no entanto, cabe ressaltar que este paciente está sendo monitorado para corroborar ou não estes achados. Reitera-se a necessidade de novas pesquisas sobre este assunto para ampliarmos o conhecimento dos impactos da COVID-19 em recém nascidos.

Strabelli TMV, Uip DE. COVID-19 and the Heart. Arq Bras Cardiol. 2020 Apr;114(4):598-600. English, Portuguese. doi: 10.36660/abc.20200209. Epub 2020 Mar 30. PMID: 32236325.
Ribeiro, GE.; Silva, DPC. Audiological implications of COVID-19: an integrative literature review. Rev. CEFAC, v. 23, n.1, 2021, p. 1-7.
Duran P, Berman S, Niermeyer S, Jaenisch T, Forster T, Gomez Ponce de Leon R et al. COVID-19 and newborn health: systematic review. Rev Panam Salud Publica. 2020;44:e54. https://doi.org/10.26633/RPSP.2020.54
Buonsenso D, Costa S, Giordano L, Priolo F, Colonna AT, Morini S, Sbarbati M, Pata D, Acampora A, Conti G, Crudo F, Cantiani A, Martina BM, Amorelli GM, Orazi L, Petrianni M, Ricci D, Lanzone A, Sanguinetti M, Cattani P, Sali M, Romeo D, Zampino G, Vento G, Valentini P. Short- and mid-term multidisciplinary outcomes of newborns exposed to SARS-CoV-2 in utero or during the perinatal period: preliminary findings. Eur J Pediatr. 2022 Apr;181(4):1507-1520. doi: 10.1007/s00431-021-04319-1. Epub 2022 Jan 11. Erratum in: Eur J Pediatr. 2022 Jan 31;: PMID: 35013811; PMCID: PMC8747884.
Celik T, Simsek A, Koca CF, Aydin S, Yasar S. Evaluation of cochlear functions in infants exposed to SARS-CoV-2 intrauterine. American Journal of Otolaryngology. 2021 Jul-Aug;42(4):102982. DOI: 10.1016/j.amjoto.2021.102982. PMID: 33621767; PMCID: PMC7890354.
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Página(s): p.796
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS VESTIBULARES EM INDIVÍDUOS ACOMETIDOS POR SARS-COV-2
SANTANA, J. V. A. ; GENARO, A. J. ; DE OLIVEIRA, J. R. M. ; RAINERI, G. G. ; SANCHES, J. F. ; LOPES, A. C. ;

Introdução: A doença da COVID-19, provocada pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2, foi identificada no fim do ano de 2019 e, se disseminou rapidamente, no início de 2020, para países de todo o mundo, sendo assim declarada como uma emergência de saúde global. A infecção pode desencadear diversos sintomas, a saber: síndrome gripal, anosmia, ageusia, distúrbios gastrointestinais, hiporexia e dispneia, entre outros. Existem ainda outros sintomas gerados pela doença, entre eles estão a perda auditiva, o zumbido e os problemas no equilíbrio corporal, comumente informados pelos indivíduos. Diante desse cenário, essa doença requer da comunidade científica o entendimento de todo o contexto que a permeia para que a tomada de decisão clínica seja baseada em evidência científica. Objetivo: conhecer o perfil otoneurológico, em indivíduos adultos que apresentaram COVID-19, por meio da investigação de avaliações objetivas e subjetivas. Metodologia: trata-se de pesquisa de modalidade exploratória, clínica, transversal e prospectiva, aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa (5.143.654), onde participaram 10 indivíduos adultos do sexo feminino e masculino que foram acometidos pela COVID-19, diagnosticados pelos testes de sensibilidade pertinentes, com concordância temporal entre o tempo da infecção e o início da perda auditiva. Outros fatores etiológicos que desencadeiam perda auditiva como problemas otológicos, otoneurológicos e comorbidades associadas, foram excluídos. Os procedimentos aplicados foram: Entrevista específica; anamnese otoneurológica; aplicação do questionário DHI; provas clínicas não instrumentalizadas (nistagmo espontâneo, nistagmo semi espontâneo, nistagmo semi espontâneo em “H” e test of skew); e video Head Impulse Test. Resultados: as entrevistas levantaram os sintomas otoneurológicos relacionados ao equilíbrio, o questionário Dizziness Handicap Inventory acusou prejuízo no equilíbrio, as provas clínicas não instrumentalizadas apresentaram resultados normais e o video Head Impulse Test revelou alterações no ganho do Reflexo Vestíbulo-ocular de seis participantes (Participantes 1, 4, 5, 8, 9 e 10) com alterações mais recorrentes para os CSC anterior e posterior esquerdo e maior número de sacadas compensatórias para os CSC posteriores. Conclusão: o perfil otoneurológico dos participantes pós COVID-19 indicou na maioria da amostra queixas relacionadas ao equilíbrio com desencadeamento de sintomas como diplopia, síncope, escurecimento visual e sintomas neurovegetativos, o que repercutiu em prejuízo do equilíbrio de leve a severo, bem como possíveis alterações no sistema otoneurológico periférico e/ou central, constatadas por meio de avaliações subjetivas e objetivas. Todavia, não se exime diante dessa patologia, a necessidade do diagnóstico do sistema vestibular por exames de imagem.

Sriwijitalai W, Wiwanitkit V. Hearing loss and COVID-19: A note. Am J Otolaryngol. 2020 May-Jun;41(3):102473. doi: 10.1016/j.amjoto.2020.102473. Epub 2020 Apr 2. PMID: 32276732; PMCID: PMC7132500.

Oguz Yılmaz, Berna Özge Mutlub, Handan Yamanb, Dilara Bayazıt, Hasan Demirhana, Yıldırım Ahmet Bayazıt. Assessment of balance after recovery from Covid-19 disease.2021 Japanese Society of Otorhinolaryngology-Head and Neck Surgery, Inc. Published by Elsevier B.V. 2021. https://doi.org/10.1016/j.anl.2021.08.011.

K. Liu, M. Pan, Z. Xiao, X. Xu. Neurological manifestations of the coronavirus (SARS-CoV-2) pandemic 2019–2020 J. Neurol. Neurosurg. Psychiatry, 91 (2020), pp. 669-670, 10.1136/jnnp-2020-323177.

Mustafa MWM. Audiological profile of asymptomatic Covid-19 PCR-positive cases. Am J Otolaryngol. 2020 May-Jun;41(3):102483. doi: 10.1016/j.amjoto.2020.102483. Epub 2020 Apr 10. PMID: 32307189; PMCID: PMC7151386.

Jingman Hu, Jukka Jolkkonen, Chuansheng Zhao. Neurotropism of SARS-CoV-2 and its neuropathological alterations: Similarities with other coronaviruses. Elsevier Ltd, 2020. https://doi.org/10.1016/j.neubiorev.2020.10.012.
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Página(s): p.915
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ACHADOS VESTIBULARES EM PACIENTES COM ENXAQUECA VESTIBULAR: REVISÃO DE LITERATURA
Araujo, V. A. F. ; Bernardo, G.P. ; Losada, A.C.G.C ;

Introdução: A migrânea vestibular é um quadro clínico de cefaleia e sintomas vestibulares causado por desequilíbrio, instabilidade postural, suscetibilidade a cinetose, náuseas, vômito, prostração e sintomas auditivos, sendo apontada na literatura, como um quadro muito comum. Objetivo: Demonstrar os achados vestibulares dos pacientes que apresentam enxaqueca vestibular. Métodos: A revisão de literatura foi realizada em três bases cientificas, sendo eles o Scielo, Lilacs
e PubMed. No Scielo foram encontrados 47 artigos a partir dos descritores mencionados separadamente enxaqueca vestibular e transtornos da enxaqueca; no Lilacs foram encontrados 11 artigos com o descritor enxaqueca vestibular; no site
Pubmed foram encontrados 250 artigos com o descritor mencionado em inglês migrânea vestibular. Totalizando 308 artigos encontrados, após a leitura dos resumos dos textos, foram excluídos 297 e selecionados 11, conforme os critérios de inclusão
e exclusão. Resultados: Para elaboração dos resultados dessa pesquisa foram utilizados 11 referencias teóricos e foi possível subdividi-los por temas que correlacionaram o foco principal de cada estudo, sendo eles Pesquisa Bibliográfica (4) e Estudo de caso (7). Notou-se que os Estudos de caso foram predominantes, e seus pesquisadores correlacionaram os sintomas vestibulares encontrados nos pacientes com enxaqueca vestibular. Dentre este total, quatro artigos mencionaram a forma de
tratamento, e os demais artigos evidenciaram os testes padronizados que serviram como norteadores para o diagnóstico. Um ponto em comum encontrado em todos os estudos elencados para este trabalho, apontado pelos autores, foi a dificuldade em fechar o diagnóstico por não existir exame padrão ouro para a confirmação da enxaqueca vestibular. Conclusão: A enxaqueca vestibular se trata de uma patologia que apresenta diversos sintomas que ocorrem de maneira semelhante em outras doenças, dificultando sua investigação e o diagnóstico. Não existe um sinal clínico patognomônico e nenhum exame validado como padrão-ouro até o momento para o diagnóstico da enxaqueca vestibular.

Palavras-chave: enxaqueca vestibular, transtorno da enxaqueca.

1- Gorski LP, Silva AM, Cusin FS, Cesaroni S, Ganança MM, Caovilla HH. Body
balance at static posturography in vestibular migraine. Brazilian Journal Of
Otorhinolaryngology [revista em Internet] março de 2019. [acesso 20 de junho
de 2022]; 85, n.2(183-192). Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2017.12.001
2- Sousa JC, Costa ACN, Sousa MGC. Influência do diabetes mellitus na
qualidade de vida de indivíduos com migrânea vestibular. Revista de Ciências
Médicas e Biológicas. Universidade Federal da Bahia [revista em Internet] 14
dezembro de 2020. [acesso 06 de agosto de 2022]; 19, n.4 (537). Disponível
em: http://dx.doi.org/10.9771/cmbio.v19i4.42704
3- Conde R, Corrêa VSC, Maynié JC. Migrânea e migrânea: terapia preventiva.
Revista Médica de Minas Gerais: Terapia preventiva. GN1 Genesis Network
[revista em Internet] 06 de janeiro de 2017. [acesso 20 de junho de 2022];
2017, n. 27(1-7). Disponível em: http://dx.doi.org/10.5935/2238-
3182.20170078
4- Mendes MC, Reis RM, Silva AC, Lara LA, Leite SP, Sá MF. Migrânea e terapia
hormonal. Femina. [revista em internet] 2021. [acesso em 20 de junho]; 49,
n.10(585-91). Disponível em:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2022/02/1358192/femina-2021-4910-585-
591.pdf
5- Salmito MC, Maia FCZ, Gretes ME, Venosa A, Ganança FF, Ganança MM,
Mezzalira R, Bittar RSM, Gasperin AC, Pires APBA. Neurotology: definitions
and evidence-based therapies: results of the i brazilian forum of neurotology.
Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology. Elsevier BV [revista em Internet] 10
de fevereiro de 2020. [acesso 19 de junho de 2022]; 86, n.2(139-148).
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2019.11.002
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Página(s): p.658
ISSN 1983-1793X
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ACONSELHAMENTO A PAIS DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
Reis, J.G. ; GIL D. ;

Introdução: O processo de reabilitação de crianças com deficiência auditiva deve incluir orientação e aconselhamento aos pais quanto às práticas educativas positivas com o propósito de facilitar o pleno desenvolvimento da criança bem como a efetividade terapêutica das intervenções com tais grupos . Para tornar a orientação aos pais mais eficiente, é possível e recomendável utilizar as práticas dos cuidados centrados na pessoa, a fim de que haja maior engajamento, conscientização e disseminação das informações sobre a saúde auditiva de modo que a família seja um modelo de comunicação adequado e possa reforçar os objetivos propostos na intervenção. Objetivos: Elaborar e aplicar um programa de aconselhamento aos pais de crianças usuárias de implante coclear e avaliar sua eficácia com questionário de auto avaliação. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal observacional, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP), sob o número 48270321.6.0000.5505. A amostra foi composta por crianças recém-implantadas, de ambos os sexos, em atendimento fonoaudiológico no Ambulatório de Audiologia Educacional da Instituição. Foram propostas nove sessões de aconselhamento individual com pais e/ou cuidadores com duração de 30 a 40 minutos, nas quais elaborou-se um cronograma que incluiu aconselhamento acerca do diagnóstico da deficiência auditiva, a cirurgia do implante coclear, os cuidados a serem tomados com o dispositivo, bem como sobre sua funcionalidade, assim como a melhor fixação do dispositivo na criança, o momento psicológico da família em relação ao diagnóstico e expectativa de resultados com o implante coclear. Para fins comparativos, o questionário IT-MAIS foi aplicado na primeira e última sessões. Resultados: O aconselhamento completo foi realizado com quatro famílias com crianças na faixa etária de 2 anos e 6 meses a 3 anos, com tempo médio de uso do dispositivo de 1 ano a 1 ano e 6 meses e com o mesmo tempo médio de terapia sendo os responsáveis aconselhados nessas famílias, três mães, com faixa etária de 32 anos e 41 anos, e uma tia com 23 anos. No início do aconselhamento, a pontuação média das quatro famílias foi de 15 pontos e o Índice IT-MAIS foi de 58,75%. Já na aplicação após o término do aconselhamento, a pontuação média passou para 25,75 pontos e o Índice IT-MAIS das famílias aumentou para 67,37%. Da mesma forma em que individualmente, a pontuação do questionário IT-MAIS após o término do aconselhamento aumentou pelo menos 7 pontos, aumentando o Índice IT MAIS em pelo menos 17,5%. O índice IT-MAIS e as pontuações no pós aconselhamento demonstraram que houve melhora na integração auditiva, nos comportamentos auditivos espontâneos das crianças em situações de vida diária, assim como na percepção da ocorrência de fala espontânea. Conclusão: O programa de aconselhamento foi elaborado e executado de modo completo em quatro famílias, e o mesmo mostrou-se passível de ser incluído no programa de reabilitação e também mostrou a evolução no ponto de vista da pontuação do questionário aplicado.

MORET, ALM; COSTA, OA. Implante Coclear e Outras Tecnologias Auditivas Implantáveis - Conceituação e Indicação do Implante Coclear. In: Boéchat,Marchini Edilene, et al (org.) Tratado de audiologia – 2. ed. - Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2015.Disponívelem:.
BOLSONI-SILVA, ATi et al . Práticas educativas parentais de crianças comdeficiência auditiva e de linguagem. Rev. bras. educ.espec., Marília , v. 16, n.2, p. 265-282, Aug. 2010 . Disponível em:.
STELLING, EP; STELLING, LFP; TORRES, EMS; CASTRO, HC. Pais ouvintes e filho surdo: dificuldade de comunicação e necessidade de orientação familiar., Rio de Janeiro, Nov., 2014. Disponível em:.
STEWART, M et al. Medicina Centrada na Pessoa: Transformando o Método Clínico. 3. ed. rev. [S. l.: s. n.], 2017. ISBN 978-858271-425-6. Disponívelem:
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Página(s): p.841
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ACOUSTIC CHANGE COMPLEX (ACC) EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA EM REABILITAÇÃO AUDITIVA
Alcântara, Y.B ; Barbui, T.R.M ; Marques, Y.S ; Luiz, A.L.F ; Lima, K.R ; Machado, M.S ; Frizzo, ACF ;

dosos com perda auditiva queixam-se de dificuldade no reconhecimento de fala no ruído que pode ter como causa déficits no processamento auditivo neural. Atualmente já é possível medir a discriminação auditiva a nível cortical através de modificações na metodologia tradicional de eliciação do Potencial Evocado Auditivo Cortical para gerar o Acoustic Change Complex (ACC). Esse potencial é gerado em resposta a uma mudança acústica em um som em andamento e indica que o cérebro detectou mudanças dentro de um som e o indivíduo tem a capacidade neural de discriminar as diferenças sutis da informação sonora. O objetivo foi descrever as medidas do ACC em idosos com perda auditiva pré e pós a reabilitação auditiva. Esse estudo de série de casos foi aprovado sob o número n.º02848918.2.0000.5406. Participaram da pesquisa três idosos, entre 61 e 87 anos. Os participantes tinham diagnóstico de perda auditiva sensorioneural, bilateral, simétrica, com limiares tonais entre 30 e 70 dBNA, IPRF acima de 60%, curva timpanométrica de tipo A e presença da onda V no PEATE neurodiagnóstico e sem uso prévio de próteses auditivas. Os participantes foram avaliados pré e pós a reabilitação auditiva (intervalo de 3 meses) com adaptação de próteses auditivas bilateralmente de um mesmo fabricante e Treinamento Auditivo Musical por 16 sessões de 30 minutos com o objetivo de trabalhar as habilidades auditivas de processamento temporal (resolução e ordenação temporal), localização, fechamento auditivo e atenção seletiva. Para a pesquisa eletrofisiológica os participantes foram posicionados em poltrona reclinável, sem realização de tarefa. Foi apresentado um estímulo desenvolvido para este estudo com 500 ms de duração e composto por dois tons puros de frequências distintas (deslocamento de 20% com transição gradual entre elas). Como estímulo foram utilizadas frequências próximas da freqüência fundamental das vozes masculina e feminina. Foi utilizado o fone de inserção em orelha direita e eletrodos de cobre foram posicionados em Cz, Fpz, e A1. Foram mensurados os valores de latência e amplitude para o ACC. A média dos valores de latência obtida pré reabilitação foi de 436,78 milissegundos (±34,92) e de amplitude foi de -3,05 μV (±1,73). Já a média de latência pós reabilitação foi de 394,78ms (±32,81) e de amplitude foi de -2,11 μV (±2,08). Foi possível observar uma diminuição numérica na latência e amplitude do ACC após a reabilitação auditiva com o uso de prótese auditiva e treinamento auditivo. Os dados descritivos dessa série de casos de idosos com perda de audição pré e pós reabilitação auditiva possibilitaram uma maior compreensão da função auditiva central e discriminação auditiva desta população. Este potencial se mostrou sensível para mostrar os benefícios da reabilitação e treinamento auditivo na discriminação auditiva desta população.

Hall J. Overview of auditory neurophysiology: past, present, and future. In: New hand book of auditory evoked responses. Boston: Pearson Education, 2007. p. 1–34

Kim JR. Acoustic Change Complex: Clinical Implications. J Audiol Otol. 2015 Dec;19(3):120-4. doi: 10.7874/jao.2015.19.3.120. Epub 2015 Dec 18. PMID: 26771009; PMCID: PMC4704548.

McPherson DL. Late potentials of the auditory system. San Diego: Singular Publishing Group., 1996.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.927
ISSN 1983-1793X
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ACURÁCIA DE INSTRUMENTOS DE TRIAGEM AUDITIVA VIA TELECONSULTA EM CRIANÇAS DE ZERO A TRÊS ANOS
GALDINO, T.F.L ; NASCIMENTO, G.F.F ; SILVA, A.S.M ; OLIVEIRA, T.S ; CUNHA, B.K.S ; NUNES-ARAUJO, A.D.S ; BALEN, S.A ;

Introdução: O processo maturacional do sistema auditivo e da plasticidade neuronal da via auditiva são primordiais para o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem. Nesse contexto, a triagem auditiva neonatal (TAN) é um procedimento obrigatório com objetivo de identificar precocemente a deficiência auditiva, possibilitando seu diagnóstico e intervenção, porém algumas barreiras ainda existem no monitoramento das crianças que possuem indicadores de risco auditivo (IRDA). Diante disso, estratégias com validade são necessárias para alcançar o maior número de crianças ao longo dos primeiros anos de vida, principalmente as que não realizaram a TAN e aquelas que apresentam algum IRDA. Nos últimos anos, o teleatendimento se mostrou uma ferramenta eficaz para o acompanhamento de diversos grupos, Na área do rastreio audiológico de bebês ainda há carência em instrumentos com validade, Estes podem otimizar o fluxo de encaminhamento na atenção primária em saúde para a rede especializada, minimizando os riscos do diagnóstico tardio. Objetivo: Verificar a acurácia de dois instrumentos: “Questionário de acompanhamento da função auditiva e de linguagem” (QAFAL- Alvarenga et al., 2013) e ​​“Escala Brasileira de Desenvolvimento de Audição e Linguagem” (EDAL-1) como triagem auditiva em crianças de 0-3 anos via teleconsulta. Metodologia: Estudo de diagnóstico, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP 3.360.661). A casuística envolveu bebês nascidos nas maternidades públicas da cidade. A coleta de dados foi realizada entre o período de março de 2019 a 2020 e de março de 2021 a dezembro de 2022. Os instrumentos foram aplicados remotamente com as mães/responsáveis via Plataforma de Teleconsulta do Programa de Telessaúde do Rio Grande do Norte (RN), sob condução dos fonoaudiólogos pesquisadores inseridos no projeto. Os dados coletados nos questionários foram inseridos no Google Forms®, analisados e comparados com as Emissões Otoacústicas Evocadas Transientes (EOAT) realizadas presencialmente no Smart EP (Inteligent Hearing System). Foi realizada a análise de passa e falha em cada um dos instrumentos isoladamente em comparação ao passa e falha nas EOAT (teste padrão-ouro). Desta forma, estabeleceu-se sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo, bem como acurácia dos instrumentos de triagem auditiva com IC de 95%. Resultados: A população deste estudo foi composta por 178 crianças, sendo incluídas 92 crianças (de 0 a 3 anos, 45 do sexo masculino). Entre estas crianças 79 (85,86%) apresentavam algum fator de risco para a deficiência auditiva. Constatou-se 37,5% de sensibilidade e 89,41% de especificidade no QAFAL, já o EDAL 50% de sensibilidade e 82,14% de especificidade. Quando foi analisada a combinação entre os dois instrumentos a sensibilidade foi de 50% e a especificidade de 73,80%. Conclusão: Os instrumentos QAFAL e EDAL embora apresentaram especificidade acima de 80%, tiveram baixa sensibilidade mesmo quando seus resultados foram associados. É interessante analisar em estudos futuros a acurácia destes instrumentos para identificação de perdas auditivas incapacitantes, visto que as confirmadas neste estudo eram de grau leve e condutivas. Investir em instrumentos desta natureza pode ser uma alternativa viável para o telemonitoramento audiológico nos primeiros anos de vida.

Moretti CAM, Ribas A, Guarinello AC, Rosa MRD. Hearing and language development scale in cochlear implanted children. Audiol Commun Res.2018; 23:e1895. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1895

Alvarenga KF, Araújo ES, Melo TM, Martinez MAN, Bevilacqua MC. Questionnaire for monitoring auditory and language development in the first year. CoDAS. 2013; 25 (1):16-21. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000100004

Pinto JD, Ferreira L, Temp DA, Dias V, Rohers DE, Biaggio EPV. Evasion of Newborn Hearing Screening retest: relation with risk factors for hearing impairment. Rev. CEFAC. 2019; 21 (4):e2519. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216/20192142519

Ribeiro GE, Silva DPC, Montovani JC, Martins RHG. Impact of exposure to maternal syphilis on the newborn’s auditory system. Audiol Commun Res. 2021; 26: e 2496. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2021-2496

Govender SM, Mars M.. Assessing the efficacy of asynchronous telehealth-based hearing screening and diagnostic services using automated audiometry in a rural South African school. S Afr J Commun Disord. 2018; 65(1): 582.https://doi.org/10.4102%2Fsajcd.v65i1.582
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.974
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ADAPTAÇÃO DE ADULTOS E IDOSOS AOS APARELHOS AUDITIVOS NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19
GUESSER, V. M. ; CIGANA, L. B. ; HAAS, P. ; PAIVA, K. M. ;

Introdução: A perda auditiva encontra-se em terceiro lugar no ranking das maiores causas de Anos Vividos com Deficiência (YLDs) globalmente. Assim, é importante melhorar o acesso à reabilitação auditiva para minimizar os efeitos negativos dessa deficiência. O uso de aparelho auditivo é um dos principais meios de reabilitação e objetiva privilegiar o uso da audição residual, aumentando a capacidade de participação social e independência. Após a concessão do aparelho auditivo, é importante monitorar periodicamente os usuários para realizar possíveis modificações e orientações necessárias. Durante a pandemia da COVID-19 o acesso aos serviços de saúde e políticas públicas foram prejudicados e houve aumento do isolamento social das pessoas com deficiência, dificultando a garantia aos direitos como a saúde. Objetivo: Identificar aspectos relacionados à adaptação de adultos e idosos aos aparelhos auditivos e retorno à consulta de monitoramento auditivo durante a pandemia da COVID-19. Metodologia: Estudo transversal envolvendo usuários adultos e idosos com consulta de monitoramento auditivo agendado no período inicial da pandemia da COVID-19, definido entre 19 de março a 30 de abril de 2020. O Instituto Otovida é o serviço ambulatorial de saúde auditiva (SASA) de referência para o estado de Santa Catarina e envolve ações de avaliação inicial, monitoramento em 30 dias após a adaptação dos aparelhos auditivos e acompanhamento do processo de reabilitação auditiva após um ano da adaptação inicial. No dia 19 de março de 2020 o governo de Santa Catarina instituiu o decreto 525, por meio do qual foram impostas medidas de isolamento social (lockdown) para enfrentamento da pandemia. O Instituto Otovida suspendeu os atendimentos em 19 de março de 2020, retomou os atendimentos com 50% da capacidade em 20 de abril de 2020 e com 100% da capacidade em 31 de agosto de 2020. Resultados: Dos 193 usuários que tinham retorno agendado para o período do estudo e responderam à entrevista, observou-se que 65 (33,7%) não retornaram para a consulta de monitoramento no período previamente agendado e 127 (66,2%) retornaram ao serviço. A maioria dos usuários consegue colocar e retirar o aparelho sozinhos (94,3%), gosta de utilizar o aparelho em casa (85,4%) e na rua (85,9%), sente-se apoiada pela família (96,9%) e teve suas expectativas atendidas (94,3%). Porém, as dificuldades encontradas estavam relacionadas ao incômodo com sons intensos (53,6%), microfonia (62,5%) e presença de zumbido (53,1%). Apenas um usuário afirmou não ter utilizado o aparelho auditivo devido a dificuldades no processo de adaptação e foi instruído a procurar o serviço de emergência do SASA para ajuda no processo de reabilitação. Conclusão: Mesmo com a imposição de medidas restritivas relacionadas à pandemia da COVID-19, a maioria dos usuários de aparelho auditivo retornaram para a consulta de monitoramento, assegurando uma boa adaptação. O SASA retornou os atendimentos rapidamente, possibilitando os usuários a comparecerem à consulta de monitoramento. Deste modo, observa-se a importância do acompanhamento de usuários de aparelho auditivo para garantir uma melhor adaptação e uso prolongado, amenizando as consequências da perda auditiva.

BRASIL. Rede de cuidados à pessoa com deficiência no âmbito do SUS: instrutivo de reabilitação auditiva, física, intelectual e visual. [S. L.]: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/August/10/Instrutivo-de-Reabilitacao-Rede-PCD-10-08-2020.pdf. Acesso em: 20 mar. 2022.

HAILE, Lydia M; KAMENOV, Kaloyan; BRIANT, Paul Svitil; ORJI, Aislyn u; STEINMETZ, Jaimie D; ABDOLI, Amir; ABDOLLAHI, Mohammad; ABU-GHARBIEH, Eman; AFSHIN, Ashkan; AHMED, Haroon. Hearing loss prevalence and years lived with disability, 1990–2019: findings from the global burden of disease study 2019. The Lancet, [S.L.], v. 397, n. 10278, p. 996-1009, mar. 2021. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/s0140-6736(21)00516-x. Disponível em: https://www.thelancet.com/action/showPdf?pii=S0140-6736%2821%2900516-X. Acesso em: 11 jun. 2022.

SALDANHA, Jorge Henrique Santos; PEREIRA, Ana Paula Medeiros; SANTOS, Amanda Oliveira Costa dos; MIRANDA, Beatriz Santos; CARVALHO, Hercília Kayla Santos de; NASCIMENTO, Lilia Campos; AMARAL, Mariana Santos; MACEDO, Mariana Silva; CATRINI, Melissa; ALMEIDA, Milena Maria Cordeiro de. Pessoas com deficiência na pandemia da COVID-19: garantia de direitos fundamentais e equidade no cuidado. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 9, n. 37, p. 1-21, set. 2021. Disponível em: http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/artigo/1499/pessoas-com-deficiencia-na-pandemia-da-covid-19-garantia-de-direitos-fundamentais-e-equidade-no-cuidado. Acesso em: 07 fev. 2022.

WHO. World Health Organization. World report on hearing. Geneva: Licence: Cc By-Nc-Sa 3.0 Igo, 2021.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.704
ISSN 1983-1793X
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ADAPTAÇÃO DO INSTRUMENTO MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT HEARING IMPAIRMENT (MOCA-HI) PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO
Machado, R. M. ; Streit, G. C. de S. ; Piccolotto, C. L. ; Do Nascimento, R. N ; Pagliarin, K. C. ; Patatt, F. S. A. ;

Introdução: A perda auditiva, quando não tratada, reduz as entradas sensoriais favorecendo o desenvolvimento de distúrbios comunicativos e cognitivos. Sendo assim, é imprescindível avaliar as funções cognitivas de indivíduos com perda auditiva com instrumentos adequados, a fim de garantir resultados fidedignos. Desta forma, destaca-se o Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI) que tem como intuito avaliar a cognição de sujeitos com perda auditiva, com idade igual ou superior a 60 anos. Entretanto, este instrumento ainda não está disponível para falantes do Português Brasileiro (PB). Objetivo: Adaptar o instrumento Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI) para o PB. Metodologia: Pesquisa de caráter descritivo observacional, transversal, quantitativo e qualitativo, com amostra eleita por conveniência, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (5.162.650). Os trâmites para adaptação do instrumento foram realizados a partir do protocolo original, adaptado por Dawes et al. (2019), e compreendeu seis etapas: Etapa 1) Tradução e retrotradução: realizadas por uma fonoaudióloga, uma psicóloga e uma professora de inglês, que realizaram duas traduções independentes e, após, retrotradução para o inglês; Etapa 2) Análise e seleção dos estímulos: Contou com a participação de três pesquisadoras (duas fonoaudiólogas doutoras, uma fonoaudióloga mestranda) e uma professora de língua portuguesa, as quais realizaram a análise das barreiras culturais e psicolinguísticas e procederam com os ajustes pertinentes, quando em consonância com os autores originais; Etapa 3) Análise semântica dos estímulos: Compuseram esta etapa 12 sujeitos, com tempo mínimo de escolaridade de quatro anos, sem queixas auditivas e cognitivas autorreferidas; Etapa 4) Análise de juízes não especialistas 1: amostra composta por cinco idosos, com escolaridade mínima de quatro anos, sem queixas auditivas e cognitivas autorrelatadas; Etapa 5) Análise de juízes não especialistas 2: amostra composta por um idoso com escolaridade mínima de quatro anos, sem queixas auditivas e cognitivas autorrelatadas; Etapa 6) Estudo piloto: compuseram esta etapa 30 sujeitos, com 60 anos ou mais e estudo formal de, no mínimo, quatro anos, neurologicamente saudáveis, divididos em dois grupos, um com média quadritonal dentro da normalidade (<20dB) e outro com perda auditiva, adaptados com Aparelhos de Amplificação Sonora Individual. Além disso, realizou-se a análise de desempenho, que contou com 20 idosos, sendo dez com média quadritonal dentro da normalidade e dez com perda auditiva e protetizados, sendo estes emparelhados quanto a idade e escolaridade. Os autores da versão original acompanharam todas as etapas do estudo. As análises dos dados foram realizadas descritiva e quantitativamente, além disso, usou-se os testes T paramétrico, First-order Agreement Coefficient de Gwet e o índice de Razão de Validade de Conteúdo (RVC). Resultados: Houveram ajustes e modificações em todas as etapas para que o instrumento se adequasse à população alvo. Verificou-se que as tarefas realizadas pelos idosos sem alterações cognitivas, mesmo os com perda auditiva tratada, não diferiram das realizadas pelos sujeitos sem perda auditiva, exceto a tarefa visuoespacial/executiva, a qual deve ser analisada com cautela, já que foram evidenciadas dificuldades dos participantes no entendimento da tarefa, desde o início do processo de adaptação do instrumento. Conclusão: O estudo resultou em um instrumento que exibe adequada validade de conteúdo.

Dawes, P. et al. Protocol for the development of versions of the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) for people with hearing or vision impairment. BMJ Open, v. 9, p. 26246, 2019.

Diao TX, et al. Study on the relationship between age-related hearing loss and cognitive impairment. Zhonghua Er Bi Yan Hou Tou Jing Wai Ke Za Zhi, v. 54(2), p. 110–115, 2019.

Dong SH, Park JM, Kwon OE, Kim SH, Yeo SG. The Relationship between Age-Related Hearing Loss and Cognitive Disorder. ORL 2019;81:265-273.

Golub JS, Brickman AM, Ciarleglio AJ, Schupf N, Luchsinger JA. Association of subclinical hearing loss with cognitive performance. JAMA Otolaryngol Head Neck Surg 2019; 146: 57–67.

Uchida Y. et al. Age-related hearing loss and cognitive decline — The potential mechanisms linking the two. Auris Nasus Larynx, v. 46, n. 1, p. 1–9, fev. 2019.
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Página(s): p.739
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ADAPTAÇÃO DO MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT HEARING IMPAIRMENT PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO: ESTUDO PILOTO
Machado, R. M. ; Piccolotto, C. L. ; Streit, G. C. de S. ; Do Nascimento, R. N ; Pagliarin, K. C. ; Patatt, F. S. A. ;

Introdução: Considerando a estreita relação entre privação sensorial auditiva, declínio cognitivo e prejuízos na qualidade de vida, torna-se de extrema relevância avaliar a cognição de indivíduos com perda auditiva, viabilizando a reabilitação dos aspectos defasados, tanto auditivos quanto cognitivos. Nesse sentido, o instrumento Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI), próprio para avaliar idosos com perda auditiva, está sendo adaptado para o português brasileiro, e uma das etapas desse processo é a realização do estudo piloto, que visa identificar possíveis erros de pontuação e inadequações nos estímulos, além de estimar o tempo total de aplicação do instrumento. Objetivo: Averiguar a aplicabilidade do MoCA-HI na população. Metodologia: Estudo de caráter descritivo, observacional, transversal e qualitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (5.162.650). Foram incluídos sujeitos com 60 anos ou mais, com tempo mínimo de quatro anos de estudo formal, sem sinais de declínio cognitivo, verificado pelo instrumento Mini-Exame de Estado Mental (MEEM), sem doenças neurológicas autorrelatadas, com média quadritonal normal (<20dB) ou perda auditiva de grau moderado ou superior, devendo estes últimos serem usuários de próteses auditivas bilateralmente, adaptados há pelo menos seis meses e ter tempo de uso diário mínimo de seis horas. Todos concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A amostra foi selecionada por conveniência e contatada pelas pesquisadoras, que realizaram esclarecimentos sobre o estudo e agendaram os participantes. A coleta de dados foi realizada em uma clínica escola e em uma clínica privada, ambas no Sul do país. Os sujeitos foram submetidos a anamnese direcionada, ao MEEM, à avaliação audiológica básica e ao protocolo MoCA-HI. As avaliações foram executadas por duas pesquisadoras treinadas, de maneira individual, em um único encontro, em salas silenciosas. Participaram do estudo 30 sujeitos, dos quais, 17 eram do sexo feminino e 13 do sexo masculino, com idades entre 61 e 84 anos (M=68,43) e tempo de estudo formal entre 4 e 25 (M=11,16). Após, dividiu-se a amostra em dois grupos, dos quais 15 apresentaram média quadritonal dentro da normalidade (<20dB) e 15 perda auditiva bilateral. Os dados foram tabulados e analisados descritivamente. Resultados: Obteve-se a padronização das orientações utilizadas durante a aplicação do instrumento e a estimativa do tempo de execução, que variou de 20 a 30 minutos. Além disso, foi possível observar, em indivíduos com alta escolaridade, erros relacionados à leitura, como o automatismo e a preocupação com a fluência, bem como a pressa em realizar as tarefas. Já na população com baixa escolaridade, percebeu-se maior atenção e acometimento de erros relacionados à falta de conhecimento ou interpretação. Ainda, foi possível observar a falta de atenção da amostra em geral evidenciada pela antecipação das respostas em relação à leitura da orientação. Maior dificuldade nos domínios: visuo-espacial, linguagem, atenção e abstração nos sujeitos com perda auditiva. Conclusão: Foi possível realizar a padronização das orientações utilizadas durante a aplicação do MoCA-HI, bem como estimar o tempo para esta aplicação, que ficou entre 20 e 30 minutos. Por fim, o MoCA-HI parece apresentar adequado processo de adaptação para a população brasileira.

- Dawes P., et al. Protocol for the development of versions of the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) for people with hearing or vision impairment. BMJ Open, v. 9, p. 26246, 2019.
- Diao TX, et al. Study on the relationship between age-related hearing loss and cognitive impairment. Zhonghua Er Bi Yan Hou Tou Jing Wai Ke Za Zhi, v. 54(2), p. 110–115, 2019.
- Dong SH, Park JM, Kwon OE, Kim SH, Yeo SG. The Relationship between Age-Related Hearing Loss and Cognitive Disorder. ORL 2019;81:265-273.
- Golub JS, Brickman AM, Ciarleglio AJ, Schupf N, Luchsinger JA. Association of subclinical hearing loss with cognitive performance. JAMA Otolaryngol Head Neck Surg 2019; 146: 57–67.
- Lin FR, Metter EJ, O’Brien RJ, Resnick SM, Zonderman AB, Ferrucci L. Hearing loss and incident dementia. Arch Neurol 2011; 68:214–20.
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Página(s): p.737
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ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DO SPATIAL HEARING QUESTIONNAIRE PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO
Burle, N. L .O. ; Resende, L. M. ; Garcia, V. S. ; Mancini, P. C. ;

Introdução: A audição espacial é caracterizada pela capacidade do sistema auditivo humano em utilizar as informações referentes à localização sonora para interpretação do som. Esta habilidade não está relacionada apenas à orientação da direção da fonte sonora, mas também à segregação perceptiva do som alvo e do ruído interferente que chega de diferentes direções. Portanto, a audição espacial permite ao ouvinte perceber os sons em situações de escuta complexa, o que requer o processamento binaural de pistas auditivas importantes. O processamento binaural está relacionado ao envolvimento de ambas as orelhas na compreensão do estímulo sonoro e fornece a capacidade de localizar o som e entender a fala em ambientes ruidosos ou acusticamente desfavoráveis. O funcionamento adequado desta habilidade permite que os mecanismos cerebrais sejam capazes de separar o estímulo de fala que o ouvinte quer entender de outros sons competitivos e gera uma impressão tridimensional do som. Sabe-se que a audição espacial é uma habilidade comprometida em indivíduos que possuem perda auditiva, transtorno do processamento auditivo central e idosos. No Brasil, não existem testes e instrumentos disponíveis para avaliar especificamente a audição espacial. O Spatial Hearing Questionnaire (SHQ) foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a auto-percepção da audição espacial, sendo composto por 24 questões a serem respondidas pelo indivíduo. Objetivo: realizar a tradução e adaptação transcultural do SHQ para o português brasileiro. Metodologia: Estudo do tipo metodológico, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CEP n° 17962919.6.0000.5149) de uma universidade pública. A tradução do SHQ para o português foi realizada por dois tradutores brasileiros e, após consenso entre os autores, foi elaborada a primeira versão do questionário. Na sequência, foi realizada a retrotradução por dois tradutores nativos da língua inglesa, que foi analisada por uma comissão de especialistas e, em seguida, uma segunda versão em português foi criada. Na sequência, foi realizada a validação semântica, sendo o questionário aplicado a 17 estudantes do ensino superior para verificar as dificuldades relacionadas à compreensão das questões a fim de estruturar a versão final. Foram consideradas válidas as questões que tiveram no mínimo 80% de compreensão. Após análise das respostas, a versão final do questionário foi aplicada aos 17 estudantes que participaram da etapa de validação semântica. Foi realizada análise descritiva, correlação entre os itens e o Alfa de Cronbach para análise da consistência. Os dados coletados foram lançados na planilha do SPSS versão 23. Resultado: Não foram observadas dificuldades na compreensão das questões traduzidas do SHQ. Em relação às correlações entre as questões, 46 foram classificadas como alta, 81 como média e 104 como baixa. O alfa de Cronbach foi de 0,912, indicando alta confiabilidade em todos os itens do questionário. Conclusão: A tradução e adaptação transcultural do SHQ para o português brasileiro mostrou-se eficaz na equivalência cultural. O processo de validação do Spatial Hearing Questionnaire encontra-se em andamento.

1- Tyler R, Perreau AE, Ji H. Validation of the spatial hearing questionnaire. Ear Perreau AE, Spejcher B, Ou H, Tyler R. The spatial hearing questionnaire: data from individuals with normal hearing. Am J Audiol. 2014; 23(2): 173-81. Hear. 2009; 30(4): 466-74.
2- Cameron S, Dillon H, Newall P. The listening in spatialized test: an auditory processing disorder study. Am Acad Audiol. 2006; 17(5): 306-20.
3- Litovsky RY, Goupell MJ, Popper A. N., Fay R. (2021). Binaural hearing. Springer International Publishing
4- Corbin NE, Buss E, Leibold LJ. Spatial Hearing and Functional Auditory Skills in Children With Unilateral Hearing Loss. J Speech Lang Hear Res. 2021 Nov 8;64(11):4495-4512
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Página(s): p.877
ISSN 1983-1793X
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ADULTOS JOVENS COM QUEIXAS AUDITIVAS E DESEMPENHO NO TESTE DICÓTICO DE SENTENÇAS.
Costa, M.J. ; Ferreira, G.C. ;

Introdução: Atualmente é bastante frequente indivíduos adultos jovens procurarem avaliação auditiva, relatando baixo rendimento acadêmico ou profissional, com queixas de dificuldades de entender a fala, principalmente em situações de escuta em ambiente ruidoso, mesmo com resultados da avaliação audiológica básica dentro da normalidade. Tal fato instiga os audiologistas a investigarem a origem de tais queixas, o que sugere aplicação de testes de processamento auditivo. Dentre a vasta gama de testes comportamentais que investigam a função auditiva e sua relação com a comunicação, podemos citar os testes de escuta dicótica. Objetivo: Aplicar o Teste Dicótico de Sentenças em adultos jovens normo-ouvintes com queixa de dificuldades auditivas. Método: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de uma Instituição de Ensino Superior, protocolo nº 2.764.720. Foram avaliados 15 sujeitos normo-ouvintes, destros, com idades entre 19 a 44 anos, referindo dificuldades auditivas em situações cotidianas em ambientes desfavoráveis de escuta, zumbido, além de aspectos relacionados à atenção e memória. Realizou-se a avaliação audiológica básica e a seguir aplicados os Testes Dicóticos de Dígitos (TDD) e de Sentenças (TDS) por meio de fones auriculares, em cabine tratada acusticamente. Foram analisados os dados de sujeitos com limiares de audibilidade iguais ou inferiores a 25 dBNA e desempenho ≥95% no TDD. O protocolo do TDS é composto por quatro diferentes combinações de listas de sentenças, às quais foram aplicadas de forma binaural na seguinte ordem: treino, etapa de atenção dividida, etapa de atenção direcionada à direita e direcionada à esquerda, solicitando como resposta a repetição verbal das sentenças de acordo com cada etapa do teste. Para análise estatística dos dados foi utilizado o programa SPSS, aplicando os testes Shapiro Wilk e Wilcoxon, utilizando o nível de 5% como critério de significância, e considerando estatisticamente significante quando os resultados das análises p≤ 0,05. Resultados: As medidas obtidas foram: na etapa de atenção dividida, desempenho médio de 84,67% na orelha direita e 60,67% na esquerda, com assimetria entre as orelhas de -50% a 60%, mostrando diferença estatisticamente significante entre as orelhas; na etapa de atenção direcionada, o desempenho médio foi 99,33% na orelha direita e 98% na esquerda, sem diferença estatística entre as orelhas. Conclusão: Os dados obtidos permitiram constatar que o TDS se mostrou sensível para evidenciar as consequências das queixas apresentadas em algumas tarefas avaliadas pelo teste. Foi observado que o grupo estudado, apresentou um perfil heterogêneo, mostrando grande variabilidade entre os sujeitos, além de desempenho aquém do esperado e assimetria interaural acentuada, considerando que eram sujeitos adultos, jovens, normo-ouvintes. Estes resultados podem ser considerados como um alerta para que o audiologista fique atento às questões subjetivas trazidas pelo paciente, em qualquer idade e condição auditiva. Quando as queixas apontam para dificuldades na comunicação cotidiana, estas podem afetar a qualidade de vida e até o desempenho profissional dos sujeitos, uma vez que a maioria das situações sociais e de trabalho ocorrem em ambientes ruidosos, assim o avaliador pode intervir por meio de estratégias que possam auxiliar os sujeitos a enfrentar as situações desafiadoras.

1. Pereira lD, Schochat E. Testes auditivos comportamentais para avaliação do processamento auditivo central. Barueri, SP: Pró-Fono, 2011.
2. Costa MJ, Santos SN. Development of the brazilian portuguese dichotic sentence lists test. Audiol Commun Res. 2016; 21(1):1-8.
3. Costa MJ, Santos SN, Schochat E. Dichotic sentence identification test in portuguese: a study in young adults. Braz J Otorhinolaryngol. 2021;87:478-85.
4. Musiek FE, Weihing J. Perspectives on dichotic listening and the corpus callosum. Brain Cogn. 2011;76:225–32.
5. Hiscock M, Kinsbourne M. Attention and the right-ear advantage: What is the connection? Brain and Cognition. 2011;76:263–75.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.889
ISSN 1983-1793X
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AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: RESULTADOS DE UMA CAPACITAÇÃO EM SAÚDE AUDITIVA
Goulart, M.L.M. ; Hillesheim, D. ; Pinheiro, M.M.C. ; Paul, S. ; Zucki, F. ;

Introdução: Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) desempenham um importante papel na promoção e prevenção da saúde auditiva. Objetivo: Avaliar o conhecimento de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre saúde auditiva antes e depois de uma capacitação.
Metodologia: Estudo transversal, realizado com ACS do município de Florianópolis, em agosto de 2022. A mesma ocorreu em formato presencial com duração de 08 horas, dividida em dois encontros, com duração de 04 horas, com intervalo de 20 minutos. Os encontros tiveram um intervalo de 7 dias entre eles. Esse modelo foi replicado em 04 unidades de saúde, sendo selecionadas pelo espaço físico, bem como localização, visando otimizar o deslocamento dos ACSs participantes. Os conteúdos ofertados no primeiro encontro englobam: papel do ACS na saúde auditiva e introdução à saúde auditiva. Já no segundo os conteúdos envolveram alterações auditivas, diagnóstico e reabilitação da deficiência auditiva e rede de saúde auditiva em Florianópolis e Santa Catarina, incluindo a utilização de imagens estáticas, dinâmicas e vídeos ilustrativos nos dois dias de capacitação. Ao final da programação, cada indivíduo recebeu um e-book criado pelas autoras com os conteúdos ofertados. Foi elaborado pelas autoras um instrumento para avaliar o conhecimento sobre saúde auditiva dos ACS, na forma de questionário, aplicado no primeiro dia, antes do início da oferta de conteúdos (momento pré) e imediatamente ao final do segundo dia (momento pós). O instrumento foi composto por oito questões, em formato de situações problema, contendo quatro opções de respostas, com apenas uma alternativa correta. As respostas foram categorizadas como erro (0) e acerto (1), e posteriormente, foi realizado o somatório dos acertos. O escore do instrumento poderia variar entre 0 e 8, e quanto maior o escore, maior era o conhecimento dos profissionais. Os participantes foram orientados a ler e responder o instrumento individualmente, sem auxílio das pesquisadoras. Assim, foi avaliado o conhecimento dos ACS pré e pós-capacitação em saúde auditiva, por meio da aplicação de instrumento com questões de múltipla escolha. As análises foram realizadas no software Stata 14. Resultados: A amostra foi composta por 22 ACS, sendo 90,9% do sexo feminino, com média de idade de 53,6 anos (dp=9,02). O número de acertos médio pré-intervenção foi de 6,3 (5,9-6,8; dp=1,0), com mediana de 6,5 acertos. No momento pós-intervenção a média de acertos foi de 7,3 (7,0-7,6; dp=0,6), com mediana 7. O teste de Wilcoxon revelou um aumento estatisticamente significativo no conhecimento em saúde auditiva pelos ACS, após a participação no programa de capacitação (z= -3,35; p<0,001). Conclusão: A ação de capacitação mostrou-se efetiva para o aumento do conhecimento em saúde auditiva de ACS.

Conceição HV; Barreira-Nielsen C. Capacitação em saúde auditiva: avaliação da ferramenta no programa de telessaúde brasil. Revista Cefac, [S.L.], v. 16, n. 5, p. 1426-1433, out. 2014. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216201411113.
Araújo ES, Jacob-Corteletti LCB, Abramides DVM; Alvarenga KF. Capacitação de agentes comunitários de saúde na área de saúde auditiva infantil: retenção da informação recebida. Revista Cefac, [S.L.], v. 17, n. 2, p. 445-453, abr. 2015. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216201511913.
Jacob LCB, Araújo ES, Honório HM, Costa LBA, Costa AO, Alvarenga KF. Capacitação dos enfermeiros em saúde auditiva infantil: uma proposta de teleducação interativa. Rev Gaúcha Enferm. 2020;41:e20190446. doi: https://doi. org/10.1590/1983-1447.2020.20190446
Andrade A; Borges VMS, Sleifer P. EFETIVIDADE DE UM PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO SOBRE SAÚDE AUDITIVA PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE. Revista de Atenção À Saúde, [S.L.], v. 18, n. 63, p. 52-64, 24 mar. 2020. USCS Universidade Municipal de Sao Caetano do Sul. http://dx.doi.org/10.13037/ras.vol18n63.5724.
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Página(s): p.786
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ALTERAÇÕES AUDITIVAS ENCONTRADAS EM INDIVÍDUOS COM ARTRITE REUMATOIDE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Crancianinov, A. B. ; Körner, J. R. ; Gallo, K. E. B. ; Lüders, D. ; Corrêa, C. C. ; José, M. R. ;

Introdução: A artrite reumatoide é uma doença inflamatória sistêmica que afeta 1% da população (1). A literatura tem citado uma possível associação entre a artrite reumatoide e a perda auditiva, porém não se sabe ao certo quais alterações anatomofisiológicas ocorrem no sistema auditivo periférico e central, durante o curso da doença (2-4). Objetivo: Revisar publicações científicas na literatura que abordaram a associação entre a artrite reumatoide e as alterações auditivas. Metodologia: Estratégias de busca foram desenvolvidas para as bases de dados Embase, Pubmed/Medline, LILACS, Scopus e Web of Science. Como critérios de elegibilidade, os estudos deveriam ser observacionais ou intervencionais, ter realizado avaliação audiológica de modo instrumental/objetivo, em participantes com diagnóstico de artrite reumatoide. Na fase 1, dois revisores independentes realizaram leitura de títulos e resumos de todos os artigos encontrados nas bases de dados e aqueles que não estavam de acordo com os critérios de elegibilidade foram excluídos. Na fase 2, os mesmos revisores realizaram a leitura independente dos artigos na íntegra. A qualidade metodológica dos artigos incluídos foi avaliada independentemente por dois revisores utilizando a ferramenta Meta-Analysis of Statistics Assessment and Review Instrument. Resultados: De um total de 1.779 artigos encontrados nas bases de dados pesquisadas, 85 estudos foram selecionados, por meio da leitura de títulos e resumos. Destes, 40 estudos foram incluídos, pois obedeceram aos critérios de elegibilidade. Dentre os estudos incluídos foi observado que o tipo de perda auditiva mais prevalente nos participantes com artrite reumatoide foi a sensorioneural e que o acometimento auditivo é pior em frequências altas, verificado tanto por meio da audiometria convencional (frequências de 250 a 8000Hz), quanto da audiometria de altas frequências; a maioria dos estudos não observou alterações tímpano-ossiculares nos participantes da amostra e, quando presente, estas alterações foram mais relacionadas com a rigidez do que com a hipermobilidade do sistema tímpano-ossicular; foram observadas alterações cocleares nos participantes com artrite reumatoide, utilizando as emissões otoacústicas como procedimento de análise, porém devido a variáveis como a atividade e tempo de duração da doença, uso de medicação ototóxica ou coexposição destes fatores, é difícil definir qual variável seria mais prejudicial para o sistema auditivo. O risco de viés foi julgado como baixo em 18, moderado em 10 e alto em 12 dos estudos incluídos. Conclusão: Foi observado nesse estudo que as alterações auditivas podem ser associadas com a artrite reumatoide. O tipo de perda auditiva mais comumente verificado nos participantes com a doença, foi a do tipo sensorioneural. O tipo de curva timpanométrica mais encontrada foi do tipo “A”. Nas emissões otoacústicas observou-se diminuição da amplitude das respostas, sugerindo a associação da artrite reumatoide com alterações no sistema auditivo periférico, principalmente devido a lesões cocleares.
Descritores: Artrite Reumatoide. Audição. Perda Auditiva. Fonoaudiologia. Revisão sistemática.

1. Firestein GS. et al. Kelley & Firestein’s Textbook of Rheumatology. 10 Ed. Philadelphia: Elselvier, 2017. https://www.amazon.com/Firesteins-Textbook-Rheumatology-Kelleys-Textbbok/dp/0323316964?asin=0323316964&revisionId=&format=4&depth=1
2. Baradaranfar MH, Doosti AA. survey of relationship between rheumatoid arthritis and hearing disorders. Acta Medica Iranica. 2010;48(6):371-3.
3. El Dessouky TM, et al. Assessment of the audiovestibular system in patients with rheumatoid arthritis. The Egyptian Journal of Otolaryngology. 2017;33(4):650-5.
4. Özkiriş M, et al. Does rheumatoid arthritis have an effect on audiovestibular tests? Eur Arch Otorhinolaryngol. 2013;271(6):1383-7.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.782
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES NO SONO EM PACIENTES COM ZUMBIDO
Weingaertner, L. W. ; Santos, C. D. ; Costa, L. R. ; Antunes, L. P. M. ; Unchalo, A. L. S. ; Teixeira, A. R. ;

INTRODUÇÃO: O zumbido é definido como um sintoma auditivo caracterizado pela percepção de um ruído sem um estímulo externo aparente. Alguns pacientes referem dificuldades em dormir devido a presença do zumbido. OBJETIVO: Descrever alterações no sono autorreferidas por pacientes com zumbido. METODOLOGIA: Após consultar com os médicos otorrinolaringologistas, os pacientes são encaminhados para o ambulatório de avaliação e tratamento do paciente com zumbido crônico, para a realização de avaliação audiológica e psicoacústica do zumbido (acufenometria, nível mínimo de mascaramento e mascaramento residual). Os pacientes também respondem a questionários e anamnese elaborada pelo grupo de pesquisa. Dentre as perguntas da anamnese, são questionados sobre dificuldades e uso de medicação para dormir. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (CAEE 66269317.5.0000.5347). RESULTADOS: Foram avaliados 16 pacientes com zumbido, sendo 13 mulheres (81,25%) e três homens (18,75%), com idades entre 19 e 77 anos (média de 51,56 anos). Com relação às características do zumbido, 11 relataram ser bilateral, quatro unilateral e um na cabeça. O tempo de presença do zumbido variou entre 6 e 480 meses (mediana de 90 meses). Com relação às alterações do sono, 14 (87,5%) referiram dificuldade para adormecer à noite e destes, seis (42,85%) utilizavam medicação indutora do sono. CONCLUSÃO: Constatou-se que, na amostra avaliada, a maior parte dos pacientes referiu alterações do sono, com dificuldades para adormecer e fazendo uso de medicação para dormir.

1. Almeida MSC, Sousa- Filho LF, Rabelo PM, Santiago BM. Classificação Internacional das Doenças - 11ª revisão: da concepção à implementação. Rev Saude Publica. 2020
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.983
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/983


ANÁLISE DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS POR TRANSIENTE EM NEONATOS EXPOSTOS AO FUMO GESTACIONAL
Akeda, G.P. ; Cunha, B.S. ; Santos, A.F.O. ; Bruner, A.P. ; Durante, A.S. ;

Introdução: A nicotina pode induzir vasoespasmo e aterosclerose, reduzindo assim o suprimento sanguíneo para a cóclea; a falta de oxigênio pode afetar as células ciliadas no órgão de Corti. Há evidências de que o tabagismo materno durante a gravidez tem um efeito negativo na função coclear, conforme determinado pelo teste de emissões otoacústicas. Objetivo: Analisar as emissões otoacústicas por transiente (EOAT) e timpanometria em um grupo de neonatos expostos e não expostos ao fumo gestacional. Método: Esta pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição (2.540.495).Foram convidados a participar do estudo neonatos nascidos no período de março a outubro de 2022. Os neonatos foram avaliados pela captação da EOAT e timpanometria (226 Hz, 1 kHz, Wideband) por meio do equipamento TITAN ® da marca Interacoustics. A análise estatística do conjunto de dados foi efetuada junto ao Centro de Estatística da instituição utilizando o software SPSS v 25.0 por meio das técnicas estatísticas de análise descritiva e inferencial - teste Mann-Whitney. Em todos os testes, foi destacado o nível descritivo, sendo utilizado o nível de significância de 0,05 (ou 5%) para rejeição da hipótese de nulidade. Resultados: Participaram do estudo apenas 19 neonatos, sendo sem intercorrências gestacionais, sem indicadores de risco auditivo e com exames de triagem auditiva neonatal normais, sendo divididos em dois grupos de acordo com a exposição ao fumo: 14 neonatos sem exposição ao fumo gestacional (grupo controle - GC) e 5 neonatos expostos ao fumo gestacional (grupo estudo - GE). Nas análises realizadas não foram observadas diferenças estatísticas significantes entre os grupos para as variáveis estudadas: EOAT total por banda de frequência, sinal e relação sinal/ruído; timpanometria tom de sonda de 226 Hz, 1 kHz e wideband (p> 0,05%). As dificuldades encontradas na adesão de participantes em pesquisa neste momento de pandemia, bem como o impacto do tamanho amostral na analise das EOAT, serão discutidos. O presente estudo sugere que novas pesquisas devem ser realizadas com amostras maiores. Conclusão: Na amostra reduzida do presente estudo não foi observado o impacto do fumo gestacional em neonatos avaliados por meio das EOAT e timpanometria.

Durante AS, Pucci B, Gudayol M, Massa B, Gameiro M, Lopes C. Tobacco smoke exposure during childhood: effect on cochlear physiology. Int J Environ Res Public Health. 2013; 10:5257-65.
Korres S, Riga M, Balatsouras D, Papadakis C, Kanellos P, Ferekidis E. Influence of smoking on developing cochlea Does smoking during pregnancy affect the amplitudes of transient evoked otoacoustic emissions in newborns?. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2007; 71(5):781- 6
Dhar, S, Hall JW. Measurements of Otoacoustic emissions: clinical procedures and protocols. In: Dhar S, Hall JW. Otoacoustic emissions principles, procedures and protocols. 2nd ed. San Diego: Plural Publishing; 2018. p.57-85.
Hamadneh S, Hamadneh J. Active and Passive Maternal Smoking During Pregnancy and Birth Outcomes: A Study From a Developing Country. Annals of Global Health. 2021;87(1):122. DOI: http://doi.org/10.5334/aogh.3384
Pucci BPC, Roque NMCF, Gamero MS, Durante AS. Acoustic absorbance measurements in neonates exposed to smoking during pregnancy. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2017;95:51-56. doi:10.1016/j.ijporl.2017.01.036
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Página(s): p.751
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ANÁLISE DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS PRODUTO DE DISTORÇÃO PÓS EXPOSIÇÃO A TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO : ESTUDO DE CASO
Ramos, L.V.S. ; Durante, A.S. ;

Introdução: De acordo com o Instituto Nacional do Câncer a estimativa de diagnósticos de câncer em adultos no Brasil é de 625 mil novos casos (com exceção do melanoma) para os anos de 2020 a 2022. O uso de agentes quimioterápicos comumente implica frequentemente na utilização de fármacos ototóxicos, que são considerados agentes nocivos à audição, mais especificamente às células ciliadas externas e em especial na base da cóclea, região tonotópica das altas frequências.
Objetivo: Analisar as Emissões Otoacústicas Produto de Distorção (EOAPD) em indivíduos diagnosticados com neoplasias malignas após tratamento quimioterápico.
Método: Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da instituição (4.510.244). Os critérios de inclusão foram adultos portadores de neoplasias malignas de cabeça e pescoço submetidos a tratamento quimioterápico com cisplatina, concomitante a radioterapia, sem realização de procedimento cirúrgico para a remoção do tumor em acompanhamento no setor de Oncologia de um serviço referência na cidade de São Paulo. Após o consentimento de participação na pesquisa, por meio da assinatura do Termo de consentimento livre e esclarecido, foram realizados os procedimentos de meatoscopia, timpanometria, reflexos acústicos e audiometria. Logo após, foi aplicado um questionário contemplando informações sobre histórico pregresso de saúde, pregresso de outra(s) neoplasia(s) ou recidiva e tratamento da mesma, uso de outros medicamentos, outras comorbidades e a frequência atual do tratamento quimioterápico. Para a mensuração das EOAPD, foi utilizado o equipamento ILO, da Otodynamics. As EOAPD 2f1-f2 foram coletadas por meio de sonda acoplada em uma oliva que foi inserida no meato acústico externo, foram avaliadas as frequências de 1 a 8 kHz com intensidade dos estímulos f1 e f2 de 65 e 55 dB NPS e razão entre os estímulos f1 e f2 de 1,22.
Resultados : O Caso, masculino, 45 anos, diagnóstico de câncer na cavidade nasal, 35 sessões de radioterapia e 7 de quimioterapia com cisplatina. Apresentou perda auditivasensorioneural adquirida de grau moderado, com configuração descendente bilateral e EOAPD ausentes.

Conclusão: Embora a amostra do estudo seja reduzida, os resultados parciais salientam o impacto da quimioterapia por cisplatina na fisiologia coclear. Demonstrando assim, importância da detecção e monitoramento auditivo em pacientes submetidos a tratamento quimioterápico.

Instituto Nacional do Câncer. Estimativa 2020, Incidência de Câncer no Brasil. Disponível em:https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf
Biro K, Noszek L, Prekopp P, Nagyiványi K, Géczi L, Gaudi I, Bodrogi I: Characteristics and Risk Factors of Cisplatin-Induced Ototoxicity in Testicular Cancer Patients Detected by Distortion Product Otoacoustic Emission. Oncology, 2006;70:177-184.

Reavis KM, McMillan G, Austin D, et al. Distortion-product otoacoustic emission test performance for ototoxicity monitoring. Ear Hear. 2011;32(1):61-74.

Ress BD, Sridhar KS, Balkany TJ, Waxman GM, Stanger BB e Lonsbury-Martin BL. Effects of cis-platinum chemotherapy on otoacoustic emissions: The development of an objective screening protocol. Otolaryngol Head Neck Surg, 1999;121(6), 693-701.

Shetty S, Bhandary SK, Bhat V, Aroor1, Shetty J, T. Dattatreya. Role of Otoacoustic Emission in Early Detection of Cisplatin Induced Ototoxicity. Indian J Otolaryngol Head Neck Surg. 2020; 1-6.
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Página(s): p.746
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ANÁLISE DE ALTERAÇÕES AUDITIVAS EM MÚSICOS PROFISSIONAIS E AMADORES POR MEIO DE AVALIAÇÃO AUDIOMÉTRICA E EMISSÕES OTOACÚSTICAS
MORAES, L.C.M. ; SIMÕES, P.N. ; LÜDERS, D. ;

INTRODUÇÃO: A exposição à música em forte intensidade pode prejudicar a audição dos músicos e a identificação de alterações auditiva precocemente favorece a adoção de condutas preventivas. As emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção (EOAPD) tem se somado à audiometria tonal liminar, em protocolos de avaliação dos músicos, na expectativa de detectar alterações iniciais decorrentes da exposição à música intensa. OBJETIVO: Investigar a relação entre os resultados audiométricos de músicos e a avaliação das EOAPD. MÉTODO: Os participantes responderam um questionário sobre o instrumento musical, tempo de prática e ocorrência de zumbido. Foram critérios de inclusão: ser músico e tocar um instrumento musical há pelo menos um ano; e de exclusão: referir exposição a ruído decorrente de outra atividade profissional, apresentar alterações auditivas condutivas e alterações neurossensoriais não associadas à exposição sonora. Foi realizada audiometria tonal liminar, por via aérea (VA) nas frequências de 250Hz a 8000 Hz, e por via óssea (VO) nas frequências de 500 a 4000 Hz, quando indicado; o repouso auditivo ocupacional para a realização das avaliações audiológicas foi de 14 horas. Para as EOAPD foram apresentados simultaneamente dois tons puros f1 e f2 (f1L2), L1=65 dBNPS e L2= 55 dBNPS. O Dp-grama foi registrado em 2f1-f2. A análise da resposta considerou as amplitudes das respostas nas frequências de 1000 a 8000Hz. Os resultados foram classificados em tempo de prática com o instrumento, resultados dos limiares auditivos e amplitude das EOAPD. O teste de Coeficiente de Correlação de Pearson (r) foi aplicado para verificar a correlação entre o tempo de prática musical e o aumento nos limiares auditivos tonais e a diminuição nas amplitudes das EOAPD nas frequências de 3KHz, 4KHz e 6KHz. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Participaram do estudo 89 músicos, 64 do sexo masculino e 24 do sexo feminino, com média de idade de 33 anos. O tempo de prática musical variou de 2 a 41 anos (média de 15,3 ±8,7). 19 participantes (21,34%) apresentaram limiares auditivos superiores a 25 dBNA e 70 (78,66%) apresentaram os limiares tonais até 25 dBNA. O grupo com até 25 anos de prática musical apresentou médias normais e os participantes 26 anos de prática, ou mais, apresentaram aumento nas médias com decorrer do tempo. Há correlação entre o aumento dos limiares auditivos e tempo maior de prática musical. A correlação do tempo de prática musical com a média de resultados das EOAPD foi forte e inversa, e estatisticamente significativa na frequência de 3KHz à direita; à esquerda a correlação forte e inversa e estatisticamente significativa nas frequências de 3KHz a 6KHz. Portanto, conforme o tempo de prática com instrumento musical aumenta, há uma diminuição na amplitude das EOAPD. CONCLUSÃO: Houve correlação forte entre o tempo de prática musical e aumento nos limiares auditivos e diminuição na amplitude das EOAPD entre os músicos. As EOAPD podem contribuir para o diagnóstico precoce das alterações auditivas e complementar os programas de preservação auditiva com este público.

Pouryaghoub G, Mehrdad R, Pourhosein S. Noise-induced hearing loss among professional musicians. Journal of Occupational Health. 2017;59(1):33–7.
di Stadio A, Dipietro L, Ricci G, della Volpe A, Minni A, Greco A, et al. Hearing loss, tinnitus, hyperacusis, and diplacusis in professional musicians: A systematic review. International Journal of Environmental Research and Public Health. 2018;15(10).
Dinakaran T, Deborah D. R, RejoyThadathil C. Awareness of musicians on ear protection and tinnitus: A preliminary study. Audiology Research. 2018;8(1):9–12.
Schmidt JH, Paarup HM, Bælum J. Tinnitus Severity Is Related to the Sound Exposure of Symphony Orchestra Musicians Independently of Hearing Impairment. Ear and Hearing. 2019;40(1):88–97.
Helleman HW, Eising H, Limpens J, Dreschler WA. Otoacoustic emissions versus audiometry in monitoring hearing loss after long-term noise exposure – A systematic review. Vol. 44, Scandinavian Journal of Work, Environment and Health. Nordic Association of Occupational Safety and Health; 2018. p. 585–600.
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Página(s): p.717
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ANÁLISE DE COBERTURA DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL UNIVERSAL ASSOCIADA À FREQUENCIA DE DOENÇAS TRANSMISSIVEIS
Cigana, L. B. ; Besen, E. ; Paiva, K. M. ; Machado, M. J. ; Haas, P. ;

Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU) permite a detecção precoce da deficiência auditiva. No ano de 2010 a TANU tornou-se obrigatória no Brasil por meio da Lei Federal N.º 12.303. Desde então a cobertura da TANU vem sendo discutida tanto na literatura internacional como nacional. Objetivo: Verificar a frequência de infecções congênitas em neonatos e suas possíveis associações com resultados da TANU. Métodos: Estudo de coorte histórica (retrospectivo) com análise dos dados de neonatos atendidos em um serviço de referência em Saúde Auditiva para o Sistema Único de Saúde (SUS), no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2021. Para avaliação da qualidade da cobertura da triagem, foram analisados os indicadores de qualidade propostos pela Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal (DATAN) e avaliou-se o número de triagens realizadas, percentual triado a partir do número de recém-nascidos vivos obtidos nos sites do Ministério de Saúde (MS) – TabNet (DATASUS – atendimentos realizados) e Secretária Estadual de Saúde- SC. Além, de realizar análise de regressão logística, cálculos de OR brutas, cálculo de OR de Cochran–Mantel–Haenszel e teste do qui-quadrado para estimar a associação entre os Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva e falha na Triagem Auditiva Neonatal incluindo ou não as variáveis de confundimento. As análises foram estimadas de Odds Ratio (OR) brutas e ajustadas no software MedCalc® v. 20.027. Resultados: O serviço de referência nos últimos cinco anos, realizou a TANU em 34.801 recém-nascidos. Atingiu o indicador de qualidade preconizado pela Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal (DATAN). Em relação a frequência das doenças transmissíveis em neonatos nos últimos cinco anos, a sífilis congênita foi a mais frequente (1,59%), seguida pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) (0,87%) e a de menor observação foi a rubéola (0,029%). No ano de 2021 os neonatos com possível transmissão vertical do HIV, apresentaram seis vezes mais chances (entre 388 a 1.143%) a mais chances de falhar no TANU. Conclusão: O serviço de referência de TANU alcançou o indicador de qualidade proposto pela DATAN, cobertura de triagem auditiva acima de 95%. Os neonatos nascidos no ano de 2021 comparativamente aos que nasceram no ano 2017 apresentam 91% menos chance de falhar no TANU e consequentemente menor percentual de encaminhamentos para reteste. No entanto, observou-se no ano de 2021 a diminuição de sífilis congênita (1,00%), aumento da toxoplasmose (0,58%) e HIV (0,95%) quando comparado ao ano de 2017. Porém, ao analisar os anos da pandemia da COVID-19 (2020-2021) a sífilis e o HIV apresentaram diminuição nos seus índices.

Palavras-Chave: Audição. Política Pública. Indicador de Risco. Triagem Neonatal. Doenças Transmissíveis.

Referências:
ESTADO DE SANTA CATARINA; Secretaria da Saúde. Diretrizes de Atenção à Saúde Auditiva na Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência em Santa Catarina. Florianópolis, 2018. 74 p.
JANUÁRIO, Gabriela Cintra; LEMOS, Stela Maris Aguiar; FRICHE, Amélia Augusta de Lima; ALVES, Claudia Regina Lindgren. Quality indicators in a newborn hearing screening service. Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology, [S.L.], v. 81, n. 3, p. 255-263, maio 2015. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2014.08.008

JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING. Year 2007 Position Statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. Pediatrics, [S.L.], v. 120, n. 4, p. 898-921, 1 out. 2007. American Academy of Pediatrics (AAP). http://dx.doi.org/10.1542/peds.2007-2333.

JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING. Position statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs, The Joint Committee on Infant Hearing, v.
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Página(s): p.678
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ANÁLISE DE CONCORDÂNCIA ENTRE OS LIMIARES OBTIDOS NO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO TONE BURST E NO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE ESTADO ESTÁVEL
Sideri, K.P. ; Colella-Santos, M.F. ;

Introdução: A audição é de fundamental importância no desenvolvimento de uma criança, sendo responsável por uma melhor integração do indivíduo em uma sociedade cuja comunicação oral é predominante. Uma tecnologia de Potencial Evocado de Estado Estável vem despontando como promissora para diagnóstico audiológico no que diz respeito a identificação dos limiares auditivos eletrofisiológicos de maneira mais rápida e precisa. Objetivo: Analisar a concordância entre os limiares obtidos pelo Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico com estímulo tone burst e pelo Potencial Auditivo de Estado Estável com estímulo NB CE CHIRP em uma população infantil. Metodologia: Estudo clínico de corte transversal, aprovado pelo CEP sob nº4.468.092. Participaram crianças com idade entre 1 e 5 anos, encaminhadas para avaliação eletrofisiológica por suspeita de alteração auditiva e/ou questões que pudessem estar relacionadas ao desenvolvimento auditivo, sem contraindicações para a realização do exame sob anestesia. Para os participantes concordantes, realizou-se a anamnese e, após sedação inalatória feita pelo médico anestesiologista, os seguintes procedimentos: avaliação das condições da orelha externa (meatoscopia), aplicação do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) com estímulo tone burst e do Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável (PEAEE) – Nova Geração, com estímulo NB CE Chirp, ambos realizados com o equipamento Eclipse. Foram pesquisados os limiares eletrofisiológicos nas frequências de 500Hz, 1000Hz, 2000Hz e 4000Hz para as orelhas direita e esquerda. Entretanto, para fins de análise, as duas orelhas foram reunidas em um único grupo visando aumentar o seu poder estatístico. Para investigar o grau de concordância entre os exames, utilizou-se o cálculo do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). Resultados: 71 crianças participaram do estudo, sendo 62 do sexo masculino e 9 do feminino. Na determinação do coeficiente de correlação intraclasse foram obtidos os seguintes valores: CCI = 0,546 para a frequência de 500Hz; CCI = 0,533 para a frequência de 1000Hz; CCI = 0,602 para a frequência de 2000Hz; CCI = 0,645 para a frequência de 4000Hz; sendo que todas apresentaram valor estatisticamente significante no nível de 5% (p ≤ 0,05). De acordo com as análises realizadas, verificou-se que o grau de concordância entre os limiares obtidos no PEATE tone burst e no PEAEE foi moderado para todas as frequências analisadas. Conclusão: A possibilidade da avaliação audiológica eletrofisiológica por meio de duas metodologias que permitem o conhecimento dos limiares com especificidade de frequência permitiu verificar que há um grau moderado de concordância entre os métodos, o que aponta para aplicações promissoras do PEAEE em contexto clínico, visto que o desenvolvimento de seu algoritmo permite a obtenção de limiares em quatro frequências, de forma bilateral e simultânea, o que tende a uma redução no tempo de realização do exame se comparado ao PEATE tone burst.

1. Michel F, Jorgensen KF. Comparison of threshold estimation in infants with hearing loss or normal hearing using auditory steady-state response evoked by narrow band CE-chirps and auditory brainstem response evoked by tone pips. Int J Audiol. 2017;56(2):99–105.
2. Aimoni C, Crema L, Savini S, Negossi L, Rosignoli M, Sacchetto L, et al. Hearing threshold estimation by auditory steady state responses (ASSR) in children. Acta Otorhinolaryngol Ital. 2018;38(4):361–8.
3. Venail F, Artaud JP, Blanchet C, Uziel A, Mondain M. Refining the audiological assessment in children using narrow-band CE-Chirp-evoked auditory steady state responses. Int J Audiol. 2015;54(2):106–13.
4. Ehrmann-Müller D, Shehata-Dieler W, Alzoubi A, Hagen R, Cebulla M. Using ASSR with narrow-band chirps to evaluate hearing in children and adults. Eur Arch Oto-Rhino-Laryngology [Internet]. 2020;(0123456789).
5. Aslam MA, Javed A, Moiz A. Comparison of auditory brainstem response and auditory steady state response audiometry by evaluating the hearing thresholds obtained in children with different severity of hearing loss. Pakistan J Med Sci. 2019;35(2):320–4.



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Página(s): p.854
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ANÁLISE DE SINAIS E SINTOMAS SUGESTIVOS DE DISFUNÇÃO VESTIBULAR EM TRABALHADORES EXPOSTOS A RISCOS OCUPACIONAIS NA CIDADE DE JOINVILLE/SC.
ALVES, D. M. ; MATHIAS, V. ; Simões, P. N. ; Bohn, V. ;

Introdução: O sistema vestibular é um dos pilares que em conjunto ao sistema proprioceptivo e visual, são responsáveis pelo equilíbrio corporal dos indivíduos. Visto que, os trabalhadores estão expostos a diversos riscos ocupacionais com efeito nocivo contra o sistema auditivo e vestibular, acabam se tornando um público alvo para análise da relação entre os riscos a que eles são expostos e as principais queixas apresentadas em relação ao equilíbrio no decorrer de suas vidas. O objetivo deste trabalho foi identificar os sinais e sintomas relacionados às disfunções vestibulares em trabalhadores expostos a riscos ocupacionais. Método: Diante do exposto, adotando os critérios éticos do CEP, sob o parecer de Nº 5.503.200, foi realizado um estudo observacional, com coleta em banco de dados de um Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - CEREST, entre os anos de 2019 e 2022. A amostra foi composta de 147 prontuários, onde foram analisados a partir destes, os sinais e sintomas apresentados por trabalhadores de diversas áreas e o risco a qual foram expostos em ambiente laboral. A análise foi realizada através de estatística descritiva e inferencial, visando dados quantitativos e um olhar direcionado às características apresentadas pelo público alvo em estudo. Os resultados demonstram o zumbido como um dos sinais e sintomas com maior prevalência, encontrado em 100% dos expostos somente a químicos, 87% em exposição combinada e 83% dos trabalhadores com exposição exclusiva ao ruído. Foi encontrada relação significativa na correlação das variáveis exposição ao ruído e perda auditiva, com resultado de (p=0,019). Apesar dos trabalhadores expostos ao ruído com associação dos químicos relataram presença de vertigem/tontura (36%), dificuldade no equilíbrio (11%) e vômito/náusea (9%), não foi observada diferença significativa quando correlacionados a variável exposição a químicos e os sinais e sintomas sugestivo de disfunção vestibular. Conclui-se que foi identificado a prevalência do zumbido, independente do risco a qual ocorreu a exposição. Que não foram encontrados valores significativos na presença de sinais e sintomas sugestivos de disfunção vestibular relacionados com a exposição ocupacional a ruído e químicos, porém observa-se relação significativa entre a perda auditiva e a exposição ao ruído.
Descritores: Ototóxicos; Equilíbrio; Disfunção Vestibular; Riscos ocupacionais;

OSHA-Administração de Segurança e Saúde Ocupacional; NIOSH—Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional. Prevenção da perda auditiva causada por exposição química (ototoxicidade) e ruído, Boletim SHIB 03-08-2018, DHHS (NIOSH) Publicação n. 2018-124. 2018.
TRABANCO, JCG. Efeitos da exposição a produtos químicos ou ao ruído sobre a audição. 2019. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
ZUCKI, F et al. Caracterização do perfil auditivo de frentistas de postos de combustível. Audiology-Communication Research, v. 22, 2017.
SENA, TRR de et al. Detecção precoce de perda auditiva em trabalhadores expostos a agrotóxicos com uso de audiometria de altas frequências. 2017.
ALCARÁS, PAS et al. Associação da exposição dos pesticidas e do ruído nos sistemas auditivo e vestibular de agentes de combate a endemias. 2019.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.773
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APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL EM PERDAS AUDITIVAS MÍNIMAS: JULGAMENTO DO USUÁRIO
RODRIGUES, B.T.T. ; OLIVEIRA, J.R.M. ; PELANDA-ZAMPRONIO, C.D. ; CUNHA, M.L.S. ; MONDELLI, M.F.C.G. ;

Introdução: considerar a amplificação como abordagem terapêutica para indivíduos com deficiência auditiva leve, conhecida como "deficiência auditiva mínima'', é uma decisão clínica que deve ser pautada em evidências científicas que avaliam o julgamento do usuário. A restrição de participação devido ao prejuízo sensorial e a expectativa e a satisfação ao uso do Aparelho de Amplificação Sonora individual merecem ser verificadas, pois refletem o sucesso dos resultados do processo reabilitativo. Objetivo: verificar a restrição de participação nas atividades de vida diária, a expectativa quanto ao uso do Aparelho de Amplificação Sonora Individual e o nível de satisfação obtido com o uso da amplificação para os indivíduos com deficiência auditiva mínima. Metodologia: pesquisa primária, clínica, longitudinal, prospectiva, aprovada eticamente sob parecer 5.013.236, realizada com amostra de 15 indivíduos (14 idosos e um adulto) com deficiência auditiva mínima, ou seja, de grau leve, utilizando os instrumentos Hearing Handicap Inventory for the Elderly - Screening Version, Hearing Handicap Inventory for Adult, Client Oriented Scale of Improvement, nos momentos pré e pós adaptação de AASI e Satisfaction With Amplification In Daily Life no momento pós adaptação. Resultados: Situações de prioridade de escuta como: conversa com uma ou duas pessoas em silêncio, igreja ou reunião, outros, conversa com grupo em ruído e conversa com uma ou duas pessoas em ruído foram as de maior ocorrência. Houve diferença significativa no pré e pós adaptação com AASI para domínio social, emocional e resultado total do HHIE. A maioria (40%) dos participantes referiu o grau de melhora como “muito melhor” e todos estavam satisfeitos. Conclusão: indivíduos estudados obtiveram melhora da restrição de participação em atividades rotineiras e satisfação com a amplificação. Para a maioria dos participantes as expectativas quanto às prioridades de escuta foram alcançadas repercutindo na otimização da reabilitação auditiva e resgate de satisfatória qualidade de vida.

BESS, F. H.; DODD-MURPHY. J.; PARKER, R. A. Children with minimal sensorineural hearing loss: prevalence, educational performance, and functional status. Ear Hear. Nashville, v. 19, n. 5, p. 339-354, 1998.

TIMMER B. H. B.; HICKSON, L.; LAUNER, S. Do Hearing Aids Address Real-World Hearing Difficulties for Adults With Mild Hearing Impairment? Results From a Pilot Study Using Ecological Momentary Assessment. Trends. Hear, v. 22, p. 1-15, 2018.

LUZ, V. B.; GHIRINGHELLI, R.; IÓRIO, M. C. M. Restrições de participação e estado mental: estudo em novos usuários de próteses auditivas. Audiol., Commun. res, v. 23, p. 1-8, 2018.

CAMARGO, K.; LACERDA, A. B. M.; SAMPAIO, J.; LÜDERS, D.; MASSI, G.; MARQUES, J. M. Percepção de idosos sobre a restrição da participação relacionada à perda auditiva. Distúrb Comun, São Paulo, v. 30, n. 4, p. 736-747, Dec. 2018.

PERSON, O. C.; SIMONIAN, A. A.; GONÇALVES, I. M.; PUGA, M. E. S.; ATALLAH, A. N. Intervenções para perda auditiva sensorioneural: o que mostram as revisões sistemáticas Cochrane? Diagn Tratamento, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 108-113, 2022.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.896
ISSN 1983-1793X
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APÊNDICE E FOSSETA PREAURICULAR: RESULTADOS NA TANU
LEDESMA, A.L.L. ; MIRANDA, A.M. ; SILVA, I.M.C. ;

Introdução: Apêndice e seios auriculares são anomalias congênitas que podem ser hereditários ou esporádicos. Apresentam-se geralmente próximo à margem anterior do ramo ascendente da hélice, mais frequentemente do lado direito. São característicos de outras condições ou síndromes em 3-10% dos casos, sendo a síndrome branquio-oto-renal (BOR) a de maior expressão. O JCHI (2019) retirou essa especificação das anomalias craniofaciais consideradas indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA) e justificou que não têm maior incidência relatada de perda auditiva nessas crianças do que em outras crianças esse achado. Acrescentou em nota que ainda faltam evidências conclusivas de que crianças com essas anomalias requerem cuidados adicionais além da triagem auditiva neonatal universal. Objetivo: Avaliar os resultados da Triagem Auditiva Neonatal em bebês que possuíam apêndice e fosseta preauricular. Método: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 00620818.0.0000.5512). Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, retrospectivo no qual foram analisados criteriosamente livros de registros de neonatos triados no período de um ano em um programa de TANU. Nos recém-nascidos que possuíam apêndice ou fosseta preauricular foram analisados os prontuários eletrônicos buscando identificar: sexo, tipo de anomalia craniofacial (apêndice ou fosseta auricular), presença de outros indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA) e resultado do teste. Como anomalias craniofaciais são consideradas um IRDA, todos os neonatos citados foram submetidos ao Potencial Evocado Auditivo de Tronco encefálico Automático (PEATE-A). Resultados: Foram triados nove neonatos com as malformações descritas no período de um ano. Desses, oito possuíam apêndice e um, fosseta preauricular. Quanto ao sexo, cinco indivíduos eram do sexo masculino e quatro do sexo feminino. Quanto à lateralidade, cinco eram do lado direito, dois do lado esquerdo e em dois casos não havia descrição quanto à lateralidade. Dos indivíduos avaliados seis possuíam anomalias craniofaciais como único IRDA, três possuíam outro IRDA associado: hereditariedade, uso de aminoglicosídeo, prematuridade e suspeita de síndrome de Down. Dos indivíduos avaliados, apenas um apresentou “falha” unilateral (orelha direita) do lado da presença do apêndice auricular. Vale destacar que este indivíduo possuía características fenotípicas de síndrome de Down e que os achados referem-se ao resultado da TAN. Conclusão: Houve maior número de indivíduos do sexo masculino, mais apêndices auriculares do que fossetas e com maior presença do lado direito. Não foram observadas “falha” no PEATE-A em indivíduos com apêndice ou fosseta preauricular isolado. Foi observada “falha” do lado do apêndice auricular em indivíduo com outro IRDA associado.

1. Awad R, Oropeza J, Uhler KM. Meeting the joint committee on infant hearing standards in a large metropolitan children's hospital: Barriers and next steps. American journal of audiology. 2019 Jun 10;28(2):251-9.
2. Scheinfeld NS, Silverberg NB, Weinberg JM, Nozad V. The preauricular sinus: a review of its clinical presentation, treatment, and associations. Pediatric dermatology. 2004 May;21(3):191-6.
3.Fırat Y, Şireci Ş, Yakıncı C, Akarçay M, Karakaş HM, Fırat AK, Kızılay A, Selimoğlu E. Isolated preauricular pits and tags: is it necessary to investigate renal abnormalities and hearing impairment?. European archives of oto-rhino-laryngology. 2008 Sep;265(9):1057-60.
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Página(s): p.868
ISSN 1983-1793X
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APLICAÇÃO DO MÉTODO AURIORAL NA REABILITAÇÃO AUDITIVA EM GRUPO: UMA REVISÃO DA LITERATURA
De Oliveira, T. C. G. ; Silva, A. C. S. ; Kai, E. G. P. ; Sousa, F. G. ; Dias, K. S. ; Moura, L. T. L. ; Deperon, T. M. ; Mundim, F. M. ; Pereira, V. R. C. ; Silva, I. M. C. ;

INTRODUÇÃO - A audição tem papel fundamental no desenvolvimento global da criança, visto que grande parte dos processos de aprendizagem acontecem por meio de uma interação auditiva. A deficiência auditiva impacta na aquisição de linguagem oral e compreensão de fala, gerando a necessidade de intervenção terapêutica. O método aurioral, com amplificação sonora da audição residual por meio de dispositivos, proporciona melhora nas habilidades auditivas e consequentemente na linguagem oral. Esse método estabelece estratégias compostas por metas e técnicas, com foco no desenvolvimento de cognição, audição, fala, linguagem e comunicação a partir da estimulação auditiva, de acordo com as demandas dos usuários de amplificação sonora individual (AASI) e implante coclear (IC). O atendimento terapêutico acontece comumente de forma individual proporcionando uma abordagem específica ao usuário e a possibilidade de trabalhar suas singularidades, mas não apresenta possibilidade de inserção em situações de comunicação em grupo, como acontece na escola, em casa e em outros ambientes frequentados pelos usuários. De outro modo, o atendimento em grupo oferece um ambiente de troca de experiência, aprendizado conjunto e criação de vínculos, apesar de não conseguir focar em particularidades de cada paciente. OBJETIVO - Realizar um levantamento dos benefícios da terapia em grupo na reabilitação auditiva com o método aurioral. MÉTODO - O presente estudo se caracteriza como uma revisão de literatura. Foram recuperados artigos indexados nas bases de dados: Scielo, LILACS e Portal de periódicos da CAPES, entre os anos de 2009 e 2022. Os descritores utilizados foram: “reabilitação aurioral” OR “aurioral rehabilitation” OR “método aurioral” OR “terapia aurioral” OR “aurioral” AND “fonoaudiologia” AND “grupo terapêutico” AND “deficiência auditiva”. Os critérios de inclusão dos artigos foram: estudos sobre reabilitação auditiva aurioral, atendimento em grupo, deficiência auditiva com uso de dispositivo AASI ou IC e artigos completos. Os critérios de exclusão foram reabilitação auditiva individual, resumos e atas de congresso. RESULTADOS - Como resultado da busca, foram localizados 41 artigos no Portal de Periódicos da CAPES e nas bases de dados LILACS e SCIELO, utilizando os descritores supracitados. Dentre esses, foram selecionados sete artigos para compor essa revisão. Foi possível observar que o objetivo mais amplo do método aurioral como reabilitação auditiva é promover a competência comunicativa. A prática da teoria em grupos vem sendo importante como uma forma de intervenção, tendo em vista que propicia maior troca de experiências e diálogos, favorece relações interpessoais e de comunicação funcional, além de motivar a participação ativa nas atividades durante o processo de reabilitação, impactando positivamente tanto social e emocionalmente quanto no resultado terapêutico. O planejamento de grupos mais homogêneos traz maior empatia entre os participantes que gera maior adesão ao tratamento. Além disso, as estratégias terapêuticas para grupos despertam maior confiança no desempenho auditivo e linguístico dos participantes. CONCLUSÃO - A reabilitação auditiva em grupo apresenta contribuições dentro dos objetivos pré-estabelecidos no método aurioral, contudo a pesquisa realizada demonstra a necessidade de uma investigação minuciosa sobre a aplicação e benefícios do atendimento terapêutico em grupo.

BRAZOROTTO, Joseli Soares; COSTA, Karen Julião; SOUZA, Aline Santos de; LIMA, Maria Clara Oliveira. Impacto do enquadre terapêutico em grupo nas necessidades de famílias de crianças com deficiência auditiva. Distúrbios da Comunicação, [S.L.], v. 32, n. 1, p. 1-13, 16 abr. 2020. Pontifical Catholic University of São Paulo (PUC-SP). Disponível em: https://doi.org/10.23925/2176-2724.2020v32i1p1-13.
CARDEMIL, Felipe; BARRÍA, Tamara; AGUAYO, Lorena; ESQUIVEL, Patricia; RAHAL, Maritza; FUENTE, Adrián; CARVAJAL, Rocío; FROMIN, Rose Marie; VILLALOBOS, Iván. Evaluación del programa "Active Communication Education" para rehabilitación auditiva en adultos mayores con hipoacusia usuarios de audífonos. Revista de Otorrinolaringología y Cirugía de Cabeza y Cuello, [S.L.], v. 74, n. 2, p. 93-100, 2014. SciELO Agencia Nacional de Investigacion y Desarrollo (ANID).Disponível em: http://dx.doi.org/10.4067/S0718-48162014000200002.
DUARTE, Janaína Luciane, BRAZAROTTO, Joseli Soares. Análise das estratégias utilizadas em um grupo terapêutico pedagógico para auxiliar o desenvolvimento da linguagem escrita em crianças com deficiência auditiva. Revista Brasileira De Educação Especial, 15(3), Dezembro, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-65382009000300010
MELO, Tatiana Mendes de; LARA, Jessica Domingues. Habilidades auditivas e linguísticas iniciais em crianças usuárias de implante coclear: relato de caso. Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, [S.L.], v. 24, n. 4, p. 390-394, 2012. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s2179-64912012000400017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S2179-64912012000400017.
YOUSSEF, Bruna Capalbo; MENDES. Beatriz de Castro Andrade; COSTA, Eliane de Carvalho e; Ficker, Luisa Barzaghi; NOVAES, Beatriz C.de A. Caiuby. Efetividade na adesão a reabilitação auditiva em crianças: Grupo de Adesão Familiar e terapia inicial. Distúrb Comun, São Paulo, 29(4): 734-748, dezembro, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.23925/2176-2724.2017v29i4p734-748
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Página(s): p.975
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APLICAÇÕES PRÁTICAS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS PARA A ATUAÇÃO DE EQUIPE MULTIPROFISSIONAL - VIVÊNCIAS A PARTIR DE UM MINICURSO
Santos, A. S. ; Doutrelepont, D. W. ; Basile, A. A. ; Schotkis, I. C. ; Zambeli, J. G. A. ; Stigger, F. S. ; Costa, P. R. ; Menegotto, I. H. ; Boscolo, C. C. ; Soldera, C. L. C. ;

Introdução: No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi estabelecida através da Lei nº 10.436/2002, que a define como uma forma de comunicação e expressão em que o sistema linguístico de natureza visual motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Sendo assim, na sociedade atual, é essencial que os profissionais das mais variadas áreas possuam conhecimento sobre esta forma de comunicação, visto que, no país, cerca de 5% da população possui alguma dificuldade auditiva, e destas, 1,8% faz uso da Libras. Neste contexto, o “Minicurso de Língua Brasileira de Sinais” foi idealizado visando demonstrar a importância do domínio da língua especialmente na formação de profissionais da saúde, propondo capacitá-los para tornar eficaz a comunicação com deficientes auditivos, visto que falhas nos diálogos entre esses atores põem em risco a assistência prestada e prejudica o vínculo, o diagnóstico e o tratamento, além de gerar desconforto para ambas as partes. Portanto, o conhecimento multidisciplinar da língua brasileira de sinais auxilia na promoção da inclusão e na quebra das barreiras comunicacionais. Objetivo: Relatar a experiência proporcionada pelo Minicurso de Língua Brasileira de Sinais e suas contribuições, na visão de acadêmicos, de modo a refletir sobre a importância do conhecimento da Libras nas equipes multidisciplinares. Métodos: Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. Foram realizadas seis aulas de uma hora cada, com enfoque no uso de Libras na área da saúde. Além disso, foram passados conteúdos que abordaram questões familiares, perguntas a serem trabalhadas em uma sessão de anamnese, os membros da família, possíveis queixas sobre esse paciente, doenças mais comumente encontradas na população, questões médica e questões audiológicas, verbos de ação, histórico familiar e de moradia dessa paciente. Ademais, foram disponibilizadas atividades domiciliares para complementar o Minicurso, totalizando 12 horas. Resultados: Alcançou-se uma melhor compreensão por parte dos discentes a respeito da relevância da Língua Brasileira de Sinais no atendimento em saúde e as contribuições positivas desse conhecimento na vida do paciente. Além disso, foi possível trabalhar o vocabulário em saúde e formas mais humanizadas de atendimento. Conclusão: A difusão do estudo da Língua Brasileira de Sinais tem suma importância para a inclusão social de deficientes auditivos. O seu ensino para futuros profissionais da saúde colabora para com o melhor funcionamento do sistema de saúde, uma vez que forma profissionais habilitados para o manuseio de pacientes com essas necessidades especiais. Da mesma forma, a promoção de aulas de LIBRAS para alunos das áreas da saúde vai ao encontro do princípio de Acessibilidade do SUS, tornando-o mais eficiente e mais capaz de promover o cuidado de todos os brasileiros.

BRASIL. Governo Federal. Lei nº Nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm. Acesso em: 25 jan. 2023.

LÍVIA, K. et al. A IMPORT NCIA DA LIBRAS NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. [s.l:s.n.].Disponívelem:.
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Página(s): p.989
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ARTRITE REUMATOIDE: EFEITOS NA AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO
Garrido, S. R. T. ; Lopes, A. C. ;

Introdução: A artrite reumatoide (AR) é considerada uma doença crônica, têm
consequências psicológicas e sociais importantes, exigindo enfrentamento para as
incertezas no diagnóstico, da incapacidade, da dependência, dos estigmas sociais e
das alterações no estilo de vida, são característicos das doenças crônicas que
requerem adaptação. Os portadores têm de lidar com estas ameaças e desafios
impostos pela doença. As doenças crónicas são, por definição, “doenças
prolongadas, que não se resolvem espontaneamente e que raramente têm cura
completa” [Centers for Disease Control and Prevention - CDC 2003]. Como doença
crônica auto-imune, a AR necessita de tratamento farmacológico prolongado,
caracterizando-se, apesar disso, por dor e incapacidade física progressiva. Alguns
estudos sugerem que a orelha pode ser afetada pelos processos inflamatórios da
AR, levando a sintomas como zumbido e dificuldade auditivas. A prevalência de
deficiência auditiva em portadores de AR é de 24 a 60%, o envolvimento das
articulações sinoviais no incudomalear, martelo e bigorna, poderiam causar perda
auditiva do tipo condutiva, devido ao aumento da rigidez ou desarticulação. Além
disso, o processo inflamatório poderia causar por meio da ativação imune, lesão nas
células ciliadas da cóclea, causando perda sensorioneural ou até mesmo do tipo
mista, que é a mais frequente. Objetivo: Identificar as alterações na audição e
equilíbrio de portadores de AR. Metodologia: Não houve necessidade de aprovação do
Comitê de Ética, pois se trata de uma revisão. Realizou-se a revisão integrativa sobre audição e equilíbrio em portadores de AR. As bases acessadas eletronicamente
foram: BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), PubMed (US National Library of
Medicine), BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações) e CAPES
(Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal
de Nível Superior), no período entre 2016 a 2022. Os descritores foram: audição,
perda auditiva, artrite reumatoide e equilíbrio. Resultados: Na primeira etapa, foram
analisados os títulos dos artigos encontrados por meio da combinação dos
descritores e palavras chaves em todas as bases de dados e foram selecionados
120 artigos que cumpriram, inicialmente, os critérios de elegibilidade. Na fase
seguinte foram analisados os resumos e selecionados 7 artigos que possuíam
informações sobre o tema. As evidências apontam que há relação entre a AR,
audição e equilíbrio, ou seja, na audição, a rigidez ou desarticulação da cadeia
ossicular, desencadeia perda auditiva, condutiva ou mista. Quanto ao
equilíbrio, as pessoas com AR, têm dificuldade em manter o controle postural,
prejudicando assim o equilíbrio nas Atividades de Vida Diárias (AVD’s), tornando-se
um importante fator de risco para quedas. Conclusão: Essa revisão de literatura
compilou achados de estudos relevantes e contribuirá para a prática clínica no
diagnóstico precoce das perdas auditivas decorrente da artrite reumatoide, porém
ainda se faz necessário mais estudos nacionais nessa área para que investigar os
reais efeitos da AR sobre a audição e equilíbrio, uma vez que estes estão
diretamente relacionados à qualidade de vida.

1. Cruz AI, Núñez MM, Valleio ES, Cruz MZ, Jiménez AR, Sánchez VO, et al. Frequência da doença auditiva e os fatores associados em pacientes com artrite idiopática juvenil [Internet]. Ciudad de México: Reumatología Clínica; 2019 [cited 2021 Aug 3]. p. 152-155. Available from: https://doi.org/10.1016/j.reuma.2017.07.003
2. Jeong H, Chang YS, Baek SY, Kim SW, Eun YH, et al. Avaliação dos resultados do teste audiométrico para determinar a deficiência auditiva em pacientes com artrite reumatóide: análise de dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição da Coreia [Internet]. California: PLOS ONE; 2016 [cited 2021 Aug 3]. p. 1-14. Available from: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0164591
3. Kiakojuri K, Youself-Ghahari B, Soltanparast S, Monadi M. Estado da audição em pacientes com artrite reumatóide [Internet]. Babol: Caspian Journal of Internal Medicine; 2019 [cited 2021 Aug 3]. 461 p. Available from: http://caspjim.com/article-1-1704-en.html
4. Treviño-González JL, Villegas-González MJ, Muñoz-Maldonado GE, Montero-Cantu CA, Nava-Zavala AH, Garza-Elizondo MA. Hipoacusia neurosensorial subclínica em pacientes femininas com artrite reumatoide [Internet]. Monterrey: Cirugía y Cirujanos; 2015 [cited 2021 Aug 3]. p. 364-670. Available from: https://doi.org/10.1016/j.circir.2015.05.026
5. LOURENÇO, Mariana de Almeida, ROMA, Izabela e ASSIS, Marcos Renato de. Correlação entre instrumentos de avaliação da funcionalidade e equilíbrio em pacientes com artrite reumatoide. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte [online]. 2015, v. 29, n. 3 [Acessado 3 Janeiro 2023], pp. 345-353. Disponível em: . ISSN 1981-4690. https://doi.org/10.1590/1807-55092015000300345.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.715
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AS INTERFACES ENTRE O TRATAMENTO ONCOLÓGICO E SEUS IMPACTOS NA PERDA AUDITIVA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
SANTOS, R. G. ; Comerlatto, M.P.S. ;

Introdução: Os tratamentos para o câncer em crianças e adolescentes têm avançado nas últimas décadas, mas, comumente, causam efeitos colaterais biológicos e psíquicos, que podem ser imediatos ou podem surgir a longo prazo nas crianças e adolescentes, afetando o seu desenvolvimento. Um dos efeitos colaterais é a perda auditiva causada por ototoxicidade da Cisplatina – antineoplásico usado na grande maioria dos casos, com atividade antitumoral comprovada – que é capaz de lesar o sistema auditivo. Objetivo: Compilar artigos que associam o tratamento oncológico com o desenvolvimento de perdas auditivas. Metodologia: Como base para revisão integrativa da literatura, foram utilizadas Pubmed, Scielo e Bireme, os descritores em inglês: “Hearing loss”, “Child”, “Cancer” e “Treatment”. O operador booleano aplicado foi AND. Assim, foram encontrados 38 artigos e destes, foram selecionados 6 condizentes com o intuito da pesquisa e baseados na questão norteadora da pesquisa: "Qual o impacto do tratamento para o câncer na audição?”. Para otimizar a pesquisa, foi acrescido um filtro com recorte temporal de 2017 a 2022. Resultados: Dentre os estudos analisados, observou-se que o uso da Cisplatina como medicamento quimioterápico em crianças e adolescentes para o tratamento de diferentes tipos de neoplasias aparece com mais prevalência em relação às perdas auditivas. Conclusão: Os achados relatados na literatura indicam a perda auditiva sensorioneural bilateral como ponto-chave na maioria dos casos, estando relacionadas principalmente à quimioterapia com Cisplatina administrada na dosagem de 400 mg/m.

1. CALDAS, Érica Alessandra e DIAS, Rosane da Silva. Medicações ototóxicas utilizadas no tratamento oncológico pediátrico: uma revisão sistemática. Audiology - Communication Research. 2018, v. 23, 4 dez. 2020.
2. CALDAS, Érica Alessandra et al. Caracterização audiológica de crianças em tratamento oncológico. Audiology - Communication Research [online]. 2015, v. 20, n. 2, 4 dez. 2021.
3. CAVICCHIOLI, Aline Cristiane et al. Cancer in children: the diagnostic itinerary. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 2017, v. 15, n. 5, 24 Jan. 2017.
4. COURA, Cibeli Fernandes e MODESTO, Patrícia Cláudia. Impact of late radiation effects on cancer survivor children: an integrative review. Einstein (São Paulo). 2019, v. 14, n. 1, 19 mai. 2019.
5. LIBERMAN, Patricia Helena Pecora et al. Audiological profile of patients treated for childhood cancer. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology [online]. 2016, v. 82, n. 6, 4 jun. 2020.
6. SILVA, Aline Medeiros da et al. A prevalência de perdas auditivas em crianças e adolescentes com câncer. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 2017, v. 73, n. 5, 13 out. 2017.
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Página(s): p.939
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ASSOCIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO SPEECH, SPATIAL AND QUALITIES OF HEARING SCALE (SSQ) E TESTE DE DÍGITOS COM RUÍDOS COM ACHADOS AUDIOLÓGICOS EM IDOSOS
Almeida MCO ; Andrade KCL de ; Melo LPF de ; Farias VV ; Balen SA ; Ferrari DV ; Cavalcanti HG ;

INTRODUÇÃO: A perda auditiva em idosos faz parte do processo de envelhecimento natural e sua prevalência é alta. O idoso, além da dificuldade na detecção auditiva, pode já apresentar comprometimentos em habilidades do processamento auditivo, em especial compreensão de fala no ruído. A prevalência da deficiência auditiva em idosos é alta, porém difícil ser estimada no Brasil. Essa dificuldade ocorre por falta de instrumentos validades de triagem auditiva. OBJETIVOS: Comparar o questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale e S/R do teste de dígitos com rúido com achados audiológicos em idosos. MÉTODOS: Estudo analítico observacional transversal aprovado (sob número 5.480.390) pelo Comitê de ética em pesquisa de uma Universidade Federal. Inicialmente foi realizada anamnese audiológica e o teste Mini-mental. Os critérios de inclusão foram idosos(>60 anos), ambos os sexos e cadastrados em uma associação de atividades sociais para idosos. Foram excluídos os idosos que apresentaram alterações neurológicas, timpanograma alterados e histórico ou presença de alterações no conduto auditivo externo. Foram realizadas audiometria tonal e vocal, imitanciometria e aplicação do questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale(SSQ), versão reduzida com 12 itens em português e o teste de dígitos no ruído. No TDR ,binaural, o limiar é obtido com 50% de acertos na relação sinal/ruído, quanto mais negativo, mais sujeito consegue identificar os números no ruído. RESULTADOS: Realizou-se 33 anamneses e Mini-mental. Dentre estes, apenas 29 foram incluídos, sendo dezoito do sexo masculino e onze do sexo feminino, com média de idade de 68 anos. Nove participantes apresentaram audição normal, um perda auditiva mista e dezenove perda auditiva sensorioneural. Quanto questionário SSQ, idosos sem alteração auditiva obtiveram pontuações com média de 9,4. Já com alterações auditivas, quanto maior o grau da perda de auditiva, menor foi a média obtida. Na associação da audiometria com TDR, observou-se que idosos com audição média quadritonal normal tiveram valores mais negativos que os que tinham algum tipo de deficiência auditiva e havia diferença dos valores relação aos graus da perda de auditiva. Com relação ao TDR, observou-se os idosos sem alterações auditivas obtiveram média -9,13 e com perda auditiva obtiveram média -6,23. CONCLUSÃO: Observou-se existência de alteração nas habilidades de reconhecimento de fala no ruído em idosos. Os idosos que possuem perda de audição apresentaram valores inferiores no TDR e valores inferiores no SSQ. Parece existir uma relação entre o limiar do TDR, SSQ e audiometria.
Palavras-chave: Perda auditiva. Audição. Inquéritos e Questionário.Percepção auditiva.#

AGUIAR, R. G. R.; DE ALMEIDA, K.; DE MIRANDA-GONSALEZ, E. C. Test-retest reliability of the speech, spatial and qualities of hearing scale (SSQ) in Brazilian Portuguese. International Archives of Otorhinolaryngology, v. 23, n. 4, p. 380–383, 2019. boletim diesse. [s.d.].

PÜRNER, D.; SCHIRKONYER, V.; JANSSEN, T. Changes in the peripheral and central auditory performance in the elderly—A cross-sectional study. Journal of Neuroscience Research, 2022.

SOUSA KC, SWANEPOEL DW, MOORE DR, SMITS C. A smartphone national hearing test: performance and characteristics of users. Am J Audiol.
2018;27(3S):448-54. http://dx.doi.org/10.1044/2018_AJA-IMIA3-18-0016.PMid:30452748.

SWANEPOEL DW, SOUSA KC, SMITS C, MOORE DR. Mobile applications to detect hearing impairment: opportunities and challenges. Bull World Health Organ. 2019;97(10):717-8. http://dx.doi.org/10.2471/BLT.18.227728. PMid:31656337
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.872
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ASSOCIAÇÃO DOS ASPECTOS EMOCIONAIS E SOCIAIS POR MEIO DO QUESTIONÁRIO HHIE-S E ACHADOS AUDIOMÉTRICOS EM IDOSOS
CORDEIRO, F.P. ; ANDRAUS, R. A. C. ; Poli-Frederico, R. C. ; Marchiori, L. L. M. ;

Introdução: O teste padrão ouro para diagnóstico da perda auditiva é a audiometria tonal limiar, no entanto, não é capaz de analisar questões emocionais e sociais, que podem ser detectadas pelos questionários de auto avaliação, sendo úteis em diversas situações na rotina clínica como triagem auditiva. O questionário Hearing Handicap Inventory for the Elderly Screening Version - HHIE-S versão reduzida dos questionários Hearing Handicap Inventory for the Adult - HHIA e do Screening Hearing Handicap Inventory for the Elderly - HHIE, tem aplicação rápida com 10 questões e fácil compreensão, o que favorece seu uso em indivíduos idosos, recomendado como um instrumento para triagem auditiva. Objetivo: Verificar a associação do handicap auditivo encontrado no questionário Handicap Inventory for the Elderly - Screening Version (HHIE-S) com os achados audiométricos em idosos com e sem perda auditiva. Metodologia: Estudo transversal com amostra de conveniência de 76 idosos do projeto Envelhecimento Ativo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, com o número de CAAE: 92480418.8.0000.5231. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e para compor a amostra, deveriam ter idade igual ou maior que 60 anos e nível de compreensão oral para a aplicação do questionário HHIE-S. As perguntas do questionário foram lidas oralmente, os participantes deveriam optar por apenas uma resposta para cada item: sim (4 pontos), algumas vezes (2 pontos) ou não (0 ponto). O escore total é de 0 a 40, dividido em três categorias: 0-8 pontos (sem handicap); 10-23 pontos (leve/moderado) e 24-40 (severo). A avaliação auditiva, foi baseada na média quadritonal dos limiares obtidos nas frequências de 500 Hz, 1, 2 e 4 KHz na orelha pior, recomendado OMS (2014).
Resultados: A amostra foi composta de 76 participantes, 67 (88%) do gênero feminino e 9 (12%) do gênero masculino, com média de idade de 70 anos ± 7,99. Utilizado o software IBM SPSS 21 com teste não paramétrico Mann-Whitney e teste Qui-quadrado com nível de significância de p≤0,05 e 95% de intervalo de confiança. Nos resultados da tabulação cruzada entre o handicap auditivo e audição, houve significância na Associação Linear por Linear, Sig. Assint. (2 lados) de χ2 (1) = 7,300 de p= 0,007 com estatística V de Cramer é 0,33 representando uma associação média, entre as variáveis. E nos resultados da tabulação cruzada entre o handicap auditivo e grau de audição, houve significância na Associação Linear por Linear, Sig. Assint. (2 lados) de χ2 (1) = 8,989 de p= 0,003 com estatística V de Cramer é 0,36 representando uma associação média, entre as variáveis. Conclusão: Neste estudo, concluímos que existe associação média e tendência significativa entre audição, avaliada pelo resultado da audiometria tonal limiar e as categorias do handicap auditivo do questionário HHIE-S. O questionário HHIE-S demonstrou ser um instrumento eficiente na triagem auditiva, para avaliar idosos com queixas da audição, pois é uma ferramenta de baixo custo, simples, rápida, de fácil compreensão e requer pouco tempo para sua aplicação.

Ralli M., Greco A., De Vincentiis M., Sheppard A., Cappelli G., Neri I., Salvi R. Tone-in-noise detection deficits in elderly patients with clinically normal hearing. Am. J. Otolaryngol. 2019;40:1–9. doi: 10.1016/j.amjoto.2018.09.012.
Servidoni AB, Conterno LO. Hearing Loss in the Elderly: Is the Hearing Handicap Inventory for the Elderly - Screening Version Effective in Diagnosis When Compared to the Audiometric Test?. Int Arch Otorhinolaryngol. 2018;22(1):1-8. doi:10.1055/s-0037-1601427
Wang J, Puel JL. Presbycusis: An Update on Cochlear Mechanisms and Therapies. J Clin Med. 2020 Jan 14;9(1):218. doi: 10.3390/jcm9010218. PMID: 31947524; PMCID: PMC7019248.
Wieselberg MB. Aauto-avaliação de portadores de deficiências auditivas para portadores de deficiência auditiva: o uso do HHIE [dissertação]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 1997: 108.
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Página(s): p.866
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE A ESCALA VISUAL ANALÓGICA (EVA) E GRAU DE SINTOMATOLOGIA DO ZUMBIDO EM IDOSOS
Gonçalves,L.F ; PAIVA, K.M ; Machado,M.J ; Cigana,L.B ; Haas,P. ; Burigo, LSP ;

Introdução: O zumbido é classificado como a percepção de sons que ocorrem na ausência de um estímulo acústico externo, podendo ocorrer associado às alterações ao longo da via auditiva, uma vez que a privação sensorial leva a desordens funcionais do sistema auditivo. O Tinnitus Handicap Inventory (THI) é um questionário que foi desenvolvido por Newman e colaboradores em 1996, composto por 27 perguntas, com um escore que varia de 0 a 100 e quanto maior o escore, maior é a repercussão do zumbido na qualidade de vida do indivíduo, sendo uma medida rápida, de fácil aplicação e interpretação. Um dos métodos mais utilizados é a escala visual análoga (EVA), bastante utilizada na avaliação da dor crônica. Nos pacientes com zumbido, é solicitada a atribuição de uma nota de 0 a 10 para o zumbido, com o auxílio de uma régua apropriada e a avaliação deve ser realizada em relação ao volume e incômodo atribuído. É de fácil aplicação e compreendida pela maioria dos pacientes, mas pode ser uma avaliação influenciada por aspectos culturais, intelectuais e psicológicos. Objetivo: Verificar associação entre a Escala Visual Analógica (EVA) e sintomatologia do zumbido em idosos. Metodologia: Estudo de transversal com análise dos dados de idosos com idades igual ou superior a 60 anos atendidos em um Instituto credenciado ao SUS, no período de maio de 2021 a julho de 2022, para avaliação e realização do exame Audiometria Tonal e Vocal e iniciarem o processo de reabilitação auditiva à partir do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Foi utilizado o protocolo Tinnitus Handicap Inventory (THI) para verificar a sintomatologia do zumbido nos pacientes e a Escala Visual Analógica (EVA) para estimar a intensidade da dor. CAAE: 39562720.8.0000.012. Resultados: Pacientes que apresentaram pontuação no protocolo THI sendo classificados como desprezível ou leve apresentaram pontuações menores na escala EVA, assim como idosos que pontuaram no protocolo THI com classificação do zumbido sendo severo ou catastrófico, pontuaram próximo ou igual à 10 pontos na escala EVA. Conclusão: A intensidade é a característica mais importante em termos de seguimento e se torna o parâmetro de melhora ou piora da queixa referida. Assim como, o THI que é um instrumento válido e reprodutível para ser utilizado na avaliação dos pacientes brasileiros que nos procuram queixando-se de zumbido, nos permitindo quantificar o impacto desse sintoma na qualidade de vida dos pacientes. A correlação entre os dois métodos, verificada em nossos dados, aumenta a credibilidade dos estudos já realizados com a EVA, um método mais simples e de melhor assimilação para essa população.

1. Martinez, J. E., Grassi, D. C., & Marques, L. G. (2011). Análise da aplicabilidade de três instrumentos de avaliação de dor em distintas unidades de atendimento: ambulatório, enfermaria e urgência. Revista Brasileira de Reumatologia, 51, 304-308.
2. Schmidt, LP, Teixeira, VN, Dall'Igna, C., Dallagnol, D., & Smith, MM (2006). Adaptação para língua portuguesa do avançado Tinnitus Handicap Inventory: validade e reprodutibilidade. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia , 72 , 808-810.
3. DAWES, P., Cruickshanks, K. J., Marsden, A., Moore, D. R., & Munro, K. J. (2020). Relationship between diet, tinnitus, and hearing difficulties. Ear and hearing, 41(2), 289.
4. Figueiredo, R. R., Azevedo, A. A. D., & Oliveira, P. D. M. (2009). Análise da correlação entre a escala visual-análoga e o Tinnitus Handicap Inventory na avaliação de pacientes com zumbido. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 75, 76-79.
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Página(s): p.668
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE ALTERAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL (PAC) E DESAFINAÇÃO VOCAL: REVISÃO SISTEMÁTICA
BERTOLUCCI, G. ; ALMEIDA, K. ; ROCHA-MUNIZ, C. ;

RESUMO
Introdução:
A afinação vocal refere-se à habilidade de reproduzir vocalmente um modelo acústico em correspondência às frequências de notas isoladas e abrange a capacidade de ouvir o som com precisão, para assim diferenciar, armazenar e reproduzi-lo adequadamente. Alguns estudos têm demonstrado a dependência entre a produção vocal com a percepção auditiva utilizando o feedback auditivo para os processos de aprendizagem e auto-monitoramento no canto e no treinamento vocal. Em outras palavras, a habilidade de controlar, provocar mudanças e aprimorar a produção vocal depende da percepção vocal, que envolve a integridade da percepção auditiva para um adequado julgamento ou discernimento do tom, da intensidade e da qualidade vocal. Para uma percepção auditiva adequada, faz-se necessária a integridade do processamento perceptual da informação auditiva no Sistema Nervoso Central e à atividade neurobiológica que subjaz esse processamento auditivo. Desta forma, muitos estudos estão surgindo, buscando investigar uma possível associação entre o processamento auditivo e a habilidade de afinação vocal.
Objetivo: Revisar sistematicamente a literatura para buscar evidências científicas sobre a associação entre a desafinação vocal e a alteração do Processamento Auditivo em indivíduos adultos, de ambos os sexos e ainda, recomendar direcionamentos para futuras pesquisas.
Metodologia: O presente estudo foi realizado conforme as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) utilizando as bases de dados Medline (PubMed), LILACS e SciELO. Utilizamos para o critério de elegibilidade a estratégia PICOS (P: População, I: Intervenção, C: Comparador, O: Desfecho e S: Tipos de estudo). A gestão eletrônica dos estudos dessa revisão foi realizada por meio do Rayyan. A análise de risco de viés foi realizada por meio da ferramenta ROBINS-I (Cochrane).
Resultados: Inicialmente, 111 publicações foram encontradas, das quais 2 foram excluídos por duplicidade. Em conformidade com os critérios de elegbilidade, 65 foram excluídos após triagem no título, 37 foram excluídos devido ao resumo, restando 7 artigos. Esses 7 artigos foram analisados na íntegra e subsequentemente, passaram para a análise de risco de viés por meio da ferramenta ROBINS-I. De forma geral, os estudos apresentaram risco de viés moderado. Em relação aos testes que avaliam a afinação vocal, podemos citar que o mais utilizado foi o teste “pitch matching”. Em relação ao processamento auditivo, em todos os estudos avaliados, os autores focaram, principalmente, na habilidade de Processamento Auditivo Temporal. Os testes utilizados para mensurar essa habilidade foram: TPF, TPD, RGDT e GIN. Frequentemente, a maioria dos estudos selecionados verificou uma possível relação entre o desempenho no TPF e TPD e o desempenho de indivíduos afinados e desafinados. Entretanto, estudos tem demonstrado que, tanto o TPF quanto o TPD envolvem processos cognitivos, como atenção sustentada e memória operacional.
Conclusão: A presente revisão sistemática verificou que não há evidências suficientes para concluir se há relação entre alterações no PAC e desafinação vocal. Portanto, reforçamos a importância de desenvolver mais estudos acerca desse tema, utilizando, além de avaliação comportamentais, avaliação eletrofisiológica.

1. American Speech-Language-Hearing Association (ASHA). (Central) Auditory Processing Disorders: The role of the audiologist. Rockville, MD. ASHA, 2005.
2. Ramos JS, Feniman MR, Gielow I, Silverio KCA. Correlation between Voice and Auditory Processing. J Voice. 2018. Nov;32(6):771.e25-771.e36. Epub 2017 Sep 28.
3. Fadel CBX, Ribas A, Lüders D, Fonseca VR, Lima Cat MN. Pitch-Matching Accuracy and Temporal Auditory Processing. Int Arch Otorhinolaryngol 2018; 22: 113-118.
4. Moreti F, Pereira LD, Gielow I. Pitch-matching scanning: comparison of musicians and non-musicians performance. J Soc Bras Fonoaudiol. 2012;24:368–373.
5. Musiek FE. Frequency (pitch) and duration patterns tests. J. American Academy of Audiology, v. 5, n. 4, p. 265- 268, Hamilton, 1994. PMID: 7949300.
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Página(s): p.794
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE COGNIÇÃO GLOBAL E GRAU DE SINTOMATOLOGIA DO ZUMBIDO EM IDOSOS
Gonçalves,L.F ; Paiva, K.M ; Machado,M.J ; Cigana,L.B ; Haas. P ; Burigo,L.S.P ;

Introdução: O zumbido é classificado como um importante sintoma otológico comum, caracterizado pela percepção auditiva na ausência de estímulo externo. A consciência constante dessa percepção muitas vezes causa sofrimento considerável, além das complicações psicológicas, como dificuldades sociais e emocionais. Estudos relatam comprometimento cognitivo em pacientes com zumbido e a função cognitiva normalmente envolve atenção, concentração, uso da memória de trabalho e processamento de informações. A literatura indica associação entre comprometimento cognitivo e zumbido, no qual pacientes com zumbido apresentaram baixo desempenho em tarefas cognitivas envolvendo atenção e memória de trabalho. O impacto do zumbido na qualidade de vida é melhor definido pela identificação das deficiências cognitivas associadas para uma reabilitação ideal. Objetivo: Verificar associação entre cognição global e grau de sintomatologia do zumbido em idosos. Metodologia: Estudo de transversal com análise dos dados de idosos com idades igual ou superior a 60 anos atendidos em um Instituto credenciado ao SUS, para avaliação e realização do exame Audiometria Tonal e Vocal e iniciarem o processo de reabilitação auditiva à partir do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Foi utilizado o protocolo Tinnitus Handicap Inventory (THI) para verificar a sintomatologia do zumbido nos pacientes, sendo um questionário composto por 27 perguntas, com um escore que varia de 0 a 100 e quanto maior o escore, maior é a repercussão do zumbido na qualidade de vida do paciente, e o protocolo Montreal Cognitive Assessment (MoCA) para avaliação da cognição global, no qual avalia domínios cognitivos como Visuoespacial/Executivo, Nomeação, Memória, Atenção, Linguagem, Abstração, Recordação Tardia e Orientação (para tempo e lugar). CAAE: 39562720.8.0000.012. Resultados: Pacientes que apresentaram pontuação no protocolo THI sendo classificados como desprezíveis ou leves apresentaram pontuações superiores no MOCA, ou seja, com maiores acertos, e idosos que pontuaram no protocolo THI com classificação do zumbido sendo severo ou catastrófico, apresentaram pontuações inferiores no MOCA. Conclusão: A gravidade do zumbido parece ser um potencial para predizer o comprometimento cognitivo leve, sugerindo o mecanismo subjacente entre zumbido e déficit cognitivo. Dado que o comprometimento cognitivo leve está altamente relacionado à demência, a avaliação das funções cognitivas em pacientes idosos com zumbido poderia ser considerada na avaliação inicial do zumbido.


1. Lee, S. Y., Lee, J. Y., Han, S. Y., Seo, Y., Shim, Y. J., & Kim, Y. H. (2020). Neurocognition of aged patients with chronic tinnitus: focus on mild cognitive impairment. Clinical and experimental otorhinolaryngology, 13(1), 8-14.
2. Ma, X., Li, W., Wang, Q., He, X., Qu, X., Li, T., ... & Liu, Z. (2022). Intrinsic network changes associated with cognitive impairment in patients with hearing loss and tinnitus: a resting-state functional magnetic resonance imaging study. Annals of Translational Medicine, 10(12).
3. Das SK, Wineland A, Kallogjeri D, Piccirillo JF. Cognitive speed as an objective measure of tinnitus. Laryngoscope. 2012; Nov. 122(11):2533–8.
4. Gudwani S, Munjal SK, Panda NK, Kohli A. Association of chronic subjective tinnitus with neuro- cognitive performance. Int Tinnitus J. 2017; Dec. 21(2):90–7.


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Página(s): p.669
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE HÁBITOS ALIMENTARES E SINTOMATOLOGIA DO ZUMBIDO EM IDOSOS
GONÇALVES, L. F. ; PAIVA, K. M. ; MACHADO, M. J. ; CIGANA, L. B. ; BRAND, C.C. ; HAAS, P. ;

Introdução: O zumbido é acompanhado por uma ampla gama de sintomas emocionais negativos e impacta significativamente na qualidade de vida dos indivíduos. Devido à eficácia limitada da avaliação audiológica e da medição psicoacústica, escalas e questionários auto-relatados são amplamente utilizados na avaliação da gravidade do zumbido percebido individualmente. Observa-se na literatura que indivíduos com melhor qualidade alimentar tendem a apresentaram menor probabilidade de relatar zumbido com relação a indivíduos que apresentam hábitos alimentares com presença de açúcares e gorduras. Percebe-se que o zumbido, enquanto sintoma, parece ser influenciado pelo consumo ou restrição de determinados alimentos e bebidas, havendo melhora no desconforto causado por este sintoma, após controle nutricional. Objetivo: Verificar associação entre hábitos alimentares e sintomatologia do zumbido em idosos. Metodologia: Estudo de transversal com análise dos dados de idosos com idades igual ou superior a 60 anos atendidos em um Instituto credenciado ao SUS, para avaliação e realização do exame Audiometria Tonal e Vocal e iniciarem o processo de reabilitação auditiva à partir do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Foi utilizado o protocolo Tinnitus Handicap Inventory (THI) para verificar a sintomatologia do zumbido nos pacientes. CAAE: 39562720.8.0000.012. Resultados: O estudo obteve como amostra (n=517) idosos. Destaca-se que indivíduos que consomem chá apresentaram associação com relação à presença do zumbido (63,9%) quando comparados aos que não consomem. Além disso, pacientes que não realizavam o consumo de doces relataram não apresentar a sintomatologia do zumbido (24,6%). Conclusão: Indivíduos com melhor qualidade alimentar apresentaram menor probabilidade de relatar zumbido, corroborando o referido pela literatura. Esses achados oferecem informações sobre possíveis associações dietéticas com zumbido, podendo ser útil ao discutir as opções de tratamento em combinação com outras mudanças e terapias no estilo de vida.



Referências:

1. Schmidt, L. P., Teixeira, V. N., Dall’Igna, C., Dallagnol, D., & Smith, M. M. (2006). Adaptação para língua portuguesa do questionário Tinnitus Handicap Inventory: validade e reprodutibilidade. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 72, 808-810.
2. LANGGUTH, Berthold; KREUZER, Peter M; KLEINJUNG, Tobias; RIDDER, Dirk de. Tinnitus: causes and clinical management. The Lancet Neurology, [S.L.], v. 12, n. 9, p. 920-930, set. 2013. Elsevier BV.
3. DAWES, P., Cruickshanks, K. J., Marsden, A., Moore, D. R., & Munro, K. J. (2020). Relationship between diet, tinnitus, and hearing difficulties. Ear and hearing, 41(2), 289.
4. TANG, D., Tran, Y., Shekhawat, G. S., Burlutsky, G., Mitchell, P., & Gopinath, B. (2021). Dietary Fibre Intake and the 10-Year Incidence of Tinnitus in Older Adults. Nutrients, 13(11), 4126.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.671
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE PERDA AUDITIVA E DEMÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA.
Janisch, G.L. ; Soldera. C.L.C. ; Boscolo, C.B. ; Beber, B.C. ;

Introdução: O envelhecimento populacional vem ocorrendo em vários países e com diferentes ritmos.
Entre as possíveis modificações em decorrência do envelhecimento, pode estar presente a perda
auditiva. A perda auditiva relacionada à idade pode estar associada ao aumento do declínio cognitivo
e ao aumento do risco de desenvolver demência. Objetivo: Buscar verificar a associação entre a
perda auditiva não tratada e a demência, e se a primeira seria um preditor para a segunda.
Metodologia: O presente estudo constitui-se de uma revisão integrativa de literatura, que contou com
a busca de artigos nas bases de dados PubMed, BVS e SciELO. A estratégia de busca foi composta
pelos descritores: ((“Hearing loss”) OR (“Deafness”)) AND ((“Dementia”) OR (“Cognitive impairment”))
AND((“Old adults”) OR (“Elderly”)). Utilizou-se como filtro nas bases de literatura: textos publicados
nos idiomas inglês, português ou espanhol, textos publicados entre 2017 e 2022 e publicações
gratuitas. Devido ao fato de a revisão de literatura utilizar-se de dados de domínio público, não houve
necessidade de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultado: Inicialmente, 1.058 artigos
foram triados por título e resumo. A revisão integrativa de literatura resultou em uma amostra de 14
artigos. Os EUA foram o país que mais teve estudos realizados, apenas cinco pesquisas fizeram uso
da audiometria tonal na avaliação audiológica dos participantes e o instrumento mais utilizado para
avaliação cognitiva foi o Mini-Mental State Examination. Conclusão: A partir dos achados da presente
revisão de literatura, foi possível constatar que a perda auditiva não tratada está associada ao
declínio cognitivo e à demência. Entretanto, a perda auditiva não tratada não poderia ser considerada
um preditor para a demência, pois esta associação é ainda pouco compreendida.

-Amieva, H., Ouvrard, C., Meillon, C., Rullier, L., Dartigues, J. (2018). Death, Depression, Disability, and Dementia Associated With Self-reported Hearing Problems: A 25-Year Study. J. Gerontol. A. Biol. Sci. Med. Sci.; 73(10): 1383-1389. Recuperado em 23 junho, 2022, de: https://doi.org/10.1093/gerona/glx250
-Brewster, K. K., Hu, M., Wall, M. M., Brown, P. J., Zilcha-Mano, S., Roose, S. P., Stein, A., Golub, J. S., Rutherford, B. R. (2021). Age-Related Hearing Loss, Neuropsychological Performance, and Incident Dementia in Older Adults. Journal of Alzheimer's disease; 80(2): 855–864. Recuperado em 23 junho, 2022, de: https://doi.org/10.3233/JAD-200908
-Chang, Y., Rah, Y. C., Lee, M. K., Park, S., Kim, B., Han, K., Choi, J. (2020). Association between the severity of hearing loss and the risk of dementia within the 2010-2017 national insurance service survey in South Korea. Sci. Rep.; 10(1): 20679. Recuperado em 23 junho, 2022, de: https://doi.org/10.1038/s41598-020-77752-1
-Fu, X., Liu, B., Wang, S., Eikelboom, R. H., Jayakody, D. M. P. (2021). The Relationship Between Hearing Loss and Cognitive Impairment in a Chinese Elderly Population: The Baseline Analysis. Front. Neurosci.; 15: 749273. Recuperado em 23 junho, 2022, de: https://doi.org/10.3389/fnins.2021.749273
-Irace, A. L., Armstrong, N. M., Deal, J. A., Chern, A., Ferrucci, L., Lin, F. R., Resnick, S. M., Golub, J. S. (2022). Longitudinal Associations of Subclinical Hearing Loss With Cognitive Decline. J. Gerontol. A. Biol. Sci. Med. Sci.; 77 (3): 623-631. Recuperado em 23 junho, 2022, de: https://doi.org/10.1093/gerona/glab263
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.767
ISSN 1983-1793X
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ATENDIMENTO AUDIOLÓGICO AO PACIENTE COM OTITE MÉDIA E\OU ZUMBIDO
Santos, C. D. ; Weingaertner, L. W. ; Teixeira, A. R. ; Unchalo, A. L. S ;

INTRODUÇÃO: Dentre os objetivos da extensão universitária, está a integração com a pesquisa e o ensino. Além disso, possibilita aos acadêmicos o contato com pacientes, aprimorando e ampliando os conhecimentos teóricos e práticos. OBJETIVO: Descrever e analisar as atividades desenvolvidas em programa de extensão universitária voltada aos pacientes com zumbido e otite. METODOLOGIA: Inicialmente os pacientes com zumbido crônico e otite são atendidos pela equipe de otorrinolaringologia. Na sequência, realizam avaliação audiológica, que compreende, nos casos de otite média crônica, audiometria tonal e vocal e, quando possível, medidas de imitanciometria acústica. Nas situações de zumbido, a avaliação ainda inclui pesquisa de limiares tonais em altas frequências, limiar de desconforto e medidas psicoacústicas do zumbido (pitch, loudness, nível mínimo de mascaramento e mascaramento residual). Não existe limitação de idade e são atendidos pacientes de ambos os sexos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (CAEE 70142817.0.0000.5327). RESULTADOS: O programa está em sua nona edição e ao longo deste período foram atendidos 1.456 pacientes entre março de 2013 e março de 2020, via Sistema Único de Saúde. Em decorrência da pandemia de COVID-19 houve suspensão das atividades presenciais entre março de 2020 e janeiro de 2022. Neste período, algumas ações foram elaboradas e realizadas em caráter online: participação em live sobre zumbido; organização de novos trabalhos para envio em congressos online e realização de cursos sobre zumbido para alunos dos cursos de Fonoaudiologia de instituições do sul, sudeste e nordeste. Outro curso ofertado no período de pandemia foi sobre treinamento musical para pacientes com distúrbios do processamento auditivo, alteração que é frequente em indivíduos com otite média crônica. Além disso, fizeram parte do programa 49 acadêmicos entre bolsistas e voluntários, os quais possibilitaram a realização de duas dissertações de mestrado, uma tese de doutorado, oito trabalhos de conclusão de graduação em Fonoaudiologia, três monografias de especialização em fonoaudiologia/audiologia, 65 trabalhos em anais de congresso, 15 artigos científicos e dois capítulos de livros. CONCLUSÃO: As atividades desenvolvidas no programa têm resultado positivo para todos os alunos e pacientes de otite média crônica e/ou zumbido atendidos em um Hospital Público referência em saúde auditiva. Os pacientes são beneficiados por atendimentos de qualidade, com maior agilidade e consequente diminuição do tempo de espera entre as consultas, já os alunos são beneficiados pela possibilidade de integrar teoria, prática, extensão e pesquisa, além de experienciar a atuação interdisciplinar.

1. BAGULEY, David. Tinnitus. Lancet, Reino Unido, v. 382, n. 9904, p. 1600-1607, novembro, 2013.

2. SEIDMAN, Michael D. et al. Tinnitus: current understanding and contemporary management. Current Opinion in Otolaryngology & Head and Neck Surgery, Reino Unido, v. 18, n. 5, p. 363-368, outubro, 2010.

3. SILVA, M.N.L.; SELAIMEN, F. Otite média crônica não colesteatomatosa. In: PILTCHER, O.B.; COSTA, S.S.; MAAHS, G.S.; KUHL, G. (org). Rotinas em otorrinolaringologia. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 34-40.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.949
ISSN 1983-1793X
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ATIVIDADE CORTICAL DURANTE PROCESSAMENTO DE ESTÍMULOS DE FALA: UM ESTUDO PILOTO EM NORMO-OUVINTES COM ESPECTROSCOPIA DE LUZ INFRAVERMELHO PRÓXIMO
Balen, S.A. ; Vasconcelos, I.C. ; Soares, I.A. ; Morya, E. ;

Introdução: O uso de medidas de atividade cortical para avaliar os processos envolvidos durante a escuta de estímulos de fala são cruciais na clínica fonoaudiológica no intuito de compreender a natureza dos transtornos, contribuindo no diagnóstico e intervenção de pessoas com alterações no processamento auditivo. Neste sentido, a espectroscopia de luz infravermelho próximo (fNIRS) com estímulos de fala torna-se uma medida da hemodinâmica cerebral promissora para a qual são necessárias pesquisas de base com diferentes parâmetros e protocolos em todas as faixas-etárias. Objetivo: Foi analisar a hemodinâmica cerebral de normo-ouvintes adultos com estímulos de fala. Metodologia: Estudo transversal e observacional. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (n.5.323.957). Este piloto consta da avaliação de cinco adultos normo-ouvintes (20 a 49 anos) utilizando o fNIRS com estímulo natural de fala /ba/ e /da/ apresentado binauralmente a 80 dB NA. Foi utilizado o equipamento NIRSport (NIRx Medical Tech, 760 e 850 nm, 7.81 Hz). 20 canais (10 por hemisfério) criados com quatro fontes e quatro detectores por hemisfério colocados em uma touca de EEG (Easycap) separados por 3 cm. As análises utilizaram Python MNE e MNE-NIRS. Um filtro passa banda de 0.05Hz a 0.5Hz foi utilizado para remover batimentos cardíacos e variações lentas. Épocas de -1s antes do início do estímulo e 10s após foram selecionadas. A média por canal, participante e condição foi exportada para análise estatística. Foi aplicado o teste de Shapiro Wilks. Posteriormente, o teste Kruskal Wallis na análise comparativa da Hemoglobina Oxigenada (HbO) entre as condições em função dos hemisférios e canais. Adotou-se um nível de significância de 5%. Resultados: Os resultados evidenciaram diferença no HbO entre a condição /ba/ e baseline (p=0,02), porém o mesmo não foi observado entre as demais condições. A HbO entre os canais mais anteriores na região temporal (1 a 4 HE; 11 a 14 HD) foram semelhantes aos canais posteriores nesta região (5 a 10 HE; 15 a 20 HD). Conclusão: Constatou-se variabilidade entre os sujeitos evidenciando a necessidade da continuidade do estudo com análise de determinantes biológicos (sexo e idade) e sociais (escolaridade, nivelsocioeconomico) entre os sujeitos.

HICKO, G, POEPPEL, D. The cortical organization of speech processing. Nat Rev Neurosci. v.8, n.5, 393–402, 2007.
LUKE, R. et al. Analysis methods for measuring passive auditory fNIRS responses generated by a block-design paradigm. Neurophotonics, v. 8, 22 maio 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1117/1.NPh.8.2.025008.
MAO, D., et al. Speech token detection and discrimination in individual infants using functional near-infrared spectroscopy. Scientific reports, 11(1), 24006. 2021. https://doi.org/10.1038/s41598-021-03595-z
WILCOX, T.; BIONDI, M.. FNIRS in the developmental sciences. Wires Cognitive Science, [S.L.], v. 6, n. 3, p. 263-283, 23 fev. 2015. Wiley. http://dx.doi.org/10.1002/wcs.1343
ZATORRE, R.J., BELIN, P. Spectral and temporal processing in human auditory cortex. Cereb Cortex. Out 2001; 11(10): 946–953.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.842
ISSN 1983-1793X
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ATIVIDADES EM LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS DESENVOLVIDAS PELO PET FONOAUDIOLOGIA
Gonçalves, A. L. S. ; Lemos, D. F. ; Oliveira, A.L.G.R. ; Matos, H. G. C. ; Ottaviani, A. L. C. ; Santos, G. Z. ; Maciel, D. F. ; Nader, M.J.M. ; Lopes, F.B.S. ; Blasca, W. Q. ;

Introdução: A Lei Nº 10.436 de 24 de abril de 2002 que dispõe sobre a Língua brasileira de sinais (Libras), reconhece a língua como meio legal de comunicação e expressão, além disso, assegura que serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva. Perante a reabilitação do deficiente auditivo, surgem diversas abordagens/filosofias educacionais, dentre elas, o bilinguismo, que consiste na aquisição da Libras como primeira língua e o português oral e/ou escrito como segunda língua. Tendo em vista que o fonoaudiólogo tem papel fundamental na reabilitação do deficiente auditivo, o conhecimento em Libras, mesmo que incipiente, é primordial. Objetivo: Relatar a experiência de organização de eventos sobre Libras para a comunidade acadêmica Metodologia: Não houve necessidade de submissão no CEP. Foi realizado um módulo de ensino de Libras, com o objetivo de promover um maior conhecimento sobre o tema, no qual foram realizados 3 eventos com duração média de 1 hora, sendo um foi realizado presencialmente e dois realizados remotamente via Google Meet, que contaram com a participação de intérpretes de Libras. A organização dos eventos foi realizada por três alunos da graduação e um da pós-graduação. Os tópicos abordados foram sobre conhecimentos básicos em Libras; cultura e comunidade surda; e reabilitação auditiva utilizando a abordagem educacional bilíngue, destacando informações relevantes como a atuação do fonoaudiólogo na área e a importância do tratamento centrado na família. Assim como, a realização de rodas de conversa, de modo a desenvolver um espaço de trocas de conhecimento e desenvolvimento de atividades práticas. Resultados: As atividades desenvolvidas foram: (I) Libras: Uma visão geral; (II) Bilinguismo: Uma abordagem educacional; e (III) Libras: Uma aula básica. As transmissões foram gravadas e disponibilizadas no Youtube. Os eventos contabilizaram uma participação total de 149 pessoas e obteve 69 visualizações e 2700 impressões no Youtube. Participaram ao todo nove indivíduos que utilizam a Libras como meio de comunicação e, também, foi observada uma vasta diversidade na área de formação dos espectadores. Os eventos foram avaliados através de um formulário eletrônico e receberam comentários positivos quanto à escolha do tema, palestrantes e convidados. Conclusão: Diante do número de espectadores alcançados, foi possível constatar que o evento obteve grande visibilidade e relevância entre acadêmicos e profissionais da fonoaudiologia, quanto entre o público externo e demais profissionais. Dessa forma, a organização do evento obteve sucesso em sua execução, na abordagem do tema Libras e correlatos, que são fundamentais para a formação do aluno quanto universitário e, também, proporcionam o compartilhamento desse conhecimento além dos muros da universidade. Dessa forma, a condução de atividades com objetivo de difundir conhecimentos em Língua Brasileira de Sinais, assim como, a atuação do fonoaudiólogo utilizando a abordagem educacional bilíngue deve ser contínua para ampliar o acesso da comunidade a informações sobre o tema.

Cuidado Centrado na Família (CCF). Disponível em: .
LEI No 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002. Disponível em: .
CAPOVILLA, F. C. Filosofias educacionais em relação ao surdo: do oralismo à comunicação total ao bilinguismo. 1. ed. Revista Brasileira de educação especial: [s.n.]. v. 6p. 99–116
Making Choices About Communication | Aussie Deaf Kids. Disponível em: . Acesso em: 24 fev. 2022.

BEVILACQUA, Maria Cecília; FORMIGONI, Gisela Maria Pimentel. Audiologia educacional: uma opção terapêutica para a criança deficiente auditiva. [S.l: s.n.], 1998.
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Página(s): p.963
ISSN 1983-1793X
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ATUAÇÃO DOS FONOAUDIÓLOGOS NA ÁREA DE AUDIOLOGIA EM NATAL/RN: ESTUDO PRELIMINAR
Alves, N. O. ; Costa, L. R. ; Campos, P. D. ;

A reabilitação auditiva (RA) é o processo que minimiza as dificuldades que o indivíduo vivencia como resultado de uma deficiência auditiva, reduzindo as barreiras na comunicação. Envolve desde a etapa de ajuste do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) à terapia fonoaudiológica individualizada. Conforme a Portaria SAS/MS nº 587, de 07 de outubro de 2004, o serviço de saúde auditiva é responsável pela reabilitação integral dos pacientes devendo garantir a terapia fonoaudiológica individual em adultos, com direito a quatro sessões, de 45 minutos cada, incluindo a avaliação e reabilitação dos aspectos auditivos e de linguagem. Sendo assim, presente estudo tem como objetivo analisar a atuação dos profissionais fonoaudiólogos na área da audiologia, como também, os procedimentos e serviços prestados pelas empresas públicas e privadas relacionados à RA em Natal/RN. Os centros de saúde auditiva foram contatados por meio de ligação ou presencialmente, convidando os fonoaudiólogos integrantes da equipe para participar da pesquisa. Os dados foram obtidos por meio de um questionário online. Dentre os 43 serviços de saúde auditiva listados para o contato, apenas 13 responderam ao questionário enviado. A amostra se caracteriza por fonoaudiólogos jovens adultos com 61,5% dos participantes que responderam o questionário entre 31 e 40 anos e 38,5% entre 21 e 30 anos. Com relação à formação acadêmica, é possível observar uma prevalência de formação continuada: apenas um não possui pós-graduação, dos demais 69,2% possuem especialização Lato Sensu e 23,1% o título de mestre. O tempo de atuação na área de audiologia variou entre um e até 20 anos, sendo a maioria com atuação por mais de 6 anos. Dentre os participantes, 69,2% trabalham em regime de até 40h semanais, com 84,6% trabalhando em instituição privada. Quanto à área de atuação dentro da audiologia, foi identificado que 92,3% atuam na avaliação audiológica básica, seguido de maior atuação na área de dispositivos eletrônicos auxiliares à audição (76,9%) e reabilitação auditiva em menor número com apenas três fonoaudiólogos atuando.
Com relação aos procedimentos realizados com frequência em sua prática clínica, a realização da anamnese foi unânime, com segunda maior frequência o aconselhamento informativo (84,6%, n = 11). Mais de dois terços (69,2%, n = 9) dos fonoaudiólogos realizam procedimentos relacionados à adaptação e ajustes de dispositivos auxiliares, com a minoria atuando com procedimentos voltados para a RA. Em média os fonoaudiólogos realizam 6,8 (mínimo = 1; máximo = 14) dos 16 procedimentos (mínimo = 1; máximo = 14) listados. Com relação aos procedimentos relacionados ao AASI, quatro participantes realizam ganho de inserção e teste de percepção auditiva da fala como medidas de verificação e validação do AASI, enquanto apenas dois realizam a aplicação de questionários em conjunto com os demais procedimentos. Dentre os profissionais atuantes na cidade de Natal/RN entrevistados, prevaleceu quem realizava a adaptação de dispositivos eletrônicos auxiliares à audição e poucos trabalham na área de RA. Quanto aos procedimentos, foi identificado que os fonoaudiólogos realizam mais anamnese e aconselhamento informativo, enquanto o treinamento das habilidades cognitivas foi pouco executado.

Moreira HG, Brasil ALM, Malavolta VC, Brückmann M, Garcia MV. Treinamento cognitivo e auditivo acusticamente não controlado para população idosa: um estudo de caso. Audiology - Communication Research [Internet]. 2021;26. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-64312021000100605&tlng=pt
Barreira-Nielsen CSC, Campos LS. Implementação do modelo híbrido da teleaudiologia: aceitação, viabilidade e satisfação em um programa de implante coclear. Audiology - Communication Research [Internet]. 2022;27. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-64312022000100327&tlng=pt
Matos IL de, Rocha AV, Mondelli MFCG. Aplicabilidade da orientação fonoaudiológica associada ao uso de aparelho de amplificação sonora individual na redução do zumbido. Audiology - Communication Research [Internet]. 2017 Nov 9;22(0). Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-64312017000100335&lng=pt&tlng=pt
Brasil. Portaria SAS no 587 de 07/10/2004 [Internet]. Brasil. 2022 [cited 2022 Nov 13]. Available from: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=187980
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Página(s): p.823
ISSN 1983-1793X
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AUDIÇÃO E FISSURA LABIOPALATINA: GUIA INFORMATIVO
Moura, G. C. ; Brandão, G. R. ; Piazentin-Penna, S. H. A. ; Dutka, J. C. R. ;

Introdução: Crianças com fissura labiopalatina apresentam frequentemente otite média, em decorrência de alterações anatômicas e/ou funcionais da tuba auditiva. Em função disso, materiais como cartilhas e manuais sobre anomalias craniofaciais, bem como suas possíveis complicações otológicas e audiológicas, devem fazer parte do processo de intervenção preventiva e de reabilitação. Objetivo: Aprimorar o material informativo sobre audição existente na Seção de Fonoaudiologia do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP), direcionado a pais e cuidadores de bebês com fissura labiopalatina. Metodologia: Este trabalho contemplou os preceitos éticos estabelecidos pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HRAC-USP e não necessitou de parecer do mesmo, visto não ter envolvimento de seres humanos para sua elaboração. Foi desenvolvido como conclusão de Residência Multiprofissional em Síndromes e Anomalias Craniofaciais do HRAC-USP, na área da Fonoaudiologia, contando com apoio da ONG Smile Train na formatação, arte e impressão. Para a elaboração do manual informativo, em formato de panfleto tamanho A4 impresso e digital, foram realizadas buscas de artigos científicos nas bases de dados Lilacs, Medline e Scielo, além da busca de informações em website, livros, folhetos educativos, dissertações e teses relacionados ao tema, somado à experiência clínica de profissionais que atuam há mais de 15 anos na área, baseando-se nos maiores questionamentos dos pacientes, pais e/ou cuidadores. Posteriormente foram seguidas as etapas de definição de conteúdo do manual, elaboração gráfica e desenvolvimento, seleção das imagens e implementação. Para a elaboração gráfica, foi utilizado o programa Microsoft Word do pacote Office e o site/plataforma de design gráfico “Canva” e para a elaboração das ilustrações, o aplicativo Ibis Paint X. Resultados: Foi elaborado um material informativo para ser utilizado por estudantes, profissionais de saúde, pais e cuidadores, contendo orientações a respeito das alterações de audição do indivíduo com fissura labiopalatina. O manual contém um total de 20 páginas, sendo cada uma delas composta por textos e ilustrações didáticas, com o objetivo de facilitar o entendimento do leitor, contendo tópicos como a importância de ouvir bem, como saber se uma criança está ouvindo bem, como a audição do bebê é avaliada, o que pode levar à perda auditiva, como a criança com fissura escuta, como prevenir as alterações de audição e como tratar a otite. Conclusão: O resultado deste trabalho foi a elaboração de um material informativo contendo 20 páginas. Espera-se que este material sobre audição favoreça a compreensão e assimilação por parte dos pais/cuidadores, das orientações sobre os cuidados necessários com a audição de indivíduos com fissura labiopalatina.

CARVALHAL, L. H. S. et al. Otologic findings in patients with cleft lip and palate or isoled cleft palate. Otolaryngol Head Neck Surg, v. 131, n. 2, p. 269-270, Aug. 2004.

CROWLEY, J. S. et al. Speech and Audiology Outcomes After Single-Stage Versus
Early 2-Stage Cleft Palate Repair. Ann Plast Surg, v. 0, n. 0, Feb. 2021.

GODINHO, R. N. et al. Cleft lip and palate associated hearing loss in Brazilian children. Int J Pediatr Otorhinolaryngol, v. 115, p. 38-40, Dec. 2018.

JCIH - Joint Committee on Infant Hearing. Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Journal of Early Hearing Detection and Intervention, v. 4, n. 2, p. 1-44, 2019.

PARADISE, J. Otitis media in infants and children. Pediatrics, v. 65, n. 5, p. 917–943, May 1980.
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Página(s): p.754
ISSN 1983-1793X
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AUDIOLOGIA, ERGONOMIA E SAÚDE DO TRABALHADOR
Umeoka-Hidaka, M.T. ; Momensohn Santos, T. M. ;

Ergonomia é a ciência que estuda a relação do ser humano com o trabalho e está relacionada com a melhoria dessa relação. A eficiência da ergonomia propicia uma melhor saúde física e mental, contribuindo para o bem-estar do trabalhador e consequentemente maior produtividade. Há três tipos de ergonomia: Física, Cognitiva e Organizacional. A ergonomia física diz respeito às características da anatomia humana, por meio de estudos da fisiologia, antropometria e biomecânica do corpo humano. A ergonomia cognitiva engloba processo mentais associados as atividades, tais como: concentração, raciocínio, memória, tomada de decisões, reação ou percepção motora e percepção de cenário, ou seja, foca nos aspectos mentais, emocionais e psicomotores dos trabalhadores, contribui para que o trabalho se torne saudável. A ergonomia Organizacional é a gestão para implementação dos princípios da ergonomia na empresa, na cultura organizacional, canais de comunicação, formato de feedbacks e projetos de participação multidisciplinar. Na saúde do trabalhador a NR 17 utiliza as normas de ergonomia para preservar e garantir a saúde dos trabalhadores, definindo parâmetros como postura, movimentos repetitivos, uso de máquinas, materiais e condições ambientai. Além disso comtempla os Distúrbios de voz relacionados ao trabalho e o ruído ambiental. Todos os produtos utilizados devem estar dentro dos parâmetros ergonômicos. Objetivo: Analisar a luz dos princípios da ergonomia, a saúde dos trabalhadores que atuam em open office. Metodologia: CEP-Parecer:4.242.761. CAAEE:34712720.4.0000.5482. estudo retrospectivo, descritivo, de prontuários de trabalhadores que atuam em open office. Foram coletados dados relativos a: perfil sociodemográfico, dados da audiometria tonal liminar, de saúde, queixas auditivas, incômodo ao ruído ambiental e uso de fones de ouvido. Os dados foram digitados em planilha Excel e submetidos a análise estatística descritiva. Resultados: Foram analisados 1502, com idade entre 18 e 40 anos de idade, 78,9% nunca tinham se submetido ao exame audiométrico, 97% apresentaram limiares dentro da normalidade, 87,18% quando analisados por frequência isolada considerando limiares auditivos até 20 dB, em decorrência das perdas auditivas em 6KHz e 8KHz, 44,4% usavam fones de ouvido no trabalho para minimizar a interferência do ruído ambiental, nas situações de concentração e 1,2% alegaram incomodo auditivo no ambiente de trabalho. Conclusão: Os sujeitos da pesquisa apresentaram perdas auditivas e pouca conscientização sobre os danos do ruído. O open office foi criado com o objetivo de derrubar barreiras hierárquicas na organização e muito utilizado atualmente para retenção de talentos. Porém os estudos têm demonstrado que a maior queixa dos trabalhadores é em relação ao ruído de fundo. O fonoaudiólogo do trabalho é primordial nas ações de saúde auditiva desses trabalhadores e deve se apropriar dos conceitos de ergonomia principalmente em relação ao Além disso comtempla os Distúrbios de voz relacionados ao trabalho e o ruído ambiental. Gerenciamento de Riscos Ocupacionais possibilita uma análise mais criteriosa dos riscos ambientais, nos diferentes seguimentos da organização, e como consequência a do ruído ambiental e seus danos ã saúde do trabalhador e que articulada com o Programa de Gerenciamento de Riscos e o Programa de Prevenção da Perda Auditiva deverá trazer muitos benefícios ao trabalhador.

1. Jahncke H, Halin N. Performance, fatigue and stress in open-plan offices: The effects of noise and restoration on hearing impaired and normal hearing individuals. Noise Health 2012;14:260-72
2. Eggemann C, Koester M, Zorowka P. Hearing loss due to leisure time noise is on the rise. The ear needs a rest period. MMVFortschr Med.2002;144:30-3.)
3. Serafini, R.; Topanotti, J.; Cassol, K.; Tomiasi, A. Hábitos sonoros e queixas auditivas de jovens escolares. FAG JOURNAL OF HEALTH (FJH), v. 1, n. 1, p. 140-154, 25 abr. 2019.
4. Souza MNC, Fiorini AC,Guzman. Annoyance caused by noise to a population of firefighters . Revista Brasileira de Fonoaudiologia. 2009, 14(3):508-14
5. Umeoka-Hidaka,MT; Momensohn, TM., Uso de fones de ouvido de trabalhadores do mercado financeiro. Dissertação de mestrado. PUCSP, 2020.
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Página(s): p.917
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AUTOPERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR SOBRE OS EFEITOS DO RUÍDO NO DIA A DIA E NAS ATIVIDADES ACADÊMICAS
SABAKEVISKI, C. ; De Conto, J. ; Lima, A. P. ; Pizzato, E. G. ;

Introdução: Atualmente, o ruído afeta um número grande de pessoas, causando efeitos auditivos como perda auditiva e zumbido, como também efeitos extras auditivos, como desconforto, distúrbio do sono e distúrbios cardíacos, dificuldades de comunicação, entre outros. O nível de ruído em relação a Norma Brasileira Registrada NBR 10152, relata como aceitável para salas de aula um ruído ambiente de 40 a 50 dB(A), sendo que valores acima deste são considerados nocivos à saúde. Na sala de aula, podem ser gerados ruídos externos, como trânsito e construções civis, ruídos locais, como quadra de esportes e as outras salas de aula e fontes internas ao ambiente, sendo os ruídos produzidos dentro da sala de aula, como conversas e barulho de ventiladores. Assim podemos perceber que ruído ambiental além de prejudicar à saúde, interfere nas relações e atividades de ensino-aprendizagem em uma sala de aula, causando problemas de atenção, concentração e até mesmo irritabilidade, afetando então, a qualidade de vida e seu desempenho na sala de aula.
Objetivos: Verificar a auto percepção de estudantes do ensino superior sobre os efeitos do ruído no dia a dia e nas atividades acadêmicas, com o intuito de promover a conscientização e consequentemente a melhoria na qualidade de vida dos estudantes.
Metodologia: O presente estudo foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa, COMEP-UNICENTRO tendo o número do parecer de aprovação 5.501.099. Trata-se de um estudo observacional, analítico e transversal, de abordagem quantitativa e qualitativa, realizada com estudantes universitários. O estudo será realizado através de um formulário de percepção, pela plataforma “Google Forms”, com configuração totalmente online, devido a facilidade de acesso da população estudada.
Resultados: Participaram da pesquisa estudantes do ensino superior com idade entre 18 e 34 anos, sendo que cerca de 89,7% dos participantes são estudantes de fonoaudiologia. Em relação a posição deles na sala de aula, relatam que 41,4% sentam no fundo da sala de aula, 34,5% sentam na frente e 24,1% sentam no meio, ao serem questionados sobre ouvir bem a voz do professor, 96,6% relatam que ouvem bem, porém 3,4% relata que ouve, mas não compreende na maioria das vezes. No que se refere ao ruído, o barulho que mais se ouve na sala em relação aos participantes são conversas paralelas na sua sala e barulho externo (passos no corredor), com 69% e 65,5%, visto o que mais atrapalha são as conversas, barulho do ventilador e cortador de grama. Sobre a influência do ruído sobre seu rendimento acadêmico, os participantes relataram sobre irritabilidade com 69%, dor de cabeça também com 69%, cansaço com 48,3% e dificuldade de concentração, sendo o mais alto com total de 82,8%. Conclusão: Percebe-se que a dificuldade de concentração é o mais relatado entre os estudantes, o que acaba prejudicando seu rendimento acadêmico e também sua qualidade de vida, por isso é muito importante a conscientização, visto que o ruído mais exposto foram as conversas paralelas durante a aula.

PIMENTEL, B. N, FEDOSSE, E., RODRIGUES, N. G. S., CRUZ, K.S., SANTOS, V. A. V. Percepção do ruído, saúde auditiva e qualidade de vida de professores de escolas públicas, Santa Maria (RS), 2016.

Guidini, Rafaela Fernanda et al. Correlações entre ruído ambiental em sala de aula e voz do professor. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia [online]. 2012, v. 17, n. 4

FERNANDES, S. V. L. Atitudes Frente Ao Ruído No Ambiente Escolar: Uma Análise Com Estudantes do Ensino Médio, João Pessoa (PA), 2017.
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Página(s): p.813
ISSN 1983-1793X
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AUTOPERCEPÇÃO DE OPERADORES DE MÁQUINAS PESADAS SOBRE OS EFEITOS DO RUÍDO E DA VIBRAÇÃO NA SAÚDE
Lima, A.P. ; Pizatto, E.G. ; Sabakeviski, C. ; Conti, S.Z. ; De Conto, J. ;

Introdução: Operadores de “máquinas pesadas” (como escavadeira hidráulica, trator de esteira, retroescavadeira, entre outros) são maioritariamente trabalhadores informais, expostos ao ruído e a vibração em seus ambientes laborais. Os efeitos negativo do ruído e da vibração ocupacional são amplamente conhecidos. Leis nacionais e internacionais asseguram direitos para os trabalhadores expostos a agentes otoagressores, especialmente os com vínculos formais de trabalho. Essas mesmas leis são desconhecidas por muitos trabalhadores informais, como os operadores, quando expostos a condições de trabalho insalubre. A proposição de ações públicas de promoção da saúde e introdução de medidas preventivas, podem levar, com sucesso, à diminuição da ocorrência de efeitos auditivos e extra auditivos causados por ruído e vibração, contribuindo para a redução dos custos sociais e financeiros, diretos e indiretos para o trabalhador independente do vínculo empregatício. Na sua impossibilidade, a exposição pode ser controlada a partir de medidas coletivas e/ou individuais que ajudam a reduzir os níveis de ruído e/ou vibração que atingem o trabalhador. Objetivos: Verificar a percepção dos operadores quanto a exposição do ruído e da vibração no ambiente de trabalho, a fim de propor ações amplas para a redução dos efeitos nocivos desses agentes. Metodologia: Estudo transversal, observacional e analítico, de abordagem qualitativa e quantitativa. Os dados serão coletados através de um formulário de percepção, em formato online. Resultados: Responderam ao formulário, nove operadores de máquinas pesadas, com: idades de 36 a 49 anos e tempo médio de 14 anos atuando na área. Cinco (55%) consideram de média intensidade o ruido e a vibração no seu dia a dia, apesar de relatar que as máquinas são ruidosas. Sete (77,8%) não referem dificuldade para se comunicar durante a atividade. Quatro (44,4%) trabalhadores relatam zumbido temporário. Os nove pesquisados mencionam que a exposição diária ao ruído causa problemas à saúde e seis (66,7%) dizem o mesmo sobre a vibração. Cinco (55,6 %) operadores não usam equipamentos de proteção individual e quatro (44,4 %) disseram não receber informações sobre exposição ao ruído e vibração no trabalho ou no lazer. Conclusão: Fica evidenciada a necessidade de propostas que levem aos trabalhadores formais e informais, conhecimento sobre os efeitos do ruído e da vibração na sua saúde, possibilitando assim importante avanço para identificação dos prejuízos e transformação dos ambientes de trabalho.

BRASIL. Portaria nº 3214, de junho de 1978. Normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. NR-15: atividades e operações insalubres. Diário Oficial da União, 1978.
BRASIL. Portaria nº 426, de out de 2021. Normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. NR-15: atividades e operações insalubres. Diário Oficial da União, 2021.
DO COUTO, C. A., ARÃO, I. R., & DOS SANTOS, H. P. Vibração Ocupacional na Operação de Caminhões e Máquinas Pesadas Durante a Extração e Transporte de Calcário. CONTECC, 2021.
Tonin, Rodrigo Petrongari. Ruído e vibração em máquinas no sistema de colheita de árvores inteiras. Tese de Doutorado. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu-SP, 2019.


DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.804
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/804


AUTOPERCEPÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR SOBRE OS EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE
Lima, A. P. ; De Conto, J. ; Pizatto, E. G. ; Sabakeviski, C. ;

Introdução: A exposição ao ruído pode desencadear tanto fatores auditivos, quanto extra-auditivos, e além disso, fatores não-auditivos, decorrentes da exposição direta ou indireta ao ruído. É importante trazer noções sobre a percepção da saúde auditiva dos professores universitários e os efeitos que o ruído no ambiente acadêmico podem gerar. Preocupa-se a maneira como lidamos com o ruído no ambiente escolar, onde requer a escuta e a interpretação de informações advindas do professor, por isso, é significativo trazer um enfoque nessa demanda, para que surjam políticas públicas para trabalhar com essa determinada população. Objetivos: Essa pesquisa tem como objetivo verificar a autopercepção de professores do ensino superior sobre os efeitos do ruído no dia a dia e nas atividades acadêmicas e levantar quais os efeitos auditivos e extra-auditivos relatados durante a exposição ao ruído nas atividades laborais. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, analítico e transversal, de abordagem quantitativa e qualitativa. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética com o número de parecer 4.722.840. O estudo foi realizado com 12 professores universitários com idade entre 27 à 57 anos que trabalham de 10 à 20 horas semanais, os mesmos responderam um formulário online. A coleta de dados consistiu em identificar, questões sobre a saúde auditiva e geral dos participantes e conhecimento sobre os riscos e prevenção referentes à exposição ao ruído. Resultados: Ao analisar as respostas das professoras, 16,7% relataram que ouvem a voz dos seus alunos, porém, não os compreendem. Ao questionar sobre qual barulho elas mais ouvem, foi destacado, por 58,3%, a voz dos alunos da sala, e o ruído produzido por alunos das outras salas. Foi exposto pela maioria, que o ruído atrapalha na concentração, causando estresse e comprometendo a qualidade do ensino, induzindo também um esforço vocal. Ao selecionarem as influências do ruído sobre as próprias professoras, no decorrer de suas aulas, praticamente todas foram na dificuldade de concentração, e compreensão, além dessas, relatou-se a necessidade de elevar o tom de voz, a irritabilidade, o cansaço, e até mesmo o zumbido. Além do questionário, 7 participantes também realizaram uma avaliação vocal, mesclando os resultados, constatou-se que as mesmas, com tempo de trabalho entre 2 à 25 anos, referem queixas vocais, como, pigarro, rouquidão, instabilidade e garganta seca. Conclusão: Foi relevante realizar esta pesquisa tendo o intuito de promover a conscientização dos trabalhadores, levando em consideração que o retorno às atividades presenciais após a pandemia, potencializou os efeitos do ruído. A percepção dos profissionais quanto à exposição ao ruído foi pertinente em relação aos impactos que ele acarreta na sala de aula, principalmente, na concentração e no cansaço. O ruído não é muito pesquisado, mas pode-se ver que está presente em muitos ambientes, nesta pesquisa, vale ressaltar que um dos principais efeitos em professores por conta do ruído, é o abuso vocal, acarretando consequências na vida laboral e pessoal dos mesmos. Com isso, seria interessante políticas públicas que trabalhassem a saúde auditiva e vocal de trabalhadores/professores, tanto do ensino fundamental e médio, como do ensino superior.

DREOSSI, R. C. F.; MOMENSOHN-SANTOS, T. O Ruído e sua interferênciasobre estudantes em uma sala de aula: revisão de literatura. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP),v.17,n.2,p. 251-258,maio-ago.2005.

SELIGMAN,J.Sintomas e Sinais na PAIR.In.:SELIGMAN,J.;COSTA,E.; NUDELMANN,A.;IBANEZ,R.PAIR: Perda Auditiva Induzida Pelo Ruído. Porto Alegre: Bagagem Comunicação,1997.p.143-151.
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Página(s): p.803
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AUTORELATO E PROXY: QUEIXAS AUDITIVAS EM ESCOLARES DE UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DA REGIÃO METROPOLITANA DO NORDESTE
LIMA, N. G. S. ; Santos, K. M. G. ; BALEN, S.A. ; SILVA NUNES, A. D. ;

Introdução: No contexto escolar, a integridade do sistema auditivo é essencial para que a criança tenha um bom desempenho escolar, tornando-se fundamental para a aquisição da linguagem e para a interação da criança com o meio ambiente, interferindo no desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Além disso, sua aquisição e desenvolvimento dependem da maturação cognitiva, neuromotora, integridade do sistema auditivo e da interação social. Objetivo: comparar queixas auditivas autorreferidas e relatadas por proxy com resultado da avaliação audiológica em alunos de uma escola municipal. Metodologia: estudo seccional realizado em uma escola da rede pública de ensino de uma cidade metropolitana. A alocação da amostra se deu por conveniência, sendo 125 escolares incluídos na pesquisa. Todos os participantes foram previamente esclarecidos quanto aos objetivos e procedimentos de pesquisa, com a assinatura dos termos de consentimento livre e esclarecido pelos responsáveis e assentimento pelos escolares. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 5.323.95) da instituição de ensino. Todos os sujeitos responderam a um questionário prévio, e foram avaliados com os procedimentos de meatoscopia e screening audiométrico, realizados em uma sala silenciosa disponibilizada pela escola, com intensidade do ruído ambiental controlada durante a realização da avaliação. Os professores responderam um questionário, sendo assim definido o proxy. Foi realizada a análise estatística descritiva para caracterização da amostra e queixas combinada a análise de concordância Kappa e sua significância (IC95%), considerando como padrão de referência o resultado do screening audiométrico. Resultados: Após a meatoscopia, observou-se que cerca de 11,2% dos escolares apresentaram obstrução em, pelo menos, uma das orelhas. 6,4% da amostra apresentou falha e 82,4% passou. A presença de zumbido foi a queixa auditiva mais relatada, e o uso do fone de ouvido um hábito presente em mais da metade da população do estudo. De acordo com o relato dos professores, apenas -0,038 (IC 0,776%) sujeito não ouve bem; 0,131 (IC 0,217) deles não obedece instruções adequadamente, 0,042 (IC 0,569) estão com desempenho abaixo do esperado e 0,063 (IC 0,463) têm dificuldades escolares. Conclusão: conclui-se que não há concordância entre os fatores autodeclarados pelos alunos, coeficiente audiométrico e a proxy. Porém, pode-se inferir sua importância para a saúde pública no tocante ao diagnóstico e intervenção precoce de alterações auditivas, configurando a necessidade de mais estudos envolvendo saúde auditiva do escolar relacionado a proxy.

1. Oliveira AC, César CP, Matos GD, Passos PS, Pereira LD, Alves T, GuedesGranzotti RB. Hearing, language, motor and social skills in the child development: a
screening proposal. Revista Cefac. 2018 Mar;20:218-27.
2. Willinger U, Schmoeger M, Deckert M, Eisenwort B, Loader B, Hofmair A, Auff E. Screening for specific language impairment in preschool children: evaluating a screening procedure including the Token Test. Journal of Psycholinguistic Research. 2017 Oct;46(5):1237-47.
3. Ministério da Saúde. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas., editor. 2012.
4. World Health Organization. World report on hearing. 2021. Licence: CCBY-NCSA 3.0 1GO.
5. Farias TR, Silva Nunes AD, Barros VV, Silva Xavier AR, Freire PA, Arrais RF, Barbosa IR, Chung K, Balen SA. Programa Saúde Auditiva do Escolar: Uma integração entre pesquisa e extensão. Revista Brasileira de Extensão Universitária. 2021 Apr 30;12(2):135-46.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.867
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA INFANTIL REALIZADA EM UMA CLÍNICA-ESCOLA DE FONOAUDIOLOGIA
Almeida, J. ; Conto, J. D. ; Amaral, M. ; Gorski, L. P. ;

Introdução: A avaliação auditiva é um importante meio para detectar alterações na audição. Existem vários métodos que auxiliam nessa investigação, podendo ser utilizadas medidas comportamentais, eletroacústicas e eletrofisiológicas. Dentre as várias opções disponíveis, utilizar técnicas adequadas à idade cognitiva da criança é fundamental. Objetivo: Realizar um levantamento dos procedimentos realizados para avaliação audiológica infantil em uma Clínica-Escola de Fonoaudiologia. Método: Estudo descritivo, transversal de caráter quantitativo, no qual foram analisados 263 prontuários de crianças de ambos os gêneros, que realizaram avaliação audiológica em uma clínica-escola no período de dois anos. Resultados: Foram realizadas 270 avaliações audiológicas em 263 crianças, maioria do sexo masculino (56,25%), com média etária de 7,5 anos. Dos exames disponíveis para serem realizados na clínica-escola, a imitanciometria foi a mais utilizada, sendo realizada em 234 (86,67%) crianças, seguida pela audiometria tonal por meio de fones supra-aurais, realizada em 223 (82,59%) crianças, audiometria tonal em campo livre e de observação do comportamento com sons não calibrados que foram realizadas em 15 (5,36%) avaliações de crianças, pesquisa das emissões otoacústicas evocadas por estímulos transientes foi realizado em oito (2,86%) crianças e os potenciais evocados auditivos de tronco encefálico realizado em três (1,07%) avaliações. Conclusão: Os procedimentos realizados na clínica-escola de fonoaudiologia seguem os princípios descritos na literatura para as diversas faixas etárias na população infantil.

1. Santos TMM. Diagnóstico audiológico em crianças. In: Boéchat EM (Org.) et al. Tratado de audiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p 407-13.
2. Pires MLDO. Ocorrência de alterações auditivas condutivas em alunos da educação infantil, 2015.
3. American Speech-Language-Hearing Association (2004). Guidelines for the Audiologic Assessment of Children From Birth to 5 Years of Age [Guidelines]. Available from www.asha.org/policy
4. Organização Mundial da Saúde [site da OMS]. Surdez e perda auditiva; 2021. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/ factsheets/fs300/en/ [acessado em 03.04.22].
5. Alvarenga KF, Araújo ES. Avaliação audiológica de 0 a 1 ano de idade. In: Boéchat EM (Org.) et al. Tratado de audiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p 395-405
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.910
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA PERIFÉRICA E CENTRAL EM INDIVÍDUOS PÓS-COVID-19
Mielle, L.P. ; Maximiano, M.V.A. ; Dias, M.G.R. ; Santos, R.R.R ; Rocha, C.H. ; Moreira, R.R. ; Neves-Lobo, I.F. ; Samelli, A.G. ; Goulart, A.C. ; Matas, C.G. ;

Introdução: A Covid-19 é uma doença infecciosa, com sintomas primordialmente respiratórios, mas pode levar a sintomas extrapulmonares, como disfunção olfatória e/ou gustativa e otológicas. Alguns estudos descreveram possíveis comprometimento auditivo após a infecção por Covid-19, mas a maioria trata-se de estudos de caso, sendo que os envolviam a via auditiva central fossem raros. A justificativa para comprometimentos centrais seriam os processos neuroinflamatórios. Objetivo: investigar a via auditiva periférica e central em indivíduos pós-Covid-19. Metodologia: a aprovação do Comitê de Ética foi obtida com o número 50778121.0.0000.0068. Foram avaliados 42 indivíduos, com idades entre 19 e 58 anos, 30 do gênero feminino e 12 do masculino, pós-Covid-19 confirmados, sem queixas auditivas prévias e sem outros fatores de risco para perda auditiva. Foram realizados os seguintes procedimentos: audiometria tonal, logoaudiometria, imitanciometria, potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) e potencial evocado auditivo de longa latência (PEALL). Foi também aplicado um questionário específico sobre sintomas pós-Covid-19. Resultados: A timpanometria foi normal e os reflexos acústicos presentes em todos os indivíduos, descartando as alterações de orelha média. Foram identificados 13 (30,9%) indivíduos com perda auditiva do tipo neurossensorial, com configuração descendente, sendo nove (21,4%) bilateral e quatro (9,5%) unilateral. Quanto ao grau da perda auditiva, das 22 orelhas com perda auditiva, 11 (50%) apresentaram grau leve, cinco (22,7%) de leve a moderado, três (13,6%) de moderado a moderadamente severo, dois (9,1%) de leve a moderadamente severo e apenas um (4,5%) de moderado a severo. No PEATE, foram encontrados valores de latências absolutas e/ou interpicos aumentados em 21 (50%) indivíduos, sendo que 17 (40%) apresentaram aumento da latência absoluta da onda III, seis (14,3%) da onda V e 12 (28,6%) aumento do interpico I-V. A alteração no PEATE associada à perda auditiva foi identificada em nove (21,4%) indivíduos. No PEALL, 33 (78,6%) indivíduos apresentaram atraso nos valores de latência de algum dos componentes, sendo que três (7,1%) apresentaram para o P1, 12 (28,6%) para o P2, 31 (73,8%) para o N2 e cinco (11,9%) para o P300. A alteração do PEALL associada à perda auditiva ocorreu em 10 (23,8%) indivíduos. Vale ressaltar que sete (16,7%) indivíduos apresentaram perda auditiva associada à alteração no PEATE e no PEALL. Com relação ao questionário, apenas três (7,1%) indivíduos apresentaram queixa de audição pós-Covid-19 e todos esses apresentaram perda auditiva neurossensorial bilateral e o PEATE e/ou PEALL alterados. Para a queixa de tontura, 14 (33,3%) indivíduos apresentaram a queixa após a infecção, sendo que seis (14,3%) apresentavam também perda auditiva e 12 (28,6%) tiveram o PEATE e/ou o PEALL alterados. Com relação ao questionário, 10 indivíduos apresentaram queixa de zumbido, sendo que apenas três (7,1%) apresentavam perda auditiva. Conclusão: as alterações encontradas na avaliação audiológica periférica e central permitem afirmar de que há indícios de que a Covid-19 possa comprometer o sistema auditivo periférico e central. Devido às diversas variáveis envolvidas no estudo, os resultados devem ser considerados preliminares. No entanto, acredita-se ser fundamental a avaliação audiológica em pacientes pós-Covid-19 e futuros estudos se mostram de grande importância.

1. Jafari et al. Hearing Loss, Tinnitus, and Dizziness in COVID-19: A Systematic Review and Meta-Analysis. Can J Neurol Sci. 2021; 00: 1–12.
2. Ludwig et al. Post-COVID-19 Impairment of the Senses of Smell, Taste, Hearing, and Balance. Viruses. 2022, 14, 849-863.
3. Saunders et al. Auditory Symptoms and COVID-19 Pandemic. Frontiers in Public Health. February 2022. Volume 10. Article 837513.
4. Yong, Shin Jie. Persistent Brainstem Dysfunction in Long-COVID: A Hypothesis. ACS Chem. Neurosci. 2021, 12, 573−580.
5. Fancello et al. SARS-CoV-2 (COVID-19) and audiovestibular disorders. International Journal of Immunopathology and Pharmacology. 2021. Volume 35: 1-8.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.776
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA EM ADOLESCENTES EXPOSTOS A QUIMIOTERAPIA
Franciozi, C. ; Gregory, L. ; Gregianin, L. J. ; Sleifer, P. ;

INTRODUÇÃO: O sistema auditivo periférico consiste no conjunto de órgãos responsáveis pela captação e transmissão dos sons para as vias auditivas, que fazem parte do sistema auditivo central. Alguns dos antineoplásicos utilizados no tratamento quimioterápico em adolescentes são compostos por substâncias prejudiciais às células da cóclea, os denominados ototóxicos. Estes geram o rebaixamento dos limiares auditivos inicialmente nas frequências agudas, provocando perdas auditivas, isoladas ou não, geralmente neurossensoriais e bilaterais. Nesse sentido, torna-se relevante a avaliação auditiva periférica nessa população. OBJETIVO: Análise dos limiares auditivos em adolescentes expostos a quimioterapia. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (protocolo nº 43450). A casuística foi composta por 27 adolescentes de ambos os sexos, sendo 12 do sexo feminino e 15 do sexo masculino, entre 12 e 17 anos e 11 meses de idade, em acompanhamento no Instituto do Câncer Infantil. Utilizou-se a bateria de testes audiológicos que avaliam a audição periférica, sendo composta por: audiometria tonal limiar, audiometria vocal e medidas de imitância acústica. RESULTADOS: Dos 27 adolescentes avaliados, 19 (70,37%) apresentaram limiares auditivos dentro do padrão da normalidade, enquanto 2 (7,4%) foram diagnosticados com perda neurossensorial de grau leve em ambas orelhas (AO), 3 (11,1%) apresentaram rebaixamento nas frequências de 6000 e 8000Hz e 3 (11,1%) apresentaram rebaixamento na frequência de 8000Hz (3,7%). A média de idade da amostra estudada foi de 14 anos e o diagnóstico prevalente foi o de leucemia linfoblástica aguda (22,2%), seguido por osteossarcoma (18,5%) e leucemia mielogênica aguda (7,4%). CONCLUSÃO: Na amostra estudada, verificou-se que 29,63% dos adolescentes apresentaram alteração nos limiares auditivos. Perdas auditivas podem acometer indivíduos expostos a quimioterapia composta por derivados de platina, sendo assim, o monitoramento auditivo se torna fundamental durante o tratamento quimioterápico, visando o diagnóstico e intervenção nessa população. Torna-se importante salientar que todos os adolescentes permanecem em monitoramento auditivo.

CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA. Sistema de Conselhos Fonoaudiologia. Guia de orientação na avaliação audiológica: Audiometria tonal liminar, logoaudiometria e medidas de imitância acústica. Volume I. Março, 2020. https://www.fonoaudiologia.org.br/wp-content/uploads/2020/09/CFFa_Manual_Audiologia-1.pdf, Acesso em: 15 dez. 2022.

PATATT, F. S. A. et al. Ototoxic effects of antineoplastic drugs: a systematic review. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 88, n. 1, p. 130–140, jan. 2022.

LOPES, N. B. et al. Effects of chemotherapy on the auditory system of children with cancer: a systematic literature review. Revista CEFAC, v. 22, n. 2, e13919, 2020.

OLIVEIRA, P. F. DE et al. Cancer treatment in determination of hearing loss. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 82, n. 1, p. 65–69, jan. 2016.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.741
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA EM CRIANÇAS NASCIDAS DE MÃES COM INFECÇÃO GESTACIONAL PELO VÍRUS COVID19
Garcia, C. F. D. ; Soares, E. C. A. ; Castro, K. R. ; Barbosa, M. H. M. ;

INTRODUÇÃO: Ao longo da pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2, observou-se que as manifestações clínicas da infecção não se limitam ao acometimento do trato respiratório. Há relatos de manifestações otológicas na infecção adquirida pelo COVID19, que incluem perda auditiva, tonturas e zumbido, o que indica que o vírus pode, direta ou indiretamente, comprometer funções do órgão sensorial auditivo ou das vias vestibulococleares.1-3 OBJETIVO: Estudar a ocorrência de alterações auditivas em conceptos cujas mães foram infectadas pelo vírus Sars-Cov-2 no período gestacional. METODOLOGIA: Estudo de casos, observacional, descritivo. Parecer de aprovação, número 5245899, do Comitê de Ética em Pesquisa. A população foi constituída por conceptos de mulheres que tiveram confirmação laboratorial de infecção por Sars-Cov-2, no período gestacional, captadas na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro e no Hospital Municipal Lourenço Jorge/Maternidade Leila Diniz, no período do estudo. Os conceptos foram encaminhados para avaliação auditiva ambulatorial, sendo realizado Emissão Otoacústica (EOA), Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico Neurodiagnóstico (PEATE-N) e Frequência Específica (PEATE-FE), procurando nível mínimo de resposta; Imitanciometria; Audiometria comportamental. RESULTADOS PARCIAIS: Até o momento, foram avaliados 6 pacientes, com idade de oito meses a dois anos. Destes, todos realizaram a EOA transiente e apenas um falhou na orelha esquerda. O PEATE-N foi concluído em 3 crianças, todos apresentando ondas I, III e V a 80dB, com latências absolutas e interpicos dentro do esperado para a faixa etária, com uma das crianças apresentando diferença interaural da onda V > 0,3 ms. O nível mínimo de resposta foi obtido em 35db para 500 Hz, 35 dB para 1000 Hz, 30 dB para 2000 Hz e 25 dB para 4000 Hz em 3 crianças. Cinco crianças foram submetidas a avaliação auditiva comportamental, com respostas satisfatórias, uma delas reflexo cocleo-palpebral ausente, mas com respostas de lateralização para todos os instrumentos. CONCLUSÃO: Até o período de apresentação deste trabalho, não foram identificadas alterações significativas em exames auditivos nesta amostra de crianças com exposição gestacional ao COVID19. Trata-se de uma amostra ainda muito pequena, o que limita a formulação de hipóteses.

1. Iwasaki M, Saito J, Zhao H, Sakamoto A, Hirota K, Ma D. Inflammation Triggered by SARS-CoV-2 and ACE2 Augment Drives Multiple Organ Failure of Severe COVID-19: Molecular Mechanisms and Implications. Inflammation. 2021;44(1):13–34.
2. Hu B, Huang S, Yin L. The cytokine storm and COVID-19. J Med Virol [Internet].
2021;93(1):250–6. Available from: http://dx.doi.org/10.1002/jmv.26232
3. Jeong M, Ocwieja KE, Han D, Wackym PA, Zhang Y, Brown A, et al. Direct SARS-CoV-2 infection of the human inner ear may underlie COVID-19-associated audiovestibular dysfunction.
Commun Med. 2021;1(1):1–14.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1010
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA LONGITUDINAL DE LACTENTES E CRIANÇAS EXPOSTAS E/OU INFECTADAS PELO VÍRUS ZIKA NA REGIÃO DE JUNDIAÍ-SP
Prestes, R ; Pandini, V.C.M ; Pomilio, MC.A ; Pereira, T ; Andrade, A.N ; Lourenço, E.A ; Passos, S.D ;

Introdução: A infecção congênita pelo vírus Zika pode afetar o sistema auditivo periférico e central de indivíduos infectados, sendo necessário monitoramento do desenvolvimento auditivo até os três anos de idade ou mais.
Objetivo: Identificar as alterações auditivas em crianças infectadas ou expostas ao vírus Zika durante a gestação, longitudinalmente até os 36 meses de idade.
Métodos: Todas as crianças participantes apresentaram respostas normais (n=30) na triagem auditiva neonatal com as emissões otoacústicas evocadas por produto distorção (EOAPD) e na pesquisa do reflexo cócleopalpebral, do que nas crianças cujas mães tiveram PCR positivo para ZikV, também foi realizado o PEATE automático (PEATE-A). Nos retornos de acompanhamento aos seis meses de idade (ETAPA 1), foram submetidas ao PEATE-A, à observação do comportamento auditivo e timpanometria. Aos treze e dezoito meses (ETAPA 2), as crianças realizaram observação do comportamento auditivo, audiometria com reforço visual em campo livre e timpanometria. Aos 24 meses (ETAPA 3), foram realizadas EOAPD e timpanometria. Aos 36 meses (ETAPA 4), foi realizado a audiometria tonal, audiometria vocal e timpanometria
Resultados: Em toda população que realizou a triagem auditiva neonatal (n=639), duas crianças apresentaram alteração auditiva, sendo que no acompanhamento (n=30), aos 24 meses, a incidência cumulativa da alteração auditiva ocorreu em 17 crianças. Não houve diferença estatística na detecção da alteração auditiva entre os grupos ZIKV: RT-PCR (+) e RT-PCR (-). Nenhuma perda auditiva neurossensorial foi encontrada no acompanhamento longitudinal.
Conclusão: Na triagem auditiva somente duas crianças (n=639) apresentaram alteração auditiva, já no acompanhamento (n=30) e os resultados alterados alcançaram maiores níveis aos 24 meses (n=30) de idade (17 crianças). Em sua maioria, as alterações observadas eram do tipo condutiva. Apesar da perda amostral comum para estudos longitudinais, esses resultados reforçam a necessidade de realizar o monitoramento audiológico de indivíduos com infecções congênitas até pelo menos três anos de idade, para monitorar as condições auditivas periféricas e desenvolvimento das habilidades auditivas.

Bertozzi, APAP, RE Gazeta, TCG Fajardo, AF Moron, A Soriano-Arandes, A. Alarcon, A. Garcia-Alix, et al. “Prevalence and diagnostic accuracy of microcephaly in a pediatric cohort in Brazil: a retrospective cross-sectional study.” Jornal de Pediatria. 2021, 97 (4): 433–439. doi: 10.1016/j.jped.2020.08.010.
Gazeta RE, Bertozzi APAP , Dezena RDCDAB, Silva ACB, Fajardo TCG, Catalan DT et al. “Three‐year clinical follow‐up of children intrauterine exposed to Zika vírus.” Viruses. 2021: 13: 523. doi: 10.3390/v1303052.
Schuler-Faccini, L. et al. Possible association between ZIKV vírus infection and microcephaly – Brazil. MMWR Morb. Mortal. Wkly.Rep. 2015 Atlanta, n. 65, p. 59–62, 2016.
Oliveira-Szejnfeld PS, Levine D, Melo ASO, et al. Congenital brain abnormalities and Zika vírus: what the radiologist can expect to see prenatally and postnatally. Radiology. 2016; 281:203–18.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.802
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DA ACUIDADE AUDITIVA DE INDIVÍDUOS ADULTOS APÓS A INFECÇÃO POR CORONAVÍRUS
Poffo, C. ; Silva, D.P.C. ;

Introdução: A pandemia causada pelo coronavírus (COVID-19) tornou-se uma grande questão de saúde pública. A manifestação inusitada e suas repercussões exigem esforços consistentes para o enfrentamento da crise. Sabe-se que a mesma pode ser assintomática ou manifestar diversos sintomas, como acometimentos no trato respiratório à sepse com risco de vida. As implicações após a recuperação ainda são um tema recente discutido na literatura. Possíveis efeitos deletérios seguem em estudo, sendo a correlação entre perda auditiva e COVID-19 um caminho a ser percorrido. Objetivo: Avaliar a acuidade auditiva de indivíduos adultos infectados pelo coronavírus sem queixas auditivas prévias. Material e métodos: Trata-se de um estudo transversal, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (parecer número 4.971.807) realizado entre outubro de 2021 a outubro de 2022. Participam do estudo 96 adultos com idade de 18 a 59 anos, que foram divididos em dois grupos: o grupo de estudo (66 indivíduos que tiveram COVID-19) e o grupo controle (33 indivíduos que não tiveram COVID-19 durante o curso da pandemia). A avaliação audiológica foi feita por meio da audiometria tonal liminar (ATL) (onde foram pesquisados os limiares auditivos nas frequências de 250, 500, 1000, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000 Hz, de ambas as orelhas) e audiometria de altas frequências (AAF) (onde foram pesquisados os limiares auditivos nas frequências de 9000, 10000, 11200, 12500, 14000, 16000, 18000 e 20000 Hz, de ambas as orelhas). Como critério de elegibilidade para o grupo estudo, os indivíduos apresentaram confirmação diagnóstica e ausência de queixas auditivas ou acometimentos otológicos prévios à infecção por COVID-19 e ausência de outras doenças, já o grupo controle não tiveram COVID-19, acometimentos otológicos prévios à participação desta pesquisa e ausência de outras doenças. Os limiares auditivos de via aérea da ATL e AAF foram comparados entre os grupos por meio do teste de Mann-Whitney e foram considerados diferentes quando p < 0,05. Resultados: Nenhum indivíduo apresentou perda auditiva no exame de ATL e ao comparar os limiares auditivos, observaram que estes foram estatisticamente maiores para o grupo estudo nas frequências de 250 (p = 0,003), 500 (p = 0,006), 2000 (p = 0,004), 3000 (p = 0,043) e 6000 Hz (p = 0,003) à direita e nas frequências de 250 (p = 0,004), 500 (p = 0,002), 1000 (p = 0,039), 2000 (p = 0,009), 3000 (p = 0,034), 6000 (p = 0,005) e 8000 Hz (p = 0,047) à esquerda. Na AAF, os limiares foram estatisticamente maiores para o grupo estudo apenas na frequência de 11200 Hz (p = 0,046) à direita. Conclusão: Apesar da acuidade auditiva estar dentro dos padrões de normalidade, em ambas as orelhas em indivíduos após a infecção por coronavírus, os valores foram aumentados significativamente no exame de ATL para a maioria das frequências avaliadas, justificando a realização deste exame nos indivíduos infectados mesmo na ausência de queixas em relação à capacidade de ouvir.

- Karimi-Galougahi M, Naeini AS, Raad N, Mikaniki N, Ghorbani J. Vertigo and hearing loss during the COVID-19 pandemic - is there an association? Acta Otorhinolaryngol Ital. 2020 Dec;40(6):463-5.
- Koumpa FS, Forde CT, Manjaly JG. Sudden irreversible hearing loss post COVID-19. BMJ Case Reports. 2020;13:e238419.
- Maharaj S, Bello Alvarez M, Mungul S, Hari K. Otologic dysfunction in patients with COVID-19: A systematic review. Laryngoscope Investig Otolaryngol. 2020 Nov 17;5(6):1192-6.
- Narożny W, Skorek A, Tretiakow D. Should patients with sudden deafness be tested for COVID19? Auris Nasus Larynx. 2021 Aug;48(4):797-8.
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Página(s): p.938
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO AUDITIVA SUSTENTADA EM CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
Souza, R. M. ; Sousa, M. F. R. ; Simi, C. C. ; Silva, I. M. C. ;

Introdução: A audição exerce um papel fundamental na interação com o meio e na comunicação humana. A deficiência auditiva por sua vez, pode inviabilizar o acesso aos sons ambientais e também à fala, causando muitas vezes um isolamento social do indivíduo. As tecnologias assistivas, dentre elas o implante coclear, os aparelhos de amplificação sonora individual e as próteses auditivas implantáveis, por sua vez, são uma opção viável para pessoas com perdas auditivas. Elas permitem acesso ao mundo sonoro, cada uma com características específicas para cada tipo de perda . A habilidade auditiva de atenção sustentada é importante para a conversação e processo de aprendizagem, visto que permite que o indivíduo mantenha a vigilância ao longo do tempo. O Teste de Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada (THAAS) avalia o comportamento de atenção sustentada e a vigilância por um determinado tempo de forma rápida e fácil. Objetivo: Analisar a habilidade de atenção auditiva sustentada em indivíduos de 10 a 13 anos usuários de Implante Coclear, que estão em processo de reabilitação auditiva no Distrito Federal. Metodologia: Este trabalho foi desenvolvido após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição, sob o parecer n° 2.636.391 seguindo as recomendações éticas. O estudo preliminar, observacional e transversal, incluiu sete crianças usuárias de Implante Coclear unilateral ou bilateral de ambos os sexos, com idade entre 10 e 13 anos. Para inclusão, os participantes deveriam apresentar deficiência auditiva neurossensorial severa ou profunda e fazer uso efetivo do dispositivo. Resultados: Foi identificada média de 26,71 erros de desatenção, ou seja, quando a criança não respondeu à palavra-alvo "não". Para a impulsividade, quando a criança levanta a mão para outra palavra que não é a palavra-alvo, a média de erros foi de 5,42. O padrão do THAAS para crianças ouvintes a partir dos 10 anos é de 9,75 erros de desatenção e 4,0 erros de impulsividade e para crianças com perdas leves é de 6,6 erros de desatenção e 5,6 erros de impulsividade. A análise dos dados é realizada obtendo as respostas do THAAS, que são divididas em: erro de desatenção, que é, o erro de impulsividade, que é. O decréscimo da vigilância, obtido pela diferença de acertos na sexta lista em relação à primeira lista, foi de 1,85 em média, enquanto que para ouvintes espera-se 0,5 e 3,9 para crianças com perdas leves. Conclusão: Os resultados do presente estudo indicam que as crianças com perdas auditivas e usuárias de Implante Coclear, possuem um desempenho inferior no THAAS, com mais erros de desatenção. Porém, observou-se menor impacto sobre os erros de impulsividade e no decréscimo de vigilância.


FENIMAN, M. R. et al.. Proposta de instrumento comportamental para avaliar a atenção auditiva sustentada. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 73, n. Rev. Bras. Otorrinolaringol., 2007 73(4), jul. 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-72992007000400011. Acesso em 19 de jan de 2023
FENIMAN, M. R. et al.. Aplicabilidade do teste da habilidade de atenção auditiva sustentada - THAAS em campo livre. International Archives of Otorhinolaryngology, v. 16, n. Int. Arch. Otorhinolaryngol., 2012 16(2), abr. 2012. Disponível em: https://doi.org/10.7162/S1809-97772012000200017. Acesso 19 de jan de 2023
MONDELLI, M. F. C. G. et al.. Perda auditiva leve: desempenho no Teste da Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, v. 22, n. Pró-Fono R. Atual. Cient., 2010 22(3), jul. 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-56872010000300015. Acesso em 19 de jan de 2023
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Página(s): p.851
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AVALIAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM SCHWANNOMA VESTIBULAR POR MEIO DO VIDEO HEAD IMPULSE TEST: REVISÃO SISTEMATIZADA DA LITERATURA
Souza, T. S. A ; BAHMAD JR, F. ; ALVARENGA, K. F. ;

O Schwannoma Vestibular (SV) é um tumor benigno que ao acometer o VIII para craniano no seu ramo vestibular pode causar distúrbios relacionados ao equilíbrio corporal. Atualmente, a avaliação das vias sensoriais do equilíbrio corporal possibilita a definição do diagnóstico otoneurológico funcional. O vídeo head impulse test (vHIT) é um dos exames dessa bateria de testes, que permite avaliar a velocidade angular em altas frequências dos canais semicirculares lateral, anterior e posterior. Assim, esta revisão sistematizada da literatura teve como objetivo analisar estudos que utilizaram do vHIT como instrumento de avaliação em indivíduos pré e pós cirurgia do SV. Para tanto, foi realizada uma pesquisa no banco de dados da Pubmed, com os descritores: vestibular schwannoma or vestibular neurinoma and vestíbulo-ocular reflexo or VOR and head impulse testo r vídeo head impulse test ou vhit ou v-hit, e foram encontrados 899 artigos exportados para o software Rayyan para a seleção dos estudos. Após leitura do título e resumo, 26 artigos foram selecionados para leitura na íntegra e em seguida três foram descartados por não estarem de acordo com o tema, o que totalizou na inclusão de 23 artigos. Como resultados obteve-se um total de 1124 indivíduos, sendo 918 não operados e 206 operados. Com relação à validade do procedimento observou se uma ampla variação de 27,3 a 100% para sensibilidade e 45,5 a 100% para especificidade no grupo não operado. Por outro lado, no grupo operado a sensibilidade variou de 27,3 a 100% e a especificidade de 80 a 100%. Nove estudos descreveram alterações de ganho e sacadas de refixação e apenas três estudos citaram o ganho isolado como parâmetro de análise. A maioria, no total de 15 estudos, sugeriram que o vHIT seja implementado na bateria de testes de paciente pré e pós cirurgia de SV. Como conclusão obteve-se que o vHIT por meio da análise do ganho e das sacadas de refixação é o único exame que possibilita avaliar os seis pares sinérgicos do sistema vestibular em altas frequências, com boa sensibilidade e especificidade no diagnóstico funcional dos pacientes pré e pós cirurgia de SV, devido a conexão destes canais semicirculares com os ramos superior e inferior do VIII para craniano, ramo vestibular.

1. Batuecas-Caletrio A, Rey-Martinez J, Trinidad-Ruiz G, Matiño-Soler E, Cruz-Ruiz SS, Muñoz-Herrera A, et al. Vestibulo-ocular reflex stabilization after vestibular schwannoma surgery: A story told by saccades. Front Neurol. 2017;8(JAN):1–8.
2. Batuecas-Caletrio A, Santa Cruz-Ruiz S, Muñoz-Herrera A, Perez-Fernandez N. The map of dizziness in vestibular schwannoma. Laryngoscope. 2015;125(12):2784–9.
3. Constanzo F, Sens P, De Almeida Teixeira BC, Ramina R. Video head impulse test to preoperatively identify the nerve of origin of vestibular schwannomas. Oper Neurosurg. 2019;16(3):319–25.
4. Martin-Sanz E, Esteban-Sánchez J, González-Márquez R, Larrán-Jiménez A, Cuesta Á, Batuecas-Caletrio Á. Vibration-induced nystagmus and head impulse test screening for vestibular schwannoma. Acta Otolaryngol [Internet]. 2021;141(4):340–7. Available from: https://doi.org/10.1080/00016489.2021.1872797
5. West N, Sass H, Klokker M, Cayé-Thomasen P. Video Head Impulse Test Results in Patients with a Vestibular Schwannoma-Sensitivity and Correlation with Other Vestibular System Function Tests, Hearing Acuity, and Tumor Size. Otol Neurotol. 2020;41(5):e623–9.

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Página(s): p.994
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AVALIAÇÃO DO ESFORÇO DE ESCUTA EM CRIANÇAS COM PERDA AUDITIVA: REVISÃO DE ESCOPO
FIDÊNCIO, V.L.D. ; SILVA, L.M.R. ; BRAZ, P.H.S. ;

Introdução: O esforço de escuta refere-se à quantidade de recursos de processamento (perceptivos, atencionais, cognitivos etc) alocados para uma tarefa auditiva específica, em situações adversas de escuta. Crianças com perda auditiva expostas a situações comunicativas adversas, como na sala de aula, podem realizar maior esforço de escuta, diminuição dos recursos de processamento disponíveis, aumento do estresse, fadiga e, consequentemente, declínio do desempenho escolar. Caracterizar o esforço de escuta dessa população pode ser um aspecto importante para embasar a indicação de dispositivos auditivos, principalmente nas perdas auditivas de grau leve ou unilaterais. Objetivo: mapear as evidências atuais em relação ao esforço de escuta de crianças com perda auditiva, para responder a seguinte questão norteadora: “o que se sabe sobre os resultados de esforço de escuta em crianças com perda auditiva e os protocolos utilizados para esta avaliação?” Métodos: Foram utilizados descritores em português selecionados no Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e descritores em inglês selecionados no Medical Subject Headings (MeSH). A busca foi realizada na Literatura Latinoamericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Public Medicine Library (PubMed), EMBASE, SCOPUS, Cochrane, Web of Science e Scielo. Inicialmente, a seleção foi realizada independentemente por dois revisores e os desacordos foram resolvidos por uma terceira revisora. Inicialmente, os estudos foram pré-selecionados pelos títulos, depois pelos resumos lidos para verificar se correspondem ao objetivo proposto para esta revisão. Em seguida será realizada a leitura na íntegra dos estudos incluídos. Resultados: Foram incluídos 13 estudos. A idade das crianças avaliadas variou de 3 a 16 anos, com perdas auditivas variando do grau mínimo até grau profundo. A maioria dos estudos utilizou o paradigma de dupla tarefa (PDT), com uma tarefa primária (TP) auditiva, em relações sinal/ruído (S/R) variáveis e uma tarefa secundária (TS) visual. Observou-se a realização de triagens prévias ao PDT, para determinar diferentes relações S/R para cada criança participante. Observou-se prevalência do cálculo do tempo de resposta verbal e tempo de resposta visual para quantificar o esforço de escuta. Com crianças menores, observou-se o uso, nos métodos, de questionário aplicado com os pais. Os resultados dos estudos demonstraram que crianças com perda auditiva apresentam pior reconhecimento de sentenças à medida que a relação S/R diminui, com maior esforço de escuta para o reconhecimento auditivo da fala e maior tempo de resposta verbal mesmo na identificação correta de palavras. Mesmo crianças com perda auditiva mínima e unilateral podem precisar extrair recursos de outras tarefas para reconhecer auditivamente a fala. Crianças usuárias de implante coclear bilateral podem realizar menor esforço de escuta que usuárias do dispositivo unilateral. Conclusão: É possível avaliar o esforço de escuta de crianças com perda auditiva de diferentes graus por meio de testes com paradigma de dupla tarefa e essa avaliação torna-se de extrema importância considerando que essas crianças apresentam resultados piores que seus pares ouvintes.

Bess FH, Hornsby BWY. The complexities of fatigue in children with hearing loss. SIG 9 Perspectives on Hearing and Hearing Disorders in Childhood. 2014;24(2):25-39.
Gagné JP, Besser J, Lemke U. Behavioral assessment of listening effort using a dual-task paradigm: a review. Trends in Hearing. 2017;21:1-25.
Hicks CB, Tharpe AM. Listening effort and fatigue in school-age children with and without hearing loss. Journal of Speech, Language and Hearing Research. 2002;45:573-584.
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Página(s): p.967
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AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE UMA AÇÃO EDUCATIVA NA ADESÃO FAMILIAR AO PROGRAMA DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL (TAN) DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Melo, L.P.F. ; Dantas, D.S. ; Cavalcanti, H.G. ; Advíncula, K.P. ;

Objetivo: Avaliar o impacto de uma ação educativa em saúde auditiva infantil na adesão familiar ao programa de triagem auditiva neonatal realizado em um hospital universitário. Método: Tratou-se de um estudo avaliativo e experimental realizado no período de agosto a outubro de 2022 com mães atendidas na maternidade de um hospital universitário, cujos recém-nascidos falharam na triagem auditiva neonatal e foram encaminhados para reteste. Participaram da coleta 24 mães divididas em dois grupos: um grupo experimental constituído por 12 mães que no período da coleta participaram de uma ação educativa promovida pela equipe de pesquisa e um grupo controle constituído por 12 mães que não participaram da ação, recebendo apenas orientações de rotina do serviço. A coleta de dados ocorreu através de acompanhamento dos índices de retorno dos bebês para o reteste. Resultados: O índice de comparecimento ao reteste do GC foi de 66,6% em contraposição a 75% do GE. A variável escolaridade não influenciou o índice de comparecimento das participantes de ambos os grupos. Ao analisar a taxa de não comparecimento e as variáveis apresentadas em ambos os grupos, observou-se que as mães que não retornaram para o reteste do GC residem na região metropolitana (40%), têm ocupação informal (40%) e renda inferior a 1 salário mínimo (36,3%). No GE, as mães que não retornaram também são aquelas que possuem ocupação informal (27,2%) e renda inferior a 1 salário mínimo (30%). Conclusão: Não é possível afirmar que ação educativa proposta influenciou a adesão das participantes à etapa do reteste, embora o índice de comparecimento encontrado em ambos os grupos foi considerado satisfatório quando comparado com outros estudos. No que se refere aos índices de comparecimento à etapa do reteste, também não houve influência do local onde as mães residem. Ambos os grupos apresentaram índices de comparecimento considerados satisfatórios. O baixo índice de não comparecimento observado em ambos os grupos parece estar associado à ocupação e renda pessoal das mães. Os resultados de “falha” apresentados pelos bebês pode ser considerado como fator determinante à boa adesão familiar à etapa de reteste, corroborando com evidências apresentadas na literatura.

1.Comitê Multiprofissional em Saúde. Nota técnica - Comitê Multiprofissional em Saúde Auditiva. 2020. Disponível em: https://www.sbfa.org.br/portal2017/pdf/cvd19-nota-tecnica-comusa.pdf. Acesso em: 26 Novembro 2021.
2. The Joint Committee on Infant Hearing. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention. 2019;4(2): “p. 1-44”. https://digitalcommons.usu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1104&context=jehdi
3. Rodrigues GRI, Barreiro CML, Pereira T, Pomilia MCA. A triagem auditiva neonatal antecipa o diagnóstico e a intervenção em crianças com perda auditiva?. Audiol Commun Res, 2015; v. 20(3): 246-540.
4. Freitas TVD, Lewis DR, Nóbrega GB. Processo de triagem auditiva neonatal e impacto dos resultados. Distúrbios Comun. 2014; v. 26(4): 725-733.
5. Marinho ACA, Pereira ECS, Torres KKC, Miranda AM, Ledesma ALL. Avaliação de um Programa de Triagem Auditiva Neonatal. Revista de Saúde Pública, 2020; 54-44.
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Página(s): p.784
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AVALIAÇÃO DO MISMATCH NEGATIVITY EM CRIANÇAS COM DISLEXIA
Helena, R. C. S. ; Krüger, L. F. ; Sleifer, P. ;

INTRODUÇÃO: A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem, caracterizado por prejuízos na precisão na leitura de palavras, na velocidade ou fluência da leitura e na compreensão textual. Crianças com este transtorno apresentam dificuldades em atividades que exigem discriminação, processamento e organização dos sons da fala. Logo, surge a necessidade de realizar procedimentos que avaliem as habilidades auditivas centrais desta população. À vista disso, o Mismatch Negativity (MMN) é um potencial evocado auditivo que retrata uma resposta cerebral elétrica no que tange às habilidades de processamento auditivo, discriminação sonora, memória auditiva e atenção involuntária. Acredita-se que esse procedimento é útil para a detecção de alterações das habilidades auditivas centrais, reforçando a ideia de ser um exame promissor para uma maior compreensão das bases neurofisiológicas que o envolvem e para ser investigado na prática clínica. Em relação à dislexia, embora existam alguns estudos avaliando o MMN nesta população, é necessário que sejam realizados mais estudos comparando os achados com os valores de referência em crianças típicas, para que assim sejam identificadas possíveis alterações nesta população. OBJETIVO: Analisar os resultados do MMN em crianças com dislexia e comparar os resultados com um grupo controle. METODOLOGIA: Estudo transversal comparativo, cuja casuística foi composta por 96 crianças de ambos os sexos, com idades entre 8 anos e 11 anos e 11 meses, estudantes do terceiro ao quinto ano do Ensino Fundamental. O grupo de estudo foi composto por 48 crianças com diagnóstico de dislexia e o grupo controle por 48 crianças neurotípicas. Todas as crianças realizaram audiometria tonal limiar, audiometria vocal, imitanciometria, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico e pesquisa do Mismatch Negativity. Os parâmetros utilizados na pesquisa do MMN foram apresentados de forma monoaural com estímulo frequente de 1000 Hz e estímulo raro de 2000 Hz, em intensidade de 80 dBNA; as promediações foram de 2000 estímulos e o paradigma utilizado foi de 80/20. Salienta-se que, para garantir maior confiabilidade nas análises, todos os registros eletrofisiológicos foram analisados por duas avaliadoras, em momentos diferentes. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição de origem, sob protocolo nº 30865. RESULTADOS: A média das latências do MMN foi de 208,5ms na orelha direita e de 207,2ms na esquerda no grupo estudo, e de 161,4ms na orelha direita e de 163,2ms na esquerda no grupo controle. A média da latência foi significativamente maior no grupo estudo em comparação ao controle (p<0,001). A média da amplitude no grupo estudo foi de 4,79μV na orelha direita e 4,92μV na esquerda, enquanto no controle foi de 4,42μV na orelha direita e 4,75μV na esquerda. Não houve diferença significativa entre as médias de amplitude entre os grupos (p=0,056). CONCLUSÃO: As crianças com dislexia apresentaram a média das latências do MMN significativamente maior do que aquelas sem as mesmas queixas, sugerindo uma velocidade de processamento do estímulo auditivo mais lento. Estudos em maior escala e com diferentes parâmetros de avaliação devem ser feitos, visando a expansão do conhecimento acerca das habilidades auditivas centrais em crianças com dislexia.

1. American Psychiatric Association (APA). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders: DSM-V-TR. 5 ed. Washington: American Psychiatric Publishing, 2022.
2. Peterson RL, Pennington BF. Developmental dyslexia. Lancet. 26 de maio de 2012;379(9830):1997–2007.
3. Neuhoff N, Bruder J, Bartling J, Warnke A, Remschmidt H, Müller-Myhsok B, et al. Evidence for the late MMN as a neurophysiological endophenotype for dyslexia. PLoS One. 2012;7(5):e34909.
4. Gu C, Bi HY. Auditory processing deficit in individuals with dyslexia: A meta-analysis of mismatch negativity. Neurosci Biobehav Rev. setembro de 2020;116:396–405.
5. Halliday LF, Barry JG, Hardiman MJ, Bishop DV. Late, not early mismatch responses to changes in frequency are reduced or deviant in children with dyslexia: an event-related potential study. J Neurodev Disord. 2014;6(1):21.
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Página(s): p.722
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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL EVOCADO MIOGÊNICO VESTIBULAR OCULAR EM ADOLESCENTES
Sleifer, P. ; Helena, R. C. S. ; Borges, V. M. S. ;

INTRODUÇÃO: O Potencial Evocado Miogênico Vestibular Ocular (oVEMP) é um exame eletrofisiológico de curta latência que analisa as respostas miogênicas eliciadas por meio de estimulação sonora e são registradas por meio da contração dos músculos extraoculares. A estimulação acústica promove uma movimentação reflexa dos músculos oculares mesmo na ausência de deslocamento da cabeça, assim possibilitando a avaliação do reflexo vestíbulo-ocular. O oVEMP avalia a via vestibular contralateral ascendente, a função do utrículo e do nervo vestibular superior. O registro obtido é formado por ondas, uma de pico negativo com latência em torno de 10ms (N10) e uma de pico positivo com latência ao redor de 15ms (P15). É um exame objetivo, não invasivo, fácil execução, rápido de ser aplicado e com mínimo desconforto para o paciente. OBJETIVO: Analisar as latências do Potencial Evocado Miogênico Vestibular Ocular em adolescentes sem queixas auditivas e vestibulares e com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidades, visando contribuir para os valores de referência na faixa etária pesquisada. METODOLOGIA: Estudo transversal, cuja casuística foi composta por 70 adolescentes com idade entre 12 e 17 anos e 11 meses de ambos os sexos, que não possuíam queixas auditivas nem vestibulares. Os participantes realizaram avaliação audiológica periférica básica para confirmar os limiares auditivos dentro dos padrões de normalidades. Para realização do procedimento eletrofisiológico oVEMP, foram fixados eletrodos nas seguintes posições: o eletrodo terra foi posicionado na fronte, os eletrodos referência na região infraorbital contralateral ao lado testado, um no lado direito e outro no lado esquerdo, e os ativos foram posicionados logo abaixo dos negativos. O estímulo acústico utilizado foi o tone burst, com polaridade alternada na frequência de 500 Hz e intensidade de 80 dBNA. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem, sob número 34632. Os participantes assinaram o termo de assentimento e os responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS: A média das latências encontradas na orelha direita e na orelha esquerda, respectivamente, N1 foi de 10,9 ms e 10,2 ms e P1 foi de 15,6 ms e 16,1 ms. A média do índice de assimetria foi de 12,3%. Não houve diferença estatisticamente significativa nos valores de latência de N1 (p=0,562), P1 (p=0,594) entre as orelhas. Não foram encontradas diferenças estatísticas para as latências do oVEMP em relação ao sexo dos participantes. CONCLUSÃO: Na amostra estudada, verificou-se latências semelhantes às observadas na literatura científica consultada para a pesquisa das ondas do Potencial Evocado Miogênico Vestibular Ocular em adolescentes, sem queixas otoneurológicas. Além disso, obteve-se 12,3% como média do índice de assimetria. Estudos em maior escala devem ser realizados, visando contribuir para o estabelecimento de valores de referência do exame na população adolescente típica.

1.Silva TR, Resende LM de, Santos MAR. Potencial evocado miogênico vestibular ocular e cervical simultâneo em indivíduos normais. CoDAS. Fevereiro de 2016;28:34–40.
2. Colebatch JG, Rosengren SM, Welgampola MS. Vestibular-evoked myogenic potentials. Handb Clin Neurol. 2016;137:133–55.
3. Piker EG, Jacobson GP, McCaslin DL, Hood LJ. Normal Characteristics of the Ocular Vestibular Evoked Myogenic Potential. J Am Acad Audiol. abril de 2011;22(04):222–30.
4. Maia N de PD, Lopes K de C, Ganança FF. Vestibular evoked myogenic potentials in the prognosis of sudden hearing loss - a systematic review. Braz j otorhinolaryngol. 11 de maio de 2020;86:247–54.
5. Silva TR, Santos MAR, Resende LM de, Labanca L, Caporali JF de M, Sousa MR de, et al. Aplicações dos potenciais evocados miogênicos vestibulares: revisão sistemática de literatura. Audiol, Commun Res [Internet]. 9 de maio de 2019 [citado 3 de dezembro de 2022];24. Disponível em: http://www.scielo.br/j/acr/a/HddGtBm9hLvY589HSs7yBZL/?lang=pt
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Página(s): p.662
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO RUÍDO OCUPACIONAL E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE DE TRABALHADORES DO SETOR DE TELEMEDICINA
Samelli, A. G. ; Rocha, C. H. ; Gomes, J. B. C. ;

Introdução: A Telemedicina ou Telessaúde pode ser definida como o uso de tecnologias da informação para promover e ofertar cuidados em saúde nas situações em que o tempo e a distância são fatores de dificuldade. Durante a pandemia da Covid-19, alguns hospitais de referência ofereceram suporte para outros hospitais ao redor do país. Os trabalhadores atuantes em serviços de teleatendimento, incluindo os médicos que atuam em serviços de Telemedicina, podem estar expostos a níveis elevados de ruído, que podem trazer efeitos negativos auditivos e não-auditivos, além de riscos para o desenvolvimento de distúrbios vocais relacionados ao trabalho. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar os níveis de pressão sonora no local de trabalho e nos fones de ouvido utilizados por trabalhadores do setor de Saúde Digital de um grande hospital de São Paulo, buscando verificar se estes níveis de ruído se constituem como risco para a saúde destes indivíduos. Metodologia: O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número CAAE 61601416.6.0000.0065. Trata-se de uma pesquisa em banco de dados de indivíduos pertencentes ao quadro de médicos (durante o ano de 2021) do setor de Saúde Digital de um grande hospital de São Paulo. Foram coletadas as seguintes informações: histórico médico e ocupacional, medições dos Níveis de Pressão Sonora (NPS) dos ambientes de trabalho e dos fones utilizados por cada indivíduo; audiometrias ocupacionais, analisadas segundo critérios constantes na Portaria 19, da NR 7 (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional); triagem vocal, pelo Protocolo de Rastreio do Risco de Disfonia Geral (PRRD-G), que avalia aspectos como hidratação, comportamentos vocais, dentre outros. Foi realizada análise estatística por meio do teste Anova, com nível de significância de 5%. Resultados: Foram verificados valores médios nos fones de ouvidos de aproximadamente 75 dBA e de ruído de fundo de 65 dBA, bem como valores máximos atingindo 101 dBA nos fones de ouvido e 90 dBA para o ruído de fundo. Em relação aos achados audiométricos, não foram encontrados indícios sugestivos de desencadeamento de perda auditiva induzida por ruído. Em relação ao PRRD-G, verificou-se que alguns trabalhadores apresentam comportamentos de risco vocal, demonstrados pelos itens alimentação, hidratação, higiene do sono e uso da voz fora do trabalho. Conclusão: A pandemia da Covid-19 colocou em evidência a Telemedicina, uma modalidade de exercício profissional que ainda carece de maiores estudos sobre seus impactos nos trabalhadores. Verificamos que estes trabalhadores estão expostos a riscos auditivos e extra-auditivos oriundos da exposição ao ruído e os riscos de desenvolvimento de disfonias devido à nova demanda vocal inserida nas jornadas de trabalho, que pode ser potencializada pela exposição ao ruído. Em virtude dos riscos a que estão expostos, os profissionais operadores da Telemedicina devem receber orientações e serem capacitados para realizarem suas atividades nesta nova modalidade com maior eficiência e sem grandes impactos em sua saúde.

BRASIL. Lei n. 13.989, de 15 de abril de 2020. Dispõe sobre o uso da telemedicina durante a crise causada pelo coronavírus (SARS-CoV-2). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-13.989-de-15-de-abril-de-2020-252726328

BRASIL. Portaria n. 19, de 09 de abril de 1998. SECRETARIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, 1998. Disponível em: https://www.fonosp.org.br/legislacao/ministerio-do-trabalho/385-portaria-n-c2-ba-19-de-09-de-abril-de-1998-09-10-2

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria n. 3.214, de 08 de junho de 2007 - NR 17. Estabelece os requisitos para o trabalho em atividades de teleatendimento/telemarketing nas diversas modalidades desse serviço, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 2007.

SILVA, B. G.; GONZAGA, D.; ROCHA, C. H.; GOMES, R. F.; MOREIRA, R. R.; BISTAFA, S. R.; SAMELLI, A .G. Noise Exposure, Headsets, and Auditory and Nonauditory Symptoms in Call Center Operators. Am J Audiol, v.31, n.1, p. 112-125, 2022. Available on: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35050696/

SILVA, T. C. N.; WILLIAMS, E. M. O.; SILVA, D. O.; GOMES NETO, C. P. A importância do conhecimento de higiene vocal para os profissionais da voz. Revista Científica Multidisciplinar UNIFLU, v.4, n.2, 2019. Disponível em: http://www.revistas.uniflu.edu.br:8088/seer/ojs-3.0.2/index.php/multidisciplinar/article/view/227/129
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Página(s): p.769
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AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL E ELETROFISIOLÓGICA DO PROCESSAMENTO AUDITIVO EM CRIANÇAS COM GAGUEIRA
Gregory, L. ; Franciozi, C. ; Sleifer, P. ;

INTRODUÇÃO: A gagueira é caracterizada como um distúrbio da comunicação humana, sendo caracterizada por rupturas involuntárias no fluxo da fala. Alterações de fala e linguagem podem estar associadas a desordens das habilidades do processamento auditivo, tornando pertinente a pesquisa do processamento das informações auditivas por meio de avaliações eletrofisiológicas e comportamentais na população infantil com queixa. OBJETIVOS: Descrever e analisar as respostas obtidas na avaliação comportamental e eletrofisiológica das habilidades do processamento auditivo em crianças com e sem gagueira, assim como verificar possíveis associações entre os achados eletrofisiológicos e a pontuação na Scale of Auditory Behaviors (SAB). METODOLOGIA: Trata-se de um estudo comparativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 41362. A amostra foi composta por 22 crianças com gagueira, e um grupo controle composto por 22 crianças sem alteração de fala ou linguagem, pareado por idade e sexo. Todas as crianças foram submetidas à avaliação audiológica composta por audiometria tonal e vocal, medidas de imitância acústica, potencial evocado auditivo de tronco encefálico, potenciais evocados auditivos de longa latência, potencial cognitivo e testes comportamentais de processamento auditivo (RGDT, DDT, DPT, PSI e MLD). Além disso, responderam a SAB. RESULTADOS: Verificou-se latências maiores das ondas P2 e P3 nas crianças que gaguejam em relação ao grupo de crianças fluentes (p < 0,001). Não houve diferença nos valores de amplitude de P2, mas houve diminuição nos valores de amplitude de P3 nas crianças que gaguejam (p= 0,018). Crianças com gagueira apresentaram alterações nos testes RGDT, TDD, TPD e PSI, quando comparadas ao grupo controle. Foi encontrada uma associação entre o aumento da latência de P2 e P3 e os escores SAB. CONCLUSÃO: Na amostra estudada, as crianças com gagueira apresentaram alterações nas avaliações eletrofisiológicas e comportamentais do processamento auditivo, sugerindo dificuldade de reconhecimento, discriminação e memória auditiva. Portanto, é importante que essas habilidades sejam levadas em consideração na investigação e terapia da gagueira, a fim de melhorar as habilidades auditivas e a fluência da fala.

Andrade, A. N., Gil, D., Schiefer, A. M., & Pereira, L. D. . Avaliação comportamental do processamento auditivo em indivíduos gagos. Pró-fono, 2008; 20, 43–48.

McPherson DL, Ballachanda B, Kaf W. Middle and long latency auditory evoked potentials. In: Roeser RJ, Valente M, Dunn H. (Org.). Audiology Diagnosis. 2. ed. New York: Thieme, 2007, p. 443-77.

Eichorn, N., Marton, K., & Pirutinsky, S. . Cognitive flexibility in preschool children with and without stuttering disorders. Journal of Fluency Disorders, 2018; 57, 37–50.

Prestes, R., de Andrade, A. N., Santos, R. B., Marangoni, A. T., Schiefer, A. M., & Gil, D. . Temporal processing and long-latency auditory evoked potential in stutterers. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 2017; 83(2), 142–146.

Chang, S. E., Zhu, D. C., Choo, A. L., & Angstadt, M. . White matter neuroanatomical differences in young children who stutter. Brain: a journal of neurology, 2015; 138(Pt 3), 694–711.
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Página(s): p.742
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BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DAS HABILIDADES AUDITIVAS NA REABILITAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM QUADRO DE AFASIA: REVISÃO INTEGRATIVA
PEREIRA, A. V. ; CASTRO, M. P. ;

Introdução: A linguagem oral e escrita possibilita ao indivíduo desenvolver habilidades comunicativas, além de estabelecer a integração social do indivíduo. Um dos quadros clínicos, que pode alterar a linguagem e o comportamento comunicativo do indivíduo, é a afasia, definida como um transtorno adqui¬rido da linguagem, causado por lesão encefálica, que pode estar associado às alterações das habilidades auditivas. Objetivo: caracterizar o benefício do treinamento das habilidades auditivas no processo de reabilitação fonoaudiológica de indivíduos com quadros de afasia que, assim como identificar os protocolos de treinamento auditivo mais utilizados e a respectiva eficiência. Método: Estudo de revisão integrativa, a partir do levantamento de artigos, nas plataformas de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (Bireme) e da Brasil Scientific Electronic Library Online (SciELO), com os seguintes critérios de inclusão: artigos que descrevam a utilização do treinamento das habilidades auditivas no processo de reabilitação de indivíduos com quadro de afasia, publicados nos idiomas inglês e português, no período dos últimos dez anos. Resultados: inicialmente encontrados 43 artigos acerca do treinamento auditivo e/ou afasia, processamento auditivo e/ou habilidades auditivas. A partir da leitura e análise dos artigos, a amostra do presente estudo é composta por 10 artigos. Resultados: foi elaborado a partir da análise descritiva dos seguintes aspectos: data de publicação; local onde a pesquisa foi realizada; objetivos das pesquisas; resultados e conclusões. A análise da amostra inicial, não identificou artigos que relacionavam o treinamento auditivo em indivíduos com quadros de afasia, assim, analisou-se os artigos que descreveram os protocolos de treinamento auditivo em indivíduos que sofreram de algum tipo de lesão neuronal, como o traumatismo crânio encefálico. Conclusão: Apesar dos resultados demonstrarem o benefício do treinamento auditivo no desempenho comunicativo dos indivíduos com alterações neurológicas, faz-se necessário desenvolver estudos que possam identificar a influência do treinamento auditivo nos quadros de afasia.

1. Schuelter, Débora; Muller, Priscila Leal Nunes; Schillo, Raquel; Terçariol, Denise;
Pagnossim,Débora Frizzo. Características audiológicas e habilidades de comunicação de
pessoas com afasia. Distúrb. Comun, São Paulo, 29(3): 448-461, setembro, 2017.
http://dx.doi.org/10.23925/2176-2724.2017v29i3p448-461. Acessado em: 15 de abril de 2021. (1)
2. Folgearini, Jordana da Silva et. all. Processamento Auditivo Da Informação Em Sujeitos Com Afasia. Estud. interdiscipl. envelhec., Porto Alegre, v. 21, n. 3, p. 217-234, 2016. Acessado em: 10 de abril de 2021.
3. Donohue, Sarah E; Weinhold, Steffi; Schoenfeld, Mircea A; Quian Quiroga, Rodrigo; Hopf, Jens-Max. A neural hallmark of auditory implicit learning is altered in older adults.bvsalud.org,2019. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-30699188. Acesso em 15 de abril de 2021. (3)
4. Trumpp, Natalie M; Kliese, Daniel; Hoenig, Klaus; Haarmeier, Thomas; Kiefer, Markus. Losing the sound of concepts: damage to auditory association cortex impairs the processing of sound-related concepts.bvsalud.org,2013. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-22405961. Acesso em 15 de abril de 2021. (4)
5. Wong, Patrick C M; Perrachione, Tyler K; Parrish, Todd B. Neural characteristics of successful and less successful speech and word learning in adults.bvsalud.org,2007. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-17133399. Acesso em 15 de abril de 2021. (5)
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Página(s): p.893
ISSN 1983-1793X
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CAPACITAÇÃO DE ALUNOS DE GRADUAÇÃO NA EDIÇÃO DE CONTEÚDOS SOBRE SAÚDE AUDITIVA NA WIKIPÉDIA
Matos, H. G. C de ; Cruz, P. C. ; Arrigo, A. J. S. ; Pereira, L. C. De C. ; Cardoso, M. J. F. ; Lopes, T. de A. ; Alvarenga, K. de F. ; Jacob, L. C. B. ;

A Wikipédia é uma enciclopédia colaborativa e aberta do conhecimento de forma livre, baseada na edição continuada e cientificamente embasada de conteúdos em diversas áreas e idiomas. Nesse sentido, temas relacionados à saúde auditiva têm ganhado cada vez mais importância e aumento crescente nas visualizações por profissionais, estudantes e a população em geral. Entretanto, ainda são notáveis lacunas de conhecimento sobre saúde auditiva na Wikipedia. Há relatos acerca do uso da Wikipédia como ferramenta educacional, integrando a capacitação de alunos na edição de verbetes com a comunicação em saúde. Nesse contexto, destaca-se a WikiEducation, uma plataforma que conecta universidades, professores e alunos na Wikipédia, oferecendo uma ferramenta para acompanhamento de atividades desempenhadas por estudantes na Wikipédia, o Dashboard. Assim, a Wikipédia possibilita que o aluno assuma o papel de produtor e comunicador do conhecimento, fomentando ainda o letramento científico. Destarte, objetiva-se apresentar um relato da capacitação de alunos no uso da Wikipédia em saúde auditiva. O presente estudo foi aprovado pelo CEP sob o parecer n.º 5.420.789. A pesquisa foi desenvolvida com alunos de graduação, em uma disciplina na área da Audiologia, que realizaram edições de conteúdos em saúde auditiva na Wikipédia. Primeiramente, foi criado um Dashboard (https://w.wiki/6FhG) para acompanhamento da edição dos verbetes trabalhados na disciplina, além do registro de cada aluno como usuário da Wikipédia, para posterior inscrição no Dashboard. Na segunda etapa, foi criada uma lista de verbetes, escolhidos pela sua relevância, considerando o conteúdo programático da disciplina e a carência ou necessidade de melhoria no conteúdo. Em uma terceira etapa, foram conduzidos três momentos de capacitação, sendo: (i) apresentação e edição básica de texto na Wikipédia; (ii) normas do livro de estilo textual e inserção de referências bibliográficas; e (iii) verificabilidade e utilização de recursos multimídia (imagens ou vídeos). A partir de um cronograma de ação, os alunos tiveram três períodos ao longo do semestre para a inserção de conteúdos nos verbetes, na sequência das atividades da capacitação. Os conteúdos foram adicionados em páginas de teste vinculadas ao usuário do aluno na Wikipédia, acompanhados e avaliados pelo professor por meio do Dashboard ao longo das inserções. Foram abordados 32 tópicos temáticos, envolvendo: anatomofisiologia da audição, psicoacústica, avaliação audiológica básica, mascaramento clínico, perda auditiva (central, periférica e ocupacional), presbiacusia, doença de Ménière, neuroma do acústico, ototoxicidade e doenças virais e bacterianas com repercussão na audição. Foram adicionadas às páginas criadas ou editadas na Wikipédia 55 400 bytes de conteúdo, produzido por 37 alunos. Sendo verificado, entre a edição dos verbetes até 13 de janeiro de 2023, a partir do Dashboard, que 8 verbetes editados e 2 criados, contabilizaram um total de 2 730 visualizações. Dessa forma, a capacitação destacou a potencialidade da Wikipédia enquanto ferramenta educacional, fomentando o contato dos alunos com a comunicação em saúde, e a leitura e escrita científica de textos em saúde auditiva. Com este relato aponta-se um direcionamento para atividades futuras na promoção de ações de pesquisa, ensino e extensão por meio da Wikipédia.






1. Maggio LA, Willinsky JM, Costello JA, Skinner NA, Martin PC, Dawson JE. Integrating Wikipedia editing into health professions education: a curricular inventory and review of the literature. Perspect Med Educ. 2020 Dec;9(6):333-42.
2. Ceballos DM, Herrick RF, Carreón T, Nguyen VT, Chu MT, Sadowski JP, et al. Expanding Reach of Occupational Health Knowledge: Contributing Subject-Matter Expertise to Wikipedia as a Class Assignment. INQUIRY. 2021 Jan;58:004695802110357.
3. Ferreira MJC, Matos HGC de, Alvarenga K de F, Jacob LCB. Wikipedia University: a tool that empower actions for health communication. International Archives of Otorhinolaryngology. 2022 Jul;26:113.
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Página(s): p.930
ISSN 1983-1793X
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CARACTERÍSTICAS AUDIOLÓGICAS EM UM ESTUDO DE CASO DE SÍNDROME DE HAY-WELLS
Meyer, A.S.A. ; Ferruci, S.G. ; Alvarenga, K.F. ;

Introdução: O conjunto de sinais pertencentes à rara síndrome de Hay-Wells são referidos como subtipo de displasia ectodérmica, que tem como característica a perda auditiva em mais de 90% dos casos. Devido ao estudo sobre as características audiológicas, psicossociais e de (re) Habilitação auditiva dos indivíduos com síndrome de Hay-Wells serem escassas, torna-se importante a discussão do tema a partir de um estudo de caso, uma vez que pode ser observada a influência da perda auditiva na qualidade de vida destes indivíduos a curto, médio e longo prazo. Objetivo: Este estudo tem o objetivo de relatar os achados audiológicos de um estudo de caso de Síndrome de Hay-Wells, bem como o resultados do planejamento terapêutico adotado. Metodologia: Estudo retrospectivo descritivo aprovado pelo comitê de ética número CAAE 63296522.7.0000.5441, que se baseou em dados secundários coletados de 1 prontuário de uma criança que possui diagnóstico de síndrome de Hay-Wells. Foram analisados os achados da Avaliação Otorrinolaringológica; Entrevista Fonoaudiológica; Audiometria tonal liminar (ATL); Logoaudiometria; Medidas da Imitância Acústica, dados dos aparelhos auditivos selecionados e seus resultados obtidos e evolução multiprofissional. Resultados: A criança com síndrome de Hay-Wells possui perda condutiva do tipo condutiva de grau moderadamente severo bilateral, apresenta estreitamento do conduto auditivo externo em fundo cego bilateralmente, com curva timpanométrica do tipo b, em ambas as orelhas e ausência de reflexo bilateralmente. O caso em questão foi adaptado com Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), com bons resultados em sua qualidade de vida social e escolar. Conclusão: Os indivíduos com a síndrome de Hay-Wells devido à probabilidade de ocorrência de alterações audiológicas, necessitam de acompanhamento multidisciplinar para prevenção, identificação, tratamento e (re) habilitação dessas alterações.

1. BARTELS, N.G.; NEUMANN, L. M.; MLECZKO, A.; RUBACH, K.; PETERS, H.;
ROSSI, R.; STERRY, W.; PEYTAVI, U. B. Hay-Wells syndrome in a child with
mutation in the TP73L gene. In: Journal of the German Society of Demartology,
ed. 10, vol. 5, p. 919, out 2007.
2. COLE, P.; HATEF, D.A.; KAUFMAN, Y.; MAGRUDER, A.; BREE, A.; FRIENDMAN,
E.; SINDWANI, R.; HOLLIER, L.H. Facial clefting and oroauditory pathway
manifestations in ankyloblepharon-ectodermal defects-cleft lip/palate (AEC)
syndrome. Am J Med Genet A, p. 1910-195, vol 149, set 2009.
3. HAY, R.J., WELLS, R.S. The syndrome of ankyloblepharon, ectodermal defects and
cleft lip and palate: An autosomal dominant condition. Br J Dermatol, p. 277– 289,
1976. Disponível em: 2133.1976.tb04384.x>
4. ROSA, D. J. F.; Machado, R.F.; NETO, M.P.M.; GAMONALl, A.; MONTENEGRO DE
SÁ, A.A. Síndrome de Hay-Wells: relato de caso. Disponível em:
Acesso em
07/01/2022


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Página(s): p.667
ISSN 1983-1793X
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CARACTERÍSTICAS OCUPACIONAIS E DE SAÚDE AUDITIVA DE TRABALHADORES DE AEROPORTOS
Cipriano, G.S. ; Mantovani, D.A. ; Hillesheim, D. ; Zucki, F. ;

Introdução: A Organização Mundial de Saúde considerou o ruído aeronáutico como a terceira forma de poluição sonora que mais causa problemas à saúde humana. No universo das atividades aeroportuárias, a literatura apresenta diversos artigos voltados para um nicho específico, a tripulação comercial e técnica, compreendida por pilotos de aeronaves e comissários de bordo. Contudo, os trabalhadores de terra de aeroportos, a saber, mecânicos, despachante de bagagem, líderes de rampa, separadores de carga, emissores de carga , pouco são contemplados em pesquisas. Objetivo: Descrever o perfil ocupacional e as características auditivas e extra-auditivas de trabalhadores de aeroportos. Métodos: Estudo transversal, realizado com trabalhadores de aeroportos brasileiros, com idade entre 19 e 59 anos, entre julho e setembro de 2022. Os participantes responderam um questionário eletrônico pré-estruturado que buscou analisar seus riscos ocupacionais. Foram coletadas variáveis sociodemográficas, características do ambiente laboral e relato de sintomas auditivos e extra auditivos. As variáveis sociodemográficas foram: sexo (masculino; feminino); faixa etária (20 a 29; 30 a 39; ≥ 40 anos); raça/cor (branca; preta; parda; amarela; indígena) e escolaridade (sem escolaridade; fundamental incompleto; fundamental completo; nível médio incompleto; nível médio completo; nível superior incompleto; nível superior completo; pós-graduação). Com relação ao ambiente laboral, analisaram-se as variáveis: tempo que exercita a profissão (0 a 5 anos; 6 a 10 anos; 11 a 15 anos; 16 anos ou mais); número de horas trabalhadas por dia (jornada diária) (até 6 horas; 7 a 8 horas; 9 a 10 horas; mais de 10 horas), exposição a ruído no trabalho (não; sim), como classifica a intensidade do ruído no trabalho (baixo; médio; alto/muito alto), utiliza protetor auditivo quando exposto a ruído (não; sim), tipo de protetor auditivo (plug; abafador/concha; ambos; não utiliza); emprego anterior exposto a ruído (não; sim), considera ruído prejudicial para a audição (não; sim), autopercepção auditiva (boa; regular; ruim), dificuldade de acompanhar conversas durante jornada de trabalho exposta a ruído (não, nunca; sim, algumas vezes; sim, frequentemente; sim, sempre); considera exposição a produtos químicos, vibração etc., prejudicial para a audição (não; sim). Ainda, foram analisadas variáveis referentes a presença dos seguintes sintomas auditivos e extra auditivos: zumbido; sensação de estar ouvindo menos; desconforto em ouvir sons intensos; dor de cabeça; estresse; ansiedade; irritabilidade; insônia; dificuldade de concentração (todas categorizadas em não e sim). As variáveis foram analisadas descritivamente, por meio de frequências absolutas e relativas no software Stata 14. Resultados: A amostra foi composta por 20 trabalhadores, sendo maior prevalência do sexo masculino (60,0%). A maioria referiu estar exposto a ruído no trabalho (85,0%) e 12 trabalhadores classificaram o ruído como alto ou muito alto (60,0%). Observou-se maior prevalência de desconforto em ouvir sons intensos (55,0%), seguido de sensação de estar ouvindo menos (50,0%) e zumbido (35,0%). Conclusão: Os trabalhadores de aeroportos apresentaram sintomas auditivos, como desconfortos para sons intensos, sensação de estar ouvindo menos e zumbido, além de sintomas extra-auditivos como, irritabilidade, estresse, insônia e ansiedade. Considera-se que tais sintomas, associados ou isolados, podem afetar a qualidade de vida dentro e fora do ambiente de trabalho.

Vidotti HGM, Sticca MG, Silva TNR da, Menegon NL. Trabalho e saúde dos comissários de bordo: uma revisão. Rev bras saúde ocup [Internet]. 2016;41(Rev. bras. saúde ocup., 2016 41). Available from: https://doi.org/10.1590/2317-6369000116015.
Silva, R. F. G. da, Brito, L. A. P. F. de, & Silva, J. L. G. da. (2020). GESTÃO DO RUÍDO EM UM CENTRO DE MANUTENÇÃO AERONÁUTICO. Revista Brasileira De Gestão E Desenvolvimento Regional, 16(2). https://doi.org/10.54399/rbgdr.v16i2.5585
MORATA, Tc et al. Potential Risks to Hearing Functions of Service Members From Exposure to Jet Fuels. Am J Audiol. 2021 Oct 11;30(3S):922-927.
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Página(s): p.787
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CARACTERIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO DE OCULOMOTRICIDADE EM ESCOLARES COM E SEM DIAGNÓSTICO DE DISLEXIA E QUEIXAS DE APRENDIZAGEM
Santos, T. V. R. ; Sleifer, P. ;

Introdução: A dislexia é um distúrbio da aprendizagem específica que tem origem neurobiológica. Indivíduos com dislexia têm as habilidades de desenvolver a leitura e escrita prejudicadas, enquanto o intelecto permanece dentro da normalidade. As alterações no rendimento escolar costumam ser o princípio indicativo da dislexia, principalmente no momento em que os processos da escrita e a leitura começam a ser trabalhados em sala de aula. Para que esses processos ocorram de maneira eficaz e satisfatória são necessários comportamentos oculomotores, caracterizados por movimentos oculares alternados de sacádicos, rastreios e fixações. Anormalidades no controle voluntário da sacada já têm sido observadas em indivíduos com dislexia e dificuldades de aprendizagem. Objetivo: Analisar os achados das avaliações de oculomotricidade em escolares com e sem diagnóstico de dislexia e queixas de aprendizagem. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso-controle, em que foram avaliados 30 escolares, oriundos de escolas públicas. O grupo estudo (GE) foi composto por 15 escolares com diagnóstico interdisciplinar de dislexia. O grupo controle (GC) foi constituído por 15 escolares sem queixas de aprendizagem e com excelente desempenho acadêmico por, pelo menos, dois bimestres consecutivos nas avaliações de português e matemática. Os grupos foram pareados por idade e gênero. A fim de descartar perda auditiva, todos os participantes passaram por uma triagem auditiva, composta por audiometria tonal limiar, audiometria vocal e medidas de imitância acústica. As avaliações foram realizadas por meio das provas oculomotoras da vectoeletronistagmografia, sendo elas: calibração, rastreio pendular, optocinético e pesquisa dos movimentos sacádicos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem, sob protocolo nº 30865. Resultados: Houve diferença significativa entre os grupos em todas as provas da avaliação de oculomotricidade. Na pesquisa do rastreio pendular, 15 (100%) escolares do GC obtiveram resultado do tipo I, enquanto que no GE 1 (7%) teve resultado do tipo I, 8 (53%) do tipo II e 6 (40%) do tipo III. Em relação ao optocinético, os 15 (100%) integrantes do GC apresentaram resultado simétrico, enquanto as respostas do GE indicaram velocidade reduzida e reflexos vestíbulo oculares mais lentos quando comparado ao GC (p= 0,021). Na análise dos movimentos sacádicos, todos do GC obtiveram resultado regular, ao passo que o GE apresentou velocidade reduzida e reflexos vestíbulo oculares mais lentos (p=0,035). Conclusão: As avaliações de oculomotricidade demonstraram uma diferença significativa entre os grupos para as medidas das provas oculomotoras da vectoeletronistagmografia, que indicaram velocidade reduzida, rastreios e reflexo vestíbulo-ocular mais lentos nas crianças com dislexia e queixas de aprendizagem. Alterações oculomotoras e do reflexo vestíbulo-ocular são considerados problemas otoneurológicos. Analisando os achados das avaliações de oculomotricidade em escolares com e sem diagnóstico de dislexia e queixas de aprendizagem conclui-se que o grupo de estudo possui comprometimento otoneurológico.

Bilbao C, Piñero DP. Clinical Characterization of Oculomotricity in Children with and without Specific Learning Disorders. Brain Sci. 2020 Nov 11;10(11):836. doi: 10.3390/brainsci10110836. PMID: 33187134; PMCID: PMC7697867.
Gaertner C, Bucci MP, Ajrezo L, Wiener-Vacher S. Binocular coordination of saccades during reading in children with clinically assessed poor vergence capabilities. Vision Res. 2013 Jul 19;87:22-9. doi: 10.1016/j.visres.2013.05.006. Epub 2013 May 18. PMID: 23694682.
Majeed, NM, Hartanto, A, Tan, JJX. Developmental dyslexia and creativity: A meta-analysis. Dyslexia. 2021; 27: 187– 203. https://doi.org/10.1002/dys.1677
Pensiero, S., Accardo, A., Michieletto, P., & Brambilla, P. (2013). Saccadic Alterations in Severe Developmental Dyslexia. Case Reports in Neurological Medicine, 2013, 1–5. doi:10.1155/2013/406861
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Página(s): p.677
ISSN 1983-1793X
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CARACTERIZAÇÃO DAS ALGESIAS E QUEIXAS COCLEOVESTIBULARES RELATADAS POR PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Silva, E. D. ; Souza, B. D. M. ; Stefani, F. M. ; Santos, G. L. M. ; Scharlach, R. C. ;

Introdução: a disfunção temporomandibular é reconhecida como a somatória de inúmeros sinais e sintomas que podem acarretar problemas nas funções estomatognáticas e no sistema auditivo. Essas ocorrências podem aparecer simultaneamente, bem como podem variar para cada indivíduo. Diversos sintomas cocleovestibulares podem surgir em consequência da disfunção, como zumbido, tontura, plenitude aural, otalgia e sensação de perda auditiva, estes sintomas poderão ou não aparecer isoladamente e, quando somados as algesias que esses pacientes apresentam, trarão mais prejuízos ao portador. Objetivo: investigar a relação entre as queixas cocleovestibulares e as dores autorreferidas nos pacientes com disfunção temporomandibular. Metodologia: estudo observacional, descritivo, de delineamento transversal realizado com adultos diagnosticados com disfunção temporomandibular (muscular ou mista) pelo cirurgião dentista e atendidos em um centro especializado do sul do Brasil. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com parecer número 5268486. Os participantes foram submetidos à anamnese para levantamento das queixas cocleovestibulares e sintomas relacionados à disfunção. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística descritiva. Resultados: a amostra foi composta por 31 pacientes, sendo todos do sexo feminino, com média etária de 28 anos. Do total avaliado, 28 (90,3%) possuem pelo menos uma queixa cocleovestibular e 27 (87%) possuem pelo menos uma queixa de algesia. As queixas otológicas foram plenitude aural (45%), tontura (58%) e zumbido (61%), já as algesias referidas foram cervicalgia (77%), dor na ATM (54%), cefaleia (54%), dor na face (16%), dor nos dentes (16%) e otalgia (13%). Dos pacientes com plenitude aural, 78% apresentam duas ou mais algesias, dos pacientes com tontura, 83% apresentam duas ou mais algesias e, dos indivíduos com zumbido, 63% apresentam esse mesmo quadro. Entre os indivíduos que não apresentaram nenhuma queixa otológica (10%), 33% também não apresentaram nenhum tipo de algesia. Por fim, o único paciente que relatou a presença de todas as algesias questionadas também apresentou todas as queixas otológicas. Conclusão: pacientes com disfunção temporomandibular apresentam com recorrência algesias orofaciais, mas também podem manifestar queixas cocleovestibulares e estas, por sua vez, estarem relacionadas ao quadro da disfunção. Cabe ao profissional que atende esse público conscientizar-se dos encaminhamentos necessários e da melhor estratégia de tratamento para abranger todos os sinais e sintomas trazidos pelo paciente.


1- CAMACHO, GB; WALDEMARIN, RA; BARBIN, EL. Temporomandibular disorder in adults: retrospective study. Brazilian Journal of Pain, [S.L.], v. 4, n. 3, p. 310-315, dez. 2021.
2- MEJERSJÖ, C; PAULI, N. Ear symptoms in patients with orofacial pain and dysfunction ‐ An explorative study on different TMD symptoms, occlusion and habits. Clinical and Experimental Dental Research, [S.L.], v. 7, n. 6, p. 1167-1174, jun. 2021.
3- MENDES, LMR; BARRETO, MCA; CASTRO, SS. Instruments that assess functioning in individuals with temporomandibular disorders and the International Classification of Functioning: systematic review. Brazilian Journal of Pain, [S.L.], v. 1, n. 4, p. 63-67, mar. 2021.
4-OLIVEIRA, AS; BERMUDEZ, CC; SOUZA, RA; SOUZA, CMF; DIAS, EM; CASTRO, CES; BÉRZIN, F. Impacto da dor na vida de portadores de disfunção temporomandibular. Journal of Applied Oral Science, [S.L.], v. 11, n. 2, p. 138-143, jun. 2003.
5-TOLEDO, IP; STEFANI, FM; PORPORATTI, AL; MEZZOMO, LA; PERES, MA.; FLORES-MIR, C; CANTO, GL. Prevalence of otologic signs and symptoms in adult patients with temporomandibular disorders: a systematic review and meta-analysis. Clinical Oral Investigations, [S.L.], v. 21, n. 2, p. 597-605, 10 ago. 2016.
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Página(s): p.906
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CARACTERIZAÇÃO DE UM GRUPO DE ADULTOS INGRESSANTES EM UM SERVIÇO DE QUIMIOTERAPIA
Peruch, C. V. ; Goulart, F. O. ; Roglio, V. S. ; Dallegrave, E. ; Machado, M. S. ; Martins, V. B. ; Berbert, M. C. B. ;

Introdução: Sujeitos que necessitam de quimioterapia podem apresentar outros indicadores de risco para perda auditiva, os quais podem se somar aos efeitos ototóxicos dos quimioterápicos. A presença do fonoaudiólogo na equipe multidisciplinar é de extrema importância para acolher e investigar demandas audiológicas antes da exposição ao tratamento. Desta forma, se faz necessário conhecer o perfil destes pacientes para promover ações preventivas e orientações quanto à saúde auditiva destes indivíduos. Objetivo: Analisar e descrever as características auditivas autorreferidas de pacientes ingressantes de um serviço de quimioterapia. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer nº 5.117.189. Trata-se de um estudo transversal, composto por 261 indivíduos que iniciaram tratamento quimioterápico entre abril e outubro de 2022. Todos os pacientes responderam um instrumento de investigação de histórico e queixas auditivas e tiveram demais dados coletados no prontuário eletrônico. Resultados: A média de idade foi 57,8, com desvio padrão 13,98. A distribuição por faixa etária foi: 18 a 49 anos (25%), de 50 a 59 anos (23%), de 60 a 69 anos (33%) e acima de 70 anos (20%). Em relação à cor/etnia, os sujeitos declararam: amarela 1,1%, branca 75%, indígena 0,8%, negra 7,7% e parda 15%. As características oncológicas foram agrupadas em 11 categorias por localização primária das neoplasias malignas. A maior incidência foi a de câncer de mama (24%), seguida de câncer de pulmão (19%). As topografias menos frequentes foram sarcoma com 1,5% e câncer hepático com 1,1%. Não houve presença de câncer de sistema nervoso central na amostra estudada. O sexo predominante foi o feminino, com 57%, dado que concorda com a maior predominância de câncer de mama. Quanto às informações obtidas no instrumento, 83% dos pacientes consideraram que escutam bem, 31% sentiam redução da audição e 29% referem dificuldade de compreensão de fala no ruído. O sintoma auditivo mais autorrelatado foi o zumbido (35%).Apenas 12% haviam recebido diagnóstico médico de perda auditiva e destes, somente 0,8% declararam ser usuários de prótese auditiva. 52% dos indivíduos referiram exposição a ruído ocupacional, valor maior que o encontrado em outros estudos na população brasileira (32,1%) e nos estados do sul do país (37%). Também dentro do histórico auditivo, 16% dos pacientes relataram histórico de otite, 13% reportaram história familiar de perda auditiva antes dos 50 anos e 1,5% referiram ter realizado cirurgia otológica. Apenas 10% dos pacientes afirmaram não ter qualquer queixa ou histórico auditivo. Conclusão: Os pacientes oncológicos ingressantes em um grande centro de quimioterapia do Sul do país têm, em sua maioria, 50 anos ou mais, com predominância do sexo feminino, cor/etnia branca, histórico de exposição à ruido ocupacional e algum tipo de queixa auditiva. Os resultados demonstram a importância do estudo do perfil dos indivíduos, realização da anamnese e apontam a necessidade de aconselhamento e monitoramento auditivo associado ao tratamento oncológico.

King KA, Brewer CC. Clinical trials, ototoxicity grading scales and the audiologist’s role in therapeutic decision making. Int J Audiol. 2018 September; 57(SUP4): S89–S98.
Sánchez-Canteli M, Núñez-Batalla F, Martínez-González P, de Lucio-Delgado A, Villegas-Rubio AJ, Gómez-Martínez JR, et al. Ototoxicity in cancer survivors: Experience and proposal of a surveillance protocol. An Pediatr [Internet]. 2021 Nov;95(5):290–7.
Assunção AÁ, Silva Abreu MN, Nunes Souza PS. Prevalência de exposição a ruído ocupacional em trabalhadores brasileiros: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Cad Saude Publica. 2019 Oct 7;35(10).
Paken J, Govender CD, Pillay M, Ayele BT, Sewram V. Baseline audiological profiling of South African females with cervical cancer: an important attribute for assessing cisplatin-associated ototoxicity. BMC Womens Health. 2021 Dec 1; 21(1).
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Página(s): p.843
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COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO COGNITIVO DE IDOSOS COM PERDA AUDITIVA DE ACORDO COM O TEMPO DE USO DOS APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL
Konrath, G. ; Machado, R. M. ; Piccolotto, C. L. ; Scartezini, M. S. ; Lima, L. R. ; Pagliarin, K. C. ; Patatt, F. S. A. ;

Introdução: A presbiacusia é o declínio da função auditiva decorrente do processo de envelhecimento. Essa alteração pode interferir também nas habilidades cognitivas, visto que há diminuição das entradas sensoriais decorrentes deste processo, aumentando o risco de demência nesta população, denotando a importância da avaliação das funções cognitivas desses sujeitos, bem como do processo de reabilitação auditiva. A utilização de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) promove organização e funcionamento corticais mais típicos, fornecendo benefício cognitivo. Estudos comprovam que a utilização destes dispositivos resulta em melhorias significativas nas funções cognitivas, evidenciando pior cognição e aumento na incidência de demência em pessoas que não usam AASI. Sendo assim, o uso efetivo destes dispositivos é considerado um fator de proteção para o declínio cognitivo. Objetivo: Comparar o desempenho cognitivo de usuários de AASI, com diferentes instrumentos de rastreio, de acordo com o tempo de uso diário dos dispositivos. Metodologia: Esta pesquisa tem caráter observacional, transversal e quantitativo, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o nº 5.162.650. A amostra foi captada por conveniência em duas clínicas, sendo uma privada e uma pública, e a coleta dos dados foi realizada após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram selecionados sujeitos com idade igual ou superior a 60 anos, com perda auditiva, adaptados com AASI por, no mínimo, 3 meses e sem doenças neurológicas prévias autorrelatadas. Sendo assim, participaram do estudo 22 idosos, dos quais, 12 são do sexo feminino e 10 do sexo masculino, com idades entre 61 e 91 anos (M=73,68) e com tempo de estudo formal entre 4 e 19 anos (M=9,13). Os procedimentos realizados neste estudo foram: anamnese direcionada, Audiometria Tonal Liminar, Logoaudiometria, Medidas de Imitância Acústica, além dos testes de rastreio cognitivo, Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI) e Mini Exame do Estado Mental (MEEM), este analisado em função do nível de escolaridade, ambos com um escore total de 30 pontos. A informação referente ao tempo de uso diário dos aparelhos foi obtida por meio do registro de dados de cada dispositivo (Datalogging). Os indivíduos foram divididos em dois grupos de acordo com o tempo de uso diário dos dispositivos, a saber: G1 = tempo de uso diário inferior a oito horas (n=6); G2 = tempo de uso diário igual ou superior a 8 horas (n=16). Além da análise descritiva foi realizada comparação do desempenho cognitivo entre os dois grupos, nos dois testes utilizados, por meio do Teste-t para amostras independentes. Resultados: Os escores médios no MEEM para G1 e G2 foram, respectivamente, 23,50 (DP=3,017) e 25,13 (DP=2,918), sendo que estes não diferiram estatisticamente entre si (p=0,262). Já no MoCA-HI, os escores de G1 e G2 foram, nesta ordem, 18,00 (DP=5,762) e 18,38 (DP=3,243), os quais também não diferiram entre os grupos (p=0,885). Conclusão: Pode-se constatar que o desempenho cognitivo dos idosos que compuseram este estudo não diferiram de acordo com o tempo de uso diários dos AASIs, ou seja, o desempenho cognitivo foi independente do tempo de uso diário dos dispositivos.

AMIEVA, H. et al. Death, depression, disability, and dementia associated with self-reported hearing problems: a 25-year study. J Gerontol A Biol Sci Med Sci; 73: 1383–89, 2018.
DIAO, T. X., et al. Study on the relationship between age-related hearing loss and cognitive impairment. Zhonghua Er Bi Yan Hou Tou Jing Wai Ke Za Zhi, v. 54(2), p. 110–115, 2019.
GLICK, H. A.; SHARMA, A. Cortical Neuroplasticity and Cognitive Function in Early-Stage, Mild-Moderate Hearing Loss: Evidence of Neurocognitive Benefit From Hearing Aid Use. Frontiers in neuroscience, 14, 93, 2020.
LIVINGSTON, G. et al. Dementia prevention, intervention, and care: 2020 report of the Lancet Commission. The Lancet; 396 (10248): 413-446, 2020.
RAY, J.; POPLI, G.; FELL, G. Association of Cognition and Age-Related Hearing Impairment in the English Longitudinal Study of Ageing. JAMA otolaryngology-- head & neck surgery, 144(10), 876–882, 2018.
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Página(s): p.701
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COMPETÊNCIA COMUNICATIVA DAS FAMÍLIAS E DECODIFICAÇÃO DE FALA DE CRIANÇAS COM RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM EM UM PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARENTAL VIA TELEINTERVENÇÃO: ESTUDO DE CASOS
Lemos, F.F. ; Balen, S.A. ; Nunes-Araujo, A.D.S. ; Brazorotto, J.S. ;

Introdução: Durante o desenvolvimento infantil grande parte das experiências de audição e linguagem das crianças são mediadas pela família. No caso de crianças em risco para o desenvolvimento das habilidades de audição e da linguagem, a capacitação parental pode ser uma estratégia virtuosa para a minimização de alterações, facilitada por recursos de teleintervenção. Objetivo: Descrever a competência comunicativa do cuidador e a ​​decodificação da fala de três crianças com risco no desenvolvimento da linguagem submetidas a um programa de capacitação parental via teleintervenção. Metodologia: Estudo de intervenção aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (n.4.648.404). As três crianças, do sexo masculino, com idades de 12, 26 e 35 meses, apresentavam desempenho de linguagem aquém do esperado na Escala Bayley-III. Realizaram avaliação audiológica (EOAT, PEATE clique, timpanometria), além do Frequency Following Response (FFR) com estímulo /da/ com frequência fundamental de 100 Hz, duração de 170 ms, velocidade de 3,70/s. Foram realizadas quatro promediações de 1.000 sweeps, em uma janela de -40 a 270.27 ms. Para filtragem das ondas, aplicou-se um filtro passa-banda online de 30-3000 Hz. Na análise dos dados, somou-se as ondas registradas na orelha direita, depois, aplicou-se um filtro passa-banda espectral de 80-1500 Hz. O registro neural de cada criança foi realizado em três momentos (antes da seleção, pré e pós-intervenção). Foi realizada análise temporal e espectral (F0 e harmônicos). A avaliação da competência comunicativa do cuidador deu-se pela análise dos registros em vídeo da interação com a criança nos momentos pré e pós-teleintervenção, por meio de um instrumento com escala do tipo Likert da qual se extraiu o dado geral de competência comunicativa do familiar, sendo que 0 (não mostra competência), 1 (mostra um pouco de competência), 2 (mostra uma boa competência) e 3 (mostra competência excelente). A teleintervenção baseou-se em estratégias de capacitação parental que envolveram os modelos de Videofeedback e da Parent-Child Interaction Therapy (PCIT), além de um Plano de Orientações Singular e teve a duração de, no mínimo, 9 sessões de teleconsulta de 30 a 40 minutos, realizadas consecutivamente. Os resultados pré e pós intervenção foram comparados de forma descritiva. Resultados: Observada melhora na competência comunicativa dos familiares de duas crianças e mantida esta competência na terceira criança. A análise do FFR mostrou resultados semelhantes na análise temporal entre os três momentos avaliados nas três crianças, bem como na amplitude espectral da F0. Na análise no domínio da frequência foi constatado aumento da amplitude espectral do harmônico alto (678 Hz) tanto na porção da consoante quanto da vogal entre o FFR-pré e o FFR-pós quando comparada a média das respostas entre as três crianças. Conclusão: Houve melhora na competência comunicativa dos familiares e diferença na decodificação de fala para os três casos pré e pós a capacitação parental realizada por meio da teleintervenção. Futuras investigações devem ampliar as evidências sobre a efetividade das intervenções de capacitação das famílias em prol do desenvolvimento de linguagem na infância, incluindo medidas objetivas para a sua validação.

1- SANTOS, I.R.D.; BRAZOROTTO, J.S. Intervenção guiada por videofeedback a famílias de crianças com deficiência auditiva. CoDAS [online]. 2018, v. 30, n. 1, e20160256.
2- COSTA EA, DAY L, CAVERLY C, MELLON N, OUELLETTE M, WILSON OTTLEY S. Parent–child interaction therapy as a behavior and spoken language intervention for young children with hearing loss. Language, Speech, and Hearing Services in Schools. 2019;50(1):34–52.
3- PROVENZI L, GIUSTI L, CAGLIA M, ROSA E, MASCHERONI E, MONTIROSSO R. Evidence and Open Questions for the Use of Video-Feedback Interventions With Parents of Children With Neurodevelopmental Disabilities. Front. Psychol. 2020;11:1374.
4-RIBAS-PRATS, T. et al. The frequency-following response (FFR) to speech stimuli: A normative dataset in healthy newborns. Hearing Research, v. 371, p. 28–39, 1 jan. 2019. Disponível em: .

5-SKOE, E. KRAUS, N. Auditory brainstem response to complex sounds: A tutorial. Ear and Hearing NIH Public Access, Jun. 2010. Disponível em: .

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Página(s): p.1014
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COMPORTAMENTO DE HIPERACUSIA E ASPECTOS ORGÂNICOS NO TEA: REVISÃO DA LITERATURA
Macena, N. E. R. ; Silva, N. A. ; Silva, I. M. C. ;

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um grupo de transtornos do neurodesenvolvimento, caracterizado por limitações na comunicação social mútua, caracterizado por comportamentos repetitivos e/ou restritivos. Outra característica importante é a limitação da tolerância a determinados estímulos evocados, conhecida como hiperacusia, por meio de input sensorial como da audição, está relacionado ao aumento da sensibilidade auditiva.
Objetivo: Levantar evidências na literatura da relação entre os aspectos orgânicos e o comportamento de hiperacusia no TEA. Metodologia: Realizou-se revisão da literatura sobre a sensibilidade auditiva e hiperacusia em indivíduos com o TEA. Foram utilizados cruzamentos com os descritores em português/inglês: Hiperacusia OR “sensibilidade auditiva” OR “intolerância ao som” AND autismo OR TEA, nas bases de dados BVSalud, Pubmed e Scielo. Foram incluídos artigos que abordassem o perfil de intolerância ao ruído exclusivamente em indivíduos com TEA. Foram excluídos artigos que não especificaram avaliação quanto à sensibilidade auditiva e quanto aos diagnósticos do TEA.
Resultados: Na base BVSalud foram encontrados 26 artigos, na Pubmed 53 e no Scielo 2, dos quais foram incluídos 46 artigos, publicados de 2004 a 2022. O Transtorno do Espectro Autista foi relacionado à hiperacusia em 44 artigos dos selecionados. Distúrbios de hipo ou hiper responsividade foram apontados em 11 trabalhos incluídos, dentro do transtorno do espectro autista. Essas manifestações só foram apontadas com ocorrência comum nos indivíduos com TEA somente a partir da publicação do DSM-V. Assim, no TEA, além dos comportamentos relacionados às interações sociais e habilidades de comunicação, há diferenças no sistema sensorial, quanto ao aumento da excitabilidade de mecanorreceptores que transferem informações da periferia, como a pele ou orelha, em direção ao córtex primário. Uma das vertentes pesquisadas sobre os distúrbios sensoriais auditivos é a de análise e entendimento do Comportamento Desproporcional em Função de Características Sonoras (CDS). No caso do TEA, o CDS se configura como hiperacusia. Na literatura, crianças autistas apresentaram limiares acústicos de desconforto abaixo do esperado. Essa percepção dos sons de maneira forte ou dolorosa pode gerar nesses indivíduos uma ansiedade associada a sons de forma generalizada ou até em ambientes específicos. Alguns comportamentos ocorrem ao se perceber a presença de estímulos auditivos específicos, nos quais variam desde o medo até irritabilidade excessiva. Na literatura, foi encontrado consenso sobre, além da hiperacusia, o zumbido ser relativamente comum na infância, apresentando um impacto menor do que nos adultos, visto que, nos indivíduos no TEA é difícil identificação dessa queixa. A relação entre hiperacusia e autismo se deve aos estudos realizados, nos cérebros post mortem de indivíduos com transtorno, que identificaram uma conectividade cerebral incomum, caracterizada pela diminuição dos interneurônios inibitórios, corroborando para a indução do aumento da sensibilidade cortical, no córtex auditivo primário. Conclusão: O TEA possui uma manifestação variada da hiperacusia, sendo manifestada através de comportamentos diferentes – variando desde o medo de um som até a irritabilidade – a sons específicos em cada criança e pode estar associada a zumbido. Esses comportamentos parecem ter relação com aumento da excitabilidade de mecanorreceptores.

1. AAZH, Hashir; KNIPPER, Marlies; SANESH, Ali A.; CAVANNA, Andrea E.; ANDERSSON, Linus; PAULIN, Johan; SCHECKLMANN, Martin; HEINONEN-GUZEJEV, Marja; MOORE, Brian C. J.. Insights from the Third International Conference on Hyperacusis: Causes, Evaluation, Diagnosis, and Treatment. Noise & Health: A Bimonthly Inter-disciplinary International Journal, [s. l], v. 20, n. 95, p. 162-170, ago. 2018.

2. DANESH, Ali A.; HOWERY, Stephanie Howerystephanie; AAZH, Hashir; KAF, Wafaa; ESHRAGHI, Adrien A.. Hyperacusis in Autism Spectrum Disorders. Audiology Research, [S.L.], v. 11, n. 4, p. 547-556, 14 out. 2021. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/audiolres11040049.

3. SALVI, Richard; CHEN, Guang-Di; MANOHAR, Senthilvelan. Hyperacusis: loudness intolerance, fear, annoyance and pain. Hearing Research, [S.L.], v. 426, p. 108648, dez. 2022. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.heares.2022.108648.

4. STEFANELLI, Ana Cecília Grilli Fernandes; ZANCHETTA, Sthella; FURTADO, Erikson Felipe. Hiper-responsividade auditiva no transtorno do espectro autista, terminologias e mecanismos fisiológicos envolvidos: revisão sistemática. Codas, [S.L.], v. 32, n. 3, p. 1-9, 2020. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192018287.

5. URÍZAR-SÁNCHEZ, Constanza; R, Homero Sariego; J., Katherine Walker; G., Matias Gomez. Hiperacusia en trastornos del espectro autista: una revisión de la literatura / Hyperacusis in autism spectrum disorders: a review of the literature. Rev. Otorrinolaringol., Chile, p. 258-269, maio 2022.
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Página(s): p.887
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CONHECIMENTO DE FONOAUDIÓLOGOS QUANTO A AVALIAÇÃO DO AUTOESTIGMA DA PERDA AUDITIVA E DO USO DE PRÓTESES AUDITIVAS
Kudzin, A.C.C ; Miranda-Gonsalez, E.C. ;

Introdução: O estigma social, o autoestigma e a falta de percepção da própria perda auditiva podem impedir os deficientes auditivos a procurar um profissional de saúde auditiva(1). O processo de estigmatização caracteriza-se por uma desvalorização do indivíduo, associada ao isolamento social, ao julgamento moral e à discriminação(2). O fonoaudiólogo tem papel importante na mudança desse cenário, trabalhando com a educação em saúde, fornecendo informações sobre a perda de audição e o processo de reabilitação, desmistificando as crenças populares sobre perda de audição e uso de dispositivos eletrônicos de amplificação. No entanto, aspecto específico do estigma social ou autoestigma da perda de audição é subestimado durante a avaliação do candidato à reabilitação auditiva. Objetivo: Investigar o conhecimento de fonoaudiólogos e o uso de instrumentos de avaliação acerca do autoestigma da perda auditiva e do uso de próteses auditivas. Método: Este estudo obteve parecer favorável no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o nº 5.719.995. Foi elaborado um questionário em formato digital (GoogleForms), composto por 16 perguntas abordando dados pessoais, formação e atuação profissional, conhecimento e uso de procedimentos de avaliação do autoestigma da perda auditiva/próteses auditivas. O formulário foi enviado por meio de e-mail, WhatsApp e redes sociais no período de novembro a dezembro de 2022. Para participação da pesquisa era necessário ser graduado em fonoaudiologia e atuar ou ter atuado no mínimo seis meses com indicação e adaptação de próteses auditivas. Resultados: Responderam ao questionário por completo 100 fonoaudiólogos com idade entre 26 e 66 anos (média 47 anos), sendo 91% do gênero feminino. Em sua maioria, apresenta mais de 15 anos de formado (56%) com pós graduação lato sensu (especialização) a maior titulação (60,55%). A maior parte dos participantes atua na região sudeste do país (51%). Os entrevistados concordam que o estigma da perda auditiva/ uso de próteses auditiva está presente na maioria das sociedades (95%). As afirmativas “quero uma modelo mais discreto”(94%), “tenho vergonha”(77%) e “as pessoas vão perceber meus aparelhos auditivos” (72%), foram as afirmativas mais citadas na presença de autoestigma da perda auditiva/próteses auditivas. A maioria dos fonoaudiólogos referiu não conhecer e não utilizar instrumentos de avaliação de autoestigma da perda de audição/próteses auditivas (62%). Apenas 26% referem conhecer e utilizar um instrumento de medida de autoestigma e 12% referem conhecer, mas não utilizar estes instrumentos na prática clínica. Os instrumentos citados para avaliação do autoestigma foram: IDA Institute, HHIE, HHIA, APHAB, COSI e perguntas informais. Conclusão: Os fonoaudiólogos reconhecem a presença do estigma da perda de audição/próteses auditivas entre os candidatos ao uso de dispositivos de amplificação sonora. No entanto, a maioria não utiliza um instrumento de avaliação do autoestigma da perda auditiva/próteses auditivas na etapa de candidatura ao uso da amplificação sonora individual. Os fonoaudiólogos necessitam de formação continuada, que aprimore o conhecimento e melhore suas práticas, a fim de, oferecer aos usuários de próteses auditivas melhor cuidado. A construção de instrumentos capazes de mensurar o estigma internalizado da perda auditiva e uso de próteses auditivas proporcionará um avanço do conhecimento.

(1) H, Williams NM. “Incorporating Stigma Counseling Into Audiology Practice.” The Hearing Journal (2018) (9): 18-22.
(2) Corrigan PW, Watson AC. Understanding the impact of stigma on people with mental illness. World Psychiatry. 2002 1(1):16-20.


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Página(s): p.1016
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CONHECIMENTO DE LEIGOS SOBRE SAÚDE AUDITIVA
Oliveira, Q.S.S.O ; Oliveira, R. S ; Dias, F.A.M ;

Introdução: uma boa saúde auditiva abrange cuidados para que o sistema auditivo não sofra as consequências de diversos agentes, tais como poluição sonora, exposição a altos níveis de intensidade sonora, utilização de objetos pontiagudos para limpeza dos ouvidos, compartilhamento de fones de ouvidos, entre outros. Tais fatores, podem ter como consequência a perda auditiva , impactando na fala, linguagem, no comportamento e no bem-estar. Objetivo: verificar o conhecimento sobre hábitos e comportamentos auditivos da população. Métodos: aplicação de questionário on-line por meio da plataforma gratuita Google Formulários, para coleta de informações sociodemográficas e relacionadas ao conhecimento sobre hábitos auditivos e saúde auditiva. A coleta de dados aconteceu entre os meses abril e setembro de 2022. Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise estatística. Inicialmente foi realizada uma análise descritiva com cálculo de frequência e proporção para as variáveis categóricas. Para as variáveis contínuas foram calculadas a média, desvio padrão, mediana, quartis, mínimo e máximo. Para avaliar a associação foram utilizados os testes de Qui Quadrado. Na comparação das medianas foi utilizado o teste de Kruskal Wallis. As análises foram realizadas no software STATA (Stata Corporation, College Station, Texas) versão 12.0, considerando um nível de 5% de significância.
O convite para participação no estudo foi realizado por meio da lista de transmissão de aplicativos de mensagens e redes sociais dos autores. Resultados: foram recebidos 578 questionários respondidos, sendo que destes, 164 foram excluídos pelo fato dos respondentes serem profissionais ou estudantes da área da saúde. Sendo assim, a amostra final foi constituída por 414 indivíduos de ambos os sexos com idade entre 18 e 81 anos. A população estudada considerou como hábitos e comportamentos prejudiciais para saúde auditiva: frequentar ambientes ruidosos (40,88%); utilizar fones de ouvido em volume elevado (26,80%); utilizar fones de ouvido (16,57%); utilizar hastes flexíveis para coçar/ limpar os ouvidos (8,01%); ruído no ambiente de trabalho sem uso de equipamentos de proteção auricular (7,18%); utilizar fones de ouvido em excesso (6,08%); falta de higiene e/ou higienização incorreta dos ouvidos (4,14%); utilizar objetos pontiagudos para coçar/ limpar os ouvidos (1,66%); automedicação, uso de drogas, álcool, cigarro e/ou má alimentação (1,10%); utilizar fones de ouvido para dormir (0,28%); não tratar infecções de ouvido corretamente (0,55%). Em relação aos dados sociodemográficos, foi encontrada relação estatisticamente significativa entre ser do sexo feminino e ter conhecimento dos comportamentos e hábitos prejudiciais à saúde auditiva (p=0,03); ser do sexo masculino e ter realizado algum exame auditivo (p=0,001); grau de escolaridade (p=0,04); renda familiar (p <0,001). Foi encontrada associação significativa entre ter realizado alguma avaliação auditiva e o conhecimento sobre qual profissional de saúde cuida da audição (p=0,02). Conclusão: As mulheres possuem maior conhecimento sobre os hábitos e comportamentos que são prejudiciais à audição. Em relação aos hábitos e comportamentos que são prejudiciais à audição, os mais conhecidos foram: frequentar ambientes ruidosos e fones de ouvido alto. E os menos mencionados foram as infecções/inflamações de ouvido não tratadas e objetos pontiagudos.

1. Soares MLM. Knowledge production on community education and audiology in primary health care. Rev. CEFAC. 2016 May-Jun;18(3) DOI https://doi.org/10.1590/1982-0216201618320415.

2. Santana CJ, PAB Scopinho, Ferreira RS, Simões TC, Santos JN. Conhecimento auditivo da população usuária do Sistema Único de Saúde. Rev. soc. bras. fonoaudiol. 2009;14(1):75-82. DOI https://doi.org/10.1590/S1516-80342009000100013.

3.Mazarotto IHEK, Gonçalves CGO, Bellia CGL, Moretti CAM, Iantas MR. Care integrality in adult hearing health service in the Unified Health System: access to rehabilitation. Audiol., Commun. Res. 2019; 24. DOI https://doi.org/10.1590/2317-6431-2018-2009

4. Guibu IA, Moraes JC, Guerra AA Jr, Costa EA, Acurcio FA, Costa KS, Karnikowski MGO, Soeiro OM, Leite SN, Álvares J. Características principais dos usuários dos serviços de atenção primária à saúde no Brasil. Rev Saude Publica. 2017; 51(2) Available from: https://rsp.fsp.usp.br/artigo/caracteristicas-principais-dos-usuarios-dos-servicos-de-atencao-primaria-a-saude-no-brasil/

5. Gonçalves CL, Dias FAM. Audiological findings in young users of headphones. Rev. CEFAC. 2014;16(4) DOI https://doi.org/10.1590/1982-0216201422412
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.805
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/805


CONHECIMENTO SOBRE REABILITAÇÃO AUDITIVA POR FONOAUDIÓLOGOS EM NATAL/RN: ESTUDO PRELIMINAR
Costa, L. R. ; Alves, N. O. ; Campos, P. D. ;

A Reabilitação Auditiva (RA) de adultos e idosos vai muito além do que adaptar um indivíduo ao uso dos dispositivos auxiliares à audição, e sim, proporcionar uma melhor qualidade de vida ao mesmo e proporcionar uma melhor comunicação dos usuários com os meios em que está inserido. É necessário que disseminar o conhecimento sobre o tema da RA e da heterogeneidade de pacientes e ambientes em que estão inseridos, tanto para fonoaudiólogos quanto para estudantes, futuros profissionais pois, estratégias de comunicação em conjunto com o treinamento auditivo e o aconselhamento informativo pode trazer melhora no reconhecimento da fala, na qualidade de vida e na percepção de handicap pelo indivíduo. O objetivo deste estudo foi explorar o que os fonoaudiólogos conhecem sobre a RA em adultos e idosos e compreender como funcionam os atendimentos, encaminhamentos e orientações. Trata-se de uma pesquisa transversal na qual profissionais da fonoaudiologia, que atuam na área de audiologia na cidade de Natal/RN, foram convidados a responder um questionário online com perguntas contendo queixas comumente encontradas na prática clínica ou casos clínicos que poderiam ser considerados desafiadores. Ao todo foram 13 respostas obtidas, as quais foram analisadas de forma qualitativa. Para a queixa de dificuldade de compreensão e comunicação de um usuário de AASI há dois anos, 84,6% responderam que a primeira medida seria realizar uma nova avaliação audiológica, o encaminhamento para RA apareceu como a terceira medida a ser realizada para o caso. A principal estratégia para o aumento do número de horas de uso do dispositivo foi o uso responderam que seria o uso de ferramentas motivacionais estimulando a mudança de comportamento (46,2%) Para a melhora da compreensão em situações com ruído competitivo, 53,8% que fariam um trabalho de reconhecimento de sentenças com ruído competitivo contralateral ao estímulo principal. No raciocínio clínico de um caso com idade avançada e ativação do IC recente, 61,6% concordaram com a afirmação de que a RA não seria eficaz para desenvolver boa compreensão auditiva. Para o caso de um paciente adulto com perda auditiva de grau profundo usuário de AASI unilateral, 53,9% acreditam que a RA pode ser uma opção mesmo que a audibilidade dos sons da fala esteja prejudicada. Quanto ao uso da leitura orofacial, 69,2% não acreditam que essa estratégia de comunicação deve ser desencorajada. Em conclusão, sabe-se que a prática clínica de cada um é particular e adaptada para o meio em que está inserido, sendo necessário avaliar individualmente as suas necessidades e empecilhos, porém, o presente estudo aponta características importantes que podem ser abordadas com os profissionais e futuros profissionais, como ferramentas para instrumentalizar cada vez mais a sua atuação, modelos de intervenção e abrangência da área de atuação.

AMERICAN SPEECH-LANGUAGE-HEARING ASSOCIATION et al. Knowledge and skills required for the practice of audiologic/aural rehabilitation. 2001.
BOOTHROYD, A. Adult aural rehabilitation: what is it and does it work?. Trends in amplification, v. 11, n. 2, p. 63-71, 2007.
DUBNO, J. R. Benefits of auditory training for aided listening by older adults. Am J Audiol. v. 22, n. 2, p. 335-8, 2013 Doi: 10.1044/1059-0889(2013/12-0080).
MARQUES, Tatiana; MARQUES, Filipa D.; MIGUÉIS, António. Age-related hearing loss, depression and auditory amplification: a randomized clinical trial. European Archives of Oto-Rhino-Laryngology, v. 279, n. 3, p. 1317-1321, 2022.
RODRIGUES-SATO, Lyvia Christina Camarotto Battiston; ALMEIDA, Katia de. Clinical protocol for Hearing Health Services for the care of adults and elderly. In: CoDAS. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2018.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.825
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/825


CONHECIMENTOS E ATITUDES SOBRE A SAÚDE AUDITIVA INFANTIL: UMA ANÁLISE DA PERCEPÇÃO FAMILIAR
Saters, T.L. ; Alvarenga, K.F. ; Araújo, E.S. ;

A família possui convivência diária com a criança e, portanto, apresenta um papel fundamental nas diferentes etapas do programa de identificação e intervenção da perda auditiva nos primeiros anos de vida, inclusive na identificação das perdas auditivas adquiridas ou de manifestação tardia. Desta forma, é importante que os pais apresentem conhecimentos sobre aspectos do desenvolvimento típico, indicadores de risco e formas de tratamento, para uma possível identificação de alteração e maior adesão ao processo de diagnóstico e reabilitação. Neste contexto, o objetivo desse estudo foi investigar os conhecimentos prévios e as atitudes dos familiares sobre a saúde auditiva infantil. Trata-se de um estudo exploratório descritivo, realizado de julho a dezembro de 2022, com aprovação do comitê de ética, parecer 5.386.536. Participaram 135 famílias, oriundas de três municípios do estado de São Paulo e de um município do Rio Grande do Norte. Utilizou-se um questionário de estudo prévio, adaptado ao contexto brasileiro, com 25 questões divididas em categorias: 1-indicadores de risco para a perda auditiva sensorioneural; 2-crenças populares; 3-otite média e fatores de risco para perda auditiva condutiva; 4-identificação e intervenção. Para todas as perguntas, há três opções de respostas: sim, não ou não sei. Foi atribuído um ponto para cada resposta “sim”, e pontuação zero para as respostas negativas ou “não sei”, sendo considerado “pouco conhecimento” o total de 0 a 12 pontos e “bom conhecimento” de 13 a 25 pontos. Adicionalmente, contém seis questões referentes às atitudes em relação aos serviços de audiologia infantil, sendo de 0 a 3 pontos considerado atitude negativa e de 4 a 6 pontos, atitude positiva. Em cada localidade, o fonoaudiólogo responsável pela triagem auditiva neonatal entregou o questionário aos pais antes de realizar fornecer qualquer orientação ou realizar a triagem auditiva neonatal. Além disso, foram obtidas informações da idade, nível de escolaridade e renda dos participantes. Realizou-se análise estatística descritiva e inferencial com o Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 24, sendo adotado p-valor de 0,05. Da casuística total, 83,7% foram representadas por mães e 16,3% por pais. Com relação à avaliação de conhecimentos prévios, 80 (59%) participantes apresentaram “pouco conhecimento” e 55 (41%) “bom conhecimento”. Constatou-se influência da cidade no nível de conhecimento prévio em saúde auditiva e ausência de efeito da idade, renda familiar, nível de escolaridade e do participante da pesquisa (pai ou mãe) no escore do questionário. Em relação às atitudes, apenas 5 (3,7%) participantes, com faixa etária entre 16 e 28 anos, tiveram atitude negativa sobre os serviços de audiologia infantil. Diante do exposto, conclui-se que embora a maioria dos pais tenham apresentado atitudes positivas sobre os serviços de audiologia infantil e interesse em aprender sobre o tema, o nível de conhecimento atual dos familiares está aquém do esperado para a atuação ativa na prevenção e identificação da perda auditiva em seus filhos. Ressalta-se a importância de estudos que proponham soluções para o empoderamento da família em todas as etapas do programa de identificação e intervenção da perda auditiva nos primeiros anos de vida.

OLIVEIRA, P. S.; PENNA, L. M.; LEMOS, S. M. A. Desenvolvimento da linguagem e deficiência auditiva: revisão de literatura. Revista CEFAC, v. 17, n. 6, p. 2044–2055, dez. 2015.

WOLFF, G. S.; GOULART, B. N. G. DE. Percepção dos pais sobre os distúrbios fonoaudiológicos na infância. Journal of Human Growth and Development, v. 23, n. 2, p. 177–183, 2013.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.996
ISSN 1983-1793X
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CONSTRUÇÃO DE CARTILHA PARA ORIENTAÇÃO DE GESTANTES E PUÉRPERAS SOBRE A TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: RESULTADOS PRELIMINARES
Fidêncio, V.L.D. ; Ferreira, E. L. O. ; Fonseca, L. R. ; Alves, N. R. O. ; Carvalho, L. E. ; Novanta, G. G. R. ;

Introdução: O diagnóstico e a intervenção precoce são fundamentais para minimizar o impacto das perdas auditivas na vida do indivíduo e é importante que os familiares sejam conscientizados. Nesse sentido, materiais educativos podem auxiliar o profissional nas orientações a essa população. Objetivo: descrever o processo de construção e validação de uma cartilha para orientação de gestantes e puérperas sobre a TANU. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas sob CAAE 59915122.3.0000.5650. A elaboração da versão inicial da cartilha foi realizada com base na busca da literatura, diretrizes nacionais, internacionais e expertise das pesquisadoras. A diagramação e design foi realizada por profissional da respectiva área. A legibilidade do material escrito foi calculada pelo Índice de Facilidade de Leitura Flesch (IFLF). Para a fase inicial de validação do material, participaram sete juízes especialistas, selecionados por meio de avaliação de experiência e produção na área da audiologia e/ou elaboração de materiais de educação em saúde, que responderam ao instrumento Evaluation of Printed Education Materials (EVALPEM). A análise dos dados foi realizada mediante o cálculo do Índice de Validade de Conteúdo (IVC). Resultados: Foi criada uma cartilha composta por 11 domínios, sendo: apresentação; causas da perda auditiva congênita e fatores de prevenção; o que é o TANU e importância do diagnóstico precoce; exames utilizados na TANU; indicadores de risco para a deficiência auditiva (IRDA); o que fazer diante do resultado de falha no teste e o que fazer diante do resultado de passa; marcos do desenvolvimento das habilidades auditivas; marcos do desenvolvimento da linguagem oral; finalização; referências bibliográficas e informações sobre as autoras, impressa em 20 páginas. O item “Exatidão Científica” obteve IVC médio de 1,0 e o item “Conteúdo” obteve IVC médio de 0,93. O IVC global da cartilha foi de 0,96. Observou-se alto nível de concordância entre os juízes especialistas em todas as categorias avaliadas, com a maioria deles assinalando as opções 3 (concordo) ou 4 (concordo totalmente) nos itens do EVALPEM. O índice IFLF foi de 48%, sendo exigido nível médio ou superior para leitura. Conclusão: Foi criada uma cartilha para orientação de gestantes e puérperas sobre a TANU. O instrumento deverá ainda ser avaliado pela população alvo para validação do conteúdo.

Castro MS, Pilger FD, Ferreira MBC. Development and validity of a method for the evaluation of printed education material. Pharm Prac. 2007;5(2):89-94.
JCIH. The Joint Comittee on Infant Hearing. Year 2019 position statement: principles and guidelines for early heargin detection and intervention programs. JEHDI [Internet]. 2019 [citado 04 mar 2022]; 4(2): 1-44. Disponível em: https://digitalcommons.usu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1104&context=jehdi
WHO: World Health Organization [Internet]. World Report on Hearing. 2021.[citado 04 mar 2022]. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/world-report-on-hearing
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.690
ISSN 1983-1793X
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CONTRIBUIÇÃO DE LIGAS ACADÊMICAS NA FORMAÇÃO DE ALUNOS E PROFISSIONAIS NA ÁREA DE AUDIOLOGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Gonçalves, A. L. S. ; GARRIDO, S. R. T. ; MATTOS, L.S. ; TAVARES, L.T. ; SANTOS, A.J.A. ; SANTOS, F.S. ; SANCHES, J. F. ; OLIVEIRA, M. B. ; ALVARENGA, K. F. ; LOURENÇONE, L. Z. M. ;

A Liga Acadêmica Interdisciplinar em Audição e Equilíbrio (LIAE) foi fundada em 2020 por acadêmicos do curso de fonoaudiologia com o objetivo de promover conhecimento em temáticas relevantes por meio de estudos avançados e ambiente acadêmico de pensamento crítico interdisciplinar, com a participação de seus membros e de toda a sociedade interessada. O objetivo do presente relato consiste em descrever a experiência da “Oficina de Mascaramento” ministrada de forma online, por meio da Plataforma Youtube. A participação no evento exigiu a inscrição prévia, mas sem cobrar taxa e teve como público-alvo estudantes e profissionais interessados no tema. A duração foi de 2 horas e meia e contou com a presença de duas fonoaudiólogas ministrantes, que conduziram a discussão de casos clínicos e responderam às dúvidas enviadas pelos espectadores. Não houve necessidade de aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Como resultado, foi registrada a presença de 1716 pessoas no evento, dentre estas acadêmicos e profissionais em Fonoaudiologia e Otorrinolaringologia, internos e externos ao campus. Deste total, a maioria dos participantes (>90%) avaliaram o evento como “ótimo” e uma minoria (<1%) como “regular”. Foram encaminhadas 43 perguntas durante o encontro para as ministrantes e sorteados cinco livros sobre a temática, dentre 982 pessoas interessadas no sorteio. Quanto aos comentários e sugestões, 603 pessoas comentaram positivamente sobre o evento, representando 100% de todos os comentários enviados. Assim, conclui-se que o desenvolvimento de atividades complementares à formação acadêmica e profissional por meio de plataformas online, possibilita além da aquisição de novas experiências, a participação de estudantes e profissionais de diferentes cidades e regiões, o que possibilita a interação e troca de aprendizados inter instituições e entre diferentes níveis de formação.

SLEUTJES, M. H. S. C. Refletindo sobre os três pilares de sustentação das universidades: ensino-pesquisa-extensão. Revista de Administração Pública, v. 33, n. 3, p. 99 a 101–99 a 101, 21 mar. 1999.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1017
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/1017


CORRELAÇÃO ENTRE A MEMÓRIA AUDITIVA E O USO DIÁRIO DE AASI EM ESCOLARES COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
I.R.D.S. ; M.C.P ; B.H.P. ; L.F.G. ; J.S.B. ;

INTRODUÇÃO: O desenvolvimento da habilidade de memória auditiva em crianças com deficiência auditiva pode estar alterado em decorrência da privação sensorial auditiva e os multifatores relacionados ao processo de reabilitação, incluindo, entre eles, o uso efetivo de dispositivos auditivos. Dada a importância desta habilidade para o desempenho comunicativo e acadêmico das crianças, é importante que seu desenvolvimento seja estudado nesta população. OBJETIVO: Correlacionar o tempo de uso (horas/dia) dos Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) e o escore em uma prova de memória auditiva em crianças com deficiência auditiva, usuárias de um serviço de reabilitação auditiva. MÉTODOS: Estudo transversal e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética, sob o número do parecer: 3.440.683. A amostra foi constituída por 11 crianças com idades entre 8 a 11 anos com perda auditiva bilateral, de graus leve a severo, usuárias de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) em ambas as orelhas (OD e OE). Os instrumentos de coleta foram a ferramenta data logging dos aparelhos auditivos e um instrumento de memória auditiva. As coletas ocorreram no mesmo período. Os dados foram tabulados em planilha ExcelⓇ, sendo analisados de maneira descritiva e inferencial, por meio do software Jamovi, considerando p significativo menor que 0,05. Utilizou-se a matriz de correlação com teste de Pearson. RESULTADOS: A média de uso do AASI na OD foi de 11 horas/dia e na OE 9,2 horas/dia. Em relação aos resultados da avaliação de memória auditiva, todas as crianças estavam abaixo do esperado para a idade, com média do grupo de 47,5 pontos no total do protocolo aplicado. Não houve correlação estatisticamente significativa na análise de matriz de correlações entre o tempo de uso diário de AASI e a habilidade de memória auditiva na amostra estudada, não sendo possível realizar a análise de regressão. CONCLUSÃO: Para os escolares avaliados neste estudo a média de uso do AASI na orelha direita esteve dentro do mínimo necessário para um bom desempenho na linguagem, porém, não na orelha esquerda. Não foi observada correlação entre o uso diário dos dispositivos auditivos e os escores na prova de memória auditiva. Este estudo terá continuidade e será realizada a análise de um maior n amostral, que poderá trazer evidências acerca do papel do uso diário dos dispositivos auditivos no desempenho em memória auditiva.

Arfe B, Rossi C, Sicoli S. The Contribution of Verbal Working Memory to Deaf Children's Oral and Written Production. Journal of Deaf Studies and Deaf Education. 2015;20(3):203-214.
Ambrose SE, Appenzeller M, Al-Salim S, Kaiser AP. Effects of an Intervention Designed to Increase Toddlers' Hearing Aid Use. The Journal of Deaf Studies and Deaf Education. 2019;25(1):55-67.
Lo M, Lin Y, Chen S, Chen P, Lin C. Auditory memory span in Mandarin-speaking preschoolers with congenital hearing loss: Impact of task structure. The Clinical Neuropsychologist. 2019;33(sup1):75-95.
Prudêncio MC, Barbosa AAA, Carvalho WLO, Brazorotto JS. Percepção de crianças e adolescentes com deficiência auditiva e de suas famílias sobre o uso e benefício com dispositivos auditivos. Audiology - Communication Research. 2022;27.
HAGE, Simone Rocha de Vasconcellos e GRIVOL, Márcia Aparecida. Desempenho de crianças normais falantes do português em prova de memória de trabalho fonológica. Cadernos de Comunicação e Linguagem, v. 1, n. 1, p. 61-72, 2009.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1021
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/1021


CORRELAÇÃO ENTRE LIMIARES AUDITIVOS ELETROFISIOLÓGICOS COM OS ESTÍMULOS NB CE-CHIRP® LS E NB ICHIRP E COMPORTAMENTAIS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA, CONFORME O GRAU DA DEFICIÊNCIA.
Mattiazzi, Â.L. ; Battisti, I.D.E ; Pinto, J.D. ; Biaggio, E.P.V. ;

Introdução: O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico por frequência específica (PEATE-FE) é considerado procedimento padrão ouro no estabelecimento dos limiares auditivos eletrofisiológicos em bebês. Em crianças com perda auditiva, métodos precisos na mensuração dos limiares auditivos são essenciais, pois a sub amplificação ou a amplificação excessiva podem afetar negativamente o processo de reabilitação auditiva. Neste sentido, o estímulo chirp é considerado promissor, pela possibilidade de melhorar a estimativa dos limiares em decorrência da melhora na relação sinal-ruído, na amplitude e na morfologia das ondas, o que facilita a obtenção de respostas em intensidades mais fracas, com uma maior aproximação com os limiares comportamentais. Objetivo: Correlacionar os limiares auditivos eletrofisiológicos obtidos com o PEATE-FE e os estímulos NB CE-Chirp® LS e NB iChirp com os limiares comportamentais de crianças com perda auditiva, conforme os diferentes graus de perda. Metodologia: Amostra composta por 20 crianças com deficiência auditiva, com idades entre seis meses e 12 anos, duas com grau leve, outras duas com grau moderado, cinco com grau moderadamente-severo, seis com grau severo e cinco com grau profundo, conforme a classificação de Clark (1981). Os participantes tiveram seus limiares eletrofisiológicos mensurados bilateralmente com o PEATE-FE e com o estímulo NB CE-Chirp® LS no equipamento Eclipse e o NB iChirp no SmartEP. Em parte da amostra foram mensuradas as frequências de 500Hz e 2000Hz e em outra parte 1000Hz e 4000Hz. Os limiares comportamentais foram obtidos por meio da audiometria tonal liminar ou da audiometria de reforço visual, a depender da idade da criança. Para a análise estatística os graus leve, moderado e moderadamente-severo foram unidos em um grupo, e o grau severo e profundo em outro, devido o número reduzido da amostra. Os dados foram analisados por meio da correlação linear de Pearson e de Spearman. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem (nº CAAE 04889018.1.0000.5346). Resultados: Houve correlação forte e com significância estatística para os graus leve/moderado/moderadamente-severo nas frequências de 1000Hz (r=0,92, p<0,001 para NB CE-Chirp® LS e r=0,93 e p<0,001 para o NB iChirp) e 4000Hz (r= 0,98, p<0,001 para NB CE-Chirp® LS e r=0,96, p<0,001 para o NB iChirp) em ambos os estímulos. Não houve correlação para o grau leve/moderado/moderadamente severo nas frequências de 500Hz e 2000Hz, tampouco para os graus severo/profundo em todas as frequências, para ambos os estímulos. Conclusão: Os limiares auditivos eletrofisiológicos obtidos com o PEATE-FE e os estímulos NB CE-Chirp® LS e NB iChirp se correlacionam com limiares comportamentais de crianças com perda auditiva de graus leve/moderado/moderadamente-severo nas frequências de 1000Hz e 4000Hz, e, portanto, o uso destes estímulos permitem estimativas precisas dos limiares auditivos estimados, nestas frequências, e em crianças com deficiência auditiva nestes graus. Nas demais frequências e no grupo de perdas severas/profundas, a correlação não foi evidenciada possivelmente pelo reduzido tamanho amostral.



1. McCreery, R. W., Kaminski J., Beauchaine K., Lenzen N., Simms K., & Gorga M. P. (2015). The impact of degree of hearing loss on auditory brainstem response predictions of behavioral thresholds. Ear & Hearing, 36(3), 309–319. https://doi.org/10.1097/AUD.0000000000000120
2. American Academy of Pediatrics; Joint Committee on Infant Hearing (2019) Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. J. of Early Hearing Detection and Intervention, 4(2), 1–44. https://doi.org/10.15142/fptk-b748
3. British Columbia. (2012). BC Early Hearing Program. Provincial Health Service Authority, Audiology Assessment Protocol. http://www.phsa.ca/Documents/bcehpaudiologyassessmentprotocol.pdf
4. National Health Service (2013). Guidelines for the early audiological assessment and management of babies referred from the Newborn Hearing Screening Programme. U.K. Newborn Hearing Screening Programme. https://www.thebsa.org.uk/wp-content/uploads/2014/08/NHSP_NeonateAssess_2014.pdf
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1004
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/1004


CORRELAÇÃO ENTRE OS ESCORES DE DOIS INSTRUMENTOS DE RASTREIO COGNITIVO EM SUJEITOS USUÁRIOS DE APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL
Do Nascimento, R. N ; Machado, R. M. ; Streit, G. C. de S. ; Hames, L. B. ; Konrath, G. ; Da Rosa, M. E. P. M. ; Pagliarin, K. C. ; Patatt, F. S. A. ;

Introdução: Sabe-se que a população idosa é acometida pelas transformações do processo evolutivo, estando entre as mais recorrentes a presbiacusia, que engloba alterações inerentes ao processo de senescência. Estudos revelam a existência da relação da perda auditiva não tratada e alterações cognitivas, sendo a primeira um indicador modificável e que implica o agravamento dos prejuízos demenciais, visto que com tempo de privação sensorial há um aumento linear nessas alterações. Como um tratamento para a perda auditiva, tem-se o Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), que visa benefícios sociais e pessoais, bem como, propiciar a melhora do desempenho cognitivo. Entretanto, é indispensável avaliar os sujeitos a fim de mensurar as interferências ocasionadas pela perda auditiva, por meio de instrumentos padronizados para cada população. Desta forma, destaca-se o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), o qual tem por objetivo rastrear a cognição de adultos e idosos, e o Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI), que encontra-se em processo de adaptação para o português brasileiro e destina-se a avaliar sujeitos com 60 ou mais, que apresentam perda auditiva. Objetivo: Correlacionar os escores do MEEM e do MoCA-HI em indivíduos usuários de AASI. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, observacional, qualitativo e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UFSM) sob o nº 5.162.650. Para compor a amostra, foram incluídos sujeitos com 60 anos ou mais, sem doenças neurológicas autorrelatadas, usuários de AASI bilateral e que aceitaram participar do estudo assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. No que concerne aos procedimentos, a amostra foi submetida à anamnese direcionada, audiometria tonal liminar, imitanciometria e aplicação do MoCA-HI e do MEEM. Quanto ao modo de aplicação, no MoCA o avaliado realiza a leitura oralmente e necessita compreender o comando e realizar a tarefa, diferentemente do MEEM, em que o pesquisador realiza a solicitação e direciona as atividades oralmente. A amostra foi selecionada por conveniência, em um setor público e outro privado, totalizando 23 sujeitos, dos quais 56,5% (n=13) são do sexo feminino e 43,5% (n=10) masculino, com idade mínima de 61 e máxima de 91 anos (M=73,70; DP=7,4). O tempo de estudo formal variou de três a 25 anos (M=9,82) e todos os sujeitos apresentavam perda auditiva de grau leve a superior. O desempenho cognitivo dos sujeitos foi obtido a partir da análise realizada pelo MEEM. A correlação entre os escores de ambos os instrumentos foi investigada por meio do teste estatístico de Rho-Spearman. Resultados: Verificou-se que três sujeitos (13%) apresentaram sinais de declínio cognitivo e em 20 sujeitos (87%) não foram constatadas alterações. A média dos escores no MEEM foi de 24,69 e no MoCA-HI foi de 18,09. A partir da análise obteve-se uma correlação moderada e significativa (Rho=0,577; p=0,004). Conclusão: Foi constatada correlação entre os escores dos dois instrumentos de rastreio cognitivo, entretanto a correlação foi moderada em virtude do MoCA-HI ter um grau de complexidade maior quando comparado ao MEEM.

CHAVES, MLF; IZQUIERDO, I. Differential diagnosis between dementia and depression: a study of efficiency increment. Acta Neurologica Scandinavia, 85:378-82, 1992.
DAWES, P. et al. Protocol for the development of versions of the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) for people with hearing or vision impairment. BMJ Open, v. 9, p. 26246, 2019.
GOLUB JS et al. Association of Subclinical Hearing Loss With Cognitive Performance. JAMA Otolaryngol Head Neck Surg, v. 146, n. 1, p. 57–67, 2019.
LOUGHREY, D. G. et al. Association of Age-Related Hearing Loss With Cognitive Function, Cognitive Impairment, and Dementia A Systematic Review and Meta-analysis Supplemental content. JAMA Otolaryngol Head Neck Surg, v. 144, n. 2, p. 115–126, 2018.
SOUSA, M. DA G. C. DE; RUSSO, I. C. P. Audição e percepção da perda auditiva em idosos. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 14, n. 2, 2009.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.747
ISSN 1983-1793X
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COVID 19 ETRIAGEM AUDITIVA NEONATAL UNIVERSAL
Cigana, L. B. ; Besen, E. ; Paiva, K. M. ; Gonçalves, L. F ; Silva, A. Q. A. ; Machado, M. J. ; Haas, P. ;

Introdução: A COVID-19 é uma doença viral que pode comprometer estruturas da orelha interna. Sendo assim, devido à dependência da ligação entre a placenta e o feto, se a gestante contrair o vírus, qualquer lesão na placenta pode transmitir a infecção ao feto. Objetivo: Verificar a frequência de indicadores de risco para deficiência auditiva em neonatos e suas possíveis associações com resultados da Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU) no período de pré-pandemia e durante a pandemia do COVID-19. Métodos: Estudo de coorte histórica com análise dos dados de neonatos atendidos em um serviço de referência em Saúde Auditiva para o Sistema Único de Saúde (SUS), no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2021. Foi realizada análise de regressão logística, cálculos de OR brutas, e teste do qui-quadrado para estimar a associação entre os Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva e falha na Triagem Auditiva Neonatal incluindo ou não as variáveis de confundimento. As análises foram estimadas de Odds Ratio (OR) brutas e ajustadas no software MedCalc® v. 20.027. Resultados: A TANU foi realizada em 34.801 recém-nascidos. Os neonatos nascidos no ano de 2020 e 2021 comparativamente aos que nasceram no ano 2017, 2018 e 2019 apresentam 91% menos chance de falhar no TANU e consequentemente menor percentual de encaminhamentos para reteste. Observou-se no ano de 2021 a diminuição de sífilis congênita (1,00%), aumento da toxoplasmose (0,58%) e HIV (0,95%) quando comparado ao ano de 2017. Ao analisar os dados dos anos da pandemia da COVID-19 (2020-2021) a sífilis apresentou diminuição nos seus índices. Conclusão: Os neonatos nascidos no ano de pandemia comparativamente aos que nasceram pré-pandemia apresentam menor chance de falhar no TANU e consequentemente menor percentual de encaminhamentos para reteste.

Palavras-Chave: Audição. Indicador de Risco. Pandemias. Política Pública. Triagem Neonatal.

CELIK, T. et al. Evaluation of cochlear functions in infants exposed to SARS-CoV-2 intrauterine. American Journal of Otolaryngology–Head and Neck Medicine and Surgery, v. 42, e102982, 2021.

JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING. Position statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs, The Joint Committee on Infant Hearing, v. 4, n. 2, p. 1-44, 2019.

YAN, Jie; GUO, Juanjuan; FAN, Cuifang; JUAN, Juan; YU, Xuechen; LI, Jiafu; FENG, Ling; LI, Chunyan; CHEN, Huijun; QIAO, Yuan. Coronavirus disease 2019 in pregnant women: a report based on 116 cases. American Journal Of Obstetrics And Gynecology, [S.L.], v. 223, n. 1, p. 111-114, jul. 2020. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.ajog.2020.04.014.

GALVÃO, M. B., Fichino, S. N., & Lewis, D. R. (2021). Processo do diagnóstico audiológico de bebês após a falha na triagem auditiva neonatal. Distúrbios da Comunicação, 33(3), 416-427.
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Página(s): p.679
ISSN 1983-1793X
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COVID-19 E AS REPERCUSSÕES NO FUNCIONAMENTO DE UM SERVIÇO DE REABILITAÇÃO AUDITIVA
Oliveira, S. V. ; Diniz-Hein, T. A. ; Dias, A. B. ; Lima. M. C. M. P. ; Nivoloni, K. A. B. ; Greters, M. E. ; Costa, K. ; Tonela, L. M. ; Silva, P. M. V. A. ; Vianna, N. G. ;

Introdução: A pandemia de Covid-19 trouxe fortes impactos para o Sistema de Saúde Brasileiro (SUS), não apenas os serviços considerados linha de frente, mas todos os pontos de atenção tiveram, de alguma forma, alterados seu funcionamento e seus processos de trabalho. Usuários, como aqueles pertencentes a grupos mais vulneráveis, como é o caso das pessoas com deficiência auditiva e que exigem atenção longitudinal, podem ter tido seus processos de cuidado interrompidos ou afetados. Objetivo: Analisar as repercussões da pandemia de Covid-19 em um Centro de Reabilitação Auditiva. Método: O presente estudo foi submetido e aprovado pelos Comitê de Ética em Pesquisa da instituição participante (parecer 4.759.446, CAAE 46693021300005404). Pesquisa qualitativa, de abordagem cartográfica, do tipo pesquisa interferência, realizada em um Centro de Reabilitação Auditiva de uma cidade de São Paulo. Foi realizado levantamento da produção; um total de 14 entrevistas semiestruturadas com profissionais, sendo três gestores vinculados à Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, nove trabalhadores da saúde ligados diretamente à assistência aos usuários e dois que atuam na administração/gerência. O processo analítico teve como pressupostos as ferramentas conceituais da Análise Institucional. Resultados: No Centro de Reabilitação Auditiva estudado nota-se que a dinâmica dos atendimentos foi alterada, reduzindo assim o número de vagas para consultas de avaliação, indicação e adaptação de aparelhos auditivos. Apesar da compra dos dispositivos continuarem normalmente, a entrega dos aparelhos auditivos, cirurgias de implante coclear e retornos foram impactados, pois os atendimentos foram interrompidos por quase três meses. Com isso, a demanda ficou reprimida aumentando o tempo de espera. Além disso, a agenda dos retornos pós adaptação dos aparelhos e das terapias de fonoaudiologia diminuíram; se transformaram em tele consultas, momento em que orientações eram dadas aos pacientes e identificada a necessidade de se agendar atendimento presencial nas situações em que o modo remoto não supria. Todos os profissionais receberam equipamentos de proteção individual, dentre eles as máscaras que, se por um lado foi uma importante aliada na proteção dos profissionais, por outro, se configuraram em forte barreira de comunicação com as pessoas com deficiência auditiva, seja pela impossibilidade de realização de leitura orofacial ou de acesso às expressões faciais, importante componente da língua de sinais. Participantes da pesquisa, trouxeram questões psicológicas consequentes da pandemia como sentimentos de angústia, medo e insegurança. Conclusão: As mudanças implicadas pela pandemia de Covid-19 causaram problemas referentes ao acesso aos atendimentos, repercutindo em aumento de fila de espera de casos novos e à integralidade do cuidado aos usuários com perdas auditivas.

ERIGATO, Sabrina Helena; CARVALHO, Sérgio Resende. Pesquisa qualitativa, cartografia e saúde: conexões. Interface - Comunicação, Saúde, Educação [online]. 2011, v. 15, n. 38 [Acessado 16 Junho 2022] , pp. 663-676. Disponível em: . Epub 23 Set 2011. ISSN 1807-5762. https://doi.org/10.1590/S1414-32832011005000037.
DUARTE, Adriana Pereira et. al. O impacto da pandemia de Covid-19 no ambiente escolar. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n 11, p 106949 - 106961. Nov. 2021. Acesso em: 15 de Maio de 2022. Disponível em: https://brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/39972.DOI:10.34117/bjdv7n11-366
ERIGATO, Sabrina Helena; CARVALHO, Sérgio Resende. Pesquisa qualitativa, cartografia e saúde: conexões. Interface - Comunicação, Saúde, Educação [online]. 2011, v. 15, n. 38 [Acessado 16 Junho 2022] , pp. 663-676. Disponível em: . Epub 23 Set 2011. ISSN 1807-5762. https://doi.org/10.1590/S1414-32832011005000037.
FERREIRA, AJN, AZEVEDO, AB; VIANA NV. O Plano Nacional Viver sem Limite na visão de quem viveu: experiência concreta no âmbito das políticas públicas para pessoas com deficiência no Brasil. In: lemos FCS. Encontros de Michel Foucault com Gilles Deleuze e Félix Guattari. Govenamentalidades, arqueogenalogias e cartografias. Curitiba: Editora CRV, 2022.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. (‎2020a)‎. Considerations for quarantine of individuals in the context of containment for coronavirus disease (‎COVID-19)‎: interim guidance, 19 March 2020. World Health Organization. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/331497. Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO
WORLD HEALTH ORGANIZATION. (‎2020b)‎. Disability considerations during the COVID-19 outbreak. World Health Organization. Disponível em: WHO/2019- nCoV/Disability/2020.1. Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO
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Página(s): p.792
ISSN 1983-1793X
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COVID-19 EM UM SERVIÇO DE SAÚDE AUDITIVA
Fernandes, A.K. ; Mariano, S.P.B ; Buzo, B.C. ;

¬¬INTRODUÇÃO: Desde 2004, quando o Governo Federal criou a política nacional de Atenção à Saúde Auditiva, as pessoas que se encaixam nos critérios podem receber seus aparelhos de amplicação sonora individuais (AASI) pelo SUS. Em 2019 houve os primeiros casos de COVID-19 devido a infecção pelo vírus SARS-CoV-2. A Organização Mundial de Saúde reconheceu, em 2020, a doença como uma pandemia, sendo instaurado em vários paises, o isolamento social para conter a disseminação da COVID-19. Estudos relataram grandes mudanças na utilização dos serviços de saúde à medida que a pandemia avançava. O isolamento domiciliar e o medo da contaminação pelo vírus culminaram na redução do número de atendimentos nos serviços de saúde, incluindo os serviços prestados nos Centros Especializados em Reabilitação (CER).
OBJETIVO: Descrever o impacto da pandemia do COVID-19 no Programa de Concessão de Próteses Auditivas, do Ministério da Saúde, desenvolvido no CER da cidade de São Paulo.
MÉTODO: Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer 5.339.604. Foram comparados os dados dos pacientes atendidos durante o ano da pandemia (2020) com os dados dos pacientes atendidos no ano subsequente (2021). Foram analisadas as variáveis faixa etária, sexo, número de pacientes atendidos, tipo e grau das perdas auditivas, tempo decorrente entre definição do AASI e o seu recebimento, além das caracteristicas do AASI fornecido como lateralidade da adaptação e classe de aparelho.
RESULTADO: Durante o ano de 2021, foram beneficiados com a doação de AASI 366 pacientes. Considerando o ano de 2021 como um ano típico de atendimentos, foi observada uma redução de 52% no número de atendimentos durante a pandemia, com somente 177 usuários beneficiados. A distribuição das caracteristicas demograficas como sexo e idade foram bastante semelhantes entre os anos. A idade média dos pacientes foi de 70 e 69 anos, em 2020 e 2021, respectivamente, com 48,6% do sexo feminino em 2020 e 56,3% em 2021. Enquanto em 2021 o tempo médio de espera pelo AASI foi de 72 dias, durante o ano de pandemia, 2020, o usuário esperou em média 33 dias mais para receber o aparelho, refletindo as mudanças ocorridas nos serviços de saude durante a pandemia. Ainda, o numero de aparelhos doados em 2020 foi de 315 aparelhos, isto é, 47.5% menor que os 661 aparelhos doados em 2021.As características audiologicas foram bastante semelhantes sendo a perda auditiva neurossensorial de grau moderado ou moderadamente severo a mais frequentes em ambos os anos. A classe de aparelhos auditivos mais fornecida em ambos os anos, foi a classe B com 53,81% e 47,3% para 2020 e 2021, respectivamente. CONCLUSÃO: Considerando o ano de 2021 com um ano típico de atendimento, podemos concluir que durante o ano da pandemia, o serviço atendeu somente 48% da sua capacidade de assistência. Os principais motivos dessa redução podem ser atribuídos ao isolamento domiciliar, à idade média dos pacientes atendidos considerados como de maior risco para as complicações da COVID-19 e a diminuição do numero de horários disponíveis devido ao tempo gasto para descontaminação do espaço de atendimento.


Brasil. Ministerio da Saude - Portaria gm 793 de 24 de abril de 2012 e portaria gm 835 de 25 de abril de 2012. Instrutivos de reabilitação auditiva, física , intelectual e visual (CER e serviços habilitados em uma única modalidade). Versão atualizada e publicada em 10 de abril de 2013. [acesso em 2021 Jun 14]. Disponível em: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20171010/13131007-portaria-793.pdf

Béria JU, Raymann BCW, Gigante LP, Figueiredo ACL, Jotz G, Roithman R, et al. Hearing impairment and socioeconomic factors: a population-based survey of an urban locality in southern Brazil. Rev PanamSaludPublica [serial on the Internet]. 2007 Jun [cited 2013 Aug 10]; 21(6). Available from: http://dx.doi.org/10.1590/S1020-49892007000500006

Hartnett KP, Kite-Powell A, DeVies J, et al. National Syndromic Surveillance Program Community of Practice. Impact of COVID-19 pandemic on emergency department visits—United States, January 1, 2019–May 30, 2020. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2020;69:699-704

Baum A, Schwartz MD. Admissions to Veterans Affairs hospitals for emergency conditions during the COVID-19 pandemic. JAMA 2020;324:96-99
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Página(s): p.693
ISSN 1983-1793X
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CRESCIMENTO DA AMPLITUDE DO REFLEXO ACÚSTICO EM ADULTOS JOVENS COM ALTERAÇÕES EM HABILIDADES AUDITIVAS DE ORDENAÇÃO TEMPORAL E/OU FECHAMENTO AUDITIVO
Silva, B.M. ; Camilo, K. ; Sanches, S.G.G. ; Carvallo, R.M.M. ;

Introdução. As funções do reflexo acústico, dentre outras, relacionam-se à melhora da atenção auditiva e inteligibilidade de fala e da atenuação do efeito do ruído ambiental na compreensão de fala. As mesmas estruturas responsáveis pelo arco do reflexo estapediano atuam também nos mecanismos fisiológicos das habilidades de processamento auditivo. Objetivo: analisar o crescimento da amplitude do reflexo acústico em resposta ao crescimento do estímulo contralateral em dB em adultos jovens com alteração em teste de ordenação temporal e/ou teste que avalia o fechamento auditivo. Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 50025721.0.0000.0068). Participaram 22 adultos jovens, (17 mulheres e 5 homens), entre 18 a 30 anos, formando 2 grupos: Grupo estudo 6 individuos com alteração no teste de padrão de duração e/ou fala com ruído; Grupo controle 16 adultos sem queixas auditivas. Critérios de inclusão: Limiares tonais até 20 dBNA nas frequências de 250 a 8000 Hz; curva tipo A na timpanometria e reflexos acústicos presentes. Foi realizada meatoscopia, audiometria tonal, audiometria vocal, Teste Padrão de Duração e Teste de Fala com Ruído; medidas de Imitância Acústica com tom de sonda de 226Hz. A amplitude do reflexo acústico foi medida nas frequências de 1000 Hz, 2000 Hz, 4000 Hz e Ruído de banda Larga. O estímulo eliciador foi apresentado de forma contralateral, nas intensidades entre 70 e 100 dB NA, em passos de 5 dB e a amplitude da resposta foi registrada para cada intensidade avaliada. A análise estatística foi realizada por meio de testes t de Student com correção de Bonferroni sequencial para múltiplas comparações.
Resultados: Em relação ao efeito principal do fator “Intensidade do estímulo”, foi possível observar que, independentemente dos demais fatores e para todas as frequências, houve diferença estatisticamente significante entre todas as duplas de intensidades comparadas (degraus de 5dBNA) , sendo que níveis mais elevados de intensidade do estímulo apresentaram maior amplitude em comparação aos níveis de intensidade mais baixos. Já em relação à interação dos fatores Intensidade e Grupo para a frequência de 2000 Hz, apesar de haver sido identificada uma interação estatisticamente significante entre os fatores, não foram detectadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos em nenhuma das intensidades pesquisadas. No entanto é possível verificar que há uma tendência a um aumento mais expressivo da amplitude para o GE em comparação ao GC para intensidade de 75 a 85 dBNA, sendo que o crescimento da amplitude passa a se igualar novamente a partir de 90 dBNA, sugerindo diferença da configuração da curva de crescimento. Conclusão: O grupo de adultos jovens com alteração nas habilidades de ordenação temporal e/ou fechamento auditivo apresentou curva de crescimento dos reflexos acústicos com maior amplitude para estímulos entre 75 e 85 dB, na frequência de 2000Hz.

Saxena U, Allan C, Allen P. Crossed and uncrossed acoustic reflex growth functions in normal-hearing adults, typically developing children, and children with suspected auditory processing disorder. Int J Audiol. 2015;54(9):620-6. doi: 10.3109/14992027.2015.1043147. Epub 2015 Jun 24. PMID: 26107426.
Schairer KS, Putterman DB, Keefe DH, Fitzpatrick D, Garinis A, Kolberg E, Feeney MP. Automated Adaptive Wideband Acoustic Reflex Threshold Estimation in Normal-hearing Adults. Ear Hear. 2022 Mar/Apr;43(2):370-378. doi: 10.1097/AUD.0000000000001102. PMID: 34320528.
Valero MD, Hancock KE, Liberman MC. The middle ear muscle reflex in the diagnosis of cochlear neuropathy. Hear Res. 2016 Feb;332:29-38. doi: 10.1016/j.heares.2015.11.005. Epub 2015 Nov 30. PMID: 26657094; PMCID: PMC5244259.
Valero MD, Hancock KE, Maison SF, Liberman MC. Effects of cochlear synaptopathy on middle-ear muscle reflexes in unanesthetized mice. Hear Res. 2018 Jun;363:109-118. doi: 10.1016/j.heares.2018.03.012. Epub 2018 Mar 13. PMID: 29598837; PMCID: PMC6359722.
Wilson RH, McBride LM. Threshold and growth of the acoustic reflex. J Acoust Soc Am. 1978 Jan;63(1):147-54. doi: 10.1121/1.381706. PMID: 632406.
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Página(s): p.978
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CYTOMEGALOVIRUS AND HEARING LOSS: A SYSTEMATIC REVIEW
Aguer, S.S.T. ; Vernier, L.S. ; Machado, M.S. ;

Introduction: Congenital Cytomegalovirus (cCMV) represents one of the biggest public health problems in the world, affecting 0.5-1% of all live births. As a result, it is the biggest cause of non-genetic hearing loss, making up almost 25% of all sensorineural hearing loss. Objective: The objective of this literature review is to analyze the scientific evidence that relates congenital cytomegalovirus to hearing disorders in children and the period of manifestation of the same. Methodology: The research was carried out in the following databases: Pubmed/Medline, Scopus, Web of Science, Lilacs (Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences), Scielo (Scientific Electronic Library Online), using specific descriptors, searched through of the DeCs (Descriptors in Health Sciences) of the Regional Library of Medicine (BIREME). Two independent researchers performed the steps of the article selection strategy. Results: In total, 13 cohort studies were included in the systematic review. Among the selected studies, 7 demonstrated auditory alteration already in the neonatal hearing screening. The most observed audiological profile was bilateral moderate to profound sensorineural hearing loss. In studies with longer follow-up, the progression of hearing loss was observed during childhood. It was also noted that the gestational trimester of maternal infection and the presence of symptoms in affected children can influence the development and severity of hearing disorders. Conclusion: Congenital Cytomegalovirus infection can cause hearing loss, usually sensorineural, moderate to profound, bilaterally, with possible progression during childhood.



Kabani N, Ross SA. Congenital Cytomegalovirus Infection. J Infect Dis. 2020 Mar 5;221(Suppl 1):S9-S14.

Ouellette CP, Sánchez PJ, Xu Z, Blankenship D, Zeray F, Ronchi A, Shimamura M, Chaussabel D, Lee L, Owen KE, Shoup AG, Ramilo O, Mejias A. Blood genome expression profiles in infants with congenital cytomegalovirus infection. Nat Commun.2020 Jul 15;11(1):3548.

Xia W, Yan H, Zhang Y, Wang C, Gao W, Lv C, Wang W, Liu Z. Congenital Human Cytomegalovirus Infection Inducing Sensorineural Hearing Loss. Front Microbiol. 2021 Apr 14;12:649690

Kim BJ, Han JJ, Shin SH, Kim HS, Yang HR, Choi EH, Chang MY, Lee SY, Suh MW, Koo JW, Lee JH, Choi BY, Oh SH. Characterization of Detailed Audiological Features of Cytomegalovirus Infection: A Composite Cohort Study from Groups with Distinct Demographics. Biomed Res Int. 2018 Aug 30;2018:7087586.


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Página(s): p.943
ISSN 1983-1793X
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DEAFNESS AND ADDITIONAL DISABILITIES QUESTIONNAIRE (DAD-Q): TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO
Fidêncio, V.L.D. ; Chamon, L. H. N. ; Coêlho, T. M. F. N. ; Oliveira, E. C. ;

Introdução: Os resultados do uso do implante coclear em crianças apresentam-se heterogêneos, principalmente naquelas com outros comprometimentos além da perda auditiva. Considerando que cerca de 40% de crianças com perda auditiva apresentam comorbidades, avaliar especificamente essa população torna-se essencial para o aconselhamento dos pais e planejamento da intervenção. Nesse sentido, o instrumento Deafness and Additional Disabilities Questionnaire (DAD-Q) é um questionário que avalia cinco domínios e tem o objetivo de caracterizar o benefício do uso do implante coclear em crianças com outros comprometimentos além da perda auditiva. Objetivo: realizar a tradução do instrumento DAD-Q para o Português Brasileiro. Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas sob CAAE 62995322.6.0000.5058. Os autores do instrumento original foram contatados e autorizaram a realização da tradução para o português. A tradução seguiu metodologia proposta em literatura, realizando-se as etapas de tradução do inglês para o português, análise e síntese por comitê de especialistas, retrotradução do português para o inglês e revisão pelo comitê de especialistas. Participaram quatro tradutores-intérpretes de inglês qualificados (dois na etapa de tradução e dois na etapa de retrotradução) que desconheciam o instrumento e não se conheciam, além de dois fonoaudiólogos brasileiros, fluentes no inglês, que compuseram o comitê de especialistas. Resultados: Foi gerado um único instrumento em português, intitulado “Questionário sobre Surdez e Deficiências Adicionais”, para avaliação do desenvolvimento comportamental, auditivo, comunicativo, atencional e social, pré e pós implante coclear de crianças com perda auditiva e outros comprometimentos. O questionário final deve ser aplicado em formato de entrevista com os pais e divide-se nos domínios “habilidades perceptivas” (10 questões), “modo preferencial de comunicação” (1 questão), “comportamentos comunicativos” (9 questões), “atenção e habilidade de memória” (8 questões) e “interação social, controle comportamental e autorregulação” (14 questões). As opções de resposta para cada pergunta dividem-se em “nunca”, “raramente”, “algumas vezes”, “muitas vezes” ou “sempre”. Conclusão: Foi realizada a tradução do instrumento DAD-Q para o português brasileiro, gerando o instrumento “Questionário sobre Surdez e Deficiências Adicionais”. O instrumento agora seguirá para a etapa de adaptação cultural com público alvo.

Chilosi AM, Comparini A, Scusa MF, Berrettini S, Forli F, Battini R et al. Neurodevelopmental disorders in children with severe to profound sensorioneural hearing loss: a clinical study. Developmental Med & child neurol. 2010; 52(9):856-62
Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Crosscultural adaptation of health related quality of life measures:literature review and proposed guidelines. J Clin Epidemiol. 1994;46(12):1417-1432.
Palmieri M, Berrettini S, Forli F, Trevisi P, Genovese E, Chilosi AM et al. Evaluating benefits of cochlear implantation in deaf children with additional disabilities. Ear Hear. 2012; 33(6):721-30.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.691
ISSN 1983-1793X
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DEFICIÊNCIA AUDITIVA E COVID-19 : IMPACTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS
Salgueiro, A.C. ; Brambila, M.P.A.F. ; Oliveira, J.R.M. ; Mondelli, M.F.C.G. ;

Introdução: A pandemia da COVID-19 desencadeada pelo vírus SARS-CoV-2 desencadeou uma crise sanitária global que coincidiu com as aumento de problemas econômico e social sem precedentes para os indivíduos, principalmente para aqueles em situação de vulnerabilidade ou com problemas sensoriais como os indivíduos com deficiência auditiva. A Organização Mundial da Saúde decretou a implementação de medidas públicas para controlar a disseminação desse vírus como medida social de distanciamento e também prol do setor econômico como auxílio financeiro. Objetivo: Investigar como a pandemia da COVID-19 impactou a vida dos indivíduos com deficiência auditiva, levando em consideração os aspectos econômicos e sociais; como também associar esses aspectos com a variável gênero. Metodologia: Estudo clínico, transversal, quantitativo aprovado eticamente (n° 5.016.579), no qual aplicou-se o questionário “Impactos econômicos e sociais da pandemia de COVID-19 em relação às pessoas com deficiência auditiva” em 50 indivíduos adultos com deficiência auditiva escolhidos por critérios de elegibilidade advindos de demanda espontânea de um serviço de saúde auditiva. Resultados: Em relação aos impactos econômicos, houve diminuição significativa da renda das pessoas, principalmente dos trabalhadores informais, desprovidos de segurança no que se refere às leis trabalhistas. Relacionado aos impactos econômicos, o benefício assistencial disponibilizado durante a pandemia para a população em situação de vulnerabilidade social, denominado Auxílio Emergencial, não se mostrou suficiente em termos de valor para assegurar a dignidade das famílias, com destaque para aquelas que cuidam de pessoas surdas que, independente da pandemia, já apresentam dificuldade para se inserir no mercado de trabalho e manter-se. Os impactos sociais foram em decorrência do uso de máscaras faciais, gerando situações de inferiorização da população surda e a falta de interesse em adaptar a fala de maneira que as pessoas surdas consigam se comunicar efetivamente. No que se refere à associação entre a variável gênero e os impactos econômico e social não houve resultado estatístico. Conclusão: A pandemia da doença COVID-19 trouxe impactos no que se refere às questões econômicas e sociais, impactando igualmente homens e mulheres quando realizada a associação entre os aspectos econômicos e sociais e a variável gênero.


1. AZEVEDO, E. E. B.; AQUINO, J. E. F.; HORA, M. M. Questão surda: compreendendo o audismo como expressão da questão social. Temporalis, BrasíliaDF, n.42, pág. 188-205,ju./dez/2021.
2. BEZERRA, A. C. V.; et al. Fatores associados ao comportamento da população durante o isolamento social na pandemia de COVID-19. Ciência & Saúde Coletiva, 25(Supl.1):2411-2421, 2020.
3. CASTANHARI, Laíza. Pandemia impactou de várias maneiras a inclusão das pessoas com deficiência. FEAC – Fundação Federação das Entidades Assistenciais de Campinas, jul. de 2021.
4. FRANCELIN, M. A. S.; MOTTI, T. F. G. MORITA, I. As implicações Sociais da Deficiência Auditiva Adquirida em Adultos. Saúde Soc, v. 19, n.I, p. 180-192. São Paulo, 2010.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.892
ISSN 1983-1793X
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DEFICIÊNCIA DE FERRO E SUAS IMPLICAÇÕES NO DESENVOLVIMENTO DO SNAC, UMA REVISÃO DA LITERATURA.
Câmara, C. C. ; Avelino, M. A. G. ; Hadler, M. C. C. M. ;

INTRODUÇÃO: O ferro é responsável pelo transporte de oxigênio, síntese de DNA e metabolismo muscular. A deficiência de ferro afeta cerca de 40% das mulheres grávidas e 42% das crianças no mundo. O efeito da deficiência em crianças com menos de dois anos de idade podem causar danos irreversíveis no desenvolvimento cerebral. O desenvolvimento cerebral acontece principalmente no último trimestre da gestação e nos primeiros anos de vida. METODOLOGIA: Foi feita uma Revisão de Literatura sobre o tema, do tipo narrativa, na plataforma PUBMED, utilizando as seguintes palavras-chave: “Iron Deficiency”; “Auditory Brainstem Response”. RESULTADOS: A busca realizada com a combinação dos boleadores: “Iron Deficiency AND Auditory Brainstem Response”, resultou em trinta e dois artigos. Quando foi aplicado o filtro para o período de: " 10 anos e humanos", o total de artigos foi reduzido para seis, desses, um era uma carta ao editor, totalizando ao final 5 artigos. Principais conclusões dos estudos: maior latência da Onda V e intervalos interpicos I-III; I-V e III-V; a deficiência de ferro tem efeito duradouro no SNAC; a anemia por deficiência de ferro afeta negativamente o ferro no cordão umbilical e o sistema auditivo; respostas anormais do PEATE, estão relacionados à gravidade da deficiência de ferro na gestação e no período neonatal; o controle do ferro na gestação realizado por meio de triagem no pré-natal pode melhorar o estado de ferro fetal e ajudar a prevenir alterações na maturação da via auditiva; a alteração na maturação do Sistema Nervoso Auditivo está associada a deficiência latente de ferro; o atraso da maturação do Sistema Nervoso Auditivo está associado à deficiência de ferro intrauterina. CONCLUSÕES: Anemia por deficiência de ferro tem efeitos adversos no desenvolvimento Sistema Nervoso Auditivo Central. Alterações nos Potenciais Evocados Auditivos podem ser percebidas já na primeira infância.







AMIN, S. B.; ORLANDO, M., & WANG, H. Latent iron deficiency in utero is associated with abnormal auditory neural myelination in≥ 35 weeks gestational age infants. The Journal of pediatrics, v. 163, n. 5, p. 1267-1271, 2013. https://doi.org/10.1016/j.jpeds.2013.06.020

CHOUDHURY, V.; AMIN, S. B.; AGARWAL, A.; SRIVASTAVA, L. M.; SONI, A., & SALUJA, S. Latent iron deficiency at birth influences auditory neural maturation in late preterm and term infants.The American Journal of Clinical Nutrition, 102(5), 1030–1034, 2015.

ELALFY, M. S., EL-FARRASH, R. A., TAHA, H. M., ISMAIL, E. A., & MOKHTAR, N. A. Auditory brainstem response in full-term neonates born to mothers with iron deficiency anemia: relation to disease severity. The Journal of Maternal-fetal & Neonatal Medicine, 33(11), 1881–1888, 2020. Disponível em https://doi.org/10.1080/14767058.2018.1533940

PALLONE, L. V.; et al. Effects of intrauterine latent iron deficiency on auditory neural maturation in full-term newborns. Journal of Pediatrics, v. 96, p. 202-209, 2020.
https://doi.org/10.1016/j.jped.2018.08.007,

SUNDAGUMARAN, Hemawathiy; SEETHAPATHY, Jayashree. Auditory brainstem response in infants with iron deficiency anemia. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, v. 117, p. 78-81, 2019. https://doi.org/10.1016/j.ijporl.2018.11.017
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Página(s): p.879
ISSN 1983-1793X
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DEFINIÇÃO DE BALIZADORES DE INTELIGIBILIDADE DE FALA DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR RELACIONADOS À IDADE DA IMPLANTAÇÃO E TEMPO DE USO DO DISPOSITIVO
Berzuini, K.A. ; SILVA, C.D. ; REIS, A.C.M.B. ;

Introdução: Atualmente, há interesse entre os profissionais que atuam no processo de (re)habilitação das pessoas com deficiência auditiva em desenvolver atividades que possam viabilizar a melhoria da inteligibilidade de fala, com instrumentos que possam avaliar e monitorar a qualidade dessa habilidade em crianças em aquisição e desenvolvimento da linguagem. Objetivo: estabelecer balizadores referentes à inteligibilidade de fala de crianças usuárias de implante coclear (IC) relacionados à idade da implantação e tempo de uso do mesmo. Método: Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição de origem (CAAE: 45534921.4.0000.5440). O estudo é dividido em três etapas que contemplam (1) levantamento da experiência de fonoaudiólogos que atuam no processo de (re)habilitação de crianças usuárias de IC quanto ao uso da escala Speech Intelligibility Rating (SIR); (2) identificação da classificação de inteligibilidade de fala de crianças por meio do material Beginner's Intelligibility Test (BIT) por profissionais que atuam na área; (3) realizar com os critérios estabelecidos no estudo a classificação da escala SIR em 50 amostras de fala de crianças usuárias de implante coclear. Foram incluídas no estudo crianças usuárias de IC unilateral ou bilateral, sequencial ou simultâneo, com idade auditiva mínima de 1 ano e máxima de 11 anos. A análise da gravação foi realizada por dois juízes independentes. Resultados parciais: Na primeira etapa foram enviados 66 convites à participação do estudo através de um google formulário, obtendo respostas de 42.42% dessa quantidade. Das respostas obtidas, a maioria é obtida da região sudeste (60.71%), seguida da região nordeste (14,28) e, dentre essas respostas, 71.42% são de profissionais formados há mais de 20 anos, com maioria atuando em serviço público. Dos 28 profissionais, apenas 18 alegam conhecer a escala SIR, enquanto somente três desses refeririam seu uso na prática clínica, em sua totalidade da região sudeste. Na etapa 2, seis profissionais avaliaram e classificaram amostras de fala, denominados como juízes, os quais apresentaram concordâncias e discordâncias para mesmas amostras analisadas. Aguarda-se a completude dos dados para análise final. Foram coletados na terceira etapa do estudo 32 amostras de fala de crianças repetindo as dez frases de uma lista aleatória do protocolo BIT. As crianças avaliadas têm entre 4:2 e 10:7 anos de uso dos implantes cocleares. A idade na avaliação varia entre 4:11 e 13:12 anos. Esses resultados serão agrupados com a classificação da escala SIR para definição de balizadores e análise das variáveis. Conclusão: Até o momento, é possível observar o baixo conhecimento e padronização da escalar SIR entre fonoaudiólogos. A padronização do protocolo pode agregar seu uso clínico. Também é possível observar que os balizadores de inteligibilidade de fala estão associados às variáveis analisadas nesse estudo, idade na implantação e tempo de uso do IC.

Alves A. Terapia fonoaudiológica | Os primeiros anos. In: Boéchat, et al. (org.). Tratado de audiologia – 2. ed. ¬ Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
Martines F, Martines E, Ballacchino A, Salvago P. Speech perception outcomes after cochlear implantation in prelingually deaf infants: the Western Sicily experience. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2013;77(5):707-13.
Sharma S, Bhatia K, Singh A, Lahiri AK, Aggarwal A. Impact of socioeconomic factors on paediatric cochlear implant outcomes. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2017;102:90-97
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Página(s): p.761
ISSN 1983-1793X
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DEMÊNCIA E PERDA AUDITIVA: CORRELAÇÃO ENTRE LIMIARES AUDITIVOS, PERCEPÇÃO DOS PREJUÍZOS E DESEMPENHO EM TESTES DE RASTREIO COGNITIVO
Pereira, F. J. M. ; Machado, T. H. ; Machado, M. G. ; Resende, L. M. ;

Introdução: A Organização Mundial da Saúde/Organização Pan-Americana de Saúde definiu 2020 a 2030 como sendo a Década do Envelhecimento Saudável. Envelhecer com saúde significa desenvolver e manter habilidades funcionais que levam ao bem-estar na terceira idade. Um fenômeno presente na população idosa, em relação à audição, é a diminuição dos limiares de audibilidade nas frequências altas, a partir de 4KHz. Estudos apontam que a perda auditiva foi identificada como um dos fatores de risco para demência e declínio cognitivo. Várias hipóteses têm sido propostas para explicar a possível relação entre deficiência auditiva e o declínio cognitivo: algumas sugerem que essa relação é sustentada pela neurodegeneração geral oriunda do envelhecimento; já outras, acreditam que a deficiência auditiva e a privação sensorial estão diretamente ligadas ao comprometimento cognitivo. O objetivo geral deste estudo foi verificar a associação entre audição e desfecho cognitivo. Além disso, caracterizar o perfil audiométrico e cognitivo, verificar a existência de relação entre a percepção da incapacidade auditiva e o estado cognitivo e limiares audiométricos e analisar o desempenho geral e de funções específicas na triagem cognitiva (MEEM). Métodos: A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número de parecer 5.626.511. Trata-se de estudo transversal, realizado com pacientes com comprometimento cognitivo atendidos em um ambulatório de Neurologia Cognitiva e do Comportamento. Os participantes foram submetidos a breve anamnese sobre saúde auditiva, audiometria tonal aérea e responderam ao questionário que avalia a percepção da incapacidade auditiva (HHIE – Hearing Handicap Inventory for the Elderly). Dados do estado cognitivo foram coletados no prontuário dos pacientes. Resultados: Foram avaliados 32 pacientes. Os resultados obtidos na amostra avaliada mostram que houve maior incidência de audição normal (59,38%) e pacientes com curva audiométrica descendente (59,38%). A perda auditiva mais encontrada foi a neurossensorial de grau leve (40,62%). Não houve correlação significativa entre o escore total do do MEEM ou funções específicas avaliadas pelo mesmo e perda auditiva. Foi identificada associação significativa entre o grau de perda auditiva para a limitação social do HHIE, em que pacientes com grau leve de perda auditiva apresentaram limitação maior no domínio social quando comparados a pacientes com audição normal. Não houve associação significativa entre o grau de perda e a classificação geral do HHIE. Conforme esperado, houve associação significativa da escolaridade com a classificação do MEEM, portanto, quem apresentou até 8 anos de estudo teve 81,9% menos chances de ter a classificação do MEEM alterada em comparação a quem tem até 4 anos de estudo. Ao observarmos a predominância da curva audiométrica descendente, com características de presbiacusia, consideramos que a capacidade auditiva dos pacientes deve ser monitorada. Concluímos que, ainda que não tenha sido encontrada associação significativa entre a perda auditiva e o desempenho nos testes de rastreio cognitivo, a diminuição da acuidade auditiva foi associada a uma maior limitação social observada nos resultados do HHIE, fator que pode intensificar o isolamento que pessoas com demência frequentemente experimentam.

1. Alfandari, D., Vriend, C., Heslenfeld, D. J., Versfeld, N. J., Kramer, S. E., & amp; Zekveld, A. A. (2018). Brain Volume Differences Associated With Hearing Impairment in Adults. Trends in Hearing, 22. https://doi.org/10.1177/2331216518763689.
2. Brucki, S. M. D., Nitrini, R., Caramelli, P., Bertolucci, P. H. F., & Okamoto, I. H. (2003). Sugestões para o uso do mini-exame do estado mental no Brasil. In Arq Neuropsiquiatr (Vol. 61, Issue B).
3. Slade, K., Plack, C. J., & Nuttall, H. E. (2020). The Effects of Age-Related Hearing Loss on the Brain and Cognitive Function. In Trends in
Neurosciences (Vol. 43, Issue 10, pp. 810–821). Elsevier Ltd. https://doi.org/10.1016/j.tins.2020.07.005.
4. Suemoto, C. K., Mukadam, N., Brucki, S. M. D., Caramelli, P., Nitrini, R., Laks, J., Livingston, G., & Ferri, C. P. (2022). Risk factors for dementia in Brazil: Differences by region and race. Alzheimer’s & Dementia. https://doi.org/10.1002/alz.12820.
5. Souza Borges, K. C., Resende, L. M., & de Araújo Brandão Couto, E. (2021). Hearing function, perception of disability (handicap) and
cognition in the elderly: a relation to be elucidated. CODAS, 33(5), 1–8. https://doi.org/10.1590/2317-1782/20202020150.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.954
ISSN 1983-1793X
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DESEMPENHO AUDITIVO DE INDIVÍDUOS COM MALFORMAÇÃO DE ORELHA: COMPARAÇÃO ENTRE DOIS SISTEMAS DE CONDUÇÃO ÓSSEA
CASTIQUINI, E.A.T. ; Alvarenga, K.F. ; Salgueiro, A.C. ; Oliveira, J.R.M. ; Bucuvic, E.C. ; Zampronio, C.D.P. ; Lourençone, L.F.M. ;

Introdução: Os sistemas de condução óssea não implantáveis cirurgicamente são, até o momento, a única opção para a reabilitação auditiva de indivíduos com malformação de orelha quando esses não apresentam condições médicas ou idade suficiente para realizar a cirurgia de implantação da prótese auditiva ancorada no osso. Esses sistemas utilizam um processador de som acoplado a uma banda elástica posicionada na cabeça, especificamente, na região da mastoide. A banda elástica tem a função de manter o posicionamento e o ajuste adequado do processador. A transmissão sonora é realizada de modo transcutâneo passivo, onde as vibrações sonoras produzidas pelo processador perpassam da pele para o osso da mastoide e estimulam, por condução óssea, as estruturas da orelha interna. Entre os sistemas de condução óssea disponíveis há diferentes particularidades acústicas para atender a essa população, permitindo dessa forma, ao clínico, a indicação e a otimização da melhor solução terapêutica de reabilitação auditiva com segurança e pautada em evidência científica. Objetivo: Comparar o desempenho auditivo de indivíduos com malformação de orelha com dois sistemas de condução óssea não implantáveis. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 5.565.843, observacional, com análise descritiva de dados secundários retrospectivos disponíveis em prontuário clínico de 10 indivíduos na faixa etária de 10 a 17 anos (média 13,6 anos), que atendiam aos seguintes critérios de elegibilidade: indivíduos com deficiência auditiva do tipo condutiva, bilateral, por malformação de orelha, do gênero feminino ou masculino. Todavia, foram considerados inelegíveis os indivíduos que apresentassem alteração de linguagem e alteração cognitiva. A análise contemplou os resultados do desempenho auditivo: níveis mínimos de resposta auditiva obtidos na audiometria em campo livre e a percepção auditiva da fala quanto ao reconhecimento de sentenças no silêncio e no ruído, com os sistemas de condução óssea Ponto 3/Oticon MedicalⓇ (prótese A) e ADHEAR/MedElⓇ (prótese B), acoplados à banda elástica. A escolha do processador para o início da avaliação foi realizada aleatoriamente. Resultados: Os indivíduos apresentaram média dos níveis mínimos de resposta auditiva em frequências específicas (0,5, 1, 2 e 4kHz) de 22 dB para a prótese A e 23,25 dB para a prótese B. Para o reconhecimento de sentenças no silêncio, observou-se média de 31,69 dB e 29,69 dB para as próteses A e B, respectivamente. Quanto ao reconhecimento de sentenças no ruído, a média da relação sinal/ruído quando com a prótese A foi de -1,60 dB e de 0,05 dB para a prótese B. Conclusão: Considerando a perspectiva de comparação de resultados descritivos quanto ao desempenho auditivo de indivíduos com malformação de orelha com dois sistemas de condução óssea não implantáveis, verificou-se que ambos apresentaram resultados similares e satisfatórios para os níveis mínimos de resposta auditiva e reconhecimento de sentenças no silêncio. No entanto, no reconhecimento de sentenças no ruído e na relação sinal/ruído, a prótese A foi ligeiramente superior.

Almuhawas F, Alzhrani F, Saleh S, Alsanosi A, Yousef M: Auditory Performance and Subjective Satisfaction with the ADHEAR System. Audiol Neurotol 2021;26:1-10. doi: 10.1159/000507775
Muzzi E, Gambacorta V, Lapenna R, Pizzamiglio G, Ghiselli S, Caregnato I, Marchi R, Ricci G, Orzan E. Audiological Performance of ADHEAR Systems in Simulated Conductive Hearing Loss: A Case Series with a Review of the Existing Literature. Audiol Res. 2021 Oct 13;11(4):537-546. doi: 10.3390/audiolres11040048. PMID: 34698056; PMCID: PMC8544209.
Westerkull, P. An Adhesive Bone Conducion System Adhear A New Treatment Option For Conductive Hearing Losses. Journal of Hearing Science 8.2 (2018).
WESTERKULL, P.; BICEGO, L. The Adhesive Bone Conduction system, ADHEAR -- performance, physics and clinical evaluations. Journal of Hearing Science, [s. l.], v. 12, n. 1, p. 120–121, 2022.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.873
ISSN 1983-1793X
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DESEMPENHO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM UM PROGRAMA ONLINE
Pinheiro, M. M. C. ; Bogoni, C. M. ; Silveira, G. S. ; Hillesheim, A. ; Junior, J. B. ; Souza, L. F. ; Rodrigues, J. M. ; Silva, D. P. C. ;

Introdução: A partir da avaliação do Processamento Auditivo Central (PAC) é possível obter uma maior compreensão das funções relacionadas ao processo de comunicação. Para isto, existem testes comportamentais especiais utilizados na prática clínica. No intuito de facilitar a prática clínica, foram criados programas onlines de triagem das habilidades auditivas para facilitar o acesso e encaminhamento dos pacientes com queixas e manifestações de TPAC (Transtorno do Processamento Auditivo Central). No Brasil destaca-se o programa online AudBility, criado em 2019, para triagem das habilidades auditivas. Contudo, ainda existem poucos estudos na literatura nacional que caracterizam a utilização deste programa em crianças com TPAC. Objetivo: Verificar o desempenho no programa online Audibility em crianças com TPAC. Método: Estudo transversal, aprovado pelo comitê de ética nº 46378821.10000.01210, realizado no ano de 2022. Participaram da pesquisa 15 crianças de ambos os sexos de idade entre 7 a 13 anos e diagnóstico de TPAC. Todos os indivíduos realizaram uma bateria mínima comportamental envolvendo os testes monoaurais de baixa redundância, interação binaural, dicóticos e de ordenação e resolução temporal. A aplicação do programa online AudBility ocorreu com o uso de um notebook da marca HP modelo 256 G8 com fones de ouvido supra-aurais da marca JBL modelo Quantum 100. No AudBility foi realizada a avaliação das habilidades auditivas de figura-fundo (integração e separação binaural), fechamento, ordenação temporal e resolução temporal. A avaliação teve a duração de dois dias e houve o cuidado de não avaliar a habilidade auditiva no mesmo dia em ambos os métodos. Resultados: Na avaliação comportamental do PAC, os testes mais alterados foram: Teste Dicótico de Dígitos (TDD), etapa separação (75%), seguido de Teste de Padrão de Frequência (TPF) (62,5%) e Random Gap Detection Test (RGDT) (50%), o teste menos comprometido foi o teste monoaural de baixa redundância (12%). Em comparação, o desempenho médio de acertos dos pacientes no AudBility foi de 89,38% para a tarefa de integração à direita e 90% à esquerda. Na separação foi 87,5% à OD e 82,5% à OE. Para a ordenação temporal avaliada pelo TPF, os resultados gerais foram de 52,86%, para a tarefa de resolução temporal 93,25% e para fechamento auditivo 81,67% à OD e 64,29% à OE. Conclusão: As crianças com TPAC apresentaram desempenho superior no programa online Audibility em relação ao desempenho nos testes comportamentais do PAC, sendo a habilidade mais alterada a de ordenação temporal. Acredita-se que o uso deste programa online contribuirá no encaminhamento de pacientes com queixas de alteração do PAC para avaliação formal das habilidades auditivas.

AMARAL, Maria Isabel Ramos do; CARVALHO, Nádia Giulian de; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca. Programa online de triagem do processamento auditivo central em escolares (audBility): investigação inicial. Codas, [S.L.], v. 31, n. 2, p. 1-11, jan. 2019. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20182018157.

CARVALHO, Nádia Giulian de; AMARAL, Maria Isabel Ramos do; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca. AudBility: effectiveness of an online central auditory processing screening program. Plos One, [S.L.], v. 16, n. 8, p. 1-12, 30 ago. 2021. Public Library of Science (PLoS). http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0256593.

TANAKA, Tamy Nathalia; CARVALHO, Nádia Giulian de; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca; AMARAL, Maria Isabel Ramos do. AudBility: confiabilidade teste-reteste em crianças com desenvolvimento típico de 6 e 7 anos. Codas, [S.L.], v. 34, n. 6, p. 1-9, 2022. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20212021219pt.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.940
ISSN 1983-1793X
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DESEMPENHO DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR NO TESTE DA HABILIDADE DE ATENÇÃO AUDITIVA SUSTENTADA: ESTUDO PILOTO
João, R. M. C. ; Lüders, D. ; Correia-Baran, J. B. ; Hamerschmidt, R. ; Kutianski, V. F. H. ; Feniman, M. R. ; Fidêncio, V. L. D. ; José, M. R. ;

Introdução: A atenção é considerada a habilidade para escolher e se concentrar em um estímulo relevante (1), no qual pode-se citar a atenção sustentada, que é a capacidade do indivíduo de focar em uma atividade contínua, por um período prolongado. No caso da atenção auditiva sustentada, o foco é especificamente em um estímulo sonoro. Essa habilidade é importante para o aprendizado escolar, mas também é essencial em situações cotidianas, pois é fundamental para o processamento de informações, assim como para a aprendizagem de novas tarefas (1), sendo observada a necessidade de se analisar esta habilidade em usuários de dispositivos eletrônicos aplicados à surdez, como o implante coclear. Objetivo: descrever o desempenho de crianças usuárias de implante coclear no teste da habilidade de atenção auditiva sustentada. Metodologia: Aprovação no Comitê de Ética em Pesquisas em Seres Humanos sob CAAE: 62826422.0.0000.8040, parecer número 5.656.402. Para compor a amostra as crianças deveriam apresentar idade entre seis a onze anos, serem usuárias de implante coclear e estarem em processo de reabilitação auditiva. O convite para a participação no estudo foi realizado para as crianças e seus responsáveis, durante os atendimentos de terapia, pela fonoaudióloga responsável pela reabilitação auditiva destas crianças, em uma clínica particular. Os procedimentos do estudo consistiram em entrevista com os responsáveis pelas crianças para obtenção de dados de saúde geral e auditiva, aplicação da 6ª prova do protocolo Glendonald Auditory Screening Procedure – GASP (2) para verificação quanto a compreensão de sentenças, triagem auditiva em campo livre (nas frequências de 500Hz a 4000Hz) e aplicação do Teste da Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada – THAAS (3), em campo livre, com os dispositivos de amplificação ligados (implante coclear bilateral ou adaptação bimodal). Os resultados dos dados coletados foram analisados de maneira descritiva. Resultados: A amostra foi composta por seis crianças com idade entre seis a 10 anos, a maioria das crianças foi do sexo masculino (n= 4), usuários de implante coclear bilateralmente (n= 4) ou adaptação bimodal (n= 2), pelo tempo mínimo de 1 ano e 4 meses a um tempo máximo de 9 anos. Observou-se nessa série de casos que a pontuação obtida no tipo de erro desatenção variou entre 10 a 33 e na impulsividade entre 02 a 23. Já no desempenho do THAAS, a pontuação total de erros encontrada foi entre 15 a 43 e o decréscimo de vigilância observou-se o mínimo de zero e máximo de 5. Duas crianças apresentaram desempenho alterado no THAAS. Conclusão: No desempenho do THAAS de crianças usuárias de implante coclear foi observada maior pontuação total de erros em comparação com os dados normativos do THAAS, em crianças com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, em consequência da maior frequência de erros do tipo desatenção. Não foi observada alteração quanto ao decréscimo de vigilância nessa amostra quando comparado aos dados normativos do instrumento em crianças com audição normal. As crianças que demonstraram menores pontuações totais de erro no THAAS, foram correspondentes aquelas com maior tempo de uso do implante coclear.

1. Tanaka PJ. Atenção: reflexão sobre tipologias, desenvolvimento e seus estados patológicos sob o olhar psicopedagógico. Construção psicopedagógica. 2008;16(13):62-76.
2. Bevilacqua MC, Tech EA. Elaboração de um procedimento de avaliação de percepção de fala em crianças deficientes auditivas profundas a partir de cinco anos de idade. In: Marchesan IQ, Zorzi JL, Gomes ICD. Tópicos em Fonoaudiologia. São Paulo: Lovise; 1996. p. 411-33.
3. Feniman MR, et al. Proposta de instrumento comportamental para avaliar a atenção auditiva sustentada. Revista Brasileira de Fonoaudiologia. 2007;73(4):1-5.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.783
ISSN 1983-1793X
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DESEMPENHO DE IDOSOS COM E SEM PERDA AUDITIVA EM DIFERENTES TESTES DE RASTREIO COGNITIVO
STREIT, G. C. de S. ; MACHADO, R. M. ; PICCOLOTTO, C. L. ; SCARTEZINI, M. S. ; Lima, L. da R. ; PAGLIARIN, K. C. ; PATATT, F. S. A. ;

Introdução: A população idosa em sua condição de senescência, sofre a diminuição da funcionalidade de estruturas sensoriais, destacando-se a presbiacusia, caracterizada pela perda auditiva, como um dos prejuízos. Esse é um fator agravante para o declínio cognitivo e enfatiza a importância de avaliar tais aspectos em idosos e de compreender a relação dessas condições, a fim de oportunizar intervenção e reabilitação efetiva para esses indivíduos. Nesse sentido, é relevante a utilização de instrumentos adaptados para avaliar diferentes populações. Desta forma, existe o protocolo Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI), o qual está sendo adaptado para o português brasileiro, que busca avaliar os prejuízos cognitivos em indivíduos com 60 anos ou mais, com perda auditiva, através da avaliação de oito domínios cognitivos. Além dele, o teste Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é um método muito utilizado no rastreio do declínio de funções cognitivas de adultos e idosos. Tendo em vista as diferentes possibilidades de instrumentos, é relevante avaliar, em uma mesma amostra, se eles geram resultados convergentes. Objetivo: Comparar o desempenho cognitivo avaliado por diferentes instrumentos de rastreio em idosos com e sem perda auditiva. Metodologia: A pesquisa tem caráter observacional, transversal e quantitativo, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o nº 5.162.650. Os sujeitos da amostra foram selecionados por conveniência em uma instituição pública e outra privada. Os critérios de inclusão foram: indivíduos com 60 anos ou mais com média quadritonal dentro da normalidade (inferior a 20dB) ou com perda auditiva, sem doenças neurológicas prévias autorrelatadas e que concordaram assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os indivíduos foram submetidos a anamnese direcionada, audiometria tonal limiar, medidas de imitância acústica, MEEM e MoCA-HI. A classificação no MEEM foi realizada de acordo com a escolaridade dos participantes. A amostra foi composta por 46 idosos, destes 28 mulheres e 18 homens, que foram divididos em dois grupos: G1 = 23 idosos com média quadritonal dentro da normalidade; G2 = 23 idosos com perda auditiva. A faixa etária dos indivíduos do G1 variou de 60 a 70 anos (M=63,96) e o tempo de estudo formal de um a 12 anos (M=8,04), já os sujeitos do G2 tinham idades entre 61 e 91 anos (M= 73,70) e tempo de escolaridade de um a 12 anos (M=4,48). Os escores obtidos no MEEM e no MoCA-HI foram comparados entre os grupos por meio do Teste-t para Igualdade de Médias. Resultados: Constatou-se que os escores de ambos os instrumentos diferiram entre os grupos (MEEM: p=0,032; MoCA-HI: p=0,011), evidenciando pontuações menores no grupo de idosos com perda auditiva. No MEEM, o G1 obteve média de pontuação de 26,48 (DP=2,538) e o G2 obteve escore médio de 24,70 (DP=2,899). Já no MoCA-HI, o G1 obteve escore médio de 21,65 (DP=4,716), enquanto o G2 obteve média de 18,22 (DP=4,011). Conclusão: Verificou-se concordância nos resultados obtidos com os dois instrumentos de rastreio cognitivo utilizados, os quais denotaram diferença estatística no desempenho entre os grupos, demonstrando escores piores nos idosos com perda auditiva.

Chaves MLF, Izquierdo I. Differential diagnosis between dementia and depression: a study of efficiency increment. Acta Neurologica Scandinavia, 85:378-82, 1992.

Dawes P. et al. Protocol for the development of versions of the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) for people with hearing or vision impairment. BMJ Open, v. 9, p. 26246, 2019.

Diao TX, et al. Study on the relationship between age-related hearing loss and cognitive impairment. Zhonghua Er Bi Yan Hou Tou Jing Wai Ke Za Zhi, v. 54(2), p. 110–115, 2019.

Sharma, A.; Glick, H. Cross-Modal Re-Organization in Clinical Populations with Hearing Loss. Brain Sci, v. 6 (1), 2016.

Uchida Y. et al. Age-related hearing loss and cognitive decline — The potential mechanisms linking the two. Auris Nasus Larynx, v. 46, n. 1, p. 1–9, fev. 2019.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.731
ISSN 1983-1793X
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DESEMPENHO DE INDIVÍDUOS COM E SEM PERDA AUDITIVA NO INSTRUMENTO MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT HEARING IMPAIRMENT
Piccolotto, C. L. ; Machado, R. M. ; Streit, G. C. de S. ; (Do Nascimento, R. N ; Pagliarin, K. C. ; Patatt, F. S. A. ;

Introdução: A presbiacusia é definida como a perda auditiva decorrente do processo de envelhecimento. Essa alteração não afeta apenas a comunicação, mas também pode ocasionar comprometimento cognitivo, em razão da redução do input sensorial na população acometida. Desse modo, é indispensável que sujeitos com perda auditiva sejam avaliados para quantificar as interferências ocasionadas por este déficit nos processos cognitivos. O protocolo Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI) é um instrumento de avaliação cognitiva adaptado para pessoas com perda auditiva que avalia oito domínios cognitivos, sendo eles: visuo-espacial/executivo; nomeação; memória; atenção; linguagem; abstração; evocação tardia; orientação; bem como o desempenho total. Este instrumento encontra-se em processo de adaptação para o português brasileiro, sendo a análise de desempenho em dois diferentes grupos uma das etapas desse processo. Objetivo: Comparar o desempenho no MoCA-HI de indivíduos com e sem perda auditiva. Metodologia: A pesquisa tem caráter descritivo, observacional, transversal, quantitativo, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 5.162.650. A amostra foi obtida por conveniência, em dois locais, sendo uma clínica pública e uma clínica privada. Os critérios de elegibilidade foram: indivíduos com 60 anos ou mais, com perda auditiva de grau moderado ou superior, adaptados bilateralmente, com tempo de adaptação mínima de seis meses e tempo de uso diário de seis horas ou mais, tempo de escolaridade mínima de quatro anos, sem sinais de alterações cognitivas, avaliados com o Mini-Exame de Estado Mental (MEEM), e que aceitaram participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Sendo assim, fizeram parte da amostra 20 idosos com idade entre 61 e 74 anos (M=67,5), destes, 10 são do sexo masculino e 10 do sexo feminino e escolaridade entre quatro e 25 anos (M=12,4) de estudo formal. Os sujeitos foram divididos em dois grupos, emparelhados por idade e escolaridade, a saber: Grupo sem perda auditiva - composto por 10 idosos que apresentaram média dos limiares auditivos das frequências de 0,5 kHz, 1 kHz, 2 kHz e 4 kHz inferior a 20dB, bilateralmente; Grupo com perda auditiva - constituído por 10 idosos com perda auditiva bilateral de grau moderado ou superior, protetizados bilateralmente. Todos os sujeitos realizaram avaliação audiológica básica, o MEEM e o MoCA-HI. Comparou-se o desempenho no MoCA-HI entre os grupos, sem e com perda auditiva, de acordo com cada domínio. Para a análise dos dados, utilizou-se o teste T paramétrico para comparar duas amostras independentes. Resultados: Ao comparar o escores de cada domínio do MoCA-HI entre os grupos, evidenciou-se diferença apenas na tarefa visuo-espacial/executiva (p=0,013). O desempenho dos grupos nos demais domínios não diferiram: nomeação (p=0,660); memória (p=0,220); atenção: (p=0,450); linguagem (p=0,076); abstração (p=0,464); evocação (p=0,566); orientação (p=0,178); desempenho total (p=0,157). Conclusão: Constatou-se que, exceto no domínio visuo-espacial/executivo, não houve diferença no desempenho das habilidades cognitivas entre os grupos com e sem perda auditiva, sugerindo ser um instrumento sensível para distinguir a presença ou ausência de declínio cognitivo.

- Dawes P., et al. Protocol for the development of versions of the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) for people with hearing or vision impairment. BMJ Open, v. 9, p. 26246, 2019.

- Diao TX, et al. Study on the relationship between age-related hearing loss and cognitive impairment. Zhonghua Er Bi Yan Hou Tou Jing Wai Ke Za Zhi, v. 54(2), p. 110–115, 2019.

- Dong SH, Park JM, Kwon OE, Kim SH, Yeo SG. The Relationship between Age-Related Hearing Loss and Cognitive Disorder. ORL 2019;81:265-273.

- Uchida Y. et al. Age-related hearing loss and cognitive decline — The potential mechanisms linking the two. Auris Nasus Larynx, v. 46, n. 1, p. 1–9, fev. 2019.
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Página(s): p.738
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DESEMPENHO NA TRIAGEM DE PROCESSAMENTO AUDITIVO EM ESCOLARES: CORRELAÇÃO COM NÍVEL SOCIOECONÔMICO E QUEIXAS DE APRENDIZAGEM
FAEDDA, C. M. ; CARVALHO, H. A. S. ; BARRETO, M. A. S. C. ; OLIVEIRA, C. A. P. ;

INTRODUÇÃO: O Processamento Auditivo (PA) é um conjunto de habilidades e processos integrados do Sistema Nervoso Central, com a finalidade de interpretar a informação auditiva oriunda do sistema auditivo periférico. Os aspectos socioeconômicos podem estar diretamente relacionados aos prejuízos no desenvolvimento infantil, pois, muitas vezes, a criança não tem acesso pleno a cuidados básicos de saúde, educação e lazer, bem como a estímulos auditivos e linguísticos, o que pode causar atrasos na aquisição e desenvolvimento da linguagem além dos prejuízos na aprendizagem escolar. As habilidades cognitivo-linguísticas são também dependentes de um adequado desenvolvimento do PA. Assim, identificar precocemente o risco para alterações no processamento auditivo é fundamental para que o desenvolvimento e a aprendizagem formal ocorram adequadamente. OBJETIVO: Avaliar o desempenho na triagem do processamento auditivo em escolares e correlacioná-lo com o nível socioeconômico e queixas de aprendizagem. MÉTODOS: Estudo prospectivo, clínico e observacional, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/CONEP), sob o número CAAE: 36052920.1.0000.5558, com 20 sujeitos de sete a 11 anos, do Ensino Fundamental I, de escolas públicas e privadas, divididos em dois grupos de acordo com o nível socioeconômico: G1: Classes C1 e C2 (n=10) e G2: Classes B1, B2, (n=10). Ambos os grupos com e sem queixas de aprendizagem. Realizou-se a avaliação audiológica básica (audiometria tonal, vocal e imitanciometria), aplicação de formulário socioeconômico e triagem do PA online, utilizando-se a plataforma Audbility®. RESULTADOS: Verificou-se que existe um maior risco para o transtorno do processamento auditivo nos sujeitos do grupo com nível socioeconômico mais baixo, que apresentou piores desempenhos nas habilidades de figura-fundo para sons verbais, integração das informações acústicas, sequencialização e organização do sinal acústico e fechamento auditivo. Não houve associação direta das queixas de aprendizagem escolar e nível socioeconômico em ambos os grupos. CONCLUSÃO: Foi possível correlacionar os achados entre o desempenho em relação às habilidades auditivas avaliadas e o nível socioeconômico, confirmando um maior risco para o transtorno do processamento auditivo nos sujeitos do grupo com nível socioeconômico mais baixo. A triagem de processamento auditivo online demonstrou ser eficaz na identificação do risco para alterações em habilidades auditivas.

1. Balen SA, Boeno MRM, Liebel G. A influência do nível socioeconômico na resolução temporal em escolares. Rev. soc. bras. fonoaudiol. [Internet]. 2010 [acesso em 27 de abril de 2021;15(1):7-13. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-80342010000100004&lng=en.

2. Burkhard LB, Rechia IC, Grokoski KC, Ribas LP, Machado MS. Processamento auditivo central e desnutrição infantil: revisão sistemática. Rev. Ciências em saúde 2018 [acesso em 21 de abril de 2021]; 8(2). Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/325331324_Processamento_auditivo_central_e_desnutricao_infantil_revisao_sistematica_Central_auditory_processing_and_child_undernutrition_a_systematic_review.

3. Zalcman TE, Schochat E. A eficácia do treinamento auditivo formal em indivíduos com transtornos de processamento auditivo. Rev. Soc Fonoaudiol. 2007 [acesso em 30 de agosto de 2021]; 12(4):310-4. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/240772541_A_eficacia_do_treinamento_auditivo_formal_em_individuos_com_transtorno_de_processamento_auditivo

4. Santos FAA. Avaliação comportamental do processamento auditivo em crianças aos 5 anos de idade. Aracaju. Dissertação [Mestrado em Ciências da Saúde] – Universidade Federal de Sergipe; 2012. Disponível em: https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/3771/1/FABIOLA_ANDREA_ANDRADE_SANTOS.pdf.

5. Souza MA, Passaglio NJS, Lemos SMA. Alterações de linguagem e processamento auditivo: revisão de literatura. Rev. CEFAC. 2016 [acesso em 15 de novembro de 2021]; 18(2):513-519. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rcefac/v18n2/1982-0216-rcefac-18-02-00513.pdf.
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Página(s): p.918
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DESENVOLVER UM MATERIAL EDUCATIVO PARA A ORIENTAÇÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO IDOSO E PARCEIROS DE COMUNICAÇÃO
Vespero, V. A. ; Sousa, C.A.S. ; Antonelli, B. C. ; Néri, L. F. ; Lemos, D. F. ; Santos, G. Z. ; Tavares, L. T. ; Azenha, F.S.P ; Angelo, TCS ; Blasca, W. Q. ;

Introdução: o aumento da população idosa gera novas demandas em diversos setores da sociedade, entre eles o da saúde. Com o envelhecimento, ocorrem mudanças fisiológicas, como a presbiacusia, que traz dificuldades auditivas e comunicativas, afetando a qualidade de vida dos idosos e de seus parceiros de comunicação. O uso de aparelhos de amplificação sonora individual é essencial na reabilitação auditiva dos idosos. No entanto, todo esse processo enfrenta algumas dificuldades, como o não entendimento das recomendações transmitidas, a falta de um suporte positivo das pessoas de sua convivência, como também, os déficits de conhecimento acerca da comunicação para com os idosos deficientes auditivos. Objetivo: desenvolver uma série de vídeos com o tema estratégias de comunicação para idosos usuários de AASI e seus parceiros de comunicação. Metodologia: o projeto foi elaborado, pautado na realização de dois estudos envolvendo a revisão integrativa sobre dois temas: os motivos pelo qual os idosos usuários do AASI não utilizam o aparelho de amplificação sonora individual; e sobre os materiais multimídia mais efetivos para esse grupo de indivíduos, respectivamente. Ambos os trabalhos foram norteados para o desenvolvimento do projeto - “Desenvolver um material educativo para a orientação do deficiente auditivo idoso e parceiros de comunicação”, dessa forma, não foi necessária submissão para o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) . Resultados: Foram elaborados um total de treze vídeos, agrupados em duas categorias: seis “vídeos para os usuários de AASI”, e sete “vídeos para os parceiros de comunicação”. Tais vídeos, utilizando uma abordagem acessível e comparativa, transmitiram os benefícios que a utilização das estratégias de comunicação proporcionaram não só ao idoso, mas às pessoas que estão envolvidas em seu contexto. Conclusão: presume-se que esses resultados possam auxiliar de forma positiva o processo de reabilitação do deficiente auditivo idoso. Faz-se importante validar a eficácia desses vídeos durante o processo de reabilitação auditiva do idoso, uma vez que são poucos os trabalhos que produziram e/ou avaliaram materiais multimídias na reabilitação auditiva.

Instituto Brasieliro de Geografia e Estatística. Projeções e estimativas da população do Brasil e das Unidades da Federação [Internet]. Brasilia: Organização Pan-Americana de Saúde, 2. ed., 2008 [cited 2022 Jul 7] Available from: IBGE | Projeção da população
Carniel Z, De Souza JCF, Da Silva CD, Fortunato - Queiroz CAU, Hyppolito MA, Dos Santos PL. Implicações do uso do Aparelho de Amplificação Sonora Individual na qualidade de vida de idosos. CoDAS [Internet]. São Paulo , 2017 [cited 2022 Jul 8]; 29(5):e20160241. Available from: SciELO - Brasil - Implicações do uso do Aparelho de Amplificação Sonora Individual na qualidade de vida de idosos Implicações do uso do Aparelho de Amplificação Sonora Individual na qualidade de vida de idosos doi: https://doi.org/10.1590/2317-1782/20172016241
Mondelli MFC, De Souza PJS. Quality of life in elderly adults before and after hearing aid fitting. Brazilian journal of otorhinolaryngology [Internet]. 2012 [cited 2022 Jul 8] 78(3):49-56, PMID: 22714847. Available from: Quality of life in elderly adults before and after hearing aid fitting - ScienceDirect doi:https://doi.org/10.1590/S1808-86942012000300010.
De Campos K, De Oliveira JRM, Blasca WQ. Processo de adaptação de aparelho de amplificação sonora individual: elaboração de um dvd para auxiliar a orientação a indivíduos idosos. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia [Internet]. 2010 [cited 2022 Jul 8] 15(1):19-25. FapUNIFESP (SciELO). Available from: https://www.scielo.br/j/rsbf/a/yg5FxgJB7xjNtKBbdHp4xSH/?format=pdf doi: http://dx.doi.org/10.1590/s1516-80342010000100006.

Ferguson MA, Maidment DW, Gomez R, Coulson N, Wharrad, H. The feasibility of an m-health educational programme (m2Hear) to improve outcomes in first-time hearing aid users. International Journal Of Audiology [Internet]. 2020 Nov 1 [cited 2022 Jul 8] 60(1):30-41, PMCID: PMC8300526. Informa UK Limited. Available from: The feasibility of an m-health educational programme (m2Hear) to improve outcomes in first-time hearing aid users - PMC (nih.gov) doi: https://doi.org/10.1080/14992027.2020.1825839
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Página(s): p.845
ISSN 1983-1793X
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DESENVOLVIMENTO DE MATERIAL EDUCATIVO PARA CONCESSÃO E ADAPTAÇÃO DE PRÓTESES AUDITIVAS - AMPLIANDO POSSIBILIDADES DE USO EFETIVO.
Miranda-Gonsalez, E.C. ; Agradano, P.O. ; Gois, B.J. ; Pierri, M.S. ; Santos, C.M. ; Conde, L. ; Brandão, A.C. ; Franciosi, B.R. ; Fedosse, E. ;

Introdução: A concessão de próteses auditivas nos serviços públicos de saúde, não garantem uso efetivo de tal recurso tecnológico. Essa problemática pode estar vinculada ao restrito conhecimento prévio dos usuários sobre a audição e perda auditiva, bem como dos benefícios e limitações dos dispositivos de amplificação sonora individual. Muitas vezes, a orientação e o aconselhamento que permeiam o processo de adaptação de próteses auditivas configuram-se como uma situação de difícil apropriação dos conteúdos, pelos usuários, devido ao grande fluxo e à complexidade das informações envolvidas(1). A compreensão das referidas informações é importante para adequar as expectativas de uso das próteses auditivas e, consequentemente, evitar frustrações que comprometam a efetividade dessa reabilitação fonoaudiológica (2). Materiais educativos escritos, repletos de ilustrações e informações contextualizadas, favorecem a compreensão das perdas de audição, dos cuidados quanto ao manuseio e uso regular das próteses auditivas. Ademais, podem apoiar a recuperação das instruções fornecidas oralmente durante os procedimentos clínicos próprios desse processo(3). Objetivo: Desenvolver material educativo apropriado para apoiar a concessão e a adaptação de próteses auditivas junto a usuários de um Centro Especializado de Reabilitação IV. Métodos: O material educativo desenvolvido considerou aspectos como nível de escolaridade dos usuários, condições cognitivas e as possíveis deteriorações sensoriais decorrentes do envelhecimento. Recorreu-se à literatura específica para a elaboração dos conteúdos abordados e, desse modo, foram contemplados elementos visuais como: design, legibilidade, leiturabilidade, tipografia, layout e ilustrações (4), visando facilitar a compreensão e a recordação das informações fornecidas nas consultas fonoaudiológicas presenciais (5). Resultados: Foi desenvolvida e implementada uma cartilha com 25 páginas. O texto foi elaborado em blocos temáticos; títulos e subtítulos foram apresentados como chamamentos para os temas abordados descritivamente. Foram usadas palavras de conotação única, em sentenças afirmativas, na voz ativa e com extensão curta. Além da escrita, a cartilha contém imagens ilustrativas sobre: estrutura e fisiologia da audição; uma classificação das perdas auditivas (representada em gráficos); orientações sobre o uso, cuidados e manuseio das próteses auditivas, bem como estratégias facilitadoras de comunicação destinadas aos usuários e respectivos acompanhantes. Quanto ao layout e a tipografia, optou-se pela utilização da fonte Arial com 14 e 16 pontos de tamanho, sendo utilizadas letras escuras em fundo claro. A cartilha foi impressa em folha tamanho A4, dobrada ao meio. Conclusão: O material educativo produzido se mostrou efetivo durante o processo de concessão e adaptação de próteses auditivas; os usuários consideram que a cartilha é um recurso duradouro, pois pode ser consultado posteriormente ao processo. Os usuários, por meio desse material, tiveram a oportunidade de adquirirem maior habilidade e autonomia no que se refere a suas condições e necessidades de saúde, tornando-se mais ativo no processo de reabilitação. Além disso, podem se colocar como disseminadores de conteúdo referentes à saúde auditiva.


1. Miranda EC, Calais LL, Vieira EP, Carvalho LMA, Borges ACLC, Iorio MCM. O uso de próteses auditivas: o idoso e a família. São Paulo. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2008;13(2):166-72.


2. Oliveira JRM de, Motti TFG, Neuber DRD, Prado EP do, Creppe SVTZ, Andrade CF. Dificuldades encontradas pelos deficientes auditivos adultos, após a adaptação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI). Acta AWHO. 2001; 20(4): 201-205.


3. Nakamura MY, Almeida K de. Desenvolvimento de material educacional para orientação de idosos candidatos ao uso de próteses auditivas. Audiology – Communication Research. 2018; 23: e1938.


4. Kamikase MS, Nascimento RA, Santos JE. Bulas e cartelas de medicamentos: possíveis soluções de leiturabilidade através do design gráfico. Revista Arcos Design. 2011;6(1):42-59.


5. Medina C. Interface entre design e fonoaudiologia: material instrucional impresso voltado aos usuários de aparelho de amplificação sonora individual. Tese [Mestrado em Processos e DistúrbiosDisturbios da Comunicação] – Faculdade de Odontologia de Bauru; Universidade de São Paulo; 2017.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.966
ISSN 1983-1793X
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DESENVOLVIMENTO DE UM CURSO ON-LINE ABERTO — CMOOC — INTRODUÇÃO À AUDIOLOGIA BÁSICA NA WIKIVERSIDADE
Arrigo, A. J. S. ; Matos, H. G. C de ; Cruz, P. C. ; Peschanski, J. A. ; Zucki, F. ; Duarte, J. L. ; Araujo, E. S. ; Marata, T. ; Alvarenga, K. de F. ; Jacob, L. C. B. ;

Introdução: Na última década, as plataformas de Cursos On-line Massivos e Abertos, mais conhecidos por MOOCs (Massive Online Open Courses), se difundem no meio educacional a passos largos. Os MOOCs sucedem a tendência do movimento de Educação Aberta que se concentra em ferramentas e recursos que permitem o acesso à informação livre e que podem melhorar a qualidade da educação, transpondo barreiras geográficas e econômicas. O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) reconhece, inclusive, que o acesso à informação livre é uma etapa necessária para a promoção da saúde em geral. Considerando essa questão, foi desenvolvido a partir de uma teia de conhecimento entre entes educacionais distintos (Teoria Conectivista) um MOOC conectivista (cMOOC) para um curso de Introdução à Audiologia Básica. Objetivo: Aplicar um Recurso de Educação Aberta (REA) que possa garantir aos estudantes que participem de um processo educativo colaborativo por meio do uso de uma interface moderna em um cMOOC em audiologia na Wikiversidade à partir da teoria conectivista. Metodologia: Não foi necessário a submissão deste trabalho ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Foi estruturado um curso que contará com oito módulos, sendo eles Introdução, Sistema Auditivo Periférico, Sistema Auditivo Central, Introdução à Psicoacústica Aplicada à Audição, Mecanismos de Condução Óssea, Audiometria Tonal Liminar, Logoaudiometria, Mascaramento Auditivo e Medidas de Imitância Acústica que contemplarão as disciplinas da área de audiologia. A elaboração do sumário e conteúdo contou com a participação de sete professores lotados em cinco universidades de três diferentes regiões do Brasil (sul, sudeste e nordeste). Foi aplicada uma interface digital enquadrada como um REA desenvolvido por tecnologias JavaScript, Lua e CSS. O gerenciamento do projeto foi feito a partir das diretrizes propostas pelo Ciclo de Desenvolvimento Conectivista, um planejamento detalhado para os que os princípios conectivistas estejam presentes no MOOC. Junto a ele, foi aplicado a metodologia de Scrum de gerenciamento de projeto para poder articular a participação dos diferentes indivíduos do projeto de maneira ágil e com possibilidade de mudanças imediatas na estruturação dos módulos. Resultados: Até o momento, foi estruturado o módulo Audiometria Tonal Liminar composto por quatro aulas e oito quizzes usados como questionário que proporciona uma motivação para o aluno continuar a estudar por meio de um autoteste. Os tópicos referente a estrutura, materiais disponíveis e a percepção global da aprendizagem do curso correspondem com os preceitos conectivista. Conclusão: Considerando essas análises que permeiam os pilares conectivistas, é possível afirmar que o curso de Introdução à Audiologia Básica se enquadra como um cMOOC conectivista atendendo às recomendações do CDC, com as ressalvas técnicas limitantes de ser construído dentro da Wikiversidade como, por exemplo, a dificuldade de transpor o curso para dispositivos móveis e ter uma estrutura rígida que exige um conhecimento técnico para ser alterado.


1. Dieb DAA, Peschanski JA, Paixão FJd. O uso da Wikiversidade no ensino do jornalismo científico. Texto Livre. 2021 Jan 4;14(1):e24935.
2. FONTANA MVL, LEFFA VJ. MOOCS PARA O ENSINO DE LÍNGUAS: UM ESTUDO EM CALL DESDE UMA PERSPECTIVA CONECTIVISTA. Alfa, rev linguíst (São José Rio Preto). 2018 Mar;62(1):75-89.
3. Mietchen D, Rasberry L, Morata T, Sadowski J, Novakovich J, Heilman J. Developing a scalable framework for partnerships between health agencies and the Wikimedia ecosystem. RIO. 2021 Jun 16;7
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.933
ISSN 1983-1793X
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DESENVOLVIMENTO DE UM TESTE DE PERCEPÇÃO DE FALA COM SENTENÇAS PARA CRIANÇAS COM PERDA AUDITIVA
PINHEIRO, M.M.C. ; STÜRMER, I. ; RODRIGUES, J.M ; VIEIRA, M.G ; SEARA, I. C. ; Quarezemin, S, ; Cristofolini, C. ; Lazzarotto-Volcão , C. ;

Introdução: Para avaliar a evolução das habilidades auditivas são utilizados protocolos padronizados que buscam avaliar a percepção dos sons de fala em crianças, auxiliando na validação da intervenção e confiabilidade dos resultados adquiridos. Atualmente há alguns testes utilizados no acompanhamento de crianças com perda auditiva. Entretanto, ainda há uma carência de testes com sentenças que avaliam a percepção de fala em crianças no português brasileiro. Objetivo: Desenvolver um teste para avaliar a percepção de fala com sentenças em crianças com perda auditiva. Metodologia: Estudo de caráter observacional, descritivo, analítico, aprovado no comitê de ética e pesquisa de seres humanos (CEPSH) sob o nº 5.637.714. O estudo foi realizado em 6 etapas: 1) revisão da literatura para analisar a metodologia dos estudos com testes de percepção de fala com sentenças para crianças; 2) seleção de nomes próprios mais comuns do português brasileiro no website Google, análise dos verbos, adjetivos e vocabulários familiares em protocolos padronizados; 3) desenvolvimento das sentenças; 4) envio das sentenças para quatro juízes especialistas analisarem; 5) análise das respostas dos juízes e reformulação das sentenças por outros três juízes especialistas; 6) estudo piloto em uma Clínica Escola de Fonoaudiologia com oito crianças normo ouvintes. Para avaliar a concordância dos juízes, utilizou-se o Índice de Validade de Conteúdo (IVC). Resultados: Na primeira etapa foram selecionados 15 estudos relacionados a testes de percepção de fala com sentenças para crianças. Na segunda etapa ocorreu a seleção em um Banco de Textos de Aquisição da Linguagem Escrita, em dois instrumentos de avaliação fonológica e em quatro testes de percepção de fala para crianças com perda auditiva. Na terceira etapa foram construídas cinco listas de 20 sentenças. Na quarta etapa, quatro juízes especialistas em linguística, analisaram as sentenças, sendo necessário modificar 49 sentenças. O IVC mostrou uma boa concordância dos juízes. Na quinta etapa, três juízes especialistas revisaram 62 sentenças. No estudo piloto com crianças de 7-8 anos, notou-se maior número de erros quanto aos números. Já com crianças maiores de 10-11 anos percebeu-se uma melhora significativa quando comparado com as crianças menores em relação ao nome próprio, verbo, número, substantivo e adjetivo. Conclusão: O teste desenvolvido apresenta conteúdo familiar, com boa estrutura sintática e balanceamento fonético que auxiliará os fonoaudiólogos na prática clínica.

1.Cameron S, Dillon H. Development of the Listening in Spatialized Noise-Sentences Test (LISN-S). Ear & Hearing. 2007; 28 (2): 196-211. http://dx.doi.org/10.1097/aud.0b013e318031267f.

2. Hjertman H, Hällgren M. Mäki-Torkko E, Stenfelt S. The Swedish hearing in noise test for children, HINT-C. International Journal Of Pediatric Otorhinolaryngology. 2021; v. 141: 1-6 http://dx.doi.org/10.1016/j.ijporl.2020.110509.

3. Jacob RTS, Souza CO, Rosa BC, Santos LG. Paccola ECM, Alvarenga BG, Lauris JRP. Phrases in noise test (PINT) Brazil: effectiveness of the test in children with hearing loss. Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology. 2021; 87(2): 164-170. http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2019.07.010.

4.Pinheiro MMC, Vieira MG, Vieira LM, Koerich I, Rosseto I, Lazzarotto-Volcão C, Paul S. Adaptação de listas de sentenças para avaliação da percepção da fala. Codas. 2022; 34 (1): 1-12. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20202020301.

5. Wagener K, Josvassen JL, Ardenkjaer R. Design, optimization and evaluation of a Danish sentence test in noise. International Journal of Audiology. 2003; 42(1):10-17. DOI: 10.3109/14992020309056080. PMID: 12564511.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
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DESENVOLVIMENTO DE VÍDEOS PARA ORIENTAÇÃO DO IDOSO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVO USUÁRIO DE APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL
Sousa, C.A.S. ; Vespero, V. A. ; Antonelli, B. C. ; Néri, L. F. ; Lemos, D. F. ; Santos, G. Z. ; Tavares, L. T. ; Azenha, F.S.P ; Angelo, TCS ; Blasca, W. Q. ;

Introdução: O Brasil está passando por uma mudança no perfil demográfico de sua população. O declínio das capacidades proveniente do envelhecimento poderá acarretar na incapacidade para realização de atividades da vida diária, afetando a autonomia e influenciando negativamente na qualidade de vida do indivíduo idoso. Nesse contexto, a deficiência auditiva está entre as principais consequências do processo de envelhecimento, se destacando como uma das três condições crônicas mais prevalentes. De modo a evitar ou minimizar os impactos provocados pela perda auditiva na vida do idoso, faz-se necessário a seleção, indicação e adaptação do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Porém, na literatura, são elencadas dificuldades quanto ao manuseio do aparelho de amplificação sonora, tais como as dificuldades em relação a conexão do gancho com o tubo, manipulação da bateria, dificuldade na inserção e remoção do molde, dentre outros. Assim, o trabalho de orientação e aconselhamento realizados nos períodos de seleção e adaptação terá influência no sucesso de todo o processo, enfatizando a necessidade de maior cuidado e, consequentemente, um maior período de tempo, considerando o declínio sensorial e cognitivo que acomete a população idosa. Objetivo: Desenvolver um material educacional em vídeo sobre o uso e manuseio dos diferentes tipos de aparelhos de amplificação sonora individual visando favorecer o processo de reabilitação de idoso com deficiência auditiva. Metodologia: Não foi necessária submissão para o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Para o desenvolvimento do material foi necessário estruturar o processo de criação em diferentes etapas. Inicialmente, foi realizada a elaboração do roteiro com os conteúdos que iriam integrar os vídeos, posteriormente desenvolvidos. A elaboração do roteiro foi realizada em conjunto com profissionais fonoaudiólogos com base na literatura científica a respeito das dificuldades apresentadas pela população idosa em relação ao uso e manuseio do AASI. Em seguida, foram elencadas as características dos vídeos quanto ao enquadramento e posicionamento, duração, edição e equipamentos. Posteriormente, foram realizadas as gravações das cenas, narrações, assim como, a edição dos vídeos. Resultados: Os resultados apresentaram a criação de 34 vídeos contendo instruções sobre os diferentes aspectos relacionados ao uso, manuseio e higiene dos aparelhos auditivos. Discussão: Os vídeos instrucionais foram confeccionados baseados nas recomendações da literatura existente referente aos materiais educacionais voltados para a população idosa usuária de AASI. Na elaboração desses materiais, foram consideradas informações sobre o layout, fonte, duração, tipologia, linguagem e conteúdo utilizados em outros materiais desenvolvidos para auxiliar e orientar o deficiente auditivo idoso em seu processo de reabilitação ao AASI. Conclusão: Foi possível desenvolver um material educacional em vídeo sobre o uso e manuseio dos diferentes tipos de aparelhos de amplificação sonora individual. Espera-se que esses resultados possam auxiliar positivamente o processo de reabilitação do idoso com deficiência auditiva.

ALMEIDA, M.; GUARINELLO, A. C. Reabilitação audiológica em pacientes idosos. Rev. Soc. Bras. Fonoaudiol., [S.L.], v. 14, n. 2, p. 247-255, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsbf/a/pPh5zcb5vHKwVvGTH8KX9sp/abstract/?lang=pt. Acesso em: 16 nov. 2022.
CAMPOS, K.; OLIVEIRA, J. R. M.; BLASCA, W. Q. Processo de adaptação de aparelho de amplificação sonora individual: elaboração de um dvd para auxiliar a orientação a indivíduos idosos. Rev. Soc. Bras. Fonoaudiolo. [S.L.], v. 15, n. 1, p. 19-25, 2010. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rsbf/a/yg5FxgJB7xjNtKBbdHp4xSH/?lang=pt. Acesso em: 02 nov. 2022
FERGUSON, M.; BRANDRETH, M.; BRASSINGTON, W.; WHARRAD, H. Information Retention and Overload in First-Time Hearing Aid Users: an interactive multimedia educational solution. Am J Audiol, [S.L.], v. 24, n. 3, p. 329-332, set. 2015. Disponível em: https://pubs.asha.org/doi/10.1044/2015_AJA-14-0088. Acesso em: 07 nov. 2022.
FERGUSON, M.; MAIDMENT, D. W.; GOMEZ, R.; COULSON, N.; WHARRAD, H. The feasibility of an m-health educational programme (m2Hear) to improve outcomes in first-time hearing aid users. Int J Audiol, [S.L.], v. 60, n. 1, p. 30-41, 1 nov. 2020. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/14992027.2020.1825839. Acesso em: 08 nov. 2022.
MEDINA, C. Interface entre Design e Fonoaudiologia: material instrucional impresso voltado aos usuários de aparelho de amplificação sonora individual. 2007. 193 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Design, Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de São Paulo, Bauru, 2017. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-22062017-202947/pt-br.php . Acesso em: 05 nov. 2022.
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DESORDENS COGNITIVAS ASSOCIADAS À ALIMENTAÇÃO EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA
Brand, C. C. ; Gonçalves, L. F. ; Paiva, K. M. ; Haas, P. ;

Introdução: O declínio progressivo das funções cognitivas não só causa perda de memória e comprometimento motor, mas também afeta negativamente a qualidade de vida (QV) dos idosos, podendo torná-los incapazes de tomar decisões importantes em suas atividades de vida diária (AVD). Objetivo: identificar os diferentes padrões alimentares de idosos com perda auditiva e desordens cognitivas. Métodos: A busca de artigos foi realizada nas bases de dados Scielo, Lilacs, Pubmed, Scopus, Bireme e Web Of Science, não houve restrição de localização, idioma e período para a seleção dos estudos foi utilizada a combinação baseada no Medical Subject Heading Terms (MeSH). Foram incluídos na pesquisa 4 estudos que obtiveram pontuação ≥ a 6 pontos segundo o protocolo para pontuação qualitativa proposto por Pithon e colaboradores. Resultados: Os artigos admitidos constataram importante associação estatística que apontaram para mudanças na dieta saudável na meia-idade podem estar associadas a um risco reduzido de demência posteriormente. Investimentos em iniciativas de saúde pública para promover uma alimentação mais saudável, além de melhorar outros fatores de estilo de vida, podem trazer benefícios de longo prazo para a prevenção de condições que são mais prevalentes com o envelhecimento. Conclusão: A alta qualidade da dieta, juntamente com a ingestão diversificada de vegetais, está associada a um menor risco de declínio cognitivo em idosos com perda auditiva.

Palavras-chave: Alimentos, Dieta e Nutrição. Perda Auditiva. Envelhecimento Saudável. Transtornos Neurocognitivos. Cognição.

Referências

1. Davis JJ, Fournakis N, Ellison J. Ketogenic Diet for the Treatment and Prevention of Dementia: A Review. Journal of Geriatric Psychiatry and Neurology. 2021; 34(1):3-10. doi:10.1177/0891988720901785.
2. Wang R, Wang W, Hu P, Zhang R, Dong X, Zhang, D. Association of Dietary Vitamin D Intake, Serum 25(OH)D3, 25(OH)D2 with Cognitive Performance in the Elderly. Nutrients. 2021; 13(9), 3089. https://doi.org/10.3390/nu13093089.
3. Van de Rest O, Berendsen AA, Haveman-Nies A, de Groot, LC. Dietary patterns, cognitive decline, and dementia: a systematic review. Advances in nutrition (Bethesda, Md.). 2015; 6(2), 154–168. https://doi.org/10.3945/an.114.007617.
4. Chen H, Zhang X, Feng Q, Zeng, Y. (2022). The Effects of “Diet–Smoking–Gender” Three-Way Interactions on Cognitive Impairment among Chinese Older Adults. Nutrients. 2022; 14(10), 2144.
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Página(s): p.685
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DIAGNÓSTICO AUDIOLÓGICO EM NEONATOS COM INDICADORES DE RISCOS PARA DEFICIÊNCIA AUDITIVA PROVENIENTES DE ALOJAMENTO CONJUNTO E UTI/UCI-NEONATAL
Chiriboga, L.F. ; Sideri, K.P. ;

Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) faz parte de um programa de Saúde Auditiva e deve seguir recomendações de órgãos competentes. Desde 2012, com as Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal, a escolha do procedimento para a TAN é realizada de acordo com a presença ou ausência de Indicador de Risco para Deficiência Auditiva (IRDA), sendo as Emissões Otoacústicas Evocadas Transientes (EOAt) recomendadas para indivíduos sem IRDA e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico Automático (PEATE-a) para indivíduos com IRDA. Objetivo: Analisar os resultados do diagnóstico audiológico de neonatos com IRDA que falharam na TAN. Metodologia: Análise documental de janeiro a junho de 2022 de um hospital com serviço de TAN. Levantou-se os nascimentos desse período e classificou-se em neonatos sem ou com IRDA. Dentre os neonatos com IRDA, foram selecionados aqueles que “falharam” na TAN e foram encaminhados ao diagnóstico audiológico, verificando-se também se estes eram provenientes de alojamento conjunto (AC) ou Unidade de Terapia Intensiva/Unidade de Terapia Semi Intensiva-neonatal (UTI/UCI-neo). O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 5.227.720/2022. Resultados: Dos 5081 neonatos nascidos nesse período, 33 foram a óbito, 4 foram transferidos antes da realização da TAN e 2 evadiram do serviço. Foram triados 5042, sendo que 501 (9,93%) tinham IRDA. Desses com IRDA, 239 eram provenientes de AC e 262 provenientes de UTI/UCI-neo. Dos neonatos de AC, 14 foram encaminhados para diagnóstico enquanto dos neonatos de UTI/UCI-neo, 24 foram encaminhados. No diagnóstico de neonatos provenientes de AC, obteve-se: 9 (64,28%) neonatos com audição normal; 3 (21,42%) neonatos com deficiência auditiva (DA) e 3 (21,42%) evasões. No diagnóstico de neonatos provenientes de UTI/UCI-neo, obteve-se: 14 (58,33%) neonatos com audição normal e 10 (41,67%) com DA. Foram identificadas alterações unilaterais e bilaterais, de caráter condutivo ou sensorioneural em graus que variaram de leve a profundo, sendo que os casos de maior gravidade identificados pelo diagnóstico eram referentes a neonatos provenientes da UTI/UCI-neo. Os responsáveis receberam orientações e os indivíduos com audição normal foram encaminhados para monitoramento audiológico enquanto os com diagnóstico de DA foram encaminhados para avaliação otorrinolaringológica. Conclusão: Por meio desse levantamento foi possível observar que neonatos com IRDA provenientes de UTI/UCI-neo e que foram encaminhados para a realização de diagnóstico audiológico apresentaram maior chance de possuírem DA confirmada, muitas vezes em graus de maior severidade. Além disso, observou-se ainda que foi possível por meio do diagnóstico o reconhecimento de diversos casos de alterações de caráter condutivo que, apesar de muitos serem alterações transitórias, não se exime a importância de sua identificação oportuna para adequado tratamento e acompanhamento.

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas e Departamento de Atenção Especializada. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012;
2. JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING (US JCIH). Year 2019 position statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention 2019; 4 (2).
3. Chiriboga LF, Sideri KP, Figueiredo SNFR, Pinto ESM, Arteta LMC. Outcomes of a universal neonatal hearing screening program of 9941 newborns over a one-year period in Campinas, Brazil. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology. Volume 148. 2021. https://doi.org/10.1016/j.ijporl.2021.110839.
4. Hille ET, van Straaten H, Verkerk PH, Paul Verkerk CH. Prevalence and independent risk factors for hearing loss in NICU infants neonatal hearing screening working group.
5. Anastasio ART, Yamamoto AY, Massuda ET, Manfredi AKS, Cavalcante JMS, Lopes BCP, et al. Comprehensive evaluation of risk factors for neonatal hearing loss in a large Brazilian cohort. J Perinatol 2020 412 [Internet]. 2020 Sep 3 [cited 2022 Jun 6];41(2):315–23. Available from: https://www.nature.com/articles/s41372-020-00807-8
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Página(s): p.800
ISSN 1983-1793X
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DIFICULDADE DE COMPREENSÃO DE FALA EM AMBIENTES RUIDOSOS POR IDOSOS ATIVOS
Barros, F. F. ; Souza, S. C. ; Silva, R. R. ; Teixeira, A. R. ;

Introdução: A dificuldade de compreensão de fala no ruído é um forte indicador de presença de perda auditiva, de acordo com estudos prévios. Considerando que a perda auditiva em idosos está relacionada a isolamento social, depressão e alterações cognitivas, é importante que seja identificada, diagnosticada e tratada para evitar ou minimizar tais consequências negativas. Objetivo: Verificar a presença de dificuldades de compreensão de fala em ambiente ruidoso por idosos ativos. Metodologia: Este é um estudo retrospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (parecer nº 4.081.496). Foram analisadas as fichas dos idosos participantes de um programa de extensão e pesquisa. Após o processo de matrícula, após a assinatura do Termo Consentimento Livre e Esclarecido, é aplicado um questionário, onde estão incluídas perguntas sobre a dificuldade de compreensão de fala no ruído. Resultados: Foram incluídos no estudo 426 indivíduos, 389 mulheres (91,31%) e 37 homens (8,69%), com idades entre 60 e 96 anos (idade média de 71,66 ± 6,89 anos). Constatou-se que 109 idosos (25,59%) declararam dificuldades para compreender em ambiente ruidoso. Destes, 8 eram homens (7,34%) e 101 mulheres (92,66%). A análise por idade evidenciou também que, dos 182 idosos entre 60 a 69 anos, 41 (22,52% dos idosos nesta faixa de idade), referiram dificuldades para compreender em ambiente ruidoso. Entre os 180 participantes de 70 a 79 anos, 52 (28,89% dos idosos nesta faixa de idade), apresentaram a mesma queixa. Dos 62 indivíduos entre 80 e 89 anos, 16 (25,1% dos idosos nesta faixa de idade) referiram a dificuldade. Nenhuma das duas idosas entre 90 e 96 anos relataram problemas de compreensão em ambiente ruidoso, sendo que as mesmas eram usuárias de dispositivos eletrônicos de amplificação. Conclusão: Constatou-se que a dificuldade de compreensão de fala no ruído foi relatada por um número de idosos menor do que o esperado pelas pesquisadoras, considerando-se a prevalência de perda auditiva descrita na literatura. A idade não foi um fator que determinante no aumento da queixa.

SANCHES, Julia Fernanda et al. Associação entre idade, perda auditiva e exposição a agentes ocupacionais. Anais, 2021.

SILVA, Jonas Carvalho; BUCHER-MALUSCHKE, Júlia Sursis Nobre Ferro; KÄPPLER, Christoph. Quando o ruído de lazer afeta a saúde de uma comunidade. Mudanças, v. 28, n. 1, p. 49-53, 2020.

TAMAKI, Rianne Balbino. Relação entre exposição ao ruído urbana com a prevalência de sintomas de depressão em idosos de Itajubá-MG. 2019.

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Página(s): p.955
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DISFUNÇÃO DA TUBA AUDITIVA: UM ESTUDO DA PREVALÊNCIA E DO ZUMBIDO COMO SINTOMA ASSOCIADO EM UM SERVIÇO DE OTORRINOLARINGOLOGIA
MALAVOLTA, V.C. ; MOREIRA, H.G. ; Konrath, G. ; RIES, E.F. ; GARCIA, M.V. ;

Introdução: A disfunção da Tuba Auditiva se trata de uma falha no funcionamento da estrutura, impactando, geralmente, na ventilação da Orelha Média. O quadro costuma trazer como consequência outras patologias otológicas e, além disso, impactar na qualidade de vida dos sujeitos devido a presença de sintomas importantes como plenitude auricular e zumbido. Outros estudos internacionais já avaliaram a prevalência dessa disfunção, no entanto, não existem dados nacionais e que tragam o zumbido como um dado associado. Objetivo: descrever a prevalência, em adultos, da disfunção da Tuba Auditiva e do zumbido como sintoma associado em um serviço de otorrinolaringologia. Metodologia: o presente estudo tem caráter descritivo e transversal. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número 57700721.0.0000.5346. A pesquisa foi realizada através da busca ativa dos prontuários do serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário de Santa Maria. Inicialmente, levantou-se o número de sujeitos que realizaram consultas ambulatoriais no período de janeiro de 2021 a janeiro de 2022. Desse modo, no total, 3660 sujeitos foram atendidos no serviço. Com base nesse número e nos dados de um estudo anterior (prevalência da disfunção da Tuba Auditiva em adultos norte-americanos), realizou-se o cálculo amostral através do software Epi Info®, obtendo um valor de 385 sujeitos. Para a seleção dos prontuários, utilizou-se o princípio da randomização através do aplicativo Randomizer®. A partir do sorteio, o prontuário foi investigado, do qual o mesmo deveria ser de um sujeito adulto e que tivesse realizado a avaliação otológica na consulta. Caso esses critérios não fossem cumpridos, o prontuário seguinte foi selecionado. O diagnóstico otorrinolaringológico da disfunção da Tuba Auditiva foi realizado através da anamnese, dados clínicos dos sinais e sintomas, assim como da otoscopia/videotoscopia. A presença do zumbido foi autorreferida pelo paciente e registrada pelo profissional médico no prontuário. Considerou-se o diagnóstico de disfunção da Tuba Auditiva quando o mesmo esteve descrito no prontuário, através do diagnóstico médico. Após a coleta, os dados foram tabulados em uma planilha do software Excel® e a prevalência da disfunção da Tuba Auditiva foi calculada através da divisão do número total de prontuários (3660) pelo número de prontuários com diagnóstico positivo. Dentre os diagnosticados, observou-se a presença do zumbido. Resultados: no total, 400 prontuários foram selecionados. No total, 42 sujeitos apresentaram diagnóstico de disfunção da Tuba Auditiva, havendo uma prevalência de 10,5%. Dentre os 42 diagnosticados, 38 relataram zumbido, havendo 90,4% de prevalência do sintoma nos sujeitos com disfunção da Tuba Auditiva. Conclusão: Em um serviço de otorrinolaringologia, a prevalência da disfunção da Tuba Auditiva em adultos foi de 10,5%, estando relatado em 90,4% dos sujeitos diagnosticados.

ADIL, E.; POE, D. What is the full range of medical and surgical treatments available for patients with Eustachian tube dysfunction? Current Opinion in Otolaryngology & Head and Neck Surgery. v.22, p.8-15, 2014.

ARS, B; DIRCKX, J. Eustachian Tube Function. Otolaryngologic Clinics of North America. v.49, p.1121-1133, 2016.

SHAN, A. et al. Prevalence of Eustachian Tube Dysfunction in adults in the United States. JAMA Otolaryngology–Head & Neck Surgery. v. 145, p. 974-975.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.923
ISSN 1983-1793X
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EFEITO DA PANDEMIA DA COVID-19 NO MAPA QUANTITATIVO DAS AVALIAÇÕES PARA DIAGNÓSTICO DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BRASIL
CARVALHO, H. A. S. ; ROLIM, D. K. O. ; SILVA, H. S. ; Deperon, T. M. ; TAKEUTI, A. A. ; BAHMAD JR, F. ;

INTRODUÇÃO: A Organização Mundial da Saúde (OMS) tornou pública a terceira rodada da pesquisa de pulso global, a fim de traçar um perfil da prestação de serviços em saúde durante a pandemia de COVID-19, doença causada pela infecção do vírus SARS-CoV-2. Foi constatada interrupções de serviços em diversas áreas estratégicas, sobretudo na assistência à saúde. O efeito pode ser notado mesmo após o período crítico da infecção. OBJETIVO: avaliar o efeito da pandemia da COVID-19 no quantitativo de avaliações para diagnóstico de deficiência auditiva no Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS) nos períodos pré, durante e pós pandemia. METODOLOGIA: trata-se de um estudo analítico transversal da produção ambulatorial da rede SUS acerca dos procedimentos de avaliação para diagnóstico de deficiência auditiva no período de janeiro de 2019 a novembro de 2022. Por tratar-se de dados de acesso público, esse estudo dispensa a apreciação de Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/CONEP, conforme dita a resolução CNS/MS 510/16. Os dados foram extraídos da plataforma DATASUS-TabNet. Para gerar os dados, foi analisada a categoria Assistência à Saúde e foram utilizados os seguintes parâmetros de pesquisa: Produção Ambulatorial (SIA/SUS) por local de atendimentos a partir de 2008; Abrangência Geográfica: Brasil por Região e Unidade da Federação; Linha: Região/Unidade da Federação; Coluna: Ano do Processamento; Conteúdo: Qtd aprovada. Períodos disponíveis: Jan/2019 - Nov/2022; Seleções disponíveis: Região: 1 - 5; Procedimento: 0211070092 - Avaliação para Diagnóstico de Deficiência Auditiva. Foi realizada uma análise descritiva dos dados relativos ao quantitativo total de produção ambulatorial realizada em cada período e unidade da federação (local), sendo estes dados comparados entre si, tornando possível mensurar o efeito da pandemia da COVID-19 na quantidade de avaliações para diagnóstico de deficiência auditiva no Sistema Único de Saúde do Brasil - SUS por região. RESULTADOS: Em análise comparativa, os anos de 2019 e 2022 registraram maior quantidade no número de avaliações diagnósticas para deficiência auditiva, totalizando 111.502 procedimentos em 2019 e 102.697 avaliações em 2022, enquanto o ano de 2020, ano crítico da pandemia, apresentou o menor número de registros, seguido do ano de 2021. Houve uma queda de 38,03% entre os anos de 2019 e 2020 nos procedimentos realizados no país ao mesmo tempo que houve um crescimento de 14,05% dessa produção entre 2021 e 2022. A região Sudeste obteve a maior quantidade de registros de avaliação diagnóstica em todo o período abrangido pelo estudo com destaque para o ano pré pandêmico de 2019. Em contrapartida, as regiões Norte e Centro-Oeste obtiveram os menores índices da produção ambulatorial analisada. CONCLUSÃO: A pandemia causada pela COVID-19 provocou um impacto relevante no número de produção ambulatorial para a Avaliação e Diagnóstico para Deficiência Auditiva no SUS, principalmente no período crítico, que corresponde ao ano de 2020. Também, conforme a análise dos resultados, pode-se afirmar que mesmo após 2 anos de período crítico, o número de produção ambulatorial para o diagnóstico de deficiência auditiva ainda é inferior ao do período pré pandemia, revelando impactos persistentes na atenção à saúde auditiva do Brasil.

1. Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Serviços essenciais de saúde enfrentam interrupções contínuas durante pandemia de COVID-19. 2022

2. BIGONI, Alessandro; MALIK, Ana Maria; TASCA, Renato; CARRERA, Mariana Baleeiro Martins; SCHIESARI, Laura Maria Cesar; GAMBARDELLA, Dante Dianezi. et al. Brazil's health system functionality amidst of the COVID-19 pandemic: An analysis of resilience. The lancet, 2022.

3. Brasil, Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde-DATASUS. Disponível em https://datasus.saude.gov.br/acesso-a-informacao [Acesso em 13 de janeiro de 2023]
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Página(s): p.920
ISSN 1983-1793X
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EFEITO DO TREINAMENTO AUDITIVO EM TRANSTORNOS DE FALA E LINGAUGEM: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
FERREIRA,A ; ALMEIDA,K ; ROCHA-MUNIZ,C ;

Introdução: Compreender como diferentes experiências mudam nosso cérebro e comportamento é uma das questões fundamentais da neurociência.Esse fenômeno conhecido como plasticidade neural tem sido frequentemente o foco de muitos estudos em indivíduos submetidos à diversos tipos de treinamentos específicos,incluindo o treinamento auditivo (TA).O treinamento auditivo é uma estratégia utilizada para reabilitar as defasagens que estão relacionadas ao processamento auditivo.O Processamento Auditivo Central (PAC) pode ser definido como o processamento perceptual da informação auditiva no Sistema Nervoso Central e à atividade neurobiológica que o subjaz.Estudos sugerem que crianças com alteração no PAC frequentemente apresentam problemas de fala e linguagem oral e escrita,uma vez que as alterações no PAC poderiam afetar o desenvolvimento da habilidade de detectar e processar os padrões acústicos dinâmicos da fala e consequentemente,o processamento fonológico,entre outras alterações de linguagem.Há uma vasta literatura que afirma que o TA melhora as habilidades associadas ao PAC.Entretanto,ainda não há um consenso se a plasticidade gerada pelo treinamento auditivo poderia generalizar para outros domínios neurais e beneficiar as funções na área da linguagem, promovendo melhora nas habilidades comunicativas. Objetivo: Revisar sistematicamente a literatura a fim de verificar se o TA em crianças com transtornos de fala e/ou linguagem leva ao aprimoramento,não somente das questões associadas ao PAC,mas também das habilidades relacionadas a fala e linguagem e ainda, recomendar direcionamentos para futuras pesquisas. Método: O presente estudo foi realizado conforme as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA),usando as bases de dados Medline (Pubmed) e Scopus.O estudo foi conduzido através da estrutura PICOS: (população de interesse - crianças com transtornos de fala e/ou linguagem,Intervenção - treinamento auditivo,Comparação - período pré e pós treinamento auditivo,Outcomes/Desfecho - impacto nas habilidades de fala e/ou linguagem,Tipos de estudos selecionados - estudos de casos observacionais, descritivos e longitudinais).Não houve restrição para o período de pesquisa, idioma ou localização.A gestão eletrônica dos estudos dessa revisão foi realizada por meio do Rayyan.Após a seleção dos artigos para a revisão,os estudos foram lidos na íntegra.Os estudos selecionados passaram por uma avaliação de risco de viés, utilizando a ferramenta ROBINS-I,desenvolvida pela Cochrane. Resultados: Inicialmente,531 publicações foram encontradas,das quais 294 foram excluídos por duplicidade.Em concordância com os critérios de elegibilidade,foram excluídos 175 estudos após triagem no título,29 estudos após análise do resumo e 28 após análise integral do estudo.Desta forma,apenas 5 estudos atenderam os critérios de inclusão.Dos 5 estudos incluídos nesta revisão de literatura apenas 2 estudos demonstraram diferenças estatisticamente significantes em algumas das habilidades de linguagem após TA.Os demais estudos não demonstraram mudança para as habilidades de fala e/ou linguagem após TA. Conclusão: A presente revisão sistemática verificou que não há evidências suficientes para concluir se os benefícios do TA, já observado em habilidades auditivas em indivíduos com transtornos de fala e/ou linguagem, se estendem para as habilidades de linguagem. Além disso, verificamos a necessidade de estudos que foquem na investigação das habilidades de fala e linguagem em crianças que são submetidas a um TA.

American Speech-Language-Hearinng Association. (Central) Auditory Processing Disorders [Technical Report]; 2005.
Bellis TJ. Historical Fundations and the nature of (central) auditory processing disorder. In: Chermak GD, Musiek FE. Handbook of (central) auditory processing disorder: auditory neuroscience and clinical diagnosis. 1ª ed. San Diego: Plural Publishing; 2007. P. 119-36.
McArthur GM, Bishop DVM. Speech and non speech processing in people with specific language impairment: A behavioral and electrophysiological study. Brain Lang. 2005; 94: 260-73.
Tallal P. Improving language and literacy is a matter of time. Nat Rev. Nerurosci. 2004; 5(9): 721-8.
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EFEITO DO USO DE MÁSCARA NA COMUNICAÇÃO ORAL PARA USUÁRIOS DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS APLICADOS À SURDEZ.
FERREIRA, M.E.R.A. ; JORGE, T.M. ; REIS, A.C.M.B. ; AMORIM, N.E.Z> ;

Introdução: A efetividade da comunicação oral em usuários de dispositivos eletrônicos auxiliares à audição pode ser comprometida com o uso de máscaras, recurso necessário para minimizar a disseminação do vírus COVID-19. Objetivo: avaliar o reconhecimento auditivo-visual de fala em situação de escuta favorável na situação com e sem máscara em usuários de dispositivos eletrônicos auxiliares à audição. Método: Trata-se de um estudo observacional prospectivo, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição de origem (CAAE: 52538921.3.0000.5440). Os critérios de inclusão foram: uso de dispositivo eletrônico auxiliar à audição há pelo menos 5 meses, bom funcionamento dos dispositivos. Os critérios de exclusão foram: presença de comorbidades (distúrbios psiquiátricos, neurológicos, comportamentais que impeçam a realização do procedimento), dispositivo com defeito ou mau funcionamento. Participaram 52 indivíduos que realizaram avaliação do reconhecimento de fala em situação de escuta favorável. Foram apresentadas seis listas de sentenças gravadas e randomizadas na situação com e sem máscara. As sentenças foram apresentadas em intensidade média de 60 dBNA, em campo acusticamente tratado, a 0º azimute mensurado com decibelímetro. Os estímulos foram previamente gravados em vídeo e apresentados por uma locutora feminina desconhecida dos avaliados. A aplicação da avaliação foi individual e realizada em uma sala bem iluminada. Os vídeos foram apresentados aos participantes por meio de um computador com tela de 11 polegadas, o participante foi posicionado em frente ao monitor, sempre a uma distância de 80 cm. Todos os estímulos foram apresentados aos participantes em seis situações diferentes sempre respectivamente: sem máscara, máscara transparente, cirúrgica, N95, tecido e KN95. Cada uma dessas situações fora apresentada por uma lista de 10 frases, apresentada em uma única vez. Os dados foram analisados e organizados em planilha do Excel e foram apresentados em tabelas e gráficos. Para comparar as médias de desempenho do reconhecimento de fala com e sem máscara foi aplicado o Teste de Friedman, com pos-hoc de Bonferroni. Para análise dos dados, foi adotado nível de significância 0,05%. Resultados: Foram incluídos 52 participantes sendo 30 (57,69%) do sexo feminino e 22 do sexo masculino (42,30%). A média de idade entre os participantes foi de foi de 25,76 anos. O tipo de perda auditiva prevalente foi sensorioneural (49 participantes), sendo 14 participantes com perda auditiva unilateral à direita, 12 com perda auditiva unilateral à esquerda e 26 com perda auditiva bilateral. O teste de Friedman indicou diferença entre as máscaras quanto aos valores percentuais e os tipos de máscara (p = 0,0006), com tamanho de efeito de pequeno (Kendall W = 0,084). O post-hoc, com valor de p ajustado pelo método de Bonferroni, mostrou diferença entre as comparações da máscara transparente e as demais. A máscara transparente representou maior média (77,8%) do reconhecimento auditivo-visual nas sentenças utilizadas entre as situações estudadas. Foram observadas diferenças estatisticamente significantes com desempenho superior da máscara transparente em relação aos outros tipos de máscaras: cirúrgica (p<0,002); KN95 (p<0,0001); N95 (p<0,0001); tecido (p<0,0001). Conclusão: Conclui-se que o reconhecimento auditivo-visual para os deficientes auditivos foi melhor com a máscara transparente.

Thibodeau LM, Thibodeau-Nielsen RB, Tran CMQ, Jacob RTS. Communicating During COVID-19: The Effect of Transparent Masks for Speech Recognition in Noise. Ear Hear. 42(4):772-781. (2021). DOI 10.1097/AUD.0000000000001065. PMID: 33813522.

Saunders GH, Jackson IR, Visram AS. Impacts of face coverings on communication: an indirect impact of COVID-19, International Journal of Audiology, 60:7, 495-506. (2020). DOI 10.1080/14992027.2020.1851401.

Costa M J, Santos S N D, Lessa A H, Mezzomo C L. Proposta de aplicação do Índice Percentual de Reconhecimento de Sentenças em indivíduos com distúrbio de audição. In CoDAS (Vol. 27, pp. 148-154) Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. (2015). DOI 10.1590/2317-1782/20150000316.

Brown VA, Van Engen KJ, Peelle JE. Face mask type affects audiovisual speech intelligibility and subjective listening effort in young and older adults. Cogn. Research 6, 49 (2021). DOI https://doi.org/10.1186/s41235-021-00314-0.
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Página(s): p.837
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EFEITOS DA EXPANSÃO RÁPIDA DE MAXILA NO FUNCIONAMENTO DE ORELHA MÉDIA E LIMIARES AUDITIVOS
Moraes, C. F. ; Santos, T. V. R. ; Gomes, E. ; Sleifer, P. ;

Introdução: A expansão rápida de maxila (ERM), é um procedimento realizado no tratamento da atresia transversal da maxila e seu principal objetivo é melhorar a dimensão transversal dos pacientes por meio de expansores palatinos. A perda auditiva condutiva é um tipo de alteração na orelha externa ou média, caracterizada pela presença de um gap aéreo-ósseo (GAP), onde a via óssea apresenta limiares menores ou iguais a 15dBNA. Em relação aos achados das medidas de imitância acústica pode-se encontrar alterações nas curvas timpanométricas e na pesquisa dos reflexos acústicos. A expansão rápida de maxila pode ser benéfica não somente para anatomia oral, mas também para a nasofaringe e audição. Resultados ortopédicos e ortodônticos são frequentemente associados a efeitos terapêuticos inesperados em outros aparelhos, como o auditivo, pois após a expansão rápida de maxila, os músculos elevador e tensor do véu palatino se esticam, favorecendo o funcionamento da tuba auditiva. Consequentemente, estas modificações possibilitam que ocorra a ventilação adequada da orelha média, fazendo com que seja possível equilibrar a pressão em ambos os lados da membrana timpânica, permitindo que a cadeia tímpano ossicular se movimente e funcione com maior efetividade. Estudos evidenciam que após a expansão da maxila e as alterações anatômicas proporcionadas pelo seu uso, há uma melhora na respiração e no funcionamento da tuba auditiva levando a uma adequada ventilação da orelha média promovendo um funcionamento adequado dessas estruturas. Objetivo: Pesquisar os efeitos provocados pela expansão rápida de maxila nos limiares auditivos e no funcionamento da orelha média. Métodos: Estudo caracterizado por ensaio clínico de braço único e prospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob número 38342. A casuística foi composta por 18 crianças e adolescentes com idade entre 7 e 14 anos, sendo 10 do gênero masculino e 8 do feminino, sendo que todos os pacientes realizaram o procedimento de expansão da maxila. Os participantes realizaram anamnese, meatoscopia e avaliação audiológica periférica básica (audiometria tonal liminar, audiometria vocal e medidas de imitância acústica). Os pacientes foram avaliados antes da colocação do expansor palatino (T0), no momento em que interromperam o uso da expansão palatina (T1), três meses após o T1 (T2) e seis meses após o T1 (T3). Resultados: Todos pacientes apresentaram uma melhora nos limiares auditivos (18,8 dB em média), redução ou ausência de GAP, após uso do expansor de maxila, em ambas as orelhas. Também houve melhora nos resultados das medidas de imitância acústica, presença de reflexos acústicos e curvas timpanométricas tipo A. Conclusão: Na amostra estudada, evidenciou-se uma melhora na audibilidade e melhor funcionamento de orelha média, demonstrado por meio da avaliação periférica básica e das medidas de imitância acústica após o uso da expansão rápida de maxila.

Singh H, Maurya RK, Sharma P, Kapoor P, Mittal T, Atri M. Effects of maxillary expansion on hearing and voice function in non-cleft lip palate and cleft lip palate patients with transverse maxillary deficiency: a multicentric randomized controlled trial. Braz J Otorhinolaryngol. 2021;87(3):315-325. doi: 10.1016/j.bjorl.2019.09.010.
Bueno CD, Neves AZ, Sleifer P, Prietsch JR, Gomes E. Efeitos da expansão rápida de maxila na audição: revisão sistemática da literatura. Audiol Commun Res. 2016;21: 1-8. doi: 10.1590/2317-6431-2016-1708
Stefano A, Baffa C, Cerrone D, Mathur N, Cascini V, Petrucci AG et al. Management of recurrent otitis media, with rapid maxillary expansion: our experience. B-ENT. 2009;5(1):13-7.
Kilic N, Kiki A, Oktay H, Selimoglu and Erol. Effects of rapid maxillary expansion on conductive hearing loss. Angle Orthod. 2008;78(3):409-14. doi: 10.2319/050407-217.1
Micheletti KR, Mellob J A de, Ramosc SR de AB, Scheibela PC, Scheibeld GG, Ramose AL. Effects of rapid maxillary expansion on the function of the middle ear: One-year follow-up. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology 2012; 76(8): 1184-1187; doi: 10.1016/j.ijporl.2012.05.002.
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Página(s): p.970
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EFEITOS DA EXPOSIÇÃO AO SOM INTENSO ENTRE TRABALHADORES DE APARELHAGENS DE BELÉM
Nascimento, J. P. M. ; Silva, L. H. P. ; Ribeiro, R. M. B. ; Mourao, N. A. L. ;

No Pará, existem eventos itinerantes realizados em ruas, quadras, clubes, entre outros locais, com efeitos sonoros de alta intensidade, conhecidos como festas de aparelhagem. Este estudo teve como objetivo analisar se os DJs de aparelhagem da cidade de Belém e seus auxiliares apresentam efeitos auditivos e extra auditivos da exposição ao som intenso. A metodologia constou de uma pesquisa de campo do tipo descritiva e abordagem qualitativa. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 61112022.3.0000.5173). Foi aplicado um formulário a trinta trabalhadores de aparelhagens sonoras, que visou verificar os sintomas auditivos e extra auditivos que esses participantes apresentavam. Os resultados apontaram uma média de 110 dBA próximo a caixa de som que ficava no salão em posição lateral ao DJ e 105 dBA na cabina onde ficava o DJ. Mais da metade dos participantes ficava exposta a esses níveis elevados de pressão sonora de 6 a 8 horas por dia, durante 3 a 4 dias por semana. O zumbido foi o sintoma auditivo mais citado pelos participantes e a fadiga e a cefaleia os sintomas extra auditivos mais presentes entre esses trabalhadores; 80% dos participantes não faziam uso de nenhum tipo de protetor auditivo. Conclui-se que seria importante que os gestores públicos desenvolvessem programas de promoção à saúde auditiva, abrangendo a exposição ao som da música intensa, em especial nas festas de aparelhagem, para prevenir ou evitar a progressão da perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão sonora aos trabalhadores, que envolvessem, também, os frequentadores das festas, beneficiando toda a comunidade.

ARAÚJO, P.S.C; SANTOS, A.A; SILVA, E.M. Festas de Aparelhagem em Belém-Pará: Lazer dos Celebrantes na Visão dos Comandantes. LICERE-Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, v. 25, n. 1, p. 369-393, 2022. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/view/39110/30201. Acesso em 13 jun. 2022.

FREDRIKSSON,S.; HUSSAIN-ALKHATEEB, L.; WAYE, K.P. The effect of occupational noise on hearing-related symptoms-exploring mediating and modifying effect of annoyance and stress. In: ICBEN, 12, 2017, Zurich. Anais [...], p. 1-9

MASCARINI, L. S.; DEPIERRI, J. P. G.; DELBI, L. R.; MARTELLI, A. Danos auditivos em trabalhadores expostos a ruído excessivo. Revista Faculdades do Saber, v. 5, n. 09, 2020. Disponível em: https://rfs.emnuvens.com.br/rfs/article/view/86/61. Acesso em 06 dez. 2022.

NEVES, T. T. Coração Afetado – afetações sonoras e uma ética da alegria nas festas de música eletrônica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 39., 2016, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2017. Disponível em: https://www.portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2181-1.pdf. Acesso em 24 out. 2022.

TINOCO, H. C.; MIRANDA, A. T.; CHAVES, L. A. O.; LOPES, D. M.; LOPES, A. S. M.; MARTINS, F. B. S.; NÓBREGA, M. J. R. Análise estatística do risco de exposição ao ruído ocupacional pelo método da regressão múltipla. Brazilian Journal of Development, Paraná, v. 6, n. 1, p. 1722-1737, 2020. Disponível em: https://brazilianjournals.com/ojs/index.php/BRJD/article/view/6068. Acesso em 16 set. 2022.
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Página(s): p.912
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EFEITOS DO RUÍDO COMPETITIVO NO DESEMPENHO AUDITIVO DE INDIVÍDUOS USUÁRIOS DE AASI
Ferreira, M, C. ; Macambira, Y, K, S. ; Lima, J, V, S. ; Reis, A, C, M, B. ;

Introdução: os Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência (PEALL) são exames eletrofisiológicos que refletem a atividade do sistema nervoso auditivo central. O efeito do ruído competitivo nos PEALL tem sido discutido no âmbito científico, entretanto, a divergência de resultados encontrados na literatura tem dificultado compreensão deste efeito. Objetivo: analisar os efeitos do ruído competitivo nas respostas de latência dos PEALL (P1, N1, P2, N2 e P3) em indivíduos adultos com perda auditiva pós-lingual e usuários de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Método: o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem (CAAE: 39447020.3.0000.5440). Trata-se de um estudo observacional de delineamento analítico, transversal e com amostra de conveniência. Participarão 60 indivíduos entre 18 e 65 anos, de ambos os sexos, divididos em três grupos de 20 indivíduos: G1 e G2, compostos por indivíduos com perda auditiva pós-lingual, sensorioneural bilateral, simétrica e de grau moderado a severo, sendo G1 usuários de AASI e G2 sem uso de qualquer dispositivo auxiliar à audição; e grupo controle (GC), composto por normo-ouvintes. Serão considerados critérios de exclusão para os três grupos presença de comprometimento de orelha externa ou média, dificuldades na compreensão e memorização de sentenças, doenças neurológicas diagnosticadas e distúrbio psiquiátrico ou psicológico importantes. Todos os grupos passarão pelos seguintes procedimentos: análise do prontuário eletrônico; pesquisa dos limiares auditivos; aplicação do teste de percepção de fala com ruído (HINT) e registro dos PEALL com estímulo de fala (/ba/ e /ta/) e nas condições sem ruído e com ruído (SR+10), a 75 dbNA. Resultados: o estudo encontra-se em andamento e não foi submetido a análise estatística. Portanto, os resultados apresentados derivam de uma análise qualitativa dos dados coletados até o momento. Em relação ao HINT, o grupo G1 apresentou maior média do limiar de reconhecimento de sentença (7,9 dB), ou seja, foi o que mais apresentou dificuldade de reconhecimento de fala no ruído, seguidos por G2 (4,8 dB) e GC (-13,8 dB). Quanto ao efeito do ruído nos valores de latência dos PEALL, em G1 houve aumento de P1, P2 e N2 e diminuição de N1 e P3; em G2 houve diminuição de todos componentes, exceto P3; e em GC houve aumento de todos os componentes. Ao comparar o desempenho entre os grupos na condição sem ruído, os menores valores de latência de P1 e N1 pertenceram a G2, GC e G1, respectivamente; de P2 a GC, G1 e G2, respectivamente; de N2 a G2, GC e G1, respectivamente; e de P3 a G2, G1 e GC, respectivamente. Na condição SR+10, o G2 apresentou os menores valores de latência em todos os componentes, seguidos por G1 e GC. Conclusão: devido ao andamento da coleta de dados, a latência dos PEALL apresentaram respostas variadas ao introduzir o ruído. Nos três grupos, enquanto alguns componentes apresentaram aumento da latência, outros apresentaram efeito contrário e vice-versa. Após completar o n amostral e a análise estatística, esperamos verificar a resposta do sistema auditivo em situações de escuta semelhantes às vivenciadas no dia-a-dia e contribuir com diagnóstico e intervenção mais efetivos.

ANGRISANI, R. G. et al. Monitoramento eletrofisiológico do sistema auditivo central em crianças nascidas pequenas para a idade gestacional. Audiology-Communication Research, v. 25, 2020.

KRAUS, N.; McGEE, T. Auditory Event-related Potentials. In: KATZ, J. Handbook of Clinical Auditory. 4.ed. Baltimore: Williams & Wilkins; cap. 27, p. 406-426, 1994.

MCPHERSON, D. L. Late potential of the auditory system. San Diego: Singular Publishing Group; 1996.

REIS, A. C. M. B.; FRIZZO, A. C. F. Potencial evocado auditivo de longa latência. In: BEVILACQUA, M. C. et al. Tratado de Audiologia. São Paulo: Santos, p. 232-54, 2011.
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Página(s): p.847
ISSN 1983-1793X
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EFEITOS NÃO AUDITIVOS DO RUÍDO: ÍNDICES ELETROFISIOLÓGICOS DE ESTRESSE – ESTUDO PILOTO
Perini, B. P. ; Samelli, A. G. ;

Introdução: O ruído é um problema ambiental, principalmente em áreas urbanas. Os efeitos fisiológicos do ruído são induzidos pela ativação do sistema nervoso autônomo, que pode ser medido objetivamente pela condutância da pele ou pela variabilidade da frequência cardíaca. Embora os estudos sobre os efeitos não-auditivos do ruído sejam limitados, pesquisas sugerem que o ruído pode ter efeitos negativos sobre a aprendizagem, no desempenho cognitivo, doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, depressão, enxaqueca, ansiedade e sono. Objetivo: Investigar os efeitos não auditivos do ruído por meio de índices eletrofisiológicos de estresse. Métodos: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição: CAAE: 61013622.6.0000.0068. O estudo piloto foi realizado com dez adultos com audição normal submetidos a meatoscopia, imitanciometria e audiometria tonal. As medidas eletrofisiológicas realizadas incluíram a atividade eletrodérmica (EDA) (em µS); a variabilidade da frequência cardíaca - alta frequência (HF-HRV) (ms²); e a frequência respiratória (FR) (CPM). Essas medidas foram coletadas durante cinco minutos de relaxamento (sujeito sentado confortavelmente na cadeira) em três situações distintas: no silêncio, na presença de ruído rosa em 65 dBA e 75 dBA, utilizando fone TDH em cabina acústica. Entre cada coleta, houve um período de descanso de dez minutos. Todos os equipamentos foram calibrados previamente às coletas para fornecer confiabilidade de resultados. Após a aquisição dos dados, um filtro de baixa frequência foi usado para diminuir o ruído fisiológico / ambiental e melhorar as amostras coletadas. A análise foi realizada com dupla conferência, respeitando os achados recentes da literatura para a frequência cardíaca e respiratória e padrões de normalidade para a condutância da pele. Para análise estatística, foi utilizado o teste Anova, com nível de significância de 5%. Resultados: Na análise da resposta fásica da EDA, foram observados picos de amplitude de 0,82 µS (65 dBA) e 0,67 µS (75 dBA), que ocorreram a 2,32 e 2,11 segundos, respectivamente, após o início dos estímulos. Em relação à linha de base, a potência da HF-HRV diminuiu (de 2066 ms2 – silêncio - para 1975 ms2 - 65 dBA - e para 1685 ms2 - 75 dBA; p=0,510) e a FR aumentou (de 17,96 CPM – silêncio – para 19,54 CPM – 65 dBA e para 19,68 CPM - 75 dBA; p=0,282), mas sem significância estatística. Conclusão: Nossos achados preliminares sugerem que níveis moderados de ruído causaram alterações nas medidas da atividade eletrodérmica, variabilidade da frequência cardíaca e frequência respiratória.

Basner, M.; Babisch, W.; Davis, A.; Brink, M.; Clark, C.; Janssen, S.; Stansfeld, S. Auditory and non-auditory effects of noise on health. Lancet 2014, 383, 1325–1332.

Niemann H, Bonnefoy X, Braubach M, Hecht K, Maschke C, Rodrigues C, Röbbel N. Noise-induced annoyance and morbidity results from the pan-European LARES study. Noise Health. 2006 Apr-Jun;8(31):63-79.

SHARMA, M.; KACKER, S.; SHARMA, M. A Brief Introduction and Review on Galvanic Skin Response, 12 Outubro 2016.

Themann CL, Masterson EA. Occupational noise exposure: A review of its effects, epidemiology, and impact with recommendations for reducing its burden. J Acoust Soc Am. 2019 Nov;146(5):3879.

WHO. Biological Mechanisms Related to Cardiovascular and Metabolic Effects By Environmental Noise, 2018.
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Página(s): p.706
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EFICÁCIA DAS VITAMINAS A, C OU E, FOLATO E BETACAROTENO NA PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA
GONÇALVES, L. F. ; PAIVA, K. M. ; MACHADO, M. J. ; BRAND, C. C. ; HAAS, P. ;

Introdução: Vitaminas são elementos indispensáveis ao funcionamento do organismo, porém estão presentes em quantidades reduzidas nos alimentos. Possuem propriedades antioxidantes que podem prevenir danos cocleares causados por altos níveis de radicais livres tóxicos produzidos com o envelhecimento. A alta ingestão de alguns nutrientes como β -caroteno, β -criptoxantina, vitamina B12, ácido fólico, vitamina D e magnésio, têm sido associados ao menor risco de perda auditiva. Objetivo: Verificar a eficácia das vitaminas A, C ou E, folato e betacaroteno na prevenção da perda auditiva. Métodos: A efetividade do consumo alimentar de maiores quantidades de vitaminas e antioxidantes nas dietas comparativamente ao menor consumo na prevenção de perda auditiva de indivíduos foi avaliada por meio revisão sistemática com metanálise (RS-Met). Cinco estudos envolvendo uma estimativa de 100.549 participantes foram incluídos na síntese quantitativa. Foram calculadas medidas de resumos sumárias de frequência relativa de perda auditiva global dos participantes e para os grupos nos últimos quartis/quintis de consumos calculados as Odds ratios (ORs) de perda - (estudos utilizando regressão logística nessa avaliação) ou os Hazard ratios (HRs) de perda - (estudos empregando a regressão de Cox na avaliação). Resultados: A faixa etária da totalidade da população era de 29 a 75 anos, com frequência sumária de perda auditiva relativa de 19,9% (IC95% 19,3%-62,3%). As medidas sumárias calculadas para os mais altos quartis/quintis dos estudos foram de HR 0,990 (IC95% 0,823-1,19) e OR 0,895 (IC95% 0,835-0,959) para o β -caroteno; HR 1,201(IC95% 1,055-1,366) e OR 0,79(IC95% 0,656-0,952) para a vitamina C; HR 1,07(IC95% 1,004-1,147) e OR 0,925(IC95% 0,715-1,195) para a vitamina E; HR 0,921(IC95% 0,838-1,012) para o Folato e OR 0,906(IC95% 0,739-1,112) para a vitamina A. A ingestão dietética de vitaminas e antioxidantes foi inversamente associada ao risco de desenvolver perda auditiva. Indivíduos com maior ingestão de antioxidantes podem apresentar limiares auditivos melhores, principalmente com a ingestão de β caroteno. Conclusão: O efeito protetor da ingestão de vitamina C mostrou-se diferenciado de acordo com as concentrações avaliadas. Indivíduos com ingestão dietética de vitamina A, vitamina E ou folato mostravam medidas sumárias menores ou similares àquelas dos grupos com menor ingesta indicando relativo efeito protetor de perda auditiva.


Introdução: Vitaminas são elementos indispensáveis ao funcionamento do organismo, porém estão presentes em quantidades reduzidas nos alimentos. Possuem propriedades antioxidantes que podem prevenir danos cocleares causados por altos níveis de radicais livres tóxicos produzidos com o envelhecimento. A alta ingestão de alguns nutrientes como β -caroteno, β -criptoxantina, vitamina B12, ácido fólico, vitamina D e magnésio, têm sido associados ao menor risco de perda auditiva. Objetivo: Verificar a eficácia das vitaminas A, C ou E, folato e betacaroteno na prevenção da perda auditiva. Métodos: A efetividade do consumo alimentar de maiores quantidades de vitaminas e antioxidantes nas dietas comparativamente ao menor consumo na prevenção de perda auditiva de indivíduos foi avaliada por meio revisão sistemática com metanálise (RS-Met). Cinco estudos envolvendo uma estimativa de 100.549 participantes foram incluídos na síntese quantitativa. Foram calculadas medidas de resumos sumárias de frequência relativa de perda auditiva global dos participantes e para os grupos nos últimos quartis/quintis de consumos calculados as Odds ratios (ORs) de perda - (estudos utilizando regressão logística nessa avaliação) ou os Hazard ratios (HRs) de perda - (estudos empregando a regressão de Cox na avaliação). Resultados: A faixa etária da totalidade da população era de 29 a 75 anos, com frequência sumária de perda auditiva relativa de 19,9% (IC95% 19,3%-62,3%). As medidas sumárias calculadas para os mais altos quartis/quintis dos estudos foram de HR 0,990 (IC95% 0,823-1,19) e OR 0,895 (IC95% 0,835-0,959) para o β -caroteno; HR 1,201(IC95% 1,055-1,366) e OR 0,79(IC95% 0,656-0,952) para a vitamina C; HR 1,07(IC95% 1,004-1,147) e OR 0,925(IC95% 0,715-1,195) para a vitamina E; HR 0,921(IC95% 0,838-1,012) para o Folato e OR 0,906(IC95% 0,739-1,112) para a vitamina A. A ingestão dietética de vitaminas e antioxidantes foi inversamente associada ao risco de desenvolver perda auditiva. Indivíduos com maior ingestão de antioxidantes podem apresentar limiares auditivos melhores, principalmente com a ingestão de β caroteno. Conclusão: O efeito protetor da ingestão de vitamina C mostrou-se diferenciado de acordo com as concentrações avaliadas. Indivíduos com ingestão dietética de vitamina A, vitamina E ou folato mostravam medidas sumárias menores ou similares àquelas dos grupos com menor ingesta indicando relativo efeito protetor de perda auditiva.

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Página(s): p.672
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EI- ESCUTA INFANTIL: ANÁLISE DA USABILIDADE DE UM APLICATIVO DESTINO ÀS FAMÍLIAS
Saters.T.L. ; Alvarenga,K.F. ; Jacob,L.C.B. ; Araújo.E.S. ;

Com a popularização dos smartphones surge a possibilidade de os pais acompanharem o desenvolvimento de seus filhos por meio de aplicativos. Especificamente na saúde auditiva infantil, tal ação pode representar uma estratégia em potencial e complementar aos programas de triagem auditiva neonatal, com vistas a ampliar o acompanhamento auditivo e de linguagem em diferentes localidades do país. Assim, o aplicativo “EI- Escuta Infantil” foi criado com o intuito de promover a educação em saúde auditiva de forma interativa e auxiliar os familiares no acompanhamento, tendo como base os marcadores do desenvolvimento. No entanto, a elaboração de uma ferramenta em si não é suficiente, é fundamental se certificar que os sistemas interativos sejam apropriados aos usuários, às suas funções, tarefas e atividades e que não haja resultados negativos no uso. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi analisar a usabilidade do aplicativo EI-Escuta Infantil, desenvolvido como solução tecnológica para o acompanhamento auditivo das crianças por familiares. Trata-se de um estudo exploratório descritivo quanti-qualitativo, caracterizado por teste de usabilidade, aprovado pelo comitê de ética, parecer 5.386.536. A avaliação da usabilidade foi realizada por 10 juízes, idade média de 34 anos, incluindo estudantes, mães, docentes e pesquisadores em Tecnologia da Informação (T.I) e Fonoaudiologia. Para análise quantitativa foi utilizado o System Usability Scale (SUS) que contém 10 afirmativas com cinco opções de resposta em escala Likert entre “1 - discordo totalmente” e “5 - concordo completamente” e o Net Promoter Score (NPS), que consiste na pergunta “Qual a probabilidade de você recomendar o aplicativo a um outro usuário?”, a resposta varia de 0 ("nada provável") a 10 ("extremamente provável"). Além disso, realizou-se análise qualitativa das opiniões dos participantes quanto às sugestões de melhorias. Para análise estatística descritiva e inferencial utilizou-se o Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 24, com p-valor de 0,05. Todos os juízes avaliaram o app com uma pontuação superior ao percentil 50 proposto pelo instrumento, com escore total médio de 74, classificado como boa usabilidade. A ANOVA a um fator evidenciou que existiu efeito da categoria dos juízes sobre o escore de usabilidade obtido (p= 0,010), com menor escore para os profissionais de T.I. Em relação à pergunta de satisfação final, realizada por meio da ferramenta NPS, do total de 10 juízes, oito (80%) responderam “10” na escala Likert, um avaliador respondeu “8” e outro avaliador respondeu “6”. Seguindo os critérios do NPS 80% dos juízes seriam ‘promotores’, ou seja, dariam publicidade positiva ao produto, 10% seriam “indiferente” e 10% “detratores”, com publicidade negativa. Esses dados revelaram que os avaliadores provavelmente indicariam o aplicativo a outros usuários. As sugestões de melhorias foram principalmente dos profissionais T.I, relacionadas à validação de dados. A partir das apreciações dos juízes foram realizadas melhorias no produto previamente à publicação do aplicativo na Google Play. Com estes resultados conclui-se que o aplicativo “EI-Escuta Infantil” possui boa usabilidade e tem amplo potencial para ser utilizado por familiares para o acompanhamento do desenvolvimento auditivo e de linguagem nos primeiros anos de vida.

CUNHA, K. DA C. et al. Qualidade da Coparentalidade e o Estresse em Pais de Crianças com Paralisia Cerebral. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 27, 2021.

LEWIS, J. R. The System Usability Scale: Past, Present, and Future. International Journal of Human–Computer Interaction, v. 34, n. 7, p. 577–590, 30 mar. 2018.

RODRIGUES, D. S. et al. Aplicativos móveis e sua contribuição para pais sobre o desenvolvimento infantil. Research, Society and Development, v. 10, n. 4, p. e57710414336, 24 abr. 2021.
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Página(s): p.998
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EMISSÕES OTOACÚSTICAS E SINTOMAS AUDITIVOS EM ADULTOS PRÉ-QUIMIOTERAPIA
Peruch, C. V. ; Goulart, F. O. ; Roglio, V. S. ; Machado, M. S. ; Dallegrave, E. ; Martins, V. B. ; Berbert, M. C. B. ;

Introdução: Sabe-se dos efeitos potencialmente ototóxicos da quimioterapia. Entretanto, os indivíduos podem ter alterações prévias ao tratamento, fato que pode interferir na compreensão dos danos auditivos. Assim, é imperativa a realização de um exame de referência antes da exposição ao tratamento quimioterápico. As Emissões Otoacústicas por Produto de Distorção (EOAPDs) de altas frequências são indicadas para esse monitoramento devido à sua objetividade e praticidade no âmbito hospitalar. O acompanhamento dos sintomas também é essencial, pois qualquer alteração deve ser considerada. Objetivo: Descrever e relacionar os resultados das EOAPDs com as características auditivas autorreferidas de adultos ingressantes de um serviço de quimioterapia. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer nº 5.117.189. Trata-se de um estudo transversal, composto por 261 indivíduos que iniciaram tratamento quimioterápico entre abril e outubro de 2022. Todos os pacientes responderam um instrumento de investigação de queixas auditivas, realizaram meatoscopia e exame de EOAPDs em ambas as orelhas nas frequências: 2, 4, 6, 8, 10 e 12kHz. Foram excluídos 51 indivíduos por meatoscopia alterada, resultando em uma amostra final de 210. Os sujeitos foram distribuídos nas faixas etárias: de 18 a 49 anos (65), de 50 a 59 anos (59), de 60 a 69 anos (86) e acima de 70 anos (51). Resultados: Dos 210 indivíduos, apenas 12 apresentaram EOAPDs presentes em todas as frequências testadas em ambas as orelhas. Observou-se, ainda, presença de respostas em todas as frequências somente à direita ou à esquerda, em 18 e 16 sujeitos, respectivamente. A maior prevalência de EOAPDs presentes (70%) ocorreu em 4kHz à direita, seguida de 2kHz à esquerda (66%) e à direita (64%). Em 12kHz, verificou-se menor prevalência de presença de respostas (21%) em ambas as orelhas. O aumento da idade foi fortemente associado a alterações nas EOAPDs, sendo observada diferença estatística significativa de 2kHz a 10kHz entre, no mínimo, duas faixas etárias (p<0,005). Foi encontrada associação estatística significativa entre ausência de respostas nas EOAPDs em diferentes frequências com as seguintes queixas auditivas autorreferidas: não escutar bem, sentir diminuição da audição e dificuldade de compreensão no ruído. A proporção de EOAPDs presentes nas frequências de 4, 6 e 8kHz em ambas as orelhas foi maior entre aqueles que consideraram escutar bem (p<0,001) em relação aos que consideraram não escutar bem. Contudo, entre 44% e 77% dos indivíduos que consideravam não sentir redução na audição tinham otoemissões ausentes nas frequências de 4, 6 e 8kHz. Sujeitos que referiram dificuldade de compreensão de fala no ruído também tiveram maior prevalência de EOAPDs ausentes em 4, 6 e 8kHz em ambas as orelhas do que pacientes que negaram tal condição (p<0,05). Conclusão: O presente estudo constatou elevada prevalência de alterações nas EOAPDs em adultos ingressantes ao tratamento quimioterápico. Deste modo, é importante perceber que indivíduos que serão expostos à medicamentos ototóxicos frequentemente possuem queixas auditivas relacionadas à alterações nas EOAPDs, prévias ao tratamento.

King KA, Brewer CC. Clinical trials, ototoxicity grading scales and the audiologist’s role in therapeutic decision making. Int J Audiol. https://doi.org/101080/1499202720171417644. 2017 Aug 24;57(sup4):S89–98.
Homans NC, Metselaar RM, Dingemanse JG, van der Schroeff MP, Brocaar MP, Wieringa MH, et al. Prevalence of age-related hearing loss, including sex differences, in older adults in a large cohort study. Laryngoscope [Internet]. 2017 Mar 1;127(3):725–30. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27377351/
Abdala C, Dhar S. Maturation and Aging of the Human Cochlea: A View through the DPOAE Looking Glass. JARO J Assoc Res Otolaryngol. 2012 Jun;13(3):403. Available from: /pmc/articles/PMC3346898/
Paken J, Govender CD, Pillay M, Ayele BT, Sewram V. Baseline audiological profiling of South African females with cervical cancer: an important attribute for assessing cisplatin-associated ototoxicity. BMC Womens Health [Internet]. 2021 Dec 1; 21(1).
Sánchez-Canteli M, Núñez-Batalla F, Martínez-González P, de Lucio-Delgado A, Antonio Villegas-Rubio J, Gómez-Martínez JR, et al. Ototoxicity in cancer survivors: Experience and proposal of a surveillance protocol. An Pediatr [Internet]. 2021 Nov;95(5):290–7.
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Página(s): p.958
ISSN 1983-1793X
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EMISSÕES OTOACÚSTICAS EVOCADAS E POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO EM AGRICULTORES
OLIVEIRA, M. S. ; TOMIASI, A. A. ; BONATO, M. E. F. ; CABRAL, C. ; PAULA, G. R. ; HERBER, V. ;

Introdução: Os agrotóxicos são utilizados no meio rural como protetores de plantas contra agentes externos, podendo ocasionar danos irreversíveis ao meio ambiente, bem como na população exposta direta ou indiretamente. Dentre as alterações observadas, consta a auditiva. Objetivo: Investigar os achados das Emissões Otoacústicas Evocadas por Estímulo Transiente (EOAT) e das Emissões Otoacústicas Evocadas – Produto de Distorção (EOAPD), bem como do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) de agricultores. Metodologia: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa via Plataforma Brasil sob parecer 5.172.549 e CAAE: 53515621.3.0000.5219. Caracterizou-se como pesquisa de campo, de forma exploratória, com abordagem quantitativa e descritiva. A casuística foi composta por 14 voluntários, sendo divididos em dois grupos. O grupo Experimental foi composto por 07 agricultores e o grupo Controle formado por 07 voluntários sem histórico de problemas auditivos e exposição a agentes otoagressores, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 55 anos. Os participantes responderam a um questionário referente à história pregressa e atual quanto aos aspectos auditivos e foram submetidos a avaliação audiológica básica e complementar. Resultado: Percebe-se ausência e diminuição de resposta nos registros das EOAT e as EOAPD, indicando alteração na função coclear, ou seja, nas células ciliadas externas. Além disto, efeitos neurotóxicos foram observados nesta população, devido às alterações encontradas nos registros do PEATE. Conclusão: Os resultados sugerem que as exposições aos agrotóxicos podem afetar o sistema auditivo periférico e central. Desta forma, torna-se relevante a elaboração de estratégias de promoção, prevenção e proteção auditiva nesta população, visando a saúde auditiva, bem como a qualidade de vida destes trabalhadores.

ALCARÁS, P. A. S.; LARCERDA, A. B. M.; MARQUES, J. M. Estudos das Emissões Otoacústicas Evocadas e efeito de supressão em trabalhadores expostos a agrotóxicos e ruído. CoDas, v.25, n.6, p. 528-530, 2013. Disponível em:. Acesso em: 28 de março de 2022.
ANDRADE, M. I. K. P. Efeitos da exposição ao agrotóxico no sistema auditivo eferente através das emissões otoacústicas transientes com supressão. [Tese]. Universidade Federal do Rio de Janeiro/instituto de Estudos em Saúde Coletiva: Rio de janeiro, 2012. Disponível em: . Acesso em: 30 de março de 2022.
BAZILIO, M. M. M.; FROTA, S.; CHIRISMAN, J. R.; MEYER, A.; ASMUS, C. I. F.; CAMARA, V. M. Processamento auditivo temporal de trabalhadores rurais expostos a agrotóxico. J Soc Bras Fonoaudiol, v. 24, n. 2, p. 175, 2012. Disponível em: . Acesso em: 29 de março de 2022.
FRANÇA, D.M.V.; LACERDA, A.B.M.; LOBATO, D.; RIBAS, A.; DIAS, K.Z.; LEROUX, T.; FUENTE, A. Adverse effects of pesticides on central auditory functions in tobacco growers. Int. j. audiology, v. 56, n. 4, 2016. Disponível em:
< https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27869513/>. Acesso em: 07 de maio de 2022.
GARCIA, T. R; ANDRADE, M. I. K. P; FROTA, S. M; MIRANDA, M. F; GUIMARÃES, R. M; MEYER. Funções clara em escolares expostos aos agrotóxicos. CoDAS, v. 29,n 3,2017. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/codas/a/9JmkhZ66ntdBpg6hhXDjfSr/?lang=pt>. Acesso em: 01 de junho de 2022.
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Página(s): p.789
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EMISSÕES OTOACÚSTICAS TRANSIENTES COM COMPENSAÇÃO DA PRESSÃO DA ORELHA MÉDIA NA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL
Novelli, C. L. ; Diniz-Hein, T. A. ; Colella-Santos, M. F. ;

Introdução: As Emissões Otoacústicas Transientes (EOAT) são sons de frequências específicas, gerados pela cóclea, como resposta a uma estimulação acústica breve apresenta repetidamente; elas apresentam aumento de sua amplitude em lactentes e por isso, têm sido altamente utilizadas nos programas de Triagem Auditiva Neonatal (TAN). Porém, uma disfunção da Orelha Média pode atenuar os estímulos e inibir a sua captação. Com a Imitância Acústica de Banda Larga (IABL) é possível realizar a análise de medidas do sistema tímpano-ossicular e realizar as EOAT Pressurizadas, a qual permite a alteração da pressão do Meato Acústico Externo, compensando uma possível alteração na pressão da Orelha Média. Objetivo: analisar a Absorvância de Banda Larga (ABL) e as EOAT no pico de pressão, em recém-nascidos sem Indicadores de Risco para Perda Auditiva e verificar a eficácia da aplicação das emissões otoacústicas no pico de pressão na TAN, objetivando diminuir a necessidade de retornos e encaminhamentos. Metodologia: Estudo observacional descritivo, de corte transversal prospectivo, desenvolvido no alojamento conjunto de uma maternidade. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), sob o parecer nº 932.602 e todas as mães receberam e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido com os dados da participação na pesquisa. Resultados: Foi realizada a avaliação de 102 recém-nascidos, com os procedimentos: análise de prontuário, IABL e EOAT na pressão ambiente (PA) e na pressão do pico de máxima compliância (PP). Primeiramente os resultados encontrados foram classificados em grupos segundo o critério de presença ou ausência de resposta nas EOAT na PA com análise quantitativa das diferenças entre as variáveis escolhidas. Na comparação entre os grupos de PASSA e FALHA no resultado das EOAT na pressão ambiente, observou-se efeito da variável dias de vida, com média de dias menor no grupo de recém-nascidos com resultado de FALHA (1,22) do que no grupo com resultado de PASSA (2,19); não houve efeito das variáveis orelha, peso, idade gestacional e Índice de Apgar. Após a captação das EOAT no PP, os recém-nascidos foram divididos em 3 grupos, conforme seu resultado nas duas testagens (PA/PP): G1: (PASSOU/PASSOU), G2 (FALHOU/PASSOU) e G3 (FALHOU/FALHOU). Na comparação entre os grupos, a pressurização influenciou apenas o G2, sendo que na ABL apresentou diferença estatisticamente significante para as frequências 2000, 3000 e 5000Hz, com menores valores na condição PA; e nas EOT, em todas as bandas houve diferença estatisticamente significante, também com menores valores na condição PA. Conclusão: A variável idade apresentou efeito no resultado da TAN. A pressurização do meato acústico externo apenas o G2, tanto no resultado das EOAT quanto na ABL. O uso da pressurização do meato acústico externo, na presença de alterações de orelha média, pode melhorar a captação das EOAT, reduzindo o índice de falso positivo na TAN.

Aithal, S., Aithal, V., & Kei, J. (2017). Effect of ear canal pressure and age on wideband absorbance in young infants. International journal of audiology, 56(5), 346–355. https://doi.org/10.1080/14992027.2017.1284352
Beck, D. L., Speidel, D., Arrue Ramos, J., Schmuck, C. (2016). Otoacoustic Emissions and Pressurized OAEs. Hearing Review, 23(7), 30.
Zimatore, G., Skarzynski, P. H., Di Berardino, F., Filipponi, E., & Hatzopoulos, S. (2021). Differences between Pressurized and Non-Pressurized Transient-Evoked Otoacoustic Emissions in Neonatal Subjects. Audiology & neurootology, 26(5), 346–352. https://doi.org/10.1159/000512762
Joint Committee on Infant Hearing (2019). Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Journal of Early Hearing Detection and Intervention, 4(2), 1-44. https://doi.org/10.15142/fptk-b748
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Página(s): p.801
ISSN 1983-1793X
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ESCALA DE AQUISIÇÃO DE HABILIDADES AUDITIVAS DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR RECÉM-IMPLANTADAS
DIAS S.G. ; GIL D. ;

Introdução: A escala NAMES estabelece uma projeção do aumento da audição ativa e da memória auditiva desde os primeiros dias após a ativação do implante coclear. Objetivo: Aplicar e comparar os resultados da escala NAMES na caracterização da evolução das habilidades auditivas após a implantação em crianças.
Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal observacional, o método estatístico utilizado foi de porcentagem simples de frequência de ocorrência. O projeto do estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa - CEP (Nº 0711P/2021). Foram consideradas informações do protocolo da criança, informações do prontuário médico, dados audiológicos, idade da ativação e da adaptação do implante, assim como a adesão ao tempo de terapia. Fizeram parte da amostra cinco crianças recém-implantadas de 0 a 3 anos de idade, de ambos os sexos, em atendimento fonoaudiológico; sendo a escala NAMES aplicada em duas sessões fonoaudiológicas, com intervalo de seis meses entre elas. A escala NAMES constitui essencialmente um perfil que é preenchido com base em observações e relatórios de adultos próximos à criança e estabelece uma projeção do aumento da capacidade auditiva ativa e memória auditiva desde os primeiros dias após a ativação do implante coclear. Cada meta contém 10 descritivos de habilidades/comportamentos que espera-se que a maioria das crianças, sem dificuldades/problemas adicionais e que fizeram cirurgia do implante coclear em idade precoce, alcancem dentro de um intervalo de tempo designado.
Resultados: De acordo com os resultados apresentados pelos casos estudados, foi possível observar que as crianças com maior adesão à terapia fonoaudiológica e com maior tempo de uso do IC apresentaram melhor desempenho auditivo e linguístico. A maior pontuação de evolução foi de sete pontos e a menor de dois pontos.
Conclusão: As crianças da amostra não apresentaram a evolução esperada. O instrumento mostrou-se eficiente ao demonstrar que o uso inconsistente do dispositivo e a baixa porcentagem de comparecimento à terapia fonoaudiológica influenciaram de forma negativa o desempenho na escala proposta.

MORET, Adriane Lima Mortari e COSTA, Orozimbo Alves. Conceituação e indicação do implante coclear. Tratado de audiologia. Tradução. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. Acesso em: 13 set. 2021.

Yanbay E, Hickson L, Scarinci N, Constantinescu G, Dettman SJ. Language outcomes for children with cochlear implants enrolled in different communication programs.Cochlear Implants Int. 2014;15(3):121-35.

Erika B. Gagnon, Hannah Eskridge & Kevin D. Brown (2020) Pediatric cochlear implant wear time and early language development, Cochlear Implants International,21:2, 92-97, DOI: 10.1080/14670100.2019.1670487

Geers AE, Nicholas JG, Moog JS. Estimating the Influence of Cochlear Implantation on Language Development in Children. Audiol Med. 2007;5(4):262-73.
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Página(s): p.863
ISSN 1983-1793X
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ESPECTROSCOPIA DE LUZ INFRAVERMELHO PRÓXIMO COM ESTÍMULOS DE FALA EM ESCOLARES NORMO-OUVINTES: UM ESTUDO PILOTO
Vasconcelos, I.C. ; Santos, K.M.G. ; Morya, E. ; Araujo, A.D.S.N. ; BALEN, S.A. ;

Introdução: O contexto de sala de aula exige acurácia no processamento das informações auditivas, visto que a maior parte dos conteúdos são expostos via modalidade auditiva e visual. Por vezes, falhas no processamento auditivo podem estar relacionados ao baixo desempenho escolar. Objetivo: Analisar a hemodinâmica cerebral para estímulos de fala de escolares normo-ouvintes de uma escola pública. Metodologia: Estudo transversal e observacional. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (n. 5.323.957). Este estudo piloto constou de uma amostra de 12 escolares (10 a 13 anos) normo-ouvintes de uma escola pública utilizando a espectroscopia de luz infravermelho próximo (NIRx Medical Tech, 760 e 850 nm, 7.81 Hz) com estímulo de fala a 80 dB NA bilateralmente. Inicialmente, foi realizada a avaliação da audição (triagem audiométrica, impedanciometria, emissões otoacústicas e teste de dígitos no ruído). O fNIRS foi aplicado numa sala da escola. Para cada hemisfério foram utilizados dez canais (quatro fontes e quatro detectores) dispostos a 3cm de distância em uma touca de EEG (Easycap). Para as análises, utilizou-se Python MNE e MNE-NIRS. Foram selecionadas épocas de -1s antes e 10s após os estímulos. Foi aplicado o teste de Shapiro Wilks e Kruskal Wallis durante a análise comparativa da hemoglobina oxigenada (HbO2) entre as condições em função dos hemisférios e canais. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: As análises evidenciaram diferença na HbO entre o /BA/ e a linha de base, no entanto, não foi observado entre as demais condições. Constatou-se que não há diferença da HbO entre os hemisférios cerebrais exceto entre os canais 1 a 6 (HE) quando comparado ao 17 e 20 (HD) e entre 7 e 10 (HE) ao 11 e 16 (HD). Observou-se uma maior hemodinâmica cerebral na região dos canais 17 a 20 (HD), em função dos canais 11 a 16 (HD). Conclusões: Estes resultados evidenciam resposta de detecção aos sons com maior evidência do estímulo /BA/ em detrimento ao /DA/, bem como demonstraram uma maior hemodinâmica cerebral no hemisfério direito com HbO maior na região temporal posterior. Há necessidade de aumentar a amostra e analisar outras variáveis quanto ao sexo, idade, escolaridade e nível sócio-economico.

HICKO, G, POEPPEL, D. The cortical organization of speech processing. Nat Rev Neurosci. v.8, n.5, 393–402, 2007.
LUKE, R. et al. Analysis methods for measuring passive auditory fNIRS responses generated by a block-design paradigm. Neurophotonics, v. 8, 22 maio 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1117/1.NPh.8.2.025008.
MAO, D., et al. Speech token detection and discrimination in individual infants using functional near-infrared spectroscopy. Scientific reports, 11(1), 24006. 2021. https://doi.org/10.1038/s41598-021-03595-z
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ZATORRE, R.J., BELIN, P. Spectral and temporal processing in human auditory cortex. Cereb Cortex. Out 2001; 11(10): 946–953.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.844
ISSN 1983-1793X
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ESTADO DA REABILITAÇÃO AUDITIVA EM PACIENTES ATENDIDOS NUM CENTRO DE REFERÊNCIA PARA TRATAMENTO DE OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
Unchalo, A.L.S. ; Gonçalves, S.N. ; Teixeira, A.R. ; Félix, T.M. ;

Introdução: A Osteogênese imperfeita (OI) é uma doença genética do tecido conjuntivo. É causada, em geral, por variantes nos genes COL1A1 e COL1A2, responsáveis pela síntese de colágeno tipo I. As principais características clínicas da OI são fragilidade óssea, fraturas de repetição, baixa estatura e progressiva deformidade óssea. Outras manifestações incluem: escleras azuladas, dentinogênese imperfeita, frouxidão ligamentar e perda auditiva. Objetivos: Quantificar e listar os tratamentos realizados para reabilitação auditiva considerando as intervenções cirúrgicas e o uso de dispositivos de amplificação sonora nos diferentes tipos clínicos de OI. Metodologia: Estudo transversal, observacional e descritivo. Dados de prontuário eletrônico sobre a intervenção cirúrgica otológica e o uso de dispositivos de amplificação sonora em indivíduos diagnosticados com OI com perda auditiva do tipo condutiva, neurossensorial ou mista foram coletados. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa CAAE: 3233018500005327. Resultados: A amostra foi composta por 156 indivíduos, sendo 95 do sexo feminino com idade mínima de 5 e máxima de 60 anos (±21; DP:16,02) e, 61 do sexo masculino com idade mínima de 5 e máxima de 66 anos (±16; DP: 13,90). Foram avaliados 108 indivíduos com diagnóstico de OI do Tipo I, 15 do III, 27 do IV e 6 do V. Apresentaram perda auditiva, 35,2% dos indivíduos com OI do Tipo I (76 orelhas); 43,3% do Tipo III (13 orelhas); 33,3% do Tipo IV (18 orelhas) e 58,3% do Tipo V (7 orelhas). Apesar de encontrarmos perda de audição em todos os Tipos de OI, apenas no Tipo I foram evidenciadas mediações para reabilitação. Dentre as 216 orelhas avaliadas, 8 realizaram cirurgia otológica prévia e apenas 8 fazem uso de dispositivo de amplificação sonora. Sobre a intervenção cirúrgica, detectamos 1 colocação de dreno unilateral e 7 estapedectomias, sendo 5 unilaterais e 1 bilateral. Quanto ao dispositivo, apenas os aparelhos de amplificação sonora individuais (AASI) foram utilizados, e, destes, 6 faziam uso bilateral e 2 unilaterais. Quanto a perda auditiva, 24 orelhas apresentaram uma perda auditiva mista, 3 uma perda auditiva neurossensorial, 1 com perda condutiva e 2 estavam com limiares normais. Conclusões: Os achados corroboram que a reabilitação auditiva, seja por intervenção cirúrgica ou com uso de AASI estão muito aquém da necessidade desta população. Priorização de ingresso em políticas públicas voltadas para reabilitação poderiam auxiliar na melhora da qualidade de vida destes indivíduos.
Palavras-chaves: osteogênese imperfeita, audição, perda auditiva, prótese auditiva, estapedectomia.

* Marom R, Rabenhorst BM, Morello R (2020) Osteogenesis imperfecta: an update on clinical features and therapies. Eur J Endocrinol. 183:R95-106. https://doi.org/10.1530/eje-20-0299
* Biggin A, Munns CF (2014) Osteogenesis Imperfecta: Diagnosis and Treatment. Curr Osteoporos Rep. 12:279–288. https://doi.org/10.1007/s11914-014-0225-0
* Lima LC, Hassan SE (2019) Relato de caso: Otosclerose em pacientes com osteogênese imperfeita. Rev Corpus Hippocrat. 1
* Otavio ACC, Teixeira AR, Machado MS, Costa SS (2019) Alteração auditiva em osteogênese imperfeita: revisão sistemática de literatura. Audiol Commun Res. 24:2048. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2018-2048
* Kontorinis G, Lenarz T, Mojallal H, Hinze AL, Schwab B (2011) Power stapes: an alternative method for treating hearing loss in osteogenesis imperfecta? Otol Neurotol. 32:589-595. https://doi.org/10.1097/MAO.0b013e318213b0f1
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Página(s): p.1002
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ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO UTILIZADAS NO AMBIENTE DE TRABALHO POR FUNCIONÁRIOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Heupa, Adriana B. ; Gondro, Caroline L. ; Lüders, Valéria ; Gonçalves, Claudia G.O. ; Lüders, Débora ;

Introdução: Vivemos em uma sociedade em que o trabalho é visto como determinante social e econômico, em que os trabalhadores passam a maior parte do dia no ambiente laboral. Sabe-se que a audição tem uma função significativa para a comunicação no local de trabalho. Um distúrbio nesta função pode causar dificuldades e desafios, restringindo o indivíduo no seu desempenho social. No Brasil aproximadamente 9.8 milhões de pessoas possuem algum tipo de perda auditiva, e existem leis de cotas incluem e protegem pessoas com deficiência em empresas. A tentativa das empresas em cumprir essas leis, faz com que muitas vezes as contratações aconteçam antes mesmo de realizarem as preparações e modificações necessárias para ampararem o sujeito no ambiente de trabalho, aumentando os desafios diários devido à falta de acessibilidade. Objetivo: Investigar a percepção de funcionários de uma rede de supermercado portadores de deficiência auditiva, usuários ou não de dispositivos eletrônicos, quanto às desvantagens vividas no processo de comunicação e analisar as estratégias de comunicação que esses trabalhadores utilizam na interação com clientes, supervisores e colegas de trabalho. Metodologia: estudo descritivo e transversal, de abordagem quantitativa e qualitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o número 2.393.567. Todos os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A população de estudo foi composta por trabalhadores de uma rede de supermercado, contratados pela cota de pessoa com deficiência auditiva, totalizando 21 indivíduos. Foram aplicados dois questionários. O primeiro, The Hearing Handicap Inventory for Adults (HHIA), consiste em 25 perguntas e é composto por uma escala social, com o objetivo detectar o impacto da perda auditiva nas atividades diárias do colaborador e uma escala emocional, que avalia o aspecto emocional referente ao déficit da audição. O segundo questionário, com 10 questões elaboradas pensando nas possíveis dificuldades na rotina diária dos colaboradores no ambiente de trabalho. Resultados: Observamos que os resultados da presente pesquisa apontam que a maioria dos trabalhadores se comunicam de forma oral. Na análise das respostas das situações do questionário aplicado, as estratégias de natureza paliativa foram as mais utilizadas. Estas estratégias dizem respeito a situações que não atingem a causa do problema, apenas geram redundância da mensagem (exemplo: solicitação de repetição, solicitação de aumento ou diminuição da intensidade de voz e notificação de não entendimento). Ao analisar o handicap auditivo dos trabalhadores, a pontuação média foi de 31,80, sendo 14,22 no domínio social e 17,58 no domínio emocional. Conclusão: Os trabalhadores com deficiência auditiva percebem que as desvantagens no processo de comunicação em seu trabalho geram um impacto negativo e algumas vezes causam conflitos sem resolução no ambiente laboral. Como estratégias de comunicação os trabalhadores tendem a utilizar aquelas de natureza paliativa. Ressaltamos a importância de ações educativas como rodas de conversas, promovendo debates referente a temática, levando informações às pessoas com deficiência auditiva, os empoderando e tornando a sociedade cada vez menos capacitista.

Russo, ICP; Almeida, K. O processo de reabilitação audiológica do deficiente auditivo idoso. In: Marchesan, IQ (Org.). Tópicos em fonoaudiologia. São Paulo: Lovise, 1995.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010: características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Rio de Janeiro, 2010.
BRASIL. Decreto 3.298 de 20 de dezembro de 1999. Dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Diário Oficial da União 1999; 21 dez.
Santos, TM; Vieira, LC; FARIA, CA. Deficiência auditiva e mercado de trabalho: uma visão de empregadores da cidade de Uberlândia-MG. Psicol. teor. prat. 2013; 15(2): 92-103.
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Página(s): p.724
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ESTRESSORES, REAÇÕES EMOCIONAIS E COPING DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DISPOSITIVOS AUDITIVOS IMPLANTÁVEIS
Campos, L.S. ; Pessoa-Almeida, A.N. ; Paula, K.M.P. ; Barreira-Nielsen, C. ; Motta, A.B. ;

Introdução: Desde o diagnóstico da deficiência auditiva (DA) inicia-se o processo de reabilitação, que pode culminar em uma cirurgia de Implante Coclear (IC) ou Prótese Auditiva Ancorada ao Osso (PAAO). A cirurgia é somente uma etapa de um processo complexo, que pode somar estressores àqueles já relacionados à DA, principalmente na infância e na adolescência. Cada pessoa coordena seus comportamentos, emoções e atenção de forma adaptativa ou não, diante de cada estressor, o que é compreendido como coping. Objetivo: Verificar a percepção de crianças e adolescentes usuárias de IC e PAAO sobre os estressores relacionados à reabilitação auditiva, reações emocionais e estratégias de coping. Metodologia: Estudo descritivo, transversal, com aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa sob o nº 4.287.012. Os participantes possuiam IC bilateral (n=3), PAAO unilateral (n=2) e amplificação bimodal, com IC e aparelho de amplificação sonora individual (n=4); possuiam idade entre seis e 12 anos (M=8,78; DP=±1,79), sendo quatro meninos e cinco meninas, inscritos em um programa de IC e PAAO credenciado pelo Sistema único de Saúde, e seus respectivos cuidadores. Os cuidadores responderam o questionário de dados sociodemográficos e clínicos e as crianças/adolescentes responderam o instrumento Avaliações de Estressores e Coping de Crianças e Adolescentes em reabilitação auditiva (AECO-RA), elaborado especialmente para este estudo. O instrumento apresenta quatro ilustrações coloridas de situações potencialmente estressoras: 1- Criança querendo retirar o dispositivo e a mãe dizendo que não pode; 2- Criança sendo alvo de risos por outras crianças; 3- Criança aguardando a terapia para reabilitação auditiva; e 4- Criança isolada dos seus pares no ambiente escolar; seguidas de desenhos representando a frequência da situação e expressões faciais com diferentes reações emocionais. Os dados foram analisados de forma descritiva e aplicou-se a Teoria Motivacional do Coping (TMC) para a análise do coping. Resultados: Os participantes demonstraram compreender o que estava representado nas ilustrações e a forma de emissão da resposta. As situações um e dois foram referidas por 4 e 2 participantes, respectivamente. As reações emocionais apresentadas foram tristeza para ambas as situações, exceto na situação um. A situação três foi referida com maior frequência (n=6), porém acompanhada da reação de felicidade, indicando que essa situação não foi percebida como estressora. A situação quatro foi referida por 4 participantes e as emoções apresentadas foram tristeza e medo. Apesar das estratégias terem sido respondidas de forma simplificada, foram identificados comportamentos de coping adaptativos, como busca de suporte e resolução de problemas. Outras situações estressoras também foram referidas, como o ruído, a interação com o professor e quando a bateria acaba de forma inesperada. Conclusão: O estudo permitiu verificar que os participantes percebem estressores no processo de reabilitação e reações emocionais de valência negativa. Foram identificados comportamentos de coping adaptativos, porém com dificuldade na expressão dos mesmos. Destaca-se a elaboração do instrumento que permitiu a obtenção do autorrelato das crianças/adolescentes sobre suas vivências, direcionando a assistência com ações que estimulem a linguagem, a expressão emocional e o pensamento.

1.Ramos, F. P., Enumo, S. R. F., & de PAULA, K. M. P. (2015). Teoria Motivacional do Coping: uma proposta desenvolvimentista de análise do enfrentamento do estresse. Estudos de Psicologia, 32(2), 269-279.
2.Silva, J. D. M., Yamada, M. O., Guedes, E. G., & Moret, A. L. M. (2020). Fatores influenciadores na qualidade de vida de crianças com implante coclear. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 86, 411-418.
3.Theunissen, S. C., Rieffe, C., Kouwenberg, M., De Raeve, L. J., Soede, W., Briaire, J. J., & Frijns, J. H. (2014). Behavioral problems in school-aged hearing-impaired children: the influence of sociodemographic, linguistic, and medical factors. European child & adolescent psychiatry, 23(4), 187-196.
4.Michael, R., Attias, J., &Raveh, E. (2019). Cochlear Implantation and Social-Emotional Functioning of Children with Hearing Loss. The Journal of Deaf Studies and Deaf Education, 24(1), 25-31.
5.Geers AE. Techniques for assessing auditory speech perception and lipreading enhancement in Young deaf children. The Volta Review. 1994;96(5):85-96;
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Página(s): p.992
ISSN 1983-1793X
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ESTUDO DO SISTEMA AUDITIVO PERIFÉRICO EM CRIANÇAS CANDIDATAS A CIRURGIA DE ADENOIDE E/OU AMÍGDALAS
Sanches, A.B. ; Penatti, H.C. ; Donadon, C. ; Souza, I.P. ; Silva, I.V. ; Colella-Santos, M.F. ;

Introdução: A hipertrofia de adenoide e/ou amígdalas pode ocasionar mau funcionamento da tuba auditiva, devido à sua disposição anatômica e predisposição a acometimentos infecciosos, o que pode ser determinante para o desenvolvimento de otites médias (1,2). Quando há a inflamação crônica dessas estruturas a cirurgia para remoção é recomendada. Objetivos: Analisar e comparar os resultados obtidos na avaliação periférica da audição de crianças candidatas a cirurgia de adenoide e/ou amígdalas com os resultados de crianças sem queixas fonoaudiológicas. Metodologia: Estudo quantitativo, transversal, de caráter descritivo e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição sob o parecer 3.753.188. A amostra foi constituída por 95 sujeitos de cinco a 12 anos, sendo 35 do sexo feminino e 60 do masculino, distribuídos em dois grupos: grupo estudo (GE) com 59 crianças que foram submetidas ao procedimento cirúrgico e grupo controle (GC) com 36 crianças que não realizaram cirurgia, com bom desempenho escolar e que não apresentavam queixas auditivas e de respiração oral. Foram realizados os seguintes procedimentos: avaliação otorrinolaringológica, anamnese fonoaudiológica, meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria, timpanometria de banda larga em pressão ambiente (PA) e em pico de pressão (PP), pesquisa de reflexos acústicos e emissões otoacústicas transientes (EOAT) e por produto de distorção (EOAPD) em condições PA e PP. Resultados: Houve diferença significativa entre os grupos para a classificação da timpanometria de banda larga (normal/alterada) e o tipo de curva timpanométrica, em que somente o GE apresentou alteração e curvas do tipo B e C. Obtivemos diferença significativa entre os grupos para a medida de absorvância acústica nas frequências de 226Hz a 500Hz e de 1000Hz a 1587Hz na condição PA e de 226Hz a 1000Hz na condição PP, em que o GE apresentou menores valores de absorvância acústica. Além disso, houve diferença na classificação da curva de absorvância (normal/alterada), em ambas as condições de pressão, com pior desempenho do GE. Comparando-se as classificações (normal/alterada) da curva timpanométrica e da curva de absorvância acústica, identificou-se maiores alterações para a curva de absorvância. O estudo apontou que houve diferença entre os grupos para a presença das EOAT e EOAPD, em ambas condições de pressão, em que o GC apresentou maior prevalência de presença de emissões. A partir das avaliações também buscou-se relacionar as variáveis auditivas para a condição de hipertrofia das tonsilas, e assim as medidas de absorvância acústica nas frequências de 226Hz a 1260Hz em condição pico de pressão e nas frequências de 226Hz a 1587Hz em condição pressão ambiente, demonstraram-se variáveis significantes na predição de ser do grupo estudo, ou seja, permitindo predizer que quanto menor a medida de absorvância, essa estará relacionada ao GE. Conclusão: As crianças candidatas a cirurgia apresentaram resultados inferiores nas avaliações auditivas quando comparados ao grupo controle. Os resultados do estudo sugerem uma ineficiência da orelha média destas crianças. Desta forma, recomendamos a avaliação auditiva nas crianças que apresentam a condição de hipertrofia de adenoides e/ou amígdalas.

1. Carvalhal ML, Castagno LA. Hipertrofia da amígdala faríngea: clínica e cirúrgica. Rev Bras Otorrinolaringol. 1986;52(2):16-9.
2. Arambula A, Brown JR, Neff L. Anatomy and physiology of the palatine tonsils, adenoids, and lingual tonsils. World J Otorhinolaryngol Head Neck Surg. 2021 Jun 27;7(3):155-160. doi: 10.1016/j.wjorl.2021.04.003.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.815
ISSN 1983-1793X
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ETIOLOGIA DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA EM IDOSOS DE UM PROGRAMA DE SAÚDE AUDITIVA
Morés, C. ; Cigana, L. B. ; Guesser, V. M. ; Paiva, K. M. ; Quailheiro, A. ; Haas, P. ;

Introdução: A deficiência auditiva é a terceira condição crônica mais prevalente entre os idosos, sendo mais propensa devido fatores relacionados à idade e histórico de vida. Inicialmente, podem ser identificadas mudanças sutis na audição, como por exemplo, apresentar dificuldades para ouvir em ambientes ruidosos. Hipertensão, diabetes, drogas ototóxicas e demais doenças crônicas podem ser consideradas agentes facilitadores para deficiência auditiva devido à idade. Objetivo: Identificar a etiologia da deficiência auditiva em idosos que ingressaram para avaliação inicial no Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva (SASA). Metodologia: Estudo transversal realizado em um Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva de caráter público, referência no estado de Santa Catarina (SC), com usuários com idade ≧ 60 anos, que realizaram avaliação inicial no período de janeiro a abril de 2018. A coleta de dados foi realizada no período de julho a agosto de 2022, e os dados foram provenientes do banco de dados do Sistema de Saúde Auditiva (AVOS) do SUS do estado de SC no Instituto Otovida, serviço que recebe demandas da atenção primária e especializado no diagnóstico e reabilitação auditiva, contemplando o atendimento de usuários em todos os ciclos de vida. Este estudo foi aprovado pelo CEP da UFSC. CAAE: 39562720.8.0000.0121. Resultados: Foram coletados dados de 220 idosos (114 homens e 106 mulheres). As etiologias da perda auditiva investigadas foram categorizadas por sexo (homens/mulheres). A etiologia com maior prevalência na população geral foi a presbiacusia com 130 casos (59 homens 71 mulheres), sendo predominante em mulheres; e a segunda etiologia com maior prevalência foi a por Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) com 44 casos (39/5); 14 (4/10) tinham etiologia desconhecida; 11 (5/6) por otite média crônica; 10 (4/6) por otosclerose e 5 (2/3) por genética. Ainda, em mulheres observou-se perda auditiva por alterações metabólicas (3), sequelas de quimioterapia (1) e por surdez súbita (1); e apenas um caso por doença infecciosa em homem. Conclusão: Os resultados evidenciaram que a presbiacusia foi a etiologia predominante em ambos os sexos, confirmando os efeitos do envelhecimento do sistema auditivo nesta população. A Perda Auditiva Induzida por Ruído foi prevalente no sexo masculino, sugerindo que os homens estão mais propensos a profissões com exposição a ruídos elevados.

Referências:
JARDIM, Débora Soares; MACIEL, Fernanda Jorge; LEMOS, Stela Maris Aguiar. Epidemiological profile of a hearing-impaired population. Rev. CEFAC. Maio-Jun; 18(3):746-757. 2016. doi.org/10.1590/1982-021620161833115

CASTRO, Marcia C; MASSUDA, Adriano; ALMEIDA, Gisele; MENEZES-FILHO, Naercio Aquino; ANDRADE, Monica Viegas; NORONHA, Kenya Valéria Micaela de Souza; ROCHA, Rudi; MACINKO, James; HONE, Thomas; TASCA, Renato. Brazil's unified health system: the first 30 years and prospects for the future. The Lancet, [S.L.], v. 394, n. 10195, p. 345-356, jul. 2019. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/s0140-6736(19)31243-7.

FORTUNATO, S; FORLI, F; GUGLIELMI, V; CORSO, E; PALUDETTI, G; BERRETTINI, S; FETONI, A. R. A review of new insights on the association between hearing loss and cognitive decline in ageing. Acta Otorhinolaryngol Ital 2016. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4977003/. doi: 10.14639/0392-100X-993

FETONI, Anna Rita; TROIANI, Diana; PETROSINI, Laura; PALUDETTI, Gaetano. Cochlear injury and adaptive plasticity of the auditory cortex. Front Aging Neurosci. 2015. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25698966/.
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Página(s): p.749
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EVOLUÇÃO DE PARÂMETROS VOCAIS COMO BALIZADOR À REABILITAÇÃO AUDITIVA EM IDOSA USUÁRIA DE IMPLANTE COCLEAR
Silva, G.S. ; Ubrig, M.T. ; Almeida, A.N.P. ; Maia, A.A. ;

O implante coclear (IC) pode condescender ao idoso com deficiência auditiva (DA) inaugurais expectativas em seu desempenho de percepção e produção de fala, nas conjunturas da comunicação. Notadamente indicadores de habilidades auditivas, cognição, linguagem, demais fatores socioemocionais e de qualidade de vida, são examinados em momentos prévios à decisão sobre a candidatura ao uso da referida tecnologia, outrossim assistidos continuamente na ocasião após inserção cirúrgica da prótese. Destaca-se, a este lugar, a produção vocal como sensível e imanente à percepção auditiva, na tenacidade de integrar as decisões clínicas de avaliação contínua, mapeamento e fonoterapia. Parâmetros vocais desses pacientes propiciam entendimentos sobre a plasticidade em prol de decisões assertivas em estratégias de reabilitação. O objetivo deste estudo foi descrever a evolução de parâmetros vocais de uma usuária idosa ao compará-los em dois momentos: pré e pós um ano de uso de IC, enquanto balizadores de estratégias de reabilitação. O estudo longitudinal de coorte prospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 5.558.787, apresentou parâmetros vocais advindos de análise perceptivo-auditiva de idosa com 69 anos de idade, sexo feminino, aposentada, com DA neurossensorial bilateral pós lingual de grau profundo progressiva a partir dos 30 anos de idade. Todos os pacientes aptos à cirurgia de IC são audiogravados no Laboratório de Audiologia e Voz pertencentes a uma universidade pública com Hospital Universitário e Clínica Escola, ponto credenciado na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência do Sistema Único de Saúde. A avaliação perceptivo-auditiva pré e pós IC contempla bateria com diversificados instrumentos e a esta ocasião apresenta-se dados de análise da emissão de vogal sustentada e da produção de fala coletada por meio de leitura de sentenças foneticamente balanceadas pelo protocolo CAPE-V, aplicado em consenso por duas fonoaudiólogas especialistas em voz, graduando o desvio na escala analógica visual. A evolução dos parâmetros vocais mostraram-se graduados com desvio na faixa em sentido de variabilidade com menor grau de desvios após 1 ano de ativação do IC. Comparando os dois momentos de avaliação da paciente, os parâmetros vocais indicaram refinamentos conforme, respectivamente, os dois momentos: grau geral (50mm-28mm), tensão (40mm-20mm), pitch (45mm-30mm) e ressonância (60mm-35mm). Em ambos momentos, pré e pós IC, a ressonância foi classificada como faríngea e o pitch agudizado. Parâmetros de rugosidade, soprosidade, loudness e instabilidade não alteraram a graduação do seu desvio, mantendo nos dois momentos, em faixa de variabilidade normal. Considerar a evolução dos referidos parâmetros da plasticidade do trato vocal em comparação entre os parâmetros vocais pré e pós implante coclear fortalecem a avaliação contínua, detalham o entendimento, a definição de balizadores à equipe e a propriocepção vocal do paciente. Afeiçoar metas e estratégias à reabilitação (auditiva e da produção de fala) e, conjuntamente à dados de outras naturezas (acústicas de produção de fala, por exemplo), têm sido integrado, por meio de estratégias vocais com: expressividade, prevenção de riscos, promoção de saúde, ao refinamento e sofisticação de metas e táticas que congregam alvo acústico articulatório e plasticidade de trato vocal na comunicação oral desta população.

1- Behlau M. Consensus Auditoy – Perceptual Evaluation of Voice (CAPE-V). Rev. Soc. Bras. Fonoaudiol. 2004; 9(3): 187-189.
2- Yamasaki R, Leão SHS, Madazio G, Padovani M, Azevedo R, Behlau M. Correspondência entre escala analógico-visual e a escala numérica na avaliação perceptivo-auditiva de vozes. In: 16º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia; 24-27 set 2008; Campos do Jordão, Brasil. Anais. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; 2008. p. 24-7.
3- Pessoa-Almeida, AN; Camargo, Z. Capítulo 8: Prosódia e tecnologia em idosos usuários de Implante coclear: a qualidade vocal por meio do modelo fonético na interface percepção e produção de fala. 2022 ISBN: 978.65.88606.05-6 Fonética clínica: Interações. Pulso Editora.
4-Ubrig MT, Goffi-Gomes MVS, Weber R, Menezes MHM, Nemr NK,Tsuji DH, Tsuji RK. Voice analysis of postlingually deaf adults pre- and postcochlear implantation. J Voice. 2011;25:692–699.
5-Medved DMS, Cavalheri LMDR, Coelho AC, Fernandes ACN, Silva EMD, Sampaio ALL. Systematic Review of Auditory Perceptual and Acoustic Characteristics of the Voice of Cochlear Implant Adult Users. J Voice. 2021 Nov;35(6):934.e7-934.e16. doi: 10.1016/j.jvoice.2020.02.023. Epub 2020 Apr 1. PMID: 32247544
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.982
ISSN 1983-1793X
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EXISTE DIFERENÇA NA DISPERSÃO DE EXCITABILIDADE AO LONGO DA CÓCLEA?
Magalhaes, A.T.M. ; Espindola, G.R. ; Gianzantti, C. ; Goffi-Gomez, M.V. S. ; Brito Neto, R. ;

Introdução: Nem todos os usuários de implante coclear (IC) apresentam bom desempenho e evolução das habilidades auditivas por diferentes motivos, dentre eles a interação entre os canais em diferentes regiões da cóclea. A interação entre canais pode ser avaliada pela propagação longitudinal da corrente na cóclea por meio do potencial de ação composto do nervo auditivo. Objetivo: Identificar se existem diferenças na amplitude e largura de dispersão (Spread of Excitation - SOE) entre as regiões apical, medial e basal da cóclea. Metodologia: Estudo retrospectivo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição sob o protocolo nº 03409212.80000.0068. Participaram do estudo, adultos com surdez de instalação pós-lingual, submetidos a cirurgia de IC com presença de respostas neurais intraoperatórias nos quais foi pesquisada a SOE nos eletrodos 6, 11 e 16. Foram coletados os limiares da resposta neural, as amplitudes do pico e a largura da SOE sendo que essas informações foram agrupadas pelo modelo do feixe de eletrodos (reto e perimodiolares) a análise estatística foi feita através do teste de Friedman para medidas repetidas. Resultado: Foram analisados registros de 71 indivíduos, sendo 27 com IC de feixe perimodiolar e 44 com feixe reto. Não houve diferenças significantes nas amplitudes do pico da SOE entre os eletrodos 6, 11 e 16 em ambos os grupos. Entretanto, a largura de dispersão (mm) do eletrodo 11 (medial) foi estatisticamente maior em ambos os feixes, seguida pela largura do eletrodo 6 (basal). Conclusão: Apesar da amplitude da SOE ser semelhante entre os diferentes eletrodos ao longo do feixe, sugerindo recrutamento neural semelhante nas diferentes regiões da cóclea, foi encontrada maior interação entre os canais na região medial mesmo nos eletrodos perimodiolares.


1. Abbas PJ, Hughes ML, Brown CJ, Miller CA, South H. Channel Interaction in Cochlear Implant Users Evaluated Using the Electrically Evoked Compound Action Potential. Audiol Neurootol. 2004;9(4):203–213.
2. Cohen LT, Saunders E, Richardson LM. Spatial spread of neural excitation: comparison of compound action potential and forward masking data in cochlear implant recipients. Int J Audiol. 2004 Jun;43(6):346–355.
3. Davis TJ, Zhang D, Gifford RH, Dawant BM, Labadie RF, Noble JH. Relationship Between Electrode-to-Modiolus Distance and Current Levels for Adults With Cochlear Implants. Otol Neurotol. 2016;37(1):31-37. doi:10.1097/MAO.0000000000000896
4. Walkowiak A, Kostek B, Lorens A, Obrycka A, Wasowski A, Skarzynski H. Spread of Excitation (SoE)--a non-invasive assessment of cochlear implant electrode placement. Cochlear Implants Int. 2010;11 Suppl 1:479-481. doi:10.1179/146701010X12671177204787
5. Xi X, Ji F, Han D, Hong M, Chen A. Electrode interaction in cochlear implant recipients: comparison of straight and contour electrode arrays. ORL J Otorhinolaryngol Relat Spec. 2009;71(4):228-37.
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Página(s): p.894
ISSN 1983-1793X
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EXPOSIÇÃO A RUÍDO NO BATALHÃO DE RADIOPATRULHAMENTO AÉREO
Rocha, J. O. ; Burle, N. L. O. ; Rezende, F. S. ; Oliveira, T. V. ; Azevedo, T. M. ; Garcia, V. S. ; Mancini, P. M. ;

Introdução: O ruído é um dos agentes físicos mais nocivos à saúde do indivíduo, encontrado principalmente no ambiente de trabalho e expõe grande número de trabalhadores, principalmente no ramo da construção civil, devido a sua intensidade e tempo de exposição. Com a medição do ruído é possível compreender a quantidade de energia sonora produzida pelas máquinas utilizadas pelos trabalhadores o que irá fornecer informações para criação de medidas preventivas necessárias para a preservação auditiva dessa população Objetivo: analisar os níveis de pressão sonora aos quais os militares estão expostos durante a sua jornada de trabalho e avaliou a audição desses profissionais. Métodos: Tratou-se de um estudo observacional
transversal analítico com amostra de conveniência, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob número 56868816.0.0000.5149. A coleta de dados consistiu em entrevista aos militares de um batalhão de radiopatrulhamento aéreo além da realização de audiometria tonal limiar com determinação dos limiares auditivos por via aérea nas frequências de 250 a 8000 Hz e óssea de 500 a 4000 Hz em ambas as orelhas. O local foi mapeado e foram selecionados 12 pontos que contemplaram as instalações administrativas e pátio de estacionamento de aeronaves. Foram realizadas três medições em cada turno em dias alternados. Foi avaliado ainda o ruído no interior do helicóptero Hélibrás AS 350 B2 e da aeronave Beechcraft King Air C. Resultados: amostra caracterizou-se por predominância do gênero masculino (90%), a média de idade dos militares foi de 38,37 anos e o tempo de serviço no Batalhão de Radiopatrulhamento aéreo apresentou média de 8,09 anos. Verificou-se que o nível de ruído é maior no turno da manhã no ambiente externo e no interior do helicóptero. Os militares do Batalhão de Radiopatrulhamento aéreo da Policia Militar de Minas Gerais estão exposto a níveis de pressão sonora elevados, principalmente no interior das aeronaves. Conclusão: foi observada presença de perdas auditivas neurossensoriais com configuração em entalhe nas altas frequências, podendo estar relacionada à exposição ao ruído durante o trabalho.

1. Bisi RF, COIFMAN JS, Ferreira MC, Mitre EI. Correlação entre o perfil audiométrico, idade e o tempo de atividade em motoristas de ônibus. Revista CEFAC 2013;15 :749-756.
2. Ribeiro AD, Camara VM. Perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora em trabalhadores de manutenção de aeronaves de asas rotativas. Caderno de Saúde Pública. 2006; 22:1217-1224
3. Secretaria de Atenção à Saúde. Perda auditiva induzida por ruído (PAIR). Ministério da Saúde, Brasília (DF) 2006.
4. International Civil Aviation Organization.Manual of Civil Aviation Medicine. 3rd ed. (Montréal): ICAO; 2012.
5. Qiang Y, George W, Rebok, Susan P. Baker, and GuohuaLi.Hearing Deficit in a Birth Cohort of U.S Male Commuter Air Carrier and Air Taxi Pilots. Aviation, Space, and Environmental Medicine 2008; 79:1051-5.
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EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E AUDIÇÃO DOS OPERÁRIOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA
Fontes, T. C. ; Matos, R. A. ; Burle, N. L. O. ; Garcia, V. S. ; Mancini, P. C. ;

Introdução: A integridade do sistema auditivo é essencial para a inserção do homem à sociedade. Ocorrendo alguma alteração auditiva, o indivíduo passa a ter dificuldades na sua capacidade de expressar-se oralmente, prejudicando sua relação com as pessoas e com o ambiente, limitando o contato com o meio social. A exposição prolongada a elevados níveis de pressão sonora acima dos limites de tolerância estabelecidos nas legislações vigentes (NR-15) podem causar lesões nas células ciliadas presentes no órgão de Corti. Essas células são sensíveis a altas e prolongadas pressões sonoras, resultando em alterações auditivas irreversíveis, a chamada Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE). A PAINPSE gera diminuição gradual da acuidade auditiva e compromete a qualidade de vida dos indivíduos. É uma doença de alta prevalência nos países industrializados, incluindo o Brasil. Essa perda caracteriza-se por ser neurossensorial, irreversível, progressiva, geralmente desenvolvida num período de 6 a 10 anos, iniciada em altas frequências, frequentemente bilateral, simétrica e estabilizada na ausência da exposição ao ruído. Objetivo: Avaliar a exposição ao ruído durante a jornada de trabalho e a audição dos operários da construção civil. Metodologia: Estudo observacional analítico transversal com amostra não probabilística aprovado pelo Comitê de Ética e pesquisa sob número 0541.0.203.000-11. A coleta de dados consistiu em entrevista aos operários da construção civil de uma universidade pública, para obter dados relacionados à idade, tempo de serviço, ocupação, máquinas que utiliza durante a jornada de trabalho e uso de equipamentos de proteção, além de dados relativos à história pregressa da audição e hábitos auditivos extralaborais. Realizou-se audiometria tonal limiar com determinação dos limiares auditivos por via aérea nas frequências de 250 a 8000 Hz e nas altas frequências de 9.000Hz a 20.000Hz, além da via óssea de 500 a 4000 Hz, em ambas as orelhas. A medição da intensidade de ruído produzido pelas máquinas utilizadas pelos operários da construção civil foi realizada no local de trabalho, por meio de decibelímetro digital. Resultados: Houve predominância do gênero masculino (100%), a média de idade dos operários foi de 42,46 anos e o tempo de serviço no ramo da construção civil apresentou média de 14,12 anos. As audiometrias demonstraram que 30% da amostra apresentou configuração sugestiva de Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE). O nível de ruído produzido por todas as máquinas excedem o limite de 85db(A). Conclusão: Os operários da construção civil da amostra estão expostos a níveis de pressão sonora elevados produzidos pelas máquinas utilizadas durante o trabalho. Os resultados audiométricos encontrados apresentaram configuração sugestiva de PAINPSE.

1. Secretaria de Atenção à Saúde. Perda auditiva induzida por ruído (PAIR). Ministério da Saúde, Brasília (DF) 2006. (MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Série A. Normas e Manuais Técnicos Brasília – DF 2006 5 Saúde do Trabalhador Protocolos de Complexidade Diferenciada).
2- Brasil. Ministério do Trabalho. Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978. Descreve a Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15) - Atividades e Operações Insalubres. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF) 1978.4- BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego Norma de Higiene Ocupacional. Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído, 2011.
3- Silva MC. Borges LO. Condições de trabalho e clima de segurança dos operários da construção de edificações - Rev. Psicol. Organ. Trab. Brasília Dez 2015 vol.15 no.4.
4- Barbosa, R.G.P. Qualidade de vida em trabalhadores de uma construção civil em Goiânia. Dissertação (Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências Ambientais e Saúde) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia – GO, 2017 60f.
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FATORES ASSOCIADOS À TONTURA ENTRE TRABALHADORES BRASILEIROS: UM ESTUDO TRANSVERSAL A PARTIR DE DADOS DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO
Scharlach, R.C. ; Hillesheim, D. ; Silva, E. D. ; Silva, B. A. ; Souza, G. C. ; Zucki, F. ;

Introdução: Os trabalhadores com Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) podem concomitantemente sofrer de distúrbios do equilíbrio de origem vestibular. Devido a hipersensibilidade do labirinto posterior para as alterações em outros órgãos ou sistemas do corpo, a etiologia da tontura pode estar relacionada a diversas causas que envolvem tanto os efeitos provocados pelo próprio ruído quanto outros fatores como sexo e comorbidades associadas. Atualmente existe a necessidade de estudos para melhor identificação dessas causas associadas à tontura em trabalhadores com PAIR, visando a criação e desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e reabilitação na Saúde do Trabalhador. Objetivo: Estimar os fatores associados à tontura entre trabalhadores notificados para a PAIR no Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado com dados das fichas de notificação da PAIR no território brasileiro (2007 - 2019) do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde (MS). A variável dependente deste estudo foi a tontura (não; sim) e as variáveis independentes eram referentes às características sociodemográficas, comorbidades, sintomas e características do ruído no ambiente laboral. Foi realizada a análise de Regressão Logística, no software Stata 14. Por tratar-se de dados de domínio público e sem identificação dos participantes foi dispensada a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos. Resultados: No total, foram incluídos 3.824 indivíduos neste estudo. Houve maior proporção de notificações em homens (89,5%), indivíduos na faixa etária de 50 a 59 anos (34,0%) e de cor da pele branca (60,3%). A prevalência de tontura foi de 23,4% na amostra. No modelo ajustado, os fatores associados à tontura foram: sexo feminino (OR:2,10; IC95%:1,64-2,69), hipertensão (OR:1,68; IC95%:1,38-2,06), cefaleia (OR: 6,31; IC95%:5,26-7,57), zumbido (OR:3,46; IC95:2,82-4,25) e ruído contínuo no ambiente laboral (OR:1,54; IC95%:1,22-1,94). Conclusão: Os fatores sexo feminino, hipertensão, cefaleia, zumbido e exposição a ruído contínuo no ambiente de trabalho estiveram associados a tontura nesta população. À medida que a tontura compromete a capacidade de equilíbrio corporal e pode levar à restrição de atividades diárias e segurança do indivíduo, faz-se necessária identificação desses fatores a fim de proporcionar a elaboração de medidas de prevenção mais eficazes para esses trabalhadores.

1- Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 777, de 28 de abril de 2004. Dispõe sobre os procedimentos técnicos para a notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador em rede de serviços sentinela específica, no Sistema Único de Saúde - SUS.
2- Marchiori, Luciana Lozza de Moraes e Rego Filho, Eduardo de Almeida. Queixa de vertigem e hipertensão arterial. Revista CEFAC [online]. 2007, v. 9, n. 1 , p. 116-21. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1516-18462 00700010001.
3- Raghunath G, Suting LB, Maruthy S. Vestibular symptoms in factory workers subjected to noise for a long period. Int J Occup Environ Med. 2012, 3(3):136-44. PMID: 23022863.
4- Yadav OP, Sarkar A, Shan D, Rahman A, Moro L. Occupational noise exposure and health impacts among fish harvesters: a systematic review. Int Marit Health. 2021;72(3):199-205. doi: 10.5603/IMH.2021.0038.
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Página(s): p.885
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FATORES PRÉ-OPERATÓRIOS QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES AUDITIVAS EM CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR, IMPLANTADAS ATÉ 30 MESES DE VIDA
Pinto, A.L.S. ; Schmidt Goffi-Gomez, M.V. ; Colalto, C.A. ;

Introdução: Implantes cocleares são, atualmente, uma das formas de tecnologias auditivas utilizadas para auxiliar o desenvolvimento cognitivo e de linguagem de indivíduos com perdas auditivas severas a profundas. Estudos demonstram que, quanto mais jovem a criança receber o implante coclear (IC) melhor será seu desempenho e desenvolvimento da linguagem. Entretanto, os resultados não podem ser previstos, pois diversos fatores definem e influenciam tais resultados. O questionário PEACH é um instrumento utilizado para avaliar os benefícios do uso do IC nas atividades de vida diária do paciente e baseado nas observações dos pais (Ching & Hill, 2007; traduzido e validado para o português por Levy & Rodrigues-Sato, 2016). O questionário avalia o uso do dispositivo, conforto auditivo, situações no silêncio, situações no ruído e percepção/reconhecimento de sons ambientais. Objetivo: Verificar quais fatores pré-operatórios influenciam no desenvolvimento das habilidades auditivas pós IC em crianças sem comorbidades associadas implantadas até 30 meses de vida. Metodologia: Estudo observacional de corte transversal, aprovado pelo comitê de ética da instituição sob o protocolo n° 02238412.0.1001.0068. A casuística foi constituída por crianças de 0 a 8 anos atendidas para programação do IC entre junho e dezembro de 2022, no setor de Implante Coclear de um hospital de atendimento terciário. Foram selecionadas crianças implantadas entre janeiro de 2015 e março de 2019, com idade inferior a 30 meses na cirurgia e mínimo de 1 ano de uso do dispositivo, excluindo-se aquelas que apresentassem múltiplas deficiências, hipoplasia do nervo auditivo, agenesia, neuropatia auditiva ou ausência de dados relevantes no prontuário. Os dados pré-operatórios foram levantados por meio do prontuário digital e aplicado o questionário Parent’s Evaluation of Aural/Oral Performance of Children (PEACH) com os pais em consulta presencial. Os resultados do PEACH foram analisados percentualmente e a associação analisada com as seguintes variáveis: idade do diagnóstico, etiologia, idade da adaptação do aparelho auditivo, uso efetivo do aparelho auditivo, média tritonal da melhor orelha com aparelho, terapia fonoaudiológica antes da cirurgia, idade à cirurgia, uso efetivo do IC, média tritonal da melhor orelha com IC, terapia pós cirurgia, categoria de audição, categoria de linguagem e categoria de família no momento do atendimento presencial variando entre 30 e 72 meses de uso do IC. A análise foi realizada por meio de testes de associação e pela Correlação de Spearman. Resultados: A casuística foi composta de 13 participantes com idade média de realização do implante de 22,69 meses. As variáveis determinantes para um melhor resultado no PEACH foram: terapia fonoaudiológica após o implante; idade de intervenção cirúrgica; uso efetivo do aparelho auditivo antes da cirurgia, uso efetivo do IC; categorias de linguagem e audição mais elevada e maior envolvimento familiar. Conclusão: Observa-se uma tendência a piores resultados no questionário PEACH de crianças que não realizam terapia fonoaudiológica pré ou pós IC e crianças implantadas após 28 meses, confirmando que a idade da intervenção, e consequentemente, período crítico de neuroplasticidade, influenciam diretamente no desenvolvimento do indivíduo. Além disso, podemos reforçar a importância da estimulação e reabilitação e do envolvimento familiar durante esse processo.


1. Levy CCA da C, Rodrigues-Sato LCCB. Validação do questionário Parent’s Evaluation of Aural/Oral Performance of Children – PEACH em língua portuguesa brasileira. CoDAS [Internet]. 2016May;28(CoDAS, 2016 28(3)). Available from: https://doi.org/10.1590/2317-1782/20162013038
2. Shalabh Sharma, Khyati Bhatia, Satinder Singh, Asish Kumar Lahiri, Asha Aggarwal. Impact of socioeconomic factors on paediatric cochlear implant outcomes, International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, Volume 102, 2017, Pages 90-97, ISSN 0165-5876, https://doi.org/10.1016/j.ijporl.2017.09.010 (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S016558761730441X)
3. Ching TY, Hill M. The Parents' Evaluation of Aural/Oral Performance of Children (PEACH) scale: normative data. J Am Acad Audiol. 2007 Mar;18(3):220-35. doi: 10.3766/jaaa.18.3.4. PMID: 17479615.
4. Himanshu Swami, E. James, K. Sabrigirish, S.K. Singh, Meena Ohal. A study to determine factors influencing outcomes of paediatric cochlear implants, Medical Journal Armed Forces India, Volume 69, Issue 4, 2013, Pages 366-368, ISSN 0377-1237, https://doi.org/10.1016/j.mjafi.2012.10.008. (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0377123713000373)
5. Kennard, M. A. (1942). Cortical reorganization of motor function. Studies on series of monkeys of various ages from infancy to maturity. Archives of Neurology & Psychiatry, 48, 227–240. https://doi.org/10.1001/archneurpsyc.1942.02290080073002
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Página(s): p.884
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GAMERS: QUAIS AS RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL?
MORAES, N. M. M. ; Schindler, D. D. ; LIMA, S. S. ; MOREIRA, H. G. ; GARCIA, M. V. ;

Introdução: A população de jogadores (gamers) vive em constante exposição a ambientes sonoros ricos, pois a busca da imersão no ambiente virtual é crucial em jogos, assim, a audição é um dos principais sentidos para melhor desempenho neste processo. O processamento auditivo está ligado à cognição do indivíduo, sendo influenciado por atividades que estimulem as habilidades auditivas, podendo ser melhorado ou sobrecarregado em diferentes casos. O desenvolvimento da tecnologia e a interação com o ambiente virtual aumentam o número de pessoas que consomem jogos e fazem deles atividades frequentes. Assim, torna-se necessário compreender os benefícios de tal exposição, a fim de auxiliar nos processos terapêuticos futuros. Objetivo: Avaliar as habilidades auditivas comportamentais de jogadores de videogames(gamers). Metodologia: Estudo do tipo descritivo e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade, sob o parecer 80732817.00000.5346. Para composição amostral, foram convidados sujeitos de ambos os sexos, com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, curva timpanométrica do tipo “A” e reflexos acústicos contralaterais presentes bilateralmente, sem queixa de zumbido e alterações neurológicas e/ou psiquiátricas diagnosticadas e/ou evidentes, com carga horária de jogos de pelo menos 6 horas semanais com o uso de fones de ouvido. Desse modo, participaram do estudo nove indivíduos de ambos os sexos, sete homens e duas mulheres, com idades entre 18 e 29 anos(M-idade=23,33 anos). Todos os indivíduos foram submetidos a Anamnese, Meatoscopia, Audiometria Tonal Liminar, Logoaudiometria, Imitanciometria, Teste Dicótico de Dígitos (TDD)-etapa de integração binaural, Teste de Padrão de Duração(TPD) e de Frequência(TPF) da Auditec-Auditec, ao Gap In Noise (GIN), Masking Level Difference (MLD), Fala no Ruído (FR) aplicado de forma monaural com relação S/R +5dB. As referências utilizadas para a análise dos testes são Pereira e Schochat (1997) para TDD e FR, Sanguebuche (2020) para TPF, TPD, MLD e Braga (2015) para GIN. Por fim, para análise estatística dos dados, foi utilizado o teste T de Student utilizando p-valor <0.05 com a média dos resultados de cada teste. Resultados: Foram evidenciadas médias de 96,59% para OD e 97,72% para OE para o TDD com p-valores 1,36 OD e 0,76 OE; média de 89,32% para o teste TPF com p-valor 4,05; média de 94,53% para TPD com p-valor 2,05; médias de 3,90ms OD e 4,72ms OE para GIN com p-valores 0,16 OD e 0,23 OE; média de 12,54dB para MLD com p-valor 0,93; médias de 73,62% OD e 79,09% OE para o FR com p-valores 3,09 OD e 2,34 OE quando comparados aos valores de referência. Conclusão: Os gamers obtiveram um resultado superior aos valores médios de referência para as habilidades de integração binaural, ordenação temporal para duração e frequência, resolução temporal e atenção seletiva.

Pereira e Schochat (1997)
Sanguebuche (2020)
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Página(s): p.907
ISSN 1983-1793X
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HABILIDADE DE ATENÇÃO AUDITIVA SUSTENTADA E DE SEPARAÇÃO BINAURAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM GAGUEIRA: SÉRIE DE CASOS
Cardoso, A.C.V. ; Dias, G.G.M. ; Macêdo, B.H. ; Oliveira, C.M.C. ;

Introdução: A atenção é um processo que não é específico da modalidade auditiva mas atua conjuntamente no desenvolvimento das habilidades auditivas. Indivíduos com diagnóstico de gagueira, podem apresentar habilidades auditivas alteradas, tais como: imprecisão temporal, problemas de discriminação auditiva, dificuldade de separação binaural e prejuízo na transferência interhemisférica. Isto posto, é fundamental avaliar o processamento auditivo central nesta população. Objetivo: investigar as habilidades de atenção auditiva sustentada e de separação binaural de crianças e adolescentes com gagueira. Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Instituição CEER II- Unesp de Marília sob o número Nº 674/2013. Participaram deste estudo sete crianças e adolescentes com diagnóstico de gagueira do desenvolvimento persistente, de ambos os sexos, com idade entre 7 e 15 anos, atendidos em um Centro Especializado em Reabilitação -II no centro-oeste paulista. Inicialmente se realizou a avaliação audiológica básica que foi composta pela meatoscopia, audiometria tonal, imitanciometria e emissões otoacústicas evocadas. A seguir se aplicou o Teste da Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada (THAAS) e o Teste Dicótico Consoante-Vogal (TDCV). O desempenho dos participantes foi analisado de forma descritiva. Resultados: A análise do desempenho dos participantes no THAAS demonstrou que o valor médio da pontuação total foi de 108,41 pontos, e que o tipo de erro mais frequente foi a desatenção. Com relação ao desempenho no TDCV, a análise do número de acertos demonstrou que o número médio de acertos da orelha direita foi maior nas etapas de atenção livre (12,43) e atenção direcionada à direita (12,29). Calculou-se também o Índice Percentual de Reconhecimento de Fala Distorcida (IPFD), Índice de Diferença de Resposta (IDR) e Índice de Predomínio de Orelha (IPO). Com relação ao IPDF se verificou que nesta população, os índices médios foram de 69,75% para a etapa de atenção livre e atenção direita e, de 57,8% para atenção esquerda. A análise do Índice de Diferença de Resposta mostrou que indivíduos com gagueira apresentaram um índice médio de 5,37 na etapa de atenção livre, de 5,87 na etapa de atenção direita e de 0,25 na atenção à esquerda. Por fim, calculou-se o Índice de Predomínio de Orelha (IPO) e se observou um predomínio de orelha direita tanto na etapa de atenção livre quanto de atenção direita. Conclusão: Na população avaliada a investigação da habilidade auditiva de atenção sustentada mostrou que o erro mais frequente foi a desatenção e, que existe um predomínio de orelha direita, ou seja, dominância hemisférica esquerda.

AMERICAN SPEECH-LANGUAGE-HEARING ASSOCIATION (ASHA). Technical Report. Central Auditory Processing Disorders. 2005. Disponível em: http://www. asha.org/policy/TR2005-00043/. Acesso em: 20 jan. 2023
CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA. Avaliação e intervenção no processamento auditivo central [internet]. 2020. Disponível em https://www.fonoaudiologia.org.br/wpcontent/uploads/2020/10/CFFa_Guia_Orientacao_Avaliacao_Intervencao_PAC. pdf. Acesso em: 10 jul.2022
FENIMAN, MR. Aplicação do teste de atenção auditiva FC 2 em crianças ouvintes normais. Tese Universidade de São Paulo. Bauru, 2004.
FROTA, S. PEREIRA, L.D.; COLLELA-SANTOS, M.F. Avaliação do processamento auditivo central: testes comportamentais. In: SCHOCHAT, E. et al. (org.). Tratado de Audiologia. 3. ed. Santana do Parnaíba, SP: Manole, 2022. v. 1. p. 280-295.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.824
ISSN 1983-1793X
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HABILIDADES DE PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM CRIANÇAS COM GAGUEIRA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Andrade, T.S. ; Fernandes, C.P. ; Vernier, L.S. ; Machado, M.S. ;

Introdução: A gagueira é um transtorno comunicativo complexo e, em seu caráter multidimensional, há evidências a serem analisadas na literatura sobre sua relação com o processamento auditivo central. Objetivo: Analisar as evidências científicas a respeito do processamento auditivo central em crianças com gagueira. Estratégia de pesquisa: As buscas por artigos científicos ocorreram nas bases de dados eletrônicos MEDLINE (via PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Scopus e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). A estratégia de busca foi a seguinte: (Stuttering) AND (Auditory Perception OR Auditory Diseases, Central) AND (Child). Critério de seleção: Foram incluídos estudos que abordassem a correlação entre processamento auditivo central e gagueira em crianças. Foram excluídos artigos que não abrangiam a população infantil com gagueira, artigos que não apresentavam testes comportamentais do processamento auditivo central, bem como publicações referentes a resenhas, cartas, opiniões pessoais, capítulos de livros, resumos de conferências, relatos de casos e séries de casos. Resultados: A partir das análises, 11 estudos foram selecionados para esta revisão sistemática. No que se refere à classificação no GRADE5, seis estudos foram categorizados como nível baixo e cinco como nível moderado de evidência científica. A maioria dos artigos descreve as alterações de processamento auditivo central como uma falha neural associada ao aparecimento da gagueira, identificando alterações, principalmente, nos mecanismos de processamento temporal e escuta dicótica. Esta revisão está registrada no PROSPERO (CRD42022303748). Conclusão: A partir dos estudos analisados, verificou-se relação entre gagueira e alterações no processamento auditivo central na infância. Reforça-se a importância de mais estudos a fim de compreender melhor a relação entre essas temáticas.

Andrade AN, Gil D, Schiefer AM, Pereira LD. Behavioral auditory processing evaluation in individuals with stuttering. Pro Fono [Internet]. Mar 2008 [Acesso em 29 jul 2021]; 20(1):43-8. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0104-56872008000100008;

Brosch S, Haege A, Kalehne P, Johannsen HS. Stuttering children and the probability of remission—the role of cerebral dominance and speech production. Int J Pediatr Otorhinolaryngol [Internet]. Jan 1999 [Acesso em 29 jul 2021]; 47(1):71-6. Disponível em: https://doi.org/10.1016/s0165-5876(98)00178-5;

Howell P, Williams SM. Development of Auditory Sensitivity in Children Who Stutter and Fluent Children. Ear and Hearing [Internet]. Jun 2004 [Acesso em 29 jul 2021]; 25(3):265-74. Disponível em: https://doi.org/10.1097/01.aud.0000130798.50938.eb;

Picoloto LA, Cardoso AC, Cerqueira AV, Oliveira CM. Effect of delayed auditory feedback on stuttering with and without central auditory processing disorders. CoDAS [Internet]. 2017 [Acesso em 29 jul 2021];29(6):e20170038. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2317-1782/201720170038;

Romero AC, Oliveira CM, Cardoso AC, Frizzo AC. Aspectos auditivos da gagueira. Verba Volant [Internet]. 2013 [Acesso em 2 nov 2021];4(1):91-103. Disponível em: http://letras.ufpel.edu.br/verbavolant;
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HABILIDADES LINGUÍSTICAS DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE APARELHO AUDITIVO
Speck, LSP ; Vargas, T ; Woide, L.K ; Paiva, K.M ; Haas, P. ;

Introdução: A audição é a principal forma de desenvolvimento da criança para o desenvolvimento da fala e da linguagem. A perda auditiva em crianças pré-linguísticas pode figurar em importantes alterações no desenvolvimento da criança em várias escalas diferentes a serem observadas. Objetivo: Avaliar o desenvolvimento das habilidades linguísticas das crianças usuárias de aparelho auditivo. Metodologia: A estratégia de busca consistiu em recuperar e extratificar artigos científicos publicados nas bases de dados MedLine (Pubmed), LILACS, SciELO, Scopus, Web of Science e Bireme sem restrições de idioma, período de publicação e localização. Os critérios de inclusão para foram atendidos com o resgate dos artigos que responderam à questão norteadora da pesquisa que visa avaliar, a partir da literatura científica, a importância do desenvolvimento da habilidade linguística das crianças usuárias de aparelho auditivo por meio de uma revisão narrativa da literatura e a qualidade dos estudos admitidos pelo protocolo de Pithon et al. (2015) com pontuação qualitativa. A análise dos dados foi realizada com artigos elegíveis analisados e quantificados de acordo com os critérios propostos neste estudo, com juízes cegos na fase de recuperação. Inicialmente foram selecionados 64 artigos, posteriormente o número de artigos incluídos para análise foi de 53 após eliminação por repetição. Em seguida, os títulos e resumos foram extratificados e 46 foram excluídos por não permanecer dentro do escopo da proposta de pesquisa. Portanto, 07 artigos foram admitidos para análise final. Resultados: Os artigos selecionados atenderam aos critérios de inclusão e observou-se que existe um importante indicativo de que as crianças tendem a apresentar melhores limiares nas frequências baixas e médias e maiores graus de perda auditiva e também foram destacados resultados relacionados em níveis mais deficitários de todas as medidas linguísticas e de fala, bem como nas habilidades sensório-motoras. Nas crianças usuárias de aparelho auditivo observou-se uma melhora na percepção de fala e do som e conversação, mesmo que estas crianças possuam dificuldades na labialização e produção de consoantes, bem como um maior número de processos fonológicos. Conclusão: A avaliação realizada dos dados da pesquisa sugere que as crianças usuárias do aparelho auditivo indicam que pode existir um importante déficit nas habilidades linguísticas. Entretanto, quando os pacientes foram submetidos à estimulação das habilidades matemáticas e narrativas e ainda de estimulação para novas experiências auditivas, estes podem alcançar o mesmo resultado de crianças não usuárias de aparelho, revelando melhor desempenho por aquelas que receberam a intervenção precocemente.

GOUVEIA, Amanda Santiago de; OLIVEIRA, Mariani Maria de Freitas; GOULART, Ana Lúcia; AZEVEDO, Marisa Frasson de; PERISSINOTO, Jacy. Desenvolvimento de linguagem e das habilidades auditivas em prematuros adequados e pequenos para a idade gestacional: idade cronológica entre 18 e 36 meses. Codas, [S.L.], v. 32, n. 4, p. 3-4, 2020. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192018275.

HIDALGO, Céline; ZÉCRI, Annabelle; PESNOT-LEROUSSEAU, Jacques; TRUY, Eric; ROMAN, Stéphane; FALK, Simone; BELLA, Simone dalla; SCHÖN, Daniele. Rhythmic Abilities of Children With Hearing Loss. Ear & Hearing, [S.L.], v. 42, n. 2, p. 364-372, 30 jul. 2020. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health). http://dx.doi.org/10.1097/aud.0000000000000926.

PEREIRA, Eduarda Anzolin; GONÇALVES, Laura Faustino; HAAS, Patricia; PAIVA, Karina Mary de; DUTRA, Ana Paula Blanco. Perfil audiológico de crianças com distúrbio primário de linguagem. Revista Neurociências, [S.L.], v. 29, p. 1-26, 14 out. 2021. Universidade Federal de Sao Paulo. http://dx.doi.org/10.34024/rnc.2021.v29.12154

PINKL, Joseph; CASH, Erin K.; EVANS, Tommy C.; NEIJMAN, Timothy; HAMILTON, Jean W.; FERGUSON, Sarah D.; MARTINEZ, Jasmin L.; RUMLEY, Johanne; HUNTER, Lisa L.; MOORE, David R.. Short-Term Pediatric Acclimatization to Adaptive Hearing Aid Technology. American Journal Of Audiology, [S.L.], v. 30, n. 1, p. 76-92, 10 mar. 2021. American Speech Language Hearing Association. http://dx.doi.org/10.1044/2020_aja-20-00073.


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HIPERACUSIA NA INFÂNCIA: ESTUDO PRELIMINAR DE UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NO PÚBLICO INFANTIL
MALAVOLTA, V.C. ; MOREIRA, H.G. ; KONRATH, G. ; GARCIA, M.V. ;

Introdução: A hiperacusia se trata da hiperatividade da via auditiva frente a apresentação de um estímulo sonoro, que pode gerar dor, irritabilidade e/ou desconforto nos sujeitos que a experienciam. Além disso, no público infantil, a hiperacusia pode trazer isolamento social e impactos na socialização. Apesar da importância da hiperacusia nesses casos, ainda não existem protocolos de reabilitação específicos e que demonstrem a sua efetividade. Objetivo: analisar a efetividade de um protocolo de reabilitação da hiperacusia para o público infantil através de um relato de caso. Metodologia: o presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 57700721.0.0000.5346. O Termo de Assentimento foi assinado pela responsável do sujeito. O sujeito participante era do sexo masculino, tinha seis anos de idade, não fazia uso de medicação contínua e nem outro tipo de tratamento. Inicialmente, foram realizadas as seguintes avaliações: Entrevista Inicial, Audiometria Tonal Liminar, Medidas de Imitância Acústica, Limiar de Desconforto e mensuração do grau da hiperacusia (campo dinâmico da audição). Após a avaliação, o sujeito foi submetido ao protocolo de intervenção. O mesmo foi elaborado com base nos princípios da Tinnitus Retraining Therapy adaptado para hiperacusia, no entanto com modificações visando o público infantil e os novos estudos de fisiopatologia da área. Dessa forma, o protocolo consistiu em oito sessões, sendo quatro acusticamente controladas e outras quatro em campo sonoro. Nas quatro primeiras sessões, o sujeito deveria ser exposto a um tom puro no limiar de desconforto, sendo o mesmo aumentado gradativamente, de 1dB em 1dB. A intensidade só deveria ser aumentada se não houvesse mais desconforto pelo sujeito. As orelhas foram estimuladas simultaneamente e durante a estimulação o sujeito e o fonoaudiólogo realizavam uma atividade lúdica, a fim alterar o foco atencional do indivíduo ao som que é desconfortável. As quatro últimas sessões foram destinadas aos sons cotidianos que geravam desconforto, ou seja, aqueles relatados durante a entrevista inicial. Dessa forma, o mesmo princípio foi seguido sendo o estímulo apresentado em caixas de som, em campo sonoro, também, com acréscimo gradativo da intensidade de acordo com as reações do sujeito. Após as oito sessões de intervenção o sujeito foi reavaliado com o Limiar de Desconforto. Resultados: Na avaliação pré-intervenção, o sujeito apresentou limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade e curvas timpanométricas do tipo A bilateralmente. Os reflexos acústicos estapedianos não foram pesquisados devido ao grande desconforto do sujeito. De acordo com o Limiar de Desconforto, identificou-se hiperacusia severa em ambas as orelhas. As principais queixas do sujeito eram referentes aos sons de liquidificador, conversas altas e música. Também, havia restrição de participação em atividades sociais. Após a intervenção, observou-se hiperacusia leve em ambas as orelhas através do Limiar de Desconforto. O sujeito voltou a frequentar atividades sociais e não sentia mais incômodo com os sons anteriormente referidos. Conclusão: O protocolo de reabilitação para hiperacusia infantil foi efetivo na melhora do quadro.

FAGELSON, M; BAGULEY, D.M. Hyperacusis and Disorders of Sound Intolerance. Plural Pub Inc. 1ª edição, 2018.

JASTREBOFF, P.J.; JASTREBOFF, M.M. Using TRT to treat hyperacusis, misophonia and phonophobia. ENT Audiol News. v. 21, p. 88–90, 2014.

COELHO, C.B.; SANCHEZ, T.G.; TYLER, R.S. Hyperacusis, sound annoyance, and loudness hypersensitivity in children. Progress in Brain Research. v. 166, p. 169–178, 2007.

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HIPERSENSIBILIDADE A SONS EM ESCOLARES
PAULINO, TF ; BARROS, ACMP ; SCHARLACH, RC ; BRANCO-BARREIRO, FCA ;

Introdução: A hiperacusia é uma condição crônica que pode ser definida como uma tolerância reduzida ou uma hipersensibilidade a sons cotidianos. Pode ter efeitos negativos no comportamento das crianças; os sons podem ser percebidos como dolorosos e desencadear condutas de evitação, levando ao isolamento e influenciando as interações sociais e atividades diárias com potenciais consequências na educação, comunicação e aprendizagem. Atualmente não existe consenso em relação aos métodos de avaliação ou tratamento para uso em crianças com hiperacusia. Objetivos: Investigar a queixa de hipersensibilidade a sons em escolares e possíveis fatores associados, bem como se há concordância entre a percepção das crianças e dos pais sobre a sua presença. Método: Estudo observacional transversal, prospectivo e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Foram convidados a participar do estudo crianças de nove a 14 anos, alunos do Ensino Fundamental, de escolas particulares e públicas, recrutados a partir de mídias sociais. A hipersensibilidade a sons nos escolares foi avaliada por meio de um inquérito respondido pelos pais e/ou responsáveis e de outro inquérito respondido pelas próprias crianças, disponibilizados em ambiente virtual por meio da plataforma digital Google Forms. Foi verificada a ocorrência dos seguintes possíveis fatores associados: hipersensibilidade a luzes e/ou odores e cinetose. Foi realizada análise estatística descritiva, o teste exato de Fisher para avaliar a relação com fatores associados e coeficiente kappa (κ) para avaliar a concordância entre a percepção de pais e crianças. Resultados: Participaram da pesquisa 60 crianças, sendo 37 (61,67%) meninos e 23 (38,33%) meninas. Dos 60 participantes, 28 (45%) responderam se incomodar com algum tipo de som, sendo que os sons mais citados como incômodos foram: gritos (17,39%) e barulho de moto (7,82%.). A reação mais comum aos sons foi cobrir as orelhas (47,61%). Quanto ao incômodo com luzes e/ou odores, 14 crianças (15 23,33%) relataram esta queixa e 14 (23,33%) tinham queixa de cinetose. Segundo os pais, 10 crianças (16,67%) apresentavam hipersensibilidade a sons. Segundo as próprias crianças, 9 nove (15%) apresentavam hipersensibilidade auditiva. No grupo de crianças com hipersensibilidade a odores e/ou luzes, houve maior ocorrência de hipersensibilidade auditiva segundo os pais (p=0,044) e as crianças (0,025). A concordância entre a percepção de pais e filhos aponta para prevalência de 8,33% de hipersensibilidade a sons entre os escolares participantes do estudo. Conclusão: A queixa de hipersensibilidade a sons ocorreu mais nos escolares com hipersensibilidade a luzes e/ou odores. Houve concordância entre a autopercepção de hipersensibilidade auditiva pelos escolares e a percepção dos pais.

Potgieter, I., Fackrell, K., Kennedy, V. et al. Hyperacusis in children: a scoping review. BMC Pediatr 20, 319 (2020).
Ralli, M., Greco, A., Altissimi, G., Tagliaferri, N., Carchiolo, L., Turchetta, R., Fusconi, M., Polimeni, A., Cianfrone, G., & Vincentiis, M. (2018). Hyperacusis in Children: A Preliminary Study on the Effects of Hypersensitivity to Sound on Speech and Language. The international tinnitus journal, 22(1), 10–18.
Rosing SN, Schmidt JH, Wedderkopp N, Baguley DM. Prevalence of tinnitus and hyperacusis in children and adolescents: a systematic review. BMJ Open. 2016 Jun 3;6(6):e010596.
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Página(s): p.855
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HIPERSENSIBILIDADE AUDITIVA E ALTERAÇÕES OTOLÓGICAS ASSOCIADAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO
Helena, R. C. S. ; Crusius, J. S. ; Riesgo, R. S. ; Sleifer, P. ;

INTRODUÇÃO: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, contando também com a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Além disso, muitos indivíduos com TEA apresentam hiperreatividade a estímulos sensoriais, estando essa sensibilidade relacionada à atipicidades neurológicas nas estruturas subcorticais, tais como o cerebelo, um dos responsáveis pela aquisição e discriminação perceptual. À vista disso, a hipersensibilidade auditiva pode ser observada quando há um desconforto auditivo frente a estímulos de fraca ou média intensidade ou a determinadas frequências, geralmente agudas. Utilizando medidas subjetivas, como anamnese aplicada aos pais, é possível mensurar se há existência de alguma alteração na sensibilidade auditiva, bem como identificar a existência de possíveis alterações otológicas associadas. OBJETIVO: Analisar os achados da anamnese aplicada aos pais e/ou mães de crianças e adolescentes com diagnóstico de TEA sobre hipersensibilidade auditiva, mensurando a prevalência de queixa de hipersensibilidade auditiva e identificando possíveis alterações otológicas associadas. MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, cuja casuística foi composta por 87 crianças e adolescentes, atendidos em um ambulatório de neuropediatria e autismo de referência, em um hospital público universitário. Os responsáveis responderam a anamnese, com questões envolvendo informações específicas sobre hipersensibilidade auditiva, bem como histórico de patologias auditivas. Foram realizadas análises de frequência absoluta e relativa com intervalo de confiança (IC) de 95%. As análises foram feitas usando o software SPSS, versão 20. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem, sob número 77900517.2. RESULTADOS: Dentre os 87 participantes do estudo, 87,4% ( n= 76) eram do sexo masculino e 12,6% (n= 11) do sexo feminino. A idade média foi de 10,1 anos, variando entre 4 e 18 anos (DP± 2,922). Em relação à hipersensibilidade auditiva, 80,5% (n= 70) dos pais relataram que seus filhos possuíam uma resposta hiporresponsível ao som, gerando desconfortos e alterações comportamentais. De acordo com o relato dos responsáveis, dos indivíduos que apresentaram hipersensibilidade auditiva, 17,1% (n = 12) possuíam dor de ouvido, 4,3% (n= 3) apresentaram tontura, 12,9% (n = 9) apresentaram supuração, 25,7% (n= 18) apresentaram coceira no ouvido, 22,9% (n = 16) possuíam histórico de infecções no ouvido, 35,7% (n = 25) possuíam histórico de otite, 10% (n= 7) apresentaram sensação de ouvido tapado e nenhum apresentou zumbido. CONCLUSÃO: Verificou-se elevada prevalência da queixa de hipersensibilidade auditiva dos indivíduos incluídos no estudo, demonstrando uma possível interrupção das respostas neurais e dificuldades de integração das respostas sensoriais no Sistema Nervoso Auditivo Central. No entanto, não houve associação significativa entre hipersensibilidade auditiva e alterações otológicas. Estudos em maior escala devem ser feitos, visando ampliar o conhecimento acerca da hipersensibilidade auditiva em crianças e adolescentes com TEA.

1. American Psychiatric Association (APA). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders: DSM-V-TR. 5 ed. Washington: American Psychiatric Publishing, 2022.
2. Williams ZJ, Suzman E, Woynaroski TG. Prevalence of Decreased Sound Tolerance (Hyperacusis) in Individuals with Autism Spectrum Disorder: A Meta-analysis. Ear Hear. 2021;42(5):1137–50.
3. Stefanelli ACGF, Zanchetta S, Furtado EF. Hiper-responsividade auditiva no transtorno do espectro autista, terminologias e mecanismos fisiológicos envolvidos: revisão sistemática. CoDAS. 24 de janeiro de 2020;32.
4. Azouz HG, Khalil M, Ghani HMAE, Hamed HM. Somatosensory evoked potentials in children with autism. Alexandria Journal of Medicine. 1o de junho de 2014;50(2):99–105.
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IMPACTO DA COVID-19 NA INTERAÇÃO COMUNICATIVA DE INDIVÍDUOS COM PERDA AUDITIVA
CASTRO, M. P. ; VIEIRA, L. G. V. ;

Introdução: Com a eclosão da pandemia da Covid-19 e o grande número de indivíduos infectados, medidas restritivas foram adotadas para conter a disseminação da doença. A implantação de medidas de proteção, como o distanciamento social e o uso de máscaras, demonstrou benefícios para o controle da doença, porém, trouxe prejuízos para a interação comunicativa de indivíduos com perda auditiva, não usuários da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), que utilizam o apoio da leitura orofacial para compreender o que lhe é falado. Objetivo: foi identificar e descrever o impacto que as medidas protetivas para a Covid-19 causaram na interação comunicativa de indivíduos com perda auditiva. Método: A presente pesquisa trata-se de um estudo de revisão integrativa, cujo desenvolvimento seguiu as seguintes etapas: elaboração de questão de pesquisa; levantamento dos estudos primários; seleção dos estudos pertinentes aos critérios de inclusão; análise e síntese dos dados da amostra e apresentação dos resultados. Foram selecionados 39 artigos, nas plataformas de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (Bireme) e no Portal de Periódicos CAPES/MEC, nos idiomas inglês, espanhol e português, publicados no ano de 2020 até julho de 2021, utilizando os descritores: infecções por coronavirus; audição; barreiras de comunicação; perda auditiva. Resultados: A amostra foi composta por estudos de 16 países diferentes. A análise dos estudos demonstraram cinco aspectos diferentes, abordados sobre os impactos da Covid-19 no processo comunicativo de indivíduos com alterações auditivas: 1.Impactos das coberturas faciais devido atenuação dos sons de fala e impossibilidade de visualização orofacial; 2.Dificuldades devido a barreiras de acesso a informações referentes a pandemia de Covid-19 e impactos psicológicos e mentais; 3. Dificuldade de acesso a serviços de saúde; 4. Dificuldades referentes a educação; 5. Impactos relacionados a impossibilidade de estabelecer relações interpessoais. Conclusão: A pandemia de Covid-19 gerou impactos sociais, emocionais, educacionais e reduziu o acesso serviços de saúde, principalmente para indivíduos com alterações auditivas. Para este grupo, o uso de máscaras faciais e o distanciamento social dificultou as trocas comunicativas e prejudicou as relações interpessoais, e como consequência, gerou quadros de alterações emocionais e psicológicas, decorrentes da privação do acesso à comunicação e do distanciamento social.

1. Hidalgo P, Valdés M, González RA. Molecular biology of coronaviruses: an overview of virus-host interactions and pathogenesis. Bol Med Hosp Infant Mex. 2021;78(1):41-58.
2. Duarte MQ, Santo MAS, Lima CP, Giordani JP, Trentini CM. COVID-19 e os impactos na saúde mental: uma amostra do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciênc. saúde coletiva. 2020. 3401-3411.
3. Ten Hulzen RD, Fabry DA. Impact of Hearing Loss and Universal Face Masking in the COVID-19 Era. Mayo Clin Proc. 2020 Oct;95(10):2069-2072. doi: 10.1016/j.mayocp.2020.07.027. Epub 2020 Aug 3. PMID: 33012338; PMCID: PMC7396946.
4. Chodosh J, Weinstein BE, Blustein J. Face masks can be devastating for people with hearing loss. BMJ. 2020 9;370:m2683. doi: 10.1136/bmj.m2683. PMID: 32646862.
5. McKee M, Moran C, Zazove P. Overcoming Additional Barriers to Care for Deaf and Hard of Hearing Patients During COVID-19. JAMA Otolaryngol Head Neck Surg. 2020;146(9):781–782.
6. Garg S, Deshmukh CP, Singh MM, Borle A, Wilson BS. Challenges of the deaf and hearing impaired in the masked world of COVID-19. Indian J Community Med 2021;46:11-4.
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Página(s): p.897
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IMPACTOS NA AUDIÇÃO, ATIVIDADE CORTICAL E DESENVOLVIMENTO INFANTIL EM BEBÊ COM NEUROSSÍFILIS: ESTUDO DE CASO
I.C.V. ; T.S.O. ; A.B.S. ; J.S.B. ; A.D.S.N.A. ; M.T.A.L.B. ; E.M. ; S.A.B. ;

Introdução: No Brasil a taxa de incidência da Sífilis Congênita (SC) é de 9,9 casos /10000 nascidos vivos(1). Se não tratada adequadamente, pode causar diversas alterações ao nascer ou durante os primeiros anos de vida(2), incluindo perda auditiva sensorioneural. A SC é frequentemente assintomática, sendo sua detecção dependente dos exames realizados(3). Respostas eletroacústicas de crianças expostas à sífilis podem ser discretamente inferiores se comparadas à população de baixo risco(4), com impactos em seu desenvolvimento. Objetivo: Descrever os achados de avaliação audiológica, da atividade cortical e do desenvolvimento infantil de um bebê com diagnóstico de neurossífilis. Metodologia: Estudo de caso aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa (CAEE 55751222.3.0000.5292). Bebê de 4 meses, sexo feminino, com diagnóstico de neurossífilis. Informações de pré-natal e histórico gestacional fornecidas pela responsável. Foram coletadas da caderneta da criança: idade gestacional, peso, perímetro cefálico, estatura, Apgar, VDRL. Realizada avaliação auditiva, atividade cortical para estímulos de fala e de desenvolvimento, com os procedimentos: timpanometria de 1.000 Hz, emissões otoacústicas evocadas transientes (EOAT), potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) clique em 80 e 30 dBNA, frequency-following response (FFR) com estímulo /da/ de 170 ms e espectrografia funcional de infravermelho próximo (fNIRS), com estímulos /da/ e /ba/, Escala de Desenvolvimento Bayley-III. Resultados: O bebê nasceu com 39 semanas e dois dias, 3.475 kg, perímetro cefálico 34,5 cm, estatura 51,5 cm, Apgar 9’ no primeiro e quinto minutos. Apresentou hiperbilirrubinemia (fototerapia por 3 dias), VDRL de 1:32 e exame de líquor cefalorraquidiano com 64 células (padrão: até 25 células). Realizou tratamento com penicilina cristalina (10 dias), sendo diagnosticada com neurossífilis na alta hospitalar. Resultado passa na triagem auditiva neonatal com EOAT. A mãe referiu que o diagnóstico da sífilis ocorreu na primeira consulta pré-natal, com VDRL de 1:64; mãe e parceiro receberam tratamento com Benzetacil (três semanas). VDRL pós tratamento de 1:32, mantendo-se no parto. Retornou para avaliação pediátrica aos 4 meses. Avaliação audiológica com curvas timpanométricas tipo A, EOAT presentes em todas as frequências, ondas I, III e V presentes a 80 dB nNA (aumento da latência das ondas III e V, interpicos I-III e I-V) e presença da onda V em 30 dB nNA no PEATE clique. No FFR observadas respostas bilateralmente com diferenças entre orelhas, neurolag de menor duração e amplitude espectral maior dos harmônicos na consoante e na vogal da orelha direita. PEATE clique e FFR dentro do processo típico do neurodesenvolvimento. fNIRS com maior amplitude no estímulo frequente /ba/ em comparação ao /da/ e maior ativação observada nos canais anteriores à direita. Escala Bayley com desempenho borderline para Cognição e Linguagem Receptiva, abaixo da média para Linguagem Expressiva e Motor Fino e acima da média para Motor Amplo, com desempenho abaixo do esperado na análise global. Conclusões: A descrição deste caso clínico evidenciou desenvolvimento dentro do esperado para audição, com respostas corticais aos estímulos de fala, porém, presença de atrasos no desenvolvimento, particularmente na linguagem expressiva e motor fino.

1 Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância. Boletim Epidemiológico de Sífilis. Número Especial, Out. 2022. Ano 6 – nº 01, Tiragem: 150. ISSN: 2358-9450. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-sifilis-numero-especial-out-2022/view

2 BORGES, Isabela Colem Castelo; MACHADO, Carla Jorge. Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP. Coordenadoria de Controle de Doença, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Guia de bolso para o manejo de sífilis em gestante e sífilis congênita. 2ª Edição. São Paulo: Secretaria de Estado da Saúde; 2016. 2019.

3 BESEN, Eduarda et al. Sífilis congênita associada à perda auditiva neonatal: revisão sistemática. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 49, n. 4, p. 107-120, 2020.

4 RIBEIRO, Georgea Espindola et al. Impacto da exposição à sífilis materna no sistema auditivo de recém-nascidos. Audiology-Communication Research, v. 26, 2021.

5 MAO, Darren et al. Speech token detection and discrimination in individual infants using functional near-infrared spectroscopy. Scientific reports, 11(1), 24006. 2021.
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Página(s): p.995
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IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE VERIFICAÇÃO ELETROACÚSTICA EM UM SERVIÇO DE SAÚDE AUDITIVA COMO ATIVIDADE FORMATIVA DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL
Balduino, B. A. ;

Introdução: Uma das principais etapas do processo de adaptação do Aparelho de amplificação sonora individual (AASI) é a sua verificação. Segundo Kochkin a utilização de verificação e validação durante o processo de adaptação do aparelho auditivo mostrou reduzir entre 1 a 2 visitas nos serviços. As Medidas com Microfone Sonda constituem um método objetivo, não invasivo, rápido e confiável para a avaliação do desempenho eletroacústico do aparelho de amplificação sonora individual na orelha do usuário. O fonoaudiólogo é o profissional capacitado e responsável por realizar toda a avaliação audiológica desse paciente, desde o processo de diagnóstico até a sua reabilitação. A residência multiprofissional em saúde é aquela que contempla no mínimo 3 categorias profissionais da área da saúde, podendo ser uma delas a fonoaudiologia. Os residentes multiprofissionais dispõem da possibilidade de uma especialização voltada à prática e dentro das suas funções encontra-se a de ser corresponsável pelo processo de formação e integração ensino-serviço. Em concordância a essa prática a residente de Fonoaudiologia do programa de residência multiprofissional de atenção à saúde em rede desenvolverá a implementação do protocolo dentro do Serviço de Atenção à Saúde Auditiva (SASA), assim como o treinamento teórico-prático das Medidas com Microfone Sonda (MMS) com as profissionais do SASA. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo introduzir a teoria e a prática das MMS dentro dos protocolos de atendimento de um serviço de atenção à saúde auditiva. Metodologia: Trata-se de um estudo de intervenção individual longitudinal, o trabalho foi submetido e aprovado pelo comitê de ética (n) CAAE: 66107422.0.0000.5145. A pesquisa possui quatro etapas: A primeira é a aplicação de um questionário com 9 perguntas referentes ao conhecimento e percepções individuais sobre as medidas com microfone sonda em cinco fonoaudiólogas que trabalham no SASA. A segunda será um treinamento teórico-prático sobre as MMS, a terceira será feita a implantação do protocolo de verificação eletroacústica de AASI’s e por fim uma nova aplicação do questionário para avaliação da efetividade das atividades desenvolvidas e do protocolo estabelecido. Resultados: A pesquisa encontra-se em andamento, sendo a primeira etapa 1º aplicação do questionário, foi concluída. Com os resultados parciais observamos que 40% das profissionais acreditam conhecer pouco sobre as MMS e não se sentem seguras para realizar as medidas, 80% acreditam que a realização das MMS são importantes. Todos os profissionais acreditam que as MMS vão auxiliar na adaptação do AASI e que a implantação do protocolo irá auxiliar os profissionais, o serviço e os pacientes. Conclusão: A implantação de novas tecnologias dentro de um serviço público de saúde auditiva tem diversos desafios como a aquisição das mesmas e o treinamento qualificado dos profissionais para realização dos atendimentos, porém é necessário que haja uma movimentação para mudança de tal cenário

1- Kochkin S. MarkeTrak VIII: reducing patient visits through verification and validation. Hearing
Review. 2011;18(6):10-2.
2- Ministério da Saúde. Portaria no. 2.073/GM de 28 de setembro de 2004. Institui a Política
Nacional de Saúde Auditiva [acesso em 11 de dezembro de 2022].
3- Duarte, Maycon Verificação do aparelho de amplificação sonora individual: comparação de dois
protocolos de medidas com microfone sonda / Maycon Duarte – Bauru, 2017.
4- Rodrigues-Sato, Lyvia Christina Camarotto Battiston e Almeida, Katia de. Protocolo clínico
para Serviços de Saúde Auditiva na atenção a adultos e idosos. CoDAS [online]. 2018, v.
30, n. 6.
5- Jacob RTS, Paccola ECM, Bucuvic ÉC, Salgado MH. Fitting Assistive Technology for People with
Hearing Loss: The Importance of Remote Microphone Systems' Electroacoustic Verification. Int
J Environ Res Public Health. 2021 Dec 16;18(24):13251. doi: 10.3390/ijerph182413251. PMID:
34948860; PMCID: PMC8701180.
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Página(s): p.798
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IMPLANTE COCLEAR PÓS-MENINGITE BACTERIANA – RELATO DE CASO
Cunha, P.C.M. ; Santos, K,T,P. ; Martins, M.H.L. ; Ferreira, C.A. ; Costa, A.C.S. ; Duarte, P.L.S. ;

INTRODUÇÃO: A meningite bacteriana (MB) é uma patologia que está entre as principais etiologias da perda auditiva neurossensorial adquirida (PANS), em crianças e adultos. De 5% a 35% dos indivíduos que apresentam MB evoluem com PANS severa a profunda bilateral. Dentre os recursos disponíveis, o Implante Coclear (IC) surge como opção de tratamento para indivíduos que apresentam o quadro clínico, porém podem apresentar ossificação coclear, destruição de células ganglionares e lesão do tecido neural, impossibilitando a inserção total do feixe de eletrodos na cóclea e por consequência limitar a performance do IC. OBJETIVO: Demonstrar o desempenho auditivo de indivíduo usuário de IC que apresenta deficiência auditiva profunda bilateral decorrente de meningite bacteriana. METODOLOGIA: Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (nº 4.969.297). Trata-se de relato de caso de paciente acometida por meningite bacteriana com quadro clínico de deficiência auditiva de grau profundo bilateral submetida à cirurgia de Implante Coclear. Foram realizadas avaliações audiológicas pré e pós-cirúrgica, eletrofisiológica e Testes de Percepção de Fala (TPF). RESULTADOS: F.S.S, sexo feminino, 59 anos de idade, no mês de Maio de 2021 ficou internada na UTI por 16 dias, após diagnóstico de MB. Relata que ao despertar do coma induzido, tentou comunicar-se com a filha e percebeu que não conseguia ouvir, mesmo sons de forte intensidade. Após alta hospitalar, realizou exames audiológicos apresentando PANS de grau profundo bilateral, curva timpanométrica tipo “A” com ausência do reflexo acústico bilateral, ausência das Emissões Otoacústicas transientes e dos Potenciais Auditivos, em ambos ouvidos. Por meio dos exames de imagem, foi visualizada labirintite ossificante e nervos cocleares assimétricos, exigindo assim a realização da cirurgia de IC, em caráter emergencial. Por meio dos exames TPF e GF (Ganho Funcional) com prótese auditiva bilateral, não foi observado benefício com o uso da mesma. Após 10 meses do diagnóstico, foi realizada a cirurgia de IC unilateral, com inserção parcial (inseridos 8 de 12) do feixe de eletrodos. A Telemetria de Impedância intra-operatória, apresentou valores normais de complacência, porém não foi visualizado Potencial de Ação do Nervo Auditivo (ECAP) em nenhum dos eletrodos. Durante a ativação, os eletrodos 9 a 12 não propiciaram sensação auditiva, optando assim por desativá-los. Iniciou imediatamente a Terapia Fonoaudiológica, realizando o 1º acompanhamento do IC, após 45 dias da ativação. Nessa 1ª sessão, a paciente relatou boa adaptação, uso contínuo e melhora da percepção de fala. O GF com a programação habitual demonstrou limiares entre 35-40dB nas frequências de 0,5 a 4KHz, 80% de reconhecimento dissílabos e 84% de reconhecimento de sentenças-CPA. CONCLUSÃO: Por meio dos resultados auditivos relatados, pôde-se observar que o IC mesmo com inserção parcial dos eletrodos e por curto período de adaptação, foi capaz de fornecer audibilidade para sons fracos, melhora significativa do reconhecimento de palavras e sentenças, propiciando adequada compreensão de fala. O relato corrobora com a premissa que o IC é um recurso tecnológico mais indicado, com prognóstico favorável para deficientes auditivos pós-linguais com tempo curto de privação sensorial.

1. Mosnier I, Felice A, Esquia G, Borel S, Bouccara D, Ambert-Dahan E, et al. New cochlear implant technologies improve performance in post-meningitic deaf patients. European archives of oto-rhino-laryngology: official journal of the European Federation of Oto-Rhino-Laryngological Societies (EUFOS): affiliated with the German Society for Oto-Rhino-Laryngology - Head and Neck Surgery [Internet]. 2018 Jan 1 [cited 2022 Jul 20];270(1):53–9. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22237762/

2. Helmstaedter V, Buechner A, Stolle S, Goetz F, Lenarz T, Durisin M. Cochlear implantation in children with meningitis related deafness: The influence of electrode impedance and implant charge on auditory performance - A case control study. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology [Internet]. 2018 Oct 1;113:102–9. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30173965/

3. Gantz BJ, Brown CJ, Abbas PJ. Intraoperative measures of electrically evoked auditory nerve compound action potential. The American Journal of Otology [Internet]. 2012 Mar 1;15(2):137–44. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8172292/

4. Guedes MC, Brito Neto RV, Goffi Gomez MVS, Sant’Anna SBG, Peralta CGO, Castilho AM, et al. Telemetria de resposta neural intra-operatória em usuários de implante coclear. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia [Internet]. 2005 Oct 1 [cited 2022 Jul 20];71:660–7. Available from: https://www.scielo.br/j/rboto/a/DvWM7FjVNbzdrRzMj6HkQfn/?lang=pt -
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Página(s): p.811
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INAD BRASIL: ATUAÇÃO EM TEMPOS DA PANDEMIA COVID-19
Kuniyoshi, I. C. ; Fonseca, W. D'A. ; Mello, F. R. ;

Introdução: O INAD - Dia Internacional da Conscientização Sobre o Ruído é celebrado no Brasil desde 2008, seguindo os pressupostos da campanha mundial com a intenção de chamar atenção sobre os impactos do ruído no dia a dia das pessoas. Durante o período mais restritivo de distanciamento social devido à pandemia de Covid-19, de 2020 a 2022, a campanha, que tradicionalmente ocorria de forma presencial, enfrentou desafios para adaptar suas ações aos ambientes virtuais. Objetivo: Descrever os desafios enfrentados pelo segmento brasileiro da campanha do Dia Internacional de Conscientização Sobre o Ruído - INAD Brasil, durante a pandemia de Covid-19, nos anos de 2020 a 2022. Metodologia: Foram estabelecidas novas estratégias e adaptações para que a campanha ainda alcançasse um público amplo. No primeiro ano da pandemia, em 2020, já com o material pronto para o lema "Trabalho com ruído, saúde em perigo", houve a súbita mudança de materiais e modo de atuação. Em 2021, a campanha "Proteja sua audição, proteja sua saúde!" já foi completamente projetada para atuar de forma virtual, aproveitando a experiência prévia e as expectativas do público para ações que não fossem presenciais. Em 2022, a campanha com o lema "Na infância, diversão e proteção. Ruído não!", já pôde contar com algumas ações presenciais, propiciadas pela relativa situação de segurança promovida pela vacinação em massa da população. Para amparar as atividades virtuais, o site INAD Brasil e as redes sociais Instagram, Facebook, Twitter, YouTube, Spotify e SoundCloud foram potencializadores para o alcance do público-alvo e divulgação do tema e lema. Ferramentas de videoconferência, como o Zoom e Google Meet, serviram satisfatoriamente à campanha durante o período, como mecanismos de comunicação remota e realização de eventos virtuais. Para a hospedagem de materiais e elementos gráficos, a plataforma GitHub foi adotada para favorecer o acesso aos participantes. Como ferramentas para métrica do alcance da campanha em cada ano, utilizou-se recursos de estatística nativos das plataformas virtuais. Resultados: Em 2020, a coordenação nacional divulgou 29 publicações no Instagram, resultando em 1.544 curtidas, 123 compartilhamentos, 53 publicações salvas, 1.729 interações, 15.632 alcance, 18.994 impressões e 17 novos seguidores. Em 2021, os perfis no Instagram e Facebook alcançaram 1.807 curtidas, 746 compartilhamentos, 334 publicações salvas, 938 interações, 72.771 alcance, 96.504 impressões e 194 novos seguidores. Em 2022, com a volta de algumas atividades presenciais, 112 participantes fizeram menção direta ou indireta à página do INAD Brasil, via marcação ou hashtags (@inad.brasil), sendo os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Norte e São Paulo os com o maior número de registros. No período observado, pôde-se notar uma predominância do público feminino, provavelmente por serem a maioria em cursos relacionados ao tema, como a Fonoaudiologia. Constatou-se também que as adaptações propostas foram eficazes em alcançar um público amplo. Conclusão: Durante o período de afastamento social na pandemia de Covid-19, de 2020 a 2022, as ações da campanha do INAD Brasil que ocorriam de forma presencial, passaram pela transformação de ser virtual, garantindo a continuidade seus propósitos em prol da saúde da população.

Kuniyoshi, Isabel Cristiane; Fonseca, William D’Andrea e Paul, Stephan. Práticas educativas em saúde auditiva: nos contextos educacional, ambiental e ocupacional, Capítulo 12. Dia Internacional de Conscientização Sobre o Ruído – INAD Brasil, págs. 138–152. Atena, 2021. ISBN 978-6559835522. doi: 10.22533/at.ed.52221131012.

Fonseca, William D’Andrea. Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído – INAD Brasil 2020 (Encarte). Acústica e Vibrações, 35(52): 143–146, 2020. ISSN 2764-3611, 1983-442X. doi: 10.55753/aev.v35e52.26.

Kuniyoshi, Isabel Cristiane; Fonseca, William D’Andrea e Mello, Felipe Ramos. Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído – INAD Brasil 2021 (Encarte). Acústica e Vibrações, 36(53):1–8, 2021. ISSN 2764-3611, 1983-442X. doi: 10.55753/aev.v36e53.58.

INAD Brasil – Dia Internacional da Conscientização Sobre o Ruído. Online, 2022. Disponível em: http://www.inadbrasil.com. Acesso em janeiro de 2023.

Fonseca, William D’Andrea; Mello, Felipe Ramos; Mareze, Paulo; Silva, Rafael Augusto David; Kuniyoshi, Isabel; Santos, Christian e Lacey, Joseph. Desenvolvimento de material educacional de acústica e audição para o INAD Brasil 2021. Em XXIX Congresso Brasileiro e o IX Congresso Internacional de Fonoaudiologia 2021 (Fono 2021), págs. 1–17. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFA), 2021. ISBN 978-6586760095. Disponível em: https://bit.ly/fono2021-inad.
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INCIDÊNCIA DE CRIANÇAS DE SEIS A QUARENTA E DOIS MESES ASSINTOMÁTICAS COM FALHA NA TRIAGEM AUDITIVA.
Câmara, C. C. ; Avelino, M. A. G. ; Hadler, M. C. C. M. ;

A Triagem auditiva neonatal melhorou a capacidade em detectar perdas auditivas congênitas, mas as que apresentam uma perda progressiva ou mesmo as que se desenvolvem na infância, podem permanecer sem identificação e cuidado. Reconhecer essas condições especiais em crianças pré-escolares e nos ambientes escolares, são importantes para eficácia dos cuidados auditivos na infância. Objetivo: Avaliar a incidência de crianças que eram assintomáticas e que apresentaram alteração na Triagem Auditiva Escolar. Metodologia: Estudo transversal, analítico, aninhado a ensaio clínico randomizado, CAAE 895417173.000.5083; Registros Brasileiros de Ensaios Clínicos RBR-4hm7mz. Os participantes foram crianças de seis a 42 meses que frequentaram Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) em Goiânia, Goiás, em período integral. A partir dos 74 CMEIs vinculados ao Programa Saúde na Escola (PSE), em Goiânia, foi feito o processo de randomização por cluster e foram sorteados 10 CMEIs. O cálculo amostral foi feito no baseline, utilizou teste tipo bicaudal, com erro absoluto de 5%, poder do teste de 80%. Foram excluídos os lactentes e pré-escolares prematuros, com histórico de baixo peso ao nascer, foram inelegíveis os que apresentaram impedimento do meato acústico externo e ou má formação no conduto auditivo externo. A Triagem Auditiva foi realizada a partir dos exames de inspeção da orelha média, Emissões Otoacústica, foi adotado como resposta, “Passou” e “Falhou” e Timpanometria, usou-se o critério de classificação da (OMS, 2021), curva do Tipo “A” foi considerada como “Passa” e falha curvas do Tipo “B” ou “C”. Foram incluídas, somente as que realizaram ambos os testes. Os dados foram analisados no Programa Statistical Package for Social Science (SPSS), por meio do teste exato de Fisher com nível de significância de 0,05 ou 5%. Resultados: Fizeram parte do estudo, 84 crianças (53,6% meninas) com média de 28,95 (desvio-padrão 9,25) meses, 66 orelhas direitas e 72 orelhas esquerdas foram analisadas. A maioria (81,8%, n= 54) passaram nas Emissões em Orelha Direita e (80,6%, n=58) em Orelha Esquerda. Por sua vez, a porcentagem de crianças que passaram na timpanometria em Orelha Direita foi (89,4% n=59) e (83,3% n=60) em Orelha Esquerda. Não houve diferença na proporção de sexo entre as duas faixas etárias (6-23,99 e 24-42)meses, (p=0,32). Houve uma diferença entre a proporção de respostas nos testes de Emissões e Timpanometria, com respostas “Passa” (88,1 % n=52) p<0,01 em OD e em OE (86,7% n=52) p=0,01. Os resultados sugeriram, integridade de Orelha Média em OD (83,3% n=55) em OE (71,8% n=51), alteração em Orelha média OD (13,6% n=9) e OE (23,9% n=17); suspeita de alteração sensorial em OD (3,0% n=2) e OE (4,2% n=3), dessas 5 orelhas (4 crianças), apenas uma, não passou no “Reteste”, apresentando curva “B”. Conclusões: A Triagem Auditiva acima de 6 meses, foi capaz de identificar falhas auditivas em crianças sem queixa aparente. Ela pode ampliar os cuidados e a identificação de problemas auditivos invisíveis que possam ocorrer nessa faixa etária. Pais/cuidadores devem ser conscientizados de que o resultado da triagem neonatal pode não ser definitivo e que podem ocorrer mudanças na audição ao longo da infância.


A. A. A. – American Academy of Audiology Clinical Pratice Guidelines: Childhood Hearing Screening 2011. Disponivel em ChildhoodScreeningGuidelines.pdf_5399751c9ec216.42663963.pdf
ASHA – American Speech-Language-Hearing Association. childhood-hearing-screening-protocols-flowcharts ASHA (2022); Triagem auditiva infantil (asha.org): acessado em 26 05 2022
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, OMS; WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Hearing screening: considerations for implementation. OMS 2021 RECOMENDAÇÃO.pdf Triagem auditiva: considerações para implementação (who.int)
WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Improving early childhood development: WHO guideline. World Health Organization, 2020.
WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Hearing screening: Considerations for implementation. Acessado em 25 05 2022 Relatório Mundial sobre audição - OMS (2021).
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Página(s): p.858
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INCIDÊNCIA DE PERDA AUDITIVA E ZUMBIDO EM ADULTOS COM E SEM HIPERTENSÃO ARTERIAL - ELSA-BRASIL
Padilha, F. Y. O. M. M. ; Moreira, R. R. ; Rabelo, C. M. ; Samelli, A. G. ;

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um distúrbio circulatório, considerado crônico, assintomático e de origem multifatorial, caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos. No Brasil, a HAS atinge 36 milhões de indivíduos adultos, acometendo mais de 60% dos idosos. Alguns estudos sugerem que indivíduos com HAS possuem um maior comprometimento auditivo comparados com indivíduos que não possuem essa doença, bem como a maior ocorrência de zumbido. No entanto, os estudos referentes a essa associação ainda são controversos, sendo na maioria estudos transversais, o que limita possíveis conclusões sobre a real influência da doença sobre a audição. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da HAS sobre a audição de adultos acompanhados em um período de 3 a 4 anos, comparando a incidência de perda auditiva (e de zumbido) entre adultos com e sem HAS. Metodologia: Estudo longitudinal observacional. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob número CAAE 15171019.7.0000.0065. A coleta foi realizada por meio de banco de dados. Foram levantadas informações referentes a primeira e segunda ondas do estudo, a respeito da avaliação audiológica e informações sobre a saúde em geral. Os desfechos foram: a presença de perda auditiva (limiares auditivos acima de 25 dBNA nas frequências de 500 Hz a 8 kHz) e presença de zumbido. Foi considerada como variável de exposição a existência de HAS. Como covariáveis para ajuste, foram considerados dados sociodemográficos e situação de saúde, incluindo presença de outras doenças crônicas. Para o estudo da incidência de perda auditiva, foram considerados, na primeira onda, indivíduos que não apresentavam perda auditiva (n=676); já para a incidência de zumbido, dentre os 676 indivíduos, 427 não possuíam zumbido na primeira onda. Foi feita análise de regressão logística, estimando-se os riscos relativos (RR) brutos e ajustados, com intervalos de confiança de 95%, para avaliar os fatores associados com a perda auditiva ou com o zumbido. Resultados: A incidência de perda auditiva foi maior para os indivíduos com HAS. O RR para perda auditiva foi de quase o dobro para os indivíduos com HAS na orelha direita, com diferença significante. A incidência de zumbido para todos os indivíduos foi de 18,16%; na comparação do RR entre indivíduos com e sem HAS, não houve diferença significante. Nas análises ajustadas, o RR não se mostrou significante para perda auditiva ou para zumbido, quando foi avaliada a variável HAS. A única variável que mostrou associação estatisticamente significante com a perda auditiva foi a idade (ter 60 anos ou mais), indicando que indivíduos mais velhos têm RR mais alto para perda auditiva. Conclusão: Os resultados mostraram maior incidência de perda auditiva em indivíduos com HAS. No entanto, após os ajustes pelas covariáveis, não foram observadas diferenças significativas entre HAS e perda auditiva. O fator idade mostrou associação significativa com a perda auditiva, na análise ajustada. Já para o zumbido, não houve associação significante para nenhuma das variáveis estudadas.

Agarwal A, Balakrishnan R, Pujary K, Ganapathy K, Nayak D, Hasan F. Pure tone audiometry and otoacoustic emissions for the assessment of hearing loss in diabetic patients. Indian J Otol. 2013; 19(1): 13.

Weber MA, Schiffrin EL, White WA, Mann S, Lindbolm LH, Venerson JG, et al. Clinical practice guidelines for the management of hypertension in the community: a statement by the American Society of Hypertension and the International Society of Hypertension. J Hypertens. 2014;32(1):3-15.

Figueiredo RR, Azevedo AA, Penido NO. Tinnitus and arterial hypertension: a systematic review. Eur Arch Otorhinolaryngol. 015; 272: 3089-94.

Malachias MVB, Souza WKSB, Plavnik FL, Rodrigues CIS, Brandão AA, Neves MFT, et al. 7a diretriz brasileira de hipertensão arterial. Rev Bras Hipertens. 2017;24(1):1-91.

Meneses-Barriviera CL, Bazoni JA, Doi MY, Marchiori LLM. Probable Association of Hearing Loss, Hypertension and Diabetes Mellitus in the Elderly. 2018:22(4);337-41.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.793
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INDICADORES DE RISCO ASSOCIADOS A FALHA UNILATERAL NA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL
Baran-Correia, J.B. ; Lüders, D. ; Conto, J. D. ; José, M. R. ;

Introdução: A triagem auditiva neonatal universal (TANU) possibilita a detecção de riscos que podem levar a alterações auditivas, preferencialmente, no primeiro ano de vida, encaminhamento para o diagnóstico precoce e o tratamento assertivo com objetivo de minimizar os impactos gerados pela privação auditiva. Sendo assim, este trabalho visa contribuir para a prevenção e promoção da saúde auditiva, uma vez que se observa a falta de valorização da falha auditiva unilateral, assim como da perda auditiva unilateral. Ocasionando uma detecção tardia que poderá implicar em questões educacionais, de linguagem e psicológicas. Objetivos: Investigar os indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA) em crianças que apresentaram falha unilateral no teste e reteste da triagem auditiva neonatal universal (TANU). Métodos: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, sob CAAE: 26260819.7.0000.8040, parecer número 4.340.661. Foi realizada a análise do banco de dados de um Hospital Universitário da região sul do Brasil, no período entre maio de 2017 a maio de 2020. A amostra foi composta por um total de 2.100 bebês que falharam na TANU. Foram utilizados como critérios de inclusão: ter realizado a TANU com até 2 meses de vida e apresentado falha unilateral ou bilateral, independente de apresentar ou não os IRDAs. Foram excluídos os bebês que passaram na TANU. A análise estatística realizada foi descritiva e inferencial utilizando o teste Qui-quadrado, considerando o nível de significância de 5% (p<0.05). Resultados: Os IRDAs encontrados nos bebês que apresentaram falha unilateral no teste foram infecção intrauterina (1,6%), permanência na UTIn (1,5%), medicação ototóxica materna (2,2%), malformações ou síndromes (0,2%), histórico familiar (3,0%) e anomalias craniofaciais (0,2%). Não houve diferença significativa entre a falha na orelha direita e na orelha esquerda em todos os IRDA identificados no teste. Do total de bebês que falharam em uma orelha no teste (n=1.193), 713 passaram no reteste, 23 passaram, porém apresentaram IRDAs, 19 apresentaram falha bilateral e 27 continuaram apresentando falha unilateral (sem IRDAs). Do total de bebês com falha unilateral no teste, 411 não retornaram para o reteste da TANU. Conclusão: O presente estudo investigou os IRDA em bebês que apresentaram falha unilateral no teste da TANU, sendo verificado maior proporção do histórico familiar para perda auditiva, uso de medicação ototóxica, permanência na unidade de terapia intensiva neonatal e infecções intrauterinas. Não houve maior prevalência de IRDA associado a falha unilateral no teste da TANU, nem mesmo diferença quando comparado com os bebês que apresentaram falha bilateral no teste. Um percentual de 2,3% dos bebês que falharam unilateralmente no teste, retornaram para reteste e continuaram com falha unilateral, não apresentaram IRDA.

JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING. Year 2007 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Pediatrics. v.120, n.4, p. 898-921, 2007.
AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Task force on newborn and Infant Hearing Loss: Detection and Intervention. Pediatrics. v. 103, n.2, p. 527-530, 1999.
ROHLFS, ANNA-KATHARINA et al. Unilateral hearing loss in children: a retrospective study and a review of the current literature. European journal of pediatrics. V.176, n.4, p.475-486, 2017
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1019
ISSN 1983-1793X
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INDICATIVOS DE SINTOMAS PSICOLÓGICOS ASSOCIADOS ÀS ALGESIAS E QUEIXAS COCLEOVESTIBULARES RELATADAS POR PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Silva, E. D. ; Souza, B. D. M. ; Stefani, F. M. ; Santos, G. L. M. ; Scharlach, R.C. ;

Introdução: as principais manifestações da disfunção temporomandibular (DTM) envolvem dores orofaciais e queixas cocleovestibulares, além dos sintomas psicológicos que podem ser tanto a causa quanto a consequência desses achados. Esses sinais são capazes de reduzir drasticamente a qualidade de vida dos indivíduos que os possuem, por isso é muito importante a identificação de cada um e a consciência da multidisciplinaridade que esse diagnóstico pressupõe. A anamnese associada às escalas são materiais extremamente necessários para o reconhecimento das necessidades desses sujeitos. A escala de estresse, depressão e ansiedade (DASS-21) tem por objetivo medir estes estados emocionais e pode ser utilizada por qualquer profissional da saúde para triagem do paciente. Objetivo: descrever as queixas cocleovestibulares, algesias e sintomas psicológicos em pacientes com disfunção temporomandibular. Metodologia: estudo observacional, descritivo, de delineamento transversal realizado com adultos diagnosticados com DTM (muscular ou mista) pelo cirurgião dentista e atendidos em um centro especializado do sul do Brasil. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com parecer número 5268486. Os indivíduos foram submetidos à anamnese para levantamento das queixas cocleovestibulares e algesias, além da DASS-21, a fim de mensurar o nível dos sintomas psicológicos em cada participante, classificando-os em grau leve, moderado, severo e extremamente grave. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística descritiva. Resultados: a amostra foi composta por 31 indivíduos do sexo feminino com idade média de 28 anos. Dentre os sintomas psicológicos abordados no questionário o estresse foi o mais prevalente na população (80%), seguido pela ansiedade (64%) e depressão (48%). Apenas 10% dos pacientes não apresentaram quaisquer sintomas emocionais abordados. Quanto às algesias relatadas, 87% dos pacientes possuem pelo menos um tipo de dor relacionada à DTM, sendo a mais prevalente a cervicalgia (77%) e a menos prevalente a otalgia (13%). As queixas cocleovestibulares apresentadas foram plenitude aural (45%), tontura (58%) e zumbido (61%). Dos participantes que receberam indicativo de grau severo e extremante grave em pelo menos dois sintomas psicológicos (26%), apenas um sujeito (3,22%) não possui nenhuma queixa cocleovestibular e 100% apresentam algesias. Entre os participantes que apresentaram indicativo apenas de estresse (16%), 100% possuem pelo menos uma queixa cocleovestibular e duas ou mais queixas de algesias. Quando avaliado o sintoma de ansiedade isolado é possível identificar 6% dos sujeitos nessa categoria, sendo 100% deles com pelo menos uma queixa cocleovestibular e até duas queixas de algesias. O indicativo de depressão isolado foi observado em apenas um sujeito da amostra, este possui duas queixas cocleovestibulares e quatro sintomas de algesia. Conclusão: é imprescindível associar o quadro emocional dos pacientes com DTM às dores e queixas sentidas por estes. O acompanhamento psicológico deve fazer parte do tratamento desses sujeitos, com a finalidade de melhorar o prognóstico e a relação do paciente com suas queixas.

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2- CARLSON, CR.. Psychological Factors Associated with Orofacial Pains. Dental Clinics of North America, [S.L.], v. 51, n. 1, p. 145-160, jan. 2007.
3- DONNARUMMA, MC; MUZILLI, CA; FERREIRA, C; NEMR, K. Disfunções temporomandibulares: sinais, sintomas e abordagem multidisciplinar. Revista Cefac, [S.L.], v. 12, n. 5, p. 788-794, 23 abr. 2010.
4- FERNANDES, G; GONCALVES, DAG; SIQUEIRA, JTT; CAMPARIS, CM. Painful temporomandibular disorders, self reported tinnitus, and depression are highly associated. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, [S.L.], v. 71, n. 12, p. 943-947, 1 dez. 2013.
5- MARIN, Ramon; ROLIM, Gustavo Sattolo; GRANNER, Karen Mendes; MORAES, Antonio Bento Alves de. Tempomandibular Disorders and Psychological Factors: A Literature Review. Psicologia em Estudo, São Carlos, v. 27, n. 1, p. 1-14, abr. 2022.

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Página(s): p.902
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ÍNDICE DE MASSA CORPORAL ELEVADO COMO FATOR ASSOCIADO AO ZUMBIDO EM PESSOAS APÓS A COVID-19
FRANCO, P. P. R. ; M, L. L. M. ; M. G. M. ; CIQUINATO, D. S. A. ; BRANCO, B. H. M. ;

Introdução: Desde 2019, o mundo inteiro vive a pandemia do SARS-CoV-2, causador da COVID-19, que se espalhou rapidamente por todos os continentes, contaminou muitas pessoas, com imenso impacto epidemiológico de mortalidade e morbidade, que incluem alterações secundárias ao quadro viral agudo. Sintomas auditivos como perda da audição, plenitude auricular e zumbido, têm sido relatados em alguns estudos e associados a algumas comorbidades como a obesidade, mas ainda existem várias lacunas no entendimento e consenso sobre seu entendimento para um melhor manejo clínico desses casos. Objetivo: Verificar possível associação entre zumbido e o Índice de Massa Corporal (IMC) em pessoas após a COVID-19. Métodos: Este estudo se constitui em uma parte de desenho transversal de pesquisa mais ampla denominada "projeto Pós COVID-19". O comitê de ética em pesquisa com seres humanos aprovou o projeto da instituição (CAAE 18270919.1.0000.5539) e, previamente ao início do estudo, todos os pacientes foram informados sobre os objetivos e procedimentos a serem realizados e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de inclusão foram: ter sido diagnosticado com COVID-19 confirmado por meio de teste de antígeno com laudo ou teste diagnóstico molecular (RT-PCR), com no mínimo 30 dias depois da alta hospitalar ou fim do isolamento. Os critérios de exclusão foram: ter idade menor que 18 anos ou maior que 80 anos ou aqueles que não soubessem responder as questões relacionadas ao zumbido. A pesquisa foi realizada por meio de questionário padronizado do citado projeto com questões relacionadas a saúde, comorbidades e sintomas anteriores, durante e posteriores a COVID-19, entre eles o zumbido. A escala EVA foi utilizada para avaliar o grau de incômodo ou desconforto em pacientes com zumbido. Em seguida, foi realizada a avaliação clínica e de medidas antropométricas, com aferição do peso corporal, altura e posterior cálculo e classificação do IMC. O software SPSS versão para Windows foi utilizado para análise dos dados com IC de 95% e valor de significância p < 0,05, com aplicação dos testes de Mann-Whitney, Kruskal Wallis e Correlação de Spearman. Resultados: Participaram 192 pessoas, com média de idade de 47,8 ± 12,6 anos, dos quais 51,6% (n = 99) eram do sexo masculino. A prevalência de zumbido autorreferido foi de 27,1% (n = 52); destes, 14,1% estavam relacionados ao zumbido em pessoas durante ou após o COVID-19, com média da EVA do zumbido de 6,2 ± 2,5 pontos. Com IMC categórico demonstrando 10,5% (n = 22) pacientes estróficos; 39,5% (n = 75) com sobrepeso e 50% (n = 95) com obesidade. Houve diferença significativa para o IMC e zumbido (p =0,03), sendo que o grupo zumbido apresentou valores mais elevados. Conclusão: Sugere-se que a massa corporal mais elevada pode estar associada ao zumbido em pessoas após a COVID-19.

Chirakkal P, Al Hail AN, Zada N, Vijayakumar DS. COVID-19 and Tinnitus. Ear Nose Throat J. 2021 Apr;100(2_suppl):160S-162S
Jafari Z, Kolb BE, Mohajerani MH. Hearing Loss, Tinnitus, and Dizziness in COVID-19: A Systematic Review and Meta-Analysis. Can J Neurol Sci. 2022 Mar;49(2):184-195.
Marchiori LLM, Marchiori GM, Carlos P, Benites SL, Mendes MSB, Ciquinato DSA. Do Body Mass Index Levels Correlate with Tinnitus Among Teachers? Int Arch Otorhinolaryngol. 2021. 28;26(1):e063-e068.
Narozny W, Tretiakow D, Skorek A. Tinnitus in COVID-19 Pandemic. Ear Nose Throat J. 2021 Jun;100(3_suppl):197S-198S
Silva GM, Pesce GB, Martins DC, Carreira L, Fernandes CAM, Jacques AE. Obesidade como fator agravante da COVID-19 em adultos hospitalizados: revisão integrativa. Acta paul enferm [Internet]. 2021;34.


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Página(s): p.895
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INDIVÍDUOS COM QUEIXAS NA AUDIÇÃO, EQUILÍBRIO E MEMÓRIA PÓS A COVID-19
Pereira, L. C.C. ; Cardoso, M.J.F. ; Lopes, T.A. ; Matos, H.G.C. ; Cruz, P.C. ; Alvarenga, K. F. ; Jacob, L.C.B ;

Introdução: A doença do coronavírus (COVID-19) tem deixado sequelas que podem acometem os sistemas respiratório, cardíaco, metabólico, auditivo, vestibular, e sistema nervoso central, além de sintomas como fadiga, fraqueza e dores musculares e nos rins, dentre outros. Este contexto da COVID-19 trouxe a necessidade de estudos acerca dos seus sintomas e possíveis impactos na vida dos indivíduos mesmo após sua remissão. A literatura relata queixas auditivas, vestibulares e de memória durante e após a infecção. Objetivo: Identificar os sintomas auditivos, vestibulares e de memória manifestados pelos indivíduos que foram infectados pela COVID-19. Metodologia: Estudo observacional e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer 5.117.443. Os participantes foram recrutados por meio das mídias sociais. Utilizou-se para coleta de dados um questionário elaborado pelas pesquisadoras, contendo questões sobre quais sintomas foram presentes na COVID-19, bem como os subtestes de atenção, de orientação temporal e de memória do Instrumento de avaliação Neuropsicológica Breve- Neupsilin, que consiste em uma ferramenta de avaliação neuropsicológica. Resultados: Participaram 26 indivíduos positivados para a COVID-19 sem necessidade de hospitalização, que possuíam queixa auditiva, vestibular ou de memória após a infecção. A idade dos participantes variou entre 21 e 67 anos, 20 indivíduos do sexo feminino (76,9%) e 6 do sexo masculino (23,0%). A ocorrência dos sintomas presentes na doença foi: 12 (46,15%) referiram febre, 12 (46,15%) coriza, 13 (50%) tosse, 11 (42,30%) dor de garganta, 20 (76,92%) astenia, 5 (19,23%) náusea, 4 (15,38%) vômito, 7 (26,92%) diarreia, 1 (3,84%) conjuntivite, 20 (76,92%) dor de cabeça, 9 (34,61%) perda de paladar ou olfato, 9 (34,61%) hiporexia, 8 (30,77%) dores ou desconfortos, 6 (23,07%) dificuldade de respirar, 3 (11,53%) dor ou pressão no peito, 6 (23,07%) zumbido, 13 (50%) plenitude auricular, 6 (23,07%) otalgia, 3 (11,53%) prurido, 1 (3,84%) otite, 3 (11,53%) perda auditiva (PA), 9 (34,61%) vertigem/tontura, 2 (7,70%) desequilíbrio. No teste Neupsilin, 1 (3,84%) participante apresentou alteração na prova de orientação têmporo-espacial, 3 (11,53%) na memória de trabalho, 4 (15,38%) na memória verbal episódico-semântica, 3 (11,53%) na memória semântica de longo prazo, 3 (11,53%) na memória visual de curto prazo e 16 (61,53%) na memória prospectiva. Nenhum paciente apresentou alteração na prova de atenção. Ao considerar o escore total do subteste de memória, 3 (11,53%) indivíduos apresentaram resultados alterados. Conclusão: Observou-se a presença das queixas de zumbido, perda auditiva, plenitude auricular e otalgia, tontura, desequilíbrio, vertigem e dificuldade de memória nos indivíduos que tiveram a COVID-19. Contudo, ressalta-se a importância de estudos com amostras mais amplas e com a aplicação de avaliações comportamentais e objetivas da audição e equilíbrio.

1. MUSTAFA, M. W. M. Audiological profile of asymptomatic Covid-19 PCR-positive cases. American journal of otolaryngology, v. 41, n. 3, p. 102483, 2020.
2. LANG, B; HINTZE, J, CONLO, B. Coronavirus disease 2019 and sudden sensorineural hearing loss. J Laryngol Otol. 2020;1:1-3.
3. ROTHAN, H.A.; BYRAREDDY, S.N. The epidemiology and pathogenesis of coronavirus disease (COVID-19) outbreak. J Autoimmun. 2020;109:102433.
4. ALMUFARRIJ, I.; MUNRO, K. J. One year on: an updated systematic review of SARS-CoV-2, COVID-19 and audio-vestibular symptoms, International Journal of Audiology, 2021.
5. CARFÌ, A.; BERNABEI, R.; LANDI, F. Persistent Symptoms in Patients After Acute COVID-19. Jama. 2020; 324 (6): 603-605.
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Página(s): p.771
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INFLUÊNCIA DA IDADE E PERDA AUDITIVA NA PERCEPÇÃO DE FALA EM IDOSOS DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
De Poli, I. A. Q. ; Cruz, P. C. ; Cardoso, M. J. F. ; Matos, H. G. C. ; Alvarenga, K. F. ; Jacob, L. C. B. ;

Introdução: A população com idade superior a 60 anos está crescendo de forma mais acentuada que as demais faixas etárias, sendo este um fenômeno mundial. Este fato implica em conhecer detalhadamente os aspectos e diferenças entre as variadas idades que o paciente idoso pode alcançar. A queixa auditiva mais comum nesta população, com ou sem perda auditiva, é a dificuldade de compreender a fala, principalmente em ambientes ruidosos.
Objetivo: investigar a influência da idade, em diferentes faixas etárias de uma população de idosos, na perda auditiva e na percepção de fala na presença e na ausência de ruído competitivo.
Métodos: 246 participantes, com idade de 60 a 90 anos (x=73,30 ±7,04 IC95% 72,42-74,18), com perda auditiva sensorioneural simétrica de grau leve a severo. Os participantes foram divididos em 3 grupos, considerando a faixa etária (G1=60-70; G2=71-80; G3: 81-90) Os procedimentos realizados foram audiometria tonal liminar e avaliação da percepção de fala no ruído por meio do Hearing in Noise Test (HINT) com fones supra aurais, nas condições sem ruído competitivo (S), ruído frontal (RF), ruído à direita (RD), ruído à esquerda (RE) e ruído composto (RC). As variáveis idade, média dos limiares auditivos obtidos nas frequências de 500, 1000 e 2000 Hz e percepção de fala foram correlacionadas entre si por meio da correlação de Pearson, considerando correlação muito forte 0,9-1,0, forte 0,7-0,89 e moderada 0,4-0,69, e correlação significativa quando p ≤0,05. Ressalta-se que este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética da instituição proponente (Número do Parecer: 553.661).
Resultados: Para a amostra total, todas as correlações entre as três variáveis investigadas foram significativas para a idade (p<0,05), exceto para a variável HINT(S), porém nenhuma apresentou correlação moderada ou forte. Para as variáveis perda auditiva, encontrou-se resultado semelhante, porém com correlação moderada para as variáveis HINT(RF/RD/RE/RC). As análises por grupo permitiram analisar esta influência em cada faixa etária estudada, sendo que para os 3 grupos, houveram somente correlações fracas entre a idade e perda auditiva, bem como para a percepção de fala; ainda para o G1, as variáveis perda auditiva (OD) e percepção de fala apresentaram correlações moderadas (HINT(S/RF/RD)) e fortes (HINT(RE/RC)), enquanto que para OE, as correlações fortes foram para HINT(S/RD) e moderadas para HINT(S/RF/RE/RC). Para o G2, as variáveis perda auditiva (OD/OE) e percepção de fala apresentaram somente correlações moderadas (HINT(S/RF/RD/RE/RC). No G3, as correlações entre perda auditiva (OD/OE) foram moderadas para as situações de percepção de fala no ruído (HINT(RF/RD/RE/RC)) e forte para a situação sem ruído competitivo (HINT(S)). Em síntese, os resultados foram semelhantes para os três grupos.
Conclusões: A perda auditiva piora de acordo com o avanço da idade, indicando que indivíduos mais velhos tendem a ter uma perda auditiva de grau mais elevado, porém a idade absoluta não apresentou correlação direta com o desempenho da percepção de fala, no silêncio e no ruído. Contudo, a influência da perda auditiva na percepção de fala foi semelhante em todas as faixas etárias investigadas.

Bevilacqua MC, Banhara MR, Da Costa EA, Vignoly AB, Alvarenga KF. The Brazilian Portuguese Hearing in Noise Test. Int J Audiol. janeiro de 2008;47(6):364–5.

Gates GA, Mills JH. Presbycusis. The Lancet. setembro de 2005;366(9491):1111–20.

Kartal A, Konukseven O. Age-related altering temporal processing and binaural interaction functions in normal hearing individuals: Observational and cross-sectional study. Auris Nasus Larynx. agosto de 2021;48(4):615–21.

Mukaka MM. Statistics corner: A guide to appropriate use of correlation coefficient in medical research. Malawi Med J J Med Assoc Malawi. setembro de 2012;24(3):69–71.

World Health Organization. Hearing impairment grades [Internet]. 2014 [citado 23 de novembro de 2022]. Disponível em: www.who.int/pbd/ deafness/hearing_impairment_grades/en/

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.931
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INFLUÊNCIA DA PANDEMIA DE COVID-19 NA VIDA DE PACIENTES COM ZUMBIDO E RECURSOS BUSCADOS DURANTE ESSE PERÍODO
Matos, I.L. ; Ribeiro, A.S. ; Santos, C.S. ; Mondelli, F.C.G. ;

Introdução: O cenário pandêmico de COVID-19 mostrou grande interferência na saúde mental da população, podendo culminar na piora ou surgimento do zumbido. Decorrente do sintoma, o indivíduo afetado pode ser acometido por alterações no sistema nervoso central, desencadeando disfunções que levam a quadros de depressão, ansiedade, alterações na comunicação, cognição, convívio social, humor, saúde do sono, entre outros. Objetivo: analisar a influência da Pandemia de Covid-19 na vida de pacientes com zumbido e quais os recursos foram buscados durante esse período. Metodologia: Após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (109309/2021), foram avaliados 48 pacientes portadores de zumbido, atendidos em um serviço de saúde auditiva, sendo aplicado a versão adaptada e traduzida para o português brasileiro do questionário “Coping With Tinnitus During the COVID-19 Pandemic”. Resultados: O zumbido foi mais prevalente nos participantes do sexo feminino, sendo a média padrão de idade dentre os sexos de 61 anos. Dentre as desordens auditivas, foi maior a queixa de dificuldade de audição no ruído (DAR) e os entrevistados apresentavam o sintoma há cerca de 15 anos. Quanto às alterações de saúde geral e mental mais referida, está a Hipertensão Arterial Sistêmica e Ansiedade, respectivamente. Com a população em isolamento social parcial, foi observados sentimentos de tristeza, nervosismo e de preocupação, em suma quanto a viabilidade do acesso ao serviço de saúde auditiva e geral. Dentre os recursos mais buscados para lidar com a pandemia de COVID-19 encontram-se ter ficado junto a família e tempo ao ar livre.
Conclusão: Além de consultas com otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos associados ao serviço de saúde auditiva desta unidade, não houve procura por recursos adicionais para lidar com o zumbido dentre os indivíduos inclusos na amostra. Tempo de qualidade com a família e ao ar livre foram aliados aos indivíduos para lidar com a pandemia de COVID-19.

ANZIVINO, R. et al. Tinnitus revival during COVID‑19 lockdown: how to deal with it? European Archives of Oto-Rhino-Laryngology (2021), 278:295–296. Disponível: em: https://doi.org/10.1007/s00405-020-06147-9
AL-SWIAHB J, PARK SN. Characterization of tinnitus in different age groups: A retrospective review. Noise Health [serial online] 2016; 18:214-9. Disponível em: https://www.noiseandhealth.org/text.asp?2016/18/83/214/189240
AQUINO, E. M. L., LIMA, R. T. R. S. Medidas de distanciamento social no controle da pandemia de COVID-19: potenciais impactos e desafios no Brasil. Scielo Brasil, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232020256.1.10502020.
BERTUOL, B. et al. Zumbido, qualidade de vida e questões emocionais de sujeitos usuários de próteses auditivas. Revista Distúrbios da Comunicação, 2018. Disponível em:https://revistas.pucsp.br/index.php/dic/article/view/32973.
BEUKES, E. W. et al. Changes in Tinnitus Experiences During the COVID-19 Pandemic. Front. Public Health, 2020a. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpubh.2020.592878/full.
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INFLUÊNCIA DA PERDA AUDITIVA SENSORIONEURAL NA RESPOSTA DA VIA AUDITIVA CORTICAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Brito, I. C. R. ; Evangelista, C. K. S. ; Santos, A. B. ; Brazorotto, J. S. ; Cavalcanti, H. G. ; Taveira, K. V. M. ; Balen, S. A. ;

Introdução: O potencial evocado auditivo cortical (PEAC) são respostas bioelétricas da atividade do córtex auditivo e áreas associativas que ocorrem no sistema auditivo em resposta a um estímulo acústico. Suas respostas são influenciadas pelos processos maturacionais da via auditiva central, as quais podem ser consideradas marcadores do desenvolvimento, bem como podem sofrer influência da privação sensorial auditiva. Objetivo: Estudar a influência da perda auditiva sensorioneural na resposta auditiva cortical por meio de uma revisão sistemática. Metodologia: A revisão sistemática foi registrada no PROSPERO (n. CRD42021272520) e seguiu as recomendações do PRISMA. A pesquisa foi realizada em sete bases de dados (PuBMed, EMBASE, LILACS, LIVIVO, PsycINFO, Scopus e Web of Science) e na literatura cinzenta (Google Scholar, OpenGrey e ProQuest). Utilizou-se o acrônimo PICOS para a organização dos critérios de elegibilidade, com os seguintes correspondentes: população de interesse (P) pessoas com perda auditiva neurossensorial unilateral ou bilateral de qualquer grau que se submeteram a avaliação por meio de potenciais auditivos corticais; intervenção (I) potencial evocado auditivo cortical (complexo P1, N1, P2); controle (C) pessoas com audição dentro dos limiares de normalidade; outcome (O) latência, amplitude e morfologia de P1, N1 e N2 e os tipos de estudo (S) observacionais, transversais e de coorte. Assim, os estudos observacionais selecionados incluíram sujeitos de todas as faixas-etárias normo-ouvintes e com perda auditiva sensorioneural. Todos realizaram o potencial evocado auditivo cortical com estímulos de consoante-vogal (CV). Foram extraídas informações sobre os sujeitos, características dos estímulos e do protocolo de aquisição, bem como a latência e a amplitude do complexo P1-N1-P2-N2. Resultados: Foram identificados 928 estudos, sendo 713 na primeira busca e 215 na atualização, sendo incluídos sete ao final. Os artigos analisados evidenciaram que há diferença entre as latências e amplitudes das respostas corticais entre os grupos, sendo que o estímulo /da/ apresenta maior latência entres os outros estímulos CV utilizados (/ba/, /ga/, /pa/, /ta/ e /ka/). Notou-se, ainda, uma variabilidade quanto aos processos para a realização do PEAC, uma vez que os parâmetros de aquisição se apresentaram diferentes, especialmente em relação às características dos estímulos, como intensidade, duração, número e taxa de apresentação. Conclusão: Há influência da perda auditiva sensorioneural na resposta da via auditiva cortical, sendo o Potencial Evocado Auditivo Cortical nestes indivíduos caracterizado com maior latência e menor amplitude, evidenciando o impacto da alteração coclear no processamento cortical da via auditiva. Os achados sugerem a presença de atrasos maturacionais e/ou déficits no processamento auditivo central nos sujeitos com perda auditiva. Um consenso nos parâmetros de aquisição pode contribuir para futuros estudos científicos e para sua aplicabilidade clínica.

Al-Zidi, M. G., Santhosh, J., Ng, S., Bakar, A. R. A., & Ibrahim , I. A. (2017). Cortical auditory evoked potentials as indicators of hearing aids performance in speech perception. Journal of Engg. Research, 5(4), 74-94
Bruckmann, M., Didoné, D. D., & Garcia, M. V. (2018). Privação sensorial auditiva e sua relação com os potenciais evocados auditivos de longa latência. Distúrbios da Comunicação, 30(1), 43-51.
Freitas, T. V. D., & Lewis, D. R. (2015). Potencial evocado auditivo de longa latência em crianças com deficiência auditiva sensorioneural e usuárias de aparelho de amplificação sonora individual. Distúrbios da Comunicação, 27(3).
Frizzo, Ana Claudia Figueiredo; REIS, Ana Claudia Mirândola Barbosa. Potenciais Evocados Auditivos de Média e Longa Latências. In: MARCHESAN, Irene Queiroz; SILVA, Hilton Justino da; TOMÉ, Marileda Cattelan. Tratado das especialidades em Fonoaudiologia. 1. ed. São Paulo: Roca, 2014. cap. 117, p. 908-911. ISBN 9788527726412.
Palaniswami, H., Abraham, A., & Yerraguntla, K. (2022). Auditory cortical stimulability in non habilitated individuals – An evidence from CAEPs. Journal of Otology, 17(3), 146–155. https://doi.org/10.1016/j.joto.2022.05.001
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Página(s): p.723
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INFLUÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DA FERRAMENTA SPAN NO DESEMPENHO AUDITIVO E NA PROGRAMAÇÃO DE USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR COM ELETRODOS DESABILITADOS: RELATO DE CASO
Santana Junior, C. A. C. ; Fernandes, J. S. Z. ; Lourençone, L. F. M. ;

A marca de Implante Coclear (IC) Advanced Bionics (AB) desenvolveu uma ferramenta de gerenciamento de eletrodos chamada SPAN, que é utilizada nos casos que há eletrodos desabilitados e que, ainda, tenham eletrodos ativos nas suas adjacências, de modo que aquele contato que foi desabilitado continue estimulando a fibra do nervo auditivo com os outros eletrodos laterais habilitados assumindo a função do eletrodo em SPAN, mantendo assim, o número total de canais espectrais e o desempenho auditivo com o uso do dispositivo. O objetivo do presente estudo foi verificar o impacto da utilização da ferramenta de gerenciamento de eletrodos SPAN no desempenho auditivo de um usuário de implante coclear com eletrodo desabilitado. Trata-se de uma revisão retrospectiva dos dados do prontuário de um paciente do sexo masculino, 14 anos de idade, matriculado na Seção de Implante Coclear do HRAC-USP e usuário de Implante Coclear bilateral sequencial da marca AB (Componente interno, HiRes 90K na Orelha esquerda e HiRes Ultra HiFocus Ms na Orelha Direita; Componente externo, Naida Ci Q90 bilateralmente). Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da referida instituição proponente sob parecer: 5.262.077. Foi realizada análise do arquivo de programação paciente no software Sound Wave na versão 3.2, e assim obtidos os dados referentes a telemetria de impedância, telemetria de respostas neurais (TNRI), mapeamento e seus devidos parâmetros de programação. Por fim, foi realizada também análise dos dados da validação do mapeamento, com o propósito de verificar as repercussões da utilização da ferramenta SPAN no desempenho auditivo. O IC do lado direito se enquadrou aos critérios de inclusão desse estudo, já que o paciente teve ausência de resposta na TNRI no eletrodo 13 e, ainda, ausência da percepção de crescimento de loudness durante o mapeamento para o mesmo eletrodo. Sendo assim, o eletrodo 13 foi desligado, enquanto os demais eletrodos estavam sem alteração. Na audiometria em campo livre o paciente teve ausência de resposta na frequência de 3KHz no máximo de intensidade suportado pelo equipamento (80dB) e demais limiares com valores de 45dB em 500Hz, 55dB em 1KHz, 55dB em 2KHz e 35dB em 4KHz. Levando em consideração tais resultados, foi habilitada a ferramenta SPAN no E13. Na reavaliação após os ajustes no mapa o paciente respondeu para a frequência de 3KHz em 25dB e nas demais frequências, 30dB em 500Hz, 35dB em 1KHz, 25dB em 2KHz e 35dB em 4KHz. Além disso, foi realizado o teste de percepção de fala (Delgado, a viva voz), tendo os seguintes resultados, sem o SPAN: 40% de reconhecimento de fonemas (RF), 20% de reconhecimento de palavras (RP); com o SPAN: 55% de RF 45% de RP. O estudo concluiu que nos casos de desabilitação de eletrodos defeituosos, a ferramenta de gerenciamento de eletrodos SPAN pode restaurar amplamente o desempenho auditivo com a estratégia de processamento de fala HiRes120 ao nível suportado por uma matriz de eletrodos intacta. Além de manter a faixa de frequência e outros parâmetros de programação com as mesmas informações quando comparado a um paciente sem eletrodo desabilitado.

Saoji, A., Litvak, L., & Boyle, P. (2010). SPAN: improved current steering on the advanced bionics CII and HiRes90K system. Cochlear Implants International, 11 Suppl 1, 465–468. https://doi.org/10.1179/146701010X12671177204381
de Melo, T. M., Bevilacqua, M. C., & Costa, O. A. (2012). Speech perception in cochlear implant users with the HiRes 120 strategy: A systematic review. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 78(3), 129–133. https://doi.org/10.1590/S1808-86942012000300021
FRIJNS, Johan H.M.; SNEL-BONGERS, Jorien; VELLINGA, Dirk; SCHRAGE, Erik; VANPOUCKE, Filiep J.; BRIAIRE, Jeroen J. Restoring speech perception with cochlear implants by spanning defective electrode contacts. Acta Oto-Laryngologica, vol. 133, no. 4, p. 394–399, Apr. 2013. https://doi.org/10.3109/00016489.2012.754107.
Zeitler, D. M., Lalwani, A. K., Roland, J. T., Habib, M. G., Gudis, D., & Waltzman, S. B. (2009). The effects of cochlear implant electrode deactivation on speech perception and in predicting device failure. Otology and Neurotology, 30(1), 7–13. https://doi.org/10.1097/MAO.0b013e31818a08ba
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Página(s): p.720
ISSN 1983-1793X
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INSTRUMENTOS DE QUALIDADE DE VIDA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM PERDAS AUDITIVAS: REVISÃO DE ESCOPO
Trescastro, M.P ; Reis, R.A. ; Conacci, B.J. ;

INTRODUÇÃO: A perda auditiva causa impacto na comunicação, socialização e desempenho educacional. A qualidade de vida é um indicador que pode contribuir para a análise dos benefícios decorrentes de intervenções terapêuticas, contribuindo com a mensuração de resultados em serviços, que podem influenciar o processo de tomada de decisão para a definição de políticas públicas voltadas à população, ou identificar potencialidades e fragilidades nas ações já vigentes. OBJETIVO: Identificar instrumentos validados que avaliem a qualidade de vida de crianças e adolescentes com perda auditiva, usuários de próteses auditivas. METODOLOGIA: Para a extração dos dados, foi escolhida a Revisão de Escopo. Foram realizadas leituras prévias de artigos e manuais, complementadas por discussões com especialista, reunião com bibliotecária, diversas experimentações e adequações para a definição da chave de busca. Apoiados pelo Manual do Instituto Joanna Briggs e Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews, foi definida a questão, por meio da estratégia mais adequada, no caso, População, Conceito e Contexto. Optou-se por trabalhar com o acesso CAFe, pelo portal de periódicos CAPES, inicialmente, os Mesh Terms foram explorados, para a escolha dos descritores, articulados por operadores booleanos. Também foram incluídas palavras-chave em título e resumo. A partir da busca realizada nas bases de dados previamente selecionadas PubMed, Web Of Science e Embase, foi possível selecionar quatro instrumentos que se encaixaram nos critérios de inclusão. Não houve restrição de língua ou período. RESULTADOS: Todos os questionários foram desenvolvidos em inglês. O Quality of Life Measure for Adolescents and Children (2010), com versões separadas para crianças (35 itens) e adolescentes (47 itens), contempla uma faixa etária entre 7 e 17 anos. O Youth Quality of Life Instrument-Deaf and Hard of Hearing Module (YQOL-DHH), (2011), para adolescentes entre 11 e 18 anos possui 32 itens entre 3 domínios: Autoaceitação, Estigma percebido e Participação. É único com versão concomitante em outra língua (Tamil). The Impact of Hearing Loss on Children (IHL-C) (2015), o mais extenso dos questionários, com 69 itens entre 6 domínios: Implicações educacionais, Integração social, Bem-estar psicossocial, Fala, Linguagem e comunicação, Relações familiares e Funcionamento geral. Já o Hearing-Related Infant/Toddler and Parent Quality of Life (HIP-QL) (2020) separa 17 itens entre 4 domínios: auditivo/comunicação, comportamento, temperamento, gestão e fatores dirigidos pelos pais. Este é o único que apresenta versão para pais de bebês e crianças. Todos os instrumentos envolveram, de alguma forma, opinião de especialistas, participação dos pais/cuidadores, crianças e adolescentes na construção dos itens. Houve significativa variação no número de participantes envolvidos no processo, de 19 a 420 pessoas, em relação aos testes de validação realizados. Assim, recomendou-se uma análise da qualidade metodológica dos estudos, em andamento. CONCLUSÃO: Evidencia-se que, nas plataformas buscadas, há uma ausência de instrumentos disponíveis para a língua portuguesa falada no Brasil. A utilização de instrumentos específicos é fundamental para contribuir com a avaliação da Política Nacional de Saúde Auditiva e o resultado dos procedimentos de intervenção clínica conduzidos a partir de suas diretrizes.

PATRICK, D. et al. Validation of a Quality-of-Life Measure for Deaf or Hard of Hearing Youth. Otolaryngology--head and neck surgery : official journal of American Academy of Otolaryngology-Head and Neck Surgery, v. 145, p. 137–45, 2011. Disponível em: < https://www.researchgate.net/publication/51051574_Validation_of_a_Quality-of-Life_Measure_for_Deaf_or_Hard_of_Hearing_Youth>. Acesso em: 20 jan. 2023.
TRICCO, Andrea C. et al. PRISMA extension for scoping reviews (PRISMA-ScR): checklist and explanation. Annals of internal medicine, v. 169, n. 7, p. 467-473, 2018. Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2023.
RAJ, L. J.; PITCHAI, S. The Development of a New Quality of Life Questionnaire for Children with Hearing Loss - The Impact of Hearing Loss on Children (IHL-C): Field Testing and Psychometric Evaluation. Disability, CBR & Inclusive Development, v. 26, n. 1, p. 25, 2015. Disponível em: < https://pdfs.semanticscholar.org/f358/5e242f7cb60bb5e18a0ff73f0abbd5dbcf58.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2023.
SOLA, A. M. et al. Validation of a Hearing-Related Quality-of-Life Questionnaire for Parents and Deaf or Hard-of-Hearing Infants and Toddlers. Otolaryngology–Head and Neck Surgery, v. 165, n. 2, p. 360–369, 2021. Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2023.
UMANSKY, A. Quality of life measure for adolescents and children with hearing loss. Independent Studies and Capstones, 2008. Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2023.
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Página(s): p.997
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INTERVENÇÕES MUSICAIS EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.
Moret, A. L. M. ; Razabone, L. C. ; Angelo, T. C. S. ; Silva, C. E. ; Jacob, R. T. S. ; Lopes, N. B. F. ;

Introdução: Estudos mostram que intervenções musicais são estratégias eficazes para promover diversos tipos de habilidades desenvolvendo o ser humano de forma integral e global. Todo indivíduo nasce com aptidão musical e quanto antes for exposto a um ambiente musical rico, sua aptidão consequentemente poderá atingir seu potencial máximo. Ademais, as experiências auditivas desde a gestação e especialmente nos primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento auditivo do indivíduo. No caso de pessoas com deficiência auditiva do tipo sensorioneural, devido à privação sonora observa-se maior dificuldade no desenvolvimento das habilidades auditivas, de fala e linguagem bem como sociais. Dessa forma, o diagnóstico e reabilitação precoces são fundamentais para promover o desenvolvimento dessas habilidades, pois são nos primeiros cinco anos de vida que a plasticidade neuronal auditiva está em seu ápice. Objetivos: Analisar intervenções musicais em crianças com deficiência auditiva (educação musical, musicoterapia, apreciação e percepção musical) que estão no período sensível e crítico da plasticidade neuronal. Metodologia: Por ser uma revisão integrativa, este estudo seguiu os critérios estabelecidos por Cooper (1984) divididos em seis etapas. Foi realizada a busca bibliográfica nas bases de dados para pesquisa de artigos científicos indexados em março de 2021: CENTRAL, MEDLINE, EMBASE, CINAHL, ICTPR, PubMed, LILACS, SciELO, A&HCI, SSCI, CPCI-SSH e WORLDCAT. Não foram aplicados limites de data e idioma. Como critério de seleção foram selecionados nessa revisão integrativa estudos com crianças de até cinco anos de idade com deficiência auditiva sensorioneural expostas à algum tipo de intervenção musical com desenho de estudo clínico randomizado. Resultados: Foram encontrados 527 estudos por meio da estratégia de busca, destes, 29 estudos estavam de acordo com os critérios de seleção e contemplavam amostras com crianças de até cinco anos de idade com deficiência auditiva sensorioneural. Conclusão: Todos os 29 estudos mostraram que a música é considerada uma intervenção benéfica em crianças tanto com audição típica como em crianças com deficiência auditiva usuárias de dispositivos eletrônicos. Porém, não foram encontrados estudos clínicos randomizados com uma descrição detalhada sobre o tipo de intervenção musical em crianças com deficiência auditiva sensorioneural no período sensível e crítico de desenvolvimento neuronal auditivo. Constatou-se que todos os estudos analisados não eram estudos clínicos randomizados. No entanto, as análises realizadas nessa revisão integrativa podem servir como um apoio e estímulo para que futuros pesquisadores possam conduzir novos estudos sobre os benefícios das intervenções musicais em crianças com deficiência auditiva sensorioneural no período sensível e crítico de desenvolvimento neuronal auditivo. As análises realizadas apontaram que se fazem necessários a descrição e o detalhamento do tipo de intervenção musical, para que seja feita uma comparação entre sujeitos de mesma faixa etária e uma intervenção musical coerente que respeite as etapas do desenvolvimento infantil bem como musical. Recomenda-se que os estudos clínicos randomizados que investiguem as evidências científicas sobre o tipo de intervenção musical contemplem a presença de um educador musical ou musicoterapeuta para que não ocorram divergências e equívocos musicais. Descritores: Music; Hearing Loss; Child.

ALTENMÜLLER, E. (2016). Music as a driver for brain plasticity. Clinical Neurophysiology, 127(3), e22.

ALVARENGA, K. D. F., Vicente, L. C., Lopes, R. C. F., Ventura, L. M. P., Bevilacqua, M. C., & Moret, A. L. M. (2013, November). Desenvolvimento do potencial evocado auditivo cortical P1 em crianças com perda auditiva sensorioneural após o implante coclear: estudo longitudinal. In CoDAS (Vol. 25, pp. 521-526). Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.

CHEN, J. K. C., et al. Music training improves pitch perception in prelingually deafened children with cochlear implantation. Pediatrics, 2010.

CHENG, X. et al. Music Training Can Improve Music and Speech Perception in Pediatric MandarinSpeaking Cochlear Implant Users. Trends in Hearing, 2018.

GFELLER, K. Music-based training for pediatric CI recipients: A systematic analysis of published studies. European Annals of Otorhinolaryngology, Head and Neck Diseases, 2016.

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Página(s): p.869
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INVESTIGAÇÃO DA AUDIÇÃO EM INDIVÍDUOS SINTOMÁTICOS PARA COVID-19
Kaminski, K. ; Pereira, E.B. ; Roggia, S.M ; Silva, D.P.C. ;

Introdução: As perdas auditivas podem surgir em decorrência de inúmeros fatores, um deles é a exposição a doenças infecciosas causadas por bactérias, fungos ou vírus. A relação entre infecções virais e perda auditiva dependem da característica de cada vírus, se é congênita ou adquirida e se pode afetar de forma unilateral ou bilateral. É necessário entender como a infecção por coronavírus (COVID-19) atua no sistema auditivo e há relatos de queixas auditivas, tanto uni como bilateral, de graus e tipos variados, em indivíduos contaminados pela COVID-19, sem qualquer outro sintoma, o que reforça a importância de se investigar a audição dos indivíduos infectados. Objetivo: Investigar a acuidade auditiva e integridade do sistema auditivo em indivíduos adultos sintomáticos e com RT-PCR positivo para COVID-19. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional transversal analítico, aprovado no comitê de ética (protocolo: 46189021.2.0000.0121), realizado em adultos (de 18 a 59 anos de idade) que tiveram COVID-19 de forma sintomática, que foram comparados com um grupo controle. A avaliação audiológica consistiu em: medidas de imitância acústica, audiometria tonal liminar (ATL) convencional e de altas frequências, emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente (EOET) e potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE). A coleta foi realizada em um serviço público, no período de novembro de 2021 a outubro de 2022. Foi realizada a análise descritiva, que compreendeu medidas de tendência central (média e mediana) e de dispersão (desvio padrão e percentis). Além da estatística descritiva, foi realizada a estatística inferencial, por meio do teste t de Student, para comparação de duas amostras independentes com distribuição normal, ou por meio do teste de Mann-Whitney, para comparação de duas amostras independentes sem distribuição normal, para a análise quantitativa dos resultados de todos os testes auditivos (ATL, AAF, EOET e PEATE). Para a verificar a relação das amplitudes de respostas das EOET e os limiares auditivos de via aérea da ATL foi aplicado o teste de correlação de Spearman. Foi adotado o nível de significância de 5% (p≤0,05) sendo os dados analisados no software Jamovi, versão 2.2.5. Resultados: Não foram encontradas alterações de orelha média. Os limiares auditivos estavam dentro dos padrões de normalidade para a maioria dos indivíduos do grupo COVID-19, sendo significativamente maiores para as frequências de 1000, 2000 e 3000 Hz à direita e para 500 e 6000 Hz à esquerda. A amplitude das EOET foi significativamente menor 3 nas bandas de frequências de 1500 à direita e nas de 1000 e 2000 Hz à esquerda. Houve correlação significativa e negativa para as frequências de 1000, 2000 e 3000 Hz, de ambas as orelhas, entre EOET e ATL. Conclusão: Indivíduos adultos sintomáticos para COVID-19 não tiveram perda auditiva, entretanto apresentaram aumento dos limiares auditivos na ATL. As amplitudes de resposta das EOET foram menores e tiveram correlação negativa com os limiares da ATL, o que mostrou diminuição da atividade das células ciliadas externas, nesta população.

- Kilic O, Kalcioglu MT, Cag Y, Tuysuz O, Pektas E, Caskurlu H, et al. Could sudden sensorineural hearing loss be the sole manifestation of COVID-19? An investigation into SARS-COV-2 in the etiology of sudden sensorineural hearing loss. Int J Infec Dis. 2020; 97: 208-11.
- Ribeiro GE, Silva DP. Audiological implications of COVID-19: an integrative literature review. Rev Cefac. 2021; 23: 1-7.
- Saniasiaya J. Hearing Loss in SARS-CoV-2: What Do We Know? Ear Nose Throat J. 2021; 100: 152–4.
- Dusan M, Milan S, Nikola D. COVID‐19 caused hearing loss. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2022; 279:2363–72.
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Página(s): p.922
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INVESTIGAÇÃO DO FENÔMENO SOCIAL DE VIOLÊNCIA NO CONTEXTO DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Kawamura, J. C. ; Bernal, R. O. ; Bonfim, E. O. ; Marques, D. V. ; Oliveira, J. R. M. ; Mondelli, M. F. C. G. ;

Introdução: a dificuldade de comunicação que permeia a realidade de indivíduos com deficiência auditiva pode trazer situação de conflito entre esse e seu interlocutor e gerar consequências indesejáveis e desagradáveis. Tal situação pode ser traduzida como “violência no contexto da deficiência auditiva” e é muito comum de ocorrer. No entanto, essa temática é pouco estudada e investigada, mas necessita de um olhar dos profissionais que cuidam do indivíduo com deficiência auditiva, a fim de auxiliá-lo de diferentes modos, seja orientando sobre as condutas a serem tomadas, ou quanto à pratica da auto defesa, entendida como autoadvocacia. Em hipótese alguma este cenário deve ser negligenciado. Objetivo: Esta pesquisa teve como objetivo elaborar um questionário auto aplicável para indivíduos com deficiência auditiva sobre o tema “violência no contexto de deficiência auditiva/surdez” nas situações de comunicação do cotidiano. Metodologia: estudo com aprovação ética (5.167.261). Para elaboração do conteúdo do questionário seguiu-se delineamento metodológico do tipo bibliográfico com buscas amplas nas bases científicas quanto às temáticas “violência no contexto de deficiência auditiva/surdez” e “autoadvocacia”. A estruturação do questionário seguiu a formulação de questões cujas alternativas de resposta foram dicotômicas e politômicas com a possibilidade de assinalar mais de uma alternativa, além de conter uma questão reflexiva. O questionário foi submetido ao julgamento de profissionais da Fonoaudiologia, Psicologia e Assistente Sociais que avaliaram os domínios: clareza de linguagem, pertinência teórica e relevância prática para resultar no coeficiente de validação de conteúdo. Resultados: A estruturação do questionário contemplou dados de identificação, dados sociais, audiológicos e 17 questões sobre violência no contexto de "deficiência auditiva” e “autoadvocacia”, além de uma questão reflexiva sobre a temática, informando qual palavra define a situação vivenciada, ou seja, sobre deficiência auditiva/surdez e violência. Na avaliação dos juízes com relação ao domínio clareza de linguagem, somente 4 questões foram avaliadas como inaceitáveis por meio do CVC corrigido, mas nenhuma questão nos domínios: pertinência teórica e relevância prática, portanto esses últimos domínios todos foram aceitáveis. Os que foram aceitáveis, a questão permaneceu idêntica, todavia, as questões com resultado inaceitável, foram revistas conforme as sugestões dos juízes. Conclusão: com base em referencial teórico foi elaborado o questionário denominado “Questionário sobre investigação da violência no contexto da deficiência auditiva/surdez” e esse foi submetido ao processo de julgamento do seu conteúdo por juízes com expertise, estando, ao final, adequado para a aplicação clínica.

QUEIROZ, E. C. C. et al. A violência contra a pessoa com deficiência. Revista Nacional de Reabilitação: Reação, São Paulo, 2020.

DANTAS, T. C. Vivência de empoderamento e autoadvocacia de pessoas com deficiência: um estudo no Brasil e no Canadá. 2015. 19 p. 37a Reunião Nacional da ANPEd, Florianópolis.

TEST, D.W.; FOWLER, C. H.; BREWER, D. M.; EDDY, S. A conceptual framework of self-advocacy for students with disabilities. Remedial Spec Educ. 2005. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1177/07419325050260010601. Acesso em: 13 set 2021.
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Página(s): p.935
ISSN 1983-1793X
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INVESTIGAÇÃO DO ZUMBIDO EM INDIVÍDUOS PÓS INFECÇÃO POR COVID-19
Corguinha, A.S.M. ; Mielle, L.P ; Maximiano, M.V.A. ; Santos, R.R.R. ; Rocha, C.H. ; Moreira, R.R. ; Neves-Lobo, I.F. ; Goulart, A.C. ; Matas, C.G. ; Samelli, A.G. ;

Introdução: O Covid 19 é considerado uma infecção viral que resulta em uma síndrome respiratória aguda grave, ocasionada pelo vírus SARS-CoV-2. Em alguns casos em que os pacientes contraíram o vírus e se recuperaram, foram observadas diversas sequelas, podendo ser temporárias ou duradouras, como falta de olfato e/ou paladar, fadiga, dor no peito, zumbido, entre outras. O zumbido é caracterizado por uma percepção consciente de uma sensação auditiva na ausência de um estímulo externo correspondente, ocasionando prejuízo à qualidade de vida. Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi identificar a presença e caracterizar o zumbido em indivíduos pós infecção por COVID19. Metodologia: Participaram do estudo 42 indivíduos com COVID confirmado, predominando o sexo feminino (71,4%), e com média de idade de 37,9 anos. Todos os participantes assinaram o TCLE do estudo, que obteve aprovação do CEP da instituição (Aprovação nº 4.942.911). Os indivíduos realizaram avaliação audiológica completa. Os procedimentos específicos do presente estudo foram: questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI), composto por 25 questões, que identifica o impacto do zumbido sobre a qualidade de vida do indivíduo; acufenometria, avaliação que tem o objetivo de quantificar o zumbido (pitch e loudness); e potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE). Na análise estatística foram usados os testes Anova e Quiquadrado. Resultados: Dos 42 participantes, 11 (26,19%) apresentaram queixa de zumbido após a infecção por COVID-19. O grupo com zumbido (GE) apresentou média de idade maior quando comparado ao grupo sem zumbido (GC), com diferença significante (valor de p=0,039). Na audiometria tonal, houve predomínio de limiares auditivos mais elevados no GE, com diferenças estatisticamente significantes nas frequências de 0,25 kHz e 1 kHz. Na acufenometria, 80% dos participantes do GE relataram que o zumbido apresentava pitch acima de 12 kHz, e 87,5% apresentaram handicap de desprezível a leve no THI. Na comparação da presença de perda auditiva e zumbido, em ambos os grupos, houve prevalência de indivíduos com audição normal, sem diferença significante entre os grupos (Qui-quadrado valor de p=0,923). No PEATE, foi observado maior número de indivíduos do GE com alteração de latências, mas sem diferença significante (valor de p=0,391). Conclusão: Nossos resultados sugerem que o novo coronavírus pode apresentar o zumbido como possível sequela da infecção. Devido à diversas variáveis envolvidas no presente estudo, os resultados devem ser considerados com parcimônia. No entanto, avaliações audiológicas são fundamentais em pacientes pós Covid-19, futuros estudos são de grande importância.


1. BRASIL. Ministério da Saúde. O que é a Covid-19?, 2021. Disponível em:
<https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/o-que-e-o-coronavirus>. Acesso
em: 3 de maio de 2022.
2. Iser, B. P. M., Sliva, I., Raymundo, V. T., Poleto, M. B., Schuelter-Trevisol, F.,
& Bobinski, F. (2020). Definição de caso suspeito da COVID-19: uma
revisão narrativa dos sinais e sintomas mais frequentes entre os casos
confirmados. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 29(3). doi:10.5123/s1679-
49742020000300018.
3. Pinto, P. C. L., Sanchez, T. G., & Tomita, S. (2010). Avaliação da relação
entre severidade do zumbido e perda auditiva, sexo e idade do paciente.
Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 76(1), 18–24. doi:10.1590/s1808-
86942010000100004.
4. Piccirillo, J. F., Rodebaugh, T. L., & Lenze, E. J. (2020). Tinnitus. JAMA,
323(15), 1497. doi:10.1001/jama.2020.0697.
5. Stegeman, I., Eikelboom, R. H., Smit, A. L., Baguley, D. M., Bucks, R. S.,
Stokroos, R. J., … Atlas, M. D. (2021). Tinnitus and its associations with
general health, mental health and hearing loss. Progress in Brain
Research, 431–450. doi:10.1016/bs.pbr.2021.01.023.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.778
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LEITURA COMPARTILHADA EM FAMÍLIA COM CRIANÇA SURDA ORALIZADA: ESTRATÉGIAS DE COACHING FONOAUDIOLÓGICO EM REABILITAÇÃO AUDITIVA
Silva, G.N.O. ; Silva, A. A. ; Grassi, J. ; Albuquerque, G.S. ; Pessoa-Almeida, A. ; Chiriboga, L.F. ;

A leitura compartilhada em família favorece competências sócio-emocionais, cognitivas, culturais, outrossim, de desenvolvimento de linguagem. Precipuamente na criança surda oralizada, oportuniza, em estratégias de percepção e produção da fala, a coadunar táticas em prol da linguagem oral-verbal alicerçadas no acesso e desenvolvimento de habilidades auditivas. A reabilitação com foco na família que preconiza coaching encoraja usos vantajosos de táticas com supremacia de informações, influencia mudanças e gerencia novas oportunidades de construção das situações dialógicas, a promover a literacia das famílias. Considerando este papel do fonoaudiólogo, compreender sobre características da interação familiar construídas singularmente benfazeja o olhar acurado enquanto fortes preditores ao processo de desenvolvimento biopsicossocial e caracteriza balizadores na reabilitação. Este estudo visou descrever e analisar a leitura compartilhada da família com crianças surdas oralizadas pré-escolares, em momentos pré e pós intervenção de coaching do fonoaudiólogo. Foi desenvolvido em um ambulatório universitário público instalado em clínica escola e que está congregado a um serviço de alta complexidade da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência do Sistema Único de Saúde brasileiro. Congrega ensino em estágio, assistência e, conjuntamente, projeto de extensão com pesquisa. A aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) ocorreu sob registro CAAE 5.400.678. Determinou-se amostra por conveniência: duas crianças em fase de pré-alfabetização da mesma família, com idades de quatro e seis anos, sendo irmãos surdos oralizados engajados semanalmente em atendimento individual de fonoterapia. Neste recorte abordou-se vicissitudes sobre equivalente família, a mapear diversificados e singulares recursos para construir dialogia em cena de leitura compartilhada com respectivos filhos. Foram realizadas videogravações de duas sessões de fonoterapia com cada criança e mãe em momento pré (em que foram solicitados a escolherem um livro, levá-lo até a sala de fonoterapia e realizarem a leitura compartilhada, sem intervenção do fonoaudiólogo) e pós coaching fonoaudiológico (em que sucedeu-se nova solicitação para que realizassem a leitura compartilhada a partir da intervenção fonoaudiológica de coaching). Entre os dois momentos a videogravação foi transcrita e analisada em supervisão clínica com os terapeutas estagiários. Sistematizou-se os dados a partir de um roteiro traduzido ao português brasileiro, a descrever sobre principais estratégias adotadas nas relações de interlocução de leitura compartilhada. A análise comparativa dos diferentes momentos, para ambas crianças, pré e pós coaching fonoaudiológico, permitiu detalhar diversificadas instâncias - fonéticas, fonológicas, morfológicas, sintáticas, semânticas e pragmáticas - alicerçadas em processos de detecção, discriminação, reconhecimento, compreensão auditivas e de construção de processamento auditivo central, em condições psicoacústicas e lúdicas favoráveis a cada ocasião e criança. Elementos estratégicos assertivamente percebidos coadunam para planejamento e aplicabilidade de táticas ao incremento de cadência discursiva entre interlocutores oportunizados em: interpretarem, parafrasearem, repetirem (feedback acústico-articulatório), apropriarem de destaques acústicos, porora em oferta bimodal todavia a sincronizarem ordenação de estímulos, em prol de expandirem vocabulário, exemplificadamente, dentre outras. Conquanto do elevado envolvimento do familiar, notou-se repercussão de incentivos com família, a balizar e circunscrever estratégias positivas, reformulações de reflexões, contínua autopercepção a elevar o conhecimento conforme cada etapa de sua criança. A videogravação pode ser recurso suplementares na assertividade para a reabilitação.

1- Lyn Robertson, Denise Wray. Development of literacy in auditory-verbal therapy. In: Warren E, Helen Mc M, Karen ML, editors. Auditory-Verbal Therapy. San Diego; CA: Plural; 2020. p. 487-518.
2 - Helen McCaffrey Morrison, Cheryl L. Dickson. Coaching and mentoring practitioners and auditory-verbal therapy. In: Warren E, Helen Mc M, Karen ML, editors. Auditory-Verbal Therapy. San Diego; CA: Plural; 2020. p. 849-868.
3 - Wass Malin, Anmyr Lena, Lyxell Björn, Östlund Elisabet, Karltorp Eva, Löfkvist Ulrika. Predictors of Reading Comprehension in Children With Cochlear Implants. In: Frontiers in Psychology v10, 2019 DOI=10.3389/fpsyg.2019.02155, ISSN=1664-1078
4- Novaes BC, Balieiro CR. Terapia fonoaudiológica da criança surda. In: Ferreira LP, Befi-Lopes DM, Limongi SCO, organizadores. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca; 2004
5 - BEVILACQUA, Maria Cecília; MORET, Adriana Lima Mortari. Deficiência auditiva: Conversando com Familiares e Profissionais de Saúde. São José dos Campos: Pulso, 2005.
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LETRAMENTO FUNCIONAL EM SAÚDE DE ADULTOS E IDOSOS COM E SEM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: RESULTADOS PRELIMINARES
Milsoni, G. B. ; Camoiço, A. J. ; Pinheiro, I. ; Techi, E. A. ; Ferrari, D. V. ;

Introdução: Competências básicas inadequadas de letramento funcional em saúde (LFS) podem acarretar dificuldades quanto à compreensão de informações necessárias para o manejo da deficiência auditiva e adesão ao esquema terapêutico, assim como para considerar ações de prevenção secundária e promoção da saúde. Objetivo: Avaliar o letramento funcional em saúde de adultos e idosos com deficiência auditiva e acompanhantes assistidos em um serviço público de saúde auditiva. Metodologia: Participaram deste estudo descritivo, transversal (aprovação CEP parecer nº 5.780.711), 68 indivíduos, divididos em grupos. O Grupo DA+ foi composto por 34 participantes (22 homens e 12 mulheres) com idade entre 32 a 89 anos (média 65,8 ± 4,3), com deficiência auditiva sensorioneural de graus variados (média quadritonal da melhor orelha 48,4 ± 17,9), usuários de aparelho de amplificação sonora individual por um período de 3 meses a 35 anos (média 9,6 ± 7,5). A renda mensal média foi de R$4.537,00 (±2.848,3) e média de anos de escolaridade de 9,5 (±5,1). O Grupo DA- incluiu 34 participantes (7 homens e 27 mulheres), com idades entre 18 a 78 anos (média 44,7±15,4), sem queixa auditiva e que passaram na triagem audiométrica. A renda mensal média foi de R$5320,50 (±4170,30) e média de anos de escolaridade de 11,6 (±3,2). Todos os participantes passaram no rastreio de função cognitiva (Mini Exame do Estado Mental). O letramento em saúde foi avaliado por meio do Short Assessment of Health Literacy for Portuguese-speaker Adults (SAHLPA 18), contendo 18 itens e cuja pontuação máxima é 18 pontos. Resultados: Em média, a pontuação do SAHLPA18 foi igual a 14,17 ± 3,76 (DA+) e 15,25 ± 2,2 (DA-), não havendo diferença significativa entre os grupos (p>0,05). No tocante, a classificação do letramento funcional em saúde, o letramento inadequado foi observado para 32,35% e 29,41%, respectivamente para os grupos DA+ e DA-. Considerando todos os participantes uma correlação positiva fraca (rho = 0,49) significativa foi verificada entre os anos de escolaridade e o letramento funcional em saúde. Não houve correlação entre os limiares auditivos e a pontuação do SAHLPA. Conclusão: O percentual de letramento funcional inadequado indica a importância dos profissionais adaptarem o seu discurso e materiais informativos e educacionais. A continuidade deste estudo é necessária para verificar os determinantes sociais que afetam o letramento funcional em saúde.

APOLINARIO, D. et al. Short Assessment of Health Literacy for Portuguese-speaking Adults. Revista de Saúde Pública [online], v. 46, n. 4, p. 702–711, Ago. 2012. Disponível em: . Acesso em: 18 jan. 2023.

DUARTE, D. A. P. Letramento em saúde e suas implicações na qualidade de vida da população uma revisão integrativa [manuscrito]. 2015. 50f. Monografia (Especialização em Formação de Educadores de Saúde)- Universidade Federal de Minas Gerais - CEFPEPS, . Disponível em: .

MARQUES, S. R. L.; ESCARCE, A. G.; Lemos S. M. A. Letramento em saúde e autopercepção de saúde em adultos usuários da atenção primária. CoDAS, v. 30, n. 2, Maio 2018. Disponível em: . Acesso em: 18 jan. 2023.

FOLSTEIN, M. F.; Folstein S. E.; McHugh P. R. "Mini-estado mental": um método prático para classificar o estado cognitivo dos pacientes para o clínico. Journal of Psychiatric Research, v. 12, n. 3, p. 189-98, 1975. DOI:10.1016/0022-3956(75)90026-6

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LEVANTAMENTO DOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO: IMPACTO DO RUÍDO NO ENSINO-APRENDIZAGEM
Jesus, A. C. ; Simi, C. C. ; Maciel, A. C. G. ; Romeiro, M. R. L. ; Sousa, M. F. R. ; Souza, R. M. ; Barreto, M. A. S. C. ; Oliveira, T. C. G. ; Pereira, V. R. C. ; Silva, I. M. C. ;

Introdução: O ruído competitivo presente nas instituições educacionais interfere na comunicação oral e pode trazer consigo alguns malefícios físicos, emocionais e educacionais para a comunidade escolar. Esses ruídos, advindos das atividades desenvolvidas no ambiente da escola e da poluição sonora urbana, podem prejudicar a aprendizagem dos alunos e a saúde ocupacional dos docentes. Além de sintomas auditivos (alterações nos limiares de audição e zumbido), os ruídos, em níveis acima do recomendado, podem causar efeitos extra auditivos, como ansiedade, insônia, estresse, dificuldade de concentração / atenção, cansaço, e são relevantes por seu impacto no rendimento das atividades escolares. De acordo com a NBR 10152, os valores ideais para os ruídos em salas de aula são de 40-50 dB; portarias, recepção e circulação são de 45-55 dB. Objetivo: Mensurar os níveis de pressão sonora em ambientes educacionais e comparar com a legislação vigente. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo para diagnóstico situacional de ruído em ambientes educacionais, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer de número 2.406.617 Foram realizadas medições de ruídos em quatro escolas de ensino fundamental I da rede pública do Distrito Federal, em uma organização de sociedade civil voltada à educação e em uma Universidade. As medidas foram realizadas utilizando o decibelímetro Instrutherm, modelo DEC-5010, na escala A, velocidade slow, nos diferentes ambientes das instituições pesquisadas. Para garantir a efetividade dos dados, nenhuma atividade interferiu no andamento do cronograma diário das instituições. Resultados: A análise descritiva dos níveis de ruído nas instituições de ensino foi organizada com dados de Nível Equivalente (Leq) - Valor Mínimo - Valor Máximo (dB); escola A: 79,5 - 66,2 - 93,5 dB; escola B: 78 - 63,2 - 100,1 dB; escola C: 79,16 - 68 - 101,8 dB; escola D: 81,8 - 62,7 - 94,9 dB; organização de sociedade civil sem fins lucrativos: 81,86 - 71 - 98,2 dB. Na universidade os valores foram: 70,06 - 65,0 - 80,3 dB, considerando gravações de 5 minutos nos diferentes ambientes. A análise dos dados mostrou que os níveis de ruído nos seis ambientes educacionais foram mais altos que o preconizado em todos os ambientes mensurados. Conclusão: Foi possível observar que os níveis de ruído mensurados nas instituições de ensino ultrapassam os valores recomendados pela NBR 10152. Assim, pode-se presumir que alunos e trabalhadores estão sendo impactados negativamente pelos efeitos da exposição ao alto nível de ruído no ambiente de ensino-aprendizagem.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10152 acústica- níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações. Disponível em: http://www2.uesb.br/biblioteca/wp-content/uploads/2022/03/ABNT-NBR10152-AC%C3%9ASTICA-N%C3%8DVEIS-DE-PRESS%C3%83O-SONORA-EM-AMBIENTES-INTERNOS-E-EDIFICA%C3%87%C3%95ES.pdf. Acesso: 21 janeiro 2023.

BOHRER, Renata . Poluição sonora: um problema mundial de saúde pública. Invivo 2022. Disponível em: http://www.invivo.fiocruz.br/saude/poluicao-sonora/. Acesso em: 18 dezembro 2022.

CASTRO, Anna Carolina Lima de; FONTES, Karen Dayana de Souza Andrade; FERREIRA, Telma Ellen Drumond; GONTIJO, Hebert Medeiros. Abordagem do impacto do ruído ambiental nas escolas públicas do município de João Monlevade - MG. Research, Society And Development, [S.L.], v. 8, n. 3, p. 1-15, 1 jan. 2019. Research, Society and Development. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v8i3.716.

RABELO, Alessandra Terra Vasconcelos; GUIMARÃES, Ana Carolina Fonseca; OLIVEIRA, Rafaella Cristina; FRAGOSO, Lygia Bueno; SANTOS, Juliana Nunes. Avaliação e percepção docente sobre os efeitos do nível de pressão sonora na sala de aula: evaluation and perception of teachers on the effects of sound pressure level in the classroom. Distúrbios da Comunicação, [s. l], v. 27, n. 4, p. 715-724, 13 nov. 2015.

SHIELD, Bridget M.; DOCKRELL, Julie E.. The effects of environmental and classroom noise on the academic attainments of primary school children. The Journal Of The Acoustical Society Of America, [S.L.], v. 123, n. 1, p. 133-144, jan. 2008. Acoustical Society of America (ASA). http://dx.doi.org/10.1121/1.2812596.
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA MIGRÂNEA VESTIBULAR EM ADOLESCENTES: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Franciozi, C. ; Borges, V. M. S. ; Sleifer, P. ;

INTRODUÇÃO: A atenção básica é a nomenclatura utilizada para definir a atenção primária à saúde (APS) no Brasil, sendo considerada a porta de entrada aos serviços de saúde no país. Esta tem como estratégia prioritária a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que preconiza o atendimento a todas as faixas etárias, incluindo adolescentes. No entanto, ainda existem dificuldades no seu atendimento na APS, o que pode impedir diagnósticos precoces. Uma condição frequente nessa população é o sintoma de vertigem, que pode estar associado à migrânea, apontada como a causa mais comum de vertigem em adolescentes. OBJETIVO: Verificar as principais manifestações clínicas da migrânea em adolescentes. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, sendo a questão norteadora: “Quais as principais manifestações clínicas acerca da migrânea vestibular em adolescentes com queixa de tontura ou vertigem?”. Para a busca, foram escolhidos termos no Medical Subject Headings. Realizou-se pesquisa nas bases de dados eletrônicos PubMed/Medline, Cochrane Central, Scientific Electronic Library Online e portal da Biblioteca Virtual em Saúde, em junho de 2022. Para a seleção e avaliação dos estudos científicos levantados, foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: publicações entre o ano 2012 e o mês de junho de 2022, estudos observacionais e ensaios clínicos envolvendo seres humanos, nos quais o objetivo fosse avaliar indivíduos com idades entre 12 e 18 anos com diagnóstico de migrânea vestibular e verificar suas principais manifestações clínicas nesse público. Foram excluídos da análise estudos em que o grupo de pacientes com migrânea apresentava outra patologia associada que pudesse interferir nas manifestações clínicas, estudos sobre efeitos de medicações, bem como revisões sistemáticas da literatura, estudos com animais, cartas ao editor, capítulos de livro, resumos de anais científicos, relatos de caso, estudos em japonês e chinês, e estudos que não forneceram informações suficientes para análise. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, dois revisores realizaram a triagem dos registros encontrados mediante a verificação do título e resumo dos estudos. Posteriormente, foi efetuada a leitura na íntegra dos registros selecionados pelos mesmos revisores para inclusão final. RESULTADOS: Os principais sintomas evidenciados foram dor na região de ombros e cervical, tontura, vertigem, náusea, vômitos, fotofobia, fonofobia e a osmofobia. Ressalta-se que tais manifestações clínicas são comuns a outros quadros e, consequentemente, levam a outras hipóteses diagnósticas que podem prejudicar a adequada identificação da migrânea. De maneira geral, todos os adolescentes migranosos tiveram algum sintoma ou diagnóstico psicológico, a ansiedade e a depressão foram os transtornos mais citados. Acredita-se que a identificação precoce dos sintomas é essencial para direcionar a prática clínica de profissionais de saúde que prestam assistência ao público adolescente, e podem encaminhar para um diagnóstico precoce de migrânea e ao tratamento adequado. CONCLUSÃO: Verificou-se que as manifestações clínicas da migrânea na adolescência são semelhantes às da população adulta. Acredita-se que esses achados podem auxiliar na prática clínica de profissionais da APS que atendem adolescentes, possibilitando um diagnóstico precoce de migrânea e amenizando os impactos na qualidade de vida dos pacientes.

AKSU, G. G. et al. Early maladaptive schemas differing according to sex may contribute to migraine among the youth. Brain and Development, v. 44, n. 7, p. 427-437, 2022.

BEH, S C. et al. The spectrum of vestibular migraine: clinical features, triggers, and examination findings. Headache: The Journal of Head and Face Pain, v. 59, n. 5, p. 727-740, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº. 2488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Diário Oficial da União [Internet]. Brasília, DF, 2011, Seção 1.

VAN DE BERG, R. et al. Vestibular Migraine of Childhood and Recurrent Vertigo of Childhood: Diagnostic criteria Consensus document of the Committee for the Classification of Vestibular Disorders of the Bárány Society and the International Headache Society. Journal of vestibular research: equilibrium & orientation, Pittsburgh, v. 31, n. 1, p. 1-9, 2021.

SOCIEDADE INTERNACIONAL DE CEFALEIA. Classificação Internacional das Cefaleias, 3ª edição (ICHD-3). São Paulo: OmniFarma. 2019.
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MATERIAIS MULTIMÍDIA NA ADAPTAÇÃO DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL PARA O IDOSO DEFICIENTE AUDITIVO - REVISÃO INTEGRATIVA
Vespero, V. A. ; Sousa, C.A.S. ; Antonelli, B. C. ; Oliveira, J.R.M ; Néri, L. F. ; Lemos, D. F. ; Santos, G. Z. ; Tavares, L. T. ; Blasca, W. Q. ;

Introdução: O declínio cognitivo em idosos pode interferir na qualidade de vida, afetando em sua capacidade física e emocional, interações psicossociais e o desempenho em atividades cotidianas que resultam na exclusão desse público, e adicionalmente problemas de saúde. Nesse sentido, a tecnologia pode auxiliar essa parcela da população servindo como apoio para a solução de problemas enfrentados diariamente. As tecnologias multimídia são ferramentas importantes durante o processo de reabilitação do usuário, auxiliando o aprendizado e o conhecimento para assimilar com mais facilidade o conteúdo educacional exposto e lidar com menos dificuldades aos desafios enfrentados diariamente. Em se tratando do processo de reabilitação auditiva, uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos fonoaudiólogos com os indivíduos idosos com perda auditiva é a adaptação de AASI. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão integrativa da literatura sobre os materiais multimídias utilizados no processo de adaptação do idoso deficiente auditivo ao Aparelho de Amplificação Sonora Individual. Metodologia: A questão norteadora da revisão foi: “Quais são os materiais multimídias utilizados no processo de adaptação do idoso deficiente auditivo ao Aparelho de Amplificação Sonora Individual?”. Para a elaboração da questão, bem como da estratégia de busca, considerando critérios de elegibilidade e descritores, foi utilizada a estratégia PICO, em que: P (população) referiu-se aos idosos, I (intervenção) aos materiais multimídias aplicados, C (comparação) não se aplicou, e O (desfecho esperado) foi o resultado positivo no processo de adaptação. O levantamento dos estudos deu-se nas bases de dados: Scopus, SciELO, Pubmed e LILACS; por meio da utilização dos seguintes termos de busca em inglês: Aged (Idosos), Hearing Aids (auxiliares de audição) e Multimedia (Multimídia). A ligação entre os termos foi composta apenas por “AND”. A primeira análise realizada foi a leitura dos títulos de todos os artigos encontrados. Posteriormente, os revisores excluíram todos os artigos que estavam duplicados, após iniciou-se a segunda análise com a leitura do resumo dos artigos selecionados. Nessa etapa, houve a exclusão de artigos não relevantes, os revisores reuniram seus achados para iniciarem à terceira etapa que consistia em ler na íntegra todos os artigos selecionados. Nesse momento, um terceiro revisor foi incluído para realizar uma nova análise dos artigos selecionados e definir os incluídos e excluídos. Finalmente, iniciou-se a leitura integral de todos os artigos selecionados pelos dois revisores. Resultados: Foram selecionados 12 artigos, que abrangeram a criação, utilização e eficácia dos Reusable Learning Objects (RLOs), materiais multimídia desenvolvidos e utilizados no processo de adaptação dos AASI de idosos com deficiência auditiva. Conclusão: Os estudos apontaram que os materiais multimídias voltados ao processo de reabilitação auditiva vêm se tornado cada vez mais eficazes e populares nesse processo, sendo importante a otimização desses materiais para melhor adaptação, utilização e autoadvocacia frente aos aparelhos auditivos.

SANTOS, Anna A. S.; SANTOS Adeilma, I. P. Z. dos; LOURENÇO, Nildênia L. R.; SOUZA, Maxsuel, O. de. A IMPORT NCIA DO USO DE TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DOS IDOSOS. III JORNADA ACADÊMICA DO HUPAA, Maceió, v. 1, p. 20-24, 2017. Gep News. III Jornada Acadêmica do HUPAA. Alagoas, 2018.
FERGUSON, Melanie A.; MAIDMENT, David W.; GOMEZ, Rachel; COULSON, Neil; WHARRAD, Heather. The feasibility of an m-health educational programme (m2Hear) to improve outcomes in first-time hearing aid users. International Journal Of Audiology, [S.L.], v. 60, n. 1, p. 30-41, 1 nov. 2020. Informa UK Limited. http://dx.doi.org/10.1080/14992027.2020.1825839.
HICKSON Louise, MEYER Carly, LOVELOCK Karen, LAMPERT Michelle, KHAN Asad. Factors associated with success with hearing aids in older adults. International Journal of Audiology. [S.L.] v. 53, sup1, p. 18-27, jan. 2014. DOI: 10.3109/14992027.2013.860488. PMID: 24447233.
CAMPOS, Karis de; OLIVEIRA, Jerusa Roberta Massola de; BLASCA, Wanderléia Quinhoneiro. Processo de adaptação de aparelho de amplificação sonora individual: elaboração de um dvd para auxiliar a orientação a indivíduos idosos. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, [S.L.], v. 15, n. 1, p. 19-25, 2010. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1516-80342010000100006.
PICO: Santos CMC, Pimenta CAM, Nobre MRC. The PICO strategy for the research question construction and evidence search. Rev Latino-Am Enferm [Internet]. 2007 Jun [acesso 2018 Abr 6];15(3):508-
11. Disponível em: https://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692007000300023
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MEDIDAS PUPILOMÉTRICAS E SUAS RELAÇÕES COM O ESFORÇO AUDITIVO
Canto Pereira, V. R. ; Silva, N. S. ; Vasconcelos, I. C. ; Balen, S. A. ; Morya, E. ;

Introdução: O esforço auditivo pode ser definido como a alocação deliberada de recursos mentais para superar obstáculos com o objetivo de realizar uma determinada tarefa, mais especificamente quando a tarefa envolve o ouvir. Quanto maior a complexidade da tarefa auditiva, maior o esforço destinado para compreensão da informação. O esforço auditivo pode ser observado por medidas comportamentais e fisiológicas, sendo a pupilometria uma das medidas fisiológicas. Trata-se de uma técnica bastante utilizada para medir o esforço auditivo, visto que o diâmetro da pupila aumenta em função da demanda cognitiva momentânea, ou seja, indivíduos que estão ouvindo em situações difíceis exibem um aumento na dilatação da pupila sendo este fenômeno geralmente atribuído à atividade no locus coeruleus. Objetivo: Mensurar a área da pupila em diferentes tarefas auditivas. Metodologia: O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (n. 4.120.985). A amostra foi composta por 20 participantes normo-ouvintes, de 18 a 60 anos, de ambos os sexos. Foram coletados dados de potenciais evocados auditivos e de pupilometria. Os critérios de inclusão foram: presença de emissões otoacústicas transiente (EOAT), curva timpanométrica tipo A e presença de reflexos acústicos, bilateralmente. Os procedimentos realizados incluíram: Triagem Auditiva (EOAT, Timpanometria), Pupilometria, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE); Frequency Following Response (FFR); Potencial Evocado Auditivo Cortical passivo e ativo. Os potenciais auditivos foram medidos por eletroencefalograma (EEG-Brain Vision) com 32 canais. Para a pupilometria foi utilizado o eye-tracker SMI RED-500-SensoMotor Instruments. Os participantes foram posicionados à 60 cm da tela do monitor para a realização dos experimentos. A análise da pupila ocorreu juntamente à análise dos potenciais auditivos, durante a tarefa de escuta dos estímulos auditivos (tons puros, sílabas ba / da). Foram registradas as medidas de calibração das pupilas dos participantes e após, foram extraídas as medidas de resposta da pupila considerando a área e dilatação da pupila do olho direito e esquerdo. Foi utilizado o Software Mangold Analyzer para análise da pupilometria, com utilização do filtro de 4Hz, passa baixa, de 3ª ordem- Butterworth para extração de ruídos e de piscadas. Os dados foram tabulados considerando a condição da pupila sem estímulo auditivo(baseline) e com estímulo auditivo. Os dados da pupilometria passaram no teste de normalidade Shapiro-Wilk (p<0.05). Desta forma, foi aplicado o teste t de Student, utilizando 5% como nível de significância. Resultados: Os dados mostraram uma diminuição da área da pupila em condição não auditiva, quando comparada à condição auditiva, sendo p<0,001 nos testes FFR (OE e OD), PEAC ativo (OD), PEAC passivo (OE e OD). Não houve diferença no PEAC ativo (OE), bem como no PEATE, teste com menor demanda cognitiva. Conclusão: Foi observado um aumento da área da pupila nas tarefas com estímulos auditivos de maior complexidade em comparação às tarefas com menor esforço auditivo. A pupilometria mostrou-se uma importante ferramenta para a medição do esforço auditivo, considerando tarefas auditivas em diferentes graus de complexidade, gerando perspectivas para aplicações clínicas na área da pessoa com deficiência auditiva usuária de dispositivos eletrônicos.

PICHORA-FULLER, M. K.; KRAMER, S. E.; ECKERT, M. A., et al. Hearing impairment and cognitive energy: The framework for understanding effortful listening (FUEL). Ear Hear, 37, 5S–27S. 2016.
PEELLE, J. E. Listening Effort: How the Cognitive Consequences of Acoustic Challenge Are Reflected in Brain and Behavior. Ear and Hearing, 204-213, 2017.
ZEKVELD, A. A.; KRAMER, S. E.; FESTEN, J. M. Pupil response as an indication of effortful listening: The influence of sentence intelligibility. Ear Hear, 31, 480–490, 2010.
ZEKVELD, A. A.; KRAMER, S. E.; FESTEN, J. M. Cognitive Load During Speech Perception in Noise:The Influence of Age, Hearing Loss, and Cognition on the Pupil Response. Ear Hear, 32(4),498-510, 2011.
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Página(s): p.944
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MEDO DE QUEDAS ENTRE IDOSOS PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO
Santos, C. D. ; Weingaertner, L. W. ; Teixeira, A. R. ; Gonçalves, A. K. ;

Introdução: A ocorrência de quedas entre os idosos é um dos principais problemas clínicos que contribuem para gerar complicações de saúde para esta população, as quais são implicadas por processos extrínsecos e intrínsecos do envelhecimento. Por isso, o risco de queda eleva-se, e as consequências não são somente físicas, mas psicológicas e sociais como hospitalização, institucionalização e/ou reabilitação, diminuindo autonomia e aumentando custos para a saúde pública. Objetivo: Verificar a preocupação em cair em um grupo de idosos não institucionalizados, praticantes de exercício físico. Método: Foram incluídos na amostra idosos de ambos os sexos, não institucionalizados, avaliados por meio do instrumento Falls Efficacy Scale - International (FES-I-Brasil). Este instrumento é composto por 16 questões, que abordam o medo de cair em atividades da vida diária. O escore total pode variar de 16 a 64 pontos, sendo que quanto maior a pontuação, maior a preocupação em cair. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (CAEE 66269317.5.0000.5347). Resultados: Foram avaliados 139 idosos, sendo 22 homens (15,8%) e 117 mulheres (84,1%), com idades entre 60 e 87 anos (média 69,45±6,42 anos). A análise do FES evidenciou que a pontuação mínima foi 16 pontos e a máxima de 54 pontos, com média de 23,17±5,94 pontos. Conclusão: A análise dos dados evidenciou que os escores obtidos foram considerados baixos, permitindo inferir que os idosos avaliados apresentaram pouca preocupação em cair.


1. Camargos FFO, Dias RC, Dias JMD, Freire MTF. Adaptação transcultural e avaliação das propriedades psicométricas da Falls Efficacy Scale - International em idosos Brasileiros (FES-I-BRASIL). Braz J Phys Ther [Internet]. 2010May;14(Braz. J. Phys. Ther., 2010 14(3)). Available from: https://doi.org/10.1590/S1413-35552010000300010

2. Teixeira DK da S, Andrade LM, Santos JLP, Caires ES. Falls among the elderly: environmental limitations and functional losses. Rev bras geriatr gerontol [Internet]. 2019;22(Rev. bras. geriatr. gerontol., 2019 22(3)). Available from: https://doi.org/10.1590/1981-22562019022.180229
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Página(s): p.946
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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO ESFORÇO AUDITIVO: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
SILVA, C. P. ; SILVA, M. G. P. ; GOMEZ, M. V. S. G. ;

Introdução: O implante coclear é o dispositivo padrão ouro para a reabilitação auditiva de indivíduos com perda auditiva severa a profunda bilateral. Entretanto, a codificação do som provoca modificações no padrão acústico natural podendo levar a dificuldade no reconhecimento de fala em indivíduos com surdez pós lingual, que já têm o padrão natural em sua memória auditiva. O esforço auditivo (EA) diz respeito à quantidade de recursos cognitivos necessários para o reconhecimento dos sinais sonoros, principalmente a fala. Pode ser mensurado por meio de abordagens metodológicas psicofisiológicas, medidas subjetivas e comportamentais, envolvendo tanto vantagens como limitações tecnológicas. Não existe consenso entre os pesquisadores sobre a melhor metodologia para mensurar o esforço auditivo. Objetivo: Elucidar quais metodologias são utilizadas para mensurar o (EA) nos usuários de implante coclear (IC) e quais foram os principais achados dos estudos sobre esforço auditivo. Metodologia: Revisão integrativa na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), buscando artigos publicados no período de 2013 a 2022 (últimos 10 anos). Os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) utilizados foram (português/inglês): Esforço de Escuta/Listening Effort e Implantes Cocleares/ Cochlear Implants, artigos disponíveis na íntegra, estudos realizados com indivíduos adultos, com dados detalhados da metodologia e esforço auditivo. Resultados: foi encontrado um total de 63 artigos, dos quais 14 atendiam aos seguintes critérios de inclusão. A abordagem psicofisiológica foi utilizada em 6 estudos (5 usaram a pupilometria e 1 a eletroencefalografia - EEG); medidas subjetivas como escala analógica-visual e questionários foram usadas em 8 estudos (ACALES; SSQ; LEQ-CI; escala analógica-visual; 7 estudos utilizaram medidas comportamentais, sendo a sua maioria o paradigma de dupla tarefa (5 estudos); 1 estudo combinou duas metodologias diferentes. Conclusão: os estudos sugerem que indivíduos que apresentam perda auditiva apresentam maior EA em comparação com ouvintes normais; aumento do EA parece ser uma consequência do aumento do gasto de recursos cognitivos; o melhor posicionamento do feixe de eletrodos obteve menores resultados de EA; usuários de implante coclear relataram uma redução no EA com o uso do IC em comparação com suas experiências pré-operatórias; para os usuários adultos de IC, a idade foi um fator significativo em relação ao esforço auditivo, enquanto outras variáveis, como o tempo de uso do IC e a idade de início da perda auditiva, não tiveram relação significativa com o esforço auditivo. Não foi encontrado nenhum estudo nacional mensurando o EA em usuários de implante coclear. Observou-se a necessidade de estudos nacionais sobre a temática.

McGARRIGLE R. et al. “Listening Effort and Fatigue: what Exactly Are WeMeasuring? A British Society of Audiology Cognition in Hearing Special InterestGroup ‘white paper’.”International Journal of Audiology. 53 (7): 433–440.2014. doi:https://doi.org/10.3109/14992027.2014.890296.

NEEMAN R. K, ROZINER I, MUCHNIK C. A Clinical Paradigm for ListeningEffort Assessment in Middle-Aged Listeners.Front Psychol. 2022 Feb 17, v.13,n. 8, p. 20227. doi: 10.3389/fpsyg.2022.820227. PMID: 35250756; PMCID:PMC8891448.

KOELEWIJN, T. et al. Pupil Dilation Uncovers Extra Listening Effort in thePresence of a Single-Talker Masker.Ear and Hearing. Mar/Abr 2012; v. 33, n.2-p 291-300doi: 10.1097/AUD.0b013e3182310019
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Página(s): p.817
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MIGRAINE ASSOCIATED WITH TINNITUS AND HEARING LOSS IN ADULTS: A SYSTEMATIC REVIEW
Campelo CP ; Lemos CAA ; Andrade WTL ; Nunes GRS ; Melo LP ; Cavalcanti HG ;

Introduction: Migraine is a public health problem that considerably affects quality of life. There are no definitive biomarkers or unique symptoms of migraines. Therefore, according to the International Classification of Headache Disorders, patients with migraine can have varying symptom combinations. This condition is considered to be strongly associated with auditory symptoms, since the occurrence of phonophobia has been one of the most relevant diagnostic criteria for migraine. Thus, tinnitus, defined as a conscious perception of an auditory sensation in the absence of a corresponding external stimulus and hearing loss linkage have been studied in migraine
Objective: To describe evidence of migraine-associated tinnitus and hearing loss. Design: This study was registered in PROSPERO and followed the PRISMA guidelines. The inclusion criteria were observational studies with subjects aged  18 years, in which the association between migraine and tinnitus and/or hearing loss was evaluated. Reviews, case reports, commentaries, letters to the editor, and studies that included individuals with some diseases were excluded. Study sample: The search yielded 698 articles from electronic databases. Six studies were eligible for this review with 26,166 participants. Results: Most studies have shown an association between migraine and tinnitus, and between migraines and hearing loss. Studies have concluded that migraine presented high odds ratio, and hazard ratio for tinnitus. Another study found a strong association between these conditions (p<0.001), and two investigations detected the presence of migraine in 10.1% and 22.5% of tinnitus patients. Migraine presented high odds ratio and hazard ratio for hearing loss. Additionally, the studies included were of good quality, adhering to most of the requirements on the JBI Critical Appraisal Checklist. However, a limitation of this review is the small number of studies included. Conclusions: Associations between migraine, tinnitus, and hearing loss were observed in the included studies.

Aromataris, E, and Z. Munn. 2017. “The Joanna Briggs Institute.” Joanna Briggs Institute Reviewer’s Manual. https://reviewersmanual.joannabriggs.org/.
Boecking, B., J. von Sass, A. Sieveking, C. Schaefer, P. Brueggemann, M. Rose, and B. Mazurek. 2020. “Tinnitus-Related Distress and Pain
Perceptions in Patients with Chronic Tinnitus – Do Psychological Factors Constitute a Link?” PLOS One 15 (6): e0234807. doi:10.1371/journal.pone. 0234807.
GBD 2019 Hearing Loss Collaborators. 2021. “Hearing Loss Prevalence and Years Lived with Disability, 1990–2019: Findings from the Global Burden of Disease Study 2019.” Lancet 397 (10278): 996–1009. doi:10.1016/S0140- 6736(21)00516-X.
Goshtasbi, K., M. Abouzari, A. Risbud, N. Mostaghni, E. G. Muhonen, E. Martin, and H. R. Djalilian. 2021. “Tinnitus and Subjective Hearing Loss are More Common in Migraine: A Cross-Sectional NHANES Analysis.” Otology & Neurotology 42 (9): 1329–1333. doi:10.1097/MAO. 0000000000003247.
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Página(s): p.919
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MIGRÂNEA VESTIBULAR, SEUS SINAIS, SINTOMAS E ABORDAGENS TERAPÊUTICAS: REVISÃO DA LITERATURA
Leite, R. O ; DIAS, F. A. M. ; Silva, L. F. ; DINIZ, M. L ; Guimarães, R. M. F. ; Cruz, J. A. N. ; Castro, A. R. R. ; Batista, R. J ;

Introdução: A migrânea vestibular (MV) é um dos mais incidentes diagnósticos otoneurológicos, sendo a principal causa de vertigem episódica em adultos e crianças. Pesquisas sobre correlação entre enxaqueca e sintomas auditivo-vestibulares já ocorrem há décadas. Suas características clínicas foram explicitadas no consenso de 2012 da International Headache Association e da Bárány Society sobre seu diagnóstico e tratamento. Objetivo: Revisar a literatura dos últimos 10 anos acerca dos sinais, sintomas e do tratamento da MV. Metodologia: A presente revisão integrativa da literatura objetivou responder à pergunta “Quais são os sinais e sintomas otoneurológicos associados à migrânea vestibular descritas na literatura e quais as opções de tratamento mais comumente indicadas na maioria dos casos?”. Para isso, consultou-se as bases de dados Pubmed, Scielo e Lilacs com os seguintes descritores: "Migrânea Vestibular " AND "Tontura" OR "Enxaqueca" AND "Tontura". Considerou-se como critério de inclusão artigos sobre o tema publicados de 2012 a 2022, nos idiomas espanhol, inglês e português. Foi excluída a literatura cinzenta encontrada sobre o tema. Resultados: O diagnóstico da MV é definido por critérios clínicos baseados na história natural da enxaqueca, nos sintomas vestibulares recorrentes, na associação temporal de vertigem com os sintomas de enxaqueca e na exclusão de outras causas. Os principais sintomas incluem cefeléia, vertigem, náuseas, vômitos, fotofobia, fonofobia, osmofobia e cinetose. À avaliação otoneurológica, o indivíduo com MV pode apresentar nistagmo posicional persistente e alteração da perseguição sacádica, sobretudo em pacientes com longa história de MV. Durante a fase aguda, a maioria dos pacientes apresentam um nistagmo espontâneo e/ou posicional com característica de acometimento central ou periférico. O desequilíbrio é um achado comum durante crises agudas. Em relação aos sintomas auditivos, a perda auditiva temporária de grau leve a moderado é menos comum. Alguns pacientes relatam a sensação de ouvido tampado e zumbido, que por se tratar de um sintoma inespecífico, não é usado para critério diagnóstico de MV e, por muitas vezes, pode levar à confusão com o quadro de Doença de Meniére. A alteração na percepção auditiva, como dificuldade de compreensão de fala e fadiga auditiva também são relatos frequentes entre pacientes enxaquecosos. Os gatilhos para as crises de MV podem ser sono, estresse, variações hormonais relacionadas ao ciclo menstrual, hábitos alimentares inadequados e hiperestimulação sensorial. O tratamento profilático medicamentoso tem sido o mais indicado pelos médicos otoneurologistas para crises de MV frequentes e intensas. Ademais, a abordagem comportamental centrada na mudança de hábitos e identificação de gatilhos também se mostrou eficaz na prevenção e suavização dos sintomas da MV. Complementar à atuação médica, a Reabilitação Vestibular feita pelo fonoaudiólogo tem sido consistentemente indicada e benéfica aos pacientes. Conclusão: Devido à relevância da MV na clínica otoneurológica, é de fundamental importância o conhecimento do fonoaudiólogo audiologista sobre suas apresentações clínicas e possibilidades terapêuticas a fim de que sua conduta seja assertiva, prezando a otimização do tempo de tratamento e sua efetividade.

Lempert T, Olesen J, Furman J, Waterston J, Seemungal B, Carey J, Bisdorff A, Versino M, Evers S, Newman-Toker D. Vestibular migraine: diagnostic criteria. J Vest Res. 2012;22:167–172.

Dieterich M, Obermann M, Celebisoy N. Vestibular migraine: the most frequent entity of episodic vertigo. J Neurol. 2016 Apr;263 Suppl 1:S82-9. doi: 10.1007/s00415-015-7905-2. Epub 2016 Apr 15. PMID: 27083888; PMCID: PMC4833782.

Morganti LOG, Salmito MC, Duarte JA, Sumi KC, Simões JC, Ganança FF. Vestibular migraine: clinical and epidemiological aspects. Braz j otorhinolaryngol [Internet]. 2016Jul;82(Braz. j. otorhinolaryngol., 2016 82(4)). Available from: https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2015.06.003

Silva VPR, Castro LHM, Calderaro M. Vestibular migraine. Arq Neuro-Psiquiatr [Internet]. 2022May;80(Arq. Neuro-Psiquiatr., 2022 80(5) suppl 1). Available from: https://doi.org/10.1590/0004-282X-ANP-2022-S111

Salmito MC, Duarte JA, Morganti LOG, Brandão PVC, Nakao BH, Villa TR, et al.. Prophylactic treatment of vestibular migraine. Braz j otorhinolaryngol [Internet]. 2017Jul;83(Braz. j. otorhinolaryngol., 2017 83(4)). Available from: https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2016.04.022
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Página(s): p.952
ISSN 1983-1793X
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MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT (MOCA) APLICADO EM UM GRUPO DE ADULTOS E IDOSOS ENCAMINHADOS PARA AVALIAÇÃO AUDITIVA
Tanaka, M. P. ; Quental, S. L. M. ; Do Amaral, M. I. R. ;

Introdução: O declínio auditivo decorrente do processo de envelhecimento em adultos e idosos tem se relacionado com alterações cognitivas e de linguagem, especialmente quando a função auditiva está atrelada ao uso da memória de trabalho. Nesse sentido, pesquisas têm demonstrado que tanto o acometimento da sensibilidade auditiva quanto de habilidades cognitivas resulta em menor participação social. Objetivo: Aplicar e analisar o desempenho no instrumento de rastreio cognitivo Montreal Cognitive Assessment (MoCA) em adultos e idosos encaminhados para avaliação audiológica básica de um hospital universitário. Método: Estudo descritivo aprovado pelo CEP da Instituição (CAAE 60265422.7.0000.5404). Foram avaliados 14 sujeitos com idade mínima de 51 e máxima de 75 anos, e média de 63,5 anos; de ambos os sexos; com limiares auditivos normais ou perda auditiva do tipo mista e/ou neurossensorial de grau leve a moderadamente severo, segundo classificação da Organização Mundial de Saúde (2020) ou perda auditiva limitada a frequências altas; ausência de experiência com dispositivos auxiliares de audição e escolaridade mínima de quatro anos. Foram excluídos indivíduos com comprometimento neurológico, cognitivo, psiquiátrico e/ou síndromes que afetem linguagem e audição e uso contínuo de medicamentos com ação no Sistema Nervoso Central. Todos os participantes realizaram avaliação audiológica básica, entrevista para identificação da queixa auditiva principal e caracterização socioeconômica e o rastreio com o MoCA. Os resultados do MoCA foram analisados considerando o nível de escolaridade de cada participante e segundo escores validados para a pontuação total e para cada domínio avaliado, sendo eles Função Executiva/Visuoespacial, Nomeação, Memória, Atenção, Linguagem, Abstração, Evocação Tardia e Orientação. Resultados: Dos sujeitos avaliados, cinco (35,71%) apresentaram limiares auditivos normais em pelo menos uma das orelhas e nove (64,28%) perda auditiva em ambas as orelhas, sendo dois sujeitos (14,28%) com perda auditiva assimétrica. Quanto às queixas auditivas, 12 sujeitos (85,71%) relataram hipoacusia; oito (57,14%) relataram zumbido; um (7,14%) relatou tontura e um (7,14%) relatou dificuldade de compreensão de fala. A pontuação média dos participantes obtida com o MoCA foi de 23,28 pontos, sendo que 10 sujeitos (71,43%) tiveram resultado alterado, ou seja, abaixo da pontuação de corte de 26 pontos. Na análise por domínios, foi observado que a pontuação máxima/melhor resultado possível foi obtido por: apenas um sujeito (7,14%) na Função Executiva/Visuoespacial; dois sujeitos (14,28%) no domínio da Evocação tardia; três sujeitos (21,43%) no domínio da Linguagem; quatro sujeitos (28,57%) nas tarefas de Atenção; sete sujeitos (50%) no domínio de Abstração; e 13 sujeitos (92,86%) nos domínios de Orientação e de Nomeação. Conclusão: Os dados demonstraram que a maior parte dos participantes apresentaram desempenho aquém do esperado para o rastreio cognitivo com o instrumento MoCA, sendo os domínios relacionados a Função Executiva/Visuoespacial, Atenção, Evocação tardia e Linguagem os mais alterados. Novos estudos são necessários para verificar possível relação entre os escores de rastreio cognitivo com nível de audição, de modo a contribuir para uma intervenção precoce acerca dos prejuízos decorrentes da perda auditiva.

BORGES, M.G.D.S.; LABANCA, L.; COUTO, E.D. A.B.; GUARISCO, L.P.C. Correlações entre a avaliação audiológica e a triagem cognitiva em idosos. Revista CEFAC, 18, 1285-1293, 2016.

FIAMONCINI, J.D.; SILVA, A.O.; SOUSA, T.R.D.; SATLER, C.E.; SILVA, I.M.D.C.; CERA, M. L. Associação entre o desempenho linguístico-cognitivo e a autopercepção auditiva de idosos. Audiology-Communication Research, 27; 2022.

HUBBARD, H.I.; MAMO, S.K.E.; HOPPER, T. Demência e perda auditiva: inter-relações e considerações sobre o tratamento. In Seminários de fala e linguagem. Thieme Medical Publishers. Vol. 39, nº 03, pp. 197-210. Julho, 2018.

MEMÓRIA, C.M. et al. Brief screening for mild cognitive impairment: validation of the Brazilian version of the Montreal cognitive assessment. International journal of geriatric psychiatry, v. 28, n. 1, p. 34–40, 2013.

MURPHY, C.F.; RABELO, C.M.; SILAGI, M.L.; MANSUR, L.L.; BAMIOU, D.E.; SCHOCHAT, E. Desempenho do processamento auditivo de pessoas de meia-idade e idosos: declínio auditivo ou cognitivo?. Jornal da Academia Americana de Audiologia, 29 (01), 005-014, 2018.
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Página(s): p.744
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MOTIVOS DA PARTICIPAÇÃO NÃO CONTINUADA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM UMA PROPOSTA DE AÇÃO EDUCATIVA NA MODALIDADE REMOTA
Streit, G. C. de S. ; Brum, J. B. ; Hames, L. B. ; Do Nascimento, R. N. ; Patatt, F. S. A. ;

Introdução: A promoção da saúde ocorre quando a comunidade se apropria de conhecimentos necessários sobre aspectos comportamentais, condições sociais e ambientais que corroboram a melhoria da qualidade de vida. A fim de auxiliar na efetividade deste processo, ações educativas continuadas devem ser promovidas, fazendo-se de suma importância principalmente aos profissionais Agentes Comunitários de Saúde (ACS), visto que estes estão em contato direto com as famílias das comunidades. Dessa forma, uma proposta de ações educativas sobre audição e saúde auditiva para os ACS do município de Santa Maria (RS) vem sendo realizada desde agosto de 2021, na modalidade remota via plataforma Google Meet, com o intuito de agregar conhecimento teórico para embasar a atuação prática destes profissionais. Até o momento foram realizados sete encontros, sendo que nos primeiros pôde-se observar maior adesão por parte dos profissionais em relação aos últimos. Tendo em vista que são diversos os possíveis fatores que impedem a participação continuada nas ações propostas, torna-se pertinente investigar tais motivos e compreender a oscilação de participação, a fim de viabilizar adequações nas propostas e favorecer a adesão efetiva destes profissionais. Objetivo: Verificar os motivos da adesão não continuada de ACS em ações educativas sobre audição e saúde auditiva. Metodologia: Estudo transversal e observacional, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob nº 4.847.070, o qual contou com a participação de 30 ACS do município de Santa Maria (RS). Com o intuito de avaliar quais eram as condições e motivos pelos quais esses profissionais não puderam participar de todas as ações educativas propostas, formulou-se um questionário por meio da plataforma Google Forms, através do qual coletou-se informações referentes a quantos dos sete encontros cada ACS estava presente e os que não participaram de todos os encontros deveriam assinalar, dentre algumas opções, todas as que justificassem suas ausências. As opções compreendiam: atividades laborais, férias, problemas de saúde, desinteresse sobre a temática ou sobre a modalidade de ensino, falta de conhecimento sobre a realização das ações ou outros motivos que pudessem justificar as ausências. O link de acesso ao referido questionário foi compartilhado com os profissionais via Whatsapp. Os dados compilados foram analisados de maneira descritiva. Resultados: Dos 30 ACS que responderam ao questionário, 66,7% (n=20) responderam que participaram de todos os encontros e 33,3% (n=10) responderam que não. Referente aqueles que não puderam estar em todos os encontros (n=10), a participação não continuada por motivo de férias foi mencionada por 70% (n=7) dos profissionais, seguida pela coincidência entre o dia/hora das ações com outras atividades laborais assumidas por eles (35,3%; n=6) e por problemas relacionados à saúde (5,9%; n=1). Ainda, 29,4% (n=5) deles referiram não ter conseguido participar continuamente por outros motivos. Conclusão: Pode-se concluir que, na amostra estudada, a participação não continuada dos ACS nas ações educativas sobre audição e saúde auditiva justificou-se principalmente por motivo de férias, seguido de atividades relacionadas ao trabalho no mesmo dia e hora das ações.

KESSLER, Marciane et al . Ações educativas e de promoção da saúde em equipes do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica, Rio Grande do Sul, Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 27, n. 2, e2017389, jun. 2018.
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Página(s): p.730
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MÚSICOS E SAÚDE AUDITIVA: UM ESTUDO PRELIMINAR SOBRE PERDA AUDITIVA OCULTA
Heupa, Adriana B. ; Simões, Pierângela N. ; Souza, Thayrine M. ; Lüders, Débora ;

Introdução: A exposição à música em forte intensidade se constitui como risco à saúde auditiva de músicos profissionais. Músicos de orquestra sinfônica são expostos a sons de forte intensidade produzidos pelos instrumentos musicais durante apresentações, ensaios coletivos e prática individual individuais. A perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão sonora, ainda que se trate da música, pode provocar lesões em células ciliadas da orelha interna, configurando um entalhe audiométrico nas frequências de 3000 a 6000Hz, com progressão dessa alteração ao longo do tempo de exposição. Antes mesmo da ocorrência deste entalhe, estudos apontam a ocorrência de sintomas iniciais e alterações sinápticas nas vias auditivas centrais, denominadas sinaptopatia auditiva ou perda auditiva oculta. A investigação deste tipo de alteração pode figurar como um importante recurso na atenção primária à saúde auditiva dos músicos, bem como para conscientizar estes profissionais dos efeitos da exposição a níveis de pressão sonora elevados. Objetivos: Traçar o perfil auditivo de músicos de uma orquestra sinfônica e analisar os resultados do exame de Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) naqueles em que os resultados da audiometria tonal liminar se apresentaram dentro dos padrões de normalidade. Metodologia: Estudo descritivo e transversal, de abordagem quantitativa aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer consubstanciado no1.164.278. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A amostra foi composta por músicos de uma orquestra sinfônica que responderam um questionário sobre saúde geral, sintomas auditivos e atuação profissional, e realizaram os exames de audiometria tonal liminar e potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE). Os padrões de normalidade da audiometria foram baseados no anexo 1 da Portaria 19 da NR7. Como padrões de normalidade do PEATE utilizou-se o padrão sugerido no manual do equipamento. Resultados: 34 músicos participaram do estudo e realizaram os exames, sendo 94% do sexo masculino, com idade média de 34,8 anos e tempo médio de experiência com instrumento musical de 23,2 anos. A presença de zumbido foi relatada no questionário, estando presente em 20,5% da amostra. Entre os músicos com audição normal o sintoma do zumbido esteve presente em 12% da amostra. Verificou-se 20,5% dos músicos com alterações sugestivas de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados. Dos 25 músicos com audição normal, 48% (n=12) apresentaram pelo menos em uma das orelhas, uma das ondas do PEATE com latência absoluta aumentada. Como no manual do equipamento de PEATE não há padronização de amplitudes, este estudo preliminar ainda não analisou esta variável, que poderá ser investigada comparativamente com um grupo controle. Conclusão: Resultados iniciais deste estudo identificaram relatos de zumbido entre os músicos com audição normal e diferenças nas latências das ondas I, II e V quando comparadas a padronização do manual, dado que acende um sinal de alerta no estudo da perda auditiva oculta para essa categoria profissional.

Di Stadio A, Dipietro L, Ricci G, Della Volpe A, Minni A, Greco A, et al. Hearing loss, tinnitus, hyperacusis, and diplacusis in professional musicians: A systematic review. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(10).
Schink T, Kreutz G, Busch V, Pigeot I, Ahrens W. Incidence and relative risk of hearing disorders in professional musicians. Occup Environ Med. 2014;71(7):472–6
Bernard, M; Chang, C; Ghane, G; Head, T; Kore, S; Lombardo, N; Niemela, J et al. Research Project: Hidden Hearing Loss in music students. Canadian Academy of Audiology. 2019; 9(2):1-18.
Kohrman, DC; Wan, G; Cassinotti, L; Corfas, G. Hidden Hearing Loss: a disorder with multiple etiologies and mechanisms. Cold Spring Harb Perspect Med. 2020;10(1):1-19. doi: 10.1101/cshperspect.a035493
Lüders, D; Simões, PN. Ações educativas em saúde auditiva para estudantes de música. Práticas educativas em saúde auditiva: Nos contextos educacional, ambiental e ocupacional. 2021. p. 13–25.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.726
ISSN 1983-1793X
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NEUROMA ACÚSTICOS - INVESTIGAÇÃO VESTIBULAR E DA INTEGRIDADE SENSORIAL: RELATO DE CASO
Melo, EA ; Baldissera, C ; Menezes, NB ; Rodrigues, NGS ; Santos Filha, VAV ;

O neuroma acústico é um tumor benigno que evolui a partir da proliferação das células de Schwann, responsáveis por envolver e nutrir os neurônios. Pode ser intracraniano ou extra-axial, com origem no nervo vestibulococlear e com incidência de um a cada 100 mil habitantes por ano. A maioria dos casos é unilateral e os sintomas são atribuídos ao envolvimento do VIII nervo craniano, comprimindo os pares cranianos circundantes, cerebelo, tronco cerebral, bem como aumentando a pressão intracraniana. Dentre as características clínicas decorrentes da compressão do nervo coclear estão a perda auditiva, zumbido, dificuldade de compreensão da fala, vertigem, dores de cabeça, dormência facial e anormalidades na marcha. Objetiva-se relatar o caso de um paciente com queixa de tontura atendido em um laboratório de otoneurologia, submetido à cirurgia para remoção de um neuroma acústico. Trata-se de um relato de caso, respaldado pelo projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob protocolo CAAE 87348618.3.0000.5346, de um paciente submetido a avaliação do equilíbrio corporal, constituída por uma anamnese institucional detalhada para o conhecimento da história clínica, pela Vectoeletronistagmografia (VENG), pelo potencial evocado miogênico vestibular cervical (cVEMP – Ondas P13 e N23) e ocular (oVEMP – Ondas N10 e P15), analisados pelos padrões de referência do laboratório, sendo as variáveis analisadas: latências, interamplitude e índice de assimetria; além da Posturografia Dinâmica Foam Laser (FLP) para avaliação do Teste de Organização Sensorial (TOS) e da Análise sensorial. Paciente IGN, sexo masculino, 63 anos, com queixas de hipoacusia e zumbido de pitch grave na orelha direita, além de desequilíbrio (sem lado específico). Em 1997 foi submetido à cirurgia para remoção do neuroma acústico na orelha direita, sendo a recuperação complicada em termos de equilíbrio corporal, mas sem reincidência. Após 25 anos, o paciente percebeu a recidiva da queixa de tontura, comprometendo a qualidade de vida. Atualmente, faz uso de lentes corretivas multifocais, mal adaptadas. Foi submetido a cirurgias oculares em ambos os lados, de difícil reparação. Refere duas hérnias de disco e Hipertensão Arterial Sistêmica. Pratica Pilates regularmente, apresenta bons hábitos alimentares, além de sono regular. Na VENG constatou-se hiporreflexia em valores absolutos em ambas as temperaturas à direita. No cVEMP, evidenciou-se presença das Ondas P13 e N23, com latências absolutas reduzida na P13 e interamplitude P13-N23 aumentada na orelha esquerda; e ausência das Ondas P13 e N23 na orelha direita. No oVEMP, constatou-se presença das Ondas N10 e P15, com latências absolutas reduzida na P15 e interamplitude N10-P15 aumentado na orelha esquerda; e ausência das Ondas N10 e P15 na orelha direita. Na FLP, observou-se percentual inferior ao padrão para os TOS II e V, constatando dificuldade na integração principalmente nos sistemas somatossensorial e vestibular. No caso relatado, o paciente apresentou Disfunção Vestibular Periférica Deficitária à Direita, dificuldade na integração no sistema somatossensorial e no vestibular, e alteração em ambos os potenciais (cVEMP e oVEMP) bilateralmente, alteração de integridade funcional de via dos reflexos sáculo-cólico e reflexos utrículo-ocular, respectivamente.
Descritores: Sistema Vestibular. Equilíbrio Postural. Testes de função vestibular.

GREENE, J; AL-DHAHIR, MA. Acoustic Neuroma. In: StatPearls Publishing; 2022.
DENG, X et al. Brain structural network to investigate the mechanism of cognitive impairment in patients with acoustic neuroma. Front Aging Neurosci. P.01-13, 2022.
CRUVINEL, F.M; OLIVEIRA, R.A.D; OLIVEIRA, D.D. Schwannoma vestibular de crescimento rápido em paciente do sexo masculino: um relato de caso. Arq. Catarin. Med, v. 50, n, 4, p, 156-16, 2021.
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Página(s): p.1020
ISSN 1983-1793X
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NÍVEIS PLASMÁTICOS DA CITOCINA IL-4 ASSOCIADOS À SENSAÇÃO E INTERFÊRENCIA DA TONTURA NA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS
MATOS, G.M ; FRANCO, P. P. R. ; MARCHIORI, G. M. ; MARCHIORI, V. M. ; FREDERICO, R. C. P. ; BRANCO, B. H. M. ; MARCHIORI, L. L. M. ;

Introdução: A produção das citocinas anti-inflamatórias diminui com o envelhecimento, aumentando o quadro de incapacidade para manter a homeostase imunológica e a capacidade de remediar a lesão inflamatória em doenças autoimunes, inclusive da orelha interna, podendo assim, impactar na saúde e qualidade de vida do idoso, que tem como um dos sintomas mais comuns, a tontura. Objetivo: Verificar associação entre os biomarcadores inflamatórios da citocina IL-4 com a sensação e interferência da tontura na qualidade de vida em idosos. Métodos: Estudo observacional transversal, parte de um projeto maior aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, com 103 participantes, divididos em 45 idosos que relataram queixa de tontura e 58 idosos sem tontura. A sensação de tontura foi verificada em questão de anamnese seguida da Escala Visual Analógica (EVA), a interferência da tontura na qualidade de vida verificada pelo instrumento de avaliação autopercebido Dizziness Handicap Inventory (DHI), enquanto a dosagem das interleucinas foi realizada pela citometria de fluxo (imunofenotipagem). Foi utilizado o pacote estatístico Statistical Package for Social Science – SPSS para a análise dos dados obtidos. A análise de associação entre variáveis categóricas foi feita utilizando o teste Qui-quadrado. A homogenidade dos dados contínuos foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para realizar a associação das variáveis contínuas e paramétricas, foi utilizado o teste T e o teste ANOVA foi aplicado para encontrar diferenças entre as médias das variáveis categóricas cruzadas com as variáveis numéricas contínuas. Para todos os dados analisados o nível de significância adotado foi de p<0,05 e intervalo de confiança de 95%. Para todo o teste, o tamanho do efeito foi classificado. Resultados: Do total de mulheres, 88,9% e, do total de homens, 11,1% referiram ter tontura. Não foi verificado diferença estatisticamente significativa entre os grupos com e sem tontura quanto as variáveis do estudo: sexo, diabetes, hipertensão arterial, tireoide, colesterol, triglicerídeos e perda auditiva, demonstrando diferença estatisticamente significativa apenas para as variáveis de plenitude e zumbido, onde maior parcela dos idosos sem tontura não apresentaram plenitude e 48,9% daqueles com tontura tiveram plenitude, além de que 64,4% dos que referiram tontura apresentaram zumbido. Foi observada uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos com e sem tontura para os níveis de IL-4 (p = 0,011). O grupo sem tontura apresentou maiores médias (2,1pg/mL) quando comparado ao grupo com tontura (1,0pg/mL), sendo que aqueles que não apresentaram tontura mostraram nível de IL-4 aumentados (2,1±2,8ng/mL) em relação ao grupo com tontura (1,0±1,7ng/mL). Os níveis de IL-4 foram diferentes no grupo EVA leve em relação ao grupo intenso, com pequeno tamanho do efeito. Conclusão: A diminuição da citocina anti-inflamatória IL-4 está relacionada com a sensação de tontura nos idosos, no entanto não foi encontrada diferença entre as classificações do DHI e as dosagens plasmáticas de IL-4 nesta população.





Franceschi C. Inflammaging as a major characteristic of old people: can it be prevented or cured? Nutr Rev. 2007 Dec;65(12 Pt 2):S173-6. doi: 10.1111/j.1753-4887.2007.tb00358.x. PMID: 18240544.
Franceschi C, Bonafè M, Valensin S, Olivieri F, De Luca M, Ottaviani E, De Benedictis G. Inflamm-aging. An evolutionary perspective on immunosenescence. Ann N Y Acad Sci. 2000 Jun;908:244-54. doi: 10.1111/j.1749-6632.2000.tb06651.x. PMID: 10911963.
Fujioka M, Okano H, Ogawa K. Inflammatory and immune responses in the cochlea: potential therapeutic targets for sensorineural hearing loss. Front Pharmacol. 2014 Dec 23;5:287. doi: 10.3389/fphar.2014.00287. PMID: 25566079; PMCID: PMC4274906.
Marchiori LLM, Dias ACM, Gonçalvez AS, Poly-Frederico RC, Doi MY. Association between polymorphism of tumor necrosis factor alpha (tnfα) in the region -308 g/a with tinnitus in the elderly with a history of occupational noise exposure. Noise Health. 2018 Mar-Apr;20(93):37-41. doi: 10.4103/nah.NAH_34_17. PMID: 29676293; PMCID: PMC5926314.
Marchiori LLM, Dias ACM, Gonçalvez AS, Poly-Frederico RC, Doi MY. Association between polymorphism of tumor necrosis factor alpha (tnfα) in the region -308 g/a with tinnitus in the elderly with a history of occupational noise exposure. Noise Health. 2018 Mar-Apr;20(93):37-41. doi: 10.4103/nah.NAH_34_17. PMID: 29676293; PMCID: PMC5926314.
Zhang N, Lyu Y, Guo J, Liu J, Song Y, Fan Z, Li X, Li N, Zhang D, Wang H. Bidirectional Transport of IgE by CD23 in the Inner Ear of Patients with Meniere's Disease. J Immunol. 2022 Feb 15;208(4):827-838.
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Página(s): p.795
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NÍVEIS PLASMÁTICOS DE INTERFERON GAMA (INF-Y) ASSOCIADOS A PERDA AUDITIVA E SENSAÇÃO DE PERDA AUDITIVA POR MEIO DO QUESTIONÁRIO HANDICAP INVENTORY FOR THE ELDERLY SCREENING VERSION (HHIES)
CORDEIRO, F. P. ; Poli-Frederico, R. C. ; Marchiori, L. L. M. ; Teixeira, D. C. ;

Introdução: A presbiacusia, pode ser mediada pelos efeitos de processos inflamatórios no sistema auditivo, particularmente na cóclea. Objetivo: Verificar a associação do handicap auditivo encontrado no questionário Handicap Inventory for the Elderly-Screening Version (HHIE-S) com a perda auditiva e os níveis plasmáticos dos biomarcadores inflamatórios. Metodologia: Estudo transversal aprovado pelo comitê de ética e pesquisa, com o número de CAAE: 92480418.8.0000.5231, de 76 participantes do Projeto Envelhecimento Ativo, 67 (88%) do gênero feminino e 9 (12%) do gênero masculino, com média de idade de 70 anos. Realizado audiometria tonal limiar, autoavaliação com questionário HHIE-S, para a dosagem dos níveis plasmáticos das IL-2, IL-4, IL-6 e IL-10, TNF-α e INF-γ método citometria de fluxo. Resultados: Observou-se correlação inversa entre o aumento nos níveis plasmáticos de INF-y e handicap auditivo normal (p=0,015; rs= - 0,280). Entre o grupo handicap auditivo leve/moderado e as variáveis de audição (p=0,007; rs=0,301), grau normal de audição (p=0,003; rs=0,309) e a ausência de queixa de hipoacusia na anamnese (χ2=5,920; rs=0,281; p=0,015). O grupo handicap severo apresentou aumento das médias I (p=0,005; rs=0,350) e II (p=0,016; rs=0,368) da orelha direita e o grupo handicap leve/moderado aumento das médias I (p=0,027; rs=0,350) e II (p=0,046; rs=0,310) da orelha esquerda. Associação estatisticamente significante entre o teste Limiar de Reconhecimento de Fala da orelha direita (LRF OD) e o grupo handicap severo (p=0,002; rs=0,271). Conclusão: Houve associação entre o aumento nos níveis plasmáticos de INF-y e handicap auditivo normal, associações estatisticamente significantes entre os grupos handicap leve/moderado e severo com o aumento das médias de audição e aumento do LRF associado ao grupo handicap severo.

1. Lee JH, Bahng J, Kim C, Kim YY. Quantitative criteria for age-related hearing loss using audiometric configuration analysis. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2020 Jan;277(1):93-102.
2. World Health Organization. Addressing the increasing prevalence of hearing loss.Geneva, Switzerland: 2018.
3. Wells HRR, Newman TA, Williams FMK. Genetics of age-related hearing loss. J Neurosci Res. 2020 Sep;98(9):1698-1704.
4. Scholes S, Biddulph J, Davis A, Mindell JS (2018) Socioeconomic differences in hearing among middle-aged and older adults: cross-sectional analyses using the health survey for England. BMJ Open 8:e019615.
5. Serafini G, Parisi VM, Aguglia A, Amerio A, Sampogna G, Fiorillo A, Pompili M, Amore M. A Specific Inflammatory Profile Underlying Suicide Risk? Systematic Review of the Main Literature Findings. Int J Environ Res Public Health. 2020 Apr 1;17(7):2393.
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Página(s): p.840
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NÍVEIS PLASMÁTICOS DE INTERLEUCINA 2 (IL-2) ASSOCIADOS A AVALIAÇÃO DA PERDA AUDITIVA EM IDOSOS
CORDEIRO, F. P. ; Poli-Frederico, R. C. ; Marchiori, L. L. M. ; Teixeira, D. C. ;

Introdução: A presbiacusia, pode ser mediada pelos efeitos de processos inflamatórios, no sistema auditivo e esses mecanismos biológicos do envelhecimento, permanecem pouco estudados. Objetivo: Determinar se os biomarcadores inflamatórios plasmáticos, estão associados às alterações auditivas, causadas pelo envelhecimento em idosos. Metodologia: Estudo transversal, aprovado pelo comitê de ética e pesquisa com o número de CAAE: 92480418.8.0000.5231, de 106 participantes do Projeto Envelhecimento Ativo, 93 (88%) do gênero feminino e 13 (12%) do gênero masculino, com média de idade de 70 anos. Foi realizada avaliação audiológica com audiometria tonal limiar e coleta de sangue periférico, para a dosagem dos níveis plasmáticos das interleucinas 2, 4, 6 e 10, fator de necrose tumoral-α e interferon-γ por meio da citometria de fluxo. Resultados: Observaram-se correlações estatisticamente significantes entre o gênero masculino e IL-2 (p=0,031; rs=0,210), média II da orelha direita (p=0,004; rs=0,279), maior tempo em anos (p=0,002; rs=0,307) e em horas (p=0,004; rs=0,281) de exposição ao ruído também no gênero masculino. Para o gênero feminino, a maioria relatou não ter histórico de ruído (p=0,006; rs=0,265). Em ambos os gêneros, o IPRF em ambas as orelhas, apresentou nenhuma dificuldade para compreender a fala no grupo com audição normal (IPRF OD p < 0,001; rs=0,389 e IPRF OE p < 0,001; rs=0,455), bem como, entre o grupo audição normal e a simetria da audição (p=0,001; rs=0,331). E as variáveis de idade (p=0,011; rs=0,250), tipo de audição (p<0,001*; rs=0,403) e grau de audição (p<0,001*; rs=0,982) com audição alterada. Conclusão: No presente estudo houve associação do gênero masculino com maiores níveis plasmáticos da IL-2, aumento da média de audição da orelha direita, maior tempo em anos e em horas de exposição ao ruído. Observou-se predomínio de perda auditiva sensorioneural de grau leve e piora da audição relacionada ao aumento da idade, características da presbiacusia.

1. Lee JH, Bahng J, Kim C, Kim YY. Quantitative criteria for age-related hearing loss using audiometric configuration analysis. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2020 Jan;277(1):93-102.
2. World Health Organization. Addressing the increasing prevalence of hearing loss.Geneva, Switzerland: 2018.
3. Wells HRR, Newman TA, Williams FMK. Genetics of age-related hearing loss. J Neurosci Res. 2020 Sep;98(9):1698-1704.
4. Scholes S, Biddulph J, Davis A, Mindell JS (2018) Socioeconomic differences in hearing among middle-aged and older adults: cross-sectional analyses using the health survey for England. BMJ Open 8:e019615.
5. Serafini G, Parisi VM, Aguglia A, Amerio A, Sampogna G, Fiorillo A, Pompili M, Amore M. A Specific Inflammatory Profile Underlying Suicide Risk? Systematic Review of the Main Literature Findings. Int J Environ Res Public Health. 2020 Apr 1;17(7):2393.
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Página(s): p.871
ISSN 1983-1793X
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NÍVEL DE LEITURA DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA DE UM CENTRO ESPECIALIZADO DE REABILITAÇÃO
Castro, S. C. ; Macedo, G. S. ; Novaes, B. C. A. C. ; Pereira, R. S. ; Mendes, B. C. A. ;

Introdução: A audição é primordial para a aquisição da linguagem. O diagnóstico da perda auditiva e a intervenção precoce, resultam em menores chances de um impacto negativo no desenvolvimento da criança a longo prazo. Acompanhar o desenvolvimento das crianças com diagnóstico de deficiência auditiva é essencial, pois as crianças, em fase escolar, necessitam de acompanhamento audiológico e suporte. Sendo assim, a avaliação periódica deve ser realizada no serviço e alguns testes podem proporcionar dados importantes sobre o seu desenvolvimento. Objetivo: Identificar o nível de leitura das crianças com deficiência auditiva em um centro especializado de reabilitação, correlacionando com características audiológicas, uso do aparelho de amplificação sonora e características do vocabulário receptivo. Método: A pesquisa foi aprovada sob parecer número 5.441.206. Foi realizada no Centro de Audição na Criança (CeAC). Foram incluídas 16 crianças com deficiência auditiva usuárias de AASI e/ou IC (implante coclear), de ambos os sexos, com idade entre 8 e 12 anos já alfabetizadas, que frequentam escola regular e sem outras deficiências associadas. Para avaliação da leitura foi utilizado o teste de leitura “Compreensão de Sentenças-TELCS”, Teste de Desempenho Escolar TDE-II (leitura de palavras) e para avaliação do vocabulário, o teste de vocabulário receptivo Peabody -PPVT4. Os dados audiológicos foram obtidos a partir do prontuário da criança com avaliação recente. Resultados: O SII55dB e 65dB ≥ 64% demonstraram relação com o vocabulário receptivo. O teste de leitura e compreensão de sentenças, apesentou relação com o SII65dB ≥ 64% e com o vocabulário receptivo >85. O teste de leitura de palavras, não teve relação com o SII, nem com o vocabulário. O uso do aparelho, não demonstrou relação com nenhum dos dados, ou seja, SSII55dB, SII65dB, vocabulário, leitura de palavras e leitura de sentenças. Conclusão: De acordo com os dados do estudo, podemos sugerir que uma boa audibilidade tem relação com um bom desempenho vocabulário receptivo de crianças com deficiência auditiva, e que boa audibilidade e um desempenho maior o vocabulário tem relação com desempenho melhor na leitura e compressão de sentenças dos sujeitos. Para concluir: A leitura de palavras não tem relação com SII, com o vocabulário e nem com o uso dos dispositivos, sendo que o uso do aparelho também não demonstrou relação com nenhum.
Palavras-chave: leitura, deficiência auditiva e vocabulário.

McCann DC, Worsfold S, Law CM, Mullee M, Petrou S, Stevenson J, et al. Reading and communication skills after universal newborn screening for permanent childhood hearing impairment. Archives of Disease in Childhood. 2008; 17;94(4):293–7.
Macedo GS, Novaes BCAC, Castro SC, Mendes BCA. Desempenho de vocabulário receptivo e habilidades de leitura em crianças com deficiência auditiva. Research, Society and Development. 2022;11(16).
Pinheiro ABSM, Yamada MO, Bevilacqua MC, Crenitte PAP. Avaliação das habilidades escolares de crianças com implante coclear. Revista CEFAC. 2012; 14(5):826–35.
Campos PD. Desempenho Acadêmico de crianças e Adolescentes Usuárias de Implante Coclear [dissertação]. Bauru: Universidade de São Paulo Faculdade de Odontologia de Bauru; 2015. 119 p.
Meinzen-Derr J, Wiley S, Choo DI. Impact of Early Intervention on Expressive and Receptive Language Development Among Young Children with Permanent Hearing Loss. American Annals of the Deaf. 2011;155(5):580–91.
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Página(s): p.903
ISSN 1983-1793X
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O IMPACTO CAUSADO NO SISTEMA VESTIBULAR E NA SAÚDE DA MULHER NO PERÍODO DA MENOPAUSA: ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA – REVISÃO DE LITERATURA
França, A. J. C. ; Aria, E. A. B. ; Costa, E. S. ; Rios, K. C. F. ; Pela, S. M. ; Araujo, V. A. F. ;

RESUMO
Introdução: No decorrer do envelhecimento é possível observar fatores que contribuem para alterações durante o processo como questões biológicas, psíquicas e socioculturais. As alterações relacionadas à área da fonoaudiologia impactam a execução adequada das funções do dia a dia como o equilíbrio corporal e a audição, comprometendo assim o bem-estar das mulheres no climatério. O envelhecimento está bastante relacionado a quedas que são causadas pelo desequilíbrio, caracterizado pela incapacidade de mudar a posição do corpo em um tempo considerado hábil. No processo de envelhecimento, o sistema biológico perde grande parte da sua capacidade funcional corporal, ocasionando quedas que podem estar associadas à vertigem.
Objetivo: Relacionar as queixas vestibulares e auditivas em mulheres no período da menopausa. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura de artigos completos em português, disponíveis nos bancos de dados SciELO e LILACS entre os anos de 2008 e 2022, com os descritores: “tontura, vertigem, mulher, climatério, menopausa, fonoaudiologia”, cruzados entre si. Os artigos foram selecionados a partir da leitura dos títulos e pertinência ao tema. Resultados e Discussão: Foram encontrados 16 artigos e selecionados 10 artigos. O gênero feminino é o perfil com maior predomínio de queixa de tontura, como também tem a maior expectativa de vida. As queixas vestibulares podem ser tratadas de diversas formas. A reabilitação vestibular é um recurso terapêutico fisiológico, não invasivo e que não possui efeitos colaterais. Considerações Finais: A importância de profissionais que possuem conhecimento sobre climatério e menopausa para que haja a inclusão e a construção de ações para este tipo de população. As mulheres na menopausa requerem cuidados que visem a individualidade de cada uma, levando em consideração o contexto territorial, para promover os direitos e uma rede de apoio ativa para essa população.
Palavras chaves: Vertigem, Menopausa e Fonoaudiologia.

1. Schimidt, Goia TCG, Silva e Paes MJP. Percepção e compreensão de profissionais e
graduandos de saúde sobre o idoso e o envelhecimento humano. Rev. Esc. Enferm.
USP, 2012 [Acesso 10 Setembro de 2022] v. 46, n. 3, pp. 612-617. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n3/12.pdf.
2. Ishii C, Nishino LK e Campos HAC. Vestibular characterization in the menstrual
cycle. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 2009 [Acesso 01 de Outubro 2022]
v. 75, n. 3, pp. 375-380. Disponível em: 86942009000300012>.
3. Valença CN, e Germano RM. Concepções de mulheres sobre menopausa e climatério.
Fortaleza, C. Rev. Rene, 2010 [Acesso 10 de setembro] v. 11, n. 1, pp. 161-171.
Disponível em :https://www.redalyc.org/pdf/3240/324027969021.pdf.
4. Lima IF e Barbosa RMSP. O trinômio menopausa, atividade física no envelhecimento
e imagem corporal. Boletim informativo Unimotrisaúde em Sociogerontologia, 2015
[Acesso 11 de Setembro] v. 5, n. 1, pp. 36-58. Disponível em:
file:///C:/Users/Dados/Downloads/890-1-2284-2-10-20150507%20(1).pdf.
5. Pimentel MR e Scheicher EM. Comparação do risco de queda em idosos sedentários e
ativos por meio da escala de equilíbrio de Berg. Fisioterapia e Pesquisa, 2009 [Acesso
11 de setembro] v. 16, n. 1, pp. 6-10. Disponível em: 29502009000100002.
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Página(s): p.663
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O IMPACTO DA INFECÇÃO PELO SARS-COV-2 NA AUDIBILIDADE E NAS HABILIDADES COGNITIVAS DE MEMÓRIA E ATENÇÃO
Santos, MS ; Couto. E. A. B. ; Carmo, C. P. C ; Burle, N. L. O ; Garcia, V. S. ; Mancini, P. C. ;

Introdução: Desde Dezembro de 2019, o mundo inteiro tem vivenciado uma pandemia com a elevada transmissão do vírus SARS-CoV-2, que levou a um crescente número de casos graves e de mortalidade. Dentre as variadas sequelas relacionadas à infecção por COVID-19, alguns estudos relatam o impacto nas funções auditiva e cognitiva. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo verificar a audição, memória e capacidade de manter a atenção em indivíduos infectados pelo vírus SARS-CoV-2. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo observacional analítico longitudinal, aprovado pelo COEP número 56345822.1.0000.5149. A amostra de conveniência foi composta por funcionários de uma empresa siderúrgica de uma capital do Brasil, com idades entre 20 e 60 anos, que foram infectados pelo vírus SARS-CoV-2. Foram excluídos os indivíduos com quadro neurológico e/ou psiquiátrico auto-relatado ou evidente, histórico de acidente vascular encefálico e com histórico de perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão sonora. Foi realizada anamnese contendo informações auto-relatadas sobre memória e concentração, meatoscopia e audiometria tonal por via aérea após a infecção. Foram coletados os resultados da audiometria tonal antes da infecção no prontuário de saúde ocupacional do funcionário. Os dados coletados foram precedidos de teste de normalidade para a escolha dos testes estatísticos apropriados. Foi adotado nível de significância de 5% em todas as análises. Resultados:A amostra foi constituída por 50 indivíduos, com média de idade de 37 anos, desvio padrão de 9,2 anos, sendo 96% do sexo masculino. Houve diferença estatisticamente significante entre os limiares auditivos para a orelha direita em 250Hz e 500Hz, e para a orelha esquerda nas frequências de 250Hz e 8000Hz, sendo observado um aumento na média dos limiares após a infecção. Com relação a memória, atenção e queixas auditivas, não foram encontrados resultados estatisticamente significantes. Conclusões: Indivíduos infectados pelo COVID-19 apresentaram piora dos limiares de audibilidade nas frequências de 250, 500, e 8000Hz.

1. CHEN et al. Epidemiology and Clinical Characteristics of COVID-19. 2020;
2. Wilson WR, Veltri RW, Laird N, Sprinkle PM. Viral and epidemiologic studies of idiopathic sudden hearing loss. Otolaryngol Head Neck Surg. 1983;91(6):653-8;
3. VIEIRA andrêza batista, MANCINI patrícia, GONÇALVES denise utsch. Doenças Infecciosas e Perda Auditiva. 2009;
4. Eldré W Beukes, et. al. Changes in Tinnitus Experiences During the COVID-19 Pandemic. 2020;
5. Mustafa MWM. Audiological profile of asymptomatic Covid-19 PCR-positive cases. Am J Otolaryngol. 2020;
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1011
ISSN 1983-1793X
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O IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA REABILITAÇÃO DE PRÉ-ESCOLARES, CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: OLHAR DOS PAIS E/OU RESPONSÁVEIS
Biaggio, EPV ; Piber, V.D ; Gertz, A.L ;

Introdução: A população infantil com deficiência auditiva (DA) ficou ainda mais vulnerável no cenário pandêmico do COVID-19, pelas características da própria deficiência associadas às diferentes barreiras na comunicação. Tais dificuldades podem inclusive ter acarretado em falta de informações sobre a própria pandemia de COVID-19. Acrescenta-se ainda que, por ser um tipo de privação sensorial, a DA possui como característica uma inaudibilidade aos estímulos sonoros, que acaba impactando na interação com o outro. Além disso, influencia diretamente no desempenho escolar e na comunicação dos alunos, pois pode dificultar ou impossibilitar a expressão e o acesso às informações para sujeitos com DA. Por isso, a importância do acompanhamento do uso de auxiliares de audição e da fonoterapia de reabilitação/habilitação da audição para população infantil, como forma de minimizar os efeitos da DA. Objetivo: Descrever como foi a comunicação de pais/responsáveis aos seus filhos com deficiência auditiva sobre a pandemia de COVID-19. Analisar o impacto da pandemia nas questões emocionais, no acesso aos serviços de assistência técnica dos auxiliares de audição, no acesso a fonoterapia e no desempenho escolar, sob a perspectiva dos pais/responsáveis. Além de investigar se o grau da deficiência auditiva da criança teve associação com o seu desempenho escolar no período pandêmico. Métodos: Delineamento observacional, descritivo, transversal, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição (CAAE 23081.027862/2021-65 e parecer 055748) . Participaram 26 pais/responsáveis de pré-escolares, crianças e adolescentes com deficiência auditiva, com idade de quatro a 14 anos, que fazem parte de um Programa de Saúde Auditiva. Aplicou-se um questionário com perguntas objetivas sobre a temática. Realizou-se uma análise descritiva e estatística dos dados. Resultados: Mais da metade responderam que utilizam a linguagem oral para informar e orientar seus filhos sobre a pandemia; a maior parte dos sujeitos também pontuou pelo menos algum impacto emocional. Além disso, metade dos sujeitos fez o uso da prótese auditiva sem a devida assistência; menos da metade relatou que recebeu orientações insuficientes para o teleatendimento; mais da metade acompanhou as aulas apenas de forma remota. Não houve associação entre o grau de deficiência auditiva e o desempenho na vida escolar durante a pandemia. Conclusão: Observou-se diferentes repercussões da pandemia do COVID-19 na vida dos pré-escolares, crianças e adolescentes com deficiência auditiva, especialmente em relação a comunicação sobre tal pandemia, aos aspectos emocionais, o acesso à assistência técnica, a fonoterapia e desempenho escolar. A maioria dos entrevistados utilizou a linguagem oral para informar e orientar seus filhos sobre a pandemia do COVID-19.


Charney SA, Camarata SM, Chern A. Potential Impact of the COVID-19 Pandemic on Communication and Language Skills in Children. JAMA otolaryngology -- head & neck surgery. 2021;165(1):1-2.
Declercq, M. Informações essenciais sobre novo coronavírus não chegam para os surdos. [internet] Disponível em < https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/04/02/a-maioria-das- informacoessobre-a-covid-19-nao-chegam-para-os-surdos.htm > Acesso em: 18 jul. 2020.
Lima RC. Distanciamento e isolamento sociais pela COVID-19 no Brasil: impactos na saúde mental. Physis. 2020;30(2):1-10.
Shimazaki EM, Menegassi RJ, Fellini DGN. Ensino remoto para alunos surdos em tempos de pandemia. Práxis Educativa. 2020;15:1-17.
Dimer NA, Soares NC, Teixeira LS, Goulart BNG. Pandemia do COVID-19 e implementação de telefonoaudiologia para pacientes em domicílio: relato de experiência. CoDAS. 2020;32(3):1-4

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.861
ISSN 1983-1793X
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O PROGRAMA DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL SOB OLHAR DAS MÃES EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA
Oliveira, M. T. D. ; Freitas, A. V. C. ; Mariz, A. C. L. ; Paschoal, M. D. R. ; Araújo, E. S. ;

Para que o objetivo da Triagem Auditiva Neonatal (TAN) seja de fato cumprido, a qualidade e efetividade dos programas devem ser monitoradas. Nesta perspectiva, torna-se imprescindível avaliar a satisfação dos familiares, a fim de conhecer os problemas existentes nesse processo e propor estratégias que favoreçam sua execução. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a satisfação das mães sobre o programa de TAN em uma maternidade pública. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, quanti-qualitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer 5.387.883. Participaram 60 mães de recém-nascidos submetidos à TAN no período de fevereiro a julho/2022, atendidas nas enfermarias (canguru e alojamento conjunto) e no ambulatório da terceira etapa do método canguru. Utilizou-se um questionário de satisfação, traduzido para o português e validado em estudo prévio. O instrumento foi aplicado por meio de entrevista dirigida individualizada, por uma fonoaudióloga, sendo composto por 24 itens, divididos em perguntas abertas e de múltipla escolha acerca de aspectos relacionados à TAN, acesso às informações e perda auditiva. Os dados foram armazenados em uma planilha eletrônica no programa Microsoft Excel 2010®, utilizou-se o Statistical Package for Social Sciences (SPSS®) versão 24.0 para análise, com a realização dos testes de Kruskal Wallis e Qui-quadrado e adotou-se o p-valor de 0,05. Para as questões abertas, foi realizada a análise qualitativa, com a transcrição sistemática das respostas dos familiares. 76,7% das mães souberam da TAN durante a internação hospitalar; 86,7% referiram ter sido informada pela fonoaudióloga da maternidade; 71,7% afirmaram lembrar das orientações; 75% não ficaram preocupadas; 100% afirmaram não receber folheto sobre a TAN; 68,3% disseram não saber o que esperar com o resultado da TAN; 100% declararam ser favoráveis ao programa de TAN, sendo que, destas, 5% mostraram-se insatisfeitas com as informações recebidas. Na análise inferencial constatou-se que o profissional que informou sobre a TAN não influenciou no grau de preocupação materna (p= 0,754). Por outro lado, o momento em que a mãe soube da TAN refletiu no grau de preocupação da mesma (p= 0,044), sendo que as mães não preocupadas souberam da TAN antes da internação hospitalar e aquelas mais preocupadas, souberam do exame durante ou depois da internação. Adicionalmente, constatou-se que o nível de preocupação com a TAN não teve efeito do nível de escolaridade materna (p= 0,982) e do número de filhos (p= 0,956). Conclui-se que embora as mães tenham uma boa aceitação da TAN e não tenham apresentado sugestões de melhorias para o serviço, 5% mostraram-se insatisfeitas com as orientações recebidas, 28,3% não se lembram das informações e a orientação sobre a TAN antes da internação pode minimizar reações maternas negativas, com menor grau de preocupação. Dessa forma, é importante a inclusão efetiva das ações de saúde auditiva na rede de atenção materno infantil, com ações desde o período pré-natal, com vistas a minimizar o grau de preocupação materna, garantir a informação adequada sobre o programa, além de minimizar a evasão das famílias nas diferentes etapas do programa de identificação e intervenção da perda auditiva nos primeiros anos de vida.

BRASIL. Ministério da Saúde · PNASS - Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde. Brasília – DF. p.64, 2015.

HOME, M. Year 2019 Position Statement : Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. v. 4, n. 2, p. 1–44, 2019.

CUNICO, S. D. et al . Percepções e sentimentos maternos frente à triagem auditiva neonatal do filho. Pensando fam., Porto Alegre , v. 17, n. 2, p. 84-95, dez. 2013 . Disponível em . acessos em 15 nov. 2021.

LAM, M. Y. Y. et al. Maternal knowledge and attitudes to universal newborn hearing screening: Reviewing an established program. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, v. 105, n. April 2018, p. 146–153, 2018.

QIRJAZI, B. et al. Mothers’ perceptions of universal newborn hearing screening in transitional Albania. PLoS ONE, v. 15, n. 8 August, p. 1–12, 2020.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.904
ISSN 1983-1793X
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O RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS SUBMETIDOS À REABILITAÇÃO AUDITIVA
Carli, F.V.B.O ; Oliveira, A.M. ; Vedovato, G.L. ; Barbui, T.R.M. ; Alcântara, Y.B. ; Luiz, A.L.F. ; Frizzo, A.C.F ;

Introdução: O envelhecimento humano gera modificações funcionais, estruturais e sensoriais importantes. A perda auditiva é uma das três condições crônicas mais prevalentes, podendo atingir até 84% dos idosos.1 Sabe-se que, indivíduos com perda auditiva são mais propensos a ter alterações de equilíbrio e histórico de queda, as quais, podem promover sérios distúrbios na qualidade de vida da população geriátrica. 2,3 Objetivo: Analisar o risco de quedas em idosos submetidos à reabilitação auditiva. Material e Método: Este estudo foi aprovado pelo Comite de Ética em Pesquisa, sob o número: 5.690.286. Trata-se de um estudo piloto, descritivo, no qual foram avaliados pacientes com presbiacusia, em atendimento em um Centro Especializado em Reabilitação. Para a coleta de dados, utilizou-se os seguintes instrumentos: um questionário de identificação e avaliação de quedas e os testes de equilíbrio, TUG (Timed Up and Go Test) e escala de equilíbrio de Berg (EEB), realizados logo após a reabilitação auditiva com adaptação de próteses auditivas bilateralmente de um mesmo fabricante. Resultados: A amostra foi composta por 11 idosos, sendo 5 (45,5%) do sexo feminino e 6 (54,5%) do sexo masculino. A idade dos pacientes variou entre 64 e 96 anos, com uma média de idade de 75,5 anos. Quanto a presença de doenças crônicas, 45,4% eram diabéticos e 63,3% apresentavam Hipertensão arterial sistêmica. Quanto a ocorrência de quedas, 27,7% dos idosos mencionaram quedas no ano anterior, dentro do domicilio, sem consequências graves e 72,7% relataram medo de cair. Em 63,3% dos pacientes verificou-se uso de 4 ou mais medicamentos por dia. Em relação ao risco de quedas, no teste de TUG 27,7% foram classificados com risco moderado e na escala de Berg, apenas 9% apresentaram risco elevado de quedas. Conclusão: Concluiu-se que, embora a maioria da amostra não tenha apresentado um risco elevado para quedas, a sua ocorrência esteve presente entre os pacientes com presbiacusia e, muitos, relataram medo de sofrer quedas. A identificação de preditores de quedas em pacientes com presbiacusia pode auxiliar na elaboração de estratégias de prevenção, nesta população.

LOPES, D.F, et al. Fatores relacionados a quedas em idosos. Rev Inic Cient e Ext., v. 2, n. 3, p.131-8, agost. 2019.



PINHO TAM, et al. Avaliação do risco de quedas em idosos atendidos em Unidade Básica de Saúde. Rev Esc Enferm USP, v. 46, n. 2, p. 320-7, abr.2012.



ANDERSON, S.; PARBERY-CLARK, A.; WHITE-SCHWOCH, T.; KRAUS, N. Aging affects neural precision of speech encoding. The Journal of neuroscience: the official journal of the Society for Neuroscience, v. 32, n. 41, p. 14156–64, october. 2012.

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Página(s): p.928
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O USO DE TECNOLOGIA AUDIOVISUAL COMO ESTRATÉGIA INOVADORA DE ENSINO EM AUDIOLOGIA CLÍNICA
Soldera, C.L.C. ; Boscolo, C.B. ; Machado, M.S. ; Braga, N.S. ; Santos, A.S. ; Silveira, I.F. ; Ferreira, L.C. ; Silva, C.M. ;

Introdução: Tratando-se de Audiologia Clínica, usar tecnologia audiovisual pode facilitar o aprendizado e a realização de exames. É com essa estratégia que atua um Programa de Iniciação à Docência (PID) de uma Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Seu propósito é realizar atividades inovadoras, a fim de melhorar o ensino na graduação, através de novas práticas e experiências pedagógicas relacionadas à Audiologia. Nos últimos anos, foram elaborados vídeos para reforçar as aulas do eixo da Audiologia, além de conteúdos sobre a área postados no Instagram. Objetivo: Apresentar ações realizadas por um Programa de Iniciação à Docência de Audiologia Clínica. Métodos: No Instagram do PID, a postagem de paródias auxiliou os seguidores a entenderem Audiologia Clínica de forma didática, criativa e inovadora. A live “Prof, o que eu faço? Residência em Audiologia” contou com a participação de fonoaudiólogas residentes, que falaram sobre residência em Audiologia e esclareceram dúvidas. Vários conteúdos também foram postados, com a proposta de informar os seguidores do perfil com temas audiológicos. Para isso, elaboraram-se pequenos vídeos descontraídos sobre as práticas de estudantes e profissionais da audiologia, e um post sobre prevenção às perdas auditivas. Além disso, foram feitos vídeos para reforçar as aulas de Audiologia Infantil. Um vídeo explicativo sobre o manuseio de um imitanciômetro também foi realizado para auxiliar as aulas práticas. Ao assistirem esse vídeo, os discentes receberam um questionário, cujo objetivo era captar opiniões sobre o material. Resultados e conclusões: Foram realizadas três paródias com um total de 2267 visualizações. A live alcançou 184 visualizações. Sobre o vídeo de manuseio de um imitanciômetro, 100% dos alunos acharam que a estratégia contribuiu para a aprendizagem; 75%, julgaram que a atenção e a concentração durante o vídeo, comparada a uma aula tradicional, foi melhor; 75%, avaliaram o material como excelente, e 25%, como bom. Conclui-se que a utilização de tecnologia audiovisual é uma estratégia inovadora que contribui para o aprendizado dos alunos.

KATZ, Jack (Ed.) et al. Handbook of clinical audiology. 6th ed. Philadelphia: Wolters Kluwer,
2009. 1032 p
MOMENSOHN-SANTOS, Teresa Maria; RUSSO, Iêda Chaves Pacheco (Orgs.). Prática da
Audiologia Clínica 6. ed. Perdizes: Cortez, 2005.
LOPES FILHO, Otacílio (Ed.). Tratado de Fonoaudiologia. 2. ed. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2005.
992 p.
FROTA, Silvana (Org.). Fundamentos de Fonoaudiologia: audiologia. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2003. 210 p
FERREIRA, Léslie Piccolotto; BEFI-LOPES, Debora M; LIMONGI, Suelly Cecília Olivan
(Org.). Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 2005.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.765
ISSN 1983-1793X
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OS LIMIARES DO REFLEXO ESTAPÉDICO EVOCADO ELETRICAMENTE EM CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
Lerner, C.V.B. ; Iervolino,S. ; Durante,A.S. ;

Introdução:
O Limiar do Reflexo Estapédico Evocado Eletricamente (LREEE) é definido como a menor intensidade capaz de desencadear a contração dos músculos estapédico e tensor do tímpano, ofertada via o implante coclear (IC). Há diversos estudos internacionais que destacam a importância do LREEE como uma medida útil e confiável para o mapeamento e a programação do IC, uma vez que essa medida objetiva apresenta uma forte relação com os níveis de saída de corrente elétrica obtidos de forma comportamental. Em contrapartida, os estudos nacionais são restritos a revisões de literatura, sendo necessário mais estudos experimentais e com ampla amostra com o uso dessa medida objetiva.

Objetivo:
O presente estudo busca analisar a relação entre a corrente elétrica mínima que é capaz de eliciar o LREEE e os níveis de saída de corrente elétrica obtidos de forma comportamental em crianças usuárias de IC.

Método:
O protocolo do estudo bem como o termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foram aprovados pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição (3.748.820). Trata-se de um estudo observacional, prospectivo, transversal e descritivo. De acordo com os critérios de inclusão, foram selecionadas crianças implantadas com idade entre 4 a 12 anos em atendimento na instituição, e que possuíssem o mapa auditivo programado do IC apenas pelo método comportamental. Além disso, era necessário que apresentassem timpanometria curva tipo A no dia do exame. Foram excluídos do estudo os participantes que por motivo de desconforto ou desistência, não contemplassem o protocolo do estudo. Primeiramente, foi realizada uma inspeção visual no meato acústico externo (MAE) utilizando um otoscópio. Na sequência, o exame timpanométrico foi realizado por meio de um analisador de ouvido médio da Interacoustics Titan, no qual por meio da janela do declínio do reflexo acústico foi observada a alteração na admitância acústica da orelha média após um estímulo de pulso elétrico, o que indicava a ocorrência ou não do LREEE.

Resultados:
Foram avaliadas 9 crianças, sendo 5 do sexo feminino e 4 do sexo masculino. A idade média dos participantes foi de 8,6 anos, sendo que 44% apresentaram causa idiopática. 63% da amostra realizou a cirurgia de IC entre 1 e 2 anos de idade. Além do mais, 78% dos participantes faziam o uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual anterior a cirurgia de IC, sendo abandonado este uso em 67% após a cirurgia. A presença do LREEE ocorreu em 88,8% dos participantes na maioria dos eletrodos, sendo que 56% relataram que não tiveram a percepção de desconforto durante a pesquisa do reflexo. No teste de correlação de Pearson, no qual identificou-se que os eletrodos localizados na região basal da cóclea 9 e 12, apresentaram uma correlação classificada como forte. A diferença média entre as duas medidas para todos os eletrodos testados foi de 3,8 unidades.

Conclusão:
Foi possível obter uma correlação forte entre o LREEE e os níveis de saída de corrente elétrica pelo método comportamental nos eletrodos 9 e 12.

Andrade, k. C. L; leal, m. C.; menezes, p. L.; albuquerque, k. M. G.; carnaúba, a. T. L. A importância do reflexo estapédico evocado eletricamente no implante coclear: artigos de revisão. Braz. j. otorhinolaryngol. vol.80 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2014.

Kosaner, j.; spitzer, p.; bayguzina, s.; gultekin, m.; behar, l. A. Comparing eSRT and eCAP measurements in pediatric MED-EL cochlear implant users. Cochlear Implants International, 02 Jan 2018.

Wolfe, J., Gilbert, M., Schafer, E., Litvak, L. M., Spahr, A. J., Saoji, A., & Finley, C. (2016). Optimizations for the electrically-evoked stapedial reflex threshold measurement in cochlear implant recipients. Ear And Hearing, 38, 255–261.
Walkowiak A, Lorens A, Polak M, Kostek B, Skarzynski H,Szkielkowska A, et al. Evoked stapedius reflex and compound action potential thresholds versus most comfortable loudness level: assessment of their relation for charge-based fitting strategies in implant users. ORL J Otorhinolaryngol Relat Spec. 2011;73:189-95.

Van Den Abbeele, T., Noël-Petroff, N., Akin, I., Caner, G., Olgun, L., Guiraud, J., . . . Arnold, L. (2012). Multicentre investigation on electrically evoked compound action potential and stapedius reflex: How do these objective measures relate to implant programming parameters? Cochlear Implants International, 13(1), 26–34.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.745
ISSN 1983-1793X
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OUVIR MÚSICA: MELHOR COM OU SEM AASI?
SIMÕES, P.N. ; ROMANELLI, G.G.B. ; ARAÚJO, C.M. ; LÜDERS, D. ;

Introdução: Mesmo com o constante aprimoramento dos aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), a percepção da música por seus usuários permanece desafiadora. O espectro mais extenso da música, diferenças entre a música instrumental e as canções, além de particularidades de músicas gravadas ou ao vivo, explicam a dificuldade de usuários de AASI em vivenciar a experiência musical. Objetivo: Analisar a percepção musical de adultos com DA usuários de AASI (GA) em relação a um grupo controle de ouvintes (GO), e comparar a percepção musical de GA com e sem AASI. Metodologia: Estudo descritivo, qualitativo, realizado com uma amostra de conveniência. Os critérios de inclusão em GA foram: adulto, usuário de AASI há seis meses, com perda auditiva neurossensorial bilateral pós-lingual de qualquer grau, sem alterações cognitivas. GO foi constituído de adultos com limiares auditivos de VA até 25 dB NA, nas frequências de 250Hz a 8000Hz, bilateralmente, sem alterações cognitivas. Foram critérios de exclusão GA e GO ser músico amador ou profissional. GA e GO responderam o teste de percepção musical BATUTA, que consiste na apresentação de amostras musicais, aos pares, para pesquisar os domínios ritmo, pitch e timbre. Os participantes de GA que concordaram, responderam o teste mais uma vez, sem o AASI. O teste foi aplicado em sala silenciosa, com apresentação dos estímulos a 70dBA para GO, e os participantes de GA ajustaram o volume a nível confortável de audibilidade. Resultados: 31 participantes de GA com média de 64,64 ±14,67 anos, sendo 51,61% do sexo masculino, e 51 participante de GO com média de 35,35 ± 10,82 anos e predominância do sexo feminino (70,6%) participaram do estudo. 20 dentre os participantes de GA concordaram em responder o teste com e sem AASI. A comparação dos escores de GA e GO por meio do teste t de Student mostrou que há diferença significativa entre os dois grupos para os três domínios, com melhor desempenho para GO. Quando analisadas por meio de regressão linear, ser ouvinte ou usuário de AASI foi a variável que apresentou significância estatística para os escores do teste, sendo que não houve relação dos resultados com as variáveis sexo ou idade. A comparação dos escores de GA para os participantes que responderam o teste com e sem AASI, através do teste t de Student para grupos pareados, não apontou diferença estatisticamente significativa entre as duas situações. Conclusão: Escores melhores encontrados em GO coincidem os resultados de outros estudos e a variável sexo não tem sido um componente relevante na pesquisa da percepção musical desse público. A ausência de relação entre a idade e o desempenho de GA, e os resultados similares para o teste quando respondido com e sem o AASI, podem indicar que a dificuldade na percepção musical está mais centrada nas limitação do AASI do que em alterações biológicas decorrentes da DA, como seria esperado no grupo com a idade média de GA. A amplificação da música por meio de AASI precisa ser discutida e incluída nos protocolos de indicação e adaptação dos aparelhos.

CHASIN, Marshall; HOCKLEY, Neil S. Hearing Aids and Music: Some Theoretical and Practical Issues. Springer Handbooks, [S. l.], p. 841–853, 2018. DOI: 10.1007/978-3-662-55004-5_40.
GREASLEY, Alinka; CROOK, Harriet; FULFORD, Robert. Music listening and hearing aids: perspectives from audiologists and their patients. International Journal of Audiology, [S. l.], v. 59, n. 9, p. 694–706, 2020. b. DOI: 10.1080/14992027.2020.1762126. Disponível em: https://doi.org/10.1080/14992027.2020.1762126.
SIMÕES, Pierangela Nota; LÜDERS, Debora; JOSÉ, Maria Renata; ROMANELLI, Guilherme; LÜDERS, Valéria; SANTOS, Rosane Sampaio; DE ARAÚJO, Cristiano Miranda. Musical Perception Assessment of People With Hearing Impairment: A Systematic Review and Meta-Analysis. American Journal of Audiology, [S. l.], v. 30, n. 2, p. 458–473, 2021. DOI: 10.1044/2021_aja-20-00146.
SIMÕES, Pierangela Nota; ROMANELLI, Guilherme; ARAÚJO, Cristiano Miranda; LÜDERS, Débora. Desenvolvimento e validação do BATUTA: um teste para avaliação da percepção musical de pessoas com deficiência auditiva. CoDAS, [S. l.], v. No prelo, [s.d.].
UYS, Marinda; VAN DIJK, Catherine. Development of a music perception test for adult hearing-aid users. The South African journal of communication disorders. Die Suid-Afrikaanse tydskrif vir Kommunikasieafwykings, [S. l.], v. 58, n. October, p. 19–47, 2011. DOI: 10.4102/sajcd.v58i1.38.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.716
ISSN 1983-1793X
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PADRONIZAÇÃO DE IMITANCIÔMETRO MULTIFREQUENCIAL
Garcia, C.F.D ; Soares, E.C.A ; Barbosa, M.H.M ; Nery, S.C.M ;

INTRODUÇÃO: As medidas de imitância acústica consistem em dois testes objetivos: a timpanometria e a pesquisa de reflexos acústicos (RA), essas medidas fornecem informações sobre a condição de integridade da função da orelha média e da via auditiva. Devido à importância do exame no diagnóstico de alterações auditivas, torna-se imprescindível a obtenção de dados normativos do equipamento utilizado no local da realização. OBJETIVO: estabelecer dados normativos para as medidas de imitância acústica em uma população de mulheres adultas saudáveis MATERIAIS E MÉTODOS: Parecer de aprovação, número 2.247.511 e n° 1.516.904, do Comitê de Ética em Pesquisa. A população foi constituída 15 por alunas do sexo feminino, do curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sem aparentes alterações de orelha média. Foi utilizado o Imitanciômetro Multifrequencial da marca MADSEN OTOflex 100 e fones de inserção. Foram obtidas as seguintes variáveis: volume de orelha externa, largura timpanométrica, complacência, pressão e tipos de curva timpanométrica. Nos dados do reflexo acústico, foram analisados reflexo ipsilateral e contralateral e nos ruídos. Foram obtidos valores máximos e mínimos para essas variáveis, além das médias e medianas. RESULTADOS PARCIAIS: O estudo encontra-se em andamento e processo de análise de resultados. Pretendemos realizar a mesma avaliação em pacientes adultos do sexo masculino, além de neonatos a termos saudáveis sem risco para alterações auditivas.

1. Emanuel DC, Henson OEC, Knapp RR. Survey of audiological immittance practices. Am J Audiol. 2012;21(1):60-75.
2. Pinotti KSA, Corazza MCA, Alcarás PAS. Avaliação eletrofisiológica do nervo auditivo em pacientes normo-ouvintes com ausência do reflexo estapediano. Arq Int Otorrinolaringol. 2009;13(4):386-93.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1006
ISSN 1983-1793X
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PADRONIZAÇÃO DO TESTE CLICK ORDERING LATERALIZATION TEST (COLT): TESTE-RETESTE
Ferreira, GD ; Leite-Filho CA ; Rabelo, CM ; Schochat, E ;

PADRONIZAÇÃO DO TESTE CLICK ORDERING LATERALIZATION TEST (COLT): TESTE-RETESTE
Introdução: O sistema nervoso auditivo central é responsável por diversos fenômenos comportamentais, como a lateralização sonora, que é essencial para orientação no meio e reação rápida aos estímulos. Com isso, faz-se necessário um instrumento que avalie de forma eficiente a lateralização sonora sem a interferência de aspectos como linguagem, cognição e escolaridade. O Click Ordering Lateralization Test (COLT) foi desenvolvido com o objetivo de verificar a menor diferença de tempo interaural, necessária para a realização da lateralização sonora. Objetivo: Determinar a confiabilidade teste-reteste do COLT em adultos normo-ouvintes. Método: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e observacional, aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa, sob o parecer n° 34394820.70000.0068. O COLT é composto por quatro listas equivalentes, cada uma com 54 itens apresentados a 50 dBNS. Cada item consiste em um estímulo de tone burst apresentado nas duas orelhas com nove possíveis intervalos de tempo interaurais variando entre 0 e 230 ms. O indivíduo avaliado deve referir a orelha que escutou o primeiro estímulo. Foram incluídos 58 sujeitos, de ambos os gêneros, entre 18 e 40 anos de idade, sem queixas auditivas ou alterações na avaliação audiológica básica e no teste dicótico de dígitos. Os participantes foram submetidos às faixas 1 e 2 do COLT e organizados igual e randomicamente em dois grupos: Grupo A (faixa 1, com primeiro item iniciando pela orelha direita) e Grupo B (faixa 2, com primeiro item iniciando pela orelha esquerda). Entre 20 a 40 dias após a primeira aplicação, os voluntários retornaram para reteste. A análise estatística investigou o efeito do gênero, ordem de início do teste, faixa-teste e diferença de tempo interaural sobre a porcentagem de acertos no COLT, controlando a variabilidade individual por meio da elaboração de modelos mistos lineares generalizados. A análise de confiabilidade teste-reteste foi complementada com o cálculo do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). Foi adotado o nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se alto desempenho da amostra estudada, com média de acertos acima de 94% e média de limiar da diferença de tempo interaural menor que 72 ms para todas as faixas-teste, não sendo observados efeitos estatisticamente significantes dos fatores gênero (p=0,780), faixa-teste (p=0,461) e ordem de início do teste (p=0,500). Na análise da diferença de tempo interaural, verificou-se que os intervalos mais longos (150 a 230 ms) não apresentaram diferenças significantes entre si (p>0,999); já de 60 a 120 ms houve uma piora progressiva e estatisticamente significante do desempenho (p<0,05). Quanto à análise do teste-reteste, não foi observada diferença estatisticamente significante entre os dois momentos, apresentando CCI entre teste-reteste de 0,677 (p<0,001), e entre faixas-teste de 0,621 (p<0,001). Conclusão: O COLT apresentou confiabilidade moderada, indicando que pode ser integrado à bateria de testes comportamentais do processamento auditivo. Estudos futuros devem investigar a aplicação do teste em outras faixas etárias e em indivíduos com transtorno do processamento auditivo.





1. BARAN, J. A.; MUSIEK, Frank E. Avaliação Comportamental do Sistema Nervoso Auditivo Central. In: Perspectivas atuais em avaliação auditiva. [s.l.: s.n.], 2001.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.831
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PANORAMA QUANTITATIVO DA INDICAÇÃO DE DISPOSITIVOS AUDITIVOS DE UM CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO AUDITIVA DA REDE SUS
CARVALHO, H. A. S. ; SOARES, L. S. S. ; TELES, B. B. ; PIGOSSO, C. F. S. ; TAKEUTI, A. A. ; KUCHAR, J. ;

INTRODUÇÃO: Os dados epidemiológicos da deficiência auditiva no Brasil encontram-se, no momento, em processo de formação. Porém, é evidente a alta demanda por avaliação e intervenção na perda auditiva de usuários oriundos da regulação do Sistema Único de Saúde (SUS). A indicação da tecnologia dos aparelhos auditivos deve corresponder, prioritariamente, às demandas auditivas dos indivíduos, porém, na realidade ainda encontra o desafio de atender ao quantitativo preconizado pelas diretrizes vigentes atuais. OBJETIVO: Mapear quantitativamente as indicações de dispositivos auditivos para a população encaminhada pelo sistema de regulação do Distrito Federal a fim de nortear as tomadas de decisões profissionais quanto à indicação de tecnologias dos aparelhos auditivos oferecidos aos usuários dos serviços de saúde auditiva da rede SUS. METODOLOGIA: Foi realizada análise retrospectiva dos dados de indicação de um Centro Especializado em Reabilitação Auditiva de média e alta complexidade em Brasília que são disponibilizados para acesso público no sistema DATASUS, subsidiado pelo Governo Federal, no período de janeiro a dezembro do ano de 2021. Por tratar-se de análise de dados de acesso público, esse estudo dispensa a apreciação de Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/CONEP, conforme dita a resolução CNS/MS 510/16. Os dados foram categorizados pelo quantitativo geral, comparação entre o número de indicações de tecnologias tipo A, B e C estabelecidas pelo SUS, quantitativo e estratificação por gênero nas indicações para dispositivos unilateral convencional para indivíduos com perda auditiva unilateral e que obtiveram benefícios com o uso de apenas um dispositivo, unilateral com transmissor CROS, bilateral convencional e bilateral BICROS e predominância da lateralidade de orelha com indicações de uso do sistema CROS. A análise dos dados foi realizada de forma descritiva através de frequência absoluta e relativa. RESULTADOS: Foram coletadas as informações das indicações de aparelhos auditivos de 1343 indivíduos, com predominância do gênero feminino em todos os tipos de indicações (n=792), sendo 40% deles beneficiados com a tecnologia tipo A e 43% com a tecnologia tipo B, enquanto a tecnologia tipo C foi indicada para 17% desses usuários. Quanto aos tipos, as indicações bilaterais convencionais lideraram com o total de 85% dos indivíduos enquanto as indicações unilaterais responderam por 9% dos casos. Os usuários que receberam indicação de uso do sistema CROS totalizam 7% dos usuários totais distribuídos entre 3% para indicações de sistema CROS com perda auditiva unilateral exclusiva e 4% para usuários com perda auditiva bilateral e que necessitam da tecnologia BICROS. O estudo revelou que 52% dos usuários com sistema CROS unilateral exclusivo e 60% dos usuários com sistema BICROS receberam indicação predominantemente do transmissor para a orelha direita. CONCLUSÃO: O estudo identificou uma predominância de perdas auditivas bilaterais entre os usuários e busca mais frequente por soluções auditivas entre as mulheres. Os sistemas CROS e BICROS demonstraram maior frequência de adaptação do transmissor na orelha direita. As indicações das tecnologias tipos B e C extrapolaram a cota estipulada pelas diretrizes nacionais e, portanto, incentiva o debate sobre a flexibilização desses números a fim de atender às demandas auditivas reais dos usuários SUS.

1. Gondim L, Balen S, Zimmermann K, Pagnossi D, Fialho I, Roggia S. Estudo da prevalência e fatores determinantes da deficiência auditiva no município de Itajaí, SC. Braz J Otorhinolaryngol. 2012

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, portaria nº 587, de 08 de outubro de 2004. Anexo IV - Diretrizes para o fornecimento de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI). (Acesso em 12 de Janeiro de 2023) Disponivel em: https://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/Portaria_587.pdf

3. Brasil, Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde-DATASUS. Disponível em https://datasus.saude.gov.br/acesso-a-informacao [Acesso em 13 de janeiro de 2023]
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Página(s): p.876
ISSN 1983-1793X
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PERCEPÇÃO AUDITIVA DA FALA EM USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR COM ELETRODOS DESABILITADOS: REVISÃO DE ESCOPO
Santana Junior, C. A. C. ; Gringo, C. P. O. ; Santos, P. P. T. ; Samersla, M. O. P. ; Mazzo, A. ; Fernandes, J. S. Z. ; Lourençone, L. F. M. ;

Apesar da melhoria constante da tecnologia do Implante Coclear (IC) em algumas situações é necessário desabilitar um ou mais eletrodos ao longo dos acompanhamentos pós operatórios dos usuários desse dispositivo. Porém, quando esses eletrodos são desabilitados consequentemente o desempenho da percepção auditiva da fala é alterado. O objetivo do presente estudo foi de identificar, sintetizar e analisar o conhecimento científico produzido sobre a percepção auditiva da fala de pacientes usuários de Implante Coclear com eletrodos desabilitados. Trata-se de uma revisão de escopo que segue a proposta do Instituto Joanna Briggs (2021), realizada no National Library of Medicine (PubMed/MEDLINE), Scopus, Embase, Web of Science e Lilacs, por meio dos descritores: implante coclear, percepção auditiva, percepção da fala, eletrodos implantados, falha de equipamentos médicos e falha de dispositivos, associados pelos operadores boleanos and, or e not. Entre os 550 estudos encontrados 12 compuseram a amostra. A presente revisão faz parte de um projeto maior aprovado no CEP do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo sob parecer: 5.788.962. Todos estudos da amostra analisaram os usuários de Implante Coclear com eletrodos desabilitados com propósitos diferentes. Em sua maioria, foi verificado como o número de eletrodos habilitados ao longo do feixe influencia na percepção auditiva da fala. Por outro lado, em outros estudos os eletrodos foram desabilitados para avaliar o efeito da profundidade da inserção dos eletrodos no desempenho dos usuários de IC. Esse estudo demonstrou que a diminuição do número de eletrodos ativos ao longo do feixe afeta no desempenho do usuário de IC levando a diminuição da percepção da fala. Não está claro se a diminuição do desempenho observada à medida que o número de eletrodos ativos diminui é consequência do número reduzido de canais, da distorção de frequência gerada para local estimulado na cóclea, pelas diferenças de parâmetros, ou pela diferença no número de eletrodos ativos do mapa clínico habitual do paciente.

SAGI, Elad; SVIRSKY, Mario A. Deactivating cochlear implant electrodes to improve speech perception: A computational approach. Hearing Research, vol. 370, p. 316–328, 2018. DOI 10.1016/j.heares.2018.10.014. Available at: https://doi.org/10.1016/j.heares.2018.10.014.
Aromataris E, Munn Z (Editors). JBI Manual for Evidence Synthesis. JBI, 2020. Available from https://synthesismanual.jbi.global. https://doi.org/10.46658/JBIMES-20-01
SCHVARTZ-LEYZAC, Kara C.; ZWOLAN, Teresa A.; PFINGST, Bryan E. Effects of electrode deactivation on speech recognition in multichannel cochlear implant recipients. Cochlear Implants International, vol. 18, no. 6, p. 324–334, 2 Nov. 2017. https://doi.org/10.1080/14670100.2017.1359457.
FRIJNS, Johan H.M.; SNEL-BONGERS, Jorien; VELLINGA, Dirk; SCHRAGE, Erik; VANPOUCKE, Filiep J.; BRIAIRE, Jeroen J. Restoring speech perception with cochlear implants by spanning defective electrode contacts. Acta Oto-Laryngologica, vol. 133, no. 4, p. 394–399, Apr. 2013. https://doi.org/10.3109/00016489.2012.754107.
LIU, Tien Chen; CHEN, Hsiao Ping; LIN, Hung Ching. Effects of limiting the number of active electrodes on mandarin tone perception in young children using cochlear implants. Acta Oto-Laryngologica, vol. 124, no. 10, p. 1149–1154, 2004. https://doi.org/10.1080/00016480410017846.
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Página(s): p.718
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PERCEPÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIO DE SAÚDE ACERCA DE UMA AÇÃO EDUCATIVA SOBRE USO, MANUSEIO E HIGIENIZAÇÃO DOS APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL
Júlia Borgheti Brum (Brum, J.B.); ; (Streit, G. C. de S.) ; (Hames, L. B.) ; (Do Nascimento, R. N) ; (Patatt, F.S.A.) ;

Introdução: Após a instituição da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva houve uma crescente concessão de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) e a maioria dos usuários está satisfeita com a assistência prestada, entretanto, o quantitativo de procedimentos que garantem o uso efetivo dos dispositivos está aquém do esperado, podendo comprometer o processo de reabilitação e levar ao abandono dos dispositivos. Tendo em vista que os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são a base da Estratégia de Saúde da Família e foram estabelecidos para as ações de prevenção e promoção da saúde, com foco nas atividades educativas em domicílios e coletividades, eles podem ser aliados no auxílio dos usuários de AASI em procedimentos relacionados ao uso, manuseio e higienização, otimizando o processo de reabilitação. Desta forma, as ações educativas que visam capacitar estes profissionais emergem como ferramenta essencial e torna-se pertinente investigar a percepção deles acerca dessas ações, uma vez que viabiliza o constante aprimoramento das mesmas. Objetivo: Analisar a percepção de ACS acerca de uma ação educativa sobre uso, manuseio e higienização dos AASIs. Metodologia: Estudo transversal e observacional, do qual fizeram parte 53 ACS da 8ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) do Rio Grande do Sul, que participaram de uma ação educativa no formato remoto, por meio da plataforma Google Meet. Neste encontro foi realizada a exposição do conteúdo proposto com a utilização de materiais didáticos, bem como demonstrações de uso, manuseio e higienização dos dispositivos de amplificação. Para a coleta de dados sobre a percepção acerca da capacitação, foi utilizado um formulário, elaborado através do Google Forms, composto por quatro questões fechadas, contendo questionamentos a respeito da aplicabilidade do conhecimento adquirido por meio da capacitação na atuação profissional; sobre a satisfação com a forma de exposição do conteúdo durante a ação educativa; acerca da percepção sobre sua aptidão para sanar dúvidas da comunidade relacionadas ao tema proposto. Além disso, os ACS deveriam atribuir uma nota de um à cinco para o conhecimento adquirido na ação educativa, sendo um referente a “pouco conhecimento” e cinco a “muito conhecimento”. O link de acesso a esse formulário foi compartilhado com os ACS, via chat da plataforma, ao final do encontro. Os dados compilados foram analisados de maneira descritiva. Resultados: Dos 53 ACS que responderam ao questionário, 100% referiu que a capacitação trouxe conhecimentos para a sua prática profissional, bem como, todos relataram que o conteúdo foi exposto de forma clara. Referente ao conteúdo exposto e a aptidão para solucionar as dúvidas dos usuários da comunidade após ser capacitado, 96,2% (n=51) referiu sentir-se apto, enquanto 3,8% (n=2) relatou o contrário. Por fim, com relação ao nível de conhecimento adquirido, 60,4% (n=32) dos ACS forneceu nota cinco, 34% (n=18) avaliou com nota quatro e 5,6% (n=3) com nota três. Conclusão: Constatou-se que os ACS deste estudo demonstraram uma percepção positiva em relação a proposta de ação educativa apresentada, bem como, houve a construção de conhecimentos nesta temática, agregando conteúdo teórico para embasar a atuação prática destes profissionais.

BRASIL. Ministério da Saúde; Ministério da Educação. Referencial curricular para curso técnico de agente comunitário de saúde: área profissional saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/referencial_Curricular_ACS.pdf. Acesso em 11 de dez. 2022.
ARMIGLIATO, Maria Eliza; PRADO, Daniela Galvão de Almeida; MELO, Tatiana Mendes de; MARTINEZ, Maria Angelina Nardi de Souza; LOPES, Andréa Cintra; AMANTINI, Regina Célia Bortoleto; BEVILACQUA, Maria Cecília. Avaliação de serviços de saúde auditiva sob a perspectiva do usuário: proposta de instrumento. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 15, n. 1, p. 32-9, 2010.
GUIA, Ana Cristina de Oliveira Mares; OLIVEIRA NETO, Raimundo de; ESCARCE, Andrezza Gonzalez; LEMOS, Stela Maris Aguiar. Rede de Atenção à Saúde Auditiva: perspectiva e satisfação do usuário. Distúrbios da Comunicação, v. 28, n. 3, 2016. Disponível em https://revistas.pucsp.br/dic/article/view/28938/20853. Acesso em 18 de dez. 2022.
VIEIRA, Gislene Inoue; MENDES, Beatriz de Castro Andrade; ZUPELARI, Marina Morettin; PEREIRA, Isabel Maria Teixeira Bicudo. Saúde auditiva no Brasil: análise quantitativa do período de vigência da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva. Distúrbios da Comunicação, v. 27, n. 4, p. 725-40, 2015.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.714
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PERCEPÇÃO DE CUIDADORES E FAMILIARES ACERCA DA PERDA AUDITIVA NO IDOSO
da Costa, H. ;

Introdução: A perda auditiva gera grande impacto na qualidade de vida dos idosos e um dos aspectos que se destaca é o isolamento. O idoso, por apresentar queixas e dificuldades de comunicação, acaba deixando de participar de forma ativa da vida familiar e social.
Objetivo: Analisar o conhecimento de familiares de idosos sobre perda auditiva e objetivo de uso do AASI, e levantar a percepção dos mesmos quanto às mudanças ocorridas na comunicação após adaptação dos dispositivos nestes idosos.
Metodologia: Estudo observacional, transversal, de abordagem qualitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa pelo parecer n. 2.725.864. O estudo foi realizado em uma clínica escola de Fonoaudiologia da região sul brasileira, credenciada ao SUS como um serviço de alta complexidade, entre os meses de agosto e novembro de 2022. Contou com a participação de 12 familiares de idosos atendidos regularmente na referida clínica, que responderam a um questionário, em formato de entrevista, de três questões sobre perda auditiva, uso de AASI e percepção de mudanças nos idosos após o diagnóstico da perda auditiva e após a adaptação do AASI.
Resultados: Dentre os 12 familiares participantes, 10 são mulheres e 2 homens, sendo sete filhos, três netos e dois cônjuges. Os idosos aos quais se referiam os participantes do estudo, eram oito mulheres e quatro homens, com idade média de 78 anos, sendo cinco (41,6%) com perda auditiva moderada, cinco (41,6%) de grau moderadamente severo e dois (16,8%) de grau severo. Quanto ao conhecimento sobre o que é uma perda auditiva, seis responderam que se trata de uma dificuldade para entender/escutar; dois que ocorre por causa do envelhecimento; dois devido à exposição ao ruído e dois que é uma questão emocional, relacionada à sentimentos de tristeza e perda de identidade por parte do idoso. Sobre o uso de AASI, seis referiram que se destina a melhorar a audição. Nove familiares referiram que após o diagnóstico da perda auditiva, perceberam mudanças emocionais, comportamentais nos idosos, como diminuição da autonomia, maior irritabilidade, sensibilidade, nervosismo, vergonha, tristeza e também relacionados à comunicação/interação, como o afastamento de situações de conversa e preferência por não sair de casa. Após a adaptação do AASI, dez familiares perceberam mudanças nesses idosos, referindo mais calma, tranquilidade, felicidade, vendo estes como mais atuantes, com menor irritabilidade, melhor escuta e entendimento e relatam que esses passaram a gostar mais de sair, buscando maior interação nas conversas.
Conclusão: Os familiares de idosos usuários de AASI, participantes do presente estudo, possuem pouco conhecimento sobre o que é uma perda auditiva e qual é o objetivo de uso do AASI, mas percebem grande benefício após a adaptação do dispositivo, ao referirem que os idosos melhoraram sua interação com outras pessoas.

GOLINELLI, Rayssa Thayana et al. Autopercepção de idosos a respeito de suas condições auditivas, de sua escuta e de suas estratégias de comunicação. Distúrbios da Comunicação, v. 31, n. 2, p. 317-327, 2019.
PAULO, Michelle Gassen et al. Avaliação da qualidade de vida de cuidadores de idosos portadores de deficiência auditiva: influência do uso de próteses auditivas. Arq Int Otorrinolaringol, v. 12, n. 1, p. 28-36, 2008.
RUSSO, I. P. Intervenção fonoaudiológica na terceira idade. Rio de Janeiro: Revinter, 1999.
SCHEFFER, Josiane Cristina; FIALHO, Indiara de Mesquita; SCHOLZE, Alessandro da Silva. Itinerários de cura e cuidado de idosos com perda auditiva. Saúde e Sociedade, v. 18, p. 537-548, 2009.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.684
ISSN 1983-1793X
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PERCEPÇÃO DE SINTOMAS VOCAIS E DAS HABILIDADES AUDITIVAS EM CRIANÇAS COM DISFONIA COMPORTAMENTAL
Lemos, A. C. P. ; Tanaka, T. N. ; Constantini, A. C. ; Maunsell, R. C. K. ; Amaral, M. I. R. ;

Introdução: Crianças com disfonia comportamental podem apresentar Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), com alteração principalmente nas habilidades auditivas temporais. Com isso, há dificuldade no reconhecimento de aspectos suprassegmentais da fala e no processamento da frequência, da intensidade e da duração da voz. Os questionários têm sido apontados como instrumentos que auxiliam a triagem, a avaliação e o planejamento terapêutico. Objetivo: Analisar e discutir o uso do Questionário de Autopercepção do Processamento Auditivo Central (QAPAC), nas versões criança e pais, em crianças com disfonia comportamental, comparando-o com a percepção de sintomas vocais e com o desempenho nos testes temporais do processamento auditivo. Método: Estudo quantitativo, descritivo, prospectivo e de corte transversal (CEP #4.734.688). Participaram 17 crianças, sendo 7 meninas (41,17%) e 10 meninos (58,83%), com média de idade de 7,8+1,5 anos, falantes nativas do português, com diagnóstico confirmado de disfonia comportamental sem processo de reabilitação iniciado e sem histórico de otite. Os procedimentos realizados foram: Avaliação fonoaudiológica da voz; avaliação otorrinolaringológica da voz; Avaliação Audiológica Básica; confirmação do bom desempenho escolar; Questionário de Sintomas Vocais Pediátrico (QSV-P) - Versão Criança e Pais; QAPAC, instrumento inserido no programa AudBility - Versão Criança e Pais, e Avaliação Comportamental do Processamento Auditivo Temporal (Teste de Padrão de Frequência - TPF, e Teste de Detecção de Intervalo Aleatório - RGDT). Resultados: No QAPAC, 7 crianças (41,2%) e 11 pais (64,7%) obtiveram alteração. No QSV-P, 12 crianças (70,6%) e 16 pais (100%) apresentaram alteração, sendo que um dos pais não respondeu ao QSV-P. No QAPAC, houve diferença estatisticamente significativa entre a percepção da criança e dos pais (p= 0,016), com pior percepção dos pais sobre as dificuldades auditivas das crianças. Os questionários apresentaram correlação entre as versões de autoavaliação (p= 0,003), bem como entre as versões parentais (p= 0,002). Na avaliação comportamental do processamento auditivo temporal, o resultado encontrado na etapa de imitação da orelha esquerda do TPF apresentou correlação com a versão de autoavaliação do QAPAC (p= 0,024). Conclusão: O uso do QAPAC na população estudada evidenciou a importância deste instrumento em um protocolo de triagem, a partir dos achados da correlação com o QSV-P e com os testes temporais do processamento auditivo.

AMERICAN ACADEMY OF AUDIOLOGY. Clinical Practice Guidelines:
Diagnosis, Treatment and Management of Children and Adults with Central
Auditory Processing Disorder, 2010.

CARVALHO, N.G., AMARAL M.I.R.; COLELLA-SANTOS, M.F. AudBility:
Effectiveness of an online central auditory processing screening program. PLoS
One. v. 16, n.8, p. 1-12, ago 2021.

RAMOS, J.S.; FENIMAN, M.R.; GIELOW, I.; SILVERIO, K.C.A. Correlation
between Voice and Auditory Processing. Journal of voice. v. 32, n. 6, p. 25-36, set.
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RIBEIRO, V.V.; LEITE, A.P.D.; ALENCAR, B.L.F.; BAIL, D.I.; BAGAROLLO,
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em grupo: estudo de caso. Rev. CEFAC. São Paulo , v. 15, n. 2, abr., p. 485-494,
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SOUZA, I.M.P.; CARVALHO, N.G.; PLOTEGHER, S.D.C.B.; COLELLASANTOS, M.F.; AMARAL, M.I.R. Triagem do processamento auditivo central:
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Commun. Res. São Paulo, v. 23, 2018
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.774
ISSN 1983-1793X
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PERCEPÇÃO SOBRE O RUÍDO POR ALUNOS PARTICIPANTES DE ATIVIDADES EXTENSIONISTAS
Melo, E. A. ; Baldissera, C. ; Menezes, N.B. ; Moraes, N. M. M. ; Rodrigues, N.G.S. ; Santos Filha,V.A.V. ;

INTRODUÇÃO: No mês de abril, tradicionalmente, celebra-se o Dia Internacional da Conscientização Sobre o Ruído, no qual se busca abordar questões de saúde auditiva, por meio da conscientização da população sobre o ruído e seus efeitos no organismo. Atenta-se ao fato de que a exposição a níveis elevados de ruído pode provocar consequências graves, ao sistema auditivo, incluindo os danos irreversíveis às células ciliadas da cóclea, órgão sensorial da audição. A 15ª edição se voltou para as implicações do ruído na infância com o lema “Na Infância, diversão e proteção. Ruído, não!”. OBJETIVO: analisar a percepção dos alunos acerca do ruído e da sua relação com a saúde auditiva. METODOLOGIA: Trata-se de uma ação de extensão desenvolvida em abril de 2022 (retorno a presencialidade), vinculada ao projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição sob o número 87348618.3.0000.5346. Foram realizadas atividades educativas em duas escolas de musicalização. Aplicou-se um questionário estruturado com perguntas sobre a percepção dos alunos acerca do ruído. RESULTADOS: Participaram da pesquisa 14 alunos, com média de idade de 12,6 anos, sendo 64,3% do sexo feminino, 28,6% do sexo masculino e 7,1% não respondeu. A maioria da amostra (92,8%) afirmou saber o que é o ruído, representando incômodo para 100% dos alunos. Com relação à audição, 100% relataram ouvir bem – 78,6% em ambas as orelhas; 14,3% melhor na orelha direita; e 7,1% melhor na orelha esquerda. A respeito da exposição ao ruído em contextos específicos, 78,6% dos alunos afirmaram que na escola tem muito barulho, no entanto 57,1% percebem o ruído na escola de música. Quanto aos hábitos diários, 50% da amostra referiu exposição ao ruído durante atividades de lazer, dentre as quais destaca-se o uso de dispositivos eletrônicos, tais como o celular (92,9%), TV (85,7%), jogos online (64,3%), notebook (28,6%) e tablet (7,1%). Salienta-se que 37,5% destes utilizam os dispositivos eletrônicos com volume em forte intensidade. O uso de fones de ouvido foi relatado por 71,4% dos alunos, sendo principalmente do tipo inserção (42,8%), do tipo concha (28,6%) e de ambos os tipos (14,3%); complementa-se que 57,1% costumam manter o volume “normal”, 14,3 % usam o volume no “alto”, 14,3% no “baixo” e dois alunos não responderam. Por fim, 100% da amostra afirmou ter apreendido algo novo durante a atividade de educação em saúde, citando-se como exemplos o funcionamento do sistema auditivo, uso adequado dos fones de ouvido e de cotonete, implicações do ruído sobre o organismo. CONCLUSÃO: A maioria dos alunos conhece alguma informação sobre o ruído, considerando-o como um agente incômodo à saúde, além de reconhecerem a presença do ruído tanto no ambiente escolar, quanto em contextos de lazer. Percebe-se, assim, a importância das atividades educativas de conscientização sobre a exposição ao ruído através de ações extensionistas.
Palavras-chave: Conscientização; Educação em saúde; Efeitos do ruído; Ruído.

BASNER, M; MCGUIRE, S. WHO Environmental Noise Guidelines for the European Region: A Systematic Review on Environmental Noise and Effects on Sleep. Int J Environ Res Public Health. v.15, n.3, p. 1-45, 2018.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.950
ISSN 1983-1793X
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PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO EM TRABALHADORES AGROPECUÁRIOS, FLORESTAIS E DA PESCA: ANÁLISE DO PERÍODO DE 2015 A 2019
Hillesheim, D. ; Silva, B.A. ; Zucki, F. ;

Introdução: O trabalho é um dos determinantes que influencia o processo saúde-doença. Nesse cenário, encontra-se a perda auditiva induzida por ruído (PAIR) que é reconhecidamente uma das doenças relacionadas ao trabalho mais comuns em todo o mundo. No Brasil, integra a lista de agravos à saúde relacionados ao trabalho, de notificação compulsória no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Apesar de ser passível de prevenção, estudos apontam que 16% das perdas auditivas da vida adulta são de origem ocupacional. Nesse sentido, permanece a necessidade de estudar a temática, especialmente para populações pouco assistidas, como é o caso dos trabalhadores agropecuários, florestais e de pesca. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico e as taxas de PAIR de trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca no Brasil, no período de 2015 a 2019. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, que utilizou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), dos anos de 2015 a 2019 de todo o Brasil. Analisou-se o grupo “Trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca”, codificados no grupo “6” da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Foram descritas as variáveis sociodemográficas e ocupacionais: ano, região, sexo, idade, raça e ocupação. Além disso, foram calculadas as taxas de PAIR e os respectivos Intervalos de Confiança de 95% (IC95%) em trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca, modeladas por Regressão de Poisson no software Stata 14. As taxas foram apresentadas segundo o ano e calculadas para cada 100.000 trabalhadores. Tratando-se de dados secundários de domínio público e sem a identificação dos participantes, a presente pesquisa foi dispensada da aprovação do CEP. Resultados: Em um período de cinco anos, foram notificados 180 casos de PAIR nesta população, sendo a maioria no sexo masculino (96,7%), brancos (66,1%) e na região sul (51,1%). O ano de 2015 (30,0%) e indivíduos com 60 anos de idade ou mais (37,8%) apresentaram as maiores proporções de casos. No que tange à ocupação, destaca-se maior prevalência de casos em trabalhadores agropecuários em geral (40,6%), produtores agrícolas polivalentes (13,9%), jardineiros (10,0%) e tratoristas agrícolas (7,8%). A taxa média do período foi de 2,46 casos a cada 100.000 trabalhadores agropecuários (IC95%: 1,66 – 3,27). O ano de 2015 registrou a maior taxa do período (3,64:100.000). Conclusão: Dada a prevalência da PAIR, a taxa encontrada no presente estudo pode ser considerada incongruente. A subnotificação de um agravo impacta diretamente na compreensão da magnitude do problema, bem como, na elaboração e implementação de ações e programas de saúde pública voltados para a saúde e segurança do trabalhador.

Nelson DI, Nelson RY, Concha-Barrientos M, Fingerhut M. The global burden of occupational noise-induced hearing loss. Am J Ind Med. 2005 Dec;48(6):446-58. doi: 10.1002/ajim.20223. PMID: 16299704.

Boletim da Vigilância dos Agravos à Saúde Relacionados ao Trabalho. Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR). Informe do Centro Colaborador PISAT / ISC / UFBA - MS / DSAST / CGSAT. Novembro, 2013. Edição n. 7, ano III. Disponível em: https://renastonline.ensp.fiocruz.br/sites/default/files/arquivos/recursos/BOL7_PAIR.pdf

Hillesheim, Danúbia et al. Perda auditiva induzida por ruído no Brasil: descrição de 14 anos de notificação. Audiology - Communication Research [online]. 2022, v. 27 [Acessado 20 Dezembro 2022], e2585. Disponível em:
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PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO NO BRASIL: DESCRIÇÃO DAS OCUPAÇÕES MAIS NOTIFICADAS NO SINAN
Hillesheim, D. ; Silva, B.A. ; Zucki, F. ;

Introdução: O ruído é o segundo fator de risco mais comum nos ambientes de trabalho. A depender dos níveis de pressão sonora, tempo de exposição e de seu padrão de apresentação, é capaz de ocasionar a perda auditiva induzida por ruído (PAIR) que é reconhecidamente um agravo à saúde relacionado ao trabalho, de notificação compulsória no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Apesar de estudos apontarem para uma tendência de aumento do número de notificações de PAIR no Brasil nos últimos anos, entre 2013 e 2015, apenas 5% dos municípios brasileiros notificaram a PAIR. Nesse sentido, fundamenta-se a necessidade de ampliar as pesquisas envolvendo este agravo e sua notificação, no intuito de fomentar ações de promoção, prevenção, assistência e vigilância em Saúde do Trabalhador. Objetivo: Identificar as dez ocupações mais prevalentes entre os casos notificados de PAIR no Brasil, no período de 2006 a 2019. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal que utilizou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Foram descritas as variáveis ano e ocupação, no período de 2006 a 2019. Os dados foram analisados descritivamente por meio de frequências absolutas e relativas no software Stata 14. Tratando-se de dados secundários de domínio público e sem a identificação dos participantes, a presente pesquisa foi dispensada da aprovação do CEP. Resultados: No período de 2006 a 2019, foram notificados 7.819 casos de PAIR no Brasil. As dez ocupações mais prevalentes representaram 33,1% do total de casos (n=2.585). No recorte da amostra, destaca-se maior prevalência de notificações entre pedreiros (20,9%), seguido de alimentadores de linha de produção (13,6%), operadores de máquina fixa (13,2%), motoristas de caminhões (13,1%) e garimpeiros (10,3%). Por fim, destacam-se as prevalências encontradas entre soldadores (6,8%), carpinteiros (6,7%), serventes de obras (5,2%), motoristas de ônibus (5,2%) e mecânico de manutenção de máquinas (5,0%). Conclusão: Profissões substancialmente expostas a ruído ocupacional estiveram entre as ocupações de maior prevalência para a notificação de PAIR. No entanto, uma notificação de 7.819 casos de PAIR no Brasil em um período de catorze anos alerta para a desproporcionalidade dos números em relação à prevalência desse agravo. A subnotificação associada ao pouco conhecimento das ocupações mais afetadas por este agravo comprometem a compreensão do problema, interferindo diretamente no desenvolvimento de ações e programas voltados para a saúde e segurança do trabalhador, especialmente de saúde auditiva.

WHO: World Health Organization. Europe GBD Data and statistics: occupational health [Internet]. Switzerland: WHO Europe; 2017 [citado em 2021 ago 31]. Disponível em: http://www.euro.who.int/en/health-topics/environment-and-health/occupational-health/data-and-statistics.

Gusmão AC, Meira TC, Ferrite S. Fatores associados à notificação de perda auditiva induzida por ruído no Brasil, 2013-2015: estudo ecológico. Epidemiol Serv Saude. 2021 Jun;30(2):e2020607. http://dx.doi.org/10.1590/s1679-49742021000200018 PMid:34076209

Aguiar PA. Carga da perda auditiva induzida por ruído: gênero e área geográfica [Trabalho de Conclusão de Curso]. Salvador: Universidade Federal da Bahia; 2018 Jul 6 [citado em 2022 fev 14]. Disponível em: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26325

Boletim da Vigilância dos Agravos à Saúde Relacionados ao Trabalho. Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR). Informe do Centro Colaborador PISAT / ISC / UFBA - MS / DSAST / CGSAT. Novembro, 2013. Edição n. 7, ano III. Disponível em: https://renastonline.ensp.fiocruz.br/sites/default/files/arquivos/recursos/BOL7_PAIR.pdf

Hillesheim, Danúbia et al. Perda auditiva induzida por ruído no Brasil: descrição de 14 anos de notificação. Audiology - Communication Research [online]. 2022, v. 27 [Acessado 20 Dezembro 2022], e2585. Disponível em:
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PERDA AUDITIVA NA SÍNDROME DE BROWN VIALETTO-VAN-LAERE: REVISÃO INTEGRATIVA
ROLIM, D. K. O. ; SILVA, H. S. ; BARBOSA, F. M. ; VICENTE, L. C. ; CARVALHO, H. A. S ; DEPERON, T. M. ; BAHMAD JR, F. ;

INTRODUÇÃO: A Síndrome de Brown-Vialetto-Van Laere é uma rara alteração no gene do transportador da Riboflavina, cursando principalmente com paralisia ponto bulbar progressiva e perda auditiva. Desta forma, o acompanhamento audiológico nestes indivíduos é essencial para favorecer medidas de intervenção precoce, minimizando o impacto das alterações auditivas na qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi caracterizar a perda auditiva em indivíduos com a síndrome de Brown-Vialetto-Van-Laere. METODOLOGIA: Trata-se um estudo de revisão integrativa. Os artigos foram obtidos na base de dados Pubmed com as palavras chaves: brown-vialetto-van laere e hearing loss. A escolha por descritores abrangentes ocorreu, pois trata-se de uma síndrome rara. Foram incluídos os artigos disponíveis na íntegra que descreveram os achados audiológicos na síndrome de Brown-Vialetto-Van-Laere nos idiomas português, inglês ou espanhol. Revisões de literatura foram excluídas, assim como os resultados duplicados. Os resultados foram compilados em uma tabela e os dados referentes à casuística, descrição da perda auditiva e achados audiológicos foram analisados de forma descritiva e por meio de porcentagens. RESULTADOS: Foram encontrados 102 artigos, sendo 42 (41%) excluídos. Destes, 28 (67%) artigos não abordaram o tema, 7 (17%) eram artigos de revisão, 3 (7%) não apresentaram o texto na íntegra, 3 (7%) foram resultados duplicados e 1 (2%) não cumpriu o critério de inclusão quanto ao idioma. Assim, 60 artigos, todos de relato de caso, que totalizaram 161 indivíduos foram analisados nesta revisão. Dos 161 indivíduos, 85 (52,8%) são do sexo feminino, 50 (31,0%) do sexo masculino e 26 (16,2%) não foram identificados por não conter a informação no artigo. Em relação à faixa etária, 79 (49,0%) apresentavam entre zero e 18 anos, 21 (13,1%) acima dos 18 anos e 61 (37,9%) não informaram. Dos 161 casos descritos, 4 (2%) indivíduos não apresentaram perda auditiva e 157 (98%) desenvolveram perda auditiva, sendo 82 (52%) do tipo neurossensorial, 3 (2%) do tipo mista e 72 (46%) sem identificação do tipo de perda auditiva. Quanto ao grau de perda auditiva, 5 (3%) casos foram de grau leve, 4 (2%) de grau moderado, 2 (1%) de grau moderadamente severo, 10 (6%) de grau severo e 8 (5%) de grau profundo. Para a maioria dos casos (82%), os artigos não descreveram o grau da perda auditiva. A perda auditiva foi bilateral em 31 (19%) casos descritos e 130 (81%) não informam lateralidade da perda auditiva. A desordem do espectro da neuropatia auditiva foi relatada em 20 casos (12%). CONCLUSÃO: A perda auditiva do tipo neurossensorial foi a mais comum entre os casos analisados. Embora a perda auditiva tenha sido frequente entre os pacientes com síndrome de Brown-Vialletto Van Laere, poucos estudos caracterizaram a perda auditiva quanto ao tipo, grau e lateralidade, o que torna evidente a necessidade de novos estudos que tenham como objetivo uma descrição mais robusta quanto ao processo de diagnóstico audiológico em pacientes com esta síndrome.

1. CHANDRAN, R. et al. Auditory neuropathy spectrum disorder with Brown–Vialetto–Van Laere syndrome: challenges in hearing rehabilitation. The Journal of Laryngology & Otology, v. 129, n. 5, p. 504-508, 2015

2. DO AMARAL, Maria Stella Arantes et al. Cochlear Implant in Brown–Vialetto–Van Laere Syndrome Patient. The Journal of International Advanced Otology, v. 18, n. 2, p. 192-195, 2022.

3. SATHASIVAM, Sivakumar. Brown-Vialetto-Van Laere syndrome. Orphanet journal of rare diseases, v. 3, n. 1, p. 1-5, 2008.

4. TALEBI, Hossein. Auditory Neuropathy Spectrum Disorder in Brown-Vialetto-Van Laere Syndrome. Auditory and Vestibular Research, 2022.

5. WOODCOCK, Ian R. et al. Genetic, radiologic, and clinical variability in Brown-Vialetto-van Laere syndrome. In: Seminars in Pediatric Neurology. WB Saunders, 2018. p. 2-9.
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PERFIL AUDIOLÓGICO E SUAS INTERFACES EM PACIENTES ATENDIDOS NA CLÍNICA ESCOLA DE AUDIOLOGIA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
Lopes,M.V. ; Teotonio, O.R.B. ; Queija, D. S ;

Introdução: A perda de audição é uma deficiência que afeta a comunicação oral dos indivíduos, sua detecção por meio do diagnóstico audiológico pode evitar possíveis consequências na interação social e no aprendizado. Acomete pessoas de todas as idades e é vista como uma deficiência invisível. Estudos recentes mostram que a perda auditiva está associada ao declínio cognitivo e a demência na população idosa. As perdas auditivas variam de acordo com a etiologia, lateralidade, tipo, grau, idade de acometimento e pode ser ocasionada por diversos fatores, entre eles os pré-natais, perinatais e pós-natais. Objetivo: Primário: Traçar o perfil audiológico dos pacientes atendidos na clínica escola de Audiologia de uma instituição de ensino superior, do Curso de Graduação em Fonoaudiologia. Secundário: avaliar e identificar falhas nos atendimentos, criar novos protocolos, fluxogramas e melhorias. Método: Trata-se de um estudo longitudinal, da avaliação audiológica digitalizada dos pacientes a partir de 12 anos atendidos na clínica escola de Audiologia da instituição. A pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética e Pesquisa. Resultados: Foram analisados 1138 exames audiológicos realizados durante os anos de 2017 a 2022. Quanto a faixa etária e gênero houve predomínio da população idosa e feminina. Com relação ao acometimento da perda auditiva, 60% dos indivíduos apresentaram algum tipo de alteração na audição, unilateral ou bilateral. Os tipos de perda auditiva mais encontrados foram sensorioneural, seguido pela do tipo mista e, em menor número, condutiva. Quanto ao Índice de Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF) a prevalência constatada foi de 92 a 100%, ou seja, nenhuma dificuldade para compreender a fala. Na imitanciometria, 85% das curvas timpanométricas foram do tipo A e 64% tiveram presença de reflexos acústicos. Conclusão: Os achados audiológicos são coerentes com os da literatura no que se refere ao tipo de perda auditiva por faixa etária, mas divergem em alguns pontos de outros estudos de perfis audiológicos. Acredita-se que os encaminhamentos e outros critérios interfiram nos resultados e, portanto, não reflita a realidade epidemiológica da população geral, mas sim de um serviço específico. O estudo serviu para mostrar a importância de se analisar e organizar os dados coletados, pois essa é uma forma de se identificar falhas nos serviços para melhorar, aprimorar e propor novos fluxos e protocolos de trabalho.

1. Menezes PL, Menezes DC. Biofísica da Audição, Psicoacústica e Bases para a Audiologia. In: Schochat E, Samelli AG, Couto CM, Teixeira AR, Durante AS, Zanchetta S. Tratado de Audiologia. 3ª. ed. Santana do Parnaíba: Manole; 2022. p: 38.
2. Teixeira C, Griz S, Pacífico F, Caldas S. Sistema Auditivo Central. In: Schochat E, Samelli AG, Couto CM, Teixeira AR, Durante AS, Zanchetta S. Tratado de Audiologia. 3ª. ed. Santana do Parnaíba: Manole; 2022. p: 13.
3. Organização Mundial da Saúde (OMS). Prevention of deafness and hearing loss: Report by the Secretariat [Internet]. Geneva: World Health Organization; [citado em 2021] [acesso em 02 nov. de 2022]. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/world-report-on-hearing
4. Slade K, Plack CJ, Nuttall HE. The effects of age-related hearing loss on the brain and cognitive function. [Internet]. Trends in Neurosciences. Volume 43, issue 10, [citado em 2020] p. 810-821 [acesso em 08 nov. 2022]. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.tins.2020.07.0057
5. Sistema de Conselhos de Fonoaudiologia. Guia de orientação na avaliação audiológica. Volume I, 2020
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PERFIL DA POPULAÇÃO INFANTIL USUÁRIA DE IMPLANTE COCLEAR EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE AUDITIVA
SOUZA,R.M.O. ; RESENDE, L. M ; PIRES, I. A. R. ; CATTI, L. A. S. ; SILVA, R.C ; LABANCA, L. ; MANCINI, Patrícia Cotta ; CARVALHO, S.A.S. ;

INTRODUÇÃO: O implante coclear (IC) é um dispositivo utilizado na reabilitação auditiva, indicado nos casos de perda auditiva sensorioneural de grau severo ou profundo, visando a melhora das habilidades auditivas e de linguagem. Sabe-se que a implantação em tempo oportuno permite a aquisição de habilidades comunicativas semelhantes às de indivíduos ouvintes, visto que há aproveitamento da alta plasticidade das vias auditivas centrais, o que pode proporcionar maiores chances de adaptação ao dispositivo. Diante disso, é importante conhecer o perfil dos usuários pediátricos do IC para o acompanhamento do serviço de atenção à saúde auditiva. OBJETIVO: Descrever o perfil da população infantil submetida ao implante coclear em um Serviço de Atenção à Saúde Auditiva de um Hospital Público. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de caráter descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer 4.749.316), cujas informações foram obtidas por meio de um banco de dados de pacientes atendidos no Serviço de Implante Coclear de um hospital público no período de novembro de 2003 a outubro de 2022, com foco nas variáveis: sexo, município de residência, etiologia, grau e lado da perda, idade no momento da implantação, realização de fonoterapia e marca do implante. RESULTADOS: A amostra foi composta por 162 pacientes de até 12 anos sendo que 43% dos participantes residem na região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A mediana de idade no momento da cirurgia do IC foi aos três anos, com predominância no sexo feminino. Em relação à etiologia, em 58% dos casos a surdez foi congênita, em 24% idiopática, em 7% foi adquirida, 4% foi de causa genética, 2% por Otosclerose e em 5% dos casos a etiologia esteve relacionada a outros fatores. Quanto à classificação da perda, 79% dos casos se apresentaram como sensorioneural bilateral de grau profundo. Em relação a orelha implantada, 61% dos casos foram implantados na orelha direita, 31% na orelha esquerda e 4% bilateral, e outros 4% não haviam sido informados. No que diz respeito à marca do implante, 41% foi da MEDEL, 36% COCHLEAR, 12% ADVANCED BIONICS, e 11% OTICON MEDICAL. Após o implante, 69% dos pacientes fizeram acompanhamento fonoaudiológico. CONCLUSÃO: A maioria dos participantes deste estudo residem na RMBH, sendo justificado pela organização da Rede Estadual de Atenção à Saúde Auditiva em Minas Gerais, que tem maior enfoque na capital, quando comparado a regiões no interior do estado. A predominância de perda auditiva de origem congênita chama a atenção, visto que é necessário maior acompanhamento destes casos devido a privação auditiva desde o nascimento, o que ocasiona na redução da plasticidade sináptica no córtex auditivo. Ademais, grande parte dos implantados realizam fonoterapia, o que favorece um resultado positivo quanto ao desenvolvimento adequado, no entanto o ideal seria que todos realizassem este acompanhamento. Observa-se uma quantidade considerável de casos de perdas bilaterais, mas que foi realizado IC unilateral nos pacientes. Dessa forma, é importante estudar este fato, junto com o tempo de privação auditiva e acesso à fonoterapia das crianças, a fim de promover a intervenção em tempo oportuno.

PIGNATARI, Shirley Shizue Nagata (Org.); ANSELMO-LIMA, Wilma Terezinha (Org.). Tratado de otorrinolaringologia. 3a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.
SHARMA, Anu et al. Cortical development, plasticity and re-organization in children with cochlear implants. Journal of communication disorders, [s. l.], 2009. DOI 10.1016/j.jcomdis.2009.03.003. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2696307/.
KRAL, Andrej; SHARMA, Anu. Developmental Neuroplasticity After Cochlear Implantation. Trends Neurosci., [s. l.], 2012. DOI 10.1016/j.tins.2011.09.004. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3561718/.
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PERFIL DE IDOSOS DE UM PROGRAMA DE SAÚDE AUDITIVA QUANTO A EXPERIÊNCIA PRÉVIA COM USO DE APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL
Morés, C. ; Paiva, K. M. ; Cigana, L. B. ; Guesser, V. M. ; Haas, P. ;

Introdução: Uma alta parcela de idosos se preocupa com o acesso aos serviços de saúde, uma vez que há predomínio da necessidade de atendimentos público, via sistema único de saúde (SUS). Idosos que acumularam recursos educacionais e financeiros tendem a ter mais acesso às atividades associadas ao bem-estar, saúde geral e tendem apresentar melhores desempenhos sociais na velhice. A proporção de deficientes auditivos sem prótese auditiva pode aumentar com a ausência de um especialista ou médico otorrinolaringologista no município para o diagnóstico, destacando-se que a área rural pode possuir pior acesso ao tratamento. Objetivo: Descrever o perfil de idosos de um programa de saúde auditiva em relação à experiência prévia com uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) do Estado de Santa Catarina de acordo com o sexo. Metodologia: Estudo transversal realizado em um Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva de caráter público, referência no estado de Santa Catarina (SC), com usuários com idade ≧ 60 anos, que realizaram avaliação inicial no período de janeiro a abril de 2018. A coleta de dados foi realizada no período de julho a agosto de 2022, e os dados foram provenientes do banco de dados do Sistema de Saúde Auditiva (AVOS) do SUS do estado de SC no Instituto Otovida, serviço que recebe demandas da atenção primária e especializado no diagnóstico e reabilitação auditiva, contemplando o atendimento de usuários em todos os ciclos de vida. Este estudo foi aprovado pelo CEP da UFSC. CAAE: 39562720.8.0000.0121. Resultados: Foram coletados dados de 220 idosos (114 homens e 106 mulheres). Destes, 26 usuários relataram experiência prévia com uso de AASI, sendo 12 homens e 14 mulheres. 194 usuários relataram não ter realizado uso de AASI previamente ao ingresso no Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva. Não houve diferença estatisticamente significativa entre homens e mulheres quanto à experiência prévia com uso de AASI. Conclusão: Somente 8,4% dos usuários relataram experiência prévia com uso de AASI por meio de recursos próprios até o período de ingresso no programa de saúde auditiva. A prevalência de usuários sem experiência prévia demonstra a necessidade ao acesso em serviços de saúde auditiva para aquisição de aparelho de amplificação sonora, principalmente devido a dificuldades econômicas.

Referências:
SOUSA, N. F. S; LIMA, M. G; BARROS, M. B A. Desigualdades sociais em indicadores de envelhecimento ativo: estudo de base populacional. 2021. Ciênc. saúde coletiva. 2021. https://doi.org/10.1590/1413-812320212611.3.24432019

DIDCZUNEIT-SANDHOP, B; JÓŰWIAK, K; JOLIE, M; HOLDYS, J; HAUPTMANN, M. Hearing loss among elderly people and access to hearing aids: a cross-sectional study from a rural area in Germany. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33870450/

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Página(s): p.748
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PERFIL PROFISSIONAL DOS FONOAUDIÓLOGOS ATUANTES NA ÁREA DA SAÚDE DO TRABALHADOR NO BRASIL
Amorim, R. H. C. de ; CASAS, E.R. ; Gaebino, J. F. ; Simões, P. N. ; Bohn, V. ;

Objetivo: Esse trabalho teve como objetivo identificar o perfil profissional de fonoaudiólogos atuantes na área da saúde do trabalhador no Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, analítico, com uma abordagem do tipo quantitativa. Aprovado no Comitê de ética em pesquisa sobre o n° 5.635.768. Foi elaborado um questionário por meio da plataforma Google Forms, destinado aos fonoaudiólogos de todo Brasil, com foco na atuação na área de saúde do trabalhador. Foi perguntado sobre o perfil profissional na área da saúde do trabalhador, como os exames utilizados nos atendimentos dos fonoaudiólogos, a região do Conselho Regional de Fonoaudiologia que os profissionais atuavam, nível de formação, tempo de atuação, faixa salarial e ações em saúde do trabalhador realizadas. Resultados: Foi registrada adesão de fonoaudiólogos dos Conselhos Regionais de Fonoaudiologia (CRFa) da segunda à sétima região. Quanto aos níveis de formação dos participantes, 44% dos profissionais não possuem especialização, 44% tem especialização lato sensu e 12% apresentam especialização stricto senso (8,5% mestrado e 3,5% doutorado). Os procedimentos mais utilizados na prática clínica dos participantes são audiometria (83%), inspeção do meato acústico (62,7%) e audiometria vocal (32,2%), enquanto que os exames de imitanciometria (10,2%) e emissão otoacústica (5,1%) foram pouco citados. Além disso, apenas 57,5% relataram realizar ações preventivas e educativas. Conclusão: A partir desse estudo foi possível observar as diferenças nas atuações dos fonoaudiólogos de acordo com as demandas de seu local de trabalho e constatar a necessidade de melhorias na área de saúde do trabalhador.

BRASIL. Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.
Portaria nº 6.734, de 9 de março de 2020. Aprova a nova redação da Norma
Regulamentadora nº 07 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -
PCMSO. Diário Oficial da União, Brasília, DF, p. 15, 2020.
Brasil Lei n° 6.965/1981 – Lei de regulamentação da profissão de Fonoaudiólogo.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6965.htm Acesso em: 19 jun.
2022.
Brasil B. C; Gomes E; Teixeira M. R. F. O ensino de fonoaudiologia no brasil:
retrato dos cursos de graduação. Artigo • Trab. educ. saúde 17 (3) • 2019 • from:
https://www.scielo.br/j/tes/a/D36bpFgQqtntgVg9qQmxbMh/abstract/?lang=pt
Brasil. Resolução CFFa n° 428/2013 – Conselho Federal de Fonoaudiologia.
Disponível em: https://www.fonoaudiologia.org.br/resolucoes/resolucoes_html/CFF
a_N_428_13.htm Acesso em: 18 jun. 2022.
Gonçalves C. G. O; et al. Programa de Preservação Auditiva: como atuam os
Fonoaudiólogos da área da Saúde do trabalhador. Revista CEFAC, Tuiuti- PR. 2020.
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PERFIL SINTOMATOLÓGICO AUDITIVO E OTONEUROLÓGICO PÓS EXPOSIÇÃO AO VÍRUS SARS-COV-2: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Carvalho, H.A.S. ; BRAGA, D.M. ; QUEIROZ, G. S. ; SILVA, V. P. ; BOGER, M. E. ;

OBJETIVO: sintetizar as evidências que descrevem a sintomatologia auditiva e otoneurológica em indivíduos após quadro de COVID-19 a fim de responder a pergunta “Qual o perfil dos sintomas auditivos e otoneurológicos nos quadros resultados pela infecção do vírus SARS-CoV-2?” através de uma revisão de escopo. ESTRATÉGIA DE PESQUISA: Para o levantamento dos artigos, foram elencadas as bases de dados Medline/PubMed (via National Library of Medicine), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Scopus (Elsevier), publicados entre 2020 e 2022, com os descritores COVID-19, perda auditiva (hearing loss), sistema auditivo (auditory system), sistema vestibular (vestibular system), alterações vestibulares (vestibular dysfunctions), sintomas otoneurológicos (otoneurological symptoms) publicados em inglês, português e espanhol. RESULTADOS: Foram encontrados 1.875 artigos, dos quais 12 foram selecionados para compor esse estudo. A perda auditiva, zumbido, tontura, vertigem, otalgia, otorreia e plenitude auricular foram os sintomas mais relatados pelos artigos selecionados. CONCLUSÃO: através desta revisão de escopo, foi possível verificar que o SARS-Cov-2 pode gerar diversos danos aos sistemas auditivo e vestibular, no entanto, nem todos os mecanismos fisiopatológicos de como esse processo pode ocorrer são completamente elucidados. Embora diversos estudos já tenham evidenciado a relação da COVID-19 com sintomas auditivos e otoneurológicos, as informações ainda são heterogêneas e fragmentadas, dessa forma, a verdadeira prevalência desses sintomas na população mundial ainda permanecem desconhecidos e novos estudos devem ser realizados sobre essa temática.

PALAVRAS-CHAVE: COVID-19. Perda auditiva. Sistema vestibular. Sistema auditivo. Sintomas otoneurológicos

1. Mustafa MWM. Audiological profile of asymptomatic Covid-19 PCR-positive cases. Am J Otolaryngol. 2020 May-Jun;41(3):102483. doi: 10.1016/j.amjoto.2020.102483. Epub 2020 Apr 10. PMID: 32307189; PMCID: PMC7151386.

2. Giannantonio S, Scorpecci A, Montemurri B, Marsella P. Case of COVID-19-induced vestibular neuritis in a child. BMJ Case Rep. 2021;14(6): 1-3.

3. Celik, T., Simsek, A., Koca, C. F., Aydin, S., & Yasar, S. (2021). Evaluation of cochlear functions in infants exposed to SARS-CoV-2 intrauterine. American journal of otolaryngology, 42(4), 102982. https://doi.org/10.1016/j.amjoto.2021.102982

4. Dusan M, Milan S, Nikola D. COVID-19 caused hearing loss. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2022 May;279(5):2363-2372. 14. Tan M, Cengiz DU, Demir İ, Demirel S, Çolak SC, Karakaş O, et al. Effects of Covid-19 on the audio-vestibular system. Am J Otolaryngol. 2022 ;43(1):1-7.

5. Sousa, A. F., Pinto Costa, R., Xará, S., Nóbrega Pinto, A., & Almeida E Sousa, C. (2021). SARS-CoV-2 and hearing: An audiometric analysis of COVID-19 hospitalized patients. Journal of otology, 16(3), 158–164. https://doi.org/10.1016/j.joto.2021.01.005
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Página(s): p.665
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PERFORMANCE DE MECANISMOS AUDITIVOS AO LONGO DA VIDA ADULTA E A INFLUÊNCIA DA MEMÓRIA DE TRABALHO
Lunardelo, P.P. ; Fukuda, M.T.H. ; Zanchetta, S. ;

A dificuldade de percepção de fala é uma das queixas mais comuns entre os adultos normo-ouvintes encaminhados às clínicas de audiologia (1-3). Uma das possíveis causas deste prejuízo são as mudanças contínuas dos mecanismos auditivos, periféricos e centrais, inerentes ao aumento da idade (4). Ainda que estas mudanças sejam naturais e intrínsecas, existe pouco conhecimento sobre como elas impactam o desempenho nos testes comportamentais do processamento auditivo, assim como, qual a influência de aspectos supramodais à audição nesta fase da vida. Objetivo: Estudar e comparar o desempenho dos testes de processamento auditivo ao longo da idade adulta; correlacionar seus resultados com a memória de trabalho e analisar a influência desta variável nos respectivos testes. Método: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética (nº4.795.590). A casuística foi de 80 adultos saudáveis, de 18 a 59 anos e 11 meses, de ambos os sexos. Foram formados quatro grupos, cada um com 20 participantes (10 mulheres): G1 (18-29 anos); G2 (30-39 anos); G3 (40-49 anos); G4 (50-59 anos). Critérios de inclusão: ausência de acompanhamento neurológico e/ou psiquiátrico; antecedentes de cirurgia otológica e/ou de cabeça e pescoço; queixa de hipoacusia; exposição ocupacional a ruído; traumatismo craniano ou acidente vascular encefálico; ter no mínimo dez anos de escolaridade. Critérios de exclusão: identificação de perda auditiva no dia da avaliação e resultados alterados no Mini Exame do Estado Mental. Avaliações de pesquisa: Teste Dicótico de Dígitos (TDD); Padrão de Frequência (TPF); Gap-in-Noise (GIN), Masking Level Difference (MLD); Limiar de Recepção de Fala obtido com a Lista de Sentenças em Português (LSP); e Wechsler Memory Scale (WMS) - span de dígitos ordem direta e inversa. Resultados: Com exceção ao MLD, houve diferenças entre os grupos em todos os testes (p≤0,05), a saber: TDD e GIN diferença de desempenho entre G1 e G2xG3 e G4, e ainda, entre G3xG4 na OD; TPF com diferenças entre G1 e G2xG4; LSP com diferenças entre G1xG2, G1xG3 e G1xG4 e ainda entre G2xG3 e G2xG4. Houve correlação significativa (p≤0,05), positiva e moderada entre WMSxTDD OD (direta, r=0,500; inversa, r=0,513), positiva e fraca entre WMSxTDD OE (inversa, r=0,301) e WMSxTPF (direta, r=0,346; inversa, r=0,384); negativa e fraca entre WMSxGIN OD (direta, r=-0,262; inversa, r=-0,238), WMSxGIN OE (direta, r=-0,223) e WMSxLSP (direta, r=-0,262). A análise de regressão evidenciou a influência da WMS no TDD OD (R 2 =39,0%; aumento de 0,398), TDD OE (R 2 =14,8%; aumento de 0,253), TPF (R 2 =21,0%; aumento 1,732) e MLD (R 2 =25,4%; diminuição de 0,364). Conclusão: Ao longo da idade adulta, mesmo na ausência de queixa de hipoacusia e de perda auditiva, houve um declínio de desempenho nos testes do processamento auditivo, que impactam na percepção de fala. Ainda, nesta fase da vida, o controle mental de armazenamento e processamento simultâneo de informações, influenciam em maior ou menor grau os resultados dos testes avaliados.

1. Hind SE, Haines-Bazrafshan R, Benton CL, Brassington W, Towle B, Moore DR. Prevalence of clinical referrals having hearing thresholds within normal limits. Int J Audiol. 2011;50(10):708-16.
2. Jain C, Dwarakanath VM, G A. Influence of subcortical auditory processing and cognitive measures on cocktail party listening in younger and older adults. Int J Audiol. 2019;58(2):87-96.
3. Musiek FE, Shinn J, Chermak GD, Bamiou DE. Perspectives on the Pure-Tone Audiogram. J Am Acad Audiol. 2017;28(7):655-71.
4. Speech understanding and aging. Working Group on Speech Understanding and Aging. Committee on Hearing, Bioacoustics, and Biomechanics, Commission on Behavioral and Social Sciences and Education, National Research Council. J Acoust Soc Am. 1988;83(3):859-95.
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Página(s): p.756
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PERSPECTIVAS ATUAIS DA ASSOCIAÇÃO ENTRE IDADE E AGENTES OCUPACIONAIS
SANCHES, J. F. ; LOPES, A. C. ;

A presbiacusia pode ser definida como a diminuição da acuidade auditiva relacionada ao envelhecimento sem causa reconhecida, sendo uma soma de perdas auditivas resultantes de degenerações fisiológicas, como exposição ao ruído, agentes ototóxicos e prejuízos causados por desordens e tratamentos medicamentosos. Enquadrado dentro de um dos fatores etiológicos, a perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR) é considerada uma patologia cumulativa e insidiosa, que cresce ao longo dos anos de exposição ao ruído, sendo irreversível e de evolução progressiva. Contudo, quando levado em consideração o ambiente de trabalho, o ruído não é o único causador de perda auditiva nos trabalhadores, pois os agentes químicos também tornam-se um fator agravante. Sabe-se que há riscos à saúde associados à exposição a produtos químicos e potencialmente ototóxicos, contribuindo para a perda auditiva de indivíduos expostos, sendo que a exposição concomitante de solventes ototóxicos e ruído pode causar interação sinérgica e aditiva na perda auditiva. Diante do exposto, considerando o aumento do número de idosos no país e, consequentemente, um maior número de indivíduos acometidos pela presbiacusia, além da relevante estimativa de trabalhadores brasileiros portadores de PAIR e expostos a agentes químicos no ambiente de trabalho, este estudo teve como objetivo analisar as diferentes condições de audição de idosos expostos e não expostos ao ruído ocupacional e/ou agentes químicos durante a vida. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, com consulta ao banco de dados de um serviço público de saúde auditiva, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 46887421.1.0000.5417). Foram coletados dados de 200 prontuários de pacientes de uma Clínica de Fonoaudiologia, considerando os seguintes dados: sexo, otoscopia da orelha direita e esquerda, queixa auditiva e outras queixas relatadas pelo paciente, zumbido, vertigem, dificuldade de compreensão de fala, exposição ao ruído, exposição a agentes químicos, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, cardiopatia, doenças renais, além do resultado dos exames auditivos (audiometria tonal liminar, logoaudiometria, timpanometria e reflexos ipsilateral e contralateral). Ao final da coleta, a amostra foi dividida em dois grupos: grupo exposto ao ruído e/ou agentes químicos no ambiente de trabalho (G1) e grupo não exposto ao ruído e/ou agentes químicos (G2). Resultados: Para análise estatística dos dados coletados, foi realizada regressão logística ordinal, determinando assim o grau da perda auditiva. A análise interpretou o conjunto de preditores que explicasse a influência das variáveis no grau de perda auditiva nos diferentes grupos (G1 e G2). Nenhum preditor apresentou impacto significativo no grau da perda auditiva, tanto para orelha esquerda, como orelha direita, como demonstrado em p<0. Analisando as variáveis quanto ao tipo de perda auditiva, foi possível demonstrar que, a cada ano aumentado na variável “idade” da amostra, aumenta-se em 16% e 18% a chance de perda auditiva do tipo sensorioneural, comprovado por OR>1. Conclusão: Toda a análise obtida demonstra a multifatorialidade da perda auditiva, sendo a presbiacusia e exposição a agentes ocupacionais fatores relevantes e desencadeantes. Apesar da equivalência encontrada nos dois grupos, pode-se destacar o fator idade, sexo e zumbido como predominantes no grupo exposto, corroborando com achados da literatura.

SOUSA, C. S. et al. Estudo de fatores de risco para presbiacusia em indivíduos de classe sócio-econômica média. Braz. j. otorhinolaryngol, São Paulo, v. 75, n. 4, July/Aug. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1808- 86942009000400011&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 25 fev. 2021.

ARAÚJO, S. A. Perda auditiva induzida pelo ruído em trabalhadores de metalúrgica. RevBrasOtorrinolaringol, São Paulo, v. 68, n. 1, p. 48, jan./fev. 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rboto/v68n1/8770.pdf. Acesso em: 25 fev. 2021.

FÁBELOVÁ, L. et al. Environmental ototoxicants, a potential new class of chemical stressors. EnvironmentResear. v. 17, n. 1, p. 378-394. Apr. 2019. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0013935119300477?via%3Dih ub. Doi: https://doi.org/10.1016/j.envres.2019.01.042. Acesso em: 11 nov. 2022.
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Página(s): p.1003
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POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE AUDITIVA: CONHECENDO O PERFIL ATUAL DOS USUÁRIOS
Fernandes, A.K. ; Mariano, S.P.B ; Buzo, B.C ;

INTRODUÇÃO: Estima-se que 466 milhões de pessoas em todo o mundo (5,5% da população) sejam portadoras de perda auditiva incapacitante. Os impactos da perda auditiva são amplos, e incluem perda da capacidade de se comunicar, declínio cognitivo, culminando no isolamento social, solidão e frustação, principalmente entre pessoas idosas. De acordo com estudos, os idosos são os usuários mais prevalentes no sistema de saúde auditiva. Os aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) surgem como uma excelente opção para diminuir a privação sensorial. Uma das grandes dificuldades no processo de seleção e adaptação dos dispositivos de auxílio auditivo, é o custo monetário envolvido (Arakawa et al, 2011). Pensando nesta dificuldade, o Governo Federal criou, em setembro de 2004, a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva. Considerando todas as diretrizes e investimentos governamentais dessa política, e, no presente caso, a preocupação com a qualidade do serviço que está sendo oferecido ao usuário, torna-se imprescindível conhecer o perfil do usuário atendido bem como as carcteristicas dos dispositivos fornecidos.
OBJETIVO: Descrever o perfil dos pacientes atendidos no Programa de Concessão de Próteses Auditivas, do Ministério da Saúde, desenvolvido em um CER (Centro Especializado em Reabilitação) da cidade de São Paulo.
MÉTODO: Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o parecer 5.339.604. Foram incluídos nos estudos os prontuários de usuários que fizeram a avaliação para concessão de AASI no período de janeiro de 2020 a dezembro de 2021. Foram analisadas as variáveis demográficas (faixa etária e gênero), epidemiológicas (número de pacientes atendidos, tipo e grau das perdas auditivas) e audiológicas como a lateralidade da adaptação (se uni ou bilateral), classe de aparelho fornecido e tempo decorrente entre definição do AASI e o seu recebimento.
RESULTADOS: Foram atendidos 543 pacientes no período estudado. Em relação as variáveis demográficas dos pacientes atendidos 53,77% eram mulheres. A idade média dos pacientes foi de 69 anos (DP=18 anos). A média de dias entre a entrada do paciente no sistema até o dia do recebimento do AASI foi de 83 dias (DP=56,2 dias). Com relação a adaptação, 17,73% dos aparelhos foram adaptados unilateralmente e 82,21% bilateralmente, totalizando 975 aparelhos doados. A perda neurossensorial foi o tipo mais frequente (83,58%) dentre as orelhas adaptadas. Os graus de perda auditiva mais predominantes foram as de grau moderado (39,89%) e moderadamente severa (34,15%). A distribuição de aparelhos segundo a classe foi 39,48% para AASI classe A; 49,12% para a classe B; 11,07% para classe C.
CONCLUSÃO: O serviço se caracterizou pelo atendimento predominante a pessoas idosas, com perda auditiva bilateral, do tipo neurossensorial de grau moderado a moderadamente severo. Em relação ao tempo decorrente do recebimento do AASI, os pacientes esperaram em média 3 meses para o fornecimento do dispositivo. Diferente do que é estipulado do percentual de prescrição e fornecimento pelos serviços de Reabilitação Auditiva das classes dos AASI, os aparelhos classe B foram os mais indicados provavelmente pela grande maioria dos usuários apresentarem necessidades audiologicas que ultrapassem a tecnologia oferecida nos AASI classe A.

Arakawa AM, Sitta EI, Caldana ML, Sales-Peres SHC. Análise de diferentes estudos epidemiológicos em Audiologia realizados no Brasil. Rev CEFAC [periódico na Internet]. 2011 [acesso em 2013 Jan 13];13(1). Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010005000089

Béria JU, Raymann BCW, Gigante LP, Figueiredo ACL, Jotz G, Roithman R, et al. Hearing impairment and socioeconomic factors: a population-based survey of an urban locality in southern Brazil. Rev PanamSaludPublica [serial on the Internet]. 2007 Jun [cited 2013 Aug 10]; 21(6). Available from: http://dx.doi.org/10.1590/S1020-49892007000500006

Domingos BP. Caracterização do perfil audiológico e epidemiológico da população atendida em um programa de saúde auditiva. [monografia] Belo Horizonte, Minas Gerais: Curso de Fonoaudiologia, Universidade Federal de Minas Gerais; 2010.

Jardim Débora Soares, Maciel Fernanda Jorge, Lemos Stela Maris Aguiar. Perfil epidemiológico de uma população com deficiência auditiva. Rev. CEFAC [Internet]. 2016 June. Disponivel em: https://doi.org/10.1590/1982-021620161833115
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.692
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POTENCIAIS AUDITIVOS EVOCADOS EM IDOSOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA.
SILVA, A. O. ; ANDRADE, C. L. O. ; OLIVEIRA, A. C. ; ROSÁRIO, C. S. ; SOUZA, A. L. S. C. L. ; RIBEIRO, D. A. ; OLIVEIRA, S. C. ; BRAITE, N. ;

Introdução: A análise dos potenciais auditivos evocados apresenta boa sensibilidade nos processos investigativos das injúrias subclínicas nas vias auditivas, podendo ser usado preventivamente nas enfermidades de início silencioso, como a diabetes mellitus tipo 2, e que predispõem os portadores ao risco para o desenvolvimento de prejuízos auditivos, em especial com o avançar da idade. Objetivo: Revisar sistematicamente estudos que investigaram os potenciais evocados auditivos em indivíduos idosos portadores de diabetes mellitus tipo 2. Métodos: A presente revisão seguiu o protocolo PRIMA e a estratégia PICOS para elaborar a pergunta de investigação. Para o levantamento bibliográfico foram utilizados descritores em saúde combinados através dos operadores boleanos OR e/ou AND e organizados em strings para direcionar a busca nas bases de dados eletrônicas PubMed, LILACS, SCIELO, SCOPUS, Embase, Science Direct, Cochrane Library e Web of Science utilizadas para a pesquisa de estudos elegíveis no período de abril de 2021 a agosto de 2022. A seleção dos artigos foi realizada por três revisores, de forma independente e às cegas, sendo os artigos encontrados avaliados conforme os critérios de inclusão e exclusão. O risco de viés dos artigos selecionados foi determinado pelos protocolos Newcastle-Ottawa e STROBE, visando avaliar a qualidade dos estudos observacionais e a avaliação da escrita do artigo respectivamente. Dada à grande heterogenidade dos dados, a metanálise não foi realizada. Resultados: Dos 5.282 artigos identificados, foram elegíveis para a presente pesquisa 16 estudos por meio da análise combinada. Os achados analisados obtidos pelos estudos demonstraram aumento significativo das latências absolutas e dos intervalos interpicos dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico nos grupos de idosos diabéticos, sendo a duração da doença o fator de maior influência no prolongamento das latências das ondas I, III, V e nos intervalo interpico III-V. Na análise do potenciais auditivos relacionados a eventos (P300) os estudos também evidenciaram aumento na latência e diminuição na amplitude significativa do pico da onda. Conclusão: Os achados apontam que indivíduos idosos portadores de diabetes mellitus tipo 2 apresentam comprometimentos na condução elétrica das vias auditivas periféricas até regiões centrais envolvidas com função cognitiva.

Silveira RL, Bezerra TA, Dulgheroff ACB. Fatores associados à qualidade de vida das pessoas idosas no Brasil. VIII Congresso Internacional de Envelhecimento Humano, 2021.

De Souza JA. Impactos das políticas públicas de saúde para os idosos no Brasil. Direitos Humanos e Sociedade:Contribuições Científicas. Periódico Multidisciplinar da Facility Express Soluções Acadêmicas. v.1, n.16. Jul., 2022, pp. 15-28.

Dias da Silva A, Matos Júnior N, Damasceno DD, Guimarães NS, Gomes JMG. Estado nutricional, fatores de risco e comorbidades em adultos portadores de diabetes mellitus tipo 2. HU Revista, 2020. doi:10.34019/1982-8047.2020.v46.28790

Paulo S. Fontenelle FF, Efeitos da angiotesina II e endotelina 1 na injúria renal decorrente da nefropatia diabética recente. Tese de Mestrado. São Paulo: USP, 2017.

Vitoi NC, Fogal AS, Nascimento C de M, Franceschini S do CC, Ribeiro AQ. Prevalência e fatores associados ao diabetes em idosos no município de Viçosa, Minas Gerais. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2015; 18(4):953-965. doi:10.1590/1980-5497201500040022.
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Página(s): p.736
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POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DE LONGA LATÊNCIA PRÉ E PÓS-ADAPTAÇÃO DE PRÓTESE AUDITIVA ANCORADA NO OSSO PERCUTÂNEA
Catalani, B. ; Sassi, T. S. S. ; Lourençone, L. F. M. ; Marangoni, A. T. ; Dias, G. F. M. ; Mondelli, M. F. C. G. ;

Introdução: A atresia de orelha ocorre a partir de alguma alteração no período de desenvolvimento embrionário do canal auditivo externo e é caracterizada por hipoplasia ou aplasia do conduto auditivo externo, sendo sete vezes mais comum o acometimento unilateral quando comparado ao bilateral. Para avaliação da integridade do sistema nervoso auditivo central e os processos neurais envolvidos na estimulação auditiva nas regiões do tálamo e córtex auditivo, são realizados os Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência. Objetivo: Comparar a latência e amplitude do P300 realizado com estímulo de fala, assim como os resultados audiológicos antes e após três meses de adaptação do sistema Ponto® em indivíduos com atresia aural bilateral congênita. Metodologia: O presente estudo possui caráter prismático, quantitativo, descritivo, inferencial e longitudinal, foi aprovado pelo comitê de ética, sob número de protocolo 4.393.704. Participaram desse estudo 6 indivíduos com atresia aural bilateral congênita, perdas auditivas condutivas e mistas de grau moderado a severo que obtiveram indicação cirúrgica para a PAAO sistema Ponto®, com idade média de 19 anos, sendo o mais novo com 11 e o mais velho com 33 anos. Esses foram submetidos à audiometria tonal liminar, audiometria em campo livre, reconhecimento de sentenças no silêncio e ruído e ao exame de potenciais evocados auditivos de longa latência antes e após três meses de uso do dispositivo. Resultados: Não foram observadas mudanças quanto aos limiares identificados por via aérea e óssea na audiometria tonal liminar e foram constatadas melhoras nos níveis mínimos de resposta auditiva na audiometria em campo livre e nos limiares de sentenças no silêncio e no ruído. Quanto aos potenciais evocados auditivos de longa latência, esses não se diferenciaram significativamente quando comparados antes, após e com o dispositivo Ponto® ligado. Conclusão: O uso do sistema Ponto® não alterou a latência ou amplitude dos potenciais evocados auditivos de longa latência, porém, promoveu benefícios aos seus usuários no que se diz respeito às habilidades auditivas de detecção e reconhecimento de sentenças no silêncio e ruído. Além disso, foi possível concluir que os indivíduos com malformação de orelha bilateral podem obter integridade na maturação do sistema nervoso auditivo central apesar da perda auditiva condutiva ou mista.

BARTEL-FRIEDRICH, S.; WULKE, C. Classification and diagnosis of ear
malformations. GMS current topics in otorhinolaryngology, head and neck
surgery, v. 6, 2007.

BOSMAN, A. J. et al. On the evaluation of a superpower sound processor for
bone‐anchored hearing. Clinical Otolaryngology, v. 43, n. 2, p. 450-455, 2017.

CALDERARO, V. G. Avaliação eletrofisiológica (P300) e de percepção de fala
em indivíduos com perda auditiva antes e após adaptação de AASI. 2020. 78 p.47
. Dissertação (Mestrado em Reabilitação e Desempenho Funcional) – Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2020

DUARTE, J. L.; ALVARENGA, K. F.; COSTA, O. A. Potencial cognitivo P300
realizado em campo livre: aplicabilidade do teste. Rev. Bras. Otorrinolaringol.,
São Paulo, v. 70, n. 6, p. 780-785, 2004.

GUCAO, A. C. B. et al. Potenciais evocados auditivos de longa latência na síndrome
de asperger: estudo de dois casos. Rev. bras. crescimento desenvolv. hum., São
Paulo, v. 24, n. 1, p. 49-53, 2014.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.674
ISSN 1983-1793X
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO COM O ESTÍMULO ICHIRP DE BANDA ESTREITA: FATORES DE CORREÇÃO EM ADULTOS OUVINTES.
Castan, A.T.M. ; Sassi, T.S.S. ; Macêdo, P.H.S. ; Avarenga, K.F. ;

Introdução: Os potenciais evocados auditivos de tronco encefálico de frequência específica é uma medida eletrofisiológica sugerida para avaliar de forma objetiva a audição de crianças pequenas e de indivíduos que não conseguem realizar a audiometria tonal limiar. Dentre os diferentes tipos de estímulo utilizados, destaca-se o IChirp, uma versão de modelo linear disponível na plataforma SmartEP da Intelligent Hearing Systems, que possibilita uma resposta neural mais sincronizada, gerando uma maior amplitude da onda V no registro, além de melhor morfologia geral do traçado e redução no tempo necessário de exame para identificação das ondas. No entanto, são escassos os estudos na literatura que avaliem a aplicabilidade deste estímulo na prática clínica e que sugiram um fator de correção para predizer os limiares psicoacústicos. Objetivo: Determinar o fator de correção para o estímulo IChirp de banda estreita para o cálculo do nível estimado de audição em adultos ouvintes. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo transversal baseado na análise dos dados da audiometria tonal limiar e dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico utilizando o estímulo IChirp de banda estreita de adultos com audição normal. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da instituição onde foi realizado, sob parecer nº 5.450.240. Foram comparados, através de análise descritiva e inferencial, os limiares da audiometria tonal limiar e dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico utilizando o estímulo IChirp de banda estreita, nas frequências de 500 Hz, 1 kHz, 2 kHz e 4 kHz. Resultados: Foram analisados os resultados de 38 orelhas (19 indivíduos) na faixa etária de 18 a 35 anos. A média dos limiares eletrofisiológicos com o estímulo IChirp de banda estreita foi significantemente maior em relação aos limiares auditivos tonais em todas as frequências avaliadas. A diferença média entre os limiares auditivos tonais e eletrofisiológicos com o estímulo IChirp de banda estreita, que corresponde ao fator de correção necessário para a predição dos limiares auditivos comportamentais, foi maior para a frequência de 500 Hz (-15dB) e menor na frequência de 4000 Hz (-6,71dB). Conclusão: Os fatores de correção propostos pelo presente estudo foram -15dB em 500 Hz, -10dB em 1000 Hz, -5dB em 2000 Hz e -5 dB em 4000 Hz. Assim, os potenciais evocados auditivos de tronco encefálico-IChirp de banda estreita podem ser utilizados na prática clínica para a predição dos limiares auditivos comportamentais em indivíduos ouvintes.

Dau T, Wegner O, Mellert V, Kollmeier B. Auditory brainstem responses with optimized chirp signals compensating basilar-membrane dispersion. J Acoust Soc Am [Internet]. 2000 Mar;107(3):1530–40. Available from: http://asa.scitation.org/doi/10.1121/1.428438
Chertoff M, Lichtenhan J, Willis M. Click- and chirp-evoked human compound action potentials. J Acoust Soc Am [Internet]. 2010 May;127(5):2992–6. Available from: http://asa.scitation.org/doi/10.1121/1.3372756
Elberling C, Don M, Cebulla M, Stürzebecher E. Auditory steady-state responses to chirp stimuli based on cochlear traveling wave delay. J Acoust Soc Am [Internet]. 2007;122(5):2772. Available from: http://scitation.aip.org/content/asa/journal/jasa/122/5/10.1121/1.2783985
Fobel O, Dau T. Searching for the optimal stimulus eliciting auditory brainstem responses in humans. J Acoust Soc Am [Internet]. 2004 Oct;116(4):2213–22. Available from: http://asa.scitation.org/doi/10.1121/1.1787523
Rosa BC, Castan ATM, Sassi TS da S. Padronização dos parâmetros latência e amplitude no registro dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico com o estímulo Ichirp de banda estreita em adultos audiologicamente normais. Audiol - Commun Res [Internet]. 2020;25:1–6. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-64312020000100312&tlng=pt
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Página(s): p.683
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO: INTERVALOS REFERENCIAIS EM UMA POPULAÇÃO DE LACTENTES EXPOSTOS AO ZIKA VÍRUS DURANTE A GESTAÇÃO
Garcia, C.F.D ; Soares, E.C.A ; Castro, K.R.C ; Barbosa, M.H.M ;

O Zika vírus (ZIKV) é considerado uma arbovirose pertencente à família Flaviviridae e do gênero Flavivirus. No Brasil, foi identificada a chegada do vírus, no primeiro semestre de 2015, com aumento substancial na taxa de natalidade de neonatos com microcefalia congênita. Esse crescimento abrupto, fez com que profissionais e pesquisadores levantassem a hipótese de associação da microcefalia com a infecção congênita pelo ZIKV. À semelhança de outras infecções e malformações congênitas, a infecção por Zika vírus durante a gestação e a microcefalia congênita, inserem-se nos indicadores de risco para a deficiência auditiva (IRDA), segundo diretrizes nacionais e internacionais. Um dos procedimentos de avaliação objetiva da audição é o Potencial Evocado. Há necessidade em se estabelecer os intervalos referenciais de cada protocolo, nos equipamentos instalados em clínicas, hospitais ou laboratórios, para assim, elaborar laudos mais precisos e confiáveis. Objetivo: estabelecer os intervalos referenciais das latências absolutas das ondas I, III, V e dos intervalos interpicos I-III, III-V, I-V do exame de potencial evocado auditivo de tronco encefálico, protocolo neurodiagnóstico, em bebês com histórico de Zika vírus gestacional. Materiais e Métodos: Estudo de casos, observacional, descritivo. Parecer de aprovação, número 2.247.511 e n° 1.516.904, do Comitê de Ética em Pesquisa. Uso dos prontuários do banco de dados da Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ME-UFRJ). Amostra composta por 14 crianças, com média de 19 meses de idade cronológica, 28,57% do sexo masculino e 71,43% do sexo feminino. Registros eletrofisiológicos produzidos com o equipamento Eclipse, Interacoustics, software EP-15. A partir da consulta ao prontuário, analisamos os resultados dos exames, nos quais consideramos os valores de latência absoluta das ondas I, III, V e latência interpico dos intervalos I-III, III-V, I-V. Análise dos dados efetuada com a planilha disponibilizada no ―Manual de Eletrofisiologia e Eletroacústica: um guia para clínicos‖, com cálculo de média e desvio padrão em orelhas direita e esquerda, escolha de intervalo preditivo de 95% e estabelecimento de intervalos de referência. Resultados: Os intervalos referenciais obtidos no presente estudo, para ondas I, limite inferior 1,15 e limite superior 1,54 milissegundos; III, limite inferior 2,39 e limite superior 4,65 milissegundos; V, limite inferior 4,98 e limite superior 6,22 milissegundos; intervalos interpicos I-III, limite inferior 1,06 e limite superior 3,22 milissegundos; III-V, limite inferior 0,75 e limite superior 3,41 milissegundos; I-V, limite inferior 3,65 e limite superior 4,89 milissegundos. Conclusão: Estabelecemos os intervalos referenciais para o exame de Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico, Neurodiagnóstico, para a amostra de crianças com histórido de Zika vírus gestacional, com média de idade de 19 meses, para a latência absoluta das ondas I, III, V, e latência dos intervalos I-III, III-V, I-V.

1. Menezes PL, Martinelli MC, Pereira LD. Intervalos de Referência dos Instrumentos utilizados para evocar Potenciais Eletrofisiológicos. In: Manual de Eletrofisiologia e eletroacústica: um guia para clínicos. Ribeirão Preto: Book Toy, 2022, p.53-63.
2. Barbosa MHM, Magalhães-Barbosa MC, Robaina JR, Prata-Barbosa A, Lima MAMT, Cunha AJLA. Auditory findings associated with Zika virus infection: an integrative review. Braz J Otorhinolaryngology. 2019;85(5):642–63.
3. Vinagre ABB, Macedo RTS. Caracterização dos resultados do exame de Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico em bebês expostos ao Zika vírus gestacional [Trabalho de Conclusão de Curso]. [Rio de Janeiro]: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2022.

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Página(s): p.1005
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POTENCIAL EVOCADO COGNITIVO EM ADULTOS NORMO-OUVINTES: COMPARAÇÃO ENTRE AS CONDIÇÕES ATIVA E PASSIVA DO PARADIGMA DE ODDBALL
Silva, N. S. ; Canto Pereira, V. R. ; Balen, S. A. ; Vasconcelos, I. C. ; Spinelli, B. G. ; Morya, E. ;

Introdução: As respostas do córtex auditivo à apresentação de estímulos acústicos podem ser avaliadas por diversos métodos, como por potenciais evocados auditivos (PEA), medidas eletrofisiológicas da atividade da via auditiva. Nos PEA de longa latência destacam-se o complexo P1-N1-P2 e o P300 ou Potencial Evocado Cognitivo (PEAC), relacionado à percepção, discriminação e reconhecimento dos estímulos auditivos em nível cortical. O PEAC é um pico de onda positivo que aparece entre 220 e 380 ms após a percepção de um estímulo distrator em meio a uma sequência de estímulos iguais (numa apresentação aleatória e proporcional, chamada de paradigma de oddball). Subdivide-se em dois subcomponentes, o P3a, que representa uma resposta automática e subconsciente a uma tarefa de escuta passiva de dois tipos de estímulo, e o P3b, visualizado em tarefas de tomada de decisão frente à discriminação ativa dos estímulos. A literatura científica indica que tais subcomponentes apresentam distintos valores de latência e amplitude em decorrência dos substratos fisiológicos recrutados em cada um. Objetivo: investigar as respostas de PEAC com estímulos de fala, em ambos os paradigmas oddball, em adultos normo-ouvintes nas condições ativa e passiva. Metodologia: Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (n. 4.120.985). Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo. Participaram 20 sujeitos de 18 a 60 anos, ambos os sexos, sem queixas auditivas. Os critérios de inclusão foram: presença de emissões otoacústicas transientes (EOAT), curva timpanométrica tipo A e presença de reflexos acústicos bilateralmente. A pesquisa compreendeu as etapas de recrutamento, entrevista clínica, avaliação auditiva e aquisição do PEAC com estímulos de fala (sílabas /ba/ e / da/) nas condições passiva (escuta passiva dos estímulos) e ativa (escuta com contagem dos estímulos raros), com estimulação monoaural em ambas as orelhas. Os potenciais auditivos foram medidos por eletroencefalograma (EEG-Brain Vision) com 32 canais. As medidas de latência e amplitude do PEAC nos canais Cz, T7 e T8 (captando sinais da região temporal) foram extraídas no software BrainVision Analyzer após processamento dos dados com aplicação de filtro de passa-banda (0.5 a 30 Hz), segmentação das épocas, correção de baseline e cálculo da média para os estímulos /ba/ e /ba/ nas condições ativa e passiva. Os dados não passaram no teste de Shapiro-Wilk (p<0.05) , sendo aplicado o teste U de Mann-Whitney para comparação estatística. Resultados: Os valores de latência mostraram-se mais alargados e com mais baixa amplitude na condição passiva (exceto para o estímulo raro em T8, estímulo frequente em Cz e T7). Comparando-se os valores de latência e amplitude do PEAC para cada estímulo nas condições ativa e passiva, apenas para a latência do estímulo /ba/ nos canais T7 e T8, observou-se diferença estatística (p<0.05), sendo a latência na condição passiva maior do que na condição ativa. Conclusão: Os resultados condizem com a descrição na literatura, porém a estatística inferencial demonstra que a diferença entre ambas as condições pode não ser suficientemente relevante. Mostra-se importante a checagem de tais valores em outras regiões do córtex para comparação com outros possíveis sítios geradores destes potenciais.


FRANCO, G.M. O potencial evocado cognitivo em adultos normais. Arq Neuropsiquiatr. v.59, n.2-A, p. 198-200, 2001
HASSAAN, M.R. Aided evoked cortical potential: an objective validation tool for hearing aid benefit. EJENTAS, v 12, n. 3, p 155-161, 2011
SHAFER, V.L., YU, Y.H., WAGNER, M. Maturation of cortical auditory evoked potentials (CAEPs) to speech recorded from frontocentral and temporal sites: three months to eight years of age. Int J Psychophysiol. v. 95, n.2, p. 77-93. 2015
STAPELLS, D.R. Cortical event-related potentials to auditory stimuli. In KATZ, J. col. (org.) Handbook of clinical audiology. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins, 2009, 6. Ed
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Página(s): p.990
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PRESENÇA DE RESPOSTAS NEURAIS EM PACIENTES COM DISTÚRBIO DO ESPECTRO DA NEUROPATIA AUDITIVA USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR
SILVA, M. G. P. ; SADOWSKI, T. V. S. ; TSUJI, R. K. ; LEZIROVITZ, K. ; GOMEZ, M. V. S. G. ;

Introdução: O Distúrbio do Espectro da Neuropatia Auditiva (DENA) pode estar relacionado a lesões no nervo coclear, células ciliadas internas e/ou à sinapse. Essa condição clínica resulta em grande variabilidade dos achados audiológicos e de tratamentos, havendo impacto direto da localização da lesão no DENA no prognóstico. O implante coclear é uma possibilidade de tratamento, no qual durante o procedimento cirúrgico por meio da telemetria (comunicação bidirecional) é possível observar a resposta do nervo auditivo frente à estimulação elétrica, e com isso identificar a integridade da sinapse e pressupor a sincronia do primeiro neurônio. Objetivo: Verificar a frequência de ocorrência da resposta neural no momento intraoperatório, bem como a sua ocorrência após o uso contínuo do implante coclear em pacientes com diagnóstico de DENA. Método: Estudo retrospectivo descritivo, longitudinal, aprovado pelo comitê de ética da instituição sob o protocolo n° 02238412.0.1001.0068. Foram selecionados indivíduos usuários de Implante coclear com diagnóstico de Distúrbio do Espectro da Neuropatia Auditiva (DENA) em que a pesquisa da resposta neural intraoperatória estava disponível. Utilizou-se uma ficha protocolar padronizada realizada pelos pesquisadores para coleta dos dados tanto sociodemográficos, quanto os registros da ocorrência das respostas neurais intraoperatórias e pós-operatórias nas consultas de acompanhamento para a programação do processador de fala. Realizou-se análise descritiva com medidas de tendência central e distribuição. Resultados: Participaram do estudo 34 indivíduos,15 do sexo feminino (42,8%) e 19 do sexo masculino (54,2%), com idade média de realização do implante de 93,5 meses, variando entre 11 meses e 684 meses (57 anos de idade). A análise foi realizada em 49 orelhas, sendo 15 cirurgias bilaterais e 19 unilaterais. O indicador de risco mais frequentemente associado ao DENA foi a permanência na unidade de terapia intensiva (UTI) por mais de cinco dias (34,2%), sendo identificada a etiologia genética em 5 casos (14,7%). As respostas neurais intraoperatórias foram presentes em 42 orelhas (85,7%), e 7 (14,3%) com ausência de resposta. No momento pós-operatório foi realizada a pesquisa de respostas neurais em apenas 30 orelhas, entre 1 mês e 20 meses após a cirurgia. Verificou-se que desses realizados no pós operatório 24 (80%) permaneceram com respostas neurais presentes, ainda que em seis casos tenha aparecido presente de forma assistemática e/ou parcial em diferentes sessões, três (10%) permaneceram ausentes, apenas um (3,3%) caso houve o aparecimento de respostas neurais após um mês de uso do implante coclear e outros dois (6,6%) ausentaram, na qual um ausentou com dois meses e outro com 60 meses após o uso do dispositivo. Conclusão: Houve presença de respostas neurais intraoperatórias nos pacientes com o DENA, independente do fator de risco ou genético. Observou-se flutuação das respostas neurais no momento pós-operatório sem fator desencadeante identificável.

P.-H Lin, C.-J Hsu, Y.-H Lin, Y.-H Lin, S.-Y Yang, T.-H Yang, P. Chen, C. Wu, T. -C Liu, An integrative approach for pediatric auditory neuropathy spectrum disorders: revisiting etiologies and exploring the prognostic utility of auditory steady-state response, Scientific Reports. 10 (2020) 10:9816 doi.org/10.1038/s41598-020-66877-y

E. Shearer, M. R. Hansen, Auditory Synaptopathy, Auditory Neuropathy, and Cochlear Implantation, Laryngoscope Investig Otolaryngol. 4 (2019) 429-440. doi: 10.1002/lio2.288

Wang B, Cao K, Wei C, Cochlear implantation in patients with auditory neuropathy assisted by intra-operative EABR and the therapeutic effect evaluation. Lin Chung Er Bi Yan Hou Tou Jing Wai Ke Za Zhi. 10 (2013) 449:54. PMID: 23937004.

Jeong, S.-W., & Kim, L.-S, Auditory neuropathy spectrum disorder: predictive value of radiologic studies and electrophysiologic tests on cochlear implant outcomes and its radiologic classification, Acta Oto-Laryngologica, 7 (2013) 714:721. doi:10.3109/00016489.2013.776176
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Página(s): p.814
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PRESENÇA DE ZUMBIDO EM USUÁRIOS IDOSOS DE UM SERVIÇO AMBULATORIAL DE SAÚDE AUDITIVA
CIGANA, L. B. ; GUESSER, V. M. ; MORÉS, C. ; PAIVA, K. M. ; SILVA, A. Q. A. ; HAAS, P. ;

Introdução: O programa de Saúde Auditiva do SUS tem como finalidade promover a integralidade no atendimento ao indivíduo com deficiência auditiva, um conjunto articulado de serviços e ações de saúde foi estabelecido, abrangendo a atenção primária, secundária e terciária, de modo a garantir ações de promoção, prevenção, assistência e reabilitação no território brasileiro. Para aprimorar a integridade na reabilitação desta população, a investigação sobre a prevalência do zumbido torna-se fundamental. O zumbido pode ser delineado como a percepção de um som quando na ausência de um estímulo auditivo externo e apresenta uma taxa de crescimento ao decorrer da idade. É um sintoma que frequentemente acompanha a deficiência auditiva e pode ser mais perturbador que a surdez pelo grau de incômodo produzido. Objetivo: Verificar a presença de zumbido autorreferido de usuários idosos que ingressaram para avaliação inicial no Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva de acordo com o sexo. Metodologia: Estudo transversal realizado em um Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva de caráter público, referência no estado de Santa Catarina (SC), com usuários com idade ≧ 60 anos, que realizaram avaliação inicial no período de janeiro a abril de 2018. A coleta de dados foi realizada no período de julho a agosto de 2022, e os dados foram provenientes do banco de dados do Sistema de Saúde Auditiva (AVOS) do SUS do estado de SC no Instituto Otovida, serviço que recebe demandas da atenção primária e especializado no diagnóstico e reabilitação auditiva, contemplando o atendimento de usuários em todos os ciclos de vida. Este estudo foi aprovado pelo CEP da UFSC. CAAE: 39562720.8.0000.0121. Resultados: Foram coletados dados de 217 idosos (113 homens e 104 mulheres). Destes, 161 usuários apresentaram zumbido, sendo 79 (49,1%) homens e 82 (50,9%) mulheres. Não houve diferença estatisticamente significativa entre homens e mulheres quanto à presença de zumbido. Conclusão: A prevalência do zumbido autorreferido na população idosa indica que este sintoma deve ser incluído como prioridade no processo de atenção e reabilitação pela equipe multiprofissional visando proporcionar atendimento integral e diminuição das consequências do zumbido, as quais por vezes tem mais impacto na saúde física e mental do que própria a perda auditiva.

ESMAILI, AARON; RENTON, JOHN. A review of tinnitus. Aust J Gen Pract. 2018. Diposnível em: doi: 10.31128/AJGP-12-17-4420. Acesso em: 09 Jan. 2023.

JAFARI, Zahra; KOLB, Bryan e; MOHAJERANI, Majid H. Age-related hearing loss and tinnitus, dementia risk, and auditory amplification outcomes. Ageing Res Rev 2019. Disponível em: doi: 10.1016/j.arr.2019.100963.

BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 793/GM/MS, de 24 de abril de 2012. Institui a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, por meio da criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com deficiência temporária ou permanente; progressiva, regressiva, ou estável; intermitente ou contínua.
. Acesso em: 15 abril 2022

REDECIN BRASIL: o cuidado na rede de atenção à pessoa com deficiência nos diferentes Brasis / Organizadores: Kátia Suely Queiroz Silva Ribeiro, Arthur de Almeida Medeiros e Silvia Lanziotti Azevedo da Silva. – 1. ed. -- Porto Alegre, RS: Editora Rede Unida, 2022. 332 p. (Série Interlocuções Práticas, Experiências e Pesquisas em Saúde, v. 24). E-book: 6.40 Mb; PDF. DOI: 10.18310/9788554329723
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Página(s): p.753
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PREVALÊNCIA DE QUEIXAS AUDITIVAS EM PACIENTES ADULTOS COM SÍNDROME METABÓLICA
Cruz, A. V. S ; Lima, C. R. C. ; Brandão, N. A. ; Santos, L. A. ; Souza, J. C. C. ; Jesus, C. S. ; Almeida, V. F. A. ; Oliveira, C. S. ; Araújo, E. M. Q. ; Braite, N. ;

Introdução: A alteração auditiva é um problema mundial de saúde pública, estima-se que cerca de 1,5 bilhão de pessoas possam apresentar alguma perda de sua capacidade auditiva ao longo da vida, dos quais 430 milhões precisarão de reabilitação auditiva. Da mesma forma, a síndrome metabólica (SM) também é uma patologia endêmica de alta prevalência mundial, que afeta entre 20% a 30% da população global. A SM é caracterizada por um conjunto de alterações cardiovasculares e do metabolismo que envolve diversos fatores em sua etiologia e tratamento; é uma desordem de origem multifatorial com forte base genética e ambiental e tem como principal cofator o diagnóstico da obesidade. Os mecanismos fisiopatológicos da relação entre SM e perda auditiva sensorioneural (PASN), ainda são pouco conhecidos, entretanto, é fato, que alguns componentes da síndrome metabólica (SM) coincidem com os fatores de risco para PASN, como a hipertensão arterial, hiperglicemia, hiperlipidemia e baixo nível de lipoproteína de alta densidade. Objetivo: Verificar a prevalência de queixas auditivas em adultos com síndrome metabólica (SM). Material e métodos: Estudo transversal com amostra aleatória não probabilística com 21 indivíduos, adultos, diagnosticados com SM pela International Diabetes Federation que responderam um questionário para identificar possíveis queixas auditivas (tontura, zumbido, hiperacusia e plenitude aural). Após aplicação do questionário foram coletados, em prontuário, dados sociodemográficos (sexo, idade, cor da pele e escolaridade) e os cofatores da SM. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética, Certificado de Apresentação e Apreciação Ética: 03409712.9.0000.0057. Resultados: Dos 796 voluntários analisados do banco de dados, 92 indivíduos foram elegíveis e convocados para o estudo, apenas 21 participantes responderam ao questionário. A maioria da amostra foi composta por mulheres (85,7%), com idade média de 48 anos, cor de pele preta (47,6%). O cofator da SM mais prevalente foi a Hipertensão arterial sistêmica (HAS), frequente em 9 participantes (64,3%). Quanto às queixas auditivas, a tontura foi o sintoma mais frequente, presente em quatorze (66,7%) indivíduos, seguido pelo zumbido relatado por nove participantes (42,8%), hiperacusia (incômodo a sons fortes) em referida por oito indivíduos (38,1%), e a plenitude aural, em 6 (28,6%); dezenove participantes (90,5%) referiram boa audibilidade. Conclusão: Observou se alta prevalência de queixas auditivas nos pacientes com SM, dos quais, metade da amostra avaliada apresentava, pelo menos, uma queixa auditiva, demonstrando a necessidade de investigação precoce dessas queixas em pessoas com SM, com intuito de fazer o diagnóstico auditivo precoce, evitar e ou minimizar os transtornos oriundos de uma perda auditiva permanente.
Palavras-chave: Audiologia; Perda auditiva; Síndrome metabólica; Tontura; Zumbido.

Aghazadeh-Attari, J., Mansorian, B., Mirza-Aghazadeh-Attari, M., Ahmadzadeh, J., & Mohebbi, I. (2017). Association between metabolic syndrome and sensorineural hearing loss: a cross-sectional study of 11,114 participants. Diabetes, metabolic syndrome and obesity: targets and therapy, 10, 459. https://www.dovepress.com/association-between-metabolic-syndrome-and-sensorineural-hearing-loss--peer-reviewed-article-DMSO.

Araújo, E. M. Q. (Ed.). (2018). A síndrome metabólica e suas implicações clínicas. EDUNEB.

Braite, N., da Cruz Fernandes, L., Lago, M. R. R., & Alves, C. D. A. D. (2019). Effects of type 1 diabetes mellitus on efferent auditory system in children and adolescents. International journal of pediatric otorhinolaryngology, 127, 109660. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0165587619304045.

Kim, J., Cho, I. Y., Yeo, Y., & Song, Y. M. (2021). Relationship between Metabolic Syndrome and Hearing Loss: Korea National Health and Nutritional Survey. Korean journal of family medicine, 42(1), 53. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7884893/.

JALALI, M. M.; NASIMIDOUST AZGOMI, M. Metabolic syndrome components and sudden sensorineural hearing loss: a case–control study. European Archives of Oto-Rhino-Laryngology, v. 277, n. 4, p. 1023–1029, 2020.
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Página(s): p.733
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PREVALÊNCIA DE QUEIXAS AUDITIVAS EM TRABALHADORES DA SAÚDE EM UTIS DE PORTO ALEGRE.
Rodrigues, F.S. ; Soldera, C.L.C. ; Boscolo, C.C. ; Machado, M.S. ;

Introdução: As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são ambientes hospitalares equipados com inúmeros aparelhos, instrumentos e monitores que são indispensáveis para manutenção da vida, porém esses equipamentos são grandes fontes geradoras de ruído que podem causar danos à saúde auditiva do trabalhador. O ruído pode perturbar o trabalho, a comunicação, o descanso e o sono dos seres humanos, além de prejudicar ou provocar reações fisiológicas, psicológicas ou até mesmo patológicas nas pessoas mais suscetíveis. Os níveis de ruído na UTI neonatal, por exemplo, atrapalham as pessoas quando estão executando atividades que necessitam de raciocínio, prejudicando também o conforto acústico dos pacientes. Objetivo: verificar a prevalência de queixas auditivas em profissionais de saúde das UTIs de Porto Alegre e promover orientação sobre audição e cuidados com a saúde auditiva. Metodologia: trata-se de um estudo transversal observacional. A amostra foi composta por 36 sujeitos de ambos os sexos, que trabalham em UTIs de Porto Alegre. Os dados foram coletados a partir de um questionário online e os participantes receberam orientações sobre saúde auditiva através de cards enviados por email. Resultados: A maioria dos sujeitos da amostra respondeu que escuta bem (66,7%); que acha o ambiente de trabalho ruidoso (91,7%); que sentem-se incomodados com sons fortes (80,6%). As queixas auditivas de maior prevalência foram zumbido (30,6%), plenitude aural (25%) e tontura (27,8%). Não houve associação significativa entre as queixas auditivas à idade e ao sexo dos participantes da amostra. Observou-se uma associação muito próxima à significância entre queixas auditivas antes da jornada de trabalho em trabalhadores com jornada de até oito horas diárias (p=0,051) e entre a presença de queixas auditivas antes da jornada de trabalho e frequência semanal de trabalho de seis a sete dias (p=0,056). Conclusão: Verificou-se que há presença de queixas auditivas na maioria dos participantes da pesquisa, sendo o zumbido a queixa de maior prevalência. Com base nas queixas encontradas, foi criado um card com orientações sobre saúde auditiva para os participantes do estudo. Os resultados desta pesquisa sugerem a necessidade de implementação de programas para prevenção de perdas auditivas em trabalhadores das UTIs de Porto Alegre.

- de Deus MJ; Duarte MFS. Nível de pressão sonora em academias de ginástica e a percepção auditiva dos professores. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde. 1997; 2(2):5-16.
- Macedo, Ivan Senis Cardoso et al. Avaliação do ruído em Unidades de Terapia Intensiva. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology [online]. 2009, v. 75, n. 6 [Acessado 28 Setembro 2021], pp. 844-846. Disponível em: .
- Souza, Viviana C., Melo, Rui B.; Efeito dos ruídos da unidade de terapia intensiva na equipe de enfermagem: uma revisão. Brazilian Journal of Health Review [online]. 2021, v. 04, n. 04 [Acessado 08 Setembro 2021], pp. 14571-14580. Disponível em: https://doi.org/10.34119/bjhrv4n4-017.
- Neto, Rui A. S. et al. Ruídos na unidade de terapia intensiva: quantificação e percepção dos profissionais de saúde. Revista Brasileira de Terapia Intensiva [online]. 2010, v. 22, n. 4 [Acessado 8 Setembro 2021], pp. 369-374. Disponível em: .
- Portela, Ravena S., et al. Análise ergonômica da UTI Neonatal e a sua influência sobre as lesões nos profissionais de saúde. Research, Society and Development [online], v. 10, n. 9, e35910918196, 2021. ISSN 2525-3409. Acessado 20 Setembro 2021. Disponível em: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i9.18196
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Página(s): p.770
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PREVALÊNCIA DO ZUMBIDO ASSOCIADO ÀS PERDAS AUDITIVAS SENSORIONEURAIS NA POPULAÇÃO DE IDOSOS
Santos, W. B. ; Andrade, A. P. R. ; Arruda, F. A. A. ; Canavarros, S. P. C. ;

INTRODUÇÃO: O zumbido é um sintoma que frequentemente acompanha a presbiacusia e costuma ser mais perturbador que a surdez. A presbiacusia é vista como a terceira condição crônica mais relatada pelos idosos, refletindo a perda de sensibilidade auditiva, associada ao envelhecimento, com característica audiológicas de perda do tipo sensorioneural bilateral. Essa perda da audição ocorre normalmente de forma gradual, onde causa a degeneração progressiva das estruturas cocleares e vias auditivas centrais. Sua principal consequência acontece com o declínio da capacidade comunicativa do indivíduo, o que tende a isolá-lo e privá-lo das fontes de informação e comunicação, maximizando ainda mais as alterações causadas pelo envelhecimento. O zumbido nos indivíduos que apresentam esse tipo de perda é de tonalidade aguda, comparada a uma cigarra ou um apito intermitente, e fica mais evidente no silêncio, especialmente à noite, dificultando o sono. OBJETIVO: Estimar a prevalência do zumbido auditivo na população de idosos atendidos na Clínica Escola Integrada do Univag no período de 2018 a 2020, através de análise retrospectiva dos prontuários de pacientes idosos com perdas auditivas sensorioneurais bilaterais. MÉTODO: Trata-se de um estudo retrospectivo descritivo, transversal, de natureza quantitativa. Foram selecionados 222 prontuários do período de 2018 a 2020, sendo esses pacientes atendidos na Clínica Escola Integrada do UNIVAG, dos ambulatórios de audiologia e AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual). Os dados coletados foram: nome, data de nascimento, gênero, grau da perda auditiva, dificuldade na compreensão de fala, incômodo aos sons intensos, tontura/vertigem e queixa de zumbido. RESULTADOS: Das análises realizadas, 40,6% eram do gênero feminino e 59,4% do gênero masculino. A faixa etária do grupo estudado variou de 60 a 100 anos, com uma média de 72,5 anos de idade. Foram analisadas e comparadas os indivíduos que apresentaram as queixas de dificuldade de compreensão de fala, zumbido, tontura/vertigem e incômodo a sons intensos. Em relação a essas variáveis o zumbido, a dificuldade de compreensão de fala e o incômodos a som intenso representaram a maior porcentagem em prevalência. CONCLUSÃO: De acordo com o estudo conclui-se que há forte prevalência do zumbido, dificuldade na compreensão de fala e incômodos a sons intensos na população de idosos com perdas auditivas sensorioneurais bilaterais nessa população estudada. De fato esses sintomas e queixas acarreta a deterioração da funções auditivas, comunicativas, sociais e emocionais, onde o indivíduo experimenta uma redução da qualidade de vida. Contudo propõe-se um programa de atenção a saúde auditiva, direcionada a população idosa, visando orientações ao indivíduo e família para minimizar os impactos desses sintomas.

AMPIOTTO, A. R. et al. Novo Tratado de Fonoaudiologia. 3. ed, p.9, SP. 2013.

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, 2008. Disponivel em: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/7296835/pg-2-diario-oficial-do-estado-do-mato-grosso-doemt-de-16-01-2008. Acessado em: 26/06/2021.

BARBOSA, C. J. H. et al. Perfil clínico epidemiológico de pacientes com perda auditiva. Vitória - ES. 2018.

COSTA-GUARISCO, L. P. et al. Percepção da perda auditiva: utilização da escala subjetiva de faces para triagem auditiva em idosos. Ciência & saúde coletiva, v.11, n. 22, p. 3579-3588, 2017.

DIAS, A.; CORDEIRO, R.; CORRENTE, J. E. Incomodo causado pelo zumbido medido pelo questionário de gravidade do zumbido. Rev saúde pública, São Paulo, v.40, p.706-11, 2006.
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Página(s): p.777
ISSN 1983-1793X
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PREVALÊNCIA E IMPACTO DO ZUMBIDO EM INDIVÍDUOS DO SUL DO BRASIL COM DIAGNÓSTICO DE OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
Gonçalves, S.N. ; Teixeira, A.R. ; Unchalo, A.L.S. ; Félix, T.M. ;

Introdução:A Osteogênese Imperfeita (OI) é uma condição genética rara. Ocorrem alterações
nos tecidos ricos em colágeno tipo I, originando manifestações clínicas como fragilidade óssea,
esclera azulada, malformação dentária, perda auditiva, entre outros. O zumbido é uma queixa
freqüente entre os indivíduos acometidos pela OI. Objetivos: Verificar a prevalência do
zumbido e avaliar o impacto na qualidade de vida em indivíduos adolescentes e adultos da
região sul do Brasil com diagnóstico de OI. Metodologia: Estudo transversal, observacional e
descritivo. Participaram deste estudo indivíduos com idade mínima de 13 anos e máxima de 30
anos, de ambos os sexos, residentes da região sul do país e com diagnóstico de OI. A
pesquisa foi realizada por meio de um questionário eletrônico que abordou questões
sociodemográficas e clínicas. Os indivíduos que sinalizaram a presença de zumbido foram
direcionados ao questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI), instrumento utilizado para
verificar o incômodo causado pelo zumbido e sua repercussão na qualidade de vida.
Resultados:Participaram da pesquisa 49 indivíduos, sendo 30 (61,2%) do sexo feminino. A
média de idade foi de 19,8±4,7 anos. Verificou-se uma prevalência de zumbido de 42,9% na
amostra. No que se refere ao impacto na qualidade de vida, verificou-se que em 12 (57,1%)
indivíduos foi desprezível, em 3 (14,3%) leve, em 2 (9,5%) moderado, em 3 (14,3%) severo e
em 1 (4,8%), catastrófico. Conclusões: A prevalência do zumbido na amostra estudada foi
maior do que observado na população em geral, de acordo com estudos prévios. Entretanto, o
impacto do sintoma na qualidade de vida de indivíduos com OI foi menor do que observado na
literatura para a população em geral.
Palavras-chave: Zumbido; Osteogênese Imperfeita; Qualidade de Vida.

Forin, V., 2007. Ostéogenèse imparfaite. La Press. Médicale Référence.

Marini, J.C., Forlino, A., Bächinger, H.P., Bishop, N.J., Byers, P.H., Paepe, A. De, Fassier, F., Fratzl-Zelman, N., Kozloff, K.M., Krakow, D., Montpetit, K., Semler, O., 2017. Osteogenesis imperfecta. Nat. Rev. Dis. Prim. 3, 17052. https://doi.org/10.1038/nrdp.2017.52

Ferreira, E., Cunha, F., Onishi, E., Branco-Barreiro, F., Ganança, F., 2005. Tinnitus handicap inventory: adaptação cultural para o Português Brasileiro. Pró-Fono Rev. Atualização Científica 17, 303–310.

Oiticica, J., Bittar, R.S.M., 2015. Tinnitus prevalence in the city of São Paulo. Braz. J. Otorhinolaryngol. 81, 167–176. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2014.12.004
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Página(s): p.988
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PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL DE CRIANÇAS NAS FASES PRÉ E PÓS REMOÇÃO CIRÚRGICA DE TONSILAS FARÍNGEAS E/OU PALATINAS
Sanches, A.B. ; Penatti, H.C. ; Souza, I.P. ; Silva, I.V. ; Colella-Santos, M.F. ;

Introdução: A cirurgia para remoção de tonsilas faríngeas e palatinas é um dos procedimentos otorrinolaringológicos mais realizados no mundo, especialmente na população pediátrica, e traz benefícios na qualidade de vida das crianças (1,2). Objetivos: Analisar os resultados obtidos na avaliação do processamento auditivo central de crianças nas fases pré e pós-remoção cirúrgica de tonsilas faríngeas e/ou palatinas. Metodologia: Trata-se de estudo quantitativo, longitudinal, de caráter descritivo e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição sob o parecer 3.753.188. A amostra foi constituída por 15 sujeitos de cinco a 12 anos, sendo três do sexo feminino e 12 do masculino, avaliados nas fases pré e pós cirúrgica, esta última entre o período de três a seis meses após o procedimento cirúrgico. Foram realizados os seguintes procedimentos: avaliação otorrinolaringológica, anamnese fonoaudiológica, Scale of Auditory Behaviors-SAB, meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria, timpanometria de banda larga, pesquisa dos reflexos acústicos e avaliação comportamental do processamento auditivo central - PAC (testes de identificação de sentenças sintéticas – SSI ou de identificação de sentenças pediátricas - PSI, dicótico de dígitos - TDD e detecção de intervalos aleatórios-RGDT). Resultados: Houve diferença estatisticamente significante entre as fases na audiometria tonal limiar nas frequências de 1000Hz a 3000Hz, em que os sujeitos na fase pós apresentaram melhores limiares auditivos. Na timpanometria de banda larga também houve diferença, em que o índice de normalidade subiu de 86,7% no pré para 100% no pós. Para a medida de abosrvância acústica houve diferença para as frequências de 500, 630 e 749Hz, em que a média de absorvância aumentou no pós. Houve diferença significante na comparação da pontuação total do SAB, em que a média de pontos subiu de 40,83 no pré para 46,75 no pós. E para a avaliação do PAC houve diferença estatisticamente significante entre as fases para a porcentagem de acertos do TDD obtendo-se 87,25% na fase pré e 96,63% na fase pós, e para o limiar do RGDT de 8,97ms no pré para 6,19ms no pós, sendo assim, os sujeitos apresentaram melhores resultados na avaliação pós-cirúrgica. Também houve diferença entre as fases segundo o critério de normalidade da bateria comportamental do PAC, apresentando melhora significativa na fase pós, atingindo 80% de normalidade comparado a apenas 20% na fase pré. Conclusão: O estudo apontou para prejuízo das habilidades auditivas de figura-fundo e resolução temporal nas crianças que apresentavam a hipertrofia de tonsilas faríngeas e/ou palatinas, e pior pontuação na escala SAB. Contudo, os sujeitos na fase pós-operatória apresentaram melhores resultados nas avaliações do processamento auditivo central quando comparadas a fase pré. Dessa forma, recomendamos a avaliação do processamento auditivo central após o procedimento cirúrgico.

1. Rebechi G, Pontes TE, Braga EL, Matos WM, Rebechi F, Matsuyama C. Are Histologic Studies of Adenotonsillectomy Really Necessary? Int. Arch. Otorhinolaryngol. 2013;17(4):387-9.
2. Beraldin BS et al. Avaliação do impacto da adenotonsilectomia sobre a qualidade de vida em crianças com hipertrofia das tonsilas palatinas e faríngeas. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia [online]. 2009, v. 75, n. 1, pp. 64-69.
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Página(s): p.816
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PROCESSAMENTO TEMPORAL EM CRIANÇAS COM DOENÇA FALCIFORME
LOPES R.V. ; BRAGA J.A.P. ; GIL D. ;

Introdução: A doença falciforme é uma anemia hemolítica, de origem genética, caracterizada por um padrão de herança autossômica recessiva. Devido à vaso-oclusão, indivíduos com a doença falciforme podem ter uma deterioração progressiva na audição. Pouco se sabe a respeito das habilidades auditivas centrais neste grupo tão significativo da população brasileira. Portanto, o objetivo do estudo foi avaliar o processamento auditivo temporal de crianças com doença falciforme. Método: Trata-se de um estudo transversal realizado com crianças portadoras de doença falciforme recrutadas pelo ambulatório de Hematologia Pediátrica de um hospital universitário. Os testes aplicados para a avaliação do processamento temporal foram o Teste de Memória Sequencial Verbal e Não-Verbal, Teste Padrão de Frequência e Random Gap Detection Test. Os resultados foram tratados por meio de estatística descritiva e o projeto foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa sob o número Introdução: A doença falciforme é uma anemia hemolítica, de origem genética, caracterizada por um padrão de herança autossômica recessiva. Devido à vaso-oclusão, indivíduos com a doença falciforme podem ter uma deterioração progressiva na audição. Pouco se sabe a respeito das habilidades auditivas centrais neste grupo tão significativo da população brasileira. Portanto, o objetivo do estudo foi avaliar o processamento auditivo temporal de crianças com doença falciforme. Método: Trata-se de um estudo transversal realizado com crianças portadoras de doença falciforme recrutadas pelo ambulatório de Hematologia Pediátrica de um hospital universitário. Os testes aplicados para a avaliação do processamento temporal foram o Teste de Memória Sequencial Verbal e Não-Verbal, Teste Padrão de Frequência e Random Gap Detection Test. Os resultados foram tratados por meio de estatística descritiva e o projeto foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa sob o número 4.986.168. Resultados: No total, 30 sujeitos foram avaliados, com média de idade de 9.43 ± 1,01 anos, sendo 19 do sexo feminino e onze do masculino. A escolaridade variou do segundo ao sexto ano do ensino fundamental. Um total de 41,4% da amostra apresentou dificuldades de leitura e escrita e 23,3% apresentou dificuldades de aprendizagem. A complicação clínica mais prevalente na amostra foram as crises de dor (93,3%), seguida da da síndrome torácica aguda que ocorreu em 86,7% da amostra. De acordo com os resultados da avaliação comportamental do processamento auditivo central temos que os sujeitos apresentaram uma média de acertos maior para o Teste de Memória Sequencial Verbal com três sons (média=81.1%; DP=24.3%) em relação ao de quatro sons (média=55.6%; DP=34.3%). O mesmo pode ser observado para o Teste de Memória Sequencial Não Verbal, no qual o desempenho dos indivíduos foi melhor para a ordenação temporal simples com três instrumentos (média=92.2%; DP=14.3%) quando comparado ao desempenho para a sequencialização com quatro instrumentos (média=68.9%; DP=28.9%). Para o Teste Padrão de Frequência pudemos verificar que o desempenho médio da amostra foi de 61.4% de acertos (DP=23.4%). No Teste Random Gap Detection a média de detecção das mudanças na detecção de intervalos de silêncio foi de 10.9 ms (DP=12.4). Verificamos que o desempenho apresentado pela amostra foi pior na ordenação temporal complexa do que para a ordenação temporal simples. Também observamos que o desempenho do teste de Memória Sequencial Verbal foi inferior ao de Memória Sequencial Não-Verbal tanto para três quanto para quatro sequências. Conclusão: Observa-se que 80% da amostra apresentou alteração na habilidade de ordenação temporal e 33,3% na habilidade de resolução temporal, demonstrando alteração frequente deste mecanismo fisiológico em sujeitos com doença falciforme. Resultados: No total, 30 sujeitos foram avaliados, com média de idade de 9.43 ± 1,01 anos, sendo 19 do sexo feminino e onze do masculino. A escolaridade variou do segundo ao sexto ano do ensino fundamental. Um total de 41,4% da amostra apresentou dificuldades de leitura e escrita e 23,3% apresentou dificuldades de aprendizagem. A complicação clínica mais prevalente na amostra foram as crises de dor (93,3%), seguida da da síndrome torácica aguda que ocorreu em 86,7% da amostra. De acordo com os resultados da avaliação comportamental do processamento auditivo central temos que os sujeitos apresentaram uma média de acertos maior para o Teste de Memória Sequencial Verbal com três sons (média=81.1%; DP=24.3%) em relação ao de quatro sons (média=55.6%; DP=34.3%). O mesmo pode ser observado para o Teste de Memória Sequencial Não Verbal, no qual o desempenho dos indivíduos foi melhor para a ordenação temporal simples com três instrumentos (média=92.2%; DP=14.3%) quando comparado ao desempenho para a sequencialização com quatro instrumentos (média=68.9%; DP=28.9%). Para o Teste Padrão de Frequência pudemos verificar que o desempenho médio da amostra foi de 61.4% de acertos (DP=23.4%). No Teste Random Gap Detection a média de detecção das mudanças na detecção de intervalos de silêncio foi de 10.9 ms (DP=12.4). Verificamos que o desempenho apresentado pela amostra foi pior na ordenação temporal complexa do que para a ordenação temporal simples. Também observamos que o desempenho do teste de Memória Sequencial Verbal foi inferior ao de Memória Sequencial Não-Verbal tanto para três quanto para quatro sequências. Conclusão: Observa-se que 80% da amostra apresentou alteração na habilidade de ordenação temporal e 33,3% na habilidade de resolução temporal, demonstrando alteração frequente deste mecanismo fisiológico em sujeitos com doença falciforme.

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Braga JA. Medidas gerais no tratamento das doenças falciformes. Rev. bras.
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Towerman AS, Hayashi SS, Hayashi RJ, Hulbert ML. Prevalence and nature
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Lago MR, Fernandes LC, Lyra IM, Ramos RT, Teixeira R, Salles C, et al.
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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.839
ISSN 1983-1793X
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PROGRAMA DANGEROUS DECIBELS BRASIL: JOGOS DIGITAIS EM NOVA VERSÃO INTERATIVA
Laureano-Rocha, M.R. ; Gondim, L.M.A. ; Gonçalves, F.B. ; Abreu, T.S. ; Tristão, R.M. ; Gonçalves, V.J. ; Teixeira, G.P. ; Dias, K.J ; Oliveira Jr., W.R.M. ; Lacerda, A.B.M. ;

Introdução: Jogos digitais são ferramentas tecnológicas cada vez mais utilizadas no cotidiano como recurso didático interativo. Eles também podem ser uma estratégia educacional para reforçar os conceitos do programa Dangerous Decibel Brasil (https://audiologiabrasil.org.br/ddbrasil/), implementado em sala de aula, visando a prevenção da perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados e do zumbido em escolares.
Objetivo: Apresentar uma nova versão do aplicativo, baseado nos princípios do programa Dangerous Decibels Brasil, com aprimoramento dos minigames já existentes e desenvolvimento de dois novos jogos.
Método: Os pesquisadores e especialistas em audiologia que participaram do desenvolvimento do aplicativo, com oito minigames, solicitaram aos desenvolvedores dos jogos digitais, a criação de mais dois novos jogos, além do acréscimo de novas informações e outras formas de interatividade para o aplicativo. Na sequência, os profissionais de game designer, programador e de audio percorreram as etapas de conceituação, documentação, fases de cada jogo, arte/animação e programação, apresentando posteriormente, um protótipo dos dois novos minigames e dos ajustes definidos. Foram então realizadas as alterações dos elementos apontados e a finalização da versão de demonstração para os testes com os usuários. Na última fase do projeto, foi realizada a preparação para a exportação final dos novos jogos e demais modificações no aplicativo mobile, já disponibilizado gratuitamente (link para android: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.liga.dangerousdecibels&hl=pt_BR&gl=US; link para IOS: https://apps.apple.com/br/app/dangerous-decibels/id1525551847).
Resultados: Os jogos desenvolvidos na primeira etapa do projeto foram aprimorados, tornando-se mais explicativos, interativos e desafiadores. Todas as mensagens sobre a saúde auditiva passaram a permanecer na tela até que o usuário conclua a leitura e aperte o botão “continuar” para iniciar cada jogo; elementos informativos foram adicionados para o jogador pensar na alternativa correta ao invés de responder por tentativa e erro, sons e cores para respostas certas e erradas foram adicionados e ainda foi dada a possibilidade de recomeçar do último check-point sem voltar às fases já conquistadas. Além das modificações realizadas, foram desenvolvidos mais dois jogos na plataforma, sendo eles: 1) Soldados-Células da Audição: soldados-células, que representam as células ciliadas, são bombardeados. O jogador deve clicar nas bombas com sons a partir de 85 dB para que elas não os atinjam. 2) Estratégias Vencedoras para Proteger a Audição: Para cada situação apresentada, como por exemplo, assistindo a um show de rock ou escutando música com fones de ouvido, entre outras, o jogador deve escolher uma ou mais placas que mostram as estratégias sugeridas pelo programa Dangerous Decibels Brasil para proteger a audição, sendo elas: diminuir o som, afastar-se, usar protetores auditivos e diminuir o tempo de exposição ao ruído.
Conclusão: A nova plataforma de jogos digitais desenvolvida com maior interatividade e dinamismo para crianças e adolescentes, pode ser um recurso educacional efetivo e acessível além da sala de aula para a prevenção da perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados e do zumbido nas escolas e comunidade em geral.

1. Huang, K. T., Ball, C., Francis, J., Ratan, R., Boumis, J., & Fordham, J. (2019). Augmented versus virtual reality in education: An exploratory study examining science knowledge retention when using augmented reality/virtual reality Mobile applications. Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking, 22(2), 105-110. 2. Khan, K. M., Bielko, S. L., & McCullagh, M. C. (2018). Efficacy of hearing conservation education programs for youth and young adults: a systematic review. BMC public health, 18(1), 1286. 3. Meinke, D. K., & Martin, W. H. (2017). Development of health communications for promotion of safe listening: A review. Make Listening Safe, World Health Organization.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.808
ISSN 1983-1793X
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PROGRAMA DE TRIAGEM ON-LINE DO PROCESSAMENTO AUDITIVO DE ESCOLARES COM TRANSTORNO DOS SONS DA FALA
Cardoso, A.C.V. ; Souza, R.D.P. ; Berti, L.C. ;


Introdução: O processamento auditivo central abrange um conjunto de habilidades indispensáveis para processar o sinal sonoro, como localização, discriminação, identificação, atenção e memória que se relacionam diretamente com a compreensão dos sons da fala. O Transtorno do Processamento Auditivo Central engloba um conjunto de dificuldades no processamento da captação da mensagem auditiva no sistema nervoso central, ocasionando um desempenho ruim em uma ou mais das habilidades auditivas. Pode-se deduzir que um mal desempenho na avaliação comportamental do PAC pode acarretar em dificuldades de discriminação dos sons da fala, que consequentemente afetam a percepção e produção fonológica. Objetivo: investigar as habilidades auditivas de escolares com transtorno dos sons da fala. Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Instituição sob o número Nº 674/2013. Participaram 14 escolares com diagnóstico de transtorno dos sons da fala, de ambos os sexos, com idade variando entre 6 e 15 anos (média de 8,57 anos), atendidas no Estágio Supervisionado em Fonoaudiologia: Fonologia Clínica. Para investigar as habilidades auditivas foi utilizado o programa online (AudiBility), esse programa é composto por um questionário e uma bateria de triagem que avalia nove tarefas auditivas. A triagem foi aplicada em uma sala acusticamente tratada e os escolares sentaram em frente a um computador desktop, utilizando o fone de ouvido Koss acoplado ao mesmo. Inicialmente foi aplicado o questionário de autopercepção auditiva baseado no SAB e após a triagem das habilidades auditivas. O desempenho dos participantes foi analisado de forma descritiva. Resultados: Inicialmente se analisou o desempenho dos participantes no questionário SAB e se verificou que a pontuação média foi de 42,84 pontos. A análise do desempenho dos escolares na triagem on-line, por habilidade auditiva, demonstrou que as tarefas com maior índice de alteração foram: ordenação temporal-duração (100%), separação binaural (71,4%), integração binaural (64,3%), localização sonora (64,3%) e ordenação temporal-frequência (50%). De forma complementar investigou-se o número de testes alterados na triagem do AudiBility e se verificou que 71,4% dos escolares com transtorno dos sons da fala apresentaram alteração em mais de dois testes. Conclusão: Os achados do presente estudo permitem concluir que a maioria dos escolares com transtorno dos sons da fala apresentaram alteração na triagem das habilidades auditivas.


Amaral MIR, Carvalho NG, Colella-Santos MF. Programa online de triagem do processamento auditivo central em escolares (audBility): investigação inicial. CoDAS [Internet]. 2019;31(2):e20180157.
Martins, RCG. Desempenho perceptivo auditivo de indivíduos com transtorno dos sons da fala. 2021. 80 p. Dissertação (Mestrado), Faculdade de Filosofia e Ciências-UNESP, Marília, 2021 [cited 2023 Jan 5].
Sena T. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-5, estatísticas e ciências humanas: inflexões sobre normalizações e normatizações. INTERtese [Internet]. 2014;11(2):96.
Pereira, LD, Ortiz KZ. Desordem do processamento auditivo central e distúrbios da produção fonoarticulatória. In: Lichtig I., Carvalho R.M.M., (Org.) Audição: abordagens atuais. p. 173-86. São Paulo: Pró-Fono; 1997.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.830
ISSN 1983-1793X
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PROGRESSÃO DA PERDA AUDITIVA NA AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA CONVENCIONAL EM IDOSOS
Felicio, B. V. ; Cardoso, M. J. F. ; De Poli, I. A. Q ; Lopes, T. A. ; Alvarenga, K. F. ; Jacob, L. C. B. ;

Introdução: A presbiacusia, é tipicamente descrita como uma alteração do tipo sensorioneural, bilateral e progressiva, de grau variando de leve à profunda, sendo considerada uma das condições crônicas mais incidentes na população idosa. Sabe-se que toda a integridade do sistema auditivo é acometida com o avanço da idade, mas questiona-se o intervalo de tempo que esta perda auditiva sensorioneural (PASN) progride de maneira mais avançada, bem como a associação desta progressão com a idade.
Objetivo: Analisar a progressão da PASN em idosos, considerando o tempo de intervalo entre as avaliações no mesmo indivíduo, o sexo e a idade.
Métodos: Estudo retrospectivo e longitudinal, aprovado pelo comitê de ética (59804116.6.0000.5417). Foi realizada análise de dados secundários, registrados em 675 prontuários, sendo 344 (51,1%) do sexo feminino e 331 (49,9%) masculino, com idade média de 81,1 anos (±8.06). Como critérios de inclusão foram considerados os registros de pacientes com idade ≥60 anos, com no mínimo duas avaliações audiológicas com intervalo ≥1 ano, apresentar audição normal ou PASN independente do grau. Foram coletados dados referentes a Audiometria Tonal Liminar realizada durante o primeiro atendimento, bem como a última registrada no prontuário. As orelhas foram analisadas separadamente, totalizando 1.350, dividas em 3 grupos de acordo com o intervalo de tempo entre as avaliações, sendo G1 – até 5 anos: 304 orelhas; G2 – 5 a 10 anos: 960 orelhas; G3 – 11 a 15 anos: 86 orelhas. Para verificar a influência das variáveis intervalo de tempo, idade e sexo na progressão dos limiares auditivos e na modificação do grau da perda auditiva foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis, sendo adotado valor de significância p≤0,05.
Resultados: Considerando a amostra total, observou-se na primeira avaliação que 56 (4,1%) orelhas apresentaram audição normal, 238 (17,7%) com PASN grau leve, 729 (54,0%) moderado, 238 (17,7%) severo e 89 (6,5%) profundo. Na segunda avaliação verificou-se 27 (2%) orelhas apresentaram audição normal, 115 (8,5%) grau leve, 677 (50,1%) moderado, 441 (32,8%) severo e 90 (6,6%) profundo. A PASN de grau moderado predominou na amostra estudada. O teste de Kruskal-Wallis mostrou que há efeito do intervalo entre as avaliações na modificação dos limiares auditivos da orelha direita (OD) e da orelha esquerda (OE) (p=0,001). As comparações em pares (G1-G2;G1-G3 e G2-3=p=0,001) mostraram que quanto maior o período entre as avaliações, maior a progressão da perda auditiva. Constatou-se ausência de efeito da idade na modificação dos limiares auditivos ao considerar todos os intervalos de avaliação (G1, G2 e G3) para ambas as orelhas (p variando de 0,065 a 0,857). No que se refere à modificação na classificação do grau da perda auditiva entre as avaliações, constatou-se efeito do intervalo (p= 0,001), mas não da idade (OD p=0,637; OE p=0,807) ou sexo (OD p=0,715;OE p=0,123).
Conclusão: Observou-se que a idade absoluta não determina a evolução da perda auditiva, o que confirma que indivíduos com a mesma idade podem apresentar padrões de envelhecimento auditivo diferente, uma vez que o intervalo de tempo entre as avaliações audiológicas foi determinante para evidenciar a progressão da PASN no idoso.

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Kim H, Lee JJ, Moon Y, Park HY. Longitudinal Pure-Tone Threshold Changes in the Same Subjects: Analysis of Factors Affecting Hearing. The Laryngoscope. 2019;129(2):470– 6.

Kim H, Ha J, Park HY. Pure tone audiometry threshold changes for 10 years in the same individuals of general population: a retrospective cohort study. Annals of Otology, Rhinology & Laryngology. 2019;128(5):433–40.

Wiley TL, Chappell R, Carmichael L, Nondahl DM, Cruickshanks KJ. Changes in hearing thresholds over 10 years in older adults. Journal of the American Academy of Audiology. 2008;19(04):281–92.

World Health Organization. Hearing impairment grades [Internet]. 2014 [citado 23 de novembro de 2022]. Disponível em: www.who.int/pbd/ deafness/hearing_impairment_grades/en

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.929
ISSN 1983-1793X
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PROJETO DESCOMPLICANDO A AUDIOLOGIA – RESULTADOS PRELIMINARES
Souza, R. M. ; Lima, R. M. ; Santos, V. G. R. ; Romeiro, M. R. L. ; Sousa, M. F. R. ; Barreto, M. A. S. C. ; Pereira, V. R. C. ; Silva, I. M. C. ;

Introdução - O projeto Descomplicando a Audiologia foi desenvolvido pela Liga Acadêmica de Equilíbrio e Audição a partir de sua aprovação em edital para Aprendizagem do Terceiro Milênio, que visou fomentar uso de tecnologias nos processos de aprendizagem. Trata-se da criação de conteúdos didáticos na área da audiologia e equilíbrio, de acordo com os conteúdos das disciplinas obrigatórias e optativas de um curso de fonoaudiologia, que são essenciais para a formação do graduando. Desta maneira, o projeto teve como propósito elaborar ferramentas, recursos multimídia e de gamificação com temática na área de audiologia para fixação do conteúdo, de forma a ampliar o acesso dos discentes aos recursos. Todos os materiais foram elaborados com discussão entre discentes e docentes da equipe, elaboração de roteiro, filmagem, definição de equipamentos e personagens, elaboração de slide com conceitos teóricos, perguntas sobre os temas, casos clínicos para elaboração dos recursos. Objetivo – Este trabalho visa apresentar, do ponto de vista dos alunos do curso de fonoaudiologia que tiveram acesso aos materiais elaborados pelo projeto, uma análise preliminar quanto à qualidade dos recursos e sua aplicação para aprofundamento de conteúdos e reforço no aprendizado da audiologia. Metodologia - Cada recurso didático digital, dentre vídeos, questionários, jogos e atividades digitais, foi disponibilizado por meio de chaves de acesso, entre acadêmicos de fonoaudiologia durante o semestre letivo e vinculado a um instrumento de avaliação do material, para posterior elaboração do relatório final para o edital ao qual o projeto está vinculado. Os indicadores utilizados foram: aquisição de novos conceitos, motivação do estudante. Resultados – As atividades e vídeos produzidos abarcaram o conteúdo de audiologia clínica, envolvendo testes para diagnóstico audiológico, casos clínicos com patologias, exercícios para laudos e interpretação dos resultados. Os participantes foram os alunos das disciplinas de audiologia, ministradas do terceiro até o último semestre do curso, com participações variadas entre os semestres e recursos didáticos. Os recursos com maior número de acesso foram os que envolviam jogos interativos e vídeos. Os jogos contemplaram temas variados e tiveram maior efeito motivacional entre os participantes. Muitos alunos cursaram as disciplinas teóricas durante a pandemia e tiveram acesso aos equipamentos, telas de resultados e formas de aplicação, por meio dos vídeos desenvolvidos no projeto. Os recursos foram avaliados pelos alunos como facilitadores na compreensão do conteúdo, auxiliando na aprendizagem da execução dos exames audiológicos. Conclusão - Os recursos criados pelo projeto Descomplicando a Audiologia foram avaliados pelos discentes que acessaram os links disponibilizados durante o semestre letivo. Os indicadores motivacionais foram mais elevados para atividades interativas, enquanto que os indicadores de aprendizagem foram mais elevados para os vídeos. Todos os recursos foram avaliados positivamente.

BLASCA, Wanderléia Quinhoneiro; MAXIMINO, Luciana Paula; GALDINO, Debora Godoy; CAMPOS, Karis de; PICOLINI, Mirela Machado. Novas tecnologias educacionais no ensino da Audiologia. Revista Cefac, [S.L.], v. 12, n. 6, p. 1017-1024, 23 abr. 2010. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1516-18462010005000021.
PELIZZARI, Adriana et al. Teoria da Aprendizagem Significativa Segundo Ausubel. Rev. Pec, Curitiba, v. 2, n. 1, p. 37-42, 2002.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.968
ISSN 1983-1793X
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PRÓTESE AUDITIVA ANCORADA NO OSSO PERCUTÂNEA BILATERAL: RELATO DE CASO
Silva, L. F. ; Dias, G. F. M. ; Oliveira, V. V. ; Blasca, W. Q. ;

Introdução: As Próteses Auditivas Ancoradas no Osso (PAAO) são dispositivos utilizados para a reabilitação auditiva indicados principalmente para as perdas auditivas do tipo condutiva ou mista bilateral, malformação craniofacial com agenesia ou atresia de conduto auditivo externo, ou ainda em situações que não é possível o uso da Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Estes dispositivos captam o som, processam e o enviam diretamente para a cóclea por vibração do crânio. Considera-se os indivíduos com PAAO unilateral e que se submetem ao uso bilateral apresentaram melhora na qualidade de vida e benefícios auditivos. Objetivo: Descrever o relato de caso de um usuário de Prótese Auditiva Ancorada no Osso percutânea bilateral. Método: Estudo aprovado pelo comitê de ética sob o número 4.949.901. Foi realizada uma análise retrospectiva descritiva de um usuário de PAAO Percutânea Bilateral. Gênero feminino, 13 anos de idade, cursa com a Síndrome de Treacher Collins, apresenta expressividade severa, com variadas malformações características da anomalia, dentre elas, perda auditiva condutiva moderada à direita e severa à esquerda. Em maio de 2022 foi realizada a cirurgia para a colocação do implante de titânio e, após 4 meses da cirurgia ocorreu a ativação simultânea dos processadores. Para a análise foram coletados os seguintes dados do prontuário: os resultados das avaliações audiológicas, audiometria em campo livre, testes de percepção da fala no silêncio e no ruído nas situações sem dispositivo, com o dispositivo unilateral e bilateral. Resultados: Os resultados obtidos mostraram que os limiares em campo livre nas situações pré e pós-cirúrgicas não mostraram diferenças significativas. Para as avaliações de percepção de fala no silêncio e ruído, foi possível visualizar melhora na condição pós ativação em que a fala foi apresentada a 0͒ e o ruído a 180͒ azimute. Conclusão: O desempenho bilateral das Próteses Auditivas Ancoradas ao Osso Percutâneas descritos no caso fornece benefícios em relação aos testes de percepção de fala no silêncio e no ruído quando comparado às situações sem dispositivos. No entanto, ainda não foi possível comprovar a superioridade do bilateral em testes objetivos, mas o relato subjetivo sobre a satisfação com o uso é superior neste caso.

DUN, C. A. J.; et. al. An overview of different systems: the bone-anchored hearing aid.
Advances in oto-rhino-laryngology vol. 71 (2011): 22-31.

GAWLICZEK, Tom et al. Unilateral and bilateral audiological benefit with an adhesively
attached, noninvasive bone conduction hearing system. Otology & neurotology, v.
39, n. 8, p. 1025-1030, 2018.

HEATH, E. et al. The outcomes of bilateral bone conduction hearing devices (BCHD)
implantation in the treatment of hearing loss: A systematic review. Cochlear Implants
Int. 2022 Mar;23(2):95-108

JANSSEN, Renee M.; HONG, Paul; CHADHA, Neil K. Bilateral bone-anchored hearing
aids for bilateral permanent conductive hearing loss: a systematic review.
Otolaryngology-Head and Neck Surgery, v. 147, n. 3, p. 412-422, 2012.

PRIWIN, Claudia et al. Bilateral bone‐anchored hearing aids (BAHAs): an audiometric
evaluation. The Laryngoscope, v. 114, n. 1, p. 77-84, 2004.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.676
ISSN 1983-1793X
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PRÓTESES AUDITIVAS ANCORADAS NO OSSO UTILIZADAS BILATERALMENTE: REVISÃO DE ESCOPO
Ferreira, M. S. ; Dias, G. F. M. ; Oliveira, V. V. ; Mondelli, M. F. C. G. ; Oliveira, E. B. ;

Introdução: As próteses auditivas ancoradas no osso (PAAO) são uma alternativa para a reabilitação auditiva de casos que não se adaptam ao aparelho de amplificação sonora individual (AASI). Podem ser indicadas para pacientes com perda auditiva mista e condutiva bilateral e para surdez unilateral. Historicamente, os pacientes eram implantados unilateralmente, uma vez que uma única prótese é capaz de estimular ambas as cócleas. Contudo, nas últimas duas décadas, houve um aumento do interesse na implantação bilateral e surgiram evidências de que a atenuação transcraniana não é desprezível e o atraso transcraniano não permiti que os pacientes acessem pistas binaurais. Objetivo: Mapear os estudos que evidenciam o uso das próteses auditivas ancoradas no osso bilateralmente, em indivíduos com perda auditiva bilateral, condutiva ou mista. Métodologia: O estudo é uma revisão de escopo, sendo dispensada a necessidade de aprovação do comitê de ética. Foi realizada busca nas bases de dados PubMed e Scopus, por meio de três estratégias de buscas distintas. Foram incluídos estudos disponíveis com as mais variadas metodologias (estudos primários de pesquisa, revisões da literatura, editoriais e diretrizes), nos idiomas inglês e espanhol, que trataram especificamente da intervenção bilateral das próteses auditivas ancoradas ao osso, em indivíduos com perda auditiva bilateral, condutiva ou mista. Resultados: Foram incluídos 29 estudos para síntese, sendo a maioria realizado na Holanda e publicado nos anos de 1998 a 2022. Com relação ao delineamento metodológico empregado nos registros incluídos, destacaram-se, em sua maioria, estudos descritivos prospectivos. A partir dos resultados advindos dos estudos analisados, optou-se por apresentá-los e discuti-los em categorias conceituais: localização sonora, somação binaural, resultados auditivos por meio dos testes de fala, adaptação da PAAO para perdas auditivas condutivas e perdas auditivas mistas, e qualidade de vida relacionada à adaptação bilateral. Conclusão: A presente revisão mostrou que o tema sobre aparelho auditivo ancorado ao osso bilateralmente é amplamente estudado em muitos países, no entanto, não foi encontrado nenhum estudo com este tema na literatura nacional. Dentre os estudos encontrados, a maioria apresenta metodologia pouco coesa. Mesmo diante de tais limitações, os estudos demonstram grande potencial para a adaptação bilateral da PAAO, trazendo descritas suas inúmeras vantagens, como melhora na compreensão de fala no ruído, qualidade de vida relacionada à audição e melhora no desempenho da localização sonora.

AGTERBERG, M.; HOL, M.; CREMERS, C.; MYLANUS, E. et al. Conductive
hearing loss and bone conduction devices: Restored binaural hearing? Advances in
Oto-Rhino-Laryngology. 71: 84-91 p. 2011;

BOSMAN, A. J.; SNIK, A. F.; VAN DER POUW, C. T.; MYLANUS, E. A. et al.
Audiometric evaluation of bilaterally fitted bone-anchored hearing aids. Audiology,
40, n. 3, p. 158-167, May-Jun 2001;

CASPERS, C.; JANSSEN, A.; AGTERBERG, M.; CREMERS, C. et al. Sound
localization with bilateral bone conduction devices. European Archives of
Oto-Rhino-Laryngology, 279, n. 4, p. 1751-1764, 2022;

DEN BESTEN, C.; VOGT, K.; BOSMAN, A.; SNIK, A. et al. The Merits of Bilateral
Application of Bone-Conduction Devices in Children with Bilateral Conductive
Hearing Loss. Ear and Hearing, p. 1327-1332, 2020;

DUN, C.; DE WOLF, M.; MYLANUS, E.; SNIK, A. et al. Bilateral bone-anchored
hearing aid application in children: The nijmegen experience from 1996 to 2008.
Otology and Neurotology, 31, n. 4, p. 615-623, 2010;
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.675
ISSN 1983-1793X
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PROTOCOLO CLÍNICO DE PRÓTESES AUDITIVAS ANCORADAS NO OSSO EM CRIANÇAS
Oliveira, V. V. ; Mozardo, W. M. ; Paccola, E.C.M. ; Dias, G. F. M. ; Mondelli, M. F. C. G. ;

Introdução: As Próteses Auditivas Ancoradas no Osso (PAAO), diferentemente dos Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI), não apresentam protocolos e práticas clínicas de verificação do desempenho, benefícios e satisfação amplamente estudados e consolidados, o que pode deixar os profissionais desamparados em sua prática. Objetivo: conhecer e explorar as práticas clínicas de profissionais fonoaudiólogos que adaptam PAAO em crianças (entendeu-se por criança a pessoa até 19 anos de idade incompletos), seus critérios de indicação, seleção e verificação dos dispositivos de condução óssea, assim como os desafios em sua prática. Métodos: Trata-se de pesquisa descritiva, na qual o procedimento de observação foi um questionário online (disponibilizado por meio da plataforma Formulários do Google), contendo 21 questões, sendo 18 de múltipla escolha e 03 abertas. Os participantes tiveram duas semanas para responder ao questionário e nem todas as questões eram de caráter obrigatório. As perguntas foram elaboradas com base em artigo semelhante internacional mediante autorização dos autores (Gordey, Bagatto, 2020). Resultados: Responderam ao questionário 21 fonoaudiólogos de diferentes Estados do Brasil. Todos possuíam protocolos internos de verificação do desempenho dos benefícios das próteses. Com exceção de 1 respondente, todos os outros tinham protocolos internos. No entanto, observa-se disparidades entre as respostas dos profissionais quanto aos protocolos que utilizam, variando principalmente nos testes realizados para verificação das próteses. Conclusão: Os profissionais buscam e precisam de diretrizes que guiem sua prática.

1-Gordey D, Bagatto M. Fitting bone conduction hearing devices to children: audiological practices and challenges. International Journal of Audiology. 2020 Sep 15;1–8.
2-Ellsperman SE, Nairn EM, Stucken EZ. Review of Bone Conduction Hearing Devices. Audiology Research [Internet]. 2021 May 18;11(2):207–19. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8161441/
3-Hodgetts WE, Scollie SD. DSL prescriptive targets for bone conduction devices: adaptation and comparison to clinical fittings. International Journal of Audiology. 2017 Mar 27;56(7):521–30.
4-ROMAN, S.; NICOLLAS, R.; TRIGLIA, J. M. Practice guidelines for bone-anchored hearing aids in children. Eur Ann Otorhinolaryngol Head Neck Dis, 128, n. 5, p. 253-258, Nov 2011
5-PRIWIN, C.; JÖNSSON, R.; HULTCRANTZ, M.; GRANSTRÖM, G. BAHA in children and adolescents with unilateral or bilateral conductive hearing loss: a study of outcome. Int J Pediatr Otorhinolaryngol, 71, n. 1, p. 135-145, Jan 2007
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1007
ISSN 1983-1793X
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QUAL É O SOM? COMO ESTIMULAR AS HABILIDADES AUDITIVAS DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA POR MEIO DA MÚSICA
Barbosa, J. N. ; Brocchi, B. S. ;

Introdução: A audição é um sentido importante na exploração do mundo e para o desenvolvimento da comunicação. Para que haja a interpretação adequada do som, são necessárias habilidades auditivas, como as de detecção, discriminação, reconhecimento e compreensão sonora. A música surge como grande aliada nesse processo de estimulação, pois, além das habilidades descritas, desenvolve características essenciais para comunicação humana como ritmo, sotaque, altura, timbre, duração e tom.

Objetivo: Elaborar um material musical como ferramenta para pais, profissionais da educação e da saúde para estimular as habilidades auditivas e de linguagem de crianças com deficiência auditiva.

Metodologia: Dividida em três etapas: 1) Pesquisa bibliográfica em artigos, livros e cartilhas nas bases de dados PubMed, Scielo e na Biblioteca da Universidade. Os descritores em ciência e saúde utilizados foram: “Música” e “Desenvolvimento da Linguagem” no portugês e no inglês de forma associada através do “and”. Como critérios de inclusão: conteúdos nos idiomas inglês ou português, com a temática de música e desenvolvimento auditivo ou de linguagem, população infantil, deficiência auditiva, reabilitação auditiva e processo terapêutico, sem restrições quanto ao ano de publicação. Como critérios de exclusão: artigos em outros idiomas que não português ou inglês, população que não infantil e temas distintos aos estabelecidos nos critérios de inclusão. Foram selecionados 17 artigos, todos em inglês e 3 livros em português. 2) A partir da literatura, houve a composição pela autora das canções e ilustrações, visando estimular as habilidades auditivas por sons ambientais e verbais; habilidades de detecção, discriminação, reconhecimento e compreensão; estímulo de competências suprassegmentais da fala e de vocabulário através de diferentes campos semânticos. 3) Após a composição, realizou-se a produção musical em estúdio de gravação com equipe de produtor musical, fonoaudióloga e cantora; e a realização das ilustrações de cada canção por artista parceiro, atendendo as orientações da autora.

Resultados: Foram produzidas 10 músicas, que abrangem as quatro habilidades principais: Detecção (“O som parou? Congelou!”; “Mão na Orelha” e “Cobra Nobre”), Discriminação (“Novos Sons” e “Como será?"), Reconhecimento (“Qual é o som?”; “Animais da Floresta” e “Vamos passear?”) e Compreensão (“Como é bom amar” e “Água que Canta”). Junto às canções, houve o desenvolvimento do livro ilustrado. Neste, a personagem principal é apresentada, com papel importante na condução da criança pelo mundo musical proposto. O livro é constituído por 29 páginas complementares às atividades auditivas, com as letras das canções e atividades música por música. Ao final do livro, há um guia para os profissionais e responsáveis com sugestões de aplicabilidade e respostas das atividades.

Conclusão: A música é uma ferramenta em potencial para a estimulação das habilidades auditivas e de comunicação. O material “Qual é o Som? Desenvolvendo as Habilidades Auditivas” proporciona estímulo por meio de sons ambientais e verbais, bem como habilidades suprassegmentais da fala e de vocabulário atendendo a variados campos semânticos em diferentes contextos de vida. Dessa forma, este pode trazer benefícios para crianças com deficiência auditiva, mas também pode ser uma ferramenta eficaz para estimular o desenvolvimento auditivo e de linguagem de todas as crianças.

1. Piccione R, Levy C. A importância da música no desenvolvimento da audição cerebral nos primeiros anos de vida. In: Manual de Audiologia Pediátrica. 2nd ed. São Paulo: Manole; 2022.

2-Northern J, Downs M. Audição em Crianças. 3rd ed. São Paulo: Manole; 1989.

3. Montalvão C J. Surdez e os fatores que compõem o método audio + linguagem oral para crianças com perda auditiva. 3 edição. São Paulo: Editora Atheuneu; 2012.

4- Braz CH, Gonçalves LF, Paiva KM, Haas P, Patatt FSA. Implications of musical practice in central auditory processing: a systematic review. Vol. 87, Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. Elsevier Editora Ltda; 2021. p. 217–26.

5- Mendoza JK, Fausey CM. Everyday music in infancy. Developmental Science. 2021 Nov 1;24(6).
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.860
ISSN 1983-1793X
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QUALIDADE DE VIDA DE FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA EM FONOTERAPIA
Almeida, A. N. P. ; Bento, A. L. C. ; ALMEIDA, M. G. ; Chiriboga, L. F. ; BORGES, A. C. H. ;

Qualidade de vida de famílias de crianças com deficiência auditiva em fonoterapia

A deficiência auditiva (DA) impacta em transformações a demandar adaptações familiares. Tal repercussão, especificamente as que envolvem a DA, designam novas e singulares condições de constituição social e inserção na comunidade, na rotina, na escola, em casa e em todos os lugares de cidadania da família da pessoa com deficiência (PcD). Sabe-se que o Cuidado Centrado na Família enfoca o cuidado que coloca a criança conjuntamente a sua família no centro de todas as decisões de cuidados em saúde. Conhecer a pessoa com DA e sua família envolve contemplarmos a percepção que um indivíduo tem sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores nos quais está inserido e em relação ao que almeja, construção de identidade, emoções, expectativas e posicionamentos biopsicossociais, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive. Este estudo visou caracterizar o perfil socioeconômico, o grau de envolvimento familiar e qualidade de vida de famílias de crianças com DA. Trata-se de estudo descritivo, de corte transversal, com um grupo de famílias de crianças com DA engajadas em fonoterapia. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (sob número CAAE 56212322.0.0000.5060). Aplicou-se instrumentos que relacionaram: Avaliação de Qualidade de Vida por meio de Questionário Abreviado (WHOQOL-abreviado), características do perfil socioeconômico (Critério de Classificação econômica Brasil- CCEB) e Grau de envolvimento familiar ao processo terapêutico ademais dados clínicos concernidos em tratamentos estatísticos Participaram deste estudo 10 famílias de crianças com DA com média etária de 6,6 anos (DP= 2,87), atendidas em um ambulatório universitário público instalado em clínica escola e que está engajado a um serviço de atenção hospitalar da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD) do Sistema Único de Saúde brasileiro. As médias dos escores dos domínios WHOQOL-bref, em uma escala de 0 a 100, variaram de 40% a 100%. O escore geral foi 76%. As famílias apresentaram maiores escores em desempenho no domínio físico e o domínio mais frágil foi o de meio ambiente - impactado e relacionado aos fatores sociais e econômicos. Compreender estes domínios em perspectiva de cada família e em perspectiva do grupo de famílias, que também é assistido em enquadre expandido no ambulatório de reabilitação tem permitido evidenciar manejos clínicos à reabilitação, bem como implicações de políticas públicas do cuidado interprofissional na área, a engajar estratégias do serviço, especialmente no Brasil, com foco interdisciplinar em virtude da RCPD do Sistema Único de Saúde brasileiro.

Bevilacqua MC, Formigoni GM. Audiologia educacional: uma opção terapêutica para a criança deficiente auditiva. 3a. ed. São Paulo: Pró-Fono; 2005.

Fleck MPA, Louzada S, Xavier M, Chamovich E, Vieira G, Santos L, Pinzon V. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-abreviado”. Revista de saúde pública, 2000, 34(2):178-183

Morrison, H. M. Dickson, C. L.. Coaching and mentoring practitioners and auditory-verbal therapy. In: Warren E, Helen Mc M, Karen ML, editors. Auditory-Verbal Therapy. San Diego; CA: Plural; 2020. p. 849-868.


Miguel, J. H. de S.; Novaes, B. C. de A. C.. (2013). Reabilitação auditiva na criança: adesão ao tratamento e ao uso do aparelho de amplificação sonora individual. Audiology - Communication Research, 18(Audiol., Commun. Res., 2013 18(3)).

Ramires, C. M. N., Branco-Barreiro, F. C. A., Peluso, É. T. P.. (2016). Fatores relacionados à qualidade de vida de pais de crianças com deficiência auditiva. Ciência & Saúde Coletiva, 21(Ciênc. saúde coletiva, 2016 21(10)). https://doi.org/10.1590/1413-812320152110.224720
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.980
ISSN 1983-1793X
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QUEDAS EM IDOSOS PARTICIPANTES DE UNIVERSIDADE ABERTA 60+
Silva, R. R. ; Souza, S. C. ; Barros, F. F. ; Teixeira, A. R. ;

Introdução: A queda pode ocorrer em qualquer idade e por diversas circunstâncias, entretanto é na população idosa que pode apresentar maiores índices e ter consequências mais graves. Isso ocorre devido a fatores de risco como problemas de saúde, eventos multidimensionais e fatores ocasionados pelo processo de envelhecimento como a diminuição da massa muscular e óssea e perda de equilíbrio, a queda pode vir a causar certas limitações funcionais, óbitos, além de um sofrimento para o idoso e sua família. Objetivo: Verificar a prevalência de queda em um grupo de idosos participantes de programa de extensão - universidade aberta para pessoas idosas. Metodologia: Estudo retrospectivo, com idosos matriculados em programa de extensão universitária. Foram incluídos indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, que durante o processo de matrícula responderam ao questionário elaborado para o estudo, onde foram questionados dados sociodemográficos e presença de quedas no último ano. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (CAEE 31243420.8.0000.5334). Resultados: Dos 266 idosos incluídos neste estudo, 245 (92,10%) eram do sexo feminino e 21 (7,90%) ao sexo masculino, com idades mínimas de 60 anos e máxima de 96 anos tendo a média de idade 71,82±6,97anos. Constatou-se O estudo constatou que 137 (51,50%) residiam sozinhos, 72 (27,07%) com cônjuge, 41 (24,70%) com filhos e 16 (6,01%) com outras pessoas (sobrinhos, irmãos, entre outros). Quando questionados sobre quedas no último ano, 55 (20,67%) responderam que caíram, sendo que 46 (17,29%) tiveram apenas uma queda, seis (2,56%) tiveram duas quedas e três (1,13%) relataram três quedas. Conclusão: Mesmo com uma prevalência de quedas inferior ao relatado na literatura especializada, constatou-se que os eventos foram frequentes entre os participantes da pesquisa. Tal dado é preocupante, especialmente em função das consequências que podem impactar negativamente não só em aspectos de saúde física e mental, mas na qualidade de vida dos mesmos.

MACHADO, T. R.; OLIVEIRA, C. J. de; COSTA, F. B. C.; ARAUJO, T. L. de. Avaliação da presença de risco para queda em idosos. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiânia, Goiás, Brasil, v. 11, n. 1, 2017. DOI: 10.5216/ree.v11.46862. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fen/article/view/46862.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.956
ISSN 1983-1793X
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QUEIXAS AUDITIVAS E EXTRA-AUDITIVAS DE MILITARES EXPOSTOS A RUÍDOS OCUPACIONAIS
Heupa, Adriana B. ; Winters, Ana C. B. ; Gonçalves, Claudia G.O. ; Lüders, Débora ;

Introdução: A exposição ao ruído está presente em diversas profissões. Militares caracterizam-se como um grupo exposto a ruídos de armas de fogo, veículos militares, aeronaves, sirenes e trânsito intenso. Estas exposições podem levar não somente a perda auditiva induzida pelo ruído (contínuo ou de impacto), como também a sintomas auditivos e extra-auditivos. Quando induzida por ruído, a perda auditiva é irreversível e acomete principalmente as frequências de 3000 a 6000Hz, podendo ser unilateral ou bilateral. Porém, muitas vezes, mesmo com exames auditivos dentro dos padrões de normalidade, pessoas que trabalham expostas a ruído podem apresentar sintomas auditivos como zumbido, dificuldade de compreensão, intolerância a sons fortes e sensação de ouvido trancado. E podem estar presentes sintomas extra-auditivos, como stress, insônia, alteração de batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, fadiga, entre outros. A investigação destes sintomas é fundamental para verificar possíveis alterações na saúde auditiva destas pessoas. Objetivo: Investigar queixas auditivas e extra-auditivas de militares expostos a ruídos ocupacionais. Metodologia: Estudo descritivo e transversal, de abordagem quantitativa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer consubstanciado número 5.154.597. A amostra foi composta por policiais militares que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), responderam a um questionário sobre saúde geral, sintomas auditivos e extra-auditivos e questões sobre exposição a ruído, também realizaram exame de audiometria tonal liminar. Resultados: amostra com total de 94 militares, sendo 93,3% do sexo masculino, com média de idade de 37,9 anos e tempo de serviço médio de 13,5 anos. Identificou-se 27,6% dos participantes com perda auditiva sensorioneural ou rebaixamento auditivo em 6kHz e/ou 8kHz em pelo menos uma das orelhas. Do total de militares (n=94), o sintoma auditivo mais frequente foi o zumbido (25%), seguido da dificuldade de escutar (20%) e sensação de ouvido trancado (12%). Entre os sintomas extra-auditivos, o stress (35%) foi o sintoma mais frequente, seguido da cefaleia (24%), insônia (17%), problemas gástricos (16%) e dificuldade de concentração (13%). Ao separar os militares entre aqueles com alteração auditiva daqueles com audição normal, o zumbido continua sendo a principal queixa auditiva tanto para aqueles com alteração na audiometria (46,1%) como para aqueles com audiometria normal (17,6%), seguido da dificuldade de escutar: 42,3% entre aqueles com alteração auditiva e 10,2% entre aqueles com audição normal. Dos sintomas extra-auditivos, o stress (38,2%) e a cefaleia (27,9%) prevalecem entre os militares com audição normal, e entre aqueles com alteração auditiva prevalecem as queixas de stress (26,9%) e dificuldade de concentração (23%). Conclusão: Verificamos que o zumbido e o stress são as queixas mais relatadas tanto entre os militares com exames auditivos dentro da normalidade como entre aqueles com alguma alteração auditiva. Este dado nos leva a refletir a necessidade de uma atenção especial a saúde auditiva deste grupo de profissionais expostos a ruídos estressantes típicos desta profissão que mesmo que sem alteração em audiometria tonal, pode estar sobrecarregando o sistema auditivo desta população.

WU CC, YOUNG YH. Ten-year longitudinal study of the effect of impulse noise exposure from gunshot on inner ear function. Int J Audiol. 2009. 48(9): 655-660.
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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.725
ISSN 1983-1793X
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QUEIXAS DE ESCUTA EM INDIVÍDUOS OUVINTES
Fidêncio, V. L. D. ; Louzas, R. M. ; Santos, A. M. ; Silva, V. G. ; José, M. R. ;

Introdução: Para que haja a compreensão da mensagem em uma situação de comunicação, é necessário o uso de habilidades auditivas que vão além da detecção. Além disso, o ambiente de escuta também interfere diretamente neste processo. Nesse sentido, indivíduos com audição normal podem ser prejudicados, por exemplo, em situações de comunicação nas quais a relação sinal/ruído for desfavorável e interferir negativamente na inteligibilidade de fala. Objetivo: verificar a ocorrência de queixas auditivas em situações cotidianas de escuta em indivíduos adultos com audição normal. Métodos: Aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos sob CAAE nº 26509619.1.0000.5650. A amostra foi composta por 31 participantes com idade mediana de 23 anos (mínima de 20 e máxima de 44 anos), com limiares auditivos dentro do padrão de normalidade em ambas as orelhas, verificados por meio da audiometria tonal e sem alterações de orelha média, verificado pela timpanometria. Os participantes responderam, de próprio punho, à versão brasileira do questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ). Para cada um dos 49 itens do SSQ, divididos em três dimensões: Audição para fala (AF), Audição espacial (AE) e Qualidades da audição (QA), o participante foi orientado a selecionar, em uma escala de 0 a 10, o quanto observa ter dificuldade em determinada situação de escuta. Foi realizada a análise estatística descritiva e teste de correlação de Spearman. Resultados: De acordo com as escalas foram obtidas as pontuações medianas de AF= 8.64 (Quartil 1 – Q1= 7.28 e Quartil 3 – Q3= 9.18; AE= 8.11 (Q1= 7.62 e Q3= 9.09); e, QA= 8.94 (Q1= 7.47 e Q3= 9.55). Não foram observadas correlações entre idade e média tritonal dos limiares de via aérea em ambas as orelhas em nenhuma das três dimensões do SSQ. Conclusão: Indivíduos adultos com audição normal também apresentam queixas relacionadas à percepção auditiva da fala em situações reais de escuta, no que diz respeito à escuta em condições adversas, principalmente quanto a direcionalidade e intensidade do estímulo sonoro.

Ziegler JC, Perch-George C. et al. Speech perception in noise déficits in dyslexia. Dev Sci. 2009; 12(5):732-45.
Becker KT, Costa Mj, Lautenshlanger L, Tochetto TM, Santos SM. Reconhecimento de fala em indivíduos com e sem queixa clinica de dificuldade para enteder a fala no ruído. Arq Int Otorrinolaringol. 2011; 15(3): 276-282.
Gonsalez ECM,. Almeida K. Adaptação cultural do questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ) para o português brasileiro. Audiol Commun. 2015; 20(3):215-24.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.981
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QUEIXAS RELACIONADAS AO SONO EM ADULTOS E IDOSOS COM DISTÚRBIO VESTIBULAR: ESTUDO RETROSPECTIVO
Nascimento, LL ; Gushiken, P ; Lopes, KC ; Ganança, FF ; BRANCO-BARREIRO, FCA ;

Introdução: A privação do sono e a síndrome da apneia do sono alteram a função vestibular relacionada aos controles oculomotor e postural e, por sua vez, as doenças vestibulares induzem a distúrbios do sono. Estudo recente mostrou que a qualidade do sono é um fator preditivo para pior percepção da qualidade de vida e maior risco de quedas em indivíduos com vestibulopatias periféricas. Objetivo: Investigar queixas de alteração do sono em adultos e idosos com distúrbio vestibular, bem como comparar o número e o risco de quedas e a severidade da tontura entre indivíduos com e sem queixas de alterações do sono. Método: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo transversal descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade. Foi utilizado um banco de dados constituído por 77 pacientes, submetidos à reabilitação vestibular em um hospital universitário na cidade de São Paulo, de 2020 até abril de 2022. Os critérios de inclusão foram: idade igual ou superior a 18 anos, ambos os gêneros e diagnóstico clínico de tontura crônica decorrente de distúrbio vestibular. Foram excluídos os indivíduos com déficit cognitivo e sem deambulação independente. Foram levantadas informações para caracterização sociodemográfica e clínica da amostra, bem como os resultados da avaliação pré-reabilitação vestibular nos instrumentos de avaliação do risco de queda (Teste Timed Up and Go – TUG e Índice de Marcha dinâmica - Dynamic Gait Index - DGI) e da severidade da tontura (Questionário de Handicap da Tontura - Dizziness Handicap Inventory – DHI). Para comparar os grupos quanto às variáveis de idade, número de quedas, risco de quedas e severidade da tontura foi utilizado o do teste t de Student para amostras independentes. Para comparar os grupos com e sem queixa de sono em relação ao gênero foi utilizado o teste exato de Fisher. Resultados: Foram incluídos os dados de 51 indivíduos, sendo 35 mulheres (68,6%) e 16 homens (31,4%), entre 29 e 92 anos. Destes, 36 (70,6%) apresentaram queixas relacionadas ao sono, sendo 6 (11,76%) usuários de medicamentos indutores de sono. As queixas mais frequentes foram: sono interrompido/entrecortado, insônia, qualidade ruim e instabilidade da qualidade e quantidade do sono. Não houve diferença estatisticamente significante entre os participantes com e sem queixas de sono em relação ao número de quedas (p=0,980). Quanto ao risco de quedas, a média do desempenho no TUG foi de 15,1 segundos no grupo com queixas de sono, e de 17,19 segundos no grupo sem queixas de sono (p=0,520). No DGI, a média foi de 16,5 pontos no grupo com queixas de sono, e 15 pontos no grupo sem queixas de sono (p=502). O escore total médio no DHI foi de 55 pontos no grupo com queixas de sono e de 61,2 no sem queixas de sono (p=0,254). Conclusão: As queixas relacionadas ao sono foram altamente prevalentes nos adultos e idosos com distúrbios vestibulares. No entanto, o número e o risco de quedas e a severidade da tontura foram semelhantes nos indivíduos com e sem queixas relacionadas ao sono.

ANDRADE, M. C. et al. Individuals with peripheral vestibulopathy and poor quality of sleep are at a higher risk for falls. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology [online], v. 87, n. 4 , pp. 440-446, 2021.
KIM SK, KIM JH, JEON SS, HONG SM. Relationship between sleep quality and dizziness. PLoS ONE 13(3): e0192705, 2018.
PIMENTEL, B. N.; FILHA, V. A. V. dos S. Influence of chronic sleep deprivation on maintenance of postural balance. Research, Society and
Development, [S. l.], v. 9, n. 2, p. e15921944, 2020. DOI:
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Página(s): p.852
ISSN 1983-1793X
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REABILITAÇÃO AUDITIVA COM SISTEMAS BAHA® TRANSCUTÂNEO E PERCUTÂNEO
Castiquini, E.A.T. ; Alvarenga, K.F. ; Souza, L.M. ; Lourençone, L.F.M. ; Brito Neto, R.V. ;

Introdução: O processo de indicação e avaliação dos resultados obtidos com as próteses auditivas ancoradas no osso, transcutânea e percutânea, são amplamente discutidos na literatura internacional e os resultados demonstram que ambas são eficazes na reabilitação auditiva de indivíduos com malformação de orelha externa e/ou média, otite média crônica ou processos alérgicos relacionados ao molde auricular; para os quais a adaptação do aparelho de amplificação sonora individual por condução aérea se torna inviável. Atualmente, sabe-se que a vantagem do sistema transcutâneo é a de permitir que a pele permaneça intacta, o que minimiza os problemas pós-cirúrgicos observados no percutâneo, como irritação, inflamação e infecção da pele e até mesmo a perda do implante. Por outro lado, a atenuação provocada pela pele pode favorecer ganho limitado nas frequências altas no sistema transcutâneo. Objetivo: verificar longitudinalmente a influência dos limiares tonais auditivos obtidos com as próteses auditivas ancoradas no osso transcutâneas e percutâneas na percepção da fala, nas condições de silêncio e ruído, em indivíduos com malformação de orelha externa e/ou média e otite média crônica. Métodos: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer 3.490.345, observacional, retrospectivo, de seguimento longitudinal para coleta de dados secundários de 30 indivíduos usuários unilaterais de sistema Baha® - transcutâneo BAHA® Attract: 14 indivíduos, sendo seis do gênero feminino e oito do gênero masculino, com média de idade na ativação de 12,7 anos (mínima de 10 anos e máxima de 17 anos); e percutâneo BAHA® Connect: 16 indivíduos, sendo 13 do gênero feminino e três do gênero masculino, com média de idade na ativação de 23,3 anos (mínima de 12 anos e máxima de 38 anos). Foram considerados os limiares tonais obtidos por meio da audiometria em campo livre, nas frequências de 0,5 a 4kHz, e do limiar de reconhecimento de sentenças no silêncio e no ruído (relação sinal/ruído) nas condições: sem a prótese; no momento de ativação; no primeiro mês de uso (pós 1); e no terceiro mês (pós 2). Resultados: Os limiares tonais obtidos em campo livre e os limiares de reconhecimento de fala no silêncio e no ruído foram estatisticamente melhores na ativação para ambos os sistemas. O sistema percutâneo possibilitou melhor audibilidade para as frequências altas em comparação ao transcutâneo; no entanto tal audibilidade não influenciou o reconhecimento de fala na situação de silêncio observado nos dois grupos avaliados. Os resultados do reconhecimento de fala na situação de ruído (relação sinal/ruído) foram melhores estatisticamente para o sistema percutâneo, no momento da ativação; entretanto, ao longo do tempo, esta diferença deixou de ser significante. Conclusão: O sistema percutâneo possibilitou melhor audibilidade para as frequências altas em comparação ao transcutâneo; no entanto tal audibilidade não influenciou no reconhecimento de sentenças na situação de silêncio para ambos os sistemas. Para a situação de ruído, melhores respostas foram observadas no sistema percutâneo, porém, a diferença não se manteve no decorrer do tempo.

1- Iseri M, Orhan KS, Tuncer U, Kara A, Durgut M, Guldiken Y, Surmelioglu O. Transcutaneous Bone-anchored Hearing Aids Versus Percutaneous Ones: Multicenter Comparative Clinical Study. Otol Neurotol 2015 Jun;36(5):849-53. doi: 10.1097/MAO.0000000000000733. PMID: 25730451
2- Park MJ, Lee JR, Yang CJ, Yoo MH, Jin IS, Choi CH, et al. Amplification of transcutaneous and percutaneous bone-conduction devices with a test-band in an induced model of conductive hearing loss. Int J Audiol 2016 Nov;55(11):653-7. doi: 10.1080/14992027.2016.1193234. Epub 2016 Jun 27. PMID: 27347717.
3- Röösli C, Dobrev I, Pfiffner F. Transcranial attenuation in bone conduction stimulation. Hearing Research 2022:419:108318. ISSN 0378-5955. https://doi.org/10.1016/j.heares.2021.108318.
4- Tobia A, Yehudai N, Khnifes R, Shpak T, Roth O, Khayr R, Luntz M. Hearing Outcomes with Percutaneous and Transcutaneous BAHA® Technology in Conductive and Mixed Hearing Loss. Otol Neurotol. 2021 Oct 1;42(9):1382-89. doi:10.1097/MAO.0000000000003231. PMID: 34528924.
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Página(s): p.870
ISSN 1983-1793X
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REABILITAÇÃO AUDITIVA PRÉ E PÓS-LINGUAL EM USUÁRIOS DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Ferreira, N. L. M. S. ; Freitas, M. V. F. F. ; Martins, L. F. ; Viana, Y. B. ; Correa, L. N. P. ; Fidêncio, V. L. D. ; Deperon, T. M. ; Oliveira, T. C. G. ; Silva, I. M. C. ; Canto Pereira, V. R. ;

INTRODUÇÃO: A deficiência auditiva é multifatorial e está diretamente associada a acometimentos em qualquer faixa etária. Durante a infância, a perda auditiva gera diversos impactos ao desenvolvimento da criança, comprovando a necessidade de uma intervenção o mais precocemente possível, visto que o período pré-lingual é importante para o amadurecimento do sistema auditivo e o desenvolvimento da plasticidade neuronal da via auditiva. Sendo assim, quaisquer atrasos nessa fase ocasionam interferências nas habilidades auditivas, cognitivas e de linguagem. Sob outra perspectiva, a perda da audição em indivíduos pós-linguais causa implicações mais evidentes no meio social e na interação com seus familiares. Desse modo, a reabilitação em perdas tardias busca também reduzir níveis de isolamento social, e possíveis quadros depressivos, além de declínios cognitivos. Após a confirmação do diagnóstico de deficiência auditiva, faz-se necessário o uso de tecnologias assistivas em audiologia, acompanhadas da reabilitação auditiva, para a obtenção de melhores resultados. OBJETIVO: Elucidar os objetivos das terapias de reabilitação auditiva em indivíduos pré e pós-linguais. MÉTODO: O presente estudo foi realizado por meio de busca nas bases de dados: PubMed, Lilacs e Scielo, entre os anos de 2013 e 2023, com descritores: (“hearing rehabilitation" OR “aural rehabilitation”) AND ("children" OR adults”). Foram adotados os seguintes critérios de inclusão: textos em inglês, português ou espanhol, estudos que se referiam a terapia de reabilitação auditiva em usuários de implante coclear (IC) ou aparelho de amplificação sonora individual (AASI). Os critérios de exclusão foram: monografias, trabalhos de conclusão de curso e resumos. RESULTADOS: Em busca preliminar com os descritores supracitados, foram encontrados 97 artigos. Destes, quatro foram selecionados por focar a reabilitação auditiva no objetivo proposto. Evidenciou-se que apesar da terapia de audição com usuários de implante coclear e/ ou o AASI ter propósitos em comum, essa também apresenta divergências atreladas ao seu período de aplicação. A reabilitação auditiva em usuários com surdez pós-lingual, prioritariamente, auxilia em melhorias na cognição e também na percepção do som em ambientes não tratados acusticamente, independente do momento em que foi aplicada a intervenção, influenciando positivamente na inserção social desses indivíduos. Entretanto, para os indivíduos pré-linguais, nota-se a necessidade de intervir com as tecnologias o mais precocemente possível, a partir do diagnóstico da deficiência, em razão do período crítico da maturação e desenvolvimento da audição. Posteriormente, com o auxílio do fonoaudiólogo na reabilitação auditiva, o foco será estratégias para a aquisição de linguagem e fala. CONCLUSÃO: Foi observado que, apesar do funcionamento das tecnologias assistivas ocorrer da mesma forma em todos os períodos da vida, foram observadas demandas diferentes em usuários antes e depois do desenvolvimento de linguagem e fala. Foram encontrados trabalhos que destacaram a terapia auditiva pré-lingual como focalizada na aquisição da linguagem oral, enquanto a reabilitação pós-lingual enfatizou o aperfeiçoamento da percepção de fala em ambientes ruidosos e efeitos na qualidade de comunicação e de vida.

Morros-González, E., Morsch, P., Hommes, C., Vega, E., & Cano-Gutiérrez, C. (2022). Retomando los sonidos: Prevención de la hipoacusia y rehabilitación auditiva en las personas mayores. Revista Panamericana de Salud Pública, 46, 1. https://doi.org/10.26633/RPSP.2022.86
Moradi, S., Wahlin, A., Hällgren, M., Rönnberg, J., & Lidestam, B. (2017). The Efficacy of Short-term Gated Audiovisual Speech Training for Improving Auditory Sentence Identification in Noise in Elderly Hearing Aid Users. Frontiers in Psychology, 8. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2017.00368
Moberly, A. C., Vasil, K., Baxter, J., Klamer, B., Kline, D., & Ray, C. (2020). Comprehensive auditory rehabilitation in adults receiving cochlear implants: A pilot study. Laryngoscope Investigative Otolaryngology, 5(5), 911–918. https://doi.org/10.1002/lio2.442
Karawani, H., Jenkins, K., & Anderson, S. (2018). Restoration of sensory input may improve cognitive and neural function. Neuropsychologia, 114, 203–213. https://doi.org/10.1016/j.neuropsychologia.2018.04.041
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Página(s): p.986
ISSN 1983-1793X
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REABILITAÇÃO AUDITIVA UTILIZANDO O MÉTODO AURIORAL E A PERSPECTIVA DA APLICAÇÃO CLÍNICA EM TERAPIA INDIVIDUAL E EM GRUPO: UMA REVISÃO DE LITERATURA
De Oliveira, T. C. G. ; Freitas, M. V. F. F. ; Ferreira, N. L. M. S. ; Martins, L. F. ; Viana, Y. B. ; Fidêncio, V. L. D. ; Deperon, T. M. ; Mundim, F. M. ; Pereira, V. R. C. ; Silva, I. M. C. ;

INTRODUÇÃO: A deficiência auditiva causa diversos prejuízos no desenvolvimento do indivíduo, independente do grau, tipo e etiologia da perda. Dentre estes estão os déficits em linguagem, cognição, fala e comunicação, além de restrições sociais, fator determinante para o isolamento. Tal perda, demanda a intervenção por tecnologias assistivas como AASI e/ou implante coclear, sendo que para maiores progressos com o uso dos dispositivos eletrônicos, se estabelece a necessidade de intervenção terapêutica com profissionais da fonoaudiologia. No que se refere às abordagens terapêuticas, o método aurioral tem como foco proporcionar à criança melhorias nas habilidades auditivas, que por consequência impactam positivamente no desenvolvimento da fala e da aprendizagem, por meio do estabelecimento de metas que direcionam a aplicação de estratégias e técnicas. O profissional que realiza a terapia individual tem como intuito conhecer e trabalhar as demandas de cada paciente por meio de uma visão clínica centrada. Por outro lado, no atendimento em grupo, o terapeuta tem como objetivo uma intervenção baseada na interação social e na expansão das trocas de diálogo, proporcionando diversas experiências e auxiliando no estabelecimento de vínculo entre os indivíduos, oferecendo uma convivência mais próxima da realidade. OBJETIVO: Comparar os os benefícios na reabilitação auditiva aurioral individual e em grupo. MÉTODO: Foi realizada uma revisão de literatura com busca nas bases de dados: PuBMed, Lilacs e SciElo, entre o período de 2010 a 2023. Os descritores utilizados foram: (“hearing rehabilitation” OR “aurioral rehabilitation” OR “reabilitação auditiva” OR “reabilitação aurioral”) AND (“group” OR “terapia em grupo”) AND (“fonoaudiologia”). Os critérios de inclusão dos artigos foram estudos sobre atendimento fonoaudiológico individual e em grupo que tratassem sobre a reabilitação auditiva com o método aurioral, nos idiomas inglês e português. Os critérios de exclusão foram estudos em formato de monografias, trabalho de conclusão de curso, resumos e atas de congresso. RESULTADOS: Foram encontrados 55 artigos, e após a análise de elegibilidade, dez foram selecionados, observou-se que para pessoas com perdas de audição, o uso de AASI e/ou IC unidos à intervenção fonoaudiológica são de suma importância para o desenvolvimento de linguagem, fala e habilidades auditivas. Nota-se, ainda que a principal diferenciação refere-se à intervenção grupal, com ela ocorre a redução do isolamento e a possibilidade de compartilhamento de conhecimentos, gerando melhorias na relação social que influi positivamente na linguagem e comunicação, com a reabilitação auditiva individual são trabalhadas as demandas do indivíduo, gerando um atendimento exclusivo às necessidades de cada usuário, priorizando habilidades não necessariamente aplicadas que podem algumas vezes se distanciar do contexto comunicativo e social do indivíduo. CONCLUSÃO: Observou-se que os temas são encontrados de maneira isolada, não sendo possível identificar estudos comparativos dos dois tipos de intervenção. Esse fato, manifesta a necessidade de uma análise criteriosa comparando a efetividade entre as diferentes perspectivas do atendimento individual e do atendimento em grupo.

Araújo, Manuela Luchesi Brazil e Freire, Regina Maria Ayres de Camargo. Atendimento fonoaudiológico em grupo. Revista CEFAC [online]. 2011, v. 13, n. 2 [Acessado 26 Janeiro 2023], pp. 362-368. Disponível em: . Epub 04 Maio 2011. ISSN 1982-0216. https://doi.org/10.1590/S1516-18462011000200019.
Clayton, O., & Simonian, A. A. (n.d.). Intervenções para perda auditiva sensorioneural: o que mostram as revisões sistemáticas Cochrane? https://orcid.org/0000-0002-2221-9535
Duarte, Janaína Luciane e Brazorotto, Joseli Soares. Análise das estratégias utilizadas em um grupo terapêutico pedagógico para auxiliar o desenvolvimento da linguagem escrita em crianças com deficiência auditiva. Revista Brasileira de Educação Especial [online]. 2009, v. 15, n. 3 [Acessado 26 Janeiro 2023], pp. 471-484. Disponível em: . Epub 18 Jan 2010. ISSN 1980-5470. https://doi.org/10.1590/S1413-65382009000300010
Miguel, Juliana Habiro de Souza e Novaes, Beatriz Cavalcanti de Albuquerque Caiuby. Reabilitação auditiva na criança: adesão ao tratamento e ao uso do aparelho de amplificação sonora individual. Audiology - Communication Research. 2013, v. 18, n. 3, pp. 171-178. Disponível em: <>. Epub 14 Out 2013. ISSN 2317-6431.
Ribeiro, Vanessa Veis et al. Grupo terapêutico em fonoaudiologia: revisão de literatura. Revista CEFAC [online]. 2012, v. 14, n. 3 [Acessado 26 Janeiro 2023], pp. 544-552. Disponível em: . Epub 05 Dez 2011. ISSN 1982-0216. https://doi.org/10.1590/S1516-18462011005000131.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.984
ISSN 1983-1793X
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REALIMENTAÇÃO ACÚSTICA DOS DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA: QUAIS OS TERMOS MAIS UTILIZADOS PARA REFERIR ESSE COMPORTAMENTO?
Chiriboga, L.F. ; Couto, C.M. ;

Introdução: O uso dos Dispositivos Eletrônicos de Amplificação Sonora é a forma de reabilitação auditiva mais utilizada para indivíduos com deficiência auditiva. De acordo com projeção da Organização Mundial de Saúde, em 20 anos, 2,5 bilhões de pessoas conviverão com algum grau de deficiência auditiva. Apesar dos avanços tecnológicos dos dispositivos, observa-se que os usuários apresentam diversas queixas ao uso. Uma das queixas mais recorrentes diz respeito a realimentação acústica que pode ocorrer. Objetivo: Analisar os termos utilizados para se referir a ocorrência de realimentação acústica segundo relato de fonoaudiólogos que atendem usuários de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora individual. Método: O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 2.253.925. Foi realizado por meio de um questionário online composto por 18 questões, em que 176 fonoaudiólogos com experiência em seleção e adaptação de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora responderam quais eram as queixas apresentadas pelos usuários quando o dispositivo estivesse se comportando de determinada maneira. Para este recorte, a pergunta selecionada foi: “se o dispositivo está produzindo microfonia, meus pacientes estão acostumados a usar os termos ou frases...” e o fonoaudiólogo deveria descrever livremente como recebia/percebia essa queixa de seus pacientes. Resultados: Foram levantados 318 termos utilizados pelos usuários, segundo os fonoaudiólogos que os atendiam, para representar alguma queixa referente ao dispositivo eletrônico de amplificação sonora individual. Para caracterizar a realimentação acústica, os termos descritos pelos fonoaudiólogos foram: “aparelho apitando”, com 150 ocorrências; “aparelho chiado/som chiado”, com 20 ocorrências; “aparelho faz barulho/muito barulho”, com oito ocorrências; “aparelho faz barulho e outros escutam”, com oito ocorrências; “aparelho piando”, com quatro ocorrências; e “assovio” com três ocorrências. Conclusão: Conclui-se que o termo mais utilizado para descrever a realimentação acústica foi “aparelho apitando” e o menos utilizado foi “assovio”.

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2. Thielemans T, Pans D, Chenault M, Anteunis L. Hearing aid fine-tuning based on Dutch descriptions. Int J Audiol. 2017; 56(7):507-515;
3. World Health Organization. World Report on Hearing. 2021;
4. Valente M, Abrams H, Benson D, Chisolm T, Citron D, Hampton D, et al. American Academy of Audiology Task Force Guidelines for the Audiologic Management of Adult Hearing Impairment. Audiol Today [Internet]. 2006;1–44.
5. Almeida K, Mondelli MFCG. Boas práticas: caminho para???? uso com sucesso de próteses auditivas. In: Fórum de???? Aparelhos de Amplificação Sonora Individual - 34o Encontro Internacional de Audiologia. 2019. p. 1–7.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.743
ISSN 1983-1793X
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REFLEXO ACÚSTICO CONTRALATERAL EM CRIANÇAS COM DISLEXIA
Krüger, L. F. ; Helena, R. C. S. ; Sleifer, P. ;

INTRODUÇÃO: O reflexo acústico é a contração reflexa involuntária da musculatura da orelha média frente a um estímulo sonoro forte. Para que ele esteja presente, faz-se necessário que as vias auditivas aferentes, eferentes e de associação estejam íntegras. Logo, sua pesquisa pode ser efetuada de forma ipsilateral ou contralateral à orelha avaliada, sendo o último caracterizado por um processo mais complexo, pois há um cruzamento das vias auditivas. Alterações nesses registros podem ser indicativos de alteração das habilidades auditivas relacionadas ao processamento auditivo. Em relação à audição de crianças, estudos indicam que esta exerce papel fundamental no desenvolvimento infantil, pois está ligada à aquisição e desenvolvimento da fala e da linguagem. OBJETIVO: Verificar a possível associação entre ausência de reflexos acústicos contralaterais em crianças com dislexia e limiares auditivos normais, investigando possíveis associações com sexo e orelha. METODOLOGIA: Estudo transversal comparativo, cuja casuística foi composta por 88 crianças de ambos os sexos, com idades entre 9 anos e 11 anos e 11 meses, estudantes do terceiro ao quinto ano do Ensino Fundamental. O grupo de estudo foi composto por 44 crianças com diagnóstico interdisciplinar de dislexia e o grupo controle por 44 crianças sem queixas da mesma e com desenvolvimento típico. Todas as crianças realizaram: audiometria tonal limiar, audiometria vocal, medidas de imitância acústica. Os limiares dos reflexos acústicos foram pesquisados nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 4.000Hz, utilizando-se uma sonda de 226Hz em uma orelha e fone supra aural na outra, sendo que o estímulo acústico foi apresentado por meio da sonda, com intensidade inicial de 70dB e máxima de 110dB em ambas as orelhas. As variáveis quantitativas foram descritas por média e desvio-padrão, ao passo que as variáveis qualitativas foram descritas por frequências absolutas e relativas. Para comparar as orelhas em relação aos resultados do reflexo acústico, o teste t-Student foi aplicado. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05) e as análises foram realizadas no software SPSS, versão 0.21. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição de origem, sob protocolo nº 30865. RESULTADOS: Todos os participantes apresentaram reflexo acústico nas frequências de 500 e 1000Hz. Na frequência de 2000Hz, 35% não apresentaram reflexo na orelha direita e 40% na orelha esquerda. Ao passo que, na frequência de 4000Hz, 75% não apresentaram reflexo na orelha direita e na orelha esquerda. Houve diferença estatística entre presença ou ausência de respostas em 2000Hz e 4000Hz da orelha direita (p-valor=0,038 e 0,031 respectivamente) e da orelha esquerda (p-valor=0,033 e 0,029, respectivamente). Em relação a comparação entre os sexos, não houve diferença estatística significativa (p-valor=0,094). CONCLUSÃO: As crianças com dislexia, da amostra pesquisada, apresentaram um percentual importante de reflexos acústicos ausentes nas frequências de 2000Hz e, principalmente, de 4000Hz. Sendo assim, considera-se que são necessárias mais pesquisas que estudem os reflexos acústicos em crianças com este transtorno, a fim de verificar possíveis associações e possibilitar uma análise mais robusta acerca do quanto essa avaliação pode contribuir para uma identificação precoce de alterações nas vias auditivas centrais.

1. Barrozo TF, Pagan-Neves LO, Vilela N, Carvallo RMM, Wertznerb HF. The influence of (central) auditory processing disorder in speech sound disorders. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;82(1).p.56-64.
2. Attoni TM, Mota HB. Study and analysis of contralateral acoustic reflex in children with phonological disorder. Braz J Otorhinolaryngol. 2010;76(2). p.231-7.
3. Pereira AEL, Anastasio ART. Reflexo Acústico | Aplicações Clínicas. In: Boéchat EM, Menezes PD, Couto CM, Frizzo ACM, Scharlah RC, Anastasio ART, organizadores. Tratado de audiologia. 2ª ed. São Paulo: Santos; 2015. p. 57- 67.
4. Sleifer P. Avaliação eletrofisiológica da audição em crianças. In: Cardoso MC. Fonoaudiologia na infância: avaliação e tratamento. Rio de Janeiro: Revinter; 2015. p. 171–94.
5. Jerger J, Musiek FE. Report of the Consensus Conference on the Diagnosis of Auditory Processing Disorders in School-Age Children. J Am Acad Audiol. 2000;11:467–474.
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Página(s): p.758
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REFLEXÕES SOBRE HABILIDADES E COMPETÊNCIAS NA ÁREA DE AUDIOLOGIA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
Vitória Thomé ; Christiane Marques do Couto ;

INTRODUÇÃO:
Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia. Mundialmente, as instituições de ensino tiveram a necessidade de se adaptar diante do contexto pandêmico. Na instituição de ensino superior em que foi realizada esta pesquisa houve suspensão das atividades presenciais e o início do ensino remoto emergencial. Desse modo, disciplinas teóricas, teórico-práticas e prática do curso de graduação da instituição passaram a ser na modalidade remota, incluindo uma disciplina teórico-prática no terceiro semestre que aborda treino prático nos equipamentos audiológicos dos testes de avaliação audiológica básica e realização de avaliação nos próprios alunos.
OBJETIVO:
Verificar se a ausência da prática presencial na disciplina nos anos de 2020 e 2021 afetou a aquisição de habilidades e competências necessárias para a realização de Avaliação Audiológica Básica.
METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório descritivo, de abordagem mista (QUAN + QUAL), aprovada pelo Comitê de Ética da Instituição (CAAE: 58573122.7.0000.5404). Os participantes (ingressantes nos anos de 2019 e 2020 com matrícula ativa, cursando ou tendo cursado a disciplina prática do quinto semestre em que os alunos realizam avaliação audiológica em pacientes) responderam a um formulário online, por meio da plataforma Google Forms, contendo um questionário com características sociodemográficas, além da investigação sobre os impactos da pandemia da COVID-19 no processo de aprendizagem e, especificamente, na disciplina teórica prática.
RESULTADOS:
Participaram ao todo 30 discentes (60% ingressantes no ano de 2020 e 40% ingressantes no ano de 2019), todas do sexo feminino, com idade média de 22 anos, sendo 93,3% solteiras, 83,3% brancas e 27,6% com renda média entre 1 e 2 salários mínimos.
A respeito do nível de aprendizagem para realização da Avaliação Audiológica Básica, é notório que a anamnese foi o procedimento clínico com maior número de notas 5. Os procedimentos que envolvem Exame Físico, Audiometria Tonal, Logoaudiometria e Imitanciometria, tiveram médias abaixo de 5, sendo o procedimento de mascaramento de via óssea o que mais possui notas 0.
Quanto ao nível de confiança ao final da disciplina teórico prática para realização da Avaliação Audiológica Básica, houve um empate nas notas 2 e 3, com 8 respostas cada, além de que apenas uma discente respondeu que se sente confiança total (5) e duas discentes responderam que não se sentiram nada confiante (0).
Sobre as habilidades e competências exigidas na disciplina prática com atendimento ao paciente, o que os resultados mostram é que em nenhuma das habilidades/competências as estudantes se sentiram aptas para cumprirem.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que a ausência da prática presencial na modalidade teórico-prática afetou o nível de confiança e aprendizagem dos discentes quanto a realização dos procedimentos da Avaliação Audiológica Básica, o que impactou diretamente no desempenho das habilidades exigidas na disciplina prática com atendimento a pacientes.

AMARAL, Eliana; POLYDORO, Soely. Os desafios da mudança para o ensino remoto emergencial na graduação na Unicamp–Brasil. Linha mestra, v. 14, n. 41a, p. 52-62, 2020.
CAIRNEY-HILL, Jess et al. Challenges and opportunities for undergraduate clinical teaching during and beyond the COVID-19 pandemic. Journal of the Royal Society of Medicine, v. 114, n. 3, p. 113-116, 2021. Disponível em:. Acesso em: 13 out. 2022.
CAMPOS FILHO, Amadeu Sá de et al. O ensino remoto no curso de Medicina de uma universidade brasileira em tempos de pandemia. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 46, 2022. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2022.
UNESCO [UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANISATION] COVID-19 Educational disruption and response. Paris: Unesco, 30 July 2020. Disponível em: https://report.iiep.unesco.org/supporting-countries-during-covid-19-and-beyond. Acesso em: 21 fev 2022.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Coronavirus disease (COVID-19) Pandemic. 2020. Disponível em: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019. Acesso em: 23 fev. 2022.
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Página(s): p.689
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RELAÇÃO DAS AMPLITUDES DAS ONDAS DO PEATE E O AIADH EM INDIVÍDUOS SEM QUEIXAS AUDITIVAS
Silveira, G. de S. ; Noll, M.J. ; Silva, D.P.C.da ; Roggia, S.M. ;

Introdução: O potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) consiste em respostas elétricas geradas no nervo auditivo e na via auditiva no tronco encefálico. A amplitude das ondas do PEATE é a correspondência entre o pico positivo e negativo da onda, e diz respeito à magnitude do potencial elétrico. A razão da amplitude das ondas V/I diminuída pode ser um indicativo de imaturidade da via auditiva e/ou sugestivo de transtorno do processamento auditivo central. O Amsterdam Inventory for Auditory Disability and Handicap (AIADH) é um instrumento multidimensional de medida de resultado relatado pelo paciente, validado no Brasil, que objetiva caracterizar a dificuldade de compreensão de fala do paciente em situações de ruído competitivo e no silêncio. Alguns estudos constataram desempenhos piores no AIADH em indivíduos expostos a solventes do que em indivíduos não expostos, mesmo com limiares auditivos dentro dos padrões da normalidade, sendo encontradas correlações com os resultados obtidos nos testes comportamentais para a avaliação do processamento auditivo central. Não foram encontrados estudos correlacionando resultados obtidos no AIADH com dados obtidos em avaliações eletrofisiológicas. Objetivo: Correlacionar a amplitude das ondas I, III e V do PEATE e o resultado do AIADH, considerando-se as cinco categorias de perguntas: detecção sonora, localização, discriminação, inteligibilidade no silêncio e inteligibilidade no ruído. Método: Trata-se de um estudo transversal aprovado pelo comitê de ética nº 46189021.2.0000.0121. Foram avaliados 63 indivíduos adultos normo ouvintes e sem queixas auditivas, com idade média de 26,08 anos, de ambos os sexos. Foram incluídos apenas indivíduos sem queixas auditivas, com resultados dentro dos padrões da normalidade na audiometria tonal liminar e com latências absolutas das ondas I, III e V, bem como intervalos interpicos I-III, III-V e I-V dentro dos padrões da normalidade. As variáveis, amplitudes das ondas I, III e V foram correlacionadas com os escores do AIADH (Teste de correlação de Spearman). Resultados: As médias das amplitudes das ondas I, III e V dos indivíduos foram, respectivamente: 0,353 ms; 0,324 ms; 0,461 ms para a orelha direita; e 0,355 ms; 0,321 ms; 0,472 ms para a orelha esquerda. As médias dos resultados obtidos no AIADH em cada uma das categorias foram: 1,14 na detecção dos sons, 1,71 na localização, 1,9 na discriminação, 1,31 na inteligibilidade no silêncio e 2,13 na inteligibilidade no ruído. Não houve correlação entre as amplitudes das ondas I, III e V do PEATE e a pontuação obtida pelos indivíduos no AIADH em nenhuma das categorias analisadas, em nenhuma das orelhas (correlação de Spearman; p > 0,05). Conclusão: Acredita-se que a ausência de correlações entre as amplitudes das ondas do PEATE e os resultados obtidos no AIADH seja decorrente do fato de que os indivíduos estudados não apresentavam queixas auditivas, além de apresentarem limiares auditivos e latências absolutas e intervalos interpicos dentro dos padrões da normalidade no PEATE. Sugere-se, portanto, a realização de novos estudos nos quais essas correlações sejam estudadas em indivíduos com queixas auditivas.

EGGERMONT, J. J.. Auditory brainstem response. In: LEVIN, K. H.; CHAUVEL, P. (ed.). Handbook of Clinical Neurology. 3. ed. Calgary, Ab, Canada: Elsevier, 2019. Cap. 30. p. 451-464.

GELFAND, S.A.. Essentials of Audiology. 4. ed. New York: Thieme, 2016.

MATAS, C. G.; ABURAYA, F. C. L. M.; ISARANGURA, S.. Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico. In: SCHOCHAT, E.; SAMELLI, A. G.; COUTO, C. M.; TEIXEIRA, A. R.; DURANTE, A. S.; ZANCHETTA, Sthella (Org.). Tratado de Audiologia. 3. ed. Santana de Parnaíba: Manole, 2022. Cap. 15. p. 207-224.

ZANCHETTA, S.; SIMÕES, H.O.; LUNARDELO, P.P.; CANAVEZI, M. de O.; REIS, A.C.M.B.; MASSUDA, E.T. Cross-cultural adaptation of the Amsterdam inventory for auditory disability and handicap to Brazilian Portuguese. Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology, [S.L.], v. 86, n. 1, p. 3-13, jan. 2020. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2018.07.011.
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Página(s): p.875
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RELAÇÃO ENTRE LIMIAR DE RECONHECIMENTO DE FALA NO SILÊNCIO E NO RUÍDO E O ÍNDICE DE INTELIGIBILIDADE DA FALA (SII)
Santos, L.C. ; Ferrari, D.V. ;

Introdução: Uma das metas da adaptação de aparelhos de amplificação sonora individuais (AASI) é melhorar a percepção auditiva da fala. O índice de inteligibilidade de fala (SII) quantifica a proporção de fala que é audível e utilizável, em diferentes frequências, para um determinado indivíduo, podendo variar de 0 a 100%. O SII vem sendo utilizado como preditor do desempenho do percentual de reconhecimento de fala e da adequação da adaptação do AASI. Objetivo: Verificar a relação entre o SII e o limiar de reconhecimento de fala (LRF) no silêncio e ruído. Método: Estudo retrospectivo com análise de banco de dados de um estudo clínico (aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa nº 49804915.3.0000.5417), sendo incluídos 60 indivíduos (63,3% mulheres) entre 56 e 96 anos (média: 76,88 e desvio padrão (DP):± 8,1), com perda auditiva sensorioneural simétrica (81,7%) e assimétrica (18,3%), e com média quadritonal dos limiares auditivos variando de 18,8 a 75 dBNA (média: 48,4 e DP: ± 12,0). Os indivíduos eram usuários de AASI retroauricular com molde auricular (n=39), tubo fino (n=7) e receptor no canal (n=14). A melhor equiparação com a regra prescritiva foi verificada por meio de medidas com microfone sonda (Aurical Free Fit, Natus). O SII com amplificação foi calculado pelo próprio equipamento (estímulo ISTS nas intensidades de 50, 65 e 80 dB NPS). Após um mínimo de 4 semanas de uso do AASI foi realizada a avaliação da percepção da fala no silêncio e ruído (HINT Brasil), sendo que as sentenças e o ruído foram apresentados na mesma caixa acústica posicionada a um metro de distância, frontalmente ao participante. Resultados: Considerando a melhor orelha, a média e desvio padrão do SII para as intensidades de 50, 65 e 80 dB NPS foram respectivamente, média: 34,8 e DP: ±16,1, média: 59,7 e DP: ±16,2 e média: 72,9 e DP: ±10,9. Os resultados do HINT variaram de 41 a 85 dBA (média: 54,4 e DP: ±7,68) para o silêncio e -2,20 a 22 dB relação sinal-ruído (média: 5,60 e DP: ±5,82 ) para o ruído. Correlações (Spearman) negativas, significativas foram obtidas entre o SII e HINT, sendo moderadas a fortes (rho variando de -0,677 a -0,725) para a condição de silêncio e moderadas (rho variando -0,608 a -0,658) para o ruído. Ressalta-se contudo, que a relação entre estas variáveis não foi linear. Conclusão: O SII está relacionado ao limiar de reconhecimento de fala no silêncio e ruído. As implicações deste resultado para a construção de um modelo de regressão múltipla não linear para a predição do LRF serão apresentadas.


1. NIGRI, L. F.; IÓRIO, M. C. M. Estudo da correlação entre índice de inteligibilidade de fala Speech Intelligibility Index (SII) e índice percentual de reconhecimento de fala. Distúrbios da Comunicação, v. 31, n. 1, p. 33–43, 2019.

2. Methods for calculation of speech intelligibility index. Washington: ANSI, 2012.

3. BAGATTO, M. et al. Prescribing and verifying hearing aids applying the American Academy of Audiology Pediatric Amplification Guideline: Protocols and outcomes from the Ontario Infant Hearing Program. Journal of the American Academy of Audiology, v. 27, n. 3, p. 188–203, 2016.

4. FIGUEIREDO, R. DE S. L. et al. Classificação de perdas auditivas por grau e configuração e relações com Índice de Inteligibilidade de Fala (SII) amplificado. CoDAS, v. 28, n. 6, p. 687–696, 2016.
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Página(s): p.862
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RELAÇÕES ENTRE GRAU DE PERDA AUDITIVA E AS HABILIDADES DE LINGUAGEM EM CRIANÇAS USUÁRIAS DE AASI.
Pereira, R. S. ; Mendes, B. C. A. ; Castro, S. C. ; Novaes, B. C. A. C. ;

Introdução: A literatura aponta que o vocabulário é ligado a percepção de fala, tendo em vista que o indivíduo é dependente de uma boa discriminação para ter acesso às informações. Nas crianças com perda auditiva os obstáculos as distanciam do desenvolvimento típico, refletindo na defasagem das habilidades auditivas geradas pela privação do estímulo os deixando abaixo do esperado, dificultando equiparar seus resultados a uma criança de audição normal. A percepção auditiva e o desenvolvimento do repertório nestes casos são diretamente influenciados pela consistência de uso dos aparelhos, com repercussões significativas no desenvolvimento na primeira infância. Objetivo: Analisar o papel da audibilidade para sons de fala na percepção auditiva e no desenvolvimento de linguagem e identificar como consistência no uso do dispositivo pode interferir nesse processo. Método: Os procedimentos foram realizados no CeAC/ Derdic/PUCSP. Foram estabelecidos os Índices de Inteligibilidade de Fala (SII) para sons de entrada de 55 e 65 dBNPS de 29 crianças com perda auditiva neurossensorial usuárias de AASI bilateralmente que tenham a linguagem oral. Foram submetidas à tarefa de repetição de palavras com e sem sentido em duas diferentes intensidades (55 e 65 dBNPS) e ao teste Peabody Picture Vocabulary Test – PPVT para o estudo de um dos aspectos do vocabulário. Na análise dos dados, o SII foi relacionado com os resultados obtidos em cada critério de análise. Resultados: A porcentagem de acertos em todas as listas não se mostrou relacionada ao SII 65dB, provavelmente pelo fato de quase a totalidade das crianças ter SII65dB>= 64%. Já no SII55dB, o grupo de crianças com SII 55 dB ≥ 64% tiveram maior porcentagem de acertos, quando comparadas as crianças do grupo SII 55 dB < 64%, em todas as listas consideradas. O grupo com Peabody ≥ 85 tem mais acertos nas listas e apresentam uma tendencia ao maior acerto de palavra nas listas. O grupo de crianças com SII 55dB ≥ 64% são mais frequentes entre as que tem pior consistência de uso do AASI (menos de 8 horas/dia). Conclusão: Para crianças com perda moderada, o SII em 55dB é mais sensível para avaliar a percepção auditiva para fala de usuários de AASI. Crianças com SII 55dB menor que 64% fazem uso mais consistente do AASI. Embora não tenha havido relação significante entre SII 65dB e 55 dB com as habilidades de vocabulário, o grupo com escore padrão no PPVT >= 85 apresentou maior acerto de palavras nas listas apresentadas em de 65dBNPs, destacando que o tipo da perda e a configuração influenciam no desempenho destas crianças. Outras pesquisas são necessárias para a determinação dos limites de audibilidade para sons de fala visando ao aprimoramento dos processos de orientação à família com o objetivo de maior consistência no uso do dispositivo.



Descritores: Percepção de fala, Inteligibilidade da Fala, Perda Auditiva, Criança, Audição.

McCreery RW, Walker EA. Variation in Auditory Experience Affects Language and Executive Function Skills in Children Who Are Hard of Hearing. Ear & Hearing. 2022; 43(2):347-360.
Pereira RS, Mendes BCA, Varela ALV, Deperon TM, Ficker LB, Novaes BCAC. Relações entre percepção de fala e características audiológicas de crianças com deficiência auditiva. Research, Society and Development. 2022; 23;11(17).
Yoshinaga-Itano C, Sedey AL, Wiggin M, Chung W. Early Hearing Detection and Vocabulary of Children With Hearing Loss. Pediatrics. 2017; 8;140(2):e20162964.
Ching TY, Zhang VW, Flynn C, Burns L, Button L, Hou S, et al. Factors influencing speech perception in noise for 5-year-old children using hearing aids or cochlear implants. International journal of audiology. 2018;57(sup2):S70–80
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.945
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RELATO DE UM ANO DE PROGRAMA DE TRIAGEM AUDITIVA UNIVERSAL BRASILEIRO
Pereira,E. ; Hoffmann, J. ; Zimmermann,F. ; Silva,D. P. ;

Título: Relato de um ano de um programa de triagem auditiva neonatal universal brasileiro


Introdução: A perda auditiva não identificada ao nascimento pode afetar adversamente o desenvolvimento da fala e da linguagem, bem como o desempenho acadêmico e o desenvolvimento socioemocional. Historicamente, a perda auditiva moderada a grave em crianças pequenas não era detectada até bem depois do período neonatal. Cerca de 0,5 a 5 em cada 1.000 recém-nascidos e bebês apresentam deficiência auditiva sensorioneural congênita ou de início na primeira infância. Quando a identificação e a intervenção ocorrem antes dos 6 meses de idade, os bebês apresentam desempenho mais próximo do par ouvinte. Portanto, a detecção precoce é de vital importância. Em 2010, a triagem auditiva passou a ser obrigatória nas maternidades brasileiras. Objetivo: Relatar os resultados de um ano de um programa universal de triagem auditiva neonatal do Sul do Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal realizado de janeiro a dezembro de 2022 em uma maternidade do Sul do Brasil. O trabalho foi aprovado no comitê de ética em pesquisa (CAAE: 46189021.2.0000.0121). Foram avaliados neonatos com e sem risco para deficiência auditiva que realizaram o exame de emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente e/ou potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático, antes da alta hospitalar. Os dados foram apresentados de forma descritiva. Resultados: O número total de nascidos vivos durante o período do estudo foi de 6020. Destes, 5832 realizaram a triagem para perda auditiva, dando uma cobertura triagem de 96,87%, 418 realizaram PEATE automático. Em relação às falhas, 112 (1,92%) foram encaminhados para reteste e 18 (16%) perderam o seguimento. De todos que realizaram a triagem, 30 (0,5%) dos neonatos com e sem risco para deficiência auditiva foram encaminhados para diagnóstico audiológico. Em relação aos indicadores de risco para a deficiência auditiva, o uso de ototóxicos por mais de cinco dias (n=131; 2,24%), sífilis (n=88; 1,5%), baixo peso ao nascimento (n=57; 0,97%), toxoplasmose (n=56; 0,96%) foram os mais frequentes. Em relação à infecção por coronavírus, 19 (0,32%) neonatos eram filhos de mães que tiveram a doença. Conclusão: Este programa de triagem auditiva neonatal universal apresentou alta cobertura, baixos índices de falha e encaminhamento para diagnóstico, entretanto a perda de seguimento ainda é um fator a ser melhorado. Todo esforço deve ser feito para completar os testes de triagem antes da alta hospitalar e a equipe de triagem deve encorajar ativamente os pais a participarem de todos os estágios da detecção precoce.


Sena TA, Ramos N, Rodrigues GRI, Lewis DR. Comparação do tempo de dois procedimentos com novas tecnologias de potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático (PEATE-A). CoDAS. 2013;25(1):34-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000100007
Sena-Yoshinaga TA, Côrtes-Andrade IF, Almeida MG, Lewis DR. Potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático a 30 dBnNA. Distúrb Comum. 2014;26(2):348-54.
Lopes MB, Bueno CD, Dinodé DD, Sleifer P. Comparison between click and CE-CHIRP® stimuli in neonatal hearing screening. J Hum Growth Dev. 2020; 30(2):260-265. DOI: https://doi.org/10.7322/jhgd.v30.10375
Angrisani RMG, Suzuki MR, Pifaia GR, Testa JR, Sousa EC, Gil D, Azevedo MF. Peate automático em recém-nascidos de risco: estudo da sensibilidade e especificidade. Rev CEFAC. 2012; 14(2): 223-233.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.969
ISSN 1983-1793X
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RELEVÂNCIA DA REALIZAÇÃO DE AÇÕES EDUCATIVAS PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE SOBRE USO, MANUSEIO E HIGIENIZAÇÃO DE APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL
(Brum, J. B.) ; (Streit, G. C. de S.) ; (Hames, L. B.) ; (Do Nascimento, R. N) ; ( Piccolotto, C. L.) ; (Patatt, F. S. A.) ;

Introdução: O agente comunitário de saúde (ACS) é o mediador da interlocução entre os profissionais da saúde e a comunidade, sendo uma importante via de acesso a programas de saúde e responsável por realizar atividades de promoção e prevenção à saúde. Para estas ações, os ACS devem ter conhecimento sobre diversos assuntos relacionados ao bem-estar do indivíduo, oportunizando uma melhor qualidade de vida aos usuários. Nesse contexto, e tendo-se conhecimento sobre a importância da utilização adequada e constante dos Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) pelas pessoas com perda auditiva, os ACS mediante embasamento e subsídio teórico, podem ser aliados na disseminação de orientações sobre os procedimentos adequados de uso, manuseio e higienização destes dispositivos. Objetivo: Verificar a relevância, segundo a opinião de ACS, acerca da realização de uma ação educativa sobre uso, manuseio e higienização das próteses auditivas. Metodologia: Estudo transversal, observacional, do qual participaram 75 ACS da 8ª Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário, elaborado via Google Forms, contendo perguntas que objetivavam mensurar o quão necessário e relevante se fazia a realização de uma ação educativa sobre a temática referida. O link do questionário foi enviado para os ACS via e-mail e WhatsApp. O questionário foi composto por seis questões de múltipla escolha que indagavam a respeito da preferência quanto a modalidade das ações (remota/presencial), se eles já haviam recebido alguma capacitação relacionada ao uso, manuseio e higienização dos AASI, se na região de abrangência de cada um deles tinham usuários desses dispositivos e quantas pessoas, em média, se era recorrente o questionamento da comunidade sobre essa temática, e por fim, se sentiam-se capacitados para ajudar. Os dados coletados foram analisados descritivamente. Resultados: Quanto à escolha da modalidade de ensino, 85,3% (n=64) dos ACS referiram ter preferência pela ação no formato remoto e 14,7% (n=11) presencial. Se já haviam recebido alguma capacitação sobre essa temática, 14,7% (n=11) referiu que sim e 85,3% (n=64) que não. Em relação a ocorrência de usuários de AASI na região, 85,3% (n=64) respondeu positivamente, 9,4% (n=7) relatou que não existe e 5,3% (n=4) que não tem conhecimento. Dos que responderam que existem usuários de AASI na sua área de abrangência, 90,6% (n=58) mencionou ter de uma a cinco pessoas, 3,1% (n=2) entre cinco e dez, 1,6% (n=1) mais de dez e 4,7% (n=3) referiu não ter conhecimento. Quando questionados se já receberam solicitação de auxílio quanto a procedimentos relacionados aos AASI, 45,4% (n=34) relatou que sim e 54,6% (n=41) que não. Ademais, quanto ao sentimento de estar capacitado para auxiliar à comunidade sobre esse conteúdo, 57,4% (n=43) gostaria de se sentir mais capacitado, 41,3% (n=31) não se sente apto e 1,3% (n=1) sente-se capacitado. Conclusão: Constatou-se, a partir da coleta da opinião desses ACS, que a realização de uma ação educativa sobre o tema uso, manuseio e higienização de AASI é de extrema relevância para a atuação profissional desses sujeitos, a fim de auxiliar nas demandas trazidas pela comunidade.

MARZARI, C.; JUNGES, J.; SELLI, L. Agentes comunitários de saúde: perfil e formação. Ciência & Saúde Coletiva, 16(Supl. 1):873-880, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde; Ministério da Educação. Referencial curricular para curso técnico de agente comunitário de saúde: área profissional saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/referencial_Curricular_ACS.pdf. Acesso em 11 de dez. 2022.
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RELEVÂNCIA E IMPACTO DO ENVELHECIMENTO DA AUDIÇÃO E DO EQUILÍBRIO, ABORDADO POR UMA LIGA MULTIDISCIPLINAR
Santos, A. S. ; Doutrelepont, D. W. ; Basile, A. A. ; Peterson, Y. A. ; Stigger, F. S. ; Costa, P. R. ; Menegotto, I. H. ; Boscolo, C. C. ; Soldera, C. L. C. ;

Introdução: O evento “O envelhecimento da audição e do equilíbrio” foi idealizado visando tratar a temática com o objetivo de promover conscientização e atenção direcionada, visto que, atualmente, tem-se uma tendência mundial de envelhecimento populacional, que fez com que, no ano de 2019, no Brasil, o número de idosos chegasse a 32,9 milhões de pessoas. O envelhecimento é caracterizado como um processo normal, individual e gradativo que gera mudanças fisiológicas nos mais diversos âmbitos, como na audição e no equilíbrio, principalmente no que tange às estruturas e sistemas envolvidos. A perda auditiva em decorrência do envelhecimento é chamada de presbiacusia e é considerada um declínio auditivo resultante de fatores extrínsecos e intrínsecos que influenciam o sistema auditivo na população idosa. Clinicamente, é caracterizada tanto por prejuízos principalmente na região basal da cóclea, prejudicando a percepção auditiva das frequências altas, como no sistema nervoso auditivo central . Como consequência, tem-se redução na qualidade do processamento central auditivo, interferindo diretamente nas relações sociais da pessoa idosa. Já em relação às alterações de equilíbrio, o envelhecimento compromete a habilidade do sistema nervoso central em processar e integrar os sinais vestibulares, visuais e proprioceptivos, necessários para a manutenção da estabilidade corporal. Este processo degenerativo é responsável pela ocorrência de vertigem, tontura e desequilíbrio na população geriátrica, sendo este um dos principais fatores que limitam a vida do indivíduo idoso. Algumas características clínicas da crise vertiginosa são sua longa intensidade e duração, sendo por vezes acompanhada de palidez, sudorese, náusea, vômito e taquicardia. Objetivos: Relatar a experiência acerca de uma aula aberta sobre o envelhecimento da audição e do equilíbrio, além das suas contribuições na visão dos acadêmicos sobre a importância da multidisciplinariedade durante a atuação profissional nessas questões. Métodos: Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. Resultados: O evento foi realizado no dia 28 de novembro de 2022, onde abordou-se a temática do envelhecimento da audição e do equilíbrio, a partir da visão de uma fonoaudióloga e de um fisioterapeuta, respectivamente. Foram abordados os dados estatísticos de prevalência dessas queixas na população, o processo de envelhecimento de cada um desses sistemas, os sintomas e queixas mais comuns, os exames que devem ser solicitados ou realizados para alcançar os diagnósticos de patologias, seus possíveis resultados e formas de tratamento. Conclusões: Eventos multidisciplinares são importantes dentro da comunidade acadêmica, pois demonstram formas de atuação conjunta e a necessidade de integrar de maneira funcional os diferentes ramos da área da saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como um de seus princípios fundamentais a Integralidade, ou seja, a união entre todas as especialidades buscando unicamente a saúde, em sua definição mais ampla. Sendo assim, conclui-se que o evento proposto, por meio do estímulo à articulação entre profissionais de diversas áreas e estudantes dos mais variados cursos, promoveu a união entre o ensino e a extensão, garantindo a manutenção e a promoção da saúde dos brasileiros.

1- Busca | IBGE. Disponível em: .
2- Veras, Renato Peixoto, and Leila Couto Mattos. “Audiologia Do Envelhecimento: Revisão Da Literatura E Perspectivas Atuais.” Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, vol. 73, no. 1, Feb. 2007, pp. 128–134, 10.1590/s0034-72992007000100021.
3- Mirallas, Natália Daniela Rezende, et al. “Avaliação E Reabilitação Vestibular No Indivíduo Idoso.” Revista Brasileira de Geriatria E Gerontologia, vol. 14, no. 4, 2011, pp. 687–698, 10.1590/s1809-98232011000400008.
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RESULTADOS AUDITIVOS DE PACIENTES ATENDIDOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA PARA TRATAMENTO DE OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
Unchalo, A.L.S. ; Gonçalves, S.N. ; Antunes, L.P.M. ; Costa, L.R. ; Teixeira, A.R. ; Félix, T.M. ;

Introdução: A osteogênese imperfeita (OI) é uma doença hereditária rara caracterizada pela diminuição da densidade óssea devido a defeitos na biossíntese de colágeno tipo 1. Dentre as manifestações encontramos a perda auditiva. Objetivo: Verificar a prevalência de perda auditiva nos diferentes tipos clínicos de OI. Metodologia: Estudo transversal, observacional e descritivo. Foram realizadas audiometria tonal liminar em indivíduos diagnosticados com OI, atendidos em um Centro de Referência para Tratamento da doença. Projeto aprovado CAAE: 3233018500005327. Resultados: A amostra foi composta por 156 indivíduos, sendo 95 do sexo feminino com idade mínima de 5 e máxima de 60 anos (±21; DP:16,02) e, 61 do sexo masculino com idade mínima de 5 e máxima de 66 anos (±16; DP: 13,90). Sete indivíduos foram excluídos da amostra devido a cirurgia otológica prévia. Dentre os tipos clínicos de OI foram avaliados 101 indivíduos do Tipo I, 15 do III, 27 do IV e 6 do V. Foram consideradas como alteração a perda auditiva do tipo condutiva, neurossensorial e mista assim como os casos onde mesmo com limiares normais existia a presença de componente condutivo evidenciado pelo GAP aéreo-ósseo. Para a análise foram considerados o número de orelhas e não de indivíduos, pois há casos de diferença quanto a resposta obtida em cada orelha. Os indivíduos foram divididos em 3 grupos, sendo o “G1” de 5 a 20 anos, o “G2” de 21 a 40 anos e o “G3” acima de 41 anos. Foram encontrados os 4 tipos de alteração somente na OI Tipo I, sendo a perda mista atingindo 17,3% das orelhas, seguida de 6,4% apenas com componente condutivo, 5,4% com perda neurossensorial e apenas 2% com perda condutiva. Na OI Tipo III não foi observada a presença de perda neurossensorial, porém houve 20% de orelhas com presença de componente condutivo, 16,7% tipo condutiva e 6,7% tipo mista. Na OI Tipo IV foram mais evidenciadas alterações do tipo condutiva 16,7%, seguida de presença de componente condutivo com 13% e, tipo neurossensorial com 3,7%. O Tipo V apresentou 25% de orelhas com perda mista e 16,7% de perda condutiva e neurossensorial. Quanto à idade, observou-se um padrão de aumento de orelhas alteradas conforme o aumento do grupo etário, exceto na OI Tipo I e IV, onde G1 estava com 7,9% e 18,5% de orelhas alteradas; G2 com 13,9% e 7,4% e; G3 com 9,4% e 7,4% respectivamente. Na OI Tipo III e V, observou-se esse aumento de comprometimento, sendo G1 com 20% e G2 com 23,3% na OI Tipo III e G2 com 25% e G3 com 33,3% na OI Tipo V respectivamente. Acima dos 41 anos não foram avaliadas orelhas da OI Tipo III e não houve presença de orelhas alteradas no G1 da OI Tipo V. Conclusões: Os achados corroboram que o comprometimento auditivo acentua com o avançar da idade. O monitoramento auditivo desta população pode auxiliar no diagnóstico precoce e encaminhamento para o tratamento da alteração com maior brevidade.
Palavras-chaves: osteogênese imperfeita, audição, perda auditiva.

* Otavio, A. C. da C., Teixeira, A. R., Machado, M. S., & Costa, S. S. da. (2019). Alteração auditiva em osteogênese imperfeita: revisão sistemática de literatura. Audiology - Communication Research, 24(0). doi:10.1590/2317-6431-2018-2048
* Pillion JP, Shapiro J. Audiological findings in osteogenesis imperfecta. J Am Acad Audiol. 2008;19(8):595-601. http://dx.doi.org/10.3766/jaaa.19.8.3 PMid:19323351.
* Pedersen U. Hearing loss in patients with osteogenesis imperfecta. A clinical and audiological study of 201 patients. Scand Audiol. 1984;13(2):67-74. http://dx.doi.org/10.3109/01050398409043042 PMid:6463554.
* Kuurila K, Grénman R, Johansson R, Kaitila I. Hearing loss in children with osteogenesis imperfect. Eur J Pediatr. 2000;159(7):515-9. http://dx.doi.org/10.1007/s004310051322 PMid:10923226.
* Swinnen FK, Coucke PJ, De Paepe AM, Symoens S, Malfait F, Gentile FV, Sangiorgi L, D’Eufemia P, Celli M, Garretsen TJ, Cremers CW, Dhooge IJ, De Leenheer EM. Osteogenesis imperfecta: the audiological phenotype lacks correlation with the genotype. Orphanet J Rare Dis. 2011;6(1):88. http://dx.doi.org/10.1186/1750-1172-6-88 PMid:22206639.
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RESULTADOS DA REAL EAR TO COUPLER DIFFERENCE EM FUNÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS DE ACOPLAMENTO E MODIFICAÇÕES ACÚSTICAS DOS MOLDES AURICULARES
Santana Junior, C. A. C. ; Lourençone, L. F. M. ; Campos, P. D. ; Blasca, W. Q. ;

A Real Ear to Coupler Difference (RECD) é definida como a diferença, entre o Nível de Pressão Sonora (NPS) medido no conduto auditivo externo (CAE) em relação ao NPS medido em um acoplador para o mesmo transdutor. Essa diferença encontrada é reflexo da interação de fatores específicos e individuais, como as propriedades de impedância do ouvido e das alterações advindas da instalação do molde auricular. Sendo assim, é importante considerar tais fatores por meio da RECD durante o processo de adaptação de AASI. O objetivo do presente estudo foi analisar o impacto dos resultados da mensuração da RECD considerando os tipos de acoplamento e diâmetro das ventilações Participaram do estudo 50 adultos matriculados na Clínica de Fonoaudiologia da FOB-USP, com diagnóstico de perda auditiva sensorioneural bilateral e indicação para uso do AASI, após avaliação e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa tanto da referida instituição proponente quanto da co participante, sob parecer: 4.821.106 e 5.040.409, subsequentemente. Primeiramente, foi realizada a seleção e indicação do AASI e do molde auricular, considerando as características audiológicas e individuais dos participantes. A posteriori, realizou-se a obtenção da Real Ear-to-Coupler Difference. A RECD foi medida considerando os diferentes tipos de acoplamento (acrílico e silicone), sendo observado que não houve diferença para essas variáveis. Para todos os tipos de moldes utilizados pelos participantes os valores da RECD foram positivos nas frequências altas, de 1000 a 6000Hz, já nas frequências baixas, de 250Hz e 500Hz, os valores RECD foram menores quando comparados com as outras frequências. A modificação acústica denominada ventilação que foi utilizada em 41% dos moldes da amostra, gera um valor RECD negativo nas frequências baixas de 250Hz e 500Hz, e quanto maior o tamanho da ventilação menor é o valor da RECD, mas, ainda, nas altas frequências, a partir de 1000Hz, os valores da RECD tiveram média com picos positivos, mesmo quando o molde auricular era do tipo aberto. Ou seja, não houve diferenças entre o tipo de acoplamento e o valor da RECD, contudo o contrário acontece com os diferentes diâmetros de ventilação, com forte influência principalmente nas frequências baixas. Este estudo demonstrou que existem diferenças nos valores da RECD conforme o diâmetro da ventilação. Não houve diferença de resultados quando os valores da RECD foram comparados entre os moldes em acrílico e silicone. Assim, a modificação acústica indica ser mais uma característica individual que altera o NPS no CAE, confirmando a importância da individualização do processo de adaptação de AASI por meio da RECD medida.

VAISBERG, J. M.; FOLKEARD, P.; PUMFORD, J.; NARTEN, P.; SCOLLIE, S. Evaluation of the repeatability and accuracy of the wideband real-ear-to-coupler difference. Journal of the American Academy of Audiology, 29(6), 520–532, 2018. https://doi.org/10.3766/jaaa.17007
MUNRO, K.J. Integrating the RECD into the hearing instrument fitting process. In host publication. 2004. https://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.490.7274&rep=rep1&type=pdf
KUK, F.; KEENAN, D.; LAU, C. C. Comparison of vent effects between a solid earmold and a hollow earmold. Journal of the American Academy of Audiology, 20(8), 480–491, 2009. https://doi.org/10.3766/jaaa.20.8.3
BAGATTO, M.P.; SCOLLIE, S.D.; SEEWAL, D. R.C.; MOODIE, K.S.; HOOVER, B.M. Real-ear-to-coupler difference predictions as a function of age for two coupling procedures. J Am Acad Audiol.13(8):407-15; 2002.
HOOVER, B. M.; STELMACHOWICZ, P. G.; LEWIS, D. E. Effect of Earmold Fit on Predicted Real Ear SPL. Ear & Hearing. 2000. https://doi.org/0196/0202/00/2104-0310/0
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Página(s): p.719
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RESULTADOS DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL DOS RECÉM-NASCIDOS COM TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
Silveira, M.R. ; Kocchann, D.S. ; Anschau, C.C. ; Saltiel, D.R.V. ; Antunes, L.P.M. ; Costa, L.R. ; Unchalo, A.L.S. ; Teixeira, A.R. ;

INTRODUÇÃO: A toxoplasmose congênita é causada pela transmissão do protozoário Toxoplasma gondii (T. gondii), da mãe para o feto. Quando a doença ocorre na gestação, o parasita atinge o feto por via transplacentária, considerando o risco de infecção materno-fetal diretamente proporcional à idade gestacional em que acontece a infecção. As crianças diagnosticadas com toxoplasmose podem apresentar manifestações clínicas no período neonatal, durante a infância, ou anos mais tarde. Quando não devidamente tratadas, esses casos costumam ter sequelas graves, como complicações neurológicas, oftalmológicas e surdez. Neste contexto, ressalta-se a importância da Triagem Auditiva Neonatal (TAN), visto ser uma ferramenta que possibilita identificar precocemente a perda auditiva nos recém-nascidos. OBJETIVO: O estudo tem por objetivo analisar os resultados da TAN dos neonatos, cujas mães foram diagnosticadas com toxoplasmose durante a gestação. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo retrospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição onde foi desenvolvida a pesquisa, sob número de protocolo 4.131.570. Foram analisados os dados relativos aos resultados da TAN dos neonatos expostos à toxoplasmose, nascidos entre o período de setembro de 2020 a dezembro de 2022 em um Hospital Universitário no sul do país. Com relação aos procedimentos realizados, todos os neonatos foram submetidos à TAN por meio da combinação do teste das emissões otoacústicas por estímulo transiente (EOAT) seguido do teste do potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático (PEATE-A), devido à presença de indicador de risco para a deficiência auditiva (IRDA). RESULTADOS: No período considerado, 6465 recém-nascidos foram triados. Destes, 72 (1,1%) tiveram confirmado o diagnóstico de toxoplasmose congênita, sendo 30 (41,7%) do sexo feminino e 42 (58,3%) do sexo masculino. Dentre os recém-nascidos com toxoplasmose congênita, 54 (75%) passaram nos testes e 18 (25%) falharam. Todos os neonatos que falharam foram encaminhados para reteste em 30 dias, sendo que cinco (27,8%) não compareceram. Dos 13 (72,2%) recém-nascidos que compareceram ao reteste, todos passaram. CONCLUSÃO: Na amostra pesquisada, a maior parte dos recém-nascidos avaliados passou na Triagem Auditiva Neonatal. Dentre os que falharam e compareceram para a etapa de reteste, todos apresentaram resposta bilateralmente, não havendo necessidade de encaminhamento para diagnóstico audiológico.

BICHARA, C. N. C. et al. Incidence of congenital toxoplasmosis in the city of Belém, state of Pará, northern Brazil, determined by a neonatal screening program: preliminary results. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 45, n. 1, p. 122–124, fev. 2012.

MITSUKA-BREGANÓ, R.; LOPES-MORI, F. M. R.; NAVARRO, I. T. Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita: vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas. Londrina: Eduel, 2010.

MOURA, I. P. DA S. et al. Conhecimento e comportamento preventivo de gestantes sobre Toxoplasmose no município de Imperatriz, Maranhão, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, n. 10, p. 3933–3946, out. 2019.

PASCHOAL, M. R.; CAVALCANTI, H. G.; FERREIRA, M. . F. Análise espacial e temporal da cobertura da triagem auditiva neonatal no Brasil (2008-2015). Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, n. 11, p. 3615–3624, nov. 2017.

TABILE, P. M. et al. Toxoplasmose Gestacional: uma revisão de literatura. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção, v. 5, n. 3, 26 nov. 2015.

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RESULTADOS TIMPANOMÉTRICOS EM UM GRUPO DE PACIENTES COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA: ANÁLISE DE ACORDO COM FAIXA ETÁRIA
ANTUNES, L. P. M. ; TEIXEIRA, A. R. ; COSTA, L. R. ; SILVEIRA, M. R. ; WEINGAERTNER, L. W. ; SANTOS, C. D. ; UNCHALO, A. L. S. ; FELIX, T. M. ;

INTRODUÇÃO: A OI é um comprometimento genético hereditário, caracterizado pela fragilidade dos
ossos, que originam fraturas, mesmo com ausência de traumas. Essa característica clássica se dá
em decorrência da produção do colágeno do tipo I estar prejudicada. Existe uma variação neste
comprometimento, uma vez que os danos podem ser na quantidade da produção do colágeno,
expressando os tipos mais leves de OI, ou na qualidade da produção, que revelam os tipos mais
graves da doença. A manifestação clínica da OI é bastante heterogênea, sendo que pacientes da
mesma família, com mutações em comum, podem apresentar diferentes morbidades, e dentre elas
estão as alterações auditivas. As alterações audiológicas em indivíduos adultos com OI são comuns
e progressivas, sendo comumente encontradas bilateralmente entre a segunda e terceira década de
vida. Costumam manifestar-se inicialmente como perda auditiva condutiva, progredindo mais tarde
para alterações auditivas mistas e finalizando na perda neurossensorial. OBJETIVO: comparar os
resultados dos valores de compliância de pacientes com diagnóstico de OI com relação ao tipo
clínico da doença. METODOLOGIA: Estudo observacional, com análise transversal, realizado em
ambulatório especializado de um hospital de referência no sul do país. A pesquisa foi composta por
indivíduos com diagnóstico prévio de OI, no período entre abril de 2019 e dezembro de 2022.
Participaram da amostra pacientes com diagnóstico clínico de OI dos tipos I, III, IV e V, de ambos os
sexos, sendo necessária idade mínima de cinco anos para participação da pesquisa. Indivíduos que
apresentaram curvas timpanométricas do tipo B e C foram excluídos da amostra. Todos os pacientes
incluídos foram avaliados por meio de imitanciometria, realizada com equipamento AT235h
(Interacoustics). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE
31006620200005327). RESULTADOS: A amostra foi composta por 105 pacientes, sendo 67 (63,8%)
do tipo I, 11 (10,5%) do tipo III, 22 (21%) do tipo IV e 5 (4,8%) do tipo V. 207 orelhas foram avaliadas,
e, quando separadas por tipo de OI, obteve-se os seguintes valores de compliância: no tipo I, o pico
de compliância variou entre 0,25mL e 2,93mL, com mediana de 0,80mL; no tipo III, variou entre
0,28mL e 1,31mL, com mediana de 0,40mL; no tipo IV, variou entre 0,32mL e 3,27mL, com mediana
de 0,63mL; no tipo V, variou entre 0,24mL e 0,97mL, com mediana de 0,47mL. Na análise estatística,
evidenciou-se diferença significativa entre os valores de compliância encontrados nos indivíduos do
tipo I quando comparado aos valores encontrados no tipo III (p=0,002). CONCLUSÃO: Consoante
aos achados da pesquisa, foi constatada diferença significativa nos valores de compliância no grupo
de pacientes com OI tipo I quando comparado aos pacientes do tipo III.

1. BRIZOLA, E. et al. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E PADRÃO DE FRATURAS NO MOMENTO DO
DIAGNÓSTICO DE OSTEOGÊNESE IMPERFEITA EM CRIANÇAS. Revista Paulista de Pediatria,
[s. l.], v. 35, n. 2, p. 171–177, 2017.

2. OTAVIO, A. C. da C. et al. Alteração auditiva em osteogênese imperfeita: revisão sistemática de
literatura. Audiology - Communication Research, [s. l.], v. 24, p. e2048, 2019.
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Página(s): p.1013
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REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA SOBRE O USO DO GERADOR DE SOM ASSOCIADO AO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL NO TRATAMENTO DO ZUMBIDO
Lopes, L. F. L. ; DIAS, F. A. M. ; Guimarães, R. M. F. ; DINIZ, M. L ; Castro, A. R. R. ; Batista, R. J. ;

DESCRITORES: Gerador de Som, Terapia Sonora, Tratamento do Zumbido, Aparelho de Amplificação Sonora Individual e TRT - Tinnitus Retraining Therapy
INTRODUÇÃO
O zumbido é definido na literatura, como um som percebido na orelha ou na cabeça, na ausência de uma fonte externa de estimulação sonora. Estudos demonstram que em aproximadamente 20% dos casos, o impacto do zumbido na qualidade de vida tem grau de incômodo moderado a severo. Por se tratar de um sintoma inespecífico, existem diversas possibilidades terapêuticas para o zumbido, como o tratamento medicamentoso, a terapia cognitiva comportamental (TCC) e a terapia sonora. Esta última consiste na estimulação sensorial constante da via auditiva por meio do enriquecimento sonoro na vida cotidiana do indivíduo, visando proporcionar o alívio da sensação de zumbido. Nela, utiliza-se um gerador de som neutro de fraca intensidade, com ou sem amplificação auditiva associada. Outra forma de empregar o gerador de som como forma de tratamento do zumbido, é a terapia de habituação desenvolvida com base no modelo neurofisiológico de Jastreboff, o Tinnitus Retraining Therapy (TRT), que engloba a terapia sonora e extensivo aconselhamento.

OBJETIVO
Levantar e revisar publicações na literatura sobre o uso do gerador de som associado ao uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) no tratamento do zumbido.

MÉTODOS
Foram analisados 11 artigos nacionais e internacionais publicados no período de 2010 a 2022 com descrição sobre zumbido e perda auditiva (PA), tipo e grau de PA, zumbido uni ou bilateral, tipo de aparelho de amplificação sonora individual (AASI), aconselhamento, tipo e intensidade do gerador de som, tempo de uso em horas/dia do gerador de som e o tempo de tratamento.

RESULTADOS
Observou-se que em 82% dos artigos pesquisados os pacientes apresentavam zumbido associado a algum grau de perda auditiva, corroborando os achados na literatura. Não houve consenso sobre o tipo de gerador de som utilizado, o que gera muitas dúvidas por parte dos profissionais que tratam o zumbido. Entretanto, o tipo de som mais utilizado foi o ruído branco. A literatura levanta a hipótese de que sons padronizados podem ser mais eficazes, em nível cortical, na supressão do zumbido. Em 55% dos artigos analisados, foi citado o uso do ruído de banda larga (como o ruído branco) nas pesquisas, comprovando a preferência desse tipo de ruído conforme descrito na literatura. Os demais estudos avaliados empregaram geradores com sons fractais e ruído zen (barulho de chuva ou de ondas do mar, por exemplo), que também apontaram melhora do zumbido com seu uso.

CONCLUSÃO
Verificou-se em todos os artigos, redução do incomodo causado pelo zumbido através do gerador de som associado ao uso de aparelho de amplificação sonora individual. Inferimos que, o enriquecimento sonoro, independentemente do tipo de ruído empregado, e em associação à amplificação auditiva adequada, traz benefícios aos indivíduos com queixa de zumbido.

1. Neves CZ, Rosito LPS, Santos JPNA, Teixeira AR. Autopercepção do zumbido: estudo pré e pós-adaptação de próteses auditivas. Audiol Commun Res. 2020 [2022];25: e2325. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2317-6431- 2020-2325.
2. Chamouton CS, Nakamura HY. Perfil e prevalência de pessoas com zumbido: inquérito em serviço de saúde. CoDAS. 2021 [2022]:33(6). Disponivel em: https://doi.org/10.1590/2317-1782/20202020293.
3. Matos IL, Rocha AV, Mondelli MFCG. Aplicabilidade da Orientação Fonoaudiológica Associada ao uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual na Redução do Zumbido. Audiol Commun Res. 2017 [2022];22. Disponível em: https://www.scielo.br/j/acr/a/xTyJ7jc9SDJGFGmWspkQhjm/?lang=pt.
4. Bertuol B, Araújo TM, Biaggio EPV. Treinamento auditivo: zumbido e habilidades auditivas em idosos com perda auditiva. Distúrb Comum. 2019 [2022];31(4): 538-548. Disponível em: http://dx.doi.org/10.23925/2176- 2724.2019v31i4p538-548.
5. Gos E, Sagan A, Skarzynski PH, Skarzynski H. Melhor medição da gravidade do zumbido: estudo da dimensionalidade e confiabilidade do Tinnitus Handicap Inventory. Journal Plos One. 2020 [2022];15(8):e0237778. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0237778.
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Página(s): p.953
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REVISÃO SISTEMÁTICA: APÊNDICE E FOSSETA PREAURICULAR SÃO OU NÃO SÃO FATORES DE RISCO PARA PERDA AUDITIVA?
Ledesma, A.L.L. ; Silva, I.M.C ;

Introdução: Apêndices e fossetas preauriculares são descritos como “indicadores de risco para deficiência auditiva” por diferentes autores e entidades. O Joint Committee on Infant Hearing os citou em seu documento de 2007, no entanto no documento de 2019 não há essa especificação. Em nota, acrescentou que essas anomalias isoladas parecem não apresentar maior risco para perda auditiva. No entanto, sugerem que mais pesquisas com maior evidência são indispensáveis para elucidar esse aspecto. Objetivo: Esta revisão independente investigou em estudos primários, sem restrições, evidências da associação entre apêndice e fosseta preauricular e alterações auditivas. Método: A busca foi realizada nas bases de dados eletrônicas PubMed e Lilacs e literatura cinzenta no Google Scholar (50 primeiros resultados) em janeiro/2023. Foi utilizada a seguinte estratégia de pesquisa: ‘Preauricular Tag OR Preauricular pit OR ear tag OR ear pit AND hearing’. A seleção dos estudos ocorreu em duas fases. Na primeira fase, foram analisados o título e o resumo, excluindo estudos que não relacionassem essas anomalias e audição. Os resumos que expuseram essa conexão ou com informações insuficientes passaram para a segunda fase, onde foi realizada a análise do texto completo. Cada fase foi realizada por dois revisores independentes. As inconsistências foram analisadas em consenso. Resultados: Passaram para segunda fase 23 artigos, 10 não foram analisados por não ser possível obter o texto completo, quatro foram excluídos por apresentarem objetivo incompatível com a presente revisão, sendo incluídos nove artigos. O índice de concordância entre os autores foi de 90%, sendo todos os conflitos resolvidos por consenso. A análise descritiva indicou que apenas dois estudos investigaram indivíduos com apêndice e/ou fosseta preauricular isolado, dois estudos apresentaram os dados da anomalia isolada associada com pacientes com outras anomalias, quatro artigos apresentaram dados de indivíduos com essas anomalias craniofaciais associada a Síndrome branquio-oto-renal (BOR) e um não descreveu esse dado. A amostra variou de 1 a 637 indivíduos, sendo a prevalência mais comum no sexo feminino em nove estudos e no sexo masculino em três estudos; um estudo não especificou o sexo dos participantes. Quanto à lateralidade, em três estudos foi predominante o lado esquerdo, em um o lado direito, em dois bilateral e três estudos não especificaram. Uma bateria audiológica foi utilizada em 6 estudos combinando de diferentes formas e para faixas etárias variadas, os exames: EOA, audiometria (comportamental, convencional e de altas frequências), timpanometria, PEATE e SN 10. Apenas 3 estudos utilizaram um exame isolado para avaliação auditiva: EOA (1) e audiometria (2). Os 2 estudos que avaliaram apêndice ou fosseta auricular como anomalia isolada não encontraram maior prevalência de perda auditiva nessa população. Os demais estudos relataram perda auditiva mista (2), mista em um lado e condutiva no outro (1) e em quatro estudos não foi possível concluir o tipo de perda auditiva. Conclusão: As evidências de que a presença de apêndice ou fosseta auricular está associada a perdas auditivas parecem estar vinculadas à presença de um quadro sindrômico. As anomalias isoladas parecem não aumentar o risco de perda auditiva.

1.Fırat Y, Şireci Ş, Yakıncı C, Akarçay M, Karakaş HM, Fırat AK, Kızılay A, Selimoğlu E. Isolated preauricular pits and tags: is it necessary to investigate renal abnormalities and hearing impairment?. European archives of oto-rhino-laryngology. 2008 Sep;265(9):1057-60.
2.Wu GT, Devine C, Xu A, Geelan-Hansen K, Anne S. Is routine audiometric testing necessary for children with isolated preauricular lesions?. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology. 2017 Feb 1;93:68-70.
3.Kugelman A, Hadad B, Ben‐David J, Podoshin L, Borochowitz Z, Bader D. Preauricular tags and pits in the newborn: the role of hearing tests. Acta Paediatrica. 1997 Feb;86(2):170-2.
4.Roth DA, Hildesheimer M, Bardenstein S, Goidel D, Reichman B, Maayan-Metzger A, Kuint J. Preauricular skin tags and ear pits are associated with permanent hearing impairment in newborns. Pediatrics. 2008 Oct;122(4):e884-90.
5.An SY, Choi HG, Lee JS, Kim JH, Yoo SW, Park B. Analysis of incidence and genetic predisposition of preauricular sinus. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology. 2014 Dec 1;78(12):2255-7.
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REVISÕES SISTEMÁTICAS EM AUDIOLOGIA: REVISÃO DE ESCOPO
Ribeiro, G.E. ; Pereira, E.B. ; Silva, D.P.C. ;

Introdução: Na Fonoaudiologia, a especialidade da Audiologia produz, diariamente, conhecimentos a respeito do sentido da audição e das doenças que a afetam, nos diferentes ciclos da vida, sendo uma área de pesquisa abrangente. Dessa forma, entender melhor a produção de revisões sistemáticas (RS), neste campo de atuação, contribuirá para o fortalecimento da especialidade baseada em evidências, comprovando a importância das ações por meio de publicações científicas. Objetivo: Descrever as características das RS publicadas, na especialidade da Audiologia, indexadas nas principais bases de dados da saúde. Metodologia: trata-se de uma revisão de escopo registrada na plataforma Open Science Framework (doi 10.17605/OSF.IO/F8N7Y). Foram pesquisadas as RS em Audiologia indexadas nas bases de dados Pubmed, Lilacs, Scopus e Web of Science, no período de 2019 a 2021. Os critérios de elegibilidade foram: artigos que se autodeclaram como RS, com ou sem metanálise, de todos os tipos (prevalência, associação, diagnóstico, intervenção, entre outras), que atendiam o guia de relato do PRISMA de uma RS. A seleção e os dados relacionados às características dos estudos foram realizadas por três revisores de forma independente. As características das RS foram analisadas considerando todos os estudos incluídos. Foram identificados 2064 artigos e 229 atingiram os critérios de elegibilidade na etapa de triagem, devido a esse grande número, um cálculo amostral foi realizado para identificar quantos artigos seriam necessários para serem representativos para seguir para a etapa da leitura dos textos na íntegra. O tamanho da amostra foi calculado na plataforma OpenEpi, intervalo de confiança de 95% e margem de erro de 5%. Com o número de 144 artigos a serem incluídos para a leitura na íntegra, um sistema de randomização, da mesma plataforma, foi usado para selecionar os estudos. Dois revisores, leram na íntegra os 144 estudos, em um processo duplo-cego, cujos conflitos foram resolvidos por uma reunião de consenso. Os artigos excluídos nesta etapa, foram substituídos pelo artigo com o número subsequente da seleção para manter o total indicado do cálculo da amostra (n=144). Foi realizada uma análise descritiva dos dados. Resultados: 31 países publicaram artigos na área de Audiologia e o Brasil foi o terceiro em número de publicações. Houve muitas discrepâncias no relato de RS em Audiologia. Alguns itens do PRISMA, como auto identificação como RS, descrição do objetivo e dos critérios de inclusão, especificação das bases de dados e descrição do processo de busca e seleção por meio de fluxograma foram relatados na maioria das RS. Outros itens tiveram cobertura menor, como a especificação da estrutura PICO, apresentação das estratégias de busca completas, menção das diretrizes de notificação, descrição dos critérios de exclusão, desempenho de uma avaliação de risco de viés e análise da qualidade da evidência, entre outros. Conclusão: Um grande número de RS em Audiologia foi publicado no período estudado. Destaca-se a necessidade de aprimorar o planejamento, a realização e o relato das RS em Audiologia para melhorar a qualidade dos artigos publicados.

- Moher, D.; Liberati, A.; Tetzlaff, J.; Altman, D.G. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: The PRISMA statement. BMJ 2009, 339.
- Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O'Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. PRISMA Extension for Scoping Reviews (PRISMAScR): Checklist and Explanation. Ann Intern Med. 2018;169:467–473.
- Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Tricco AC, Khalil, H. Chapter 11: Scoping Reviews (2020 version). In: Aromataris E, Munn Z (Editors). JBI Manual for Evidence Synthesis, JBI, 2020.
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RISCO, MEDO E HISTÓRICO DE QUEDAS EM ADULTOS E IDOSOS COM TONTURA CRÔNICA DE ORIGEM VESTIBULAR
OLIVEIRA, AMLR ; SCHARLACH, RC ; BARROS, ACMP ; LOPES, KC ; GANANÇA, FF ; BRANCO-BARREIRO, FCA ;

Introdução: O medo de cair é um problema comum de saúde pública, podendo levar à perda de confiança no equilíbrio corporal, redução das atividades físicas e sociais, depressão, perda da mobilidade, aumento do risco de quedas, fraqueza física e forte impacto negativo na saúde e qualidade de vida do idoso. Objetivo: Investigar risco, medo e histórico de quedas em adultos de meia idade e idosos com tontura crônica de origem vestibular, comparado a indivíduos sem queixa. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, transversal, prospectivo e descritivo, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade. Foram convidados a participar do Grupo Estudo indivíduos com idade acima de 40 anos, que estavam na lista para Reabilitação Vestibular do ambulatório de um hospital universitário, com diagnóstico clínico de tontura decorrente de doença vestibular, e deambulação independente. Foram excluídos indivíduos que passaram por reabilitação vestibular nos últimos seis meses, sem capacidade cognitiva, visual e/ou auditiva para responder aos instrumentos da pesquisa. Também foram convidados a participar acompanhantes de pacientes ou pacientes de outros ambulatórios do Departamento de Otorrinolaringologia, sem queixa prévia ou atual de vertigem e/ou desequilíbrio corporal para compor o Grupo Controle (GC). A amostra foi composta por 50 indivíduos de 45 a 84 anos, distribuídos em Grupo Estudo (GE) (n=30) e Grupo Controle (GC) (n=20). Os participantes foram submetidos aos seguintes instrumentos: Timed Up and Go Test (TUGT) para avaliação do risco de quedas, Falls Efficacy Scale International - Brasil (FES-I – Brasil) para avaliação do medo de quedas e escala ABC-16 (Activities-Specific Balance Confidence) para avaliação da confiança no equilíbrio, que está relacionada ao medo de cair. Além disso, os indivíduos também responderam uma anamnese sobre dados sociodemográficos, de saúde e com perguntas sobre histórico e medo de quedas. Foi realizada análise estatística descritiva e inferencial. Resultados: A maioria dos participantes eram do sexo feminino (70,0% no GE e 70,0% no GC). Os dois grupos foram formados por indivíduos entre 45 e 84 anos, sendo a média de idade de 65,37 anos para o GE e de 66,55 para o GC (p=0,703). O resultado médio do GE no TUG foi 10,41s e do GC 7,48s (p=0,003). A pontuação do GE na FES-I foi em média 35,33, enquanto a do GC foi 21,90 (p< 0,001). A pontuação do GE na Escala ABC foi em média 52,72, enquanto a do GC foi 89,14 (p< 0,001). No GE 23 (76,67%) e no GC 12 (60,0 %) participantes responderam afirmativamente para a pergunta “Tem medo de cair?”. Houve correlação positiva significante entre TUGT, FES-i, número de comorbidades, número de medicamentos, idade e número de quedas. Conclusões: Os participantes com tontura apresentaram mais medo e risco de quedas do que aqueles sem a queixa. Também apresentaram número superior de quedas no último ano, maior número de comorbidades associadas, e menor confiança no próprio equilíbrio em relação ao grupo sem tontura. Quanto mais medo de cair, maior o risco e o histórico de quedas, maior o número de comorbidades e de medicamentos utilizados.

Pena. S.B., Guimarães H.C.Q.C. P., Lopes J.L., Guandalini L.S., Taminato M., Barbora D.A., Barros A.L.B.L. Medo de cair e o risco de queda: revisão sistemática e metanálise. Revisão Sistemática • Acta Paul Enferm 32 (4) • Jul-Aug 2019
Thomazi A B. O., s Waholtz R.G.K.,Baldissera C.,Silva K. C. V., Filha V.A.V.S. Impacto da tontura na qualidade de vida de idosas ativas.Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v.5, n.1, p. 219-227 jan./feb. 2022
Birhanie, G., Melese, H., Solomon, G. et al. Fear of falling and associated factors among older people living in Bahir Dar City, Amhara, Ethiopia- a cross-sectional study. BMC Geriatr 21, 586 (2021)
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RUÍDO AMBIENTE E APRENDIZAGEM: UM DESAFIO NO ENSINO FUNDAMENTAL
Fontanela, V.R. ;

A escola é o local no qual a educação formal costuma acontecer e, na sala de aula, o principal instrumento do docente para a transmissão do conhecimento é a oralidade. Busca-se, por meio de pesquisas de diferentes abordagens, maximizar a aprendizagem dos estudantes brasileiros ante a resultados ruins em programas internacionais de avaliação dos estudantes. O objetivo da presente pesquisa foi confrontar os níveis de ruído em uma escola de Cascavel-PR com o recomendado na Norma Técnica concernente a conforto acústico em ambientes internos, uma vez que sabe-se que a exposição prolongada a ruídos muito altos provoca danos à audição, mas, mesmo que de forma intermitente, quando se necessita de concentração, barulho ambiente provoca irritabilidade, perda de foco, fadiga, dificuldade de percepção auditiva da fala, fatores que atrapalham muito a aprendizagem. É necessário lembrar que as condições adversas de poluição sonora que atrapalham alunos típicos são ainda mais incapacitantes para alunos neurodivergentes, como é o caso das pessoas com autismo, pois têm sensibilidade aumentada a estímulos sensoriais, podem sentir os ruídos altos como muito intensos e dolorosos, o que pode causar ansiedade, estresse e dificuldades para se concentrar. Além disso, as pessoas autistas podem ter dificuldade em filtrar e processar informações sensoriais, o que desencadeia crises de sobrecarga sensorial. A metodologia constituiu-se em, por meio do aplicativo para celular “Sound Meter Noise Detector”, realizar medições de níveis de ruído dentro de uma Escola de Ensino Fundamental com quinhentos e cinquenta três alunos matriculados no período vespertino, as três salas avaliadas eram do oitavo ano do Ensino Fundamental nas quais havia em média 35 alunos, bem como nos corredores e no pátio, na hora do intervalo. Os resultados mostraram medições muito acima da média recomendada. Ao mensurar-se o volume do som ambiente advindo da turma ao lado, obteve-se 80 decibéis. No pátio, durante o intervalo, e no momento que os alunos subiam as escadas para retornarem às suas salas, registrou-se 93 e 94 decibéis. 94 decibéis também foram medidos em diversos momentos dentro das salas de aula enquanto os alunos interagiam entre si. A poluição sonora é mais um empecilho ao sucesso escolar dos alunos, sobretudo aos neurodivergentes, há muito que se pode fazer para melhorar a situação encontrada. É necessário conscientizar e treinar discentes, docentes e funcionários da escola a respeito dos danos provocados pelo ruído excessivo para alterar a maneira como percebem e se relacionam com esse fenômeno. Promover medições frequentes, viabilizar instalação de isolamento acústico, estabelecer políticas de ruído, adaptar ambientes e áreas silenciosas são passos importantes para reverter esse quadro.
Palavras-chave: ruído ambiente, aprendizagem, neurodivergente

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152: Acústica — Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações. Rio de Janeiro, p. 9. 2017.

DREOSSI, Raquel Cecília Fischer; MOMENSOHN-SANTOS, Teresa. O ruído e sua interferência sobre estudantes em uma sala de aula: revisão de literatura. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, v. 17, p. 251-258, 2005.

FRANCO, Wislanildo O.; BAPTISTA, MLGP; BAPTISTA, LRPL. Ruído ambiental em ambientes de aprendizagem. In: VIII CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE ACÚSTICA. 1994. p. 01-09.
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SARS-COV-2, ASPECTOS COGNITIVOS E PROCESSAMENTO DO SINAL ACÚSTICO: UM ESTUDO ACERCA DE UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
MOREIRA, H. G. ; SOARES, L. S. ; TESSELE, D. R. ; MALAVOLTA, V. C. ; SANFINS, M. D. ; GARCIA, M. V. ;

Introdução: Os impactos advindos da COVID-19 já são evidentes, sendo observado que as infecções virais podem afetar os aspectos cognitivos e, desse modo, impactar negativamente nas habilidades do processamento auditivo central. Assim, torna-se necessário investigar estratégias de reabilitação, que sejam efetivas, não muito extensas, e que possam minimizar os impactos advindos de tal infecção, melhorando a qualidade de vida desses indivíduos. Objetivo: Analisar a eficácia de um plano de intervenção terapêutica, por meio de um programa de Treinamento Auditivo Cognitivo (TAC), já existente, adaptado para adultos, em sujeitos após um ano de infecção por COVID-19. Metodologia: Estudo de caráter simples cego, prospectivo, quantitativo e longitudinal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer 56038322.10000.5346. Para composição amostral, foram convidados sujeitos de ambos os sexos, com idades entre 18 a 59 anos(M-idade=35 anos), destros, falantes do portugues brasileiro, com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade (9 indivíduos) ou até perda auditiva leve (4 sujeitos) (OMS, 2020), que apresentassem integridade de orelha média, queixas relacionadas a compreensão de fala e/ou cognitivas, com diagnóstico de infecção por COVID-19, comprovada por meio do teste RT-PCR. Ainda, não poderiam apresentar alterações de fala, neurológicas, psiquiátricas, histórico de trauma craniano ou cerebral, bem como queixas de zumbido crônico. Desse modo, participaram do estudo 13 sujeitos, quatro do sexo masculino e nove do sexo feminino, sendo todos submetidos a um questionário semi-estruturado, meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria e medidas de imitância acústica. Posteriormente, como procedimentos de pesquisa, foi realizado o teste de Avaliação Neuropsicológica Breve-NEUPSILIN, dos quais considerou-se os escores totais para o Desenvolvimento Cognitivo Global (DCG), Atenção Total (AT) e Memória Total (MT), ao questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ) assim como o Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência, do qual considerou-se os valores de latência e amplitude da onda P3, todos aplicados pré e após dois meses de intervenção. Por fim, para análise estatística dos dados utilizou-se o teste correspondente (T ou Wilcoxon), adotando como nível de significância valores de 5%(p≤0,05). Resultados: Com a aplicação do protocolo, foi possível observar modificações positivas nos aspectos treinados, evidenciando melhoras nos escores totais do DCG (M-pré=176,46; M-pós=193,15;p-valor=0,151), nas habilidades de AT (M-pré=23,15; M-pós=24,85; p-valor=0,067) e de MT (M-pré=54,15; M-pós=55,69; p-valor=0,300), bem como na latência (M-pré=347,50; M-pós=335,91; p-valor=0,552) e amplitude (M-pré=4,89; M-pós=6,08; p-valor=0,882) do P3. Ainda, evidenciou-se diferenças estatisticamente significantes para o questionário SSQ (M-pré=5,36; M-pós=7,07; p-valor=0,001). Tais achados, demonstram que o TAC foi eficaz, respectivamente, na estimulação das habilidades cognitivas, assim como na capacidade neurobiológica da via auditiva, dos quais contribuíram para uma melhor autopercepção e desempenho no processamento do sinal acústico. Conclusão: O treinamento auditivo cognitivo demonstrou ser uma estratégia terapêutica eficaz em indivíduos após infecção por COVID-19.

MOREIRA, H. G et al. Treinamento cognitivo e auditivo acusticamente não controlado para população idosa: um estudo de caso. Audiol Commun Res., v.26, p. 1-9, 2021.

LIMA, B. S et al. Manifestações clínicas relacionadas ao sistema nervoso decorrentes da COVID-19: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 11, n. 5, p.1-15, 2022.

FRIZZO ACF, ADVÍNCULA KP. Potencias evocados auditivos de longa latência : conceitos e aplicações clínicas. In : Menezes, PL et al, org. Tratado de Eletrofisiologia para a Audiologia. Ribeirão Preto, São Paulo: Book Toy, 2018: 139-50.

BOBOSHKO, MY et al. The New Coronavirus Infection (COVID-19) and Hearing Function in Adults. J. Otorhinolaryngol. Hear. Balance Med. 2022, 3(2), 5.

PAYUS, A. O et al. SARS-CoV-2 infection of the nervous system: A review of the literature on neurological involvement in novel coronavirus disease-(COVID-19). Bosn J Basic Med Sci. 2020;20(3):283-292.
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Página(s): p.699
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SATISFAÇÃO COM O BARULHO DO TRÂNSITO NA VIZINHANÇA E PERDA AUDITIVA AUTORREFERIDA: ESTUDO MUS
Hillesheim, D. ; Figueiró, T.H. ; d´Orsi, E. ;

Introdução: O ruído do tráfego rodoviário é o segundo estressor ambiental mais prejudicial na Europa, atrás da poluição do ar. A falta de isolamento acústico dos motores e escapamentos, o atrito com o asfalto, a má conservação da pavimentação das vias públicas e as buzinas são fatores que podem influenciar na produção do ruído urbano. Pesquisa recente apontou que a exposição ao ruído do tráfego rodoviário superior a 70 dB pode causar danos ao sistema auditivo, mesmo após o ajuste para fatores de confusão. Compreender melhor este fenômeno no Brasil pode auxiliar no desenvolvimento e fortalecimento de programas que abordem os perigos do ruído à saúde e à audição. Objetivo: Estimar a associação entre satisfação com o barulho do trânsito na vizinhança e perda auditiva autorreferida em três cidades brasileiras. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado com dados do inquérito domiciliar da pesquisa multicêntrica Mobilidade Urbana Saudável (MUS) (2017-2018), realizada em Brasília, Florianópolis e Porto Alegre. A variável dependente deste estudo foi a perda auditiva autorreferida (não; sim) e a variável independente foi a satisfação com o barulho do trânsito na vizinhança, no formato de escala de satisfação (totalmente satisfeito; um pouco satisfeito; nem satisfeito nem insatisfeito; um pouco insatisfeito; totalmente insatisfeito). As análises foram ajustadas por sexo, idade, escolaridade e raça. Tanto para a análise bruta quanto para a ajustada, a odds ratio (OR) foi utilizada como medida de associação, estimada por meio da análise de Regressão Logística. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número do parecer: 1.831.179 e CAEE: 58214416.9.1001.0030. Todos os participantes da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) antes da coleta de dados. Resultados: Participaram do estudo 3.296 indivíduos, sendo a maioria do sexo feminino (66,6%) e da raça branca (57,8%). Observou-se maior proporção de pessoas com 12 anos ou mais de escolaridade (42,0%) e de 18 a 29 anos (19,5%). A perda auditiva foi referida por 21,1% da amostra e 40,6% estavam totalmente satisfeitos com o barulho do trânsito na vizinhança (percepção positiva). Na análise ajustada, pessoas totalmente insatisfeitas com o barulho do trânsito na vizinhança apresentaram 1,76 (IC95%: 1,37 – 2,26) vezes mais chance de referir perda auditiva, quando comparados aos indivíduos com percepção positiva, sendo essa diferença estatisticamente significante (p<0,001). Da mesma forma, pessoas que referiram não estarem satisfeitas nem insatisfeitas com o barulho no trânsito apresentaram 64% mais chance de referir perda auditiva (IC95%: 1,23 – 2,17). Conclusão: A satisfação com o barulho do trânsito na vizinhança está associada à perda auditiva autorreferida nas cidades de Brasília, Florianópolis e Porto Alegre. Pessoas totalmente insatisfeitas ou nem satisfeitas nem insatisfeitas com o barulho do trânsito apresentaram maior chance de referir perda auditiva.

Wang TC, Chang TY, Tyler RS, et al. Association between exposure to road traffic noise and hearing impairment: a case-control study. J Environ Health Sci Eng. 2021 Jul 20;19(2):1483-1489. doi: 10.1007/s40201-021-00704-y.

Lacerda, A, Figueiredo G, Neto JM, et al. Achados audiológicos e queixas relacionadas à audição dos motoristas de ônibus urbano. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia [online]. 2010, v. 15, n. 2, pp. 161-166. https://doi.org/10.1590/S1516-80342010000200003
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Página(s): p.686
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SAÚDE AUDITIVA DE NEONATOS ASSOCIADA A DOENÇAS INFECCIOSAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Morés, C. ; Besen, E. ; Paiva, K. M. ; Machado, M. J. ; Cigana, L. B. ; Haas, P. ;

Introdução: A perda auditiva na infância é considerada uma das doenças passíveis de triagem ao nascimento e o Brasil apresenta incidência de 30:10.000 nascidos vivos. Entre os indicadores de risco para deficiência auditiva estão as doenças infecciosas que, nos últimos anos apresentam importância na saúde na Atenção Primária. Objetivo: Verificar a associação de doenças infecciosas com a falha na Triagem Auditiva Neonatal (TAN) e ajuste a outras variáveis sociodemográficas passíveis de confundimento. Métodos: Estudo retrospectivo com neonatos que realizaram a TAN em maternidades públicas da grande Florianópolis-SC, período de janeiro de 2017 a dezembro de 2021, dados da Atenção Primária de Saúde da Rede Brasileira de Saúde Pública. Foram estimadas as odds ratio (OR) brutas e ajustadas no software MedCalc® v. 20.027. Realizou-se análise de regressão logística, cálculos de OR brutas, cálculo de OR de Cochran–Mantel–Haenszel e teste do qui-quadrado para estimar a associação entre sífilis congênita e falha na Triagem Auditiva Neonatal incluindo ou não as variáveis de confundimento. Resultados: Participaram 34.801 neonatos, sendo que 1,13% (392) falharam na TAN. Houve maior frequência de mães com idades entre 20 e 29 anos (53,18%) e doenças infecciosas estavam presentes em 956 neonatos (2,75%). The odds ratio for falhar no TAN in patients with congenital syphilis before adjustments was 4,50 (IC95%: 3,25-6,24) and after adjustment for ano de nascimento, age, internação em UTI e prematuridade was 4,73 (IC95%: 3,02-7,41) respectively. The Cochran–Mantel–Haenszel Odds Ratio remained increased after adjustments of the mesmas variaveis and was 4,39 (3,15-6,10), 4,17 (2,96-5,87), 4,59(3,31-6,37) and 4,73 (3,41-6,) respectively. Conclusão: Houve associação entre doenças infecciosas e falha na TAN. Destaca-se a importância da valorização e fortalecimento do pré-natal, triagem auditiva e puerpério e consequentemente prevenir e detectar essas duas condições em neonatos.

Palavras-chave: Audição. Doenças Transmissíveis. Indicador de risco. Políticas públicas. Triagem Neonatal.



1. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília, 2000. Disponível em: .
2. Paiva KM, Silveira DS, Besen E, Moreira E, Correa VP, Hillesheim D, Haas P. Perfil epidemiológico da sífilis materna e congênita em Florianópolis, 2016-2017. Brazilian Journal of Development. 2020;6:54750-54760.
3. Joint Committee On Infant Hearing. Position statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs, The Joint Committee on Infant Hearing. 2019;4(2)1-44.
4. Salata T, Ribeiro B, Muniz B, Antunes L, Rosas H, Marchiori E. Hearing disorders - findings on computed tomography and magnetic resonance imaging: pictorial essay. Radiologia Brasileira. 2019;52(1):54-59.
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SAÚDE AUDITIVA E HABILIDADES AUDITIVAS EM MÚSICOS PROFISSIONAIS NORMO-OUVINTES
Quental, S. L. M. ; Amaral, M. I. R. ; Coutu, C. M. ;

Introdução: A prática musical pode influenciar positivamente no desenvolvimento de habilidades auditivas específicas, devido ao estudo contínuo e avançado exigido. Por outro lado, pode ser considerada também como um fator de risco para o surgimento de sintomas auditivos, já que músicos estão frequentemente expostos a sons intensos. Objetivo: Investigar os efeitos da prática musical sobre o sistema auditivo periférico e central em músicos profissionais normo-ouvintes. Método: Trata-se de uma pesquisa de caráter quantitativo, aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa (CAAE 56932216.0.0000.5404). Foram avaliados 28 Músicos (Grupo GM) e 28 Não músicos (Grupo GNM). Os participantes do GM deveriam atuar profissionalmente como músicos instrumentistas e possuir formação técnica e/ou superior em Música, e os participantes do GNM não poderiam ter qualquer tipo de conhecimento formal sobre música ou instrumentos musicais. Como critérios de inclusão, foram considerados: idade entre 18 e 59 anos; falante nativo do português brasileiro; limiares auditivos de até 20dBNA nas frequências de 0.25 a 8kHz; condições normais de orelha média; e desempenho normal no Teste Dicótico de Dígitos, etapa de integração binaural. Como critérios de exclusão, foram considerados: síndromes e/ou patologias que podem comprometer fala e/ou audição; uso de medicamentos neurodepressores; histórico de otites recorrentes durante infância; sinais de alteração auditiva de origem retrococlear. Os grupos foram comparados quanto à ocorrência de sintomas auditivos, desempenho no Teste de Padrão de Frequência (TPF), Gaps in Noise Test (GIN), Masking Level Difference (MLD) e Hearing in Noise Test (HINT) – versão Português do Brasil. Os Músicos responderam a um questionário específico para caracterização e conhecimento de sintomas auditivos e/ou extra-auditivos associados à prática musical. Resultados: No GM, 17 participantes (60.7%) relataram algum sintoma auditivo, ainda que de frequência ocasional, em comparação a seis participantes (21.4%) do GNM. Dentre os sintomas relatados, o zumbido foi o de maior ocorrência, referido por sete músicos (25%) em comparação a um não músico (3.6%). Sintomas auditivos ou extra-auditivos associados à prática musical foram referidos por 15 participantes do GM (53.6%), especialmente o zumbido (oito participantes, 28.6%), e a maioria dos participantes deste grupo (82.1%) afirmou não realizar estratégias de proteção ao som intenso. Os participantes do GM apresentaram: melhor desempenho no TPF, observado pela homogeneidade dos resultados neste teste; melhor desempenho no GIN, com menores limiares (p-valor: 0.0433) e maiores porcentagens de acertos (p-valor: 0.0325); e melhor desempenho no MLD, com menor relação Sinal/Ruído na condição antifásica (p-valor: 0.0079). Os grupos mostraram-se semelhantes em relação ao desempenho no teste HINT. Conclusão: Foram observados efeitos negativos da prática musical na porção periférica e efeitos positivos na porção central do sistema auditivo.

Schmidt JH, Paarup HM, Bælum J. Tinnitus severity is related to the sound exposure of symphony orchestra musicians independently of hearing impairment. Ear Hear. 2018;20(20):1–10.
Boebinger D, Evans S, Rosen S, Lima CF, Manly T, Scott SK. Musicians and non-musicians are equally adept at perceiving masked speech. J Acoust Soc Am. 2015;137(1):378–87.
Muniz C, Amorim C, Felipe I, Dias R. Perfil audiométrico de músicos profissionais: Revisão sistemática. Rev Bras Promoç Saúde. 2018;31(1):1–8.
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Página(s): p.694
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SAÚDE AUDITIVA E VOCAL: ANÁLISE DE UM ESTUDO PROMOVIDO COM JOGADORES DE JOGOS ELETRÔNICOS
Reis, A.F.O ; Hillesheim, D ; Ghirardi, A.C.A.M ; Zucki, F. ;

Objetivo: Identificar os fatores associados a zumbido, percepção auditiva e risco de distúrbio vocal entre jogadores de jogos eletrônicos. Métodos: Estudo transversal realizado com jogadores de jogos eletrônicos por meio de questionários eletrônicos para coletar dados relacionados à saúde auditiva e vocal. Foram analisados três desfechos principais: zumbido; percepção auditiva (sensação da diminuição da audição) e risco de distúrbio de voz, mensurado pela Escala de Sintomas Vocais (ESV). As variáveis independentes referiram-se às características sociodemográficas, perfil dos jogadores e sinais e sintomas. Aplicaram-se os testes qui-quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher. Resultados: A amostra foi composta por 59 jogadores, sendo a maioria do gênero masculino (79,7%), com idade entre 18 e 24 anos (69,5%). Com relação aos desfechos, 27,6% apresentou zumbido, 57,6% risco de distúrbio vocal e 13,6% referiu sensação de diminuição da audição. Observou-se associação entre zumbido e cefaleia (p=0,024), zumbido e uso de smartphone (0,012), sensação de diminuição da audição e presença de ansiedade (p=0,049). O risco de distúrbio de voz associou-se ao maior tempo de horas jogadas por semana (p=0,020). Conclusão: as associações auditivas e vocais encontradas na amostra de jogadores de jogos eletrônicos indicam a necessidade de um olhar atento de fonoaudiólogos não apenas para o diagnóstico, mas para ações de promoção e prevenção à saúde dessa população.




André F, Broman N, Håkansson A, Claesdotter-Knutsson E. Gaming addiction, problematic gaming and engaged gaming: prevalence and associated characteristics. Addict Behav Rep. 2020;12:e100324. http://dx.doi.org/10.1016/j.abrep.2020.100324.
Iannace G, Ciaburro G, Trematerra A. Video games noise exposure in teenagers and young adults. Noise Vib Worldw. 2019;51(1-2):3-11. http://dx.doi.org/10.1177/0957456519889956.
Moreti F, Zambon F, Oliveira G, Behlau M. Cross-cultural adaptation, validation, and cutoff values of the Brazilian version of the Voice Symptom Scale-VoiSS. J Voice. 2014;28(4):458-68.
Nazneen S, Raza A, Khan S. Assessment of noise pollution and associated subjective health complaints and psychological symptoms: analysis through structure equation model. Environ Sci Pollut Res. 2020;27(17):21570-21580. https://doi.org/10.1007/s11356-020-08655-x.
Hasan Y. Violent video games increase voice stress: An experimental study. Psychol. 2017;6(1):74-81. https://doi.org/10.1037/ppm0000083.
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Página(s): p.785
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SAÚDE AUDITIVA NA ATUAÇÃO EM MUSICOTERAPIA
SILVA, F.P. ; SIMÕES, P.N. ; SILVA, L.R. ; FRANÇA, D.M.V.R. ;

INTRODUÇÃO: A Musicoterapia consiste na utilização da música e de seus elementos no contexto de tratamento, reabilitação ou prevenção de saúde e bem-estar, com indivíduos, grupos ou comunidades. Sendo a música essencial para sua realização, não é difícil supor que os instrumentos e os gêneros musicais presentes nesse cenário podem alcançar intensidades variadas e colocar em risco a saúde auditiva desta categoria profissional, quando há uma exposição prolongada a sons de forte intensidade. Assim como acontece com músicos, é possível que musicoterapeutas não tenham consciência dos potenciais riscos à saúde auditiva decorrentes de sua prática profissional. OBJETIVO: Investigar a autopercepção de musicoterapeutas em relação à saúde auditiva. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo exploratório, fundamentado na elaboração e aplicação de um questionário destinado ao levantamento de informações sobre a saúde auditiva de musicoterapeutas. O questionário, enviado e respondido por meio do Google Forms, contou com 19 questões que abordaram saúde geral, hábitos auditivos, rotina profissional e de lazer dos musicoterapeutas. A técnica escolhida para a constituição da amostra foi a denominada “bola de neve”: um grupo inicial de musicoterapeutas recebeu um convite, por meio das mídias sociais, com o link para participar do estudo e lhes foi solicitado que, ao final do preenchimento, compartilhassem o formulário com colegas de profissão. Foram critérios de inclusão: (1) musicoterapeuta atuante e (2) qualquer tempo de formação. RESULTADOS: Participaram do estudo 31 musicoterapeutas, sendo sete (22,6%) do sexo masculino e 21 (77,4) do sexo feminino. A média de idade dos participantes foi 41,71±11,16 anos e do tempo de atuação foi 11,47±7,8 anos. O local de atuação mais referido foi a clínica, seguido do consultório e de instituições de longa permanência para idosos (ILPI). Os instrumentos mais presentes no setting foram pandeiro, tambores, violão e xilofone. Os sintomas indicados pelos participantes (zumbido, tontura, dor de cabeça e desconforto a sons fortes) foram relacionados às variáveis idade, tempo de formação, quantidade de dias trabalhados por semana e horas trabalhadas por dia. O teste t de Student indicou diferença significativamente estatística quando a presença de zumbido foi relacionada ao tempo de atendimento semanal. 11 participantes (35,5%) informaram que sentem uma perda auditiva e que realizam exames periódicos e 15 participantes (45,1%) indicaram que saúde auditiva foi abordada durante a graduação. CONCLUSÃO: Os musicoterapeutas estão expostos ao risco de perda auditiva, tanto quanto os músicos, quando se trata de sons de forte intensidade e tempo de exposição. Os participantes não demonstraram ter consciência sobre os riscos auditivos profissionais e não adotam medidas preventivas de saúde auditiva, apesar do zumbido estar relacionado à quantidade de dias e horas trabalhadas por semana. Sugere-se que estudos futuros utilizem dosímetros para mensurar a exposição sonora dos musicoterapeutas em sua rotina de atendimento, e decibelímetros para determinar os níveis de pressão sonora do setting musicoterapêutico. Destaca-se a necessidade de promover ações educativas em saúde auditiva para conscientizar este grupo profissional sobre a importância de preservar a audição, assim como incentivar a discussão do tema em eventos científicos e publicações na área da Musicoterapia.

CHASIN, M. Sound levels for musical instruments. Hearing Review, 13, 3. 2006
DI STADIO, A. et al. Hearing loss, tinnitus, hyperacusis, and diplacusis in professional musicians: A systematic review. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 15, n. 10,2018
LÜDERS, D.; SIMÕES, P. N. AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE AUDITIVA PARA ESTUDANTES DE MÚSICA. Práticas educativas em saúde auditiva: Nos contextos educacional, ambiental e ocupacional, p. 13–25, 13 out. 2021.
VARDONIKOLAKI, A. et al. Audiological findings in professionals exposed to music and their relation with tinnitus. Progress in Brain Research, p. 327–353, 2021.
WORLD FEDERATION OF MUSIC THERAPY. What is music therapy? Disponível em:. Acesso em: 20 nov. 2022.
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Página(s): p.705
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SAÚDE AUDITIVA, ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA DE FUMICULTORAS EXPOSTAS A AGROTÓXICOS
Santos Filha, VAV ; Waholtz, RGK ; Baldissera, C ; Rodrigues, NGS ; Melo, EA ;

Introdução: A atividade na fumicultura e a exposição a agrotóxicos podem acarretar impactos auditivos, extra-auditivos e interferir na qualidade de vida (QV) dos produtores rurais de tabaco. A atuação da mulher no ambiente agrícola vem crescendo com apoio e complemento de subsistência econômica familiar. Os cuidados sobre os tais aspectos devem ser amplamente divulgados e instituídos por esta população com o intuito de prevenir impactos na saúde geral e, consequentemente, na qualidade de vida e bem-estar. Objetivo: Investigar a saúde auditiva, ergonomia e qualidade de vida de fumicultoras no âmbito de agricultura familiar expostas ao tabaco e ao agrotóxico. Metodologia: Estudo de caráter descritivo, analítico, transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob protocolo CAAE 87348618.3.0000.5346. Amostra por conveniência, constituída por 17 fumicultores, mulheres, com faixa etária de 21 a 57 anos. Todas responderam a um questionário, contemplando dados sociodemográficos, atuação laboral, além de questões de saúde auditiva/vestibular, e ergonomia, bem como submetidas a versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida (WHOQOL-bref), após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento. Resultados: A média de trabalho das fumicultoras foi de 25,97 anos, de cinco a seis horas/dia. Além do agrotóxico, estão expostas a temperatura extrema (82,35%) e a vibrações (41,18%). O efeito auditivo predominante foi o zumbido (47,05%), agudo (87,50%), bilateral (62,50%), do tipo chiado (50,00%), e, apesar de relatarem ouvirem bem (100%), acreditam não ser importante a avaliação da audição. A vertigem esteve presente em 60% da amostra, com duração de segundos a minutos, e fraqueza (58,82%), além de apresentarem hábitos ergonômicos inadequados, predominando a postura incorreta (88,24%) e movimentos repetitivos (88,24%). Os domínios físico (58,2 pontos) e psicológico (61,0 pontos) foram os mais comprometidos na avaliação da QV. Conclusão: A atividade laboral na fumicultura gera efeitos auditivo/vestibular e ergonômico, podendo influenciar na QV, principalmente nos domínios físico e psicológico. Ações de promoção em saúde são relevantes para conscientização e mudanças de hábitos inadequados da população em questão.

Descritores: Tabaco; Audição; Qualidade de vida.

Amaral FA, Freitas NAR, Boyco R, Mascarenhas LPG. Incidência de dores osteomusculares em fumicultores do município de Prudentópolis-PR. Rev Uningá, 2019; 56(4):23-28 Disponível em: Acesso em: 11 de ago de 2021.
França DMVR, et al. Estudo da perda auditiva e a sua relação com o trabalho em fumicultores expostos a agrotóxicos. Rev CEFAC, 2020; 22 (3): 1-10. Disponível em: . Acesso em: 10 de ago de 2021.
Schamne T, et al. Indícios da doença da folha verde do tabaco e avaliação da qualidade de vida de fumicultores no interior do Paraná. Brazilian Journal of Health Review, 2021; 4(2): 8042-55. Disponível em: Acesso em 11 de ago de 2021.
Sena TRR, Vargas MM, Oliveira CC. Saúde auditiva e qualidade de vida em trabalhadores expostos a agrotóxicos. Ciênc saúde coletiva, 2013 18 (6): 1753-61. Disponível em: . Acesso em 5 de ago de 2021.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1018
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SAÚDE MENTAL DE ADULTOS E IDOSOS USUÁRIOS DE APARELHO AUDITIVO DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
GUESSER, V. M. ; CIGANA, L. B. ; HAAS, P. ; PAIVA, K. M. ;

Introdução: A perda auditiva em adultos e idosos, compromete o processo de comunicação pela dificuldade na discriminação da fala e afeta negativamente a saúde mental pelo aumento nas chances de isolamento social. A reabilitação auditiva é um processo que exige criteriosa seleção dos aparelhos auditivos, com treinamento das habilidades auditivas e monitoramento, com orientações e esclarecimentos para proporcionar estratégias de comunicação e reinserir o usuário socialmente. Durante a pandemia da COVID-19, devido ao lockdown, os serviços de saúde auditiva não funcionaram, dificultando o acesso dos usuários de aparelho auditivo. Objetivo: Descrever aspectos de saúde mental de usuários de aparelhos auditivos de um serviço ambulatorial de saúde auditiva no contexto da pandemia da COVID-19. Metodologia: Estudo transversal envolvendo usuários adultos e idosos com consulta de monitoramento auditivo agendado no período inicial da pandemia da COVID-19, definido entre 19 de março a 30 de abril de 2020. O Instituto Otovida é o serviço ambulatorial de saúde auditiva (SASA) de referência para o estado de Santa Catarina e envolve ações de avaliação inicial, monitoramento em 30 dias após a adaptação dos aparelhos auditivos e acompanhamento do processo de reabilitação auditiva após um ano da adaptação inicial. No dia 19 de março de 2020 o governo de Santa Catarina instituiu o decreto 525, por meio do qual foram impostas medidas de isolamento social (lockdown) para enfrentamento da pandemia. O Instituto Otovida suspendeu os atendimentos em 19 de março de 2020, retomou os atendimentos com 50% da capacidade em 20 de abril de 2020 e com 100% da capacidade em 31 de agosto de 2020. Resultados: Observou-se que 67,7% dos usuários afirmam se comunicar com familiares por telefone semanalmente, 61,3% se sentem solitários, 54,0% tomam remédio para depressão, 72,0% tem presença de sintomas depressivos, 70,4% moram sozinhos, 60,0% tem boa qualidade de sono e 62,5% tomam remédio para dormir. Conclusão: A falta de assistência por parte do serviço de saúde durante a pandemia dificultou a resolução de problemas relacionados aos aparelhos auditivos aumentando as chances de descontinuidade no uso dos aparelhos auditivos e consequências da perda auditiva. Assim, aliada ao isolamento social devido à pandemia da COVID-19, a perda auditiva aumenta a possibilidade de transtornos mentais.


COSH, Suzanne; HELMER, Catherine; DELCOURT, Cecile; ROBINS, Tamara G; TULLY, Phillip J. Depression in elderly patients with hearing loss: current perspectives. Clinical Interventions In Aging, [S.L.], v. 14, p. 1471-1480, ago. 2019. Informa UK Limited. http://dx.doi.org/10.2147/cia.s195824. Disponível em: https://www.dovepress.com/depression-in-elderly-patients-with-hearing-loss-current-perspectives-peer-reviewed-fulltext-article-CIA. Acesso em: 29 maio 2022.

ELLIS, Sarah; ALI, Shirwa Sheik; AHMED, Waseem. A review of the impact of hearing interventions on social isolation and loneliness in older people with hearing loss. European Archives Of Oto-Rhino-Laryngology, [S.L.], v. 278, n. 12, p. 4653-4661, 7 maio 2021. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/s00405-021-06847-w. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s00405-021-06847-w. Acesso em: 09 set. 2022.

NAYLOR, Graham; BURKE, Louise A.; HOLMAN, Jack A.. Covid-19 Lockdown Affects Hearing Disability and Handicap in Diverse Ways: a rapid online survey study. Ear & Hearing, [S.L.], v. 41, n. 6, p. 1442-1449, 27 jul. 2020. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health). http://dx.doi.org/10.1097/aud.0000000000000948. Disponível em: https://journals.lww.com/ear-hearing/pages/articleviewer.aspx?year=2020&issue=11000&article=00003&type=Fulltext. Acesso em: 14 jul. 2022.

RIBEIRO, Elaine Rossi; PRADO, Maria Rosa Machado; MENDES, Juliana Ollé; GOMAR, Gabriella Giandotti; ROECKER, Ariel Luiz; GIANDOTTI, Luciana; RISSATO, Marielle Gomar de Rezende; MORAES, Susana de. As condições de saúde e qualidade de vida de indivíduos com déficit auditivo / Health conditions and quality of life of people with hearing loss. Brazilian Journal Of Health Review, [S.L.], v. 4, n. 2, p. 8898-8910, 19 abr. 2021. South Florida Publishing LLC. http://dx.doi.org/10.34119/bjhrv4n2-400. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/28508/22528. Acesso em: 10 jan. 2022.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.703
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SINTOMAS AUDITIVOS E NÃO AUDITIVOS DE TAXISTAS DAS PRINCIPAIS VIAS DE TRÂNSITO DE BELO HORIZONTE
Neves, P. R. ; Burle, N. L. O. ; Trindade, P. I. ; Garcia, V. S. ; Mancini, P. C. ;

Introdução: O trânsito das capitais está cada vez mais intenso e ruidoso devido ao crescimento do número de veículos. A exposição ao ruído pode prejudicar a audição e comprometer a atividade física, fisiológica e mental do indivíduo. Motoristas de táxi estão expostos ao ruído proveniente do trânsito, buzina, rádio, além do ruído do motor do próprio veículo.
Objetivo: Avaliar os sintomas auditivos e não auditivos de taxistas, bem como os níveis de ruído aos quais esses profissionais estão expostos.
Métodos: Trata-se de estudo observacional descritivo transversal realizado com 44 taxistas, que responderam a um questionário contendo questões relativas à saúde auditiva aprovado pelo Comitê de Ética sob número 09882812.6.0000.5149.
Resultados: Os níveis de ruído do tráfego foram medidos durante três turnos de trabalho, nas principais vias de Belo Horizonte. Os dados foram registrados em planilha do programa Excel e posteriormente realizada estatística descritiva. A média de idade foi de 49,7 anos e a média do tempo em que os participantes trabalhavam como taxistas foi de 14,2 anos. O ruído médio encontrado foi de 62,41 dB(A) pela manhã, 67,53 dB(A) à tarde e 66,46 dB(A) à noite, sendo que mais de 70% dos indivíduos relataram incômodo ao ruído do trânsito.
Conclusão: O nível de ruído ao qual os taxistas estão expostos não traz danos à sua audição, mas é considerado incomodativo para a jornada de trabalho desses profissionais. Foram observados sintomas auditivos como o zumbido e não auditivos como dores de cabeça, que podem estar associados à presença do ruído elevado durante a jornada de trabalho.

1) Bastos YGL, Andrade SM, Soares DA. Características dos acidentes de trânsito e das vítimas atendidas em serviço pré-hospitalar em cidade do sul do Brasil, 1997/2000. Cad. Saúde Pública. 2005; 21(3):815-22.
2) Denatran. Estatística: frota de veículos.Brasilia: Departamento Nacional de Trânsito. 2011. Disponível em : http://www.denatran.gov.br/frota.htm
3) Melo RA, Pimentel RL, Silva WM, Lacerda DM. Previsão do nível de ruído gerado pelo tráfego de veículos na cidade de João Pessoa, Brasil. XVI PANAM. 2010, Lisboa, Portugal. João Pessoa, 2010
4) Freitas, RGF, Nakamura HY. Perda Auditiva Induzida por Ruído em Motoristas de Ônibus com Motor Dianteiro. Saúde Rev. Piracicaba. 2004; 5(10):13-19.
5) Calixto, W.P. Poluição Sonora. [Monografia]. Goiânia (GO): Universidade Católica de Goiás; 2004.
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Página(s): p.881
ISSN 1983-1793X
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SINTOMAS OTONEUROLÓGICOS NA DOENÇA FALCIFORME
Conceição, G. S. ; Cruz, A. V. S. ; Rissatto-Lago, M. R. ;

Introdução: A doença falciforme (DF) é manifestada clinicamente através de episódios de vaso-oclusão que podem afetar todos os sistemas e órgãos do corpo humano. Os processos de vaso-oclusão podem culminar na isquemia da estria vascular e hipóxia nas estruturas auditivas periféricas e centrais. Desta forma, os pacientes com DF podem apresentar sinais e sintomas otoneurológicos (diminuição da audição, vertigem e zumbido) decorrente da fisiopatologia da doença. Há uma escassez na literatura de informações sobre a associação dos sintomas otoneurológicos com os genótipos, na DF considerando aspectos como genótipos, parâmetros de gravidade da DF e os tratamentos utilizados pelas crianças e adultos acometidos com a DF. Objetivo: Investigar a ocorrência de sintomas otoneurológicos em crianças e adultos com doença falciforme. Metodologia: Estudo observacional, transversal e analítico. Amostra constituída por 44 participantes com DF e 53 participantes saudáveis, faixa etária entre 7 e 49 anos e de ambos os sexos. Os dados foram coletados por intermédio uma entrevista estruturada e elaborada pelos pesquisadores, contendo informações referentes a dados sociodemográficos, dados clínicos de saúde geral, e para participantes com DF, dados referentes ao genótipo, idade do diagnóstico, crises vaso-oclusivas e tratamento utilizado para a DF, além de dados audiológicos relacionados as manifestações otoneurológicas (diminuição da audição, presença de zumbido, tempo de ocorrência, tipo do zumbido e pitch do zumbido, presença de vertigem, tempo de ocorrência e sintomas neurovegetativos associados. Realizada análise estatística dos dados, variáveis categorias foram expressas em valores relativos e absolutos e variáveis numéricas em média e desvio padrão ou mediana e intervalo interquartil, utilizado os testes Qui-quadrado e teste T de Student para associação das variáveis. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição parecer nº 3.194.367 e parecer 2 n º 4.375.307. Resultados: Participantes com DF apresentaram elevada ocorrência de diminuição da audição (38,6%), zumbido (52,3%) e vertigem (43,2%). Na comparação entre frequência de sintomas otoneurológicos em subgrupos de adultos e crianças, tanto adultos e crianças com DF apresentaram maior ocorrência de sintomas na comparação com o grupo saudável. Não foram encontradas associação entre os sintomas otoneurológicos (diminuição da audição, vertigem e zumbido) e os genótipos, parâmetros de gravidade e tratamentos utilizados na DF. Conclusão: Há maior ocorrência dos sintomas otoneurológicos em pacientes com DF em comparação com sujeitos saudáveis. Entretanto, não foi encontrado associação dos sintomas otoneurológicos com os parâmetros de gravidade da DF ou tratamento como uso de HU.

ADERIBIGBE, Ademola; OLOGE, Foluwasayo E.; OYEJOLA, Benjamin A. Hearing thresholds in sickle cell anemia patients: emerging new trends?.Journal of the National Medical Association, v. 97, n. 8, p. 1135, 2005.

ONAKOYA, P. A.; NWAORGU, O. G.; SHOKUNBI, W. A. Sensorineural hearing loss in adults with sickle cell anaemia. African journal of medicine and medical sciences, v. 31, n. 1, p. 21-24, 2002.

RISSATTO-LAGO, Mara Renata et al. Association between endothelial dysfunction and otoneurological symptoms in children with sickle cell disease. Hematology, v. 22, n. 5, p. 299-303, 2017.

RISSATTO - LAGO, M. R. et al. Hidden hearing loss in children and adolescents with sickle cell anemia. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, v. 116, n. August 2018, p. 186–191, 2019.

TAIPALE, Anni et al. Hearing loss in A ngolan children with sickle‐cell disease. Pediatrics International, v. 54, n. 6, p. 854-857, 2012.
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Página(s): p.700
ISSN 1983-1793X
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SURDEZ GENÉTICA ASSOCIADA A CONEXINA 26 – RELATO DE CASO.
Cunha, P.C.M. ; Santos, K.T.P. ; Duarte, P.L.S. ;

INTRODUÇÃO: A Perda Auditiva (P.A.) pode ser causada tanto por fatores ambientais como fatores genéticos. A surdez genética, possibilita diagnósticos cada vez mais amplos, onde pacientes com causa indefinida de P.A. podem apresentar alterações determinantes de sua patologia. A literatura refere que a hereditariedade é fator responsável por grande parte das P.A. bilaterais severas e/ou profundas. As desordens genéticas que provocam P.A. podem apresentar-se associadas a anomalias de outros órgãos (P.A Sindrômica) ou de forma isolada (Não Sindrômica). Podem ser congênitas, quando sintomática desde o nascimento, ou tardia, quando manifestada em qualquer idade após o nascimento. A P.A genética não-sindrômica é classificada em autossômica dominante, autossômica recessiva, ligada ao cromossomo X ou de herança mitocondrial. Na transmissão de uma P.A. hereditária dominante, um dos pais geralmente é afetado, transmitindo a anormalidade para cerca de 50% de seus filhos. Existem mais de 100 genes descritos como local de alteração causadora da P.A. Geralmente esses genes são responsáveis por permitir a formação de proteínas ou outras moléculas estruturais ou funcionalmente importantes para o processamento e transmissão dos sons. A classificação da P.A. neurossensorial hereditária é baseada tanto em características genéticas, etiológicas, como histopatológicas. OBJETIVO: Diante do exposto, este estudo teve como objetivo efetuar uma pesquisa sobre surdez genética associada a mutação do gene que codifica a Conexina 26. MÉTODO: Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (nº 4.969.297). Trata-se do relato de caso do estudo de uma Família com diagnóstico de Surdez Genética. Os participantes pertencem a uma mesma família constituída de 14 pessoas. Dentre estes, 8 apresentaram P.A. Alguns participantes foram submetidos a avaliações, por meio da propedêutica genético-clínica. Após estas avaliações, realizou-se a Avaliação Audiológica (Audiometria Tonal e Vocal, Timpanometria e Pesquisa do Reflexo Acústico de todos os participantes. RESULTADOS: Os estudos genéticos revelaram duas alterações genéticas associadas a Conexina 26 (ACTG1 - K118 M/N e GJB2 - K168R/N - K118M no Gene AACTG1), a primeira no estudo da segunda geração e a segunda no estudo da terceira geração. Dos 14 indivíduos avaliados, 8 apresentaram algum grau de P.A Neurossensorial, sendo 5 do sexo feminino e 3 do sexo masculino. A idade dos indivíduos avaliados variou de 31 e 83 anos de idade, onde o surgimento das queixas variaram entre os 20 a 30 anos de idade. Dos 8 sujeitos com P.A, 2 apresentaram P.A neurossensorial de grau severo bilateral e 6 apresentaram P.A. neurossensorial de grau profundo bilateral. CONCLUSÃO: O estudo genético e as avaliações auditivas realizadas neste estudo, permitiram concluir que a família estudada representa um exemplo clássico de P.A hereditária autossômica não-sindrômica dominante. O estudo genético que revelou duas alterações associadas a Conexina 26 (ACTG1 e GJB2), evidenciou através das avaliações audiológicas o fato de que este tipo de P.A, são na maioria dos casos do tipo neurossensorial bilateral, comprovando que genes anômalos, muitas vezes são os responsáveis pelas alterações estruturais ou fisiopatológicas comprovando um comprometimento das células ciliadas internas bilateral.

1. Nance WE. The Genetics of Deafness. Ment Retard Dev Disabil Res Rev 2019;9: 109–19.

2. Quaranta N, Coppola F, Casulli M, et al. Epidemiology of age related hearing loss: A Review. Hearing Balance Commun, 2017;13:77–81.

3. Bormio, LMG; El Hassan, S; Ribeiro, LA. Surdez Genética pela mutação genética pela mutação da Conexina 26: Uma Revisão de Literatura. Revista Corpus Hippocraticum, v. 1, n. 1, 2021.

4. Silva, JS. Estudos genético-moleculares em surdez não sindrômica e sindrômica, 2017.
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Página(s): p.810
ISSN 1983-1793X
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TELECONSULTA PARA O ACOMPANHAMENTO DE USUÁRIOS DE APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL: ESTUDO DESCRITIVO
Salgueiro, A. C. ; Ferrari, D. V. ; Bucuvic, E. C. ; Castequini, E. A. T. ; Zambonato, T. C. F. ; Oliveira, J. R. M. ; Campos, P. D. ; Angelo, T. C. S. ;

Introdução: A consulta de acompanhamento nas primeiras semanas após a adaptação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI), recomendada nas diretrizes de boas práticas nacionais e internacionais, permite, dentre outras, que o fonoaudiólogo conheça a experiência do usuário com o uso da amplificação e solucione potenciais problemas e dificuldades. A oferta destas consultas presenciais pelos serviços públicos de reabilitação auditiva, em um intervalo de tempo apropriado, é dificultada por fatores geográficos, econômicos e de estruturação da rede de cuidados à pessoa com deficiência auditiva. Desta forma, as consultas realizadas a distância (teleconsultas) podem ser uma alternativa viável. Objetivos: Descrever os resultados obtidos com as teleconsultas de acompanhamento para a resolução de problemas reportados por usuários de AASI. Metodologia: Estudo descritivo e retrospectivo (aprovação CEP n° 5.682.625) com análise de banco de dados. Um total de 239 teleconsultas síncronas (Google Meet), realizadas por um único fonoaudiólogo, obedeceram aos critérios de inclusão. Os participantes (média de idade: 60,6±22,3 anos; 54,8% mulheres) possuíam majoritariamente nível socioeconômico baixo superior e perda auditiva sensorioneural de grau moderado e simétrica, sendo novos usuários de AASI do tipo retroauricular com molde (63,18%), tubo fino (12,13%), receptor no canal (1,26%), intracanal (17,57%) e microcanal (5,86%). Estes indivíduos foram solicitados a relatar potenciais problemas com o uso do AASI e, em seguida, orientações e demonstrações foram realizadas pelo profissional, com vista a solucioná-los. A infraestrutura disponível não permitiu a realização de ajustes remotos da programação do AASI. O benefício com o uso do AASI foi avaliado por meio da aplicação do questionário International Outcome Inventory for Hearing Aids (IOI-HA). Resultados: Os acompanhantes estiveram presentes em 58,5% das teleconsultas, sobretudo para auxiliar o participante no manejo dos recursos tecnológicos (exemplo: smartphone, plataforma Google Meet) e manipulação do AASI. A maioria (64,4%) dos participantes relatou usar o AASI por mais de 8 horas diárias. Do total de participantes, 56 (24%) não apresentaram problemas e 183 (76%) reportaram problemas, sendo os mais frequentes: (a) compreensão da fala (62,29%), sobretudo quando o falante usava máscara; (b) acoplamento do AASI a orelha (36,61), principalmente com o molde auricular; (c) sensação de intensidade (32,78%), destacando-se amplificação fraca; funcionamento do AASI (16,93%) e microfonia (13,66%). Destes 183 indivíduos, 42 (23%) tiveram suas queixas resolvidas via teleconsulta e 141 (77%) necessitaram de consultas presenciais. A pontuação total média do IOI-HA foi alta tanto para os usuários que não reportaram (33,90 ± 1,16) como para os que reportaram problemas (32,36±2,40) indicando benefícios com AASI. Conclusão: O acompanhamento via teleconsulta foi realizado com sucesso para 41% do total dos participantes. A taxa de resolução de problemas com o AASI ainda é relativamente baixa (41%) podendo ser incrementada com a inclusão de possibilidade de ajustes remotos na programação do dispositivo, assim como via fornecimento de programas voltados ao gerenciamento da comunicação.

Campos PD, Ferrari DV. Orientação de uso e cuidados com o aparelho de amplificação sonora individual via teleconsulta. Anais. Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, 2011. Disponível em: https://repositorio.usp.br/item/002206285

Campos PD, Ferrari DV. Telessaúde: avaliação da eficácia da teleconsulta na programação e adaptação de aparelho de amplificação sonora individual. J Soc Bras Fonoaudiol. 2012;24(4):301-308. DOI:10.1590/S2179-64912012000400003

Conselho Federal de Fonoaudiologia. Resolução CFFa nº 580, de 20 de agosto de 2020. Dispõe sobre a regulamentação da Telefonoaudiologia e dá outras providências. Disponível em: https://www.fonoaudiologia.org.br/resolucoes/resolucoes_html/CFFa_N_580_20.htm

Lopes AC, Barreira-Nielsen C, Ferrari DV, Campos PD, Ramos SM. Diretrizes de boas práticas em telefonoaudiologia. Bauru : Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de São Paulo; Brasília : Conselho Federal de Fonoaudiologia, 2020. Disponível em: https://www.fonoaudiologia.org.br/wp-content/uploads/2020/09/CFFa_Diretrizes_Boas_Praticas_Em_Telefonoaudiologia_VOL1_2020-1.pdfs_Em_Telefonoaudiologia_VOL1_2020-1.pdf

Tao KFM, Moreira T de C, Jayakody DMP, et al. Teleaudiology hearing aid fitting follow-up consultations for adults: single blinded crossover randomised control trial and cohort studies. International Journal of Audiology. 2020;60(sup1):S49-S60. doi:10.1080/14992027.2020.1805804
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Página(s): p.993
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TEMPO REFERIDO DE PRIVAÇÃO AUDITIVA EM IDOSOS QUE INGRESSAM NO SERVIÇO DE SAÚDE AUDITIVA DO SUS
Cigana, L. B. ; Guesser, V. M. ; Morés, C. ; Paiva, K. M. ; Quialheiro, A. ; Haas, P. ;

Introdução: O declínio da função auditiva pode induzir na diminuição da habilidade de compreender a fala resultando no comprometimento da comunicação e interferir no âmbito social, físico, psicoemocional e econômico. O Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) tornou-se um recurso essencial para amplificar os sons ambientais e de fala e minimizar as consequências da perda auditiva, com melhora na qualidade de vida. Objetivo: Classificar o tempo de privação auditiva de usuários idosos que ingressaram para avaliação inicial no Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva de acordo com o sexo. Metodologia: Estudo transversal realizado em um Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva de caráter público, referência no estado de Santa Catarina (SC), com usuários com idade ≧ 60 anos, que realizaram avaliação inicial no período de janeiro a abril de 2018. A coleta de dados foi realizada no período de julho a agosto de 2022, e os dados foram provenientes do banco de dados do Sistema de Saúde Auditiva (AVOS) do SUS do estado de SC no Instituto Otovida, serviço que recebe demandas da atenção primária e especializado no diagnóstico e reabilitação auditiva, contemplando o atendimento de usuários em todos os ciclos de vida. Resultados: Foram coletados dados de 218 idosos no período definido. Observou-se maior prevalência de tempo referido de privação auditiva entre 3 a 5 anos (33,9%) e 12 anos ou mais (31,2%) na população geral. Quando categorizados por sexo (homens e mulheres), observou-se que 14 (50,0% e 50,0%) tiveram 2 anos de privação auditiva; 74 (47,3% e 52,7%) tiveram de 3 a 5 anos; 35 (40,0% e 60,0%) tiveram de 6 a 8 anos; 27 (62,9% e 37,1%) tiveram de 9 a 11 anos e 68 (58,8% e 41,2%) tiveram de 12 anos ou mais. Não houve diferença estatisticamente significativa entre homens e mulheres quanto ao tempo de privação auditiva. Conclusão: Os resultados evidenciam elevado tempo de privação auditiva na população avaliada, alertando para a necessidade da ampliação do diagnóstico precoce no atendimento da população do serviço público, destacando que a proporção de homens com maior tempo de privação auditiva é maior quando comparado às mulheres.

REFERÊNCIAS:
JOHNSON, Jeremy C s; MARSHALL, Charles R; WEIL, Rimona s; BAMIOU, Doris-Eva; HARDY, Chris J D; WARREN, Jason D. Hearing and dementia: from ears to brain. Brain, [S.L.], v. 144, n. 2, p. 391-401, 22 dez. 2020. Oxford University Press (OUP). http://dx.doi.org/10.1093/brain/awaa429.

ECKERT, Mark A.; HARRIS, Kelly C.; LANG, Hainan; LEWIS, Morag A.; SCHMIEDT, Richard A.; SCHULTE, Bradley A.; STEEL, Karen P.; VADEN, Kenneth I.; DUBNO, Judy R.. Translational and interdisciplinary insights into presbyacusis: a multidimensional disease. Hearing Research, [S.L.], v. 402, p. 108109, mar. 2021. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.heares.2020.108109.

CASTRO, Marcia C; MASSUDA, Adriano; ALMEIDA, Gisele; MENEZES-FILHO, Naercio Aquino; ANDRADE, Monica Viegas; NORONHA, Kenya Valéria Micaela de Souza; ROCHA, Rudi; MACINKO, James; HONE, Thomas; TASCA, Renato. Brazil's unified health system: the first 30 years and prospects for the future. The Lancet, [S.L.], v. 394, n. 10195, p. 345-356, jul. 2019. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/s0140-6736(19)31243-7.

SANTA CATARINA. Jaqueline Reginatto. Secretaria de Estado da Saúde. Diretrizes de Atenção à Saúde Auditiva na Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência em Santa Catarina. 2021. Disponível em: https://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/informacoes-gerais/media-e-alta-complexidade/servico-de-saude-auditiva/11623-diretrizes-estaduais-saude-auditiva. Acesso em: 26 jul. 2022.
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Página(s): p.752
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TESTE DE HABILIDADE AUDITIVA DE ATENÇÃO SUSTENTADA COMO PARÂMETRO DE EVOLUÇÃO PÓS ESTIMULAÇÃO AUDITIVA EM ESCOLARES
ALMEIDA, A.S. ; MAGALHÃES, H.M. ; COSTA, M.B.A. ; SOUZA, L.K.C. ; SOUZA, B.C. ; SILVA, I.M.C. ;

Introdução - A habilidade de atenção auditiva seletiva é um processo cognitivo que permite o ouvinte focar seletivamente no estímulo de interesse, enquanto ignora um estímulo irrelevante competindo, assim o ouvinte conscientemente seleciona a qual estímulo ele prestará atenção e processará sua resposta. Já a atenção auditiva sustentada é a habilidade de manter a vigilância durante um determinado tempo. É imprescindível para a manutenção de um desempenho contínuo em tarefas de aprendizagem que envolvem escuta por um tempo determinado. Objetivo -Este trabalho teve como objetivo comparar o desempenho no Teste de Habilidade de Atenção auditiva Sustentada (THAAS) de crianças em fase de alfabetização antes e após serem submetidas a atividades de estimação auditiva em grupo. Metodologia - O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob pareceres de números 2.406.617 e 2.109.866. A amostra foi constituída por alunos do 1º ano de uma escola localizada no Distrito Federal. Após a assinatura do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido, os escolares foram avaliados através do THAAS. Em seguida, foram submetidos a oito sessões de estimulação auditiva (duas sessões por semana) com aumento gradativo de dificuldade, iniciando pelo nível básico, em seguida intermediário e por último, o nível avançado. Ao término da estimulação, os escolares foram reavaliados com o mesmo teste. Resultados - Participaram 34 escolares, sendo 22 (64,7%) do sexo feminino (F) e 12 (35,2%) do sexo masculino (M), com 6 anos de idade. Os dados da avaliação inicial foram calculados de acordo com a média das respostas de cada sexo na 1ª apresentação (F=14,22; M=16,16), 6ª apresentação (F=11,86; M=10,66), erros de desatenção (F=48,68; M=41,66), erros por impulsividade (F=11,90; M=11,5) e pontuação total (F=60,59; M=53,1). Na avaliação final foi novamente calculada a média de desempenho na 1ª apresentação (F=16,72; M=18), 6ª apresentação (F=11,86; M=10,66), erros por desatenção (F=33; M=24,41), erros por impulsividade (F=6,45; M=5,75) e a média na pontuação total (F=36,45; M=30,16). Também foi calculada a média inicial (F=2,54 M=5,5) e final do decréscimo de vigilância (F=3,40; M=2,83). Assim, a análise dos dados demonstrou diferença significativa entre o desempenho do THAAS antes e após a estimulação auditiva. Através de um estudo foi possível verificar a média por sexo e faixa etária equivalente para os erros de desatenção (F=28,7; M=25,6), impulsividade (F=8,0; M=5,9) e pontuação total (F=36,7; M=31,5). Desta forma, é possível observar que apesar do aumento de desempenho dos escolares na 1ª e 6ª apresentação e diminuição de erros por desatenção, impulsividade e pontuação total, foi possível atingir o padrão de normalidade para todas as medidas, exceto na impulsividade das meninas, visto que a média delas foi de 6,45, no presente estudo, e a média esperada para a idade é de 8,0. Conclusão - Os dados coletados durante o estudo indicam efetividade da estimulação auditiva na melhora da habilidade de atenção sustentada, tão relevante para o processo de aprendizagem. Houve redução dos erros de desatenção, impulsividade, melhora no desempenho geral e redução do efeito decréscimo de vigilância.

Lemos, Isabel Cristina Cavalcanti e Feniman, Mariza Ribeiro. Teste de Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada (THAAS) em crianças de sete anos com fissura labiopalatina. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology [online]. 2010, v. 76, n. 2 [Acessado 15 Janeiro 2023], pp. 199-205. Disponível em: . Epub 31 Maio 2010. ISSN 1808-8686. https://doi.org/10.1590/S1808-86942010000200009.

PICOLINI, Mirela; STIVANIN, Damiane; SAMPAIO, Ariane; SALVADOR, Karina; LAURIS, José; FENIMAN, Mariza. Auditory Attention: time of day and type of school. Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia, [S.L.], v. 14, n. 02, p. 174-179, 13 fev. 2014. Georg Thieme Verlag KG. http://dx.doi.org/10.7162/s1809-48722010000200005.

Feniman MR, Ortelan RR, Lauris JRP, Campos CF, Cruz MS. Proposta de instrumento comportamental para avaliar a atenção auditiva sustentada. Rev Bras Otorrinolaringol [Internet]. 2007Jul;73(Rev. Bras. Otorrinolaringol., 2007 73(4)). Available from: https://doi.org/10.1590/S0034-72992007000400011.
Feniman MR, Rissatto ACS, Lauris JRP, Mondelli MFCG. Aplicabilidade do teste da habilidade de atenção auditiva sustentada - THAAS em campo livre. Int Arch Otorhinolaryngol [Internet]. 2012Apr;16(Int. Arch. Otorhinolaryngol., 2012 16(2)). Available from: https://doi.org/10.7162/S1809-97772012000200017.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.865
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TESTE DE PROCESSAMENTO ESPACIAL DE SENTENÇAS NO RUÍDO EM PORTUGUES-PROSER: CONFIABILIDADE TESTE-RETESTE
QUEIROZ, J.M ; BORGES, L.R ; DONADOM, C ; SANCHES, A.C ; MASIEIRO, B ; COLELLA-SANTOS, M.F ;

Introdução: PROSER é o Teste de Processamento Espacial de Sentenças no Ruído em Português, desenvolvido a partir de parceria estabelecida com um dos autores da versão do Listening in Spatialized Noise-Sentences-Test (LISN-S). É um teste de fala no ruído, aplicado por software que simula, via fone de ouvido, um ambiente auditivo tridimensional. O corpus do PROSER consiste de 120 frases gravadas por uma única voz feminina e duas histórias infantis gravadas pela mesma voz e por outras duas vozes femininas. As frases e as histórias infantis são apresentadas nas duas orelhas simultaneamente. O software simula a produção das frases como originadas de fonte sonora situada de frente ao ouvinte (0° azimute), enquanto as histórias infantis são simuladas como vindas de 0° azimute ou ± 90° azimute. Além da variação espacial, a mensagem competitiva varia também quanto à identidade vocal do falante em relação às frases alvo. Dessa forma, são estabelecidas quatro condições de escuta. Determinou-se a inteligibilidade relativa das frases que compõem o material de fala em portugês e obteve-se a equivalência de inteligibilidade entre as frases. Foram estabelecidos os critérios de normalidade para crianças de 7 a 10 anos foi estabelecido. Objetivo: Analisar a confiabilidade teste-reteste do PROSER em crianças. Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo CEP da Instituição, parecer nº 3.462.572. A amostra foi constituída por 22 escolares de 7 a 10 anos, falantes do português como primeira língua, audiologicamente normais, com bom desempenho escolar e ausência de histórico de otite média e/ou déficit de atenção. As crianças foram instruídas a escutar toda a frase e repetir o maior número possível de palavras. As histórias infantis foram apresentadas a 65 dB NPS e as frases a 72 dB NPS inicialmente. O Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) foi definido como a relação S/R que produziu 50% de inteligibilidade. A aplicação do PROSER foi realizada em cabina acústica, utilizando-se fone de ouvido Sennheiser HD280PRO conectado diretamente à placa de som RME Madiface Pro e ao notebook. O reteste foi aplicado nas mesmas crianças do teste, três meses, utilizando-se os mesmos procedimentos descritos. Resultado: Para a amostra total, na comparação teste-reteste, verificou-se diferença estatisticamente significante no LRF apenas na condição VD0°(p-valor = 0,03), sendo que no reteste o valor médio do LRF aumentou de -1,48 para -2,17. Os valores da média e Desvio padrão (DP) obtidos para a diferença do LRF entre os dois momentos (reteste-teste) foram: MV0° 0,11(2,06); MV±90°-0,84 (4,83); VD0°-0,68 (1.43); VD±90°-1.03 (4,47); Vantagem Espacial (MV0°- MV±90°) -0,95 (3,62); Vantagem do falante(MV‑0o- - VD‑0o): -0,79 (2,00) e Vantagem total (MV‑0o -VD‑90o): 1,13 (3,51). Conclusão: A diferença entre os resultados no teste reteste foi pequena e portanto, o PROSER é um teste com confiabilidade adequada. As diferenças entre teste e reteste poderão servir como referência para verificação para a efetividade do treinamento auditivo.

Cameron S, Dillon H. Development of the Listening in Spatialized Noise—Sentences Test (LiSN-S). Ear Hear. 2007a; 28(2):196–211.
Cameron S, Dillon H, Glyde H, Kanthan S, Kania A. Prevalence and remediation of spatial processing disorder (SPD) in Indigenous children in regional Australia. Int J Audiol. 2014; 1–10
Cameron S, Dillon H. The listening in spatialized noise-sentences test (LISN-S): test-retest reliability study. Int J Audiol. 2007 Mar;46(3):145-53. doi: 10.1080/14992020601164170. PMID: 17365068.
BELLIS, T.J. Assessment and management of central auditory processing disorders in the education setting: from science to practice.2th ed. San Diego, CA: Singular Publishing Group, 1997.
BEVILACQUA MC, MARTINEZ MAN, BALEN AS, PUPO AC, REIS ACMB, FROTA S. Tratado de Audiologia. São Paulo: Santos, 2011.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.807
ISSN 1983-1793X
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TESTE DE PROCESSAMENTO ESPACIAL DE SENTENÇAS NO RUÍDO EM PORTUGUES-PROSER: CRITÉRIO DE NORMALIDADE
QUEIROZ, J.M ; BORGES, L.R ; DONADON, C ; SANCHES, A.S ; MASIERO, B ; COLELLA-SANTOS, M.F ;

Introdução: PROSER é o Teste de Processamento Espacial de Sentenças no Ruído em Português, desenvolvido em parceria com um dos autores da versão do Listening in Spatialized Noise-Sentences-Test (LISN-S). O PROSER é um teste de fala no ruído, aplicado por software que simula, via fone de ouvido, um ambiente auditivo tridimensional. O corpus do PROSER consiste de 120 frases gravadas por uma única voz feminina e duas histórias infantis gravadas pela mesma voz e por outras duas vozes femininas. As frases e as histórias infantis são apresentadas nas duas orelhas simultaneamente. O software simula a produção das frases como originadas de fonte sonora situada de frente ao ouvinte (0° azimute), enquanto as histórias infantis são simuladas como vindas de 0° azimute ou ± 90° azimute. Além da variação espacial, a mensagem competitiva varia também quanto à identidade vocal do falante em relação às frases alvo (mesma ou voz diferente). Dessa forma, são estabelecidas quatro condições de escuta. Objetivo: Estabelecer critérios de referência de normalidade em crianças de 7 a 10 anos para o PROSER. Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo CEP da Instituição, parecer n° 3.462.572. A amostra foi constituída por 48 escolares de 7 a 10 anos, falantes do português como primeira língua, audiologicamente normais, com bom desempenho escolar e ausência de histórico otológico ou de otite média e/ou déficit de atenção. As crianças foram instruídas a escutar toda a frase e repetir o maior número possível de palavras de cada uma. As histórias infantis foram apresentadas a 65 dB NPS e as frases a 72 dB NPS inicialmente. A partir da primeira reversão iniciou-se a redução de 4 dB no nível das frases e em seguida usou-se passos de 2 dB. O Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) foi definido como a relação S/R que produziu 50% de inteligibilidade. A aplicação do PROSER foi realizada utilizando-se fone de ouvido Sennheiser HD280PRO conectado à placa de som RME Madiface Pro e ao notebook. Resultado: Verificou-se diferença estatisticamente significante no LRF nas condições MV0° e DV0°. Para a amostra total, a média e Desvio Padrão obtidos no LRF foram: MV0°: -2,20 (1,54); MV±90°:-11,14 (3,98); VD0°:-1,99 (1,53) e VD±90°-11,19 (3,53). Para o cálculo da vantagem, encontramos os valores: Vantagem Espacial (MV0°- MV90°): 8,94 (3,5); Vantagem do falante (MV 0º e VD 0°): -0.21(1,00); Vantagem total (MV 0° e VD 90°): 8,98 (3,15). Considerando para o critério de normalidade a Média 2DP, temos: condição 1- MV0°: LRF 0,88; Condição 2- MV±90°: LRF -3,18; Condição 3- VD0°: LRF 1,07; Condição 4- VD±90°- LRF -4,13; Vantagem Espacial 1.94; Vantagem do falante -2,21; Vantagem total 2,68. Conclusão: Os resultados possibilitaram o estabelecimento dos critérios de normalidade para o PROSER. Acreditamos que o teste poderá contribuir para diagnóstico do TPAC e melhor planejamento da reabilitação.

BELLIS, T.J. Assessment and management of central auditory processing disorders in the education setting: from science to practice.2th ed. San Diego, CA: Singular Publishing Group, 1997.
BEVILACQUA MC, MARTINEZ MAN, BALEN AS, PUPO AC, REIS ACMB, FROTA S. Tratado de Audiologia. São Paulo: Santos, 2011.
Cameron S, Dillon H. Development of the Listening in Spatialized Noise—Sentences Test (LiSN-S). Ear Hear. 2007a; 28(2):196–211.
Cameron S, Dillon H, Glyde H, Kanthan S, Kania A. Prevalence and remediation of spatial processing disorder (SPD) in Indigenous children in regional Australia. Int J Audiol. 2014; 1–10
Cameron S, Dillon H. The listening in spatialized noise-sentences test (LISN-S): test-retest reliability study. Int J Audiol. 2007 Mar;46(3):145-53. doi: 10.1080/14992020601164170. PMID: 17365068.
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Página(s): p.806
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TESTE DICÓTICO CONSOANTE VOGAL SENSIBILIZADO – CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO EM PORTUGUÊS BRASILEIRO.
Picoli-Quatrini, E. A. ; ZANCHETTA, S. ; FUKUDA, M. T. H. ;

Introdução: A vantagem da orelha direita (VOD) é um biomarcador em sujeitos destros investigada por meio da escuta dicótica, nas condições atenção livre (AL), escuta direcionada à direita (EDD) e esquerda (EDE). A variabilidade do número de acertos da orelha direita (OD) nestas três condições, calculada pelo índice de predomínio da orelha (IPO) vem sendo estudada na população de meia idade e idosa em face a funções executivas. Para estas análises é importante que o teste dicótico utilizado siga as recomendações internacionais, não apresente efeito teto e reflita a vantagem da orelha direita, em qualquer idade. Objetivo: Desenvolver um teste dicótico consoante vogal (TDCV) e analisar sua aplicabilidade quanto aos aspectos da VOD, IPO e efeito teto. Método: Estudo prospectivo desenvolvido com aprovação do Comitê de Ética da Instituição. Foi construído um TDCV com as sílabas /DA/, /TA/, /PA/, /BA/, /GA/ e /KA/, de acordo com as recomendações internacionais. Com as 30 combinações possíveis foram gravadas 15 sequências, com intervalo entre elas de 4 segundos; em cada sequência constavam dois pares de sílabas, com intervalo de 2 segundos entre elas, com alinhamento temporal de início. Foram realizadas mais três gravações, a primeira com um tom puro de 1 kHz para ajuste do VU meter, a segunda com as seis sílabas apresentadas uma a uma, para a etapa reconhecimento e nomeação, e a terceira foi denominada de treino, com quatro sequencias, cada uma com dois pares. Na etapa dois foi conduzida a aplicação dos testes em adultos, com idade de 18 a 39 anos, de ambos os sexos, todos destros e com no mínimo 2º grau completo. Participaram 49 sujeitos, todos com limiares tonais ≤ 20 dB NA nas frequências de 0.25 a 8 kHz, incluindo as meias oitavas. A testagem foi realizada nas condições de AL, EDD e EDE. Resultados: Condição de AL, 15 (mediana) acertos à OD (10 - 24) e 9 à OE (5-15) e 6 erros (0 - 11). Condição EDD, 19 acertos à OD (13 - 28) e 7 à OE (0 - 11) e 4 erros (1 - 14). Condição EDE, 10 acertos à OD (4 - 16) e 13 à OE (8 - 25) e 6 erros (1 - 12). A análise multivariada não paramétrica para amostra pareada mostrou que houve diferença significativa dos acertos da OD entre as três condições de escuta (p<0,0001*) e nas três comparações AL vs EDD (p=0,0003*), AL vs EDE e EDD vs EDE (p<0,0001*). O mesmo tipo de análise para os acertos da OE também mostrou diferenças significativas (p<0,0001*) e nas três comparações AL vs EDD (p=0,0073*), AL vs EDE e EDD vs EDE (p<0,0001*). O índice de predomínio da orelha direita foi 25%, 46,1% e -13,0%, respectivamente AL, EDD e EDE. Conclusão: Os resultados obtidos com o teste desenvolvido mostraram que ele foi eficiente em demonstrar a VOD, a variabilidade do IPO nas diferentes condições de testagem e não apresentou efeito teto.

HUGDAHL, K.; WESTERHAUSEN, R. Speech processing asymmetry revealed by dichotic listening and functional brain imaging. Neuropsychologia. 93(Pt B): 466-481, 2015.
PRICE C., DEVLIN J. The interactive account of ventral occipitotemporal contribution to reading. Trends in Cognitive Science, 15, 246–253, 2011.
WESTERHAUSEN R. A primer on dichotic listening as a paradigm for the assessment of hemispheric asymmetry. R. Laterality. 2019.
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Página(s): p.959
ISSN 1983-1793X
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TESTE TESTE TESTE TESTE
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Página(s): p.728
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TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DO QUESTIONÁRIO BERN BENEFIT IN SINGLE-SIDED DEAFNESS DO INGLÊS PARA O PORTUGUÊS DO BRASIL
Luna, R. M. ; Bernal, R. O. ; Oliveira, J. R. M. ; Mondelli, M. F. C. G. ;

Introdução: A Single-Sided Deafness ocorre quando somente uma orelha do individuo é afetada com deficiência auditiva sensorioneural de grau severo a profundo. Apesar de que ao longo da história os indivíduos acreditarem que apenas uma orelha com audição preservada era suficiente para boa audibilidade e por consequência não buscarem tratamento auditivo, hoje se sabe que esses indivíduos apresentam prejuízos não somente auditivos, mas também sociais, emocionais e
comportamentais. Partindo dessa constatação, atualmente, esses indivíduos têm sido reabilitados com dispositivos eletrônicos auxiliares da audição. Como orientam as diretrizes internacionais, é necessário avaliar o benefício com o uso de desses dispositivos por meio de medidas subjetivas, como as ferramentas de autoavaliação. No Brasil não há ferramenta desenvolvida ou traduzida e adaptada que avalie o benefício do uso de dispositivos indicados para o tratamento de indivíduos com Single-Sided Deafness, mas a literatura internacional disponibiliza o instrumento “Bern Benefit in Single-Sided Deafness Questionnaire”, ferramenta no formato de questionário. Objetivo: Realizar o processo de tradução e adaptação transcultural do Bern Benefit in Single-Sided Deafness Questionnaire do idioma inglês para o português brasileiro. Metodologia: Estudo metodológico com dispensa ética sob ofício de número 7/2022-SVAPEPE-CEP para a tradução e adaptação transcultural seguindo os procedimentos propostos por Beaton et al. (2000) em seis etapas: tradução inicial, síntese das traduções, retrotradução, comitê de especialistas, teste da versão pré-final e envio de documentação para os desenvolvedores. Na tradução inicial foram realizadas duas traduções independentes para o português por dois tradutores brasileiros. Na etapa seguinte as duas primeiras traduções foram sintetizadas em uma única versão pelos seus respectivos tradutores. A síntese das
traduções foi disponibilizada para duas tradutoras de língua nativa inglesa, onde cada tradutora de forma independente gerou uma versão em inglês, as retrotraduções. O Comitê de Especialistas foi composto pelos tradutores das etapas anteriores, professora de inglês e fonoaudiólogas que verificaram a equivalência semântica, idiomática, experiencial e conceitual, dando origem à versão pré-final do questionário. Um teste com o novo questionário foi realizado aplicando-se a versão pré-
final em 30 indivíduos adultos e idosos do gênero feminino e masculino e com diagnóstico de deficiência auditiva sensorioneural unilateral de grau severo ou profundo. Após a análise qualitativa do conteúdo realizada pelos 30 indivíduos e a aceitação de algumas sugestões de modificação que apresentaram, originou-se a versão final do questionário, a qual juntamente com os relatórios gerados nas etapas anteriores foi enviada aos desenvolvedores, finalizando assim o processo de tradução e adaptação cultural do instrumento. Resultados: O seguimento da metodologia permitiu a obtenção de nova versão do Bern Benefit in Single-Sided Deafness Questionnaire no idioma português brasileiro e adaptada ao contexto, a qual foi intitulada como BBSS - Questionário de Bern sobre os benefícios do uso de dispositivo eletrônico auxiliar da audição na surdez unilateral. Conclusão: A versão no idioma português do Bern Benefit in Single-Sided Deafness Questionnaire possui qualidade satisfatória, porém, é necessário que o instrumento seja submetido ao processo de validação, para que possa ser aplicado clinicamente  com  confiabilidade.

ALMEIDA, G. V. M.; RIBAS, A.; ATAÍDE, A. L. Reabilitação de perdas auditivas unilaterais por próteses auditivas implantáveis: revisão sistemática. Audiology - Communication Research, Curitiba, v. 22, 2017. DOI 10.1590/2317-6431-2017-1847. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1847. Acesso em: 21 fev. 2022.

AMERICAN ACADEMY OF AUDIOLOGY. Adult Patients with Severe-to-Profound Unilatral Sensorineural Hearing Loss. 2015. Disponível em: https://www.audiology.org/practice-resources/practice-guidelines-and-standards/. Acesso em: 20 jan. 2022.

BEATON, D. E. et al. Guidelines for the Process of Cross-Cultural Adaptation of Self-Report Measures. Spine, v. 25, n. 24, p. 3186-3191, 2000. DOI 10.1097/00007632-200012150-00014. Disponível em: https://doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014. Acesso em: 3 jan. 2022.

DHANASINGH, A.; HOCHMAIR, I. CI in single-sided deafness. Acta Oto-Laryngologica, v. 141, p. 82-105, 2021. DOI 10.1080/00016489.2021.1888496. Disponível em: https://doi.org/10.1080/00016489.2021.1888496. Acesso em: 05 maio de 2022.
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Página(s): p.936
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TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E NORMATIZAÇÃO DO INSTRUMENTO LITTLEARS® EARLY SPEECH PRODUCTION QUESTIONNAIRE PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO: RESULTADOS PRELIMINARES.
Lopes, N. B. F. ; Silva, L. C. D. ; Angelo, T. S. C. ; Francisco, L. N. ; Jacob, R. T. S. ; Moret, A. L. M. ;

Introdução: Os protocolos de avaliação da linguagem falada em crianças com deficiência auditiva nos primeiros anos de vida são escassos, no entanto, fundamentais para avaliar as habilidades presentes e o acompanhamento de sua evolução no processo terapêutico. O questionário LittlEARS® Early Speech Production Questionnaire (LEESPQ) foi desenvolvido para avaliar as habilidades de produção de fala de crianças com perda auditiva que usam dispositivos eletrônicos e auxilia no monitoramento do progresso de tais habilidades ao longo do tempo até 18 meses de idade auditiva. É composto por 27 questões no formato de respostas sim ou não, as quais são baseadas em dados normativos de crianças com desenvolvimento típico de audição. Está disponível nos idiomas inglês, espanhol, árabe, holandês e alemão. Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi realizar a tradução e adaptação transcultural do LEESPQ para o português brasileiro. Metodologia: Estudo realizado em conformidade com os princípios éticos da instituição envolvida (Número do parecer: 4.514.884). O processo de tradução e adaptação transcultural do “LittlEARS® Early Speech Production Questionnaire” do inglês norte-americano para o português brasileiro seguiu a metodologia proposta por Beaton et al. (2000), contemplada em 6 etapas, tradução, síntese das traduções, retrotradução, banca de especialistas, pré-teste e submissão da documentação ao comitê. Utilizou-se o índice de Validade de Conteúdo (IVC) para mensurar a concordância entre a banca nos 133 itens do questionário, considerando uma escala Likert de 4 pontos. O LEESPQ foi inserido na plataforma Survey Monkey para que os participantes convidados pudessem responder de maneira on-line. Foram incluídos pais e/ou responsáveis por crianças entre 0 e 18 meses de idade, sem histórico de falha na triagem auditiva neonatal e sem fatores de risco para a deficiência auditiva. Resultados: A primeira etapa resultou na tradução do instrumento para a português brasileiro por dois tradutores nativos de língua portuguesa, o que gerou as traduções T1 e T2. Na segunda etapa, T1 e T2 foram compiladas e uma versão síntese foi estabelecida T1,2. Na terceira etapa, a versão síntese foi retrotraduzida para o idioma inglês por dois tradutores nativos da língua inglesa. Na quarta etapa, a banca de especialistas estabeleceu a versão consensual e pré-final do instrumento (F1) a ser aplicada em campo, o que compreendeu a fase pré-teste. O IVC correspondeu a 0.98. Onze itens receberam pontuação entre 1 e 2 e foram revisados. Na fase pré-teste, 30 pais e/ou responsáveis por crianças com idade entre 1 e 18 meses responderam ao questionário on-line. Conclusão: A versão pré-final do questionário LEESPQ no português brasileiro foi considerada equivalente à versão original em inglês, sendo possível o seguimento para etapa de normatização, que se encontra em andamento, a qual propõe a busca por uma amostra normativa que irá retratar um perfil representativo da população avaliada.



BEATON D.E, et al. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine. vol.25, n.24; p.3186-91; 2000.

WACHTLIN A. et al. Development and evaluation of the LittlEARS® Early Speech Production Questionnaire e LEESPQ. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology. vol.94, p.23-29, 2017.

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Página(s): p.857
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TRANSTORNO DO ZUMBIDO: COMO ELE IMPACTA NAS HABILIDADES AUDITIVAS DE ADULTOS JOVENS?
Coradini, L. ; Moreira, H. G. ; Tessele, D.R. ; Malavolta, V.C. ; Soares, L. S. ; Sanfins, M. D. ; Garcia, M. V. ;

Introdução: O zumbido é um sintoma otológico prevalente, relacionado à percepção consciente de uma sensação auditiva na ausência de estimulação acústica externa. Este torna-se um transtorno quando traz alterações comportamentais e incapacidade funcional ao portador. Desse modo, por tratar-se de um ruído competitivo e pelos impactos cognitivos advindos da percepção do sintoma, esse pode impactar diretamente no processamento do sinal acústico, tendo em vista a interdependência desses aspectos. Nesse sentido, estudos aconselham avaliar o processamento auditivo nos pacientes com o sintoma, para poder intervir nas alterações encontradas. Objetivo: Investigar as habilidades auditivas de sujeitos adultos jovens com transtorno do zumbido. Metodologia: Estudo prospectivo, quantitativo e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número 56038322100005346. Participaram do estudo 35 sujeitos (25 do sexo feminino e 11 do masculino), com idade entre 19 e 35 anos (M-idade=23,8 anos), escolarizados (M-escolaridade=15,8 anos), língua materna o português brasileiro, limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, integridade de orelha média constatada por meio da curva timpanométrica tipo “A” e reflexos acústicos contralaterais presentes, bilateralmente. Indivíduos com comprometimento neurológico e/ou psiquiátrico diagnosticados e bilíngues, foram excluídos da amostra. Os sujeitos foram subdivididos em dois grupos: Grupo 1 (G1) composto por 16 sujeitos (4 homens e 12 mulheres) com idades entre 20 e 30 anos (média de 22,8 anos), sem zumbido e grupo 2 (G2) constituído por 19 sujeitos (5 homens e 14 mulheres) com idades de 19 a 35 anos (M- 24,6 anos), com percepção de zumbido. Todos os indivíduos foram submetidos a anamnese, Inspeção Visual do Meato Acústico Externo, Audiometria Tonal Liminar, Logoaudiometria, Medidas de Imitância Acústica e como Instrumento de Avaliação os Testes Comportamentais do Processamento Auditivo Central - Teste Dicótico de Dígitos (TDD)- etapa de integração binaural, Teste Padrão de Frequência (TPF)- Auditec, Fala com Ruído (FR) relação sinal-ruído +5dB ipsilateral, Masking Level Difference (MLD) e Gap in Noise (GIN) aplicado de forma monoaural (faixa 1). Para a realização da análise estatística, foi selecionado o Teste U de Mann-Whitney para análise comparativa entre os grupos, sendo considerado p-valor <0,05 (5%). Resultados: Foi possível evidenciar diferenças estatisticamente significantes para o TDD da orelha esquerda (p-valor=0,006) e para o GIN de ambas as orelhas (OD-p-valor=0,008 e OE-p-valor=0,024). Entretanto, não evidenciaram diferenças para o TPF (p=0,166) e MLD (p-valor=0,769). Tais achados, demonstram que indivíduos com transtorno do zumbido apresentam déficits na integração binaural e resolução temporal, ou seja, esses indivíduos têm um maior tempo mínimo para segregação e resolução dos estímulos acústicos. Sendo assim, há maior percepção e discriminação entre os sinais sonoros, dos quais impactam diretamente no processamento do sinal acustico, inferindo que o zumbido apresenta-se como um som competitivo que interfere na integração binaural dos sons, dificultando a concentração e atenção, assim como o zumbido contínuo mascara o gap e resulta na necessidade de duração maior do gap para detecta-lo. Conclusão: Os indivíduos adultos jovens com transtorno do zumbido apresentaram piores resultados nas habilidades de integração binaural e resolução temporal quando comparados a indivíduos sem zumbido.

1. ESMAILI AA, RENTON J. A review of tinnitus. Australian journal of general practice. 2018;47(4):205-208. doi:10.31128/AJGP-12-17-4420.
2. LIMA, D. O.; DA ROSA, M.R.D.; MIRANDA, A. C.; MARTINS, M.L.; DE FREITAS, T.M.M.W.C.; FERREIRA, R.J. dos S. Zumbido e Processamento Auditivo: Estudo da Habilidade de Integração Auditiva em Indivíduos com Queixa de Zumbido. RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar, V. 2, n. 6, 2021. DOI: 10.47820/recima21.v2i6.469.
3. IBRAHEEM, OLA ABDALLAH AND HASSAAN, MOHAMMAD RAMADAN. Psychoacoustic Characteristics of Tinnitus versus Temporal Resolution in Subjects with Normal Hearing Sensitivity. International Archives of Otorhinolaryngology [online]. 2017, v. 21, n. 02 [Accessed 20 October 2022] , pp. 144-150. Available from: . ISSN 1809-4864. https://doi.org/10.1055/s-0036-1583526.
4. MEHDIZADE GILANI V, RUZBAHANI M, MAHDI P, AMALI A, NILFORUSH KHOSHK MH, SAMENI J, KARIMI YAZDI A, EMAMI H. Temporal processing evaluation in tinnitus patients: results on analysis of gap in noise and duration pattern test. Iran J Otorhinolaryngol. 2013 Sep;25(73):221-6. PMID: 24303444; PMCID: PMC3846254.
5. LIMA DO, ARAÚJO AM, BRANCO-BARREIRO FC, CARNEIRO CS, ALMEIDA LN, ROSA MR. Auditory attention in individuals with tinnitus. Braz J Otorhinolaryngol. 2020;86:461–7. . Brazilian Journal of Otorhinolaryngology [online]. 2020, v. 86, n. 4 [Acessado 17 Outubro 2022] , pp. 461-467. Disponível em: . Epub 28 Ago 2020. ISSN 1808-8686. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2019.01.011.
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Página(s): p.834
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TRANSTORNO DO ZUMBIDO: EFEITOS DA AURICULOTERAPIA NA PERCEPÇÃO DO SINTOMA
Piccolotto, C. L. ; Schumacher, C. G. ; Moreira, H. G. ; Garcia, M. V. ;

Introdução: O transtorno do zumbido é definido como um sintoma relacionado a diferentes manifestações e decorrente de mecanismos variados, os quais geram alterações neurobiológicas na via auditiva central, manifestando prejuízos funcionais também nos aspectos cognitivos, interferindo negativamente na qualidade de vida dos sujeitos. Nesta prerrogativa, a reabilitação do paciente na sua totalidade, busca inúmeros métodos terapêuticos. A auriculoterapia neurofisiológica, é um ramo da Medicina Tradicional Chinesa, compondo as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), na qual, pontos do pavilhão auricular são estimulados a fim de tratar inúmeras alterações. Dessa forma, podem ser utilizados os pontos auriculares como método terapêutico específico para o zumbido, ou trabalhando alterações individuais de cada paciente. Objetivo: Relatar os efeitos da auriculoterapia na percepção do sintoma em sujeitos com transtorno do zumbido. Método: Estudo longitudinal, descritivo e qualitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, sob número 23081.056239/2018-14. Participaram do estudo quatro sujeitos, dois do sexo feminino e dois do sexo masculino, todos destros, com ensino superior completo e que tinham entre 34 e 61 anos (M-idade=49,5 anos). Os indivíduos receberam auriculoterapia como tratamento para o transtorno do zumbido, independente da acuidade auditiva, sendo que todos tinham normalidade de orelha média e externa. Dentre estes, a casuística foi composta por dois participantes com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade e dois com perda auditiva de grau moderado (OMS, 2020). Os pacientes foram tratados em sua individualidade, trabalhando aspectos que envolvem o sintoma auditivo e sistema nervoso central (questões de ansiedade, depressão, angústias), que afetam a reação de cada paciente ao zumbido, gerando ou amplificando a percepção do mesmo. Sendo assim, nestes casos, não foi escolhido um protocolo padrão. Com isso, os pontos estimulados em todos os pacientes foram: Ansiedade, Coração (emoções), Neurastenia (desgaste físico e mental) e Yang do Fígado (equilíbrio energético), somado a pontos específicos para cada um (sono, rins, intestino, dores articulares, fígado, subcórtex). O grau de incômodo (I) e volume (V) do zumbido foram mensurados pela Escala Visual Analógica (EVA). Assim, os pacientes receberam a auriculoterapia e retornaram após 15 dias para acompanhamento e verificação da necessidade de estimulação de novos pontos. Na consulta de retorno eram coletados os relatos e a EVA acerca da percepção do sintoma após tratamento. Resultados: Os graus foram, antes da intervenção- paciente 1- I= 7, V=8 (P1); paciente 2- I= 4, V= 5 (P2); paciente 3- I= 8, V= 7 (P3); paciente 4- I= 8, V= 9 (P4). Após intervenção: P1- I= 8, V= 8; P2- I = 3; V = 5; P3- I= 10, V=10; P4- I: 7; V: 5. Além disso, três sujeitos (P2, P3, P4) relataram melhora da percepção do sintoma, principalmente quando relacionado a aspectos emocionais, não havendo mais incômodo quando associado a este fator. Entretanto, um dos indivíduos (P1) alegou não perceber diferença com o tratamento após uma sessão. Conclusão: A auriculoterapia pode ocasionar efeitos positivos na percepção do transtorno do zumbido, sobretudo quando relacionado ao emocional, mas essencialmente quando se observa e trata o paciente no todo.

ESMAILI A. A.; RENTON J. A review of tinnitus. Aust J Gen Pract, v. 47(4), p. 205-208, 2018.
ARTIOLI, D. P.; TAVARES, A. L. de F.; & BERTOLINI, G. R. F. Auriculotherapy: neurophysiology, points to choose, indications and results on musculoskeletal pain conditions: a systematic review of reviews. BrJP, v. 2(4), 2019.
SILVÉRIO-LOPES, S; CARNEIRO-SULIANO, L. Protocolos Clínicos de Auriculoterapia. 4. ed. Curitiba: Editora Sapiens, 2022.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.961
ISSN 1983-1793X
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TRANSTORNO DO ZUMBIDO: UM ESTUDO DO SEU IMPACTO NAS DIFERENTES HABILIDADES COGNITIVAS EM ADULTOS JOVENS
Coradini, L. ; Moreira, H. G. ; Tessele, D.R. ; Sanfins, M.D. ; Garcia, M.V. ;

Introdução: O zumbido é um sintoma otológico prevalente, relacionado à percepção consciente de uma sensação auditiva na ausência de estimulação acústica externa. Encontra-se associado à perda auditiva, fatores metabólicos e hábitos inadequados. Assim, é fundamental realizar uma interpretação cautelosa sobre o zumbido, levando em consideração o sistema auditivo (periférico e central) e a cognição, visto que, estudos recentes, sugerem a necessidade de investigar as funções cognitivas nos sujeitos com zumbido crônico. Objetivo: Investigar aspectos cognitivos em sujeitos jovens adultos com zumbido subjetivo crônico. Metodologia: Estudo prospectivo, quantitativo e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número 56038322100005346. Participaram do estudo 39 sujeitos (27 do sexo feminino; 12 do masculino), idades entre 19 e 35 anos (M-idade=24,28 anos), escolaridade entre 12 e 19 anos (M-escolaridade=15,92 anos), limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, integridade de orelha média e reflexos acústicos estapedianos contralaterais presentes. Ainda, os sujeitos com zumbido deveriam ter no mínimo três meses do sintoma, ou seja, zumbido crônico, causando transtorno e nota na Escala Visual Analógica (EVA) superior a quatro. Sujeitos que estavam em tratamento para zumbido, apresentaram perda auditiva e/ou tontura, bilíngues, comprometimento psicológico, neurológico e/ou psiquiátrico diagnosticados, uso de substância psicoativas há menos de seis meses, histórico de uso abusivo de álcool, exposição contínua ao ruído, foram excluídos da amostra. Os sujeitos foram distribuídos em dois grupos: Grupo 1 (G1) composto por 20 indivíduos com zumbido crônico subjetivo (sete homens; 13 mulheres), idade entre 19 e 35 anos (M-idade=24,25 anos) e o grupo 2 (G2), composto por 19 indivíduos sem zumbido (cinco homens; 14 mulheres), idade entre 20 e 34 anos (M-idade=23,89 anos). Todos participantes foram submetidos a anamnese, Inspeção Visual do Meato Acústico Externo, Audiometria Tonal Liminar, Logoaudiometria e Medidas de Imitância Acústica, assim como ao Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve(NEUPSILIN). A análise de comparação foi realizada entre os grupos, pelo escore total, habilidades cognitivas e posteriormente por tarefas, utilizando o Teste U de Mann-whitney, adotando como valor de significância p<0,05(5%). Resultados: Foi possível evidenciar diferença estatisticamente significativa entre os grupos quando realizada a análise pelo escore total do NEUPSILIN(p=0,034), com pior desempenho nos aspectos cognitivos dos sujeitos do G1. Ainda, levando em consideração o valor bruto de cada habilidade, houve diferença significativa entre os grupos na habilidade de praxia (p=0,003), e analisando o valor de cada tarefa, na tarefa de evocação imediata-habilidade de memória verbal episódica-semântica- (p=0,022) e na construtiva-habilidade de praxia- (p=0,003), sendo pior nos indivíduos com zumbido. Tais achados indicam que indivíduos jovens adultos com zumbido crônico apresentam piores escores cognitivos em decorrência da percepção do sintoma, que manifesta-se na diminuição da capacidade de memória. Ainda, nas tarefas específicas citadas, justificam-se por haver envolvimento do córtex pré-frontal, área motora suplementar, córtex occipital e somatossensorial na percepção do zumbido, ou seja, são decorrentes devido às alterações no funcionamento das regiões cerebrais. Conclusão: Indivíduos jovens adultos com zumbido crônico subjetivo, apresentaram um desempenho cognitivo inferior aos sujeitos sem a percepção do sintoma.

1. ESMAILI AA, RENTON J. A review of tinnitus. Australian journal of general practice. 2018;47(4):205-208. doi:10.31128/AJGP-12-17-4420.
2. CLARKE NA, HENSHAW H, AKEROYD MA, ADAMS B, HOARE DJ. Associations Between Subjective Tinnitus and Cognitive Performance: Systematic Review and Meta-Analyses. Trends Hear. 2020; 24:2331216520918416. doi:10.1177/2331216520918416.
3. LAN T, CAO Z, ZHAO F, PERHAM N. The Association Between Effectiveness of Tinnitus Intervention and Cognitive Function - A Systematic Review. Front. Psychol. 2021; 11:553449. doi: 10.3389/fpsyg.2020.553449.
4. KHAN RA, HUSAIN FT. Tinnitus and cognition: Can load theory help us refine our understanding?. Laryngoscope Investigative Otolaryngology. 2020; 5:1197– 1204. doi: 10.1002/lio2.501.
5. DE RIDDER D, SCHLEE W, VANNESTE S, LONDERO A, WEISZ N, KLEINJUNG T, ET AL. Tinnitus and tinnitus disorder: Theoretical and operational definitions (an international multidisciplinary proposal). Prog Brain Res. 2021;260:1-25. doi:10.1016/bs.pbr.2020.12.002.
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TREINAMENTO AUDITIVO COGNITIVO ACUSTICAMENTE NÃO CONTROLADO: UM ESTUDO ACERCA DA ADAPTAÇÃO DE PROTOCOLO PARA A POPULAÇÃO ADULTA
MOREIRA, H.G ; SCHUMACHER, C. G. ; MOURA, A. F. ; SOARES, L. S. ; MALAVOLTA, V. C. ; SANFINS, M. D. ; GARCIA, M. V. ;

Introdução: Na literatura especializada encontram-se diferentes protocolos de treinamento auditivo. Entretanto, carecem de estudos que busquem estimular os aspectos auditivos e cognitivos, em um curto período de tempo, direcionado ao público adulto. Nesse sentido, torna-se importante a adaptação de protocolos já existentes, que apresentam comprovação da sua efetividade. Objetivo: Adaptar o protocolo de Treinamento Auditivo(TAC), de seis sessões, para a população adulta. Método: Estudo de caráter transversal, descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa, sob o parecer 56038322.10000.5346, sendo realizado em três etapas: (1)Análise do protocolo publicado (2)Seleção de novas estratégias (3)Análise da viabilidade de aplicação. Resultados: Foram evidenciadas necessidades de adaptações no protocolo original, do qual realizaram-se acréscimos de tarefas nas sessões 1, 2, 3, 5 e 6, bem como a inserção de ruído de fala em algumas estratégias, para ampliação do tempo de sessão, estimulação das habilidades auditivas, objetivando o aumento do nível de dificuldade e estimulação da neuroplasticidade na população pesquisada. Ainda, retirou-se a tarefa 28 do protocolo. Para a sessão um, foi acrescentada uma tarefa de reconhecimento fonético, baseado no teste de padrão de frequência-Taborga, assim como a inclusão de ruído com uma intensidade de 40% do equipamento nas tarefas um, três, quatro, cinco, oito e nove. Na segunda sessão, foi incluída uma nova música desconhecida e realizada a adaptação da atividade de cartas para treinar a mente(duas no silêncio e duas no ruído), com ruído de 35% nessas tarefas novas e na oitava atividade. Na terceira sessão modificou-se a atividade de identificação musical, através da inclusão de dez melodias conhecidas, apresentadas individualmente, assim como a de cartas para treinar a mente, bem como foi acrescentado ruído, de 30%, nas estratégias um, dois, quatro e cinco. Em relação à quarta sessão apenas foi incluído ruído de 25% nas tarefas três e oito. Para a sessão cinco foram realizadas modificações nas tarefas um e dois, através da seleção de duas músicas novas conhecidas, apresentadas simultaneamente, para identificação de palavras que não façam parte da música foco. Ainda, incluí-se as atividades de memória/evocação e caça palavras, com ruído de 20% acrescentado nessas e na tarefa seis. Na última sessão foram adicionadas duas tarefas de memória, a primeira de escrita de frases com palavras pré-selecionadas(menina-cadeira-gato-remédio-ontem), entregues pelo sujeito ao final ao treinador, bem como foram faladas 14 palavras, devendo o sujeito reconhecê-las em meio a 40 escritas. Ainda, foi modificada a tarefa cinco, onde o número de apitos foi convertido para as imagens correspondentes, para posterior seleção de sequência correta, dispostas em slides. Ainda, as tarefas de ordenação, foi acrescentada uma música instrumental de fundo. Foi incluído ruído de 15% nas tarefas de memória, na terceira e quarta atividade. De modo geral, a proposta conseguiu ser realizada, com tempo de 40 a 50 minutos por sessão, com fácil aplicação, onde os sujeitos não referiram grandes dificuldades. Conclusão: Foi possível adaptar o protocolo de TAC para a população adulta, gerando um protocolo, com 45 tarefas.

MOREIRA, H. G et al. Treinamento cognitivo e auditivo acusticamente não controlado para população idosa: um estudo de caso. Audiol Commun Res., v.26, p. 1-9, 2021.

Mukari SZMS, Yusof Y, Ishak WS, Maamor N, Chellapan K, Dzulkifli MA. Relative contributions of auditory and cognitive functions on speech recognition in quiet and in noise among older adults. Braz J Otorhinolaryngol. 2020. 86(2):149-56.

Lawrence BJ, Jayakody DMP, Henshaw H, Ferguson MA, Eikelboom RH, Loftus AM, et al. Auditory and cognitive training for cognition in adults with hearing loss: a systematic review and meta-analysis. Trends Hear. 2018 Jan-Dez;22:1-20.

O'Brien JL, Lister JJ, Fausto BA, Clifton GK, Edwards JD. Cognitive training enhances auditory attention efficiency in older adults. Front Aging Neurosci. 2017;9:322.
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TREINAMENTO AUDITIVO COGNITIVO E PROCESSAMENTO AUDITIVO EM SUJEITOS COM TRANSTORNO DO ZUMBIDO E TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
Schumacher, C. G. ; Moura, A. F. ; Piccolotto, C. L. ; Moreira, H. G. ; Malavolta, V.C. ; Garcia, M. V. ;

Introdução: O Treinamento Auditivo Cognitivo (TAC) é uma forma de estimulação neuroplástica através da terapia sonora, que restabelece os circuitos neurais envolvidos no processamento auditivo. O transtorno do zumbido gera alterações ao nível de Sistema Nervoso Central, em vias auditivas e extra-auditivas. Para que esse sistema possa se reorganizar em sujeitos com transtorno do zumbido, o TAC é uma proposta de reabilitação, já estudado em diversas populações, mas sem respaldo na literatura sobre a influência em sujeitos com zumbido crônico. Objetivo: Analisar se o TAC pode influenciar nas habilidades auditivas de sujeitos com Transtorno do Zumbido (TZ) e Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC). Método: Estudo analítico, transversal e quantitativo, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da instituição sob número 12626018.2.0000.5346. Foram selecionados os sujeitos que se enquadraram nos critérios de elegibilidade: idade entre 18 e 59 anos; de ambos os gêneros; com queixa de zumbido crônico (por no mínimo seis meses), unilateral ou bilateral; curvas timpanométricas do tipo “A”; acuidade auditiva periférica que permitisse a percepção da estimulação sonora; sem alterações psiquiátricas ou neurológicas diagnosticadas ou evidentes; apresentar carteira de vacinação contra a COVID-19; não estar realizando nenhuma intervenção ou tratamento para o zumbido. Participaram sete sujeitos, dois homens e cinco mulheres. Foram realizados os seguintes testes de avaliação e reavaliação do processamento auditivo baseando-se na bateria mínima de testes sugerida pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia: Teste Dicótico de Dígitos (TDD), Masking Level Difference (MLD), Gap In Noise (GIN), Fala no Ruído (FR) e Teste Padrão de Frequência (TPF), analisando as diferentes habilidades auditivas. Para mensuração do transtorno do zumbido foi aplicada a Escala Visual Analógica (EVA) para loudness e incômodo. O TAC é composto por estratégias cognitivas, linguísticas e auditivas em 6 sessões semanais. Após as seis sessões, os sujeitos foram reavaliados após 15 dias. Foi realizado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk e posteriormente os testes estatísticos conforme a normalidade: Teste T e teste de Wilcoxon, considerando significância o p-valor<0,05. Resultados: A casuística foi composta por sete sujeitos com TZ e TPAC, com média de idade de 39 anos (mínima de 20 e máxima de 49 anos), dentre estes, todos tinham alteração em algum dos testes avaliados e a média da EVA para mensuração do TZ foi de 6,6 para a loudness (mínima 4 e máxima 9) e de 6 para o incômodo (mínima 3 e máxima 9). Após aplicação do TAC não houve significância estatística para as habilidades de interação binaural (p-valor=0,144), resolução temporal (p-valor OE=0,103; OD=0,068), fechamento auditivo (p-valor OD=0,068; p-valor OE=0,174) e ordenação temporal (p-valor=0,47) mas com significância estatística para integração binaural (p-valor OD= 0,039; p-valor OE=0,027). Conclusão: O TAC, em apenas seis sessões, pode influenciar positivamente na habilidade auditiva de integração binaural de sujeitos com transtorno do zumbido e com transtorno do processamento auditivo.

Civitela MM, Junior AC, Ferreira MIC, Guedes MC, Balen SA, Frota S. Guia de Orientação: Avaliação e Intervenção no Processamento Auditivo Central. Conselho federal de Fonoaudiologia. Agosto 2020.

Moreira HG, Brasil ALM, Malavolta VC, Brückmann M, Garcia MV. Cognitive and acoustically uncontrolled auditory training for elderly: a case study. Audiol., Commun. Res. 2021; 26:e2517. DOI:10.1590/2317-6431-2021-2517


Bertuol B, Araújo TM, Biaggio EPV. Hearing Training: Tinnitus and Hearing Skills on Elderly People with Hearing Loss. Distúrbios da Comunicação, v. 31, n. 4, p. 538-548, 2019. DOI: 10.23925/2176-2724.2019v31i4p538-548
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TREINAMENTO AUDITIVO COGNITIVO, ACONSELHAMENTO FONOAUDIOLÓGICO E ANSIEDADE E DEPRESSÃO: QUAIS OS RESULTADOS EM ADULTOS JOVENS COM TRANSTORNO DO ZUMBIDO?
Schumacher, C. G. ; Moura, A. F. ; Moreira, H. G. ; Malavolta, V.C. ; Garcia, M. V. ;

Introdução: Estimular a neuroplasticidade por meio de um Treinamento Auditivo Cognitivo (TAC) pode promover mudanças neuroplásticas e um impacto positivo no zumbido, por meio de estratégias que estimulam habilidades auditivas, linguagem, metacognitivas e cognitivas. Dentre as teorias da geração do zumbido, está posta na literatura que existem mudanças neuroplásticas centrais, que trazem impactos em áreas corticais e de sistema límbico, assim impulsionar a neuroplasticidade pode ser oportuno em sujeitos com o sintoma. Acredita-se que toda intervenção ao zumbido precisa ter início no aconselhamento fonoaudiológico, no qual são realizadas orientações acerca de saúde geral e bem-estar. Objetivo: Analisar a eficácia de um treinamento auditivo cognitivo no alívio da percepção e incômodo com o transtorno do zumbido e da influência do aconselhamento fonoaudiológico e da ansiedade e depressão no resultado terapêutico. Método: Estudo quantitativo, cego e longitudinal. Aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da instituição sob número 12626018.2.0000.5346. Foram selecionados os sujeitos que se enquadraram nos critérios de elegibilidade: idade entre 18 e 59 anos; de ambos os gêneros; com queixa de zumbido crônico (por no mínimo seis meses), configurando transtorno do zumbido unilateral ou bilateral; curvas timpanométricas do tipo “A”; acuidade auditiva periférica que permitisse a percepção da estimulação sonora; apresentar carteira de vacinação contra a COVID-19; não estar realizando nenhuma intervenção ou tratamento para o zumbido. Deste modo, treze sujeitos com zumbido crônico foram submetidos a intervenção com o Treinamento Auditivo Cognitivo sendo distribuídos em dois grupos: Grupo 1 - sete sujeitos submetidos às sessões de treinamento sem aconselhamento fonoaudiológico prévio, e Grupo 2 - seis sujeitos que receberam aconselhamento fonoaudiológico associado a proposta de intervenção. A avaliação do zumbido foi realizada com Tinnitus Handicap Inventory (THI), Escala Visual Analógica para Loudness (EVA L) e Incômodo (EVA I) e utilizada a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD) para verificar se os aspectos emocionais influenciariam nos achados após intervenção. Resultados: A comparação entre o pré e pós das variáveis EVA L, EVA I e THI Pré e Pós intervenção, resultou em significância estatística para ambos os grupos (p-valor da comparação pré e pós: EVA L =0,003; EVA I=0,002; THI= 0,001). A correlação entre os achados pré e pós intervenção da EVA I, EVA L e THI com a EHAD resultou em valores sem significância estatística, respectivamente, para ansiedade (p-valor = 0,956; p-valor = 0,736; p-valor = 0,838) e para depressão (p-valor = 0,573; p-valor = 0,380; p-valor = 0,420). Também não foi encontrada significância na comparação entre as variáveis Pós com o G1 e G2, expondo que não houve influência do aconselhamento no TAC (p-valor: EVA I PÓS= 0,45; EVA L PÓS= 0,59; THI PÓS= 0,88). Conclusão: O presente estudo verificou que a proposta de tratamento do zumbido através do treinamento auditivo cognitivo foi eficaz para a redução da loudness e incômodo do zumbido, sem sofrer influência do aconselhamento fonoaudiológico e dos aspectos emocionais (ansiedade e depressão) nos resultados terapêuticos, possivelmente pelos efeitos da neuroplasticidade.

Sadeghijam M, Moossavi A, Akbari M. Does tinnitus lead to chaos? Braz J Otorhinolaryngol. 2021;87(2):125-126. DOI:10.1016/j.bjorl.2020.11.022


Moreira HG, Brasil ALM, Malavolta VC, Brückmann M, Garcia MV. Cognitive and acoustically uncontrolled auditory training for elderly: a case study. Audiol., Commun. Res. 2021; 26:e2517. DOI:10.1590/2317-6431-2021-2517


Bertuol B, Araújo TM, Biaggio EPV. Hearing Training: Tinnitus and Hearing Skills on Elderly People with Hearing Loss. Distúrbios da Comunicação, v. 31, n. 4, p. 538-548, 2019. DOI: 10.23925/2176-2724.2019v31i4p538-548


Bruno, R. S., & Garcia, M. V. (2021). Aconselhamento Fonoaudiológico: um formato único e personalizado para sujeitos com zumbido crônico. Distúrbios da Comunicação, 33(2), 287-298.
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TREINAMENTO DAS HABILIDADES AUDITIVAS NA REABILITAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM AFASIA: ESTUDO DE RELATO DE CASOS
PEREIRA, A. V. ; SILVA, D. M. ; VIEIRA, L. G. V. ; CASTRO, M. P. ;

Introdução: Afasias são distúrbios de linguagem adquiridos, em consequências de lesões que afetam o sistema nervoso central, predominantemente o hemisfério cerebral esquerdo. É a alteração neurológica adquirida mais comum após uma lesão no sistema nervoso central, sendo que a alteração de linguagem pode ocorrer tanto no aspecto expressivo, quanto receptivo da linguagem. Como consequência, alterações nos aspectos de compreensão, fluência, nomeação, leitura e escrita, agramatismos e apraxias, estarão presentes. Além disso, aspectos motores do indivíduo também podem ser afetados. Objetivo: Realizar o treinamento das habilidades auditivas em indivíduos com quadro de afasia, a fim de observar o efeito do referido treino sobre a reestruturação das habilidades treinadas. Métodos: Trata-se de um estudo de relato de casos, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CAEE: 61673022.4.00005495), a partir da descrição das etapas dos procedimentos de avaliação das habilidades auditivas, de treinamento auditivo e de reavaliação, de dois participantes com quadro de afasia, decorrente de Acidente Vascular Encefálico (AVE), do tipo hemorrágico. Os participantes apresentavam alterações de linguagem e fala e, encontram-se em atendimento em uma Clínica Escola de Fonoaudiologia, de uma Universidade do interior do Estado de São Paulo. Os procedimentos de coleta de dados foram realizados em três etapas: etapa pré treino: avaliação audiológica e avaliação das habilidades do processamento auditivo central; etapa de treinamento das habilidades auditivas: realizada em oito sessões de atendimento; etapa pós treino: reavaliação das habilidades do processamento auditivo central. Resultados: Na etapa pré treino, inicialmente foi realizada a avaliação audiológica básica e, ambos os participantes (P1 e P2), que demonstraram limiares audiológicos e medida de imitância acústica dentro dos parâmetros da normalidade. Os resultados da avaliação do processamento auditivo central de P1, demonstraram alteração das habilidades auditivas de fechamento, de figura fundo e atenção direcionada e, para P2, os resultados demonstraram alteração das habilidades auditivas de resolução temporal, de figura fundo e atenção direcionada. A etapa de treinamento auditivo foi realizada em oito sessões com a estimulação das respectivas habilidades auditivas alteradas. Os resultados demonstraram que, houve melhora do desempenho das habilidades auditivas treinadas, porém, sem refletir na total adequação das mesmas. Considerações finais: considera-se que, o treinamento auditivo em casos de afasia, deve ocorrer em um número maior de sessões, associado à estimulação das habilidades de linguagem e de fala.

1. Fontanesi, Sabrina Roberta Oliveira e Schmidt, Andréia. Intervenções em afasia: uma revisão integrativa. Revista CEFAC [online]. 2016, v. 18, n. 1 [Acessado 3 Maio 2022] , pp. 252-262. Disponível em: . ISSN 1982-0216. https://doi.org/10.1590/1982-021620161817715.
2. Kunst, Letícia Regina et al. Eficácia da fonoterapia em um caso de afasia expressiva decorrente de acidente vascular encefálico. Revista CEFAC [online]. 2013, v. 15, n. 6 [Acessado 3 Maio 2022] , pp. 1712-1717. Disponível em: . Epub 11 Dez 2012. ISSN 1982-0216. https://doi.org/10.1590/S1516-18462012005000104.
3. Folgearini, Jordana da Silva et al. Processamento auditivo da informação em sujeitos com afasia. Estudos interdisciplinares sobre o envelhecimento, 21(3). 2016, v. 21, n 3 [Acessado 26 Nov 2022]. Disponível em: https://doi.org/10.22456/2316-2171.80784
4. Scherer, Lílian Cristine e Gabriel, Rosângela. Processamento da linguagem: contribuições da neurolinguística.
5. Altmann, Raira Fernanda, Silveira, Arieli Bastos da e Pagliarin, Karina Carlesso. Intervenção fonoaudiológica na afasia expressiva: revisão integrativa. Audiology - Communication Research [online]. 2019, v. 24 [Acessado 3 Maio 2022] , e2100. Disponível em: . Epub 04 Jul 2019. ISSN 2317-6431. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2018-2100. (3)
6. Castan, Andrea Tortosa Marangoni, Luiz, Cyntia Barbosa Laureano e Gil, Daniela. Treinamento auditivo acusticamente controlado em um indivíduo adulto após traumatismo cranioencefálico. Revista CEFAC [online]. 2017, v. 19, n. 1 [Acessado 4 Maio 2022] , pp. 126-134. Disponível em: . Epub Jan-Feb 2017. ISSN 1982-0216. https://doi.org/10.1590/1982-0216201719110916.7
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Página(s): p.821
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TREINAMENTO MUSICAL E HABILIDADES AUDITIVAS EM CRIANÇAS OUVINTES: UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA NOS PERIÓDICOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
AMORIM, A. A. L. ; ARAÚJO, E. S. ; SAID, P. M. ; FREDERIGUE-LOPES, N. B. ; BLASCA, W. Q. ; RAZABONE, L. C. ; JACOB-CORTELETTI, L. C. B. ; ALVARENGA, K. F. ;

A ampliação das pesquisas em neurociências, com resultados que indicam um potencial efeito da música na intervenção dos processos comunicativos, comportamentais e de estados emocionais, despertou um interesse adicional no uso do treinamento musical nas áreas da saúde. Nesse sentido, uma revisão bibliométrica sobre o tema traz a possibilidade de analisar o contexto da produção científica publicada e possibilita auxiliar a produtividade e avanço do conhecimento. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi analisar o perfil bibliométrico da produção científica sobre o efeito da música nas habilidades auditivas em população infantil com desenvolvimento típico ouvinte, publicada nos periódicos especializados em Fonoaudiologia e em Música. Trata-se de um estudo de revisão bibliométrica, com dispensa do Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos, realizada nas bases de dados PubMed/MEDLINE, Scopus, Scielo e LILACS, incluindo todos os idiomas e sem filtro para ano de publicação. O levantamento das publicações foi realizado em janeiro de 2023, com os descritores em Ciências da Saúde (DeCS) na seguinte estratégia de busca: Music AND Hearing AND (Child OR Infants OR Preschool). Como critérios de seleção, foram incluídos estudos de revisão sistemática e originais, independente do desenho, e que apresentassem desfechos relacionados ao desenvolvimento das habilidades auditivas em crianças ouvintes e em desenvolvimento típico, expostas ao treinamento musical. Para determinar a elegibilidade, dois autores analisaram os estudos de forma independente, por meio da ferramenta Rayyan, inicialmente com base nos títulos e resumos e, posteriormente, com a leitura na íntegra. Do total de 664 estudos identificados nas bases, 36 eram duplicados e 605 foram excluídos após a análise do título e resumo. Dos 22 artigos selecionados para leitura na íntegra, cinco foram excluídos por não abordarem a população alvo de crianças (n=4) ou por não relacionarem a música com as habilidades auditivas (n=1). Assim, 15 artigos atenderam aos critérios e foram incluídos, sendo quatro de periódicos especializados em Fonoaudiologia, um em periódico de Música e 10 artigos de periódicos especializados em outras áreas correlatas à neurociência. A idade das crianças incluídas nos 15 estudos variou de dois a 14 anos. Todos os estudos tinham de dois a seis autores, o primeiro autor e os coautores eram fonoaudiólogos, psicólogos, musicistas ou neurocientistas, com grau acadêmico desde a graduação até doutorado. 11 estudos foram publicados como artigos originais, com delineamento descritivo-comparativo (n=2), transversal (n=5), longitudinal (n=3) e ensaio clínico randomizado (n=1), medidas por meio da avaliação de habilidades auditivas e medidas eletrofisiológicas da audição. Os outros quatro estudos foram publicados como revisão narrativa (n=1) e sistemática (n=3), com inclusão de 12 a 15 artigos e analisaram a publicação em periódicos nacionais e internacionais. O tamanho amostral variou entre seis e 133 crianças nos estudos. Conclui-se que a produção científica sobre o tema é restrita, especialmente em relação à população de crianças nos dois primeiros anos de vida. Além disso, foi notória a escassez de estudos com elevado nível de evidência científica, publicados em revistas especializadas de Fonoaudiologia e Música e realizados de forma interdisciplinar na área.

HUOTILAINEN, Minna; TERVANIEMI, Mari. Planning music‐based amelioration and training in infancy and childhood based on neural evidence. Annals of the New York Academy of Sciences, v. 1423, n. 1, p. 146-154, 2018.

BRAZ, Cinthya Heloisa et al. Implications of musical practice in central auditory processing: a systematic review. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 87, n. 2, p. 217-226, 2021.

HABIBI, Assal et al. Changes in auditory cortical thickness following music training in children: converging longitudinal and cross-sectional results. Brain Structure and Function, v. 225, n. 8, p. 2463-2474, 2020.

VASUKI, Pragati Rao Mandikal et al. Statistical learning and auditory processing in children with music training: An ERP study. Clinical Neurophysiology, v. 128, n. 7, p. 1270-1281, 2017.

HABIBI, Assal et al. Neural correlates of accelerated auditory processing in children engaged in music training. Developmental cognitive neuroscience, v. 21, p. 1-14, 2016.
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Página(s): p.899
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TRIAGEM AUDITIVA COM ESCOLARES DE ESCOLAS NO DISTRITO FEDERAL
Maito, R. L. A. ; Jesus, B. A. ; Melo, G. C. C. ; Andrade, L. D. ; Anjos, L. S. ; Silva, I. M. C. ;

INTRODUÇÃO: As condições anatomofisiológicas das estruturas do sistema auditivo são de suma importância para que o indivíduo adquira e desenvolva a capacidade de comunicação e, por consequência, de linguagem. Diante disso, o "Programa Audiologia na Escola - Educação Continuada e Saúde Auditiva", composto por discentes de fonoaudiologia, atua em escolas realizando a triagem auditiva de escolares por meio do Exame de Emissões Otoacústicas Evocadas - Produto de Distorção (EOA-PD), da Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo (ASPA) e do Teste de Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada (THAAS). Além disso, o projeto apresenta os aspectos audiológicos fundamentais para a aprendizagem aos educadores e propõe atividades que promovem as habilidades auditivas, as quais também acontecem nas sessões em sala de aula realizadas pelos graduandos, assim como a reavaliação auditiva pós-estimulação. OBJETIVO: Relatar a triagem auditiva e do processamento auditivo em escolares do 1º ano do ensino fundamental em duas escolas públicas do Distrito Federal no ano de 2022. METODOLOGIA: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob pareceres de números 2.406.617 e 2.109.866. Foram selecionados 42 escolares, de ambos os sexos, com idade entre seis e sete anos, matriculados no primeiro ano do Ensino Fundamental I de duas escolas públicas do Distrito Federal (DF). Como critérios de inclusão foram considerados: estar devidamente matriculado na instituição, consentimento em participar da pesquisa, obtido através do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) e ter realizado os três exames audiológicos realizados pelo programa. RESULTADOS: Dos 42 escolares, sendo 26 da escola 1 (E1) e 16 da escola 2 (E2), 61,90% são do sexo feminino e 38,09% do sexo masculino. A primeira coleta feita foi o EOA-DP nos 42 escolares dos quais 78,57% tiveram resultado PASSOU em ambas as orelhas e 11,90% REFAZER como resultado em uma das orelhas. Como segunda e terceira coletas, foram realizadas avaliações do ASPA e do THAAS. Na avaliação do ASPA, 26,92% da E1 obtiveram um resultado satisfatório; já na E2 foram 62,50%. A avaliação do THAAS, baseada na pontuação total, teve como resultados positivos na E1 85% e 88% na E2. CONCLUSÃO: A triagem auditiva de escolares mostrou-se como uma importante contribuição aos educadores para condução do processo de ensino-aprendizagem, pois a identificação de dificuldades auditivas ainda na fase de alfabetização é primordial para um bom desempenho. Espera-se que as atividades realizadas em sala de aula auxiliem na melhora dos resultados na reavaliação dos escolares.

Anzolin Pereira E, Faustino Gonçalves L, Haas P, de Paiva KM, Blanco Dutra AP. Perfil audiológico de crianças com distúrbio primário de linguagem. Rev Neurocienc [Internet]. 2021 [citado 2023 Jan. 10];29:1-26. Disponível em: https://doi.org/10.34024/rnc.2021.v29.12154
Pereira LD, Schochat E. Processamento auditivo central: manual de avaliação. Acta AWHO. 1997 [citado 2023 jan. 10 ]; 16( 2): 92.
Feniman MR, Rissatto ACS, Lauris JRP, Mondelli MFCG. Aplicabilidade do teste da habilidade de atenção auditiva sustentada - THAAS em campo livre. Int Arch Otorhinolaryngol [Internet]. 2012 [citado 2023 Jan. 10] 16(2). Disponível em: https://doi.org/10.7162/S1809-97772012000200017
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Página(s): p.829
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TRIAGEM AUDITIVA EM IDOSOS POR MEIO DO QUESTIONÁRIO SPEECH, SPATIAL AND QUALITIES OF HEARING SCALE – SSQ - 5
Costa, B. ; Almeida, K. ;

Introdução: Dentre os declínios que acompanham o envelhecimento está a perda de audição relacionada ao envelhecimento, que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2018) acomete um terço da população idosa de forma incapacitante. Em adultos, a perda auditiva é considerada incapacitante quando ultrapassa 40 dB na média das frequências audiométricas de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz. A perda de audição na população idosa deve ser considerada um problema de saúde pública. Os governos devem conscientizar a população sobre a existência da perda auditiva relacionada ao envelhecimento e ampliar os serviços de saúde auditiva para promover a facilidade de acesso a todos os cuidados auditivos desde a triagem auditiva periódica no caso dos adultos e idosos, proporcionando a intervenção precoce efetiva (OMS, 2021). Objetivo: Aplicar o questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ 5) em sua versão reduzida de cinco questões como instrumento de triagem auditiva em idosos. Método: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o nº 5.411.459. Trata-se de uma pesquisa observacional descritiva transversal com a avaliação da correlação entre a percepção subjetiva por meio da triagem auditiva utilizando como instrumento o questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale com sua versão de cinco questões (SSQ5) com os resultados obtidos na avaliação audiológica básica em uma população. Participaram do estudo 60 idosos, que compareceram na clínica de Fonoaudiologia da Santa Casa de São Paulo com horário agendado previamente para realizar avaliação audiológica atendendo aos critérios de inclusão: Indivíduos com idade acima de 60 anos com ou sem queixas auditivas; serem alfabetizados na língua portuguesa; sem alterações cognitivas e ou neurológicas evidentes; e ao critério de exclusão: indivíduos que não conseguirem completar a avaliação audiológica e/ou tiverem dificuldades em responder ao questionário SSQ 5. Os participantes foram submetidos a anamnese, em sequência responderam à pergunta: "Você acha que tem uma perda de audição?" e ao questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale – SSQ 5. Foram submetidos ao exame de audiometria tonal e vocal. Resultados: Indivíduos do G1 são significantemente mais jovens do que o G2 (p <0,01). O G1 apresentou resultados audiométricos dentro da normalidade, mas com dificuldades auditivas levantadas pelo SSQ5. As pontuações das questões e média total do SSQ5 do G1 foram significativamente menores no G2. A sensibilidade da pergunta “Você acha que tem uma perda de audição?” é menor do que a média das respostas do SSQ5. Conclusão: O Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale traduzido para o português brasileiro, na sua versão reduzida de cinco questões, mostrou-se um instrumento de fácil e rápida aplicação, fidedigno no rastreio da perda auditiva em idosos.

Assef, R. A., Almeida, K., Miranda-Gonsalez, E. C. D. (2022, February). Sensibilidade e especificidade do Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale
(SSQ5) na triagem auditiva em adultos. In CODAS (Vol. 34). Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.
Gatehouse, S., Noble, W. (2004). The speech, spatial and qualities of hearing scale (SSQ). International journal of audiology, 43(2), 85-99.
Gonsalez, E. C. D. M., Almeida, K. D. (2015). Adaptação cultural do questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ) para o português brasileiro. Audiology-Communication Research, 20, 215-224.
Valete-Rosalino, C. M., Rozenfeld, S. (2005). Triagem auditiva em idosos: Comparação entre autorrelato e audiometria. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 71, 193-200.
World Health Organization 2021. World Report on Hearing. [2021 March 3] Internet. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/world-report-on-hearing
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Página(s): p.856
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TRIAGEM AUDITIVA EM PROFESSORES E ESTUDANTES DE MÚSICA
Quental, S. L. M. ; Amaral, M. I. R. ; Couto, C. M. ;

Introdução: A prática musical oferece aos músicos situações de risco, com picos de intensidade sonora além dos níveis seguros. Considerando a frequência de ensaios, somada à frequência de apresentações formais, a produção musical pode ser prejudicial à saúde auditiva, quando não tomadas as devidas precauções. Objetivo: Avaliar a ocorrência de queixas e alterações auditivas em músicos iniciantes e profissionais e fornecer orientações para prevenção em relação à saúde auditiva. Método: Trata-se de um recorte de pesquisa, aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa (CAAE 56932216.0.0000.5404). Foi realizada uma triagem auditiva no Instituto de Artes de uma Universidade pública durante cinco dias, nos períodos de aulas e intervalos. Participaram da atividade estudantes e professores do Departamento de Música da instituição. A avaliação para triagem foi composta pela apresentação de estímulo tom warble na intensidade de 25dBNA nas frequências de 0.25 a 8kHz em cada orelha, com audiômetro clínico e fone supraural TDH39 devidamente calibrados, em uma sala acusticamente tratada no próprio Instituto. Foi considerada “Falha” na triagem quando a intensidade testada não era percebida pelo participante em pelo menos uma frequência. Além da avaliação, os participantes responderam a um questionário com perguntas relacionadas a queixas e hábitos auditivos. Os participantes que falharam na triagem foram encaminhados para avaliação audiológica básica. Todos os participantes foram orientados quanto aos resultados e estratégias para prevenção de alterações auditivas. Resultados: Participaram da triagem 55 músicos e destes, 12 (21.8%) falharam. Dentre os que falharam, quatro apresentaram limiares auditivos normais na avaliação audiológica básica, três participantes apresentaram perda auditiva e os demais não compareceram à avaliação. A queixa mais referida pelos participantes foi dificuldade em compreensão de fala no ruído (18 participantes, 32.7%), seguida de zumbido (16 participantes, 29%) e de diferença entre orelhas (15 participantes, 27.3%). A maioria dos participantes relatou usar fones de ouvido (74.5%) e frequentar locais com intensidades sonoras elevadas (65.5%). Conclusão: Número considerável de queixas auditivas foi apresentado pelos músicos. Embora parte dos hábitos auditivos relatados seja característico da prática musical, é essencial que os profissionais sejam conscientizados sobre os riscos a sua saúde. Estratégias como o uso de protetores auditivos, o controle do volume do fone de ouvido, a busca por locais silenciosos, a realização de intervalos periódicos e o distanciamento de fontes sonoras como amplificadores de som, podem diminuir o risco de danos auditivos durante os estudos e são fundamentais para a saúde auditiva destes profissionais. Além disso, a avaliação audiológica periódica deve sempre ser considerada.

1. MUNIZ, Carina M. D. C. et al. Perfil audiométrico de músicos profissionais: Revisão sistemática. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. Fortaleza, vol. 31, n. 1, p. 1-8, 2018.
2. SCHMIDT, Jesper H.; PAARUP, Helene M.; BÆLUM, Jesper. Tinnitus severity is related to the sound exposure of symphony orchestra musicians independently of hearing impairment. Ear and Hearing. Baltimore, vol. 40, n. 1, p. 88-97, 2019.
3. LÜDERS, Débora et al. Occurrence of tinnitus and other auditory symptoms among musicians playing different instruments. The International Tinnitus Journal. New York, vol. 20, n. 1, p. 48-53, 2016.
4. POURYAGHOUB, Gholamreza; MEHRDAD, Ramin; POURHOSEIN, Saeed. Noise-induced hearing loss among professional musicians. Journal of Occupational Health. Queensland, vol. 59, n. 1, p. 33-37, 2017.
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Página(s): p.681
ISSN 1983-1793X
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TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL EM RECÉM-NASCIDOS DE MÃES QUE POSITIVARAM PARA COVID-19
Gomes, A.M. ; Zen, P.R.G. ; Sleifer, P. ;

Introdução: A triagem auditiva neonatal (TAN) tem como objetivo a detecção precoce da deficiência auditiva, por isso, esta deve ser realizada, preferencialmente, antes da alta hospitalar e, no máximo, no primeiro mês de vida da criança. Isto se deve ao fato do período preconizado para o fechamento do diagnóstico audiológico e posteriormente a intervenção, quando for o caso. A triagem deve ser realizada até o primeiro mês do recém-nascido, o diagnóstico audiológico até os dois meses de idade e a intervenção precoce até os três meses de idade. Apesar desses períodos ideais, no ano de 2020, com a pandemia do COVID-19 e com as restrições sociais, os serviços ambulatoriais foram inicialmente fechados, e no ambiente hospitalar os serviços foram permitidos desde que se usassem os equipamentos de proteção individual preconizados pelo ministério da saúde, no entanto, inicialmente com a falta desses equipamentos, os serviços realmente essenciais é que eram feitos durante a internação. Deste modo, o Comitê Multiprofissional em Saúde Auditiva recomendou que quando não fosse possível realizar no ambiente hospitalar que a TAN fosse realizada somente quando as autoridades sanitárias permitissem. Durante a pandemia, foi se observando um aumento no número de gestantes acometidas pela COVID-19, o que trouxe algumas incertezas sobre o potencial risco desta infecção acometer a saúde auditiva dos neonatos. Objetivo: analisar os resultados da triagem auditiva neonatal dos recém-nascidos de mães que apresentaram diagnóstico de COVID-19 durante a internação obstétrica, atendidos em um Hospital Universitário. Metodologia: Foram avaliados 23 recém-nascidos, cujas mães positivaram durante a internação obstétrica no período de junho de 2021 a março de 2022 em um Hospital Público Universitário. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob nº 5.778.791. Em relação as avaliações audiológicas, todos os recém-nascidos realizaram o exame de emissões otoacústicas evocadas transientes (EOAT) e potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático (PEATE-A). Resultados: Os recém-nascidos avaliados, 69,6% eram do sexo feminino e 30,4% eram do sexo masculino, com idade média, no momento da avaliação, de 43 dias de vida. Com relação à presença de indicadores de risco para a deficiência auditiva, 22% apresentaram algum dos indicadores, sendo eles: permanência em UTI neonatal por mais de cinco dias, uso de ventilação mecânica, uso de medicação ototóxica por cinco dias ou mais e infecções congênitas (sífilis e HIV). Nestas avaliações todos os recém-nascidos passaram na TAN. Pode-se salientar de acordo com a média dos resultados das avaliações, que nas EOAT as frequências de 1.5, 2.0 e 2.5 KHz o valor da relação sinal/ruído foi menor que das frequências mais altas em ambas as orelhas. Nas avaliações do PEATE-A a média de significância foi maior na orelha direita (98,6%) do que a orelha esquerda (94%). Conclusão: Na amostra estudada, todos os recém-nascidos de mães que apresentaram diagnóstico de COVID-19 durante a internação obstétrica, apresentaram TAN com resultado dentro dos padrões de normalidade em ambas as orelhas. Cabe ressaltar que estes devem ser monitorados a fim de verificar possíveis acometimentos a longo prazo.

Joint Committee on Infant Hearing Year 2019 position statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. J Early Hear Detect Interv. 2019;4(2):1–44. doi: 10.15142/fptk-b748.
Comitê Multiprofissional em Saúde Auditiva- COMUSA. Academia Brasileira de Audiologia, 2020. Acesso em 12 de abril de 2021. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/NOTA_COMUSA_2020.pdf
Duran P, Berman S, Niermeyer S, Jaenisch T, Forster T, Gomez Ponce de Leon R et al. COVID-19 and newborn health: systematic review. Rev Panam Salud Publica. 2020;44:e54. https://doi.org/10.26633/RPSP.2020.54
Buonsenso D, Costa S, Giordano L, Priolo F, Colonna AT, Morini S, Sbarbati M, Pata D, Acampora A, Conti G, Crudo F, Cantiani A, Martina BM, Amorelli GM, Orazi L, Petrianni M, Ricci D, Lanzone A, Sanguinetti M, Cattani P, Sali M, Romeo D, Zampino G, Vento G, Valentini P. Short- and mid-term multidisciplinary outcomes of newborns exposed to SARS-CoV-2 in utero or during the perinatal period: preliminary findings. Eur J Pediatr. 2022 Apr;181(4):1507-1520. doi: 10.1007/s00431-021-04319-1. Epub 2022 Jan 11. Erratum in: Eur J Pediatr. 2022 Jan 31;: PMID: 35013811; PMCID: PMC8747884.
Celik T, Simsek A, Koca CF, Aydin S, Yasar S. Evaluation of cochlear functions in infants exposed to SARS-CoV-2 intrauterine. American Journal of Otolaryngology. 2021 Jul-Aug;42(4):102982. DOI: 10.1016/j.amjoto.2021.102982. PMID: 33621767; PMCID: PMC7890354.
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Página(s): p.797
ISSN 1983-1793X
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TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA: ANÁLISE DE DADOS.
Machado, M.S. ; Silveira, A.L. ; Aschau, C.C. ; Saltiel, D.R.V. ; Kocchann, D.S. ; Pereira, K.R. ; Teixeira, A.R. ;

Introdução: Os programas de saúde auditiva materno-infantil apresentam inúmeros desafios na tentativa de garantir a intervenção precoce para crianças com deficiência auditiva e, portanto, torna-se essencial analisar os resultados observados nas suas diferentes etapas. Objetivo: Analisar dados da etapa de triagem auditiva neonatal de um serviço de referência do sul do país. Métodos: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 4254922 (CAAE 32690820500005327). Trata-se da análise de dados secundários da triagem auditiva neonatal realizada em um serviço de referência em saúde auditiva no período de janeiro de 2018 a abril de 2020. Foram analisadas as seguintes variáveis: sexo do neonato, presença de indicador de risco para a deficiência auditiva infantil, local, método e resultado da triagem auditiva neonatal (passa/falha). Resultados: Dos 4128 neonatos incluídos no estudo, 3568 (86,4%) passaram e 560 (13,6%) falharam na triagem. A técnica mais utilizada foi o teste de emissões otoacústicas evocadas transientes, bem como a unidade de internação obstétrica foi o local de maior prevalência para realização da triagem. Observou-se maior prevalência de falha em bebês com indicadores de risco para deficiência auditiva. Os neonatos do sexo feminino apresentaram redução na prevalência de falha na triagem auditiva neonatal. Conclusão: os dados analisados estão de acordo com a literatura vigente em termos de prevalência de indicadores de risco para a deficiência auditiva, falha na TAN, técnicas e locais da TAN e as correlações desses aspectos.

Anastasio ART, Yamamoto AY, Massuda ET, Manfredi AKS, Cavalcante JMS, Lopes BCP, et al. Comprehensive evaluation of risk factors for neonatal hearing loss in a larg Brazilian cohort. Journal of Perinatology. 2021 Feb; 41(2):315-23.

Joint Committee on Infant Hearing. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention. 2019; 4(2): 1-44.

Lewis DR. Multiprofessional committee on auditory health: COMUSA. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2010, 76 (1);121-128.

Neumann K, Chadha S, Tavartkiladze G, Bu X, White KR. Newborn and Infant Hearing Screening Facing Globally Growing Numbers of People Suffering from Disabling Hearing Loss. Int. J. Neonatal Screen. 2019, 5(7).

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.985
ISSN 1983-1793X
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TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL UNIVERSAL: PREVALÊNCIA DOS INDICADORES DE RISCO PARA DEFICIÊNCIA AUDITIVA EM HOSPITAL ESCOLA
BONATO, M. E. F. ; TOMIASI, A. A. ; OLIVEIRA, M. S. ; Meneses ; TOPANOTTI, J. ;

Introdução: A deficiência auditiva é uma alteração que apresenta alta incidência e é possível ser detectada ainda no período neonatal. Existem vários indicadores de risco para a deficiência auditiva (IRDA) que podem prejudicar a integridade das vias centrais ou periféricas do sistema auditivo do indivíduo. Desta forma, torna-se importante a investigação dos IRDA para melhor acompanhamento audiológico dos bebês. Objetivo: Investigar qual a prevalência dos indicadores de risco para a deficiência auditiva de um hospital escola. Metodologia: O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob parecer 5.273.492 e CAAE 56117921.2.0000.5219. Trata-se de um estudo retrospectivo, documental, com abordagem quantitativa, descritiva e delineamento transversal. A casuística foi composta por prontuários dos lactentes com IRDA atendidos no programa de Triagem Auditiva Neonatal do hospital escola, pertencentes ao banco de dados do setor de Fonoaudiologia deste hospital vinculado ao Setor de Audiologia Clínica. A amostra foi constituída por 129 prontuários de bebês com IRDA, nascidos entre o período de janeiro a dezembro de 2021, coletando informações, como: indicador de risco; registro das EOAET no hospital escola (teste e reteste); resultado do teste de PEATE-A; evasão aos testes. Foram excluídos os prontuários anteriores a janeiro de 2021 e posteriores a dezembro de 2021. Resultados: Dos 1250 nascimentos ocorridos no período estudado, 129 bebês apresentaram IRDA. O IRDA mais prevalente foi a permanência na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN) por mais de 5 dias, seguido da ototoxicidade; sífilis; toxoplasmose; apgar de 0 a 4 no 1º minuto ou de 0 a 6 no 5º minuto; hiperbilirrubinemia; uso de drogas e álcool baixo peso; ventilação mecânica; consanguinidade e antecedentes familiares para surdez. Conclusão: A permanência em UTIN por mais de 5 dias foi o IRDA mais predominante e associado a falha na triagem auditiva neonatal.

ALVARENGA, K. F.; GADRET, J. M.; ARAÚJO, E. S.; BEVILACQUA, M. C. Triagem auditiva neonatal: motivos da evasão das famílias no processo de detecção precoce. Rev. Soc. Bras. Fonoaudiol. 2012;17(3):241-7. Disponível em:https://www.scielo.br/j/rsbf/a/NPXRnR3fHttkRrtLr3LHrFB/?format=pdf&lang=pt. Acesso em:11.05.22.
BERTOLDI, P. M.; MANFREDI, A. K. S.; MITRE, E. I. Análise dos resultados da triagem auditiva neonatal no município de Batatais. Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(3):150-7. Disponível em:https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/139809/135085. Acesso em:14.05.22.
BOTASSO, K. C.; LIMA, M. C. M. P. L.; CORREA, C. R. S. Análise de um programa de saúde auditiva infantil ambulatorial: da triagem ao encaminhamento para reabilitação. CoDAS2022;34(4). Disponível em:https://www.scielo.br/j/codas/a/ChkfT9wyjrYsjhrJpBrbxnK/?lang=pt#. Acesso em:13.05.22.
GEYER, L. B; BARRETO, S. S. M; WEIGERTA, L. L; TEIXEIRA, A. R. High frequency hearing thresholds and product distortion otoacoustic emissions in cysticfibrosis patients. Braz J Otorhinolaryngol. 2015;81(6):589-597. Disponível em:https://www.scielo.br/j/bjorl/a/8ZVpZKjkmBsHx9xLp9KsN6s/?format=pdf&lang=pt. Acesso em:08.06.22.
MARINHO, A. C. A.; PEREIRA, E. C. S.; TORRES, K. K. C.; MIRANDA, A. M.; LEDESMA, A. L. L. Avaliação de um programa de triagem auditiva neonatal. Rev. Saúde Pública vol.54 SãoPaulo 2020. Disponível em:http://old.scielo.br/scielo.php?pid=S0034 89102020000100237&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em:13.05.22.
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Página(s): p.790
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TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: RELAÇÃO ENTRE EXPERIÊNCIA DO EXAMINADOR E ÍNDICE DE RETESTE
Andrade, F. C. ; Buaski, J. P. ; Conto, J. D. ; Gorski, L. P. ;

Introdução: A detecção precoce pela Triagem Auditiva Neonatal possibilita a redução do tempo de privação sensorial e impacto da perda auditiva na infância, indispensável para a aquisição e desenvolvimento normal da linguagem. Objetivo: Analisar a relação entre o tempo de experiência do examinador e a quantidade de bebês que falham no teste. Método: Foram analisados prontuários de bebês triados após a alta hospitalar, por meio do teste das emissões otoacústicas evocadas por estímulos transientes (EOE-T) e do reflexo cócleo-palpebral utilizando-se o instrumento agogô, realizados por acadêmicos do terceiro e quarto ano do curso de Fonoaudiologia no período de dois anos. Resultados: A média etária dos dois mil seiscentos e sessenta e quatro bebês triados foi de aproximadamente quarenta e dois dias, com média maior entre os bebês triados no primeiro semestre se comparados aos triados no segundo semestre letivo. Com relação à experiência do examinador, não foi encontrada diferença no número de bebês encaminhados para reteste, tanto para meio ano, como para um ano de experiência. Conclusão: Considerando o tempo de seis meses e um ano de experiência na realização TAN, não houve associação entre a quantidade de bebês que falharam no teste e o tempo de experiência do examinador na realização da triagem.

1. Lewis DR, Marone SAM, Mendes BCA, Cruz OLM, Nóbrega M. Comitê multiprofissional em saúde auditiva: COMUSA. Braz. J. otorhinolaryngol. 2010;76:121-8.
2. Conselho Federal de Fonoaudiologia. Resolução CFFa nº 487/2016 - Dispões sobre a proibição do ensino, do treinamento e da supervisão, sob qualquer forma de transmissão de conhecimentos, de práticas fonoaudiológicas relativas a triagem auditiva neonatal (TAN) a outros profissionais da área da saúde e demais pessoas não habilitadas na forma da lei. [Internet]. 2016 [cited 2020 Mar 19]. Available from: >https://www.fonoaudiologia.org.br/resolucoes/resolucoes_html/CFFa_N_487_16.htm<
3. JCIH. Joint Committee on Infant Hearing. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. 2019;4(2):1-44.
4. Silva AAD, Bento DV, Silva LNFB. Occurence of indicators for hearing loss in a center of health of Rio Grande do Sul. Audiol Commun Res. 2018; 23:e1919.
5. American Academy of Audiology. (2014). Considerations for the use of support personnel for newborn hearing screening. American Academy of Audiology Task Force on early identification of hearing loss. Retrieved from >https://www.audiology.org/publications-resources/document-library/considerations-use-support-personnel-newborn-hearing<
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.909
ISSN 1983-1793X
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USO DE AMINOGLICOSÍDEOS EM NEONATOS E A PERDA AUDITIVA EM UM SERVIÇO DE SAÚDE AUDITIVA
Novaes, B.C.A. ; Guerra, M. E. S. ; Barasch, S.R.S. ; Siqueira, D.M. ; Mendes, B. C. A. ;

Introdução: Os antibióticos aminoglicosídeos são comumente utilizados para o tratamento de sepse por bactérias Gram-negativa em neonatos em unidade de terapia intensiva (UTIN), podendo causar toxicidade otológica dependendo da dose e do tipo do aminoglicosídeo, no entanto em indivíduos com uma predisposição genética, uma mutação de DNA mitocondrial, após uso de apenas uma única dose pode desenvolver perda auditiva imediata e profunda. Na literatura há uma falta de conhecimento geral sobre a prevalência de perda auditiva induzida por aminoglicosídeos em crianças e sobre fatores de risco concomitantes. Objetivo: Analisar a relação entre o uso de aminoglicosídeos em neonatos e a perda auditiva em um serviço de saúde auditiva. Metodologia: O presente estudo retrospectivo, descritivo e quantitativo foi aprovado pelo Comitê de ética n. 59599322.8.0000.5511. Foram analisados 688 registros de prontuários, de todas as crianças de 0 meses a 6 anos de idade que compareceram para diagnóstico audiológico no serviço entre os anos de 2019 e 2021. As informações referentes ao uso de antibióticos aminoglicosídeos utilizados para tratamento de neonatos foram extraídas dos prontuários para análise descritiva e estatística inferencial do estudo. Resultado: De todos os prontuários analisados, 525 (76,31%) crianças concluíram o diagnóstico audiológico, sendo que 68 (12,95%) fizeram uso de aminoglicosídeo por mais de 5 dias. Em relação ao uso de aminoglicosídeos, 50 (73,53%) crianças tiveram o diagnóstico de perda auditiva, sendo, 13 (19,12%) do tipo condutiva, 2 (2,94%) do tipo mista e 35 (51,47%) do tipo neurossensorial. Das perdas auditivas do tipo neurossensorial, a maioria era de grau profundo (42,86%), seguindo por graus severo e moderado (25,71% cada) e apenas 5,71% com grau leve. Foi analisado a associação com outros fatores de riscos concomitantes para perda auditiva, nas crianças com perda auditiva de tipo neurossensorial e verificado: 45,71% com peso menor ou igual 1500g, 45,71% prematuridade extrema e 17,13% com infecção congênita por citomegalovírus, sífilis e herpes simples (5,71% cada) e 14,29% com APGAR menor 6 no 5º minuto de vida. Conclusão: Conhecer a prevalência da perda auditiva causada pelo uso de aminoglicosídeos e associação com outros fatores de risco é especialmente importante para abordagem clínica em crianças em UTIN e nos serviços de saúde auditiva, incluindo investigação da história familiar detalhada, pesquisas de testes genéticos e métodos audiológicos.

Brummett RE, Morrison RB. The incidence of aminoglycoside antibiotic-induced hearing loss. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 1990 Apr;116(4):406-10. doi: 10.1001/archotol.1990.01870040028008. PMID: 2317321.
Bitner-Glindzicz M, Rahman S. Ototoxicity caused by aminoglycosides. BMJ. 2007 Oct 20;335(7624):784-5. doi: 10.1136/bmj.39301.680266.AE. PMID: 17947747; PMCID: PMC2034737.
Jing W, Zongjie H, Denggang F, Na H, Bin Z, Aifen Z, Xijiang H, Cong Y, Yunping D, Ring HZ, Ring BZ. Mitochondrial mutations associated with aminoglycoside ototoxicity and hearing loss susceptibility identified by meta-analysis. J Med Genet. 2015 Feb;52(2):95-103. doi: 10.1136/jmedgenet-2014-102753. Epub 2014 Dec 16. PMID: 25515069.
May ML, Osowicki J, Gaafar D, Suthers G. Using a bedside test to detect genetic susceptibility to aminoglycoside-induced hearing loss: Has the future arrived? J Paediatr Child Health. 2023 Jan;59(1):9-11. doi: 10.1111/jpc.16302. Epub 2022 Dec 5. PMID: 36465032.
Lanvers-Kaminsky C, Zehnhoff-Dinnesen AA, Parfitt R, Ciarimboli G. Drug-induced ototoxicity: Mechanisms, Pharmacogenetics, and protective strategies. Clin Pharmacol Ther. 2017 Apr;101(4):491-500. doi: 10.1002/cpt.603. Epub 2017 Feb 3. PMID: 28002638.
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Página(s): p.932
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USO DE MELATONINA NO PEATE EM CRIANÇAS
VIEIRA, C. A. ; FRIZZO, A. C. F. F. ; SANTOS, G. L. S. S. ; ALCÂNTARA, Y. B. ; LUIZ, A. L. F. ; TONELOTTI, F. T. F. ;

Introdução: Os primeiros anos de vida de uma criança são os mais importantes para o desenvolvimento da audição e da linguagem, pois, é nesse período que ocorre a maturação do sistema nervoso. Para que a criança tenha um pleno desenvolvimento da linguagem deve haver a integridade do sistema auditivo. O rastreio auditivo realizado por meio das emissões otoacústicas transientes é facilmente realizada em bebês menores de seis meses de idade devido aos longos períodos de sono que os mesmos apresentam nos primeiros meses de vida.
No entanto, é um desafio realizar o potencial evocado auditivo de tronco encefálico em populações infantis, especialmente em crianças com idades superiores à 12 meses pela falta de colaboração, o que gera interferência na resposta e impede a interpretação confiável dos registros eletrofisiológicos. Nestes casos, faz-se necessário o uso de sono induzido para facilitar a realização do procedimento clínico. A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal, capaz de atuar nos sistemas fisiológicos que induz o sono e que vem se mostrando útil na realização do PEATE em crianças. Até o momento três estudos foram encontrados na literatura empregando a melatonina e mostraram a eficiência do seu uso para a indução do sono e conclusão do diagnóstico audiológico nessa população (CASTEIL et al., 2017; SCHMIDT et al., 2007, ROUILLON et al., 2016). Objetivo: Descrever a avaliação eletrofisiológica auditiva por meio do PEATE (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico) em crianças que ingeriram melatonina para indução do sono. Metodologia: Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, número do parecer 4.5666.187 da instituição de origem. Optou-se por um estudo descritivo de uma série de casos clínicos. Participaram do estudo quatro crianças, de ambos os gêneros, na faixa etária de 0 a 48 meses. O tempo para finalizar a pré-coleta e o procedimento de pesquisa foi de uma hora e trinta minutos. O exame foi realizado em torno de quarenta e cinco minutos após a ingestão oral da melatonina prescrita e administrada (dosagem média de 5 mg) pelo médico do serviço de Audiologia do Centro Especializado em Saúde Auditiva. Após a coleta dos dados, foi feita a análise qualitativa e de conteúdo das informações relevantes dos casos clínicos que compuseram a pesquisa. Resultados: Dentre os quatro sujeitos estudados nesta série de casos, dois deles, os casos 1 e 2 tiveram sono induzido pela ingestão da melatonina previamente ao exame PEATE, o que viabilizou o diagnóstico audiológico. Em relação aos casos 3 e 4, de crianças com indicadores de risco e comorbidades como anóxia e prematuridade extrema e idade média de 24 meses, foi empregada dupla dosagem de 5 mg de melatonina e não houve a indução do sono e a realização do exame não foi viabilizada. Conclusão: A partir dos resultados deste estudo não foi possível confirmar a melatonina como um facilitador do sono na avaliação eletrofisiológica auditiva do PEATE em crianças. Sugere-se a realização de novos estudos com ampliação da amostra e diferentes dosagens ajustadas à idade para que possa viabilizar a confirmação da hipótese inicial.



CASTEIL, L. et al. Study of the efficacy of melatonin for auditory brainstem response (ABR)
testing in children. European annals of otorhinolaryngology, head and neck diseases, v. 134, n. 6, p. 373-375, 2017. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28365219/.
ROUILLON, I. et al. How to perform ABR in young children. European annals of
otorhinolaryngology, head and neck diseases, v. 133, n. 6, p. 431-435, 2016. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27453092/.
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Página(s): p.960
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UTILIZAÇÃO DO DIZZINESS APP COMO PROPOSTA TERAPÊUTICA EM PACIENTES COM MIGRÂNEA VESTIBULAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Cruz, A. V. S. ; Ribeiro, D. A. ; Vitória, R. O. ; Gomes, L. C. ; Sousa, M. G. C. ;

INTRODUÇÃO: A migrânea vestibular (MV) é considerada um distúrbio neurogênico de dor, secundário à inflamação dos vasos intracranianos. Os indivíduos com MV podem apresentar sintomas como náuseas, vômitos, tontura, aura e alguns tipos de vertigem. As alterações na qualidade de vida do indivíduo acometido por MV podem ser mensuradas por meio de questionário, que permite quantificar o impacto da tontura nos domínios funcional, emocional e físico. OBJETIVO: Minimizar os efeitos da tontura em pacientes enxaquecosos com a utilização do Dizziness App como proposta terapêutica. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, composto de 12 voluntários adultos, na faixa etária de 23 a 57, de ambos os sexos que possuem diagnóstico de migrânea e queixa de tontura, atendidos em uma Farmácia Universitária de uma IES. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, sob o parecer de número nº 2.556.140. A média de sessões realizadas entre os pacientes foi de seis sessões. Os pacientes realizaram exercícios de relaxamento de cintura escapular e estimulação optocinética por meio do Dizziness App, a fim de potencializar o reflexo vestíbulo ocular. Esta abordagem permitiu que os voluntários realizassem a terapia em seu domicílio numa frequência mínima de duas vezes e máxima três vezes ao dia. Foi aplicado o questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI) pré e pós-intervenção a fim de comparar os resultados com essa abordagem terapêutica. RESULTADOS: Após a comparação do DHI pré e pós-intervenção foi possível constatar que dos 12 voluntários, seis apresentaram menor pontuação no DHI pós, dois relataram remissão total dos sintomas, com escore de zero ponto para todos os domínios, e, apenas um manteve a mesma pontuação. CONCLUSÃO: A realização dos exercícios de relaxamento de cintura escapular e estimulação optocinética por meio do Dizziness App favoreceu a minimização dos efeitos da tontura nos voluntários da pesquisa.

FORTES,R.C.S.; VICENTE,J.S.; LANZETTA,B.P. O impacto da tontura na qualidade de vida de indivíduos com migrânea. Rev. Soc. Bras. Fonoaudiologia, 2010.

LEMPERT, Thomas; VON BREVERN, Michael. Vestibular migraine. Neurologic Clinics, v. 37, n. 4, p. 695-706, 2019.

MAHROUS, Mahmoud M. Vestibular migraine and benign paroxysmal positional vertigo, close presentation dilemma. Acta Oto-Laryngologica, v. 140, n. 9, p. 733-736, 2020.

MORGANTI,L.O.G.; et all. Migrânea vestibular: aspectos clínicos e epidemiológicos. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, São Paulo, 2015.

STRUPP, Michael et al. Vestibular disorders: diagnosis, new classification and treatment. Deutsches Ärzteblatt International, v. 117, n. 17, p. 300, 2020.
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Página(s): p.697
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VALIDAÇÃO CONTÍNUA DO PROCESSO DE DIAGNÓSTICO AUDIOLÓGICO E INTERVENÇÃO EM BEBÊS E CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Souza, J. L. ; Novaes, B. C. A. C. ; Ficker, L. B. ; Rainato, D. K. R. ; Mendes, B. C. A. ;

Introdução: Com o acesso de crianças cada vez mais novas à clínica fonoaudiológica, novos desafios são apresentados para a área da audiologia pediátrica, pois a atuação com crianças pequenas exige maior atenção do profissional na prescrição e adaptação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI), bem como no processo de desenvolvimento do bebê e criança pequena. Limitações e imprecisões ao longo do processo diagnóstico poderão comprometer todos os procedimentos subsequentes no processo de intervenção. Objetivo: Analisar a validação contínua do processo de diagnóstico audiológico e intervenção em bebês e crianças com deficiência auditiva a partir de observação de comportamento auditivo, percepção da fala e habilidades de audição e linguagem após adaptação de AASI. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva operativa individual, transversal e prospectiva, de caráter quantitativo, aprovada pelo comitê de ética de pesquisa (número 5.589.444). Foram sujeitos da pesquisa 12 crianças até 36 meses de idade, com diagnóstico audiológico de perda auditiva neurossensorial bilateral, selecionados a partir da disponibilidade de acesso ao serviço para a avaliação e agrupados em G1 (sujeitos com SII 65 dB até 35%) e G2 (sujeitos com SII 65 dB acima de 54%). Os dados da avaliação diagnóstica foram coletados nos prontuários do serviço e etapas da adaptação dos AASI foram descritas ao longo do processo inicial de intervenção. Foi realizada a audiometria de reforço visual e aplicação, com os responsáveis pelas crianças, dos instrumentos It-MAIS, MUSS, LittleEars-2, categorias de audição e linguagem, além do questionário de caracterização socioeconômica. Resultados: A média de idade do diagnóstico audiológico foi de 4,33 meses. Os resultados audiológicos de todas as crianças tiveram correspondência entre si, com exceção de dois sujeitos do G2. As crianças do G1 tiveram desempenho inferior aos seus pares do G2 nos instrumentos aplicados. Na segunda avaliação, as crianças do G2 aumentaram a pontuação do MUSS de forma significante e seu desempenho geral aumentou conforme o aumento no uso dos AASI, sem significância estatística. Conclusão: O comportamento auditivo validou os processos de diagnóstico e intervenção auditiva dos sujeitos da pesquisa e aplicação dos instrumentos mostrou-se adequada para o acompanhamento do desenvolvimento de habilidades de audição e linguagem das crianças pequenas.

Comerlatto MPS. Habilidades auditivas e de linguagem de crianças usuárias de implante coclear: análise dos marcadores clínicos de desenvolvimento. Tese (Doutorado). São Paulo: Faculdade de Medicina Da Universidade de São Paulo; 2015. 148 p.

Figueiredo R de SL, Mendes B, Cavanaugh MCV, Deperon TM, Novaes B. Índice de inteligibilidade (SII) e variação da intensidade do sinal de fala em crianças com deficiência de audição. Audiology - Communication Research. 2019;24.

Joint Committee on Infant Hearing - Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention. 2019 4(2): 1–44.

McCreery RW, Walker EA, Spratford M, Oleson J, Bentler R, Holte L, et al. Speech recognition and parent-ratings from auditory development questionnaires in children who are hard of hearing. Ear and hearing [Internet]. 2015;36(0 1):60S75S. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4703361/

Yoshinaga-Itano C, Sedey AL, Wiggin M, Chung W. Early Hearing Detection and Vocabulary of Children With Hearing Loss. Pediatrics. 2017 Jul 8;140(2):e20162964.
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Página(s): p.898
ISSN 1983-1793X
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VALIDAÇÃO DOS FOLHETOS DE ATIVIDADES DO PROGRAMA EDUCAÇÃO EM COMUNICAÇÃO ATIVA (EDUCA) PARA INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: RESULTADOS PRELIMINARES
Salgueiro, A. C. ; Bucuvic, E. C. ; Ferrari, D. V. ;

Introdução: Muitos indivíduos com deficiência auditiva continuam a ter dificuldades de comunicação substanciais mesmo após a adaptação do aparelho de amplificação sonora individual, podendo levar à desistência do tratamento. Tais indivíduos podem se beneficiar de programas de gerenciamento da comunicação. O programa de intervenção em grupo “Educação em Comunicação Ativa” (EduCA) trata-se da adaptação do Active Communication Education (ACE) para a população brasileira, com o objetivo de proporcionar estratégias que auxiliem adultos e idosos com deficiência auditiva em suas atividades comunicacionais diárias. O EduCA estrutura-se em módulos com diferentes atividades organizadas em folhetos específicos, os quais devem ter legibilidade e validade para o público brasileiro, tanto dos elementos textuais como também os elementos semióticos e não textuais. Objetivo: Validar o conteúdo dos folhetos de atividade do Programa EduCA. Metodologia: Participaram deste estudo descritivo transversal (aprovação CEP n° 5.448.060) 11 indivíduos com deficiência auditiva (grupo A - 63,64% mulheres; média da idade de 57,45 ± 19,67 anos) e 12 fonoaudiólogos com experiência na área de reabilitação auditiva com adultos e/ou idosos (grupo B; 83,33% mulheres; média de idade de 39,58 ± 10,26). Dois folhetos de atividades relativos à comunicação em grupo e no ruído foram apresentados presencialmente (grupo A) ou a distância (grupo B). Os participantes foram solicitados a realizar a leitura, sugerir melhorias para o folheto e também a responder ao “Instrumento de Avaliação de Materiais Educacionais Impressos para o Paciente” (PEMAT) adaptado via entrevista (Grupo A) ou formulário online (Grupo B). O PEMAT contém 24 afirmações divididas em duas dimensões (compreensão e aplicabilidade), com opções de resposta: concordo (1 ponto), discordo (0 pontos) ou não aplicável (não pontuado). A pontuação foi dada pela somatória dos pontos atribuídos em cada dimensão, dividido pela pontuação possível de ser obtida nesta mesma dimensão e multiplicado por 100. Pontuações maiores são indicativas de melhor qualidade. Resultados: Em média, a pontuação dos folhetos para a dimensão compreensão e aplicabilidade foi de respectivamente 92,73% e 90,91% (grupo A) e 94,10% e 93,10% (grupo B). As sugestões de melhoria foram relacionadas ao aprimoramento das ilustrações representativas de uma sala de uma casa (grupo A) e uso de maior números e ilustrações e infográficos para facilitar a compreensão (grupo B). Conclusão: Embora preliminares, os resultados indicam a validade dos folhetos de atividades para o público brasileiro. As sugestões balizarão o aprimoramento dos folhetos prévios à sua disponibilização para os pacientes.


CARDEMIL, F. et al. Evaluacíon del programa “Active Communication Education” para rehabilitacíon auditiva en adultos mayores con hipoacusia usuarios de audífonos. Rev. Otorrinolaringol. Cir. Cabeza Cuello. 74: 93-100. 2014

HICKSON, L.; WORRAL, L.; SCARINCI, N. ACE: Active Communication Education. 2.ed. Communication Disability Center, Universidade de Queensland, Australia. 41p.2015. Disponível em: https://shrs.uq.edu.au/active-communication-education-ace.

HICKSON, L.; WORRAL, L.; SCARINCI, N.. ACE, N. A randomized controlled trial evaluating the Active Communication Education program for older people with hearing impairment. Ear Hear, v. 28, n. 2. abr. 2007

OBERG, M., BOHN, T., LARSSON, U,. HICKSON, L. Short- and long-term effects of the modified swedish version of the Active Communication Education (ACE) program for adults with hearing loss. J Am Acad Audiol. 2014 Oct;25(9):848-58.
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Página(s): p.1001
ISSN 1983-1793X
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VEMP (VESTIBULAR EVOKED MIOGENIC POTENCIAL) OCULAR E CERVICAL EM PACIENTES SEM QUEIXA DE TONTURA POSTURAL
MONACO, G. P. ; GRECO, M. C. ;

Introdução: O equilíbrio corporal compreende um conjunto de estruturas que contribuem para manutenção de funções como promover a percepção dos movimentos corporais, cefálicos e oculares; possibilitar o controle postural em superfícies firmes e instáveis; permitir a estabilização visual e coordenar os movimentos compensatórios dos olhos. Sendo assim, é necessário haver a integridade dos sistemas vestibular, visual e proprioceptivo. Os Potenciais Evocados Miogênicos Vestibulares (VEMP) são respostas eletrofisiológicas que fornecem informações dos órgãos otolíticos; sáculo, utrículo e nervos vestibulares. É um teste de caráter complementar na avaliação dos distúrbios do equilíbrio. O VEMP contribui para o melhor entendimento da etiologia das doenças vestibulares e norteia o tratamento específico para cada tipo de afecção. Objetivo: analisar os parâmetros de função oculomotora e prova calórica da Vetoeletronistagmografia (VENG) com os IADRs dos VEMP cervical e VEMP ocular em indivíduos normais e verificar se existem associações entre esses exames. Método: o estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa, com o número 3.748.841. É um estudo de caráter quantitativo, observacional, transversal e analítico realizado em 10 indivíduos sem queixas de tontura postural, de ambos os sexos e idade variando entre 18 e 59 anos. Cada participante assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os sujeitos foram submetidos à meatoscopia, avaliação audiológica completa e avaliação vestibular. A bateria de avaliação vestibular envolveu as manobras diagnósticas Dix e Hallpike e Head Roll Test, Vetoeletronistagmografia, no Nistagmus-Contronic, com provas oculomotoras e prova calórica e os VEMPs ocular e cervical. Foram excluídos do estudo sujeitos que, durante avaliação audiológica, apresentaram perda auditiva condutiva ou neurossensorial profunda, pois estas poderiam interferir nos resultados do VEMP, além de alterações motoras de tronco e motricidade ocular. A realização do presente estudo, foi utilizado o equipamento e programa Contronic-EVOKADUS, para análise do VEMP. Para tal equipamento, os parâmetros de referência de normalidade são p13 n23 para cVEMP e N10 P15 para oVEMP. Resultados: na função oculomotora, não foram encontradas alterações de resposta em nenhum indivíduo. Nosso estudo contou com nove respostas da prova calórica dentro dos padrões da normalidade e um caso de hiperreflexia. Oito indivíduos (80%) apresentaram o oVEMP dentro dos padrões da normalidade, enquanto no cVEMP obtivemos nove (90%) respostas sem alterações de simetria. Conclusão: a VENG e o VEMP cervical e ocular podem apresentar resultados alterados mesmo em pacientes sem queixas de tontura postural. Não foi possível encontrar relações entre as alterações encontradas nos testes realizados sendo necessário talvez uma avaliação de outros índices, tais como, latência, amplitude, nos potenciais evocados e um número maior de pacientes a serem avaliados.

Alves, A. M., Tiemi, T., Jakaitis, F., Silva, R. C., Kasse, C. A., Dorigueto, R. S. Potenciais Evocados Miogênicos Vestibulares: Métodos de Registro e Aplicações Clínicas. Rev. Equilíbrio Corporal Saúde, v. 6, n. 2, p. 67-71, 2014.

Felipe, L. Tonturas: Guia Prático de Avaliação e Tratamento, Anatomia e Fisiologia do Equilíbrio. Thieme Revinter, 2021; 1-94.

Cóser, PL, et al. VEMP Cervical no Diagnóstico Otoneurológico: valores de referência para o equipamento Contronic Evokadus. Brasília, 2019.

Cóser, PL, et al. VEMP Ocular no Diagnóstico Otoneurológico: valores de referência para o equipamento Contronic Evokadus. Brasília, 2019.
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Página(s): p.729
ISSN 1983-1793X
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VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA E BAIXA MASSA ÓSSEA EM IDOSOS
Guimarães, F. S. ; Kakehasi, A. M. ; Garcia, V. S. ; Burle, N. L. O ; Mancini, P. C ;

Introdução: O sistema vestibular permite a manutenção do equilíbrio corporal por meio da interação harmônica entre as informações provenientes dos sistemas sensoriais visual, proprioceptivo e vestibular, associado ao processamento do sistema nervoso central e a execução do sistema efetor neuromuscular. Na presença de conflitos na integração dessas informações, ocorrem os sintomas e sinais de perturbação do equilíbrio corporal. O envelhecimento ou qualquer processo patológico incidente sobre o sistema vestibular pode comprometer a estabilidade corporal, ocasionando as tonturas e/ou vertigens e consequentemente o desequilíbrio corporal 9 , aumentando o risco de quedas, relacionadas à morbidade e mortalidade na população geriátrica. Objetivo: Descrever as características de um grupo de idosos com VPPB idiopática e baixa massa óssea diagnosticada pela densitometria óssea de raio-x de dupla energia, submetidos à reabilitação vestibular. Método: Estudo retrospectivo dos pacientes atendidos entre 2012 e 2015 descrevendo as características clínicas, densitométricas e de reabilitação vestibular em indivíduos idosos com VPPB e baixa massa óssea aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob número . 35321914.0.0000.5149. A densitometria óssea foi realizada em coluna lombar e fêmur proximal, e a reabilitação vestibular consistiu de sessões semanais com realização de manobras diagnósticas para VPPB e manobras de reposicionamento de otólitos. Resultados: Foram incluídos 130 indivíduos, dos quais 119 (92%) eram mulheres, sendo a média de idade 78 ± 7 anos (de 61 a 94 anos). Houve relato de quedas em 39 (56%) idosos, fraturas ósseas por fragilidade em nove (7%), queixas de zumbido em 71 (55%), relato de hipoacuidade auditiva em 61 (47%) e visual em 89 (68%). Da amostra, 72 (55%) apresentaram osteopenia e 58 (45%), osteoporose. A média do número de manobras de reposicionamento de otólitos foi de 1,43, com remissão da sintomatologia vertiginosa em 121 (93%) pacientes. Conclusões: Os idosos com baixa massa óssea associada à VPPB idiopática são na maioria mulheres e apresentam queixas de zumbido, hipoacuidade auditiva e visual, além de relato de quedas e fraturas ósseas decorrentes da vertigem. A reabilitação vestibular por meio das manobras de reposicionamento de otólitos foi capaz de solucionar a VPPB e promover a remissão dos sintomas da vertigem.

1. World Health Organization. Ageing and life course [internet homepage]. 2015. Available at: http://www.who.int/ageing/en/. Acessed September 30, 2015.

2. Wong LLR, Carvalho JA. O rápido processo de envelhecimento populacional do Brasil: sérios desafios para as políticas públicas. Rev Bras Estud Popul. 2006; 5-26.

3. Camarano AA, Kanso S. Perspectivas de crescimento para a população brasileira: velhos e novos resultados. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada [texto no 1426]; Rio de Janeiro: 2009.

4. Sagrado E, Loli C, Pereira JNB, Guimarães JP, Mari RB. Influência do envelhecimento sobre a densidade de neurônios mioentéricos nadph-diafore positivo do duodeno de ratos. Arq Ciências Saúde UNIPAR. 2012;16:27-31.

5. Schneider RH, Irigaray TQ. O envelhecimento na atualidade: aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Estud psicol. 2008;585-93.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.878
ISSN 1983-1793X
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Violência no contexto de deficiência auditiva/surdez: julgamento dos indivíduos
Kawamura, J. C. ; Bernal, R. O. ; Bonfim, E. O. ; Marques, D. V. ; Oliveira, J. R. M. ; Mondelli, M. F. C. G. ;

Introdução: A comunicação entre o deficiente auditivo e seu interlocutor pode ser difícil na dependência de muitos fatores como tipo e grau da deficiência auditiva, não utilização de AASI e ou mesmo devido ao perfil do interlocutor. Atitudes de violência, seja física, verbal ou psicológica, entre outras na comunicação, são mais comuns do que se tem conhecimento. Ter condutas adequadas frente a essas atitudes é importante e faz parte da assistência que profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais podem prestar ao deficiente auditivo. Objetivo: verificar, por meio de questionário auto aplicável, questões sobre a “violência no contexto de deficiência auditiva/surdez” nas situações de comunicação do cotidiano. Metodologia: estudo transversal, clínico, com aprovação ética (5.167.261). A amostra foi composta por 50 indivíduos com deficiência auditiva, sendo adultos e idosos matriculados no serviço de saúde auditiva, usuários ou não de Aparelho de Amplificação Sonora Individual, dos quais foram coletados dados do questionário auto administrado e validado por juízes com expertise de título “Questionário sobre investigação da violência no contexto da deficiência auditiva/surdez” durante a rotina de atendimento. Resultados: Todos os indivíduos que sofreram “violência” informaram que estas foram dos tipos verbal e psicológica, trazendo consequências sociais e psicológicas como isolamento, baixa autoestima e tristeza. A violência foi praticada, em sua maioria, por familiares e conhecidos e neste âmbito a pior consequência foi a separação conjugal. A frequência foi alta ocorrendo em vários ambientes, até mesmo em momentos de lazer. Os participantes acreditam que aconteceu por serem deficientes auditivos, porém quem praticou apresentava conhecimento dessa deficiência. Muitos participantes informaram que foi necessário algum tipo de apoio para superação, inclusive com o uso de medicação. Sobre a estratégia de autoadvocacia, a maioria não conhece seu significado, mas acredita ser muito importante e necessária. Os participantes também informaram que consideram essencial o trabalho do assistente social e fonoaudiólogo para a promoção dessa estratégia e de outros auxílios para a situação de violência. Conclusão: deficientes auditivos sofrem violência nas situações de comunicação.

BRASIL. Lei Brasileira de Inclusão da pessoa com deficiência. Presidência da República. Brasília, DF: 2015. Disponível em: L13146 (planalto.gov.br). Acesso em: 18 set 2021.

DAHLBERG, L. L.; KRUG, E. G. Violência: um problema global de saúde pública. Relatório mundial sobre violência e saúde, 2006. 16 p.

FRANCELIN, M. A. S; MOTTI, T. F. G; MORITA, I. et al. As implicações sociais da deficiência auditiva adquirida em adultos. Saúde e Sociedade. São Paulo: Scielo, 2010.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.964
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/964


VOCÊ SABE O QUE É (RE)HABILITAÇÃO AUDITIVA? RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ELABORAÇÃO DE UM SITE INFORMATIVO SOBRE AUDIOLOGIA EDUCACIONAL
Santos, G. T. ; Marani, J. O. ; Carneiro, L. A. ; Medina, C. ; Lopes, N. B. F. ; Moret, A. L. M. ; Jacob, R. T. S. ;

Introdução: Desde o final da década de 80 XXXXX desenvolve inúmeras ações na grande área da Audiologia, cujo impacto e repercussão têm sido declarados positivamente nos âmbitos acadêmico, científico e na extensão. Nesse âmbito, se destacam a construção e consolidação das políticas públicas em saúde auditiva do nosso país. Inserida nesta grande área, a Audiologia Educacional é a disciplina da Audiologia que tem como objetivo primordial minimizar o impacto da deficiência auditiva na vida de uma pessoa. Da mesma forma, os materiais gráficos, como os sites, utilizados na comunicação em saúde são ferramentas capazes de reunir uma variedade de informações de maneira abrangente e acessível aos usuários. Portanto, a comunicação em saúde pode motivar a adesão ao tratamento e promover o autocuidado.
Objetivo: Relatar a experiência de graduandos e pós-graduandos em Fonoaudiologia no desenvolvimento de um site informativo sobre o Laboratório de Audiologia Educacional da XXXXX.
Metodologia: O desenvolvimento do site foi executado por uma equipe multidisciplinar e baseado em quatro fases de desenvolvimento de design instrucional 1) Primeira etapa: análise e planejamento. Envolveu a identificação e levantamento das informações necessárias dentro do ambiente virtual e definição de objetivos instrucionais; 2) Segunda etapa: design e desenvolvimento. Foi realizada a elaboração do conteúdo, onde foram selecionadas imagens, vídeos, fotografias e animações para tornar o ambiente virtual mais dinâmico e interativo. Foram utilizados e disponibilizados materiais já elaborados pelo grupo de pesquisa do laboratório; 3) Terceira etapa: implementação. Foram analisados quais recursos tecnológicos deveriam ser usados para que o objetivo proposto fosse alcançado, sendo realizada a adequação do ambiente virtual, visando a efetiva transmissão do conteúdo elaborado nas etapas anteriores. Ressalta-se que as fases propostas pelos autores foram produzidas conjuntamente, sendo possível realizar modificações durante todo o processo.
Resultados: O site informativo sobre o Laboratório de Audiologia Educacional poder ser acessado pelo endereço eletrônico XXXXX.
Conclusão: Almeja-se que o site XXXX auxilie na difusão das informações sobre a (re)habilitação auditiva, bem como sobre as ações de pesquisa e extensão desenvolvidas no laboratório voltadas à comunidade. O aluno de graduação em Fonoaudiologia teve a oportunidade de aprofundar o seu conhecimento sobre a área da Audiologia Educacional por meio de metodologia ativa (maker).

BALIEIRO, CR; TRENCHE, MCB. Conversando com pais: a escrita e o desenvolvimento da linguagem escrita de crianças deficientes auditivas. In BEVILACQUA, MC, MORET, ALM. Deficiência auditiva: conversando com familiares e profissionais da saúde. São José dos Campos: Pulso Editorial, 2005.
BEVILACQUA, MC; FORMIGONI, GMP. Audiologia educacional: uma opção terapêutica para a criança deficiente auditiva. 1997.
EISENBERG, LS. Current state of knowledge: speech recognition and production in children with hearing impairment. Ear and hearing, v. 28, n. 6, p. 766-772, 2007.
LOPES, I L et al. Iniciativas internacionais para o controle da qualidade da informação em Saúde na Web. 2012.
MORET, ALM. Audiologia Educacional na infância: contribuições do Campus de Bauru da Universidade de São Paulo. In: Conhecendo a USP – contribuições do ensino, da pesquisa e da extensão no campo das deficiências / organizadores Shirley Silva e Luciano Digiampietri. São Paulo: FEUSP, 2017. P 33-48.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.781
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/781


VOCÊ SABIA QUE SEU CELULAR PODE FAZER MAIS DO QUE LIGAÇÕES OU NAVEGAR PELAS REDES SOCIAIS? ELE PODE SER O MELHOR AMIGO DA SUA AUDIÇÃO - RESULTADOS DA ANÁLISE DE UMA CARTILHA INFORMATIVA SOBRE APLICATIVOS DE ACESSIBILIDADE AUDITIVA.
Almeida, T. T. A. ; Carvalho, H. A. S. ; Torrezam, V. F. ; Medina, C. ; Carneiro, L. A. ; Frederigue, N. ; Angelo, T. C. S. ; Moret, A. L. M. ; Jacob, R. T. S. ;

Introdução: Há uma lacuna quanto à informação que a população com deficiência auditiva (DA) possui sobre as tecnologias digitais facilitadoras, sobretudo os aplicativos móveis disponíveis em smartphones. Em contrapartida, a maior parte desses indivíduos expressam interesse em conhecer os recursos digitais de acessibilidade para aprimorar suas experiências de comunicação.
Objetivo: O estudo teve como objetivo desenvolver e validar uma cartilha informativa sobre aplicativos móveis de acessibilidade auditiva.
Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 58868122.7.0000.5417) e desenvolvido em duas etapas, sendo a primeira a execução da cartilha de acordo com os seguintes parâmetros: conteúdo textual, linguagem, design e revisão. Foi realizada busca nas lojas de aplicativos dos sistemas operacionais Android (Google Play Store) e iOS (Apple Store). Os aplicativos encontrados foram testados e suas funcionalidades analisadas. Na segunda etapa, foram contatados pessoas com DA e fonoaudiólogos, em um Serviço Público de Audiologia e por meio de mídias sociais, para a validação do conteúdo da cartilha. A amostra de conveniência foi composta por 37 indivíduos, divididos em G1: 17 pessoas com DA, e G2: 20 fonoaudiólogos. Os participantes leram a cartilha em formato digital, sendo possível acessar o aplicativo por meio de link ou QR code, e então responderam a um questionário por meio do Google Forms. Para avaliação do G1, foi desenvolvido um questionário com oito questões, com a opções de resposta concordo, discordo, e não concordo e não discordo. O grupo G2 avaliou o material pelo IVCES - Instrumento de Validação de Conteúdo Educativo em Saúde, composto por 18 itens, com opções de resposta discordo, concordo parcialmente, e concordo totalmente. Os dados foram tabulados em uma planilha Excel e analisados de forma descritiva. Para que o material fosse considerado válido, as respostas positivas necessitariam alcançar 75% de concordância para o G1, e 80% de concordância positiva em relação ao objetivo, estrutura/apresentação e relevância para o G2.
Resultados: Na cartilha, foram descritas as funcionalidades de cada aplicativo, em qual plataforma estava disponível para download, qual era sua imagem de ícone e prints da tela do aplicativo. De acordo com as respostas obtidas, 60% dos participantes com DA nunca haviam recebido informações sobre estes aplicativos. As respostas positivas do grupo G1 atingiram 82% de concordância e do grupo G2 uma média maior que 80% para todas as categorias.
Conclusão: A cartilha informativa sobre os aplicativos de acessibilidade auditiva foi considerada válida tanto por pessoas com DA, como por fonoaudiólogos. Espera-se que esse material contribua para a disseminação de estratégias facilitadoras da comunicação em ambientes acusticamente desafiadores. O presente estudo torna-se relevante em razão da crescente utilização de smartphones e do potencial dos aplicativos de acessibilidade auditiva a fim de transformar a prestação dos serviços de saúde auditiva. Além disso, oportuniza uma nova alternativa de tecnologia assistiva aos indivíduos que possuem DA que não procuram as soluções tradicionais fornecidas pelos dispositivos de amplificação.

BAKKEN, J.P.; Putta, P.;Uskov, V.L. Universities: Assistive Technologies for Students with Hearing Impairments. Smart Education and e-Learning, v.240,,p. 487-503, 2021.https://doi.org/10.1007/978-981-16-2834-4_41


LOPEZ, E.A.; COSTA, O.A.; FERRARI, D.V. Development and Technical Validation of the Mobile Based Assistive Listening System: A Smartphone-Based Remote remote microphone. American Journal of Audiology, v. 25, n. 3S, p.288-294, 2016. DOI:10.1044/2016_AJA-16-0016

MAIDMENT, D.W.; AMLANI, A.N. Argumentum ad Ignorantiam: SmartphoneConnected Listening Devices. Thieme Medical Publishers. Semin Hear, v. 41, n. 4, p. 254-265, dez. 2020. DOI:10.1055 / s-0040-1718711

MEDWETSKY, L.; KELLY, K.; BAKKE, M. Earphone models for iPhones: surprising results when used with a hearing app, v.24, n.1 , p. 22-25, 2020.

REDDY, C.K.A.; SHANKAR, N.; BHAT,G.S.; CHARAN,R.; PANAHI,I. Anindividualized super-Gaussian single microphone speech enhancement for hearing aid users with smartphone as an assistive device. IEEE signal processing letters, v. 24, n. 11, p. 1601-1605, set. 2017. DOI: 10.1109/LSP.2017.2750979

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.916
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/916


ZUMBIDO E ATIVIDADE FÍSICA
Weingaertner, L. W. ; Santos, C. D. ; Rosito, L. P. S. ; Unchalo, A. L. S. ; Teixeira, A. R. ;

INTRODUÇÃO: O zumbido é definido como a percepção auditiva do ruído na ausência de uma fonte física ou causa externa identificável. Sabe-se que a prática de exercícios físicos está relacionada a inúmeros benefícios, colaborando para a manutenção da saúde. OBJETIVO: Analisar a influência da prática de atividade física na autopercepção do zumbido. METODOLOGIA: Os pacientes atendidos no ambulatório de avaliação e tratamento do paciente com zumbido crônico, são submetidos à avaliação otorrinolaringológica e são encaminhados para o serviço de fonoaudiologia para realização de audiometria e avaliação psicoacústica do zumbido. Na anamnese, os pacientes são questionados se acreditam que o zumbido possa ter associação com a prática de exercício físico. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (CAEE 70142817.0.0000.5327). RESULTADOS: Os pacientes com zumbido totalizaram 548 indivíduos, sendo 337 (61,50%) do sexo masculino e 211 (38,50%) do sexo feminino. Destes, 105 têm zumbido na OD (19,16%), 112 (20,44%) na OE, 45 (8,26%) na cabeça e 286 (52,14%) em ambas orelhas. Com relação ao exercício físico, 60 (11%) acreditam que o exercício físico piora o zumbido, 47 (8,58%) melhora e 441 (80,42%) não sentem diferença. CONCLUSÃO: Pela análise de dados, na amostra avaliada, não houve diferença na percepção do zumbido em função da prática de atividade física. Assim, por mais que tal prática esteja relacionada a inúmeros benefícios, nos pacientes avaliados, pequena parcela observou melhora do zumbido em associação com a prática de exercícios físicos.

1. BAGULEY, David. Tinnitus. Lancet, Reino Unido, v. 382, n. 9904, p. 1600-1607, novembro, 2013.

2. SEIDMAN, Michael D. et al. Tinnitus: current understanding and contemporary management. Current Opinion in Otolaryngology & Head and Neck Surgery, Reino Unido, v. 18, n. 5, p. 363-368, outubro, 2010.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.951
ISSN 1983-1793X
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ZUMBIDO EM PACIENTES COM PERDA AUDITIVA E DIAGNÓSTICO DE OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
Costa, L.R. ; Felix, T.M. ; Antunes, L.P.M. ; Silveira, M.R. ; Santos, C.D. ; Weingaertner, L.W. ; Unchalo, A.L.S. ; Teixeira, A.R. ;

INTRODUÇÃO: A Osteogênese Imperfeita (OI) se constitui como uma doença rara, de origem genética, que produz falhas no colágeno. Além da fragilidade óssea, outros achados extra-ósseos desta doença são descritos na literatura especializada, dentre eles a perda auditiva. Considerando que o zumbido pode ser observado na população com esta doença, é necessária a investigação sobre o impacto deste na qualidade de vida dos indivíduos afetados. OBJETIVO: Investigar o incômodo provocado pelo zumbido em pacientes com perda auditiva e diagnóstico de OI. METODOLOGIA: A pesquisa foi realizada em hospital de referência para OI, devidamente aprovada pelo comitê de ética (CAAE 60692522.1.0000.5327). Após consulta com médica geneticista, em consulta de acompanhamento, foram convidados a participar da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Na sequência, realizaram avaliação audiológica, com audiometria tonal, vocal e medidas de imitanciometria acústica e responderam ao questionário Tinnitus Handicap Inventory, que tem por objetivo avaliar o grau de impacto do zumbido na qualidade de vida. RESULTADOS: A pesquisa contou com 15 participantes, com idade mínima de 15 anos e máxima de 56 anos (35,8±14,7). Destes, 4 (26%) eram homens e 11 (74%) mulheres. .Todos os participantes da pesquisa apresentaram perda auditiva, uni ou bilateral e zumbido A perda auditiva unilateral estava presente em sete (40%) pacientes, enquanto a perda auditiva bilateral foi observada em nove (60%). Quanto ao tipo de perda auditiva, três três(20%) pacientes apresentaram perda do tipo condutiva, 10 (67%) mista e doisdois (13%) neurossensorial Com relação ao zumbido, todos os pacientes avaliados tinham o sintoma há pelo menos seis meses, sendo este o tempo mínimo e 300 meses (25 anos) o tempo máximo relatado (mediana 36 meses). De acordo com os resultados do questionário THI, em três pacientes (20%) o impacto foi desprezível, em sete (47%) leve, em um (7%) severo e em quatro (27%) catastrófico. CONCLUSÃO: Constatou-se que, na amostra avaliada, o zumbido foi observado em 100% dos participantes, sendo o impacto leve ou catastrófico os mais prevalentes. Atenta-se para o fato de que os trabalhos na literatura que investigam este sintoma na população diagnosticada com OI são escassos, evidenciando a necessidade de mais pesquisas voltadas a este assunto.

CARRÉ, F.; ACHARD, S.; ROUILLON, I.; PARODI, M.; LOUNDON, N. Hearing impairment and osteogenesis imperfecta: Literature review. European Annals of Otorhinolaryngology, Head and Neck diseases: 136, 379–383. 2019.
FERNANDO, T.C.P.; JEFFERSON, R.T.O.; FAVIOLA, C.A.E.; FERNANDO, J.P.F. Osteogénesis imperfecta: revisión de la literatura actual. Rev. Ecuat. Pediatr. 20 (1); 4 - 9. Universidad San Francisco de Quito, Equador, 2019.
GONÇALVES, S.N. Prevalência de zumbido em indivíduos brasileiros com diagnóstico de Osteogênese Imperfeita. Tese (Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2022.



DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.977
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