"AUDITORY PROCESSING DOMAINS QUESTIONNAIRE (APDQ)” EM INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)
Braga Junior, J. ;
Lorenzo, C. M. ;
Nascimento, L. A. ;
Bonorino, R. C. ;
Trapani, T. C. F. ;
Dias, K. Z. ;
Pinheiro, M. M. C. ;
Introdução: O transtorno do processamento auditivo central (TPAC) refere-se a dificuldade nas habilidades auditivas. Estudos têm sugerido para complementar a avaliação do processamento auditivo central (PAC) a aplicação de questionários para auxiliar no rastreio de indivíduos com TPAC. O “Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ)” foi desenvolvido para rastrear habilidades auditivas de estudantes de 7 a 17 anos e tem sido recomendado como um método de triagem para o TPAC, pois seu escore é capaz de diferenciar dificuldades auditiva, de linguagem e de atenção. Objetivos: Analisar o desempenho de crianças com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) no questionário APDQ. Metodologia: Estudo transversal aprovado pelo comitê de ética nº 5.268.520. A amostra foi composta pelo grupo controle, constituído por 33 indivíduos com desenvolvimento linguístico e auditivo típico, a média de idade foi de 12 anos e 66,66% era do sexo feminino. O grupo estudo foi composto por 33 indivíduos com diagnóstico de TDAH, a média de idade de 10 anos e 63% era do sexo masculino. Os responsáveis pelas crianças responderam ao questionário APDQ composto por 50 questões referente ao comportamento auditivo, possuindo três domínios: processamento auditivo (PAC) com 29 itens, atenção com 10 itens e linguagem com 11 itens. Cada questão possui uma pontuação que varia de 4 a 0, desta forma, o máximo de pontos que pode ser obtido em cada domínio é de 116, 40 e 44 pontos, respectivamente para processamento auditivo, atenção e linguagem. O escore total do questionário é de 200 pontos que indica a ausência de algum prejuízo no processamento auditivo, linguagem e/ou atenção. Resultados: A população de estudo apresentou escore médio no APDQ de 91,12 pontos. O domínio da atenção foi o mais comprometido com 18,72 pontos, seguido do domínio da linguagem com 19,54 pontos e PAC com 51,35 pontos. Já o grupo controle apresentou escore médio de 188,54 pontos, o domínio do PAC com 106,84 pontos, linguagem com 41,51 pontos e atenção com 36,39 pontos, apontando níveis de atenção linguagem e processamento auditivo adequados. Conclusão: O questionário demonstra um bom desempenho na identificação e discriminação de crianças com dificuldades nas habilidades auditivas. O grupo estudo apresenta desempenho inferior ao grupo controle com comprometimento em todos os domínios do questionário, sendo o domínio da atenção com o maior prejuízo, isso devido ao domínio compreender os principais sinais e sintomas necessários para o diagnóstico de TDAH.
ASHA, American Speech - Language - Hearing Association. Central Auditory Processing Disorder. 2005. Disponível em: https://www.asha.org/practice-portal/clinical-topics/central-auditory-processing-disorder/#collapse_8. Acesso em: 18 jan. 2023.
CARVALHO, Nádia Giulian de; UBIALI, Thalita; AMARAL, Maria Isabel Ramos do; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca. Procedures for central auditory processing screening in schoolchildren. Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology, [S.L.], v. 85, n. 3, p. 319-328, maio 2019.
Dias KZ, Yokoyama CH, Pinheiro MM, Braga Junior J, Pereira LD, O‘Hara B. The Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ): Brazilian-Portuguese version. Braz J Otorhinolaryngol. 2022;88:823-40
O’HARA, Brian; MEALINGS, Kiri. Developing the auditory processing domains questionnaire (APDQ): a differential screening tool for auditory processing disorder. International Journal Of Audiology, [S.L.], v. 57, n. 10, p. 764-775, 31 jul. 2018.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.766
ISSN 1983-1793X
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15 ANOS DO DIA INTERNACIONAL DA CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O RUÍDO NO BRASIL – INAD BRASIL
Kuniyoshi, I. C. ;
Fonseca, W. D'A. ;
Introdução: O International Noise Awareness Day (INAD) ou Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído é um evento promovido pelo League for the Hard of Hearing, atualmente, Center for Hearing and Comunication desde 1996 com o objetivo conscientizar a população sobre os efeitos nocivos do ruído para audição, saúde e qualidade de vida. Ocorre em uma data móvel, sempre na quarta-feira da quarta semana do mês de abril em que se promove 60 segundos de silêncio para destacar o impacto do ruído na vida cotidiana, proporcionando aos participantes uma pausa e uma oportunidade de conscientização sobre um problema que impacta a saúde pública mundial. Além dos Estados Unidos, a campanha é muito difundida na Alemanha, Espanha, Chile, Holanda, Suíça, Itália, Portugal, entre outros. No Brasil, O INAD acontece desde 2008. Objetivo: Descrever a trajetória de 15 anos da campanha do Dia Internacional de Conscientização Sobre o Ruído no Brasil (INAD Brasil). Metodologia: Foi realizado o resgate dos temas e lemas propostos a cada edição ao longo dos anos, respectivos materiais, além da descrição do alcance da campanha, em consulta aos relatórios anuais, registros da coordenação nacional e site do INAD Brasil. Resultados: De 2008 a 2022 as atividades da campanha INAD Brasil extrapolaram o ambiente escolar e acadêmico e ganhou visibilidade em locais públicos, como feiras livres, ruas, unidades de saúde, igrejas, shoppings, restaurantes, pontos turísticos, terminais de ônibus, semáforos e tantos outros. Além de cenários para as ações presenciais, por força do distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19, nos anos de 2020 a 2022 também foram incorporadas atividades desenvolvidas em ambientes virtuais. Sempre foram incentivadas atividades que tenham repercussão mais duradoura, em detrimento das ações pontuais e desenvolvidas por equipes multidisciplinares de colaboradores, compostos por professores, alunos e profissionais da saúde, com destaque à Fonoaudiologia e da área técnica relacionada à acústica como a Engenharia, Arquitetura, Física, além de agentes de fiscalização ambiental de órgãos públicos municipais e estaduais, colaboradores de empresas privadas e de instituições públicas. As ações (com grande diversidade) têm sido realizadas em torno de um tema que geralmente é proposto por ter relação com temáticas brasileiras do ano corrente. A partir do tema, gera-se um lema, sendo que esse comumente é criado por alunos colaboradores da campanha. Munido dos motivos centrais, as estratégias e a comunicação audiovisual são elaboradas. Embora diversos tipos de materiais são geralmente disponibilizados, o cartaz é tradicionalmente a arte principal. A partir de 2020, materiais em língua inglesa também foram cunhados com o objetivo de ampliar a divulgação a partir do Brasil. Conclusão: O INAD Brasil caracterizou-se em sua trajetória pela incorporação de outras atividades além da proposta mundial, respeitando a diversidade do território nacional e criatividade dos parceiros locais. A participação de colaboradores autônomos e institucionais, simpatizantes e organizações de representatividade de classes tem sido crescente ao longo dos anos, assim como o número de municípios de todas as regiões e estados do Brasil.
Kuniyoshi, Isabel Cristiane; Fonseca, William D’Andrea e Paul, Stephan. Práticas educativas em saúde auditiva: nos contextos educacional, ambiental e ocupacional, Capítulo 12. Dia Internacional de Conscientização Sobre o Ruído – INAD Brasil, págs. 138–152. Atena, 2021. ISBN 978-6559835522. doi: 10.22533/at.ed.52221131012.
Fonseca, William D’Andrea. Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído – INAD Brasil 2020 (Encarte). Acústica e Vibrações, 35(52): 143–146, 2020. ISSN 2764-3611, 1983-442X. doi: 10.55753/aev.v35e52.26.
Kuniyoshi, Isabel Cristiane; Fonseca, William D’Andrea e Mello, Felipe Ramos. Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído – INAD Brasil 2021 (Encarte). Acústica e Vibrações, 36(53):1–8, 2021. ISSN 2764-3611, 1983-442X. doi: 10.55753/aev.v36e53.58.
INAD Brasil – Dia Internacional da Conscientização Sobre o Ruído. Online, 2022. Disponível em: http://www.inadbrasil.com. Acesso em janeiro de 2023.
Fonseca, William D’Andrea; Mello, Felipe Ramos; Mareze, Paulo; Silva, Rafael Augusto David; Kuniyoshi, Isabel; Santos, Christian e Lacey, Joseph. Desenvolvimento de material educacional de acústica e audição para o INAD Brasil 2021. Em XXIX Congresso Brasileiro e o IX Congresso Internacional de Fonoaudiologia 2021 (Fono 2021), págs. 1–17. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFA), 2021. ISBN 978-6586760095. Disponível em: https://bit.ly/fono2021-inad.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.901
ISSN 1983-1793X
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A CONTRIBUIÇÃO DA POSTUROGRAFIA EM EXAMES VESTIBULARES SEM ALTERAÇÕES
Lopes, C. M. ;
Batista, B. S. ;
Rodrigues, G. B. ;
Lima, L. S. ;
Santos, M. D. M. ;
Nishino, L. K. ;
INTRODUÇÃO: a tontura é um sintoma multifatorial que pode estar associado a diversas doenças e a desorganização dos sistemas responsáveis pelo equilíbrio, como o sistema visual, somatossensorial e vestibular. A Vectoeletronistagmografia é um dos exames mais solicitados para avaliar o paciente com tontura, porém ele avalia a conexões com o sistema nervoso central e o sistema vestibular e visual, ou seja, o reflexo vestíbulo-ocular (RVO). Porém não avalia a conexões entre os sistemas vestibulares e somatossensoriais, o reflexo vestíbulo-espinhal (RVE). Para este fim, o exame mais indicado é a Posturografia, que avalia os três sistemas e a conexão entre eles. OBJETIVO: Verificar se a Posturografia pode aumentar o índice de exames alterados em pacientes com queixa de tontura. MÉTODOS: estudo transversal observacional, retrospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Instituição, aprovado pelo número 3.708.883/2019. Foram avaliados 15 exames sem alterações na Vectoletronistagmografia e alterados na Posturografia. A busca dos exames foi de banco de dados da Instituição, no qual inseriu em uma tabela de Excel os resultados como: gênero, idade, resultado da audiometria, hipótese diagnóstica e conclusão da Posturografia. RESULTADOS: o gênero masculino correspondeu a três (20%) e o gênero feminino 12 (80%), a idade média dos pacientes foi de 61,7 anos de idade, com desvio padrão de 13 anos. Na audiometria, quatro (27%) apresentaram limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, oito (53%) apresentaram perda auditiva do tipo sensorioneural e três (20%) apresentaram perda auditiva do tipo mista. As hipóteses diagnósticas foram: seis (40%) com tontura de origem central, dois (13%) com Presbiacusia, dois (12,5%) com tontura psicogênica, um (7%) com glaucoma, um (7%) traumatismo craniano, um (7%) hérnia cervical e lombar, um (7%) acidente vascular cerebral e um (7%) tumor glômico. As conclusões da Posturografia foram: oito (52,5%) com Disfunção Severa, dois (12,5%) de disfunção somato-vestibular, um (7%) com Disfunção Visual, um (7%) com Disfunção somatossensorial, um (7%) com Disfunção Vestibular, um (7%) com Disfunção visuo-vestibular e um (7%) de dependência visual. CONCLUSÃO: A Posturografia foi um teste complementar que aumentou o índice de resultados alterados em indivíduos com queixas de tontura.
Nishino, Lucia Kazuko et al. Protocolo para posturografia estática com provas dinâmicas em indivíduos sem queixas vestibulares utilizando o sistema Horus. CoDAS [online]. 2021, v. 33, n. 3 [Acessado 27 Dezembro 2022], e20190270. Disponível em:
Bittar RSM. Como a posturografia dinâmica computadorizada pode nos ajudar nos casos de tontura? Arq int otorrinolaringol (Impr). 2007;330–3.
PORTES, K. S. ; PIMENTEL, B. N. ; SILVA, K. C. V. ; SANTOS FILHA, V. A. V. . Posturografia
Dinâmica Foam Laser e Vectoeletronistagmografia em indivíduos com queixas vestibulares: Comparação de resultados. REVISTA BRASILEIRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, v. 4, p.133-143, 2017.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.695
ISSN 1983-1793X
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A CRIAÇÃO DE UMA LIGA ACADÊMICA DE AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO COM ENFOQUE MULTIDISCIPLINAR
Santos, A. S. ;
Doutrelepont, D. W. ;
Schotkis, I. C. ;
Basile, A. A. ;
Silva, C. M. ;
Stigger, F. S. ;
Costa, P. R. ;
Menegotto, I. H. ;
Boscolo, C. C. ;
Soldera, C. L. C. ;
Introdução: Uma Liga Acadêmica consiste na união de discentes e profissionais docentes que, guiados por um professor orientador, possuem interesse comum em determinada área do conhecimento. Esse tipo de agremiação tem por objetivo o estudo extraordinário de certo campo da ciência, além da promoção dos três pilares da universidade: ensino, pesquisa e extensão. Assim, há maior expansão do conhecimento teórico-prático, por meio de maior contato com a área do saber pré-estabelecida pela Liga. Desta forma, com o intuito de aprofundar o estudo acerca da Audição e do Equilíbrio, foi idealizado a criação de uma Liga Acadêmica. A fundação de Ligas Acadêmicas promove o trabalho em equipe com diversos atores sociais. Ainda, proporciona contato com estudantes das mais variadas áreas do conhecimento, com profissionais de diversas categorias e com usuários e gestores dos serviços e/ou territórios em que desenvolvem suas atividades. Sendo assim, a ação colaborativa entre os discentes proporciona compartilhamento de habilidades e experiências comuns, estas nas quais são importantes para o futuro exercício profissional. Objetivo: Descrever como é feita a contribuição multidisciplinar nos estudos sobre a audição e o equilíbrio, seu funcionamento e processos de envelhecimento e adoecimento. Métodos: A Liga Acadêmica com enfoque na audição e equilíbrio foi idealizada em Abril de 2021 por um grupo de discentes de graduação do curso de Fonoaudiologia de uma universidade localizada na região Sul do Brasil, com o objetivo de direcionar os estudos sobre a audição e o equilíbrio de forma multiprofissional. Os colaboradores e membros fundadores da liga acadêmica são de 16 cursos da área da saúde, entre eles, Psicologia, Fisioterapia, Medicina, Enfermagem e Odontologia, demonstrando a ampla abrangência desta temática. Resultados: A Liga foi aprovada pela Universidade em 22 de junho de 2022. Atualmente, conta com orientadora vinculada ao departamento de Fonoaudiologia, e com co-orientador pertencente ao departamento de Fisioterapia. Ademais, o grupo é formado por seis colaboradores, sendo três professoras da área da audiologia, um docente atuante nas disciplinas de LIBRAS, um médico otorrinolaringologista e uma graduanda do curso de Fonoaudiologia. Sendo assim, percebe-se a presença de diversas áreas do conhecimento, que juntas, promovem ações no âmbito da extensão e produzem resumos para congressos nos âmbitos da Audiologia e do Equilíbrio, compartilhando experiências e desenvolvendo habilidades. A Liga proporciona, a partir de atividades multiprofissionais, a produção de materiais científicos, a participação em atividades acadêmicas e a promoção de eventos, como por exemplo, a palestra sobre “Envelhecimento da audição e equilíbrio” e o minicurso de LIBRAS - ambos já realizados em 2022. Conclusão: Conclui-se que a multidisciplinaridade dentro da Liga se dá de maneira satisfatória, visto que, através de reuniões que contam com a participação dos membros, diálogo e trabalho em equipe, tornou-se possível a promoção do debate sobre as lentes dos estudantes de diferentes áreas e levantamento de demandas nas respectivas atuações. As ações de ensino, extensão, pesquisa e comunicação promovem, nos discentes participantes, habilidades de gestão, liderança, autonomia e flexibilidade, mostrando-se enriquecedoras para o desenvolvimento de experiências e promoção de atenção integral para a comunidade acadêmica.
1- Silva, Davi & Raimundo, Adrielly & Santos, Igor & Gomes, Nataly & Melo, Paula & Santos, Débora. (2018). Proposição, fundação, implantação e consolidação de uma liga acadêmica. Revista de Enfermagem UFPE on line. 12. 1486. 10.5205/1981-8963-v12i5a234589p1486-1490-2018.
2- Queiroz, Gabriel & Pereira, Felipe & Cardoso, Maira & Silva, Yuri & Azevedo, Antônio & Santo, Roberta & Alcolumbre, Jose & Oliveira, Onayane. (2020). A influência da liga acadêmica como ferramenta na formação em saúde: um relato de experiência. Brazilian Journal of Development. 6. 40195-40203. 10.34117/bjdv6n6-526.
3- Cavalcante ASP, Vasconcelos MIO, Ceccim RB, Maciel GP, Ribeiro MA, Henriques RLM, Albuquerque INM, Silva MRF. Em busca da definição contemporânea de “ligas acadêmicas” baseada na experiência das ciências da saúde. Interface (Botucatu). 2021; 25: e190857
4- Silva, Wenderson & Côrtes, Eunice & Marta, Cristiano & Francisco, Márcio & Silva, Priscila & Santos, Rayanni & Ferreira, Michelle & Neves, Milena Preissler & Lima, Tatiana & Machado, Paulo. (2020). REINVENÇÃO DAS LIGAS ACADÊMICAS EM PERÍODO DE PANDEMIA E INTERRUPÇÃO DAS AULAS PRESENCIAIS. Global Academic Nursing Journal. 1. 10.5935/2675-5602.20200051.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.853
ISSN 1983-1793X
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A IMPORTÂNCIA DAS MANOBRAS DE POSICIONAMENTO EM PACIENTES COM MIGRÂNEA VESTIBULAR
RIBEIRO, D. A. ;
CRUZ, A. V. S. ;
VITÓRIA, R. O. ;
GOMES, L. C. ;
SOUSA, M. G. C. ;
Introdução: A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) se caracteriza como uma disfunção vestibular periférica na qual há a ocorrência de episódios vertiginosos, com presença de nistagmos, devido a mudanças na posição da cabeça. Em conjunto, a Migrânea Vestibular (MV) é a associação da enxaqueca com os sintomas vestibulares, como a tontura e a vertigem. A MV e a VPPB têm uma íntima relação em indivíduos enxaquecosos, uma vez que estes apresentam duas vezes mais a chance de desenvolver nistagmos posicionais quando comparados à indivíduos que não sofrem de enxaqueca. Objetivo: Relacionar a presença de nistagmos às manobras de posicionamento em pacientes com diagnóstico de migrânea vestibular. Método: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo com amostra de conveniência, realizado no Ambulatório de Otoneurologia de uma Universidade em Salvador. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa de uma Universidade em Salvador, sob o parecer nº 2.556.140. A amostra foi composta por um grupo focal de 35 pacientes com diagnóstico de migrânea vestibular, de ambos os sexos, atendidos em uma Farmácia Universitária, no período entre agosto de 2018 a dezembro de 2022. Para coleta de dados foram realizadas as manobras diagnósticas, e, para o registro destas foi utilizado o equipamento SVNC – Sistema para Videonistagmoscopia Computadorizado da marca Contronic, denominado de Vídeo Frenzel. Resultados: 83% dos pacientes apresentaram resultado positivo às manobras diagnósticas realizadas, sendo 48% da amostra apresentaram presença de nistagmo na manobra denominada Head Roll Test e 52% na manobra de Dix Hallpike. De acordo com a literatura, a presença de nistagmo na manobra Head Roll Test indica otolitíase de canal lateral e na manobra Dix Hallpike em canais verticais. Conclusão: Fica evidenciado a ocorrência da otolitíase em pacientes com migrânea vestibular, sendo esta a chave para o diagnóstico e conduta terapêutica.
MAHROUS, M. M. Vestibular migraine and benign paroxysmal positional vertigo, close presentation dilemma. Acta Oto-Laryngologica, v. 140, n. 9, p. 733–736, 1 set. 2020.
STRUPP, M. et al. Vestibular Disorders: diagnosis, new classification and treatment. Deutsches Ärzteblatt international, v. 117, n. 17, p. 300–310, 24 abr. 2020.
MORGANTI,L. O.G.; et al. Migrânea vestibular: aspectos clínicos e epidemiológicos. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology: São Paulo, 2015.
RALLI, G. ATTURO, F. DE FILIPPIS, C. Idiopathic benign paroxysmal vertigo in children, a migraine precursor. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. v. 73, s.1, 2009, p. 16-18.
XUE, H. et al. Differences of Sleep Disorders Between Vestibular Migraine and Benign Paroxysmal Positional Vertigo. Frontiers in Psychiatry, v. 12, p. 726038, 18 nov. 2021.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.735
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/735
A INFLUÊNCIA DA ORELHA MÉDIA NO NÍVEL DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS EM ADULTOS
Santos, K.A.S. ;
Sanches, S.G.G. ;
Carvallo, R.M.M. ;
Introdução: As medidas de Imitancia Acústica de Banda Larga (MIABL) fornecem informações sobre o comportamento da orelha média para estímulos apresentados em diferentes frequências, diferentemente da timpanometria convencional que investiga apenas uma frequência de sonda. Dentre as MIABL, a reflectãncia mede a quantidade de energia acústica refletida e não absorvida pela orelha média. As condições da orelha média afetam a audição, motivando a busca por aprimoramento de sua avaliação, com informações mais precisas que possam contribuir para a interpretação da função coclear por emissões otoacústicas. Objetivo: Analisar as respostas das emissões otoacústicas em diferentes padrões timpanométricos, correlacionando-as com a valores de reflectância acústica obtidos pelas MIABL. Metodologia: Estudo retrospectivo que envolve pesquisa em banco de dados, realizado em pesquisa prévia aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa (0005/2009). Foram incluídos participantes com idades entre 18 e 55 anos, formando os seguintes grupo: Grupo A - 68 orelhas com timpanograma tipo A, reflexos acústicos presentes e limiares auditivos até 20dBNA; Grupo Ad - 22 orelhas com Timpanograma tipo Ad. Grupo Ar - 20 orelhas com Timpanograma tipo Ar. Critérios de exclusão: presença de perda auditiva neurossensorial e/ou dados incompletos na planilha. Foram analisados os resultados das seguintes provas: imitanciometria, Emissões Otoacústicas Evocadas por Transientes (EOAT). Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOAPD), reflectância da Orelha Média. Resultado: Houve diferença significante entre os três grupos em relação à reflectância para as frequências de 250 a 1500 Hz. Foi observado que os grupos Ad e Ar apresentaram menor média de nível de resposta das EOAT e de EOAPD para todas as frequências em comparação ao grupo A. Especificamente para o Grupo A, a análise da correlação entre reflectância e EOAT mostrou correlação negativa e significante entre a reflectância na frequência de 2000Hz e o Response/EOAT. Conclusão: Participantes com timpanogramas Ad mostraram menor reflectância e os participantes com timpanogramas Ar mostraram maior reflectância quando comparados àqueles com timpanogramas Tipo A, nas medidas obtidas no intervalo entre 250 e 1500Hz. Dentre os participantes com Curva de reflectância normal (Grupo A) foi observado que uma maior reflectância em 2000Hz implica em uma menor amplitude de Response/EOAT.
Linares, A.E.; Carvallo, R.M.M. Medidas imitanciométricas em crianças com ausência de emissões otoacústicas. Rev Bras Otorrinolaringol. 2008; 74(3): 410-16.
Allen, J. B., P. S. Jeng & H. Levitt (2005) Evaluation of human middle ear function via an acoustic power assessment. Journal of Rehabilitation Research and Development, 42, 63-77
Shahnaz N, Bork K, Polka L et al. (2009) Energy Reflectance and Tympanometry in normal and otosclerotic ears. Ear and Hearing 30:219-33
Araújo ES, Jacob LCB, Oliveira MTD, Chaves JN, Oliveira EB, Saters TL, Alvarenga KF. Wideband absorbance for the assessment of pressure equalizing tubes patency in children. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2022 Nov;162:111309. doi: 10.1016/j.ijporl.2022.111309. Epub 2022 Sep 6. PMID: 36099781.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.780
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/780
A MULHER COM HIV/AIDS E ACHADOS AUDIOLÓGICOS
Araujo, V. A. F. ;
Oliveira, B. S. ;
Motta, B. S. ;
Paes, M. M. ;
NOGUEIRA, R. S. T. ;
Quidicomo, S. ;
O relatório do Ministério da Saúde, estima que 960 mil pessoas vivem com HIV/AIDS no Brasil, as mulheres representam 34,89% dessa população.
Objetivo: Identificar como o HIV/AIDS afeta a audição de mulheres e de seus filhos que adquiriram a doença por meio da transmissão vertical. Métodos: Foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases de dados SciELO e BVS de textos completos, disponíveis em português, publicados a partir de 2010 e que contemplam o tema da pesquisa. No SciELO foram utilizados os descritores HIV “and” mulher e encontrados 108 artigos, 1 artigo foi selecionado. Com os descritores transmissão vertical “and” HIV, foram encontrados 148 artigos e 1 artigo foi selecionado. Com os descritores manifestações audiológicas “and” HIV foram encontrados 3 artigos e 1 artigo foi selecionado. Com os descritores feminização “and” HIV, foram encontrados 11 artigos e 1 foi selecionado. No BVS, os descritores utilizados foram qualidade de vida “and” mulher “and” HIV, foram encontrados 60 artigos e 1 artigo foi selecionado. Totalizando 5 artigos para esta pesquisa. Resultados: A análise de dados mostra que apenas 20% dos enfermeiros trabalham na promoção da qualidade de vida das mulheres com HIV. Não há diretrizes que organizem de maneira específica uma linha de cuidado (LC) às mulheres vivendo com HIV. A dependência e submissão ao homem, é um dos fatores de vulnerabilidade para a infecção, levando ao abandono de práticas sexuais protegidas. A transmissão vertical na gestação ainda é uma realidade pode favorecer alterações audiológicas associadas à doença, com isso a importância dos testes rápidos e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar é necessário.
Considerações Finais: Não existem linhas de cuidados desenvolvida para os profissionais da saúde quanto a qualidade de vida de mulheres vivendo com HIV/AIDS. A transmissão vertical na gestação ainda é uma realidade e pode favorecer alterações audiológicas associadas à doença. Testes rápidos e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar que priorize o treinamento e capacitação dos profissionais envolvidos se faz necessário, para que possam ser atuantes nas múltiplas facetas durante o acompanhamento de mulheres com HIV/AIDS, inclusive com o apoio da Fonoaudiologia que pode contribuir com medidas efetivas de promoção e prevenção nos diversos níveis da Atenção à Saúde.
Palavras-chave: HIV, AIDS, mulher, transmissão vertical, manifestações audiológicas e qualidade de vida.
1. Nogueira VPF, Gomes AMT, Machado YY, Oliveira DC, Cuidado em saúde à pessoa vivendo com HIV/AIDS: representações sociais de enfermeiros e médicos. Rev Enferm UERJ. 2015; 23(3):331-7.
2. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Relatório de monitoramento clínico do HIV 2020. Brasília, 2021.
3. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI). Relatório de monitoramento clínico do HIV – Brasília, 2019.
4. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI). Relatório de monitoramento clínico das gestantes vivendo com HIV – Brasília, 2019.
5. Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico Especial - HIV/AIDS 2019. Brasília, 2019.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.659
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/659
A SÍNDROME METABÓLICA E SEUS EFEITOS NA FUNÇÃO AUDITIVA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA.
JESUS, C. S. ;
ANDRADE, C. L. O. ;
COSTA, M. R. ;
CRUZ, A. V. S. ;
SILVA, I. A. ;
CERQUEIRA, R. C. ;
RIBEIRO, D. A. ;
OLIVEIRA, C. S. ;
BRAITE, N. ;
Introdução: A síndrome metabólica, que constitui um conjunto de alterações cardiometabólicas que estão associadas a diversos prejuízos estruturais e funcionais no organismo, tem sido apontada como fator de risco para alteração auditiva. Objetivo: Analisar os achados dos estudos que investigaram os efeitos da síndrome metabólica na função auditiva. Materiais e métodos: A presente revisão seguiu o protocolo PRIMA e a estratégia PICOS para elaborar a pergunta de investigação. Para o levantamento bibliográfico foram utilizados descritores em saúde combinados através dos operadores boleanos OR e/ou AND e organizados em strings para direcionar a busca. A seleção dos artigos foi realizada por três revisores, de forma independente e às cegas, sendo os artigos encontrados avaliados conforme os critérios de inclusão e exclusão. O risco de viés dos artigos selecionados foi determinado pelos protocolos Newcastle-Ottawa e STROBE, visando avaliar a qualidade dos estudos observacionais e a avaliação da escrita do artigo respectivamente. Dada à grande heterogenidade dos dados, a metanálise não foi realizada. Resultados: Dos 2.114 encontrados, sete foram elegíveis para compor o presente estudo, dentre os quais 85% identificaram possível associação positiva entre a síndrome metabólica e alteração auditiva. Todos os artigos evidenciaram que os indivíduos com síndrome metabólica apresentaram perda auditiva do tipo sensorioneural, unilateral e de ocorrência súbita. Em relação às comorbidades, a dislipidemia foi o componente identificado pelos estudos como principal responsável pelas alterações auditivas nesses indivíduos (57%). Conclusão: Os achados sugerem que a síndrome metabólica afeta negativamente a audição do indivíduo, ocasionando uma perda auditiva do tipo sensorioneural, unilateral com ocorrência subida, sendo, a dislipidemia o componente clínico que potencializa o surgimento
Chadha S, Kamenov K, Cieza A. The world report on hearing, 2021. Bull World Health Organ. 2021;99(4):242-242A.
Duarte MC, Peñaherrera CA, Moreno-Zambrano D, Santibáñez R, Tamariz L, Palacio A. Prevalence of metabolic syndrome and prediabetes in an urban population of Guayaquil, Ecuador. Diabetes Metab Syndr Clin Res Rev. 2016;10(2):S119–22.
Han X, Wang Z, Wang J, Li Y, Hu H, Hu Y, et al. Metabolic syndrome is associated with hearing loss among a middle-aged and older Chinese population: a cross-sectional study. Ann Med [Internet]. 2018;50(7):587–95. Available at: http://dx.doi.org/10.1080/07853890.2018.1469786
Metabólica DS. Artigo Original Comparação de Diferentes Critérios de Definição para Diagnóstico. :346–53.
Shim HS, Shin HJ, Kim MG, Kim JS, Jung SY, Kim SH, et al. Metabolic syndrome is associated with hearing disturbance. Acta Otolaryngol. 2019;139(1):42–7.
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Página(s): p.799
ISSN 1983-1793X
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A UTILIZAÇÃO DE UM PROGRAMA ONLINE PARA MONITORAR HABILIDADES AUDITIVAS EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA
Bogoni, C.M. ;
Braga Jr, J. ;
Freitas, M.I.D. ;
Arakawa-Belaunde, A.M. ;
Scharlach, R.C. ;
Pinheiro, M.M.C. ;
Introdução: Sabendo das alterações fisiológicas causadas pelo envelhecimento, o uso de dispositivos eletrônicos auxiliares à audição se torna importante nas perdas auditivas relacionadas à idade. No entanto, as queixas de dificuldade de compreensão ainda são significativas na prática clínica, mesmo após adaptação do dispositivo. Este fato se dá pela alteração das habilidades auditivas do processamento auditivo central que ocorre em consonância à perda auditiva. Nota-se, então, a relevância do treinamento auditivo e seu devido monitoramento nesta população. Com o objetivo de facilitar a prática clínica, foram criados programas online de avaliação das habilidades auditivas que permitem esse acompanhamento pré e pós treinamento auditivo, todavia, são poucas as evidências científicas com idosos. Objetivo: Analisar e comparar as habilidades auditivas em idosos usuários de dispositivo eletrônico de amplificação sonora que realizaram treinamento auditivo-cognitivo por meio do programa online AudBility. Método: Estudo prospectivo e descritivo, submetido ao comitê de ética - nº 46378821.10000.012, em 19 idosos usuários de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora, acompanhados por um serviço de saúde auditiva. Foi aplicado o questionário MoCA e o programa online AudBility para avaliação das habilidades auditivas. Nos idosos que realizaram treinamento auditivo-cognitivo de 16 sessões, foram avaliadas as habilidades auditivas por meio do programa online, pré e pós treinamento auditivo. Resultados: Verificou-se por meio do programa online AudBility que as habilidades auditivas mais alteradas foram ordenação temporal e figura-fundo na tarefa de separação binaural. Já a tarefa de resolução temporal foi a menos afetada nos idosos. Participaram do treinamento auditivo-cognitivo cinco idosos que apresentaram melhoras após intervenção nas habilidades de figura-fundo à direita, ordenação temporal e fechamento auditivo bilateralmente. Em relação ao questionário MoCA, houve melhora no desempenho após treinamento. Conclusão: Pôde-se observar por meio do Programa online Audibility que o processo de envelhecimento causou alteração nas habilidades de figura-fundo na tarefa de separação binaural e ordenação temporal. Nos idosos que realizaram treinamento auditivo-cognitivo verificou-se modificação nessas mesmas habilidades que apresentavam maior alteração. Ademais, o emprego dos recursos online demonstrou maior acessibilidade e facilidade na prática do treinamento e monitoramento auditivo.
LAWRENCE, Blake J. et al. Auditory and Cognitive Training for Cognition in Adults With Hearing Loss: a systematic review and meta-analysis. Trends In Hearing, [S.L.], v. 22, n. 1, p. 233121651879209, jan. 2018. SAGE Publications. http://dx.doi.org/10.1177/2331216518792096.
CARVALHO, Nádia Giulian de; UBIALI, Thalita; AMARAL, Maria Isabel Ramos do; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca. Procedures for central auditory processing screening in schoolchildren. Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology, [S.L.], v. 85, n. 3, p. 319-328, maio 2019. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2018.02.004.
AMARAL, Maria Isabel Ramos do; CARVALHO, Nádia Giulian de; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca. Programa online de triagem do processamento auditivo central em escolares (audBility): investigação inicial. Codas, [S.L.], v. 31, n. 2, p. 1-11, jan. 2019. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20182018157.
CARVALHO, Nádia Giulian de; AMARAL, Maria Isabel Ramos do; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca. AudBility: effectiveness of an online central auditory processing screening program. Plos One, [S.L.], v. 16, n. 8, p. 1-12, 30 ago. 2021. Public Library of Science (PLoS). http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0256593.
TANAKA, Tamy Nathalia; CARVALHO, Nádia Giulian de; COLELLA-SANTOS, Maria Francisca; AMARAL, Maria Isabel Ramos do. AudBility: confiabilidade teste-reteste em crianças com desenvolvimento típico de 6 e 7 anos. Codas, [S.L.], v. 34, n. 6, p. 1-9, 2022. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20212021219pt.
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ACESSO PROGRESSIVO A SONS NA ADAPTAÇÃO DE AASI E EVOLUÇÃO NA PERCEPÇÃO DE FALA: ESTUDO DE CASO
Novaes B C A C ;
Ferreira M M ;
Fiaschi B ;
Mendes B C A ;
Introdução: A deficiência auditiva é a segunda doença crônica mais prevalente no mundo de acordo com o Global Burden of Disease Study (HAILE, 2019). No Brasil, a projeção desta população para 2042 aponta para cerca de ¼ do total da população brasileira atingindo 24,5% (Dados do IBGE, 2022). Isto demonstra a necessidade de serviços de reabilitação auditiva com uso e monitoramento de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora. Quanto à seleção e indicação dos dispositivos auditivos em novos usuários, seus ajustes e características eletroacústicas, é recomendado como ideal na prática clínica combinar o ganho acústico e a saída máxima dos aparelhos aos alvos/targets das prescrições nas medidas de microfone sonda (BAGATTO et al, 2016; VALENTE et al, 2018) Justificativa: Apesar das regras prescritivas e sua verificação sugerir o alvo ideal de audibilidade para pacientes, nem sempre é possível alcançá-lo na primeira consulta; isto se consideramos o conforto e não necessariamente uma melhora inicial na percepção de fala. Existe um consenso quanto à necessidade de um período de adaptação e reorganização neural dos novos usuários em relação aos dispositivos auditivos na reabilitação auditiva (WRIGHT e GAGNÉ, 2020). Necessidades individuais de cada caso, a verificação com microfone sonda e o processo de adaptação dos dispositivos na reabilitação norteiam o processo clínico. Objetivo: Através da análise de um caso clínico, analisar o resultado de acesso progressivo a sons na adaptação de AASI e a evolução na percepção de fala. Metodologia: Faremos uma estratégia de manejo clínico durante o período de aclimatização, aplicando aumentos progressivos do ganho do dispositivo em adultos novos usuários de dispositivos eletrônicos de amplificação, e observar a acomodação auditiva até atingir os alvos prescritos pela NAL-NL2 (National Acoustic Laboratories). A premissa é manter o ganho no Nível de Melhor Conforto e Aumentar Progressivamente o Acesso aos Sons. Analisaremos os valores do SII e os aumentos do ganho geral na verificação e sua relação com habilidades de percepção de fala. Parecer Com. de ética: 5.727.856. Resultados: Sujeito do sexo feminino, 84 anos, nova usuária de dispositivo de amplificação, hipótese diagnóstica ORL de Presbiacusia. Perda auditiva sensórioneural de grau leve à moderado. Adaptação de dispositivo RIC, com oliva aberta e ajustes com a prescrição da NAL-NL2 à 100% do ganho. Foi necessário diminuir em torno de 10dB do ganho geral, na primeira sessão; SII para entrada de 65dB: OD 64%, OE 68%. Após 1 mês o datalog registrava 10hs/dia e foi possível incrementar 4dB de ganho geral em ambas as orelhas; valores de SII para entrada de 65dB: OD 74% e OE 75%. Após 3 meses de adaptação foi possível aproximar o ganho ao target proposto pela NAL-NL2; SII para entrada de 65dB: OD 84% e OE 78%. Conclusão: Reduzir o ganho na primeira adaptação para valorizar o conforto e fazer aumentos progressivos, acompanhados na verificação com microfone sonda, auxiliou na adequação das variações do target durante a aclimatização e nos ajustes finos.
BAKER S, JENSTAD L (2017). Matching real-ear targets for adult hearing aid fittings: NAL-NL1 and DSL v5.0 prescriptive formulae. Can. J Speech Lang Pathol Audiol, 41(2):227-35.
DAO A, FOLKEARD P, BAKER S, PUMFORD J, & SCOLLIE S (2021). Fit-to-Targets and Aided Speech Intelligibility Index Values for Hearing Aids Fitted to the DSL v5-Adult Prescription. Journal of the American Academy of Audiology, 32(02). https://doi.org/10.1055/s-0040-1718707.
GLICK, H, & SHARMA, A (2020). Cortical Neuroplasticity and Cognitive Function in Early-Stage, Mild-Moderate Hearing Loss: Evidence of Neurocognitive Benefit From Hearing Aid Use. Frontiers in Neuroscience, 14, 93. https://doi.org/10.3389/FNINS.2020.00093/BIBTEX.
NIGRI L, & IÓRIO, MC (2019). Estudo da correlação entre índice de inteligibilidade de fala Speech Intelligibility Index (SII) e índice percentual de reconhecimento de fala. Distúrbios Da Comunicação, 31(1). https://doi.org/10.23925/2176-2724.2019v31i1p33-43.
WRIGHT D, & GAGNÉ J P (2020). Acclimatization to Hearing Aids by Older Adults. Ear and Hearing, 42(1), 193–205. https://doi.org/10.1097/AUD.0000000000000913.
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Página(s): p.947
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS DE FUNCIONÁRIOS DE UMA MULTINACIONAL PÓS INFECÇÃO POR COVID-19
LOPES, J.M. ;
BOHN, V. ;
SIMÕES, P. N. ;
Garbino, J. F. ;
Introdução: A COVID-19 é uma infecção causada pelo vírus SARS-CoV 2 e acomete principalmente o sistema respiratório, podendo causar febre, tosse, dor de cabeça, coriza, falta de ar e dor no corpo. A transmissão pode ocorrer através da tosse, fala ou espirro de indivíduos e também por meio de um objeto contaminado. Estudos apontam que infecções virais podem atingir o sistema auditivo causando perda auditiva, otalgia, plenitude auricular, zumbido e vertigem. Objetivo: Dessa forma, através do rigoroso monitoramento auditivo que é realizado pela equipe de fonoaudiologia no setor de audiologia do ambulatório de uma multinacional do sul do Brasil, buscou-se investigar os achados audiológicos em trabalhadores que testaram positivo para COVID-19. Método: O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob o parecer n°5.550.892. É uma pesquisa transversal, observacional, retrospectiva e comparativa que analisou 64 prontuários de trabalhadores que apresentaram mudança significativa do limiar auditivo (MSL), em sua audiometria periódica, conforme os critérios do anexo 2 da norma regulamentadora 7, após serem infectados pelo vírus SARS-CoV-2, entre julho de 2020 e junho de 2022. Os dados foram tabulados em planilha de Excel e comparou-se as médias das frequências de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz (G1) e de 3000Hz, 4000Hz e 6000Hz (G2), antes e após a infecção pela COVID-19, bem como observou-se as queixas relatadas após a infecção. Resultados: Apesar das médias de 500HZ, 1000Hz e 2000Hz da orelha direita não apresentarem diferenças estatisticamente significativas, os resultados obtidos após a infecção pela COVID-19 foram maiores se comparado aos valores antes da COVID-19. A média das frequências de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz da orelha esquerda apresentou diferenças significativas na comparação dos resultados antes e após a infecção por coronavírus. Verificou-se que as médias das frequências de 3000Hz, 4000Hz e 6000Hz apresentaram diferenças significativas para ambas as orelhas. Além disso, os pacientes referiram sinais e sintomas auditivos como zumbido (34%), dificuldade de compreensão (9%), plenitude auricular (5%) e vertigem (3%). Conclusão: Este estudo demonstrou que a infecção por COVID-19 pode acarretar prejuízos no sistema auditivo, como mudança dos limiares auditivos bem como queixas como zumbido, otalgia, sensação de plenitude auricular e vertigem.
Descritores: COVID-19; Audição; Perda auditiva; SARS-CoV-2.
Ribeiro GE, Camargo da Silva DP. Implicações audiológicas da COVID-19: revisão integrativa da literatura. Rev. CEFAC. 2021;23(1):e9620.
Aguiar Gomes VC, Luiz Badarane EB, Couceiro Seto II, Yamaguchi CT, Ferreira DB, Umbelino AM et al. Avaliação das queixas auditivas e das otoemissões acústicas em funcionários do Complexo Hospitalar Universitário da Universidade Federal do Paraná com COVID-19. Brazilian J of Health Review. 2021;4(1):2853-2867.
Portaria MTP n.º 567, de 10 março de 2022. Norma Regulamentadora 7.Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978.
Moreira de Lacerda AB, Azevedo Bernardi AP, França AG, Bozza A, Lopes AC, Oliveira Gonçalves CG et al. Fonoaudiologia e saúde auditiva do trabalhador. In: Oliveira Gonçalves CG. Construindo um programa de preservação
auditiva: Principais aspectos e etapas da estruturação. São Paulo. Book Toy. 2019;1ed.
Mustafa MWM. Audiological profile of asymptomatic Covid-19 PCR-positive cases. Am J Otolaryngol.2020;41(3):102483.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.772
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS EM INDIVÍDUOS INFECTADOS PELO ZÍKA VÍRUS
KLOSS, L. N ;
TOMIASI, A. A. ;
GONÁLVES, Y. P. L. ;
PAULA, G. R. ;
MENESES, A. A. ;
Introdução: O vírus Zika é um flavivírus semelhante ao vírus da dengue, sendo que a transmissão acontece por meio de mosquitos do gênero Aedes, ocasionando principalmente malformações como a microcefalia, que é um indicador de risco para deficiência auditiva. Objetivo: investigar por meio da literatura os achados audiológicos em indivíduos infectados pelo Zika Vírus. Metodologia: Foram analisadas publicações indexadas na plataforma Google Acadêmico, no período de 2015 a maio de 2022, no idioma português, com disponibilidade integral e gratuita do texto. Essa busca foi realizada por meio da seguinte palavras-chave em combinação: Zika Vírus AND Audição. Resultados: Observou-se achados auditivos normais em 37,50% dos artigos analisados, enquanto 37,50%, apesar dos resultados da avaliação auditiva terem demonstrado normalidade, sugeriram monitoramento audiológico, e 25% dos estudos apontaram perda auditiva sensório-neural de origem coclear e retrococlear associada à infecção do Zika Vírus. Além disso, sintomas como zumbido, tontura, plenitude auricular e perda auditiva foram relatadas nesta população. Conclusão: Os achados apontaram para limiares auditivos dentro do padrão de normalidade na maioria dos casos, porém houve publicações que destacaram perdas auditivas do tipo sensório-neural, sugerindo possível dano auditivo associado à infeção do Zika Vírus. Foi notável a escassez de estudos que investigam os achados audiológicos em indivíduos infectados pelo Zika Vírus, sendo importante novas pesquisas que abordem essa temática.
BARBOSA, MH, Barbosa MC, Robaiana JR, Barbosa AP, Lima MAMT, Cunha AJLA. Achados auditivos associados à infecção pelo Zika vírus: uma revisão integrativa. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2019, v. 85, n. 5, pp. 642-663, 2019;85:642-63. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2019.05.002. Acesso em: 23 de maio de 2022.
BORJA, A.; ARAÚJO, R. P. C. de. Triagem auditiva em crianças expostas ao Zika vírus durante a gestação. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, [S. l.], v. 16, n. 3, p. 271–276, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/cmbio/article/view/24387. Acesso em: 12 abr. 2022.
COHEN BE, Durstenfeld A, Roehm PC. Causas virais da perda auditiva: uma revisão para profissionais de saúde auditiva. Tendências em Audição. V.18. julho, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1177/2331216514541361. Acesso em: 04 de maio de 2022.
GUEDES-GRANZOTTI, R.B, Cézar C.P.H.A.R, Oliveira, P.F, Silva, K., Dornelas, D.R. Impactos da síndrome congênita do zika vírus para o desenvolvimento infantil. In: Cesar DJ, Meneguetti D, Martins FA, Silva REG. Saúde da criança e do adolescente: epidemiologia, doenças infecciosas e parasitárias. Rio Branco: Stricto Sensu, 2019. p.64-77. Disponível em:https://www.researchgate.net/publication/335945078_IMPACTOS_DA_SINDROME_CONGENITA_DO_ZIKA_VIRUS_PARA_O_DESENVOLVIMENTO_INFANTIL. Acesso em: 24 de maio de 2022.
MUSTAFÁ, M.W.M. Perfil audiológico de casos positivos de PCR assintomáticos para Covid-19. Am J Otolaryngol, 2020;41 (3): 102483. Disponível em: 10.1016/j.amjoto.2020.102483. Acesso em: 21 de maio de 2022.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.791
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS EM MÚSICOS PROFISSIONAIS: UMA BREVE REVISÃO DE LITERATURA
Souza, T. M. ;
Heupa, A. B. ;
Simões. N. P. ;
Lüders, L. ;
Introdução: Músicos profissionais são expostos a sons de forte intensidade por períodos prolongados durante sua jornada diária de trabalho ou estudo, podendo desenvolver Perda Auditiva Induzida Pela Música (PAIM). Estudos têm sido desenvolvidos para estabelecer a prevalência de PAIM entre músicos profissionais, nos quais foi possível identificar que as mais leves alterações auditivas podem dificultar a percepção de tons e timbre e acabar prejudicando a carreira dos referidos músicos. Objetivo: identificar, por meio da revisão de literatura, os principais achados audiológicos encontrados em músicos profissionais. Metodologia: Os procedimentos descritos neste resumo não passaram por processo de submissão nem avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa em razão de seu caráter metodológico, uma revisão de literatura. Foram realizadas buscas nas bases de dados Lilacs e Pubmed com os termos (“hearing loss” OR “hearing tests”) AND (“musicians” OR “music band” OR “orchestra”), foram selecionados estudos com o máximo de 15 anos, nos idiomas em inglês, português e espanhol. Resultados: Uma pesquisa realizada em 2008 aponta que dos músicos estudados, 25% apresentaram Emissões Otoacústicas Produto de Distorção (EOADP) ausentes, 22,2% sugestivo de PAIM e 33,3% apresentaram entalhe audiométrico nas frequências 3, 4 e 6kHz. Uma pesquisa realizada em 2013 apontou que 32% dos músicos estudados apresentavam resultados sugestivos de PAIM. Em 2016, foi identificado que 53% dos músicos apresentavam limiares auditivos piores que 25dB em pelo menos uma frequência. Já em 2018, um artigo de revisão realizado com 41 artigos identificou que 38,6% dos músicos apresentavam audiogramas sugestivos de PAIM. Conclusão: Quanto maior o tempo de exposição à música, maior o risco para desenvolver perdas auditivas, sendo que, o exame de Emissões Otoacústicas é um método eficaz na detecção precoce de alterações auditivas antes mesmo de ser identificado na audiometria. Há a necessidade de acompanhamento audiológico, tratamento acústico de salas de ensaio, uso de protetores auditivos e conscientização sobre saúde auditiva junto a esses profissionais. Por isso, crescente a necessidade de maior envolvimento de fonoaudiólogos na promoção da saúde auditiva de músicos.
MAIA JRF, RUSSO ICP. Estudo da audição de músicos de rock and roll. Pró-Fono R Atual Cient. 2008;20(1):49-54.
GONÇALVES, C.G.O., LACERDA, A.B.M., ZEIGELBOIM, B.S., MARQUES, J.M., LÜDERS, D. Limiares auditivos em músicos militares: convencionais e altas frequências. CoDAS, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 181-187, 2013.
CAMPOS A.C.S, LUDERS D, GONÇALVEZ C.G.O., DE CONTO J. Saúde auditiva de músicos: estudo de casos. Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 52, p. 19-36, Curitiba, 2016.
Di Stadio A, Dipietro L, Ricci G, Della Volpe A, Minni A, Greco A, et al. Hearing loss, tinnitus, hyperacusis, and diplacusis in professional musicians: A systematic review. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(10).
LUDERS, Débora; SIMÕES, Pierangela N. Ações educativas em saúde auditiva para estudantes de música. Em: LACERDA, Adriana B.M.; FRANÇA, Denise, V.R.Org. Práticas educativas em saúde auditiva. Ponta grossa: Editora Atena, 2021.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.835
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS AUDIOLÓGICOS EM UM RECÉM-NASCIDO COM COVID-19: RELATO DE CASO
Gomes, A.M. ;
Zen, P.R.G. ;
Sleifer, P. ;
Introdução: A COVID-19 foi declarada como emergência global em 31 de janeiro de 2020. As pesquisas relacionadas com a audição, mostraram possíveis acometimentos nas estruturas sensoriais e mecânicas do sistema auditivo. Na triagem auditiva neonatal, os estudos são controversos, em alguns foi observado exames alterados e em outros, no entanto, os resultados apresentavam parâmetros dentro da normalidade. Deste modo, os estudos ainda são limitados e os reais impactos da COVID-19 ainda não são completamente conhecidos. Objetivo: Avaliar a audição de um recém-nascido com COVID-19 confirmado. Metodologia: Trata-se de um relato de caso de um recém-nascido positivo para COVID-19, que no nascimento a sua mãe também estava positiva para COVID-19. Este caso foi identificado em um Hospital Universitário e o nascimento foi em novembro de 2021. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob nº 5.778.791. Foram realizadas as seguintes avaliações audiológicas: inspeção visual do meato acústico externo, medidas de imitância acústica, emissões otoacústicas evocadas transientes (EOAT), potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático (PEATE-A) e potencial evocado auditivo de tronco encefálico neurodiagnóstico (PEATE). Resultados: O paciente era do sexo masculino, tinha 33 dias, no momento da avaliação, nascido de parto cesáreo, a termo, apgar 8/9, sem presença de indicadores de risco para a deficiência auditiva, segundo critérios propostos pelo Joint Committee on Infant Hearing, 2019. A inspeção visual do meato acústico externo foi sem particularidades. Nas medidas de imitância acústica foi obtido curva tipo A e reflexos ipsilaterais e contralaterais com ausência de resposta, em ambas orelhas. EOAT com presença de resposta de 1.5 a 4.0 KHz em ambas as orelhas e PEATE-A com presença de resposta em ambas as orelhas. PEATE com presença das ondas I, III e V com latências absolutas e intervalos interpicos normais. Além disso, morfologia normal e diferença interaural da onda V foi de 0.24. Conclusão: Na grande maioria das avaliações auditivas, o paciente teve resposta normal em ambas as orelhas. Destaca-se que os reflexos acústicos ipsilateral e contralaterais estiverem ausentes em ambas as orelhas, além disso, foi identificado aumento na diferença interaural no PEATE. Estes resultados podem estar relacionados com uma possível alteração nas habilidades do processamento auditivo central, no entanto, cabe ressaltar que este paciente está sendo monitorado para corroborar ou não estes achados. Reitera-se a necessidade de novas pesquisas sobre este assunto para ampliarmos o conhecimento dos impactos da COVID-19 em recém nascidos.
Strabelli TMV, Uip DE. COVID-19 and the Heart. Arq Bras Cardiol. 2020 Apr;114(4):598-600. English, Portuguese. doi: 10.36660/abc.20200209. Epub 2020 Mar 30. PMID: 32236325.
Ribeiro, GE.; Silva, DPC. Audiological implications of COVID-19: an integrative literature review. Rev. CEFAC, v. 23, n.1, 2021, p. 1-7.
Duran P, Berman S, Niermeyer S, Jaenisch T, Forster T, Gomez Ponce de Leon R et al. COVID-19 and newborn health: systematic review. Rev Panam Salud Publica. 2020;44:e54. https://doi.org/10.26633/RPSP.2020.54
Buonsenso D, Costa S, Giordano L, Priolo F, Colonna AT, Morini S, Sbarbati M, Pata D, Acampora A, Conti G, Crudo F, Cantiani A, Martina BM, Amorelli GM, Orazi L, Petrianni M, Ricci D, Lanzone A, Sanguinetti M, Cattani P, Sali M, Romeo D, Zampino G, Vento G, Valentini P. Short- and mid-term multidisciplinary outcomes of newborns exposed to SARS-CoV-2 in utero or during the perinatal period: preliminary findings. Eur J Pediatr. 2022 Apr;181(4):1507-1520. doi: 10.1007/s00431-021-04319-1. Epub 2022 Jan 11. Erratum in: Eur J Pediatr. 2022 Jan 31;: PMID: 35013811; PMCID: PMC8747884.
Celik T, Simsek A, Koca CF, Aydin S, Yasar S. Evaluation of cochlear functions in infants exposed to SARS-CoV-2 intrauterine. American Journal of Otolaryngology. 2021 Jul-Aug;42(4):102982. DOI: 10.1016/j.amjoto.2021.102982. PMID: 33621767; PMCID: PMC7890354.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.796
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS VESTIBULARES EM INDIVÍDUOS ACOMETIDOS POR SARS-COV-2
SANTANA, J. V. A. ;
GENARO, A. J. ;
DE OLIVEIRA, J. R. M. ;
RAINERI, G. G. ;
SANCHES, J. F. ;
LOPES, A. C. ;
Introdução: A doença da COVID-19, provocada pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2, foi identificada no fim do ano de 2019 e, se disseminou rapidamente, no início de 2020, para países de todo o mundo, sendo assim declarada como uma emergência de saúde global. A infecção pode desencadear diversos sintomas, a saber: síndrome gripal, anosmia, ageusia, distúrbios gastrointestinais, hiporexia e dispneia, entre outros. Existem ainda outros sintomas gerados pela doença, entre eles estão a perda auditiva, o zumbido e os problemas no equilíbrio corporal, comumente informados pelos indivíduos. Diante desse cenário, essa doença requer da comunidade científica o entendimento de todo o contexto que a permeia para que a tomada de decisão clínica seja baseada em evidência científica. Objetivo: conhecer o perfil otoneurológico, em indivíduos adultos que apresentaram COVID-19, por meio da investigação de avaliações objetivas e subjetivas. Metodologia: trata-se de pesquisa de modalidade exploratória, clínica, transversal e prospectiva, aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa (5.143.654), onde participaram 10 indivíduos adultos do sexo feminino e masculino que foram acometidos pela COVID-19, diagnosticados pelos testes de sensibilidade pertinentes, com concordância temporal entre o tempo da infecção e o início da perda auditiva. Outros fatores etiológicos que desencadeiam perda auditiva como problemas otológicos, otoneurológicos e comorbidades associadas, foram excluídos. Os procedimentos aplicados foram: Entrevista específica; anamnese otoneurológica; aplicação do questionário DHI; provas clínicas não instrumentalizadas (nistagmo espontâneo, nistagmo semi espontâneo, nistagmo semi espontâneo em “H” e test of skew); e video Head Impulse Test. Resultados: as entrevistas levantaram os sintomas otoneurológicos relacionados ao equilíbrio, o questionário Dizziness Handicap Inventory acusou prejuízo no equilíbrio, as provas clínicas não instrumentalizadas apresentaram resultados normais e o video Head Impulse Test revelou alterações no ganho do Reflexo Vestíbulo-ocular de seis participantes (Participantes 1, 4, 5, 8, 9 e 10) com alterações mais recorrentes para os CSC anterior e posterior esquerdo e maior número de sacadas compensatórias para os CSC posteriores. Conclusão: o perfil otoneurológico dos participantes pós COVID-19 indicou na maioria da amostra queixas relacionadas ao equilíbrio com desencadeamento de sintomas como diplopia, síncope, escurecimento visual e sintomas neurovegetativos, o que repercutiu em prejuízo do equilíbrio de leve a severo, bem como possíveis alterações no sistema otoneurológico periférico e/ou central, constatadas por meio de avaliações subjetivas e objetivas. Todavia, não se exime diante dessa patologia, a necessidade do diagnóstico do sistema vestibular por exames de imagem.
Sriwijitalai W, Wiwanitkit V. Hearing loss and COVID-19: A note. Am J Otolaryngol. 2020 May-Jun;41(3):102473. doi: 10.1016/j.amjoto.2020.102473. Epub 2020 Apr 2. PMID: 32276732; PMCID: PMC7132500.
Oguz Yılmaz, Berna Özge Mutlub, Handan Yamanb, Dilara Bayazıt, Hasan Demirhana, Yıldırım Ahmet Bayazıt. Assessment of balance after recovery from Covid-19 disease.2021 Japanese Society of Otorhinolaryngology-Head and Neck Surgery, Inc. Published by Elsevier B.V. 2021. https://doi.org/10.1016/j.anl.2021.08.011.
K. Liu, M. Pan, Z. Xiao, X. Xu. Neurological manifestations of the coronavirus (SARS-CoV-2) pandemic 2019–2020 J. Neurol. Neurosurg. Psychiatry, 91 (2020), pp. 669-670, 10.1136/jnnp-2020-323177.
Mustafa MWM. Audiological profile of asymptomatic Covid-19 PCR-positive cases. Am J Otolaryngol. 2020 May-Jun;41(3):102483. doi: 10.1016/j.amjoto.2020.102483. Epub 2020 Apr 10. PMID: 32307189; PMCID: PMC7151386.
Jingman Hu, Jukka Jolkkonen, Chuansheng Zhao. Neurotropism of SARS-CoV-2 and its neuropathological alterations: Similarities with other coronaviruses. Elsevier Ltd, 2020. https://doi.org/10.1016/j.neubiorev.2020.10.012.
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Página(s): p.915
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS VESTIBULARES EM PACIENTES COM ENXAQUECA VESTIBULAR: REVISÃO DE LITERATURA
Araujo, V. A. F. ;
Bernardo, G.P. ;
Losada, A.C.G.C ;
Introdução: A migrânea vestibular é um quadro clínico de cefaleia e sintomas vestibulares causado por desequilíbrio, instabilidade postural, suscetibilidade a cinetose, náuseas, vômito, prostração e sintomas auditivos, sendo apontada na literatura, como um quadro muito comum. Objetivo: Demonstrar os achados vestibulares dos pacientes que apresentam enxaqueca vestibular. Métodos: A revisão de literatura foi realizada em três bases cientificas, sendo eles o Scielo, Lilacs
e PubMed. No Scielo foram encontrados 47 artigos a partir dos descritores mencionados separadamente enxaqueca vestibular e transtornos da enxaqueca; no Lilacs foram encontrados 11 artigos com o descritor enxaqueca vestibular; no site
Pubmed foram encontrados 250 artigos com o descritor mencionado em inglês migrânea vestibular. Totalizando 308 artigos encontrados, após a leitura dos resumos dos textos, foram excluídos 297 e selecionados 11, conforme os critérios de inclusão
e exclusão. Resultados: Para elaboração dos resultados dessa pesquisa foram utilizados 11 referencias teóricos e foi possível subdividi-los por temas que correlacionaram o foco principal de cada estudo, sendo eles Pesquisa Bibliográfica (4) e Estudo de caso (7). Notou-se que os Estudos de caso foram predominantes, e seus pesquisadores correlacionaram os sintomas vestibulares encontrados nos pacientes com enxaqueca vestibular. Dentre este total, quatro artigos mencionaram a forma de
tratamento, e os demais artigos evidenciaram os testes padronizados que serviram como norteadores para o diagnóstico. Um ponto em comum encontrado em todos os estudos elencados para este trabalho, apontado pelos autores, foi a dificuldade em fechar o diagnóstico por não existir exame padrão ouro para a confirmação da enxaqueca vestibular. Conclusão: A enxaqueca vestibular se trata de uma patologia que apresenta diversos sintomas que ocorrem de maneira semelhante em outras doenças, dificultando sua investigação e o diagnóstico. Não existe um sinal clínico patognomônico e nenhum exame validado como padrão-ouro até o momento para o diagnóstico da enxaqueca vestibular.
Palavras-chave: enxaqueca vestibular, transtorno da enxaqueca.
1- Gorski LP, Silva AM, Cusin FS, Cesaroni S, Ganança MM, Caovilla HH. Body
balance at static posturography in vestibular migraine. Brazilian Journal Of
Otorhinolaryngology [revista em Internet] março de 2019. [acesso 20 de junho
de 2022]; 85, n.2(183-192). Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2017.12.001
2- Sousa JC, Costa ACN, Sousa MGC. Influência do diabetes mellitus na
qualidade de vida de indivíduos com migrânea vestibular. Revista de Ciências
Médicas e Biológicas. Universidade Federal da Bahia [revista em Internet] 14
dezembro de 2020. [acesso 06 de agosto de 2022]; 19, n.4 (537). Disponível
em: http://dx.doi.org/10.9771/cmbio.v19i4.42704
3- Conde R, Corrêa VSC, Maynié JC. Migrânea e migrânea: terapia preventiva.
Revista Médica de Minas Gerais: Terapia preventiva. GN1 Genesis Network
[revista em Internet] 06 de janeiro de 2017. [acesso 20 de junho de 2022];
2017, n. 27(1-7). Disponível em: http://dx.doi.org/10.5935/2238-
3182.20170078
4- Mendes MC, Reis RM, Silva AC, Lara LA, Leite SP, Sá MF. Migrânea e terapia
hormonal. Femina. [revista em internet] 2021. [acesso em 20 de junho]; 49,
n.10(585-91). Disponível em:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2022/02/1358192/femina-2021-4910-585-
591.pdf
5- Salmito MC, Maia FCZ, Gretes ME, Venosa A, Ganança FF, Ganança MM,
Mezzalira R, Bittar RSM, Gasperin AC, Pires APBA. Neurotology: definitions
and evidence-based therapies: results of the i brazilian forum of neurotology.
Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology. Elsevier BV [revista em Internet] 10
de fevereiro de 2020. [acesso 19 de junho de 2022]; 86, n.2(139-148).
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2019.11.002
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Página(s): p.658
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ACONSELHAMENTO A PAIS DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
Reis, J.G. ;
GIL D. ;
Introdução: O processo de reabilitação de crianças com deficiência auditiva deve incluir orientação e aconselhamento aos pais quanto às práticas educativas positivas com o propósito de facilitar o pleno desenvolvimento da criança bem como a efetividade terapêutica das intervenções com tais grupos . Para tornar a orientação aos pais mais eficiente, é possível e recomendável utilizar as práticas dos cuidados centrados na pessoa, a fim de que haja maior engajamento, conscientização e disseminação das informações sobre a saúde auditiva de modo que a família seja um modelo de comunicação adequado e possa reforçar os objetivos propostos na intervenção. Objetivos: Elaborar e aplicar um programa de aconselhamento aos pais de crianças usuárias de implante coclear e avaliar sua eficácia com questionário de auto avaliação. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal observacional, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP), sob o número 48270321.6.0000.5505. A amostra foi composta por crianças recém-implantadas, de ambos os sexos, em atendimento fonoaudiológico no Ambulatório de Audiologia Educacional da Instituição. Foram propostas nove sessões de aconselhamento individual com pais e/ou cuidadores com duração de 30 a 40 minutos, nas quais elaborou-se um cronograma que incluiu aconselhamento acerca do diagnóstico da deficiência auditiva, a cirurgia do implante coclear, os cuidados a serem tomados com o dispositivo, bem como sobre sua funcionalidade, assim como a melhor fixação do dispositivo na criança, o momento psicológico da família em relação ao diagnóstico e expectativa de resultados com o implante coclear. Para fins comparativos, o questionário IT-MAIS foi aplicado na primeira e última sessões. Resultados: O aconselhamento completo foi realizado com quatro famílias com crianças na faixa etária de 2 anos e 6 meses a 3 anos, com tempo médio de uso do dispositivo de 1 ano a 1 ano e 6 meses e com o mesmo tempo médio de terapia sendo os responsáveis aconselhados nessas famílias, três mães, com faixa etária de 32 anos e 41 anos, e uma tia com 23 anos. No início do aconselhamento, a pontuação média das quatro famílias foi de 15 pontos e o Índice IT-MAIS foi de 58,75%. Já na aplicação após o término do aconselhamento, a pontuação média passou para 25,75 pontos e o Índice IT-MAIS das famílias aumentou para 67,37%. Da mesma forma em que individualmente, a pontuação do questionário IT-MAIS após o término do aconselhamento aumentou pelo menos 7 pontos, aumentando o Índice IT MAIS em pelo menos 17,5%. O índice IT-MAIS e as pontuações no pós aconselhamento demonstraram que houve melhora na integração auditiva, nos comportamentos auditivos espontâneos das crianças em situações de vida diária, assim como na percepção da ocorrência de fala espontânea. Conclusão: O programa de aconselhamento foi elaborado e executado de modo completo em quatro famílias, e o mesmo mostrou-se passível de ser incluído no programa de reabilitação e também mostrou a evolução no ponto de vista da pontuação do questionário aplicado.
MORET, ALM; COSTA, OA. Implante Coclear e Outras Tecnologias Auditivas Implantáveis - Conceituação e Indicação do Implante Coclear. In: Boéchat,Marchini Edilene, et al (org.) Tratado de audiologia – 2. ed. - Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2015.Disponívelem:
BOLSONI-SILVA, ATi et al . Práticas educativas parentais de crianças comdeficiência auditiva e de linguagem. Rev. bras. educ.espec., Marília , v. 16, n.2, p. 265-282, Aug. 2010 . Disponível em:
STELLING, EP; STELLING, LFP; TORRES, EMS; CASTRO, HC. Pais ouvintes e filho surdo: dificuldade de comunicação e necessidade de orientação familiar., Rio de Janeiro, Nov., 2014. Disponível em:
STEWART, M et al. Medicina Centrada na Pessoa: Transformando o Método Clínico. 3. ed. rev. [S. l.: s. n.], 2017. ISBN 978-858271-425-6. Disponívelem:
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Página(s): p.841
ISSN 1983-1793X
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ACOUSTIC CHANGE COMPLEX (ACC) EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA EM REABILITAÇÃO AUDITIVA
Alcântara, Y.B ;
Barbui, T.R.M ;
Marques, Y.S ;
Luiz, A.L.F ;
Lima, K.R ;
Machado, M.S ;
Frizzo, ACF ;
dosos com perda auditiva queixam-se de dificuldade no reconhecimento de fala no ruído que pode ter como causa déficits no processamento auditivo neural. Atualmente já é possível medir a discriminação auditiva a nível cortical através de modificações na metodologia tradicional de eliciação do Potencial Evocado Auditivo Cortical para gerar o Acoustic Change Complex (ACC). Esse potencial é gerado em resposta a uma mudança acústica em um som em andamento e indica que o cérebro detectou mudanças dentro de um som e o indivíduo tem a capacidade neural de discriminar as diferenças sutis da informação sonora. O objetivo foi descrever as medidas do ACC em idosos com perda auditiva pré e pós a reabilitação auditiva. Esse estudo de série de casos foi aprovado sob o número n.º02848918.2.0000.5406. Participaram da pesquisa três idosos, entre 61 e 87 anos. Os participantes tinham diagnóstico de perda auditiva sensorioneural, bilateral, simétrica, com limiares tonais entre 30 e 70 dBNA, IPRF acima de 60%, curva timpanométrica de tipo A e presença da onda V no PEATE neurodiagnóstico e sem uso prévio de próteses auditivas. Os participantes foram avaliados pré e pós a reabilitação auditiva (intervalo de 3 meses) com adaptação de próteses auditivas bilateralmente de um mesmo fabricante e Treinamento Auditivo Musical por 16 sessões de 30 minutos com o objetivo de trabalhar as habilidades auditivas de processamento temporal (resolução e ordenação temporal), localização, fechamento auditivo e atenção seletiva. Para a pesquisa eletrofisiológica os participantes foram posicionados em poltrona reclinável, sem realização de tarefa. Foi apresentado um estímulo desenvolvido para este estudo com 500 ms de duração e composto por dois tons puros de frequências distintas (deslocamento de 20% com transição gradual entre elas). Como estímulo foram utilizadas frequências próximas da freqüência fundamental das vozes masculina e feminina. Foi utilizado o fone de inserção em orelha direita e eletrodos de cobre foram posicionados em Cz, Fpz, e A1. Foram mensurados os valores de latência e amplitude para o ACC. A média dos valores de latência obtida pré reabilitação foi de 436,78 milissegundos (±34,92) e de amplitude foi de -3,05 μV (±1,73). Já a média de latência pós reabilitação foi de 394,78ms (±32,81) e de amplitude foi de -2,11 μV (±2,08). Foi possível observar uma diminuição numérica na latência e amplitude do ACC após a reabilitação auditiva com o uso de prótese auditiva e treinamento auditivo. Os dados descritivos dessa série de casos de idosos com perda de audição pré e pós reabilitação auditiva possibilitaram uma maior compreensão da função auditiva central e discriminação auditiva desta população. Este potencial se mostrou sensível para mostrar os benefícios da reabilitação e treinamento auditivo na discriminação auditiva desta população.
Hall J. Overview of auditory neurophysiology: past, present, and future. In: New hand book of auditory evoked responses. Boston: Pearson Education, 2007. p. 1–34
Kim JR. Acoustic Change Complex: Clinical Implications. J Audiol Otol. 2015 Dec;19(3):120-4. doi: 10.7874/jao.2015.19.3.120. Epub 2015 Dec 18. PMID: 26771009; PMCID: PMC4704548.
McPherson DL. Late potentials of the auditory system. San Diego: Singular Publishing Group., 1996.
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Página(s): p.927
ISSN 1983-1793X
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ACURÁCIA DE INSTRUMENTOS DE TRIAGEM AUDITIVA VIA TELECONSULTA EM CRIANÇAS DE ZERO A TRÊS ANOS
GALDINO, T.F.L ;
NASCIMENTO, G.F.F ;
SILVA, A.S.M ;
OLIVEIRA, T.S ;
CUNHA, B.K.S ;
NUNES-ARAUJO, A.D.S ;
BALEN, S.A ;
Introdução: O processo maturacional do sistema auditivo e da plasticidade neuronal da via auditiva são primordiais para o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem. Nesse contexto, a triagem auditiva neonatal (TAN) é um procedimento obrigatório com objetivo de identificar precocemente a deficiência auditiva, possibilitando seu diagnóstico e intervenção, porém algumas barreiras ainda existem no monitoramento das crianças que possuem indicadores de risco auditivo (IRDA). Diante disso, estratégias com validade são necessárias para alcançar o maior número de crianças ao longo dos primeiros anos de vida, principalmente as que não realizaram a TAN e aquelas que apresentam algum IRDA. Nos últimos anos, o teleatendimento se mostrou uma ferramenta eficaz para o acompanhamento de diversos grupos, Na área do rastreio audiológico de bebês ainda há carência em instrumentos com validade, Estes podem otimizar o fluxo de encaminhamento na atenção primária em saúde para a rede especializada, minimizando os riscos do diagnóstico tardio. Objetivo: Verificar a acurácia de dois instrumentos: “Questionário de acompanhamento da função auditiva e de linguagem” (QAFAL- Alvarenga et al., 2013) e “Escala Brasileira de Desenvolvimento de Audição e Linguagem” (EDAL-1) como triagem auditiva em crianças de 0-3 anos via teleconsulta. Metodologia: Estudo de diagnóstico, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP 3.360.661). A casuística envolveu bebês nascidos nas maternidades públicas da cidade. A coleta de dados foi realizada entre o período de março de 2019 a 2020 e de março de 2021 a dezembro de 2022. Os instrumentos foram aplicados remotamente com as mães/responsáveis via Plataforma de Teleconsulta do Programa de Telessaúde do Rio Grande do Norte (RN), sob condução dos fonoaudiólogos pesquisadores inseridos no projeto. Os dados coletados nos questionários foram inseridos no Google Forms®, analisados e comparados com as Emissões Otoacústicas Evocadas Transientes (EOAT) realizadas presencialmente no Smart EP (Inteligent Hearing System). Foi realizada a análise de passa e falha em cada um dos instrumentos isoladamente em comparação ao passa e falha nas EOAT (teste padrão-ouro). Desta forma, estabeleceu-se sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo, bem como acurácia dos instrumentos de triagem auditiva com IC de 95%. Resultados: A população deste estudo foi composta por 178 crianças, sendo incluídas 92 crianças (de 0 a 3 anos, 45 do sexo masculino). Entre estas crianças 79 (85,86%) apresentavam algum fator de risco para a deficiência auditiva. Constatou-se 37,5% de sensibilidade e 89,41% de especificidade no QAFAL, já o EDAL 50% de sensibilidade e 82,14% de especificidade. Quando foi analisada a combinação entre os dois instrumentos a sensibilidade foi de 50% e a especificidade de 73,80%. Conclusão: Os instrumentos QAFAL e EDAL embora apresentaram especificidade acima de 80%, tiveram baixa sensibilidade mesmo quando seus resultados foram associados. É interessante analisar em estudos futuros a acurácia destes instrumentos para identificação de perdas auditivas incapacitantes, visto que as confirmadas neste estudo eram de grau leve e condutivas. Investir em instrumentos desta natureza pode ser uma alternativa viável para o telemonitoramento audiológico nos primeiros anos de vida.
Moretti CAM, Ribas A, Guarinello AC, Rosa MRD. Hearing and language development scale in cochlear implanted children. Audiol Commun Res.2018; 23:e1895. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1895
Alvarenga KF, Araújo ES, Melo TM, Martinez MAN, Bevilacqua MC. Questionnaire for monitoring auditory and language development in the first year. CoDAS. 2013; 25 (1):16-21. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000100004
Pinto JD, Ferreira L, Temp DA, Dias V, Rohers DE, Biaggio EPV. Evasion of Newborn Hearing Screening retest: relation with risk factors for hearing impairment. Rev. CEFAC. 2019; 21 (4):e2519. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216/20192142519
Ribeiro GE, Silva DPC, Montovani JC, Martins RHG. Impact of exposure to maternal syphilis on the newborn’s auditory system. Audiol Commun Res. 2021; 26: e 2496. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2021-2496
Govender SM, Mars M.. Assessing the efficacy of asynchronous telehealth-based hearing screening and diagnostic services using automated audiometry in a rural South African school. S Afr J Commun Disord. 2018; 65(1): 582.https://doi.org/10.4102%2Fsajcd.v65i1.582
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Página(s): p.974
ISSN 1983-1793X
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ADAPTAÇÃO DE ADULTOS E IDOSOS AOS APARELHOS AUDITIVOS NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19
GUESSER, V. M. ;
CIGANA, L. B. ;
HAAS, P. ;
PAIVA, K. M. ;
Introdução: A perda auditiva encontra-se em terceiro lugar no ranking das maiores causas de Anos Vividos com Deficiência (YLDs) globalmente. Assim, é importante melhorar o acesso à reabilitação auditiva para minimizar os efeitos negativos dessa deficiência. O uso de aparelho auditivo é um dos principais meios de reabilitação e objetiva privilegiar o uso da audição residual, aumentando a capacidade de participação social e independência. Após a concessão do aparelho auditivo, é importante monitorar periodicamente os usuários para realizar possíveis modificações e orientações necessárias. Durante a pandemia da COVID-19 o acesso aos serviços de saúde e políticas públicas foram prejudicados e houve aumento do isolamento social das pessoas com deficiência, dificultando a garantia aos direitos como a saúde. Objetivo: Identificar aspectos relacionados à adaptação de adultos e idosos aos aparelhos auditivos e retorno à consulta de monitoramento auditivo durante a pandemia da COVID-19. Metodologia: Estudo transversal envolvendo usuários adultos e idosos com consulta de monitoramento auditivo agendado no período inicial da pandemia da COVID-19, definido entre 19 de março a 30 de abril de 2020. O Instituto Otovida é o serviço ambulatorial de saúde auditiva (SASA) de referência para o estado de Santa Catarina e envolve ações de avaliação inicial, monitoramento em 30 dias após a adaptação dos aparelhos auditivos e acompanhamento do processo de reabilitação auditiva após um ano da adaptação inicial. No dia 19 de março de 2020 o governo de Santa Catarina instituiu o decreto 525, por meio do qual foram impostas medidas de isolamento social (lockdown) para enfrentamento da pandemia. O Instituto Otovida suspendeu os atendimentos em 19 de março de 2020, retomou os atendimentos com 50% da capacidade em 20 de abril de 2020 e com 100% da capacidade em 31 de agosto de 2020. Resultados: Dos 193 usuários que tinham retorno agendado para o período do estudo e responderam à entrevista, observou-se que 65 (33,7%) não retornaram para a consulta de monitoramento no período previamente agendado e 127 (66,2%) retornaram ao serviço. A maioria dos usuários consegue colocar e retirar o aparelho sozinhos (94,3%), gosta de utilizar o aparelho em casa (85,4%) e na rua (85,9%), sente-se apoiada pela família (96,9%) e teve suas expectativas atendidas (94,3%). Porém, as dificuldades encontradas estavam relacionadas ao incômodo com sons intensos (53,6%), microfonia (62,5%) e presença de zumbido (53,1%). Apenas um usuário afirmou não ter utilizado o aparelho auditivo devido a dificuldades no processo de adaptação e foi instruído a procurar o serviço de emergência do SASA para ajuda no processo de reabilitação. Conclusão: Mesmo com a imposição de medidas restritivas relacionadas à pandemia da COVID-19, a maioria dos usuários de aparelho auditivo retornaram para a consulta de monitoramento, assegurando uma boa adaptação. O SASA retornou os atendimentos rapidamente, possibilitando os usuários a comparecerem à consulta de monitoramento. Deste modo, observa-se a importância do acompanhamento de usuários de aparelho auditivo para garantir uma melhor adaptação e uso prolongado, amenizando as consequências da perda auditiva.
BRASIL. Rede de cuidados à pessoa com deficiência no âmbito do SUS: instrutivo de reabilitação auditiva, física, intelectual e visual. [S. L.]: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/August/10/Instrutivo-de-Reabilitacao-Rede-PCD-10-08-2020.pdf. Acesso em: 20 mar. 2022.
HAILE, Lydia M; KAMENOV, Kaloyan; BRIANT, Paul Svitil; ORJI, Aislyn u; STEINMETZ, Jaimie D; ABDOLI, Amir; ABDOLLAHI, Mohammad; ABU-GHARBIEH, Eman; AFSHIN, Ashkan; AHMED, Haroon. Hearing loss prevalence and years lived with disability, 1990–2019: findings from the global burden of disease study 2019. The Lancet, [S.L.], v. 397, n. 10278, p. 996-1009, mar. 2021. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/s0140-6736(21)00516-x. Disponível em: https://www.thelancet.com/action/showPdf?pii=S0140-6736%2821%2900516-X. Acesso em: 11 jun. 2022.
SALDANHA, Jorge Henrique Santos; PEREIRA, Ana Paula Medeiros; SANTOS, Amanda Oliveira Costa dos; MIRANDA, Beatriz Santos; CARVALHO, Hercília Kayla Santos de; NASCIMENTO, Lilia Campos; AMARAL, Mariana Santos; MACEDO, Mariana Silva; CATRINI, Melissa; ALMEIDA, Milena Maria Cordeiro de. Pessoas com deficiência na pandemia da COVID-19: garantia de direitos fundamentais e equidade no cuidado. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 9, n. 37, p. 1-21, set. 2021. Disponível em: http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/artigo/1499/pessoas-com-deficiencia-na-pandemia-da-covid-19-garantia-de-direitos-fundamentais-e-equidade-no-cuidado. Acesso em: 07 fev. 2022.
WHO. World Health Organization. World report on hearing. Geneva: Licence: Cc By-Nc-Sa 3.0 Igo, 2021.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.704
ISSN 1983-1793X
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ADAPTAÇÃO DO INSTRUMENTO MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT HEARING IMPAIRMENT (MOCA-HI) PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO
Machado, R. M. ;
Streit, G. C. de S. ;
Piccolotto, C. L. ;
Do Nascimento, R. N ;
Pagliarin, K. C. ;
Patatt, F. S. A. ;
Introdução: A perda auditiva, quando não tratada, reduz as entradas sensoriais favorecendo o desenvolvimento de distúrbios comunicativos e cognitivos. Sendo assim, é imprescindível avaliar as funções cognitivas de indivíduos com perda auditiva com instrumentos adequados, a fim de garantir resultados fidedignos. Desta forma, destaca-se o Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI) que tem como intuito avaliar a cognição de sujeitos com perda auditiva, com idade igual ou superior a 60 anos. Entretanto, este instrumento ainda não está disponível para falantes do Português Brasileiro (PB). Objetivo: Adaptar o instrumento Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI) para o PB. Metodologia: Pesquisa de caráter descritivo observacional, transversal, quantitativo e qualitativo, com amostra eleita por conveniência, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (5.162.650). Os trâmites para adaptação do instrumento foram realizados a partir do protocolo original, adaptado por Dawes et al. (2019), e compreendeu seis etapas: Etapa 1) Tradução e retrotradução: realizadas por uma fonoaudióloga, uma psicóloga e uma professora de inglês, que realizaram duas traduções independentes e, após, retrotradução para o inglês; Etapa 2) Análise e seleção dos estímulos: Contou com a participação de três pesquisadoras (duas fonoaudiólogas doutoras, uma fonoaudióloga mestranda) e uma professora de língua portuguesa, as quais realizaram a análise das barreiras culturais e psicolinguísticas e procederam com os ajustes pertinentes, quando em consonância com os autores originais; Etapa 3) Análise semântica dos estímulos: Compuseram esta etapa 12 sujeitos, com tempo mínimo de escolaridade de quatro anos, sem queixas auditivas e cognitivas autorreferidas; Etapa 4) Análise de juízes não especialistas 1: amostra composta por cinco idosos, com escolaridade mínima de quatro anos, sem queixas auditivas e cognitivas autorrelatadas; Etapa 5) Análise de juízes não especialistas 2: amostra composta por um idoso com escolaridade mínima de quatro anos, sem queixas auditivas e cognitivas autorrelatadas; Etapa 6) Estudo piloto: compuseram esta etapa 30 sujeitos, com 60 anos ou mais e estudo formal de, no mínimo, quatro anos, neurologicamente saudáveis, divididos em dois grupos, um com média quadritonal dentro da normalidade (<20dB) e outro com perda auditiva, adaptados com Aparelhos de Amplificação Sonora Individual. Além disso, realizou-se a análise de desempenho, que contou com 20 idosos, sendo dez com média quadritonal dentro da normalidade e dez com perda auditiva e protetizados, sendo estes emparelhados quanto a idade e escolaridade. Os autores da versão original acompanharam todas as etapas do estudo. As análises dos dados foram realizadas descritiva e quantitativamente, além disso, usou-se os testes T paramétrico, First-order Agreement Coefficient de Gwet e o índice de Razão de Validade de Conteúdo (RVC). Resultados: Houveram ajustes e modificações em todas as etapas para que o instrumento se adequasse à população alvo. Verificou-se que as tarefas realizadas pelos idosos sem alterações cognitivas, mesmo os com perda auditiva tratada, não diferiram das realizadas pelos sujeitos sem perda auditiva, exceto a tarefa visuoespacial/executiva, a qual deve ser analisada com cautela, já que foram evidenciadas dificuldades dos participantes no entendimento da tarefa, desde o início do processo de adaptação do instrumento. Conclusão: O estudo resultou em um instrumento que exibe adequada validade de conteúdo.
Dawes, P. et al. Protocol for the development of versions of the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) for people with hearing or vision impairment. BMJ Open, v. 9, p. 26246, 2019.
Diao TX, et al. Study on the relationship between age-related hearing loss and cognitive impairment. Zhonghua Er Bi Yan Hou Tou Jing Wai Ke Za Zhi, v. 54(2), p. 110–115, 2019.
Dong SH, Park JM, Kwon OE, Kim SH, Yeo SG. The Relationship between Age-Related Hearing Loss and Cognitive Disorder. ORL 2019;81:265-273.
Golub JS, Brickman AM, Ciarleglio AJ, Schupf N, Luchsinger JA. Association of subclinical hearing loss with cognitive performance. JAMA Otolaryngol Head Neck Surg 2019; 146: 57–67.
Uchida Y. et al. Age-related hearing loss and cognitive decline — The potential mechanisms linking the two. Auris Nasus Larynx, v. 46, n. 1, p. 1–9, fev. 2019.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.739
ISSN 1983-1793X
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ADAPTAÇÃO DO MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT HEARING IMPAIRMENT PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO: ESTUDO PILOTO
Machado, R. M. ;
Piccolotto, C. L. ;
Streit, G. C. de S. ;
Do Nascimento, R. N ;
Pagliarin, K. C. ;
Patatt, F. S. A. ;
Introdução: Considerando a estreita relação entre privação sensorial auditiva, declínio cognitivo e prejuízos na qualidade de vida, torna-se de extrema relevância avaliar a cognição de indivíduos com perda auditiva, viabilizando a reabilitação dos aspectos defasados, tanto auditivos quanto cognitivos. Nesse sentido, o instrumento Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-HI), próprio para avaliar idosos com perda auditiva, está sendo adaptado para o português brasileiro, e uma das etapas desse processo é a realização do estudo piloto, que visa identificar possíveis erros de pontuação e inadequações nos estímulos, além de estimar o tempo total de aplicação do instrumento. Objetivo: Averiguar a aplicabilidade do MoCA-HI na população. Metodologia: Estudo de caráter descritivo, observacional, transversal e qualitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (5.162.650). Foram incluídos sujeitos com 60 anos ou mais, com tempo mínimo de quatro anos de estudo formal, sem sinais de declínio cognitivo, verificado pelo instrumento Mini-Exame de Estado Mental (MEEM), sem doenças neurológicas autorrelatadas, com média quadritonal normal (<20dB) ou perda auditiva de grau moderado ou superior, devendo estes últimos serem usuários de próteses auditivas bilateralmente, adaptados há pelo menos seis meses e ter tempo de uso diário mínimo de seis horas. Todos concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A amostra foi selecionada por conveniência e contatada pelas pesquisadoras, que realizaram esclarecimentos sobre o estudo e agendaram os participantes. A coleta de dados foi realizada em uma clínica escola e em uma clínica privada, ambas no Sul do país. Os sujeitos foram submetidos a anamnese direcionada, ao MEEM, à avaliação audiológica básica e ao protocolo MoCA-HI. As avaliações foram executadas por duas pesquisadoras treinadas, de maneira individual, em um único encontro, em salas silenciosas. Participaram do estudo 30 sujeitos, dos quais, 17 eram do sexo feminino e 13 do sexo masculino, com idades entre 61 e 84 anos (M=68,43) e tempo de estudo formal entre 4 e 25 (M=11,16). Após, dividiu-se a amostra em dois grupos, dos quais 15 apresentaram média quadritonal dentro da normalidade (<20dB) e 15 perda auditiva bilateral. Os dados foram tabulados e analisados descritivamente. Resultados: Obteve-se a padronização das orientações utilizadas durante a aplicação do instrumento e a estimativa do tempo de execução, que variou de 20 a 30 minutos. Além disso, foi possível observar, em indivíduos com alta escolaridade, erros relacionados à leitura, como o automatismo e a preocupação com a fluência, bem como a pressa em realizar as tarefas. Já na população com baixa escolaridade, percebeu-se maior atenção e acometimento de erros relacionados à falta de conhecimento ou interpretação. Ainda, foi possível observar a falta de atenção da amostra em geral evidenciada pela antecipação das respostas em relação à leitura da orientação. Maior dificuldade nos domínios: visuo-espacial, linguagem, atenção e abstração nos sujeitos com perda auditiva. Conclusão: Foi possível realizar a padronização das orientações utilizadas durante a aplicação do MoCA-HI, bem como estimar o tempo para esta aplicação, que ficou entre 20 e 30 minutos. Por fim, o MoCA-HI parece apresentar adequado processo de adaptação para a população brasileira.
- Dawes P., et al. Protocol for the development of versions of the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) for people with hearing or vision impairment. BMJ Open, v. 9, p. 26246, 2019.
- Diao TX, et al. Study on the relationship between age-related hearing loss and cognitive impairment. Zhonghua Er Bi Yan Hou Tou Jing Wai Ke Za Zhi, v. 54(2), p. 110–115, 2019.
- Dong SH, Park JM, Kwon OE, Kim SH, Yeo SG. The Relationship between Age-Related Hearing Loss and Cognitive Disorder. ORL 2019;81:265-273.
- Golub JS, Brickman AM, Ciarleglio AJ, Schupf N, Luchsinger JA. Association of subclinical hearing loss with cognitive performance. JAMA Otolaryngol Head Neck Surg 2019; 146: 57–67.
- Lin FR, Metter EJ, O’Brien RJ, Resnick SM, Zonderman AB, Ferrucci L. Hearing loss and incident dementia. Arch Neurol 2011; 68:214–20.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.737
ISSN 1983-1793X
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ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DO SPATIAL HEARING QUESTIONNAIRE PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO
Burle, N. L .O. ;
Resende, L. M. ;
Garcia, V. S. ;
Mancini, P. C. ;
Introdução: A audição espacial é caracterizada pela capacidade do sistema auditivo humano em utilizar as informações referentes à localização sonora para interpretação do som. Esta habilidade não está relacionada apenas à orientação da direção da fonte sonora, mas também à segregação perceptiva do som alvo e do ruído interferente que chega de diferentes direções. Portanto, a audição espacial permite ao ouvinte perceber os sons em situações de escuta complexa, o que requer o processamento binaural de pistas auditivas importantes. O processamento binaural está relacionado ao envolvimento de ambas as orelhas na compreensão do estímulo sonoro e fornece a capacidade de localizar o som e entender a fala em ambientes ruidosos ou acusticamente desfavoráveis. O funcionamento adequado desta habilidade permite que os mecanismos cerebrais sejam capazes de separar o estímulo de fala que o ouvinte quer entender de outros sons competitivos e gera uma impressão tridimensional do som. Sabe-se que a audição espacial é uma habilidade comprometida em indivíduos que possuem perda auditiva, transtorno do processamento auditivo central e idosos. No Brasil, não existem testes e instrumentos disponíveis para avaliar especificamente a audição espacial. O Spatial Hearing Questionnaire (SHQ) foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a auto-percepção da audição espacial, sendo composto por 24 questões a serem respondidas pelo indivíduo. Objetivo: realizar a tradução e adaptação transcultural do SHQ para o português brasileiro. Metodologia: Estudo do tipo metodológico, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CEP n° 17962919.6.0000.5149) de uma universidade pública. A tradução do SHQ para o português foi realizada por dois tradutores brasileiros e, após consenso entre os autores, foi elaborada a primeira versão do questionário. Na sequência, foi realizada a retrotradução por dois tradutores nativos da língua inglesa, que foi analisada por uma comissão de especialistas e, em seguida, uma segunda versão em português foi criada. Na sequência, foi realizada a validação semântica, sendo o questionário aplicado a 17 estudantes do ensino superior para verificar as dificuldades relacionadas à compreensão das questões a fim de estruturar a versão final. Foram consideradas válidas as questões que tiveram no mínimo 80% de compreensão. Após análise das respostas, a versão final do questionário foi aplicada aos 17 estudantes que participaram da etapa de validação semântica. Foi realizada análise descritiva, correlação entre os itens e o Alfa de Cronbach para análise da consistência. Os dados coletados foram lançados na planilha do SPSS versão 23. Resultado: Não foram observadas dificuldades na compreensão das questões traduzidas do SHQ. Em relação às correlações entre as questões, 46 foram classificadas como alta, 81 como média e 104 como baixa. O alfa de Cronbach foi de 0,912, indicando alta confiabilidade em todos os itens do questionário. Conclusão: A tradução e adaptação transcultural do SHQ para o português brasileiro mostrou-se eficaz na equivalência cultural. O processo de validação do Spatial Hearing Questionnaire encontra-se em andamento.
1- Tyler R, Perreau AE, Ji H. Validation of the spatial hearing questionnaire. Ear Perreau AE, Spejcher B, Ou H, Tyler R. The spatial hearing questionnaire: data from individuals with normal hearing. Am J Audiol. 2014; 23(2): 173-81. Hear. 2009; 30(4): 466-74.
2- Cameron S, Dillon H, Newall P. The listening in spatialized test: an auditory processing disorder study. Am Acad Audiol. 2006; 17(5): 306-20.
3- Litovsky RY, Goupell MJ, Popper A. N., Fay R. (2021). Binaural hearing. Springer International Publishing
4- Corbin NE, Buss E, Leibold LJ. Spatial Hearing and Functional Auditory Skills in Children With Unilateral Hearing Loss. J Speech Lang Hear Res. 2021 Nov 8;64(11):4495-4512
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.877
ISSN 1983-1793X
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ADULTOS JOVENS COM QUEIXAS AUDITIVAS E DESEMPENHO NO TESTE DICÓTICO DE SENTENÇAS.
Costa, M.J. ;
Ferreira, G.C. ;
Introdução: Atualmente é bastante frequente indivíduos adultos jovens procurarem avaliação auditiva, relatando baixo rendimento acadêmico ou profissional, com queixas de dificuldades de entender a fala, principalmente em situações de escuta em ambiente ruidoso, mesmo com resultados da avaliação audiológica básica dentro da normalidade. Tal fato instiga os audiologistas a investigarem a origem de tais queixas, o que sugere aplicação de testes de processamento auditivo. Dentre a vasta gama de testes comportamentais que investigam a função auditiva e sua relação com a comunicação, podemos citar os testes de escuta dicótica. Objetivo: Aplicar o Teste Dicótico de Sentenças em adultos jovens normo-ouvintes com queixa de dificuldades auditivas. Método: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de uma Instituição de Ensino Superior, protocolo nº 2.764.720. Foram avaliados 15 sujeitos normo-ouvintes, destros, com idades entre 19 a 44 anos, referindo dificuldades auditivas em situações cotidianas em ambientes desfavoráveis de escuta, zumbido, além de aspectos relacionados à atenção e memória. Realizou-se a avaliação audiológica básica e a seguir aplicados os Testes Dicóticos de Dígitos (TDD) e de Sentenças (TDS) por meio de fones auriculares, em cabine tratada acusticamente. Foram analisados os dados de sujeitos com limiares de audibilidade iguais ou inferiores a 25 dBNA e desempenho ≥95% no TDD. O protocolo do TDS é composto por quatro diferentes combinações de listas de sentenças, às quais foram aplicadas de forma binaural na seguinte ordem: treino, etapa de atenção dividida, etapa de atenção direcionada à direita e direcionada à esquerda, solicitando como resposta a repetição verbal das sentenças de acordo com cada etapa do teste. Para análise estatística dos dados foi utilizado o programa SPSS, aplicando os testes Shapiro Wilk e Wilcoxon, utilizando o nível de 5% como critério de significância, e considerando estatisticamente significante quando os resultados das análises p≤ 0,05. Resultados: As medidas obtidas foram: na etapa de atenção dividida, desempenho médio de 84,67% na orelha direita e 60,67% na esquerda, com assimetria entre as orelhas de -50% a 60%, mostrando diferença estatisticamente significante entre as orelhas; na etapa de atenção direcionada, o desempenho médio foi 99,33% na orelha direita e 98% na esquerda, sem diferença estatística entre as orelhas. Conclusão: Os dados obtidos permitiram constatar que o TDS se mostrou sensível para evidenciar as consequências das queixas apresentadas em algumas tarefas avaliadas pelo teste. Foi observado que o grupo estudado, apresentou um perfil heterogêneo, mostrando grande variabilidade entre os sujeitos, além de desempenho aquém do esperado e assimetria interaural acentuada, considerando que eram sujeitos adultos, jovens, normo-ouvintes. Estes resultados podem ser considerados como um alerta para que o audiologista fique atento às questões subjetivas trazidas pelo paciente, em qualquer idade e condição auditiva. Quando as queixas apontam para dificuldades na comunicação cotidiana, estas podem afetar a qualidade de vida e até o desempenho profissional dos sujeitos, uma vez que a maioria das situações sociais e de trabalho ocorrem em ambientes ruidosos, assim o avaliador pode intervir por meio de estratégias que possam auxiliar os sujeitos a enfrentar as situações desafiadoras.
1. Pereira lD, Schochat E. Testes auditivos comportamentais para avaliação do processamento auditivo central. Barueri, SP: Pró-Fono, 2011.
2. Costa MJ, Santos SN. Development of the brazilian portuguese dichotic sentence lists test. Audiol Commun Res. 2016; 21(1):1-8.
3. Costa MJ, Santos SN, Schochat E. Dichotic sentence identification test in portuguese: a study in young adults. Braz J Otorhinolaryngol. 2021;87:478-85.
4. Musiek FE, Weihing J. Perspectives on dichotic listening and the corpus callosum. Brain Cogn. 2011;76:225–32.
5. Hiscock M, Kinsbourne M. Attention and the right-ear advantage: What is the connection? Brain and Cognition. 2011;76:263–75.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.889
ISSN 1983-1793X
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AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: RESULTADOS DE UMA CAPACITAÇÃO EM SAÚDE AUDITIVA
Goulart, M.L.M. ;
Hillesheim, D. ;
Pinheiro, M.M.C. ;
Paul, S. ;
Zucki, F. ;
Introdução: Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) desempenham um importante papel na promoção e prevenção da saúde auditiva. Objetivo: Avaliar o conhecimento de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre saúde auditiva antes e depois de uma capacitação.
Metodologia: Estudo transversal, realizado com ACS do município de Florianópolis, em agosto de 2022. A mesma ocorreu em formato presencial com duração de 08 horas, dividida em dois encontros, com duração de 04 horas, com intervalo de 20 minutos. Os encontros tiveram um intervalo de 7 dias entre eles. Esse modelo foi replicado em 04 unidades de saúde, sendo selecionadas pelo espaço físico, bem como localização, visando otimizar o deslocamento dos ACSs participantes. Os conteúdos ofertados no primeiro encontro englobam: papel do ACS na saúde auditiva e introdução à saúde auditiva. Já no segundo os conteúdos envolveram alterações auditivas, diagnóstico e reabilitação da deficiência auditiva e rede de saúde auditiva em Florianópolis e Santa Catarina, incluindo a utilização de imagens estáticas, dinâmicas e vídeos ilustrativos nos dois dias de capacitação. Ao final da programação, cada indivíduo recebeu um e-book criado pelas autoras com os conteúdos ofertados. Foi elaborado pelas autoras um instrumento para avaliar o conhecimento sobre saúde auditiva dos ACS, na forma de questionário, aplicado no primeiro dia, antes do início da oferta de conteúdos (momento pré) e imediatamente ao final do segundo dia (momento pós). O instrumento foi composto por oito questões, em formato de situações problema, contendo quatro opções de respostas, com apenas uma alternativa correta. As respostas foram categorizadas como erro (0) e acerto (1), e posteriormente, foi realizado o somatório dos acertos. O escore do instrumento poderia variar entre 0 e 8, e quanto maior o escore, maior era o conhecimento dos profissionais. Os participantes foram orientados a ler e responder o instrumento individualmente, sem auxílio das pesquisadoras. Assim, foi avaliado o conhecimento dos ACS pré e pós-capacitação em saúde auditiva, por meio da aplicação de instrumento com questões de múltipla escolha. As análises foram realizadas no software Stata 14. Resultados: A amostra foi composta por 22 ACS, sendo 90,9% do sexo feminino, com média de idade de 53,6 anos (dp=9,02). O número de acertos médio pré-intervenção foi de 6,3 (5,9-6,8; dp=1,0), com mediana de 6,5 acertos. No momento pós-intervenção a média de acertos foi de 7,3 (7,0-7,6; dp=0,6), com mediana 7. O teste de Wilcoxon revelou um aumento estatisticamente significativo no conhecimento em saúde auditiva pelos ACS, após a participação no programa de capacitação (z= -3,35; p<0,001). Conclusão: A ação de capacitação mostrou-se efetiva para o aumento do conhecimento em saúde auditiva de ACS.
Conceição HV; Barreira-Nielsen C. Capacitação em saúde auditiva: avaliação da ferramenta no programa de telessaúde brasil. Revista Cefac, [S.L.], v. 16, n. 5, p. 1426-1433, out. 2014. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216201411113.
Araújo ES, Jacob-Corteletti LCB, Abramides DVM; Alvarenga KF. Capacitação de agentes comunitários de saúde na área de saúde auditiva infantil: retenção da informação recebida. Revista Cefac, [S.L.], v. 17, n. 2, p. 445-453, abr. 2015. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216201511913.
Jacob LCB, Araújo ES, Honório HM, Costa LBA, Costa AO, Alvarenga KF. Capacitação dos enfermeiros em saúde auditiva infantil: uma proposta de teleducação interativa. Rev Gaúcha Enferm. 2020;41:e20190446. doi: https://doi. org/10.1590/1983-1447.2020.20190446
Andrade A; Borges VMS, Sleifer P. EFETIVIDADE DE UM PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO SOBRE SAÚDE AUDITIVA PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE. Revista de Atenção À Saúde, [S.L.], v. 18, n. 63, p. 52-64, 24 mar. 2020. USCS Universidade Municipal de Sao Caetano do Sul. http://dx.doi.org/10.13037/ras.vol18n63.5724.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.786
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES AUDITIVAS ENCONTRADAS EM INDIVÍDUOS COM ARTRITE REUMATOIDE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Crancianinov, A. B. ;
Körner, J. R. ;
Gallo, K. E. B. ;
Lüders, D. ;
Corrêa, C. C. ;
José, M. R. ;
Introdução: A artrite reumatoide é uma doença inflamatória sistêmica que afeta 1% da população (1). A literatura tem citado uma possível associação entre a artrite reumatoide e a perda auditiva, porém não se sabe ao certo quais alterações anatomofisiológicas ocorrem no sistema auditivo periférico e central, durante o curso da doença (2-4). Objetivo: Revisar publicações científicas na literatura que abordaram a associação entre a artrite reumatoide e as alterações auditivas. Metodologia: Estratégias de busca foram desenvolvidas para as bases de dados Embase, Pubmed/Medline, LILACS, Scopus e Web of Science. Como critérios de elegibilidade, os estudos deveriam ser observacionais ou intervencionais, ter realizado avaliação audiológica de modo instrumental/objetivo, em participantes com diagnóstico de artrite reumatoide. Na fase 1, dois revisores independentes realizaram leitura de títulos e resumos de todos os artigos encontrados nas bases de dados e aqueles que não estavam de acordo com os critérios de elegibilidade foram excluídos. Na fase 2, os mesmos revisores realizaram a leitura independente dos artigos na íntegra. A qualidade metodológica dos artigos incluídos foi avaliada independentemente por dois revisores utilizando a ferramenta Meta-Analysis of Statistics Assessment and Review Instrument. Resultados: De um total de 1.779 artigos encontrados nas bases de dados pesquisadas, 85 estudos foram selecionados, por meio da leitura de títulos e resumos. Destes, 40 estudos foram incluídos, pois obedeceram aos critérios de elegibilidade. Dentre os estudos incluídos foi observado que o tipo de perda auditiva mais prevalente nos participantes com artrite reumatoide foi a sensorioneural e que o acometimento auditivo é pior em frequências altas, verificado tanto por meio da audiometria convencional (frequências de 250 a 8000Hz), quanto da audiometria de altas frequências; a maioria dos estudos não observou alterações tímpano-ossiculares nos participantes da amostra e, quando presente, estas alterações foram mais relacionadas com a rigidez do que com a hipermobilidade do sistema tímpano-ossicular; foram observadas alterações cocleares nos participantes com artrite reumatoide, utilizando as emissões otoacústicas como procedimento de análise, porém devido a variáveis como a atividade e tempo de duração da doença, uso de medicação ototóxica ou coexposição destes fatores, é difícil definir qual variável seria mais prejudicial para o sistema auditivo. O risco de viés foi julgado como baixo em 18, moderado em 10 e alto em 12 dos estudos incluídos. Conclusão: Foi observado nesse estudo que as alterações auditivas podem ser associadas com a artrite reumatoide. O tipo de perda auditiva mais comumente verificado nos participantes com a doença, foi a do tipo sensorioneural. O tipo de curva timpanométrica mais encontrada foi do tipo “A”. Nas emissões otoacústicas observou-se diminuição da amplitude das respostas, sugerindo a associação da artrite reumatoide com alterações no sistema auditivo periférico, principalmente devido a lesões cocleares.
Descritores: Artrite Reumatoide. Audição. Perda Auditiva. Fonoaudiologia. Revisão sistemática.
1. Firestein GS. et al. Kelley & Firestein’s Textbook of Rheumatology. 10 Ed. Philadelphia: Elselvier, 2017. https://www.amazon.com/Firesteins-Textbook-Rheumatology-Kelleys-Textbbok/dp/0323316964?asin=0323316964&revisionId=&format=4&depth=1
2. Baradaranfar MH, Doosti AA. survey of relationship between rheumatoid arthritis and hearing disorders. Acta Medica Iranica. 2010;48(6):371-3.
3. El Dessouky TM, et al. Assessment of the audiovestibular system in patients with rheumatoid arthritis. The Egyptian Journal of Otolaryngology. 2017;33(4):650-5.
4. Özkiriş M, et al. Does rheumatoid arthritis have an effect on audiovestibular tests? Eur Arch Otorhinolaryngol. 2013;271(6):1383-7.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.782
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES NO SONO EM PACIENTES COM ZUMBIDO
Weingaertner, L. W. ;
Santos, C. D. ;
Costa, L. R. ;
Antunes, L. P. M. ;
Unchalo, A. L. S. ;
Teixeira, A. R. ;
INTRODUÇÃO: O zumbido é definido como um sintoma auditivo caracterizado pela percepção de um ruído sem um estímulo externo aparente. Alguns pacientes referem dificuldades em dormir devido a presença do zumbido. OBJETIVO: Descrever alterações no sono autorreferidas por pacientes com zumbido. METODOLOGIA: Após consultar com os médicos otorrinolaringologistas, os pacientes são encaminhados para o ambulatório de avaliação e tratamento do paciente com zumbido crônico, para a realização de avaliação audiológica e psicoacústica do zumbido (acufenometria, nível mínimo de mascaramento e mascaramento residual). Os pacientes também respondem a questionários e anamnese elaborada pelo grupo de pesquisa. Dentre as perguntas da anamnese, são questionados sobre dificuldades e uso de medicação para dormir. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (CAEE 66269317.5.0000.5347). RESULTADOS: Foram avaliados 16 pacientes com zumbido, sendo 13 mulheres (81,25%) e três homens (18,75%), com idades entre 19 e 77 anos (média de 51,56 anos). Com relação às características do zumbido, 11 relataram ser bilateral, quatro unilateral e um na cabeça. O tempo de presença do zumbido variou entre 6 e 480 meses (mediana de 90 meses). Com relação às alterações do sono, 14 (87,5%) referiram dificuldade para adormecer à noite e destes, seis (42,85%) utilizavam medicação indutora do sono. CONCLUSÃO: Constatou-se que, na amostra avaliada, a maior parte dos pacientes referiu alterações do sono, com dificuldades para adormecer e fazendo uso de medicação para dormir.
1. Almeida MSC, Sousa- Filho LF, Rabelo PM, Santiago BM. Classificação Internacional das Doenças - 11ª revisão: da concepção à implementação. Rev Saude Publica. 2020
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.983
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS POR TRANSIENTE EM NEONATOS EXPOSTOS AO FUMO GESTACIONAL
Akeda, G.P. ;
Cunha, B.S. ;
Santos, A.F.O. ;
Bruner, A.P. ;
Durante, A.S. ;
Introdução: A nicotina pode induzir vasoespasmo e aterosclerose, reduzindo assim o suprimento sanguíneo para a cóclea; a falta de oxigênio pode afetar as células ciliadas no órgão de Corti. Há evidências de que o tabagismo materno durante a gravidez tem um efeito negativo na função coclear, conforme determinado pelo teste de emissões otoacústicas. Objetivo: Analisar as emissões otoacústicas por transiente (EOAT) e timpanometria em um grupo de neonatos expostos e não expostos ao fumo gestacional. Método: Esta pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição (2.540.495).Foram convidados a participar do estudo neonatos nascidos no período de março a outubro de 2022. Os neonatos foram avaliados pela captação da EOAT e timpanometria (226 Hz, 1 kHz, Wideband) por meio do equipamento TITAN ® da marca Interacoustics. A análise estatística do conjunto de dados foi efetuada junto ao Centro de Estatística da instituição utilizando o software SPSS v 25.0 por meio das técnicas estatísticas de análise descritiva e inferencial - teste Mann-Whitney. Em todos os testes, foi destacado o nível descritivo, sendo utilizado o nível de significância de 0,05 (ou 5%) para rejeição da hipótese de nulidade. Resultados: Participaram do estudo apenas 19 neonatos, sendo sem intercorrências gestacionais, sem indicadores de risco auditivo e com exames de triagem auditiva neonatal normais, sendo divididos em dois grupos de acordo com a exposição ao fumo: 14 neonatos sem exposição ao fumo gestacional (grupo controle - GC) e 5 neonatos expostos ao fumo gestacional (grupo estudo - GE). Nas análises realizadas não foram observadas diferenças estatísticas significantes entre os grupos para as variáveis estudadas: EOAT total por banda de frequência, sinal e relação sinal/ruído; timpanometria tom de sonda de 226 Hz, 1 kHz e wideband (p> 0,05%). As dificuldades encontradas na adesão de participantes em pesquisa neste momento de pandemia, bem como o impacto do tamanho amostral na analise das EOAT, serão discutidos. O presente estudo sugere que novas pesquisas devem ser realizadas com amostras maiores. Conclusão: Na amostra reduzida do presente estudo não foi observado o impacto do fumo gestacional em neonatos avaliados por meio das EOAT e timpanometria.
Durante AS, Pucci B, Gudayol M, Massa B, Gameiro M, Lopes C. Tobacco smoke exposure during childhood: effect on cochlear physiology. Int J Environ Res Public Health. 2013; 10:5257-65.
Korres S, Riga M, Balatsouras D, Papadakis C, Kanellos P, Ferekidis E. Influence of smoking on developing cochlea Does smoking during pregnancy affect the amplitudes of transient evoked otoacoustic emissions in newborns?. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2007; 71(5):781- 6
Dhar, S, Hall JW. Measurements of Otoacoustic emissions: clinical procedures and protocols. In: Dhar S, Hall JW. Otoacoustic emissions principles, procedures and protocols. 2nd ed. San Diego: Plural Publishing; 2018. p.57-85.
Hamadneh S, Hamadneh J. Active and Passive Maternal Smoking During Pregnancy and Birth Outcomes: A Study From a Developing Country. Annals of Global Health. 2021;87(1):122. DOI: http://doi.org/10.5334/aogh.3384
Pucci BPC, Roque NMCF, Gamero MS, Durante AS. Acoustic absorbance measurements in neonates exposed to smoking during pregnancy. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2017;95:51-56. doi:10.1016/j.ijporl.2017.01.036
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Página(s): p.751
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS PRODUTO DE DISTORÇÃO PÓS EXPOSIÇÃO A TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO : ESTUDO DE CASO
Ramos, L.V.S. ;
Durante, A.S. ;
Introdução: De acordo com o Instituto Nacional do Câncer a estimativa de diagnósticos de câncer em adultos no Brasil é de 625 mil novos casos (com exceção do melanoma) para os anos de 2020 a 2022. O uso de agentes quimioterápicos comumente implica frequentemente na utilização de fármacos ototóxicos, que são considerados agentes nocivos à audição, mais especificamente às células ciliadas externas e em especial na base da cóclea, região tonotópica das altas frequências.
Objetivo: Analisar as Emissões Otoacústicas Produto de Distorção (EOAPD) em indivíduos diagnosticados com neoplasias malignas após tratamento quimioterápico.
Método: Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da instituição (4.510.244). Os critérios de inclusão foram adultos portadores de neoplasias malignas de cabeça e pescoço submetidos a tratamento quimioterápico com cisplatina, concomitante a radioterapia, sem realização de procedimento cirúrgico para a remoção do tumor em acompanhamento no setor de Oncologia de um serviço referência na cidade de São Paulo. Após o consentimento de participação na pesquisa, por meio da assinatura do Termo de consentimento livre e esclarecido, foram realizados os procedimentos de meatoscopia, timpanometria, reflexos acústicos e audiometria. Logo após, foi aplicado um questionário contemplando informações sobre histórico pregresso de saúde, pregresso de outra(s) neoplasia(s) ou recidiva e tratamento da mesma, uso de outros medicamentos, outras comorbidades e a frequência atual do tratamento quimioterápico. Para a mensuração das EOAPD, foi utilizado o equipamento ILO, da Otodynamics. As EOAPD 2f1-f2 foram coletadas por meio de sonda acoplada em uma oliva que foi inserida no meato acústico externo, foram avaliadas as frequências de 1 a 8 kHz com intensidade dos estímulos f1 e f2 de 65 e 55 dB NPS e razão entre os estímulos f1 e f2 de 1,22.
Resultados : O Caso, masculino, 45 anos, diagnóstico de câncer na cavidade nasal, 35 sessões de radioterapia e 7 de quimioterapia com cisplatina. Apresentou perda auditivasensorioneural adquirida de grau moderado, com configuração descendente bilateral e EOAPD ausentes.
Conclusão: Embora a amostra do estudo seja reduzida, os resultados parciais salientam o impacto da quimioterapia por cisplatina na fisiologia coclear. Demonstrando assim, importância da detecção e monitoramento auditivo em pacientes submetidos a tratamento quimioterápico.
Instituto Nacional do Câncer. Estimativa 2020, Incidência de Câncer no Brasil. Disponível em:https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf
Biro K, Noszek L, Prekopp P, Nagyiványi K, Géczi L, Gaudi I, Bodrogi I: Characteristics and Risk Factors of Cisplatin-Induced Ototoxicity in Testicular Cancer Patients Detected by Distortion Product Otoacoustic Emission. Oncology, 2006;70:177-184.
Reavis KM, McMillan G, Austin D, et al. Distortion-product otoacoustic emission test performance for ototoxicity monitoring. Ear Hear. 2011;32(1):61-74.
Ress BD, Sridhar KS, Balkany TJ, Waxman GM, Stanger BB e Lonsbury-Martin BL. Effects of cis-platinum chemotherapy on otoacoustic emissions: The development of an objective screening protocol. Otolaryngol Head Neck Surg, 1999;121(6), 693-701.
Shetty S, Bhandary SK, Bhat V, Aroor1, Shetty J, T. Dattatreya. Role of Otoacoustic Emission in Early Detection of Cisplatin Induced Ototoxicity. Indian J Otolaryngol Head Neck Surg. 2020; 1-6.
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Página(s): p.746
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DE ALTERAÇÕES AUDITIVAS EM MÚSICOS PROFISSIONAIS E AMADORES POR MEIO DE AVALIAÇÃO AUDIOMÉTRICA E EMISSÕES OTOACÚSTICAS
MORAES, L.C.M. ;
SIMÕES, P.N. ;
LÜDERS, D. ;
INTRODUÇÃO: A exposição à música em forte intensidade pode prejudicar a audição dos músicos e a identificação de alterações auditiva precocemente favorece a adoção de condutas preventivas. As emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção (EOAPD) tem se somado à audiometria tonal liminar, em protocolos de avaliação dos músicos, na expectativa de detectar alterações iniciais decorrentes da exposição à música intensa. OBJETIVO: Investigar a relação entre os resultados audiométricos de músicos e a avaliação das EOAPD. MÉTODO: Os participantes responderam um questionário sobre o instrumento musical, tempo de prática e ocorrência de zumbido. Foram critérios de inclusão: ser músico e tocar um instrumento musical há pelo menos um ano; e de exclusão: referir exposição a ruído decorrente de outra atividade profissional, apresentar alterações auditivas condutivas e alterações neurossensoriais não associadas à exposição sonora. Foi realizada audiometria tonal liminar, por via aérea (VA) nas frequências de 250Hz a 8000 Hz, e por via óssea (VO) nas frequências de 500 a 4000 Hz, quando indicado; o repouso auditivo ocupacional para a realização das avaliações audiológicas foi de 14 horas. Para as EOAPD foram apresentados simultaneamente dois tons puros f1 e f2 (f1
Pouryaghoub G, Mehrdad R, Pourhosein S. Noise-induced hearing loss among professional musicians. Journal of Occupational Health. 2017;59(1):33–7.
di Stadio A, Dipietro L, Ricci G, della Volpe A, Minni A, Greco A, et al. Hearing loss, tinnitus, hyperacusis, and diplacusis in professional musicians: A systematic review. International Journal of Environmental Research and Public Health. 2018;15(10).
Dinakaran T, Deborah D. R, RejoyThadathil C. Awareness of musicians on ear protection and tinnitus: A preliminary study. Audiology Research. 2018;8(1):9–12.
Schmidt JH, Paarup HM, Bælum J. Tinnitus Severity Is Related to the Sound Exposure of Symphony Orchestra Musicians Independently of Hearing Impairment. Ear and Hearing. 2019;40(1):88–97.
Helleman HW, Eising H, Limpens J, Dreschler WA. Otoacoustic emissions versus audiometry in monitoring hearing loss after long-term noise exposure – A systematic review. Vol. 44, Scandinavian Journal of Work, Environment and Health. Nordic Association of Occupational Safety and Health; 2018. p. 585–600.
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Página(s): p.717
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DE COBERTURA DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL UNIVERSAL ASSOCIADA À FREQUENCIA DE DOENÇAS TRANSMISSIVEIS
Cigana, L. B. ;
Besen, E. ;
Paiva, K. M. ;
Machado, M. J. ;
Haas, P. ;
Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU) permite a detecção precoce da deficiência auditiva. No ano de 2010 a TANU tornou-se obrigatória no Brasil por meio da Lei Federal N.º 12.303. Desde então a cobertura da TANU vem sendo discutida tanto na literatura internacional como nacional. Objetivo: Verificar a frequência de infecções congênitas em neonatos e suas possíveis associações com resultados da TANU. Métodos: Estudo de coorte histórica (retrospectivo) com análise dos dados de neonatos atendidos em um serviço de referência em Saúde Auditiva para o Sistema Único de Saúde (SUS), no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2021. Para avaliação da qualidade da cobertura da triagem, foram analisados os indicadores de qualidade propostos pela Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal (DATAN) e avaliou-se o número de triagens realizadas, percentual triado a partir do número de recém-nascidos vivos obtidos nos sites do Ministério de Saúde (MS) – TabNet (DATASUS – atendimentos realizados) e Secretária Estadual de Saúde- SC. Além, de realizar análise de regressão logística, cálculos de OR brutas, cálculo de OR de Cochran–Mantel–Haenszel e teste do qui-quadrado para estimar a associação entre os Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva e falha na Triagem Auditiva Neonatal incluindo ou não as variáveis de confundimento. As análises foram estimadas de Odds Ratio (OR) brutas e ajustadas no software MedCalc® v. 20.027. Resultados: O serviço de referência nos últimos cinco anos, realizou a TANU em 34.801 recém-nascidos. Atingiu o indicador de qualidade preconizado pela Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal (DATAN). Em relação a frequência das doenças transmissíveis em neonatos nos últimos cinco anos, a sífilis congênita foi a mais frequente (1,59%), seguida pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) (0,87%) e a de menor observação foi a rubéola (0,029%). No ano de 2021 os neonatos com possível transmissão vertical do HIV, apresentaram seis vezes mais chances (entre 388 a 1.143%) a mais chances de falhar no TANU. Conclusão: O serviço de referência de TANU alcançou o indicador de qualidade proposto pela DATAN, cobertura de triagem auditiva acima de 95%. Os neonatos nascidos no ano de 2021 comparativamente aos que nasceram no ano 2017 apresentam 91% menos chance de falhar no TANU e consequentemente menor percentual de encaminhamentos para reteste. No entanto, observou-se no ano de 2021 a diminuição de sífilis congênita (1,00%), aumento da toxoplasmose (0,58%) e HIV (0,95%) quando comparado ao ano de 2017. Porém, ao analisar os anos da pandemia da COVID-19 (2020-2021) a sífilis e o HIV apresentaram diminuição nos seus índices.
Palavras-Chave: Audição. Política Pública. Indicador de Risco. Triagem Neonatal. Doenças Transmissíveis.
Referências:
ESTADO DE SANTA CATARINA; Secretaria da Saúde. Diretrizes de Atenção à Saúde Auditiva na Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência em Santa Catarina. Florianópolis, 2018. 74 p.
JANUÁRIO, Gabriela Cintra; LEMOS, Stela Maris Aguiar; FRICHE, Amélia Augusta de Lima; ALVES, Claudia Regina Lindgren. Quality indicators in a newborn hearing screening service. Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology, [S.L.], v. 81, n. 3, p. 255-263, maio 2015. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2014.08.008
JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING. Year 2007 Position Statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. Pediatrics, [S.L.], v. 120, n. 4, p. 898-921, 1 out. 2007. American Academy of Pediatrics (AAP). http://dx.doi.org/10.1542/peds.2007-2333.
JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING. Position statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs, The Joint Committee on Infant Hearing, v.
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Página(s): p.678
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ANÁLISE DE CONCORDÂNCIA ENTRE OS LIMIARES OBTIDOS NO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO TONE BURST E NO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE ESTADO ESTÁVEL
Sideri, K.P. ;
Colella-Santos, M.F. ;
Introdução: A audição é de fundamental importância no desenvolvimento de uma criança, sendo responsável por uma melhor integração do indivíduo em uma sociedade cuja comunicação oral é predominante. Uma tecnologia de Potencial Evocado de Estado Estável vem despontando como promissora para diagnóstico audiológico no que diz respeito a identificação dos limiares auditivos eletrofisiológicos de maneira mais rápida e precisa. Objetivo: Analisar a concordância entre os limiares obtidos pelo Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico com estímulo tone burst e pelo Potencial Auditivo de Estado Estável com estímulo NB CE CHIRP em uma população infantil. Metodologia: Estudo clínico de corte transversal, aprovado pelo CEP sob nº4.468.092. Participaram crianças com idade entre 1 e 5 anos, encaminhadas para avaliação eletrofisiológica por suspeita de alteração auditiva e/ou questões que pudessem estar relacionadas ao desenvolvimento auditivo, sem contraindicações para a realização do exame sob anestesia. Para os participantes concordantes, realizou-se a anamnese e, após sedação inalatória feita pelo médico anestesiologista, os seguintes procedimentos: avaliação das condições da orelha externa (meatoscopia), aplicação do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) com estímulo tone burst e do Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável (PEAEE) – Nova Geração, com estímulo NB CE Chirp, ambos realizados com o equipamento Eclipse. Foram pesquisados os limiares eletrofisiológicos nas frequências de 500Hz, 1000Hz, 2000Hz e 4000Hz para as orelhas direita e esquerda. Entretanto, para fins de análise, as duas orelhas foram reunidas em um único grupo visando aumentar o seu poder estatístico. Para investigar o grau de concordância entre os exames, utilizou-se o cálculo do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). Resultados: 71 crianças participaram do estudo, sendo 62 do sexo masculino e 9 do feminino. Na determinação do coeficiente de correlação intraclasse foram obtidos os seguintes valores: CCI = 0,546 para a frequência de 500Hz; CCI = 0,533 para a frequência de 1000Hz; CCI = 0,602 para a frequência de 2000Hz; CCI = 0,645 para a frequência de 4000Hz; sendo que todas apresentaram valor estatisticamente significante no nível de 5% (p ≤ 0,05). De acordo com as análises realizadas, verificou-se que o grau de concordância entre os limiares obtidos no PEATE tone burst e no PEAEE foi moderado para todas as frequências analisadas. Conclusão: A possibilidade da avaliação audiológica eletrofisiológica por meio de duas metodologias que permitem o conhecimento dos limiares com especificidade de frequência permitiu verificar que há um grau moderado de concordância entre os métodos, o que aponta para aplicações promissoras do PEAEE em contexto clínico, visto que o desenvolvimento de seu algoritmo permite a obtenção de limiares em quatro frequências, de forma bilateral e simultânea, o que tende a uma redução no tempo de realização do exame se comparado ao PEATE tone burst.
1. Michel F, Jorgensen KF. Comparison of threshold estimation in infants with hearing loss or normal hearing using auditory steady-state response evoked by narrow band CE-chirps and auditory brainstem response evoked by tone pips. Int J Audiol. 2017;56(2):99–105.
2. Aimoni C, Crema L, Savini S, Negossi L, Rosignoli M, Sacchetto L, et al. Hearing threshold estimation by auditory steady state responses (ASSR) in children. Acta Otorhinolaryngol Ital. 2018;38(4):361–8.
3. Venail F, Artaud JP, Blanchet C, Uziel A, Mondain M. Refining the audiological assessment in children using narrow-band CE-Chirp-evoked auditory steady state responses. Int J Audiol. 2015;54(2):106–13.
4. Ehrmann-Müller D, Shehata-Dieler W, Alzoubi A, Hagen R, Cebulla M. Using ASSR with narrow-band chirps to evaluate hearing in children and adults. Eur Arch Oto-Rhino-Laryngology [Internet]. 2020;(0123456789).
5. Aslam MA, Javed A, Moiz A. Comparison of auditory brainstem response and auditory steady state response audiometry by evaluating the hearing thresholds obtained in children with different severity of hearing loss. Pakistan J Med Sci. 2019;35(2):320–4.
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Página(s): p.854
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DE SINAIS E SINTOMAS SUGESTIVOS DE DISFUNÇÃO VESTIBULAR EM TRABALHADORES EXPOSTOS A RISCOS OCUPACIONAIS NA CIDADE DE JOINVILLE/SC.
ALVES, D. M. ;
MATHIAS, V. ;
Simões, P. N. ;
Bohn, V. ;
Introdução: O sistema vestibular é um dos pilares que em conjunto ao sistema proprioceptivo e visual, são responsáveis pelo equilíbrio corporal dos indivíduos. Visto que, os trabalhadores estão expostos a diversos riscos ocupacionais com efeito nocivo contra o sistema auditivo e vestibular, acabam se tornando um público alvo para análise da relação entre os riscos a que eles são expostos e as principais queixas apresentadas em relação ao equilíbrio no decorrer de suas vidas. O objetivo deste trabalho foi identificar os sinais e sintomas relacionados às disfunções vestibulares em trabalhadores expostos a riscos ocupacionais. Método: Diante do exposto, adotando os critérios éticos do CEP, sob o parecer de Nº 5.503.200, foi realizado um estudo observacional, com coleta em banco de dados de um Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - CEREST, entre os anos de 2019 e 2022. A amostra foi composta de 147 prontuários, onde foram analisados a partir destes, os sinais e sintomas apresentados por trabalhadores de diversas áreas e o risco a qual foram expostos em ambiente laboral. A análise foi realizada através de estatística descritiva e inferencial, visando dados quantitativos e um olhar direcionado às características apresentadas pelo público alvo em estudo. Os resultados demonstram o zumbido como um dos sinais e sintomas com maior prevalência, encontrado em 100% dos expostos somente a químicos, 87% em exposição combinada e 83% dos trabalhadores com exposição exclusiva ao ruído. Foi encontrada relação significativa na correlação das variáveis exposição ao ruído e perda auditiva, com resultado de (p=0,019). Apesar dos trabalhadores expostos ao ruído com associação dos químicos relataram presença de vertigem/tontura (36%), dificuldade no equilíbrio (11%) e vômito/náusea (9%), não foi observada diferença significativa quando correlacionados a variável exposição a químicos e os sinais e sintomas sugestivo de disfunção vestibular. Conclui-se que foi identificado a prevalência do zumbido, independente do risco a qual ocorreu a exposição. Que não foram encontrados valores significativos na presença de sinais e sintomas sugestivos de disfunção vestibular relacionados com a exposição ocupacional a ruído e químicos, porém observa-se relação significativa entre a perda auditiva e a exposição ao ruído.
Descritores: Ototóxicos; Equilíbrio; Disfunção Vestibular; Riscos ocupacionais;
OSHA-Administração de Segurança e Saúde Ocupacional; NIOSH—Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional. Prevenção da perda auditiva causada por exposição química (ototoxicidade) e ruído, Boletim SHIB 03-08-2018, DHHS (NIOSH) Publicação n. 2018-124. 2018.
TRABANCO, JCG. Efeitos da exposição a produtos químicos ou ao ruído sobre a audição. 2019. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
ZUCKI, F et al. Caracterização do perfil auditivo de frentistas de postos de combustível. Audiology-Communication Research, v. 22, 2017.
SENA, TRR de et al. Detecção precoce de perda auditiva em trabalhadores expostos a agrotóxicos com uso de audiometria de altas frequências. 2017.
ALCARÁS, PAS et al. Associação da exposição dos pesticidas e do ruído nos sistemas auditivo e vestibular de agentes de combate a endemias. 2019.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.773
ISSN 1983-1793X
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APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL EM PERDAS AUDITIVAS MÍNIMAS: JULGAMENTO DO USUÁRIO
RODRIGUES, B.T.T. ;
OLIVEIRA, J.R.M. ;
PELANDA-ZAMPRONIO, C.D. ;
CUNHA, M.L.S. ;
MONDELLI, M.F.C.G. ;
Introdução: considerar a amplificação como abordagem terapêutica para indivíduos com deficiência auditiva leve, conhecida como "deficiência auditiva mínima'', é uma decisão clínica que deve ser pautada em evidências científicas que avaliam o julgamento do usuário. A restrição de participação devido ao prejuízo sensorial e a expectativa e a satisfação ao uso do Aparelho de Amplificação Sonora individual merecem ser verificadas, pois refletem o sucesso dos resultados do processo reabilitativo. Objetivo: verificar a restrição de participação nas atividades de vida diária, a expectativa quanto ao uso do Aparelho de Amplificação Sonora Individual e o nível de satisfação obtido com o uso da amplificação para os indivíduos com deficiência auditiva mínima. Metodologia: pesquisa primária, clínica, longitudinal, prospectiva, aprovada eticamente sob parecer 5.013.236, realizada com amostra de 15 indivíduos (14 idosos e um adulto) com deficiência auditiva mínima, ou seja, de grau leve, utilizando os instrumentos Hearing Handicap Inventory for the Elderly - Screening Version, Hearing Handicap Inventory for Adult, Client Oriented Scale of Improvement, nos momentos pré e pós adaptação de AASI e Satisfaction With Amplification In Daily Life no momento pós adaptação. Resultados: Situações de prioridade de escuta como: conversa com uma ou duas pessoas em silêncio, igreja ou reunião, outros, conversa com grupo em ruído e conversa com uma ou duas pessoas em ruído foram as de maior ocorrência. Houve diferença significativa no pré e pós adaptação com AASI para domínio social, emocional e resultado total do HHIE. A maioria (40%) dos participantes referiu o grau de melhora como “muito melhor” e todos estavam satisfeitos. Conclusão: indivíduos estudados obtiveram melhora da restrição de participação em atividades rotineiras e satisfação com a amplificação. Para a maioria dos participantes as expectativas quanto às prioridades de escuta foram alcançadas repercutindo na otimização da reabilitação auditiva e resgate de satisfatória qualidade de vida.
BESS, F. H.; DODD-MURPHY. J.; PARKER, R. A. Children with minimal sensorineural hearing loss: prevalence, educational performance, and functional status. Ear Hear. Nashville, v. 19, n. 5, p. 339-354, 1998.
TIMMER B. H. B.; HICKSON, L.; LAUNER, S. Do Hearing Aids Address Real-World Hearing Difficulties for Adults With Mild Hearing Impairment? Results From a Pilot Study Using Ecological Momentary Assessment. Trends. Hear, v. 22, p. 1-15, 2018.
LUZ, V. B.; GHIRINGHELLI, R.; IÓRIO, M. C. M. Restrições de participação e estado mental: estudo em novos usuários de próteses auditivas. Audiol., Commun. res, v. 23, p. 1-8, 2018.
CAMARGO, K.; LACERDA, A. B. M.; SAMPAIO, J.; LÜDERS, D.; MASSI, G.; MARQUES, J. M. Percepção de idosos sobre a restrição da participação relacionada à perda auditiva. Distúrb Comun, São Paulo, v. 30, n. 4, p. 736-747, Dec. 2018.
PERSON, O. C.; SIMONIAN, A. A.; GONÇALVES, I. M.; PUGA, M. E. S.; ATALLAH, A. N. Intervenções para perda auditiva sensorioneural: o que mostram as revisões sistemáticas Cochrane? Diagn Tratamento, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 108-113, 2022.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.896
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/896
APÊNDICE E FOSSETA PREAURICULAR: RESULTADOS NA TANU
LEDESMA, A.L.L. ;
MIRANDA, A.M. ;
SILVA, I.M.C. ;
Introdução: Apêndice e seios auriculares são anomalias congênitas que podem ser hereditários ou esporádicos. Apresentam-se geralmente próximo à margem anterior do ramo ascendente da hélice, mais frequentemente do lado direito. São característicos de outras condições ou síndromes em 3-10% dos casos, sendo a síndrome branquio-oto-renal (BOR) a de maior expressão. O JCHI (2019) retirou essa especificação das anomalias craniofaciais consideradas indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA) e justificou que não têm maior incidência relatada de perda auditiva nessas crianças do que em outras crianças esse achado. Acrescentou em nota que ainda faltam evidências conclusivas de que crianças com essas anomalias requerem cuidados adicionais além da triagem auditiva neonatal universal. Objetivo: Avaliar os resultados da Triagem Auditiva Neonatal em bebês que possuíam apêndice e fosseta preauricular. Método: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 00620818.0.0000.5512). Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, retrospectivo no qual foram analisados criteriosamente livros de registros de neonatos triados no período de um ano em um programa de TANU. Nos recém-nascidos que possuíam apêndice ou fosseta preauricular foram analisados os prontuários eletrônicos buscando identificar: sexo, tipo de anomalia craniofacial (apêndice ou fosseta auricular), presença de outros indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA) e resultado do teste. Como anomalias craniofaciais são consideradas um IRDA, todos os neonatos citados foram submetidos ao Potencial Evocado Auditivo de Tronco encefálico Automático (PEATE-A). Resultados: Foram triados nove neonatos com as malformações descritas no período de um ano. Desses, oito possuíam apêndice e um, fosseta preauricular. Quanto ao sexo, cinco indivíduos eram do sexo masculino e quatro do sexo feminino. Quanto à lateralidade, cinco eram do lado direito, dois do lado esquerdo e em dois casos não havia descrição quanto à lateralidade. Dos indivíduos avaliados seis possuíam anomalias craniofaciais como único IRDA, três possuíam outro IRDA associado: hereditariedade, uso de aminoglicosídeo, prematuridade e suspeita de síndrome de Down. Dos indivíduos avaliados, apenas um apresentou “falha” unilateral (orelha direita) do lado da presença do apêndice auricular. Vale destacar que este indivíduo possuía características fenotípicas de síndrome de Down e que os achados referem-se ao resultado da TAN. Conclusão: Houve maior número de indivíduos do sexo masculino, mais apêndices auriculares do que fossetas e com maior presença do lado direito. Não foram observadas “falha” no PEATE-A em indivíduos com apêndice ou fosseta preauricular isolado. Foi observada “falha” do lado do apêndice auricular em indivíduo com outro IRDA associado.
1. Awad R, Oropeza J, Uhler KM. Meeting the joint committee on infant hearing standards in a large metropolitan children's hospital: Barriers and next steps. American journal of audiology. 2019 Jun 10;28(2):251-9.
2. Scheinfeld NS, Silverberg NB, Weinberg JM, Nozad V. The preauricular sinus: a review of its clinical presentation, treatment, and associations. Pediatric dermatology. 2004 May;21(3):191-6.
3.Fırat Y, Şireci Ş, Yakıncı C, Akarçay M, Karakaş HM, Fırat AK, Kızılay A, Selimoğlu E. Isolated preauricular pits and tags: is it necessary to investigate renal abnormalities and hearing impairment?. European archives of oto-rhino-laryngology. 2008 Sep;265(9):1057-60.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.868
ISSN 1983-1793X
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APLICAÇÃO DO MÉTODO AURIORAL NA REABILITAÇÃO AUDITIVA EM GRUPO: UMA REVISÃO DA LITERATURA
De Oliveira, T. C. G. ;
Silva, A. C. S. ;
Kai, E. G. P. ;
Sousa, F. G. ;
Dias, K. S. ;
Moura, L. T. L. ;
Deperon, T. M. ;
Mundim, F. M. ;
Pereira, V. R. C. ;
Silva, I. M. C. ;
INTRODUÇÃO - A audição tem papel fundamental no desenvolvimento global da criança, visto que grande parte dos processos de aprendizagem acontecem por meio de uma interação auditiva. A deficiência auditiva impacta na aquisição de linguagem oral e compreensão de fala, gerando a necessidade de intervenção terapêutica. O método aurioral, com amplificação sonora da audição residual por meio de dispositivos, proporciona melhora nas habilidades auditivas e consequentemente na linguagem oral. Esse método estabelece estratégias compostas por metas e técnicas, com foco no desenvolvimento de cognição, audição, fala, linguagem e comunicação a partir da estimulação auditiva, de acordo com as demandas dos usuários de amplificação sonora individual (AASI) e implante coclear (IC). O atendimento terapêutico acontece comumente de forma individual proporcionando uma abordagem específica ao usuário e a possibilidade de trabalhar suas singularidades, mas não apresenta possibilidade de inserção em situações de comunicação em grupo, como acontece na escola, em casa e em outros ambientes frequentados pelos usuários. De outro modo, o atendimento em grupo oferece um ambiente de troca de experiência, aprendizado conjunto e criação de vínculos, apesar de não conseguir focar em particularidades de cada paciente. OBJETIVO - Realizar um levantamento dos benefícios da terapia em grupo na reabilitação auditiva com o método aurioral. MÉTODO - O presente estudo se caracteriza como uma revisão de literatura. Foram recuperados artigos indexados nas bases de dados: Scielo, LILACS e Portal de periódicos da CAPES, entre os anos de 2009 e 2022. Os descritores utilizados foram: “reabilitação aurioral” OR “aurioral rehabilitation” OR “método aurioral” OR “terapia aurioral” OR “aurioral” AND “fonoaudiologia” AND “grupo terapêutico” AND “deficiência auditiva”. Os critérios de inclusão dos artigos foram: estudos sobre reabilitação auditiva aurioral, atendimento em grupo, deficiência auditiva com uso de dispositivo AASI ou IC e artigos completos. Os critérios de exclusão foram reabilitação auditiva individual, resumos e atas de congresso. RESULTADOS - Como resultado da busca, foram localizados 41 artigos no Portal de Periódicos da CAPES e nas bases de dados LILACS e SCIELO, utilizando os descritores supracitados. Dentre esses, foram selecionados sete artigos para compor essa revisão. Foi possível observar que o objetivo mais amplo do método aurioral como reabilitação auditiva é promover a competência comunicativa. A prática da teoria em grupos vem sendo importante como uma forma de intervenção, tendo em vista que propicia maior troca de experiências e diálogos, favorece relações interpessoais e de comunicação funcional, além de motivar a participação ativa nas atividades durante o processo de reabilitação, impactando positivamente tanto social e emocionalmente quanto no resultado terapêutico. O planejamento de grupos mais homogêneos traz maior empatia entre os participantes que gera maior adesão ao tratamento. Além disso, as estratégias terapêuticas para grupos despertam maior confiança no desempenho auditivo e linguístico dos participantes. CONCLUSÃO - A reabilitação auditiva em grupo apresenta contribuições dentro dos objetivos pré-estabelecidos no método aurioral, contudo a pesquisa realizada demonstra a necessidade de uma investigação minuciosa sobre a aplicação e benefícios do atendimento terapêutico em grupo.
BRAZOROTTO, Joseli Soares; COSTA, Karen Julião; SOUZA, Aline Santos de; LIMA, Maria Clara Oliveira. Impacto do enquadre terapêutico em grupo nas necessidades de famílias de crianças com deficiência auditiva. Distúrbios da Comunicação, [S.L.], v. 32, n. 1, p. 1-13, 16 abr. 2020. Pontifical Catholic University of São Paulo (PUC-SP). Disponível em: https://doi.org/10.23925/2176-2724.2020v32i1p1-13.
CARDEMIL, Felipe; BARRÍA, Tamara; AGUAYO, Lorena; ESQUIVEL, Patricia; RAHAL, Maritza; FUENTE, Adrián; CARVAJAL, Rocío; FROMIN, Rose Marie; VILLALOBOS, Iván. Evaluación del programa "Active Communication Education" para rehabilitación auditiva en adultos mayores con hipoacusia usuarios de audífonos. Revista de Otorrinolaringología y Cirugía de Cabeza y Cuello, [S.L.], v. 74, n. 2, p. 93-100, 2014. SciELO Agencia Nacional de Investigacion y Desarrollo (ANID).Disponível em: http://dx.doi.org/10.4067/S0718-48162014000200002.
DUARTE, Janaína Luciane, BRAZAROTTO, Joseli Soares. Análise das estratégias utilizadas em um grupo terapêutico pedagógico para auxiliar o desenvolvimento da linguagem escrita em crianças com deficiência auditiva. Revista Brasileira De Educação Especial, 15(3), Dezembro, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-65382009000300010
MELO, Tatiana Mendes de; LARA, Jessica Domingues. Habilidades auditivas e linguísticas iniciais em crianças usuárias de implante coclear: relato de caso. Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, [S.L.], v. 24, n. 4, p. 390-394, 2012. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s2179-64912012000400017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S2179-64912012000400017.
YOUSSEF, Bruna Capalbo; MENDES. Beatriz de Castro Andrade; COSTA, Eliane de Carvalho e; Ficker, Luisa Barzaghi; NOVAES, Beatriz C.de A. Caiuby. Efetividade na adesão a reabilitação auditiva em crianças: Grupo de Adesão Familiar e terapia inicial. Distúrb Comun, São Paulo, 29(4): 734-748, dezembro, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.23925/2176-2724.2017v29i4p734-748
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APLICAÇÕES PRÁTICAS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS PARA A ATUAÇÃO DE EQUIPE MULTIPROFISSIONAL - VIVÊNCIAS A PARTIR DE UM MINICURSO
Santos, A. S. ;
Doutrelepont, D. W. ;
Basile, A. A. ;
Schotkis, I. C. ;
Zambeli, J. G. A. ;
Stigger, F. S. ;
Costa, P. R. ;
Menegotto, I. H. ;
Boscolo, C. C. ;
Soldera, C. L. C. ;
Introdução: No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi estabelecida através da Lei nº 10.436/2002, que a define como uma forma de comunicação e expressão em que o sistema linguístico de natureza visual motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Sendo assim, na sociedade atual, é essencial que os profissionais das mais variadas áreas possuam conhecimento sobre esta forma de comunicação, visto que, no país, cerca de 5% da população possui alguma dificuldade auditiva, e destas, 1,8% faz uso da Libras. Neste contexto, o “Minicurso de Língua Brasileira de Sinais” foi idealizado visando demonstrar a importância do domínio da língua especialmente na formação de profissionais da saúde, propondo capacitá-los para tornar eficaz a comunicação com deficientes auditivos, visto que falhas nos diálogos entre esses atores põem em risco a assistência prestada e prejudica o vínculo, o diagnóstico e o tratamento, além de gerar desconforto para ambas as partes. Portanto, o conhecimento multidisciplinar da língua brasileira de sinais auxilia na promoção da inclusão e na quebra das barreiras comunicacionais. Objetivo: Relatar a experiência proporcionada pelo Minicurso de Língua Brasileira de Sinais e suas contribuições, na visão de acadêmicos, de modo a refletir sobre a importância do conhecimento da Libras nas equipes multidisciplinares. Métodos: Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. Foram realizadas seis aulas de uma hora cada, com enfoque no uso de Libras na área da saúde. Além disso, foram passados conteúdos que abordaram questões familiares, perguntas a serem trabalhadas em uma sessão de anamnese, os membros da família, possíveis queixas sobre esse paciente, doenças mais comumente encontradas na população, questões médica e questões audiológicas, verbos de ação, histórico familiar e de moradia dessa paciente. Ademais, foram disponibilizadas atividades domiciliares para complementar o Minicurso, totalizando 12 horas. Resultados: Alcançou-se uma melhor compreensão por parte dos discentes a respeito da relevância da Língua Brasileira de Sinais no atendimento em saúde e as contribuições positivas desse conhecimento na vida do paciente. Além disso, foi possível trabalhar o vocabulário em saúde e formas mais humanizadas de atendimento. Conclusão: A difusão do estudo da Língua Brasileira de Sinais tem suma importância para a inclusão social de deficientes auditivos. O seu ensino para futuros profissionais da saúde colabora para com o melhor funcionamento do sistema de saúde, uma vez que forma profissionais habilitados para o manuseio de pacientes com essas necessidades especiais. Da mesma forma, a promoção de aulas de LIBRAS para alunos das áreas da saúde vai ao encontro do princípio de Acessibilidade do SUS, tornando-o mais eficiente e mais capaz de promover o cuidado de todos os brasileiros.
BRASIL. Governo Federal. Lei nº Nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm. Acesso em: 25 jan. 2023.
LÍVIA, K. et al. A IMPORT NCIA DA LIBRAS NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. [s.l:s.n.].Disponívelem:
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Página(s): p.989
ISSN 1983-1793X
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ARTRITE REUMATOIDE: EFEITOS NA AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO
Garrido, S. R. T. ;
Lopes, A. C. ;
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é considerada uma doença crônica, têm
consequências psicológicas e sociais importantes, exigindo enfrentamento para as
incertezas no diagnóstico, da incapacidade, da dependência, dos estigmas sociais e
das alterações no estilo de vida, são característicos das doenças crônicas que
requerem adaptação. Os portadores têm de lidar com estas ameaças e desafios
impostos pela doença. As doenças crónicas são, por definição, “doenças
prolongadas, que não se resolvem espontaneamente e que raramente têm cura
completa” [Centers for Disease Control and Prevention - CDC 2003]. Como doença
crônica auto-imune, a AR necessita de tratamento farmacológico prolongado,
caracterizando-se, apesar disso, por dor e incapacidade física progressiva. Alguns
estudos sugerem que a orelha pode ser afetada pelos processos inflamatórios da
AR, levando a sintomas como zumbido e dificuldade auditivas. A prevalência de
deficiência auditiva em portadores de AR é de 24 a 60%, o envolvimento das
articulações sinoviais no incudomalear, martelo e bigorna, poderiam causar perda
auditiva do tipo condutiva, devido ao aumento da rigidez ou desarticulação. Além
disso, o processo inflamatório poderia causar por meio da ativação imune, lesão nas
células ciliadas da cóclea, causando perda sensorioneural ou até mesmo do tipo
mista, que é a mais frequente. Objetivo: Identificar as alterações na audição e
equilíbrio de portadores de AR. Metodologia: Não houve necessidade de aprovação do
Comitê de Ética, pois se trata de uma revisão. Realizou-se a revisão integrativa sobre audição e equilíbrio em portadores de AR. As bases acessadas eletronicamente
foram: BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), PubMed (US National Library of
Medicine), BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações) e CAPES
(Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal
de Nível Superior), no período entre 2016 a 2022. Os descritores foram: audição,
perda auditiva, artrite reumatoide e equilíbrio. Resultados: Na primeira etapa, foram
analisados os títulos dos artigos encontrados por meio da combinação dos
descritores e palavras chaves em todas as bases de dados e foram selecionados
120 artigos que cumpriram, inicialmente, os critérios de elegibilidade. Na fase
seguinte foram analisados os resumos e selecionados 7 artigos que possuíam
informações sobre o tema. As evidências apontam que há relação entre a AR,
audição e equilíbrio, ou seja, na audição, a rigidez ou desarticulação da cadeia
ossicular, desencadeia perda auditiva, condutiva ou mista. Quanto ao
equilíbrio, as pessoas com AR, têm dificuldade em manter o controle postural,
prejudicando assim o equilíbrio nas Atividades de Vida Diárias (AVD’s), tornando-se
um importante fator de risco para quedas. Conclusão: Essa revisão de literatura
compilou achados de estudos relevantes e contribuirá para a prática clínica no
diagnóstico precoce das perdas auditivas decorrente da artrite reumatoide, porém
ainda se faz necessário mais estudos nacionais nessa área para que investigar os
reais efeitos da AR sobre a audição e equilíbrio, uma vez que estes estão
diretamente relacionados à qualidade de vida.
1. Cruz AI, Núñez MM, Valleio ES, Cruz MZ, Jiménez AR, Sánchez VO, et al. Frequência da doença auditiva e os fatores associados em pacientes com artrite idiopática juvenil [Internet]. Ciudad de México: Reumatología Clínica; 2019 [cited 2021 Aug 3]. p. 152-155. Available from: https://doi.org/10.1016/j.reuma.2017.07.003
2. Jeong H, Chang YS, Baek SY, Kim SW, Eun YH, et al. Avaliação dos resultados do teste audiométrico para determinar a deficiência auditiva em pacientes com artrite reumatóide: análise de dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição da Coreia [Internet]. California: PLOS ONE; 2016 [cited 2021 Aug 3]. p. 1-14. Available from: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0164591
3. Kiakojuri K, Youself-Ghahari B, Soltanparast S, Monadi M. Estado da audição em pacientes com artrite reumatóide [Internet]. Babol: Caspian Journal of Internal Medicine; 2019 [cited 2021 Aug 3]. 461 p. Available from: http://caspjim.com/article-1-1704-en.html
4. Treviño-González JL, Villegas-González MJ, Muñoz-Maldonado GE, Montero-Cantu CA, Nava-Zavala AH, Garza-Elizondo MA. Hipoacusia neurosensorial subclínica em pacientes femininas com artrite reumatoide [Internet]. Monterrey: Cirugía y Cirujanos; 2015 [cited 2021 Aug 3]. p. 364-670. Available from: https://doi.org/10.1016/j.circir.2015.05.026
5. LOURENÇO, Mariana de Almeida, ROMA, Izabela e ASSIS, Marcos Renato de. Correlação entre instrumentos de avaliação da funcionalidade e equilíbrio em pacientes com artrite reumatoide. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte [online]. 2015, v. 29, n. 3 [Acessado 3 Janeiro 2023], pp. 345-353. Disponível em:
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.715
ISSN 1983-1793X
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AS INTERFACES ENTRE O TRATAMENTO ONCOLÓGICO E SEUS IMPACTOS NA PERDA AUDITIVA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
SANTOS, R. G. ;
Comerlatto, M.P.S. ;
Introdução: Os tratamentos para o câncer em crianças e adolescentes têm avançado nas últimas décadas, mas, comumente, causam efeitos colaterais biológicos e psíquicos, que podem ser imediatos ou podem surgir a longo prazo nas crianças e adolescentes, afetando o seu desenvolvimento. Um dos efeitos colaterais é a perda auditiva causada por ototoxicidade da Cisplatina – antineoplásico usado na grande maioria dos casos, com atividade antitumoral comprovada – que é capaz de lesar o sistema auditivo. Objetivo: Compilar artigos que associam o tratamento oncológico com o desenvolvimento de perdas auditivas. Metodologia: Como base para revisão integrativa da literatura, foram utilizadas Pubmed, Scielo e Bireme, os descritores em inglês: “Hearing loss”, “Child”, “Cancer” e “Treatment”. O operador booleano aplicado foi AND. Assim, foram encontrados 38 artigos e destes, foram selecionados 6 condizentes com o intuito da pesquisa e baseados na questão norteadora da pesquisa: "Qual o impacto do tratamento para o câncer na audição?”. Para otimizar a pesquisa, foi acrescido um filtro com recorte temporal de 2017 a 2022. Resultados: Dentre os estudos analisados, observou-se que o uso da Cisplatina como medicamento quimioterápico em crianças e adolescentes para o tratamento de diferentes tipos de neoplasias aparece com mais prevalência em relação às perdas auditivas. Conclusão: Os achados relatados na literatura indicam a perda auditiva sensorioneural bilateral como ponto-chave na maioria dos casos, estando relacionadas principalmente à quimioterapia com Cisplatina administrada na dosagem de 400 mg/m.
1. CALDAS, Érica Alessandra e DIAS, Rosane da Silva. Medicações ototóxicas utilizadas no tratamento oncológico pediátrico: uma revisão sistemática. Audiology - Communication Research. 2018, v. 23, 4 dez. 2020.
2. CALDAS, Érica Alessandra et al. Caracterização audiológica de crianças em tratamento oncológico. Audiology - Communication Research [online]. 2015, v. 20, n. 2, 4 dez. 2021.
3. CAVICCHIOLI, Aline Cristiane et al. Cancer in children: the diagnostic itinerary. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 2017, v. 15, n. 5, 24 Jan. 2017.
4. COURA, Cibeli Fernandes e MODESTO, Patrícia Cláudia. Impact of late radiation effects on cancer survivor children: an integrative review. Einstein (São Paulo). 2019, v. 14, n. 1, 19 mai. 2019.
5. LIBERMAN, Patricia Helena Pecora et al. Audiological profile of patients treated for childhood cancer. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology [online]. 2016, v. 82, n. 6, 4 jun. 2020.
6. SILVA, Aline Medeiros da et al. A prevalência de perdas auditivas em crianças e adolescentes com câncer. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 2017, v. 73, n. 5, 13 out. 2017.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.939
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO SPEECH, SPATIAL AND QUALITIES OF HEARING SCALE (SSQ) E TESTE DE DÍGITOS COM RUÍDOS COM ACHADOS AUDIOLÓGICOS EM IDOSOS
Almeida MCO ;
Andrade KCL de ;
Melo LPF de ;
Farias VV ;
Balen SA ;
Ferrari DV ;
Cavalcanti HG ;
INTRODUÇÃO: A perda auditiva em idosos faz parte do processo de envelhecimento natural e sua prevalência é alta. O idoso, além da dificuldade na detecção auditiva, pode já apresentar comprometimentos em habilidades do processamento auditivo, em especial compreensão de fala no ruído. A prevalência da deficiência auditiva em idosos é alta, porém difícil ser estimada no Brasil. Essa dificuldade ocorre por falta de instrumentos validades de triagem auditiva. OBJETIVOS: Comparar o questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale e S/R do teste de dígitos com rúido com achados audiológicos em idosos. MÉTODOS: Estudo analítico observacional transversal aprovado (sob número 5.480.390) pelo Comitê de ética em pesquisa de uma Universidade Federal. Inicialmente foi realizada anamnese audiológica e o teste Mini-mental. Os critérios de inclusão foram idosos(>60 anos), ambos os sexos e cadastrados em uma associação de atividades sociais para idosos. Foram excluídos os idosos que apresentaram alterações neurológicas, timpanograma alterados e histórico ou presença de alterações no conduto auditivo externo. Foram realizadas audiometria tonal e vocal, imitanciometria e aplicação do questionário Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale(SSQ), versão reduzida com 12 itens em português e o teste de dígitos no ruído. No TDR ,binaural, o limiar é obtido com 50% de acertos na relação sinal/ruído, quanto mais negativo, mais sujeito consegue identificar os números no ruído. RESULTADOS: Realizou-se 33 anamneses e Mini-mental. Dentre estes, apenas 29 foram incluídos, sendo dezoito do sexo masculino e onze do sexo feminino, com média de idade de 68 anos. Nove participantes apresentaram audição normal, um perda auditiva mista e dezenove perda auditiva sensorioneural. Quanto questionário SSQ, idosos sem alteração auditiva obtiveram pontuações com média de 9,4. Já com alterações auditivas, quanto maior o grau da perda de auditiva, menor foi a média obtida. Na associação da audiometria com TDR, observou-se que idosos com audição média quadritonal normal tiveram valores mais negativos que os que tinham algum tipo de deficiência auditiva e havia diferença dos valores relação aos graus da perda de auditiva. Com relação ao TDR, observou-se os idosos sem alterações auditivas obtiveram média -9,13 e com perda auditiva obtiveram média -6,23. CONCLUSÃO: Observou-se existência de alteração nas habilidades de reconhecimento de fala no ruído em idosos. Os idosos que possuem perda de audição apresentaram valores inferiores no TDR e valores inferiores no SSQ. Parece existir uma relação entre o limiar do TDR, SSQ e audiometria.
Palavras-chave: Perda auditiva. Audição. Inquéritos e Questionário.Percepção auditiva.#
AGUIAR, R. G. R.; DE ALMEIDA, K.; DE MIRANDA-GONSALEZ, E. C. Test-retest reliability of the speech, spatial and qualities of hearing scale (SSQ) in Brazilian Portuguese. International Archives of Otorhinolaryngology, v. 23, n. 4, p. 380–383, 2019. boletim diesse. [s.d.].
PÜRNER, D.; SCHIRKONYER, V.; JANSSEN, T. Changes in the peripheral and central auditory performance in the elderly—A cross-sectional study. Journal of Neuroscience Research, 2022.
SOUSA KC, SWANEPOEL DW, MOORE DR, SMITS C. A smartphone national hearing test: performance and characteristics of users. Am J Audiol.
2018;27(3S):448-54. http://dx.doi.org/10.1044/2018_AJA-IMIA3-18-0016.PMid:30452748.
SWANEPOEL DW, SOUSA KC, SMITS C, MOORE DR. Mobile applications to detect hearing impairment: opportunities and challenges. Bull World Health Organ. 2019;97(10):717-8. http://dx.doi.org/10.2471/BLT.18.227728. PMid:31656337
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.872
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO DOS ASPECTOS EMOCIONAIS E SOCIAIS POR MEIO DO QUESTIONÁRIO HHIE-S E ACHADOS AUDIOMÉTRICOS EM IDOSOS
CORDEIRO, F.P. ;
ANDRAUS, R. A. C. ;
Poli-Frederico, R. C. ;
Marchiori, L. L. M. ;
Introdução: O teste padrão ouro para diagnóstico da perda auditiva é a audiometria tonal limiar, no entanto, não é capaz de analisar questões emocionais e sociais, que podem ser detectadas pelos questionários de auto avaliação, sendo úteis em diversas situações na rotina clínica como triagem auditiva. O questionário Hearing Handicap Inventory for the Elderly Screening Version - HHIE-S versão reduzida dos questionários Hearing Handicap Inventory for the Adult - HHIA e do Screening Hearing Handicap Inventory for the Elderly - HHIE, tem aplicação rápida com 10 questões e fácil compreensão, o que favorece seu uso em indivíduos idosos, recomendado como um instrumento para triagem auditiva. Objetivo: Verificar a associação do handicap auditivo encontrado no questionário Handicap Inventory for the Elderly - Screening Version (HHIE-S) com os achados audiométricos em idosos com e sem perda auditiva. Metodologia: Estudo transversal com amostra de conveniência de 76 idosos do projeto Envelhecimento Ativo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, com o número de CAAE: 92480418.8.0000.5231. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e para compor a amostra, deveriam ter idade igual ou maior que 60 anos e nível de compreensão oral para a aplicação do questionário HHIE-S. As perguntas do questionário foram lidas oralmente, os participantes deveriam optar por apenas uma resposta para cada item: sim (4 pontos), algumas vezes (2 pontos) ou não (0 ponto). O escore total é de 0 a 40, dividido em três categorias: 0-8 pontos (sem handicap); 10-23 pontos (leve/moderado) e 24-40 (severo). A avaliação auditiva, foi baseada na média quadritonal dos limiares obtidos nas frequências de 500 Hz, 1, 2 e 4 KHz na orelha pior, recomendado OMS (2014).
Resultados: A amostra foi composta de 76 participantes, 67 (88%) do gênero feminino e 9 (12%) do gênero masculino, com média de idade de 70 anos ± 7,99. Utilizado o software IBM SPSS 21 com teste não paramétrico Mann-Whitney e teste Qui-quadrado com nível de significância de p≤0,05 e 95% de intervalo de confiança. Nos resultados da tabulação cruzada entre o handicap auditivo e audição, houve significância na Associação Linear por Linear, Sig. Assint. (2 lados) de χ2 (1) = 7,300 de p= 0,007 com estatística V de Cramer é 0,33 representando uma associação média, entre as variáveis. E nos resultados da tabulação cruzada entre o handicap auditivo e grau de audição, houve significância na Associação Linear por Linear, Sig. Assint. (2 lados) de χ2 (1) = 8,989 de p= 0,003 com estatística V de Cramer é 0,36 representando uma associação média, entre as variáveis. Conclusão: Neste estudo, concluímos que existe associação média e tendência significativa entre audição, avaliada pelo resultado da audiometria tonal limiar e as categorias do handicap auditivo do questionário HHIE-S. O questionário HHIE-S demonstrou ser um instrumento eficiente na triagem auditiva, para avaliar idosos com queixas da audição, pois é uma ferramenta de baixo custo, simples, rápida, de fácil compreensão e requer pouco tempo para sua aplicação.
Ralli M., Greco A., De Vincentiis M., Sheppard A., Cappelli G., Neri I., Salvi R. Tone-in-noise detection deficits in elderly patients with clinically normal hearing. Am. J. Otolaryngol. 2019;40:1–9. doi: 10.1016/j.amjoto.2018.09.012.
Servidoni AB, Conterno LO. Hearing Loss in the Elderly: Is the Hearing Handicap Inventory for the Elderly - Screening Version Effective in Diagnosis When Compared to the Audiometric Test?. Int Arch Otorhinolaryngol. 2018;22(1):1-8. doi:10.1055/s-0037-1601427
Wang J, Puel JL. Presbycusis: An Update on Cochlear Mechanisms and Therapies. J Clin Med. 2020 Jan 14;9(1):218. doi: 10.3390/jcm9010218. PMID: 31947524; PMCID: PMC7019248.
Wieselberg MB. Aauto-avaliação de portadores de deficiências auditivas para portadores de deficiência auditiva: o uso do HHIE [dissertação]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 1997: 108.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.866
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE A ESCALA VISUAL ANALÓGICA (EVA) E GRAU DE SINTOMATOLOGIA DO ZUMBIDO EM IDOSOS
Gonçalves,L.F ;
PAIVA, K.M ;
Machado,M.J ;
Cigana,L.B ;
Haas,P. ;
Burigo, LSP ;
Introdução: O zumbido é classificado como a percepção de sons que ocorrem na ausência de um estímulo acústico externo, podendo ocorrer associado às alterações ao longo da via auditiva, uma vez que a privação sensorial leva a desordens funcionais do sistema auditivo. O Tinnitus Handicap Inventory (THI) é um questionário que foi desenvolvido por Newman e colaboradores em 1996, composto por 27 perguntas, com um escore que varia de 0 a 100 e quanto maior o escore, maior é a repercussão do zumbido na qualidade de vida do indivíduo, sendo uma medida rápida, de fácil aplicação e interpretação. Um dos métodos mais utilizados é a escala visual análoga (EVA), bastante utilizada na avaliação da dor crônica. Nos pacientes com zumbido, é solicitada a atribuição de uma nota de 0 a 10 para o zumbido, com o auxílio de uma régua apropriada e a avaliação deve ser realizada em relação ao volume e incômodo atribuído. É de fácil aplicação e compreendida pela maioria dos pacientes, mas pode ser uma avaliação influenciada por aspectos culturais, intelectuais e psicológicos. Objetivo: Verificar associação entre a Escala Visual Analógica (EVA) e sintomatologia do zumbido em idosos. Metodologia: Estudo de transversal com análise dos dados de idosos com idades igual ou superior a 60 anos atendidos em um Instituto credenciado ao SUS, no período de maio de 2021 a julho de 2022, para avaliação e realização do exame Audiometria Tonal e Vocal e iniciarem o processo de reabilitação auditiva à partir do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Foi utilizado o protocolo Tinnitus Handicap Inventory (THI) para verificar a sintomatologia do zumbido nos pacientes e a Escala Visual Analógica (EVA) para estimar a intensidade da dor. CAAE: 39562720.8.0000.012. Resultados: Pacientes que apresentaram pontuação no protocolo THI sendo classificados como desprezível ou leve apresentaram pontuações menores na escala EVA, assim como idosos que pontuaram no protocolo THI com classificação do zumbido sendo severo ou catastrófico, pontuaram próximo ou igual à 10 pontos na escala EVA. Conclusão: A intensidade é a característica mais importante em termos de seguimento e se torna o parâmetro de melhora ou piora da queixa referida. Assim como, o THI que é um instrumento válido e reprodutível para ser utilizado na avaliação dos pacientes brasileiros que nos procuram queixando-se de zumbido, nos permitindo quantificar o impacto desse sintoma na qualidade de vida dos pacientes. A correlação entre os dois métodos, verificada em nossos dados, aumenta a credibilidade dos estudos já realizados com a EVA, um método mais simples e de melhor assimilação para essa população.
1. Martinez, J. E., Grassi, D. C., & Marques, L. G. (2011). Análise da aplicabilidade de três instrumentos de avaliação de dor em distintas unidades de atendimento: ambulatório, enfermaria e urgência. Revista Brasileira de Reumatologia, 51, 304-308.
2. Schmidt, LP, Teixeira, VN, Dall'Igna, C., Dallagnol, D., & Smith, MM (2006). Adaptação para língua portuguesa do avançado Tinnitus Handicap Inventory: validade e reprodutibilidade. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia , 72 , 808-810.
3. DAWES, P., Cruickshanks, K. J., Marsden, A., Moore, D. R., & Munro, K. J. (2020). Relationship between diet, tinnitus, and hearing difficulties. Ear and hearing, 41(2), 289.
4. Figueiredo, R. R., Azevedo, A. A. D., & Oliveira, P. D. M. (2009). Análise da correlação entre a escala visual-análoga e o Tinnitus Handicap Inventory na avaliação de pacientes com zumbido. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 75, 76-79.
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Página(s): p.668
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE ALTERAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL (PAC) E DESAFINAÇÃO VOCAL: REVISÃO SISTEMÁTICA
BERTOLUCCI, G. ;
ALMEIDA, K. ;
ROCHA-MUNIZ, C. ;
RESUMO
Introdução:
A afinação vocal refere-se à habilidade de reproduzir vocalmente um modelo acústico em correspondência às frequências de notas isoladas e abrange a capacidade de ouvir o som com precisão, para assim diferenciar, armazenar e reproduzi-lo adequadamente. Alguns estudos têm demonstrado a dependência entre a produção vocal com a percepção auditiva utilizando o feedback auditivo para os processos de aprendizagem e auto-monitoramento no canto e no treinamento vocal. Em outras palavras, a habilidade de controlar, provocar mudanças e aprimorar a produção vocal depende da percepção vocal, que envolve a integridade da percepção auditiva para um adequado julgamento ou discernimento do tom, da intensidade e da qualidade vocal. Para uma percepção auditiva adequada, faz-se necessária a integridade do processamento perceptual da informação auditiva no Sistema Nervoso Central e à atividade neurobiológica que subjaz esse processamento auditivo. Desta forma, muitos estudos estão surgindo, buscando investigar uma possível associação entre o processamento auditivo e a habilidade de afinação vocal.
Objetivo: Revisar sistematicamente a literatura para buscar evidências científicas sobre a associação entre a desafinação vocal e a alteração do Processamento Auditivo em indivíduos adultos, de ambos os sexos e ainda, recomendar direcionamentos para futuras pesquisas.
Metodologia: O presente estudo foi realizado conforme as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) utilizando as bases de dados Medline (PubMed), LILACS e SciELO. Utilizamos para o critério de elegibilidade a estratégia PICOS (P: População, I: Intervenção, C: Comparador, O: Desfecho e S: Tipos de estudo). A gestão eletrônica dos estudos dessa revisão foi realizada por meio do Rayyan. A análise de risco de viés foi realizada por meio da ferramenta ROBINS-I (Cochrane).
Resultados: Inicialmente, 111 publicações foram encontradas, das quais 2 foram excluídos por duplicidade. Em conformidade com os critérios de elegbilidade, 65 foram excluídos após triagem no título, 37 foram excluídos devido ao resumo, restando 7 artigos. Esses 7 artigos foram analisados na íntegra e subsequentemente, passaram para a análise de risco de viés por meio da ferramenta ROBINS-I. De forma geral, os estudos apresentaram risco de viés moderado. Em relação aos testes que avaliam a afinação vocal, podemos citar que o mais utilizado foi o teste “pitch matching”. Em relação ao processamento auditivo, em todos os estudos avaliados, os autores focaram, principalmente, na habilidade de Processamento Auditivo Temporal. Os testes utilizados para mensurar essa habilidade foram: TPF, TPD, RGDT e GIN. Frequentemente, a maioria dos estudos selecionados verificou uma possível relação entre o desempenho no TPF e TPD e o desempenho de indivíduos afinados e desafinados. Entretanto, estudos tem demonstrado que, tanto o TPF quanto o TPD envolvem processos cognitivos, como atenção sustentada e memória operacional.
Conclusão: A presente revisão sistemática verificou que não há evidências suficientes para concluir se há relação entre alterações no PAC e desafinação vocal. Portanto, reforçamos a importância de desenvolver mais estudos acerca desse tema, utilizando, além de avaliação comportamentais, avaliação eletrofisiológica.
1. American Speech-Language-Hearing Association (ASHA). (Central) Auditory Processing Disorders: The role of the audiologist. Rockville, MD. ASHA, 2005.
2. Ramos JS, Feniman MR, Gielow I, Silverio KCA. Correlation between Voice and Auditory Processing. J Voice. 2018. Nov;32(6):771.e25-771.e36. Epub 2017 Sep 28.
3. Fadel CBX, Ribas A, Lüders D, Fonseca VR, Lima Cat MN. Pitch-Matching Accuracy and Temporal Auditory Processing. Int Arch Otorhinolaryngol 2018; 22: 113-118.
4. Moreti F, Pereira LD, Gielow I. Pitch-matching scanning: comparison of musicians and non-musicians performance. J Soc Bras Fonoaudiol. 2012;24:368–373.
5. Musiek FE. Frequency (pitch) and duration patterns tests. J. American Academy of Audiology, v. 5, n. 4, p. 265- 268, Hamilton, 1994. PMID: 7949300.
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Página(s): p.794
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE COGNIÇÃO GLOBAL E GRAU DE SINTOMATOLOGIA DO ZUMBIDO EM IDOSOS
Gonçalves,L.F ;
Paiva, K.M ;
Machado,M.J ;
Cigana,L.B ;
Haas. P ;
Burigo,L.S.P ;
Introdução: O zumbido é classificado como um importante sintoma otológico comum, caracterizado pela percepção auditiva na ausência de estímulo externo. A consciência constante dessa percepção muitas vezes causa sofrimento considerável, além das complicações psicológicas, como dificuldades sociais e emocionais. Estudos relatam comprometimento cognitivo em pacientes com zumbido e a função cognitiva normalmente envolve atenção, concentração, uso da memória de trabalho e processamento de informações. A literatura indica associação entre comprometimento cognitivo e zumbido, no qual pacientes com zumbido apresentaram baixo desempenho em tarefas cognitivas envolvendo atenção e memória de trabalho. O impacto do zumbido na qualidade de vida é melhor definido pela identificação das deficiências cognitivas associadas para uma reabilitação ideal. Objetivo: Verificar associação entre cognição global e grau de sintomatologia do zumbido em idosos. Metodologia: Estudo de transversal com análise dos dados de idosos com idades igual ou superior a 60 anos atendidos em um Instituto credenciado ao SUS, para avaliação e realização do exame Audiometria Tonal e Vocal e iniciarem o processo de reabilitação auditiva à partir do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Foi utilizado o protocolo Tinnitus Handicap Inventory (THI) para verificar a sintomatologia do zumbido nos pacientes, sendo um questionário composto por 27 perguntas, com um escore que varia de 0 a 100 e quanto maior o escore, maior é a repercussão do zumbido na qualidade de vida do paciente, e o protocolo Montreal Cognitive Assessment (MoCA) para avaliação da cognição global, no qual avalia domínios cognitivos como Visuoespacial/Executivo, Nomeação, Memória, Atenção, Linguagem, Abstração, Recordação Tardia e Orientação (para tempo e lugar). CAAE: 39562720.8.0000.012. Resultados: Pacientes que apresentaram pontuação no protocolo THI sendo classificados como desprezíveis ou leves apresentaram pontuações superiores no MOCA, ou seja, com maiores acertos, e idosos que pontuaram no protocolo THI com classificação do zumbido sendo severo ou catastrófico, apresentaram pontuações inferiores no MOCA. Conclusão: A gravidade do zumbido parece ser um potencial para predizer o comprometimento cognitivo leve, sugerindo o mecanismo subjacente entre zumbido e déficit cognitivo. Dado que o comprometimento cognitivo leve está altamente relacionado à demência, a avaliação das funções cognitivas em pacientes idosos com zumbido poderia ser considerada na avaliação inicial do zumbido.
1. Lee, S. Y., Lee, J. Y., Han, S. Y., Seo, Y., Shim, Y. J., & Kim, Y. H. (2020). Neurocognition of aged patients with chronic tinnitus: focus on mild cognitive impairment. Clinical and experimental otorhinolaryngology, 13(1), 8-14.
2. Ma, X., Li, W., Wang, Q., He, X., Qu, X., Li, T., ... & Liu, Z. (2022). Intrinsic network changes associated with cognitive impairment in patients with hearing loss and tinnitus: a resting-state functional magnetic resonance imaging study. Annals of Translational Medicine, 10(12).
3. Das SK, Wineland A, Kallogjeri D, Piccirillo JF. Cognitive speed as an objective measure of tinnitus. Laryngoscope. 2012; Nov. 122(11):2533–8.
4. Gudwani S, Munjal SK, Panda NK, Kohli A. Association of chronic subjective tinnitus with neuro- cognitive performance. Int Tinnitus J. 2017; Dec. 21(2):90–7.
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Página(s): p.669
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE HÁBITOS ALIMENTARES E SINTOMATOLOGIA DO ZUMBIDO EM IDOSOS
GONÇALVES, L. F. ;
PAIVA, K. M. ;
MACHADO, M. J. ;
CIGANA, L. B. ;
BRAND, C.C. ;
HAAS, P. ;
Introdução: O zumbido é acompanhado por uma ampla gama de sintomas emocionais negativos e impacta significativamente na qualidade de vida dos indivíduos. Devido à eficácia limitada da avaliação audiológica e da medição psicoacústica, escalas e questionários auto-relatados são amplamente utilizados na avaliação da gravidade do zumbido percebido individualmente. Observa-se na literatura que indivíduos com melhor qualidade alimentar tendem a apresentaram menor probabilidade de relatar zumbido com relação a indivíduos que apresentam hábitos alimentares com presença de açúcares e gorduras. Percebe-se que o zumbido, enquanto sintoma, parece ser influenciado pelo consumo ou restrição de determinados alimentos e bebidas, havendo melhora no desconforto causado por este sintoma, após controle nutricional. Objetivo: Verificar associação entre hábitos alimentares e sintomatologia do zumbido em idosos. Metodologia: Estudo de transversal com análise dos dados de idosos com idades igual ou superior a 60 anos atendidos em um Instituto credenciado ao SUS, para avaliação e realização do exame Audiometria Tonal e Vocal e iniciarem o processo de reabilitação auditiva à partir do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Foi utilizado o protocolo Tinnitus Handicap Inventory (THI) para verificar a sintomatologia do zumbido nos pacientes. CAAE: 39562720.8.0000.012. Resultados: O estudo obteve como amostra (n=517) idosos. Destaca-se que indivíduos que consomem chá apresentaram associação com relação à presença do zumbido (63,9%) quando comparados aos que não consomem. Além disso, pacientes que não realizavam o consumo de doces relataram não apresentar a sintomatologia do zumbido (24,6%). Conclusão: Indivíduos com melhor qualidade alimentar apresentaram menor probabilidade de relatar zumbido, corroborando o referido pela literatura. Esses achados oferecem informações sobre possíveis associações dietéticas com zumbido, podendo ser útil ao discutir as opções de tratamento em combinação com outras mudanças e terapias no estilo de vida.
Referências:
1. Schmidt, L. P., Teixeira, V. N., Dall’Igna, C., Dallagnol, D., & Smith, M. M. (2006). Adaptação para língua portuguesa do questionário Tinnitus Handicap Inventory: validade e reprodutibilidade. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 72, 808-810.
2. LANGGUTH, Berthold; KREUZER, Peter M; KLEINJUNG, Tobias; RIDDER, Dirk de. Tinnitus: causes and clinical management. The Lancet Neurology, [S.L.], v. 12, n. 9, p. 920-930, set. 2013. Elsevier BV.
3. DAWES, P., Cruickshanks, K. J., Marsden, A., Moore, D. R., & Munro, K. J. (2020). Relationship between diet, tinnitus, and hearing difficulties. Ear and hearing, 41(2), 289.
4. TANG, D., Tran, Y., Shekhawat, G. S., Burlutsky, G., Mitchell, P., & Gopinath, B. (2021). Dietary Fibre Intake and the 10-Year Incidence of Tinnitus in Older Adults. Nutrients, 13(11), 4126.
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Página(s): p.671
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE PERDA AUDITIVA E DEMÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA.
Janisch, G.L. ;
Soldera. C.L.C. ;
Boscolo, C.B. ;
Beber, B.C. ;
Introdução: O envelhecimento populacional vem ocorrendo em vários países e com diferentes ritmos.
Entre as possíveis modificações em decorrência do envelhecimento, pode estar presente a perda
auditiva. A perda auditiva relacionada à idade pode estar associada ao aumento do declínio cognitivo
e ao aumento do risco de desenvolver demência. Objetivo: Buscar verificar a associação entre a
perda auditiva não tratada e a demência, e se a primeira seria um preditor para a segunda.
Metodologia: O presente estudo constitui-se de uma revisão integrativa de literatura, que contou com
a busca de artigos nas bases de dados PubMed, BVS e SciELO. A estratégia de busca foi composta
pelos descritores: ((“Hearing loss”) OR (“Deafness”)) AND ((“Dementia”) OR (“Cognitive impairment”))
AND((“Old adults”) OR (“Elderly”)). Utilizou-se como filtro nas bases de literatura: textos publicados
nos idiomas inglês, português ou espanhol, textos publicados entre 2017 e 2022 e publicações
gratuitas. Devido ao fato de a revisão de literatura utilizar-se de dados de domínio público, não houve
necessidade de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultado: Inicialmente, 1.058 artigos
foram triados por título e resumo. A revisão integrativa de literatura resultou em uma amostra de 14
artigos. Os EUA foram o país que mais teve estudos realizados, apenas cinco pesquisas fizeram uso
da audiometria tonal na avaliação audiológica dos participantes e o instrumento mais utilizado para
avaliação cognitiva foi o Mini-Mental State Examination. Conclusão: A partir dos achados da presente
revisão de literatura, foi possível constatar que a perda auditiva não tratada está associada ao
declínio cognitivo e à demência. Entretanto, a perda auditiva não tratada não poderia ser considerada
um preditor para a demência, pois esta associação é ainda pouco compreendida.
-Amieva, H., Ouvrard, C., Meillon, C., Rullier, L., Dartigues, J. (2018). Death, Depression, Disability, and Dementia Associated With Self-reported Hearing Problems: A 25-Year Study. J. Gerontol. A. Biol. Sci. Med. Sci.; 73(10): 1383-1389. Recuperado em 23 junho, 2022, de: https://doi.org/10.1093/gerona/glx250
-Brewster, K. K., Hu, M., Wall, M. M., Brown, P. J., Zilcha-Mano, S., Roose, S. P., Stein, A., Golub, J. S., Rutherford, B. R. (2021). Age-Related Hearing Loss, Neuropsychological Performance, and Incident Dementia in Older Adults. Journal of Alzheimer's disease; 80(2): 855–864. Recuperado em 23 junho, 2022, de: https://doi.org/10.3233/JAD-200908
-Chang, Y., Rah, Y. C., Lee, M. K., Park, S., Kim, B., Han, K., Choi, J. (2020). Association between the severity of hearing loss and the risk of dementia within the 2010-2017 national insurance service survey in South Korea. Sci. Rep.; 10(1): 20679. Recuperado em 23 junho, 2022, de: https://doi.org/10.1038/s41598-020-77752-1
-Fu, X., Liu, B., Wang, S., Eikelboom, R. H., Jayakody, D. M. P. (2021). The Relationship Between Hearing Loss and Cognitive Impairment in a Chinese Elderly Population: The Baseline Analysis. Front. Neurosci.; 15: 749273. Recuperado em 23 junho, 2022, de: https://doi.org/10.3389/fnins.2021.749273
-Irace, A. L., Armstrong, N. M., Deal, J. A., Chern, A., Ferrucci, L., Lin, F. R., Resnick, S. M., Golub, J. S. (2022). Longitudinal Associations of Subclinical Hearing Loss With Cognitive Decline. J. Gerontol. A. Biol. Sci. Med. Sci.; 77 (3): 623-631. Recuperado em 23 junho, 2022, de: https://doi.org/10.1093/gerona/glab263
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.767
ISSN 1983-1793X
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ATENDIMENTO AUDIOLÓGICO AO PACIENTE COM OTITE MÉDIA E\OU ZUMBIDO
Santos, C. D. ;
Weingaertner, L. W. ;
Teixeira, A. R. ;
Unchalo, A. L. S ;
INTRODUÇÃO: Dentre os objetivos da extensão universitária, está a integração com a pesquisa e o ensino. Além disso, possibilita aos acadêmicos o contato com pacientes, aprimorando e ampliando os conhecimentos teóricos e práticos. OBJETIVO: Descrever e analisar as atividades desenvolvidas em programa de extensão universitária voltada aos pacientes com zumbido e otite. METODOLOGIA: Inicialmente os pacientes com zumbido crônico e otite são atendidos pela equipe de otorrinolaringologia. Na sequência, realizam avaliação audiológica, que compreende, nos casos de otite média crônica, audiometria tonal e vocal e, quando possível, medidas de imitanciometria acústica. Nas situações de zumbido, a avaliação ainda inclui pesquisa de limiares tonais em altas frequências, limiar de desconforto e medidas psicoacústicas do zumbido (pitch, loudness, nível mínimo de mascaramento e mascaramento residual). Não existe limitação de idade e são atendidos pacientes de ambos os sexos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (CAEE 70142817.0.0000.5327). RESULTADOS: O programa está em sua nona edição e ao longo deste período foram atendidos 1.456 pacientes entre março de 2013 e março de 2020, via Sistema Único de Saúde. Em decorrência da pandemia de COVID-19 houve suspensão das atividades presenciais entre março de 2020 e janeiro de 2022. Neste período, algumas ações foram elaboradas e realizadas em caráter online: participação em live sobre zumbido; organização de novos trabalhos para envio em congressos online e realização de cursos sobre zumbido para alunos dos cursos de Fonoaudiologia de instituições do sul, sudeste e nordeste. Outro curso ofertado no período de pandemia foi sobre treinamento musical para pacientes com distúrbios do processamento auditivo, alteração que é frequente em indivíduos com otite média crônica. Além disso, fizeram parte do programa 49 acadêmicos entre bolsistas e voluntários, os quais possibilitaram a realização de duas dissertações de mestrado, uma tese de doutorado, oito trabalhos de conclusão de graduação em Fonoaudiologia, três monografias de especialização em fonoaudiologia/audiologia, 65 trabalhos em anais de congresso, 15 artigos científicos e dois capítulos de livros. CONCLUSÃO: As atividades desenvolvidas no programa têm resultado positivo para todos os alunos e pacientes de otite média crônica e/ou zumbido atendidos em um Hospital Público referência em saúde auditiva. Os pacientes são beneficiados por atendimentos de qualidade, com maior agilidade e consequente diminuição do tempo de espera entre as consultas, já os alunos são beneficiados pela possibilidade de integrar teoria, prática, extensão e pesquisa, além de experienciar a atuação interdisciplinar.
1. BAGULEY, David. Tinnitus. Lancet, Reino Unido, v. 382, n. 9904, p. 1600-1607, novembro, 2013.
2. SEIDMAN, Michael D. et al. Tinnitus: current understanding and contemporary management. Current Opinion in Otolaryngology & Head and Neck Surgery, Reino Unido, v. 18, n. 5, p. 363-368, outubro, 2010.
3. SILVA, M.N.L.; SELAIMEN, F. Otite média crônica não colesteatomatosa. In: PILTCHER, O.B.; COSTA, S.S.; MAAHS, G.S.; KUHL, G. (org). Rotinas em otorrinolaringologia. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 34-40.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.949
ISSN 1983-1793X
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ATIVIDADE CORTICAL DURANTE PROCESSAMENTO DE ESTÍMULOS DE FALA: UM ESTUDO PILOTO EM NORMO-OUVINTES COM ESPECTROSCOPIA DE LUZ INFRAVERMELHO PRÓXIMO
Balen, S.A. ;
Vasconcelos, I.C. ;
Soares, I.A. ;
Morya, E. ;
Introdução: O uso de medidas de atividade cortical para avaliar os processos envolvidos durante a escuta de estímulos de fala são cruciais na clínica fonoaudiológica no intuito de compreender a natureza dos transtornos, contribuindo no diagnóstico e intervenção de pessoas com alterações no processamento auditivo. Neste sentido, a espectroscopia de luz infravermelho próximo (fNIRS) com estímulos de fala torna-se uma medida da hemodinâmica cerebral promissora para a qual são necessárias pesquisas de base com diferentes parâmetros e protocolos em todas as faixas-etárias. Objetivo: Foi analisar a hemodinâmica cerebral de normo-ouvintes adultos com estímulos de fala. Metodologia: Estudo transversal e observacional. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (n.5.323.957). Este piloto consta da avaliação de cinco adultos normo-ouvintes (20 a 49 anos) utilizando o fNIRS com estímulo natural de fala /ba/ e /da/ apresentado binauralmente a 80 dB NA. Foi utilizado o equipamento NIRSport (NIRx Medical Tech, 760 e 850 nm, 7.81 Hz). 20 canais (10 por hemisfério) criados com quatro fontes e quatro detectores por hemisfério colocados em uma touca de EEG (Easycap) separados por 3 cm. As análises utilizaram Python MNE e MNE-NIRS. Um filtro passa banda de 0.05Hz a 0.5Hz foi utilizado para remover batimentos cardíacos e variações lentas. Épocas de -1s antes do início do estímulo e 10s após foram selecionadas. A média por canal, participante e condição foi exportada para análise estatística. Foi aplicado o teste de Shapiro Wilks. Posteriormente, o teste Kruskal Wallis na análise comparativa da Hemoglobina Oxigenada (HbO) entre as condições em função dos hemisférios e canais. Adotou-se um nível de significância de 5%. Resultados: Os resultados evidenciaram diferença no HbO entre a condição /ba/ e baseline (p=0,02), porém o mesmo não foi observado entre as demais condições. A HbO entre os canais mais anteriores na região temporal (1 a 4 HE; 11 a 14 HD) foram semelhantes aos canais posteriores nesta região (5 a 10 HE; 15 a 20 HD). Conclusão: Constatou-se variabilidade entre os sujeitos evidenciando a necessidade da continuidade do estudo com análise de determinantes biológicos (sexo e idade) e sociais (escolaridade, nivelsocioeconomico) entre os sujeitos.
HICKO, G, POEPPEL, D. The cortical organization of speech processing. Nat Rev Neurosci. v.8, n.5, 393–402, 2007.
LUKE, R. et al. Analysis methods for measuring passive auditory fNIRS responses generated by a block-design paradigm. Neurophotonics, v. 8, 22 maio 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1117/1.NPh.8.2.025008.
MAO, D., et al. Speech token detection and discrimination in individual infants using functional near-infrared spectroscopy. Scientific reports, 11(1), 24006. 2021. https://doi.org/10.1038/s41598-021-03595-z
WILCOX, T.; BIONDI, M.. FNIRS in the developmental sciences. Wires Cognitive Science, [S.L.], v. 6, n. 3, p. 263-283, 23 fev. 2015. Wiley. http://dx.doi.org/10.1002/wcs.1343
ZATORRE, R.J., BELIN, P. Spectral and temporal processing in human auditory cortex. Cereb Cortex. Out 2001; 11(10): 946–953.
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Página(s): p.842
ISSN 1983-1793X
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ATIVIDADES EM LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS DESENVOLVIDAS PELO PET FONOAUDIOLOGIA
Gonçalves, A. L. S. ;
Lemos, D. F. ;
Oliveira, A.L.G.R. ;
Matos, H. G. C. ;
Ottaviani, A. L. C. ;
Santos, G. Z. ;
Maciel, D. F. ;
Nader, M.J.M. ;
Lopes, F.B.S. ;
Blasca, W. Q. ;
Introdução: A Lei Nº 10.436 de 24 de abril de 2002 que dispõe sobre a Língua brasileira de sinais (Libras), reconhece a língua como meio legal de comunicação e expressão, além disso, assegura que serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva. Perante a reabilitação do deficiente auditivo, surgem diversas abordagens/filosofias educacionais, dentre elas, o bilinguismo, que consiste na aquisição da Libras como primeira língua e o português oral e/ou escrito como segunda língua. Tendo em vista que o fonoaudiólogo tem papel fundamental na reabilitação do deficiente auditivo, o conhecimento em Libras, mesmo que incipiente, é primordial. Objetivo: Relatar a experiência de organização de eventos sobre Libras para a comunidade acadêmica Metodologia: Não houve necessidade de submissão no CEP. Foi realizado um módulo de ensino de Libras, com o objetivo de promover um maior conhecimento sobre o tema, no qual foram realizados 3 eventos com duração média de 1 hora, sendo um foi realizado presencialmente e dois realizados remotamente via Google Meet, que contaram com a participação de intérpretes de Libras. A organização dos eventos foi realizada por três alunos da graduação e um da pós-graduação. Os tópicos abordados foram sobre conhecimentos básicos em Libras; cultura e comunidade surda; e reabilitação auditiva utilizando a abordagem educacional bilíngue, destacando informações relevantes como a atuação do fonoaudiólogo na área e a importância do tratamento centrado na família. Assim como, a realização de rodas de conversa, de modo a desenvolver um espaço de trocas de conhecimento e desenvolvimento de atividades práticas. Resultados: As atividades desenvolvidas foram: (I) Libras: Uma visão geral; (II) Bilinguismo: Uma abordagem educacional; e (III) Libras: Uma aula básica. As transmissões foram gravadas e disponibilizadas no Youtube. Os eventos contabilizaram uma participação total de 149 pessoas e obteve 69 visualizações e 2700 impressões no Youtube. Participaram ao todo nove indivíduos que utilizam a Libras como meio de comunicação e, também, foi observada uma vasta diversidade na área de formação dos espectadores. Os eventos foram avaliados através de um formulário eletrônico e receberam comentários positivos quanto à escolha do tema, palestrantes e convidados. Conclusão: Diante do número de espectadores alcançados, foi possível constatar que o evento obteve grande visibilidade e relevância entre acadêmicos e profissionais da fonoaudiologia, quanto entre o público externo e demais profissionais. Dessa forma, a organização do evento obteve sucesso em sua execução, na abordagem do tema Libras e correlatos, que são fundamentais para a formação do aluno quanto universitário e, também, proporcionam o compartilhamento desse conhecimento além dos muros da universidade. Dessa forma, a condução de atividades com objetivo de difundir conhecimentos em Língua Brasileira de Sinais, assim como, a atuação do fonoaudiólogo utilizando a abordagem educacional bilíngue deve ser contínua para ampliar o acesso da comunidade a informações sobre o tema.
Cuidado Centrado na Família (CCF). Disponível em:
LEI No 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002. Disponível em:
CAPOVILLA, F. C. Filosofias educacionais em relação ao surdo: do oralismo à comunicação total ao bilinguismo. 1. ed. Revista Brasileira de educação especial: [s.n.]. v. 6p. 99–116
Making Choices About Communication | Aussie Deaf Kids. Disponível em:
BEVILACQUA, Maria Cecília; FORMIGONI, Gisela Maria Pimentel. Audiologia educacional: uma opção terapêutica para a criança deficiente auditiva. [S.l: s.n.], 1998.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.963
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/963
ATUAÇÃO DOS FONOAUDIÓLOGOS NA ÁREA DE AUDIOLOGIA EM NATAL/RN: ESTUDO PRELIMINAR
Alves, N. O. ;
Costa, L. R. ;
Campos, P. D. ;
A reabilitação auditiva (RA) é o processo que minimiza as dificuldades que o indivíduo vivencia como resultado de uma deficiência auditiva, reduzindo as barreiras na comunicação. Envolve desde a etapa de ajuste do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) à terapia fonoaudiológica individualizada. Conforme a Portaria SAS/MS nº 587, de 07 de outubro de 2004, o serviço de saúde auditiva é responsável pela reabilitação integral dos pacientes devendo garantir a terapia fonoaudiológica individual em adultos, com direito a quatro sessões, de 45 minutos cada, incluindo a avaliação e reabilitação dos aspectos auditivos e de linguagem. Sendo assim, presente estudo tem como objetivo analisar a atuação dos profissionais fonoaudiólogos na área da audiologia, como também, os procedimentos e serviços prestados pelas empresas públicas e privadas relacionados à RA em Natal/RN. Os centros de saúde auditiva foram contatados por meio de ligação ou presencialmente, convidando os fonoaudiólogos integrantes da equipe para participar da pesquisa. Os dados foram obtidos por meio de um questionário online. Dentre os 43 serviços de saúde auditiva listados para o contato, apenas 13 responderam ao questionário enviado. A amostra se caracteriza por fonoaudiólogos jovens adultos com 61,5% dos participantes que responderam o questionário entre 31 e 40 anos e 38,5% entre 21 e 30 anos. Com relação à formação acadêmica, é possível observar uma prevalência de formação continuada: apenas um não possui pós-graduação, dos demais 69,2% possuem especialização Lato Sensu e 23,1% o título de mestre. O tempo de atuação na área de audiologia variou entre um e até 20 anos, sendo a maioria com atuação por mais de 6 anos. Dentre os participantes, 69,2% trabalham em regime de até 40h semanais, com 84,6% trabalhando em instituição privada. Quanto à área de atuação dentro da audiologia, foi identificado que 92,3% atuam na avaliação audiológica básica, seguido de maior atuação na área de dispositivos eletrônicos auxiliares à audição (76,9%) e reabilitação auditiva em menor número com apenas três fonoaudiólogos atuando.
Com relação aos procedimentos realizados com frequência em sua prática clínica, a realização da anamnese foi unânime, com segunda maior frequência o aconselhamento informativo (84,6%, n = 11). Mais de dois terços (69,2%, n = 9) dos fonoaudiólogos realizam procedimentos relacionados à adaptação e ajustes de dispositivos auxiliares, com a minoria atuando com procedimentos voltados para a RA. Em média os fonoaudiólogos realizam 6,8 (mínimo = 1; máximo = 14) dos 16 procedimentos (mínimo = 1; máximo = 14) listados. Com relação aos procedimentos relacionados ao AASI, quatro participantes realizam ganho de inserção e teste de percepção auditiva da fala como medidas de verificação e validação do AASI, enquanto apenas dois realizam a aplicação de questionários em conjunto com os demais procedimentos. Dentre os profissionais atuantes na cidade de Natal/RN entrevistados, prevaleceu quem realizava a adaptação de dispositivos eletrônicos auxiliares à audição e poucos trabalham na área de RA. Quanto aos procedimentos, foi identificado que os fonoaudiólogos realizam mais anamnese e aconselhamento informativo, enquanto o treinamento das habilidades cognitivas foi pouco executado.
Moreira HG, Brasil ALM, Malavolta VC, Brückmann M, Garcia MV. Treinamento cognitivo e auditivo acusticamente não controlado para população idosa: um estudo de caso. Audiology - Communication Research [Internet]. 2021;26. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-64312021000100605&tlng=pt
Barreira-Nielsen CSC, Campos LS. Implementação do modelo híbrido da teleaudiologia: aceitação, viabilidade e satisfação em um programa de implante coclear. Audiology - Communication Research [Internet]. 2022;27. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-64312022000100327&tlng=pt
Matos IL de, Rocha AV, Mondelli MFCG. Aplicabilidade da orientação fonoaudiológica associada ao uso de aparelho de amplificação sonora individual na redução do zumbido. Audiology - Communication Research [Internet]. 2017 Nov 9;22(0). Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-64312017000100335&lng=pt&tlng=pt
Brasil. Portaria SAS no 587 de 07/10/2004 [Internet]. Brasil. 2022 [cited 2022 Nov 13]. Available from: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=187980
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Página(s): p.823
ISSN 1983-1793X
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AUDIÇÃO E FISSURA LABIOPALATINA: GUIA INFORMATIVO
Moura, G. C. ;
Brandão, G. R. ;
Piazentin-Penna, S. H. A. ;
Dutka, J. C. R. ;
Introdução: Crianças com fissura labiopalatina apresentam frequentemente otite média, em decorrência de alterações anatômicas e/ou funcionais da tuba auditiva. Em função disso, materiais como cartilhas e manuais sobre anomalias craniofaciais, bem como suas possíveis complicações otológicas e audiológicas, devem fazer parte do processo de intervenção preventiva e de reabilitação. Objetivo: Aprimorar o material informativo sobre audição existente na Seção de Fonoaudiologia do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP), direcionado a pais e cuidadores de bebês com fissura labiopalatina. Metodologia: Este trabalho contemplou os preceitos éticos estabelecidos pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HRAC-USP e não necessitou de parecer do mesmo, visto não ter envolvimento de seres humanos para sua elaboração. Foi desenvolvido como conclusão de Residência Multiprofissional em Síndromes e Anomalias Craniofaciais do HRAC-USP, na área da Fonoaudiologia, contando com apoio da ONG Smile Train na formatação, arte e impressão. Para a elaboração do manual informativo, em formato de panfleto tamanho A4 impresso e digital, foram realizadas buscas de artigos científicos nas bases de dados Lilacs, Medline e Scielo, além da busca de informações em website, livros, folhetos educativos, dissertações e teses relacionados ao tema, somado à experiência clínica de profissionais que atuam há mais de 15 anos na área, baseando-se nos maiores questionamentos dos pacientes, pais e/ou cuidadores. Posteriormente foram seguidas as etapas de definição de conteúdo do manual, elaboração gráfica e desenvolvimento, seleção das imagens e implementação. Para a elaboração gráfica, foi utilizado o programa Microsoft Word do pacote Office e o site/plataforma de design gráfico “Canva” e para a elaboração das ilustrações, o aplicativo Ibis Paint X. Resultados: Foi elaborado um material informativo para ser utilizado por estudantes, profissionais de saúde, pais e cuidadores, contendo orientações a respeito das alterações de audição do indivíduo com fissura labiopalatina. O manual contém um total de 20 páginas, sendo cada uma delas composta por textos e ilustrações didáticas, com o objetivo de facilitar o entendimento do leitor, contendo tópicos como a importância de ouvir bem, como saber se uma criança está ouvindo bem, como a audição do bebê é avaliada, o que pode levar à perda auditiva, como a criança com fissura escuta, como prevenir as alterações de audição e como tratar a otite. Conclusão: O resultado deste trabalho foi a elaboração de um material informativo contendo 20 páginas. Espera-se que este material sobre audição favoreça a compreensão e assimilação por parte dos pais/cuidadores, das orientações sobre os cuidados necessários com a audição de indivíduos com fissura labiopalatina.
CARVALHAL, L. H. S. et al. Otologic findings in patients with cleft lip and palate or isoled cleft palate. Otolaryngol Head Neck Surg, v. 131, n. 2, p. 269-270, Aug. 2004.
CROWLEY, J. S. et al. Speech and Audiology Outcomes After Single-Stage Versus
Early 2-Stage Cleft Palate Repair. Ann Plast Surg, v. 0, n. 0, Feb. 2021.
GODINHO, R. N. et al. Cleft lip and palate associated hearing loss in Brazilian children. Int J Pediatr Otorhinolaryngol, v. 115, p. 38-40, Dec. 2018.
JCIH - Joint Committee on Infant Hearing. Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Journal of Early Hearing Detection and Intervention, v. 4, n. 2, p. 1-44, 2019.
PARADISE, J. Otitis media in infants and children. Pediatrics, v. 65, n. 5, p. 917–943, May 1980.
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Página(s): p.754
ISSN 1983-1793X
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AUDIOLOGIA, ERGONOMIA E SAÚDE DO TRABALHADOR
Umeoka-Hidaka, M.T. ;
Momensohn Santos, T. M. ;
Ergonomia é a ciência que estuda a relação do ser humano com o trabalho e está relacionada com a melhoria dessa relação. A eficiência da ergonomia propicia uma melhor saúde física e mental, contribuindo para o bem-estar do trabalhador e consequentemente maior produtividade. Há três tipos de ergonomia: Física, Cognitiva e Organizacional. A ergonomia física diz respeito às características da anatomia humana, por meio de estudos da fisiologia, antropometria e biomecânica do corpo humano. A ergonomia cognitiva engloba processo mentais associados as atividades, tais como: concentração, raciocínio, memória, tomada de decisões, reação ou percepção motora e percepção de cenário, ou seja, foca nos aspectos mentais, emocionais e psicomotores dos trabalhadores, contribui para que o trabalho se torne saudável. A ergonomia Organizacional é a gestão para implementação dos princípios da ergonomia na empresa, na cultura organizacional, canais de comunicação, formato de feedbacks e projetos de participação multidisciplinar. Na saúde do trabalhador a NR 17 utiliza as normas de ergonomia para preservar e garantir a saúde dos trabalhadores, definindo parâmetros como postura, movimentos repetitivos, uso de máquinas, materiais e condições ambientai. Além disso comtempla os Distúrbios de voz relacionados ao trabalho e o ruído ambiental. Todos os produtos utilizados devem estar dentro dos parâmetros ergonômicos. Objetivo: Analisar a luz dos princípios da ergonomia, a saúde dos trabalhadores que atuam em open office. Metodologia: CEP-Parecer:4.242.761. CAAEE:34712720.4.0000.5482. estudo retrospectivo, descritivo, de prontuários de trabalhadores que atuam em open office. Foram coletados dados relativos a: perfil sociodemográfico, dados da audiometria tonal liminar, de saúde, queixas auditivas, incômodo ao ruído ambiental e uso de fones de ouvido. Os dados foram digitados em planilha Excel e submetidos a análise estatística descritiva. Resultados: Foram analisados 1502, com idade entre 18 e 40 anos de idade, 78,9% nunca tinham se submetido ao exame audiométrico, 97% apresentaram limiares dentro da normalidade, 87,18% quando analisados por frequência isolada considerando limiares auditivos até 20 dB, em decorrência das perdas auditivas em 6KHz e 8KHz, 44,4% usavam fones de ouvido no trabalho para minimizar a interferência do ruído ambiental, nas situações de concentração e 1,2% alegaram incomodo auditivo no ambiente de trabalho. Conclusão: Os sujeitos da pesquisa apresentaram perdas auditivas e pouca conscientização sobre os danos do ruído. O open office foi criado com o objetivo de derrubar barreiras hierárquicas na organização e muito utilizado atualmente para retenção de talentos. Porém os estudos têm demonstrado que a maior queixa dos trabalhadores é em relação ao ruído de fundo. O fonoaudiólogo do trabalho é primordial nas ações de saúde auditiva desses trabalhadores e deve se apropriar dos conceitos de ergonomia principalmente em relação ao Além disso comtempla os Distúrbios de voz relacionados ao trabalho e o ruído ambiental. Gerenciamento de Riscos Ocupacionais possibilita uma análise mais criteriosa dos riscos ambientais, nos diferentes seguimentos da organização, e como consequência a do ruído ambiental e seus danos ã saúde do trabalhador e que articulada com o Programa de Gerenciamento de Riscos e o Programa de Prevenção da Perda Auditiva deverá trazer muitos benefícios ao trabalhador.
1. Jahncke H, Halin N. Performance, fatigue and stress in open-plan offices: The effects of noise and restoration on hearing impaired and normal hearing individuals. Noise Health 2012;14:260-72
2. Eggemann C, Koester M, Zorowka P. Hearing loss due to leisure time noise is on the rise. The ear needs a rest period. MMVFortschr Med.2002;144:30-3.)
3. Serafini, R.; Topanotti, J.; Cassol, K.; Tomiasi, A. Hábitos sonoros e queixas auditivas de jovens escolares. FAG JOURNAL OF HEALTH (FJH), v. 1, n. 1, p. 140-154, 25 abr. 2019.
4. Souza MNC, Fiorini AC,Guzman. Annoyance caused by noise to a population of firefighters . Revista Brasileira de Fonoaudiologia. 2009, 14(3):508-14
5. Umeoka-Hidaka,MT; Momensohn, TM., Uso de fones de ouvido de trabalhadores do mercado financeiro. Dissertação de mestrado. PUCSP, 2020.
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Página(s): p.917
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/917
AUTOPERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR SOBRE OS EFEITOS DO RUÍDO NO DIA A DIA E NAS ATIVIDADES ACADÊMICAS
SABAKEVISKI, C. ;
De Conto, J. ;
Lima, A. P. ;
Pizzato, E. G. ;
Introdução: Atualmente, o ruído afeta um número grande de pessoas, causando efeitos auditivos como perda auditiva e zumbido, como também efeitos extras auditivos, como desconforto, distúrbio do sono e distúrbios cardíacos, dificuldades de comunicação, entre outros. O nível de ruído em relação a Norma Brasileira Registrada NBR 10152, relata como aceitável para salas de aula um ruído ambiente de 40 a 50 dB(A), sendo que valores acima deste são considerados nocivos à saúde. Na sala de aula, podem ser gerados ruídos externos, como trânsito e construções civis, ruídos locais, como quadra de esportes e as outras salas de aula e fontes internas ao ambiente, sendo os ruídos produzidos dentro da sala de aula, como conversas e barulho de ventiladores. Assim podemos perceber que ruído ambiental além de prejudicar à saúde, interfere nas relações e atividades de ensino-aprendizagem em uma sala de aula, causando problemas de atenção, concentração e até mesmo irritabilidade, afetando então, a qualidade de vida e seu desempenho na sala de aula.
Objetivos: Verificar a auto percepção de estudantes do ensino superior sobre os efeitos do ruído no dia a dia e nas atividades acadêmicas, com o intuito de promover a conscientização e consequentemente a melhoria na qualidade de vida dos estudantes.
Metodologia: O presente estudo foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa, COMEP-UNICENTRO tendo o número do parecer de aprovação 5.501.099. Trata-se de um estudo observacional, analítico e transversal, de abordagem quantitativa e qualitativa, realizada com estudantes universitários. O estudo será realizado através de um formulário de percepção, pela plataforma “Google Forms”, com configuração totalmente online, devido a facilidade de acesso da população estudada.
Resultados: Participaram da pesquisa estudantes do ensino superior com idade entre 18 e 34 anos, sendo que cerca de 89,7% dos participantes são estudantes de fonoaudiologia. Em relação a posição deles na sala de aula, relatam que 41,4% sentam no fundo da sala de aula, 34,5% sentam na frente e 24,1% sentam no meio, ao serem questionados sobre ouvir bem a voz do professor, 96,6% relatam que ouvem bem, porém 3,4% relata que ouve, mas não compreende na maioria das vezes. No que se refere ao ruído, o barulho que mais se ouve na sala em relação aos participantes são conversas paralelas na sua sala e barulho externo (passos no corredor), com 69% e 65,5%, visto o que mais atrapalha são as conversas, barulho do ventilador e cortador de grama. Sobre a influência do ruído sobre seu rendimento acadêmico, os participantes relataram sobre irritabilidade com 69%, dor de cabeça também com 69%, cansaço com 48,3% e dificuldade de concentração, sendo o mais alto com total de 82,8%. Conclusão: Percebe-se que a dificuldade de concentração é o mais relatado entre os estudantes, o que acaba prejudicando seu rendimento acadêmico e também sua qualidade de vida, por isso é muito importante a conscientização, visto que o ruído mais exposto foram as conversas paralelas durante a aula.
PIMENTEL, B. N, FEDOSSE, E., RODRIGUES, N. G. S., CRUZ, K.S., SANTOS, V. A. V. Percepção do ruído, saúde auditiva e qualidade de vida de professores de escolas públicas, Santa Maria (RS), 2016.
Guidini, Rafaela Fernanda et al. Correlações entre ruído ambiental em sala de aula e voz do professor. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia [online]. 2012, v. 17, n. 4
FERNANDES, S. V. L. Atitudes Frente Ao Ruído No Ambiente Escolar: Uma Análise Com Estudantes do Ensino Médio, João Pessoa (PA), 2017.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.813
ISSN 1983-1793X
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AUTOPERCEPÇÃO DE OPERADORES DE MÁQUINAS PESADAS SOBRE OS EFEITOS DO RUÍDO E DA VIBRAÇÃO NA SAÚDE
Lima, A.P. ;
Pizatto, E.G. ;
Sabakeviski, C. ;
Conti, S.Z. ;
De Conto, J. ;
Introdução: Operadores de “máquinas pesadas” (como escavadeira hidráulica, trator de esteira, retroescavadeira, entre outros) são maioritariamente trabalhadores informais, expostos ao ruído e a vibração em seus ambientes laborais. Os efeitos negativo do ruído e da vibração ocupacional são amplamente conhecidos. Leis nacionais e internacionais asseguram direitos para os trabalhadores expostos a agentes otoagressores, especialmente os com vínculos formais de trabalho. Essas mesmas leis são desconhecidas por muitos trabalhadores informais, como os operadores, quando expostos a condições de trabalho insalubre. A proposição de ações públicas de promoção da saúde e introdução de medidas preventivas, podem levar, com sucesso, à diminuição da ocorrência de efeitos auditivos e extra auditivos causados por ruído e vibração, contribuindo para a redução dos custos sociais e financeiros, diretos e indiretos para o trabalhador independente do vínculo empregatício. Na sua impossibilidade, a exposição pode ser controlada a partir de medidas coletivas e/ou individuais que ajudam a reduzir os níveis de ruído e/ou vibração que atingem o trabalhador. Objetivos: Verificar a percepção dos operadores quanto a exposição do ruído e da vibração no ambiente de trabalho, a fim de propor ações amplas para a redução dos efeitos nocivos desses agentes. Metodologia: Estudo transversal, observacional e analítico, de abordagem qualitativa e quantitativa. Os dados serão coletados através de um formulário de percepção, em formato online. Resultados: Responderam ao formulário, nove operadores de máquinas pesadas, com: idades de 36 a 49 anos e tempo médio de 14 anos atuando na área. Cinco (55%) consideram de média intensidade o ruido e a vibração no seu dia a dia, apesar de relatar que as máquinas são ruidosas. Sete (77,8%) não referem dificuldade para se comunicar durante a atividade. Quatro (44,4%) trabalhadores relatam zumbido temporário. Os nove pesquisados mencionam que a exposição diária ao ruído causa problemas à saúde e seis (66,7%) dizem o mesmo sobre a vibração. Cinco (55,6 %) operadores não usam equipamentos de proteção individual e quatro (44,4 %) disseram não receber informações sobre exposição ao ruído e vibração no trabalho ou no lazer. Conclusão: Fica evidenciada a necessidade de propostas que levem aos trabalhadores formais e informais, conhecimento sobre os efeitos do ruído e da vibração na sua saúde, possibilitando assim importante avanço para identificação dos prejuízos e transformação dos ambientes de trabalho.
BRASIL. Portaria nº 3214, de junho de 1978. Normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. NR-15: atividades e operações insalubres. Diário Oficial da União, 1978.
BRASIL. Portaria nº 426, de out de 2021. Normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. NR-15: atividades e operações insalubres. Diário Oficial da União, 2021.
DO COUTO, C. A., ARÃO, I. R., & DOS SANTOS, H. P. Vibração Ocupacional na Operação de Caminhões e Máquinas Pesadas Durante a Extração e Transporte de Calcário. CONTECC, 2021.
Tonin, Rodrigo Petrongari. Ruído e vibração em máquinas no sistema de colheita de árvores inteiras. Tese de Doutorado. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu-SP, 2019.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.804
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/804
AUTOPERCEPÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR SOBRE OS EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE
Lima, A. P. ;
De Conto, J. ;
Pizatto, E. G. ;
Sabakeviski, C. ;
Introdução: A exposição ao ruído pode desencadear tanto fatores auditivos, quanto extra-auditivos, e além disso, fatores não-auditivos, decorrentes da exposição direta ou indireta ao ruído. É importante trazer noções sobre a percepção da saúde auditiva dos professores universitários e os efeitos que o ruído no ambiente acadêmico podem gerar. Preocupa-se a maneira como lidamos com o ruído no ambiente escolar, onde requer a escuta e a interpretação de informações advindas do professor, por isso, é significativo trazer um enfoque nessa demanda, para que surjam políticas públicas para trabalhar com essa determinada população. Objetivos: Essa pesquisa tem como objetivo verificar a autopercepção de professores do ensino superior sobre os efeitos do ruído no dia a dia e nas atividades acadêmicas e levantar quais os efeitos auditivos e extra-auditivos relatados durante a exposição ao ruído nas atividades laborais. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, analítico e transversal, de abordagem quantitativa e qualitativa. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética com o número de parecer 4.722.840. O estudo foi realizado com 12 professores universitários com idade entre 27 à 57 anos que trabalham de 10 à 20 horas semanais, os mesmos responderam um formulário online. A coleta de dados consistiu em identificar, questões sobre a saúde auditiva e geral dos participantes e conhecimento sobre os riscos e prevenção referentes à exposição ao ruído. Resultados: Ao analisar as respostas das professoras, 16,7% relataram que ouvem a voz dos seus alunos, porém, não os compreendem. Ao questionar sobre qual barulho elas mais ouvem, foi destacado, por 58,3%, a voz dos alunos da sala, e o ruído produzido por alunos das outras salas. Foi exposto pela maioria, que o ruído atrapalha na concentração, causando estresse e comprometendo a qualidade do ensino, induzindo também um esforço vocal. Ao selecionarem as influências do ruído sobre as próprias professoras, no decorrer de suas aulas, praticamente todas foram na dificuldade de concentração, e compreensão, além dessas, relatou-se a necessidade de elevar o tom de voz, a irritabilidade, o cansaço, e até mesmo o zumbido. Além do questionário, 7 participantes também realizaram uma avaliação vocal, mesclando os resultados, constatou-se que as mesmas, com tempo de trabalho entre 2 à 25 anos, referem queixas vocais, como, pigarro, rouquidão, instabilidade e garganta seca. Conclusão: Foi relevante realizar esta pesquisa tendo o intuito de promover a conscientização dos trabalhadores, levando em consideração que o retorno às atividades presenciais após a pandemia, potencializou os efeitos do ruído. A percepção dos profissionais quanto à exposição ao ruído foi pertinente em relação aos impactos que ele acarreta na sala de aula, principalmente, na concentração e no cansaço. O ruído não é muito pesquisado, mas pode-se ver que está presente em muitos ambientes, nesta pesquisa, vale ressaltar que um dos principais efeitos em professores por conta do ruído, é o abuso vocal, acarretando consequências na vida laboral e pessoal dos mesmos. Com isso, seria interessante políticas públicas que trabalhassem a saúde auditiva e vocal de trabalhadores/professores, tanto do ensino fundamental e médio, como do ensino superior.
DREOSSI, R. C. F.; MOMENSOHN-SANTOS, T. O Ruído e sua interferênciasobre estudantes em uma sala de aula: revisão de literatura. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP),v.17,n.2,p. 251-258,maio-ago.2005.
SELIGMAN,J.Sintomas e Sinais na PAIR.In.:SELIGMAN,J.;COSTA,E.; NUDELMANN,A.;IBANEZ,R.PAIR: Perda Auditiva Induzida Pelo Ruído. Porto Alegre: Bagagem Comunicação,1997.p.143-151.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.803
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/803
AUTORELATO E PROXY: QUEIXAS AUDITIVAS EM ESCOLARES DE UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DA REGIÃO METROPOLITANA DO NORDESTE
LIMA, N. G. S. ;
Santos, K. M. G. ;
BALEN, S.A. ;
SILVA NUNES, A. D. ;
Introdução: No contexto escolar, a integridade do sistema auditivo é essencial para que a criança tenha um bom desempenho escolar, tornando-se fundamental para a aquisição da linguagem e para a interação da criança com o meio ambiente, interferindo no desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Além disso, sua aquisição e desenvolvimento dependem da maturação cognitiva, neuromotora, integridade do sistema auditivo e da interação social. Objetivo: comparar queixas auditivas autorreferidas e relatadas por proxy com resultado da avaliação audiológica em alunos de uma escola municipal. Metodologia: estudo seccional realizado em uma escola da rede pública de ensino de uma cidade metropolitana. A alocação da amostra se deu por conveniência, sendo 125 escolares incluídos na pesquisa. Todos os participantes foram previamente esclarecidos quanto aos objetivos e procedimentos de pesquisa, com a assinatura dos termos de consentimento livre e esclarecido pelos responsáveis e assentimento pelos escolares. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 5.323.95) da instituição de ensino. Todos os sujeitos responderam a um questionário prévio, e foram avaliados com os procedimentos de meatoscopia e screening audiométrico, realizados em uma sala silenciosa disponibilizada pela escola, com intensidade do ruído ambiental controlada durante a realização da avaliação. Os professores responderam um questionário, sendo assim definido o proxy. Foi realizada a análise estatística descritiva para caracterização da amostra e queixas combinada a análise de concordância Kappa e sua significância (IC95%), considerando como padrão de referência o resultado do screening audiométrico. Resultados: Após a meatoscopia, observou-se que cerca de 11,2% dos escolares apresentaram obstrução em, pelo menos, uma das orelhas. 6,4% da amostra apresentou falha e 82,4% passou. A presença de zumbido foi a queixa auditiva mais relatada, e o uso do fone de ouvido um hábito presente em mais da metade da população do estudo. De acordo com o relato dos professores, apenas -0,038 (IC 0,776%) sujeito não ouve bem; 0,131 (IC 0,217) deles não obedece instruções adequadamente, 0,042 (IC 0,569) estão com desempenho abaixo do esperado e 0,063 (IC 0,463) têm dificuldades escolares. Conclusão: conclui-se que não há concordância entre os fatores autodeclarados pelos alunos, coeficiente audiométrico e a proxy. Porém, pode-se inferir sua importância para a saúde pública no tocante ao diagnóstico e intervenção precoce de alterações auditivas, configurando a necessidade de mais estudos envolvendo saúde auditiva do escolar relacionado a proxy.
1. Oliveira AC, César CP, Matos GD, Passos PS, Pereira LD, Alves T, GuedesGranzotti RB. Hearing, language, motor and social skills in the child development: a
screening proposal. Revista Cefac. 2018 Mar;20:218-27.
2. Willinger U, Schmoeger M, Deckert M, Eisenwort B, Loader B, Hofmair A, Auff E. Screening for specific language impairment in preschool children: evaluating a screening procedure including the Token Test. Journal of Psycholinguistic Research. 2017 Oct;46(5):1237-47.
3. Ministério da Saúde. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas., editor. 2012.
4. World Health Organization. World report on hearing. 2021. Licence: CCBY-NCSA 3.0 1GO.
5. Farias TR, Silva Nunes AD, Barros VV, Silva Xavier AR, Freire PA, Arrais RF, Barbosa IR, Chung K, Balen SA. Programa Saúde Auditiva do Escolar: Uma integração entre pesquisa e extensão. Revista Brasileira de Extensão Universitária. 2021 Apr 30;12(2):135-46.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.867
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA INFANTIL REALIZADA EM UMA CLÍNICA-ESCOLA DE FONOAUDIOLOGIA
Almeida, J. ;
Conto, J. D. ;
Amaral, M. ;
Gorski, L. P. ;
Introdução: A avaliação auditiva é um importante meio para detectar alterações na audição. Existem vários métodos que auxiliam nessa investigação, podendo ser utilizadas medidas comportamentais, eletroacústicas e eletrofisiológicas. Dentre as várias opções disponíveis, utilizar técnicas adequadas à idade cognitiva da criança é fundamental. Objetivo: Realizar um levantamento dos procedimentos realizados para avaliação audiológica infantil em uma Clínica-Escola de Fonoaudiologia. Método: Estudo descritivo, transversal de caráter quantitativo, no qual foram analisados 263 prontuários de crianças de ambos os gêneros, que realizaram avaliação audiológica em uma clínica-escola no período de dois anos. Resultados: Foram realizadas 270 avaliações audiológicas em 263 crianças, maioria do sexo masculino (56,25%), com média etária de 7,5 anos. Dos exames disponíveis para serem realizados na clínica-escola, a imitanciometria foi a mais utilizada, sendo realizada em 234 (86,67%) crianças, seguida pela audiometria tonal por meio de fones supra-aurais, realizada em 223 (82,59%) crianças, audiometria tonal em campo livre e de observação do comportamento com sons não calibrados que foram realizadas em 15 (5,36%) avaliações de crianças, pesquisa das emissões otoacústicas evocadas por estímulos transientes foi realizado em oito (2,86%) crianças e os potenciais evocados auditivos de tronco encefálico realizado em três (1,07%) avaliações. Conclusão: Os procedimentos realizados na clínica-escola de fonoaudiologia seguem os princípios descritos na literatura para as diversas faixas etárias na população infantil.
1. Santos TMM. Diagnóstico audiológico em crianças. In: Boéchat EM (Org.) et al. Tratado de audiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p 407-13.
2. Pires MLDO. Ocorrência de alterações auditivas condutivas em alunos da educação infantil, 2015.
3. American Speech-Language-Hearing Association (2004). Guidelines for the Audiologic Assessment of Children From Birth to 5 Years of Age [Guidelines]. Available from www.asha.org/policy
4. Organização Mundial da Saúde [site da OMS]. Surdez e perda auditiva; 2021. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/ factsheets/fs300/en/ [acessado em 03.04.22].
5. Alvarenga KF, Araújo ES. Avaliação audiológica de 0 a 1 ano de idade. In: Boéchat EM (Org.) et al. Tratado de audiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p 395-405
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.910
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA PERIFÉRICA E CENTRAL EM INDIVÍDUOS PÓS-COVID-19
Mielle, L.P. ;
Maximiano, M.V.A. ;
Dias, M.G.R. ;
Santos, R.R.R ;
Rocha, C.H. ;
Moreira, R.R. ;
Neves-Lobo, I.F. ;
Samelli, A.G. ;
Goulart, A.C. ;
Matas, C.G. ;
Introdução: A Covid-19 é uma doença infecciosa, com sintomas primordialmente respiratórios, mas pode levar a sintomas extrapulmonares, como disfunção olfatória e/ou gustativa e otológicas. Alguns estudos descreveram possíveis comprometimento auditivo após a infecção por Covid-19, mas a maioria trata-se de estudos de caso, sendo que os envolviam a via auditiva central fossem raros. A justificativa para comprometimentos centrais seriam os processos neuroinflamatórios. Objetivo: investigar a via auditiva periférica e central em indivíduos pós-Covid-19. Metodologia: a aprovação do Comitê de Ética foi obtida com o número 50778121.0.0000.0068. Foram avaliados 42 indivíduos, com idades entre 19 e 58 anos, 30 do gênero feminino e 12 do masculino, pós-Covid-19 confirmados, sem queixas auditivas prévias e sem outros fatores de risco para perda auditiva. Foram realizados os seguintes procedimentos: audiometria tonal, logoaudiometria, imitanciometria, potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) e potencial evocado auditivo de longa latência (PEALL). Foi também aplicado um questionário específico sobre sintomas pós-Covid-19. Resultados: A timpanometria foi normal e os reflexos acústicos presentes em todos os indivíduos, descartando as alterações de orelha média. Foram identificados 13 (30,9%) indivíduos com perda auditiva do tipo neurossensorial, com configuração descendente, sendo nove (21,4%) bilateral e quatro (9,5%) unilateral. Quanto ao grau da perda auditiva, das 22 orelhas com perda auditiva, 11 (50%) apresentaram grau leve, cinco (22,7%) de leve a moderado, três (13,6%) de moderado a moderadamente severo, dois (9,1%) de leve a moderadamente severo e apenas um (4,5%) de moderado a severo. No PEATE, foram encontrados valores de latências absolutas e/ou interpicos aumentados em 21 (50%) indivíduos, sendo que 17 (40%) apresentaram aumento da latência absoluta da onda III, seis (14,3%) da onda V e 12 (28,6%) aumento do interpico I-V. A alteração no PEATE associada à perda auditiva foi identificada em nove (21,4%) indivíduos. No PEALL, 33 (78,6%) indivíduos apresentaram atraso nos valores de latência de algum dos componentes, sendo que três (7,1%) apresentaram para o P1, 12 (28,6%) para o P2, 31 (73,8%) para o N2 e cinco (11,9%) para o P300. A alteração do PEALL associada à perda auditiva ocorreu em 10 (23,8%) indivíduos. Vale ressaltar que sete (16,7%) indivíduos apresentaram perda auditiva associada à alteração no PEATE e no PEALL. Com relação ao questionário, apenas três (7,1%) indivíduos apresentaram queixa de audição pós-Covid-19 e todos esses apresentaram perda auditiva neurossensorial bilateral e o PEATE e/ou PEALL alterados. Para a queixa de tontura, 14 (33,3%) indivíduos apresentaram a queixa após a infecção, sendo que seis (14,3%) apresentavam também perda auditiva e 12 (28,6%) tiveram o PEATE e/ou o PEALL alterados. Com relação ao questionário, 10 indivíduos apresentaram queixa de zumbido, sendo que apenas três (7,1%) apresentavam perda auditiva. Conclusão: as alterações encontradas na avaliação audiológica periférica e central permitem afirmar de que há indícios de que a Covid-19 possa comprometer o sistema auditivo periférico e central. Devido às diversas variáveis envolvidas no estudo, os resultados devem ser considerados preliminares. No entanto, acredita-se ser fundamental a avaliação audiológica em pacientes pós-Covid-19 e futuros estudos se mostram de grande importância.
1. Jafari et al. Hearing Loss, Tinnitus, and Dizziness in COVID-19: A Systematic Review and Meta-Analysis. Can J Neurol Sci. 2021; 00: 1–12.
2. Ludwig et al. Post-COVID-19 Impairment of the Senses of Smell, Taste, Hearing, and Balance. Viruses. 2022, 14, 849-863.
3. Saunders et al. Auditory Symptoms and COVID-19 Pandemic. Frontiers in Public Health. February 2022. Volume 10. Article 837513.
4. Yong, Shin Jie. Persistent Brainstem Dysfunction in Long-COVID: A Hypothesis. ACS Chem. Neurosci. 2021, 12, 573−580.
5. Fancello et al. SARS-CoV-2 (COVID-19) and audiovestibular disorders. International Journal of Immunopathology and Pharmacology. 2021. Volume 35: 1-8.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.776
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA EM ADOLESCENTES EXPOSTOS A QUIMIOTERAPIA
Franciozi, C. ;
Gregory, L. ;
Gregianin, L. J. ;
Sleifer, P. ;
INTRODUÇÃO: O sistema auditivo periférico consiste no conjunto de órgãos responsáveis pela captação e transmissão dos sons para as vias auditivas, que fazem parte do sistema auditivo central. Alguns dos antineoplásicos utilizados no tratamento quimioterápico em adolescentes são compostos por substâncias prejudiciais às células da cóclea, os denominados ototóxicos. Estes geram o rebaixamento dos limiares auditivos inicialmente nas frequências agudas, provocando perdas auditivas, isoladas ou não, geralmente neurossensoriais e bilaterais. Nesse sentido, torna-se relevante a avaliação auditiva periférica nessa população. OBJETIVO: Análise dos limiares auditivos em adolescentes expostos a quimioterapia. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (protocolo nº 43450). A casuística foi composta por 27 adolescentes de ambos os sexos, sendo 12 do sexo feminino e 15 do sexo masculino, entre 12 e 17 anos e 11 meses de idade, em acompanhamento no Instituto do Câncer Infantil. Utilizou-se a bateria de testes audiológicos que avaliam a audição periférica, sendo composta por: audiometria tonal limiar, audiometria vocal e medidas de imitância acústica. RESULTADOS: Dos 27 adolescentes avaliados, 19 (70,37%) apresentaram limiares auditivos dentro do padrão da normalidade, enquanto 2 (7,4%) foram diagnosticados com perda neurossensorial de grau leve em ambas orelhas (AO), 3 (11,1%) apresentaram rebaixamento nas frequências de 6000 e 8000Hz e 3 (11,1%) apresentaram rebaixamento na frequência de 8000Hz (3,7%). A média de idade da amostra estudada foi de 14 anos e o diagnóstico prevalente foi o de leucemia linfoblástica aguda (22,2%), seguido por osteossarcoma (18,5%) e leucemia mielogênica aguda (7,4%). CONCLUSÃO: Na amostra estudada, verificou-se que 29,63% dos adolescentes apresentaram alteração nos limiares auditivos. Perdas auditivas podem acometer indivíduos expostos a quimioterapia composta por derivados de platina, sendo assim, o monitoramento auditivo se torna fundamental durante o tratamento quimioterápico, visando o diagnóstico e intervenção nessa população. Torna-se importante salientar que todos os adolescentes permanecem em monitoramento auditivo.
CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA. Sistema de Conselhos Fonoaudiologia. Guia de orientação na avaliação audiológica: Audiometria tonal liminar, logoaudiometria e medidas de imitância acústica. Volume I. Março, 2020. https://www.fonoaudiologia.org.br/wp-content/uploads/2020/09/CFFa_Manual_Audiologia-1.pdf, Acesso em: 15 dez. 2022.
PATATT, F. S. A. et al. Ototoxic effects of antineoplastic drugs: a systematic review. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 88, n. 1, p. 130–140, jan. 2022.
LOPES, N. B. et al. Effects of chemotherapy on the auditory system of children with cancer: a systematic literature review. Revista CEFAC, v. 22, n. 2, e13919, 2020.
OLIVEIRA, P. F. DE et al. Cancer treatment in determination of hearing loss. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 82, n. 1, p. 65–69, jan. 2016.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.741
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA EM CRIANÇAS NASCIDAS DE MÃES COM INFECÇÃO GESTACIONAL PELO VÍRUS COVID19
Garcia, C. F. D. ;
Soares, E. C. A. ;
Castro, K. R. ;
Barbosa, M. H. M. ;
INTRODUÇÃO: Ao longo da pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2, observou-se que as manifestações clínicas da infecção não se limitam ao acometimento do trato respiratório. Há relatos de manifestações otológicas na infecção adquirida pelo COVID19, que incluem perda auditiva, tonturas e zumbido, o que indica que o vírus pode, direta ou indiretamente, comprometer funções do órgão sensorial auditivo ou das vias vestibulococleares.1-3 OBJETIVO: Estudar a ocorrência de alterações auditivas em conceptos cujas mães foram infectadas pelo vírus Sars-Cov-2 no período gestacional. METODOLOGIA: Estudo de casos, observacional, descritivo. Parecer de aprovação, número 5245899, do Comitê de Ética em Pesquisa. A população foi constituída por conceptos de mulheres que tiveram confirmação laboratorial de infecção por Sars-Cov-2, no período gestacional, captadas na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro e no Hospital Municipal Lourenço Jorge/Maternidade Leila Diniz, no período do estudo. Os conceptos foram encaminhados para avaliação auditiva ambulatorial, sendo realizado Emissão Otoacústica (EOA), Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico Neurodiagnóstico (PEATE-N) e Frequência Específica (PEATE-FE), procurando nível mínimo de resposta; Imitanciometria; Audiometria comportamental. RESULTADOS PARCIAIS: Até o momento, foram avaliados 6 pacientes, com idade de oito meses a dois anos. Destes, todos realizaram a EOA transiente e apenas um falhou na orelha esquerda. O PEATE-N foi concluído em 3 crianças, todos apresentando ondas I, III e V a 80dB, com latências absolutas e interpicos dentro do esperado para a faixa etária, com uma das crianças apresentando diferença interaural da onda V > 0,3 ms. O nível mínimo de resposta foi obtido em 35db para 500 Hz, 35 dB para 1000 Hz, 30 dB para 2000 Hz e 25 dB para 4000 Hz em 3 crianças. Cinco crianças foram submetidas a avaliação auditiva comportamental, com respostas satisfatórias, uma delas reflexo cocleo-palpebral ausente, mas com respostas de lateralização para todos os instrumentos. CONCLUSÃO: Até o período de apresentação deste trabalho, não foram identificadas alterações significativas em exames auditivos nesta amostra de crianças com exposição gestacional ao COVID19. Trata-se de uma amostra ainda muito pequena, o que limita a formulação de hipóteses.
1. Iwasaki M, Saito J, Zhao H, Sakamoto A, Hirota K, Ma D. Inflammation Triggered by SARS-CoV-2 and ACE2 Augment Drives Multiple Organ Failure of Severe COVID-19: Molecular Mechanisms and Implications. Inflammation. 2021;44(1):13–34.
2. Hu B, Huang S, Yin L. The cytokine storm and COVID-19. J Med Virol [Internet].
2021;93(1):250–6. Available from: http://dx.doi.org/10.1002/jmv.26232
3. Jeong M, Ocwieja KE, Han D, Wackym PA, Zhang Y, Brown A, et al. Direct SARS-CoV-2 infection of the human inner ear may underlie COVID-19-associated audiovestibular dysfunction.
Commun Med. 2021;1(1):1–14.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1010
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/1010
AVALIAÇÃO AUDITIVA LONGITUDINAL DE LACTENTES E CRIANÇAS EXPOSTAS E/OU INFECTADAS PELO VÍRUS ZIKA NA REGIÃO DE JUNDIAÍ-SP
Prestes, R ;
Pandini, V.C.M ;
Pomilio, MC.A ;
Pereira, T ;
Andrade, A.N ;
Lourenço, E.A ;
Passos, S.D ;
Introdução: A infecção congênita pelo vírus Zika pode afetar o sistema auditivo periférico e central de indivíduos infectados, sendo necessário monitoramento do desenvolvimento auditivo até os três anos de idade ou mais.
Objetivo: Identificar as alterações auditivas em crianças infectadas ou expostas ao vírus Zika durante a gestação, longitudinalmente até os 36 meses de idade.
Métodos: Todas as crianças participantes apresentaram respostas normais (n=30) na triagem auditiva neonatal com as emissões otoacústicas evocadas por produto distorção (EOAPD) e na pesquisa do reflexo cócleopalpebral, do que nas crianças cujas mães tiveram PCR positivo para ZikV, também foi realizado o PEATE automático (PEATE-A). Nos retornos de acompanhamento aos seis meses de idade (ETAPA 1), foram submetidas ao PEATE-A, à observação do comportamento auditivo e timpanometria. Aos treze e dezoito meses (ETAPA 2), as crianças realizaram observação do comportamento auditivo, audiometria com reforço visual em campo livre e timpanometria. Aos 24 meses (ETAPA 3), foram realizadas EOAPD e timpanometria. Aos 36 meses (ETAPA 4), foi realizado a audiometria tonal, audiometria vocal e timpanometria
Resultados: Em toda população que realizou a triagem auditiva neonatal (n=639), duas crianças apresentaram alteração auditiva, sendo que no acompanhamento (n=30), aos 24 meses, a incidência cumulativa da alteração auditiva ocorreu em 17 crianças. Não houve diferença estatística na detecção da alteração auditiva entre os grupos ZIKV: RT-PCR (+) e RT-PCR (-). Nenhuma perda auditiva neurossensorial foi encontrada no acompanhamento longitudinal.
Conclusão: Na triagem auditiva somente duas crianças (n=639) apresentaram alteração auditiva, já no acompanhamento (n=30) e os resultados alterados alcançaram maiores níveis aos 24 meses (n=30) de idade (17 crianças). Em sua maioria, as alterações observadas eram do tipo condutiva. Apesar da perda amostral comum para estudos longitudinais, esses resultados reforçam a necessidade de realizar o monitoramento audiológico de indivíduos com infecções congênitas até pelo menos três anos de idade, para monitorar as condições auditivas periféricas e desenvolvimento das habilidades auditivas.
Bertozzi, APAP, RE Gazeta, TCG Fajardo, AF Moron, A Soriano-Arandes, A. Alarcon, A. Garcia-Alix, et al. “Prevalence and diagnostic accuracy of microcephaly in a pediatric cohort in Brazil: a retrospective cross-sectional study.” Jornal de Pediatria. 2021, 97 (4): 433–439. doi: 10.1016/j.jped.2020.08.010.
Gazeta RE, Bertozzi APAP , Dezena RDCDAB, Silva ACB, Fajardo TCG, Catalan DT et al. “Three‐year clinical follow‐up of children intrauterine exposed to Zika vírus.” Viruses. 2021: 13: 523. doi: 10.3390/v1303052.
Schuler-Faccini, L. et al. Possible association between ZIKV vírus infection and microcephaly – Brazil. MMWR Morb. Mortal. Wkly.Rep. 2015 Atlanta, n. 65, p. 59–62, 2016.
Oliveira-Szejnfeld PS, Levine D, Melo ASO, et al. Congenital brain abnormalities and Zika vírus: what the radiologist can expect to see prenatally and postnatally. Radiology. 2016; 281:203–18.
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