A AUTOPERCEPÇÃO DE USUÁRIOS DE APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL SOBRE A EXPERIÊNCIA DE OUVIR MÚSICA
Simões. P.N. ;
Lüders, D. ;
Introdução: Experienciar a música tende a ser um desafio para pessoas com deficiência auditiva (DA), usuárias de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), devido ao amplo espectro de frequência e de amplitude do estímulo musical. Objetivo: Analisar a autopercepção de adultos, usuários de AASI, sobre a experiência de ouvir música. Método: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, que analisou a experiência de ouvir música de pessoas portadoras de DA que responderam o teste de percepção musical BATUTA, com e sem AASI. A testagem foi realizada em uma sala silenciosa, com apresentação dos estímulos em campo livre, por meio de uma caixa acústica posicionada à 0º azimute e a 1m de distância do participante, que teve liberdade para ajustar o volume em um nível confortável. A primeira testagem foi precedida da consulta de acompanhamento do uso de AASI e, em seguida, foi solicitado ao participante que respondesse o teste sem o AASI. Após a conclusão desta última testagem foi perguntado aos participantes se preferiram responder o teste com ou sem AASI. Resultados: 20 participantes com idade média de 64,64 anos ± 14,67, 51,61% do sexo masculino e 48,38% do sexo feminino, portadores de DA neurossensorial bilateral com médias quadritonais dos limiares de VA OD 55dB ± 11,42 e VA OE 53,2dB ± 10,97, sem alterações cognitivas e que não eram, e não tinham sido, músicos ou estudantes de música, responderam 35 subtestes dos módulos ritmo, pitch e timbre do BATUTA com e sem o AASI. As respostas das amostras sonoras e dos trechos musicais foram analisadas em relação às variáveis: médias quadritonais de VA, tecnologia do AASI e tempo de uso de AASI. 35% dos participantes respondeu que foi melhor fazer o teste com o AASI; 40% referiu que foi melhor sem o AASI e para 25% dos participantes foi indiferente. A nitidez do som foi apontada pelos participantes que preferiram a testagem com o AASI, enquanto que a naturalidade e a pureza foi referida por aqueles que consideraram melhor responder o BATUTA sem o AASI. Destacam-se casos como dos participantes P15 e P18 que apesar de apresentarem diferenças entre as médias quadritonais para VA de OD e OE, e de serem usuários de AASI com o memo tipo de tecnologia, respoderam indiferente. Com contextos auditivos e tecnologias do AASI diferentes, os participantes P17 e P20 obtiveram o mesmo escore (8,86), apesar do primeiro preferir a testagem com AASI e o segundo sem AASI. Variação no tempo de uso do AASI não explica o desempenho dos participantes P2, P3 e P14, que alcançaram os mesmos escores (8,57) e não concordam quanto ao desempenho do AASI na testagem. Resultados: A autopercepção dos participantes indicou que a maioria preferiu responder o teste de percepção musical sem o AASI ou considerou sua contribuição indiferente. A tecnologia e o tempo de uso do AASI não se refletiram nos escores da testagem. Conclusão: Os resultados deste estudo não indicaram que os usuários de AASI se beneficiam de seus dispositivos auditivos para experienciar a música.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1040
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1040
A AVALIAÇÃO OCULOMOTORA NA DISLEXIA EM ESCOLARES DE 7 A 11 ANOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.
Campello, D.L. ;
Garcia, T.R. ;
Silva, A.C.C. ;
O sistema vestibular exerce importante papel na manutenção do equilíbrio corporal e é constituído de um sistema sensorial periférico, um processador central e um mecanismo de resposta motora. A estabilização da imagem retiniana é necessária para a obtenção de uma visão precisa; durante a movimentação de rotação e translação da cabeça, o sistema vestibular integra-se aos músculos extra-oculares, resultando em um movimento compensatório dos olhos. Na leitura e na escrita esses comportamentos visomotores são recrutados e caracterizam-se por movimentos oculares de sacádicos, rastreios e fixações. Disfunções no controle voluntário da sacada têm sido observados em muitas desordens do desenvolvimento, tais como na dislexia do desenvolvimento. O presente estudo teve por objetivo avaliar a relevância dos testes funcionais vestibulares nas manifestações oculomotoras da Dislexia em escolares de 7 a 11 anos. Este trabalho constituiu-se de uma revisão integrativa através da seleção de artigos nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PERIÓDICOS CAPES e National Library of Medicine (PubMed), utilizando a combinação de dois ou mais descritores: Criança, Dislexia, Movimentos Oculares, Testes de Função Vestibular e Tecnologia de Rastreamento Ocular. Foram excluídos desta revisão artigos com mais de cinco anos de publicação. Dentre os 8 artigos que obedeceram aos critérios de inclusão e exclusão da pesquisa, 5 relacionaram-se ao uso de recursos de rastreio oculomotor na dislexia em escolares com dificuldade de aprendizagem, 2 buscavam compreender o desempenho dos processos de leitura em crianças disléxicas e 1 tratava das características oculomotoras em crianças com desordem no desenvolvimento da coordenação motora. Por meio deste estudo foi possível observar a existência de uma lacuna no que diz respeito à padronização de testes que avaliem a função vestibular como método diagnóstico na dislexia. Os achados apontaram que alterações de ordem visomotora encontravam-se presentes nestes indivíduos; sugeriu-se a realização da avaliação otoneurológica como instrumento diagnóstico da dislexia na prática clínica, destacando a relevância de estudos futuros.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1216
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1216
A INFLUÊNCIA DA REABILITAÇÃO AUDITIVA NO EQUILÍBRIO DE IDOSOS COM PRESBIACUSIA
Carli, F.V.B.O. ;
Rombola, I.T. ;
Barbui, T.R.M. ;
Luiz, A.L.F. ;
Alcantara, Y.B. ;
Vedovato, G.L. ;
Marques, Y.S. ;
Jose, M.R. ;
Junior, P.R.R. ;
Frizzo, A.C.F. ;
Introdução: Nos últimos tempos, a maioria dos países tem observado um aumento na longevidade de sua população. Esse fenômeno redefine as percepções tradicionais sobre o envelhecimento e apresenta novos desafios, principalmente na área da saúde. A perda de audição associada à idade, geralmente surge em meio a processos degenerativos que afetam a orelha interna, podem causar alterações no labirinto, levando à perda auditiva, além de problemas de equilíbrio, e quando não identificados e tratados adequadamente, podem ocasionar um impacto negativo na qualidade de vida. Objetivo: Analisar a efetividade da reabilitação auditiva no equilíbrio de idosos com presbiacusia. Método: Trata-se de um estudo de intervenção de um grupo único não controlado. Foram avaliados 15 idosos usuários de aparelho de amplificação sonora em atendimento no Centro Clínico Especializado. Para a coleta de dados foi aplicado o Mini-BESTest, um teste clínico do equilíbrio dinâmico, composto por 14 itens que pontuam de zero a dois, sendo a pontuação máxima 28, pacientes com pontuação ≤ 21 são classificados como caidores. Foi realizada uma avaliação no momento da colocação do aparelho auditivo, e após 6 meses esses idosos foram reavaliados. Os dados foram analisados utilizando-se o software SPSS, versão 27.0. Os valores foram expressos em mediana, para as variáveis não paramétricas e em média e desvio padrão para as variáveis paramétricas com significância estatística de p ≤ 0,05. A associação foi analisada através do teste de McNemar. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem sob o Número 5.690.286. Resultados: A maioria da amostra foi composta por homens (73,3%) com média de idade de 75,5 anos, com ensino fundamental incompleto (80%) e hipertensos (46,6%). No presente estudo, o MiniBEST apresentou uma pontuação média de 21,1 pontos na avaliação inicial e 24,6 pontos após a reabilitação auditiva. Houve associação entre a melhora do equilíbrio após a reabilitação, o qual demonstrou significância estatística (p=0,046). Conclusão: A partir deste estudo podemos inferir que a reabilitação auditiva trouxe benefícios no equilíbrio da pessoa idosa. A identificação de preditores associados aos distúrbios do equilíbrio, é crucial para o planejamento de ações preventivas, contribuindo assim, para redução do número de quedas e, consequentemente, a melhoria na qualidade de vida dos idosos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1114
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1114
A MUDANÇA NA PERCEPÇÃO DA AUDIÇÃO AUMENTOU AS CHANCES DE QUEDAS ENTRE PESSOAS IDOSAS DURANTE A PANDEMIA? ANÁLISE DE UMA COORTE NO SUL DO BRASIL
BARROS, V. N. ;
FIGUEIRÓ, T. H. ;
HILLESHEIM, D. ;
D'ORSI, E. ;
Introdução: A ocorrência de quedas em idosos representa uma questão de saúde pública, uma vez que cerca de 28% a 35% dos idosos sofrem algum episódio a cada ano, porcentagem que aumenta após os 70 anos de idade. Assim como a incidência de quedas, a perda auditiva é uma condição frequente na população idosa. A perda auditiva relacionada ao envelhecimento é comum entre os idosos e está atrelada a consequências importantes, como fragilidade física, déficits cognitivos, isolamento social e depressão. Quedas e deficiências auditivas em idosos, individualmente, são fatores relevantes que impactam a funcionalidade, autonomia e saúde dessa população. Compreender a relação entre a mudança na percepção auditiva e a ocorrência de quedas em idosos do sul do Brasil, no período pandêmico, não apenas enriquecerá o conhecimento científico acerca dos impactos da pandemia, mas também terá o potencial de reforçar as políticas de prevenção de quedas e promoção da saúde auditiva. Objetivo: Investigar a associação entre a mudança na percepção da audição com a ocorrência de quedas entre idosos durante a pandemia de COVID-19. Metodologia: Tratou-se de um estudo longitudinal, com dados da terceira onda de entrevistas domiciliares (2017/2019) e da quarta onda de entrevistas por telefone do estudo EpiFloripa Idoso (2021/2022), uma coorte de base populacional com idosos de 60 anos ou mais, realizada na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. A ocorrência de queda no último ano (durante a pandemia da COVID-19) foi definida como a variável dependente neste estudo, enquanto a mudança na percepção da audição, de uma onda para a outra, foi a variável independente (manteve sem dificuldade auditiva; passou a ter dificuldade auditiva; deixou de ter dificuldade auditiva; manteve com dificuldade auditiva). Foi realizada análise de Regressão Logística, ajustada para fatores de confusão, para identificar a relação entre a mudança na percepção da perda auditiva entre a terceira e a quarta onda do estudo com a ocorrência de quedas durante a pandemia. O estudo EpiFloripa recebeu aprovação do CEP nas duas ondas analisadas. Resultados: Participaram do estudo 289 participantes, sendo a maioria do sexo feminino (69,1%), na faixa etária de 70 a 79 anos (53,4%) e com 12 anos ou mais de escolaridade (41,0%). Pessoas idosas que se mantiveram com dificuldade auditiva apresentaram 181% mais chance (OR=2,81; IC95%= 1,08-7,30; p=0,034) de sofrer queda, quando comparado com as pessoas que se mantiveram sem dificuldade auditiva. Conclusão: Constatou-se que após ajuste do modelo para fatores de confusão, pessoas idosas de uma subamostra do Estudo EpiFloripa Idoso que se mantiveram com dificuldade auditiva entre as duas ondas apresentaram 181% mais chance de sofrer queda, quando comparado com seus pares que se mantiveram sem dificuldade auditiva. Esses resultados sugerem a necessidade de intervenções que visem a reabilitação auditiva. Ainda, uma abordagem integrada e multifacetada é fundamental para mitigar os riscos de quedas neste grupo etário, considerando tanto as necessidades auditivas quanto as medidas de prevenção de quedas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1276
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1276
A MUSICOTERAPIA E O DESENVOLVIMENTO DA PERCEPÇÃO MUSICAL EM USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR
Reinert, R.A.C. ;
Simões, P.N. ;
Cunha, R.R.S ;
Bohn, V. ;
Introdução: A Musicoterapia utiliza os efeitos que a música pode produzir nas pessoas nos aspectos físico, mental, emocional e social para facilitar a expressão de sentimentos e a comunicação. Pessoas portadoras de deficiência auditiva (DA), usuárias de implante coclear (IC), podem se beneficiar dos atendimentos de Musicoterapia para aprimorar habilidades de percepção musical como o reconhecimento de melodias, percepção de altura e discriminação de timbre. Objetivo: Avaliar se a musicoterapia (MT) pode auxiliar no trabalho de reabilitação auditiva para o desenvolvimento da percepção musical de usuários de IC. Metodologia: Estudo de caso, com abordagem qualitativa, que utilizou uma versão adaptada com 11 questões do Questionário de Música de Munique (MUMU) e a testagem dos módulos de melodia e de timbre do Teste de Percepção Musical BATUTA, antes e após a conclusão de oito atendimentos de Musicoterapia. O módulo de melodia apresentou 10 pares de amostras musicais da canção Asa Branca, tocados por instrumentos com alturas variadas; a testagem do timbre foi realizada com pares de amostras musicais de Ciranda Cirandinha, apresentada na frequência de 256Hz por diferentes instrumentos; em ambos os casos a testagem consistiu em responder se as amostras eram iguais ou diferentes. Resultados: Um participante que cumpriu os critérios: (1) 18 anos ou mais; (2) perda auditiva neurossensorial bilateral; (3) usuário de IC há mais de 1 ano e (4) sem formação musical, se constituiu como sujeito da pesquisa e foi denominado S1, participou das sessões de Musicoterapia em que foram utilizadas as técnicas de improvisação, recriação, composição e audição. Para este fim foram disponibilizados e utilizados instrumentos das famílias de instrumentos musicais: piano, violão, metalofone, xilofone, tubos sonoros, bateria, pandeiro, bongô, repique e chocalhos. No que se refere às respostas do MUMU, S1 considerou que a música tem um papel muito importante em sua vida e é ouvida com frequência, sendo o tempo despendido de duas horas, ou mais, por dia. A música é ouvida por meio de rádio, televisão ou dispositivos musicais, tanto como música de fundo quanto como único foco de atenção, seja por prazer ou para satisfação emocional e para melhorar o humor. Os instrumentos que S1 consegue identificar são piano, bateria e violão, sendo os últimos os de sua preferência. Os gêneros preferidos de S1 são Rock e MPB, mas música lhe soa artificial quando ouvida por meio do IC. Quanto à testagem da percepção musical, S1 obteve 17 acertos na primeira aplicação do BATUTA e 20 na reaplicação do teste, referindo mais facilidade em diferenciar as melodias e os timbres após as sessões de MT. Conclusão: As respostas do Questionário permitiram concluir que música tem importância na vida do participante e que faz parte do seu cotidiano, lhe proporcionando prazer e satisfação emocional. O aumento de acertos entre as duas aplicações BATUTA, acrescido da diminuição nas repetições necessária para a discriminação entre as amostras, sugere que a Musicoterapia é um recurso a ser considerado no processo de reabilitação auditiva para o desenvolvimento da percepção musical de pessoas com DA, usuárias de IC.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1041
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1041
A PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DE FONOAUDIOLOGIA ACERCA DA RELAÇÃO PROFISSIONAL-PACIENTE: RESULTADOS PRELIMINARES
Veloso, G.F. ;
Almeida, T.F. ;
Saragossa, M. ;
Lüders, D. ;
Fidêncio, V.L.D. ;
Introdução: o Cuidado Centrado na Pessoa (CPP) refere-se à prestação de cuidados de maneira respeitosa, atendendo às necessidades, preferências e valores da pessoa assistida, com a garantia de que tais valores norteiam todas as decisões clínicas. No âmbito da reabilitação auditiva, o CCP pode favorecer a adesão e a eficácia do tratamento, podendo proporcionar níveis apropriados de autonomia ao usuário. É urgente encorajar os sistemas de saúde a adotarem uma abordagem de cuidados integrada e centrada na pessoa e para isto, o caminho inicial é explorar e aprofundar o ensino do CCP na educação de profissionais da saúde. Objetivo: avaliar como estudantes de fonoaudiologia percebem a relação profissional-paciente. Metodologia: estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas sob nº 6.524.733. Foram incluídos como participantes estudantes de graduação em fonoaudiologia, de qualquer período, em qualquer Instituição de Ensino Superior (IES) do país, com idade a partir de 18 anos. Os instrumentos de coleta foram disponibilizados via formulário on-line, divulgado nas mídias sociais. Os participantes assinaram ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) digital e responderam a questões sobre dados sociodemográficos e à versão no português brasileiro da escala Patient-Practitioner Orientation Scale (PPOS). Foi realizada a análise descritiva dos dados, por escore total e domínios do PPOS (domínio do “compartilhar” e domínio do “cuidar”). Resultados: participaram 35 estudantes de graduação em fonoaudiologia, sendo 62,86% do estado do Paraná, 2,86% do Rio Grande do Sul, 20% de São Paulo e 14,28% do Distrito Federal. Todos cursavam a graduação na modalidade presencial, sendo 17,14% em IES pública e 82,86% em IES privada. A maioria dos participantes (74,29%) referiu atender pacientes e 54,28% referiram já terem assistido alguma aula sobre o CCP. O escore total no PPOS variou de 2,7 a 4,61 pontos, sendo que menos da maioria (48,57%) dos participantes apresentou escore entre 4 e 5 pontos, demonstrando preferência pelo CCP. Somente 5,71% apresentaram escore total abaixo de 3 pontos, demonstrando preferência pelo atendimento centrado no profissional. Com relação ao domínio do compartilhar do PPOS, 42,85% apresentaram pontuação entre 4 e 5 pontos, indicando que percebem que o profissional deve compartilhar as informações e decisões com os pacientes. Já com relação ao domínio do cuidar, 62,85% demonstraram essas pontuações, considerando como elementos críticos os sentimentos e emoções dos pacientes. Conclusão: os resultados preliminares demonstraram que, apesar da maioria dos estudantes de graduação em fonoaudiologia considerar os sentimentos dos pacientes no cuidado à saúde, a maioria também ainda se apresenta dividida com relação a optar ou não pelo CCP e por compartilhar as decisões com os pacientes, demonstrando a necessidade de que esse tema seja abordado na graduação.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1060
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1060
A REABILITAÇÃO VESTIBULAR NAS DIFERENTES DISFUNÇÕES DO EQUILÍBRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Galindo, L.S.C. ;
Santos, D.K.L. ;
Silva, G.P. ;
Costa, I.C.R. ;
Monteiro, C.G. ;
Menezes, D.C. ;
Introdução: A reabilitação vestibular é um procedimento terapêutico, não invasivo, baseado em exercícios planejados, que através da repetição, promovem a compensação central com base nas estratégias de habituação, substituição e adaptação, restabelecendo o equilíbrio corporal. Objetivo: Oferecer o serviço de reabilitação vestibular a pacientes que apresentam disfunções no equilíbrio corporal. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência em um projeto de extensão, que acontece numa clínica escola de Fonoaudiologia de uma Universidade Federal, em parceria com o serviço de Otoneurologia do Hospital Universitário do Campus. Os pacientes, com diagnósticos definidos por médicos Otorrinolaringologistas são encaminhados para a reabilitação vestibular e atendidos na clínica escola em uma sessão semanal com duração de aproximadamente 40 minutos. Os exercícios são personalizados de acordo com a hipótese diagnóstica apresentada, respeitando suas limitações. Após o atendimento, os pacientes recebem por escrito e com riqueza de detalhes, os exercícios a serem repetidos em casa por 30 minutos diariamente até a próxima sessão. Os atendimentos são realizados por alunos de Fonoaudiologia e supervisionados por professores através de espelho espião. Os atendimentos contam com material especializado adquirido através de verba concedida por Edital de Extensão na universidade onde ocorre. O projeto conta ainda com suporte emocional aos pacientes, oferecido por psicólogos colaboradores. Resultados e Discussão: 41 pacientes já foram atendidos, dos quais 21 receberam alta e 20 estão em atendimento. Devido à escassez de oferta do serviço no Estado, o projeto vem se tornando referência e nota-se aumento na busca por atendimento. Atualmente, conta com lista de espera de 35 pessoas. Apesar do número considerável de altas terapêuticas, o processo de reabilitação vestibular requer tempo, e por isso, o fluxo de atendimento é lento. Além disso, existem limitações estruturais (espaço físico disponível, dificuldade em maior investimento em material, entre outros) que dificultam o aumento na oferta de vagas. Alunos extensionistas relatam grande interesse no aprendizado e valorizam a oportunidade, pois ainda são escassas as chances de experiência prática em reabilitação vestibular em período acadêmico. A maioria dos pacientes atendidos expressa satisfação com os resultados obtidos em seus processos terapêuticos, relatando melhoria funcional em suas atividades sociais, melhoria em estado emocional e em qualidade de vida. Conclusão: Diante da escassez na oferta do serviço de reabilitação vestibular no Estado, principalmente na rede pública, o projeto vem atendendo uma demanda crescente de pacientes e trazido resultados importantes. Esforços estão sendo feitos para o aumento na oferta de vagas para atendimento, e consequentemente, o aumento na oferta de oportunidade para estudantes de Fonoaudiologia desenvolverem expertise na temática através de experiência prática supervisionada. Assim, promove-se o encontro entre a função educacional e a social da Universidade pública brasileira.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1211
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1211
A RELAÇÃO DA PRESBIACUSIA COM O DECLÍNIO COGNITIVO EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
M, B.A. ;
Costa, T.R.S. ;
Introdução: A população idosa experimenta alterações nos processos fisiológicos e sensoriais. A perda auditiva em decorrência da senescência, denominada presbiacusia, pode impactar diversas esferas da saúde do idoso, entre elas a cognição. Objetivo: reconhecendo a relevância de entender os efeitos da perda auditiva na população idosa, o propósito deste estudo é examinar, na literatura brasileira, a associação entre a presbiacusia e o declínio cognitivo em idosos. Método: pesquisa qualitativa realizada por meio de revisão bibliográfica de materiais produzidos sobre a temática nos últimos dez anos. Sete estudos com a população idosa que abordaram a presbiacusia e as alterações cognitivas foram selecionados para compor este
trabalho. Resultados: Mesmo com variações metodológicas entre esses estudos, como instrumentos de avaliação cognitiva e auditiva, e diferentes níveis de perda auditiva e tamanho das amostras dos participantes, cinco dos sete estudos afirmaram a relação de piora cognitiva com a perda auditiva. Destaca-se também esta relação pelos benefícios do uso do AASI na
comunicação e qualidade de vida dos idosos. Conclusão: O estudo destaca a relação entre perda auditiva e declínio cognitiva em idosos, ressaltando a importância de que profissionais de saúde priorizem encaminhamentos para prevenção de alterações cognitivas, sociais e emocionais nessa população em crescimento no Brasil e no mundo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1245
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1245
A UTILIZAÇÃO DE DESENHOS COMO ESTRATÉGIA ALTERNATIVA DE ORIENTAÇÃO A PACIENTES NÃO LETRADOS NA REABILITAÇÃO VESTIBULAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Costa, I. C. R. C. ;
Santos, D. K. L. ;
Silva, G. P. ;
Moura, L. S. C. G. A. ;
Monteiro, C. G. ;
Menezes, D. C. ;
Introdução: A reabilitação vestibular é um procedimento terapêutico baseado em exercícios planejados, que promovem a compensação central e restabelecem o equilíbrio corporal. Os exercícios são explicados em sessões terapêuticas e devem ser feitos diariamente em casa, sem a presença do fonoaudiólogo. Para isso, instruções são dadas por escrito, com riqueza de detalhes. Entretanto, esse tipo de orientação, não se aplica para aproximadamente 9,6 milhões de brasileiros não letrados (IBGE, 2022). A falta de domínio da leitura pode comprometer o cumprimento das atividades diárias e comprometer o avanço do processo terapêutico. Nesse sentido, prescrições na forma de desenhos tornam-se uma opção relevante para esse grupo populacional. Objetivo: Avaliar o uso de desenhos ilustrativos para a realização diária da reabilitação vestibular de pessoas não letradas. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência proveniente de um projeto de extensão realizado em clínica escola de Fonoaudiologia, que oferece reabilitação vestibular para pacientes diagnosticados e encaminhados por Otorrinolaringologistas. Os pacientes são submetidos a uma sessão semanal de RV com duração de aproximadamente 40 minutos. Os exercícios são personalizados de acordo com a hipótese diagnóstica apresentada. Os atendimentos são realizados por estudantes de Fonoaudiologia e supervisionados por professores através de espelho espião. O projeto conta ainda com suporte emocional aos pacientes, oferecido por psicólogos colaboradores. Após o atendimento, os pacientes recebem por escrito e com riqueza de detalhes, os exercícios a serem repetidos em casa por 30 minutos diariamente até a próxima sessão. Um dos pacientes, de gênero masculino, 54 anos de idade, diagnosticado com Síndrome vestibular pós TCE associadas à cinetose e TPPP (tontura postural-perceptual persistente) referiu não ter domínio da leitura - e, portanto, expressou dificuldade em seguir com as atividades terapêuticas em seu lar. Com o objetivo de otimizar a orientação, os extensionistas elaboraram desenhos personalizados para substituir as explicações por escrito. Em sessão terapêutica, o paciente foi orientado oralmente sobre cada exercício a se fazer em casa, e os exerceu juntamente com os estudantes, garantindo o conhecimento prévio sobre o plano e relata suas impressões aos terapeutas semanalmente. Resultados e Discussão: Desde o início da utilização dos desenhos, observou-se avanço nos marcadores e protocolos de acompanhamento. Essa melhora não seria possível sem a constância diária na realização dos exercícios. O paciente relatou facilidade em lembrar como deveria executar os exercícios ao olhar para os desenhos. Expressou gratidão e satisfação pela atenção individualizada que recebeu, o que certamente contribuiu para sua adesão ao processo terapêutico e favoreceu seu estado emocional. Relatou ainda melhoria na funcionalidade em atividades sociais e na qualidade de vida. Sua acompanhante também foi indagada sobre a eficácia da tentativa de inclusão oferecida pelo grupo, e referiu contentamento. O paciente ainda se encontra em processo terapêutico. Conclusão: A utilização de desenhos como ferramenta de orientação dos exercícios a serem realizados pelo paciente em casa foi fundamental para o entendimento, tornando possível essa importante etapa do tratamento, que é a repetição diária dos exercícios ensinados na sessão semanal.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1312
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1312
ABBREVIATED PROFILE OF HEARING AID BENEFIT (APHAB) - COMO ESTÁ SENDO UTILIZADO NA PRÁTICA CLÍNICA?
Rosário, A. E. F. P. ;
Carvalho, A. R. S. ;
Introdução: O Abbreviated Profile of Hearing Aid Benefit (APHAB) é um dos instrumentos utilizados na prática clínica para avaliação dos benefícios da prótese auditiva para seus usuários. Esse instrumento oferece informações que facilitam o sucesso da adaptação do uso da amplificação. Entretanto, não se observa um procedimento padrão na sua utilização, tanto em sua forma de aplicação (autoaplicável/entrevista) quanto em relação ao intervalo entre a aplicação sem auxílio e com auxílio da amplificação. Objetivos: investigar como está sendo aplicado o instrumento APHAB e qual seu intervalo de aplicação. Metodologia: revisão integrativa da literatura guiada por referencial que prevê a execução do estudo em seis etapas: 1) identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa; 2) estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão e busca na literatura; 3) definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados; 4) avaliação dos estudos incluídos; 5) interpretação dos resultados; e 6) síntese do conhecimento. Sua questão norteadora foi estruturada por meio da estratégia PICo, acrônimo para População; Fenômeno de Interesse; Contexto, e que nessa investigação foram assim estruturadas: P: adultos com necessidades de intervenção auditiva; I: uso do APHAB; Co: prática clínica em Audiologia. Isso resultou na questão de pesquisa: como está sendo utilizado o APHAB na prática clínica de Audiologia junto à adultos com necessidades de intervenção auditiva? Os critérios de inclusão foram: artigos on-line disponíveis na íntegra, publicados em qualquer idioma; com delimitação de período de publicação de cinco anos (2019 – 2024); que apresentaram informações sobre o seu intervalo de aplicação sem prótese e com prótese auditiva. Foram excluídos artigos que não responderam à pergunta da pesquisa, e que não apresentavam o dado do intervalo de aplicação sem prótese e com prótese auditiva. A busca foi realizada nas bases de dados on-line: LILACS e PubMed. Após realizar a busca nas bases de dados, obteve-se 157 artigos a serem avaliados. A partir da leitura na íntegra, para melhor esclarecimento, foram selecionados 47 artigos. Resultados: obtiveram-se 47 artigos, todos (100%) recuperados por meio da PubMed e nenhum pelo Lilacs; originaram-se de 19 países diferentes, localizados principalmente na Europa (55,32%). Dos artigos encontrados, 21 (44,68%) utilizaram o APHAB em pesquisa relacionada à cirurgia de condução óssea; 09 (19,15%) em cirurgia de implante coclear e 17 (36,17%) em aparelhos de amplificação sonora individual. Quanto ao intervalo de aplicação, houve diferenças entre os tipos de protetização e entre os próprios modelos de próteses, variando de uma semana à 14 meses para primeira aplicação. A forma de aplicação mais utilizada, foi a autoaplicável, ocorrendo em 27 estudos (57,45%). Conclusões: Foi possível verificar que não há concordância entre os estudos para o intervalo de aplicação do APHAB, inclusive, com diferenças entre os próprios tipos de protetização (condução óssea, implante coclear e aparelho de amplificação sonora individual). Observa-se também que o APHAB foi adequado para avaliar o benefício do dispositivo, desempenho auditivo, qualidade auditiva, satisfação com os aparelhos, qualidade de vida relacionada à audição e incapacidade auditiva relacionada à audição, independentemente das diferenças na sua aplicação.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1210
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1210
AÇÃO DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O RUÍDO E AUTOPERCEPÇÃO DE SINTOMAS AUDITIVOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Mariz, A. C. L. ;
Silva, M. G. P. ;
Speri, M. R. B. ;
Araújo, E. S. ;
Introdução: O Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído (INAD) foi criado nos Estados Unidos em 1996 com a finalidade de conscientizar sobre as consequências negativas que o ruído traz para a audição e a qualidade de vida das pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 120 milhões de pessoas no mundo têm a audição afetada pelo ruído. Portanto, mediante essas questões faz-se necessário um dia específico para alertar a população acerca desse tema, uma vez que a perda auditiva traz impactos significativos para os indivíduos em seu cotidiano. Em 2023, o lema da campanha foi: Ruído na comunicação? Todos sem conexão! Objetivo: Descrever a autopercepção de sintomas auditivos pela população em uma ação de conscientização sobre o ruído. Métodos: A ação educativa foi realizada por uma equipe interdisciplinar, incluindo os cursos de Fonoaudiologia, Música e Arquitetura, no dia 29 de abril de 2023 no Parque das Dunas, uma reserva de mata atlântica, aberto ao público localizado na cidade de Natal e teve o propósito de alertar, instruir e reforçar a população sobre os impactos que o ruído pode ocasionar na vida das pessoas em alusão ao INAD. A ação teve como público alvo a população em geral que estava no parque durante o evento. Durante a ação, alunos e professores da instituição contabilizaram os sinais e sintomas auditivos referidos pelos visitantes ao local da campanha, incluindo dificuldade para ouvir, zumbido, tontura, otite e se já havia realizado avaliação audiológica. Os dados foram analisados por meio de medidas de tendência central e distribuição. Resultados: Alguns dos fonoaudiólogos e estudantes do curso presentes na ação ficaram responsáveis pelo registro dos sintomas autorreferidos. Do total de 46 participantes, 27 foram do sexo feminino e 19 do sexo masculino com idade média de 34,6 anos, sendo a idade mínima de 17 e a máxima de 85 anos. Desses, 71,7% apresentam algum incômodo a ruídos intensos e 34,6% referiram dificuldade auditiva. O zumbido foi relatado por 45,6%, sendo de forma esporádica em 15,2%. Ao considerar o público com zumbido contínuo, 23,9% apresentam o sintoma em ambas as orelhas, 2,2% apenas na orelha direita e 4,3% apenas na orelha esquerda. Outros sintomas autorreferidos com frequência foram a tontura (28,3%) e história atual ou pregressa de otalgia (39,1%). Ressalta-se que 52,2% dos participantes já haviam realizado algum exame audiológico, no entanto, apenas um soube referir o diagnóstico de perda auditiva recebido. Foram realizadas orientações a população geral e, principalmente, às pessoas que relataram queixas relacionadas ao sistema auditivo, além destas serem orientadas em relação ao atendimento na rede de saúde. Conclusão: Observou-se um elevado percentual de pessoas que relataram ao menos um sintoma auditivo, em diferentes faixas etárias, o que reforça a importância dos cuidados auditivos ao longo da vida. Campanhas de conscientização sobre os potenciais riscos, formas de prevenção e opções de tratamento são de suma importância para disseminar conhecimento e alertar a população em relação à saúde auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1335
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1335
ACHADOS ELETROFISIOLÓGICOS NO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DO TRONCO ENCEFÁLICO EM LACTENTES COM SÍNDROME DE DOWN: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
ZIMMERMANN, F. ;
HOFFMANN, J. ;
RIBEIRO, G.E. ;
SILVA, D.P.C. ;
Introdução: Os lactentes com síndrome de Down (SD) apresentam diversos comprometimentos relacionados à comunicação humana, dentre eles complicações auditivas são recorrentes. Desta forma, após a realização da triagem auditiva neonatal universal, precisam ser submetidos a monitoramento audiológico. Os achados dos exames eletrofiológicos são variados na literatura, sendo observado desde alterações por comprometimento de orelha média até orelha interna e alterações relacionadas à maturação. Objetivo: sintetizar as evidências sobre os achados eletrofisiológicos no potencial evocado auditivo do tronco encefálico (PEATE) em lactentes com SD. Metodologia: Tratou-se de um estudo de revisão sistemática, cujo protocolo foi registrado na International Prospective Register of Systematic Reviews que foi conduzido conforme as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Foram incluídos estudos observacionais: transversais, coorte e caso-controle que realizaram avaliação do PEATE, em lactentes com SD até dois anos de idade, que tiveram seus resultados comparados com lactentes sem SD, da mesma faixa etária. Investigação em relação ao neurodiagnóstico foram descritos. Foram excluídos: cartas ao editor, diretrizes, revisões sistemáticas, meta análises e resumos. Estudos com pouca descrição sobre a metodologia aplicada; estudos que não aplicaram o PEATE para investigação da integridade da via auditiva e outros delineamentos de estudos. Foi consultada a literatura científica das seguintes bases de dados: PubMed, LILACS, Scopus, Web of Science e Embase, Google Scholar e Proquest. Não houve restrição de idioma e data de publicação. A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi feita por meio do JBI (Joanna Briggs Institute)-Critical Appraisal Checklist for Studies Reporting Prevalence Data; Critical Appraisal Checklist for Cohort Studies, Critical Appraisal Checklist for Case Control Studies. As fases 1 (leitura de títulos e resumos) e 2 (leitura na íntegra), bem como a extração dos dados e a avaliação da qualidade metodológica foram realizadas de forma independente e cega por dois revisores. As discordâncias foram resolvidas em uma reunião de consenso com um terceiro revisor. Resultados: A estratégia de busca recuperou 491 artigos, após a remoção de duplicados (252), foi feita a leitura de 239 títulos e resumos e selecionados 39 artigos para leitura na íntegrra, dos quais 10 atenderam aos critérios de elegibilidade. O encurtamento da onda das ondas do PEATE foram a característica mais marcante dos lactentes com SD, que não apresentavam alterações de orelha média, quando comparados com lactentes sem SD. Conclusões: Os estudos mostraram diferenças nos parâmetros do PEATE em lactentes com SD, sendo os menores o tempo de surgimento da resposta, nesta população, na ausência de alterações de orelha média e a maioria dos estudos mostrou baixo ou moderado risco de viés.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1228
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1228
ACHADOS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO EM ESCOLARES DIAGNOSTICADOS COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Ubiali. T. ;
Carvalho, N. G. ;
Lemos, A. C. P. ;
Amaral, M. I. R. ;
Matas, C. G. ;
Colella-Santos, M. F. ;
Introdução: A avaliação eletrofisiológica é recomendada para complementar a avaliação comportamental do Processamento Auditivo Central (PAC), pois auxilia no diagnóstico diferencial das alterações do Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC) e do Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC). Os testes mais comumente utilizados são os potenciais corticais, porém estudos recentes tem demonstrado alterações funcionais também em estruturas do tronco encefálico. Objetivo: Analisar os achados da avaliação do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) de crianças diagnosticadas com TPAC. Método: Estudo descritivo de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (no 6.216.032). Este estudo está inserido em um projeto maior e foi realizado em parceria com uma escola da rede pública. Inicialmente, em ambiente escolar, foram realizados os seguintes procedimentos: triagem cognitiva, avaliação audiológica básica e triagem das habilidades auditivas de crianças entre 6 e 8 anos de idade. Posteriormente, as crianças que apresentaram audição normal e desempenho na média ou acima da média da capacidade intelectual foram convidadas a realizarem a avaliação comportamental e eletrofisiológica do PAC no laboratório de audiologia da instituição. Foram excluídas crianças que apresentaram diagnóstico/suspeita de alterações do neurodesenvolvimento. Trinta e duas crianças realizaram a avaliação comportamental e 10 foram diagnosticadas com TPAC (com base em dois testes alterados). Dentre as crianças com TPAC, oito retornaram para a avaliação eletrofisiológica, sendo 3 do sexo masculino e média de idade de 8,0 anos (±0,4). Na avaliação comportamental foram aplicados os testes Dicótico de Dígitos (TDD), Teste de Sentenças com Mensagem Competitiva Ipsilateral (PSI), Gaps in Noise (GIN) e Padrão de Frequência (TPF). Para a aquisição do PEATE foi utilizado o equipamento IHS, fones de inserção e eletrodos nas posições Cz (ativo), Fpz (terra) e M1/M2 (referência). Resultados: A alteração mais recorrente encontrada na avaliação comportamental das 10 crianças com TPAC foi a habilidade de resolução temporal (07 crianças), seguida pelas habilidades de ordenação temporal (05 crianças), integração binaural (05 crianças) e figura-fundo (04 crianças). Destas, oito crianças com TPAC realizaram a avaliação eletrofisiológica, quatro (50%) apresentaram alterações no PEATE sendo: aumento de latência das ondas III (2 crianças) e V (2 crianças) e diminuição da amplitude-ratio (AR) das ondas V-I (1 criança). A média dos valores de latência das ondas I, III e V e dos interpicos I-III, III-V e I-V para as orelhas direita (OD) e esquerda (OE), foram, respectivamente: 1,57(±0,12) e 1,56(±0,10), 3,71(±0,12) e 3,84(±0,14), 5,65(±0,23) e 5,61(±0,21), 2,25 (±0,20) e 2,27 (±0,16), 1,91 (±0,20) e 1,78 (±0,17), 4,08 (±0,20) e 4,05 (±0,22). A média das amplitudes I, III, V e AR V-I nas OD e OE foram, respectivamente: 0,55(±0,20) e 0,50(±0,10), 0,48(±0,15) e 0,46(±0,11), 0,77(±0,22) e 0,77 (±0,23) e 1,47(±0,55) e 1,60(±0,36). Conclusão: Os resultados iniciais demonstram que crianças com TPAC podem apresentar alterações no funcionamento da via auditiva desde o tronco encefálico, tais como prolongamento das latências das ondas III e/ou V do PEATE, bem como da relação da amplitude entre as ondas V-I.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1144
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1144
ACURÁCIA DO TESTE DE DÍGITOS NO RUÍDO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
BALEN, S.A. ;
Cavalcanti, H.G. ;
Nunes-Araujo, A.D.S. ;
Silva, G.P.P.C. ;
Almedia, M.C.O. ;
Barros, V.V. ;
Swanepoel, D.W. ;
Smits, C. ;
Ferrari, D.V. ;
Introdução: Os impactos negativos da perda auditiva não tratada são amplamente reconhecidos, ressaltando a importância da identificação e intervenção precoce. O teste antifásico de dígitos no ruído (DIN) é um procedimento de autoteste desenvolvido para rastrear perda auditiva, demonstra alta sensibilidade na detecção de perda auditiva neurossensorial unilateral ou assimétrica e perda auditiva condutiva. O DIN móvel e baseado na web está atualmente disponível em vários idiomas, incluindo inglês, francês e espanhol. Incluir o português como língua disponível e de grande importância, uma vez que o português é a quarta língua mais falada a nível mundial, com aproximadamente 300 milhões de pessoas que o falam como língua oficial. Objetivo: Avaliar a acurácia do DIN antifásico do Português Brasileiro para triagem de perda auditiva em adultos e idosos. Método: Participaram deste estudo prospectivo de acurácia 232 indivíduos (130 mulheres) com idade entre 18 e 90 anos (média 65,2 ±13,98). Os participantes com mais de 60 anos (n=130) foram aprovados na triagem cognitiva por meio do Mini Exame do Estado Mental. Todos os participantes foram submetidos à audiometria tonal liminar (fones TDH-39) e ao DIN (Motorola Z com fones Samsung A23 com fones Sennheiser), no mesmo dia (ordem contrabalançada) realizada de forma independente por dois pesquisadores cegos aos resultados dos exames. No DIN 23 sequências compostas por três dígitos cada (0-9) foram apresentadas aleatoriamente em ruído branco a 70 dB SPL em uma relação sinal-ruído (SNR) fixada entre -2dB a 20dB. Os participantes foram instruídos a inserir os dígitos reconhecidos no teclado do smartphone. O ruído variou adaptativamente de acordo com as respostas do participante. Ao final, o limiar de reconhecimento de dígitos (fala) no ruído (-DIN SRT) foi gerado automaticamente pela média das respostas corretas entre as sequências 4 e 23. Curvas ROC foram calculadas para determinar a sensibilidade e a especificidade para diferentes pontos de corte de acordo com a média da audiometria tonal liminar de 4 frequências (considerando a orelha pior): A (4FPTA < 20 dBNA), B (4FPTA < 35 dBNA) e C (4FPTA < 45 dBNA). Resultados: Os valores de corte, sensibilidade e especificidade para cada critério foram os seguintes A: -11dB, 72% e 76,81%; B: -8dB, 89,26% e 80,18% e C: -7dB, 90,85% e 81,11% Conclusão: O DIN antifásico apresentou boa sensibilidade e especificidade regular na identificação de perdas auditivas em adultos e idosos. Análises adicionais são necessárias para avaliar as propriedades do teste na identificação dos tipos de perda auditiva e assimetria.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1279
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1279
ALÔFONO: PROVA DE CONCEITO DE UMA FERRAMENTA DE TRIAGEM AUDITIVA BASEADA NA WEB
Paul, S. ;
Macedo, D.D. J. de ;
Beckhauser, E. ;
Hillesheim, J. F. ;
Petrolini, V.A. ;
Olabarrera; W.H. M. ;
Lira, M. ;
Gonçalves, B. ;
Souza, G. ;
Zucki, F. ;
Noll, M. ;
Introdução: A perda auditiva afeta milhões de pessoas no mundo. No Brasil, o acesso da população ao diagnóstico audiológico e/ou reabilitação auditiva é um desafio. Neste cenário, soluções digitais, como as soluções eHealth, configuram-se como um recurso importante para promover um melhor atendimento, melhor gerenciamento da informação dos processos clínicos, do tratamento de usuários e da otimização dos custos do sistema de saúde pública. Objetivo: Descrever o desenvolvimento de uma aplicação responsiva baseada na web (ARBW) para a realização de triagem auditiva voltada para a população adulta. Método: A ARBW, denominada alôfono, foi concebida como parte de uma arquitetura de microsserviços implantada dentro do ecossistema do Sistema de Telemedicina e Telessaúde de uma Universidade Federal, para permitir o livre acesso via navegador web, independente de sistemas operacionais do dispositivo de acesso, e a manutenção continuada. O desenvolvimento foi caracterizado por decisões de design centrado no usuário, apoiadas pelo método para o design de objetos digitais interativos - Iterato. Por meio de ensaios de validação com mais de 70 sujeitos adultos e análise estatísticas (modelagem probabilística e análise da curva ROC) foram determinados os parâmetros de decisão e realizado o aprimoramento da ARBW. Resultados: A versão inicial da ARBW alôfono foi desenvolvida visando o acesso por meio de qualquer dispositivo com navegador de internet. Foram adicionados à aplicação um teste de dígitos no ruído (TDR) e um questionário, o Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ5), como métodos para identificação de alteração auditiva. O TDR foi implementado utilizando-se gravações dos dígitos emitidos por voz masculina e ruído branco como sinal mascarador, apresentando-se na orelha ipsilateral os dígitos e o ruído mascarador e na orelha contralateral apenas o ruído, possibilitando a avaliação separada das orelhas. A variação da relação sinal-ruído (SNR) ocorre em intervalos de 2 em 2 dB ou 4 em 4 dB, entre + 4dB e -18 dB SNR, de acordo com as respostas do sujeito. Para estimativa do limiar do reconhecimento de fala com ruído competitivo (SRTn) obtido por meio do TDR, desenvolveu-se uma ferramenta de simulação probabilística da curva psicométrica. A partir dos dados coletados e da análise da curva ROC estabeleceu-se como critério de identificação de alteração auditiva pelo TDR, em cada uma das orelhas, um SRTn maior que -11 dB. Resultados de SRTn menores ou iguais à -11 dB são considerados indicativos de audição social normal. O questionário SSQ5, implementado na versão inicial do alôfono, não foi mantido em virtude da dificuldade, por parte dos usuários, de compreensão das perguntas e determinação das respostas, especialmente por parte da amostra de maior idade. Conclusão: O sistema web responsivo de triagem auditiva para adultos demonstrou ser uma ferramenta promissora para ser utilizada na atenção primária à saúde, buscando a otimização dos encaminhamentos para o diagnóstico audiológico. Foram identificadas necessidades de melhoria e ampliação da ferramenta, possíveis de serem realizadas no futuro.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1295
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1295
ALTERAÇÕES AUDIOVESTIBULARES EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DURANTE O PERÍODO DA PANDEMIA DA COVID-19
SILVA, A.K. de L. ;
DUARTE, D.S.B. ;
QUEIROZ, J.P.S. de ;
BEZERRA, M.V. ;
JUNIOR, J. de A.S. ;
NEGREIROS, S.P.A de ;
BRITTO, D.B.L. de A. ;
Introdução: Muitas adaptações de vida foram necessárias durante a pandemia da Covid-19. Os sistemas educacionais foram desafiados a trocar o modelo presencial pelo virtual, devido ao fechamento temporário das instituições de ensino em busca de um controle da proliferação do vírus. Por causa da suspensão das aulas presenciais a vida do aluno teve uma grande mudança tendo agora a substituição dessas aulas por aulas online por meio de diversos dispositivos eletrônicos como computadores e celulares disponíveis para evitar cada vez mais o contato físico fora de casa. Objetivo: Identificar a ocorrência de sintomas e/ou queixa de alterações audiovestibulares auto referidas por estudantes universitários no período da pandemia da Covid-19. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo observacional, retrospectivo e transversal aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos sob parecer nº4.835.476. Participaram 309 estudantes universitários, ambos os sexos, com aulas remotas por no mínimo seis meses, no período da pandemia da Covid-19. Após consentimento de participação, todos os participantes voluntariados responderam a um questionário virtual, registrados na base da plataforma do Google Forms, contemplando 11 questões objetivas. Como
critérios de inclusão, foram escolhidos indivíduos adultos que encontravam-se estudando em formato remoto durante a pandemia da Covid-19 em Instituição de Ensino Superior no período mínimo de seis meses. Como critérios de exclusão: indivíduos com patologias que pudessem afetar o sistema audiovestibular e/ou com problemas neurológicos e/ou que não estejam em condições de responder ao questionário fechado. Resultados: Dos 309 indivíduos que participaram da pesquisa, 22% participantes eram do sexo feminino e 78% do sexo masculino, com idade média de 23,65 anos. Os estudantes apresentaram uma média de 3,85 dias de aula remota por semana, com duração média de três a cinco horas/dia e a maioria assistia às aulas apenas por computador/notebook, fazendo uso de fone de ouvido durante as aulas (intra-auriculares e supra-auriculares). Em relação aos sintomas auditivos, 20,4% dos estudantes universitários relataram surgimento do zumbido durante o período das aulas remotas, sendo mais caracterizado como um apito. A grande maioria dos participantes que apresentaram zumbido durante as aulas remotas, não apresentavam esse sintoma antes. Em relação a presença das alterações de equilíbrio, 31,72% relataram o surgimento de episódios de tontura e/ou vertigem e, destes, 85,23% relataram que essa tontura e/ou vertigem acontecia ao se levantar. Importante destacar que 28,58% não tinham essa sintomatologia antes das aulas remotas durante a Covid-19. Conclusão: O surgimento de alterações de equilíbrio, como tontura e/ou vertigem bem como zumbido, foram as alterações auditivas e vestibulares mais relatadas por estudantes universitários durante o período da pandemia da Covid-19.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1252
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1252
ALTERAÇÕES AUDITIVAS COMO CONSEQUÊNCIA DA OTOTOXICIDADE NO TRATAMENTO DO CÂNCER INFANTOJUVENIL - REVISÃO INTEGRATIVA
Melo, C. T. B ;
Silva, P. C. B ;
Silva, N. P. ;
Festa, I. F. ;
Oliveira, R. G. ;
Viana, M. G. N. ;
Adriana M. ;
Introdução: O tratamento quimioterápico e radioterápico entram como alternativas de tratamento precoce fornecidos pelo SUS, porém são tratamentos que têm diversos efeitos colaterais, como, zumbidos, perda auditiva neurossensorial e vertigens, causados pela ototoxicidade medicamentosa, definida como dano definitivo ou transitório da função auditiva e/ou vestibular, geralmente bilateral e simétrica, afetando primeiramente a captação de frequências sonoras mais altas. Objetivo: Avaliar o impacto deste tipo de tratamento na audição de crianças e adolescentes com câncer, os quimioterápicos utilizados e sua relação com a ototoxicidade, alterações audiológicas mais comuns e as intervenções terapêuticas adotadas nesses casos. Metodologia: Revisão narrativa da literatura realizada no período de fevereiro a junho de 2022. Foi elaborado um levantamento bibliográfico nas bases de busca LILACS, Google acadêmico e SciELO com os seguintes descritores: adolescente, criança, oncológica, radioterapia, quimioterapia, ototoxicidade, perda auditiva. Foram selecionados 4 artigos para realização do artigo. Resultados: No artigo de Caldas e Dias (2018) concluiu que o método padrão ouro para a monitorização da perda auditiva nestes pacientes é a audiometria tonal liminar convencional e no caso de pacientes incapazes de realizar esta, deve-se utilizar a emissão otoacústica. As medicações foram a cisplatina e carboplatina, radioterapia e os antibióticos aminoglicosídeos, apresentando maior efeito ototóxico para os pacientes, que quanto menor a idade, maior o risco para a perda auditiva. Apresentaram as alterações de: zumbido e lesão vestibular, provenientes do tratamento associado aos antibióticos aminoglicosídeos; e das alterações provenientes do tratamento associado à radioterapia: necrose de conduto auditivo externo, osteorradionecrose de osso temporal, otite média, perda auditiva condutiva de diferentes graus, otalgia, zumbido e degeneração das células ciliadas. Dos artigos levantados por Iuchno e Carvalho (2019) apenas um foi relevante para o atual trabalho. Lopes et al. (2020) buscou os efeitos do tratamento com carboplatina e cisplatina, as perdas auditivas foram encontradas desde o primeiro ciclo de tratamento com cisplatina, por ter maior efeito ototóxico se usado isoladamente, já a carboplatina tem menor efeito ototóxico, porém se usado concomitante à cisplatina tem alto poder ototóxico. Os resultados mostraram perda auditiva sensorioneural de grau leve à moderado, podendo progredir para severo, geralmente em direção às frequências altas. Para Patatt et al. (2022) o método mais utilizado foi a audiometria tonal liminar convencional, a dosagem dos medicamentos foi, em média 200 mg/m², e quanto menor a idade da criança, maior o risco de perda auditiva. Evidenciou o acompanhamento a longo prazo dos sobreviventes após incidência da perda auditiva, indicando riscos maiores principalmente no tratamento associado das medicações. Conclusão: Concluiu-se que a carboplatina e a cisplatina, podem prejudicar a audição desde as suas primeiras doses, afetando a cóclea especificamente as células ciliadas externas. Evidenciou a importância do monitoramento precoce de toxicidade e efeitos adversos e o monitoramento audiológico através de exames específicos que avaliem a porção periférica e central da via auditiva. A perda auditiva pode aparecer logo após o primeiro ciclo de tratamento, com isso devem ser utilizados protocolos padronizados de acompanhamento da audição, antes e durante os tratamentos realizados, assim como a longo prazo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1141
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1141
AMPLITUDE DAS ONDAS DO PEATE EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Silveira, G. S. ;
Junior, J. B. ;
Pinheiro, M. M. C. ;
Noll, M. J. ;
Ssilva, D. P. C. ;
Roggia, S. M. ;
Introdução: A amplitude das ondas do potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) é a correspondência entre os picos positivo e negativo da onda. Diz respeito à magnitude do potencial elétrico medido em microvolts (μV), sendo a magnitude dessa resposta dependente da quantidade de fibras nervosas que está envolvida. Desta forma, a amplitude é influenciada pela quantidade da população neuronal envolvida e da distância que essa população de neurônios está em relação ao ponto de medição. O processamento auditivo é a eficiência e a eficácia com que o sistema nervoso auditivo central (SNAC) utiliza a informação auditiva. Compreender a via auditiva com base anatômica, projeções das fibras neurais, além de ter meios de determinar o grau de atividade, contribui imperativamente para o entendimento das inúmeras disfunções que podem acometer a via auditiva. Objetivo: Estudar a amplitude das ondas do PEATE em crianças com transtorno do processamento auditivo central (TPAC). Metodologia: Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo transversal observacional com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 46189021.2.0000.0121). Os participantes foram divididos em grupo estudo (GE) e grupo controle (GC) com faixa etária de 7 a 12 anos de ambos os sexos. Todos os participantes que apresentaram média tritonal (500, 1000 e 2000 Hz) dentro dos padrões de normalidade e curva timpanométrica do tipo A foram submetidos à avaliação comportamental do processamento auditivo central (PAC) e avaliação eletrofisiológica com o PEATE neurodiagnóstico. Foram analisadas as latências absolutas das ondas I, III e V, os intervalos interpicos I-III, III-V e I-V, a diferença interaural da latência da onda V; a amplitude foi medida do pico positivo ao pico negativo da onda, em duas duas varreduras para as ondas I, III e V e para a análise da relação da amplitude das ondas V/I foram utilizados três critérios diferentes, dos quais onda V>I, relação V/I ≥ 0,75 e relação V/I ≥ 1,0. Resultados: O GE apresentou latências absolutas da onda V e latências interpicos III-V e I-V aumentadas e amplitude da onda III reduzida à orelha esquerda em relação ao GC. Além disso, constatou-se um maior número de indivíduos com alteração na relação das ondas V/I nos diferentes critérios utilizados (onda V>I, relação V/I ≥ 0,75 e relação V/I ≥ 1,0), principalmente à orelha esquerda. Conclusões: Foram encontradas diferenças estatísticas entre as respostas obtidas pelo GC e GE apenas para a amplitude da onda III na orelha esquerda. No entanto, constatou-se um maior número de respostas alteradas no GE, comparado ao GC, em todos os critérios de normalidade utilizados, o que sugere que novos estudos, com maiores amostras, sejam realizados.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1191
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1191
AMPLITUDE DAS ONDAS DO PEATE EM DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
Silveira, G.deS. ;
Noll, M.J. ;
Ferreira, T.M.S. ;
Bernardes, L.deM. ;
Silva, D.P.C.da ;
Roggia, S.M. ;
Introdução: A avaliação eletrofisiológica mais difundida clinicamente para fins de neurodiagnóstico é o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) com estímulo clique, capaz de fornecer informações a respeito da integridade da via auditiva no tronco encefálico. Um dos parâmetros que pode ser analisado é a amplitude das ondas, porém essa é uma medida pouco explorada na rotina clínica e não apresenta padrões de normalidade bem definidos. Objetivo: Analisar a influência da idade na amplitude das ondas do PEATE. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal aprovado pelo comitê de ética do local do qual ele foi realizado. Foram avaliados 43 indivíduos normo-ouvintes e sem queixas auditivas; 10 crianças (idade média de 7,5 anos) e 33 adultos (idade média de 24 anos); de ambos os sexos. Foram incluídos apenas indivíduos com resultados dentro dos padrões de normalidade na avaliação audiológica básica e com latências absolutas das ondas I, III e V, bem como intervalos interpicos I-III, III-V e I-V dentro dos padrões de normalidade. O PEATE foi realizado com estímulo clique, com taxa de estimulação de 21.1 cliques por segundo, 2048 estímulos apresentados de forma monoaural via fones de inserção 3A, janela de registro de 12ms, polaridade rarefeita, filtros de 100Hz e 3000Hz e intensidade de 80dBNA. O teste utilizado foi o não paramétrico de Mann-Whitney. Resultados: Na comparação da amplitude das ondas I, III e V do PEATE de crianças e adultos, a diferença foi significativa apenas para a amplitude da onda III à orelha esquerda, na qual as crianças tiveram maiores amplitudes quando comparadas aos adultos (p=0,018). Ademais, ao verificar a relação da amplitude V/I entre adultos e crianças não houve diferença estatística para ambas as orelhas. Conclusões: Não foram encontradas diferenças entre as amplitudes das ondas do PEATE entre os grupos estudados, exceto para a onda III da orelha esquerda, que teve uma maior amplitude no grupo de crianças. Acredita-se que o resultado obtido possa ter sido decorrente do pequeno tamanho da amostra do grupo de crianças, tendo em vista que do ponto de vista maturacional esse resultado não seria esperado. Sugere-se, portanto, a realização de mais estudos sobre esse tema, com maiores números de sujeitos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1201
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1201
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE A ESCOLARIDADE MATERNA E O DESEMPENHO NA ESCALA REYNELL EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Melo, M.R.F. ;
Brazorotto, J.S. ;
Introdução: A qualidade do ambiente linguístico desempenha um papel crucial no desenvolvimento da linguagem em crianças com deficiência auditiva. Em crianças com audição típica, a baixa escolaridade materna tem sido associada à escassez de estímulos linguísticos e ao uso limitado de estratégias ideais para promover habilidades linguísticas robustas. Portanto, investigações que abordem este aspecto para a população de crianças com deficiência auditiva são de extrema relevância, especialmente no contexto brasileiro, visando identificar necessidades de intervenções que fortaleçam os fatores facilitadores em cada contexto sociocultural, ao mesmo tempo que minimizem as barreiras enfrentadas. Objetivo: Analisar a correlação entre o nível de escolaridade das mães e os resultados obtidos por 25 crianças com deficiência auditiva, com idades compreendidas entre 11 meses e 6 anos e 11 meses, por meio da aplicação da Escala Reynell de Desenvolvimento de Linguagem. Método: estudo transversal, observacional, aprovado em Comitê de Ética institucional sob parecer de número 3.440.683, realizado em um serviço de reabilitação auditiva do Sistema Único de Saúde. Após a análise dos prontuários para a verificação de dados clínicos e sociodemográficos foi realizada a avaliação presencial com uma sessão de duração aproximada de 60 minutos, por meio da Escala Reynell de Desenvolvimento da Linguagem (versão adaptada para o português brasileiro) com as crianças. A avaliação realizou-se em sala de terapia climatizada e foram utilizados os materiais adaptados conforme as recomendações. Após a aplicação, os dados de escore bruto das escalas de compreensão, expressão e escore bruto total na escala foram tabulados em uma planilha do Excel®. A análise estatística foi feita no software Jamovi®. Foi aplicada a análise descritiva e inferencial, por meio da correlação de Spearman, dada a não normalidade dos dados. Considerou-se o valor de significância de 5%. Resultados: A pontuação mínima no escore total da escala foi 0 e a máxima 110 pontos. Quando observada a distribuição das escolaridades, o ensino médio completo representou 64% da amostra e as demais escolaridades 36%; destes, 4% ensino fundamental completo, 8% ensino fundamental incompleto, 8% ensino médio incompleto e 16% ensino superior completo. Em relação ao escore geral da linguagem, observou-se que as crianças cujas mães apresentam menor escolaridade foram as que obtiveram os menores escores, quando comparadas àquelas cujas mães tinham escolaridades mais altas; no entanto, na análise inferencial, não foi observada correlação estatisticamente significativa entre a escolaridade materna e os resultados nas escalas de compreensão, expressão e escore total. Observou-se correlação positiva moderada entre os resultados na escala de compreensão e expressão (0,719 para ≤ a 0,05). Conclusão: para a amostra estudada, não houve correlação entre a escolaridade materna e os resultados de linguagem, embora a distribuição das escolaridades possa ter influenciado os resultados. O estudo terá continuidade, buscando um maior número amostral e análises complementares para elucidar os fatores que influenciam o desenvolvimento da linguagem em crianças brasileiras com deficiência auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1288
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1288
ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA E DAS CARACTERÍSTICAS AUDIOLÓGICAS DE INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DE PROCESSAMENTO AUDITIVO: UMA REVISÃO DA LITERATURA
SILVA,S.A ;
Lima, Daviany Oliveira ;
ROSA, MARINE DINIZ DA ;
Freitas, ELIZABETE VITORIA LIMA DE ;
SILVA, JOAO PEDRO DE DOUZA ;
Introdução: O Processamento Auditivo Central (PAC) se refere a eficiência e eficácia que o Sistema Nervoso Central utiliza a capacidade de reconhecer adequadamente as informações auditivas após a captação das ondas sonoras que estão presente no ambiente com o objetivo de processar as informações auditivas que chegam ao cérebro. A dificuldade em utilizar a informação neural de maneira eficiente é caracterizada como Transtorno do Processamento Auditivo (TPAC). Objetivos: Analisar as produções científicas na área de audiologia sobre TPAC publicados no Brasil nos últimos 5 anos. Metodologia: As buscas e filtragens dos estudos ocorreram na base digital Scielo, BVS e Periódicos CAPES. Foram utilizados estudos que abordam a avaliação das habilidades auditivas de indivíduos com TPAC com uma filtragem dos últimos 5 anos de publicação, a partir dos descritores DECS/ MESH: Audiology; Auditory Perceptual Disorders; Auditory Perception; Hearing; Language and Hearing Sciences; Hearing Disorders. Os critérios de elegibilidade foram definidos de acordo com a leitura dinâmica dos títulos e abordagem do conteúdo. Resultados: Foram encontrados 27 estudos em audiologia publicados no Brasil na base de dados Scielo. Desse total, apenas 2 foram incluídos no estudo. Nas bases de dados BVS e Periódico CAPES foram encontrados 32 estudos, dos quais apenas 8 preencheram os critérios exigidos, sendo 6 da BVS (publicado na revista Distúrbios da comunicação, 2018 e Audiology Communication Research, no ano 2019), foram encontrados 2 estudos no periódico CAPES (publicados nas revistas Psicologia, Teoria e Pesquisa, 2019, Vol.35 e no CEFAC, 2020, Vol.22). Os métodos avaliativos mais utilizados foram: a anamnese, teste de emissões otoacústicas para avaliar o funcionamento do sistema auditivo pré-neural, avaliações audiológicas básica (audiometria, logoaudiometria e imitanciometria) e a bateria de testes do processamento auditivo. Esses métodos puderam avaliar que os indivíduos com alteração possuem mais diferenças sensoriais do que os que possuem o Processamento Auditivo Central normal. Conclusão: É possível identificar uma escassez de estudos produzidos no Brasil, os quais abordam o Processamento Auditivo Central (PAC) e o seu Transtorno (TPAC). Nesse sentido, é necessário o investimento de pesquisas de alto impacto e com evidências suficientes que norteiam planos de avaliação e terapêuticos aprimorados, além de fornecer subsídios para um atendimento mais efetivo e humanizado a essa população.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1095
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1095
ANÁLISE DA TRIAGEM AUDITIVA EM NEONATOS EXPOSTOS À COVID-19 DURANTE A GESTAÇÃO
Freitas, A.G. ;
Silva, L.F. ;
Silva, V.B. ;
Introdução: No início de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o início da pandemia de Covid-19. Esta enfermidade infecciosa é provocada pelo vírus SARS-CoV-2, caracterizando-se por uma alta taxa de transmissibilidade e elevado risco de morbimortalidade. Isso se deve às significativas alterações fisiológicas ocasionadas nos sistemas respiratório, circulatório, secretório e imunológico dos indivíduos infectados. Em determinadas populações, como idosos, diabéticos, hipertensos e gestantes, destaca-se um risco aumentado de complicações, incluindo hospitalização, internação em unidade de terapia intensiva e a necessidade de ventilação mecânica. Nas gestantes, há também um aumento no risco de nascimento prematuro, o que, por sua vez, pode resultar na necessidade de unidade tratamento neonatal, ventilação mecânica e uso de antibióticos ototóxicos. Estes fatores são considerados de alto risco para o desenvolvimento de deficiência auditiva em recém-nascidos. Objetivo: Descrever os resultados da triagem auditiva neonatal de recém-nascidos expostos a covid-19 durante a gestação. Metodologia: Este estudo de prevalência foi conduzido utilizando o banco de dados de um centro especializado em reabilitação auditiva privado na Amazônia Ocidental. Os dados analisados, que incluem indicadores de risco para deficiência auditiva, testes realizados e resultados de triagem auditiva, dizem respeito a 81 recém-nascidos com histórico de exposição à Covid-19 durante a gestação. A coleta de dados abrangeu o período de agosto de 2020 a janeiro de 2024. A triagem auditiva foi efetuada por meio de emissões otoacústicas evocadas transientes e/ou potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático, utilizando o equipamento modelo Accuscreen da marca Madsen®. Os dados foram submetidos a uma análise estatística descritiva. Resultados: Dos 81 neonatos com histórico de exposição a Covid-19, 86,4% (n=70) foram considerados de baixo risco para deficiência auditiva e 11 (13,6%) de alto risco; O indicador de risco para deficiência mais frequente foi o uso de ototóxicos com 45% (n=5), seguido de deficiência auditiva na família com 36% (n=4), permanência em UTI com 18% (n=2), uso de ventilação mecânica, muito baixo peso, malária na gestação, toxoplasmose e sífilis com 9% (n=1); 23,5% (n=19) foram triados com técnica combinada de emissões otoacústicas evocadas transientes e potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático, 58% (n=47) com emissões otoacústicas evocadas transientes e 18,5% (n=15) com potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático. Quanto ao resultado da triagem, não se observou resultado alterado nos testes em nenhum protocolo adotado para todos os neonatos atendidos. Conclusão: A grande maioria dos recém-nascidos que foram expostos à Covid-19 durante a gestação e que receberam atendimento no centro de referência abordado neste estudo não demonstra indicadores de risco para deficiência auditiva. Entre aqueles que apresentam tais indicadores, o uso de ototóxicos no período neonatal se destaca como a situação mais comum, seguida pelo histórico familiar de deficiência auditiva. Adicionalmente, é notável que os recém-nascidos expostos à Covid-19, que foram atendidos neste contexto específico, não exibem alterações nos resultados da triagem auditiva neonatal e este cenário permanece consistente mesmo na presença de indicadores de risco para a deficiência auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1052
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1052
ANÁLISE DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS EM LACTENTES DE 6 A 8 MESES EXPOSTOS AO FUMO PASSIVO
Xavier, L. L. ;
Silva, T. F. ;
Vieira, V. S. S. ;
Santos, A. F. O. ;
Cunha, B. S. ;
Bruner, A. P. ;
Almeida, K. ;
Rocha-Muniz, C. N. ;
Carvallo, R. M. M. ;
Durante, A. S. ;
Introdução: Crianças e bebês são particularmente suscetíveis aos efeitos do fumo passivo. A fumaça do tabaco pode prejudicar a audição ao afetar o fornecimento sanguíneo para a cóclea, causando danos nas células ciliadas. Estudos indicam que a exposição passiva ao tabaco é um fator de risco para perda auditiva neurossensorial. Portanto, é crucial avaliar a saúde coclear, utilizando testes como emissões otoacústicas, que fornecem um feedback mecânico sensível para detectar danos nas células auditivas. Dessa forma, para pesquisar esse feedback nas frequências de 500Hz a 10kHz as emissões otoacústicas produto de distorção acústica (EOAPD), podem ser utilizada. Objetivos: Investigar possíveis alterações da fisiologia coclear em lactentes de 6 a 8 meses expostos ao fumo passivo desde a gestação, por meio das emissões otoacústicas produto de distorção comparando os resultados do grupo controle com o grupo estudo. Metodologia: Esta pesquisa foi realizada com uma amostra total de 15 lactentes divididos em grupos controle, 11 indivíduos, e grupo estudo, 4 indivíduos. Os critérios de inclusão consideram saúde auditiva, ausência de exposição a outras substâncias tóxicas durante a gravidez e triagem auditiva neonatal adequada. O equipamento utilizado foi o Titan ®, da marca InteracousticTM. Os procedimentos incluem anamnese, nova triagem auditiva e medidas de EOAPD. As medidas de EOA abrangem estímulos em diferentes frequências e intensidades. Resultados: Nos resultados da EOAPD, na intensidade de 65/55, observou-se significância estatística para o sinal em 2kHz da orelha direita (p=0,05). Conclusões: Na amostra de lactentes foi possível observar o efeito do fumo por meio das medidas de EOAPD na intensidade de 65/55. Dessa forma, a exposição de lactentes à fumaça do cigarro, mostrou ter um efeito negativo na fisiologia coclear do sistema auditivo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1200
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1200
ANÁLISE DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS PRODUTO DE DISTORÇÃO EM NEONATOS EXPOSTOS AO FUMO PASSIVO
Cunha, B.S. ;
Santos, A.F.O. ;
Bruner, A.P. ;
Almeida, K. ;
Carvallo, R.M.M. ;
Durante, A.S. ;
INTRODUÇÃO:
As substâncias inaladas contidas na fumaça do cigarro podem afetar diretamente as células do ouvido interno, interferindo na oxigenação das estruturas internas do ouvido, causando vários graus de perda auditiva irreversíveis. A captação das emissões otoacústicas permite avaliar a integridade da fisiologia coclear. A hipótese deste estudo é que a função da cóclea esteja reduzida no grupo de neonatos expostos ao fumo passivo e que os resultados do produto de distorção estejam alterados na intensidade de 65/55.
OBJETIVO:
O estudo tem como objetivo analisar as Emissões Otoacústicas Produto de Distorção de um grupo de neonatos com audição normal, contendo expostos e não expostos ao fumo passivo durante a gestação.
MÉTODO:
Trata-se um estudo observacional, prospectivo, transversal e analítico, aprovado pelo comitê de ética da instituição (CEP 5571490).
O presente estudo teve como amostra 37 neonatos, sendo 22 do grupo controle e 15 do grupo estudo, selecionados na maternidade de um hospital escola na cidade de São Paulo.
Os critérios de inclusão para ambos os grupos foram: não ter indicadores de risco auditivo, e resultado da triagem auditiva adequado (curva timpanométrica do tipo A, emissões otoacústicas por transiente e Potencial evocado auditivo - automático com estímulo chirp presentes).
Para o grupo de controle (GC), somente neonatos que não tiveram história de exposição à fumaça passiva foram inclusos. Para o grupo de estudo (GE), o critério de inclusão foi a exposição ao tabagismo passivo na gestação.
Os neonatos que não concluíram o protocolo de pesquisa por desistência ou alguma dificuldade técnica ou que não atenderam aos critérios de inclusão foram excluídos. Na presente pesquisa 3 neonatos foram excluídos.
Tanto na triagem quanto no protocolo de pesquisa foi utilizado o equipamento Titan ®, da marca InteracousticTM, versão completa, possibilitando a avaliação da orelha média e da orelha interna e nervo auditivo. O módulo de EOAPD utilizado no presente estudo apresentou f 2 variando de 500 a 10.000 Hz, na razão f 2 /f 1 = 1.22, com a intensidade de 65/55 dB NPS.
A análise estatística do conjunto de dados foi efetuada junto ao centro de estatística da instituição utilizando o software SPSS v5, por meio das técnicas estatísticas de análise descritiva e inferencial, utilizando o teste de Mann-Whitney.
RESULTADOS:
Foi observado que o grupo controle apresentou maiores níveis de resposta das EOAPD do que o grupo estudo, com diferença estatisticamente significante para a frequência de 1kHz, tanto para o sinal (p=0,05) quanto para o sinal-ruído (p=0,012). Nas demais frequências sem significância estatística (P > 0,1).
CONCLUSÃO:
O grupo de neonatos exposto ao fumo passivo apresentou níveis de respostas e de relação sinal-ruido de EOAPD estatisticamente significante menor na frequência de 1kHz do que o grupo não exposto. Dessa forma, a exposição de neonatos à fumaça do cigarro, mostrou ter um efeito negativo na fisiologia coclear do sistema auditivo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1100
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1100
ANÁLISE DAS QUEIXAS AUDITIVAS E A PROCURA PELO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO AUDITIVA EM UMA CLÍNICA ESCOLA.
Silva, A. B. N. ;
Costa, E. K. E. ;
Oliveira, L. F. B. ;
Silva, E.A.O. ;
Silva, J.A. ;
Almeida, A. L. A. ;
Almeida, M. L. L. ;
Silva, Y. T. ;
Campos, P. D. ;
Introdução: A reabilitação auditiva tem como propósito promover a melhora dos domínios afetados pela perda auditiva, a capacidade funcional e os aspectos sociais, sendo primordial para pessoas de perda sensorioneural de moderado a profundo, relatando queixas em dificuldade de compreensão, principalmente em ambientes ruidosos. Objetivo: Caracterizar os pacientes participantes da terapia em reabilitação auditiva de uma clínica escola. Metodologia: Foi realizado um estudo aplicado do tipo retrospectivo, descritivo, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (5.444.143). A coleta de dados conteve a análise de 12 prontuários de pacientes que iniciaram a terapia de reabilitação auditiva entre julho de 2022 e abril de 2023. Informações de caracterização da perda auditiva, do dispositivo eletrônico auxiliar a audição utilizado e as principais queixas apresentadas foram coletadas. Resultados: Todos os participantes apresentaram diagnóstico de perda auditiva sensorioneural, sendo 8,3% (n=1) dos participantes com perda unilateral e 25% (n=3) com perdas assimétricas. Entre todos os participantes, 58,3% (n=7) possuem perda auditiva de grau severo a profundo, 25% (n=3) possui perda moderadamente severa, 8,3% (n=1) apresenta perda de grau moderado e 8,3% (n=1) de grau leve. Dos participantes, 16,6% (n=2) utiliza Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) unilateral, enquanto 58,3% (n=7) usa o aparelho de forma bilateral. Além disso, 16,6% (n=2) possui adaptação bimodal (AASI e implante coclear) e somente 8,3% (n=1) utiliza Implante Coclear bilateral. A média da diferença entre o tempo de adaptação e a busca pela reabilitação auditiva foi de 4,85 anos (DP=7,17). As principais queixas dos participantes foram a dificuldade de compreensão de fala tanto no silêncio como no ruído, não conseguir diferenciar os sons, dificuldade na detecção do som, incômodo com sons intensos, além de a presença de zumbido. Conclusões: Neste estudo foi possível caracterizar os participantes da terapia em reabilitação auditiva e analisar que, embora se enquadrem no perfil característico de indicação, costumam buscar e iniciar tardiamente o processo terapêutico de reabilitação auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1194
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1194
ANÁLISE DAS QUEIXAS E RESULTADOS DOS EXAMES DE PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL DE PACIENTES ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA ESCOLA DE FONOAUDIOLOGIA
Constantino, D. C. M. M. ;
Bonh, V. ;
Rodrigues, T. D. ;
Garbino, J.F. ;
Introdução: O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é um déficit do processamento neural caracterizado por alterações das habilidades auditivas. As queixas comuns entre os indivíduos são: dificuldade de compreensão principalmente em ambientes com acústica desfavorável ou presença de ruído competitivo, desatenção, dificuldades de aprendizagem e distúrbios de fala, leitura e escrita. Objetivo: Analisar as queixas auditivas dos pacientes atendidos em uma clínica escola e correlacionar com os dados obtidos por meio da avaliação do processamento auditivo central (PAC). Método: O estudo realizado trata-se de um estudo analítico, transversal, quantitativo e retrospectivo em prontuários, cuja população da amostra foram pacientes atendidos na Clínica Escola de Fonoaudiologia de uma Faculdade localizada no Sul do Brasil, no período de 2019 e 2022, e que realizaram a bateria de testes do Processamento Auditivo Central (PAC). A população foi selecionada por processo de amostragem não probabilística de conveniência. A coleta foi realizada entre os meses de julho a setembro de 2023, sendo utilizados registros de pacientes atendidos entre janeiro de 2019 a dezembro de 2022. Foram coletados dados de anamnese como gênero, idade, escolaridade, queixa principal, dados de encaminhamentos, histórico clínico e os resultados dos exames realizados. Resultados: Foram analisados 20 prontuários de pacientes, 50% do gênero masculino e 50% feminino, sendo 40% da amostra de indivíduos entre 07 e 09 anos de idade. Observou-se que 80% dos indivíduos cursam séries do ensino fundamental. Dos encaminhamentos, verificou-se que 45% são provenientes de fonoaudiólogos. As principais queixas, 40% dos pacientes referiu dificuldade de compreensão, 35% distração, 15% distúrbios de fala e 10% dificuldade de aprendizagem. Considerações Finais: Foi possível observar a evidência de queixas relacionadas ao TPAC, porém não houve significância estatística entre as principais queixas dos pacientes com os respectivos resultados dos testes comportamentais do PAC, podendo estar relacionado a heterogeneidade e a baixa frequência dos sintomas.
PALAVRAS-CHAVE: Transtorno do Processamento Auditivo; Fonoaudiologia; Processamento Auditivo Central; Triagem Auditiva; Queixas Audiológicas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1351
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1351
ANÁLISE DE FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À PRESENÇA DO ZUMBIDO CRÔNICO
Pereira, R. M. ;
Lima, T. K. F. C. ;
Bedaque, H. P. ;
Ferreira, L. M. B. M. ;
Mantello, E. B. ;
Introdução: O zumbido é a percepção consciente de um ruído tonal ou composto, para o qual não há fonte acústica externa. Neste estudo, o conhecimento a respeito dos fatores de risco referentes ao zumbido tem o intuito de favorecer orientações e estratégias de promoção de saúde que possam trazer esclarecimentos sobre as formas de prevenção ou diminuição do incômodo com o sintoma, e assim promover melhora da qualidade de vida destes pacientes. Objetivo: Identificar os fatores de risco associados ao zumbido crônico e caracterizar o grau de incômodo referido pelos indivíduos desta amostra. Metodologia: Estudo observacional, analítico do tipo caso-controle, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), nº 4.880.618. A amostra foi composta por 100 indivíduos, divididos em Grupo de Pesquisa (GP) com 50 participantes com queixa de zumbido crônico e o Grupo Controle (GC) com 50 participantes, sem queixa de zumbido, pareados conforme gênero e faixa etária. Como critérios de inclusão para o GP foram considerados pacientes de ambos os sexos, com queixa de zumbido crônico (há mais de três meses), idade entre 18 anos e 80 anos. Os participantes responderam a um questionário, por meio de entrevista, para investigar as comorbidades e condições clínicas relacionadas à presença do zumbido crônico. As questões foram categorizadas em: 1) alterações metabólicas e sistêmicas, 2) alterações musculoesqueléticas e dentárias, 3) doenças relacionadas ao sistema auditivo e 4) aspecto psicológico e/ou mental. Para o GP, aplicou-se o questionário de autoavaliação Tinnitus Handicap Inventory (THI) que dispõe de 25 perguntas distribuídas em três escalas (funcional, emocional e catastrófica) sobre o impacto do zumbido na qualidade de vida do indivíduo e a Escala Visual Analógica (EVA) para estimativas do nível de incômodo com o zumbido. Os dados foram analisados por meio do teste de associação qui-quadrado para verificar a associação entre os grupos (caso e controle) e fatores de risco; e o modelo de regressão logística para verificar a associação por meio da medida de mensuração Odds Ratio. Considerou-se um nível de significância de 5% e o intervalo de confiança com 95%. Resultados: Para o GP, a localização do zumbido mais frequente foi bilateral (em ambos ouvidos), referida por 20 participantes (48%), unilateral esquerdo por 16 participantes (32%), seguido do unilateral direito por 10 participantes (20%) da amostra. As medidas de mensuração do Odds Ratio bruto confirmaram a influência das variáveis diabetes mellitus e perda auditiva associadas ao zumbido, o que pode ser justificado pela estreita relação entre o metabolismo da glicose e sua influência na fisiologia da orelha interna. As demais variáveis não apresentaram valores de Odds Ratio bruto característico de fator associado ao risco. Observou-se, ainda, predomínio do escore total do THI entre os graus moderado (28%) e severo (24%) e, para EVA, grau severo (62%) de incômodo nos participantes avaliados. Conclusão: Observou-se associação entre as comorbidades diabetes mellitus e perda auditiva como fatores de risco para a presença do sintoma zumbido, com predomínio dos níveis de incômodo entre os graus moderado e severo na amostra estudada.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1084
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1084
ANÁLISE DOS PROGRAMAS DE IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DA PERDA AUDITIVA EM HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS
CAVALCANTI, C.M.M. ;
MELO, L.P.F. ;
CAVALCANTI, H.G. ;
Objetivo: caracterizar os programas de identificação precoce da perda auditiva em hospitais universitários brasileiros. Método: estudo observacional, transversal, de abrangência nacional, com coleta de dados por meio de questionário on-line, direcionado aos fonoaudiólogos de uma rede de hospitais universitários, com levantamento sobre aspectos referentes à estrutura e aos processos dos serviços prestados. Os dados coletados foram tabulados em planilhas e foi realizada uma análise estatística descritiva para cada variável estudada. Resultados: de um total de 41 hospitais da rede, obteve-se informações de 35. Em 21 dos 33 hospitais participantes há nascimentos e em apenas nove destes não há TAN. Apenas nove apresentaram cobertura de nascidos vivos recomendada pelas diretrizes. Há 13 hospitais que realizam a TAN antes da alta e seis antes e após, o que demonstra um esforço para que seja realizada no tempo recomendado. Conclusão: o estudo contribuiu para o conhecimento sobre os programas de identificação precoce da perda auditiva desenvolvidos no Brasil em diversas unidades da federação, evidenciando lacunas e oportunidades de melhorias nos serviços prestados à população. Foram evidenciadas lacunas relacionadas à estrutura e aos processos, avaliadas por meio dos indicadores de qualidade. Assim, entende-se que é necessária uma reestruturação dos serviços com vistas a promover a atenção integral à saúde auditiva na infância, viabilizando a identificação e intervenção precoces nas perdas auditivas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1257
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1257
APERFEIÇOAMENTO DO SOFTWARE PERSONA ATRAVÉS DE FERRAMENTAS LÓGICAS E PROCESSAMENTO AUTOMATIZADO DE ARQUIVOS DE ÁUDIO
Ogawa, F. E. U. ;
Knappmann, K. ;
Paul, S. ;
Introdução: As avaliações audiológicas desempenham um papel fundamental na detecção de deficiência auditiva, portanto, novas tecnologias que auxiliam esses processos tornam-se necessárias. O software perSONA foi desenvolvido para a realização de ensaios de reconhecimento de fala com ruído competitivo em cenas acústicas simuladas digitalmente com SNR variável, utilizando arquivos de áudio previamente gravados. Entretanto, mesmo o perSONA sendo um software funcional, ainda torna-se necessário a implementação de ferramentas para tornar seu uso mais prático e confiável para proporcionar resultados mais consistentes e testes mais convenientes para os usuários (pacientes e aplicadores). Objetivos: Implementar ferramentas lógicas para simplificar e prevenir erros durante os ensaios e aprimorar a interface visual do software. Desenvolver códigos computacionais complementares para execução de funcionalidades necessárias ao processamento automatizado de um grande número de arquivos de áudio. Metodologia: Utilizando a linguagem de programação C# e o software Visual Studio 2022, foi possível aprimorar a interface de realização dos ensaios por meio da implementação de botões, configurações de ensaio e operações lógicas no software perSONA. De forma concomitante às modificações no software perSONA, desenvolveu-se códigos de processamento de sinais utilizando a linguagem de programação Python para permitir o pré-processamento de sinais de áudio antes de inserir os mesmos no software perSONA. Resultados: Novas opções de apresentação dos sinais de fala e do ruído competitivo foram implementadas, deixando o usuário escolher por ensaios nos quais a potência do ruído fica constante enquanto a SNR é ajustada, ou nos quais a potência do sinal de fala fica constante enquanto a SNR é ajustada. Na interface de de realização do teste foram implementadas novas funções tais como: opções para retomar a apresentação de uma sentença, ou bloqueios temporários de botões para evitar cliques acidentais durante os ensaios. Ainda, em versões customizadas do perSONA é possível apresentar as sentenças de forma aleatórias, selecionar um número determinado de sentenças de um banco de arquivos de áudio e dividir as sentenças em dois ou mais ensaios. No que diz respeito às funcionalidades implementadas em python, desenvolveu-se uma solução que permite uma série de operações em um número grande de arquivos de áudio de forma automatizada, tais como filtragem para remoção de ruído, aplicação de janelamentos para criar efeito de fade-in e fade-out, extração e inserção de metadados, por exemplo relacionados às palavras de uma sentença gravada, ajuste dos valores RMS do material de áudio, conversão para diferentes formatos de arquivos, entre outros. Conclusões: Novas funções implementadas no perSONA permitem uma maior variedade de ensaios e tornam o software mais acessível para o usuário, permitindo correções durante a realização do teste e evitando eventuais erros. Versões customizadas do perSONA podem oferecer funcionalidades específicas para usuários. Ferramentas de processamento dos sinais de áudio permitem a manipulação de materiais de áudio de forma automatizada.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1329
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1329
APLICAÇÕES DA ESPECTROSCOPIA FUNCIONAL EM INFRAVERMELHO PRÓXIMO (FNIRS) NA AVALIAÇÃO DO ZUMBIDO: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Martins, M. L. ;
Machado, D. G. S. ;
Rosa, M. R. D. ;
Introdução: A espectroscopia funcional em infravermelho próximo (fNIRS) é um método não invasivo para mensurar os níveis de oxigenação cortical. Essa técnica é valiosa para analisar a fisiopatologia do zumbido no cérebro humano, uma vez que o zumbido geralmente aumenta a ativação no córtex auditivo primário e nas áreas circunvizinhas ao córtex auditivo. O zumbido pode ser avaliado subjetivamente por meio de exames auditivos e questionários, enquanto os métodos objetivos buscam entender a sintomatologia da condição, como o fNIRS. A técnica foi usada para analisar e avaliar as variações do fluxo sanguíneo que ocorrem no cérebro humano, entender a fisiopatologia do sintoma e a resposta aos tratamentos. Apesar desse potencial, atualmente não há uma revisão com escopo abrangente ou revisão sistemática que aborde o uso do fNIRS na avaliação do zumbido. Objetivo: Identificar as aplicações do fNIRS na avaliação do zumbido e verificar as variações nos níveis de oxi-hemoglobina e desoxi-hemoglobina entre estudos empíricos envolvendo indivíduos com zumbido. Métodos: A presente análise de escopo envolveu uma pesquisa sistemática de periódicos revisados por pares, com foco em estudos empíricos com participantes humanos com zumbido avaliado por meio do fNIRS. Os termos foram combinados envolvendo “Near-Infrared Spectroscopy” e ”Tinnitus”. Realizamos pesquisas nas seguintes bases de dados, PubMed, Medline, Web of Science, Scopus, Biblioteca Cochrane, LILACS, Biblioteca Virtual em Saúde (Bireme) e EMBASE, abrangendo artigos publicados até 21 de julho de 2023. Dois pesquisadores independentes realizaram a seleção inicial, com discrepâncias resolvidas por um terceiro pesquisador. Resultados: Dez estudos foram incluídos na síntese. Entre os estudos transversais, quatro pesquisas compararam as alterações dos níveis da oxi-hemoglobina em participantes com zumbido e controles. Um estudo adaptou uma sonda no canal auditivo externo para uso no equipamento de fNIRS, enquanto outro do mesmo grupo de pesquisa, avaliou sua eficácia funcional. O artigo do tipo relato de caso empregou o fNIRS para avaliar as alterações no córtex auditivo decorrentes da estimulação transcraniana por corrente contínua em um paciente com zumbido crônico. Estudos longitudinais empregaram o fNIRS para avaliar a efetividade da estimulação magnética transcraniana, da terapia notched sound e da acupuntura para o tratamento do zumbido. Cinco projetos experimentais abrangeram projetos do tipo block-design, três desenvolveram experimentos do tipo resting-state e dois estudos utilizaram ambos. Esses experimentos de block-design exploraram as alterações na atividade cerebral usando estímulos de tons puros (750 ou 8000 Hz) e ruído de mascaramento (ruído de banda larga, ruído de fala, banda estreita, ruído rosa, som entalhado ou ruído branco). Conclusão: O fNIRS tem se mostrado um método vantajoso para estudos sobre zumbido. Existe variabilidade entre os experimentos devido a fatores como tipos de estímulo, duração do experimento, diferentes métodos de processamento de dados e análise estatística, e descrições dos resultados. Estudos futuros são essenciais para contribuir para uma compreensão abrangente do zumbido.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1296
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1296
APLICATIVOS MÓVEIS PARA TRIAGEM AUDITIVA, ZUMBIDO OU HIPERACUSIA: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Oliveira, M. K. ;
He, K. ;
Duda, V. ;
Hébert, S. ;
Picinini, T. ;
Lacerda, A. B. M. ;
Introdução: Os aplicativos móveis são cada vez mais usados, inclusive na área da saúde para monitorar indicadores e condições de saúde, por exemplo, e para facilitar o acesso entre profissional e paciente. Na audiologia, os aplicativos móveis podem ser usados para promover a saúde auditiva e a identificação precoce de déficits auditivos. Objetivo: O objetivo desse estudo foi catalogar os aplicativos disponíveis no campo da prevenção auditiva, especificamente os aplicativos desenvolvidos para triagem auditiva, zumbido ou hiperacusia. Metodologia: Foram incluídos estudos publicados em Inglês e Francês, entre 1992 e 2022 nas quatro bases de dados a seguir: MEDLINE, Embase, CINHAL e Web of Science. Resultados: Essa revisão de escopo foi desenvolvida de acordo com o Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta- Analyses Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR). Após a busca nas bases de dados foram recuperados 430 estudos, dos quais 86 responderam aos critérios de inclusão e foram selecionados para síntese. Dos 86 estudos analisados, 22 usaram aplicativos para triagem auditiva e cinco usaram aplicativos para zumbido, nenhum estudo usou aplicativo relacionado à hiperacusia. Apenas seis aplicativos, no entanto, foram declarados como validados, sendo eles: “Japanese monosyllable speech perceptions", "Cupris© TYM otoscope prototype", "hearScreen", "South African smartphone digits-in-noise test", "hearTest", e "WordRec. Além de Inglês, outras seis línguas foram identificadas nos aplicativos, sendo elas Alemão, Francês, Espanhol, Português e Hebraico. Os aplicativos encontrados são disponibilizados para os sistemas Android e iOs e gratuitamente em sua maioria. Conclusão: Embora exista uma grande variedade de aplicativos que podem ser integrados aos programas de promoção de saúde auditiva, principalmente de forma gratuita, a maioria deles é oferecida no idioma Inglês, o que limita seu uso em países onde este não é o idioma oficial. Além disso, poucos aplicativos são considerados validados. A partir dos dados encontrados na presente revisão, se destaca a importância do desenvolvimento de mais aplicativos móveis validados, com acesso em diferentes idiomas, que possam ser usados para promover a saúde auditiva e o diagnóstico precoce de déficits auditivos, visto que se mostram como alternativas de ferramentas acessíveis de triagem.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1067
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1067
ASPECTOS DO PROCESSAMENTO TEMPORAL EM CRIANÇAS COM CITOMEGALOVIROSE CONGÊNITA ASSINTOMÁTICA
Madeira, L. R. ;
Fabricio, A. F. A. ;
Roncato, A. L. ;
Silva, A. K. ;
Tavares, A. R ;
Introdução: A citomegalovirose congênita (CMVc) é a infecção viral intra uterina mais frequente na infância. O CMVc pode resultar em morbidade a longo prazo em crianças assintomáticas, sendo que, 5% a 15% delas desenvolvem anormalidades tardias.Estudos sugerem comprometimentos em médio e longo prazo em crianças com CMV assintomáticas. Sabendo que o CMV é um vírus neurotrópico e que o processamento auditivo envolve diversas conexões nervosas, é importante investigar essa relação. O processamento temporal é responsável pela análise rápida e precisa de eventos sonoros que ocorrem em um determinado período, influenciando diferentes funções do sistema nervoso auditivo central. Os testes comportamentais Teste de Padrão de Frequência (TPF) e o Random Gap Detection Test (RGDT) são recomendados internacionalmente e avaliam respectivamente as habilidades auditivas de ordenação temporal e resolução temporal Objetivo: Caracterizar aspectos do processamento temporal de crianças com CMVc assintomáticas. Metodologia: estudo analítico observacional de corte transversal, com um único momento de avaliação. O estudo foi separado em dois grupos GE ( Grupo Estudo) N=20 e GC (Grupo Controle) N=10, foram realizadas a entrevista com o responsável, a aplicação do teste de classificação socioeconômica (ABEP), a audiometria tonal limiar e aplicados os testes TPF e RGDT. Os dados foram analisados de forma descritiva.Resultados A média de idade de ambos os grupos foi de 7:9 anos. A escolaridade prevalente das mães do GC e GE foi respectivamente, Ensino Médio Incompleto e Ensino Médio Completo. A maioria das crianças estavam matriculada no Segundo e Terceiro Ano do Fundamental. O nível socioeconômico predominante foi C1-C2 em ambos os grupos.No TPF, o GC obteve maior porcentagem de acerto nas faixas etárias de 6 e 7 anos. No RGDT-expandido, o GE apresentou um tempo médio de resposta menor (54,98ms) em comparação com o GC (59,99ms). Porém no RGDT-padrão, o GE teve um tempo médio de resposta maior (10,99ms) do que o GC (4,20ms). Conclusão: As crianças com CMV assintomático apresentaram pior desempenho no processamento temporal, em particular, na resolução temporal, em relação às crianças de mesma faixa etária e nível socioeconômico.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1170
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1170
ASSOCIAÇÃO ENTRE ALTERAÇÃO DO REFLEXO ACÚSTICO E O TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
PEREIRA, E.B. ;
RIBEIRO, G.E. ;
SILVA, D.P.C. ;
Introdução: O reflexo acústico estapediano é desencadeado pela contração do músculo estapédio na apresentação de um estímulo acústico intenso, realizando a proteção da orelha interna. A presença deste reflexo é encontrada em indivíduos com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade e integridade da orelha média. O processamento auditivo central (PAC) é responsável pela discriminação, localização, reconhecimento e compreensão do estímulo sonoro. Desta forma, indivíduos com Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) apresentam dificuldade em manipular as informações que chegam pela via auditiva, e consequentemente apresentam dificuldades na leitura, escrita e linguagem. Dessa foram, tanto o reflexo acústico estapediano quanto o PAC são mecanismos regulados por estruturas do tronco encefálico, portanto, acredita-se que alterações no reflexo podem predizer alterações no PAC. Objetivo: Revisar sistematicamente a literatura para avaliar se há associação entre a alteração do reflexo acústico e a ocorrência do TPAC em crianças e adolescentes. Metodologia: Esta revisão sistemática foi registrada no International Prospective Register of Systematic Review (PROSPERO) e foi conduzida conforme as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analysis (PRISMA). Foram incluídos estudos observacionais (transversais e caso-controle) realizados em crianças e adolescentes, que tiveram como objetivo avaliar a associação entre a ausência do reflexo acústico e a ocorrência do TPAC. Foram excluídos artigos de revisão, cartas, estudos de caso e resumos para eventos; estudos que incluíram indivíduos adultos e idosos; estudos realizados em indivíduos com PAC e outras doenças associadas; estudos com dados faltantes e que não sejam resgatados por meio do contato com o autor correspondente. A pesquisa foi realizada nas seguintes bases de dados: Pubmed/MEDLINE, Scopus, Web of Science, Embase, LILACS, LIVIVO, Proquest, Google Scholar e Open Grey. A pergunta norteadora foi elaborada com base na estratégia PECOS: “Em crianças e adolescentes, há associação entre a ausência do reflexo acústico e a ocorrência do TPAC em crianças e adolescentes?”. Os dados extraídos dos estudos foram as características do estudo da população, da exposição e do desfecho. As fases 1 (leitura de títulos e resumos) e 2 (leitura na íntegra) foram realizadas por três revisores de forma independente e cega, e a etapa de extração dos dados e a avaliação da qualidade metodológica por dois revisores, sendo que quaisquer discordâncias existentes foram resolvidas em consenso com um terceiro revisor. Resultados: A estratégia de busca recuperou 2333 artigos, após a remoção dos duplicados (621), foi feita a leitura de 1712 títulos e resumos e selecionados 22 para leitura na íntegra, dos quais sete atenderam os critérios de elegibilidade. Dos trabalhos selecionados, seis estudos encontraram associação entre o TPAC e limiares do reflexo acústico aumentado ou até mesmo ausente. Conclusão: Os resultados apresentados por esta pesquisa evidenciam que há associação entre o TPAC e alteração no registro do reflexo acústico e a maioria dos estudos apresentou risco baixo ou moderado de viés.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1230
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1230
ASSOCIAÇÃO ENTRE AS HABILIDADES AUDITIVAS E O DESEMPENHO NO “AUDITORY PROCESSING DOMAINS QUESTIONNAIRE (APDQ)" EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM E SEM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
Braga Jr, J. ;
Pereira, L.D. ;
Dias, K.Z. ;
Pinheiro, M.M.C. ;
Introdução: O indivíduo com Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) apresenta alteração para analisar e processar informações que se manifestam como diferentes inabilidades auditivas. Estudos têm sugerido a aplicação de questionários na identificação de indivíduos com TPAC. O “Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ)" foi desenvolvido para avaliar as queixas auditivas e tem sido recomendado como uma ferramenta de triagem para o TPAC, pois seus escores são capazes de distinguir entre dificuldades auditivas, linguagem e de atenção. Objetivos: Verificar a associação entre as habilidades auditivas e o desempenho no APDQ em crianças e adolescentes com e sem Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Metodologia: Estudo do tipo analítico e multicêntrico com aprovação do comitê de ética em pesquisa. A amostra foi constituída por: GC (Grupo Controle) - 30 indivíduos com desenvolvimento típico; GDCH (Grupo Distúrbios da Comunicação Humana) - 38 indivíduos com TPAC e distúrbio da comunicação humana; GTDAH (Grupo Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) - 50 indivíduos com TDAH e TPAC. Foram incluídos indivíduos na faixa etária entre sete e 17 anos de idade, de ambos os sexos, com o português falado no Brasil como primeira língua, ausência de patologias da orelha média e limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade bilateralmente. Todos os indivíduos foram submetidos a uma bateria mínima de testes comportamentais do PAC. Os responsáveis pelas crianças responderam ao questionário APDQ composto por 50 questões dividido em três domínios: processamento auditivo, atenção e linguagem. Cada questão é pontuada de 4 a 0, totalizando 200 pontos no questionário, refletindo a ausência de prejuízo no processamento auditivo, linguagem e/ou atenção. Os dados foram analisados de forma descritiva e analítica por meio do teste qui-quadrado ou exato de Fisher e a correlação de Spearman. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Observou-se que nos GDCH e GTDAH, as habilidades auditivas mais afetadas foram a ordenação temporal, seguida pela figura- fundo na etapa de separação binaural. Verificou-se que houve diferença estatisticamente significante para a maioria das habilidades auditivas avaliadas quando GDCH e GTDAH foram comparados com o GC (p=0,001), com a exceção das habilidades de fechamento, síntese binaural e localização sonora. Destaca-se que o grupo GTDAH demonstrou o desempenho auditivo mais baixo em comparação ao GDCH, que não apresentavam comorbidade de TDAH. No estudo, houve uma correlação negativa entre a pontuação total do APDQ e os domínios de atenção e linguagem com o número de habilidades auditivas alteradas no GDCH (p=0,001). No entanto, tal achado não foi observado para o GTDAH. Conclusão: Houve uma associação significante entre os grupos na maior parte das habilidades auditivas avaliadas, com destaque para a ordenação temporal, a qual foi a mais afetada tanto no GDCH quanto no GTDAH. O estudo também revelou uma correlação entre os escores do APDQ e o número de habilidades auditivas alteradas, entretanto, essa correlação foi observada apenas no GDCH. Notadamente, os indivíduos do GTDAH demonstraram o pior desempenho tanto no APDQ quanto nas habilidades auditivas avaliadas na avaliação comportamental.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1234
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1234
ASSOCIAÇÃO ENTRE DIABETES MELLITUS, HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E EQUILÍBRIO POSTURAL SEMI-ESTÁTICO EM ADULTOS E IDOSOS
Guesser, V. M. ;
Padilha, F. Y. O. M. M. ;
Baglioni, S. B. ;
Dias, E. R. ;
Cillo, F. S. ;
Moreira, R. R. ;
Rabelo, C. M. ;
Samelli, A. G. ;
Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um conjunto de patologias que possuem diversos fatores de risco, longos períodos de latência e curso prolongado, com origem não infecciosa e podem impactar na funcionalidade do indivíduo. No Brasil, as DCNT são a principal carga de doenças, disfuncionalidades e mortes, sendo um importante problema de saúde pública. O equilíbrio é uma habilidade fundamental para a prontidão física e a vida cotidiana. É controlado por um sistema complexo de músculos, nervos e órgãos sensoriais, os quais permitem manter o corpo estável em diferentes posições e condições. Os órgãos sensoriais responsáveis pelo equilíbrio podem ser afetados por uma série de fatores comuns, como as DCNT, destacando-se a Diabetes Mellitus (DM) e a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Essas doenças podem afetar o suprimento sanguíneo em todo o corpo, incluindo o vestíbulo, órgão sensorial responsável pelo equilíbrio. Estima-se que, mundialmente, aproximadamente meio milhão de pessoas morrem devido a quedas, dos quais mais de 80% estão em países de baixa e média renda. Sendo assim, é importante que a influência destas DCNT sobre o equilíbrio seja investigada. Objetivo: Investigar a associação entre DM, HAS e equilíbrio postural semi-estático em adultos e idosos. Metodologia: Análise transversal de dados de um estudo longitudinal de saúde de adultos e idosos. Foram coletados dados sociodemográficos, de saúde geral e auditiva por meio de prontuário e anamnese, presença de DCNT autorreferidas (DM e HAS) e do teste de Romberg modificado, para triagem do equilíbrio postural semi-estático. Foi considerada falha no teste de Romberg, a impossibilidade da manutenção na posição testada pelo tempo estipulado 15’ ou 30’’ (olhos abertos e fechados, superfície firme e maleável). Resultados: A amostra foi composta por 194 indivíduos, de 47 a 88 anos, com média de idade de 61,9 anos, sendo a maioria do sexo feminino (53,1%) e ensino superior completo (38,2%). A prevalência de DM e HAS foi 22,30% e 43,70%, respectivamente. Destes, 14,30% das pessoas com DM e 18,90% com HAS falharam no teste de Romberg, porém sem diferença estatisticamente significante entre aqueles que falharam e passaram para cada uma das doenças (DM p=0,882; HAS p=0,250). Observou-se, ainda, que quanto maior a idade, maior a proporção de falha no teste de Romberg (para as faixas etárias de 70-79 e acima de 80 anos, houve diferença significante, quando comparadas às demais categorias). Não houve diferença nos resultados da triagem e equilíbrio, quando foram comparados os sexos masculino e feminino. Conclusão: Não houve associação entre as DCNT investigadas neste estudo (DM e HAS) e o equilíbrio semi-estático. No entanto, verificou-se que quanto maior a idade, maior a proporção de falhas no teste. Sendo assim, são necessários estudos adicionais para esclarecer lacunas que ainda existem no conhecimento, uma vez que covariáveis confundidoras podem interferir nesta relação. Nosso estudo terá continuidade e estas covariáveis serão incluídas nas próximas análises para que possamos avançar neste tema.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1089
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1089
ASSOCIAÇÃO ENTRE PERDA AUDITIVA E ALTERAÇÕES EM EQUILÍBRIO EM IDOSOS
BARBUI, T. R. M JOSÉ, M. R.; FRIZZO, A. C. F. ;
ROMBOLA, I. T. ;
ALCANTARA, Y. B. ;
LUIZ, A. L. F. ;
CARLI, Flávia Vilas Boas Ortiz ;
VEDOVATO, G. L. ;
OLIVEIRA, A. M. ;
JOSÉ, M. R ;
FRIZZO, A. C. F. ;
INTRODUÇÃO: Projeções demográficas nacionais indicam um crescimento da população idosa. Dentre as patologias do envelhecimento, destaca-se a perda de audição uma das doenças que mais acomete essa população. Com o avanço da idade mudanças anatomofisiológicas ocorrem no sistema auditivo e por isso idosos com perda auditiva são os que mais têm tendência a ter problemas de audição e equilíbrio por conta dos processos degenerativos. Objetivo: investigar a associação entre perda auditiva com o desequilíbrio e risco de quedas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal. Foram avaliados idosos com perda auditiva em atendimento numa clínica escola. Os critérios de inclusão utilizados foram: idosos com perda auditiva neurossensorial leve a moderadamente severa, bilateral, simétrica, com limiar de audibilidade tonal entre 40 e 70 dBNA em altas frequências (considerando 4, 6, e 8 kHz) e ≤ 25 dBNA nas frequências de 0.25, 0.50, 1, 2 e 3 kHz. Para a coleta de dados utilizou-se o Mini-BESTest (teste clínico do equilíbrio dinâmico, 14 itens pontuados de zero a dois, sendo a pontuação máxima 28 e a mínima 0, idosos caidores ≤ 21) para a avaliação do equilíbrio e o exame de Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) com estímulo click, teste clínico para neurodiagnóstico audiológico. Os dados foram analisados por meio dos testes de correlação de Pearson para verificar associação entre as ondas, amplitudes e intervalos interpicos do PEATE e questionário MiniBEST, sendo considerado o nível de significância de 5% (p<0,05). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem sob número 5.690.286. Resultados: Foram avaliados oito idosos, a maioria da amostra foi composta por idosos do sexo masculino, com média de idade de 77 anos. O presente estudo nos mostrou que 50% dos idosos avaliados apresentaram alteração do equilíbrio. Na presente amostra foi obtida pontuação média de 21,2 pontos no questionário MiniBEST. As latências das ondas III foram mais longas na orelha esquerda. Houve correlação positiva entre o intervalo interpico das ondas I-III da orelha esquerda e a pontuação total do MiniBEST (r=0.99; p=0.03) mostrando que um mal desempenho de equilíbrio esteve relacionado ao intervalo interpico das I-III mais longo e a uma velocidade de transmissão mais lenta nas vias auditivas. Conclusão: Pode-se concluir que nesse estudo houve associação dos resultados do potencial evocado auditivo do tronco encefálico de pacientes com perda auditiva com as alterações de equilíbrio.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1103
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1103
ASSOCIAÇÃO ENTRE PERDA AUDITIVA E EQUILÍBRIO POSTURAL SEMI-ESTÁTICO EM ADULTOS E IDOSOS: ANÁLISE TRANSVERSAL
Padilha, F. Y. O. M. M. ;
Guesser, V. M. ;
Baglioni, S. B. ;
Dias, E. R. ;
Cillo, F. S. ;
Moreira, R. R. ;
Rabelo, C. M. ;
Samelli, A. G. ;
Introdução: Pesquisas atuais sugerem uma possível relação entre perda auditiva
relacionada à idade e a piora na performance física, vestibular e no equilíbrio, com
um consequente aumento do risco de quedas. Alguns estudos sugerem que este
aumento poderia estar relacionado a pouca consciência do ambiente auditivo e
espacial, aos efeitos da perda auditiva na carga cognitiva ou na dificuldade da
atenção compartilhada. Outros acreditam que essa relação possa ser explicada pela
proximidade anatômica entre o sistema vestibular e a cóclea, e outros acreditam que
ambos os sistemas podem ser afetados por causas comuns. Objetivo: Investigar a
associação entre perda auditiva e equilíbrio postural semi-estático em adultos e
idosos. Metodologia: Análise transversal de dados um estudo longitudinal de saúde
de adultos e idosos. Foram coletados dados de saúde geral e auditiva por meio de
prontuário e anamnese, da audiometria tonal liminar e do teste de Romberg
modificado, para triagem do equilíbrio postural semi-estático. Foi considerada perda
auditiva, limiares auditivos acima de 20 dBA na média das frequências de 500 a 8
kHz. Foi considerada falha no teste de Romberg, a impossibilidade da manutenção
na posição testada pelo tempo estipulado 15’ ou 30’’ (olhos abertos e fechados,
superfície firme e maleável). Resultados: A amostra foi composta por 194 indivíduos
(47 - 88 anos, média de 61,9 anos), 53,1% do sexo feminino. A perda auditiva
esteve presente em ambas as orelhas para 45,9% da amostra e o zumbido em
41,2%. Quanto à falha na triagem de equilíbrio, 50% dos idosos com 80 anos ou
mais falharam, seguidos pelos idosos de 70 a 79 anos (33,3%). Houve maior
frequência de falha na manutenção do equilíbrio entre aqueles indivíduos com perda
auditiva (21,9%) quando comparados aos indivíduos sem perda auditiva (10,1%)
(p=0,028). O grupo que falhou no teste de equilíbrio apresentou média dos limiares
auditivos de 29,8 dBNA para ambas as orelhas e o grupo que passou teve média de
20,9 dBNA (p=0,019). Conclusão: Observou-se associação entre perda auditiva e
equilíbrio postural semi-estático na amostra avaliada, verificada tanto pela proporção
de falhas na triagem do equilíbrio, como pelas médias dos limiares auditivos maiores
nos indivíduos que falharam neste teste. Estes achados sugerem que a falha no
teste do equilíbrio pode estar relacionada com a perda auditiva. No entanto, são
necessários estudos adicionais para esclarecerem lacunas que ainda existem no
conhecimento, uma vez que covariáveis confundidoras podem interferir nesta
relação. Nosso estudo terá continuidade e estas covariáveis (por exemplo, doenças
crônicas e idade) serão incluídas nas próximas análises para que possamos avançar
neste tema.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1093
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1093
ATITUDE DE JOVENS EM AMBIENTES RECREATIVOS RUIDOSOS: REVISÃO DE ESCOPO
Carvalho, E. L. ;
Conacci, B. J. ;
Trescastro, M.V. ;
Cavalcanti, H. G. ;
Lacerda, A. B. M. ;
Reis, R. A. ;
Introdução: A exposição a locais de entretenimento ruidosos e dispositivos de escuta pessoal é crescente no cotidiano dos jovens adultos e pode impactar diferentes aspectos da saúde e participação social. Estima-se que mais de um bilhão de jovens com idades entre 12 e 35 anos, em todo o mundo, estejam em risco de sofrer alterações auditivas devido à exposição ao ruído em situações de lazer. Em 2015, a perda auditiva foi considerada a quarta principal causa de anos vividos com incapacidade (Years Lived with Disability - YLD) em todo o mundo. Objetivo: Sintetizar o conhecimento científico disponível sobre a atitude de jovens em ambientes com ruído recreativo. Estratégia de pesquisa: Revisão de escopo conduzida em dezembro de 2023, segundo diretrizes reconhecidas internacionalmente, com protocolo definido por estratégia de busca adequada para as bases de dados LILACS, PsycINFO, PubMed, Web of Science, Scopus e Google Scholar e as variáveis a serem extraídas dos estudos. Os critérios de seleção foram artigos originais, sem restrição de idioma ou período. Foram utilizados o gerenciador de referência Zotero e Rayyan para apoiar os dois revisores blindados que selecionaram os estudos incluídos, extraíram dados e sistematizaram em tabelas, figuras e texto descritivo. Resultados: Dos 963 títulos selecionados, foram incluídos 50 artigos originais revisados por pares, 44 em inglês, 28 publicados nos últimos 10 anos e nove realizados em países em desenvolvimento. Os países que mais publicaram foram os Estados Unidos da América (20), Bélgica (6), Austrália (5), Suécia e Brasil (4). A população dos estudos estava na faixa etária entre 12 e 35 anos, a maioria classificada como escolares e universitários. Foram utilizados três instrumentos para a mensuração da atitude e o Youth Attitudes to Noise Scale (YANS) apareceu em 28, dos 30 estudos. As principais atitudes presentes na literatura são positivas em relação ao ruído, consideradas de risco, e se referem à utilização de volumes intensos em dispositivos de música com fones de ouvido. Dentre as atitudes negativas ao ruído, protetivas, podem ser citadas o afastamento de locais ruidosos e aceitação de protetores auriculares em ambientes de lazer. Ações de educação em saúde foram abordadas, mas é preciso um aprofundamento na análise de impacto das mesmas. É importante destacar que o tema está previsto na Base Nacional Curricular Comum da Educação Básica no Brasil e os professores podem se beneficiar de um conhecimento científico bem fundamentado. A Organização Mundial de Saúde tem investido em ações relacionadas à temática para fomentar a mudança de comportamento e atitude, pelo desafio Make Listening Safe. Contudo, é preciso ampliar estudos com metodologia mais robusta, principalmente incluindo os países em desenvolvimento. Conclusão: Esta revisão se demonstrou complexa, mas oferece direcionamento para que profissionais da saúde qualifiquem os conceitos, busquem instrumentos validados para uso e organizem práticas educativas de intervenções em saúde auditiva sobre a atitude de jovens em ambiente ruidoso recreativo. Espera-se o compartilhamento de mais experiências e comunicação assertiva para subsidiar gestores, profissionais da educação e população em geral para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à audição segura.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1330
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1330
ATUAÇÃO DA LIGA DE AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO PARA A PROMOÇÃO DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE SAÚDE AUDITIVA E VESTIBULAR NA COMUNIDADE EXTERNA.
Silveira,I.F ;
Maraninchi, F.M ;
Schotikis, I.C ;
Zambeli, J.G.A ;
Santos, M.F.C ;
Soldera, C.L.C ;
INTRODUÇÃO: O UFCSPA Acolhe se trata de uma iniciativa na qual a universidade abre suas portas à comunidade, proporcionando uma visão abrangente de seus cursos de graduação, pós-graduação, programas e projetos de ensino, extensão e pesquisa. A participação da Liga de Audição e Equilíbrio nesse evento é uma oportunidade para interagir com o público externo, destacando a importância da educação em saúde auditiva e vestibular. OBJETIVO: Apresentar as atividades promovidas pela Liga Acadêmica, focadas em proporcionar experiências educativas e práticas relacionadas à audição e equilíbrio para o público externo, visando disseminar conhecimento e promover a conscientização sobre a saúde auditiva e vestibular. METODOLOGIA: Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. Foram realizadas atividades teórico-práticas com os visitantes interessados, com uma dinâmica voltada para a área da audição e do equilíbrio. Quanto à audição, foram realizadas práticas baseadas nos testes de acumetria, com um diapasão de 512 Hz, além de um simulador virtual de perda auditiva. Em relação ao equilíbrio, a atividade foi baseada nos testes de Romberg, Romberg-Barré e marcha de Fukuda, por meio de marcações no chão. A dinâmica foi realizada em sala silenciosa dentro da Universidade, contendo todos os materiais necessários e pôsteres com conteúdos relacionados ao assunto. A atividade foi proposta e guiada por oito alunos de fonoaudiologia e medicina, sob a supervisão da coordenadora da Liga Acadêmica. Todas as atividades apresentaram caráter educativo, sem diagnósticos clínicos, e os participantes foram devidamente informados sobre isso. RESULTADOS: Com essa experiência foi possível alcançar um público diverso, composto principalmente por estudantes do Ensino Médio e cursos pré-vestibulares. Durante as quatro horas de atividades, diversas pessoas se interessaram pelos testes de audição e equilíbrio que estavam sendo apresentados, totalizando cerca de 100 participantes na dinâmica. O interesse e curiosidade demonstrados pelos participantes refletiram-se em um engajamento significativo, evidenciando a relevância dessas iniciativas educativas. CONCLUSÕES: Foi perceptível que as atividades educativas e práticas promovidas pela Liga Acadêmica durante o UFCSPA Acolhe desempenharam um papel fundamental na conscientização da comunidade externa sobre a importância da saúde auditiva e vestibular. Essas experiências são essenciais para capacitar e conscientizar as pessoas sobre a importância da saúde auditiva e vestibular, para que assim consigam manter a qualidade de vida ao longo do tempo. Além disso, destaca-se a importância das ligas acadêmicas como agentes de educação em saúde.
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Página(s): p.1082
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1082
AUDBILITY: MONITORAMENTO DAS HABILIDADES AUDITIVAS EM CRIANÇAS COM DISFONIA COMPORTAMENTAL APÓS ESTIMULAÇÃO AUDITIVA E VOCAL
Tanaka, T.N. ;
Constantini, A.C. ;
Lemos, A.C.P. ;
Maunsell, R. ;
Amaral, M.I.R. ;
Introdução: O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) pode ocorrer
associado a diferentes quadros na infância, dentre eles, a disfonia comportamental.
Assim, métodos adequados de estimulação e monitoramento das habilidades auditivas
podem auxiliar na reabilitação de crianças com disfonia. O AudBility foi validado como
protocolo de triagem das habilidades auditivas e, apesar de ser utilizado clinicamente
também como um recurso de monitoramento terapeutico, nenhum estudo foi realizado
nesse sentido. Objetivo: Analisar o desempenho de um grupo de crianças de 6 a 10
anos com disfonia comportamental no programa AudBility e no Questionário de
Sintomas Vocais Pediátrico (QSV-P), aplicados pré e pós um protocolo de estimulação
vocal e auditiva. Método: Estudo quantitativo, descritivo, de intervenção e de corte
longitudinal (CEP - 4.793.214). Foram incluídas 9 crianças com média de idade de
8,27+1,56 anos, sendo 5 (55,55%) meninas, com desenvolvimento típico, falantes
nativos do português, diagnóstico fonoaudiológico e otorrinolaringológico confirmado de
disfonia comportamental sem processo de reabilitação iniciado, desempenho escolar
adequado para a idade, com audição periférica normal e ausência de histórico de otite.
Após avaliação audiológica básica, os seguintes procedimentos foram aplicados: QSV-
P (versões autopercepção e parental), programa AudBility, composto pelo Questionário
de Autopercepção do Processamento Auditivo Central (QAPAC), nas versões
autopercepção e parental, e tarefas auditivas de localização sonora (LS), integração
binaural (IB), fechamento auditivo (FA), figura fundo (FF), resolução temporal (RT) e
ordenação temporal de frequência (OT-F). Após a avaliação, os participantes passaram
por quatro sessões de terapias que contemplaram 30 minutos de exercícios vocais e
orientações sobre cuidados com a voz e 30 minutos de estimulação auditiva por meio
de atividades do programa Afinando o Cérebro e exercícios para casa. Ao fim da
intervenção, as crianças foram reavaliadas. O teste de Wilcoxon comparou o
desempenho entre os dois momentos de aplicação. Adotou-se nivel de significancia de
5%. Resultados: Todas as tarefas do AudBility apresentaram melhora nas médias das
pontuações de acertos no momento pós e foi observada diferença significante entre os
dois momentos de aplicação nas tarefas de FA (p=0,039) e FF ( p=0,032). A melhora
também foi observada na média de escore do QAPAC, sugerindo redução na percepção
de sintomas auditivos, tanto na versao autopercepção (de 44+7,07 para 47,7+6,31)
quanto parental (de 37,62+7,94 para 44,42+8,10). Observou-se também redução das
percepção de sintomas vocais no QSV-P, tanto na versão autopercepção (de 11,56+9,81 para 9,96+7,87) quanto parental (de 14,71+11,22 para 5,17+3,61)
Conclusão: Na comparação pré e pós intervenção terapêutica, foi possível observar
melhora no desempenho da amostra em ambas as versões dos questionários QSV-P e
QAPAC, e tarefas auditivas. Os dados reforçam a confiabilidade do AudBility e
demonstraram a aplicabilidade do programa para a população de crianças com disfonia
comportamental.
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Página(s): p.1088
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1088
AUDBILITY: PROTOCOLO DE BATERIA MÍNIMA DE TRIAGEM DAS HABILIDADES AUDITIVAS EM CRIANÇAS COM E SEM DIFICULDADES ESCOLARES
Lemos, A. C. P. ;
Carvalho, N. G. ;
Ubiali, T. ;
CARVALHO, B. R. ;
COLELLA-SANTOS, M.F. ;
AMARAL, M. I. R. ;
Introdução: O AudBility é um programa de triagem das habilidades auditivas desenvolvido
recentemente no Brasil. Estudos iniciais e de validação destacaram o AudBility como eficaz
e, dentre os resultados, apresentaram uma proposta de bateria mínima visando a redução do
tempo de aplicação, que ainda não foi validada. Objetivo: Descrever o desempenho de
crianças com e sem dificuldades escolares na triagem das habilidades auditivas com base em
um protocolo mínimo do programa AudBility. Método: Estudo descritivo e comparativo,
corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética (#6.216.032) e realizado em parceria com
uma escola da Rede Pública. Participaram 63 crianças, 30 meninos, média de idade
7,78+0,65anos, falantes nativas do português, sem alterações auditivas periféricas
identificadas na avaliação audiológica básica, sem síndromes ou transtornos do
neurodesenvolvimento e com desempenho mínimo nível III - na média ou acima da média da
capacidade intelectual - no Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven. Os
procedimentos foram: Teste de Desempenho Escolar (TDE II) e protocolo do AudBility,
composto pelo questionário de autopercepção do programa (QAPAC) e tarefas de integração
binaural (IB), resolução temporal (RT) e ordenação temporal de frequência (OT-F). A partir
do desempenho obtido no TDE II, os participantes foram divididos em: 48 crianças com bom
desempenho escolar (G1) e 15 crianças com dificuldade escolar (G2). Os resultados foram
analisados a partir da estatística descritiva e em relação ao critério de passa/falha de cada
tarefa e do questionário. Resultados: No G1, a média de desempenho de acertos na tarefa de
IB foi de 91,15%+7,38 na orelha direita (OD) e 86,25%+8,66 na orelha esquerda (OE), sendo
que 15 crianças falharam. Nenhuma criança falhou na tarefa de RT, com limiar médio de
4ms; e na tarefa de OT-F a média de acertos foi 90,42%+17,5 (OD) e 86,67%+17,18 (OE),
com 13 crianças que falharam. Ainda no G1, o escore médio do questionário QAPAC foi
45,04+5,93, acima do corte de risco para o transtorno do processamento auditivo (TPAC) e
19 crianças falharam. No G2, a média da tarefa de IB foi 85%+0,09 (OD) e 78,67%+0,21
(OE) e 12 falharam. O limiar médio de RT foi 4,13ms+0,51 e uma criança falhou. A média
de acertos de OT-F foi 85,33%+0,15 (OD) e 84%+0,21 (OE) e sete falharam. Já no
QAPAC o escore médio foi de 40,53+8,38, abaixo do corte de risco e oito falharam. 13
crianças não apresentaram nenhuma alteração, sendo todas do G1. Considerando ao menos
uma tarefa alterada, 26 escolares do G1 (54,16%) e 14 do G2 (93,33%) apresentaram risco
para o TPAC. Além disso, nove crianças do G1 e uma do G2 apresentaram risco apenas
identificado pelo QAPAC. Conclusão: As análises iniciais aqui apresentadas contribuem
para o estudo de validação da bateria mínima do programa AudBility. Os escores médios de
desempenho dos participantes do G1 estiveram alterados para a tarefa de IB na OE, enquanto
os participantes do G2 apresentaram escores médios alterados na tarefa de IB para ambas as
orelhas e também no QAPAC. Dos 63 participantes, 50 (79,36%) apresentaram alteração em
pelo menos um dos testes.
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Página(s): p.1192
ISSN 1983-1793X
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AUDIOLOGIA EDUCACIONAL E PRÁTICA FONOAUDIOLÓGICA: ESTRATÉGIAS PARA IDENTIFICAÇÃO PRECOCE E INTERVENÇÃO EM CRIANÇAS SURDAS NA PERSPECTIVA DA LIBRAS
ALVES, G. M. ;
LOURENÇO, Í. M. M ;
FERNANDES, M. G. G ;
SOUSA, A. B. M. F ;
SILVA, M. C ;
DOMINGUES, J. S. ;
CORDEIRO, A. C. F. ;
SIMI, C. C. ;
SILVA, I. M ;
Introdução: O debate em torno da educação e intervenção de crianças surdas ganhou destaque nas últimas décadas, especialmente no contexto do enfoque bilíngue. No Brasil, a reabilitação bilíngue para surdos, iniciada nos anos 1990, propõe o acesso precoce à Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e, simultaneamente, ao ensino do português como segunda língua. Essa abordagem visa a inclusão e o desenvolvimento linguístico e cognitivo das crianças surdas, destacando o bilinguismo como uma peça-chave nesse processo. Objetivo: Investigar a atuação fonoaudiológica na audiologia educacional em contextos de bilinguismo, utilizando tanto a língua de sinais quanto a oralização como modalidades de comunicação no processo de reabilitação auditiva. Metodologia: A metodologia utilizada foi a revisão de literatura, onde os passos incluíram a identificação da questão de pesquisa, seguida por uma busca na literatura científica em bases de dados como Pubmed, Periódicos Capes e Scielo, avaliação dos artigos selecionados, análise e discussão dos resultados. A pergunta central que orientou essa pesquisa foi: "Como a audiologia educacional pode contribuir para a identificação precoce da surdez durante a fase escolar, e qual é o papel da fonoaudiologia clínica na intervenção, especialmente considerando o contexto do bilinguismo?”.Nesse contexto, foi utilizado palavras-chave como: “Bilinguismo”,“Língua de Sinais", “Audiologia”, “Crianças Surdas” e ”Intervenção Fonoaudiológica”. Os seguintes critérios de inclusão foram adotados para a seleção das produções: artigos em inglês e português, nas bases de dados e recorte temporal, utilizando o filtro “período” nos últimos 10 anos. Por outro lado, foram excluídos estudos que não estivessem disponibilizados integralmente online e de conteúdo duplicado e que não obtivessem relação com o público-alvo/crianças. Resultados e Discussão: Para compor o escopo deste trabalho foram encontrados 9 artigos. Onde 6 relacionavam o bilinguismo com a prática fonoaudiológica, variando desde periódicos até estudo experimental e nenhum especificamente relacionando a audiologia educacional à temática principal. Apesar das diferenças entre os estudos, os resultados indicam que a prática fonoaudiológica experimentou mudanças significativas ao adotar uma abordagem bilíngue para surdos, onde a Libras se encontra como língua primária (L1) e o português oral/escrito como segunda língua (L2), marcando um progresso significativo na promoção do desenvolvimento linguístico e identidade da comunidade surda. A atuação do fonoaudiólogo bilíngue não se restringe apenas à reabilitação auditiva, mas também como facilitador de relações para crianças/adolescentes surdos e suas famílias. A ênfase no acesso precoce a Libras na clínica reconhece-a como fundamental para um desenvolvimento linguístico completo e provoca revisões nas práticas terapêuticas, integrando oralidade, escrita e Libras. Além disso, a perspectiva bilíngue destaca que a Libras pode facilitar a aquisição da linguagem oral, promovendo o desenvolvimento linguístico global da pessoa surda. Conclusão: Diante dos estudos analisados, fica evidente que implementar a abordagem bilíngue no contexto fonoaudiológico é um desafio significativo, especialmente relacionados às barreiras linguísticas e comunicativas, agravadas durante a escolarização, onde a falta de uma língua comum entre pais e filhos somada a falta de aceitação por parte dos pais dificulta o processo.
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Página(s): p.1181
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1181
AUTOAVALIAÇÃO DA INTERAÇÃO ENTRE PAIS E SEUS FILHOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Almeida, C. M. ;
Santos, F. R. ;
Delgado-Pinheiro, E.M.C. ;
INTRODUÇÃO: O conhecimento dos aspectos relevantes na interação comunicativa entre os pais e seus filhos com deficiência auditiva poderá possibilitar o aproveitamento das situações de comunicação no ambiente familiar para contribuir com o desenvolvimento da audição e linguagem dessas crianças. OBJETIVO: Verificar o efeito da autoavaliação dos pais sobre a interação comunicativa com seu filho que apresenta deficiência auditiva. METODOLOGIA: Estudo transversal e prospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 64591522.5.0000.5406). Os participantes foram cinco mães de cinco crianças com deficiência auditiva sensorioneural, usuárias de implante coclear e/ou aparelho de amplificação sonora individual que frequentam um programa de reabilitação auditiva. As interações mãe/filho foram analisadas a partir de filmagens que ocorreram separadamente em duas etapas. Na primeira etapa, após a filmagem, houve a explicação sobre cada comportamento a ser observado. Os pais realizaram a autoavaliação da interação utilizando uma Escala Likert com sete pontos, variando de “raramente” a “frequentemente”. Foram observados 22 comportamentos que promovem a estimulação da audição e linguagem, organizados nas categorias: sensibilidade, comportamentos em resposta à criança, comportamentos de atenção compartilhada e comportamentos gerais (COLE,1992). Na segunda etapa, após a filmagem, os pais realizaram a pontuação sem explicações. A análise dos resultados foi realizada por estatística descritiva (mínimo, mediana e máximo) das categorias. RESULTADOS Após os pais compreenderem os comportamentos importantes em uma interação comunicativa, houve aumento na frequência dos comportamentos relacionados à “sensibilidade”. Em relação aos “comportamentos em resposta à criança” a utilização de palavras apropriadas foi mais frequente pós-intervenção, ou seja, segunda filmagem. Na “atenção compartilhada” os comportamentos avaliados pelos pais foram pontuados ocorrendo “frequentemente” na primeira filmagem com aumento da frequência, na segunda filmagem. Nos “comportamentos gerais” principalmente a utilização de gestos apropriados, foi mais frequente na segunda filmagem. CONCLUSÕES: A autoavaliação com a explicação sobre os comportamentos que propiciam o desenvolvimento da audição e linguagem, utilizando a filmagem da interação comunicativa, demonstrou ser efetiva para as interações mãe/filho com deficiência auditiva, pois, em uma situação controlada, apresentaram maiores pontuações na segunda filmagem.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1353
ISSN 1983-1793X
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AUTORRELATO VS. MEDIDA PSICOACÚSTICA NA INVESTIGAÇÃO DA HIPERACUSIA EM ADULTOS SEM PERDA AUDITIVA E SEM QUEIXA: ESTUDO DE UM QUESTIONÁRIO
Utyama, A. Y. ;
Lunardelo, P. P. ;
Simões, H. O. ;
Zanchetta, S. ;
Introdução: A hiperacusia é um transtorno da percepção auditiva caracterizado como uma intolerância ao loudness para sons presentes no dia-a-dia. Esta condição é considerada heterogênea e uma das justificativas para isto é a falta de uniformidade no emprego do termo e das ferramentas utilizadas para sua investigação. Atualmente são duas as ferramentas mais utilizadas, o limiar de desconforto – considerada padrão ouro – e os questionários, dentre eles o Hyperacusis Questionnaire (Questionário de Hiperacusia - QH). Objetivo: Caracterizar as respostas do Questionário de Hiperacusia e dos limiares de desconforto, além de determinar a reprodutibilidade das duas ferramentas. Metodologia: Estudo aprovado pelo CEP institucional, CAAE 71381523.5.0000.5440. A casuística foi composta por 21 sujeitos, de 18 a 39 anos de idade, sendo 11 do sexo masculino e 10 do sexo feminino. Todos os sujeitos realizaram: a) audiometria tonal limiar; b) rastreio do estado de consciência mental (Mini-Exame do Estado Mental - MEEM-2); c) investigação da autopercepção de dificuldade auditiva (Amsterdam Inventory for Auditory Disability and Handicap versão em português brasileiro - Pt-AIADH); d) investigação quanto a sintomas de ansiedade e depressão (The Hospital Anxiety and Depression Scale - HADS); e) investigação de sintomas de HPA com o HQ; e) pesquisa do limiar de desconforto (LD). Resultados: A casuística não apresentou dificuldade auditiva através da pontuação do Pt-AIADH, porém foi possível constatar comportamento de ansiedade na população através do HADS. O LD variou de 48 a 120 dB NA com valores médios acrescidos do desvio padrão de 61,6 a 82,4 dB NA. Ainda, para o LD, houve diferença dos valores entre as frequências (p < 0,0001); a análise multivariada entre as frequências mostrou que o LD da frequência de 0,25k Hz foi significativamente maior em relação as demais frequências, com exceção de 4k Hz (0,5k Hz p = 0,0003; 1k Hz p< 0,0001; 2k Hz p= 0,0003; 3k p= 0,0081; 4k p= 0,9766; 6k p< 0,0001; 8k p< 0,0001); outro resultado que pode ser destacado foi que a partir de 4 kHz, todos os LD das demais frequências foram diferentes, de forma significativa, em relação as outras frequências, inclusive entre elas mesmas. Para o QH, o escore total computando a média mais o desvio padrão atingiu 12,5 pontos. Conclusão: Em indivíduos adultos com idades entre 18 à 39 anos, normo-ouvintes e sem queixa de HPA o escore para o HQ foi menor em relação ao proposto para a identificação do sintoma; os LDs foram menores que o proposto pela literatura e diferentes entre as frequências. Os dois instrumentos apresentaram boa reprodutibilidade.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1254
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1254
AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA NA ANEMIA FALCIFORME: ESTUDO DE CASO
LVR ;
Lima, V. R. O. ;
GD ;
INTRODUÇÃO: A Doença Falciforme é uma das enfermidades genéticas e hereditárias mais comuns no mundo. A alteração molecular faz com que ocorra uma mudança na forma dos glóbulos vermelhos tornando-os semelhantes a uma foice. A deficiência auditiva nesses indivíduos pode se dar devido à sensibilidade da cóclea à vaso-oclusão que pode gerar isquemia e anoxia coclear.Há poucos estudos sobre a avaliação dos sistema auditivo central nestes indivíduos. OBJETIVO: Apresentar os dados da avaliação audiológica básica, avaliação eletrofisiológica da audição e avaliação comportamental do processamento auditivo central em um caso de anemia falciforme. MÉTODO: Foram realizadas audiometria tonal liminar, logoaudiometria, medidas de imitância acústica, avaliação eletrofisiológica com registro dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico e longa latência e a avaliação comportamental do processamento auditivo central composta pelos testes de localização sonora, masking level difference, memória sequencial para sons verbais e não verbais, reconhecimento de padrão de frequência, índice percentual de reconhecimento de fala, teste de fala com ruído, teste dicótico de dígitos, Identificação de Sentenças Sintéticas e Random Gap Detection Test. DESCRIÇÃO DO CASO: O paciente é um menino de 9 anos, sexo masculino, cursando ensino fundamental, preferência manual direita e genótipo HbSS. Sem intercorrências gestacionais ou perinatais. Nega dificuldades e repetições escolares, bem como queixas auditivas, zumbido e tontura. Faz uso de Ácido Fólico e Hidroxiuréia. RESULTADOS: Na avaliação Audiológica básica, apresentou limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, curvas timpanométricas do tipo A e reflexos acústicos contralaterais presentes bilateralmente. No Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico apresentou presença das ondas I, III e V, para cliques, com latências absolutas das ondas I, III e IV e intervalos interpicos I-III, III-V e I-V dentro dos padrões da normalidade. No Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência, os componentes N2 e P3 foram registrados com latências dentro do padrão de normalidade em ambas as orelhas. Apresentou transtorno de Processamento Auditivo Central com prejuízo nos mecanismos fisiológicos de discriminação de sons verbais em escuta dicótica, discrimininação de padrões sonoros e de pausas interestímulos, compatíveis com alteração nas habilidades auditivas de Ordenação temporal simples e complexa, figura fundo para sons linguisticos e resolução temporal. Frente aos achados, recomendou-se terapia fonoaudiológica com ênfase na reabilitação auditiva e treinamento auditivo acusticamente controlado. CONCLUSÃO: O caso apresentado revelou audição periférica e eletrofisiológica da audição normais para a faixa etária e transtorno do processamento auditivo central.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1055
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1055
AVALIAÇÃO AUDITIVA EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS USUÁRIOS DE FONES DE OUVIDO: AUDIOMETRIA TONAL E EMISSÕES OTOACÚSTICAS
Câmara, L. A. ;
Varjão, L. F. S. ;
Oliveira, T. C. G. ;
Silva, I. M. C. ;
Pereira, V. R. C. ;
Introdução: O sistema auditivo desempenha um papel fundamental na recepção e interpretação dos estímulos sonoros do ambiente e engloba diversas estruturas. As células ciliadas externas funcionam como um amplificador coclear e a exposição prolongada a ruídos altos e contínuos pode resultar em danos a essas células, levando à ocorrência de perda auditiva. A perda auditiva induzida por ruído (PAIR) representa a segunda causa mais comum de hipoacusia neurossensorial e é considerada uma doença crônica irreversível. No que diz respeito ao uso de fones de ouvido, sabe-se que essa tecnologia faz parte do uso cotidiano dos jovens e está voltada para a amplificação sonora individual e seu uso contínuo pode ocasionar PAIR. Objetivo: Avaliar a audição de usuários de fones de ouvido e identificar possíveis alterações auditivas por meio de Audiometria Tonal, Emissões Otoacústicas Transientes (EOAT) e por Produto de Distorção (EOAPD). Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 3.344.836/2019). Participaram 42 estudantes universitários entre 18 a 26 anos, média de 21,07 (±1,23). Foram avaliados por meio da audiometria tonal nas frequências convencionais e nas emissões nas frequências de 1000, 1500, 2000, 3000 e 4000 Hz. Os dados foram analisados por meio do t test, análise de variância (ANOVA) e tukey test. Resultados: Os participantes tinham como perfil de utilização dos fones de ouvido de inserção, por cerca de 3 horas diárias, 3 ou mais vezes por semana, por mais de 5 anos. A audiometria tonal identificou um entalhe em 6000 Hz compatível ao apresentando na Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), porém os limiares dos participantes apresentam-se dentro da normalidade. As médias dos limiares tonais das orelhas foram comparadas por meio do t-test. Não foram constatadas diferenças entre as orelhas. A análise de variância mostrou diferença (p<0,05) na orelha direita entre as frequências de 6000 e 1000 Hz, 6000 e 2000 Hz, 6000 e 3000 Hz, 6000 e 4000 Hz, além de 250 e 2000 Hz. Na orelha esquerda, entre 6000 Hz e as demais frequências, exceto 250 e 500 Hz, e entre 250 e 2000 Hz, 250 e 3000 Hz, 250 e 4000 Hz, como também 500 e 3000 Hz, 500 e 4000 Hz. Nos testes EOAT e EOAPD, foi observado atividade normal das células ciliadas externas. Na análise das EOAT, não houve diferença entre orelhas ou frequências. Na EOAPD, foi observada diferença entre os resultados da orelha direita e esquerda (p<0,05) apenas ao comparar a frequência de 1500 Hz. Conclusão: O hábito de utilização dos fones de ouvido em jovens universitários parece não ter provocado alterações relevantes na função das células ciliadas externas ou nos limiares tonais, exceto na frequência de 6000 Hz, no recorte deste estudo. Faz-se necessária a orientação e conscientização sobre os hábitos auditivos, além do acompanhamento da função auditiva ao longo dos anos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1106
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1106
AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL E ELETROFISIOLÓGICA DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL DE INDIVÍDUOS COM DOENÇA FALCIFORME
Lopes, R.V. ;
Braga, J.A.P. ;
Gil, D. ;
Introdução: A doença falciforme é uma anemia hemolítica, de origem genética, caracterizada por um padrão de herança autossômico recessivo e faz parte do grupo das hemoglobinopatias, estando entre as doenças genéticas de maior incidência no mundo. É uma doença de caráter multifatorial, expressa por uma diversidade de fatores que levam a um severo impacto na vida dos indivíduos acometidos. Devido à vaso-oclusão, indivíduos com a doença falciforme podem ter uma deterioração progressiva na audição. Pouco se sabe a respeito das habilidades auditivas centrais neste grupo tão significativo da população brasileira. Sendo assim, o objetivo do estudo foi avaliar o processamento auditivo central de indivíduos com doença falciforme. Métodos: Estudo de corte transversal com crianças portadoras de doença falciforme. As crianças realizaram a avaliação comportamental e eletrofisiológica do processamento auditivo central utilizando dez testes especiais para a avaliação comportamental, sendo eles o Teste de Fala com Ruído, Identificação de Sentenças Sintéticas, Dicótico Consoante-Vogal, Dicótico de Dígitos, Random Gap Detection Test, Masking Level Difference, Padrão de Frequência, Localização Sonora, Memória Sequencial para Sons Verbais e Não Verbais. Para a avaliação eletrofisiológica da audição utilizou-se os Potenciais Evocados Auditivos de Curta e Longa Latência. Foi realizada estatística descritiva e para verificar a validade de constructo dos testes aplicados uma análise fatorial confirmatória. Resultados: Um total de 28 sujeitos foram avaliados, sendo 18 meninas e dez meninos com média de 9,46 anos. Um total de 85,7% das crianças apresentou Transtorno do Processamento Auditivo Central. Os participantes apresentaram um maior índice de alteração para as habilidades auditivas de figura fundo para sons verbais em tarefa de atenção dividida e ordenação temporal complexa para sons não verbais. No potencial de longa latência todos os sujeitos apresentaram normalidade do componente P3. No potencial de curta latência 32,1% e 28,6% dos sujeitos apresentaram resultados alterados para as orelhas direita e esquerda, respectivamente. Dois modelos fatoriais de análise fatorial combinatória foram criados com base na teoria existente da literatura. No modelo 2, os testes que contribuíram significativamente para a formação do fator PAC foram o Teste de Localização Sonora, Memória Sequencial Não Verbal, Fala com Ruído e Dicótico Consoante-Vogal. Todas as variáveis observadas contribuíram significativamente para a formação do fator PEATE. Houve uma relação estatisticamente significativa entre os fatores PAC e PEATE. Conclusão: Indivíduos com doença falciforme apresentam transtorno do processamento auditivo central, identificado primordialmente pela avaliação comportamental.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1292
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1292
AVALIAÇÃO CORTICAL DO ZUMBIDO ATRAVÉS DA ESPECTROSCOPIA FUNCIONAL EM INFRAVERMELHO PRÓXIMO
Martins, M. L. ;
Morya, E. ;
Lima, L. K. A. ;
Isabelle, C. V. ;
Balen, S. A. ;
Machado, D. G. S. ;
Rosa, M. R. D. ;
Introdução: O zumbido é a percepção consciente de um som sem existir fonte sonora externa correspondente. A espectroscopia funcional em infravermelho próximo (fNIRS) é uma técnica utilizada para avaliar a resposta hemodinâmica, através das alterações nos níveis da oxi-hemoglobina e desoxi-hemoglobina indicando mudanças na atividade cortical. O fNIRS pode ser utilizado para medir a resposta hemodinâmica resultante de estímulos sonoros, portanto é interessante para entender a sintomatologia do zumbido e consequentemente direcionar maneiras de avaliar e tratar o sintoma. Objetivo: Comparar as mudanças nos níveis de concentração da oxi-hemoglobina de indivíduos com e sem zumbido, usando estimulação auditiva (ruído branco, 1000 Hz, frequência do zumbido/10.000Hz e silêncio) através do fNIRS. Métodos: O estudo foi composto por dois grupos, um com zumbido crônico e sem perda auditiva (n=23) e um grupo controle com sujeitos sem perda auditiva e sem zumbido crônico (n=23). O grupo com zumbido respondeu a questionários (anamnese do zumbido, Escala Visual Analógica, Tinnitus Handicap Inventory e Tinnitus Functional Inventory) e realizou exames auditivos (Audiometria Tonal, acufenometria, Nível Mínimo de Mascaramento e Inibição Residual). Todos os participantes foram avaliados por uma tarefa auditiva para analisar a atividade do córtex auditivo evocada pelos diferentes sons. O fNIRS continha 20 canais dispostos em matrizes 4x2 sobre os córtices frontal, temporal e parietal. A região de interesse foi focada no córtex auditivo primário bilateralmente, cobrindo o giro de Heschl (giro temporal superior, giro temporal médio, giro supramarginal e giro pós-central) (ROI 2 e 5). As demais regiões foram a região auditiva circunvizinha, abrangendo parte dos cortex frontal e parietal (ROI 1, 3, 4 e 6). Foi utilizado a apresentação de sons em um block-design de escuta passiva, com sons de 15s intercalados com períodos de silêncio randomizados entre 15-25s. Resultados: Houve diferença no tipo de som apresentado, na região de interesse e no canal quando analisados isoladamente. Como também, na interação entre grupo e condição, e entre grupo e canal. A frequência do zumbido diminuiu os níveis de oxi-hemoglobina, enquanto o ruído branco e 1000Hz aumentaram os níveis de oxi-hemoglobina. Todas as condições diferem umas das outras, exceto 1000Hz com o silêncio no grupo de controle. Em relação aos canais, os frontais (1, 3 e 11) diferiram no grupo com zumbido, enquanto no grupo de controle foi observada diferença nos canais das regiões frontal, temporal e parietal (1, 3, 5, 10, 11, 16, 17 e 18). Além disso, foi observada correlação de tamanho de efeito pequeno entre a intensidade, o incômodo e a gravidade do zumbido com os níveis de oxi-hemoglobina. Por fim, o hemisfério direito teve uma ativação maior em comparação com o hemisfério esquerdo. Conclusões: O tipo de som e a região do cérebro influenciaram as variações da oxi-hemoglobina, mas não houve diferença entre os participantes com zumbido e os controles. A intensidade do zumbido mensurada pelo exame psicoacústico, além do incômodo, intensidade e gravidade do zumbido, medidos por questionários, mostraram associação com variações no fluxo sanguíneo cerebral. Portanto, alterações corticais devem ser consideradas no tratamento do zumbido.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1294
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1294
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO COCLEAR EM RATOS: PROTOCOLOS DE EOAPD E VALORES DE REFERÊNCIA COM E SEM ANESTESIA
MACEDO, M. B. ;
CUNHA, E. O. ;
REIS, A. ;
MACHADO, M. S. ;
DALLEGRAVE, E. ;
Introdução: A avaliação da função coclear tem um papel fundamental na pesquisa audiológica, principalmente na avaliação da ototoxicidade induzida por diferentes substâncias. Em humanos, a exposição concomitante ao ruído, como também a diferentes agentes potencialmente ototóxicos, frequentemente associada ao ambiente laboral, aumenta o viés da relação nexo-causal. Neste contexto, torna-se fundamental o uso de modelo animal para avaliar danos à função coclear induzidos por agentes tóxicos como agrotóxicos, químicos industriais, entre outros. Objetivo: Padronizar a avaliação de Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOAPD) em ratos, com e sem o uso de anestesia e definir os valores de referência para espécie e linhagem. Metodologia: Foram utilizados ratos Wistar machos, com idade de 70±5 dias, sendo N=44, subdividido em 2 protocolos de avaliação por EOAPD: com anestesia (N=22) e sem anestesia (N=22). Os animais submetidos a avaliação com anestesia (Cetamina 50mg/kg associada a Xilazina 10mg/kg, por via intraperitoneal) foram avaliados somente após confirmado plano anestésico, em decúbito ventral, inserindo as olivas no meato acústico externo e, a partir dos estímulos iniciais de 65(F1) e 55(F2)dB NPS foram avaliadas as respostas para as frequências de 4, 6, 8, 10 e 12 kHz em ambas orelhas utilizando o equipamento OtoreadClinical®, da marca Interacoustics®, considerando-se 6dB como nível mínimo de relação sinal ruído. Os animais submetidos a avaliação sem anestesia foram previamente treinados para contenção suave por meio do enrolamento em um paninho, associada a inserção das olivas, por 5 dias consecutivos e um pré-teste com a emissão do sinal (para reconhecimento), sendo estes testados pelo mesmo protocolo e equipamento. Resultados: De uma forma geral, não há diferença estatística (p> 0,05, Mann Whitney) entre as medianas das amplitudes das EOAPD entre animais anestesiados e em estado de alerta, sendo todos os valores de relação sinal ruído iguais ou superiores a 6dB. As medianas das respostas dos animais anestesiados variaram entre 20 e 43 dB e nos animais em alerta entre 18 e 42 dB, para todas as frequências avaliadas. As respostas mínimas registradas foram 6 dB para ratos anestesiados e 7 dB para os em alerta, sendo os valores máximos de 53 e 52 dB, respectivamente. Sendo assim, os valores de referência para a espécie e linhagem não variam significativamente em função do estado de alerta. Conclusão: É possível realizar EOAPD em ratos sem o uso de anestesia, quando este protocolo for necessário. No entanto, sob anestesia, essa avaliação é mais rápida e dispensa período prévio de treinamento dos animais. Quanto aos valores de referência, não há diferença significativa na resposta sob condições de alerta e anestesia.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1310
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1310
AVALIAÇÃO DAS HABILIDADES AUDITIVAS EM CRIANÇAS COM ATRASO MOTOR DE FALA - ESTUDO DE CASOS CLÍNICOS
HILLESHEIM, A. ;
Oliveira, A. M. ;
Ribeiro, A. C. M. ;
Bucci, A. C. ;
Pinheiro, M. M. C. ;
O Processamento Auditivo Central (PAC) desempenha um papel crucial na interpretação e processamento de estímulos sonoros. Há relatos na literatura que relacionam o transtorno do processamento auditivo central (TPAC) com dificuldades de aprendizagem, memória auditiva, fala e comunicação oral. O Atraso Motor de Fala (AMF), é um dos diagnósticos de alteração motora da fala, sendo caracterizado por apresentar imprecisão articulatória, alterações na estabilidade da fala, na voz e na prosódia. Objetivo: Apresentar o relato de casos clínicos da avaliação do processamento auditivo central. Método: Estudo de caso, aprovado pelo comitê de ética com protocolo sob o número 3.758.303, realizado no ano de 2023. Participaram da pesquisa três crianças com diagnóstico de AMF, com idade de sete a onze anos do sexo masculino que têm o português como primeira língua e limiares auditivos dentro dos padrões da normalidade bilateralmente. Foi aplicado o questionário Auditory Processing Domais Questionnaire (APDQ) com os responsáveis pelas crianças, uma bateria mínima com testes auditivos especiais do processamento auditivo central para avaliar as habilidades auditivas de localização, figura-fundo (integração binaural e separação), fechamento, ordenação e resolução temporal. Resultados: Na avaliação do PAC verificou-se que todos os indivíduos tiveram bom desempenho do teste de Localização Sonora e de memória sequencial para sons não-verbais. Já no teste de memória sequencial para sons verbais todos os indivíduos apresentaram alteração (⅓ acertos). A média no Random Gap Detection Test (RGDT) foi de 34,7 ms, no Teste de Padrão de Frequência (TPF) na nomeação foi 44% e no humming 57,7%). No Teste Dicótico de Dígitos a média foi 87,5%, no teste Pediátrico de Inteligibilidade de fala em escuta monótica (PSI) (86,5%) e no PSI com palavras e ruído competitivo +10 foi 78,3%. Em relação aos domínios do questionário APDQ, a média de pontuação foi de 28 para atenção, 30,6 para linguagem e 84,3 para processamento auditivo. Conclusão: Os achados sugerem que crianças com Atraso Motor de Fala possuem alteração nas habilidades auditivas, sendo a habilidade auditiva mais alterada a ordenação temporal, bem como no questionário APDQ, em que os domínios que apresentaram defasagem foram os de linguagem e processamento auditivo. No questionário APDQ verificou-se alteração nos domínios de linguagem e processamento auditivo. Este estudo contribuiu para reforçar a importância da avaliação das habilidades do processamento auditivo central nos casos de alteração de fala. Ademais ressalta-se a importância da avaliação do processamento auditivo para implementação de novas práticas terapêuticas voltadas para a estimulação das habilidades auditivas alteradas, já que trabalhando essas habilidades, é possível melhorar a percepção de fala e a comunicação desses pacientes, permitindo o desenvolvimento geral da maneira mais proveitosa.
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Página(s): p.1303
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1303
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO AUDITIVO E ELETROFISIOLÓGICA EM IDOSOS SUBMETIDOS À ESTIMULAÇÃO AUDITIVA
Tonelotti, F.T.F. ;
Vedovato, G.L. ;
Barbui, T.R.M. ;
Rombola, I.T. ;
Souza, L. P. ;
Oliveira, A.M. ;
Alcântara, Y. B. ;
Luiz, A.L.F. ;
José, M.R. ;
Frizzo, A.C.F. ;
Introdução: A audição e suas habilidades são essenciais nas relações interpessoais, porém, ao longo da vida, o sistema nervoso sofre o processo de envelhecimento com declínio na capacidade de receber e interpretar informações sonoras, sendo comum a queixa de dificuldade de comunicação e discriminação de fala. Estudos mostraram que mesmo sem perda auditiva, o sistema auditivo periférico envelhecido pode enfrentar dificuldades no processamento de informações verbais e não verbais devido uma assimetria cerebral que afeta a transferência inter-hemisférica. Uma das formas de diminuir essa dificuldade advém de estimulações auditivas realizadas por meio de programas e softwares. As habilidades cognitivas auditivas são estimuladas de forma personalizada e pode contribuir para prevenção do declínio auditivo relacionado à idade com eficácia comprovada por avaliações comportamentais do processamento auditivo e por registros eletrofisiológicos que evidenciam mudanças ao longo do processo de estimulação. Objetivo: Analisar a efetividade de um sistema de estimulação auditiva por meio de avaliações do comportamento auditivo e respostas eletrofisiológicas em idosos pré e pós estimulação. Método: Comitê de ética n° 1.054.278. Estudo do tipo série de casos, foram selecionados quatro sujeitos entre 60 a 65 anos de idade, sexo feminino, com queixa de compreensão de fala em ambiente ruidoso, mas com limiares auditivos dentro da normalidade, curva timpanomética tipo A e reflexos acústicos presentes. Foi realizada audiometria, logoaudiometria, imitanciometria, testes de percepção de fala com ruído-White Noise, teste dicótico de dígitos e potenciais evocados de tronco encefálico. Os sujeitos foram submetidos à estimulação auditiva com um programa de treinamento formal com duração de 15 sessões em três blocos de 5 dias consecutivos e descanso de dois dias. Utilizou-se fone de ouvido supra aural e notebook com software. As sessões de estimulação consistiram em escuta dicótica e escuta competitiva para estimulação das habilidades de atenção e integração auditiva. Após o período de estimulação, realizou-se a avaliação final e os testes foram reaplicados para as comparações pré e pós estimulação. Resultados: Participaram do estudo 4 sujeitos, do sexo feminino com idade entre 60 a 65 anos. Após a estimulação realizada, verificou-se que na avaliação do comportamento auditivo houve melhora na porcentagem de acertos para os testes de percepção de fala com ruído em 3 dos casos estudados, mas principalmente no teste de dicótico de dígitos na orelha esquerda houve maior índice de acertos em todos os casos. Nos achados eletrofisiológicos houve diminuição da latência das ondas I e III, em torno de 0,10 ms, principalmente na orelha esquerda com aumento da amplitude em ambas as orelhas para três dos indivíduos testados, que consiste na maioria dos participantes selecionados para a pesquisa. Conclusão: As medidas do comportamento auditivo e as respostas eletrofisiológicas mostraram-se eficazes para comprovar mudanças nas habilidades cognitivas auditivas nos idosos submetidos à um programa de estimulação auditiva nesse estudo. Houve mudança positiva dos achados neurofisiológicos e no comportamento auditivo que evidenciam correlato neurofisiológico da plasticidade neural mesmo no grupo de idosos. Necessário ampliar o número de sujeitos para comprovar de forma mais precisa a eficácia dessa estratégia de estimulação nessa população.
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Página(s): p.1099
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1099
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL EVOCADO MIOGÊNICO VESTIBULAR CERVICAL EM DANÇARINOS ADULTOS
Rossetto, A. P. ;
Santos, A. E. A. ;
Franciozi, C. ;
ZEN, P. R. G. ;
SLEIFER, P. ;
Introdução: Os Potenciais Evocados Miogênicos Vestibulares Cervicais (cVEMP) são respostas miogênicas de curta latência de origem vestibular, que permitem a avaliação da mácula sacular, do nervo vestibular inferior e das vias vestíbulo-espinhais descendentes. A resposta neural decorrente ao estímulo é descrita como um arco reflexo de três neurônios, pois envolve a orelha interna, o tronco encefálico e a via vestibuloespinhal. Com a prática da dança, os dançarinos melhoram a tonicidade muscular e as articulações e, além disso, com treino e prática semanal, pode-se verificar a presença da plasticidade neural (variedade de mudanças fisiológicas no sistema nervoso central em relação às respostas da sensibilidade expressiva) e por consequência, tendem a melhorar as respostas do sistema vestibular, o tornando mais responsivo, resultando em um melhor equilíbrio. Objetivos: Analisar as latências, amplitudes e índice de simetria das ondas P13, N23 obtidas no registro do cVEMP em dançarinos, correlacionando com os achados de não dançarinos e verificar possíveis associação com sexos e tempo de experiência na prática da dança. Metodologia: Estudo transversal, observacional, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição UFRGS, sob o número 34632. Foram avaliados 104 adultos, com idades entre 18 e 35 anos, 52 adultos pertencem ao grupo de estudo (GE), composto por dançarinos e um grupo de 52 adultos do grupos controle (GC), não dançarinos, sem queixas vestibulares, pareados por sexo e idade. O equipamento utilizado foi o MASBE ATC Plus, marca Contronic®. Foram apresentados 5,1 estímulos por segundos, na frequência de 500Hz, na intensidade de 90dBNa e utilizada a polaridade alternada. Resultados: Verificou-se diferenças estatisticamente significativas na comparação das latências das ondas P13 (p=0,039), N23 (p=0,032) e amplitude entre o GE e o GC. Observou-se diferença significativa (p=0,009) na comparação da amplitude das ondas com os sexos, sendo que os indivíduos do sexo masculinono GE apresentaram maior amplitude. Constatou-se associação negativa entre os anos de experiência com dança e diminuição de latência das ondas P13 (p=0,022) e N23 (p=0,017), assim como o aumento de amplitude relacionado ao número de anos de prática dos participantes. Conclusões: A amostra estudada evidenciou diferenças nas latências das ondas P13 e N23 e nas medidas de amplitude entre os grupos de dançarinos e não dançarinos, podendo ser relacionadas à plasticidade da via sáculo-cólica do GE. O aumento dos anos na prática da dança está associado à diminuição da latência das ondas P13 e N23 e aumento da amplitude, visto que a realização de giros e alongamentos proprioceptivos reduzem a vertigem, melhorando o equilíbrio e a orientação espacial ao longo do tempo. Contudo, podemos inferir que, a prática da dança pode ser um meio de prevenção, no sentido da manutenção do equilíbrio, para a sua melhoria, bem como, da autonomia funcional, tendo em vista as inúmeras informações sensoriais e estímulos musculares, destacando-se a propriocepção.
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Página(s): p.1374
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1374
AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DE FLUÊNCIA
SILVA, B. S ;
NASCIMENTO, V. T. ;
Objetivo: Identificar por meio da triagem, avaliação simplificada e avaliação
comportamental do processamento auditivo uma possível relação entre o transtorno do
processamento auditivo central (PAC) e a gagueira.
Método: A pesquisa foi conduzida e
iniciada somente após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal
do Rio de Janeiro– Instituto de Neurologia Deolindo Couto (Parecer n°5.082.807). Todos os
indivíduos tiveram sua participação autorizada mediante assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e do Termo de Assentimento. Foi realizada uma triagem
composta pela aplicação do questionário Scale of Auditory Behaviors (SAB) em pessoas com
gagueira, de 5 a 33 anos, que estavam em acompanhamento fonoaudiológico no ambulatório
de Transtornos de Fluência da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Após a triagem, os
indivíduos foram submetidos a Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo (ASPA) e
a Avaliação Comportamental do Processamento Auditivo Central (ACPA) que é constituída
pelos seguintes testes: Fusão Binaural e Fala Filtrada, Dicótico de Dígitos, Dicótico
Não-verbal, Padrões Temporais de Frequência e Duração e Teste de Detecção de Intervalo
Aleatório (RGDT).
Resultados: Foram triados 14 pacientes, através da aplicação do
questionário SAB, dos quais 6, seguiram para as avaliações simplificada e comportamental
do PAC. Foi identificado desempenho inferior ao considerado normal pela literatura em todos
os indivíduos avaliados neste estudo. Corroborando com achados da literatura, os
participantes desta pesquisa apresentaram alteração de processamento temporal em pelo
menos uma das avaliações. Dessa forma, é possível afirmar que existem relações entre a
habilidade auditiva de processamento temporal e a ocorrência de gagueira. À vista disso, é
visível a necessidade de se expandir os estudos na área do PAC com essa população para
compreender as correlações existentes em ambos os transtornos e nortear a equipe para a
realização de uma abordagem terapêutica cada vez mais baseada em evidências.
Conclusão:
Por meio da avaliação comportamental do processamento auditivo foi possível identificar o
transtorno de processamento auditivo nesse grupo de indivíduos com gagueira
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1378
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1378
AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: ANÁLISE INTEGRATIVA DOS TESTES E SEUS ACHADOS EM DIFERENTES POPULAÇÕES.
CASTRO, M. P. ;
NEVES, B. L. ;
CARRIJO, M. C. ;
MUNIZ, M. N. ;
VIEGAS, N. ;
Introdução: O processamento auditivo central é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, aprendizagem e fala. No Brasil, as últimas pesquisas têm explorado a relação entre o processamento auditivo e habilidades acadêmicas, linguagem e atenção em populações com diferentes faixas etárias e transtornos. Objetivo: realizar uma revisão bibliográfica de artigos científicos nacionais sobre o procedimento de avaliação do processo auditivo central, a fim de caracterizar os testes utilizados de forma mais frequente e as características das populações que passaram pela referida avaliação. Método: Trata-se de uma pesquisa revisão bibliográfica integrativa sobre procedimentos de Avaliação do Processamento Auditivo Central, descritos em estudos realizados no Brasil, no período de 2007 a 2023. Amostra de 17 artigos levantados nas plataformas de base de dados Scielo, Portal CAPES, Biblioteca Virtual em Saúde (Pubmed, Lilacs, Index Psicologia) a partir da combinação com o boleador “AND” entre os descritores: processamento auditivo, linguagem e avaliação. Resultados: a maioria dos estudos foram pesquisas de campo, preferencialmente utilizaram os seguintes testes: teste SSW; teste de identificação de frases pediátricas (PSI); teste de fala com ruído (TFR), teste dicótico de dígitos (TDD), teste de padrão de frequência (TPF) e o teste Gaps in noise (GIN). Considerações: a variedade de testes utilizados está relacionada à necessidade em avaliar as todas as habilidades de processamento auditivo, porém, a faixa etária e a presença de algum tipo de alteração, pode influenciar na escolha do teste a ser utilizado.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1219
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1219
AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO TEMPORAL EM CRIANÇAS COM TPAC E ALTERAÇÕES NA HABILIDADE VISUAL DE CONSTÂNCIA DE FORMA.
Melo, N. C. O. ;
Figueiredo, D. F. ;
Medeiros, V. N. ;
Miranda, A. C. ;
Rosa, M. R. D. ;
Introdução:
O processamento auditivo temporal é fundamental para reconhecimento, detecção e discriminação dos estímulos acústicos, e inclui sub-processos como a resolução temporal, integração temporal, mascaramento temporal e ordenação temporal. Essas habilidades são essenciais na aprendizagem da leitura e escrita, pois é crucial discernir as semelhanças e diferenças entre os sons das letras quando são pronunciadas em palavras. Outro processo essencial para a aprendizagem da linguagem escrita é a habilidade visual de constância de forma, responsável pelo reconhecimento das características distintivas de certas figuras ou formas, independentemente de variações em tamanho, sombreamento, textura e posição. Dessa forma, os sistemas visual e auditivo, especificamente as habilidades de constância de forma e o processamento temporal, se conectam para o indivíduo perceber e reconhecer os estímulos sensoriais de maneira completa.
Objetivo:
Investigar a relação entre o subteste de constância de forma e as habilidades do processamento auditivo temporal em crianças com TPAC.
Metodologia:
O presente estudo, aprovado pelo Comitê de Ética, foi conduzido na Clínica-Escola de Fonoaudiologia da UFPB. Os critérios de inclusão estabeleceram a participação de 09 voluntários com idades entre 7 e 10 anos, de ambos os sexos, com limiares audiométricos normais e alteração na habilidade de constância de forma avaliada através do Teste de Desenvolvimento da Percepção Visual - 2 (DTVP-2) que tem como objetivo avaliar diferentes habilidades viso-motoras e percepto-visuais inter-relacionadas. A coleta de dados envolveu a aplicação dos testes PPS e GIN para avaliar o processamento temporal.
Resultados:
Os resultados do subteste de constância de forma revelaram um desempenho muito inferior, ou seja, abaixo do esperado para essa habilidade visual nas crianças avaliadas. Com a avaliação dos testes de PAC observou-se que na habilidade de ordenação temporal, que avalia a identificação de sequências dos sons, 88,89% dos casos apresentaram resultados alterados. Enquanto na resolução temporal, que estuda a identificação de interrupções no estímulo sonoro ao longo do tempo, os resultados mostraram um melhor resultado, com apenas 22,22% dos casos alterados.
Portanto, crianças com baixo desempenho na habilidade visuoperceptiva de constância de forma demonstram alterações no processamento temporal, o que pode afetar sua capacidade de identificar corretamente a ordem de sons, palavras, imagens ou eventos em uma sequência específica.
Conclusão:
Sugere-se que crianças com TPAC apresentaram baixo desempenho na habilidade na constância de forma e também apresentaram dificuldades no processamento auditivo central, especialmente na ordenação temporal. Logo, destaca-se a importância de abordagens específicas no diagnóstico e intervenção para melhorar o desenvolvimento acadêmico dessas crianças
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1134
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1134
AVALIAÇÃO DO RECONHECIMENTO DA FALA EM USUÁRIOS DE AASI COM PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL DE GRAU SEVERO A PROFUNDO.
Sousa, A. F. ;
Costa, L.B.A ;
Costa, M.J. ;
Brito, R.V. ;
Introdução: Nos diversos centros de habilitação e reabilitação auditiva no Brasil, os candidatos ao uso de aparelhos auditivos de amplificação sonora individual (AASI) são avaliados principalmente por meio de testes de reconhecimento da fala. Porém, a aplicação desses testes não é padronizada, sendo realizada com diferentes materiais e estratégias, assim como, no modo à viva voz ou material gravado. Objetivo: Analisar e comparar a performance de usuários de AASI, que possuem perda auditiva neurossensorial de grau severo a profundo, nos testes de reconhecimento de fala, aplicados nas modalidades à viva voz e gravado, com e sem ruído, usando diferentes formas de pontuação: considerando toda a sentença bem como por cada palavra das sentenças. Metodologia: A pesquisa foi desenvolvida nos anos de 2021 a 2023 em duas instituições. A amostra foi obtida por conveniência e os participantes que apresentavam reconhecimento aberto da fala e informaram o consentimento, foram selecionados, excluindo indivíduos com comorbidades neurológicas e/ou cognitivas que comprometessem a adequada realização dos testes. Os participantes foram avaliados em cabina, utilizando seus dispositivos auditivos, e o estímulo foi apresentado em campo sonoro com nível de apresentação do estímulo de 60 dB NPS (A) a 1 metro da caixa sonora e a 0º azimute nos planos horizontal e vertical. Na avaliação com ruído, o estímulo de fala foi apresentado a 60 dB dBNPS (A) e o ruído a 50 dBNPS (A). Foram utilizadas 4 diferentes listas de sentenças, aplicadas em 4 diferentes condições: à viva voz sem e com a presença de ruído; gravado sem e com a presença de ruído, tendo sido pesquisados os Índices Percentuais de Reconhecimento por sentença e por palavra de cada sentença. Resultados: Na condição sem a presença de ruído, considerando a pontuação por palavras, foi observada diferença média de 15,4% entre a apresentação à viva voz e gravada, variando de 0% a 33,3%, mostrando melhores desempenhos na apresentação à viva voz; na pontuação por sentenças, a diferença média entre as apresentações foi de 14% variando de 0% a 50%. Na condição com ruído, considerando a pontuação por palavras, a diferença média foi de 13,5%, variando de 0,8% a 31,5% . Ao se considerar a pontuação por sentenças a diferença média foi de 10%, variando de 0% a 50%. Não houve diferença entre a apresentação à viva voz no ruído e gravada sem ruído, demonstrando que tais formas de apresentação possuem nível de complexidade semelhante. Foi observado que a pontuação de cada palavra das sentenças apresentou menor variabilidade dos dados e maior fidedignidade com relação a audibilidade x reconhecimento da fala. Conclusões: A forma de apresentação dos testes de reconhecimento de fala, bem como o uso do ruído, interferiu no desempenho do usuário de AASI. Verificou-se uma tendência de melhores desempenhos com a apresentação do teste à viva voz e sem a presença de ruído. Foi observado também que a pontuação por palavra das sentenças mostrou menor variabilidade e maior fidedignidade das medidas obtidas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1042
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1042
AVALIAÇÃO DO RECONHECIMENTO DE FALA EM CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
Rodrigues, Júlia ;
Silva, Naila Cristini M. ;
Paul, Stephan ;
Pinheiro, Maria Madalena C . ;
Introdução: A aplicação de protocolos padronizados é essencial para a avaliação do desenvolvimento das habilidades auditivas em crianças com perda auditiva, contribuindo para a validação das intervenções e garantindo a confiabilidade dos resultados. Os Testes de Percepção de Fala (TPF) desempenham um papel crucial nesse contexto. Embora a maioria dos TPF no Brasil se concentre na apresentação de palavras a viva voz, a literatura especializada no público infantil recomenda a utilização de sentenças gravadas. No entanto, a maioria dos testes com sentenças disponíveis atualmente não seguem essa recomendação. Diante dessa lacuna, as pesquisadoras deste estudo desenvolveram um teste com sentenças para avaliar o reconhecimento de fala em crianças com Implante Coclear (IC). Objetivo: Avaliar o reconhecimento de crianças usuárias de IC por meio do teste de Reconhecimento Auditivo de Sentenças em Português (RASP) infantil . Método: Pesquisa descritiva e observacional realizada em três etapas: 1) seleção do locutor, gravação do teste e incorporação ao software perSONA; 2) recrutamento dos participantes; 3) aplicação do teste em cinco crianças usuárias de IC de sete a doze anos de idade (GE) e cinco crianças normo ouvintes de idade pareada (GC). Em ambos os grupos as crianças não deveriam apresentar histórico de alterações neurológicas ou cognitivas e histórico de otites médias de repetição, sendo tais dados consultados nos prontuários dos participantes.No GE foram incluídas crianças que apresentavam a categoria seis da classificação da audição, reconhecimento de palavras em conjunto aberto.Os grupos foram submetidos ao teste RASP infantil e foram analisados o limiar da relação sinal-ruído (S/R), a pesquisa da porcentagem do reconhecimento de fala no ruído fixo (+10dB) e analisadas os erros mais frequentes nas listas do teste. Resultado: A locutora selecionada apresentou voz com maior inteligibilidade de fala, clareza na articulação e pouca interferência do sotaque na prosódia das sentenças. As sentenças gravadas foram implementadas no software perSONA. Os resultados expostos demonstram melhor desempenho no GC também em relação a S/R, sendo que a mediana obtida foi de + 6 dB no GE e +2 dB no GC, com média de +8 dB e 1,2 dB respectivamente. Em relação ao reconhecimento de fala na relação sinal ruído fixa em +10 dB constatou-se um desempenho superior nos participantes do GC, com taxas de reconhecimento obtidas superiores a 90%, ao passo que no GE, as taxas variaram de um mínimo de 71% a um máximo de 78%. . Nas listas observou-se que os erros mais frequentes nas listas foram omissões de numerais e adjetivos. Conclusão: Pode-se verificar que as crianças usuárias de IC apesar de apresentarem boa audibilidade do sinal de fala apresentam maior dificuldade de compreender o sinal de fala no ruído em relação ao grupo controle. Acredita-se que o teste de percepção de fala RASP infantil pode desempenhar um papel relevante para a avaliação e monitoramento do reconhecimento de fala em crianças que utilizam IC, constituindo-se como uma ferramenta valiosa para os profissionais no acompanhamento de seus pacientes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1280
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1280
AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO DO ZUMBIDO: UMA REVISÃO DA LITERATURA
ALVES, G. M. ;
FERNANDES, M. G. G ;
SOUSA, A. B. M. F ;
ANJOS, L. S. ;
SILVA, I. M ;
Introdução: O zumbido, acúfeno ou tinnitus, é uma percepção auditiva que ocorre de forma unilateral ou bilateral, especialmente percebida em ambientes silenciosos, manifestando-se como um chiado, apito, panela de pressão, entre outras possibilidades. O zumbido é uma queixa frequente na prática clínica em audiologia que afeta significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Suas múltiplas etiologias, fenótipos e comorbidades podem estar associadas a uma variedade de condições auditivas e não auditivas, tornando o diagnóstico e tratamento um desafio para os profissionais de saúde auditiva. Pode ser classificado como subjetivo - quando percebido pelo próprio paciente, primário - quando associado a perdas auditivas, agudo - quando sua duração é inferior a seis meses e não é considerada uma perda auditiva propriamente dita, rítmico - quando apresenta um padrão sonoro regular, ou ainda não rítmico. Existem diretrizes publicadas para nortear a avaliação e diagnóstico do zumbido, que indicam exames audiológicos como audiometria tonal, abrangendo frequências de 250Hz a 8kHz, imitanciometria, audiometria de frequências altas, emissões otoacústicas, limiares de desconforto auditivo e potenciais auditivos evocados. Essa bateria de exames busca fornecer uma avaliação abrangente da função auditiva e identificar possíveis correlações entre os achados audiológicos e a percepção do zumbido pelo paciente. Objetivo: Verificar os procedimentos utilizados para avaliação e tratamento do zumbido. Metodologia: Trata-se de revisão de literatura abrangendo os últimos 11 anos, nas bases de dados Scielo e Pubmed. A pergunta de pesquisa foi “Quais exames audiológicos podem ser usados para identificar o zumbido e quais as abordagens terapêuticas para a sua reabilitação?”. Foram selecionadas palavras-chave pertinentes, como "Zumbido", "Processamento Auditivo" e "Audição", para direcionar a busca e a análise dos artigos relevantes ao tema. Resultados: Diante da seleção de quatro artigos, observaram-se pesquisas comparativas entre indivíduos com e sem zumbido. A bateria de avaliação dos indivíduos, de acordo com os artigos incluídos, foi composta de anamnese, inspeção visual do meato acústico externo, audiometria tonal liminar, logoaudiometria, medidas de imitância acústica e testes comportamentais como o Teste Dicótico de Dígitos, Teste Padrão de Frequência, Teste de Fala no Ruído, Masking Level Difference e Gap in Noise. Observou-se grande ênfase no procedimento de anamnese para discernimento dos sinais e sintomas associados, crucial para diagnóstico diferencial do zumbido que pode ser estar associado a condições diversas, incluindo, a depressão, ansiedade, otites, labirintite, disacusia neurossensorial, disfunção da articulação temporomandibular (ATM), disacusia condutiva e comprometimento do nervo craniano, entre outros. Quanto ao tratamento, diferentes abordagens foram consideradas. O uso de aparelhos auditivos para pacientes com perda auditiva tem a capacidade de mascarar o zumbido e amplificar outros sons ambientais. Outrossim, a terapia sonora, que envolve a utilização de estímulos sonoros, como ruídos de mascaramento, a fim de reduzir a atenção do indivíduo em seu zumbido. Conclusão: A literatura ressalta a relevância das pesquisas comparativas para compreender as múltiplas etiologias e determinantes do zumbido, assim como os exames disponíveis para sua caracterização. Por fim, destaca-se a importância da anamnese detalhada pelo profissional de saúde para investigar minuciosamente as causas do zumbido relatado pelo paciente.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1182
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1182
AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO VESTIBULAR EM CRIANÇAS E/OU ADOLESCENTES: REVISÃO INTEGRATIVA
Silva, L. D. F. ;
Queiroz, J. P. S. ;
Duarte, D. S. B. ;
Britto, D. B. L. A. ;
INTRODUÇÃO: A compreensão dos distúrbios do equilíbrio corporal como uma restrição em um dos sistemas essenciais para a sobrevivência do indivíduo ressalta a necessidade de uma abordagem de intervenção eficaz. Muitos pacientes, cujo desempenho de funções básicas é limitado, desenvolvem dificuldades de concentração, memória e manifestações psicoemocionais, derivadas da insegurança física causada por tonturas e/ou vertigens, frequentemente resultando em desequilíbrio, risco de quedas e limitações na realização de atividades cotidianas. Apesar de serem comuns na infância, diagnosticar as vestibulopatias é complicado devido à diversidade de sintomas apresentados. Na maioria dos casos, os problemas vestibulares resultam de alterações funcionais devido à imaturidade do sistema e, portanto, tendem a ser autolimitados. No entanto, a experiência clínica demonstra que as crianças enfrentam consequências significativas dos distúrbios vestibulares, incluindo comprometimento cognitivo e isolamento social, afetando negativamente seu desenvolvimento. Embora o tratamento medicamentoso seja normalmente a primeira opção, sugere-se a reabilitação vestibular como uma alternativa de tratamento para a compensação vestibular, uma vez que as medicações, a longo prazo, apresentam efeitos colaterais. OBJETIVO: Descrever os métodos de avaliação e reabilitação vestibular em crianças e/ou adolescentes. MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada entre julho e novembro de 2023, conduzida com a seguinte questão orientadora: "Quais os principais métodos de avaliação e reabilitação vestibular em crianças e/ou adolescentes?" Para a seleção dos artigos, foram consultadas as seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde, SciElo, ScienceDirect e Google Acadêmico. Os termos de busca utilizados foram definidos como: “Vestibular rehabilitation" AND "Children", conforme os descritores obtidos na plataforma dos Descritores em Ciências da Saúde. Os critérios de inclusão foram: estudos originais com crianças e/ou adolescentes que realizaram avaliação e/ou reabilitação vestibular. Como critérios de exclusão: revisões de literatura, capítulos de livros, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses. RESULTADOS: Inicialmente foi constatado um total de 16.364 artigos. Mediante análise dos títulos e resumos, procedeu-se à exclusão de duplicatas e artigos que não atendiam aos critérios de elegibilidade, resultando, cinco artigos para a revisão. É importante destacar que todos selecionados foram publicados no período de 2002 e 2021, originados na América do Sul e do Norte. A faixa etária dos pacientes variou entre quatro e 18 anos, de ambos os sexos. Para o diagnóstico, os testes vestibulares foram: eletronistagmografia, vectoeletronistagmografia, prova rotatória pendular decrescente, posturografia convencional, posturografia dinâmica computorizada, Potencial Evocado Auditivo Miogênico, Video Head Impulse Test e teste de Fukuda, realizados juntamente com aplicação de questionários como o Motion Sickness Questionnaire Short Form e o Motion Sickness A. O programa de reabilitação vestibular dos estudos foi baseado na técnica de Cawthorne & Cooksey de forma adaptada. Os exercícios consistiam em movimentos repetidos de cabeça, pescoço e olhos para estimular a compensação do labirinto, sendo realizados em sessões semanais com acompanhamento, além de orientações para a realização dos exercícios duas vezes ao dia, durante 60 dias, com ajustes individuais durante o tratamento. CONCLUSÃO: Os métodos de avaliações para as disfunções vestibulares são diversas e o protocolo de Reabilitação Vestibular mais usado foi Cawthorne & Cooksey.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1327
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1327
AVALIAÇÃO ELETROFISIOLÓGICA DA AUDIÇÃO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA CEREBROVASCULAR (DCV)
Ubiali, T. ;
Carvalho, N. G. ;
Amaral, M. I. R. ;
Karla M. I. ;
Matas, C. G. ;
Colella-Santos, M. F. ;
Introdução: A investigação das funções auditivas em crianças e adolescentes acometidos por doença cerebrovascular (DCV) é escassa na literatura. No entanto, devido à variabilidade na etiologia, tamanho e local das lesões, assim como da importância do Sistema Nervoso Auditivo Central para o desenvolvimento da linguagem e dos processos de aprendizagem, avaliar o funcionamento das vias auditivas é imprescindível nesta população, a fim de contribuir para o estabelecimento de encaminhamentos e intervenções específicas que contribuam para minimizar os impactos negativos da DCV nos processos de aprendizagem e desenvolvimento global da criança.
Objetivo: analisar os achados da avaliação eletrofisiológica do processamento auditivo central (PAC) de crianças e adolescentes diagnosticados com DCV.
Método: Estudo descritivo e transversal, aprovado pelo comitê de ética (no 505/2010). Participaram nove sujeitos, com média de idade 11,33 (±2,74 anos), destros, diagnosticados com DCV no Hospital da instituição. Foi realizada audiometria completa, imitanciometria e avaliação eletrofisiológica (Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico - PEATE e Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência – PEALL com P300). Foi utilizado o equipamento IHS, fones de inserção e eletrodos nas posições Cz (ativo), Fpz (terra) e M1/M2 (referência). No PEATE, foi utilizado estímulo clique a 80dBNA com taxa de apresentação 19,1 clique/segundo, totalizando 2000 estímulos em cada promediação e filtro 100 – 3000 Hz. Os PEALL foram coletados com estímulo de fala a 70dBNA, utilizando o paradigma oddball, sendo o estímulo frequente a sílaba /ba/ e o estímulo raro a sílaba /da/ numa proporção de 80/20, taxa de apresentação 1 estímulo/segundo, filtro 1 – 30 Hz e total de 300 estímulos. Foram incluídas somente as crianças que não apresentaram alterações periféricas. Os resultados do PEATE foram analisados segundo os valores de normalidade do IHS, sendo analisadas as latências e amplitudes das ondas I, III e V, os intervalos interpicos I-III, III-V e I-V e a amplitude-ratio (AR) das ondas V-I. Para a análise dos PEALL foram utilizados os valores de normalidade propostos por McPherson (1996), sendo analisadas as latências das ondas P1-N1-P2-N2 e P300 e as amplitudes P1-N1, P2-N2 e P300.
Resultados: No PEATE, dos nove sujeitos avaliados, um apresentou alteração da latência das ondas III e V e três apresentaram a AR das ondas V-I alterada. A média de latência das ondas I, III e V foram, respectivamente, 1,61(±0,14), 3,85(±0,06) e 5,57(±0,20) na orelha direita (OD) e 1,61(±0,09), 3,86(±0,14) e 5,62(±0,18) na orelha esquerda (OE). Nos PEALL, quatro crianças apresentaram alteração (ausência de pico ou latência prolongada) em pelo menos uma orelha e duas crianças tiveram ausência de P300. A média de latência dos componentes P1, N1, P2, N2 e P300 foram, respectivamente: 86,35 (±13,87), 134,78(±22,93), 189,42(±41,44), 251,78(±37,51) e 295,50(±34,24) na OD e 81,50(±10,67), 132,21(±32,90), 187,92(±61,24), 256,07(±66,66) e 302,75(±29,87) na OE. A média das amplitudes P1-N1, P2-N2 e P300 foram: 4,23 (±2,47), 2,37 (±1,09) e 7,41 (±3,26) na OD e 4,19(±2,13), 3,54(±1,71) e 11,12(±6,21) na OE.
Conclusão: Foram encontradas alterações do processamento neural nas vias auditivas desde o tronco encefálico até o córtex auditivo, reforçando a necessidade de avaliação audiológica central em crianças/adolescentes com DCV.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1108
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1108
AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DE TRONCO ENCEFALICO EM PACIENTES PÓS-INTERNADOS POR COVID-19
Lopes, S. L. ;
Menezes, L. P. ;
Introdução: Hoje em dia já se sabe que as infecções virais, como a COVID, podem causar danos no sistema auditivo e perda da audição, podendo manifestar-se em uma orelha ou nas duas. Os mecanismos que levam à perda auditiva por diferentes vírus variam muito, desde dano direto às estruturas do ouvido interno, abrangendo células ciliadas do ouvido interno e órgão de Corti (como observado em algumas das causas classificadas de perda auditiva viral, como o sarampo), até indução de dano mediado pelo hospedeiro. Ainda que a ciência tenha muito conhecimento sobre a COVID-19, os estudos sobre avaliação audiológica em pacientes pós infecção são limitados. Esta pesquisa avalia o impacto da COVID-19 na morfologia dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico, com base na conhecida associação entre infecções virais e alterações no sistema auditivo. Objetivo: Avaliar a morfologia dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico em pacientes pós-internação por COVID-19. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, ecológico e transversal. Foram analisadas ondas eletrofisiológicas dos Potenciais evocados auditivos de tronco encefálico. A análise foi realizada usando o aplicativo Smart Tools Evoked Potentials 2.0. Diversas análises no domínio do tempo e da frequência foram realizadas para determinar possíveis alterações na morfologia das ondas eletrofisiológicas. Resultados: Há uma diferença estatisticamente significante na onda V, mais especificamente em sua latência, quando comprado grupo estudo ao grupo controle. O valor de P (0,017) sendo menor que o nível de significância (0,05) demonstra que essa diferença é importante. Com o teste de Cohen calculou-se o tamanho do efeito (-0,58), que indica uma diferença de magnitude moderada, devido ao sinal negativo há indicativos de que a latência da onda V é maior no grupo estudo quando comparada ao grupo controle. A área entre limites também mostrou diferença estatística, sendo o grupo controle com maior área e o grupo estudo com menor área. Com o teste de Cohen calculou-se o tamanho do efeito (0,48). Conclusão: Por fim, foi concluído que o atraso na latência da onda V do grupo com COVID é resultado da diminuição da atividade neural reafirmada na diminuição da área entre os limites. Como não houve diferença interlatencias, essa diminuição possivelmente se restringe a via auditiva a partir do lemnisco lateral.
DADOS DE PUBLICAÇÃO