39º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

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A AUTOPERCEPÇÃO DE USUÁRIOS DE APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL SOBRE A EXPERIÊNCIA DE OUVIR MÚSICA
Simões. P.N. ; Lüders, D. ;

Introdução: Experienciar a música tende a ser um desafio para pessoas com deficiência auditiva (DA), usuárias de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), devido ao amplo espectro de frequência e de amplitude do estímulo musical. Objetivo: Analisar a autopercepção de adultos, usuários de AASI, sobre a experiência de ouvir música. Método: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, que analisou a experiência de ouvir música de pessoas portadoras de DA que responderam o teste de percepção musical BATUTA, com e sem AASI. A testagem foi realizada em uma sala silenciosa, com apresentação dos estímulos em campo livre, por meio de uma caixa acústica posicionada à 0º azimute e a 1m de distância do participante, que teve liberdade para ajustar o volume em um nível confortável. A primeira testagem foi precedida da consulta de acompanhamento do uso de AASI e, em seguida, foi solicitado ao participante que respondesse o teste sem o AASI. Após a conclusão desta última testagem foi perguntado aos participantes se preferiram responder o teste com ou sem AASI. Resultados: 20 participantes com idade média de 64,64 anos ± 14,67, 51,61% do sexo masculino e 48,38% do sexo feminino, portadores de DA neurossensorial bilateral com médias quadritonais dos limiares de VA OD 55dB ± 11,42 e VA OE 53,2dB ± 10,97, sem alterações cognitivas e que não eram, e não tinham sido, músicos ou estudantes de música, responderam 35 subtestes dos módulos ritmo, pitch e timbre do BATUTA com e sem o AASI. As respostas das amostras sonoras e dos trechos musicais foram analisadas em relação às variáveis: médias quadritonais de VA, tecnologia do AASI e tempo de uso de AASI. 35% dos participantes respondeu que foi melhor fazer o teste com o AASI; 40% referiu que foi melhor sem o AASI e para 25% dos participantes foi indiferente. A nitidez do som foi apontada pelos participantes que preferiram a testagem com o AASI, enquanto que a naturalidade e a pureza foi referida por aqueles que consideraram melhor responder o BATUTA sem o AASI. Destacam-se casos como dos participantes P15 e P18 que apesar de apresentarem diferenças entre as médias quadritonais para VA de OD e OE, e de serem usuários de AASI com o memo tipo de tecnologia, respoderam indiferente. Com contextos auditivos e tecnologias do AASI diferentes, os participantes P17 e P20 obtiveram o mesmo escore (8,86), apesar do primeiro preferir a testagem com AASI e o segundo sem AASI. Variação no tempo de uso do AASI não explica o desempenho dos participantes P2, P3 e P14, que alcançaram os mesmos escores (8,57) e não concordam quanto ao desempenho do AASI na testagem. Resultados: A autopercepção dos participantes indicou que a maioria preferiu responder o teste de percepção musical sem o AASI ou considerou sua contribuição indiferente. A tecnologia e o tempo de uso do AASI não se refletiram nos escores da testagem. Conclusão: Os resultados deste estudo não indicaram que os usuários de AASI se beneficiam de seus dispositivos auditivos para experienciar a música.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1040
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1040


A AVALIAÇÃO OCULOMOTORA NA DISLEXIA EM ESCOLARES DE 7 A 11 ANOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.
Campello, D.L. ; Garcia, T.R. ; Silva, A.C.C. ;

O sistema vestibular exerce importante papel na manutenção do equilíbrio corporal e é constituído de um sistema sensorial periférico, um processador central e um mecanismo de resposta motora. A estabilização da imagem retiniana é necessária para a obtenção de uma visão precisa; durante a movimentação de rotação e translação da cabeça, o sistema vestibular integra-se aos músculos extra-oculares, resultando em um movimento compensatório dos olhos. Na leitura e na escrita esses comportamentos visomotores são recrutados e caracterizam-se por movimentos oculares de sacádicos, rastreios e fixações. Disfunções no controle voluntário da sacada têm sido observados em muitas desordens do desenvolvimento, tais como na dislexia do desenvolvimento. O presente estudo teve por objetivo avaliar a relevância dos testes funcionais vestibulares nas manifestações oculomotoras da Dislexia em escolares de 7 a 11 anos. Este trabalho constituiu-se de uma revisão integrativa através da seleção de artigos nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PERIÓDICOS CAPES e National Library of Medicine (PubMed), utilizando a combinação de dois ou mais descritores: Criança, Dislexia, Movimentos Oculares, Testes de Função Vestibular e Tecnologia de Rastreamento Ocular. Foram excluídos desta revisão artigos com mais de cinco anos de publicação. Dentre os 8 artigos que obedeceram aos critérios de inclusão e exclusão da pesquisa, 5 relacionaram-se ao uso de recursos de rastreio oculomotor na dislexia em escolares com dificuldade de aprendizagem, 2 buscavam compreender o desempenho dos processos de leitura em crianças disléxicas e 1 tratava das características oculomotoras em crianças com desordem no desenvolvimento da coordenação motora. Por meio deste estudo foi possível observar a existência de uma lacuna no que diz respeito à padronização de testes que avaliem a função vestibular como método diagnóstico na dislexia. Os achados apontaram que alterações de ordem visomotora encontravam-se presentes nestes indivíduos; sugeriu-se a realização da avaliação otoneurológica como instrumento diagnóstico da dislexia na prática clínica, destacando a relevância de estudos futuros.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1216
ISSN 1983-1793X
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A INFLUÊNCIA DA REABILITAÇÃO AUDITIVA NO EQUILÍBRIO DE IDOSOS COM PRESBIACUSIA
Carli, F.V.B.O. ; Rombola, I.T. ; Barbui, T.R.M. ; Luiz, A.L.F. ; Alcantara, Y.B. ; Vedovato, G.L. ; Marques, Y.S. ; Jose, M.R. ; Junior, P.R.R. ; Frizzo, A.C.F. ;

Introdução: Nos últimos tempos, a maioria dos países tem observado um aumento na longevidade de sua população. Esse fenômeno redefine as percepções tradicionais sobre o envelhecimento e apresenta novos desafios, principalmente na área da saúde. A perda de audição associada à idade, geralmente surge em meio a processos degenerativos que afetam a orelha interna, podem causar alterações no labirinto, levando à perda auditiva, além de problemas de equilíbrio, e quando não identificados e tratados adequadamente, podem ocasionar um impacto negativo na qualidade de vida. Objetivo: Analisar a efetividade da reabilitação auditiva no equilíbrio de idosos com presbiacusia. Método: Trata-se de um estudo de intervenção de um grupo único não controlado. Foram avaliados 15 idosos usuários de aparelho de amplificação sonora em atendimento no Centro Clínico Especializado. Para a coleta de dados foi aplicado o Mini-BESTest, um teste clínico do equilíbrio dinâmico, composto por 14 itens que pontuam de zero a dois, sendo a pontuação máxima 28, pacientes com pontuação ≤ 21 são classificados como caidores. Foi realizada uma avaliação no momento da colocação do aparelho auditivo, e após 6 meses esses idosos foram reavaliados. Os dados foram analisados utilizando-se o software SPSS, versão 27.0. Os valores foram expressos em mediana, para as variáveis não paramétricas e em média e desvio padrão para as variáveis paramétricas com significância estatística de p ≤ 0,05. A associação foi analisada através do teste de McNemar. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem sob o Número 5.690.286. Resultados: A maioria da amostra foi composta por homens (73,3%) com média de idade de 75,5 anos, com ensino fundamental incompleto (80%) e hipertensos (46,6%). No presente estudo, o MiniBEST apresentou uma pontuação média de 21,1 pontos na avaliação inicial e 24,6 pontos após a reabilitação auditiva. Houve associação entre a melhora do equilíbrio após a reabilitação, o qual demonstrou significância estatística (p=0,046). Conclusão: A partir deste estudo podemos inferir que a reabilitação auditiva trouxe benefícios no equilíbrio da pessoa idosa. A identificação de preditores associados aos distúrbios do equilíbrio, é crucial para o planejamento de ações preventivas, contribuindo assim, para redução do número de quedas e, consequentemente, a melhoria na qualidade de vida dos idosos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1114
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1114


A MUDANÇA NA PERCEPÇÃO DA AUDIÇÃO AUMENTOU AS CHANCES DE QUEDAS ENTRE PESSOAS IDOSAS DURANTE A PANDEMIA? ANÁLISE DE UMA COORTE NO SUL DO BRASIL
BARROS, V. N. ; FIGUEIRÓ, T. H. ; HILLESHEIM, D. ; D'ORSI, E. ;

Introdução: A ocorrência de quedas em idosos representa uma questão de saúde pública, uma vez que cerca de 28% a 35% dos idosos sofrem algum episódio a cada ano, porcentagem que aumenta após os 70 anos de idade. Assim como a incidência de quedas, a perda auditiva é uma condição frequente na população idosa. A perda auditiva relacionada ao envelhecimento é comum entre os idosos e está atrelada a consequências importantes, como fragilidade física, déficits cognitivos, isolamento social e depressão. Quedas e deficiências auditivas em idosos, individualmente, são fatores relevantes que impactam a funcionalidade, autonomia e saúde dessa população. Compreender a relação entre a mudança na percepção auditiva e a ocorrência de quedas em idosos do sul do Brasil, no período pandêmico, não apenas enriquecerá o conhecimento científico acerca dos impactos da pandemia, mas também terá o potencial de reforçar as políticas de prevenção de quedas e promoção da saúde auditiva. Objetivo: Investigar a associação entre a mudança na percepção da audição com a ocorrência de quedas entre idosos durante a pandemia de COVID-19. Metodologia: Tratou-se de um estudo longitudinal, com dados da terceira onda de entrevistas domiciliares (2017/2019) e da quarta onda de entrevistas por telefone do estudo EpiFloripa Idoso (2021/2022), uma coorte de base populacional com idosos de 60 anos ou mais, realizada na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. A ocorrência de queda no último ano (durante a pandemia da COVID-19) foi definida como a variável dependente neste estudo, enquanto a mudança na percepção da audição, de uma onda para a outra, foi a variável independente (manteve sem dificuldade auditiva; passou a ter dificuldade auditiva; deixou de ter dificuldade auditiva; manteve com dificuldade auditiva). Foi realizada análise de Regressão Logística, ajustada para fatores de confusão, para identificar a relação entre a mudança na percepção da perda auditiva entre a terceira e a quarta onda do estudo com a ocorrência de quedas durante a pandemia. O estudo EpiFloripa recebeu aprovação do CEP nas duas ondas analisadas. Resultados: Participaram do estudo 289 participantes, sendo a maioria do sexo feminino (69,1%), na faixa etária de 70 a 79 anos (53,4%) e com 12 anos ou mais de escolaridade (41,0%). Pessoas idosas que se mantiveram com dificuldade auditiva apresentaram 181% mais chance (OR=2,81; IC95%= 1,08-7,30; p=0,034) de sofrer queda, quando comparado com as pessoas que se mantiveram sem dificuldade auditiva. Conclusão: Constatou-se que após ajuste do modelo para fatores de confusão, pessoas idosas de uma subamostra do Estudo EpiFloripa Idoso que se mantiveram com dificuldade auditiva entre as duas ondas apresentaram 181% mais chance de sofrer queda, quando comparado com seus pares que se mantiveram sem dificuldade auditiva. Esses resultados sugerem a necessidade de intervenções que visem a reabilitação auditiva. Ainda, uma abordagem integrada e multifacetada é fundamental para mitigar os riscos de quedas neste grupo etário, considerando tanto as necessidades auditivas quanto as medidas de prevenção de quedas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1276
ISSN 1983-1793X
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A MUSICOTERAPIA E O DESENVOLVIMENTO DA PERCEPÇÃO MUSICAL EM USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR
Reinert, R.A.C. ; Simões, P.N. ; Cunha, R.R.S ; Bohn, V. ;

Introdução: A Musicoterapia utiliza os efeitos que a música pode produzir nas pessoas nos aspectos físico, mental, emocional e social para facilitar a expressão de sentimentos e a comunicação. Pessoas portadoras de deficiência auditiva (DA), usuárias de implante coclear (IC), podem se beneficiar dos atendimentos de Musicoterapia para aprimorar habilidades de percepção musical como o reconhecimento de melodias, percepção de altura e discriminação de timbre. Objetivo: Avaliar se a musicoterapia (MT) pode auxiliar no trabalho de reabilitação auditiva para o desenvolvimento da percepção musical de usuários de IC. Metodologia: Estudo de caso, com abordagem qualitativa, que utilizou uma versão adaptada com 11 questões do Questionário de Música de Munique (MUMU) e a testagem dos módulos de melodia e de timbre do Teste de Percepção Musical BATUTA, antes e após a conclusão de oito atendimentos de Musicoterapia. O módulo de melodia apresentou 10 pares de amostras musicais da canção Asa Branca, tocados por instrumentos com alturas variadas; a testagem do timbre foi realizada com pares de amostras musicais de Ciranda Cirandinha, apresentada na frequência de 256Hz por diferentes instrumentos; em ambos os casos a testagem consistiu em responder se as amostras eram iguais ou diferentes. Resultados: Um participante que cumpriu os critérios: (1) 18 anos ou mais; (2) perda auditiva neurossensorial bilateral; (3) usuário de IC há mais de 1 ano e (4) sem formação musical, se constituiu como sujeito da pesquisa e foi denominado S1, participou das sessões de Musicoterapia em que foram utilizadas as técnicas de improvisação, recriação, composição e audição. Para este fim foram disponibilizados e utilizados instrumentos das famílias de instrumentos musicais: piano, violão, metalofone, xilofone, tubos sonoros, bateria, pandeiro, bongô, repique e chocalhos. No que se refere às respostas do MUMU, S1 considerou que a música tem um papel muito importante em sua vida e é ouvida com frequência, sendo o tempo despendido de duas horas, ou mais, por dia. A música é ouvida por meio de rádio, televisão ou dispositivos musicais, tanto como música de fundo quanto como único foco de atenção, seja por prazer ou para satisfação emocional e para melhorar o humor. Os instrumentos que S1 consegue identificar são piano, bateria e violão, sendo os últimos os de sua preferência. Os gêneros preferidos de S1 são Rock e MPB, mas música lhe soa artificial quando ouvida por meio do IC. Quanto à testagem da percepção musical, S1 obteve 17 acertos na primeira aplicação do BATUTA e 20 na reaplicação do teste, referindo mais facilidade em diferenciar as melodias e os timbres após as sessões de MT. Conclusão: As respostas do Questionário permitiram concluir que música tem importância na vida do participante e que faz parte do seu cotidiano, lhe proporcionando prazer e satisfação emocional. O aumento de acertos entre as duas aplicações BATUTA, acrescido da diminuição nas repetições necessária para a discriminação entre as amostras, sugere que a Musicoterapia é um recurso a ser considerado no processo de reabilitação auditiva para o desenvolvimento da percepção musical de pessoas com DA, usuárias de IC.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1041
ISSN 1983-1793X
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A PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DE FONOAUDIOLOGIA ACERCA DA RELAÇÃO PROFISSIONAL-PACIENTE: RESULTADOS PRELIMINARES
Veloso, G.F. ; Almeida, T.F. ; Saragossa, M. ; Lüders, D. ; Fidêncio, V.L.D. ;

Introdução: o Cuidado Centrado na Pessoa (CPP) refere-se à prestação de cuidados de maneira respeitosa, atendendo às necessidades, preferências e valores da pessoa assistida, com a garantia de que tais valores norteiam todas as decisões clínicas. No âmbito da reabilitação auditiva, o CCP pode favorecer a adesão e a eficácia do tratamento, podendo proporcionar níveis apropriados de autonomia ao usuário. É urgente encorajar os sistemas de saúde a adotarem uma abordagem de cuidados integrada e centrada na pessoa e para isto, o caminho inicial é explorar e aprofundar o ensino do CCP na educação de profissionais da saúde. Objetivo: avaliar como estudantes de fonoaudiologia percebem a relação profissional-paciente. Metodologia: estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas sob nº 6.524.733. Foram incluídos como participantes estudantes de graduação em fonoaudiologia, de qualquer período, em qualquer Instituição de Ensino Superior (IES) do país, com idade a partir de 18 anos. Os instrumentos de coleta foram disponibilizados via formulário on-line, divulgado nas mídias sociais. Os participantes assinaram ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) digital e responderam a questões sobre dados sociodemográficos e à versão no português brasileiro da escala Patient-Practitioner Orientation Scale (PPOS). Foi realizada a análise descritiva dos dados, por escore total e domínios do PPOS (domínio do “compartilhar” e domínio do “cuidar”). Resultados: participaram 35 estudantes de graduação em fonoaudiologia, sendo 62,86% do estado do Paraná, 2,86% do Rio Grande do Sul, 20% de São Paulo e 14,28% do Distrito Federal. Todos cursavam a graduação na modalidade presencial, sendo 17,14% em IES pública e 82,86% em IES privada. A maioria dos participantes (74,29%) referiu atender pacientes e 54,28% referiram já terem assistido alguma aula sobre o CCP. O escore total no PPOS variou de 2,7 a 4,61 pontos, sendo que menos da maioria (48,57%) dos participantes apresentou escore entre 4 e 5 pontos, demonstrando preferência pelo CCP. Somente 5,71% apresentaram escore total abaixo de 3 pontos, demonstrando preferência pelo atendimento centrado no profissional. Com relação ao domínio do compartilhar do PPOS, 42,85% apresentaram pontuação entre 4 e 5 pontos, indicando que percebem que o profissional deve compartilhar as informações e decisões com os pacientes. Já com relação ao domínio do cuidar, 62,85% demonstraram essas pontuações, considerando como elementos críticos os sentimentos e emoções dos pacientes. Conclusão: os resultados preliminares demonstraram que, apesar da maioria dos estudantes de graduação em fonoaudiologia considerar os sentimentos dos pacientes no cuidado à saúde, a maioria também ainda se apresenta dividida com relação a optar ou não pelo CCP e por compartilhar as decisões com os pacientes, demonstrando a necessidade de que esse tema seja abordado na graduação.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1060
ISSN 1983-1793X
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A REABILITAÇÃO VESTIBULAR NAS DIFERENTES DISFUNÇÕES DO EQUILÍBRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Galindo, L.S.C. ; Santos, D.K.L. ; Silva, G.P. ; Costa, I.C.R. ; Monteiro, C.G. ; Menezes, D.C. ;

Introdução: A reabilitação vestibular é um procedimento terapêutico, não invasivo, baseado em exercícios planejados, que através da repetição, promovem a compensação central com base nas estratégias de habituação, substituição e adaptação, restabelecendo o equilíbrio corporal. Objetivo: Oferecer o serviço de reabilitação vestibular a pacientes que apresentam disfunções no equilíbrio corporal. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência em um projeto de extensão, que acontece numa clínica escola de Fonoaudiologia de uma Universidade Federal, em parceria com o serviço de Otoneurologia do Hospital Universitário do Campus. Os pacientes, com diagnósticos definidos por médicos Otorrinolaringologistas são encaminhados para a reabilitação vestibular e atendidos na clínica escola em uma sessão semanal com duração de aproximadamente 40 minutos. Os exercícios são personalizados de acordo com a hipótese diagnóstica apresentada, respeitando suas limitações. Após o atendimento, os pacientes recebem por escrito e com riqueza de detalhes, os exercícios a serem repetidos em casa por 30 minutos diariamente até a próxima sessão. Os atendimentos são realizados por alunos de Fonoaudiologia e supervisionados por professores através de espelho espião. Os atendimentos contam com material especializado adquirido através de verba concedida por Edital de Extensão na universidade onde ocorre. O projeto conta ainda com suporte emocional aos pacientes, oferecido por psicólogos colaboradores. Resultados e Discussão: 41 pacientes já foram atendidos, dos quais 21 receberam alta e 20 estão em atendimento. Devido à escassez de oferta do serviço no Estado, o projeto vem se tornando referência e nota-se aumento na busca por atendimento. Atualmente, conta com lista de espera de 35 pessoas. Apesar do número considerável de altas terapêuticas, o processo de reabilitação vestibular requer tempo, e por isso, o fluxo de atendimento é lento. Além disso, existem limitações estruturais (espaço físico disponível, dificuldade em maior investimento em material, entre outros) que dificultam o aumento na oferta de vagas. Alunos extensionistas relatam grande interesse no aprendizado e valorizam a oportunidade, pois ainda são escassas as chances de experiência prática em reabilitação vestibular em período acadêmico. A maioria dos pacientes atendidos expressa satisfação com os resultados obtidos em seus processos terapêuticos, relatando melhoria funcional em suas atividades sociais, melhoria em estado emocional e em qualidade de vida. Conclusão: Diante da escassez na oferta do serviço de reabilitação vestibular no Estado, principalmente na rede pública, o projeto vem atendendo uma demanda crescente de pacientes e trazido resultados importantes. Esforços estão sendo feitos para o aumento na oferta de vagas para atendimento, e consequentemente, o aumento na oferta de oportunidade para estudantes de Fonoaudiologia desenvolverem expertise na temática através de experiência prática supervisionada. Assim, promove-se o encontro entre a função educacional e a social da Universidade pública brasileira.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1211
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1211


A RELAÇÃO DA PRESBIACUSIA COM O DECLÍNIO COGNITIVO EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
M, B.A. ; Costa, T.R.S. ;

Introdução: A população idosa experimenta alterações nos processos fisiológicos e sensoriais. A perda auditiva em decorrência da senescência, denominada presbiacusia, pode impactar diversas esferas da saúde do idoso, entre elas a cognição. Objetivo: reconhecendo a relevância de entender os efeitos da perda auditiva na população idosa, o propósito deste estudo é examinar, na literatura brasileira, a associação entre a presbiacusia e o declínio cognitivo em idosos. Método: pesquisa qualitativa realizada por meio de revisão bibliográfica de materiais produzidos sobre a temática nos últimos dez anos. Sete estudos com a população idosa que abordaram a presbiacusia e as alterações cognitivas foram selecionados para compor este
trabalho. Resultados: Mesmo com variações metodológicas entre esses estudos, como instrumentos de avaliação cognitiva e auditiva, e diferentes níveis de perda auditiva e tamanho das amostras dos participantes, cinco dos sete estudos afirmaram a relação de piora cognitiva com a perda auditiva. Destaca-se também esta relação pelos benefícios do uso do AASI na
comunicação e qualidade de vida dos idosos. Conclusão: O estudo destaca a relação entre perda auditiva e declínio cognitiva em idosos, ressaltando a importância de que profissionais de saúde priorizem encaminhamentos para prevenção de alterações cognitivas, sociais e emocionais nessa população em crescimento no Brasil e no mundo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1245
ISSN 1983-1793X
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A UTILIZAÇÃO DE DESENHOS COMO ESTRATÉGIA ALTERNATIVA DE ORIENTAÇÃO A PACIENTES NÃO LETRADOS NA REABILITAÇÃO VESTIBULAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Costa, I. C. R. C. ; Santos, D. K. L. ; Silva, G. P. ; Moura, L. S. C. G. A. ; Monteiro, C. G. ; Menezes, D. C. ;

Introdução: A reabilitação vestibular é um procedimento terapêutico baseado em exercícios planejados, que promovem a compensação central e restabelecem o equilíbrio corporal. Os exercícios são explicados em sessões terapêuticas e devem ser feitos diariamente em casa, sem a presença do fonoaudiólogo. Para isso, instruções são dadas por escrito, com riqueza de detalhes. Entretanto, esse tipo de orientação, não se aplica para aproximadamente 9,6 milhões de brasileiros não letrados (IBGE, 2022). A falta de domínio da leitura pode comprometer o cumprimento das atividades diárias e comprometer o avanço do processo terapêutico. Nesse sentido, prescrições na forma de desenhos tornam-se uma opção relevante para esse grupo populacional. Objetivo: Avaliar o uso de desenhos ilustrativos para a realização diária da reabilitação vestibular de pessoas não letradas. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência proveniente de um projeto de extensão realizado em clínica escola de Fonoaudiologia, que oferece reabilitação vestibular para pacientes diagnosticados e encaminhados por Otorrinolaringologistas. Os pacientes são submetidos a uma sessão semanal de RV com duração de aproximadamente 40 minutos. Os exercícios são personalizados de acordo com a hipótese diagnóstica apresentada. Os atendimentos são realizados por estudantes de Fonoaudiologia e supervisionados por professores através de espelho espião. O projeto conta ainda com suporte emocional aos pacientes, oferecido por psicólogos colaboradores. Após o atendimento, os pacientes recebem por escrito e com riqueza de detalhes, os exercícios a serem repetidos em casa por 30 minutos diariamente até a próxima sessão. Um dos pacientes, de gênero masculino, 54 anos de idade, diagnosticado com Síndrome vestibular pós TCE associadas à cinetose e TPPP (tontura postural-perceptual persistente) referiu não ter domínio da leitura - e, portanto, expressou dificuldade em seguir com as atividades terapêuticas em seu lar. Com o objetivo de otimizar a orientação, os extensionistas elaboraram desenhos personalizados para substituir as explicações por escrito. Em sessão terapêutica, o paciente foi orientado oralmente sobre cada exercício a se fazer em casa, e os exerceu juntamente com os estudantes, garantindo o conhecimento prévio sobre o plano e relata suas impressões aos terapeutas semanalmente. Resultados e Discussão: Desde o início da utilização dos desenhos, observou-se avanço nos marcadores e protocolos de acompanhamento. Essa melhora não seria possível sem a constância diária na realização dos exercícios. O paciente relatou facilidade em lembrar como deveria executar os exercícios ao olhar para os desenhos. Expressou gratidão e satisfação pela atenção individualizada que recebeu, o que certamente contribuiu para sua adesão ao processo terapêutico e favoreceu seu estado emocional. Relatou ainda melhoria na funcionalidade em atividades sociais e na qualidade de vida. Sua acompanhante também foi indagada sobre a eficácia da tentativa de inclusão oferecida pelo grupo, e referiu contentamento. O paciente ainda se encontra em processo terapêutico. Conclusão: A utilização de desenhos como ferramenta de orientação dos exercícios a serem realizados pelo paciente em casa foi fundamental para o entendimento, tornando possível essa importante etapa do tratamento, que é a repetição diária dos exercícios ensinados na sessão semanal.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1312
ISSN 1983-1793X
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ABBREVIATED PROFILE OF HEARING AID BENEFIT (APHAB) - COMO ESTÁ SENDO UTILIZADO NA PRÁTICA CLÍNICA?
Rosário, A. E. F. P. ; Carvalho, A. R. S. ;

Introdução: O Abbreviated Profile of Hearing Aid Benefit (APHAB) é um dos instrumentos utilizados na prática clínica para avaliação dos benefícios da prótese auditiva para seus usuários. Esse instrumento oferece informações que facilitam o sucesso da adaptação do uso da amplificação. Entretanto, não se observa um procedimento padrão na sua utilização, tanto em sua forma de aplicação (autoaplicável/entrevista) quanto em relação ao intervalo entre a aplicação sem auxílio e com auxílio da amplificação. Objetivos: investigar como está sendo aplicado o instrumento APHAB e qual seu intervalo de aplicação. Metodologia: revisão integrativa da literatura guiada por referencial que prevê a execução do estudo em seis etapas: 1) identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa; 2) estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão e busca na literatura; 3) definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados; 4) avaliação dos estudos incluídos; 5) interpretação dos resultados; e 6) síntese do conhecimento. Sua questão norteadora foi estruturada por meio da estratégia PICo, acrônimo para População; Fenômeno de Interesse; Contexto, e que nessa investigação foram assim estruturadas: P: adultos com necessidades de intervenção auditiva; I: uso do APHAB; Co: prática clínica em Audiologia. Isso resultou na questão de pesquisa: como está sendo utilizado o APHAB na prática clínica de Audiologia junto à adultos com necessidades de intervenção auditiva? Os critérios de inclusão foram: artigos on-line disponíveis na íntegra, publicados em qualquer idioma; com delimitação de período de publicação de cinco anos (2019 – 2024); que apresentaram informações sobre o seu intervalo de aplicação sem prótese e com prótese auditiva. Foram excluídos artigos que não responderam à pergunta da pesquisa, e que não apresentavam o dado do intervalo de aplicação sem prótese e com prótese auditiva. A busca foi realizada nas bases de dados on-line: LILACS e PubMed. Após realizar a busca nas bases de dados, obteve-se 157 artigos a serem avaliados. A partir da leitura na íntegra, para melhor esclarecimento, foram selecionados 47 artigos. Resultados: obtiveram-se 47 artigos, todos (100%) recuperados por meio da PubMed e nenhum pelo Lilacs; originaram-se de 19 países diferentes, localizados principalmente na Europa (55,32%). Dos artigos encontrados, 21 (44,68%) utilizaram o APHAB em pesquisa relacionada à cirurgia de condução óssea; 09 (19,15%) em cirurgia de implante coclear e 17 (36,17%) em aparelhos de amplificação sonora individual. Quanto ao intervalo de aplicação, houve diferenças entre os tipos de protetização e entre os próprios modelos de próteses, variando de uma semana à 14 meses para primeira aplicação. A forma de aplicação mais utilizada, foi a autoaplicável, ocorrendo em 27 estudos (57,45%). Conclusões: Foi possível verificar que não há concordância entre os estudos para o intervalo de aplicação do APHAB, inclusive, com diferenças entre os próprios tipos de protetização (condução óssea, implante coclear e aparelho de amplificação sonora individual). Observa-se também que o APHAB foi adequado para avaliar o benefício do dispositivo, desempenho auditivo, qualidade auditiva, satisfação com os aparelhos, qualidade de vida relacionada à audição e incapacidade auditiva relacionada à audição, independentemente das diferenças na sua aplicação.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1210
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1210


AÇÃO DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O RUÍDO E AUTOPERCEPÇÃO DE SINTOMAS AUDITIVOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Mariz, A. C. L. ; Silva, M. G. P. ; Speri, M. R. B. ; Araújo, E. S. ;

Introdução: O Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído (INAD) foi criado nos Estados Unidos em 1996 com a finalidade de conscientizar sobre as consequências negativas que o ruído traz para a audição e a qualidade de vida das pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 120 milhões de pessoas no mundo têm a audição afetada pelo ruído. Portanto, mediante essas questões faz-se necessário um dia específico para alertar a população acerca desse tema, uma vez que a perda auditiva traz impactos significativos para os indivíduos em seu cotidiano. Em 2023, o lema da campanha foi: Ruído na comunicação? Todos sem conexão! Objetivo: Descrever a autopercepção de sintomas auditivos pela população em uma ação de conscientização sobre o ruído. Métodos: A ação educativa foi realizada por uma equipe interdisciplinar, incluindo os cursos de Fonoaudiologia, Música e Arquitetura, no dia 29 de abril de 2023 no Parque das Dunas, uma reserva de mata atlântica, aberto ao público localizado na cidade de Natal e teve o propósito de alertar, instruir e reforçar a população sobre os impactos que o ruído pode ocasionar na vida das pessoas em alusão ao INAD. A ação teve como público alvo a população em geral que estava no parque durante o evento. Durante a ação, alunos e professores da instituição contabilizaram os sinais e sintomas auditivos referidos pelos visitantes ao local da campanha, incluindo dificuldade para ouvir, zumbido, tontura, otite e se já havia realizado avaliação audiológica. Os dados foram analisados por meio de medidas de tendência central e distribuição. Resultados: Alguns dos fonoaudiólogos e estudantes do curso presentes na ação ficaram responsáveis pelo registro dos sintomas autorreferidos. Do total de 46 participantes, 27 foram do sexo feminino e 19 do sexo masculino com idade média de 34,6 anos, sendo a idade mínima de 17 e a máxima de 85 anos. Desses, 71,7% apresentam algum incômodo a ruídos intensos e 34,6% referiram dificuldade auditiva. O zumbido foi relatado por 45,6%, sendo de forma esporádica em 15,2%. Ao considerar o público com zumbido contínuo, 23,9% apresentam o sintoma em ambas as orelhas, 2,2% apenas na orelha direita e 4,3% apenas na orelha esquerda. Outros sintomas autorreferidos com frequência foram a tontura (28,3%) e história atual ou pregressa de otalgia (39,1%). Ressalta-se que 52,2% dos participantes já haviam realizado algum exame audiológico, no entanto, apenas um soube referir o diagnóstico de perda auditiva recebido. Foram realizadas orientações a população geral e, principalmente, às pessoas que relataram queixas relacionadas ao sistema auditivo, além destas serem orientadas em relação ao atendimento na rede de saúde. Conclusão: Observou-se um elevado percentual de pessoas que relataram ao menos um sintoma auditivo, em diferentes faixas etárias, o que reforça a importância dos cuidados auditivos ao longo da vida. Campanhas de conscientização sobre os potenciais riscos, formas de prevenção e opções de tratamento são de suma importância para disseminar conhecimento e alertar a população em relação à saúde auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1335
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS ELETROFISIOLÓGICOS NO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DO TRONCO ENCEFÁLICO EM LACTENTES COM SÍNDROME DE DOWN: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
ZIMMERMANN, F. ; HOFFMANN, J. ; RIBEIRO, G.E. ; SILVA, D.P.C. ;

Introdução: Os lactentes com síndrome de Down (SD) apresentam diversos comprometimentos relacionados à comunicação humana, dentre eles complicações auditivas são recorrentes. Desta forma, após a realização da triagem auditiva neonatal universal, precisam ser submetidos a monitoramento audiológico. Os achados dos exames eletrofiológicos são variados na literatura, sendo observado desde alterações por comprometimento de orelha média até orelha interna e alterações relacionadas à maturação. Objetivo: sintetizar as evidências sobre os achados eletrofisiológicos no potencial evocado auditivo do tronco encefálico (PEATE) em lactentes com SD. Metodologia: Tratou-se de um estudo de revisão sistemática, cujo protocolo foi registrado na International Prospective Register of Systematic Reviews que foi conduzido conforme as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Foram incluídos estudos observacionais: transversais, coorte e caso-controle que realizaram avaliação do PEATE, em lactentes com SD até dois anos de idade, que tiveram seus resultados comparados com lactentes sem SD, da mesma faixa etária. Investigação em relação ao neurodiagnóstico foram descritos. Foram excluídos: cartas ao editor, diretrizes, revisões sistemáticas, meta análises e resumos. Estudos com pouca descrição sobre a metodologia aplicada; estudos que não aplicaram o PEATE para investigação da integridade da via auditiva e outros delineamentos de estudos. Foi consultada a literatura científica das seguintes bases de dados: PubMed, LILACS, Scopus, Web of Science e Embase, Google Scholar e Proquest. Não houve restrição de idioma e data de publicação. A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi feita por meio do JBI (Joanna Briggs Institute)-Critical Appraisal Checklist for Studies Reporting Prevalence Data; Critical Appraisal Checklist for Cohort Studies, Critical Appraisal Checklist for Case Control Studies. As fases 1 (leitura de títulos e resumos) e 2 (leitura na íntegra), bem como a extração dos dados e a avaliação da qualidade metodológica foram realizadas de forma independente e cega por dois revisores. As discordâncias foram resolvidas em uma reunião de consenso com um terceiro revisor. Resultados: A estratégia de busca recuperou 491 artigos, após a remoção de duplicados (252), foi feita a leitura de 239 títulos e resumos e selecionados 39 artigos para leitura na íntegrra, dos quais 10 atenderam aos critérios de elegibilidade. O encurtamento da onda das ondas do PEATE foram a característica mais marcante dos lactentes com SD, que não apresentavam alterações de orelha média, quando comparados com lactentes sem SD. Conclusões: Os estudos mostraram diferenças nos parâmetros do PEATE em lactentes com SD, sendo os menores o tempo de surgimento da resposta, nesta população, na ausência de alterações de orelha média e a maioria dos estudos mostrou baixo ou moderado risco de viés.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1228
ISSN 1983-1793X
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ACHADOS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO EM ESCOLARES DIAGNOSTICADOS COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Ubiali. T. ; Carvalho, N. G. ; Lemos, A. C. P. ; Amaral, M. I. R. ; Matas, C. G. ; Colella-Santos, M. F. ;

Introdução: A avaliação eletrofisiológica é recomendada para complementar a avaliação comportamental do Processamento Auditivo Central (PAC), pois auxilia no diagnóstico diferencial das alterações do Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC) e do Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC). Os testes mais comumente utilizados são os potenciais corticais, porém estudos recentes tem demonstrado alterações funcionais também em estruturas do tronco encefálico. Objetivo: Analisar os achados da avaliação do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) de crianças diagnosticadas com TPAC. Método: Estudo descritivo de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (no 6.216.032). Este estudo está inserido em um projeto maior e foi realizado em parceria com uma escola da rede pública. Inicialmente, em ambiente escolar, foram realizados os seguintes procedimentos: triagem cognitiva, avaliação audiológica básica e triagem das habilidades auditivas de crianças entre 6 e 8 anos de idade. Posteriormente, as crianças que apresentaram audição normal e desempenho na média ou acima da média da capacidade intelectual foram convidadas a realizarem a avaliação comportamental e eletrofisiológica do PAC no laboratório de audiologia da instituição. Foram excluídas crianças que apresentaram diagnóstico/suspeita de alterações do neurodesenvolvimento. Trinta e duas crianças realizaram a avaliação comportamental e 10 foram diagnosticadas com TPAC (com base em dois testes alterados). Dentre as crianças com TPAC, oito retornaram para a avaliação eletrofisiológica, sendo 3 do sexo masculino e média de idade de 8,0 anos (±0,4). Na avaliação comportamental foram aplicados os testes Dicótico de Dígitos (TDD), Teste de Sentenças com Mensagem Competitiva Ipsilateral (PSI), Gaps in Noise (GIN) e Padrão de Frequência (TPF). Para a aquisição do PEATE foi utilizado o equipamento IHS, fones de inserção e eletrodos nas posições Cz (ativo), Fpz (terra) e M1/M2 (referência). Resultados: A alteração mais recorrente encontrada na avaliação comportamental das 10 crianças com TPAC foi a habilidade de resolução temporal (07 crianças), seguida pelas habilidades de ordenação temporal (05 crianças), integração binaural (05 crianças) e figura-fundo (04 crianças). Destas, oito crianças com TPAC realizaram a avaliação eletrofisiológica, quatro (50%) apresentaram alterações no PEATE sendo: aumento de latência das ondas III (2 crianças) e V (2 crianças) e diminuição da amplitude-ratio (AR) das ondas V-I (1 criança). A média dos valores de latência das ondas I, III e V e dos interpicos I-III, III-V e I-V para as orelhas direita (OD) e esquerda (OE), foram, respectivamente: 1,57(±0,12) e 1,56(±0,10), 3,71(±0,12) e 3,84(±0,14), 5,65(±0,23) e 5,61(±0,21), 2,25 (±0,20) e 2,27 (±0,16), 1,91 (±0,20) e 1,78 (±0,17), 4,08 (±0,20) e 4,05 (±0,22). A média das amplitudes I, III, V e AR V-I nas OD e OE foram, respectivamente: 0,55(±0,20) e 0,50(±0,10), 0,48(±0,15) e 0,46(±0,11), 0,77(±0,22) e 0,77 (±0,23) e 1,47(±0,55) e 1,60(±0,36). Conclusão: Os resultados iniciais demonstram que crianças com TPAC podem apresentar alterações no funcionamento da via auditiva desde o tronco encefálico, tais como prolongamento das latências das ondas III e/ou V do PEATE, bem como da relação da amplitude entre as ondas V-I.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1144
ISSN 1983-1793X
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ACURÁCIA DO TESTE DE DÍGITOS NO RUÍDO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
BALEN, S.A. ; Cavalcanti, H.G. ; Nunes-Araujo, A.D.S. ; Silva, G.P.P.C. ; Almedia, M.C.O. ; Barros, V.V. ; Swanepoel, D.W. ; Smits, C. ; Ferrari, D.V. ;

Introdução: Os impactos negativos da perda auditiva não tratada são amplamente reconhecidos, ressaltando a importância da identificação e intervenção precoce. O teste antifásico de dígitos no ruído (DIN) é um procedimento de autoteste desenvolvido para rastrear perda auditiva, demonstra alta sensibilidade na detecção de perda auditiva neurossensorial unilateral ou assimétrica e perda auditiva condutiva. O DIN móvel e baseado na web está atualmente disponível em vários idiomas, incluindo inglês, francês e espanhol. Incluir o português como língua disponível e de grande importância, uma vez que o português é a quarta língua mais falada a nível mundial, com aproximadamente 300 milhões de pessoas que o falam como língua oficial. Objetivo: Avaliar a acurácia do DIN antifásico do Português Brasileiro para triagem de perda auditiva em adultos e idosos. Método: Participaram deste estudo prospectivo de acurácia 232 indivíduos (130 mulheres) com idade entre 18 e 90 anos (média 65,2 ±13,98). Os participantes com mais de 60 anos (n=130) foram aprovados na triagem cognitiva por meio do Mini Exame do Estado Mental. Todos os participantes foram submetidos à audiometria tonal liminar (fones TDH-39) e ao DIN (Motorola Z com fones Samsung A23 com fones Sennheiser), no mesmo dia (ordem contrabalançada) realizada de forma independente por dois pesquisadores cegos aos resultados dos exames. No DIN 23 sequências compostas por três dígitos cada (0-9) foram apresentadas aleatoriamente em ruído branco a 70 dB SPL em uma relação sinal-ruído (SNR) fixada entre -2dB a 20dB. Os participantes foram instruídos a inserir os dígitos reconhecidos no teclado do smartphone. O ruído variou adaptativamente de acordo com as respostas do participante. Ao final, o limiar de reconhecimento de dígitos (fala) no ruído (-DIN SRT) foi gerado automaticamente pela média das respostas corretas entre as sequências 4 e 23. Curvas ROC foram calculadas para determinar a sensibilidade e a especificidade para diferentes pontos de corte de acordo com a média da audiometria tonal liminar de 4 frequências (considerando a orelha pior): A (4FPTA < 20 dBNA), B (4FPTA < 35 dBNA) e C (4FPTA < 45 dBNA). Resultados: Os valores de corte, sensibilidade e especificidade para cada critério foram os seguintes A: -11dB, 72% e 76,81%; B: -8dB, 89,26% e 80,18% e C: -7dB, 90,85% e 81,11% Conclusão: O DIN antifásico apresentou boa sensibilidade e especificidade regular na identificação de perdas auditivas em adultos e idosos. Análises adicionais são necessárias para avaliar as propriedades do teste na identificação dos tipos de perda auditiva e assimetria.
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Página(s): p.1279
ISSN 1983-1793X
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ALÔFONO: PROVA DE CONCEITO DE UMA FERRAMENTA DE TRIAGEM AUDITIVA BASEADA NA WEB
Paul, S. ; Macedo, D.D. J. de ; Beckhauser, E. ; Hillesheim, J. F. ; Petrolini, V.A. ; Olabarrera; W.H. M. ; Lira, M. ; Gonçalves, B. ; Souza, G. ; Zucki, F. ; Noll, M. ;

Introdução: A perda auditiva afeta milhões de pessoas no mundo. No Brasil, o acesso da população ao diagnóstico audiológico e/ou reabilitação auditiva é um desafio. Neste cenário, soluções digitais, como as soluções eHealth, configuram-se como um recurso importante para promover um melhor atendimento, melhor gerenciamento da informação dos processos clínicos, do tratamento de usuários e da otimização dos custos do sistema de saúde pública. Objetivo: Descrever o desenvolvimento de uma aplicação responsiva baseada na web (ARBW) para a realização de triagem auditiva voltada para a população adulta. Método: A ARBW, denominada alôfono, foi concebida como parte de uma arquitetura de microsserviços implantada dentro do ecossistema do Sistema de Telemedicina e Telessaúde de uma Universidade Federal, para permitir o livre acesso via navegador web, independente de sistemas operacionais do dispositivo de acesso, e a manutenção continuada. O desenvolvimento foi caracterizado por decisões de design centrado no usuário, apoiadas pelo método para o design de objetos digitais interativos - Iterato. Por meio de ensaios de validação com mais de 70 sujeitos adultos e análise estatísticas (modelagem probabilística e análise da curva ROC) foram determinados os parâmetros de decisão e realizado o aprimoramento da ARBW. Resultados: A versão inicial da ARBW alôfono foi desenvolvida visando o acesso por meio de qualquer dispositivo com navegador de internet. Foram adicionados à aplicação um teste de dígitos no ruído (TDR) e um questionário, o Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ5), como métodos para identificação de alteração auditiva. O TDR foi implementado utilizando-se gravações dos dígitos emitidos por voz masculina e ruído branco como sinal mascarador, apresentando-se na orelha ipsilateral os dígitos e o ruído mascarador e na orelha contralateral apenas o ruído, possibilitando a avaliação separada das orelhas. A variação da relação sinal-ruído (SNR) ocorre em intervalos de 2 em 2 dB ou 4 em 4 dB, entre + 4dB e -18 dB SNR, de acordo com as respostas do sujeito. Para estimativa do limiar do reconhecimento de fala com ruído competitivo (SRTn) obtido por meio do TDR, desenvolveu-se uma ferramenta de simulação probabilística da curva psicométrica. A partir dos dados coletados e da análise da curva ROC estabeleceu-se como critério de identificação de alteração auditiva pelo TDR, em cada uma das orelhas, um SRTn maior que -11 dB. Resultados de SRTn menores ou iguais à -11 dB são considerados indicativos de audição social normal. O questionário SSQ5, implementado na versão inicial do alôfono, não foi mantido em virtude da dificuldade, por parte dos usuários, de compreensão das perguntas e determinação das respostas, especialmente por parte da amostra de maior idade. Conclusão: O sistema web responsivo de triagem auditiva para adultos demonstrou ser uma ferramenta promissora para ser utilizada na atenção primária à saúde, buscando a otimização dos encaminhamentos para o diagnóstico audiológico. Foram identificadas necessidades de melhoria e ampliação da ferramenta, possíveis de serem realizadas no futuro.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1295
ISSN 1983-1793X
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ALTERAÇÕES AUDIOVESTIBULARES EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DURANTE O PERÍODO DA PANDEMIA DA COVID-19
SILVA, A.K. de L. ; DUARTE, D.S.B. ; QUEIROZ, J.P.S. de ; BEZERRA, M.V. ; JUNIOR, J. de A.S. ; NEGREIROS, S.P.A de ; BRITTO, D.B.L. de A. ;

Introdução: Muitas adaptações de vida foram necessárias durante a pandemia da Covid-19. Os sistemas educacionais foram desafiados a trocar o modelo presencial pelo virtual, devido ao fechamento temporário das instituições de ensino em busca de um controle da proliferação do vírus. Por causa da suspensão das aulas presenciais a vida do aluno teve uma grande mudança tendo agora a substituição dessas aulas por aulas online por meio de diversos dispositivos eletrônicos como computadores e celulares disponíveis para evitar cada vez mais o contato físico fora de casa. Objetivo: Identificar a ocorrência de sintomas e/ou queixa de alterações audiovestibulares auto referidas por estudantes universitários no período da pandemia da Covid-19. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo observacional, retrospectivo e transversal aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos sob parecer nº4.835.476. Participaram 309 estudantes universitários, ambos os sexos, com aulas remotas por no mínimo seis meses, no período da pandemia da Covid-19. Após consentimento de participação, todos os participantes voluntariados responderam a um questionário virtual, registrados na base da plataforma do Google Forms, contemplando 11 questões objetivas. Como
critérios de inclusão, foram escolhidos indivíduos adultos que encontravam-se estudando em formato remoto durante a pandemia da Covid-19 em Instituição de Ensino Superior no período mínimo de seis meses. Como critérios de exclusão: indivíduos com patologias que pudessem afetar o sistema audiovestibular e/ou com problemas neurológicos e/ou que não estejam em condições de responder ao questionário fechado. Resultados: Dos 309 indivíduos que participaram da pesquisa, 22% participantes eram do sexo feminino e 78% do sexo masculino, com idade média de 23,65 anos. Os estudantes apresentaram uma média de 3,85 dias de aula remota por semana, com duração média de três a cinco horas/dia e a maioria assistia às aulas apenas por computador/notebook, fazendo uso de fone de ouvido durante as aulas (intra-auriculares e supra-auriculares). Em relação aos sintomas auditivos, 20,4% dos estudantes universitários relataram surgimento do zumbido durante o período das aulas remotas, sendo mais caracterizado como um apito. A grande maioria dos participantes que apresentaram zumbido durante as aulas remotas, não apresentavam esse sintoma antes. Em relação a presença das alterações de equilíbrio, 31,72% relataram o surgimento de episódios de tontura e/ou vertigem e, destes, 85,23% relataram que essa tontura e/ou vertigem acontecia ao se levantar. Importante destacar que 28,58% não tinham essa sintomatologia antes das aulas remotas durante a Covid-19. Conclusão: O surgimento de alterações de equilíbrio, como tontura e/ou vertigem bem como zumbido, foram as alterações auditivas e vestibulares mais relatadas por estudantes universitários durante o período da pandemia da Covid-19.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1252
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1252


ALTERAÇÕES AUDITIVAS COMO CONSEQUÊNCIA DA OTOTOXICIDADE NO TRATAMENTO DO CÂNCER INFANTOJUVENIL - REVISÃO INTEGRATIVA
Melo, C. T. B ; Silva, P. C. B ; Silva, N. P. ; Festa, I. F. ; Oliveira, R. G. ; Viana, M. G. N. ; Adriana M. ;

Introdução: O tratamento quimioterápico e radioterápico entram como alternativas de tratamento precoce fornecidos pelo SUS, porém são tratamentos que têm diversos efeitos colaterais, como, zumbidos, perda auditiva neurossensorial e vertigens, causados pela ototoxicidade medicamentosa, definida como dano definitivo ou transitório da função auditiva e/ou vestibular, geralmente bilateral e simétrica, afetando primeiramente a captação de frequências sonoras mais altas. Objetivo: Avaliar o impacto deste tipo de tratamento na audição de crianças e adolescentes com câncer, os quimioterápicos utilizados e sua relação com a ototoxicidade, alterações audiológicas mais comuns e as intervenções terapêuticas adotadas nesses casos. Metodologia: Revisão narrativa da literatura realizada no período de fevereiro a junho de 2022. Foi elaborado um levantamento bibliográfico nas bases de busca LILACS, Google acadêmico e SciELO com os seguintes descritores: adolescente, criança, oncológica, radioterapia, quimioterapia, ototoxicidade, perda auditiva. Foram selecionados 4 artigos para realização do artigo. Resultados: No artigo de Caldas e Dias (2018) concluiu que o método padrão ouro para a monitorização da perda auditiva nestes pacientes é a audiometria tonal liminar convencional e no caso de pacientes incapazes de realizar esta, deve-se utilizar a emissão otoacústica. As medicações foram a cisplatina e carboplatina, radioterapia e os antibióticos aminoglicosídeos, apresentando maior efeito ototóxico para os pacientes, que quanto menor a idade, maior o risco para a perda auditiva. Apresentaram as alterações de: zumbido e lesão vestibular, provenientes do tratamento associado aos antibióticos aminoglicosídeos; e das alterações provenientes do tratamento associado à radioterapia: necrose de conduto auditivo externo, osteorradionecrose de osso temporal, otite média, perda auditiva condutiva de diferentes graus, otalgia, zumbido e degeneração das células ciliadas. Dos artigos levantados por Iuchno e Carvalho (2019) apenas um foi relevante para o atual trabalho. Lopes et al. (2020) buscou os efeitos do tratamento com carboplatina e cisplatina, as perdas auditivas foram encontradas desde o primeiro ciclo de tratamento com cisplatina, por ter maior efeito ototóxico se usado isoladamente, já a carboplatina tem menor efeito ototóxico, porém se usado concomitante à cisplatina tem alto poder ototóxico. Os resultados mostraram perda auditiva sensorioneural de grau leve à moderado, podendo progredir para severo, geralmente em direção às frequências altas. Para Patatt et al. (2022) o método mais utilizado foi a audiometria tonal liminar convencional, a dosagem dos medicamentos foi, em média 200 mg/m², e quanto menor a idade da criança, maior o risco de perda auditiva. Evidenciou o acompanhamento a longo prazo dos sobreviventes após incidência da perda auditiva, indicando riscos maiores principalmente no tratamento associado das medicações. Conclusão: Concluiu-se que a carboplatina e a cisplatina, podem prejudicar a audição desde as suas primeiras doses, afetando a cóclea especificamente as células ciliadas externas. Evidenciou a importância do monitoramento precoce de toxicidade e efeitos adversos e o monitoramento audiológico através de exames específicos que avaliem a porção periférica e central da via auditiva. A perda auditiva pode aparecer logo após o primeiro ciclo de tratamento, com isso devem ser utilizados protocolos padronizados de acompanhamento da audição, antes e durante os tratamentos realizados, assim como a longo prazo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1141
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1141


AMPLITUDE DAS ONDAS DO PEATE EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Silveira, G. S. ; Junior, J. B. ; Pinheiro, M. M. C. ; Noll, M. J. ; Ssilva, D. P. C. ; Roggia, S. M. ;

Introdução: A amplitude das ondas do potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) é a correspondência entre os picos positivo e negativo da onda. Diz respeito à magnitude do potencial elétrico medido em microvolts (μV), sendo a magnitude dessa resposta dependente da quantidade de fibras nervosas que está envolvida. Desta forma, a amplitude é influenciada pela quantidade da população neuronal envolvida e da distância que essa população de neurônios está em relação ao ponto de medição. O processamento auditivo é a eficiência e a eficácia com que o sistema nervoso auditivo central (SNAC) utiliza a informação auditiva. Compreender a via auditiva com base anatômica, projeções das fibras neurais, além de ter meios de determinar o grau de atividade, contribui imperativamente para o entendimento das inúmeras disfunções que podem acometer a via auditiva. Objetivo: Estudar a amplitude das ondas do PEATE em crianças com transtorno do processamento auditivo central (TPAC). Metodologia: Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo transversal observacional com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 46189021.2.0000.0121). Os participantes foram divididos em grupo estudo (GE) e grupo controle (GC) com faixa etária de 7 a 12 anos de ambos os sexos. Todos os participantes que apresentaram média tritonal (500, 1000 e 2000 Hz) dentro dos padrões de normalidade e curva timpanométrica do tipo A foram submetidos à avaliação comportamental do processamento auditivo central (PAC) e avaliação eletrofisiológica com o PEATE neurodiagnóstico. Foram analisadas as latências absolutas das ondas I, III e V, os intervalos interpicos I-III, III-V e I-V, a diferença interaural da latência da onda V; a amplitude foi medida do pico positivo ao pico negativo da onda, em duas duas varreduras para as ondas I, III e V e para a análise da relação da amplitude das ondas V/I foram utilizados três critérios diferentes, dos quais onda V>I, relação V/I ≥ 0,75 e relação V/I ≥ 1,0. Resultados: O GE apresentou latências absolutas da onda V e latências interpicos III-V e I-V aumentadas e amplitude da onda III reduzida à orelha esquerda em relação ao GC. Além disso, constatou-se um maior número de indivíduos com alteração na relação das ondas V/I nos diferentes critérios utilizados (onda V>I, relação V/I ≥ 0,75 e relação V/I ≥ 1,0), principalmente à orelha esquerda. Conclusões: Foram encontradas diferenças estatísticas entre as respostas obtidas pelo GC e GE apenas para a amplitude da onda III na orelha esquerda. No entanto, constatou-se um maior número de respostas alteradas no GE, comparado ao GC, em todos os critérios de normalidade utilizados, o que sugere que novos estudos, com maiores amostras, sejam realizados.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1191
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1191


AMPLITUDE DAS ONDAS DO PEATE EM DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
Silveira, G.deS. ; Noll, M.J. ; Ferreira, T.M.S. ; Bernardes, L.deM. ; Silva, D.P.C.da ; Roggia, S.M. ;

Introdução: A avaliação eletrofisiológica mais difundida clinicamente para fins de neurodiagnóstico é o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) com estímulo clique, capaz de fornecer informações a respeito da integridade da via auditiva no tronco encefálico. Um dos parâmetros que pode ser analisado é a amplitude das ondas, porém essa é uma medida pouco explorada na rotina clínica e não apresenta padrões de normalidade bem definidos. Objetivo: Analisar a influência da idade na amplitude das ondas do PEATE. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal aprovado pelo comitê de ética do local do qual ele foi realizado. Foram avaliados 43 indivíduos normo-ouvintes e sem queixas auditivas; 10 crianças (idade média de 7,5 anos) e 33 adultos (idade média de 24 anos); de ambos os sexos. Foram incluídos apenas indivíduos com resultados dentro dos padrões de normalidade na avaliação audiológica básica e com latências absolutas das ondas I, III e V, bem como intervalos interpicos I-III, III-V e I-V dentro dos padrões de normalidade. O PEATE foi realizado com estímulo clique, com taxa de estimulação de 21.1 cliques por segundo, 2048 estímulos apresentados de forma monoaural via fones de inserção 3A, janela de registro de 12ms, polaridade rarefeita, filtros de 100Hz e 3000Hz e intensidade de 80dBNA. O teste utilizado foi o não paramétrico de Mann-Whitney. Resultados: Na comparação da amplitude das ondas I, III e V do PEATE de crianças e adultos, a diferença foi significativa apenas para a amplitude da onda III à orelha esquerda, na qual as crianças tiveram maiores amplitudes quando comparadas aos adultos (p=0,018). Ademais, ao verificar a relação da amplitude V/I entre adultos e crianças não houve diferença estatística para ambas as orelhas. Conclusões: Não foram encontradas diferenças entre as amplitudes das ondas do PEATE entre os grupos estudados, exceto para a onda III da orelha esquerda, que teve uma maior amplitude no grupo de crianças. Acredita-se que o resultado obtido possa ter sido decorrente do pequeno tamanho da amostra do grupo de crianças, tendo em vista que do ponto de vista maturacional esse resultado não seria esperado. Sugere-se, portanto, a realização de mais estudos sobre esse tema, com maiores números de sujeitos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1201
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1201


ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE A ESCOLARIDADE MATERNA E O DESEMPENHO NA ESCALA REYNELL EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Melo, M.R.F. ; Brazorotto, J.S. ;

Introdução: A qualidade do ambiente linguístico desempenha um papel crucial no desenvolvimento da linguagem em crianças com deficiência auditiva. Em crianças com audição típica, a baixa escolaridade materna tem sido associada à escassez de estímulos linguísticos e ao uso limitado de estratégias ideais para promover habilidades linguísticas robustas. Portanto, investigações que abordem este aspecto para a população de crianças com deficiência auditiva são de extrema relevância, especialmente no contexto brasileiro, visando identificar necessidades de intervenções que fortaleçam os fatores facilitadores em cada contexto sociocultural, ao mesmo tempo que minimizem as barreiras enfrentadas. Objetivo: Analisar a correlação entre o nível de escolaridade das mães e os resultados obtidos por 25 crianças com deficiência auditiva, com idades compreendidas entre 11 meses e 6 anos e 11 meses, por meio da aplicação da Escala Reynell de Desenvolvimento de Linguagem. Método: estudo transversal, observacional, aprovado em Comitê de Ética institucional sob parecer de número 3.440.683, realizado em um serviço de reabilitação auditiva do Sistema Único de Saúde. Após a análise dos prontuários para a verificação de dados clínicos e sociodemográficos foi realizada a avaliação presencial com uma sessão de duração aproximada de 60 minutos, por meio da Escala Reynell de Desenvolvimento da Linguagem (versão adaptada para o português brasileiro) com as crianças. A avaliação realizou-se em sala de terapia climatizada e foram utilizados os materiais adaptados conforme as recomendações. Após a aplicação, os dados de escore bruto das escalas de compreensão, expressão e escore bruto total na escala foram tabulados em uma planilha do Excel®. A análise estatística foi feita no software Jamovi®. Foi aplicada a análise descritiva e inferencial, por meio da correlação de Spearman, dada a não normalidade dos dados. Considerou-se o valor de significância de 5%. Resultados: A pontuação mínima no escore total da escala foi 0 e a máxima 110 pontos. Quando observada a distribuição das escolaridades, o ensino médio completo representou 64% da amostra e as demais escolaridades 36%; destes, 4% ensino fundamental completo, 8% ensino fundamental incompleto, 8% ensino médio incompleto e 16% ensino superior completo. Em relação ao escore geral da linguagem, observou-se que as crianças cujas mães apresentam menor escolaridade foram as que obtiveram os menores escores, quando comparadas àquelas cujas mães tinham escolaridades mais altas; no entanto, na análise inferencial, não foi observada correlação estatisticamente significativa entre a escolaridade materna e os resultados nas escalas de compreensão, expressão e escore total. Observou-se correlação positiva moderada entre os resultados na escala de compreensão e expressão (0,719 para ≤ a 0,05). Conclusão: para a amostra estudada, não houve correlação entre a escolaridade materna e os resultados de linguagem, embora a distribuição das escolaridades possa ter influenciado os resultados. O estudo terá continuidade, buscando um maior número amostral e análises complementares para elucidar os fatores que influenciam o desenvolvimento da linguagem em crianças brasileiras com deficiência auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1288
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1288


ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA E DAS CARACTERÍSTICAS AUDIOLÓGICAS DE INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DE PROCESSAMENTO AUDITIVO: UMA REVISÃO DA LITERATURA
SILVA,S.A ; Lima, Daviany Oliveira ; ROSA, MARINE DINIZ DA ; Freitas, ELIZABETE VITORIA LIMA DE ; SILVA, JOAO PEDRO DE DOUZA ;

Introdução: O Processamento Auditivo Central (PAC) se refere a eficiência e eficácia que o Sistema Nervoso Central utiliza a capacidade de reconhecer adequadamente as informações auditivas após a captação das ondas sonoras que estão presente no ambiente com o objetivo de processar as informações auditivas que chegam ao cérebro. A dificuldade em utilizar a informação neural de maneira eficiente é caracterizada como Transtorno do Processamento Auditivo (TPAC). Objetivos: Analisar as produções científicas na área de audiologia sobre TPAC publicados no Brasil nos últimos 5 anos. Metodologia: As buscas e filtragens dos estudos ocorreram na base digital Scielo, BVS e Periódicos CAPES. Foram utilizados estudos que abordam a avaliação das habilidades auditivas de indivíduos com TPAC com uma filtragem dos últimos 5 anos de publicação, a partir dos descritores DECS/ MESH: Audiology; Auditory Perceptual Disorders; Auditory Perception; Hearing; Language and Hearing Sciences; Hearing Disorders. Os critérios de elegibilidade foram definidos de acordo com a leitura dinâmica dos títulos e abordagem do conteúdo. Resultados: Foram encontrados 27 estudos em audiologia publicados no Brasil na base de dados Scielo. Desse total, apenas 2 foram incluídos no estudo. Nas bases de dados BVS e Periódico CAPES foram encontrados 32 estudos, dos quais apenas 8 preencheram os critérios exigidos, sendo 6 da BVS (publicado na revista Distúrbios da comunicação, 2018 e Audiology Communication Research, no ano 2019), foram encontrados 2 estudos no periódico CAPES (publicados nas revistas Psicologia, Teoria e Pesquisa, 2019, Vol.35 e no CEFAC, 2020, Vol.22). Os métodos avaliativos mais utilizados foram: a anamnese, teste de emissões otoacústicas para avaliar o funcionamento do sistema auditivo pré-neural, avaliações audiológicas básica (audiometria, logoaudiometria e imitanciometria) e a bateria de testes do processamento auditivo. Esses métodos puderam avaliar que os indivíduos com alteração possuem mais diferenças sensoriais do que os que possuem o Processamento Auditivo Central normal. Conclusão: É possível identificar uma escassez de estudos produzidos no Brasil, os quais abordam o Processamento Auditivo Central (PAC) e o seu Transtorno (TPAC). Nesse sentido, é necessário o investimento de pesquisas de alto impacto e com evidências suficientes que norteiam planos de avaliação e terapêuticos aprimorados, além de fornecer subsídios para um atendimento mais efetivo e humanizado a essa população.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1095
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1095


ANÁLISE DA TRIAGEM AUDITIVA EM NEONATOS EXPOSTOS À COVID-19 DURANTE A GESTAÇÃO
Freitas, A.G. ; Silva, L.F. ; Silva, V.B. ;

Introdução: No início de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o início da pandemia de Covid-19. Esta enfermidade infecciosa é provocada pelo vírus SARS-CoV-2, caracterizando-se por uma alta taxa de transmissibilidade e elevado risco de morbimortalidade. Isso se deve às significativas alterações fisiológicas ocasionadas nos sistemas respiratório, circulatório, secretório e imunológico dos indivíduos infectados. Em determinadas populações, como idosos, diabéticos, hipertensos e gestantes, destaca-se um risco aumentado de complicações, incluindo hospitalização, internação em unidade de terapia intensiva e a necessidade de ventilação mecânica. Nas gestantes, há também um aumento no risco de nascimento prematuro, o que, por sua vez, pode resultar na necessidade de unidade tratamento neonatal, ventilação mecânica e uso de antibióticos ototóxicos. Estes fatores são considerados de alto risco para o desenvolvimento de deficiência auditiva em recém-nascidos. Objetivo: Descrever os resultados da triagem auditiva neonatal de recém-nascidos expostos a covid-19 durante a gestação. Metodologia: Este estudo de prevalência foi conduzido utilizando o banco de dados de um centro especializado em reabilitação auditiva privado na Amazônia Ocidental. Os dados analisados, que incluem indicadores de risco para deficiência auditiva, testes realizados e resultados de triagem auditiva, dizem respeito a 81 recém-nascidos com histórico de exposição à Covid-19 durante a gestação. A coleta de dados abrangeu o período de agosto de 2020 a janeiro de 2024. A triagem auditiva foi efetuada por meio de emissões otoacústicas evocadas transientes e/ou potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático, utilizando o equipamento modelo Accuscreen da marca Madsen®. Os dados foram submetidos a uma análise estatística descritiva. Resultados: Dos 81 neonatos com histórico de exposição a Covid-19, 86,4% (n=70) foram considerados de baixo risco para deficiência auditiva e 11 (13,6%) de alto risco; O indicador de risco para deficiência mais frequente foi o uso de ototóxicos com 45% (n=5), seguido de deficiência auditiva na família com 36% (n=4), permanência em UTI com 18% (n=2), uso de ventilação mecânica, muito baixo peso, malária na gestação, toxoplasmose e sífilis com 9% (n=1); 23,5% (n=19) foram triados com técnica combinada de emissões otoacústicas evocadas transientes e potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático, 58% (n=47) com emissões otoacústicas evocadas transientes e 18,5% (n=15) com potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático. Quanto ao resultado da triagem, não se observou resultado alterado nos testes em nenhum protocolo adotado para todos os neonatos atendidos. Conclusão: A grande maioria dos recém-nascidos que foram expostos à Covid-19 durante a gestação e que receberam atendimento no centro de referência abordado neste estudo não demonstra indicadores de risco para deficiência auditiva. Entre aqueles que apresentam tais indicadores, o uso de ototóxicos no período neonatal se destaca como a situação mais comum, seguida pelo histórico familiar de deficiência auditiva. Adicionalmente, é notável que os recém-nascidos expostos à Covid-19, que foram atendidos neste contexto específico, não exibem alterações nos resultados da triagem auditiva neonatal e este cenário permanece consistente mesmo na presença de indicadores de risco para a deficiência auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1052
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS EM LACTENTES DE 6 A 8 MESES EXPOSTOS AO FUMO PASSIVO
Xavier, L. L. ; Silva, T. F. ; Vieira, V. S. S. ; Santos, A. F. O. ; Cunha, B. S. ; Bruner, A. P. ; Almeida, K. ; Rocha-Muniz, C. N. ; Carvallo, R. M. M. ; Durante, A. S. ;

Introdução: Crianças e bebês são particularmente suscetíveis aos efeitos do fumo passivo. A fumaça do tabaco pode prejudicar a audição ao afetar o fornecimento sanguíneo para a cóclea, causando danos nas células ciliadas. Estudos indicam que a exposição passiva ao tabaco é um fator de risco para perda auditiva neurossensorial. Portanto, é crucial avaliar a saúde coclear, utilizando testes como emissões otoacústicas, que fornecem um feedback mecânico sensível para detectar danos nas células auditivas. Dessa forma, para pesquisar esse feedback nas frequências de 500Hz a 10kHz as emissões otoacústicas produto de distorção acústica (EOAPD), podem ser utilizada. Objetivos: Investigar possíveis alterações da fisiologia coclear em lactentes de 6 a 8 meses expostos ao fumo passivo desde a gestação, por meio das emissões otoacústicas produto de distorção comparando os resultados do grupo controle com o grupo estudo. Metodologia: Esta pesquisa foi realizada com uma amostra total de 15 lactentes divididos em grupos controle, 11 indivíduos, e grupo estudo, 4 indivíduos. Os critérios de inclusão consideram saúde auditiva, ausência de exposição a outras substâncias tóxicas durante a gravidez e triagem auditiva neonatal adequada. O equipamento utilizado foi o Titan ®, da marca InteracousticTM. Os procedimentos incluem anamnese, nova triagem auditiva e medidas de EOAPD. As medidas de EOA abrangem estímulos em diferentes frequências e intensidades. Resultados: Nos resultados da EOAPD, na intensidade de 65/55, observou-se significância estatística para o sinal em 2kHz da orelha direita (p=0,05). Conclusões: Na amostra de lactentes foi possível observar o efeito do fumo por meio das medidas de EOAPD na intensidade de 65/55. Dessa forma, a exposição de lactentes à fumaça do cigarro, mostrou ter um efeito negativo na fisiologia coclear do sistema auditivo.
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Página(s): p.1200
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1200


ANÁLISE DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS PRODUTO DE DISTORÇÃO EM NEONATOS EXPOSTOS AO FUMO PASSIVO
Cunha, B.S. ; Santos, A.F.O. ; Bruner, A.P. ; Almeida, K. ; Carvallo, R.M.M. ; Durante, A.S. ;

INTRODUÇÃO:
As substâncias inaladas contidas na fumaça do cigarro podem afetar diretamente as células do ouvido interno, interferindo na oxigenação das estruturas internas do ouvido, causando vários graus de perda auditiva irreversíveis. A captação das emissões otoacústicas permite avaliar a integridade da fisiologia coclear. A hipótese deste estudo é que a função da cóclea esteja reduzida no grupo de neonatos expostos ao fumo passivo e que os resultados do produto de distorção estejam alterados na intensidade de 65/55.
OBJETIVO:
O estudo tem como objetivo analisar as Emissões Otoacústicas Produto de Distorção de um grupo de neonatos com audição normal, contendo expostos e não expostos ao fumo passivo durante a gestação.
MÉTODO:
Trata-se um estudo observacional, prospectivo, transversal e analítico, aprovado pelo comitê de ética da instituição (CEP 5571490).
O presente estudo teve como amostra 37 neonatos, sendo 22 do grupo controle e 15 do grupo estudo, selecionados na maternidade de um hospital escola na cidade de São Paulo.
Os critérios de inclusão para ambos os grupos foram: não ter indicadores de risco auditivo, e resultado da triagem auditiva adequado (curva timpanométrica do tipo A, emissões otoacústicas por transiente e Potencial evocado auditivo - automático com estímulo chirp presentes).
Para o grupo de controle (GC), somente neonatos que não tiveram história de exposição à fumaça passiva foram inclusos. Para o grupo de estudo (GE), o critério de inclusão foi a exposição ao tabagismo passivo na gestação.
Os neonatos que não concluíram o protocolo de pesquisa por desistência ou alguma dificuldade técnica ou que não atenderam aos critérios de inclusão foram excluídos. Na presente pesquisa 3 neonatos foram excluídos.
Tanto na triagem quanto no protocolo de pesquisa foi utilizado o equipamento Titan ®, da marca InteracousticTM, versão completa, possibilitando a avaliação da orelha média e da orelha interna e nervo auditivo. O módulo de EOAPD utilizado no presente estudo apresentou f 2 variando de 500 a 10.000 Hz, na razão f 2 /f 1 = 1.22, com a intensidade de 65/55 dB NPS.
A análise estatística do conjunto de dados foi efetuada junto ao centro de estatística da instituição utilizando o software SPSS v5, por meio das técnicas estatísticas de análise descritiva e inferencial, utilizando o teste de Mann-Whitney.
RESULTADOS:
Foi observado que o grupo controle apresentou maiores níveis de resposta das EOAPD do que o grupo estudo, com diferença estatisticamente significante para a frequência de 1kHz, tanto para o sinal (p=0,05) quanto para o sinal-ruído (p=0,012). Nas demais frequências sem significância estatística (P > 0,1).
CONCLUSÃO:
O grupo de neonatos exposto ao fumo passivo apresentou níveis de respostas e de relação sinal-ruido de EOAPD estatisticamente significante menor na frequência de 1kHz do que o grupo não exposto. Dessa forma, a exposição de neonatos à fumaça do cigarro, mostrou ter um efeito negativo na fisiologia coclear do sistema auditivo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1100
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1100


ANÁLISE DAS QUEIXAS AUDITIVAS E A PROCURA PELO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO AUDITIVA EM UMA CLÍNICA ESCOLA.
Silva, A. B. N. ; Costa, E. K. E. ; Oliveira, L. F. B. ; Silva, E.A.O. ; Silva, J.A. ; Almeida, A. L. A. ; Almeida, M. L. L. ; Silva, Y. T. ; Campos, P. D. ;

Introdução: A reabilitação auditiva tem como propósito promover a melhora dos domínios afetados pela perda auditiva, a capacidade funcional e os aspectos sociais, sendo primordial para pessoas de perda sensorioneural de moderado a profundo, relatando queixas em dificuldade de compreensão, principalmente em ambientes ruidosos. Objetivo: Caracterizar os pacientes participantes da terapia em reabilitação auditiva de uma clínica escola. Metodologia: Foi realizado um estudo aplicado do tipo retrospectivo, descritivo, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (5.444.143). A coleta de dados conteve a análise de 12 prontuários de pacientes que iniciaram a terapia de reabilitação auditiva entre julho de 2022 e abril de 2023. Informações de caracterização da perda auditiva, do dispositivo eletrônico auxiliar a audição utilizado e as principais queixas apresentadas foram coletadas. Resultados: Todos os participantes apresentaram diagnóstico de perda auditiva sensorioneural, sendo 8,3% (n=1) dos participantes com perda unilateral e 25% (n=3) com perdas assimétricas. Entre todos os participantes, 58,3% (n=7) possuem perda auditiva de grau severo a profundo, 25% (n=3) possui perda moderadamente severa, 8,3% (n=1) apresenta perda de grau moderado e 8,3% (n=1) de grau leve. Dos participantes, 16,6% (n=2) utiliza Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) unilateral, enquanto 58,3% (n=7) usa o aparelho de forma bilateral. Além disso, 16,6% (n=2) possui adaptação bimodal (AASI e implante coclear) e somente 8,3% (n=1) utiliza Implante Coclear bilateral. A média da diferença entre o tempo de adaptação e a busca pela reabilitação auditiva foi de 4,85 anos (DP=7,17). As principais queixas dos participantes foram a dificuldade de compreensão de fala tanto no silêncio como no ruído, não conseguir diferenciar os sons, dificuldade na detecção do som, incômodo com sons intensos, além de a presença de zumbido. Conclusões: Neste estudo foi possível caracterizar os participantes da terapia em reabilitação auditiva e analisar que, embora se enquadrem no perfil característico de indicação, costumam buscar e iniciar tardiamente o processo terapêutico de reabilitação auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1194
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DAS QUEIXAS E RESULTADOS DOS EXAMES DE PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL DE PACIENTES ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA ESCOLA DE FONOAUDIOLOGIA
Constantino, D. C. M. M. ; Bonh, V. ; Rodrigues, T. D. ; Garbino, J.F. ;

Introdução: O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é um déficit do processamento neural caracterizado por alterações das habilidades auditivas. As queixas comuns entre os indivíduos são: dificuldade de compreensão principalmente em ambientes com acústica desfavorável ou presença de ruído competitivo, desatenção, dificuldades de aprendizagem e distúrbios de fala, leitura e escrita. Objetivo: Analisar as queixas auditivas dos pacientes atendidos em uma clínica escola e correlacionar com os dados obtidos por meio da avaliação do processamento auditivo central (PAC). Método: O estudo realizado trata-se de um estudo analítico, transversal, quantitativo e retrospectivo em prontuários, cuja população da amostra foram pacientes atendidos na Clínica Escola de Fonoaudiologia de uma Faculdade localizada no Sul do Brasil, no período de 2019 e 2022, e que realizaram a bateria de testes do Processamento Auditivo Central (PAC). A população foi selecionada por processo de amostragem não probabilística de conveniência. A coleta foi realizada entre os meses de julho a setembro de 2023, sendo utilizados registros de pacientes atendidos entre janeiro de 2019 a dezembro de 2022. Foram coletados dados de anamnese como gênero, idade, escolaridade, queixa principal, dados de encaminhamentos, histórico clínico e os resultados dos exames realizados. Resultados: Foram analisados 20 prontuários de pacientes, 50% do gênero masculino e 50% feminino, sendo 40% da amostra de indivíduos entre 07 e 09 anos de idade. Observou-se que 80% dos indivíduos cursam séries do ensino fundamental. Dos encaminhamentos, verificou-se que 45% são provenientes de fonoaudiólogos. As principais queixas, 40% dos pacientes referiu dificuldade de compreensão, 35% distração, 15% distúrbios de fala e 10% dificuldade de aprendizagem. Considerações Finais: Foi possível observar a evidência de queixas relacionadas ao TPAC, porém não houve significância estatística entre as principais queixas dos pacientes com os respectivos resultados dos testes comportamentais do PAC, podendo estar relacionado a heterogeneidade e a baixa frequência dos sintomas.

PALAVRAS-CHAVE: Transtorno do Processamento Auditivo; Fonoaudiologia; Processamento Auditivo Central; Triagem Auditiva; Queixas Audiológicas.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1351
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1351


ANÁLISE DE FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À PRESENÇA DO ZUMBIDO CRÔNICO
Pereira, R. M. ; Lima, T. K. F. C. ; Bedaque, H. P. ; Ferreira, L. M. B. M. ; Mantello, E. B. ;

Introdução: O zumbido é a percepção consciente de um ruído tonal ou composto, para o qual não há fonte acústica externa. Neste estudo, o conhecimento a respeito dos fatores de risco referentes ao zumbido tem o intuito de favorecer orientações e estratégias de promoção de saúde que possam trazer esclarecimentos sobre as formas de prevenção ou diminuição do incômodo com o sintoma, e assim promover melhora da qualidade de vida destes pacientes. Objetivo: Identificar os fatores de risco associados ao zumbido crônico e caracterizar o grau de incômodo referido pelos indivíduos desta amostra. Metodologia: Estudo observacional, analítico do tipo caso-controle, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), nº 4.880.618. A amostra foi composta por 100 indivíduos, divididos em Grupo de Pesquisa (GP) com 50 participantes com queixa de zumbido crônico e o Grupo Controle (GC) com 50 participantes, sem queixa de zumbido, pareados conforme gênero e faixa etária. Como critérios de inclusão para o GP foram considerados pacientes de ambos os sexos, com queixa de zumbido crônico (há mais de três meses), idade entre 18 anos e 80 anos. Os participantes responderam a um questionário, por meio de entrevista, para investigar as comorbidades e condições clínicas relacionadas à presença do zumbido crônico. As questões foram categorizadas em: 1) alterações metabólicas e sistêmicas, 2) alterações musculoesqueléticas e dentárias, 3) doenças relacionadas ao sistema auditivo e 4) aspecto psicológico e/ou mental. Para o GP, aplicou-se o questionário de autoavaliação Tinnitus Handicap Inventory (THI) que dispõe de 25 perguntas distribuídas em três escalas (funcional, emocional e catastrófica) sobre o impacto do zumbido na qualidade de vida do indivíduo e a Escala Visual Analógica (EVA) para estimativas do nível de incômodo com o zumbido. Os dados foram analisados por meio do teste de associação qui-quadrado para verificar a associação entre os grupos (caso e controle) e fatores de risco; e o modelo de regressão logística para verificar a associação por meio da medida de mensuração Odds Ratio. Considerou-se um nível de significância de 5% e o intervalo de confiança com 95%. Resultados: Para o GP, a localização do zumbido mais frequente foi bilateral (em ambos ouvidos), referida por 20 participantes (48%), unilateral esquerdo por 16 participantes (32%), seguido do unilateral direito por 10 participantes (20%) da amostra. As medidas de mensuração do Odds Ratio bruto confirmaram a influência das variáveis diabetes mellitus e perda auditiva associadas ao zumbido, o que pode ser justificado pela estreita relação entre o metabolismo da glicose e sua influência na fisiologia da orelha interna. As demais variáveis não apresentaram valores de Odds Ratio bruto característico de fator associado ao risco. Observou-se, ainda, predomínio do escore total do THI entre os graus moderado (28%) e severo (24%) e, para EVA, grau severo (62%) de incômodo nos participantes avaliados. Conclusão: Observou-se associação entre as comorbidades diabetes mellitus e perda auditiva como fatores de risco para a presença do sintoma zumbido, com predomínio dos níveis de incômodo entre os graus moderado e severo na amostra estudada.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1084
ISSN 1983-1793X
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ANÁLISE DOS PROGRAMAS DE IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DA PERDA AUDITIVA EM HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS
CAVALCANTI, C.M.M. ; MELO, L.P.F. ; CAVALCANTI, H.G. ;

Objetivo: caracterizar os programas de identificação precoce da perda auditiva em hospitais universitários brasileiros. Método: estudo observacional, transversal, de abrangência nacional, com coleta de dados por meio de questionário on-line, direcionado aos fonoaudiólogos de uma rede de hospitais universitários, com levantamento sobre aspectos referentes à estrutura e aos processos dos serviços prestados. Os dados coletados foram tabulados em planilhas e foi realizada uma análise estatística descritiva para cada variável estudada. Resultados: de um total de 41 hospitais da rede, obteve-se informações de 35. Em 21 dos 33 hospitais participantes há nascimentos e em apenas nove destes não há TAN. Apenas nove apresentaram cobertura de nascidos vivos recomendada pelas diretrizes. Há 13 hospitais que realizam a TAN antes da alta e seis antes e após, o que demonstra um esforço para que seja realizada no tempo recomendado. Conclusão: o estudo contribuiu para o conhecimento sobre os programas de identificação precoce da perda auditiva desenvolvidos no Brasil em diversas unidades da federação, evidenciando lacunas e oportunidades de melhorias nos serviços prestados à população. Foram evidenciadas lacunas relacionadas à estrutura e aos processos, avaliadas por meio dos indicadores de qualidade. Assim, entende-se que é necessária uma reestruturação dos serviços com vistas a promover a atenção integral à saúde auditiva na infância, viabilizando a identificação e intervenção precoces nas perdas auditivas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1257
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1257


APERFEIÇOAMENTO DO SOFTWARE PERSONA ATRAVÉS DE FERRAMENTAS LÓGICAS E PROCESSAMENTO AUTOMATIZADO DE ARQUIVOS DE ÁUDIO
Ogawa, F. E. U. ; Knappmann, K. ; Paul, S. ;

Introdução: As avaliações audiológicas desempenham um papel fundamental na detecção de deficiência auditiva, portanto, novas tecnologias que auxiliam esses processos tornam-se necessárias. O software perSONA foi desenvolvido para a realização de ensaios de reconhecimento de fala com ruído competitivo em cenas acústicas simuladas digitalmente com SNR variável, utilizando arquivos de áudio previamente gravados. Entretanto, mesmo o perSONA sendo um software funcional, ainda torna-se necessário a implementação de ferramentas para tornar seu uso mais prático e confiável para proporcionar resultados mais consistentes e testes mais convenientes para os usuários (pacientes e aplicadores). Objetivos: Implementar ferramentas lógicas para simplificar e prevenir erros durante os ensaios e aprimorar a interface visual do software. Desenvolver códigos computacionais complementares para execução de funcionalidades necessárias ao processamento automatizado de um grande número de arquivos de áudio. Metodologia: Utilizando a linguagem de programação C# e o software Visual Studio 2022, foi possível aprimorar a interface de realização dos ensaios por meio da implementação de botões, configurações de ensaio e operações lógicas no software perSONA. De forma concomitante às modificações no software perSONA, desenvolveu-se códigos de processamento de sinais utilizando a linguagem de programação Python para permitir o pré-processamento de sinais de áudio antes de inserir os mesmos no software perSONA. Resultados: Novas opções de apresentação dos sinais de fala e do ruído competitivo foram implementadas, deixando o usuário escolher por ensaios nos quais a potência do ruído fica constante enquanto a SNR é ajustada, ou nos quais a potência do sinal de fala fica constante enquanto a SNR é ajustada. Na interface de de realização do teste foram implementadas novas funções tais como: opções para retomar a apresentação de uma sentença, ou bloqueios temporários de botões para evitar cliques acidentais durante os ensaios. Ainda, em versões customizadas do perSONA é possível apresentar as sentenças de forma aleatórias, selecionar um número determinado de sentenças de um banco de arquivos de áudio e dividir as sentenças em dois ou mais ensaios. No que diz respeito às funcionalidades implementadas em python, desenvolveu-se uma solução que permite uma série de operações em um número grande de arquivos de áudio de forma automatizada, tais como filtragem para remoção de ruído, aplicação de janelamentos para criar efeito de fade-in e fade-out, extração e inserção de metadados, por exemplo relacionados às palavras de uma sentença gravada, ajuste dos valores RMS do material de áudio, conversão para diferentes formatos de arquivos, entre outros. Conclusões: Novas funções implementadas no perSONA permitem uma maior variedade de ensaios e tornam o software mais acessível para o usuário, permitindo correções durante a realização do teste e evitando eventuais erros. Versões customizadas do perSONA podem oferecer funcionalidades específicas para usuários. Ferramentas de processamento dos sinais de áudio permitem a manipulação de materiais de áudio de forma automatizada.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1329
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1329


APLICAÇÕES DA ESPECTROSCOPIA FUNCIONAL EM INFRAVERMELHO PRÓXIMO (FNIRS) NA AVALIAÇÃO DO ZUMBIDO: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Martins, M. L. ; Machado, D. G. S. ; Rosa, M. R. D. ;

Introdução: A espectroscopia funcional em infravermelho próximo (fNIRS) é um método não invasivo para mensurar os níveis de oxigenação cortical. Essa técnica é valiosa para analisar a fisiopatologia do zumbido no cérebro humano, uma vez que o zumbido geralmente aumenta a ativação no córtex auditivo primário e nas áreas circunvizinhas ao córtex auditivo. O zumbido pode ser avaliado subjetivamente por meio de exames auditivos e questionários, enquanto os métodos objetivos buscam entender a sintomatologia da condição, como o fNIRS. A técnica foi usada para analisar e avaliar as variações do fluxo sanguíneo que ocorrem no cérebro humano, entender a fisiopatologia do sintoma e a resposta aos tratamentos. Apesar desse potencial, atualmente não há uma revisão com escopo abrangente ou revisão sistemática que aborde o uso do fNIRS na avaliação do zumbido. Objetivo: Identificar as aplicações do fNIRS na avaliação do zumbido e verificar as variações nos níveis de oxi-hemoglobina e desoxi-hemoglobina entre estudos empíricos envolvendo indivíduos com zumbido. Métodos: A presente análise de escopo envolveu uma pesquisa sistemática de periódicos revisados por pares, com foco em estudos empíricos com participantes humanos com zumbido avaliado por meio do fNIRS. Os termos foram combinados envolvendo “Near-Infrared Spectroscopy” e ”Tinnitus”. Realizamos pesquisas nas seguintes bases de dados, PubMed, Medline, Web of Science, Scopus, Biblioteca Cochrane, LILACS, Biblioteca Virtual em Saúde (Bireme) e EMBASE, abrangendo artigos publicados até 21 de julho de 2023. Dois pesquisadores independentes realizaram a seleção inicial, com discrepâncias resolvidas por um terceiro pesquisador. Resultados: Dez estudos foram incluídos na síntese. Entre os estudos transversais, quatro pesquisas compararam as alterações dos níveis da oxi-hemoglobina em participantes com zumbido e controles. Um estudo adaptou uma sonda no canal auditivo externo para uso no equipamento de fNIRS, enquanto outro do mesmo grupo de pesquisa, avaliou sua eficácia funcional. O artigo do tipo relato de caso empregou o fNIRS para avaliar as alterações no córtex auditivo decorrentes da estimulação transcraniana por corrente contínua em um paciente com zumbido crônico. Estudos longitudinais empregaram o fNIRS para avaliar a efetividade da estimulação magnética transcraniana, da terapia notched sound e da acupuntura para o tratamento do zumbido. Cinco projetos experimentais abrangeram projetos do tipo block-design, três desenvolveram experimentos do tipo resting-state e dois estudos utilizaram ambos. Esses experimentos de block-design exploraram as alterações na atividade cerebral usando estímulos de tons puros (750 ou 8000 Hz) e ruído de mascaramento (ruído de banda larga, ruído de fala, banda estreita, ruído rosa, som entalhado ou ruído branco). Conclusão: O fNIRS tem se mostrado um método vantajoso para estudos sobre zumbido. Existe variabilidade entre os experimentos devido a fatores como tipos de estímulo, duração do experimento, diferentes métodos de processamento de dados e análise estatística, e descrições dos resultados. Estudos futuros são essenciais para contribuir para uma compreensão abrangente do zumbido.
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Página(s): p.1296
ISSN 1983-1793X
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APLICATIVOS MÓVEIS PARA TRIAGEM AUDITIVA, ZUMBIDO OU HIPERACUSIA: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Oliveira, M. K. ; He, K. ; Duda, V. ; Hébert, S. ; Picinini, T. ; Lacerda, A. B. M. ;

Introdução: Os aplicativos móveis são cada vez mais usados, inclusive na área da saúde para monitorar indicadores e condições de saúde, por exemplo, e para facilitar o acesso entre profissional e paciente. Na audiologia, os aplicativos móveis podem ser usados para promover a saúde auditiva e a identificação precoce de déficits auditivos. Objetivo: O objetivo desse estudo foi catalogar os aplicativos disponíveis no campo da prevenção auditiva, especificamente os aplicativos desenvolvidos para triagem auditiva, zumbido ou hiperacusia. Metodologia: Foram incluídos estudos publicados em Inglês e Francês, entre 1992 e 2022 nas quatro bases de dados a seguir: MEDLINE, Embase, CINHAL e Web of Science. Resultados: Essa revisão de escopo foi desenvolvida de acordo com o Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta- Analyses Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR). Após a busca nas bases de dados foram recuperados 430 estudos, dos quais 86 responderam aos critérios de inclusão e foram selecionados para síntese. Dos 86 estudos analisados, 22 usaram aplicativos para triagem auditiva e cinco usaram aplicativos para zumbido, nenhum estudo usou aplicativo relacionado à hiperacusia. Apenas seis aplicativos, no entanto, foram declarados como validados, sendo eles: “Japanese monosyllable speech perceptions", "Cupris© TYM otoscope prototype", "hearScreen", "South African smartphone digits-in-noise test", "hearTest", e "WordRec. Além de Inglês, outras seis línguas foram identificadas nos aplicativos, sendo elas Alemão, Francês, Espanhol, Português e Hebraico. Os aplicativos encontrados são disponibilizados para os sistemas Android e iOs e gratuitamente em sua maioria. Conclusão: Embora exista uma grande variedade de aplicativos que podem ser integrados aos programas de promoção de saúde auditiva, principalmente de forma gratuita, a maioria deles é oferecida no idioma Inglês, o que limita seu uso em países onde este não é o idioma oficial. Além disso, poucos aplicativos são considerados validados. A partir dos dados encontrados na presente revisão, se destaca a importância do desenvolvimento de mais aplicativos móveis validados, com acesso em diferentes idiomas, que possam ser usados para promover a saúde auditiva e o diagnóstico precoce de déficits auditivos, visto que se mostram como alternativas de ferramentas acessíveis de triagem.
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Página(s): p.1067
ISSN 1983-1793X
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ASPECTOS DO PROCESSAMENTO TEMPORAL EM CRIANÇAS COM CITOMEGALOVIROSE CONGÊNITA ASSINTOMÁTICA
Madeira, L. R. ; Fabricio, A. F. A. ; Roncato, A. L. ; Silva, A. K. ; Tavares, A. R ;

Introdução: A citomegalovirose congênita (CMVc) é a infecção viral intra uterina mais frequente na infância. O CMVc pode resultar em morbidade a longo prazo em crianças assintomáticas, sendo que, 5% a 15% delas desenvolvem anormalidades tardias.Estudos sugerem comprometimentos em médio e longo prazo em crianças com CMV assintomáticas. Sabendo que o CMV é um vírus neurotrópico e que o processamento auditivo envolve diversas conexões nervosas, é importante investigar essa relação. O processamento temporal é responsável pela análise rápida e precisa de eventos sonoros que ocorrem em um determinado período, influenciando diferentes funções do sistema nervoso auditivo central. Os testes comportamentais Teste de Padrão de Frequência (TPF) e o Random Gap Detection Test (RGDT) são recomendados internacionalmente e avaliam respectivamente as habilidades auditivas de ordenação temporal e resolução temporal Objetivo: Caracterizar aspectos do processamento temporal de crianças com CMVc assintomáticas. Metodologia: estudo analítico observacional de corte transversal, com um único momento de avaliação. O estudo foi separado em dois grupos GE ( Grupo Estudo) N=20 e GC (Grupo Controle) N=10, foram realizadas a entrevista com o responsável, a aplicação do teste de classificação socioeconômica (ABEP), a audiometria tonal limiar e aplicados os testes TPF e RGDT. Os dados foram analisados de forma descritiva.Resultados A média de idade de ambos os grupos foi de 7:9 anos. A escolaridade prevalente das mães do GC e GE foi respectivamente, Ensino Médio Incompleto e Ensino Médio Completo. A maioria das crianças estavam matriculada no Segundo e Terceiro Ano do Fundamental. O nível socioeconômico predominante foi C1-C2 em ambos os grupos.No TPF, o GC obteve maior porcentagem de acerto nas faixas etárias de 6 e 7 anos. No RGDT-expandido, o GE apresentou um tempo médio de resposta menor (54,98ms) em comparação com o GC (59,99ms). Porém no RGDT-padrão, o GE teve um tempo médio de resposta maior (10,99ms) do que o GC (4,20ms). Conclusão: As crianças com CMV assintomático apresentaram pior desempenho no processamento temporal, em particular, na resolução temporal, em relação às crianças de mesma faixa etária e nível socioeconômico.
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Página(s): p.1170
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE ALTERAÇÃO DO REFLEXO ACÚSTICO E O TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
PEREIRA, E.B. ; RIBEIRO, G.E. ; SILVA, D.P.C. ;

Introdução: O reflexo acústico estapediano é desencadeado pela contração do músculo estapédio na apresentação de um estímulo acústico intenso, realizando a proteção da orelha interna. A presença deste reflexo é encontrada em indivíduos com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade e integridade da orelha média. O processamento auditivo central (PAC) é responsável pela discriminação, localização, reconhecimento e compreensão do estímulo sonoro. Desta forma, indivíduos com Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) apresentam dificuldade em manipular as informações que chegam pela via auditiva, e consequentemente apresentam dificuldades na leitura, escrita e linguagem. Dessa foram, tanto o reflexo acústico estapediano quanto o PAC são mecanismos regulados por estruturas do tronco encefálico, portanto, acredita-se que alterações no reflexo podem predizer alterações no PAC. Objetivo: Revisar sistematicamente a literatura para avaliar se há associação entre a alteração do reflexo acústico e a ocorrência do TPAC em crianças e adolescentes. Metodologia: Esta revisão sistemática foi registrada no International Prospective Register of Systematic Review (PROSPERO) e foi conduzida conforme as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analysis (PRISMA). Foram incluídos estudos observacionais (transversais e caso-controle) realizados em crianças e adolescentes, que tiveram como objetivo avaliar a associação entre a ausência do reflexo acústico e a ocorrência do TPAC. Foram excluídos artigos de revisão, cartas, estudos de caso e resumos para eventos; estudos que incluíram indivíduos adultos e idosos; estudos realizados em indivíduos com PAC e outras doenças associadas; estudos com dados faltantes e que não sejam resgatados por meio do contato com o autor correspondente. A pesquisa foi realizada nas seguintes bases de dados: Pubmed/MEDLINE, Scopus, Web of Science, Embase, LILACS, LIVIVO, Proquest, Google Scholar e Open Grey. A pergunta norteadora foi elaborada com base na estratégia PECOS: “Em crianças e adolescentes, há associação entre a ausência do reflexo acústico e a ocorrência do TPAC em crianças e adolescentes?”. Os dados extraídos dos estudos foram as características do estudo da população, da exposição e do desfecho. As fases 1 (leitura de títulos e resumos) e 2 (leitura na íntegra) foram realizadas por três revisores de forma independente e cega, e a etapa de extração dos dados e a avaliação da qualidade metodológica por dois revisores, sendo que quaisquer discordâncias existentes foram resolvidas em consenso com um terceiro revisor. Resultados: A estratégia de busca recuperou 2333 artigos, após a remoção dos duplicados (621), foi feita a leitura de 1712 títulos e resumos e selecionados 22 para leitura na íntegra, dos quais sete atenderam os critérios de elegibilidade. Dos trabalhos selecionados, seis estudos encontraram associação entre o TPAC e limiares do reflexo acústico aumentado ou até mesmo ausente. Conclusão: Os resultados apresentados por esta pesquisa evidenciam que há associação entre o TPAC e alteração no registro do reflexo acústico e a maioria dos estudos apresentou risco baixo ou moderado de viés.

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Página(s): p.1230
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE AS HABILIDADES AUDITIVAS E O DESEMPENHO NO “AUDITORY PROCESSING DOMAINS QUESTIONNAIRE (APDQ)" EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM E SEM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
Braga Jr, J. ; Pereira, L.D. ; Dias, K.Z. ; Pinheiro, M.M.C. ;

Introdução: O indivíduo com Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) apresenta alteração para analisar e processar informações que se manifestam como diferentes inabilidades auditivas. Estudos têm sugerido a aplicação de questionários na identificação de indivíduos com TPAC. O “Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ)" foi desenvolvido para avaliar as queixas auditivas e tem sido recomendado como uma ferramenta de triagem para o TPAC, pois seus escores são capazes de distinguir entre dificuldades auditivas, linguagem e de atenção. Objetivos: Verificar a associação entre as habilidades auditivas e o desempenho no APDQ em crianças e adolescentes com e sem Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Metodologia: Estudo do tipo analítico e multicêntrico com aprovação do comitê de ética em pesquisa. A amostra foi constituída por: GC (Grupo Controle) - 30 indivíduos com desenvolvimento típico; GDCH (Grupo Distúrbios da Comunicação Humana) - 38 indivíduos com TPAC e distúrbio da comunicação humana; GTDAH (Grupo Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) - 50 indivíduos com TDAH e TPAC. Foram incluídos indivíduos na faixa etária entre sete e 17 anos de idade, de ambos os sexos, com o português falado no Brasil como primeira língua, ausência de patologias da orelha média e limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade bilateralmente. Todos os indivíduos foram submetidos a uma bateria mínima de testes comportamentais do PAC. Os responsáveis pelas crianças responderam ao questionário APDQ composto por 50 questões dividido em três domínios: processamento auditivo, atenção e linguagem. Cada questão é pontuada de 4 a 0, totalizando 200 pontos no questionário, refletindo a ausência de prejuízo no processamento auditivo, linguagem e/ou atenção. Os dados foram analisados de forma descritiva e analítica por meio do teste qui-quadrado ou exato de Fisher e a correlação de Spearman. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Observou-se que nos GDCH e GTDAH, as habilidades auditivas mais afetadas foram a ordenação temporal, seguida pela figura- fundo na etapa de separação binaural. Verificou-se que houve diferença estatisticamente significante para a maioria das habilidades auditivas avaliadas quando GDCH e GTDAH foram comparados com o GC (p=0,001), com a exceção das habilidades de fechamento, síntese binaural e localização sonora. Destaca-se que o grupo GTDAH demonstrou o desempenho auditivo mais baixo em comparação ao GDCH, que não apresentavam comorbidade de TDAH. No estudo, houve uma correlação negativa entre a pontuação total do APDQ e os domínios de atenção e linguagem com o número de habilidades auditivas alteradas no GDCH (p=0,001). No entanto, tal achado não foi observado para o GTDAH. Conclusão: Houve uma associação significante entre os grupos na maior parte das habilidades auditivas avaliadas, com destaque para a ordenação temporal, a qual foi a mais afetada tanto no GDCH quanto no GTDAH. O estudo também revelou uma correlação entre os escores do APDQ e o número de habilidades auditivas alteradas, entretanto, essa correlação foi observada apenas no GDCH. Notadamente, os indivíduos do GTDAH demonstraram o pior desempenho tanto no APDQ quanto nas habilidades auditivas avaliadas na avaliação comportamental.
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Página(s): p.1234
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE DIABETES MELLITUS, HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E EQUILÍBRIO POSTURAL SEMI-ESTÁTICO EM ADULTOS E IDOSOS
Guesser, V. M. ; Padilha, F. Y. O. M. M. ; Baglioni, S. B. ; Dias, E. R. ; Cillo, F. S. ; Moreira, R. R. ; Rabelo, C. M. ; Samelli, A. G. ;

Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um conjunto de patologias que possuem diversos fatores de risco, longos períodos de latência e curso prolongado, com origem não infecciosa e podem impactar na funcionalidade do indivíduo. No Brasil, as DCNT são a principal carga de doenças, disfuncionalidades e mortes, sendo um importante problema de saúde pública. O equilíbrio é uma habilidade fundamental para a prontidão física e a vida cotidiana. É controlado por um sistema complexo de músculos, nervos e órgãos sensoriais, os quais permitem manter o corpo estável em diferentes posições e condições. Os órgãos sensoriais responsáveis pelo equilíbrio podem ser afetados por uma série de fatores comuns, como as DCNT, destacando-se a Diabetes Mellitus (DM) e a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Essas doenças podem afetar o suprimento sanguíneo em todo o corpo, incluindo o vestíbulo, órgão sensorial responsável pelo equilíbrio. Estima-se que, mundialmente, aproximadamente meio milhão de pessoas morrem devido a quedas, dos quais mais de 80% estão em países de baixa e média renda. Sendo assim, é importante que a influência destas DCNT sobre o equilíbrio seja investigada. Objetivo: Investigar a associação entre DM, HAS e equilíbrio postural semi-estático em adultos e idosos. Metodologia: Análise transversal de dados de um estudo longitudinal de saúde de adultos e idosos. Foram coletados dados sociodemográficos, de saúde geral e auditiva por meio de prontuário e anamnese, presença de DCNT autorreferidas (DM e HAS) e do teste de Romberg modificado, para triagem do equilíbrio postural semi-estático. Foi considerada falha no teste de Romberg, a impossibilidade da manutenção na posição testada pelo tempo estipulado 15’ ou 30’’ (olhos abertos e fechados, superfície firme e maleável). Resultados: A amostra foi composta por 194 indivíduos, de 47 a 88 anos, com média de idade de 61,9 anos, sendo a maioria do sexo feminino (53,1%) e ensino superior completo (38,2%). A prevalência de DM e HAS foi 22,30% e 43,70%, respectivamente. Destes, 14,30% das pessoas com DM e 18,90% com HAS falharam no teste de Romberg, porém sem diferença estatisticamente significante entre aqueles que falharam e passaram para cada uma das doenças (DM p=0,882; HAS p=0,250). Observou-se, ainda, que quanto maior a idade, maior a proporção de falha no teste de Romberg (para as faixas etárias de 70-79 e acima de 80 anos, houve diferença significante, quando comparadas às demais categorias). Não houve diferença nos resultados da triagem e equilíbrio, quando foram comparados os sexos masculino e feminino. Conclusão: Não houve associação entre as DCNT investigadas neste estudo (DM e HAS) e o equilíbrio semi-estático. No entanto, verificou-se que quanto maior a idade, maior a proporção de falhas no teste. Sendo assim, são necessários estudos adicionais para esclarecer lacunas que ainda existem no conhecimento, uma vez que covariáveis confundidoras podem interferir nesta relação. Nosso estudo terá continuidade e estas covariáveis serão incluídas nas próximas análises para que possamos avançar neste tema.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1089
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE PERDA AUDITIVA E ALTERAÇÕES EM EQUILÍBRIO EM IDOSOS
BARBUI, T. R. M JOSÉ, M. R.; FRIZZO, A. C. F. ; ROMBOLA, I. T. ; ALCANTARA, Y. B. ; LUIZ, A. L. F. ; CARLI, Flávia Vilas Boas Ortiz ; VEDOVATO, G. L. ; OLIVEIRA, A. M. ; JOSÉ, M. R ; FRIZZO, A. C. F. ;

INTRODUÇÃO: Projeções demográficas nacionais indicam um crescimento da população idosa. Dentre as patologias do envelhecimento, destaca-se a perda de audição uma das doenças que mais acomete essa população. Com o avanço da idade mudanças anatomofisiológicas ocorrem no sistema auditivo e por isso idosos com perda auditiva são os que mais têm tendência a ter problemas de audição e equilíbrio por conta dos processos degenerativos. Objetivo: investigar a associação entre perda auditiva com o desequilíbrio e risco de quedas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal. Foram avaliados idosos com perda auditiva em atendimento numa clínica escola. Os critérios de inclusão utilizados foram: idosos com perda auditiva neurossensorial leve a moderadamente severa, bilateral, simétrica, com limiar de audibilidade tonal entre 40 e 70 dBNA em altas frequências (considerando 4, 6, e 8 kHz) e ≤ 25 dBNA nas frequências de 0.25, 0.50, 1, 2 e 3 kHz. Para a coleta de dados utilizou-se o Mini-BESTest (teste clínico do equilíbrio dinâmico, 14 itens pontuados de zero a dois, sendo a pontuação máxima 28 e a mínima 0, idosos caidores ≤ 21) para a avaliação do equilíbrio e o exame de Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) com estímulo click, teste clínico para neurodiagnóstico audiológico. Os dados foram analisados por meio dos testes de correlação de Pearson para verificar associação entre as ondas, amplitudes e intervalos interpicos do PEATE e questionário MiniBEST, sendo considerado o nível de significância de 5% (p<0,05). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem sob número 5.690.286. Resultados: Foram avaliados oito idosos, a maioria da amostra foi composta por idosos do sexo masculino, com média de idade de 77 anos. O presente estudo nos mostrou que 50% dos idosos avaliados apresentaram alteração do equilíbrio. Na presente amostra foi obtida pontuação média de 21,2 pontos no questionário MiniBEST. As latências das ondas III foram mais longas na orelha esquerda. Houve correlação positiva entre o intervalo interpico das ondas I-III da orelha esquerda e a pontuação total do MiniBEST (r=0.99; p=0.03) mostrando que um mal desempenho de equilíbrio esteve relacionado ao intervalo interpico das I-III mais longo e a uma velocidade de transmissão mais lenta nas vias auditivas. Conclusão: Pode-se concluir que nesse estudo houve associação dos resultados do potencial evocado auditivo do tronco encefálico de pacientes com perda auditiva com as alterações de equilíbrio.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1103
ISSN 1983-1793X
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ASSOCIAÇÃO ENTRE PERDA AUDITIVA E EQUILÍBRIO POSTURAL SEMI-ESTÁTICO EM ADULTOS E IDOSOS: ANÁLISE TRANSVERSAL
Padilha, F. Y. O. M. M. ; Guesser, V. M. ; Baglioni, S. B. ; Dias, E. R. ; Cillo, F. S. ; Moreira, R. R. ; Rabelo, C. M. ; Samelli, A. G. ;

Introdução: Pesquisas atuais sugerem uma possível relação entre perda auditiva
relacionada à idade e a piora na performance física, vestibular e no equilíbrio, com
um consequente aumento do risco de quedas. Alguns estudos sugerem que este
aumento poderia estar relacionado a pouca consciência do ambiente auditivo e
espacial, aos efeitos da perda auditiva na carga cognitiva ou na dificuldade da
atenção compartilhada. Outros acreditam que essa relação possa ser explicada pela
proximidade anatômica entre o sistema vestibular e a cóclea, e outros acreditam que
ambos os sistemas podem ser afetados por causas comuns. Objetivo: Investigar a
associação entre perda auditiva e equilíbrio postural semi-estático em adultos e
idosos. Metodologia: Análise transversal de dados um estudo longitudinal de saúde
de adultos e idosos. Foram coletados dados de saúde geral e auditiva por meio de
prontuário e anamnese, da audiometria tonal liminar e do teste de Romberg
modificado, para triagem do equilíbrio postural semi-estático. Foi considerada perda
auditiva, limiares auditivos acima de 20 dBA na média das frequências de 500 a 8
kHz. Foi considerada falha no teste de Romberg, a impossibilidade da manutenção
na posição testada pelo tempo estipulado 15’ ou 30’’ (olhos abertos e fechados,
superfície firme e maleável). Resultados: A amostra foi composta por 194 indivíduos
(47 - 88 anos, média de 61,9 anos), 53,1% do sexo feminino. A perda auditiva
esteve presente em ambas as orelhas para 45,9% da amostra e o zumbido em
41,2%. Quanto à falha na triagem de equilíbrio, 50% dos idosos com 80 anos ou
mais falharam, seguidos pelos idosos de 70 a 79 anos (33,3%). Houve maior
frequência de falha na manutenção do equilíbrio entre aqueles indivíduos com perda
auditiva (21,9%) quando comparados aos indivíduos sem perda auditiva (10,1%)
(p=0,028). O grupo que falhou no teste de equilíbrio apresentou média dos limiares
auditivos de 29,8 dBNA para ambas as orelhas e o grupo que passou teve média de
20,9 dBNA (p=0,019). Conclusão: Observou-se associação entre perda auditiva e
equilíbrio postural semi-estático na amostra avaliada, verificada tanto pela proporção
de falhas na triagem do equilíbrio, como pelas médias dos limiares auditivos maiores
nos indivíduos que falharam neste teste. Estes achados sugerem que a falha no
teste do equilíbrio pode estar relacionada com a perda auditiva. No entanto, são
necessários estudos adicionais para esclarecerem lacunas que ainda existem no
conhecimento, uma vez que covariáveis confundidoras podem interferir nesta
relação. Nosso estudo terá continuidade e estas covariáveis (por exemplo, doenças
crônicas e idade) serão incluídas nas próximas análises para que possamos avançar
neste tema.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1093
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1093


ATITUDE DE JOVENS EM AMBIENTES RECREATIVOS RUIDOSOS: REVISÃO DE ESCOPO
Carvalho, E. L. ; Conacci, B. J. ; Trescastro, M.V. ; Cavalcanti, H. G. ; Lacerda, A. B. M. ; Reis, R. A. ;

Introdução: A exposição a locais de entretenimento ruidosos e dispositivos de escuta pessoal é crescente no cotidiano dos jovens adultos e pode impactar diferentes aspectos da saúde e participação social. Estima-se que mais de um bilhão de jovens com idades entre 12 e 35 anos, em todo o mundo, estejam em risco de sofrer alterações auditivas devido à exposição ao ruído em situações de lazer. Em 2015, a perda auditiva foi considerada a quarta principal causa de anos vividos com incapacidade (Years Lived with Disability - YLD) em todo o mundo.  Objetivo: Sintetizar o conhecimento científico disponível sobre a atitude de jovens em ambientes com ruído recreativo. Estratégia de pesquisa: Revisão de escopo conduzida em dezembro de 2023, segundo diretrizes reconhecidas internacionalmente, com protocolo definido por estratégia de busca adequada para as bases de dados LILACS, PsycINFO, PubMed, Web of Science, Scopus e Google Scholar e as variáveis a serem extraídas dos estudos. Os critérios de seleção foram artigos originais, sem restrição de idioma ou período. Foram utilizados o gerenciador de referência Zotero e Rayyan para apoiar os dois revisores blindados que selecionaram os estudos incluídos, extraíram dados e sistematizaram em tabelas, figuras e texto descritivo. Resultados: Dos 963 títulos selecionados, foram incluídos 50 artigos originais revisados por pares, 44 em inglês, 28 publicados nos últimos 10 anos e nove realizados em países em desenvolvimento. Os países que mais publicaram foram os Estados Unidos da América (20), Bélgica (6), Austrália (5), Suécia e Brasil (4). A população dos estudos estava na faixa etária entre 12 e 35 anos, a maioria classificada como escolares e universitários. Foram utilizados três instrumentos para a mensuração da atitude e o Youth Attitudes to Noise Scale (YANS) apareceu em 28, dos 30 estudos. As principais atitudes presentes na literatura são positivas em relação ao ruído, consideradas de risco, e se referem à utilização de volumes intensos em dispositivos de música com fones de ouvido. Dentre as atitudes negativas ao ruído, protetivas, podem ser citadas o afastamento de locais ruidosos e aceitação de protetores auriculares em ambientes de lazer. Ações de educação em saúde foram abordadas, mas é preciso um aprofundamento na análise de impacto das mesmas. É importante destacar que o tema está previsto na Base Nacional Curricular Comum da Educação Básica no Brasil e os professores podem se beneficiar de um conhecimento científico bem fundamentado. A Organização Mundial de Saúde tem investido em ações relacionadas à temática para fomentar a mudança de comportamento e atitude, pelo desafio Make Listening Safe. Contudo, é preciso ampliar estudos com metodologia mais robusta, principalmente incluindo os países em desenvolvimento. Conclusão: Esta revisão se demonstrou complexa, mas oferece direcionamento para que profissionais da saúde qualifiquem os conceitos, busquem instrumentos validados para uso e organizem práticas educativas de intervenções em saúde auditiva sobre a atitude de jovens em ambiente ruidoso recreativo. Espera-se o compartilhamento de mais experiências e comunicação assertiva para subsidiar gestores, profissionais da educação e população em geral para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à audição segura. 
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1330
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1330


ATUAÇÃO DA LIGA DE AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO PARA A PROMOÇÃO DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE SAÚDE AUDITIVA E VESTIBULAR NA COMUNIDADE EXTERNA.
Silveira,I.F ; Maraninchi, F.M ; Schotikis, I.C ; Zambeli, J.G.A ; Santos, M.F.C ; Soldera, C.L.C ;

INTRODUÇÃO: O UFCSPA Acolhe se trata de uma iniciativa na qual a universidade abre suas portas à comunidade, proporcionando uma visão abrangente de seus cursos de graduação, pós-graduação, programas e projetos de ensino, extensão e pesquisa. A participação da Liga de Audição e Equilíbrio nesse evento é uma oportunidade para interagir com o público externo, destacando a importância da educação em saúde auditiva e vestibular. OBJETIVO: Apresentar as atividades promovidas pela Liga Acadêmica, focadas em proporcionar experiências educativas e práticas relacionadas à audição e equilíbrio para o público externo, visando disseminar conhecimento e promover a conscientização sobre a saúde auditiva e vestibular. METODOLOGIA: Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. Foram realizadas atividades teórico-práticas com os visitantes interessados, com uma dinâmica voltada para a área da audição e do equilíbrio. Quanto à audição, foram realizadas práticas baseadas nos testes de acumetria, com um diapasão de 512 Hz, além de um simulador virtual de perda auditiva. Em relação ao equilíbrio, a atividade foi baseada nos testes de Romberg, Romberg-Barré e marcha de Fukuda, por meio de marcações no chão. A dinâmica foi realizada em sala silenciosa dentro da Universidade, contendo todos os materiais necessários e pôsteres com conteúdos relacionados ao assunto. A atividade foi proposta e guiada por oito alunos de fonoaudiologia e medicina, sob a supervisão da coordenadora da Liga Acadêmica. Todas as atividades apresentaram caráter educativo, sem diagnósticos clínicos, e os participantes foram devidamente informados sobre isso. RESULTADOS: Com essa experiência foi possível alcançar um público diverso, composto principalmente por estudantes do Ensino Médio e cursos pré-vestibulares. Durante as quatro horas de atividades, diversas pessoas se interessaram pelos testes de audição e equilíbrio que estavam sendo apresentados, totalizando cerca de 100 participantes na dinâmica. O interesse e curiosidade demonstrados pelos participantes refletiram-se em um engajamento significativo, evidenciando a relevância dessas iniciativas educativas. CONCLUSÕES: Foi perceptível que as atividades educativas e práticas promovidas pela Liga Acadêmica durante o UFCSPA Acolhe desempenharam um papel fundamental na conscientização da comunidade externa sobre a importância da saúde auditiva e vestibular. Essas experiências são essenciais para capacitar e conscientizar as pessoas sobre a importância da saúde auditiva e vestibular, para que assim consigam manter a qualidade de vida ao longo do tempo. Além disso, destaca-se a importância das ligas acadêmicas como agentes de educação em saúde.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1082
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1082


AUDBILITY: MONITORAMENTO DAS HABILIDADES AUDITIVAS EM CRIANÇAS COM DISFONIA COMPORTAMENTAL APÓS ESTIMULAÇÃO AUDITIVA E VOCAL
Tanaka, T.N. ; Constantini, A.C. ; Lemos, A.C.P. ; Maunsell, R. ; Amaral, M.I.R. ;

Introdução: O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) pode ocorrer
associado a diferentes quadros na infância, dentre eles, a disfonia comportamental.
Assim, métodos adequados de estimulação e monitoramento das habilidades auditivas
podem auxiliar na reabilitação de crianças com disfonia. O AudBility foi validado como
protocolo de triagem das habilidades auditivas e, apesar de ser utilizado clinicamente
também como um recurso de monitoramento terapeutico, nenhum estudo foi realizado
nesse sentido. Objetivo: Analisar o desempenho de um grupo de crianças de 6 a 10
anos com disfonia comportamental no programa AudBility e no Questionário de
Sintomas Vocais Pediátrico (QSV-P), aplicados pré e pós um protocolo de estimulação
vocal e auditiva. Método: Estudo quantitativo, descritivo, de intervenção e de corte
longitudinal (CEP - 4.793.214). Foram incluídas 9 crianças com média de idade de
8,27+1,56 anos, sendo 5 (55,55%) meninas, com desenvolvimento típico, falantes
nativos do português, diagnóstico fonoaudiológico e otorrinolaringológico confirmado de
disfonia comportamental sem processo de reabilitação iniciado, desempenho escolar
adequado para a idade, com audição periférica normal e ausência de histórico de otite.
Após avaliação audiológica básica, os seguintes procedimentos foram aplicados: QSV-
P (versões autopercepção e parental), programa AudBility, composto pelo Questionário
de Autopercepção do Processamento Auditivo Central (QAPAC), nas versões
autopercepção e parental, e tarefas auditivas de localização sonora (LS), integração
binaural (IB), fechamento auditivo (FA), figura fundo (FF), resolução temporal (RT) e
ordenação temporal de frequência (OT-F). Após a avaliação, os participantes passaram
por quatro sessões de terapias que contemplaram 30 minutos de exercícios vocais e
orientações sobre cuidados com a voz e 30 minutos de estimulação auditiva por meio
de atividades do programa Afinando o Cérebro e exercícios para casa. Ao fim da
intervenção, as crianças foram reavaliadas. O teste de Wilcoxon comparou o
desempenho entre os dois momentos de aplicação. Adotou-se nivel de significancia de
5%. Resultados: Todas as tarefas do AudBility apresentaram melhora nas médias das
pontuações de acertos no momento pós e foi observada diferença significante entre os
dois momentos de aplicação nas tarefas de FA (p=0,039) e FF ( p=0,032). A melhora
também foi observada na média de escore do QAPAC, sugerindo redução na percepção
de sintomas auditivos, tanto na versao autopercepção (de 44+7,07 para 47,7+6,31)
quanto parental (de 37,62+7,94 para 44,42+8,10). Observou-se também redução das
percepção de sintomas vocais no QSV-P, tanto na versão autopercepção (de 11,56+9,81 para 9,96+7,87) quanto parental (de 14,71+11,22 para 5,17+3,61)
Conclusão: Na comparação pré e pós intervenção terapêutica, foi possível observar
melhora no desempenho da amostra em ambas as versões dos questionários QSV-P e
QAPAC, e tarefas auditivas. Os dados reforçam a confiabilidade do AudBility e
demonstraram a aplicabilidade do programa para a população de crianças com disfonia
comportamental.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1088
ISSN 1983-1793X
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AUDBILITY: PROTOCOLO DE BATERIA MÍNIMA DE TRIAGEM DAS HABILIDADES AUDITIVAS EM CRIANÇAS COM E SEM DIFICULDADES ESCOLARES
Lemos, A. C. P. ; Carvalho, N. G. ; Ubiali, T. ; CARVALHO, B. R. ; COLELLA-SANTOS, M.F. ; AMARAL, M. I. R. ;

Introdução: O AudBility é um programa de triagem das habilidades auditivas desenvolvido
recentemente no Brasil. Estudos iniciais e de validação destacaram o AudBility como eficaz
e, dentre os resultados, apresentaram uma proposta de bateria mínima visando a redução do
tempo de aplicação, que ainda não foi validada. Objetivo: Descrever o desempenho de
crianças com e sem dificuldades escolares na triagem das habilidades auditivas com base em
um protocolo mínimo do programa AudBility. Método: Estudo descritivo e comparativo,
corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética (#6.216.032) e realizado em parceria com
uma escola da Rede Pública. Participaram 63 crianças, 30 meninos, média de idade
7,78+0,65anos, falantes nativas do português, sem alterações auditivas periféricas
identificadas na avaliação audiológica básica, sem síndromes ou transtornos do
neurodesenvolvimento e com desempenho mínimo nível III - na média ou acima da média da
capacidade intelectual - no Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven. Os
procedimentos foram: Teste de Desempenho Escolar (TDE II) e protocolo do AudBility,
composto pelo questionário de autopercepção do programa (QAPAC) e tarefas de integração
binaural (IB), resolução temporal (RT) e ordenação temporal de frequência (OT-F). A partir
do desempenho obtido no TDE II, os participantes foram divididos em: 48 crianças com bom
desempenho escolar (G1) e 15 crianças com dificuldade escolar (G2). Os resultados foram
analisados a partir da estatística descritiva e em relação ao critério de passa/falha de cada
tarefa e do questionário. Resultados: No G1, a média de desempenho de acertos na tarefa de
IB foi de 91,15%+7,38 na orelha direita (OD) e 86,25%+8,66 na orelha esquerda (OE), sendo
que 15 crianças falharam. Nenhuma criança falhou na tarefa de RT, com limiar médio de
4ms; e na tarefa de OT-F a média de acertos foi 90,42%+17,5 (OD) e 86,67%+17,18 (OE),
com 13 crianças que falharam. Ainda no G1, o escore médio do questionário QAPAC foi
45,04+5,93, acima do corte de risco para o transtorno do processamento auditivo (TPAC) e
19 crianças falharam. No G2, a média da tarefa de IB foi 85%+0,09 (OD) e 78,67%+0,21
(OE) e 12 falharam. O limiar médio de RT foi 4,13ms+0,51 e uma criança falhou. A média
de acertos de OT-F foi 85,33%+0,15 (OD) e 84%+0,21 (OE) e sete falharam. Já no
QAPAC o escore médio foi de 40,53+8,38, abaixo do corte de risco e oito falharam. 13
crianças não apresentaram nenhuma alteração, sendo todas do G1. Considerando ao menos
uma tarefa alterada, 26 escolares do G1 (54,16%) e 14 do G2 (93,33%) apresentaram risco
para o TPAC. Além disso, nove crianças do G1 e uma do G2 apresentaram risco apenas
identificado pelo QAPAC. Conclusão: As análises iniciais aqui apresentadas contribuem
para o estudo de validação da bateria mínima do programa AudBility. Os escores médios de
desempenho dos participantes do G1 estiveram alterados para a tarefa de IB na OE, enquanto
os participantes do G2 apresentaram escores médios alterados na tarefa de IB para ambas as
orelhas e também no QAPAC. Dos 63 participantes, 50 (79,36%) apresentaram alteração em
pelo menos um dos testes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1192
ISSN 1983-1793X
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AUDIOLOGIA EDUCACIONAL E PRÁTICA FONOAUDIOLÓGICA: ESTRATÉGIAS PARA IDENTIFICAÇÃO PRECOCE E INTERVENÇÃO EM CRIANÇAS SURDAS NA PERSPECTIVA DA LIBRAS
ALVES, G. M. ; LOURENÇO, Í. M. M ; FERNANDES, M. G. G ; SOUSA, A. B. M. F ; SILVA, M. C ; DOMINGUES, J. S. ; CORDEIRO, A. C. F. ; SIMI, C. C. ; SILVA, I. M ;

Introdução: O debate em torno da educação e intervenção de crianças surdas ganhou destaque nas últimas décadas, especialmente no contexto do enfoque bilíngue. No Brasil, a reabilitação bilíngue para surdos, iniciada nos anos 1990, propõe o acesso precoce à Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e, simultaneamente, ao ensino do português como segunda língua. Essa abordagem visa a inclusão e o desenvolvimento linguístico e cognitivo das crianças surdas, destacando o bilinguismo como uma peça-chave nesse processo. Objetivo: Investigar a atuação fonoaudiológica na audiologia educacional em contextos de bilinguismo, utilizando tanto a língua de sinais quanto a oralização como modalidades de comunicação no processo de reabilitação auditiva. Metodologia: A metodologia utilizada foi a revisão de literatura, onde os passos incluíram a identificação da questão de pesquisa, seguida por uma busca na literatura científica em bases de dados como Pubmed, Periódicos Capes e Scielo, avaliação dos artigos selecionados, análise e discussão dos resultados. A pergunta central que orientou essa pesquisa foi: "Como a audiologia educacional pode contribuir para a identificação precoce da surdez durante a fase escolar, e qual é o papel da fonoaudiologia clínica na intervenção, especialmente considerando o contexto do bilinguismo?”.Nesse contexto, foi utilizado palavras-chave como: “Bilinguismo”,“Língua de Sinais", “Audiologia”, “Crianças Surdas” e ”Intervenção Fonoaudiológica”. Os seguintes critérios de inclusão foram adotados para a seleção das produções: artigos em inglês e português, nas bases de dados e recorte temporal, utilizando o filtro “período” nos últimos 10 anos. Por outro lado, foram excluídos estudos que não estivessem disponibilizados integralmente online e de conteúdo duplicado e que não obtivessem relação com o público-alvo/crianças. Resultados e Discussão: Para compor o escopo deste trabalho foram encontrados 9 artigos. Onde 6 relacionavam o bilinguismo com a prática fonoaudiológica, variando desde periódicos até estudo experimental e nenhum especificamente relacionando a audiologia educacional à temática principal. Apesar das diferenças entre os estudos, os resultados indicam que a prática fonoaudiológica experimentou mudanças significativas ao adotar uma abordagem bilíngue para surdos, onde a Libras se encontra como língua primária (L1) e o português oral/escrito como segunda língua (L2), marcando um progresso significativo na promoção do desenvolvimento linguístico e identidade da comunidade surda. A atuação do fonoaudiólogo bilíngue não se restringe apenas à reabilitação auditiva, mas também como facilitador de relações para crianças/adolescentes surdos e suas famílias. A ênfase no acesso precoce a Libras na clínica reconhece-a como fundamental para um desenvolvimento linguístico completo e provoca revisões nas práticas terapêuticas, integrando oralidade, escrita e Libras. Além disso, a perspectiva bilíngue destaca que a Libras pode facilitar a aquisição da linguagem oral, promovendo o desenvolvimento linguístico global da pessoa surda. Conclusão: Diante dos estudos analisados, fica evidente que implementar a abordagem bilíngue no contexto fonoaudiológico é um desafio significativo, especialmente relacionados às barreiras linguísticas e comunicativas, agravadas durante a escolarização, onde a falta de uma língua comum entre pais e filhos somada a falta de aceitação por parte dos pais dificulta o processo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1181
ISSN 1983-1793X
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AUTOAVALIAÇÃO DA INTERAÇÃO ENTRE PAIS E SEUS FILHOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Almeida, C. M. ; Santos, F. R. ; Delgado-Pinheiro, E.M.C. ;

INTRODUÇÃO: O conhecimento dos aspectos relevantes na interação comunicativa entre os pais e seus filhos com deficiência auditiva poderá possibilitar o aproveitamento das situações de comunicação no ambiente familiar para contribuir com o desenvolvimento da audição e linguagem dessas crianças. OBJETIVO: Verificar o efeito da autoavaliação dos pais sobre a interação comunicativa com seu filho que apresenta deficiência auditiva. METODOLOGIA: Estudo transversal e prospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 64591522.5.0000.5406). Os participantes foram cinco mães de cinco crianças com deficiência auditiva sensorioneural, usuárias de implante coclear e/ou aparelho de amplificação sonora individual que frequentam um programa de reabilitação auditiva. As interações mãe/filho foram analisadas a partir de filmagens que ocorreram separadamente em duas etapas. Na primeira etapa, após a filmagem, houve a explicação sobre cada comportamento a ser observado. Os pais realizaram a autoavaliação da interação utilizando uma Escala Likert com sete pontos, variando de “raramente” a “frequentemente”. Foram observados 22 comportamentos que promovem a estimulação da audição e linguagem, organizados nas categorias: sensibilidade, comportamentos em resposta à criança, comportamentos de atenção compartilhada e comportamentos gerais (COLE,1992). Na segunda etapa, após a filmagem, os pais realizaram a pontuação sem explicações. A análise dos resultados foi realizada por estatística descritiva (mínimo, mediana e máximo) das categorias. RESULTADOS Após os pais compreenderem os comportamentos importantes em uma interação comunicativa, houve aumento na frequência dos comportamentos relacionados à “sensibilidade”. Em relação aos “comportamentos em resposta à criança” a utilização de palavras apropriadas foi mais frequente pós-intervenção, ou seja, segunda filmagem. Na “atenção compartilhada” os comportamentos avaliados pelos pais foram pontuados ocorrendo “frequentemente” na primeira filmagem com aumento da frequência, na segunda filmagem. Nos “comportamentos gerais” principalmente a utilização de gestos apropriados, foi mais frequente na segunda filmagem. CONCLUSÕES: A autoavaliação com a explicação sobre os comportamentos que propiciam o desenvolvimento da audição e linguagem, utilizando a filmagem da interação comunicativa, demonstrou ser efetiva para as interações mãe/filho com deficiência auditiva, pois, em uma situação controlada, apresentaram maiores pontuações na segunda filmagem.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1353
ISSN 1983-1793X
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AUTORRELATO VS. MEDIDA PSICOACÚSTICA NA INVESTIGAÇÃO DA HIPERACUSIA EM ADULTOS SEM PERDA AUDITIVA E SEM QUEIXA: ESTUDO DE UM QUESTIONÁRIO
Utyama, A. Y. ; Lunardelo, P. P. ; Simões, H. O. ; Zanchetta, S. ;

Introdução: A hiperacusia é um transtorno da percepção auditiva caracterizado como uma intolerância ao loudness para sons presentes no dia-a-dia. Esta condição é considerada heterogênea e uma das justificativas para isto é a falta de uniformidade no emprego do termo e das ferramentas utilizadas para sua investigação. Atualmente são duas as ferramentas mais utilizadas, o limiar de desconforto – considerada padrão ouro – e os questionários, dentre eles o Hyperacusis Questionnaire (Questionário de Hiperacusia - QH). Objetivo: Caracterizar as respostas do Questionário de Hiperacusia e dos limiares de desconforto, além de determinar a reprodutibilidade das duas ferramentas. Metodologia: Estudo aprovado pelo CEP institucional, CAAE 71381523.5.0000.5440. A casuística foi composta por 21 sujeitos, de 18 a 39 anos de idade, sendo 11 do sexo masculino e 10 do sexo feminino. Todos os sujeitos realizaram: a) audiometria tonal limiar; b) rastreio do estado de consciência mental (Mini-Exame do Estado Mental - MEEM-2); c) investigação da autopercepção de dificuldade auditiva (Amsterdam Inventory for Auditory Disability and Handicap versão em português brasileiro - Pt-AIADH); d) investigação quanto a sintomas de ansiedade e depressão (The Hospital Anxiety and Depression Scale - HADS); e) investigação de sintomas de HPA com o HQ; e) pesquisa do limiar de desconforto (LD). Resultados: A casuística não apresentou dificuldade auditiva através da pontuação do Pt-AIADH, porém foi possível constatar comportamento de ansiedade na população através do HADS. O LD variou de 48 a 120 dB NA com valores médios acrescidos do desvio padrão de 61,6 a 82,4 dB NA. Ainda, para o LD, houve diferença dos valores entre as frequências (p < 0,0001); a análise multivariada entre as frequências mostrou que o LD da frequência de 0,25k Hz foi significativamente maior em relação as demais frequências, com exceção de 4k Hz (0,5k Hz p = 0,0003; 1k Hz p< 0,0001; 2k Hz p= 0,0003; 3k p= 0,0081; 4k p= 0,9766; 6k p< 0,0001; 8k p< 0,0001); outro resultado que pode ser destacado foi que a partir de 4 kHz, todos os LD das demais frequências foram diferentes, de forma significativa, em relação as outras frequências, inclusive entre elas mesmas. Para o QH, o escore total computando a média mais o desvio padrão atingiu 12,5 pontos. Conclusão: Em indivíduos adultos com idades entre 18 à 39 anos, normo-ouvintes e sem queixa de HPA o escore para o HQ foi menor em relação ao proposto para a identificação do sintoma; os LDs foram menores que o proposto pela literatura e diferentes entre as frequências. Os dois instrumentos apresentaram boa reprodutibilidade.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1254
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA NA ANEMIA FALCIFORME: ESTUDO DE CASO
LVR ; Lima, V. R. O. ; GD ;

INTRODUÇÃO: A Doença Falciforme é uma das enfermidades genéticas e hereditárias mais comuns no mundo. A alteração molecular faz com que ocorra uma mudança na forma dos glóbulos vermelhos tornando-os semelhantes a uma foice. A deficiência auditiva nesses indivíduos pode se dar devido à sensibilidade da cóclea à vaso-oclusão que pode gerar isquemia e anoxia coclear.Há poucos estudos sobre a avaliação dos sistema auditivo central nestes indivíduos. OBJETIVO: Apresentar os dados da avaliação audiológica básica, avaliação eletrofisiológica da audição e avaliação comportamental do processamento auditivo central em um caso de anemia falciforme. MÉTODO: Foram realizadas audiometria tonal liminar, logoaudiometria, medidas de imitância acústica, avaliação eletrofisiológica com registro dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico e longa latência e a avaliação comportamental do processamento auditivo central composta pelos testes de localização sonora, masking level difference, memória sequencial para sons verbais e não verbais, reconhecimento de padrão de frequência, índice percentual de reconhecimento de fala, teste de fala com ruído, teste dicótico de dígitos, Identificação de Sentenças Sintéticas e Random Gap Detection Test. DESCRIÇÃO DO CASO: O paciente é um menino de 9 anos, sexo masculino, cursando ensino fundamental, preferência manual direita e genótipo HbSS. Sem intercorrências gestacionais ou perinatais. Nega dificuldades e repetições escolares, bem como queixas auditivas, zumbido e tontura. Faz uso de Ácido Fólico e Hidroxiuréia. RESULTADOS: Na avaliação Audiológica básica, apresentou limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, curvas timpanométricas do tipo A e reflexos acústicos contralaterais presentes bilateralmente. No Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico apresentou presença das ondas I, III e V, para cliques, com latências absolutas das ondas I, III e IV e intervalos interpicos I-III, III-V e I-V dentro dos padrões da normalidade. No Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência, os componentes N2 e P3 foram registrados com latências dentro do padrão de normalidade em ambas as orelhas. Apresentou transtorno de Processamento Auditivo Central com prejuízo nos mecanismos fisiológicos de discriminação de sons verbais em escuta dicótica, discrimininação de padrões sonoros e de pausas interestímulos, compatíveis com alteração nas habilidades auditivas de Ordenação temporal simples e complexa, figura fundo para sons linguisticos e resolução temporal. Frente aos achados, recomendou-se terapia fonoaudiológica com ênfase na reabilitação auditiva e treinamento auditivo acusticamente controlado. CONCLUSÃO: O caso apresentado revelou audição periférica e eletrofisiológica da audição normais para a faixa etária e transtorno do processamento auditivo central.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1055
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO AUDITIVA EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS USUÁRIOS DE FONES DE OUVIDO: AUDIOMETRIA TONAL E EMISSÕES OTOACÚSTICAS
Câmara, L. A. ; Varjão, L. F. S. ; Oliveira, T. C. G. ; Silva, I. M. C. ; Pereira, V. R. C. ;

Introdução: O sistema auditivo desempenha um papel fundamental na recepção e interpretação dos estímulos sonoros do ambiente e engloba diversas estruturas. As células ciliadas externas funcionam como um amplificador coclear e a exposição prolongada a ruídos altos e contínuos pode resultar em danos a essas células, levando à ocorrência de perda auditiva. A perda auditiva induzida por ruído (PAIR) representa a segunda causa mais comum de hipoacusia neurossensorial e é considerada uma doença crônica irreversível. No que diz respeito ao uso de fones de ouvido, sabe-se que essa tecnologia faz parte do uso cotidiano dos jovens e está voltada para a amplificação sonora individual e seu uso contínuo pode ocasionar PAIR. Objetivo: Avaliar a audição de usuários de fones de ouvido e identificar possíveis alterações auditivas por meio de Audiometria Tonal, Emissões Otoacústicas Transientes (EOAT) e por Produto de Distorção (EOAPD). Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 3.344.836/2019). Participaram 42 estudantes universitários entre 18 a 26 anos, média de 21,07 (±1,23). Foram avaliados por meio da audiometria tonal nas frequências convencionais e nas emissões nas frequências de 1000, 1500, 2000, 3000 e 4000 Hz. Os dados foram analisados por meio do t test, análise de variância (ANOVA) e tukey test. Resultados: Os participantes tinham como perfil de utilização dos fones de ouvido de inserção, por cerca de 3 horas diárias, 3 ou mais vezes por semana, por mais de 5 anos. A audiometria tonal identificou um entalhe em 6000 Hz compatível ao apresentando na Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), porém os limiares dos participantes apresentam-se dentro da normalidade. As médias dos limiares tonais das orelhas foram comparadas por meio do t-test. Não foram constatadas diferenças entre as orelhas. A análise de variância mostrou diferença (p<0,05) na orelha direita entre as frequências de 6000 e 1000 Hz, 6000 e 2000 Hz, 6000 e 3000 Hz, 6000 e 4000 Hz, além de 250 e 2000 Hz. Na orelha esquerda, entre 6000 Hz e as demais frequências, exceto 250 e 500 Hz, e entre 250 e 2000 Hz, 250 e 3000 Hz, 250 e 4000 Hz, como também 500 e 3000 Hz, 500 e 4000 Hz. Nos testes EOAT e EOAPD, foi observado atividade normal das células ciliadas externas. Na análise das EOAT, não houve diferença entre orelhas ou frequências. Na EOAPD, foi observada diferença entre os resultados da orelha direita e esquerda (p<0,05) apenas ao comparar a frequência de 1500 Hz. Conclusão: O hábito de utilização dos fones de ouvido em jovens universitários parece não ter provocado alterações relevantes na função das células ciliadas externas ou nos limiares tonais, exceto na frequência de 6000 Hz, no recorte deste estudo. Faz-se necessária a orientação e conscientização sobre os hábitos auditivos, além do acompanhamento da função auditiva ao longo dos anos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1106
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL E ELETROFISIOLÓGICA DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL DE INDIVÍDUOS COM DOENÇA FALCIFORME
Lopes, R.V. ; Braga, J.A.P. ; Gil, D. ;

Introdução: A doença falciforme é uma anemia hemolítica, de origem genética, caracterizada por um padrão de herança autossômico recessivo e faz parte do grupo das hemoglobinopatias, estando entre as doenças genéticas de maior incidência no mundo. É uma doença de caráter multifatorial, expressa por uma diversidade de fatores que levam a um severo impacto na vida dos indivíduos acometidos. Devido à vaso-oclusão, indivíduos com a doença falciforme podem ter uma deterioração progressiva na audição. Pouco se sabe a respeito das habilidades auditivas centrais neste grupo tão significativo da população brasileira. Sendo assim, o objetivo do estudo foi avaliar o processamento auditivo central de indivíduos com doença falciforme. Métodos: Estudo de corte transversal com crianças portadoras de doença falciforme. As crianças realizaram a avaliação comportamental e eletrofisiológica do processamento auditivo central utilizando dez testes especiais para a avaliação comportamental, sendo eles o Teste de Fala com Ruído, Identificação de Sentenças Sintéticas, Dicótico Consoante-Vogal, Dicótico de Dígitos, Random Gap Detection Test, Masking Level Difference, Padrão de Frequência, Localização Sonora, Memória Sequencial para Sons Verbais e Não Verbais. Para a avaliação eletrofisiológica da audição utilizou-se os Potenciais Evocados Auditivos de Curta e Longa Latência. Foi realizada estatística descritiva e para verificar a validade de constructo dos testes aplicados uma análise fatorial confirmatória. Resultados: Um total de 28 sujeitos foram avaliados, sendo 18 meninas e dez meninos com média de 9,46 anos. Um total de 85,7% das crianças apresentou Transtorno do Processamento Auditivo Central. Os participantes apresentaram um maior índice de alteração para as habilidades auditivas de figura fundo para sons verbais em tarefa de atenção dividida e ordenação temporal complexa para sons não verbais. No potencial de longa latência todos os sujeitos apresentaram normalidade do componente P3. No potencial de curta latência 32,1% e 28,6% dos sujeitos apresentaram resultados alterados para as orelhas direita e esquerda, respectivamente. Dois modelos fatoriais de análise fatorial combinatória foram criados com base na teoria existente da literatura. No modelo 2, os testes que contribuíram significativamente para a formação do fator PAC foram o Teste de Localização Sonora, Memória Sequencial Não Verbal, Fala com Ruído e Dicótico Consoante-Vogal. Todas as variáveis observadas contribuíram significativamente para a formação do fator PEATE. Houve uma relação estatisticamente significativa entre os fatores PAC e PEATE. Conclusão: Indivíduos com doença falciforme apresentam transtorno do processamento auditivo central, identificado primordialmente pela avaliação comportamental.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1292
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1292


AVALIAÇÃO CORTICAL DO ZUMBIDO ATRAVÉS DA ESPECTROSCOPIA FUNCIONAL EM INFRAVERMELHO PRÓXIMO
Martins, M. L. ; Morya, E. ; Lima, L. K. A. ; Isabelle, C. V. ; Balen, S. A. ; Machado, D. G. S. ; Rosa, M. R. D. ;

Introdução: O zumbido é a percepção consciente de um som sem existir fonte sonora externa correspondente. A espectroscopia funcional em infravermelho próximo (fNIRS) é uma técnica utilizada para avaliar a resposta hemodinâmica, através das alterações nos níveis da oxi-hemoglobina e desoxi-hemoglobina indicando mudanças na atividade cortical. O fNIRS pode ser utilizado para medir a resposta hemodinâmica resultante de estímulos sonoros, portanto é interessante para entender a sintomatologia do zumbido e consequentemente direcionar maneiras de avaliar e tratar o sintoma. Objetivo: Comparar as mudanças nos níveis de concentração da oxi-hemoglobina de indivíduos com e sem zumbido, usando estimulação auditiva (ruído branco, 1000 Hz, frequência do zumbido/10.000Hz e silêncio) através do fNIRS. Métodos: O estudo foi composto por dois grupos, um com zumbido crônico e sem perda auditiva (n=23) e um grupo controle com sujeitos sem perda auditiva e sem zumbido crônico (n=23). O grupo com zumbido respondeu a questionários (anamnese do zumbido, Escala Visual Analógica, Tinnitus Handicap Inventory e Tinnitus Functional Inventory) e realizou exames auditivos (Audiometria Tonal, acufenometria, Nível Mínimo de Mascaramento e Inibição Residual). Todos os participantes foram avaliados por uma tarefa auditiva para analisar a atividade do córtex auditivo evocada pelos diferentes sons. O fNIRS continha 20 canais dispostos em matrizes 4x2 sobre os córtices frontal, temporal e parietal. A região de interesse foi focada no córtex auditivo primário bilateralmente, cobrindo o giro de Heschl (giro temporal superior, giro temporal médio, giro supramarginal e giro pós-central) (ROI 2 e 5). As demais regiões foram a região auditiva circunvizinha, abrangendo parte dos cortex frontal e parietal (ROI 1, 3, 4 e 6). Foi utilizado a apresentação de sons em um block-design de escuta passiva, com sons de 15s intercalados com períodos de silêncio randomizados entre 15-25s. Resultados: Houve diferença no tipo de som apresentado, na região de interesse e no canal quando analisados isoladamente. Como também, na interação entre grupo e condição, e entre grupo e canal. A frequência do zumbido diminuiu os níveis de oxi-hemoglobina, enquanto o ruído branco e 1000Hz aumentaram os níveis de oxi-hemoglobina. Todas as condições diferem umas das outras, exceto 1000Hz com o silêncio no grupo de controle. Em relação aos canais, os frontais (1, 3 e 11) diferiram no grupo com zumbido, enquanto no grupo de controle foi observada diferença nos canais das regiões frontal, temporal e parietal (1, 3, 5, 10, 11, 16, 17 e 18). Além disso, foi observada correlação de tamanho de efeito pequeno entre a intensidade, o incômodo e a gravidade do zumbido com os níveis de oxi-hemoglobina. Por fim, o hemisfério direito teve uma ativação maior em comparação com o hemisfério esquerdo. Conclusões: O tipo de som e a região do cérebro influenciaram as variações da oxi-hemoglobina, mas não houve diferença entre os participantes com zumbido e os controles. A intensidade do zumbido mensurada pelo exame psicoacústico, além do incômodo, intensidade e gravidade do zumbido, medidos por questionários, mostraram associação com variações no fluxo sanguíneo cerebral. Portanto, alterações corticais devem ser consideradas no tratamento do zumbido.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1294
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO COCLEAR EM RATOS: PROTOCOLOS DE EOAPD E VALORES DE REFERÊNCIA COM E SEM ANESTESIA
MACEDO, M. B. ; CUNHA, E. O. ; REIS, A. ; MACHADO, M. S. ; DALLEGRAVE, E. ;

Introdução: A avaliação da função coclear tem um papel fundamental na pesquisa audiológica, principalmente na avaliação da ototoxicidade induzida por diferentes substâncias. Em humanos, a exposição concomitante ao ruído, como também a diferentes agentes potencialmente ototóxicos, frequentemente associada ao ambiente laboral, aumenta o viés da relação nexo-causal. Neste contexto, torna-se fundamental o uso de modelo animal para avaliar danos à função coclear induzidos por agentes tóxicos como agrotóxicos, químicos industriais, entre outros. Objetivo: Padronizar a avaliação de Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOAPD) em ratos, com e sem o uso de anestesia e definir os valores de referência para espécie e linhagem. Metodologia: Foram utilizados ratos Wistar machos, com idade de 70±5 dias, sendo N=44, subdividido em 2 protocolos de avaliação por EOAPD: com anestesia (N=22) e sem anestesia (N=22). Os animais submetidos a avaliação com anestesia (Cetamina 50mg/kg associada a Xilazina 10mg/kg, por via intraperitoneal) foram avaliados somente após confirmado plano anestésico, em decúbito ventral, inserindo as olivas no meato acústico externo e, a partir dos estímulos iniciais de 65(F1) e 55(F2)dB NPS foram avaliadas as respostas para as frequências de 4, 6, 8, 10 e 12 kHz em ambas orelhas utilizando o equipamento OtoreadClinical®, da marca Interacoustics®, considerando-se 6dB como nível mínimo de relação sinal ruído. Os animais submetidos a avaliação sem anestesia foram previamente treinados para contenção suave por meio do enrolamento em um paninho, associada a inserção das olivas, por 5 dias consecutivos e um pré-teste com a emissão do sinal (para reconhecimento), sendo estes testados pelo mesmo protocolo e equipamento. Resultados: De uma forma geral, não há diferença estatística (p> 0,05, Mann Whitney) entre as medianas das amplitudes das EOAPD entre animais anestesiados e em estado de alerta, sendo todos os valores de relação sinal ruído iguais ou superiores a 6dB. As medianas das respostas dos animais anestesiados variaram entre 20 e 43 dB e nos animais em alerta entre 18 e 42 dB, para todas as frequências avaliadas. As respostas mínimas registradas foram 6 dB para ratos anestesiados e 7 dB para os em alerta, sendo os valores máximos de 53 e 52 dB, respectivamente. Sendo assim, os valores de referência para a espécie e linhagem não variam significativamente em função do estado de alerta. Conclusão: É possível realizar EOAPD em ratos sem o uso de anestesia, quando este protocolo for necessário. No entanto, sob anestesia, essa avaliação é mais rápida e dispensa período prévio de treinamento dos animais. Quanto aos valores de referência, não há diferença significativa na resposta sob condições de alerta e anestesia.
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Página(s): p.1310
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DAS HABILIDADES AUDITIVAS EM CRIANÇAS COM ATRASO MOTOR DE FALA - ESTUDO DE CASOS CLÍNICOS
HILLESHEIM, A. ; Oliveira, A. M. ; Ribeiro, A. C. M. ; Bucci, A. C. ; Pinheiro, M. M. C. ;

O Processamento Auditivo Central (PAC) desempenha um papel crucial na interpretação e processamento de estímulos sonoros. Há relatos na literatura que relacionam o transtorno do processamento auditivo central (TPAC) com dificuldades de aprendizagem, memória auditiva, fala e comunicação oral. O Atraso Motor de Fala (AMF), é um dos diagnósticos de alteração motora da fala, sendo caracterizado por apresentar imprecisão articulatória, alterações na estabilidade da fala, na voz e na prosódia. Objetivo: Apresentar o relato de casos clínicos da avaliação do processamento auditivo central. Método: Estudo de caso, aprovado pelo comitê de ética com protocolo sob o número 3.758.303, realizado no ano de 2023. Participaram da pesquisa três crianças com diagnóstico de AMF, com idade de sete a onze anos do sexo masculino que têm o português como primeira língua e limiares auditivos dentro dos padrões da normalidade bilateralmente. Foi aplicado o questionário Auditory Processing Domais Questionnaire (APDQ) com os responsáveis pelas crianças, uma bateria mínima com testes auditivos especiais do processamento auditivo central para avaliar as habilidades auditivas de localização, figura-fundo (integração binaural e separação), fechamento, ordenação e resolução temporal. Resultados: Na avaliação do PAC verificou-se que todos os indivíduos tiveram bom desempenho do teste de Localização Sonora e de memória sequencial para sons não-verbais. Já no teste de memória sequencial para sons verbais todos os indivíduos apresentaram alteração (⅓ acertos). A média no Random Gap Detection Test (RGDT) foi de 34,7 ms, no Teste de Padrão de Frequência (TPF) na nomeação foi 44% e no humming 57,7%). No Teste Dicótico de Dígitos a média foi 87,5%, no teste Pediátrico de Inteligibilidade de fala em escuta monótica (PSI) (86,5%) e no PSI com palavras e ruído competitivo +10 foi 78,3%. Em relação aos domínios do questionário APDQ, a média de pontuação foi de 28 para atenção, 30,6 para linguagem e 84,3 para processamento auditivo. Conclusão: Os achados sugerem que crianças com Atraso Motor de Fala possuem alteração nas habilidades auditivas, sendo a habilidade auditiva mais alterada a ordenação temporal, bem como no questionário APDQ, em que os domínios que apresentaram defasagem foram os de linguagem e processamento auditivo. No questionário APDQ verificou-se alteração nos domínios de linguagem e processamento auditivo. Este estudo contribuiu para reforçar a importância da avaliação das habilidades do processamento auditivo central nos casos de alteração de fala. Ademais ressalta-se a importância da avaliação do processamento auditivo para implementação de novas práticas terapêuticas voltadas para a estimulação das habilidades auditivas alteradas, já que trabalhando essas habilidades, é possível melhorar a percepção de fala e a comunicação desses pacientes, permitindo o desenvolvimento geral da maneira mais proveitosa.
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Página(s): p.1303
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO AUDITIVO E ELETROFISIOLÓGICA EM IDOSOS SUBMETIDOS À ESTIMULAÇÃO AUDITIVA
Tonelotti, F.T.F. ; Vedovato, G.L. ; Barbui, T.R.M. ; Rombola, I.T. ; Souza, L. P. ; Oliveira, A.M. ; Alcântara, Y. B. ; Luiz, A.L.F. ; José, M.R. ; Frizzo, A.C.F. ;

Introdução: A audição e suas habilidades são essenciais nas relações interpessoais, porém, ao longo da vida, o sistema nervoso sofre o processo de envelhecimento com declínio na capacidade de receber e interpretar informações sonoras, sendo comum a queixa de dificuldade de comunicação e discriminação de fala. Estudos mostraram que mesmo sem perda auditiva, o sistema auditivo periférico envelhecido pode enfrentar dificuldades no processamento de informações verbais e não verbais devido uma assimetria cerebral que afeta a transferência inter-hemisférica. Uma das formas de diminuir essa dificuldade advém de estimulações auditivas realizadas por meio de programas e softwares. As habilidades cognitivas auditivas são estimuladas de forma personalizada e pode contribuir para prevenção do declínio auditivo relacionado à idade com eficácia comprovada por avaliações comportamentais do processamento auditivo e por registros eletrofisiológicos que evidenciam mudanças ao longo do processo de estimulação. Objetivo: Analisar a efetividade de um sistema de estimulação auditiva por meio de avaliações do comportamento auditivo e respostas eletrofisiológicas em idosos pré e pós estimulação. Método: Comitê de ética n° 1.054.278. Estudo do tipo série de casos, foram selecionados quatro sujeitos entre 60 a 65 anos de idade, sexo feminino, com queixa de compreensão de fala em ambiente ruidoso, mas com limiares auditivos dentro da normalidade, curva timpanomética tipo A e reflexos acústicos presentes. Foi realizada audiometria, logoaudiometria, imitanciometria, testes de percepção de fala com ruído-White Noise, teste dicótico de dígitos e potenciais evocados de tronco encefálico. Os sujeitos foram submetidos à estimulação auditiva com um programa de treinamento formal com duração de 15 sessões em três blocos de 5 dias consecutivos e descanso de dois dias. Utilizou-se fone de ouvido supra aural e notebook com software. As sessões de estimulação consistiram em escuta dicótica e escuta competitiva para estimulação das habilidades de atenção e integração auditiva. Após o período de estimulação, realizou-se a avaliação final e os testes foram reaplicados para as comparações pré e pós estimulação. Resultados: Participaram do estudo 4 sujeitos, do sexo feminino com idade entre 60 a 65 anos. Após a estimulação realizada, verificou-se que na avaliação do comportamento auditivo houve melhora na porcentagem de acertos para os testes de percepção de fala com ruído em 3 dos casos estudados, mas principalmente no teste de dicótico de dígitos na orelha esquerda houve maior índice de acertos em todos os casos. Nos achados eletrofisiológicos houve diminuição da latência das ondas I e III, em torno de 0,10 ms, principalmente na orelha esquerda com aumento da amplitude em ambas as orelhas para três dos indivíduos testados, que consiste na maioria dos participantes selecionados para a pesquisa. Conclusão: As medidas do comportamento auditivo e as respostas eletrofisiológicas mostraram-se eficazes para comprovar mudanças nas habilidades cognitivas auditivas nos idosos submetidos à um programa de estimulação auditiva nesse estudo. Houve mudança positiva dos achados neurofisiológicos e no comportamento auditivo que evidenciam correlato neurofisiológico da plasticidade neural mesmo no grupo de idosos. Necessário ampliar o número de sujeitos para comprovar de forma mais precisa a eficácia dessa estratégia de estimulação nessa população.
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Página(s): p.1099
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL EVOCADO MIOGÊNICO VESTIBULAR CERVICAL EM DANÇARINOS ADULTOS
Rossetto, A. P. ; Santos, A. E. A. ; Franciozi, C. ; ZEN, P. R. G. ; SLEIFER, P. ;

Introdução: Os Potenciais Evocados Miogênicos Vestibulares Cervicais (cVEMP) são respostas miogênicas de curta latência de origem vestibular, que permitem a avaliação da mácula sacular, do nervo vestibular inferior e das vias vestíbulo-espinhais descendentes. A resposta neural decorrente ao estímulo é descrita como um arco reflexo de três neurônios, pois envolve a orelha interna, o tronco encefálico e a via vestibuloespinhal. Com a prática da dança, os dançarinos melhoram a tonicidade muscular e as articulações e, além disso, com treino e prática semanal, pode-se verificar a presença da plasticidade neural (variedade de mudanças fisiológicas no sistema nervoso central em relação às respostas da sensibilidade expressiva) e por consequência, tendem a melhorar as respostas do sistema vestibular, o tornando mais responsivo, resultando em um melhor equilíbrio. Objetivos: Analisar as latências, amplitudes e índice de simetria das ondas P13, N23 obtidas no registro do cVEMP em dançarinos, correlacionando com os achados de não dançarinos e verificar possíveis associação com sexos e tempo de experiência na prática da dança. Metodologia: Estudo transversal, observacional, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição UFRGS, sob o número 34632. Foram avaliados 104 adultos, com idades entre 18 e 35 anos, 52 adultos pertencem ao grupo de estudo (GE), composto por dançarinos e um grupo de 52 adultos do grupos controle (GC), não dançarinos, sem queixas vestibulares, pareados por sexo e idade. O equipamento utilizado foi o MASBE ATC Plus, marca Contronic®. Foram apresentados 5,1 estímulos por segundos, na frequência de 500Hz, na intensidade de 90dBNa e utilizada a polaridade alternada. Resultados: Verificou-se diferenças estatisticamente significativas na comparação das latências das ondas P13 (p=0,039), N23 (p=0,032) e amplitude entre o GE e o GC. Observou-se diferença significativa (p=0,009) na comparação da amplitude das ondas com os sexos, sendo que os indivíduos do sexo masculinono GE apresentaram maior amplitude. Constatou-se associação negativa entre os anos de experiência com dança e diminuição de latência das ondas P13 (p=0,022) e N23 (p=0,017), assim como o aumento de amplitude relacionado ao número de anos de prática dos participantes. Conclusões: A amostra estudada evidenciou diferenças nas latências das ondas P13 e N23 e nas medidas de amplitude entre os grupos de dançarinos e não dançarinos, podendo ser relacionadas à plasticidade da via sáculo-cólica do GE. O aumento dos anos na prática da dança está associado à diminuição da latência das ondas P13 e N23 e aumento da amplitude, visto que a realização de giros e alongamentos proprioceptivos reduzem a vertigem, melhorando o equilíbrio e a orientação espacial ao longo do tempo. Contudo, podemos inferir que, a prática da dança pode ser um meio de prevenção, no sentido da manutenção do equilíbrio, para a sua melhoria, bem como, da autonomia funcional, tendo em vista as inúmeras informações sensoriais e estímulos musculares, destacando-se a propriocepção.
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Página(s): p.1374
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DE FLUÊNCIA
SILVA, B. S ; NASCIMENTO, V. T. ;

Objetivo: Identificar por meio da triagem, avaliação simplificada e avaliação
comportamental do processamento auditivo uma possível relação entre o transtorno do
processamento auditivo central (PAC) e a gagueira.
Método: A pesquisa foi conduzida e
iniciada somente após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal
do Rio de Janeiro– Instituto de Neurologia Deolindo Couto (Parecer n°5.082.807). Todos os
indivíduos tiveram sua participação autorizada mediante assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e do Termo de Assentimento. Foi realizada uma triagem
composta pela aplicação do questionário Scale of Auditory Behaviors (SAB) em pessoas com
gagueira, de 5 a 33 anos, que estavam em acompanhamento fonoaudiológico no ambulatório
de Transtornos de Fluência da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Após a triagem, os
indivíduos foram submetidos a Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo (ASPA) e
a Avaliação Comportamental do Processamento Auditivo Central (ACPA) que é constituída
pelos seguintes testes: Fusão Binaural e Fala Filtrada, Dicótico de Dígitos, Dicótico
Não-verbal, Padrões Temporais de Frequência e Duração e Teste de Detecção de Intervalo
Aleatório (RGDT).
Resultados: Foram triados 14 pacientes, através da aplicação do
questionário SAB, dos quais 6, seguiram para as avaliações simplificada e comportamental
do PAC. Foi identificado desempenho inferior ao considerado normal pela literatura em todos
os indivíduos avaliados neste estudo. Corroborando com achados da literatura, os
participantes desta pesquisa apresentaram alteração de processamento temporal em pelo
menos uma das avaliações. Dessa forma, é possível afirmar que existem relações entre a
habilidade auditiva de processamento temporal e a ocorrência de gagueira. À vista disso, é
visível a necessidade de se expandir os estudos na área do PAC com essa população para
compreender as correlações existentes em ambos os transtornos e nortear a equipe para a
realização de uma abordagem terapêutica cada vez mais baseada em evidências.
Conclusão:
Por meio da avaliação comportamental do processamento auditivo foi possível identificar o
transtorno de processamento auditivo nesse grupo de indivíduos com gagueira
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1378
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: ANÁLISE INTEGRATIVA DOS TESTES E SEUS ACHADOS EM DIFERENTES POPULAÇÕES.
CASTRO, M. P. ; NEVES, B. L. ; CARRIJO, M. C. ; MUNIZ, M. N. ; VIEGAS, N. ;

Introdução: O processamento auditivo central é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, aprendizagem e fala. No Brasil, as últimas pesquisas têm explorado a relação entre o processamento auditivo e habilidades acadêmicas, linguagem e atenção em populações com diferentes faixas etárias e transtornos. Objetivo: realizar uma revisão bibliográfica de artigos científicos nacionais sobre o procedimento de avaliação do processo auditivo central, a fim de caracterizar os testes utilizados de forma mais frequente e as características das populações que passaram pela referida avaliação. Método: Trata-se de uma pesquisa revisão bibliográfica integrativa sobre procedimentos de Avaliação do Processamento Auditivo Central, descritos em estudos realizados no Brasil, no período de 2007 a 2023. Amostra de 17 artigos levantados nas plataformas de base de dados Scielo, Portal CAPES, Biblioteca Virtual em Saúde (Pubmed, Lilacs, Index Psicologia) a partir da combinação com o boleador “AND” entre os descritores: processamento auditivo, linguagem e avaliação. Resultados: a maioria dos estudos foram pesquisas de campo, preferencialmente utilizaram os seguintes testes: teste SSW; teste de identificação de frases pediátricas (PSI); teste de fala com ruído (TFR), teste dicótico de dígitos (TDD), teste de padrão de frequência (TPF) e o teste Gaps in noise (GIN). Considerações: a variedade de testes utilizados está relacionada à necessidade em avaliar as todas as habilidades de processamento auditivo, porém, a faixa etária e a presença de algum tipo de alteração, pode influenciar na escolha do teste a ser utilizado.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1219
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO TEMPORAL EM CRIANÇAS COM TPAC E ALTERAÇÕES NA HABILIDADE VISUAL DE CONSTÂNCIA DE FORMA.
Melo, N. C. O. ; Figueiredo, D. F. ; Medeiros, V. N. ; Miranda, A. C. ; Rosa, M. R. D. ;

Introdução:
O processamento auditivo temporal é fundamental para reconhecimento, detecção e discriminação dos estímulos acústicos, e inclui sub-processos como a resolução temporal, integração temporal, mascaramento temporal e ordenação temporal. Essas habilidades são essenciais na aprendizagem da leitura e escrita, pois é crucial discernir as semelhanças e diferenças entre os sons das letras quando são pronunciadas em palavras. Outro processo essencial para a aprendizagem da linguagem escrita é a habilidade visual de constância de forma, responsável pelo reconhecimento das características distintivas de certas figuras ou formas, independentemente de variações em tamanho, sombreamento, textura e posição. Dessa forma, os sistemas visual e auditivo, especificamente as habilidades de constância de forma e o processamento temporal, se conectam para o indivíduo perceber e reconhecer os estímulos sensoriais de maneira completa.

Objetivo:
Investigar a relação entre o subteste de constância de forma e as habilidades do processamento auditivo temporal em crianças com TPAC.

Metodologia:
O presente estudo, aprovado pelo Comitê de Ética, foi conduzido na Clínica-Escola de Fonoaudiologia da UFPB. Os critérios de inclusão estabeleceram a participação de 09 voluntários com idades entre 7 e 10 anos, de ambos os sexos, com limiares audiométricos normais e alteração na habilidade de constância de forma avaliada através do Teste de Desenvolvimento da Percepção Visual - 2 (DTVP-2) que tem como objetivo avaliar diferentes habilidades viso-motoras e percepto-visuais inter-relacionadas. A coleta de dados envolveu a aplicação dos testes PPS e GIN para avaliar o processamento temporal.

Resultados:
Os resultados do subteste de constância de forma revelaram um desempenho muito inferior, ou seja, abaixo do esperado para essa habilidade visual nas crianças avaliadas. Com a avaliação dos testes de PAC observou-se que na habilidade de ordenação temporal, que avalia a identificação de sequências dos sons, 88,89% dos casos apresentaram resultados alterados. Enquanto na resolução temporal, que estuda a identificação de interrupções no estímulo sonoro ao longo do tempo, os resultados mostraram um melhor resultado, com apenas 22,22% dos casos alterados.
Portanto, crianças com baixo desempenho na habilidade visuoperceptiva de constância de forma demonstram alterações no processamento temporal, o que pode afetar sua capacidade de identificar corretamente a ordem de sons, palavras, imagens ou eventos em uma sequência específica.

Conclusão:
Sugere-se que crianças com TPAC apresentaram baixo desempenho na habilidade na constância de forma e também apresentaram dificuldades no processamento auditivo central, especialmente na ordenação temporal. Logo, destaca-se a importância de abordagens específicas no diagnóstico e intervenção para melhorar o desenvolvimento acadêmico dessas crianças
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1134
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1134


AVALIAÇÃO DO RECONHECIMENTO DA FALA EM USUÁRIOS DE AASI COM PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL DE GRAU SEVERO A PROFUNDO.
Sousa, A. F. ; Costa, L.B.A ; Costa, M.J. ; Brito, R.V. ;

Introdução: Nos diversos centros de habilitação e reabilitação auditiva no Brasil, os candidatos ao uso de aparelhos auditivos de amplificação sonora individual (AASI) são avaliados principalmente por meio de testes de reconhecimento da fala. Porém, a aplicação desses testes não é padronizada, sendo realizada com diferentes materiais e estratégias, assim como, no modo à viva voz ou material gravado. Objetivo: Analisar e comparar a performance de usuários de AASI, que possuem perda auditiva neurossensorial de grau severo a profundo, nos testes de reconhecimento de fala, aplicados nas modalidades à viva voz e gravado, com e sem ruído, usando diferentes formas de pontuação: considerando toda a sentença bem como por cada palavra das sentenças. Metodologia: A pesquisa foi desenvolvida nos anos de 2021 a 2023 em duas instituições. A amostra foi obtida por conveniência e os participantes que apresentavam reconhecimento aberto da fala e informaram o consentimento, foram selecionados, excluindo indivíduos com comorbidades neurológicas e/ou cognitivas que comprometessem a adequada realização dos testes. Os participantes foram avaliados em cabina, utilizando seus dispositivos auditivos, e o estímulo foi apresentado em campo sonoro com nível de apresentação do estímulo de 60 dB NPS (A) a 1 metro da caixa sonora e a 0º azimute nos planos horizontal e vertical. Na avaliação com ruído, o estímulo de fala foi apresentado a 60 dB dBNPS (A) e o ruído a 50 dBNPS (A). Foram utilizadas 4 diferentes listas de sentenças, aplicadas em 4 diferentes condições: à viva voz sem e com a presença de ruído; gravado sem e com a presença de ruído, tendo sido pesquisados os Índices Percentuais de Reconhecimento por sentença e por palavra de cada sentença. Resultados: Na condição sem a presença de ruído, considerando a pontuação por palavras, foi observada diferença média de 15,4% entre a apresentação à viva voz e gravada, variando de 0% a 33,3%, mostrando melhores desempenhos na apresentação à viva voz; na pontuação por sentenças, a diferença média entre as apresentações foi de 14% variando de 0% a 50%. Na condição com ruído, considerando a pontuação por palavras, a diferença média foi de 13,5%, variando de 0,8% a 31,5% . Ao se considerar a pontuação por sentenças a diferença média foi de 10%, variando de 0% a 50%. Não houve diferença entre a apresentação à viva voz no ruído e gravada sem ruído, demonstrando que tais formas de apresentação possuem nível de complexidade semelhante. Foi observado que a pontuação de cada palavra das sentenças apresentou menor variabilidade dos dados e maior fidedignidade com relação a audibilidade x reconhecimento da fala. Conclusões: A forma de apresentação dos testes de reconhecimento de fala, bem como o uso do ruído, interferiu no desempenho do usuário de AASI. Verificou-se uma tendência de melhores desempenhos com a apresentação do teste à viva voz e sem a presença de ruído. Foi observado também que a pontuação por palavra das sentenças mostrou menor variabilidade e maior fidedignidade das medidas obtidas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1042
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO DO RECONHECIMENTO DE FALA EM CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
Rodrigues, Júlia ; Silva, Naila Cristini M. ; Paul, Stephan ; Pinheiro, Maria Madalena C . ;

Introdução: A aplicação de protocolos padronizados é essencial para a avaliação do desenvolvimento das habilidades auditivas em crianças com perda auditiva, contribuindo para a validação das intervenções e garantindo a confiabilidade dos resultados. Os Testes de Percepção de Fala (TPF) desempenham um papel crucial nesse contexto. Embora a maioria dos TPF no Brasil se concentre na apresentação de palavras a viva voz, a literatura especializada no público infantil recomenda a utilização de sentenças gravadas. No entanto, a maioria dos testes com sentenças disponíveis atualmente não seguem essa recomendação. Diante dessa lacuna, as pesquisadoras deste estudo desenvolveram um teste com sentenças para avaliar o reconhecimento de fala em crianças com Implante Coclear (IC). Objetivo: Avaliar o reconhecimento de crianças usuárias de IC por meio do teste de Reconhecimento Auditivo de Sentenças em Português (RASP) infantil . Método: Pesquisa descritiva e observacional realizada em três etapas: 1) seleção do locutor, gravação do teste e incorporação ao software perSONA; 2) recrutamento dos participantes; 3) aplicação do teste em cinco crianças usuárias de IC de sete a doze anos de idade (GE) e cinco crianças normo ouvintes de idade pareada (GC). Em ambos os grupos as crianças não deveriam apresentar histórico de alterações neurológicas ou cognitivas e histórico de otites médias de repetição, sendo tais dados consultados nos prontuários dos participantes.No GE foram incluídas crianças que apresentavam a categoria seis da classificação da audição, reconhecimento de palavras em conjunto aberto.Os grupos foram submetidos ao teste RASP infantil e foram analisados o limiar da relação sinal-ruído (S/R), a pesquisa da porcentagem do reconhecimento de fala no ruído fixo (+10dB) e analisadas os erros mais frequentes nas listas do teste. Resultado: A locutora selecionada apresentou voz com maior inteligibilidade de fala, clareza na articulação e pouca interferência do sotaque na prosódia das sentenças. As sentenças gravadas foram implementadas no software perSONA. Os resultados expostos demonstram melhor desempenho no GC também em relação a S/R, sendo que a mediana obtida foi de + 6 dB no GE e +2 dB no GC, com média de +8 dB e 1,2 dB respectivamente. Em relação ao reconhecimento de fala na relação sinal ruído fixa em +10 dB constatou-se um desempenho superior nos participantes do GC, com taxas de reconhecimento obtidas superiores a 90%, ao passo que no GE, as taxas variaram de um mínimo de 71% a um máximo de 78%. . Nas listas observou-se que os erros mais frequentes nas listas foram omissões de numerais e adjetivos. Conclusão: Pode-se verificar que as crianças usuárias de IC apesar de apresentarem boa audibilidade do sinal de fala apresentam maior dificuldade de compreender o sinal de fala no ruído em relação ao grupo controle. Acredita-se que o teste de percepção de fala RASP infantil pode desempenhar um papel relevante para a avaliação e monitoramento do reconhecimento de fala em crianças que utilizam IC, constituindo-se como uma ferramenta valiosa para os profissionais no acompanhamento de seus pacientes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1280
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO DO ZUMBIDO: UMA REVISÃO DA LITERATURA
ALVES, G. M. ; FERNANDES, M. G. G ; SOUSA, A. B. M. F ; ANJOS, L. S. ; SILVA, I. M ;

Introdução: O zumbido, acúfeno ou tinnitus, é uma percepção auditiva que ocorre de forma unilateral ou bilateral, especialmente percebida em ambientes silenciosos, manifestando-se como um chiado, apito, panela de pressão, entre outras possibilidades. O zumbido é uma queixa frequente na prática clínica em audiologia que afeta significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Suas múltiplas etiologias, fenótipos e comorbidades podem estar associadas a uma variedade de condições auditivas e não auditivas, tornando o diagnóstico e tratamento um desafio para os profissionais de saúde auditiva. Pode ser classificado como subjetivo - quando percebido pelo próprio paciente, primário - quando associado a perdas auditivas, agudo - quando sua duração é inferior a seis meses e não é considerada uma perda auditiva propriamente dita, rítmico - quando apresenta um padrão sonoro regular, ou ainda não rítmico. Existem diretrizes publicadas para nortear a avaliação e diagnóstico do zumbido, que indicam exames audiológicos como audiometria tonal, abrangendo frequências de 250Hz a 8kHz, imitanciometria, audiometria de frequências altas, emissões otoacústicas, limiares de desconforto auditivo e potenciais auditivos evocados. Essa bateria de exames busca fornecer uma avaliação abrangente da função auditiva e identificar possíveis correlações entre os achados audiológicos e a percepção do zumbido pelo paciente. Objetivo: Verificar os procedimentos utilizados para avaliação e tratamento do zumbido. Metodologia: Trata-se de revisão de literatura abrangendo os últimos 11 anos, nas bases de dados Scielo e Pubmed. A pergunta de pesquisa foi “Quais exames audiológicos podem ser usados para identificar o zumbido e quais as abordagens terapêuticas para a sua reabilitação?”. Foram selecionadas palavras-chave pertinentes, como "Zumbido", "Processamento Auditivo" e "Audição", para direcionar a busca e a análise dos artigos relevantes ao tema. Resultados: Diante da seleção de quatro artigos, observaram-se pesquisas comparativas entre indivíduos com e sem zumbido. A bateria de avaliação dos indivíduos, de acordo com os artigos incluídos, foi composta de anamnese, inspeção visual do meato acústico externo, audiometria tonal liminar, logoaudiometria, medidas de imitância acústica e testes comportamentais como o Teste Dicótico de Dígitos, Teste Padrão de Frequência, Teste de Fala no Ruído, Masking Level Difference e Gap in Noise. Observou-se grande ênfase no procedimento de anamnese para discernimento dos sinais e sintomas associados, crucial para diagnóstico diferencial do zumbido que pode ser estar associado a condições diversas, incluindo, a depressão, ansiedade, otites, labirintite, disacusia neurossensorial, disfunção da articulação temporomandibular (ATM), disacusia condutiva e comprometimento do nervo craniano, entre outros. Quanto ao tratamento, diferentes abordagens foram consideradas. O uso de aparelhos auditivos para pacientes com perda auditiva tem a capacidade de mascarar o zumbido e amplificar outros sons ambientais. Outrossim, a terapia sonora, que envolve a utilização de estímulos sonoros, como ruídos de mascaramento, a fim de reduzir a atenção do indivíduo em seu zumbido. Conclusão: A literatura ressalta a relevância das pesquisas comparativas para compreender as múltiplas etiologias e determinantes do zumbido, assim como os exames disponíveis para sua caracterização. Por fim, destaca-se a importância da anamnese detalhada pelo profissional de saúde para investigar minuciosamente as causas do zumbido relatado pelo paciente.
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Página(s): p.1182
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO VESTIBULAR EM CRIANÇAS E/OU ADOLESCENTES: REVISÃO INTEGRATIVA
Silva, L. D. F. ; Queiroz, J. P. S. ; Duarte, D. S. B. ; Britto, D. B. L. A. ;

INTRODUÇÃO: A compreensão dos distúrbios do equilíbrio corporal como uma restrição em um dos sistemas essenciais para a sobrevivência do indivíduo ressalta a necessidade de uma abordagem de intervenção eficaz. Muitos pacientes, cujo desempenho de funções básicas é limitado, desenvolvem dificuldades de concentração, memória e manifestações psicoemocionais, derivadas da insegurança física causada por tonturas e/ou vertigens, frequentemente resultando em desequilíbrio, risco de quedas e limitações na realização de atividades cotidianas. Apesar de serem comuns na infância, diagnosticar as vestibulopatias é complicado devido à diversidade de sintomas apresentados. Na maioria dos casos, os problemas vestibulares resultam de alterações funcionais devido à imaturidade do sistema e, portanto, tendem a ser autolimitados. No entanto, a experiência clínica demonstra que as crianças enfrentam consequências significativas dos distúrbios vestibulares, incluindo comprometimento cognitivo e isolamento social, afetando negativamente seu desenvolvimento. Embora o tratamento medicamentoso seja normalmente a primeira opção, sugere-se a reabilitação vestibular como uma alternativa de tratamento para a compensação vestibular, uma vez que as medicações, a longo prazo, apresentam efeitos colaterais. OBJETIVO: Descrever os métodos de avaliação e reabilitação vestibular em crianças e/ou adolescentes. MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada entre julho e novembro de 2023, conduzida com a seguinte questão orientadora: "Quais os principais métodos de avaliação e reabilitação vestibular em crianças e/ou adolescentes?" Para a seleção dos artigos, foram consultadas as seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde, SciElo, ScienceDirect e Google Acadêmico. Os termos de busca utilizados foram definidos como: “Vestibular rehabilitation" AND "Children", conforme os descritores obtidos na plataforma dos Descritores em Ciências da Saúde. Os critérios de inclusão foram: estudos originais com crianças e/ou adolescentes que realizaram avaliação e/ou reabilitação vestibular. Como critérios de exclusão: revisões de literatura, capítulos de livros, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses. RESULTADOS: Inicialmente foi constatado um total de 16.364 artigos. Mediante análise dos títulos e resumos, procedeu-se à exclusão de duplicatas e artigos que não atendiam aos critérios de elegibilidade, resultando, cinco artigos para a revisão. É importante destacar que todos selecionados foram publicados no período de 2002 e 2021, originados na América do Sul e do Norte. A faixa etária dos pacientes variou entre quatro e 18 anos, de ambos os sexos. Para o diagnóstico, os testes vestibulares foram: eletronistagmografia, vectoeletronistagmografia, prova rotatória pendular decrescente, posturografia convencional, posturografia dinâmica computorizada, Potencial Evocado Auditivo Miogênico, Video Head Impulse Test e teste de Fukuda, realizados juntamente com aplicação de questionários como o Motion Sickness Questionnaire Short Form e o Motion Sickness A. O programa de reabilitação vestibular dos estudos foi baseado na técnica de Cawthorne & Cooksey de forma adaptada. Os exercícios consistiam em movimentos repetidos de cabeça, pescoço e olhos para estimular a compensação do labirinto, sendo realizados em sessões semanais com acompanhamento, além de orientações para a realização dos exercícios duas vezes ao dia, durante 60 dias, com ajustes individuais durante o tratamento. CONCLUSÃO: Os métodos de avaliações para as disfunções vestibulares são diversas e o protocolo de Reabilitação Vestibular mais usado foi Cawthorne & Cooksey.
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Página(s): p.1327
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO ELETROFISIOLÓGICA DA AUDIÇÃO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA CEREBROVASCULAR (DCV)
Ubiali, T. ; Carvalho, N. G. ; Amaral, M. I. R. ; Karla M. I. ; Matas, C. G. ; Colella-Santos, M. F. ;

Introdução: A investigação das funções auditivas em crianças e adolescentes acometidos por doença cerebrovascular (DCV) é escassa na literatura. No entanto, devido à variabilidade na etiologia, tamanho e local das lesões, assim como da importância do Sistema Nervoso Auditivo Central para o desenvolvimento da linguagem e dos processos de aprendizagem, avaliar o funcionamento das vias auditivas é imprescindível nesta população, a fim de contribuir para o estabelecimento de encaminhamentos e intervenções específicas que contribuam para minimizar os impactos negativos da DCV nos processos de aprendizagem e desenvolvimento global da criança.
Objetivo: analisar os achados da avaliação eletrofisiológica do processamento auditivo central (PAC) de crianças e adolescentes diagnosticados com DCV.
Método: Estudo descritivo e transversal, aprovado pelo comitê de ética (no 505/2010). Participaram nove sujeitos, com média de idade 11,33 (±2,74 anos), destros, diagnosticados com DCV no Hospital da instituição. Foi realizada audiometria completa, imitanciometria e avaliação eletrofisiológica (Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico - PEATE e Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência – PEALL com P300). Foi utilizado o equipamento IHS, fones de inserção e eletrodos nas posições Cz (ativo), Fpz (terra) e M1/M2 (referência). No PEATE, foi utilizado estímulo clique a 80dBNA com taxa de apresentação 19,1 clique/segundo, totalizando 2000 estímulos em cada promediação e filtro 100 – 3000 Hz. Os PEALL foram coletados com estímulo de fala a 70dBNA, utilizando o paradigma oddball, sendo o estímulo frequente a sílaba /ba/ e o estímulo raro a sílaba /da/ numa proporção de 80/20, taxa de apresentação 1 estímulo/segundo, filtro 1 – 30 Hz e total de 300 estímulos. Foram incluídas somente as crianças que não apresentaram alterações periféricas. Os resultados do PEATE foram analisados segundo os valores de normalidade do IHS, sendo analisadas as latências e amplitudes das ondas I, III e V, os intervalos interpicos I-III, III-V e I-V e a amplitude-ratio (AR) das ondas V-I. Para a análise dos PEALL foram utilizados os valores de normalidade propostos por McPherson (1996), sendo analisadas as latências das ondas P1-N1-P2-N2 e P300 e as amplitudes P1-N1, P2-N2 e P300.
Resultados: No PEATE, dos nove sujeitos avaliados, um apresentou alteração da latência das ondas III e V e três apresentaram a AR das ondas V-I alterada. A média de latência das ondas I, III e V foram, respectivamente, 1,61(±0,14), 3,85(±0,06) e 5,57(±0,20) na orelha direita (OD) e 1,61(±0,09), 3,86(±0,14) e 5,62(±0,18) na orelha esquerda (OE). Nos PEALL, quatro crianças apresentaram alteração (ausência de pico ou latência prolongada) em pelo menos uma orelha e duas crianças tiveram ausência de P300. A média de latência dos componentes P1, N1, P2, N2 e P300 foram, respectivamente: 86,35 (±13,87), 134,78(±22,93), 189,42(±41,44), 251,78(±37,51) e 295,50(±34,24) na OD e 81,50(±10,67), 132,21(±32,90), 187,92(±61,24), 256,07(±66,66) e 302,75(±29,87) na OE. A média das amplitudes P1-N1, P2-N2 e P300 foram: 4,23 (±2,47), 2,37 (±1,09) e 7,41 (±3,26) na OD e 4,19(±2,13), 3,54(±1,71) e 11,12(±6,21) na OE.
Conclusão: Foram encontradas alterações do processamento neural nas vias auditivas desde o tronco encefálico até o córtex auditivo, reforçando a necessidade de avaliação audiológica central em crianças/adolescentes com DCV.
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Página(s): p.1108
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DE TRONCO ENCEFALICO EM PACIENTES PÓS-INTERNADOS POR COVID-19
Lopes, S. L. ; Menezes, L. P. ;

Introdução: Hoje em dia já se sabe que as infecções virais, como a COVID, podem causar danos no sistema auditivo e perda da audição, podendo manifestar-se em uma orelha ou nas duas. Os mecanismos que levam à perda auditiva por diferentes vírus variam muito, desde dano direto às estruturas do ouvido interno, abrangendo células ciliadas do ouvido interno e órgão de Corti (como observado em algumas das causas classificadas de perda auditiva viral, como o sarampo), até indução de dano mediado pelo hospedeiro. Ainda que a ciência tenha muito conhecimento sobre a COVID-19, os estudos sobre avaliação audiológica em pacientes pós infecção são limitados. Esta pesquisa avalia o impacto da COVID-19 na morfologia dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico, com base na conhecida associação entre infecções virais e alterações no sistema auditivo. Objetivo: Avaliar a morfologia dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico em pacientes pós-internação por COVID-19. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, ecológico e transversal. Foram analisadas ondas eletrofisiológicas dos Potenciais evocados auditivos de tronco encefálico. A análise foi realizada usando o aplicativo Smart Tools Evoked Potentials 2.0. Diversas análises no domínio do tempo e da frequência foram realizadas para determinar possíveis alterações na morfologia das ondas eletrofisiológicas. Resultados: Há uma diferença estatisticamente significante na onda V, mais especificamente em sua latência, quando comprado grupo estudo ao grupo controle. O valor de P (0,017) sendo menor que o nível de significância (0,05) demonstra que essa diferença é importante. Com o teste de Cohen calculou-se o tamanho do efeito (-0,58), que indica uma diferença de magnitude moderada, devido ao sinal negativo há indicativos de que a latência da onda V é maior no grupo estudo quando comparada ao grupo controle. A área entre limites também mostrou diferença estatística, sendo o grupo controle com maior área e o grupo estudo com menor área. Com o teste de Cohen calculou-se o tamanho do efeito (0,48). Conclusão: Por fim, foi concluído que o atraso na latência da onda V do grupo com COVID é resultado da diminuição da atividade neural reafirmada na diminuição da área entre os limites. Como não houve diferença interlatencias, essa diminuição possivelmente se restringe a via auditiva a partir do lemnisco lateral.
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Página(s): p.1139
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO PSICOACÚSTICA DO ZUMBIDO EM PACIENTES DE UM AMBULATÓRIO DE OTOLOGIA EM HOSPITAL TERCIÁRIO
Ferracine, F. R. ; Lunardelo, P. P. ; Cerneiro, C. G. ; Simões, H. O. ; Zanchetta, S. ;

Introdução: O zumbido é caracterizado como a percepção de um ou mais sons sem que haja uma estimulação acústica externa. Tal sintoma pode se manifestar em qualquer faixa etária e possui etiologia multifatorial. Sua investigação, medição e tratamento, por vezes, pode ser dificultada devido à subjetividade que apresenta, sendo um problema de saúde pública e fator impactante no bem estar e qualidade de vida. Objetivo: realizar avaliação psicoacústica dos portadores de zumbido e estruturar - elaborando e aplicando - um protocolo de acufenometria em um hospital de nível terciário. Métodos: Estudo transversal observacional, composto por 25 pacientes adultos, de ambos os sexos, avaliados no Ambulatório de Zumbido no CEOF do HCFMRP-USP. Aprovado pelo CEP institucional, CAAE 67776423.2.0000.5440. Realizou-se a aplicação dos questionários: Amsterdam Inventory for Auditory Disability and Handicap (Pt-AIADH) e Tinnitus Handicap Inventory (THI), além da avaliação audiológica e psicoacústica, composta por Audiometria Tonal Limiar, Limiar de Reconhecimento de Fala, medidas de imitância acústica, acufenometria, Audiometria de Altas Frequências (AAF), Escala Analógica Visual (EVA) e limiar de desconforto. Foram incluídos sujeitos com zumbido bilateral, normo-ouvintes ou com perda auditiva sensorioneural de grau leve, com escore dentro da normalidade no Mini-Exame do Estado Mental (MEEM-2) e presença de reflexo acústico contralateral bilateralmente. Foi conduzido uma análise de correlação entre as variáveis com teste de Spearman. Resultados: Participaram 16 mulheres e nove homens, de 21 a 70 anos. Os zumbidos mais prevalentes foram: apito, cigarra e grilo. O pitch mais comum foram os agudos e o estímulo foi o tom puro. Existiu tendência estatística entre o Pt-AIADH e o fator idade (p = 0,0966; r = 0,3397), e entre idade e EVA do zumbido (p = 0,0924; r = 0,3438). Não houve correlação entre o THI e a média da melhor orelha (p = 0,6161; r = -0,1054), nem entre idade e THI (p = 0,9700; r = -0,007917), bem como entre frequência e nível de sensação zumbido para com o THI (p = 0,2415; r = 0,2431) e EVA (p = 0,5208; r = 0,1347). Foi positiva a correlação entre THI e EVA (maior incômodo, maior impacto na qualidade de vida) (p = 0,0013; r = 0,6055) e entre a intensidade do zumbido com a EVA (maior intensidade, maior incômodo) (p = 0,0500; r = 0,3961). Conclusão: A acufenometria revelou heterogeneidade nos resultados devido à subjetividade do zumbido. A correlação significativa entre THI e EVA, destaca o impacto do desconforto causado pelo zumbido na qualidade de vida. Ainda, a complexidade da relação entre zumbido e perda auditiva neste estudo ressalta a necessidade de protocolos padronizados.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1251
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO SIMPLIFICADA DO PROCESSAMENTO AUDITIVO: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE CRIANÇAS COM INÍCIO PRECOCE E TARDIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
GROFF, B.C.R. ; TOMIASI ; ROSÁRIO, A.E.F.P. ; PAULA, G. R. ; SPERGER, T. ;

Introdução: nos primeiros anos de vida de uma criança, a inserção em um meio auditivamente estimulador contribui para o desenvolvimento das habilidades do processamento auditivo central, e essa estimulação resultará na maturação e plasticidade neural do sistema nervoso central, que, posteriormente, favorecerá o desempenho no processo de aprendizagem escolar. Objetivo: investigar se as crianças inseridas na Educação Infantil precocemente apresentam resultados mais significativos em relação aos testes da Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo (ASPA) quando comparadas com aquelas inseridas tardiamente. Metodologia: a casuística foi composta por 23 (vinte e três) escolares matriculados regularmente no 1º ano do Ensino Fundamental, sendo divididos em dois Grupos Gerais: Grupo 1 (G1) e Grupo 2 (G2). O G1 foi formado por 18 (dezoito) alunos, sendo que oito crianças possuíam seis anos e 10 (dez) sete anos de idade, as quais foram inseridas precocemente na Educação Infantil. O G2 foi constituído por cinco escolares, com sete anos de idade, inseridos tardiamente na Educação Infantil. Todas as crianças foram submetidas aos testes da ASPA e os professores participantes responderam ao questionário Scale of Auditory Behaviors (SAB). Resultados: observou-se que crianças inclusas precocemente na Educação Infantil apresentam resultados melhores quando comparadas com aquelas inclusas tardiamente. A utilização do questionário SAB em combinação com os testes da ASPA demonstrou ser significativo na investigação de problemas relacionados ao processamento auditivo central. Conclusão: a inclusão precoce da criança no ambiente escolar, favorece o desenvolvimento das habilidades auditivas, pois se nota melhora nas respostas dos testes de ASPA de acordo com a frequência da estimulação auditiva recebida na infância, bem como, com o aumento da idade, relacionando- se com a maturação do sistema auditivo central. A necessidade do fonoaudiólogo em âmbito escolar é notável, na contribuição de identificação dos problemas relacionados a fonoaudiologia, bem como na elaboração de estratégias para minimizar as dificuldades encontradas.
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Página(s): p.1242
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO SITUACIONAL DA REABILITAÇÃO AUDITIVA: DESAFIOS E AVANÇOS NA GOVERNANÇA DA REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA.
Santos, M.F.N. ; Dayrell, M.C.P. ; Januário, G. C. ; Guimarães, L.F. ; Leite, A.C.A. ;

Introdução: A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD) está sendo implementada com avanços importantes, contudo, ainda apresenta desafios para governança territorial e serviços de saúde. A avaliação dos serviços é fundamental para contribuir com a transversalidade do cuidado e reestruturação das políticas públicas. Objetivo: Realizar diagnóstico situacional dos serviços da reabilitação auditiva como estratégia para subsidiar o planejamento da gestão da assistência em saúde auditiva no estado. Metodologia: O diagnóstico situacional foi realizado por orgão de gestão estadual. Foi elaborado um questionário semiestruturado na ferramenta google forms, abrangendo: profissional responsável pelo preenchimento, dados cadastrais do serviço, recursos humanos, perfil dos usuários atendidos, organização de fluxo de assistencial e regionalização, ações de identificação e intervenção precoce, serviços de atenção especializada às pessoas com deficiência auditiva, práticas assistenciais dos serviços, procedimentos realizados nos serviços da reabilitação auditiva, avaliação da infraestrutura, contribuições dos serviços e educação permanente. O formulário foi enviado em junho de 2023 para todos os 25 serviços da RCPD habilitados como reabilitação auditiva na época, com prazo de 30 dias para resposta. A análise dos resultados foi baseada nas diretrizes assistenciais do Instrutivo de Reabilitação do Ministério da Saúde/2020 e normativas estaduais. Resultados: Foram recebidas respostas dos 25 serviços do estado. Destes serviços, 48% são Centros Especializados em Reabilitação e 52% são serviços de modalidade única em reabilitação auditiva. No perfil dos usuários atendidos a presbiacusia se revelou com maior prevalência. As questões mais bem avaliadas na maioria dos serviços estão relacionadas à constituição da equipe multiprofissional, atendimentos realizados para população pactuada, acesso regulado, prática da utilização de critérios de prioridade para atendimentos, utilização de instrumentos padronizados e validados cientificamente, desenvolvimento de ações de apoio às famílias e de instrumento de alta qualificada, realização de terapias especializadas e reuniões de equipe e discussões de casos. Os resultados apontam fragilidade na prática do matriciamento; na integração dos serviços com os programas estaduais de intervenção precoce; na insuficiência de recursos financeiros e humanos; na adaptação de tecnologias assistivas; na dificuldade em contratar profissionais capacitados, inclusive para comunicação em LIBRAS; na utilização do Protejo Terapêutico Singular e da Classificação Internacional de Funcionalidade no processo de avaliação e intervenção; no desenvolvimento de ações intersetoriais voltadas para inclusão; na realização de trabalhos científicos; e na realização de ações de educação permanente. Estes resultados foram utilizados para embasar o planejamento de gestão assistencial e orçamentário de 2024 no âmbito da SES. Conclusões: os resultados apontam avanços na implementação da reabilitação auditiva, porém, as fragilidades apresentadas apontam a necessidade de intervenção da gestão na reformulação de diretrizes para organização de fluxo assistencial, articulação dos serviços, ações intersetoriais e financiamento adequado visando à integralidade do cuidado. Para além do embasamento da gestão, as informações geradas por este trabalho deverão ser consolidadas em relatório de gestão, com ampla divulgação, contendo recomendações aos serviços de saúde, conselhos de saúde e gestores municipais, considerando a importância do controle social e a responsabilidade bipartite na gestão da RCPD do estado.
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Página(s): p.1198
ISSN 1983-1793X
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AVALIAÇÃO VESTIBULAR: POTENCIAL EVOCADO MIOGÊNICO VESTIBULAR CERVICAL INTEGRADO AO PROGRAMA DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL UNIVERSAL - REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA.
Silva, M. B. R. ; Gonçalves, Y. P. L. ; Souza, A. A. T. ;

Introdução: A integridade do sistema vestibular é importante para um adequado desenvolvimento motor do bebê, sendo que disfunções vestibulares podem interferir nesse processo ocasionando atrasos e baixo desempenho das habilidades motoras. Desta forma, o teste de Potencial Evocado Miogênico Vestibular Cervical aplicado como ferramenta de triagem vestibular para mapear a ocorrência de disfunção vestibular em recém-nascido e bebês, pode representar um método prático para avaliação em larga escala da função de equilíbrio do indivíduo, proporcionando o diagnóstico e intervenção precoce diferencial, favorecendo no diagnóstico da perda auditiva associada à insuficiência vestibular. Objetivo: compilar artigos científicos que demonstram sobre a viabilidade de um teste vestibular, o Potencial Evocado Miogênico Vestibular Cervical, integrado ao programa de triagem auditiva neonatal universal. Metodologia: tratou-se de uma revisão de literatura integrativa, no qual foram analisadas publicações disponibilizadas na base de dados ScienceDirect, no período de 2018 a 2023, no idioma inglês e português, com disponibilidade integral do texto. A busca foi realizada por meio das seguintes palavras-chaves em combinação: Triagem auditiva vestibular AND bebês e newborn AND cervical vestibular evoked myogenic potentials. Resultados: Foram identificadas 43 publicações, no qual foram selecionadas 5 para compreender esse estudo. Os estudos apontaram de forma unânime que o Potencial Evocado Miogênico Vestibular Cervical é um instrumento valioso para a triagem auditiva em bebês demonstrando alto nível de viabilidade e reprodutibilidade dos resultados, além de ser um teste simples e rápido, qual será de grande influência a identificações precoce sobre disfunções motoras em neonatos, já que o desenvolvimento motor dos bebês é função do órgão vestibular. Conclusão: Embora bebês com deficiência auditiva corram maior risco de apresentar alterações vestibulares, que podem afetar o desenvolvimento motor, cognitivo e psicossocial da criança, a avaliação vestibular permanece incomum na prática clínica. O Potencial Evocado Miogênico Vestibular Cervical integrado ao programa de triagem auditiva neonatal mostra-se valioso para o diagnóstico precoce das disfunções vestibulares e auditivas, assim já permitindo a intervenção e estimulação referente as alterações encontradas, prevenindo futuros atrasos neurossensoriais.
Palavras Chaves: Potencial Evocado Miogênico Vestibular Cervical. Diagnóstico Precoce. Triagem neonatal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


MARTENS, S.; DHOOGE, I.; DHONDT, C.; LEYSSENS, L.. et al. Vestibular Infant Screening – Flanders: The implementation of a standard vestibular screening protocol for hearing-impaired children in Flanders, International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, Volume 120, 2019.

SILVA, VAGNER ANTONIO RODRIGUES; PAUNA, HENRIQUE FURLAN; LAVINSKY, JOEl et al., Diretriz do Grupo de Trabalho da Sociedade Brasileira de Otologia – Perda auditiva em crianças – Parte I – Avaliação. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia , v. 89, n. 1, pág. 159–189, 2023. Disponível em: . Acesso em: 25 fev. 2024.

VERRECCHIA, L.; KARPETA, N.; WESTIN, M. et al. Methodological aspects of testing vestibular evoked myogenic potentials in infants at universal hearing screening program. Sci Rep 9, 17225 2019.

YOUNG, Y. Assessment of functional development of the otolithic system in growing children: A review, International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, Volume 79, Issue 4, 2015, Pages 435-442, 2020.

COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA:
CAAE: NÃO SE APLICA.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1180
ISSN 1983-1793X
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BIMODALIDADE: USO E BENEFÍCIO.
Pelanda-Zampronio, C.D ; Cardoso, A. M. M. ; Oliveira. J. R. M. ; Mondelli, M. F. C. G. ;

Introdução: a bimodalidade é um tipo de abordagem de reabilitação auditiva que estabelece a utilização de dois dispositivos eletrônicos, como as próteses auditivas implantáveis e o aparelho de amplificação sonora individual ao mesmo tempo, com a finalidade de estimular e resgatar as habilidades auditivas, quando a função auditiva está prejudicada em indivíduos com deformidades congénitas ou adquiridas e infecções crônicas de ouvido. Objetivo: verificar o uso e o benefício da abordagem de reabilitação auditiva bimodalidade. Metodologia: estudo eticamente aprovado (n° 5009729) de delineamento transversal, com aplicação de entrevista estruturada em sete indivíduos que apresentam deficiência auditiva usuários da abordagem de bimodalidade. Resultados: participaram sete indivíduos e encontrou-se que: quanto ao tempo de uso, os sete participantes utilizam diariamente; com média de 10 horas/dia; já quanto a dificuldade no início do uso bimodal ocorreu em três indivíduos, mas a referência quanto ao grau de mudança ocorrido após o uso obteve-se média de 9,1 em escala de 10 pontos; o incómodo quanto à estética dos dispositivos serem diferentes foi referida por dois indivíduos; o benefício é percebido por sete participantes, em situações como conversa com falante próximo, com falante distante e na conversa com uma única pessoa; a indicação da bimodalidade aos pares seria realizada por todos os participantes. Também, todos os participantes sentiam-se confiantes com a bimodalidade, sendo que seis informaram que o som ouvido era mais robusto. Ademais, a diminuição do esforço auditivo e a melhora da qualidade sonora foi referida por cinco participantes usuários da bimodalidade. Conclusão: comprova-se a efetividade quanto ao uso e benefício da abordagem de reabilitação auditiva bimodalidade para os usuários que apresentam deficiência auditiva.
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Página(s): p.1057
ISSN 1983-1793X
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CARACTERÍSTICAS AUDIOLÓGICAS DOS USUÁRIOS DE SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM REABILITAÇÃO AUDITIVA: REVISÃO SISTEMÁTICA
Azevedo, M.H.M. de ; FERNANDES, L.C. ;

Introdução: Conhecer as características da população que frequenta os serviços especializados em saúde auditiva pode ser um facilitador na compreensão das suas necessidades e com isso contribuir na discussão sobre a definição e a implementação de medidas mais efetivas na prevenção, no diagnóstico e na reabilitação auditiva. Objetivo: Descrever as características audiológicas das pessoas com deficiência auditiva que buscam os serviços especializados em reabilitação auditiva. Estratégia de pesquisa: As buscas ocorreram nas bases de dados: PuBMed, BVS, Web of Science, EMBASE, ProQuest e SCOPUS. Os softwares Rayyan e Mendeley foram utilizados como ferramentas para organização, seleção e armazenamento dos documentos. Critérios de seleção: Foram seguidas as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Os estudos selecionados preencheram os seguintes critérios de inclusão: foram artigos científicos publicados até janeiro de 2023 e realizados através de estudos observacionais com análise descritiva da população que buscaram serviços especializados em reabilitação auditiva ou de concessão de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Análise dos dados: Foi realizada uma análise descritiva dos dados extraídos e devido à alta heterogeneidade dos achados, não foi possível realizar uma metanálise. A avaliação metodológica dos artigos selecionados foi realizada de acordo com a lista de verificação estabelecida pelo Joanna Briggs Institute (JBI) para estudos transversais. Resultados: Onze artigos tornaram-se elegíveis, conforme critérios estabelecidos, e foram conduzidos em sete países diferentes, sendo a maioria no Brasil. Todos os artigos incluídos foram estudos do tipo transversal, publicados no período de 1992 a 2021 e com tamanho amostral heterogêneo, variando de 100 a 3894 participantes. Conclusão: O perfil das pessoas que buscaram os serviços especializados em reabilitação auditiva se caracteriza como sendo de maioria de pessoas idosas e de baixa escolaridade; em relação às características audiológicas, houve uma predominância de pessoas com perda auditiva do tipo sensorioneural, de grau leve a moderado e a maioria dos participantes tiveram indicação de AASI bilateral.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1038
ISSN 1983-1793X
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CARACTERÍSTICAS DO ACESSO, FREQUÊNCIA E ENGAJAMENTO EM UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO AUDITIVA INFANTIL VIA TELEFONOAUDIOLOGIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
dos Santos, I.R.D. ; Araujo, A.D.S.N ; Balen, S.A. ; Santos, I.P.S. ; Santos, M.G.S. ; Pinto, R.M. ; Morais, A.H.F. ; Valentim, R.A.M. ; Brazorotto, J.S. ;

Introdução: A reabilitação auditiva infantil por meio da telessaúde já foi demonstrada efetiva em países desenvolvidos. No entanto, no Brasil, apesar da vasta dimensão territorial e das falhas no acesso da população aos serviços especializados, ainda há poucos estudos acerca de programas de reabilitação auditiva na infância por meio da saúde digital. Objetivo: caracterizar um modelo de reabilitação auditiva infantil ofertado em um serviço de saúde auditiva do SUS, analisando o acesso dos participantes, sua frequência e engajamento. Métodos: estudo descritivo, exploratório e prospectivo, aprovado em CEP institucional, número de parecer 5.272.705, realizado em um serviço de alta complexidade do Sistema Único de Saúde, de natureza filantrópica, em parceria com pesquisadores de um núcleo de telessaúde. A amostra de conveniência foi composta por 25 famílias de crianças com deficiência auditiva, com perdas de diferentes graus, usuárias de dispositivos auditivos e com idades entre 3 e 11 anos. As famílias residiam entre 1 km e 214 km de distância do serviço, 57% dos cuidadores tinham ensino médio completo e houve predominância do estrato socioeconômico D-E. Foram realizadas 364 teleconsultas em um período de 10 meses, com duração aproximada de 30 minutos, em modelo síncrono, na plataforma de telessaúde do referido núcleo. Os atendimentos estiveram pautados no Método Aurioral e adicionalmente utilizou-se da ferramenta de televideofeedback, conforme a necessidade específica, para a capacitação parental. Os dados referentes às características de acesso, frequência e engajamento nas teleconsultas foram tabulados em uma planilha Excel® e realizou-se a análise descritiva. Resultados: Todas as famílias participantes possuíam infraestrutura básica de rede de fibra óptica e acesso à internet, sendo que a maioria utilizava smartphones para as consultas. A frequência foi de 73,7% e a taxa de cancelamentos de 26,3%, predominantemente por problemas de conexão com a internet. Destaca-se a presença efetiva das mães, ocasionalmente acompanhadas por outros membros da família, ratificando que esta modalidade aproxima o terapeuta e o principal círculo comunicativo da criança, contribuindo para a ambiência e o reconhecimento da dinâmica familiar. Notou-se forte adesão à modalidade remota, principalmente pelas famílias que moravam mais distantes do serviço de reabilitação. Conclusão: destacam-se o engajamento efetivo das famílias, especialmente as que residiam distantes do serviço, a otimização do tempo e acesso à reabilitação e a facilitação da capacitação parental, com o emprego de ferramentas de feedback. Este modelo pode otimizar os resultados em programas clínicos de reabilitação auditiva infantil.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1285
ISSN 1983-1793X
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CARACTERIZAÇÃO DAS RESPOSTAS OCULOMOTORAS EM CRIANÇAS COM DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Rodrigues, B. F. S. S. ; Matos, T. S. ; Silva, I. M. C. ; Oliveira, T. C. G. ; Pereira, V. R. C. ;

Introdução: A tontura vestibular é um sintoma frequente e afeta cerca de 10% da população mundial. Autores citam que a vertigem é o tipo mais prevalente e acomete principalmente jovens, adultos e idosos, podendo ser encontrada na infância também, porém é frequentemente ignorada e subnotificada. Alterações oculomotoras em crianças podem estar relacionadas a disfunções vestibulares e podem estar associadas a dificuldades na leitura e escrita. A fonoaudiologia atua no tratamento para distúrbios vestibulares com a análise dos movimentos oculares e testes de equilíbrio. A intervenção fonoaudiológica é importante nestes distúrbios, proporcionando melhora no processo de aprendizagem e na qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: Realizar uma revisão de literatura em busca de artigos que relatem qual o padrão de respostas oculomotoras em crianças, bem como verificar qual a prevalência de alterações oculomotoras nesta população. Metodologia: Foi realizada uma busca por artigos científicos nas bases de dados eletrônicas Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Periódicos Capes e PubMed. Foram utilizadas as palavras-chaves "Nystagmus", "Response", "Children" e "Learning Disabilities", e seus correspondentes em Português, combinadas com o operador booleano "AND" para responder a pergunta norteadora “Qual o padrão de respostas oculomotoras em crianças, e quais alterações ocorrem nessa faixa etária?”. Resultados: Foram encontrados 61 artigos, dos quais 50 foram excluídos por serem duplicados ou não se enquadrarem na pergunta norteadora da revisão. Os resultados trazem informações importantes a respeito do nistagmo, como a avaliação cuidadosa e precoce do distúrbio para identificar possíveis problemas visuais que afetam a qualidade de vida, relacionando-se tais achados, ainda, à crianças com distúrbio de aprendizagem. Testes convencionais de acuidade visual estática subestimam o impacto do nistagmo infantil na visão funcional. Assim, testes que mensuram mais do que a acuidade visual, podem permitir uma avaliação mais real do impacto visual e fornecer uma medida mais robusta. Um estudo comparou os valores de respostas oculomotoras encontrados em crianças com e sem distúrbio de aprendizagem, e encontrou alterações nas respostas dos testes de movimentos sacádicos randomizados e na pesquisa do rastreio pendular, evidenciando que crianças com distúrbio de aprendizagem apresentam mais alterações oculomotoras quando comparadas às crianças sem distúrbio. Conclusão: Os estudos incluídos na presente revisão apresentam informações complementares e relevantes sobre o nistagmo e suas implicações clínicas em crianças. Destaca-se a importância de avaliar cuidadosamente o nistagmo, por meio do rastreamento ocular, para detecção precoce de alterações oculomotoras e consequentes intervenções nas possíveis implicações causadas em outras áreas do desenvolvimento infantil.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1236
ISSN 1983-1793X
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CARACTERIZAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO AUDITIVO DE IDOSOS NAS CONSULTAS DO PROGRAMA DO SERVIÇO AMBULATORIAL DE SAÚDEAUDITIVA (SASA)
Haas, P. ; Cigana, L. B. ; Fontanelli, R. C. F. L. ; Paiva, K. M. ; Silva, A. Q. A. ; Medeiros, G. Q. ; Woide, L. K. ; Massignani, J. ; Guesser, V. M. ;

Introdução: Os programas de reabilitação auditiva para idosos com adaptação
de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) são fundamentais para
melhorar a qualidade de vida desta população. Objetivo: Caracterizar o
acompanhamento auditivo dos idosos nas consultas do programa de saúde
auditiva do SUS. Metodologia: Estudo observacional retrospectivo de usuários
com idade maior de 60 anos do Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva
(SASA), referência no estado de Santa Catarina (SC). A amostra foi composta
por 740 usuários que realizaram avaliação inicial em 2018 e foram
acompanhados no período de fevereiro de 2018 a dezembro de 2022.
Resultados: Usuários 53,51% do sexo feminino; faixa etária de 60 a 108 anos.
Quanto à escolaridade, 67% ensino fundamental incompleto. O período de
tempo entre a primeira consulta no SASA e o acesso ao início da reabilitação
por AASI foi de 30 dias para 87,7% dos sujeitos; ocorreu adequada adesão ao
retorno de adaptação com 82,5% de comparecimento; taxa de satisfação com
o funcionamento do AASI foi elevada em todas as etapas do programa; maior
índice de necessidade de substituição dos moldes auriculares foi no segundo
ano de acompanhamento; no quarto ano de acompanhamento observou-se
substituição para 48,6% dos sujeitos; maior índice de reposição ocorreu no
quarto ano de acompanhamento (22,9%), predominando a situação de falha
técnica. Conclusão: Os dados obtidos confirmam que o processo de
reabilitação auditiva envolve um trabalho amplo que prevê a adaptação de
AASI de fluxo contínuo, tanto para ajustes como para verificações periódicas
das condições técnicas e do benefício obtido com o uso desses equipamentos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1092
ISSN 1983-1793X
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CARACTERIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO AUDIOLÓGICO ELETROFISIOLÓGICO INFANTIL EM PERDAS AUDITIVAS SENSÓRIONEUIRAIS
Araújo, F.C.M. ; Lewis, D.R. ;

Introdução: O Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico por Frequência Específica (PEATE-FE) é o método padrão ouro para a determinação dos limiares auditivos até os 5 meses de idade. A determinação do tipo, grau e configuração das perdas auditivas subsidiam o processo de amplificação auditiva, permitindo uma intervenção mais acurada. Objetivo: Caracterizar a configuração e grau dos limiares eletrofisiológicos no diagnóstico de perda auditiva sensórioneural (PASN) no diagnóstico audiológico infantil até os 6 meses. Metodologia: Participaram da pesquisa 13 crianças que falharam na triagem auditiva neonatal e tiveram o diagnóstico audiológico de PASN concluído até os 6 meses de idade. Foi utilizado o PEATE-FE nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz, utilizando o estímulo NB CE-CHirp® LS, por via aérea, com intensidade variando entre 100 e 10 dB nNA. Foi aplicada estatistica t-Student, correlação de Sperman e regressão linear. Comitê de ética no 1.908.319. Resultado: Não houve diferença estatística para as variáveis orelha e gênero biológico, sendo analisadas 24 orelhas com PASN. Observou-se que 62,5% dos sujeitos apresentaram alteração do PEATE com estímulo clique. Quanto ao grau da PASN, a partir do PEATE-FE, obteve-se: 29,2% de grau leve, 58,3% de grau moderado e 12,5% de grau profundo. As configurações dos limiares foram descendentes leves ou horizontais. A frequência de 4 kHz apresentou maior mediana (50 dB eNA) e menor desvio padrão (± 19), seguido de 2 kHz com mediana de 45 dB eNA (± 26), 1 kHz e 500 Hz com mediana de 40 dB eNA e desvio padrão de ± 22 e ±26 respectivamente. indicando menor variação quando comparada às outras frequências. Na comparação entre os limares eletrofisiológicos não foi observado diferença estatística entre 500 Hz, 1 , 2 e 4 kHz, apesar deste ultimo corresponder aos maiores valores registrados. Conclusão: É possível inferir que nas PASN as frequências agudas têm limiares eletrofisiológicos maiores que as graves, sendo 4 kHz a frequência que apresenta maior limiar. A não identificação de diferença estatística entre os limiares das frequências testadas, pode ser justificada pela maior ocorrência das configurações horizontais e descendentes leves, as quais representam mínimas variações de limiares entre as frequências. A determinação do limiar de 500 Hz torna-se importante, uma vez que se apresenta com menores limiares e maior desvio padrão, o que pode impactar nas decisões de amplificação. Apesar de não haver diferença entre os limiares de 2 e 4 kHz, esta última tem uma melhor qualidade de resposta, podendo ser selecionada para início da determinação dos limiares eletrofisiológicos. Ressalta-se a importância da determinação dos limiares de todas as frequências, para melhor acurácia do grau da PASN. Há necessidade de mais pesquisas com os demais tipos e configurações de perda auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1367
ISSN 1983-1793X
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CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL AUDIOLÓGICO DE CRIANÇAS E ADULTOS COM SÍNDROME DE WILLIAMS
Nascimento, J. A. ; Silva, L. A. F ; Matas, C. G. ;

Introdução: A síndrome de Williams (SW) é uma desordem genética causada devido a uma microdeleção na região cromossômica 7q11.23, afetando aproximadamente 28 genes. Achados da literatura evidenciaram grande incidência de perda auditiva neurossensorial de surgimento precoce, principalmente nas frequências altas. Segundo a literatura, a causa dessas alterações auditivas pode estar relacionada a ausência de alguns genes importantes para o desenvolvimento, regulação e manutenção da homeostase do sistema auditivo, tais como o ELN, LIMK1 e GTF2IRD1. A audiometria tonal liminar (ATL) é o padrão ouro para identificação de alterações na sensibilidade auditiva com objetivo de estabelecer o mínimo de intensidade sonora necessária para a detecção do som. O presente trabalho justifica-se pelo fato de que, embora exista alguns estudos internacionais que já caracterizaram a ATL em sujeitos com SW, ainda são escassos estudos nacionais que fizeram tal caracterização. Objetivo: Caracterizar a ATL em um grupo de crianças, adolescentes e adultos com SW, correlacionando seus resultados com a idade cronológica. Metodologia: Estudo observacional transversal, aprovado pelo comitê de ética institucional sob número 15.825, com 32 sujeitos entre sete e 37 anos de idade de ambos os sexos. Foi estabelecido como critério de inclusão ter diagnóstico de SW confirmado por teste genético e como critério de exclusão a presença de curva timpanométrica tipo B ou C e excesso de cerúmen no meato acústico externo. Para a determinação dos limiares auditivos, foi realizada a ATL nas frequências de 0,25 a 8 kHz, utilizando fone supraural para captação dos limiares de via aérea, e para a captação dos limiares por via óssea foi utilizado o vibrador ósseo e pesquisadas as frequências de 0,5 a 4 kHz. Resultados: A média dos limiares auditivos foi de 11 dB na orelha direita e de 12 dB na orelha esquerda. Dos 32 pacientes avaliados, 15 pacientes (47%) apresentaram perda auditiva, sendo que em 66% dos casos foram alterações bilaterais, sem diferenças para as médias dos limiares auditivos entre as orelhas para nenhuma das frequências avaliadas (p-valor>0,05). Em todos os casos a perda auditiva foi do tipo neurossensorial, de grau leve (para a média das frequências de 0,5 à 4 kHz) e com configuração descendente. Até a frequência de 3 kHz os limiares máximos foram de 30 dB na orelha direita e 35 dB na orelha esquerda. A partir de 4 kHz os limiares máximos variaram entre 50 a 55 dB em ambas as orelhas. Observou-se correlação estatisticamente significativa entre a média dos limiares e a idade, sendo que quanto maior a idade, maior os limiares auditivos apresentados pelos indivíduos (rho=0,531; p-valor=0,002*). Conclusões: Pessoas com SW apresentaram perda auditiva neurossensorial predominantemente bilateral, a partir de 4 kHz, a qual tende a se agravar em decorrência do aumento da idade cronológica.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1045
ISSN 1983-1793X
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CARACTERIZAÇÃO DO ZUMBIDO EM INDIVÍDUOS ADULTOS INFECTADOS POR SARS-COV-2
Genaro, A. J. ; Assis, D. A. R. ; Netto, M. P. ; Oliveira, G. R. de ; Oliveira, J. R. M. de ; Lopes, A. C. ;

INTRODUÇÃO: dentre as várias sequelas ocasionadas pela infecção pelo vírus SARS-CoV-2, o zumbido requer atenção, considerando a sua influência na qualidade de vida dos indivíduos acometidos por este sintoma. Diante disso, faz-se necessário determinar as suas características para auxiliar na tomada de decisões clínicas. OBJETIVO: descrever as características do zumbido em indivíduos adultos que foram infectados pelo vírus SARS-CoV-2 atendidos em serviço de saúde auditiva. METODOLOGIA: estudo descritivo transversal aprovado eticamente (parecer 5.143.654). Foram incluídos indivíduos adultos atendidos em um serviço de saúde auditiva de um hospital público que foram infectados pelo vírus SARS-CoV-2 e apresentaram sintoma de zumbido associado. A forma de coleta dos dados pessoais e de caracterização do zumbido foi por meio de entrevista desenvolvida pelos pesquisadores. Adicionalmente, foram aplicados os instrumentos: questionário Tinnitus Handicap Inventory versão brasileira e Escala Visual Analógica, visando investigar a autopercepção dos efeitos incapacitantes provocados pelo sintoma estudado. RESULTADOS: a amostra foi composta por 11 participantes, sendo que 6 (54,55%) declararam-se pertencentes ao gênero feminino. A média de idade dos participantes foi igual a 52 anos e 6 meses (DP ± 9). O zumbido no período pós infecção do vírus SARS-CoV-2 ocorreu em 3 (27,3%) participantes, enquanto outros 8 (72,7%) apresentavam zumbido no período pré-infecção, mas referiram piora após a contaminação pelo vírus. Quanto às características do zumbido, 8 participantes (72,7%) relataram que o sintoma é persistente, e outros 3 participantes (27,3%) alegaram manisfestação intermitente. Em relação ao tipo de zumbido, foram mencionados: apito (54,5%), pulsátil (18,2%), cigarra (9,1%), chiado (9,1%) e cachoeira (9,1%). A Escala Visual Analógica apresentou pontuação média de 7,4 pontos, com desvio padrão de 2,1, atribuição máxima de 10 e mínima de 3. Quanto ao questionário, o aspecto funcional obteve maior pontuação, com média de 28 pontos (DP ± 13,4) e pontuação máxima de 44 pontos, seguido pelo aspecto emocional, com média de 19,1 pontos (DP ± 6,2) e pontuação máxima de 24. O aspecto catastrófico obteve a menor pontuação, com média de 8,1 (DP ± 6) e pontuação máxima de 20 pontos. A pontuação total desse instrumento variou de 14 a 80 pontos. Quanto ao grau de prejuízo ocasionado pelo zumbido, 3 (27,3%) participantes classificaram como catastrófico, outros 3 (27,3%) como severo, 3 (27,3%) como leve e 2 (18,1%) como prejuízo moderado. CONCLUSÃO: a ocorrência de zumbido no período pós contaminação por SARS-CoV-2 revelou como característica principal a apresentação de modo persistente do tipo apito, repercutindo em prejuízo de grau leve a catastrófico na qualidade de vida dos participantes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1065
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1065


CARACTERIZAÇÃO DOS ACHADOS DA AVALIAÇÃO ELETROFISIOLÓGICA EM BEBÊS
(Giovanella, L) ; (Pagnossin, D. F.) ;

Introdução: a avaliação audiológica em bebês é essencial, pois a integridade auditiva é a base para o desenvolvimento de linguagem e fala. No bebê, a avaliação considerada padrão-ouro é a pesquisa dos Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE) que registra a atividade elétrica no sistema auditivo em resposta ao estímulo acústico e fornece dados sobre a maturação da via auditiva. Objetivo: caracterizar os achados da avaliação eletrofisiológica em crianças de zero a três anos de idade atendidas em um Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva na Região Sul do país. Metodologia: pesquisa aprovada pelo CEP da Instituição sob parecer consubstanciado nº 6.054.652, de 11 de maio de 2023. O estudo foi quantitativo com coleta de dados em 23 prontuários de bebês atendidos no Serviço entre 2022 e 2023. A análise estatística foi do tipo descritiva com cálculo de medidas de tendência central e dispersão. Resultados: foram avaliadas 23 crianças (7 meninas e 16 meninos), com idade média de 10 meses (DP* = 10), mínima de três e máxima de 32. Das crianças avaliadas, nove apresentaram indicador de risco para a deficiência auditiva, sendo a com maior ocorrência a prematuridade (21,73%) e 30,43% apresentaram comorbidades como síndromes (8,69%), alterações neurológicas (13,04%), transtorno do espectro autista (4,34%) e atraso no desenvolvimento global (4,34%). A perda auditiva foi confirmada em 15 crianças, sendo quatro unilateral e 11 bilateral. O tipo de perda auditiva predominante foi o sensorioneural (53,33%) seguido pelo condutivo (40%), de grau leve (46,6%) e simétrica (53,33%). Apenas seis crianças receberam a indicação para uso de aparelho de amplificação sonora individual, sendo cinco bilateral e uma unilateral. Conclusão: a avaliação eletrofisiológica possibilitou a caracterização dos achados audiológicos e definição de condutas. A maioria das crianças apresentou perda auditiva de grau leve, das quais 40% foi do tipo condutiva, não havendo indicação de uso de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI). Contudo, o elevado número de perdas auditivas de grau leve exige olhar atento da equipe de Saúde Auditiva a fim de possibilitar o pleno desenvolvimento comunicativo para estas crianças.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1072
ISSN 1983-1793X
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CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES IDOSOS ATENDIDOS NO SETOR DE AUDIOLOGIA DE UMA CLÍNICA ESCOLA DE FONOAUDIOLOGIA
Anciutti, T. G. ; Femina, I. ; Horst, A. C. ; Pinkoski, F. ; Nodari. A, T ;

O envelhecimento da população é um fenômeno recente, mas levanta uma série de questões que precisam ser compreendidas e analisadas, pois afetam a saúde geral, a educação, o trabalho e a vida social dos idosos que merecem atenção e cuidados. Um dos problemas é que a deterioração das capacidades sensoriais pode levar a problemas de saúde, como perda auditiva, afetar a qualidade de vida e a comunicação e, muitas vezes, tornar-se deficiências incapacitantes que levam ao isolamento e ao comprometimento do funcionamento social e das atividades diárias. A causa mais comum de perda auditiva neurossensorial na população adulta é a presbiacusia, que pode ser definida como: declínio da audição relacionado à idade; “Audição de velho”. Um dos primeiros sintomas que você pode notar é a dificuldade de compreensão da fala, dificultando a participação em conversas ou falar ao telefone. A presbiacusia é classificada histopatológicamente em quatro tipos: Presbiacusia sensorial; Presbiacusia neural; Presbiacusia metabólica e Presbiacusia coclear condutiva. Esta faixa etária é, portanto, mais vulnerável e propensa a quedas devido a uma combinação de fatores relacionados à idade. Esses fatores incluem alterações fisiológicas que afetam a visão, a audição, o equilíbrio e a propriocepção. As alterações auditivas incluem o zumbido, definido como a percepção de sons sem estimulação externa, e outras alterações associadas a danos no sistema nervoso central associados à deterioração e a perda gradual de células nervosas no sistema vestibular, que é responsável pelo equilíbrio e pela orientação espacial. Essas mudanças podem causar sintomas como a tontura, desequilíbrio nos idosos e a vertigem. Objetivo Geral: O objetivo geral desta pesquisa é caracterizar o perfil epidemiológico dos idosos atendidos na Clínica Escola de Fonoaudiologia. Pretende-se também, levantar por meio de análise de prontuários, características epidemiológicas nos aspectos clínico-auditivos e extra-auditivos da saúde geral dos idosos atendidos no setor de audiologia da clínica escola. Essa análise será realizada a partir de documentos disponibilizados na clínica escola durante o período de 10 anos (2012 – 2022). Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e de análise do tipo transversal. A coleta constará com dados encontrados nos prontuários como: sexo, idade, queixas auditivas, antecedentes audiológicos, vida laboral de exposição ao ruído e químicos, uso de medicamentos, tratamentos de saúde e cirurgias (principalmente de cabeça e pescoço), queixas vestibulares e aspectos de comunicação. Serão analisados 1597 prontuários. Resultados: Foram analisados 1597 prontuários, os dados serão analisados segundo análise estatística, levando-se em consideração questões audiológicas e não audiológicas
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1286
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1286


CARACTERIZAÇÃO DOS SINTOMAS POSTURAIS EM ADULTOS INFECTADOS POR SARS-COV-2
Santana, J. V. de A. ; Assis, D. A. R. ; Oliveira, J. R. M. de ; Oliveira, G. R. de ; Lopes, A. C. ;

INTRODUÇÃO: os sintomas posturais advindos do sistema vestibular não são comuns no quadro da COVID-19, contudo, podem estar presentes e interferir de forma significativa na qualidade de vida dos indivíduos infectados pelo vírus SARS- Cov-2. Em razão disso, torna-se fundamental determinar as características desses sintomas para contribuir na tomada de condutas clínicas, incluindo orientações e definição de um tratamento assertivo. OBJETIVO: descrever as características dos sintomas posturais presentes em indivíduos adultos que foram infectados pelo vírus SARS-CoV-2 atendidos em serviço de saúde auditiva. METODOLOGIA: estudo descritivo transversal aprovado eticamente (parecer 5.143.654). Foram incluídos indivíduos adultos atendidos em um serviço de saúde auditiva de um hospital público que haviam sido infectados pelo vírus SARS-CoV-2 e apresentaram sintomas posturais associados. A forma de coleta dos dados pessoais e de caracterização dos sintomas posturais foi por meio de entrevista desenvolvida pelos pesquisadores. Adicionalmente, foram aplicados os instrumentos: questionário Dizziness Handicap Inventory na versão brasileira e Escala Visual Analógica, visando investigar a autopercepção dos efeitos incapacitantes provocados pelos sintomas posturais. RESULTADOS: a amostra foi composta por 9 participantes, sendo que 5 (55,5%) declararam-se pertencentes ao gênero masculino. A média de idade dos participantes foi igual a 57 anos e 5 meses (DP ± 11 anos). Apenas 33,3% dos participantes precisaram permanecer internados após a infecção por SARS-CoV-2. 6 participantes (60%) não relataram queixas relacionadas ao equilíbrio pré-infecção SARS-CoV-2 e referiram aparição dos sintomas após a contaminação, incluindo tontura, vertigem, instabilidade e queda; enquanto outros 3 (30%) possuíam queixas do equilíbrio pré-infecção e alegaram piora após o contágio. Dentre os sintomas associados, foram indicados diplopia (30%), sintomas neurovegetativos (30%), escurecimento visual (20%) e síncope (10%). A Escala Visual Analógica apresentou pontuação média de 5,4 pontos (DP± 1,3) com atribuição máxima de 7 e mínima de 3. Quanto ao questionário, o prejuízo autorreferido no equilíbrio corporal foi manifestado por 70% dos participantes, com pontuação total variando de 4 a 78 pontos. Dentre esses, 57,1% descreveram prejuízo de grau moderado, 28,6% de grau severo e 14,3% de grau leve. O aspecto funcional obteve a maior pontuação, com média de 14,6 pontos (DP ± 9,3), seguido pelo domínio físico, com média de 14 pontos (DP ± 10,2) e do emocional, com média de 11,6 pontos (DP ± 10,8). CONCLUSÃO: as queixas posturais presentes nos indivíduos após a infecção por SARS-CoV-2 são caracterizadas pela presença de sintomas associados e prejuízo autorreferido no equilíbrio postural, de grau leve a severo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1066
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1066


COBERTURA DE TESTES VESTIBULARES/OTONEUROLOGICOS NO BRASIL ENTRE 2012 E 2022
Goodgloves, L. M. ; Meira, T. C. ;

INTRODUÇÃO: Queixa de vertigem e tontura são comuns, especialmente entre idosos, e são fatores predisponentes para quedas, que podem levar a internação e óbito. Os testes vestibulares/otoneurológicos têm papel crucial na detecção precoce das alterações relacionadas ao equilíbrio corporal, estes analisam o funcionamento do labirinto e suas correlações com outros órgãos e sistemas. Assim, é necessária a cobertura efetiva desses procedimentos, visando a detecção precoce, a promoção da saúde e também a redução dos custos associados ao tratamento de complicações decorrentes de alterações do equilíbrio corporal. OBJETIVO: Estimar a cobertura de procedimentos de testes vestibulares/otoneurológicos nos serviços ambulatoriais na rede assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS). METODOLOGIA: Trata-se de um estudo quantitativo, de desenho ecológico misto (espacial e temporal), no qual as unidades de análise foram Brasil, Regiões e Unidades da Federação (UF), para as quais foi estimada a cobertura de procedimentos de testes vestibulares/otoneurológicos (código 02.11.07.035-1), de acordo com ano-calendário, no período de 2012-2022. Foram utilizados dados secundários de três fontes: Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA-SUS) para obtenção do número de procedimentos; Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) para a obtenção de dados da população e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para identificação da população beneficiária de planos de saúde. Esses dados foram obtidos por meio do TabNet do DATASUS. A cobertura foi estimada considerando a população usuária do SUS de 15 anos ou mais. RESULTADOS: No Brasil, entre 2012 e 2022 foram registrados 229.413 testes vestibulares no SUS. A cobertura passou de 15,9/100.000hab. em 2012 para 21,2/100.000hab. em 2022, aumento de 34%; e o ano com a menor cobertura foi 2020 (11,3/100.000hab.). As regiões com as maiores coberturas foram Centro-Oeste e Sudeste, chegando a 50,5/100.000hab. em 2021 no Centro-Oeste. E as menores coberturas foram nas regiões Sul e Nordeste, nesta última chegou a 2,3/100.000hab. em 2020. Na maioria das regiões observou-se aumento na cobertura quando comparado 2012 e 2022, apenas na região Nordeste houve redução (56,5%). Quanto à distribuição do procedimento por UF, observa-se que Tocantins não realizou o procedimento no período e outros 14 Estados não realizaram em pelo menos um dos anos em análise. A maior cobertura dos testes foi identificada em Goiás (107,7/100.000hab. em 2021) e no Distrito Federal (101,3/100.000hab. em 2017). CONCLUSÕES: A cobertura de testes vestibulares/otoneurológicos é baixa em todo o País e houve pouco incremento nos últimos 10 anos, além disso, foram observadas diferenças entre as regiões e UF. Esses achados demonstram a necessidade de ampliação da oferta desse procedimento e a existência de barreiras e desafios que precisam ser superados para garantir o acesso equitativo aos testes vestibulares e a detecção precoce de alterações do equilíbrio em todo País.
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Página(s): p.1249
ISSN 1983-1793X
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COMPARAÇÃO DO PROTOCOLO INVENTÁRIO DE ANSIEDADE DE BECK (BAI) EM INDIVÍDUOS COM ANSIEDADE E INDIVÍDUOS COM ANSIEDADE E TONTURA ASSOCIADA
ARAUJO, V.A.F. ; MENDES, N.N. ; NISHINO, L.K. ;

INTRODUÇÃO: a ansiedade se caracteriza por um estado aumentado de nervosismo ou agitação que causa grande desconforto e interfere significativamente na rotina diária. A tontura é descrita como uma sensação subjetiva de desequilíbrio ou movimento. Os distúrbios do sistema vestibular podem levar a problemas emocionais e comportamentais como ansiedade, depressão e distúrbios do sono. A relação entre o sistema vestibular e o sistema límbico do cérebro humano tem um impacto significativo na regulação emocional e comportamental. OBJETIVO: comparar os escores do protocolo inventário de ansiedade de Beck (BAI) em indivíduos com ansiedade e indivíduos com ansiedade e tontura associada. METODOLOGIA: trata-se de uma pesquisa de caráter quali-quantitativo, prospectivo, transversal realizado durante o estágio supervisionado em Audiologia de uma clínica-escola de reabilitação vestibular. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número do CAAE 70298323.0.0000.5436. A amostra foi de conveniência, pela resposta autorreferida de ansiedade na Universidade. Para os indivíduos de associação de tontura e ansiedade autorreferida foram coletadas as respostas no ambulatório de Reabilitação Vestibular. Foram separados em dois grupos, grupo controle composto por indivíduos com ansiedade; e grupo estudo formado por indivíduos com a associação de tontura e ansiedade. Para ambos os grupos foram aplicados o protocolo Inventário de Ansiedade de Beck (BAI). Cada grupo incluiu 30 participantes, de ambos os gêneros, entre 18 e 85 anos. Pacientes com comprometimento cognitivo que não tinham condições de responder aos questionários foram excluídos. RESULTADOS: em ambos os grupos a predominância do gênero feminino foi maior (grupo controle 21 do gênero feminino e 9 do masculino; grupo estudo 25 do gênero feminino e 5 do masculino). A idade média do grupo controle foi de 37,5 anos e no grupo estudo foi de 50 anos. No grupo controle 24 não realizaram nenhum tipo de tratamento para a ansiedade contra 6 que realizaram tratamento. Já no grupo estudo 16 não realizaram tratamento e 14 realizaram. No questionário BAI, o grupo controle obteve a média dos escores de 21,4 (ansiedade moderada), no grupo de estudo, a média foi de 29 pontos (ansiedade grave). Foram avaliados os indivíduos com diagnóstico definido de ansiedade. No grupo controle obteve-se 6 indivíduos com média nos escores do BAI de 24 pontos e no grupo estudo foram 11 indivíduos com média no BAI de 28 pontos. CONCLUSÕES: indivíduos com associação de tontura e ansiedade possuem escores de ansiedade grave contra ansiedade moderada em indivíduos com somente ansiedade, tanto para os que somente autorreferiram ansiedade como os que possuíam ansiedade comprovada.
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Página(s): p.1196
ISSN 1983-1793X
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COMPONENTE DE INTERAÇÃO BINAURAL NO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO COGNITIVO EM ADULTOS JOVENS COM AUDIÇÃO NORMAL
Queiroz, J. P. S. ; Duarte, D. S. B. ; Fischer, C. B. A. ; Venâncio, L. G. A. ; Reis, A. S. C. ; Gouveia, M. C. L. ; Muniz, L. F. ;

Introdução: A audição binaural, presente em humanos e outros seres, oferece vantagens na comunicação, influenciando funções auditivas como a lateralização e a detecção de estímulos presentes no ruído. O Componente de Interação Binaural, obtido pela subtração da resposta binaural da soma das respostas monoaurais, avalia a atividade neural binaural. Os potenciais evocados auditivos de longa latência refletem atividades cerebrais em áreas corticais superiores, exemplificado pelo córtex auditivo secundário, com picos de polaridade negativa e positiva, como N1, P2, N2 e P300. O P300, também chamado de potencial evocado auditivo cognitivo, é registrado entre 250-400 ms, desafiando a detecção de estímulos raros apresentados em paradigma de oddball. Seu estudo é crucial, pois está relacionado com atividadess cognitivas e pode ser induzido por tarefas que exigem atenção, discriminação e memória auditiva. Objetivo: Descrever o componente de interação binaural utilizando o P300 em uma amostra de adultos jovens com audição normal. Metodologia: A pesquisa incluiu adultos jovens com audição normal, excluindo aqueles com histórico de lesões neurológicas, alteração de orelha interna, neuropatia auditiva, uso de drogas ototóxicas ou exposição a som intenso 72 horas antes. Exames pré-coleta incluíram anamnese, inspeção do meato acústico, audiometria e imitanciometria. O P300 foi eliciado com estímulos de fala /ba/ e /da/ em paradigma oddball, registrando respostas monoaurais e binaurais, com atividade de contagem e registro usando riscos em papel da quantidade de estímulos raros escutados. Foram realizadas comparações entre os modos de escuta monoaural e binaural, além do cálculo do componente de interação binaural. Análises estatísticas foram conduzidas, utilizando o teste de Wilcoxon para diferenciação entre grupos pareados. Resultados: O grupo de estudo foi composto por adultos jovens (20-24 anos) de ambos os sexos, sendo 12 mulheres e 8 homens. A maioria dos participantes relatou preferir a orelha direita para escutas no cotidiano (16 participantes), e todos eram destros. Os maiores valores médios das amplitudes foram do modo de escuta monoaural à direita. Quando realizadas comparações, não foi observada diferença estatisticamente significativa na amplitude entre as orelhas direita e esquerda (p-valor = 0,062), nem mesmo na latência (p-valor = 0,920). Todavia, destacou-se uma diferença significativa na amplitude entre a média da soma monoaural (calculada como a média entre as médias das orelhas direita e esquerda) com os valores médios da escuta binaural (p-valor = 0,004), enquanto a latência não mostrou diferença estatisticamente significativa (p-valor = 0,171). Conclusões: Calculou-se o componente de interação binaural usando o P300, resultando em uma média de 14,11 μV. A influência do estado do indivíduo durante o exame do P300 mostrou-se significativa, afetando a morfologia das amplitudes observadas. Recomenda-se que estudos futuros ampliem a amostragem para aprofundar o entendimento desse componente, incorporando um número mais expressivo de participantes.
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Página(s): p.1314
ISSN 1983-1793X
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COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO DO ALUNO SURDO NO ENSINO À DISTÂNCIA SEGUNDO PROFESSORES
Ferreira, L.C ; Boscolo, C.C. ;

Introdução: A educação de alunos com surdez sempre foi considerada um desafio para professores . No início do ano de 2020, o mundo se deparou com o surto de COVID-19, uma nova doença infecciosa originada pelo SARS-CoV-2. Para o impedimento de contaminação pública, as escolas tiveram que suspender as aulas presenciais e sendo assim, implementar a modalidade de ensino à distância, incluindo as escolas especiais para surdos. Muitos foram os desafios encontrados pelos professores, família e escola para garantir a educação desses indivíduos durante esse período. Objetivo: Avaliar a opinião dos professores acerca dos aspectos educativos e comunicativos do aluno com surdez durante o ensino à distância. Métodos: Estudo observacional analítico transversal realizado em uma escola especial para surdos localizada no Sul do Brasil. Todos professores da escola especial foram convidados para participar do estudo e os que aceitaram, após ciência do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, responderam um questionário de maneira presencial, elaborado pelos pesquisadores, de acordo com o objetivo do trabalho. Como critério de inclusão os professores deveriam ter experiência do ensino presencial e atuação no ensino à distância com alunos surdos. Resultados: Participaram do estudo cinco indivíduos, sendo quatro do sexo feminino e um do sexo masculino, sendo todos ouvintes com experiência e fluência em LIBRAS. Sobre as dificuldades encontradas no ensino à distância, observou-se a falta de recursos para acesso à internet, tanto do professor quanto do aluno, como ausência de equipamentos eletrônicos (computadores, celulares adequados), a instabilidade na internet, a falta de interação social, os quais se unem ao fato dos alunos apresentarem restrição de vocabulário de forma que, uma comunicação que era já era deficitária de forma presencial, se agravou no ambiente remoto, o que acabou por prejudicar consequentemente a aprendizagem dos alunos, levando a um baixo desempenho escolar comparado ao ensino presencial. Conclusão: A comunicação entre aluno e professor apresentou lacunas em razão dos obstáculos da referida modalidade de ensino, acarretando uma aprendizagem insuficiente. Foi revelada a insatisfação desses professores em relação ao ensino à distância para os alunos surdos, os quais o caracterizam em sua maioria como ruim e precário para essa população específica.
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Página(s): p.1073
ISSN 1983-1793X
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CONDIÇÕES DA UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE MICROFONE REMOTO POR ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Mendes, BCA ; Andrade, NJA ; Macedo, GS ; Esturaro, GT ; Ficker, LB ; Novaes, BC ;

Introdução: O Ministério da Saúde possibilita o acesso ao uso do sistema de microfone remoto (SMR) a partir da Portaria 1274 de 2013, atualizada pela Portaria no. 3 de 2020 a todas as pessoas com deficiência auditiva matriculados em qualquer nível acadêmico. A relação sinal-ruído na sala de aula é favorecida pelo SMR para usuários de dispositivos eletrônicos, que utilizam a língua oral para se comunicar, uma vez que melhora a audibilidade de sons de fala em ambientes ruidosos. Mas, sua efetividade depende da adesão ao uso do dispositivo e às boas condições do equipamento. Objetivo: Identificar a utilização do sistema de microfone remoto (SMR) por estudantes com deficiência auditiva e os fatores que favoreceram ou dificultaram sua utilização. Método: Foram analisados 77 sujeitos entre 2 e 17 anos que receberam o SMR no serviço de saúde auditiva entre os anos de 2021 e 2023. O funcionamento do SMR e a classificação quanto ao seu uso foram verificados. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade. Resultado: A média da idade dos sujeitos foi de 11 anos, com perda auditiva do tipo sensorioneural e a maioria com grau de perda auditiva moderado (42%). Os indivíduos que utilizam SMR adequadamente totalizaram 75,32% (n=58); outros 5,19% não usam voluntariamente, ou seja, não querem usar o SMR em sala de aula; e ainda 19,49% não utilizam por motivos relacionados às questões do equipamento ou outros impedimentos, o que denominamos como não usam ‘involuntariamente’. Houve associação entre uso do SMR e o grau da perda auditiva. O número de crianças que não estão utilizando o SMR involuntariamente esteve relacionado à impossibilidade de reposição de peças, manutenção do equipamento e compatibilidade com os dispositivos eletrônicos. Conclusão: Os resultados encontrados reforçam a necessidade de implementação e revisão da Portaria do SMR, uma vez que até o momento, cada sujeito pode receber apenas um sistema ao longo de toda a vida escolar. Além disso, os motivos além dos dispositivos, relacionados aos professores e à escola, devem sempre ser monitorados pelos serviços de saúde auditiva.
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Página(s): p.1206
ISSN 1983-1793X
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CONFIABILIDADE TESTE-RETESTE DO HINT-BRASIL EM CAMPO SONORO: RESULTADOS PRELIMINARES
Santos, L.C. ; Oliveira, A.L.G.R ; Ferrari, D.V. ;

Introdução: Na prática clínica e em pesquisa em Audiologia, o Hearing in Noise Test (HINT) administrado em campo sonoro é frequentemente usado para avaliar os resultados obtidos com o uso de tecnologias assistivas. Portanto, é necessário garantir que seus resultados sejam estáveis ao longo do tempo ou em diferentes condições de aplicação - ou seja, sua confiabilidade teste-reteste. Diferentes fatores (ex: condições do ambiente de teste, posicionamento e movimentação do indivíduo em relação à caixa acústica, etc) podem comprometer esta confiabilidade. Objetivo: Analisar a confiabilidade teste reteste do HINT em português brasileiro (HINT-Brasil) aplicado em campo sonoro. Metodologia: Participaram deste estudo descritivo transversal (aprovação do Comitê de ética em Pesquisa - CAAE 64655622.1.0000.5417) 30 indivíduos (18 mulheres) com idades entre 19 e 69 anos (Média=37 e desvio padrão= 3,1). Todos possuíam audição normal aferida por meio de autoavaliação, triagem audiométrica e imitanciometria. O HINT-Brasil foi administrado em uma sala acusticamente tratada, por meio de um computador ligado a uma placa de áudio externa. O sinal e ruído foram apresentados na mesma caixa acústica posicionada em 0º azimute (S0R0) a um metro de distância do participante. Foram aplicadas sequencialmente três listas de sentenças, sendo uma para treinamento, uma para teste e outra para reteste, com um intervalo de um minuto entre cada lista. A seleção das listas foi balanceada. O nível inicial de apresentação foi igual a 70 dBA, com relação sinal ruído (S/R) de 0 dB. A S/R foi aumentada ou diminuída em degraus de 4 e 2 dB, respectivamente conforme o acerto (repetição correta da sentença) ou erro do participante. O resultado do teste corresponde à relação S/R em que 50% das frases foram repetidas corretamente. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significativa entre as médias da relação S/R obtidas no teste (média= -2,75 dp= 1,07 dB) e reteste (média= -2,83 dp= 0,95 dB). Os dados individuais mostraram diferenças teste-reteste de -1,65 a 2,30 dB S/R. Não houve diferença significativa de desempenho teste-reteste entre homens e mulheres. Não houve correlação entre a diferença dos resultados do teste e reteste com a idade dos participantes. O coeficiente de correlação intraclasse (ICC) mostrou uma confiabilidade moderada (ICC= 0,75; IC95%=0,48-0,88). Conclusão: Os resultados sugerem que o HINT-Brasil possui a confiabilidade necessária para ser utilizado em campo livre com indivíduos com audição normal. Outros estudos que incluam pessoas com deficiência auditiva são necessários.
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Página(s): p.1238
ISSN 1983-1793X
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CONHECIMENTO DO ALUNO DE GRADUAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE, EM IMPLANTE COCLEAR.
Dias, V.S. ;

Embora a cirurgia de implantação seja realizada por um médico otorrinolaringologista, equipe de enfermagem, fonoaudiólogos, assistentes sociais e psicólogos são parte imprescindível para se considerar um paciente apto ou não ao processo. Desta maneira, torna-se essencial o acesso a conteúdos ainda ao longo da graduação.
Objetivo: Verificar qualitativamente e quantitativamente o grau de acesso a conhecimentos a respeito de implante coclear, por alunos das graduações de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Medicina, Educação Física, Psicologia e Enfermagem durante a graduação em oposição ao curso de Fonoaudiologia e posteriormente fornecer material didático de fácil acesso a fim de auxiliar na divulgação de conteúdos. Método: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e observacional realizado no laboratório de Investigação Fonoaudiológica em Neuroaudiologia, do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em que foram avaliados 174 indivíduos entre 17 e 60 anos, matriculados e ativos em ao menos uma da sete graduações abordadas neste estudo. Os participantes foram submetidos ao questionário “Implante Coclear” desenvolvido especificamente para este estudo, dividido em etapas A e B. A análise dos dados foi realizada através de análise fatorial exploratória, comparando o número de acertos e índice de satisfação do grupo de alunos de Fonoaudiologia e o grupo de alunos de outros cursos da área da saúde, com base no curso de graduação e aceitabilidade do material didático proposto.
Resultados: As respostas do questionário foram analisadas mediante recodificação em acerto e erros, com base no gabarito, a partir de uma análise paralela. Quanto à caracterização da amostra houve 65 indivíduos no grupo de fonoaudiologia e 101 indivíduos no grupo das demais áreas da saúde. Quanto a análise comparativa em relação ao nível de conhecimento em implante coclear de satisfação de acesso ao conteúdo de implante coclear, de satisfação quanto ao material fornecido e grau de recomendação do material, evidenciou-se que houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à média de acertos no questionário de conhecimentos em implante coclear e em relação ao grau de recomendação do material fornecido, sendo que em ambos os casos, as maiores médias pertencem ao grupo de graduação em Fonoaudiologia. Para as demais comparações, a diferença observada não foi estatisticamente relevante e obteve efeito pequeno. Notou-se também, melhora expressiva da autopercepção de aptidão para atendimento de implante coclear para os dois grupos, ambos similares e que, não houve diferença significativa entre os cursos em relação à autopercepção de mudança de perspectiva em relação ao implante coclear. Conclusão: Verificou-se que, alunos de graduação em fonoaudiologia, comparados com alunos de graduação de outras áreas da saúde, apresentam maior nível de conhecimento a respeito de implante coclear. Além disso, este grupo também apresentou maior satisfação com o conteúdo educativo disponibilizado para esta pesquisa.

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Página(s): p.1372
ISSN 1983-1793X
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CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE O TESTE DO SUSSURRO
Aragão, T.E.B. ; Scharlach, R.C. ;

INTRODUÇÃO: A realização do teste do sussurro é indicada em pessoas idosas como uma estratégia de triagem auditiva, podendo ser realizado por todos os profissionais de saúde, previamente treinados, cujo objetivo primordial é inferir uma possível perda auditiva. O teste é sugerido pelo Caderno da Atenção Básica: Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa, do Ministério da Saúde na atenção primária. A ação efetiva da atenção básica à saúde auditiva passa pelo conhecimento dos profissionais de saúde acerca do enfrentamento do problema, sendo que o despreparo desses profissionais leva a uma carência da assistência. OBJETIVO: Averiguar o conhecimento dos profissionais de saúde das Unidades Básicas de Saúde sobre o teste do sussurro. METODOLOGIA: Estudo quantitativo, descritivo de delineamento transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 6.389.496, realizado em novembro de 2023 no município de Cruz das Almas na região do Recôncavo Baiano. Foram convidados a participar do estudo profissionais de saúde ativos e vinculados às unidades básicas de saúde e, excluídos os que estavam de licença ou férias. Para esta pesquisa aplicou-se um questionário semiestruturado previamente a uma capacitação com profissionais de saúde sobre saúde auditiva e o teste do sussurro. Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise estatística descritiva. RESULTADOS: Participaram do estudo 74 profissionais de saúde, equivalente a 45,18% dos profissionais de saúde das unidades básicas do município. A média de idade dos participantes foi de 45,5 anos e 82,43% eram do sexo feminino. Quanto à ocupação, 51 profissionais eram agentes comunitários de saúde (68,92%), 20 enfermeiros (27,03%) e três profissionais do E-Multi (4,05%). Ressalta-se que do total da amostra, 63 (85,13%) profissionais relataram não conhecer o teste do sussurro e apenas dois (2,7%) já aplicaram o teste. Por fim, ao serem questionados se já identificaram uma pessoa com possível perda auditiva, 59 (79,72%) participantes responderam positivamente. Os resultados demonstram a necessidade de qualificar os profissionais de saúde sobre o teste do sussurro na perspectiva das necessidades e realidades locais, para assim efetivar-se a detecção precoce e encaminhamentos necessários. CONCLUSÕES: Os profissionais de saúde que atuam na atenção básica do município de Cruz das Almas e que participaram desta pesquisa desconhecem o teste do sussurro. É necessário que haja maior atenção voltada para a saúde auditiva, visando a qualidade de vida e saúde dos indivíduos. A capacitação das equipes de saúde faz-se necessária para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos, assim como a manutenção da saúde no território.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1189
ISSN 1983-1793X
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CONHECIMENTO, ATITUDES E PRÁTICAS DE FONOAUDIÓLOGOS EM RELAÇÃO À DEFICIÊNCIA AUDITIVA E DEMÊNCIA OU DECLÍNIO COGNITIVO: REVISÃO DE ESCOPO
Boldrin, A.C.R.B. ; Ferrari, D.V. ;

Introdução: A deficiência auditiva afeta 1,5 bilhões de pessoas e potencialmente aumentará para 2,5 bilhões até 2050. Existe uma forte associação entre a deficiência auditiva e demência. Indivíduos com perda auditiva têm 1,9 vezes mais chances de desenvolver demência e 2,78 vezes mais chances de ter comprometimento cognitivo do que aqueles com audição típica. Os fonoaudiólogos desempenham papel fundamental na identificação, diagnóstico e tratamento da perda auditiva. Ao compreender o que sabem, como se sentem e suas práticas relativas à deficiência auditiva e demência / declínio cognitivo, intervenções podem ser implementadas precocemente, potencialmente mitigando o risco ou desacelerando sua progressão. Ademais, podem ser avançados os esforços de pesquisa e políticas nesta importante área da saúde. Objetivo: Identificar, analisar e resumir as evidências do conhecimento, atitudes e práticas (CAP) de fonoaudiólogos em relação à deficiência auditiva e declínio cognitivo / demência. Metodologia: Revisão de escopo, seguindo o referencial metodológico do JBI e o checklist do PRISMA-ScR. Foi realizada busca em bases de dados (Pubmed, Embase, Scopus, Lilacs, PsycInfo) e literatura cinza, utilizando a combinação de termos (em português, inglês e espanhol): conhecimento, atitude, crença, percepção, prática, perda/deficiência/dificuldade auditiva, declínio/deficiência cognitivo(a) e demência. Foram incluídos estudos primários quantitativos com diferentes delineamentos que continham informações sobre pelo menos um dos domínios de conhecimento, atitude e prática de fonoaudiólogos (audiologistas ou profissional equivalente no país) com indivíduos com diagnóstico ou suspeita de deficiência auditiva em relação ao declínio cognitivo e demência. Resultados: Foram identificadas 1772 referências, sendo excluídas 301 duplicadas e 1469 após leitura de título e resumo. Sete artigos potencialmente relevantes foram recuperados e destes, apenas dois obedeciam aos critérios de elegibilidade, sendo sintetizados. Estes dois estudos do tipo levantamento foram realizados nos EUA e Reino Unido, sendo publicados, respectivamente, nos anos de 2019 e 2023 e incluindo respectivamente, 23 e 156 audiologistas - destes últimos, a maioria (68%) atuava em serviço público. Ambos estudos avaliaram os três domínios CAP por meio de questionários de autorrelato. Apenas um estudo reportou os resultados de conhecimento e atitude específicos para audiologistas revelando que os mesmos carecem de treinamento (conhecimento) para lidar com intersecção entre deficiência auditiva e cognição, contudo possuem atitudes favoráveis acerca da inclusão da triagem cognitiva como parte de sua prática. No tocante à prática, cerca de 7% do total de participantes (n=179) realizava algum tipo de triagem cognitiva ou encaminhava o paciente para esta avaliação. Destacou-se o tempo limitado do profissional como uma barreira para o fornecimento de cuidados mais abrangentes. Conclusão: Há escassez importante de estudos acerca do conhecimento, atitude e prática de fonoaudiólogos em relação à deficiência auditiva e declínio cognitivo. Os poucos dados existentes revelam a necessidade de intervenções educacionais e mudanças nas práticas clínicas, visando o cuidado ao paciente mais eficaz e integral.
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Página(s): p.1161
ISSN 1983-1793X
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CONSTRUÇÃO DE PLANOS TERAPÊUTICOS E ESTRATÉGIA EDUCACIONAL EM ESTÁGIO DE REABILITAÇÃO AUDITIVA: FERRAMENTA INFORMATIZADA
Pillotti, I. B. ; Broedel, B. V. ; Mutz, F. W. ; Pessoa-Almeida, A N ;

INTRODUÇÃO: Estratégias educacionais em Formação em Saúde têm incorporado ferramentas tecnológicas como facilitadoras do desenvolvimento de competências. Em contexto de serviço-ensino-extensão com usuários de implante coclear, parcerias interdisciplinares permitem desenvolvimento de boas práticas na construção de planos terapêuticos. OBJETIVO: Desenvolver um Sistema de Informação Computacional como ferramenta de integração de dados biopsicossociais para planos terapêuticos e como estratégia educacional de formação de estagiários em um ambulatório de Reabilitação Auditiva. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, com fomento e parceria entre Informática e Fonoaudiologia de universidade pública federal, em que foi desenvolvido Sistema Auxiliar para a Reabilitação Auditiva (SARA) conforme demanda de um dos estágios curriculares de Fonoaudiologia congregado em ensino-pesquisa-extensão de Serviço público de Implante Coclear. Cumpriu preceitos e normativas de sigilo de dados em Saúde. Reuniões sistematizadas do grupo de pesquisa estabeleceram características a serem contempladas pelo sistema e que culminam no Plano terapêutico de sessões registrados e construídos semanalmente e presencialmente em supervisões com metas, estratégias e resultados diários: (a) dados integrados sobre o usuário (acessados e editados pelo professor/supervisor, preceptor e estudante/estagiário); (b) design e disponibilização da alimentação do sistema: variáveis de diagnóstico, acompanhamento e reabilitação fonoaudiológica; (d) conexão entre as janelas de disponibilização das informações: botões, espaços para preenchimento de múltiplas escolhas, botões de inserção de dados como avaliações e protocolos anexados, escores de cada sessão de reabilitação, modos de ocorrência de visualização e edição sobre as sugestões, a partir de discussões; (e) interface de geração de resultados em planilha Microsoft ExcelR de resultados de cinco instrumentos de avaliação contínua que são comumente utilizados nos serviços de saúde auditiva (para esta etapa outra pesquisa desenvolveu plataforma de digitalização de instrumentos); (f) espaço para armazenamento de dados em áudio para uso em lista de palavras ou tarefas com voz de familiar e outros, nos quais materiais áudio gravados podem ser personalizados e ficam disponíveis para testes e treinamento de percepção de fala. RESULTADOS: O SARA foi desenvolvido por meio do Angular JS, framework javascript para o front-end, os frameworks Node.js e Express para bend-end e o banco de dados PostgreSQL para armazenamento de dados. A construção de protótipo foi amplamente discutida durante seis meses com estimativas sobre condições de relações entre as informações, layout da página e suas abas - como fotografia, idade do diagnóstico, etiologia, o grau e configuração da DA por orelha, modelo/marca, tipo, configuração e tempo de uso do dispositivo auditivo; informações contínuas de programação e manutenção da(s) tecnologia(s) auditiva(s), rotina de uso consistente/assiduidade, acústica do(s) ambiente(s) do usuário; resultados de cada sessão de fonoterapia, de equipe interprofissional e de inter-relação entre equipe de saúde auditiva-família-escola, além do espaço para anexação de documentos. CONCLUSÃO: O SARA oportuniza assertividade, alinhamentos, integração e sistematização digital de informações com interface contínua de estratégias didático pedagógicas de formação em saúde, que culminam em boas práticas e melhores decisões clínicas. Conjectura-se nesta ocasião a validação da ferramenta.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1115
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1115


CONSTRUÇÃO DE WEBSITE COMO APOIO AOS PAIS NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES AUDITIVAS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Moret, A. L. M. ; Silva, J. M. ; Angelo, T. C. S. ; Jacob, R. T. S. ; Lopes, N. B. F. ;

Objetivos:
Estudar a experiência dos pais em atividades on-line de treinamentos auditivos digitais utilizados como apoio na reabilitação de crianças com deficiência auditiva.
Método:
Pesquisa desenvolvida como parte da construção do website “Aprendendo a ouvir: atividades auditivas para crianças e seus pais” (https://aprendendoaouvir.fob.usp.br/). O desenho metodológico da construção do website seguiu duas etapas: 1- análise e planejamento; 2- modelagem. Na etapa 1 foi aplicado um questionário para investigar a experiência dos pais em atividades on-line de treinamento auditivo composto por 29 perguntas e inserido na plataforma Google Forms.
Resultados:
Sessenta e duas pessoas (≥ 22 a ≤ 62 anos) de 12 diferentes estados brasileiros responderam ao questionário, sendo 55 (88,7%) mães, três (4,9%) avós, dois (3,2%) pais e dois (3,2%) irmãos. Destes, 40 (64,5%) utilizam atividades auditivas on-line para estimular a audição das crianças, enquanto 22 (35,5%) responderam “não”. Justificativas sobre o não acesso às atividades on-line dos 22 participantes: 4,5% responderam “atividades são muito difíceis”; 4,5% responderam “atividades são muito fáceis”; 13,7% relataram “falta de tempo”; 18,2% relataram “outras causas”; 18,2% relataram “atividades são pagas” e 40,9% relataram desconhecer a existência de treinamentos digitais. Na pesquisa, 95% dos participantes concordaram com as afirmações: 1- as atividades auditivas servem como apoio à terapia fonoaudiológica; 2- as atividades auditivas atuam sobre a melhora do desenvolvimento auditivo das crianças; 3- as atividades auditivas servem como apoio e incentivo aos familiares na busca. As respostas obtidas serviram como base para o planejamento e a construção das atividades lúdicas auditivas com estratégias sintéticas e analíticas, e para a gravação, a seleção e a organização dos áudios condizentes à realidade das crianças e pais.
Conclusão:
O website atendeu as prioridades relevantes quanto às inovações tecnológicas e seus impactos, e às demandas inclusivas de identidade, legibilidade, conteúdo, usabilidade e jogabilidade e viabilizou produto especializado e acessível ao público alvo. O conteúdo desenvolvido englobou os aspectos elencados pelos pais como imprescindíveis na organização de atividades auditivas atrativas às crianças e facilitadoras aos familiares. Almeja-se que o website atue como ferramenta de adesão, apoio e empoderamento aos pais quanto à participação na reabilitação auditiva, bem como o rompimento de barreiras geográficas que dificultam o processo terapêutico no Brasil.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1318
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1318


CORRELAÇÃO DAS ALTERAÇÕES RENAIS NA FUNÇÃO AUDITIVA E VESTIBULAR
Nascimento, A. C. F. ; Xavier, C. J. R. ; Farchi, L. H. ; Carneiro, V. B. ; Sales, R. ;

Introdução: A síndrome de Alport é um distúrbio hereditário que resulta em inflamação não-infecciosa dos glomérulos dos rins, ocasionando deficiência no funcionamento renal e, por vezes, é acompanhada de surdez e anormalidades visuais. Objetivo: Verificar a correlação das alterações renais na síndrome de Alport com a função auditiva e vestibular. Metodologia: O trabalho foi realizado por meio da revisão de literatura baseada em artigos levantados nos bancos de dados eletrônicos PubMed (National Center for Biotechnology Information – NCBI), SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e MSD (Merck Sharp and Dohme). Os descritores utilizados foram extraídos do Medical Subject Headings (MeSH) e seus respectivos correspondentes em português foram consultados no DeCS (Descritores em Ciências e Saúde), sendo eles Doenças Renais (“Kidney Diseases”), Tontura (“Dizziness”), Nefrite Hereditária (“Hereditary Nephritis”) e Labirinto (“Labyrinth”), utilizando o boleador “and” na combinação entre eles. A busca foi limitada a artigos originais publicados entre os anos de 2000 e 2024, nos idiomas português e inglês. Resultados: Cinco artigos foram selecionados após obedecerem os critérios de inclusão e exclusão pré estabelecidos, sendo dois internacionais e três nacionais. Conclusões: O estudo mostrou que a síndrome de Alport está ligada às alterações auditivas, podendo ser justificado pela semelhança das estruturas anatômicas do rim e da cóclea, além de alterações vestibulares, pelo fato da proximidade entre a cóclea e o sistema vestibular. A busca literária mostrou escassez sobre o tema em questão, dificultando o fotalecimento de evidências científicas sobre o impacto das alterações renais na função auditiva e vestibular.

Palavras-chave: "Doenças Renais", "Tontura", "Nefrite Hereditária" e ''Labirinto''.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1347
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1347


CORRELAÇÃO ENTRE OS LIMIARES AUDITIVOS E A AMPLITUDE DE RESPOSTA DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS EM ADULTOS PÓS COVID-19
POFFO, C. ; RIBEIRO, G. E. ; SILVA, D.P.C. ;

Introdução: Há evidências crescentes sugerindo que a perda auditiva pode fazer parte do espectro clínico da COVID-19. Considerando que nem sempre a perda auditiva pode se instalar imediatamente após o contágio da doença e que danos podem ocorrer de forma subclíncia, estudos são necessários para desenvolvimento de direcionamento clínico e abordagens multidisciplinares baseadas em evidência. Objetivo: verificar a acuidade auditiva e a correlação entre os limiares auditivos da Audiometria Tonal Liminar (ATL) e a amplitude de resposta das Emissões Otoacústicas Evocadas Transientes (EOET) e por produto de distorção (EOEPD) em adultos pós COVID-19. Metodologia: estudo transversal analítico, aprovado no comitê de ética em pesquisa local, realizado entre outubro de 2021 a outubro de 2022, em 63 adultos pós COVID-19. Foram realizadas: ATL, EOET e EOEPD. Foram apresentados os dados descritivos da avaliação audiológica e realizado o teste de correlação de Spearman e o nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: não detectou-se perda auditiva. Nos exames de EOET e EOEPD, a maioria das bandas de frequências estavam presentes. Houve correlação negativa e significante entre os limiares da ATL e EOET para as bandas de frequências de 500-1500 Hz e 1500-2500 Hz à esquerda e entre os limiares da ATL e EOEPD para as bandas de frequências de 1000, 2000 e 4000 Hz à direita e de 1000, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000 Hz à esquerda. Conclusões: adultos pós COVID-19 não tiveram perda auditiva e tiveram presença de resposta nos exames de EOET e EOPD. Foi observado que quanto maiores os limiares auditivos na ATL menor é a amplitude da resposta coclear. Os resultados mostram o declínio da atividade coclear previamente ao dano da sensibilidade auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1215
ISSN 1983-1793X
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CRIANÇAS ALERTAS OU EXAUSTAS? CORRELAÇÃO ENTRE PARTICIPAÇÃO ESCOLAR E FADIGA AUTORRELATADA EM CRIANÇAS OUVINTES
Almeida, T.F. ; Silva, L.M.R. da ; Braz, P.H.S. ; Veloso, G.F. ; Carvalho, H.A.S. de ; Boger, M.E. ; Fidêncio, V.L.D. ;

Introdução: as salas de aula são ambientes ruidosos e crianças em idade escolar estão entre 70% e 80% do seu tempo ouvindo na presença de ruído. Sendo assim, a fadiga ao se esforçar para escutar tem-se manifestado em todo ambiente educacional e pode trazer prejuízos na concepção dos aprendizados linguísticos, impactando na participação escolar e sendo um empecilho para alcançar um desempenho acadêmico favorável. Objetivo: avaliar o nível de fadiga autorrelatado e correlacionar com a participação em sala de aula de crianças ouvintes em idade escolar. Metodologia: estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas sob parecer nº 5.670.531. Os pais e/ou responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e os participantes assinaram o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE). Foram incluídas crianças de 7 a 12 anos, com limiares auditivos de via aérea dentro do padrão de normalidade para a média tritonal e curva timpanométrica do tipo A, que não apresentavam queixas auditivas. Além de serem submetidos à avaliação audiológica, os participantes também responderam à versão no português brasileiro do Classroom Participation Questionnaire (CPQ) - Questionário de participação em sala de aula, composto por 16 itens divididos em quatro subescalas, pontuadas de 1 (quase nunca) a 4 (quase sempre) e à escala “Avaliação informal da fadiga”, composta por 11 questões com opções de resposta que variam de 0 (não é um problema) a 3 (é mais do que comum). Para a análise de correlação entre as variáveis foi utilizado o teste de Correlação de Pearson, no programa SigmaPlot. Adotou-se nível de significância p<0,05. Resultados: a amostra foi composta por 15 crianças, sendo 4 do sexo feminino e 11 do sexo masculino, com média de idade de 9,33 anos. A pontuação na Escala de Avaliação Informal da Fadiga variou de 0 a 18 pontos, com média de 6,93 pontos entre os participantes. Já no CPQ, observou-se uma média de 3,01 pontos para a subescala “comprensão dos professores”, 3,38 pontos para “compreensão de estudantes”, 3,26 pontos para “aspectos positivos” e 1,71 pontos para “aspectos negativos”. Não houve correlação entre o nível de fadiga e a subescala “compreensão de professores”. No entanto, observou-se uma correlação negativa entre o nível de fadiga e a “compreensão de estudantes” (p<0,05), indicando que quanto menor o nível de fadiga, menor a dificuldade da criança em entender os colegas e participar de discussões em sala de aula. Da mesma forma, houve correlação negativa entre o nível de fadiga e a subescala “aspectos positivos” (p<0,05), demonstrando que menores níveis de fadiga estão associados a mais aspectos positivos com relação à participação da criança em sala de aula. Também observou-se correlação entre o nível de fadiga e a subescala “aspectos negativos” (p<0,05), demonstrando que maiores níveis de fadiga correlacionam-se a maior percepção dos aspectos negativos em sala de aula (frustração e chateação). Conclusão: conclui-se que o nível de fadiga correlaciona-se com a participação em sala de aula em crianças ouvintes, demonstrando que crianças mais fadigadas enfrentam mais aspectos negativos de participação acadêmica.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1186
ISSN 1983-1793X
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DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL A REABILITAÇÃO AUDITIVA – RELATO DE CASO
Koppe, F. E. ; Magni, C. ; CONTO, J. D. ; Gorski, L. P. ;

Introdução: O sistema auditivo pode apresentar alterações em seu funcionamento por questões de origem genética ou intercorrências antes, durante ou após o nascimento. A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) objetiva detectar possíveis alterações no funcionamento auditivo buscando o encaminhamento para diagnóstico e tratamento precocemente, evitando assim, maiores prejuízos no desenvolvimento da fala e linguagem. Objetivo: Apresentar a trajetória de um caso de diagnóstico tardio e suas consequências. Metodologia: Relato de caso associado a um estudo retrospectivo de prontuários. Resultado: V.E.M. nasceu com 30 semanas de gestação, pesando 1.560kg e necessitou permanecer em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) por 11 dias fazendo uso de Gentamicina. Durante a TAN realizada em uma clínica escola, o recém nascido falhou no teste de emissões otoacústicas evocadas por estímulos transientes (EOE-T) e no reteste, realizado também com EOE-T quando já tinha cinco meses de vida, sendo indicada a pesquisa dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico (PEATE), que não foi realizado, segundo relatos da mãe, pela dificuldade de deslocamento. Durante acompanhamento com um ano e três meses de idade, foi realizada avaliação instrumental com resultados sugestivos de dificuldade auditiva, novo encaminhamento para PEATE, para avaliação otorrinolaringológica e retorno em seis meses, sendo esse o último contato com o paciente. Nove anos depois, em entrevista, a mãe relata não ter realizado PEATE, pois o pai não autorizou com receio da sedação que precisava ser utilizada. Também não levaram V.E.M. para consulta médica, preferindo buscar orientação de um “curador”. A mãe refere que percebeu que seu filho não ouvia bem aos quatro anos de idade, procurou orientação da escola, mas não teve suporte, sendo aprovado automaticamente nas séries iniciais mesmo com dificuldades escolares. Devido ao histórico de alterações frequentes de orelha média, com sete anos, foi levado ao médico que solicitou realização de audiometria. O exame foi realizado, porém, devido a COVID-19 não retornou ao médico. Com nove anos foi ao médico novamente, sendo solicitado nova audiometria que confirmou o resultado do exame anterior, perda auditiva mista de grau leve bilateralmente, sendo encaminhado para aquisição de aparelhos auditivos. Atualmente V.E.M. não faz uso frequente dos aparelhos, apresenta dificuldades de leitura e escrita (parecer fonoaudiológico), capacidade intelectual não condizente com a faixa etária (parecer psicólogo) e dificuldade de aprendizagem com necessidade de adaptação das atividades (parecer escolar). Conclusão: O processo diagnóstico tardio prejudicou V.E.M no desenvolvimento, sendo necessário espaço para uma reflexão quanto a atuação dos profissionais da educação e da saúde com relação a agilidade na atuação, repasse de informações, orientações e aconselhamento dos familiares de crianças desde a TAN.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1209
ISSN 1983-1793X
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DESAFIOS ENFRENTADOS EM UM SERVIÇO DE SAÚDE AUDITIVA NEONATAL
CHIRIBOGA, L.F. ; SIDERI, K. P. ;

Introdução: A saúde auditiva do neonato engloba desde a identificação até a intervenção e reabilitação das alterações auditivas. A triagem auditiva neonatal (TAN) é um dos pontos desse amplo programa de cuidados do neonato e tem o objetivo de identificar os recém-nascidos (RN) com possíveis perdas auditivas. Embasada na Lei Federal de 2012, a TAN é direito de todos e deve ser universal. Embora haja uma legislação para orientar e diretrizes do Ministério da Saúde (MS) para guiar a prática, diversos desafios ainda são encarados na TAN. Objetivo: Descrever os principais desafios de um programa de TAN. Metodologia: Análise documental de janeiro a dezembro de 2023 de um hospital com serviço de TAN. Levantou-se os nascimentos desse período, os resultados da TAN de cada RN, bem como as condutas e encaminhamentos de cada um. Também foi analisado os índices de qualidade do serviço de acordo com o proposto pelas diretrizes do MS. O estudo foi aprovado no CEP sob o número 5.227.720. Resultados: Nasceram 8838 RN neste hospital no período estudado, sendo que mais 50 RN foram transferidos para este hospital, totalizando 8888 RN. Destes, obteve-se 0,03% de perda de RN (que não fizeram a TAN) e 0,15% de evasão (não retornaram para reteste e/ou diagnóstico). Observou-se uma taxa de cobertura de 99,97%, sendo que todas as TAN foram realizadas no primeiro mês de vida e o diagnóstico dos RN de UTI realizados em tempo oportuno. Deste modo, os maiores desafios apresentados neste serviço são a dificuldade de acompanhamento e feedback das intervenções e reabilitação naqueles RN diagnosticados com perda auditiva - o serviço em questão é composto das etapas de triagem e diagnóstico auditivo - pela falta de um banco de dados sistematizado que converse com os outros pontos de atenção da rede. Acrescenta-se também a necessidade constante de conscientização da população e dos profissionais da saúde na importância da realização da TAN. Conclusão: A saúde auditiva do neonato faz parte dos cuidados globais do neonato e todas os pontos de atenção da rede e serviços devem funcionar como uma engrenagem, trabalhando de forma sincronizada e articulada. De acordo com as análises deste serviço, observa-se que os indicadores de qualidade que se referem ao serviço estão sendo cumpridos, como as metas de tempo das etapas, universalidade e índices de evasão. No entanto, a ausência de um banco de dados unificado dificulta a troca de informações e acompanhamento desse RN ao longo do seu trajeto. A conscientização da população e profissionais da saúde deve ser constante, pois contribui para a garantia de que o direito da TAN e de todas as etapas conseguintes sejam cumpridas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1184
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1184


DESEMPENHO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL (TPAC) NO TESTE DE PROCESSAMENTO ESPACIAL DE SENTENÇAS NO RUÍDO (PROSER).
Mello-Paschoalon, A. G. ; Nadia G. ; Thalita U. ; Leticia R. ; Bruno, S. M. ; Colella-Santos, M. F. ;

Introdução: O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é uma
disfunção no sistema nervoso auditivo central (SNAC) que pode levar a dificuldades
auditivas. Indivíduos com o TPAC podem apresentar queixa de dificuldade para
entender a fala quando há ruído de fundo presente. Esta habilidade de usar pistas
binaurais para diferenciar a localização da fonte sonora da localização do ruído é
um mecanismo chamado de audição binaural, responsável por separar o estímulo
alvo dos estímulos competitivos, o processo atribuído aos mecanismos da audição
binaural é denominado como Processamento Auditivo Espacial. O Teste de
Processamento Espacial de Sentenças no Ruído (PROSER) foi desenvolvido em
português, para avaliar o processamento auditivo espacial. Ele é constituído por 120
frases, com quantidades de palavras variadas, elaboradas por fonoaudióloga e
gravadas por uma única mulher. No teste, é apresentado quatro condições de frases
alvo (mensagem alvo) e histórias infantis (mensagem competitiva). Sendo elas,
MV0° ou Limiar Reconhecimento de Fala (LRF) poucas pistas, que indica a mesma
voz para a frase e a história infantil. Na MV±90° indica a mesma voz para a frase e a
história infantil. A VD0° indica que a voz da mensagem competitiva é diferente da
voz da frase alvo. E VD±90° ou LRF muitas pistas, indicam que a voz da mensagem
competitiva é diferente da voz da frase alvo. O desempenho do PROSER é avaliado
pelo LRF obtido nas quatro condições. Objetivo: Analisar o desempenho de
crianças com TPAC no teste PROSER. Metodologia: O estudo foi aprovado pelo
comitê de ética da instituição de ensino. A amostra foi selecionada de uma escola
pública estadual que se localizava dentro da universidade. Todos os sujeitos foram
submetidos à avaliação auditiva periférica e avaliação comportamental do
Processamento Auditivo Central (teste de identificação de sentenças com
mensagem competitiva ipsilateral, teste dicótico de dígitos, teste gaps-in-noise e
teste de padrão de frequência). Na avaliação do PROSER, o teste foi aplicado por
meio de um computador acoplado ao fone de ouvido e apresentadas frases alvo de
estímulo competitivo que variava de acordo com a localização espacial durante o
teste. ( MV 0º, MV ±90°, VD 0° e VD ±90°). O indivíduo era orientado a repetir frases
e ignorar a história. Resultados: Participaram do estudo 46 crianças, entre 7 a 10
anos. O desempenho médio das crianças avaliadas nas condições do PROSER
foram: LRF: Vozes Diferentes - ±90° = -12.440, LRF: Mesma Voz - 0°= -2.739, LRF:
Vozes Diferentes - 0° = -2.667 e LRF: Mesma Voz - ±90° = -12.22. Conclusão:
Considerando a média do desempenho apresentada em cada condição, e
comparado com as médias normativas dos estudos preliminares, o desempenho
das crianças nas quatro condições do teste PROSER está dentro da normalidade. O
PROSER é um avanço na área de avaliação do processamento auditivo central, e o
aumento da amostra e comparação com novos estudos possibilitará estabelecer
maiores dados de sensibilidade do teste.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1221
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1221


DESEMPENHO NA TRIAGEM E AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL DE ESCOLARES QUE FALHARAM NA TRIAGEM COGNITIVA
Carvalho, N.G. ; Lemos, A.C.P. ; Ubiali, T. ; Guadagnini, M.F ; Amaral, M.I.R. ; Colella-Santos, M.F. ;

Introdução: A triagem e o diagnóstico de escolares com Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) são importantes para propiciar a intervenção precoce e atenuar os impactos negativos no desenvolvimento acadêmico e social. Atualmente, existem duas visões amplamente debatidas sobre a definição de TPAC. A primeira considera o TPAC como déficits na capacidade neural de processar estímulos auditivos, independentemente de linguagem, cognição ou fatores associados. A segunda o aborda como sendo influenciado por fatores de ordem superior, tais como linguagem e cognição. Portanto, são recomendadas a avaliação multiprofissional e estudos que exploram a interação entre a capacidade intelectual e as habilidades auditivas.

Objetivo: Descrever o desempenho na triagem das habilidades auditivas e na avaliação comportamental do processamento auditivo central (PAC) de escolares que falharam na triagem cognitiva.

Método: Estudo transversal e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 6.216.032). Inicialmente, em uma escola estadual, 78 escolares, entre 6 e 8 anos, foram submetidos à avaliação audiológica básica, ao Teste de Desempenho Escolar (TDE-II), ao AudBility e a triagem cognitiva. Utilizou-se o teste Matrizes Progressivas Coloridas de Raven, sob responsabilidade de uma neuropsicóloga, reconhecidamente adequado para a triagem de raciocínio não-verbal, ou seja, na identificação de possíveis déficits ligados à inteligência geral. Para este trabalho foram selecionadas as crianças categorizadas como "Definitivamente abaixo da média da capacidade intelectual". As tarefas do AudBlity analisadas foram: integração binaural (IB), figura-fundo (FF), resolução temporal (RT) e ordenação temporal de frequência (OT-F). Os resultados foram classificados em relação ao critério de passa/falha de cada tarefa. Posteriormente, as crianças foram encaminhadas para avaliação comportamental, com aplicação do Teste Dicótico de Dígitos (TDD), Teste de Sentenças com Mensagem Competitiva Ipsilateral (PSI), Teste de detecção de intervalos aleatórios (RGDT) e Padrão de Frequência (TPF). Das 78 crianças triadas, 15 não passaram na triagem cognitiva e dez completaram todas as etapas, duas do sexo masculino e oito do sexo feminino, com média de idade de 7,6 ± 0,8 anos.

Resultados: Nove crianças tiveram percentil abaixo da média no TDE-II, ou seja, baixo desempenho nas habilidades de leitura e escrita. No audBility, duas crianças falharam na tarefa de IB. Na tarefa de FF, uma criança falhou. Na tarefa de RT, nenhuma criança falhou. Na tarefa de OT-F, cinco crianças falharam. Na etapa de avaliação, quatro crianças (40%) tiveram no mínimo dois testes alterados, com pior desempenho no TDD e TPF. A alteração no TDD foi confirmada em cinco crianças, média do grupo de 84,0 ± 13,03 na orelha direita (OD) e 85,25 ± 11,02 na orelha esquerda (OE). No PSI, a alteração foi confirmada em uma criança, com média de 76,0 ± 17,13 na OD e 70,0 ± 14,91 na OE. No RGDT, confirmado alteração em duas crianças (média 8,36 ± 6,0). No TPF, a alteração foi confirmada em oito crianças (média 31,68 ± 10,15 na OD e 25,43 ± 18,59 na OE).

Conclusão: Tanto na triagem quanto na avaliação comportamental as crianças que falharam na triagem cognitiva tiveram pior desempenho nas habilidades de integração binaural e ordenação temporal.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1075
ISSN 1983-1793X
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DESENVOLVIMENTO DA AUDIÇÃO E LINGUAGEM EM UM PACIENTE COM HIDROCEFALIA PÓS-HEMORRÁGICA: RELATO DE CASO
BEZERRA, M.V. ; BRITTO, D.B.L. de A. ; DUARTE, D.S.B. ; QUEIROZ, J.P.S. de ; SILVA, A.K. de L. ; MELO, S.C.S. de ; MELO, L.P.F. de ; MOURA, L.S.C.G. de A. ; ADVÍNCULA, K.P. ;

Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal Universal encontra-se dentro do programa de saúde auditiva, objetivando promoção à saúde, detecção e intervenção perante a perda auditiva em neonatos e lactentes, sendo considerado uma etapa importante para a identificação precoce das alterações auditivas. Todos os neonatos ao nascerem, com ou sem indicador de risco, precisam realizar os exames recomendados entre as primeiras 24 ou 48 horas de nascido e, os bebês com indicadores de risco devem passar por um monitoramento auditivo pelos primeiros três anos de vida. Objetivo: descrever o caso de uma paciente portadora de hidrocefalia pós-hemorrágica grau III e seu desenvolvimento da audição e da linguagem. Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo, do tipo transversal e observacional aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos - nº 6.071.305. As informações contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisão do prontuário e registro fotográfico dos métodos diagnósticos. Resultados: Paciente M.H.C.C, sexo feminino, quatro meses de idade cronológica e zero meses de idade corrigida, nasceu
de 24 semanas, muito baixo peso, pequena pra idade gestacional, permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva por três meses e fez uso de aminoglicosídeos por um período superior há seis dias. Apresentou hipóxia perinatal, hidrocefalia pós-hemorrágica grau III, com moderada dilatação dos ventrículos laterais e afilamento do corpo caloso. A mãe da bebê fez uso de álcool durante o período gestacional. Ainda na maternidade, a paciente realizou as emissões otoacústicas evocadas transientes, com resultado de “passa” bilateralmente, sendo encaminhada para um serviço de monitoramento auditivo de uma clínica-escola. Lá foi realizado emissões otoacústicas evocadas transientes, avaliação instrumental, potencial evocado auditivo de tronco encefálico, Instrumento de rastreio da comunicação de crianças - 0 a 36 meses e avaliação da aquisição e desenvolvimento da linguagem oral. A paciente apresentou resultado de “passa” bilateralmente nas emissões otoacústicas evocadas transientes, presença de reflexo cócleo-palpebral. No Potencial evocado auditivo de tronco encefálico, a paciente apresentou limiares eletrofisiológicos em 40 dBNAn bilateralmente e aumento dos intervalos interpicos I/V, esperado para a faixa etária. A primeira avaliação instrumental foi realizada com quatro meses, onde a paciente apresentou respostas reflexas e atenção ao som, adequadas para o desenvolvimento auditivo para a faixa etária. Com sete meses, ela apresentou localização direta da fonte sonora assistemática nos planos laterais e atenção ao som percutido acima e abaixo, incompatíveis com o desenvolvimento auditivo para a idade. Em relação ao Instrumento de rastreio da comunicação, a paciente apresentou alteração no desenvolvimento da comunicação para a idade cronológica e atenção para a idade corrigida. Na avaliação fonoaudiológica, a paciente reagiu aos sons do dia a dia, demonstrou interesse por brinquedos coloridos, fez contato visual, sorriu, demonstrou atenção, vocalizou um som onde a responsável relatou que tudo a paciente vocaliza o mesmo som e se nina quando quer dormir. A fonoaudióloga realizou orientações para estimulação da criança em relação ao desenvolvimento da linguagem e da audição e retorno em três meses. Conclusão: A hidrocefalia pós-hemorrágica grau III pode causar atrasos no desenvolvimento auditivo e de linguagem.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1260
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1260


DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM FALADA EM CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR EXPOSTAS À LÍNGUA DE SINAIS: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Almeida, T.F. ; Costa, A.C.M. ; JOSÉ, M.R. ; Zeigelboim, B.S. ; Fidêncio, V.L.D. ;

Introdução: os resultados do uso do implante coclear (IC) a longo prazo resultam de uma combinação de fatores comunicativos, cognitivos e ambientais. Historicamente, debates levaram ao desenvolvimento de dois métodos primários de intervenção: a abordagem oral, que enfatiza a aquisição e o desenvolvimento da linguagem falada, e a abordagem manual, que prioriza o uso da Língua de Sinais (LS). Famílias devem ser informadas sobre o alcance realista da tecnologia e as evidências relativas à exposição à LS, paralela à linguagem falada, assim como os profissionais envolvidos na intervenção precoce. Objetivo: identificar, avaliar e sintetizar as evidências científicas disponíveis na literatura sobre aquisição e desenvolvimento da linguagem falada em crianças usuárias de IC expostas à LS. Metodologia: trata-se de uma revisão de escopo que seguiu as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses Extension for Scoping-Reviews - PRISMA-ScR e foi registrada na OSF. A busca foi realizada em 29 de agosto de 2022 e atualizada em 22 agosto de 2023. Foram consultadas as bases de dados Embase, LILACS, PubMed, Scopus, Web of Science e Asha. Para a literatura cinzenta, utilizou-se o Google Scholar e ProQuest. Foram incluídos estudos que avaliaram o desenvolvimento da linguagem falada de crianças com IC expostas à LS. Resultados: foram identificados 6.550 registros, dos quais 2.612 foram removidos por duplicatas. Foram excluídos 3.899 após análise por título e resumo, restando 39 estudos para análise. Sete foram incluídos nesta revisão. O tamanho das amostras nos estudos incluídos variou de 1 a 181, totalizando 373 crianças avaliadas, com idades entre 3 anos e 6 meses e 9 anos. O estudo mais antigo incluído nesta revisão foi publicado em 2003 e o mais recente em 2017. Dois estudos foram conduzidos nos Estados Unidos da América (EUA), um no Irã, um na Espanha e um no Brasil. Algumas das vantagens da exposição concomitante à LS destacadas por cinco estudos foram melhor desempenho auditivo e linguístico e habilidades superiores de fluência verbal. Dois estudos não observaram vantagens da exposição a LS. Conclusão: A maioria dos estudos incluídos nesta revisão de escopo indicou as vantagens da exposição à LS para o desenvolvimento da linguagem de usuários de IC. Se a criança implantada estiver em um ambiente educacional apropriado que enfatize a linguagem falada, com controle de outras variáveis, o conhecimento da LS não impacta negativamente a progressão das habilidades linguísticas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1051
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1051


DESENVOLVIMENTO DE UM WEBSITE COM ESTRATÉGIAS MUSICAIS COMO RECURSO PARA A REABILITAÇÃO AUDITIVA
Frederigue-Lopes, NB. ; Santos, AJA. ; Silva, CE. ; Razabone, LC. ; Jacob, RTS. ; Angelo, TCS ; Moret, ALM. ;

Introdução: A música desempenha um papel fundamental no estabelecimento das habilidades comunicativas, uma vez que é uma poderosa ferramenta para transmitir emoção e identificar pistas emocionais e tem acompanhado a história da humanidade ao longo dos tempos, desempenhando as mais diferentes funções. Para crianças com deficiência auditiva, a música tem sido mencionada como um recurso valioso no processo de reabilitação auditiva, por promover o desenvolvimento de diversas habilidades, como memória auditiva e reconhecimento de fala, inclusive na presença de ruído competitivo, assim como outras habilidades do processamento auditivo e consciência fonológica. Objetivos: desenvolver estratégias musicais para serem utilizadas no processo terapêutico de crianças com deficiência auditiva e elaborar um website como recurso de apoio aos profissionais que atuam neste processo. Metodologia: Estudo realizado em conformidade com os aspectos éticos da instituição envolvida. Um acervo musical composto por 20 músicas de métricas e tonalidades diferentes foi desenvolvido por uma educadora musical, membro da equipe de pesquisadores. As canções e os recitados com a voz da educadora foram gravados em estúdio tratado acusticamente, digitalizados e estavam relacionados à rotina de crianças com deficiência auditiva que frequentavam um serviço público de terapia fonoaudiológica, sendo condizentes com a idade e o estágio de desenvolvimento preconizados para o estudo. As estratégias foram aplicadas em um estudo piloto em 10 crianças do serviço. A etapa seguinte contemplou o desenvolvimento do website, o qual incorporou o material musical desenvolvido, por meio da plataforma wix.com. Quinze fonoaudiólogos participaram como juízes, caracterizando um grupo de profissionais com experiência na área de reabilitação auditiva, os quais analisaram a qualidade e usabilidade do material desenvolvido acerca do uso dos questionários Health-Related Web Site Evaluation Form (Emory) e a escala numérica System Usability Scale (SUS), respectivamente. Os dados foram analisados estatisticamente. Resultados: As estratégias aplicadas no estudo piloto mostraram-se como um recurso facilitador no processo de reabilitação auditiva, de forma que observou-se engajamento com as estratégias musicais e o grupo de crianças apresentou maior intenção para cantar e/ou recitar, associando movimentos compatíveis com o ritmo musical e motivação. O website contemplou a criação de 5 abas, contando com conteúdos de leitura acessível aos profissionais fonoaudiólogos que trabalham com reabilitação auditiva, de forma que a qualidade do website foi caracterizada como excelente, a partir do questionário Emory, enquanto a sua usabilidade foi considerada como “o melhor alcançável” por 86,6% dos avaliadores, por meio da escala SUS. Além disso, a confiabilidade entre as respostas obtidas nos questionários apresentou uma força de correlação classificada como excelente em ambos, com um índice de 0,92 para o Emory e 0,98 para o SUS. Conclusão: Foi possível desenvolver, gravar e aplicar as
estratégias musicais em um grupo de crianças com deficiência auditiva. Verificou-se que a qualidade e usabilidade do conteúdo disponibilizado no website foram adequados, de forma que a disponibilização de estratégias estruturadas, baseadas em evidências cientificamente atualizadas, demonstraram potencial para beneficiar a adesão dos profissionais ao uso, bem como o processo de reabilitação da população atendida.
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Página(s): p.1299
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1299


DETECÇÃO PRECOCE DE ALTERAÇÕES AUDITIVAS COCLEARES E SINAIS DA PERDA AUDITIVA OCULTA EM POLICIAIS MILITARES
LOPES, D. ; HEUPA, A.B. ; LÜDERS, D. ;

Introdução: Um grupo de profissionais constantemente expostos a níveis de pressão sonora elevados são os policiais militares, essa exposição é um fator agravante na saúde geral desta população, contribuindo para prejuízos auditivos e extra auditivos. Objetivo: Analisar exames auditivos complementares de policiais militares normo-ouvintes, expostos a ruídos ocupacionais. Metodologia: Estudo transversal, prospectivo analítico aprovado pelo comitê de ética em pesquisa, com militares atuantes, todos com exame de audiometria tonal liminar com resultados dentro dos padrões de normalidade. Os participantes realizaram o teste de emissões otoacústicas por produto de distorção (EOAPD) e avaliação dos Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE). Resultados: Participaram do estudo 36 militares, 34 do sexo masculino e 02 do sexo feminino, com idade variando entre 28 e 48 anos (média de 36,26 anos e desvio padrão de 4,54 anos). Verificou-se que, com o aumento das frequências, as amplitudes das EAOPD diminuíram gradativamente em ambas as orelhas. No PEATE, apenas 22,2% dos participantes apresentaram latências dentro dos padrões de normalidade, indicadas pelo equipamento podendo ser observado a onda V com o maior número de atrasos em ambas as orelhas. Conclusão: Apesar de limiares tonais dentro dos padrões da normalidade, os resultados dos exames complementares podem indicar prejuízos cocleares e retro-cocleares, decorrentes da exposição ao ruído ocupacional.
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Página(s): p.1046
ISSN 1983-1793X
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE PERDA AUDITIVA E TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO EM CRIANÇAS: IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇO DIAGNÓSTICO
Almeida, M. C. O. ; Albuquerque, V. G. M. ; Delmiro, I. F. ; Barbosa, M. E. O. ; Silva, J. L. D. ; Alencar, V. E. M ;

Introdução: O transtorno do espectro autista(TEA) é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social e comportamento, essas alterações levam aos pais a levar seus filhos para avaliações de profissionais da saúde. Dentre as queixas mais frequentes são que chama e seu filho não olha e dificuldades na comunicação social. A maioria desses pais e familiares se questionam se o filho é surdo. A perda auditiva (PA) caracteriza-se por uma alteração representada pela diminuição da audição. Muitos dos sinais e sintomas da PA e TEA se sobrepõem ou pode ser considerado um sinal ou sintoma de ambas as alterações, requerendo assim um diagnóstico diferencial. Em ambas há dificuldades na comunicação verbal que é um dos primeiros sintomas notados pelos cuidadores, quando a linguagem não evolui de forma esperada e a fala atrasa, tornando evidente que algo não está de acordo com a evolução típica da criança. Não há relação direta entre o transtorno do espectro autista e perda auditiva, ainda que possam existir em um mesmo indivíduo como comorbidade, prejudicando ainda mais no seu desenvolvimento. Pacientes com TEA, mesmo com audição normal, podem não responder ao chamado pelo seu nome, nem dar atenção aos sons ao seu redor, podendo ser confundidos, por isso, com deficientes auditivos. Objetivo(s): Descrever as características e ações da implantação de serviço de diagnóstico diferencial de perda auditiva e Transtorno do Espectro do Autismo em crianças com diagnóstico ou suspeita de TEA em uma cidade do Sertão de Alagoas. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, documental e transversal. Foi implantado em Novembro de 2023 numa cidade de Sertão de Alagoas (no qual possui 4895 habiltantes) um Ambulatório Multiprofissional de atendimento e diagnóstico de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo. Dentre uma das estratégias realizadas pelo ambulatório é o encaminhamento para realização de avaliação audiólogica das crianças avaliadas como diagnóstico diferencial. Inicialmente é realizada anamnese e avaliação Fonoaudiológica do paciente e os que possuem queixa de atraso de linguagem associados a sinais e sintomas de TEA são encaminhados para realização de avaliação audiológicas (BERA, emissões otoacústicas, imitanciometria e audiometria tonal, vocal ou condicionada). Os exames são realizados na cidade de referência para saúde auditiva do estado, e posteriormente com seu laudo são mostrados e explicados a família pela equipe multiprofissional. Resultados: Os profissionais do ambulatório já assistiram 23 crianças, no qual 13 crianças foram classificadas como presença de sintomas ou sinais de TEA. Todos foram encaminhados para a realização de exames audiológicos como diagnóstico diferencial, porém até o momento apenas três conseguiram realizar os exames e o restante encontra-se com data marcada. Nenhum dos três sujeitos tiveram alterações auditivas nos exames realizados. Após a implantação do ambulatório observa-se um aumento nos encaminhamentos para a realização de avaliação audiológica no município. Conclusões: Deve-se existir ações de implantação de diagnóstico diferencial em crianças com sintomas e sinais de TEA. Dentre as crianças avaliadas não houve relação direta entre o transtorno do espectro autista e a deficiência auditiva, porém a sua avaliação deve ocorrer como diagnóstico diferencial.
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Página(s): p.1319
ISSN 1983-1793X
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DIFERENCIAL DOS LIMIARES AUDITIVOS AÉREOS E ÓSSEOS DE PACIENTES COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA CONFORME AS FREQUÊNCIAS AVALIADAS
Teixeira, A.R. ; Weingaertner, L.W. ; Unchalo, A.L.S. ; Gamarra, M.D. ; Souza, M.E.C. ; Felix, T.M. ;

Introdução: A osteogênese imperfeita (OI) é uma afecção hereditária, predominantemente autossômica dominante, cuja etiologia está associada em 85-90% dos casos, a uma diversidade de mutações nos genes COL1A1 e COL1A2. A manifestação clínica mais evidente da OI é caracterizada pela fragilidade óssea e resulta em diversas comorbidades, destacando-se a perda auditiva progressiva. A literatura sugere que o tipo mais prevalente de comprometimento auditivo, principalmente entre os mais jovens, é a perda auditiva condutiva. Objetivo: Analisar o diferencial entre limiares aéreos e ósseos por frequência em uma amostra de pacientes com osteogênese imperfeita. Metodologia: É um estudo transversal, observacional, quantitativo e comparativo. Foi realizada audiometria tonal liminar com pesquisa de limiares aéreos e ósseos. O diferencial aéreo-ósseo foi calculado subtraindo os limiares de via aérea e óssea nas frequências de 500Hz a 4.000Hz. Para análise estatística foi utilizado o teste de comparações múltiplas de Friedman. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, sob o número de protocolo CAEE 3233018500005327. Todos os pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e, no caso de menores de idade, houve assinatura do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido pelos participantes da pesquisa e TCLE pelos responsáveis . Resultados: A amostra incluiu 35 pacientes, a idade variou entre 5 e 64 anos, com uma mediana 26 anos, 71,4% da amostra foi composta por pessoas do gênero feminino e o tipo de OI mais prevalente foi o tipo I. Foi identificada diferença significativa nos limiares aéreo-ósseos nas frequências avaliadas na audiometria tonal liminar (p<0,001). Os diferenciais dos limiares auditivos aéreos e ósseos em 500Hz e 1.000 Hz foram superiores em comparação com as demais frequências (2.000 Hz, 3.000 Hz e 4.000 Hz), as quais não diferiram entre si. Conclusões: Foram observados diferenciais nos limiares aéreo-ósseos nas frequências de 500 Hz e 1.000 Hz significativamente maiores que nas demais frequências (2.000Hz, 3.000Hz e 4.000Hz).
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Página(s): p.1258
ISSN 1983-1793X
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DIFICULDADES RELATADAS POR IDOSOS NO SPEECH, SPATIAL AND QUALITIES OF HEARING SCALE E SELF-ASSESSMENT FOR HEARING SCREENING OF THE ELDERLY E A CORRELAÇÃO DOS ESCORES COM A IDADE E AUDIOMETRIA
SILVA, F.M.R. ; ALMEIDA, M.C.O. ; BRANDÃO, E.R. ; MELO, L.P.F. ; CAVALCANTI, H.G. ;

Introdução. A perda auditiva inerente ao envelhecimento é caracterizado por um declínio da função auditiva. O audiograma é representado normalmente por uma perda auditiva neurossensorial progressiva, bilateral e simétrica. Fica evidente a importância de métodos de triagem e monitoramento que sejam menos custosos. O Self-assessment for Hearing Screening of the Elderly (SHSE) foi desenvolvido em lingua inglesa, na Coreia em 2016. É composto por 20 questões baseadas nas características da presbiacusia por meio de uma escala de cinco pontos. Quanto maior a pontuação, maior a dificuldade auditiva. O questionário está em processo de validação pelos autores. Outro instrumento já validado para o português é o Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ), usado na versão reduzida com 12 questões. A pontuação nesta escala abrange os número de 0 -10. Quanto menor o valor, maior a dificuldade auditiva relatada. Objetivos. Identificar as situações auditivas em ambos os questionários como sendo as mais difíceis. Correlacionar os resultados com idade e a média quadritonal da orelha direita e esquerda. Métodos: Trata-se de uma pesquisa analítica observacional transversal, aprovada sob o parecer de número 5.480.390 pelo Comitê de Ética em Pesquisa de uma Universidade. Os exames foram realizados em idosos cadastrados em uma associação de idosos em um município. Foi realizada o teste Mini Mental para exclusão de dificuldades cognitivas. Primeiro foi realizada a audiometria tonal, seguida pel a aplicação de dois questionários: o SSQ, na versão reduzida com 12 itens e o SHSE, já traduzido e adaptado para o português brasileiro pelos autores. Foi realizada a correlação entre as variáveis idade e a média quadritonal da orelha direita e esquerda e o escore total. Resultados: A média de idade dos idosos foi de 69,56 anos. Quanto a presença de perda auditiva segundo a média quadritonal 55,97% dos participantes foram diagnosticado com deficiência auditiva e 44,03% com audição normal. O SHSE apresentou uma correlacão positiva forte entre orelha e o escore total do questionário. (r=0,83 OD; r=0,81 OE; p≤ 0.01). As quatro situações que foram relatadas como as mais difíceis foram a dificuldade em entender alguém quando fala baixo e sem clareza, e a dificuldade em compreender o outro em lugares com ruído ou quando mais do que uma pessoa falam juntas. O SSQ apresentou correlação negativa forte entre o escore total e a orelha (r= - 0,87 OD; r= - 0,86 OE; p≤0,01). As 3 situações auditivas mais difíceis foram localizar o som de cachorro, identificar se um ônibus está longe ou perto e a necessidade de maior concentração para entender quando alguém fala. Ambos os questionários tiveram correlação moderada com a idade. Conclusão. Os questionários apresentaram correlação forte entre a perda auditiva, porém em menor grau com a idade. As maiores dificuldades relatadas foram localizar o fonte sonora e reconhecimento de fala na presença de ruído de fundo. O estudo mostra a importância da aplicação de questionários para identificar as situações de escuta mais desafiadoras e a importância da realização do diagnóstico audiológico na população idosa.
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Página(s): p.1129
ISSN 1983-1793X
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DISPARIDADES NA NOTIFICAÇÃO DE PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO ENTRE OS SEXOS NO BRASIL: ANÁLISE DE 2007 A 2022
Hillesheim, D. ; Rocha, A. R. ; Giustina, T. S. D ; Silva, B. A. ; Zucki, F. ;

Introdução: O sexo masculino representa a maioria das notificações de Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Tal predominância pode ser atribuída a divisão tradicional do trabalho, já que os homens, historicamente, desfrutam de acesso diferenciado ao mercado em comparação às mulheres. Além disso, tendem a ocupar mais frequentemente categorias ocupacionais em que a exposição a ruído está presente. Assim, a compreensão desse cenário se torna relevante quando se busca uma condição laboral mais justa e igualitária entre os sexos.
Objetivo: Analisar as disparidades na notificação da perda auditiva induzida por ruído entre os sexos no Brasil, considerando as características sociodemográficas e laborais. Metodologia: Estudo transversal, realizado com dados das fichas de notificação da PAIR do SINAN, entre os anos de 2007 e 2022, extraídos da página do Centro Colaborador da Vigilância aos Agravos à Saúde do Trabalhador (CCVISAT) em 14 de fevereiro de 2024. Foram analisadas variáveis sociodemográficas (sexo e faixa-etária) e ocupacionais (situação no mercado de trabalho, emissão da comunicação do acidade de trabalho (CAT) e afastamento do trabalho para tratamento). As análises foram conduzidas no software Stata 14, estratificadas por sexo. Os dados foram analisados por meio de frequências absolutas e relativas e do teste Qui-quadrado de Pearson. Quando encontrada associação, a diferença entre as categorias foi investigada pelos resíduos padronizados ajustados, cujo valor acima de 2,0 desvios-padrão indicou as caselas com diferença entre os percentuais. Pelos dados serem de domínio público e não haver identificação dos participantes é dispensada a aprovação pelo CEP. Resultados: No período de 2007 a 2022 foram observadas 9.013 notificações de PAIR, sendo 12% em mulheres (n=1.080) e 88% em homens (n=7.933). Não foi observada diferença significativa entre os sexos (p = 0,740) com relação à faixa etária, sendo a maioria dos casos na faixa etária de 18 a 59 anos para ambos (adultos). A análise da situação no mercado de trabalho apontou para maior proporção de homens empregados com carteira assinada (55,3%) em comparação com as mulheres (37,3%) (p<0,001). Houve maior frequência de emissão da CAT entre os homens (25,0%) em comparação com as mulheres (19,8%) (p=0,007). Contudo, em relação ao afastamento do trabalho para tratamento do agravo verificou-se maior ocorrência entre as mulheres (14,3%) em comparação com os homens (6,3%) (p <0,001). Destaca-se, também, uma notável quantidade de informações ignoradas para as variáveis analisadas. Conclusões: Foram observadas disparidades importantes entre os sexos para as características laborais, especialmente para carteira assinada e emissão da CAT, o que pode refletir aspectos históricos da divisão do trabalho. Teme-se que, com a exclusão da PAIR da lista nacional de notificação compulsória de doenças, a análise das disparidades laborais entre os sexos sofra um considerável impacto, dificultando a análise aprofundada do quadro e a estruturação de políticas públicas voltadas para a garantia de ambientes de trabalho mais seguros e equitativos para os sexos.

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Página(s): p.1056
ISSN 1983-1793X
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DO DIAGNÓSTICO A REABILITAÇÃO AUDITIVA NO TRANSTORNO DO ESPECTRO DA NEUROPATIA AUDITIVA: RELATO DE CASO
CHIRIBOGA, L. F. ; SIDERI, K. P. ; PINTO, E.S.M. ; OLIVEIRA, A. M. M. ;

Introdução: O Transtorno do Espectro da Neuropatia Auditiva (TENA) é caracterizado por disfunções auditivas oriundas do comprometimento do processamento do sinal auditivo no nervo auditivo ou pela transmissão deficitária desse sinal entre as células ciliadas internas e nervo auditivo. Resulta em consequências heterogêneas e distintas nos indivíduos acometidos, de acordo com sua etiologia e apresentação. A prevalência permanece discrepante na literatura, variando de 1% a 10% em indivíduos com perda auditiva e aumenta sua incidência em recém-nascidos provenientes de UTI-neonatal. Objetivo: Descrever o processo de diagnóstico a reabilitação auditiva de um indivíduo com TENA. Metodologia: Estudo foi aprovado no CEP sob o número 5.227.720. E.J, sexo feminino, encaminhada pelo otorrinolaringologista para avaliação aos 2 anos e 6 meses, por apresentar histórico de otites de repetição e déficit significativo no desenvolvimento da linguagem oral. O diagnóstico audiológico foi realizado com o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) Clique e Tone Burst e Emissões Otoacústicas associados à avaliação auditiva comportamental. Na Triagem Auditiva Neonatal realizada após o nascimento, as emissões otoacústicas se mostraram presentes bilateralmente, não havendo critérios de risco para perda auditiva que orientasse sua avaliação por metodologia complementar. Resultados: No processo do diagnóstico audiológico, E.J realizou sua primeira avaliação com PEATE em fevereiro de 2023, que apontou alteração auditiva bilateral. Após a primeira avaliação, a paciente foi submetida a colocação de tubos de ventilação (TV) bilateral, por apresentar secreção em ambas as orelhas de acordo com avaliação otorrinolaringológica. Já na presença dos tubos de ventilação, foi realizada avaliação comportamental por meio da audiometria de reforço visual, com resultados de limiares dentro dos padrões da normalidade para a faixa etária. Devido a incompatibilidade entre as avaliações, um novo PEATE foi solicitado em novembro de 2023. Nesse segundo exame, foi possível observar presença de microfonismo coclear bilateral, com presença de ondas I, III e V em orelha direita e ausência de ondas em orelha esquerda considerando respostas obtidas por via aérea e ausência de respostas por via óssea. Na avaliação com o estímulo Tone Burst, apresentou respostas em 90dB em 500Hz e 80dB em 1000Hz, 2000Hz e 4000Hz em orelha direita e ausência de respostas em orelha esquerda. Realizou-se nova audiometria comportamental com limiares tonais normais, mas com resposta para fala em torno de 60dB. Com os exames objetivos e subjetivos, em conjunto com médico otorrinolaringologista, diagnosticou-se a paciente com TENA. Em relação a intervenção e reabilitação auditiva, se mantém em terapia fonoaudiológica semanal. Houve a tentativa inicial da utilização de equipamento de sistema auxiliar de escuta para contribuir com a transmissão da onda sonora para a paciente. No entanto, não demonstrou bons resultados. Em terapia observa-se comportamentos auditivos compatíveis com presença de deficiência auditiva, observadas em sua voz e articulação. Conclusão: Com a equipe multiprofissional embasada no princípio cross-check, foi possível diagnóstico desse caso complexo de TENA. A continuidade do processo de reabilitação auditiva centrada no indivíduo e na família em prol do desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem são cruciais no acompanhamento fonoaudiológico.
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Página(s): p.1172
ISSN 1983-1793X
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EFEITO DA ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA NA MODULAÇÃO DO ZUMBIDO: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO, DUPLO-CEGO E PLACEBO-CONTROLADO
Martins, M. L. ; Galdino, M. K. C. ; Silva, D. S. F. ; Valença, E. C. D. ; Santos, M. B. ; Medeiros, J. F. ; Machado, D. G. S. ; Rosa, M. R. D. ;

Introdução: O zumbido é a presença de som na ausência de uma fonte sonora externa. Os tratamentos para essa doença devem se concentrar no aprimoramento da plasticidade cortical. Diferentes técnicas de neuromodulação não invasivas são usadas para interromper ou suprimir a atividade cortical aberrante relacionada à percepção do zumbido, como o uso da estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS). No entanto, a eficácia da tDCS ainda é controversa, provavelmente devido aos métodos de avaliação limitados utilizados anteriormente. Objetivo: Avaliar os efeitos a curto e a longo prazo da tDCS anódica (a-tDCS) direcionada à área temporoparietal esquerda (LTA) sobre a gravidade, o incômodo e a intensidade do zumbido. Métodos: Esse é um estudo do tipo ensaio clínico duplo-cego, randomizado, placebo-controlado e com grupos paralelos. Um total de 42 indivíduos com zumbido foram randomizado para a-tDCS (n=24) e tDCS placebo (n=18). O grupo ativo recebeu tDCS sobre a LTA durante cinco sessões diárias consecutivas (2 mA, 20 min). O grupo sham recebeu corrente placebo com as mesmas características do grupo a-tDCS. Os participantes foram avaliados pré tratamento, após a quinta sessão e no follow-up de 30 dias. A avaliação inicial também incluiu uma avaliação auditiva (audiometria tonal) e questionários (Anamnese do zumbido, Inventário de ansiedade de Beck e Inventário de depressão de Beck). Todas as avaliações incluíram avaliações auditivas (acufenometria, nível mínimo de mascaramento e avaliação da inibição residual), além dos questionários (Escala visual Analógica, Tinnitus Handicap Inventory – THI e Tinnitus Functional Inventory - TFI). Resultados: Não houve efeito de comparação entre os grupos ou efeito de interação (tempo x grupo) em todas as avaliações auditivas e questionários. Houve apenas efeito do tempo para o THI [F(1,642, 45,988) = 5,128; p = 0,014; η2 = 0,155]. O post hoc de Bonferroni mostrou que houve uma diferença significativa no THI no grupo sham entre o pré e o pós-tratamento [IC (0,107, 14,643; p = 0,046)]. No entanto, não houve diferenças entre o THI pré-tratamento e o THI follow-up, ou entre o THI pós-tratamento e o THI de follow-up. Também não houve efeito do tratamento sobre a gravidade do zumbido (avaliada pelo TFI), desconforto do zumbido (EVA), intensidade do zumbido (avaliada pela escala - EVA), intensidade do zumbido (avaliada pela acufenometria –dBSL), frequência do zumbido (acufenometria – avaliada em Hz) e nível mínimo de mascaramento (acufenometria). Conclusões: Cinco sessões consecutivas de a-tDCS direcionadas à LTA não melhoram a gravidade, o incômodo e a intensidade do zumbido. Estudos futuros devem investigar se outros protocolos de tDCS são eficazes ou uma combinação de tDCS com outras formas de tratamento.
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Página(s): p.1297
ISSN 1983-1793X
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EFEITO DA INSERÇÃO DE FONOAUDIÓLOGOS NA SAÚDE PÚBLICA E A COBERTURA DA ATENÇÃO À SAÚDE AUDITIVA NO DISTRITO FEDERAL
Matos, T. S. ; Ledesma, A. L. L. ; Sousa, D. O. ; Dias, P. V. V. ; Mendonça, T. L. S. ; Santos, S. F. ; Silva, I. M. C. ; Oliveira, T. C. G. ; Pereira, V. R. C. ; Barreto, M. A. S. C. ;

Introdução: A epidemiologia contribui para análise, elaboração e organização de políticas, programas e serviços de saúde. É de extrema importância que os dados epidemiológicos sejam coletados, armazenados e divulgados de forma eficaz para garantir o diagnóstico situacional de saúde e identificar as necessidades da população. No âmbito da fonoaudiologia na saúde pública, conhecer o local de atuação do fonoaudiólogo e quais procedimentos estão sendo executados, especialmente na área de Audiologia, permite o mapeamento e planejamento de novas ações para melhoria e ampliação da oferta de serviços fonoaudiológicos para a população. Objetivos: Verificar a evolução do quantitativo de procedimentos em audiologia em site institucional de dados abertos e comparar ao quantitativo de fonoaudiólogos na Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo. Foi realizada uma busca na base de dados infosaúde (https://info.saude.df.gov.br/dadosabertos/) dos exames audiológicos realizados por fonoaudiólogos nos anos de 2018 e 2023. Adicionalmente, buscou-se a quantidade de fonoaudiólogos que tomaram posse no Distrito Federal nesse período através da base de dados infosaúde (https://info.saude.df.gov.br/forcadetrabalho/). Os dados foram apresentados por meio de estatística descritiva. Resultados: Em 2018 foram realizados um total de 19.946 procedimentos audiológicos, já em 2023 foram realizados um total de 39.330 procedimentos distribuídos entre dezesseis exames realizados por fonoaudiólogos (as), sendo: Audiometria tonal limiar (via aérea/óssea),(958 em 2018 e 8.777 em 2023); Logoaudiometria (LDV-IRF-LRF), (698 em 2018 e 4.546 em 2023); Imitanciometria (636 em 2018 e 2.880 em 2023); Avaliação Auditiva Comportamental (142 em 2018 e 619 em 2023); Emissões otoacústicas evocadas para triagem auditiva (teste da orelhinha), (16.453 em 2018 e 16.167 em 2023); e Potencial Evocado Auditivo para triagem auditiva (teste da orelhinha), (1.059 em 2019 e 3.631 em 2023). Ademais, alguns exames foram realizados apenas em 2023, sendo eles: Estudo de emissões otoacústicas evocadas transitórias e produtos de distorção (EOA), (770), Potencial Evocado Auditivo para triagem auditiva (teste da orelhinha/reteste), (193); Audiometria em Campo Livre (35); Emissões otoacústicas evocadas para triagem auditiva (teste da orelhinha/reteste), (876); Audiometria de Reforço Visual (via aérea/óssea), (28) ; Prova de Função Tubária (1); Testes de Processamento Auditivo (1); e Testes Auditivos Supraliminares (64). Em termos percentuais, houve um crescimento médio de aproximadamente 97% no número total de procedimentos audiológicos realizados de 2018 para 2023. Em 2018, a Secretaria de Saúde contava com 106 fonoaudiólogos e em 2023 esse número passou para 218. Conclusões: O aumento do número de fonoaudiólogos na secretaria de saúde refletiu na diversidade do rol de procedimentos em audiologia executados, assim como no crescimento do número de exames audiológicos realizados, segundo dados oficiais, indicando maior cobertura da atenção auditiva para a população do DF.
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Página(s): p.1232
ISSN 1983-1793X
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EFEITO DA INTENSIDADE (L1=55/ L2=45) NAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS PRODUTO DE DISTORÇÃO EM NEONATOS EXPOSTOS AO FUMO PASSIVO GESTACIONAL.
Santos, O. F. A. ; CUNHA, S. B. ; Bruner, P. A. ; Carvallo, M. M. R. ; Almeida, K. ; Durante, S. A. ;

Introdução
O tabagismo foi reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco, substâncias tóxicas presentes na composição do cigarro podem danificar as células ciliadas da cóclea mesmo no tabagismo passivo. As emissões otoacústicas, são caracterizadas como sons gerados por processos ativos e não-lineares das células ciliadas externas, atuando como um indicador da integridade do mecanismo fisiológico da cóclea. As emissões otoacústicas produto de distorção são evocadas por dois tons puros nas intensidades L1 e L2 . A literatura sugere o protocolo clínico 65/55 dB NPS (L1 e L2) no entanto com baixa sensibilidade na detecção das perdas auditivas de grau leve. A hipótese deste estudo é que seja possível aprimorar o protocolo com diferente intensidade de estimulação.

Objetivo
O estudo tem como objetivo investigar o nível de respostas das emissões otoacústicas de um grupo de neonatos com audição normal na intensidade (L1=55 / L2=45), expostos e não expostos ao fumo passivo na gestação.

Método
Trata-se de um estudo prospectivo, transversal, analítico, e observacional. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição (CEP 5.571.490).

Os critérios de inclusão para ambos os grupos foram: não ter indicadores de risco auditivo, e resultado da triagem auditiva adequado (curva timpanométrica com tom de sonda de 1000 Hz adequada, emissões otoacústicas por transiente e potencial evocado auditivo - automático com estímulo chirp presentes. Os critérios de normalidade da triagem auditiva neonatal por EOAT adotam a relação sinal-ruído (> 6 dB NPS). Foram excluídos 3 neonatos que não completaram o protocolo de pesquisa.
A casuística contou com 37 neonatos, sendo 22 do grupo controle e 15 do grupo estudo. Os participantes foram convidados no alojamento conjunto de uma maternidade. As EOAPD foram evocadas por dois tons com frequências f1 e f2 e níveis L1 e L2. O f2 variou de 500 a 10.000 Hz, com f1/f2 = 1,22 e intensidade 55/45 dB NPS.

A análise estatística do conjunto de dados foi efetuada junto ao Centro de Estatística, por meio das técnicas estatísticas de análise descritiva e inferencial, utilizando o Mann-Whitney. Em todos os testes, foi destacado o nível descritivo, sendo utilizado o nível de significância de 0,05 (ou 5%) para rejeição da hipótese de nulidade.

Resultados
Foram observadas as seguintes respostas:
- Orelha direita: o grupo controle apresentou maiores níveis de resposta das EOAPD nas frequências de 1, 1,5, 2, 3, 6, 7, 8, 9 e 10 kHz tanto para sinal (p > 0,1) como para sinal-ruído (p > 0,1).

- Orelha esquerda: o grupo controle também apresentou maiores níveis de resposta das EOAPD nas frequências de 1, 1,5, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 kHz para sinal e 1, 1,5, 2, 3 e 4 kHz para sinal-ruído (SNR), tanto para sinal (p > 0,2) quanto para o sinal ruído (p > 0,1). Observou-se diferença significante na orelha direita na frequência de 1,5 kHz tanto para sinal (p= 0, 006) quanto para sinal-ruído (p= 0,029). E na orelha esquerda na frequência de 1,5 kHz tanto para sinal (p = 0,049) quanto para sinal-ruído (p = 0, 046) e para a frequência de 2 kHz apenas o sinal (p = 0, 018).

Conclusão
A análise das EOAPD (L1=55/L2=45) evidenciou o impacto do fumo passivo gestacional na frequência de 1,5 kHz em ambas as orelhas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1102
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1102


EFEITO DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO ADOTADAS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19 NA COMUNICAÇÃO DE USUÁRIOS DE APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL
Gongora, A. C. Z. O. ; Souza, T. M. ; Fidêncio, V. L. D. ; Lüders, D. ;

Introdução: A perda auditiva relacionada à idade é um fenômeno natural que pode interferir na qualidade de vida por acarretar efeitos adversos nas atividades e participação social. Tal fato foi agravado a partir de 2020 ao ser declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a Pandemia da COVID 19, cujas medidas tomadas para conter a disseminação e contaminação do vírus, como o isolamento social e uso de máscaras, tornaram-se mais um desafio para usuários de AASI. Objetivo: analisar o efeito das medidas de proteção contra a COVID 19 na comunicação de adultos e idosos usuários de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI). Metodologia: A pesquisa, do tipo transversal e de abordagem quantitativa, foi desenvolvida em uma Clínica Escola de Fonoaudiologia da região sul brasileira, com adultos e idosos atendidos regularmente para acompanhamento de uso do AASI. Os participantes realizaram audiometria tonal liminar e responderam um questionário contendo 17 questões objetivas para levantamento de dados sociodemográficos, atividades sociais e familiares e dificuldades de comunicação. Resultados: A amostra foi composta por 31 participantes, sendo 18 (58,06%) do sexo feminino e 13 (41,94%) do sexo masculino, com idades entre 52 e 90 anos, com média de 71 anos e desvio padrão de 10,58 anos. Dentre os 31 participantes, 25 apresentaram perda auditiva do tipo sensorioneural e seis do tipo mista em uma das orelhas, variando de grau moderado a grau severo, sendo que dois sujeitos apresentaram perda auditiva profunda em uma das orelhas; 61,3% dos participantes moram com cônjuge e filhos e, antes da pandemia, 97% recebiam visita de seus familiares e amigos constantemente e 25,8% exerciam atividade profissional remunerada. Embora 42% tenham referido não ter vida social ativa, 35,5% participavam de reuniões com amigos e 19,4% frequentavam restaurantes. Em relação ao efeito do uso de máscara fácil durante a pandemia, 48,4% relataram dificuldade em se comunicar em ambientes ruidosos. Durante o isolamento social, 48,4% dos participantes conversaram por telefone com amigos e familiares e 19,4% utilizaram o recurso de videochamada pelo aplicativo WhatsApp no celular. Após o período de isolamento social 19,4% dos participantes relataram piora em relação à compreensão da fala e o uso do AASI no retorno às suas atividades. Conclusão: As medidas protetivas – uso de máscara fácil e isolamento social – necessárias durante o período da pandemia da COVID-19, impactaram a comunicação de pessoas com deficiência auditiva, usuárias de AASI. Após o término dessas medidas alguns participantes relataram dificuldade na compreensão da fala ao usar o AASI, quando retornaram às suas atividades diárias.
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Página(s): p.1197
ISSN 1983-1793X
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EFEITO DO MASCARAMENTO ESTÁVEL E MODULADO NOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS CORTICAIS EM IDOSOS
SIMÕES, C. do E.S.X. ; DUARTE, D.S.B. ; ROCHA, M.F.B. ; QUEIROZ, J.P.S. de ; BRITTO, D.B.L. de A. ; ADVÍNCULA, K.P. ;

Introdução: A comunicação é um processo inerente ao ser humano, sendo um fator primordial para a inter-relação entre os indivíduos. As habilidades auditivas são fundamentais para uma comunicação oral eficiente, sendo o reconhecimento de fala uma das habilidades mais importantes para um maior desenvolvimento comunicacional. Para o reconhecimento eficaz da fala, os sistemas auditivos devem processar pistas como intensidade, faixa de frequência dos fonemas, prosódia e contexto linguístico. Isso exige que o sistema auditivo se concentre no sinal de fala, ignorando ruídos ambientais, pois estes podem aumentar os limiares de detecção, dificultando a compreensão da mensagem. No entanto, a modulação em intensidade e frequência dos ruídos auxiliam na compreensão dessa fala; esse fenômeno é denominado Benefício do Mascaramento Modulado e pode ser medido de forma objetiva através das respostas eletrofisiológicas dos potenciais evocados auditivos corticais. Objetivo: Analisar o efeito do mascaramento estável e modulado nos potenciais evocados auditivos corticais com estímulo de fala em idosos com a audição normal. Metodologia: Trata-se de um estudo analítico, do tipo observacional e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos sob parecer nº 5.140.668. Foram realizados exames de pré-coleta, sendo eles: anamnese, avaliação cognitiva e exames audiológicos básicos (meatoscopia, audiometria e imitanciometria). Os potenciais evocados auditivo corticais foram eliciados a partir de um estímulo de fala sintética /ba/ simultaneamente ao ruído Speech Shaped Noise, apresentado em três condições distintas: ruído estável com intensidade de 30 dB NPSpe (ruído estável fraco), ruído estável com intensidade de 65 dB NPSpe (ruído estável forte) e ruído modulado em intensidades de 30 dB NPSpe e 65 dB NPSpe em 25 Hz, com um período de modulação de 40 ms. Resultados: Participaram do estudo 18 indivíduos, sendo 27,7% do sexo masculino e 72,3% do sexo feminino, com idade média 64,4 anos. Participantes sem evidências de perda auditiva, apresentando limiares auditivos iguais e/ou inferioriores a 20 dB e com curvas timpanométricas do tipo A e presença de reflexos ipsi e contralaterais. Na condição de ruído estável forte, observou-se uma maior latência no componente cortical de P1, bem como medidas mais robustas de amplitude nos componentes corticais P1, N1 e P2 na condição de ruído modulado, quando comparadas à condição de ruído estável forte. A partir do teste estatístico de Friedman, observou-se que as latências e amplitudes dos componentes P1, N1 e P2 diferem entre os tipos de mascaramento. A morfologia das ondas apresentou-se mais comprometida na condição de ruído estável forte, em comparação com os demais registros. Os limiares eletrofisiológicos médios para as condições de ruído estável forte e ruído modulado foram de 57,22 dB NPSpe e 52,22 dB NPSpe, respectivamente, evidenciando uma diferença média de 5 dB. Conclusão: O ruído modulado exerceu um efeito mascarante inferior em relação à condição de ruído estável forte, especialmente nas medidas de amplitude dos componentes corticais. A diferença média de 5 dB entre os limiares eletrofisiológicos é interpretada como uma manifestação do Benefício do Mascaramento Modulado.
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Página(s): p.1324
ISSN 1983-1793X
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EFEITO IMEDIATO DA ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA ON-LINE E OFF-LINE NO SISTEMA AUDITIVO CENTRAL
Hames, L.B. ; dos Santos, A.S.A. ; Schumacher, C.G. ; Sleifer, P. ; Didoné, D.D. ;

Introdução: A estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) é um método de estimulação cerebral que utiliza corrente elétrica de baixa voltagem. A ETCC pode ser utilizada de modo On-line, no qual a estimulação é aplicada juntamente com outra intervenção padronizada, bem como no modo Off-line, no qual a ETCC é aplicada de forma isolada. O potencial cortical P2 pode ser utilizado para verificar a neuroplasticidade do sistema auditivo. Objetivo: Comparar o efeito imediato da ETCC On-line e Off-line no Sistema Auditivo Central. Metodologia: Estudo transversal e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, sob o número 64696022.1.0000.5346. Todos os indivíduos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram incluídos no estudo 18 indivíduos, entre 18 e 25 anos, do sexo feminino, com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, curva timpanométrica do tipo A e reflexos acústicos contralaterais presentes. Foram excluídos pacientes com zumbido e/ou com alterações neurológicas/cognitivas. Os indivíduos foram divididos em dois grupos: G1: Pacientes submetidos à ETCC Off-line e G2: Pacientes submetidos à ETCC On-line. Na estimulação On-line o sujeito foi exposto à ETCC concomitante a uma atividade auditiva de discriminação e ordenação temporal. Na estimulação Off-line, foi aplicada apenas a ETCC. A ETCC foi aplicada com uma voltagem de 2mA, por 20 minutos, por meio do equipamento MicroEstim Foco tDCS Fix 8. O eletrodo anódico foi fixado em T5 e o catódico em Fpz. Para avaliação eletrofisiológica, utilizou-se o equipamento modelo Smart EP da marca Intelligent Hearing Systems (IHS). O P2 foi obtido por meio da discriminação auditiva do paradigma oddball /ba/ x /di/. Os estímulos foram apresentados de forma binaural, com fones de inserção ER-3A, na intensidade de 80dBnNA. Os pacientes foram avaliados pré e pós intervenção imediata. Os dados foram tabulados e analisados estatisticamente por meio do Software SPSS. Aplicou-se o teste de Amostras Independentes U de Mann-Whitney e o Teste de Wilcoxon, com nível de significância de 5%. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significante entre as orelhas (p-valor > 0,05), portanto os dados foram agrupados. A média do valor de latência do potencial P2 no G1 foi de 163,50ms na condição pré-estimulação e de 168,35ms na condição pós estimulação (p-valor=0,379). No G2, a média de latência do potencial P2 na condição pré foi de 184,12ms e pós de 170,12ms (p-valor=0,049). Em relação à amplitude do P2, o valor médio do G1 foi de 5,82uV na condição pré-estimulação e de 6,36uV na condição pós estimulação (p-valor=0,826). No G2, a média de amplitude do potencial P2 na condição pré-estimulação foi de 7,06uV e de 5,88uV na condição pós estimulação (0,289). Conclusão: Quando comparado o efeito imediato da ETCC On-line e Off-line no Sistema Auditivo Central, observou-se mudança significativa na latência do potencial P2 na estimulação On-line, demonstrando que há possibilidade de ocorrer neuroplasticidade quando há tarefas auditivas associadas à estimulação elétrica de baixa voltagem na região do córtex auditivo.
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Página(s): p.1058
ISSN 1983-1793X
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EFEITO IMEDIATO DA FOTOBIOMUDULAÇÃO TRANSMEATAL NOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DE CURTA LATÊNCIA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO CROSS-OVER.
GOES, T.R.V. ; ROSA, M.R.D. ; ALVES, G.A.S. ;


Introdução: A terapia por Fotobiomodulação (FBM). representa uma modalidade terapêutica que utiliza formas não ionizantes de fontes de luz, incluindo o laser de baixa intensidade, LEDs e/ou luzes de banda larga, no espectro visível (vermelho) e infravermelho. Dentre os estudos que investigaram os efeitos da FBM em perda auditiva e zumbido, alguns encontraram diferentes níveis de melhora nos limiares auditivos tonais e parâmetros de avaliação do zumbido, enquanto outros não encontraram efeitos significativos. Os efeitos terapêuticos da técnica, no sistema auditivo são controversos e observam-se inconsistências de métodos avaliativos e diversificação de parâmetros de FBM; como: comprimento de onda; dosimetria; fluência; potência do aparelho e local de irradiação. Entretanto, não constam métodos objetivos de avaliação da via auditiva periférica, a fim de investigar avaliar os mecanismos de ação da FBM.Dentre os procedimentos clínicos objetivos para avaliação dos diversos níveis do sistema auditivo, os mais amplamente utilizados envolvem os potenciais evocados auditivos (PEA). Técnica utilizada para análise da atividade neural na via auditiva, em diferentes sítios anatômicos, desde a cóclea até o córtex auditivo, sendo gerados em decorrência de um estímulo ou evento acústico. Objetivos: investigar se há efeito eletrofisiológico imediato da fotobiomodulação transmeatal nos potenciais evocados auditivos de curta latência (ECochG e PEATE), a partir das configurações do laser programadas no estudo, a fim de validar a dosagem utilizada em pesquisa futura, com objetivo terapêutico. Metodologia : estudo experimental, randomizado cross-over, com amostra de 60 orelhas , divididas em Grupo Pesquisa (GP) e Grupo Controle (GC), foi utilizado um protocolo de FBM transmeatal , com comprimento de onda de 808 nm (infravermelho), potência de 100 mW, emissão contínua, com energia de 42 J com avaliação pré e pós-teste imediata à aplicação, por meio de medidas eletrofisiológicas de PEATE e EcochG. Resultados: Observou-se efeito da fotobiomodulação de forma significante entre o GP e GC, as orelhas do grupo pesquisa pós-irradiação apresentaram maiores amplitudes de SP, em microvolts (mV) em relação ao grupo controle na segunda aquisição, essa diferença estatisticamente também foi significante ao se comparar as relações de amplitude e área de SP/AP. Em relação as médias das latências em ms das ondas I e inter-latências das ondas I-V do PEATE , por momento de aquisição e por comparação de grupos (GP e GC) não foram encontradas diferença estatisticamente significativa. Conclusão: O presente estudo demonstrou que há efeito eletrofisiológico imediato da FBM transmeatal nos potenciais evocados auditivos de curta latência :ECochG, porém não foram observados efeitos sobre o PEATE. Portanto, conclui-se que os parâmetros desenvolvidos na presente pesquisa podem ser utilizidos em pesquisas futuras, pois não apresentam efeitos adversos, possui energia suficiente para atingir a região da orelha interna, sendo ainda capaz de produzir efeitos fotoquímicos na região.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1337
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1337


EFEITOS DA CISPLATINA NO SISTEMA AUDITIVO PERIFÉRICO E CENTRAL EM PACIENTES PEDIÁTRICOS
Martins, G. A. ; Silva, L. A. F. ; Kamita, M. K. ; Braganti, M. ; Cordeiro, M. L. ; dos Santos, N. C. ; Odone Filho, V. ; Matas, C. G. ;

Introdução. A cisplatina é um quimioterápico amplamente utilizado no tratamento do câncer. Entretanto, um de seus efeitos colaterais é a ototoxicidade, levando à perda auditiva neurossensorial bilateral em frequências altas, de caráter irreversível e progressivo, acometendo principalmente crianças menores de 5 anos e expostas a doses cumulativas maiores que 400mg/m2. Além disso, o tratamento pode levar à neurotoxicidade, comprometendo neurônios sensitivos e motores do sistema nervoso. Diante disso, a avaliação do sistema auditivo em pacientes de diferentes faixas etárias submetidos ao tratamento com cisplatina permite caracterizar os achados audiológicos e pode contribuir para o monitoramento auditivo e intervenção precoce nessa população.

Objetivo. Avaliar os efeitos da cisplatina no sistema auditivo periférico e central em pacientes oncológicos pediátricos.

Métodos. Estudo observacional transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (CAAE 53924116.0.0000.0068). A população do estudo foi constituída por pacientes com idades entre os dois e 18 anos, submetidos à quimioterapia com cisplatina. Foram excluídos os pacientes que referiram perda auditiva prévia ao tratamento, foram submetidos à radioterapia em cabeça e pescoço, fizeram uso de outras drogas ototóxicas e/ou apresentaram comprometimento de orelha média no dia da avaliação. Os procedimentos incluíram anamnese, meatoscopia, imitanciometria, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE), emissões otoacústicas transientes (EOAT) e por produto de distorção (EOAPD), audiometria tonal liminar (ATL), vocal e de altas frequências (AAF). Os dados foram analisados de forma descritiva e inferencial.

Resultados. Dezessete pacientes foram incluídos no estudo. A maioria era do gênero masculino (52,94%) e diagnosticado com osteossarcoma (47,06%) ou hepatoblastoma (29,41%). Os participantes iniciaram o uso de cisplatina entre um e 16 anos e consumiram em média 362 mg/m² de cisplatina. Foram observadas médias dos limiares tonais elevados em frequências altas na ATL (a partir de 4 kHz) e na AAF. Os resultados das EOAT, EOAPD e PEATE mostraram alterações, com destaque para a ausência de EOAPD em frequências mais altas e aumento discreto na latência da onda III (em 47,1% dos pacientes) e do interpico I-V do PEATE (em 12,5% dos pacientes). Não houve correlação entre a média dos limiares da ATL ou da AAF com idade de início do tratamento, dose cumulativa, tempo de tratamento ou quantidade total de cisplatina utilizada.

Conclusão. Crianças tratadas com cisplatina podem desenvolver alterações auditivas, porém muitos pacientes com alteração dos limiares em frequências altas não apresentaram queixas auditivas, possivelmente relacionado ao fato de as frequências da fala estarem ainda preservadas, além da piora progressiva da perda auditiva e da menor demanda comunicativa durante o tratamento devido ao período de afastamento das atividades escolares. Portanto, a detecção precoce da ototoxicidade é essencial, reforçando a importância do monitoramento auditivo, eficaz através de testes como EOAPD e AAF. Pesquisas adicionais são necessárias para explorar a aplicabilidade de testes com diferentes estímulos em amostras mais amplas, considerando faixa etária e dosagem.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1069
ISSN 1983-1793X
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EFEITOS NEGATIVOS DO TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM CRIANÇAS COM DIFICULDADES NA AQUISIÇÃO DA LEITURA E ESCRITA
Honorato, T.S.R ; Almeida, K.A. ; Santos, J.F ; Oliveira, P.M.R ; Silva,T.R. ; Lopes, R.V. ; Silva, A.M ;

Introdução: O Processamento Auditivo Central (PAC) compreende uma série de processos que ocorrem nas estruturas do sistema nervoso central, incluindo as vias auditivas e o córtex. A organização das informações acústicas pelo sistema nervoso auditivo central está diretamente relacionada à capacidade biológica e à experiência auditiva do indivíduo, desencadeando uma série de processos sequenciais que permitem que um indivíduo realize uma análise metacognitiva dos eventos sonoros, como detecção, discriminação, localização, reconhecimento, compreensão, memória e atenção. A avaliação do PAC é fundamental na identificação do Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), caracterizado por alterações nas habilidades auditivas, sendo um déficit na capacidade de perceber informações auditivas, tanto verbais como não verbais, devido a problemas no sistema nervoso auditivo central. Esses problemas podem afetar as funções de escuta dicótica, processos temporais e interação binaural. O TPAC pode afetar negativamente o desempenho acadêmico, especialmente na fase de alfabetização, aquisição de leitura e escrita e capacidade de acompanhar e entender informações verbais. Objetivo: Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo explorar a relação entre TPAC e as dificuldades de leitura em crianças e identificar os possíveis processos envolvidos neste transtorno que contribuem para os efeitos negativos na leitura e escrita. Metodologia: Foi realizado um estudo de revisão integrativa, com base em artigos da área, nos últimos cinco anos, através de busca eletrônica, pela Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), na LILACS, PubMed, MEDLINE e SciELO. Foram utilizados cinco revisores, cruzando dois descritores, com o conector booleano [AND] e os artigos foram triados. Resultados: Os resultados mostraram que, mesmo com limiares dentro dos padrões de normalidade, é possível possuir o TPAC, no qual há uma estreita relação com a capacidade de leitura e escrita em idade escolar. Nessa fase é fundamental a aquisição e compreensão da consciência fonológica, preditora da alfabetização, pois envolve a discriminação sonora dos fonemas, sendo fundamental o funcionamento do PAC. Assim, a identificação do TPAC ajuda a compreender as dificuldades das crianças e seus efeitos negativos na leitura e escrita, dando um norte para os mesmos, e para os pais e professores envolvidos durante sua jornada escolar, de forma a amenizar os impactos desse transtorno. Descritores: Alfabetização, Percepção Auditiva e Deficiência de Aprendizagem.
Conclusão: O TPAC pode impactar adversamente nas habilidades de concentração e memória auditiva, especialmente em ambientes ruidosos, apresentando repercussões significativas na vida escolar e social dos estudantes afetados. A identificação precoce do TPAC é essencial para o desenvolvimento de estratégias de suporte em sala de aula para crianças que enfrentam esse transtorno. A integração dessas estratégias no ambiente educacional pode proporcionar um ambiente mais inclusivo e propício ao desenvolvimento pleno das habilidades cognitivas e sociais dessas crianças, contribuindo para uma educação mais equitativa e adaptada às suas necessidades específicas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1176
ISSN 1983-1793X
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EFEITOS OTOTÓXICOS DO USO DA CISPLATINA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS
Lopes, S. L. ; Oliveira, J. J. ; Venancio, S. H. J. ; Raposo, M. L. ;

INTRODUÇÃO: A audição é um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento dos seres humanos, tendo a capacidade de captação sonora entre 20 Hz a 20 KHz. São diversos os fatores que causam alterações no sistema auditivo, como o uso de medicamentos com potenciais ototóxicos que acometem primeiro as células ciliadas externas da cóclea com evolução às células ciliadas internas em caso de doses cumulativas. A ototoxicidade refere-se a um déficit na função auditiva em decorrência de substâncias que tem como consequência danos à cóclea e/ou ao vestíbulo. OBJETIVO: Investigar na literatura a relação de pacientes oncológicos pediátricos que foram submetidos a tratamento quimioterápico com cisplatina. MÉTODOS: Revisão integrativa, tendo sido selecionados artigos originais publicados nas bases de dados PubMed e BVS, em inglês, excluindo artigos duplicados, envolvendo estudos que descreveram a perda auditiva induzidas por exposição a medicamentos quimioterápicos a base de platina, como a cisplatina, aplicadas a pacientes pediátricos oncológicos, adotando-se para compor as estratégias de busca os DECS/MESH – “ototoxicidade/ototoxicity”, “cisplatina/cisplatin” e “criança/child” em diversas combinações estruturadas por meio dos operadores booleanos “AND”. RESULTADOS: Inicialmente foram encontrados 60 artigos, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão 22 estudos, publicados entre 2019 a 2024, integram esta revisão. As buscas identificaram que pacientes oncológicos pediátricos, quando necessário, são submetidos à intervenção medicamentosa à base de platina, destacando-se a utilização da cisplatina. Entretanto, esse fármaco é descrito nos estudos como tóxico para algumas funções do corpo humano. A ototoxicidade induzida pela cisplatina manifesta-se como perda auditiva sensorioneural bilateral simétrica. Atinge as altas frequências em até 60% das crianças. A dosagem e o tempo da exposição são fatores determinantes para a gravidade dos danos causados à função auditiva e vestibular, sendo temporário ou definitivo. Os sintomas mais recorrentes e que acometem cerca de 2% a 36% dos pacientes, são: otalgia, vertigem e zumbido. CONCLUSÃO: A cisplatina, dependendo da dosagem e do tempo de exposição, influencia diretamente o grau de toxicidade do fármaco. Torna-se necessário um acompanhamento mais rigoroso desses pacientes para monitoramento e controle dos efeitos adversos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1126
ISSN 1983-1793X
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EFETIVIDADE DO TREINAMENTO AUDITIVO ACUSTICAMENTE CONTROLADO EM CRIANÇAS COM DESEMPENHO ESCOLAR PREJUDICADO: ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS DE REAVALIAÇÃO À CURTO PRAZO
Tavoni, J. R. ; COLELLA-SANTOS, M.F. ;

Introdução: A eficácia do treinamento auditivo acusticamente controlado (TAAC) é reconhecida como grande aliada na intervenção fonoaudiológica associada ao diagnóstico de Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC). Há, porém, a necessidade de maiores informações acerca da efetividade deste tipo de intervenção a curto prazo em crianças com dificuldades escolares. Objetivos: analisar o efeito do TAAC em crianças com desempenho escolar abaixo do esperado em dois momentos:após o término do TAAC e após três meses .
Métodos: Estudo quantitativo primário de caráter epidemiológico experimental de corte transversal, com grupos caso controle. Foram incluídos 20 sujeitos, com faixa etária de 8 à 12 anos, reunidos em Grupo Intervenção e Grupo Controle. Todos os sujeitos apresentaram desempenho escolar abaixo da média esperada de acordo com o Teste de Desempenho Escolar II, habilidades cognitivas dentro da normalidade no Teste de Matrizes Progressivas Coloridas de Raven e diagnosticadas com TPAC após avaliação composta pelos testes: Teste Dicótico de Dígitos, Teste Consoante Vogal, Teste de Identificação de Sentenças Sintéticas, Teste Padrão de Frequência e Teste Gaps In Noise. O Grupo Intervenção (GI) realizou oito sessões de TAAC após o diagnóstico de TPAC, bem como uma avaliação após o TAAC e, novamente, 3 meses após a intervenção. Já o Grupo Controle (GC), não recebeu intervenção e foi reavaliado após 3 meses da primeira avaliação, visando a análise comparativa dos resultados obtidos na primeira e na segunda avaliação. Realizada a análise dos dados obtidos por meio de abordagem quantitativa, de cunho descritivo analítico. Resultados: Dos dez sujeitos incluídos no Grupo Controle, seis sujeitos mantiveram resultados alterados em pelo menos dois testes da bateria de reavaliação do PAC comparando-se os resultados da primeira avaliação e da reavaliação a curto prazo (após 3 meses). No Grupo Intervenção, todos os sujeitos atingiram os padrões de normalidade nos testes de PAC após a realização do treinamento auditivo e mantiveram tais padrões na reavaliação após 3 meses. Conclusão: O treinamento auditivo mostrou-se como eficaz para a estimulação das habilidades auditivas alteradas em crianças com dificuldade escolar, as quais mantiveram-se dentro do padrão de normalidade mesmo após 3 meses do fim da intervenção realizada.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1120
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1120


EFFECTS OF INFRA-SOUND ON HUMAN AUTONOMIC NERVOUS SYSTEM: RESEARCH PROTOCOL
Sharma, T. ; Perini, B. P. ; Samelli, A. G. ;

Introduction: The autonomic nervous system is very important for controlling our body's functions, and when we are exposed to infrasound it can greatly impact this system. They control functions in our body like heart rate, blood pressure, and digestion. There are two parts: the sympathetic nervous system that gets the body ready for action, and the parasympathetic nervous system that helps the body relax and rest. Infrasound is made every day in our normal life. It can be produced by cars, trucks, airplanes, trains, large machines, air heaters and coolers, and household items such as washing machines and home theaters. The low-frequency sounds produced by these various devices can harm our bodies in many ways, particularly the autonomic nervous system that may impact the functioning of many organs and systems. However, but there are still many gaps involving this topic. Therefore, it is important to investigate how infrasound can affect the autonomic functions, objectively recording this occurrence. Heart rate variability (HRV), respiratory rate (RR), and electrodermal activity (EDA) can be used to evaluate physiological responses to stressors in real time, providing a picture of sympathetic and parasympathetic activity. Objective: To create a research protocol to study the hidden effect of infrasound on the autonomic nervous system. This protocol outlines the basics of setting up an experiment with human participants, including equipment and a step-by-step guide to prepare, apply, and analyze data. Methods: A device (speaker amplifier and low pass filter) was projected and will be made to produce infrasound (>20Hz). To collect data on adults, infrasound will be presented by the device. Before and during the infrasound presentation, we will made the following measurements: EDA; HRV; and RR. Results: To study the EDA data, the parameters for identifying the highest points in the phasic phase must be checked manually. We need to record the time the stimulus is introduced, the time it reaches its highest point, the highest point in size, and the highest point in strength in a spreadsheet. To understand the HRV and RR data, we need to carefully look at the graphs and make sure we count all the heartbeats in each situation. We need to record how long the analysis took, how many heartbeats and breaths per minute we measured, and the average breathing and heartbeat rates. We also need to measure SDRR, RMSSD, high frequency (HF), low frequency (LF), and LF/HF. We should write all this down in a spreadsheet. Subsequently, the results of all measurements will be compared between situations with and without infrasound. Conclusion: This protocol was created to study the harmful effects of infrasound on a human's autonomic nervous system. It can provide valuable information about the effect of infrasound on health, which could help in the future to prevent possible diseases.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1346
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1346


EFICÁCIA DE UM PROGRAMA ONLINE DE GERENCIAMENTO DO ZUMBIDO
Silva, V.D. ; Santos, M.B. ; Valença, E.C.D. ; Cunha, V.L.C. ; Ferreira, R.J.S. ; Rosa, M.R.D. ;

INTRODUÇÃO: O zumbido é caracterizado como um sintoma auditivo que tem como definição um som percebido no ouvido na ausência de estímulos sonoros advindos do ambiente externo, podendo ser uma consequência de distúrbios não auditivos, como alterações metabólicas, cardiovasculares, neurológicas, psicológicas e odontológicas. Não obstante, tal sintoma pode ser manifestado de forma aguda ou gradual, podendo ser percebido de forma unilateral, bilateral ou dentro da cabeça. Com a chegada do SARS-CoV-2, grande causador da pandemia do COVID-19, o isolamento social foi um dos métodos adotados para controlar o contágio entre os indivíduos. No entanto, apesar de ser uma medida eficaz no controle da doença, este afetou a qualidade de vida da população, principalmente aquela com zumbido, aumentando os níveis de incômodo causados por ele devido à relação entre zumbido grave e estresse emocional. Devido ao grande perigo de contágio entre profissionais da saúde e pacientes, foi necessário a suspensão do atendimento presencial, sendo necessário o uso da tecnologia para realização do acompanhamento clínico dos pacientes. No modelo tradicional, as intervenções para o zumbido, em sua grande parte, são realizadas presencialmente, contudo, devido às consequências ocasionadas pela COVID-19, modelos viáveis de cuidado foram e permanecem sendo utilizados. A utilização de plataformas baseadas na internet tem grande potencial para isso, visto que podem ser utilizadas para triagem precoce, avaliação inicial, diagnóstico, terapia e monitoramento a longo prazo. Além disso, permite que pessoas com zumbido pratiquem o gerenciamento, assimilando estratégias para enfrentamento do sintoma. OBJETIVOS: Analisar a eficácia de um Programa Online de Gerenciamento do Zumbido, caracterizar o perfil dos usuários, verificar o impacto do Programa e averiguar a satisfação do usuário frente a ele. METODOLOGIA: A coleta de dados foi realizada pré e pós aplicação do Programa Online de Gerenciamento do Zumbido, através de um questionário virtual que aborda questões de zumbido, do Tinnitus Handicap Inventory (THI) e da Escala Visual Analógica (EVA). Não obstante, também foi aplicado um teste de usabilidade com um questionário baseado no Sistem Usability Scale (SUS). RESULTADOS: Participaram do estudo piloto nove voluntários, sendo 33,3% do sexo masculino e 66,7% do sexo feminino. O tempo de convivência com o zumbido era de um a três anos e mais de dez anos foram prevalentes e o zumbido do tipo apito e chiado e localização bilateral também se apresentam com maior prevalência. No que se refere ao EVA, este apresentou redução [F (2,16) =6.25; p = 0.010; p2=0.439] em seu resultado pós avaliação. Em contrapartida, o THI não variou durante e após o tratamento [F(2,16 = 2.10; p = 0.155; p2= 0.208]. CONCLUSÕES: O Programa Online de Gerenciamento do Zumbido trouxe alívio do incômodo causado pelo sintoma durante a pandemia, sua aplicação permitiu ao indivíduo o autogerenciamento através de estratégias de autoajuda e enfrentamento. Também se mostrou eficaz em sua usabilidade, evidenciando satisfação dos usuários. Contudo, ainda são necessários estudos com amostras maiores para comprovar sua real eficácia.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1150
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1150


EFICÁCIA DO TREINAMENTO AUDITIVO INFORMAL NA REABILITAÇÃO DOS TRANSTORNOS DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: REVISÃO DE LITERATURA.
TOMIASI, A. A. ; HECK, L. I. ; DOS SANTOS, Maria Vitória Mioranza ; GROFF, B. C. R. ; PAULA, G. R. ; CABRAL, C. ;

Introdução: o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) acontece quando algo afeta, de forma adversa, o processamento da informação auditiva. E como proposta de intervenção, temos o Treinamento Auditivo (TA) informal, que estimulam as vias auditivas, com a finalidade de melhorar as habilidades auditivas. Objetivo: investigar por meio da literatura a eficácia do treinamento auditivo informal na reabilitação do Transtorno do Processamento Auditivo Central. Metodologia: Foram analisadas publicações indexadas na plataforma Google Acadêmico, no período de 2003 a 2023, no idioma português, com disponibilidade integral e gratuita do texto. Essa busca foi realizada por meio da seguinte palavras-chave em combinação: Treinamento auditivo informal AND Processamento Auditivo Central; Transtorno do Processamento Auditivo Central AND Terapia fonoaudiológica. Resultados: Percebe-se eficácia do TA informal para melhora das habilidades auditivas e, consequentemente, as manifestações comportamentais que o TPAC ocasiona. Foi possível observar melhora das vias auditivas centrais por meio dos testes auditivos, comportamentais e eletrofisiológicos, devido a neuroplasticidade que o TA informal proporciona. Nota-se diferentes estratégias no TA informal, porém prevaleceu o emprego de recursos computadorizados. Conclusão: O TA informal mostrou-se eficaz para a reabilitação dos TPAC. Foi notável a escassez de estudos que investigam a eficácia do TA informal na reabilitação do TPAC, sendo importante novas pesquisas que abordem essa temática.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1070
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1070


EFICÁCIA DOS MÉTODOS DE TREINAMENTO AUDITIVO EM PORTADORES DE TRANSTORNOS DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: REVISÃO DE LITERATURA
Pereira, L.D. ; Guedes, A.V.M.A ; Santana, D.F ; Albuquerque, J. ; Abreu, M.T.T.H ; Rocha, N.B.L ; Araújo, A.G.R ;

Resumo: O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é definido como um déficit em um ou mais processos auditivos centrais, sendo caracterizado por uma ou mais alterações nas habilidades auditivas. Quando o indivíduo é diagnosticado com TPAC, recomenda-se a reabilitação fonoaudiológica com ênfase no treinamento auditivo. Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar a eficácia do Treinamento Auditivo Formal e do Treinamento Auditivo Informal em portadores de Transtorno do Processamento Auditivo Central. Método: Tratou-se de uma revisão de literatura visando responder à pergunta alvo: “Qual a eficiência do treinamento auditivo formal e do treinamento auditivo informal na reabilitação dos transtornos do processamento auditivo central?” A pesquisa bibliográfica utilizou como base de dados os sites da BVSalud e Google Academy, combinando os descritores “audição”, “plasticidade neuronal”, “processamento auditivo central”, “habilidades auditivas” e “treinamento auditivo”. Resultados e Conclusão: De acordo com o observado, tanto o TAF quanto o TAI se mostraram eficazes na reabilitação de portadores de TPAC e contribuíram positivamente na reabilitação cognitiva-auditiva de pacientes com outros distúrbios, como: alterações fonéticas/fonológicas, distúrbios de leitura e dificuldades de aprendizagem, comprometimento cognitivo leve e em pacientes que sofreram lesão cerebral leve e traumatismos crânio-encefálicos.
Descritores: audição, plasticidade neuronal, habilidades auditivas, processamento auditivo central, treinamento auditivo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1293
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1293


EFICIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE MINDFULNESS ON-LINE EM PACIENTES COM QUEIXA DE ZUMBIDO
Cunha, V.L.C. ; Garcia, A.L.C. ; Silva, V.D. ; Santos, M.B. ; Valença, E.C.D. ; Rosa, M.R.D. ;

Introdução: O zumbido é definido como uma percepção auditiva sem qualquer estímulo externo. Sendo esse sintoma experimentado por 10-15% da população, podendo variar em relação ao som percebido. No Brasil, acredita-se que mais de 28 milhões de indivíduos queixem-se e zumbido e, na cidade de São Paulo, um estudo epidemiológico aponta que 22% desta população apresenta o sintoma, fato que o torna um problema de saúde pública. Paralelo a sua etiologia multifatorial, o tratamento também dispõe de variados recursos e terapias para manejo do zumbido. Resultados estatisticamente significativos da literatura sugerem também que a meditação de atenção plena é melhor do que a terapia de relaxamento para reduzir a gravidade do zumbido, com melhorias também na intensidade e consciência do zumbido. A mindfulness vem sendo utilizada na prática clínica, adentrando como método terapêutico para o zumbido, e têm demonstrado melhora do sintoma nos pacientes com a queixa. Objetivo: O estudo teve como objetivo investigar a eficiência da mindfulness online na terapêutica do zumbido. Metodologia: O estudo é um ensaio clínico controlado randomizado do tipo paralelo, realizado com uma amostra de 18 voluntários divididos em G1 com 10 indivíduos e 8 sessões síncronas e G2 com 8 indivíduos e 8 sessões assíncronas. O grupo síncrono teve um encontro virtual ao vivo por semana, com média de duração de 1 (uma hora) cada. O grupo assíncrono recebeu materiais online das sessões contendo um vídeo de sessão terapêutica por semana e cartilhas informativas sobre as práticas abordadas nas sessões. Foi utilizado um instrumento de avaliação do zumbido (THI) para a coleta de dados antes da primeira sessão e após a última sessão. Além disso, foi aplicada uma escala visual-analógica para o zumbido. Foi realizada análise por meio de técnicas de estatística descritiva. A normalidade da amostra foi testada por meio do teste de Shapio-wilk. Utilizou-se o teste t pareado para os grupos dependentes e utilizou-se o teste t para amostras independentes valores de p>0.05%. Resultados: A mindfulness online se mostra eficiente independentemente do tipo de abordagem (síncrona e assíncrona). Os voluntários de ambos os grupos deixaram de pontuar o Grau 3 com pontuação de 38 – 56 (moderado) e passaram a pontuar no Grau 2 de zumbido com pontuação de 18 -36 (Leve). Foi possível observar de forma geral a eficiência do programa de mindfulness online com os dados de THI e EVA pré e pós, onde os valores de p (<0,5) revela diferença estatística significativa, com a melhora do zumbido após a mindfulness. Isso significa que houve um melhor gerenciamento do zumbido e que durante atividades de vida diária eles podem ser até esquecidos. Conclusão: As modalidades utilizadas nos grupos de voluntários, síncrona e assíncrona, não interferiu na eficiência da terapia, a mindfulness online se mostra eficiente independentemente do tipo de abordagem. Houve melhora do incômodo e gravidade do zumbido após mindfulness online síncrona ou assíncrona.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1143
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1143


EMISSÕES OTOACÚSTICAS EVOCADAS EM INDIVÍDUOS OBESOS
Dos Santos, M. V. M. ; Tomiasi, A. A. ; Rosário, A. E. F. P. ; Sperger, T. ; Heck, L. I. ; Groff, B. C. R. ;

Introdução: a obesidade representa o problema nutricional de maior ascensão entre a população, sendo considerada uma doença que traz sérias repercussões à saúde, ocasionando problemas metabólicos, respiratórios, locomotores e até certos tipos de câncer, bem como alterações auditivas de origem coclear. Objetivo: investigar disfunções cocleares em indivíduos obesos por meio das emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente e produto de distorção. Metodologia: caracterizou-se como pesquisa de campo, de forma exploratória, com abordagem quantitativa e descritiva. A casuística foi composta por 20 voluntários, sendo divididos em dois grupos. o grupo experimental foi composto por 10 indivíduos obesos e o grupo controle formado por 10 voluntários sem problemas de audição, exposição a fatores otoagressores, sem obesidade e/ou comorbidades associada. Todos os participantes responderam a um questionário referente à história pregressa e atual dos aspectos auditivos e foram submetidos aos seguintes procedimentos: anamnese audiológica; inspeção visual do meato acústico externo; audiometria tonal limiar – convencional; logoaudiometria; medidas de imitância acústica; emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente e emissões otoacústicas evocadas – produto de distorção. Resultados: percebe-se limiares auditivos mais elevados nos indivíduos do experimental comparados aos do grupo controle. Foram observados ausências de emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente e produto de distorção, bem como diminuição do nível de respostas das emissões otoacústicas evocadas – produto de distorção nos indivíduos do grupo experimental ao comparar com o grupo controle, indicando disfunção na função coclear. Conclusão: os resultados sugerem que a obesidade pode afetar o sistema auditivo. Desta forma, torna-se relevante a elaboração de estratégias de promoção, prevenção e acompanhamento audiológico nesta população, visando a saúde auditiva, bem como a qualidade de vida.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1076
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1076


EMISSÕES OTOACÚSTICAS EVOCADAS ESTÍMULO FREQUÊNCIA: COMPARAÇÃO ENTRE CALIBRAÇÃO EM DBNPS E DBFPL
Tacla, N.P. ; Silva, V.F. ; Ferreira,M.L.R. ; Sanches, S.G.G. ; Carvallo, R.M.M. ;

Introdução: É crescente o interesse em descrever as emissões otoacústicas por estímulos que gerem respostas mais robustas, tais como os estímulos calibrados em decibel Forward Pressure Level (dBFPL), os quais estão disponíveis em sondas eletroacústicas que adotam avanços recentes, incluindo uma calibração dos estímulos no próprio canal auditivo (in situ) antes que as respostas de Emissões Otoacústicas Estímulo Frequência (EOAEF) sejam medidas. Esses estímulos usados para calibração podem ser medidos com uma sonda localizada 15 a 20 mm de distância da membrana timpânica (MT). Durante a calibração do nível de pressão sonora (NPS) in situ, parte da energia sonora é transmitida pela membrana timpânica e parte é refletida de volta ao canal auditivo. A sobreposição da pressão direta e a refletida pode resultar no cancelamento da pressão devido à ocorrência de ondas estacionárias quando as frequências do estímulo estão acima de 2kHz, pois a mudança de fase de ida e volta no canal auditivo pode ser de quase 180 graus, podendo haver uma soma destrutiva ou construtiva de pressão no plano do microfone da sonda. A nova calibração em dBFPL separa os componentes direto (incidente) e retrógrado (refletido) da pressão no canal auditivo. Dessa forma, contorna os pontos nulos problemáticos da onda estacionária, causados pela sobreposição da pressão incidente do som emitido pela sonda, a qual se desloca em direção a MT, com a onda de pressão refletida, que é principalmente o som refletido pela membrana timpânica, ossículos e cóclea. A hipótese que norteia este estudo é a de que respostas de EOAEF geradas por estímulos calibrados em dBFPL gerem respostas mais precisas e mais robustas em adultos jovens sem queixas auditivas, quando comparadas às respostas medidas em decibel nível de pressão sonora (dBNPS). Objetivo: Analisar e comparar as respostas coletadas nos mesmos participantes com os dois tipos de calibração: dBFPL X dBNPS Metodologia: Projeto aprovado pelo Comitê de Ética Institucional Parecer: 4.012.587. CAAE: 30686020.6.0000.068. Foram incluídos 29 participantes, entre 19 anos e 31 anos, com limiares auditivos não superiores a 15 dBNA nas frequências de 250 a 6000 Hz, e não superiores a 20 dBNA na frequência de 8000Hz, imitanciometria de banda larga dentro da normalidade, emissões otoacústicas presentes para estímulo linear com intensidade de 60 dBNPS + 2 dB. As EOAEF foram pesquisadas em duas coletas consecutivas, com a sonda Etymotic ER10C (OtoSTAT Mimosa Acoustics) para avaliar as respostas com as duas calibrações. Quinze frequências de tons puros, apresentadas com e sem estímulo supressor, foram testadas. Resultados. As respostas de EOAEF na relação SNR foram mais robustas quando coletadas em dBFPL nas 15 frequências de tons puros analisadas, sendo encontrada diferença estatística (t Student) nos tons de sonda de 996, 1008, 1020, e 1996Hz. Em ambas as calibrações, 55% dos participantes revelaram respostas SNR para EOAEF acima de 9dB em todas as 15 frequências analisadas. Conclusão. Adultos jovens sem queixas auditivas revelaram maior número de frequências de EOAEF presentes além de respostas mais robustas com calibração da sonda em dBFPL.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1263
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1263


ESCALA DE PERCEPÇÃO AUDITIVA (EPA) PARA ADULTOS: CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO
Lourenço, I.P.A ; Moreira, H. G. ; Sanguebuche, T.R ; Garcia, M.V ; Peixe, B.P ; Pagliarin, K.C ;

Introdução: A população adulta cada vez mais vem apresentando o transtorno do processamento auditivo central adquirido, e para avaliar esse público existem testes auditivos comportamentais, eletrofisiológicos, cognitivos e os questionários de auto avaliação com uma crescente nos últimos anos, visto que, além de auxiliar e padronizar a coleta da queixa auditiva, também permite mensurar o pré e pós reabilitação auditiva. Dentre os instrumentos de auto avaliação existentes na literatura, há a Escala de Funcionamento Auditivo (Scale of Auditory Behaviors - SAB), o Auditory processing domains questionnaire (APDQ) e a Escala de Autopercepção das Habilidades do Processamento Auditivo Central (EAPAC). Mas apesar da sua existência, eles ainda não são suficientes, devendo ser destinado ao público adulto e a correlação com todas as habilidades auditivas. Portanto, surge a necessidade de criar um novo instrumento para avaliar a autopercepção do processamento auditivo central de adultos. Objetivo: construir e validar o conteúdo do novo instrumento de coleta de informações autorrelatadas, intitulado Escala de Percepção Auditiva (EPA), para adultos. Metodologia: Trata-se de um estudo de caráter quantitativo e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), sob o número 80732817.0.0000.5346. A EPA teve como base a SAB. Foi realizado em duas etapas: validação de conteúdo (juízes especialistas, juízes não especialistas e ajustes finais com criação do manual de aplicação) e estudo piloto. A amostra piloto, foi composta por dez adultos, com os critérios de inclusão: idades entre 18 e 44 anos, com habilidades neuropsicológicas preservadas, mínimo nove anos de escolaridade, limiares auditivos normais e curva timpanométrica do tipo A. Todos os sujeitos foram submetidos a uma anamnese semi-estruturada, avaliação audiológica básica, teste neuropsicológico (NEUPSILIN) e testes para avaliação das habilidades do processamento auditivo central: Dicótico de Dígitos, Padrão de Frequência, Gap in Noise, Fala com Ruído e Masking Level Difference. Resultado: Os juízes especialistas orientaram quanto à adequação da linguagem e conteúdo dos itens, os juízes não especialistas sugeriram melhorias ao modo de resposta da escala, sendo essas consideradas para criação. Foi possível finalizar a construção da EPA e os dez integrantes da amostra piloto responderam com facilidade os novos itens. O protocolo EPA conta com 10 itens no total e, demonstrou ter fácil aplicabilidade, bem como, apresenta uma linguagem acessível ao público alvo, como apontada pelos juízes não especialistas e pelos participantes da amostra piloto. Assim, ao avaliar o processamento auditivo central, é imprescindível utilizar uma ferramenta de fácil aplicação, que não altere significativamente o tempo da avaliação, coletando informações autorreferidas pelos pacientes e auxiliando no diagnóstico do transtorno do processamento auditivo central. Conclusão: A Escala de Percepção Auditiva (EPA) foi finalizada e seu conteúdo validado, sendo possível aplicá-la em adultos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1380
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1380


ESPECTRO DA NEUROPATIA AUDITIVA: ANÁLISE DA EVASÃO
Silva, M. G. P. ; Yamaguti, E. H. ; Araújo, E. S. ;

Introdução: O Espectro da Neuropatia Auditiva (ENA) caracteriza-se por uma variabilidade de achados audiológicos decorrentes de sua fisiopatologia no sistema auditivo, podendo ser decorrente de dano na funcionalidade das células ciliadas internas e/ou na sinapse e neurotransmissores responsáveis pela despolarização do nervo vestibulococlear ou no próprio nervo. Devido às flutuações no limiares auditivos, característicos do caso, esse diagnóstico costuma ser tardio. Objetivo: Caracterizar os pacientes com ENA que não aderiram ao tratamento em um centro de referência em saúde auditiva. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo descritivo, na perspectiva longitudinal, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, com o parecer n° 4.870.978 e mediante consentimento livre e esclarecido pelos pais/responsáveis. O estudo foi realizado em um centro auditivo de referência. Participaram do estudo 140 indivíduos, de ambos os sexos, sendo 43 do sexo feminino (31,0%) e 97 do sexo masculino (69,0%), cujos prontuários foram selecionados de forma aleatorizada. A média de idade da amostra foi 14,9 anos, sendo observado 3,2 anos para idade mínima e 29 anos para idade máxima. Os critérios de inclusão consistiam em possuir o diagnóstico interdisciplinar do ENA, ser atendido no centro auditivo em que foi realizada a coleta, além de ter iniciado o atendimento no hospital até a idade de 12 anos incompletos. Foi realizada análise descritiva, com medidas de tendência central e distribuição. Resultados: Ao analisar o índice de evasão dos casos, do total de participantes analisados, 59 (42,1%) evadiram do serviço durante o tratamento. Dentre estes sujeitos, observou-se predominância do sexo masculino (n= 42; 71,2%) e residentes na região sudeste (n= 40; 67,8%), região em que se localiza o centro de saúde auditivo analisado, seguido da região sul (11,8%), nordeste (10,2%) e centro-oeste (10,2%). No que diz respeito ao tratamento, os maiores percentuais de evasão foram de participantes que utilizavam apenas Aparelho de Amplificação Sonora Individual (n= 38; 27,1%) e que não faziam uso de nenhum dispositivo (n= 9; 6,4%). É importante destacar que do total de 12 participantes cujo tratamento era o acompanhamento sem dispositivos eletrônicos, 9 evadiram (66,6%). Usuários de Implante Coclear (IC) e bimodal tiveram as menores taxa de evasão. Conclusão: Observou-se uma elevada taxa de evasão no acompanhamento longitudinal de casos de ENA. O grupo que evadiu teve predomínio do sexo masculino, residentes na região sudeste e que fazia uso de AASI como tratamento. Tendo em vista os dados faz-se necessário uso de facilitadores para adesão ao programa, bem como a redução de barreiras para o tratamento efetivo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1333
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1333


ESTIGMA PÚBLICO DA PERDA AUDITIVA E USO DE PRÓTESES AUDITIVAS
S. V. ; E. M. ;



Introdução: O estigma associado à perda auditiva é uma questão relevante, influenciando diretamente a decisão das pessoas em buscar cuidado auditivo e reabilitação. Diferentemente de estudos que exploram o auto-estigma e o estigma social, há uma carência de pesquisa específica sobre o estigma público relacionado ao uso de próteses auditivas. Objetivo: Examinar a produção científica acerca do estigma público relacionado à perda auditiva e ao uso de próteses auditivas e responder à seguinte pergunta investigativa: O estigma social da perda auditiva impacta na busca por cuidado auditivo e reabilitação? Método: Foi utilizado o método de revisão narrativa, por meio de pesquisa quanti-qualitativa, a partir de pesquisa bibliográfica em base de dados eletrônicas (Pubmed, SciELO e Lilacs), utilizando os descritores “Audiologia / Audiology", "Deficiência auditiva / Hearing Impairment", "Estigma Público /Public Stigma",”Auto-estigma / self-stigma”, "Deficiência auditiva / Hearing Impairment","Auxiliares de Audição / Hearing Aids" . Foram incluídos artigos científicos originais publicados no período de 2000 a 2023, em língua portuguesa e ou inglesa. Foram excluídas dissertações, teses, descrição de casos e capítulos de livros. Resultados: Por meio dos mecanismos de busca, foram obtidos 12 artigos, dos quais quatro foram elegíveis para esta revisão após a leitura dos títulos e resumos. Os oito artigos excluídos não abordaram diretamente o estigma público. Entre os textos lidos integralmente, observa-se que cada estudo aborda a questão do estigma associado à perda auditiva com notáveis diferenças, tanto em termos da quantidade de amostra quanto no tipo de estudo adotado. Privado J et al (2019) se destaca por empregar uma pesquisa quantitativa com uma amostra de 216 participantes. Essa abordagem proporcionou uma visão abrangente da consciência do estigma em pessoas com deficiência auditiva, abrangendo diversas faixas etárias e níveis educacionais. Por outro lado, da Silva JC et al (2023) diferenciou-se ao realizar uma revisão sistemática com análise de 34 estudos selecionados de uma amostra inicial de 953 artigos, adotando uma abordagem mais ampla e sintetizando descobertas existentes sobre o auto-estigma relacionado à perda auditiva em adultos e idosos. Em contrapartida, David D et al (2018) trata-se de um estudo qualitativo com uma amostra mais restrita de 11 participantes idosos, sendo esta uma das limitações do estudo. Já Ruusuvuori JE et al (2021) diferenciou-se ao realizar uma revisão de escopo com 18 estudos, destacando a importância do estigma no contexto do ambiente de trabalho em adultos em idade ativa.
Conclusão: Entre os textos analisados houve uma variedade de perspectivas e enfoques metodológicos na investigação do estigma associado à perda auditiva, com limitada abordagem quanto ao estigma público da perda auditiva especificamente. Os conceitos de autoestima e estigma público não são bem delimitados, o que dificulta responder o quanto o estigma público impacta no cuidado auditivo. Este trabalho de revisão bibliográfica destaca que o estigma público ainda é uma área sub-explorada, em comparação com o auto-estigma. Destacando a necessidade de abordar o estigma público de maneira abrangente e identificar suas causas e consequências.


DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1162
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1162


ESTIMULAÇÃO BIMODAL PARA O ZUMBIDO UTILIZANDO A ETCC ASSOCIADA A ESTIMULAÇÃO ACÚSTICA: REVISÃO DA LITERATURA
Silva, V.D. ; Cunha, V.L.C. ; Santos, M.B. ; Valença, E.C.D. ; Rosa, M.R.D. ;

Introdução: O zumbido resulta de uma neuroplasticidade desadaptativa, que promove alterações nas vias auditivas e provoca a sensação de um som que não foi emitido externamente. Diversas técnicas de tratamento já foram estudadas, mas ainda não há um padrão-ouro, o que se busca atualmente é o uso de recursos inovadores que sejam potenciais para a diminuição do incômodo causado. Neste âmbito, pesquisas demonstraram resultados positivos da combinação de duas estratégias que ao somatizar os seus benefícios ampliam as chances de resultados melhores. Uma proposta atual é o uso da Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua- ETCC, um tipo de neuromodulação não invasiva que tem capacidade de modificar as respostas corticais a depender do protocolo utilizado. Por outro lado, a mais antiga e prescrita é a Estimulação Acústica-EA, que utiliza um som mascarador para modificar a percepção do zumbido, ambas com respostas moderadas na diminuição do volume e desconforto provocado pelo zumbido, por isso, tem sido estudadas de forma combinada, em busca de tratamentos mais efetivos. Objetivo: Revisar a literatura sobre os efeitos da estimulação bimodal utilizando a ETCC e a EA no tratamento de pacientes com zumbido. Metodologia: Foram realizadas pesquisas nas bases de dados PubMed e BVS, além do Google acadêmico, utilizando os termos “tinnitus AND TDCS AND acoustic stimulation ”. Em seguida, foi realizada a escolha dos artigos com base nos seguintes critérios: Ser tratamento bimodal, poder ser replicado, ser com ETCC e EA. Resultados: Foram encontrados 10 artigos na pubmed, apenas 6 relevantes e nos critérios estabelecidos. Na BVS, 35 artigos, sendo 5 relevantes e no google acadêmico foram encontrados 10 artigos relevantes, 7 dentro dos critérios. Foram excluídos os duplicados, resultando em 6 artigos. Com base na literatura encontrada a estimulação bimodal utilizando ETCC e EA foram combinadas com o uso de treinamento musical entalhado, aparelhos auditivos, mascaramento da frequência e intensidade do zumbido em busca da inibição residual, com protocolos diversos, convergindo os melhores resultados com a ETCC na área temporoparietal ou córtex pré-frontal dorsolateral, com corrente de 2 miliamperes (mA), 20 minutos de estimulação, e sobre a EA referem que qualquer som que produza inibição residual é positivo no tratamento. Alguns estudos conseguiram encontrar a redução do volume do desconforto provocado pelo zumbido, apesar de não ter significância estatísticas, outros sem resultados expressivos e com aspectos diversos. Além disso, os achados apontam a necessidade da realização de novos estudos experimentais com rigor científico para a definição e categorização do grupo que apresenta benefícios com o uso da técnica. Conclusão: A terapia de características bimodais utilizando ETCC e EA têm um grande potencial para o tratamento do zumbido, e apesar de protocolos e resultados diversos, a literatura aponta a redução do volume e desconforto causado pelo zumbido. Salienta-se que há a necessidade de realização de outros estudos com metodologia robusta a fim de estabelecer a associação entre a melhora clínica e o subgrupo de pacientes, e estabelecer critérios de indicação desse tipo de tratamento.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1138
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1138


ESTIMULAÇÃO VESTIBULAR GALVÂNICA NA REABILITAÇÃO DA INSTABILIDADE POSTURAL NA DOENÇA DE PARKINSON E NA MIELOPATIA ASSOCIADA AO HTLV-1 (HAM)
Silva, T. R. ; Labanca, L. ; Tavares, M. C. ; Gonçalves, D. U. ;

Introdução: A Estimulação Vestibular Galvânica (EVG) promove aumento das respostas da medula espinhal relacionadas à postura, resultando em ganho de equilíbrio. Diversas doenças do sistema nervoso central (SNC) provocam alterações no equilíbrio corporal e as modalidades de reabilitação disponíveis apresentam resultados limitados no que diz respeito ao ganho de equilíbrio. Exemplos associados ao desequilíbrio são a doença de Parkinson (DP) e a mielopatia associada ao HTLV-1 (HAM). Alteração das conexões neurológicas associadas ao sistema vestibular contribui para a instabilidade postural da DP. Isso porque, além de importante papel na manutenção do equilíbrio corporal, o sistema vestibular central possui estreita relação com os gânglios da base através da via vestíbulo-tálamo-estriatal, que são afetados na DP. A HAM é uma doença neurológica caracterizada por inflamação da medula espinhal com lesão de todo o neuroeixo com predomínio da região toracolombar. As alterações medulares ocorrem principalmente na via corticoespinhal e, devido à proximidade anatômica, as vias vestibuloespinhais são afetadas, levando à instabilidade postural. Objetivo: Apresentar a EVG como estratégia de reabilitação do equilíbrio com uma comparação pré e pós EVG de pacientes com instabilidade postural relacionada à DP e HAM. Metodologia: O estudo promoveu uma comparação cega pré e pós intervenção, seguida de uma análise longitudinal para avaliar o efeito a longo prazo da estimulação. A EVG foi aplicada em 12 sessões semanais consecutivas. A cada sessão, a intensidade da corrente e o tempo de estimulação foram aumentados progressivamente até atingir a corrente máxima de 3,5 miliamperes e o tempo máximo de 30 minutos. A avaliação do equilíbrio foi feita antes da intervenção, e posteriormente na 6ª e 12ª semanas. Após a intervenção os pacientes foram acompanhados por 9 meses e foram submetidos à avaliação do equilíbrio em três momentos, após o 3º, 6º e 9º mês sem estimulação. Os testes para avaliação do equilíbrio foram: Timed up and go test (TUG), Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e posturografia estática. Resultados: A melhora do equilíbrio corporal foi demonstrada pela redução do tempo de execução do TUG e pelo aumento dos escores da EEB. Os resultados da posturografia mostraram que a EVG promoveu ganho na funcionalidade, com aumento da área da elipse de confiança para o limite de estabilidade e indicadores de melhora do equilíbrio nos demais testes. Com a interrupção da EVG, a posturografia mostrou redução do limite de estabilidade, indicando que o ganho no equilíbrio foi perdido. Conclusão: A EVG proporcionou melhora progressiva do equilíbrio na comparação dos resultados antes, durante e após a intervenção, porém o ganho não foi mantido após a interrupção da EVG. Possivelmente, estimulações regulares no longo prazo poderiam manter o ganho no equilíbrio corporal. Estudos prospectivos estão em andamento para esclarecer essa questão.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1090
ISSN 1983-1793X
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ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO COM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: EFICÁCIA DE UMA AÇÃO EDUCATIVA PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Machado, R. M. ; Silva, B. L. S. ; Patatt, F. S. A. ;

Introdução: A comunicação é o processo pelo qual ocorre o compartilhamento e a compreensão de uma mensagem. Indivíduos com perda auditiva apresentam uma diminuição na capacidade de detecção dos sons, levando a inúmeras adversidades para constituir uma comunicação eficaz, necessitando de estratégias comunicativas para auxiliar nesse processo. A transmissão de conhecimento aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre essa temática tem como objetivo o desenvolvimento de uma comunicação eficiente e assertiva com a comunidade, na sua prática profissional, e a disseminação das estratégias entre a população. Objetivo: Verificar a eficácia de uma ação educativa na modalidade remota sobre estratégias comunicativas para os Agentes Comunitários de Saúde de um município do sul do país. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, observacional, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos sob nº 4.847.070. Fizeram parte 30 ACS de uma das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) do Rio Grande do Sul, que participaram de uma ação educativa no formato remoto, por meio da plataforma Google Meet, com duração de duas horas, sobre a temática “Estratégias Comunicativas”. Durante o encontro a temática foi abordada através de exposição de materiais didáticos, bem como vídeos demonstrativos e Quizzes para interação entre os participantes. Para a coleta de dados referente à eficácia do tema abordado, foi aplicado, ao final do encontro, um questionário elaborado no Google Forms composto por três questões de múltipla escolha. O mesmo continha três questionamentos sobre as melhores estratégias comunicativas a serem usadas em diferentes situações, e duas questões com intuito de avaliar, por meio de uma escala visual analógica (de 1 a 5), o quanto a ação educativa auxiliará os profissionais em suas práticas e se eles ficaram satisfeitos com o desenvolvimento geral do encontro. Resultados: Quando questionados sobre o ambiente e o posicionamento ideal durante a comunicação com uma pessoa com deficiência auditiva, 90% (n=27) dos ACS responderam corretamente e 10% (n=3) marcaram outra alternativa. Ao serem questionados sobre como falar com uma pessoa com perda auditiva, 60% (n=18) responderam de forma correta e 40% (n=12) equivocaram-se. Já quando indagados sobre como usariam as expressões faciais e os gestos em uma conversa com uma pessoa com perda auditiva, 56,7% (n=17) dos profissionais responderam corretamente e 43,3% (n=13) erraram. Ao avaliarem a contribuição da ação educativa na prática profissional junto a comunidade, a grande maioria dos ACS (93,3%, n=28) julgou que as informações passadas durante o encontro serão úteis e contribuirão nas suas atividades laborais, atribuindo nota 5, enquanto o restante (3,3%; n=1) atribuiu nota 4. A respeito da avaliação geral da ação educativa sobre “Estratégias Comunicativas”, 96,7% (n=29) dos ACS deram nota 5 e 3,3% (n=1) atribuíram nota 4. Conclusão: A maioria dos Agentes Comunitários de Saúde que participaram da ação demonstraram ter compreendido as informações e a importância sobre a temática abordada, avaliando de forma positiva a contribuição em suas práticas profissionais. Entretanto, os achados relacionados à escolha das estratégias a serem usadas em determinadas situações, podem ter sofrido influência da qualidade da participação no formato remoto.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1113
ISSN 1983-1793X
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ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS NÃO MEDICAMENTOSAS PARA A CINETOSE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Buttenbender, C. ; Soldera, C.L.C. ;

Introdução: A cinetose é desencadeada quando o indivíduo se submete a movimentos passivos, podendo haver o aparecimento de sintomas como mal-estar, náuseas, sonolência, êmese, fraqueza e tontura. Dentre os tratamentos há os medicamentosos e os não medicamentosos, sendo o segundo o alvo de estudo da presente revisão sistemática. Objetivo: Devido ao pouco conhecimento e menor aplicabilidade de tratamentos não medicamentosos para a cinetose, o objetivo da
presente pesquisa de revisão sistemática foi verificar as evidências científicas a respeito de diferentes estratégias terapêuticas não medicamentosas utilizadas para o tratamento da cinetose. Métodos: Foram consultadas as bases de dados eletrônicas Pubmed e Embase, finalizando a pesquisa no dia 11 de março de 2023. Foram selecionados estudos originais, publicados a partir de 2008, sendo ensaios clínicos realizados em humanos, nas línguas portuguesa, inglesa, alemã ou espanhola e com nível de evidência científica A. Resultados: Foram selecionados 21 artigos após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão da presente revisão sistemática. As principais estratégias terapêuticas verificadas foram: um visor transparente, estimulação vestibular galvânica, respiração diafragmática, estímulos sensoriais, realidade virtual e goma de mascar. Levando em consideração todos os artigos incluídos, o menor número de participantes foi de 15 pessoas e o maior número (em uma fase) foi de 93 pessoas; já em relação ao gênero, obtivemos amostras variadas, sendo mais homens do que mulheres; também, com relação às idades dos participantes, obtivemos média de idade mínima de 18,6 anos e máxima de 39,49 anos. Na análise de viés, feita por pares, foram avaliados 28 itens, os quais são divididos em validade externa, validade interna e poder. Os resultados encontrados foram um escore mínimo de 16/28 e um escore máximo de 25/28, sendo que 8 dos 21 artigos ficaram com um escore de 17/28. Dentre os itens analisados, os que mais apresentaram problemas foram os relacionados ao viés de
seleção, em perguntas como: os sujeitos chamados para participar do estudo foram representativos de toda a população de onde foram recrutados(8)? Com base nisso, conclui-se a necessidade de realizar novas pesquisas com maior cuidado no viés de seleção, buscando uma maior representatividade da população alvo. Conclusão: Constatou-se a diversidade das estratégias terapêuticas empregadas no tratamento da cinetose, tendo todas as intervenções apresentado resultados de alguma forma
benéficos no tratamento e diminuição dos sintomas. Com base nos pontos levantados na presente revisão, recomenda-se a inserção de projetos de realidade virtual na saúde pública no Brasil, buscando facilitar os tratamentos terapêuticos atuais e relacionados com a tecnologia. Sugere-se que as próximas pesquisas acerca deste tema tenham enfoque na população com maior susceptibilidade para o desenvolvimento da doença.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1272
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1272


ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A AVALIAÇÃO AUDITIVA PERIFÉRICA DE MILITARES EXPOSTOS E NÃO EXPOSTOS A RUÍDO DE IMPACTO
FARIAS, V. H. V. ; GIL, D. ;

Introdução: a exposição a ruído de impacto pode repercutir negativamente no sistema auditivo, afetando tanto suas estruturas periféricas quanto ocasionando efeitos extra-auditivos. Objetivo: o trabalho objetiva caracterizar a audição periférica de militares expostos a ruído de impacto, comparando-a a de militares sem essa exposição. Metodologia: apresenta-se um universo de 110 militares divididos em 58 expostos (Grupo Estudo) e 52 não expostos (Grupo Comparação) a ruído de impacto (tiro e/ou explosão) que foram avaliados através de audiometria tonal liminar por via aérea. Para a análise dos resultados, foram utilizadas medidas descritivas e análise inferencial (t-Student, Mann-Whitney) com nível de significância de 0,05 e cálculo do tamanho do efeito. Resultados: no decorrer do estudo, foram encontradas diferenças estatisticamente porém não clinicamente significantes para os limiares por via aérea nas frequências de 6000 Hz na orelha direita e nas de 2000, 3000, 4000 e 6000 Hz na esquerda para o grupo de militares expostos. Entretanto, ambos os grupos apresentaram limiares auditivos dentro dos limites de normalidade. Conclusões: a avaliação auditiva periférica convencional com o uso da audiometria tonal parece não ser suficiente para avaliar os militares expostos a ruído de impacto e sugere-se, então, incluir testes que avaliem a porção central do sistema auditivo na rotina de avaliação desses indivíduos, abarcando alterações auditivas não identificadas na audiometria convencional.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1325
ISSN 1983-1793X
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ESTUDO DA VARIAÇÃO DE VOLUME DE PRÉ-MOLDES UTILIZADOS NA FABRICAÇÃO DE MOLDES AURICULARES
Silva, J. V. F. ; Sumihara, Y. L. ; Teles, B. B. ; Silva, I. M. C. ; Santos, A. C. ; Pereira, V. R. C. ;

Introdução: No campo da fonoaudiologia é comum que os profissionais utilizem pré-moldes de silicone ou materiais similares para reproduzir a anatomia da orelha do paciente. Estes pré-moldes são então encaminhados a um protético, que os utiliza para criar moldes auriculares definitivos, empregando as ferramentas e técnicas apropriadas. Entretanto, ao serem transportados até o laboratório, muitas vezes em outra cidade ou estado, os pré-moldes podem ser afetados pelas condições ambientais durante o armazenamento e o tempo de transporte, o que pode resultar em alterações em seu volume. Essas mudanças podem comprometer o dimensionamento do molde auricular a ser fabricado. Objetivo: Investigar o impacto do ambiente na estrutura dos pré-moldes, analisando sua variação de volume, a qual pode influenciar dois aspectos do molde final: o ajuste do aparelho em relação à orelha e o conforto do paciente. Metodologia: A partir da utilização do scanner DAVID SLS-3, foram realizados testes nos pré-moldes em diferentes períodos, com intervalos semanais entre as amostras. O software utilizado gera uma representação visual das variações de volume por meio de um espectro de cores, onde variações positivas são destacadas em cores frias, indicando aumento de volume, e variações negativas são destacadas em cores quentes, indicando redução de volume.
Resultados: Os resultados revelaram mudanças significativas no volume dos pré-moldes em comparação com o volume inicial de referência. Notou-se uma perda de massa nas áreas próximas à concha auricular e um aumento nas áreas próximas ao meato auditivo externo. Esses achados sugerem que a preservação dos pré-moldes, evitando exposição a agentes externos como umidade, luz solar e impactos, é crucial para garantir a qualidade e integridade da estrutura do molde. Conclusão: O acompanhamento do volume do pré-molde com scanner permitiu inferir a vantagem da fabricação com menor tempo entre a pré-moldagem e a fabricação, preferencialmente em locais com nenhum ou pouco deslocamento externo, para a manutenção da fidelidade à estrutura do pré-molde original.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1098
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1098


ESTUDO DA VIA AUDITIVA DE NEONATOS E LACTENTES EXPOSTOS À COVID-19 NO PERÍODO GESTACIONAL
Nascimento, C. I. ; Miyata. C ; Santos, N. C. ; Santos, L. A. F. S. ; Matas, C. G. ;

INTRODUÇÃO
Sabe-se que a COVID-19 pode causar prejuízos na audição de adultos. Considerando que as infecções congênitas e exposições às mesmas são conhecidas como fatores de risco para deficiência auditiva e que o funcionamento sincrônico de todo o sistema auditivo é essencial para o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem, verifica-se a necessidade e importância de estudar a integridade da via auditiva de lactentes filhos de mães que testaram positivo para Covid-19 durante o período gestacional, e assim avaliar se há risco de sequelas auditivas possivelmente eliciadas pelo novo coronavírus, visando auxiliar os profissionais da saúde na elaboração de estratégias de prevenção, prognóstico, reabilitação e monitoramento auditivo nessa população.

OBJETIVO
Verificar a integridade da via auditiva de bebês que nasceram de mães que tiveram COVID-19 durante a gestação.

METODOLOGIA
Estudo aprovado pelo comitê de ética institucional sob número 5.447.798 Foram incluídos 45 lactentes filhos de mães que testaram positivo para o COVID-19 durante a gestação. Foram analisadas as respostas das Emissões Otoacústicas Transientes (EOAT) e dos Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE).

RESULTADOS
No exame do PEATE não foram encontradas alterações nas latências absolutas e de interpicos dos 45 lactentes avaliados, porém, na comparação das latências entre as orelhas notou-se diferença estatisticamente significante para o interpico III-V, demonstrando que maiores valores foram observados para a orelha direita. Apesar dessa diferença, os resultados estavam dentro dos parâmetros da normalidade em todos os casos. Assim, esta possível assimetria pode estar relacionada ao processo maturacional entre as orelhas.
Em relação às EOAT, seis crianças apresentaram ausência de respostas, sendo quatro com alteração bilateral e duas com ausência de resposta apenas na orelha esquerda. Esses seis pacientes apresentaram latências do PEATE inferiores à média da normalidade, logo acredita-se que eles não apresentavam alterações condutivas de orelha média, uma vez que alterações desse tipo resultam em um aumento da latência absoluta de todas as ondas do PEATE. Uma outra hipótese pode ser levantada com referência às frequências avaliadas para o registro do PEATE e das EOAT. Para o PEATE, utilizou-se o estímulo clique, que abrange as frequências altas entre 3 e 6 kHz. Já as EOAT avaliam a resposta por bandas de frequências entre 1.000 Hz e 4.000 Hz, sendo que para um resultado ser considerado presente é necessário que haja resposta em pelo menos 3 bandas de frequências. Assim, pode ser que estes indivíduos apresentassem alguma perda auditiva com configuração ascendente, não identificada pelo estímulo clique apresentado ou alguma disfunção, principalmente nas regiões apicais da cóclea.

CONCLUSÃO
O presente estudo demonstrou a consonância com os achados de outras pesquisas conduzidas sobre o mesmo tema, não identificando evidências do PEATE que respaldam a hipótese de que a infecção materna por COVID-19 constitui um fator de risco no desenvolvimento de perda auditiva congênita em lactentes. No entanto, estudos com outros tipos de estímulos são necessários para melhor investigar a resposta por frequência desses pacientes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1133
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1133


ESTUDO DAS CÉLULAS CILADAS EXTERNAS COM USO DAS OTOEMISSÕES ACÚSTICAS POR PRODUTO DE DISTORÇÃO NA ONCOLOGIA
Oliveira, P.F ; Gois da Silva, N.S ; Santos, R.L ; Ferreira, F. A ; Nascimento, F.C ; Santos, M.E.A ; Barros, A.C.N ; Reis, L.F ; Nascimento Santos, L.M ; Santos, D.C ;

INTRODUÇÃO: O monitoramento auditivo em pacientes expostos a fármacos ototóxicos é fundamental para detectar precocemente possíveis alterações auditivas decorrentes do tratamento oncológico. As emissões otoacústicas surgem como uma ferramenta eficaz nesse contexto, uma vez que avaliam a função coclear e detectam alterações nos estágios iniciais. OBJETIVO: Analisar a resposta das emissões otoacústicas por produto de distorção em pacientes submetidos à quimioterapia. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa coorte com corte transversal, de natureza analítica e observacional. Foram realizados procedimentos como anamnese (identificação, dados sócio demográficos, histórico pregresso do câncer e saúde auditiva), meatoscopia e emissões otoacústicas por produto de distorção convencional (2 a 5 kHz). Os dados posteriormente foram analisados no SPSS 20.0, sendo considerado significativo p≤ 0,05. RESULTADOS: Dos 52 participantes elegíveis para a amostra, 69,2% eram do sexo feminino, sendo o cancer inicidente o de mama. A maioria residia na capital e relatou baixa escolaridade. Todos os participantes apresentaram zumbido e tontura, enquanto 61,5% relataram dificuldade auditiva pós-tratamento. A frequência de 5kHz apresentou menor amplitude de resposta nos pacientes tratados com carboplatina, ciclofosfamida, oxaliplatina e cisplatina (p≤ 0,05). A amplitude de resposta foi menor para o gênero masculino do que feminino para todas as frequencias sob teste (p≤ 0,05). CONCLUSÃO: O câncer de mama foi o mais comum entre as mulheres, e as emissões otoacústicas foram eficazes na detecção de efeitos ototóxicos, especialmente nas frequências acima de 4 kHz nos pacientes tratados com quimioterápicos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1355
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1355


ESTUDO DAS COMPONENTES P1-N1-P2 NA ADOLESCÊNCIA: APLICAÇÃO DE UMA MEDIDA ELETROFISIOLÓGICA
Lunardelo, P.P. ; Carmona, B.T. ; Simões, H.O ; Zanchetta, S. ;

Introdução: Os Potenciais Evocados Auditivos (PEAs) representam a atividade neuro elétrica gerada pelas vias e centros auditivos após a estimulação acústica. Sua aplicação permite o estudo de diferentes processos neurais, como as mudanças
neurofisiológicas próprias da maturação do Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC). Existe especial interesse no estudo das componentes P1, N1 e P2 devido à sua natureza exógena e ao fato de representarem as funções auditivas tálamos corticais, sendo assim, permitem avaliar a maturação do SNAC e contribuem no diagnóstico de seus transtornos do desenvolvimento. A adolescência é a população menos explorada pela literatura, todavia este é um importante período de consolidação de habilidades auditivas e linguísticas dependentes do SNAC. Objetivo: Estudar o processamento tálamo cortical auditivo na adolescência por meio do registro eletrofisiológico das componentes P1-N1-P2. Metodologia: CEP: nº 6.225.450. Foram avaliados 15 adolescentes de 12 a 17 anos, de ambos os sexos. Critérios de inclusão: ausência de queixa de reprovação escolar, presença de bom rendimento escolar. Critérios de exclusão: a) possuir conhecimento prévio de perda auditiva, b) antecedente de cirurgia otológica e/ou de cabeça e pescoço, c) e de traumatismo crânio encefálico e acidente vascular encefálico; d) presença de perdas auditivas; e) histórico de infecção recorrente de orelha média. Avaliações de Elegibilidade: Determinação da sensibilidade auditiva, triagem do estado de consciência mental (Mini Exame do Estado Mental juvenil), dos sintomas de desatenção e hiperatividade (SNAP-V), e triagem do processamento auditivo (Testes Padrão de Frequência e Dicótico de Dígitos). Avaliação de Pesquisa: Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência para a eliciação do complexo P1-N1-P2 com estímulo verbal sintético /DA/ e controle do movimento ocular. As variáveis de estudo foram caracterizadas por estatística descritiva. Resultados: Todos apresentaram resultados adequados nas avaliações de elegibilidade. Foram avaliados 11 (73,3%) meninas e 04 (46,7%) meninos, com idade média de 15,1 anos (mínima:13,0; máxima:17,9). A P1 foi identificada em 93,3% (14/15) dos sujeitos, a N1 em 100% (15/15) e P2 em 66,7%. Os valores médios de latência e o desvio padrão foram 62,9 (11,6), 108,3 (23,1) e 180,4 (43,7) milisegundos para P1, N1 e P2, respectivamente; os valores médios e o desvio padrão para a amplitude foram 0,5 (0,4), 1,2 (0,7) e 0,7 (0,5) μV. Conclusão: A análise do processamento tálamo-cortical auditivo na adolescência destaca a presença predominante das componentes P1 e N1. O protocolo utilizado gerou latências médias para P1 e N1 semelhantes a maior parte dos estudos anteriores, com diferentes técnicas de registro, entretanto o mesmo não ocorreu para a amplitude de P1, N1 e P2, assim como para a latência de P2. Estes resultados reforçam a importância do estudo de diferentes populações com o mesmo protocolo. Ainda, que o processamento auditivo em nível tálamo cortical de adolescentes é distinto ao de crianças e adultos, possivelmente em decorrência da natureza contínua da maturação tálamo cortical auditiva durante a segunda década de vida.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1345
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1345


ESTUDO DAS HABILIDADES COGNITIVAS E AUTOPERCEPÇÃO DE AMBIENTES DE ESCUTA COMPLEXOS EM IDOSOS USUÁRIOS DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA PRÉ E PÓS TREINAMENTO AUDITIVO
Ribeiro, A.C.M. ; Andrade, C.M. ; Arakawa, A. M. ; Freitas, M. I. D. ; Scharlach, R. C. ; Pinheiro, M. M. C. ;

O sistema auditivo sofre os efeitos cumulativos do envelhecimento e pode
desenvolver a perda auditiva relacionada à idade. Os pacientes idosos queixam-se de
problemas auditivos relacionados a dificuldades em ouvir em ambientes não favoráveis, ou
seja, na presença de ruído ou conversas em grupo. A dificuldade auditiva nessa população
impacta diretamente a cognição, qualidade de vida e os aspectos psicossociais aumentando
as chances de aparecimento de sintomas depressivos. Considerando que a perda auditiva é
um dos maiores fatores de risco que podem ser modificados para evitar alterações
cognitivas é imprescindível o papel da reabilitação auditiva em devolver a capacidade
funcional destes pacientes. Objetivo: Estudar as habilidades cognitivas e a autopercepção
de ambientes de escuta complexa em usuários de dispositivos eletrônicos de amplificação
sonora (DEAS) pré e pós treinamento auditivo. Método: Estudo do tipo observacional,
descritivo e prospectivo, realizado com idosos com perda auditiva sensorioneural de grau
leve a moderadamente severo e simétrica bilateralmente. Foram excluídos da pesquisa
idosos com deficiência visual e com evidências de alterações neurológicas e/ou
psiquiátricas prévias. Para avaliar a autopercepção de ambientes de escuta complexa foi
aplicado o questionário Speech, Spatial e Qualities (SSQ) que avalia os domínios de
audição para a fala, audição espacial e qualidades auditivas. Para avaliar habilidades
cognitivas foi usado a Avaliação Cognitiva de Montreal (MoCA). Todos os procedimentos
foram realizados pré e pós treinamento auditivo-cognitivo em idosos acompanhados em um
serviço de saúde auditiva. Resultados: Participaram inicialmente da amostra 12 idosos,
porém oito (média de idade 72 anos) concluíram o processo de treinamento
auditivo-cognitivo. A média geral encontrada no questionário SSQ pré e pós intervenção foi
de 6,61 e 7,06 respectivamente. Para o domínio audição para fala a pontuação média
obtida foi de 6,15 no pré e 6,09 pós intervenção. O domínio referente a audição espacial
apresentou média de 7,45 no pré e 7,82 pós treinamento e por fim, para o terceiro domínio
relacionado a qualidade da audição, antes da intervenção verificou-se pontuação média
6,92 e no pós 7,78. A média geral do questionário MoCA pré -intervenção foi de 21 pontos,
sendo que 62,5% dos avaliados apresentaram resultados alterados e, pós treinamento 50%
permaneceram alterados, com pontuação média de 21,5 pontos. Conclusão: Os resultados
do questionário SSQ sugerem que após o treinamento auditivo-cognitivo as pessoas idosas
usuárias de DEAS melhoraram o desempenho auditivo em situações de escuta complexa,
sendo mais evidente no domínio qualidade auditiva. Em relação aos aspectos cognitivos
avaliados no questionário MoCA mantiveram-se os achados encontrados pré e pós
intervenção, exceto um idoso da amostra que obteve resultado alterado no pré e normal no
pós treinamento. A realização da reabilitação auditivo-cognitiva trouxe benefícios para a
população do estudo, considerando a melhora na autopercepção de escuta em ambientes
desafiadores e nas habilidades cognitivas avaliadas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1302
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1302


ESTUDO DE CASO PILOTO - COMPARAÇÃO ACÚSTICA ENTRE MOLDES AURICULARES PRODUZIDOS COM TECNOLOGIA 3D OU TRADICIONAL
TELES, BB ; CANTO PEREIRA ; Silva, IMC ;

Introdução: o molde convencional hoje é produzido a partir de uma pré-moldagem, que diante da mistura da massa modeladora de silicone e um catalisador, é introduzida diretamente no conduto auditivo e concha do pavilhão auricular do usuário de aparelho auditivo que usa molde. Há suscetibilidade a erros na proporção entre massa modeladora e catalisador, pressão ou alteração dos tecidos moles, tempo e forma de armazenamento do material. Há ainda desconforto e ansiedade gerados ao usuário durante o procedimento. A produção deste molde através da escultura à mão livre, é baseada no espelhamento e fica sujeita à habilidade manual do protético. O sistema CAD-CAM (impressão 3D) - desenho assistido por computador e manufatura assistida por computador - vem contribuindo para otimização na produção de próteses ao minimizar desvios associadas justamente à fabricação e formulação da peça, ao ampliar a precisão e também ao reduzir o tempo e valor gasto para conclusão do trabalho. Objetivo: avaliar do ponto de vista acústico e de conforto do usuário, as vantagens e desvantagens da pré-moldagem convencional quando comparada ao escaneamento digital e manufatura assistida por computador (impressão 3D) em diferentes resinas. Metodologia: através da análise de um caso clínico, comparou-se os resultados objetivos das medidas de ganho de inserção como REUR/REOR/REAR/SII da adaptação com molde auricular produzido a partir da confecção tradicional e produzido via impressão 3D, com resinas diferentes, em um usuário de amplificação há 20 anos. Resultados: participou do estudo o sujeito do sexo masculino, 23 anos, usuário experiente de dispositivo de amplificação sonora individual e sem hipótese diagnóstica para perda auditiva. A perda auditiva é do tipo sensorioneural de grau profundo na orelha esquerda e de grau severo na orelha direita. Utilizava adaptação de dispositivo BTE unilateral à direita, com molde concha silicone (tradicional) e ajustes com a regra prescritiva DSL-V5 a 100% do ganho e contralateral com uso do dispositivo CROS (função BICROS). Na comparação dos testes de REOR com cada molde observou-se uma diminuição do pico em 3KHz na medida do pico de ressonância para cada modelo de molde: modelo tradicional (-7dB); molde 3D com resina rígida (-9dB); resina semi-flexível (-12dB); resina flexível a (-13dB). Para a medida de REAR houve uma melhora geral dos targets de 500 a 6KHz de 4dB na comparação entre os moldes. Na análise dos SII houve melhora para a intensidade de 65dB de 13% na comparação com os moldes, sendo 15% para o SII de 65dB e 29% para o SII de 75dB no molde tradicional e 17% no SII de 65dB e 31% no SII de 75dB para o molde flexível, mostrando o potencial da produção no molde 3D com a resina flexível. Conclusão: a impressão 3D com utilização da resina correta poderá ser uma maneira promissora de fabricação de moldes auriculares. A continuidade neste estudo trará os bons resultados técnicos, velocidade de entrega e baixo custo de produção, além de contribuir na melhora da dinâmica para serviços de saúde e usuários.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1187
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1187


ESTUDO DOS EFEITOS DA OTOTOXICIDADE EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O USO DE CISPLATINA ISOLADA E COMBINADA COM OUTROS QUIMIOTERÁPICOS
Braganti, M. R. F. ; Cordeiro, M. L. ; Santos, N. C. ; Martins, G. A. ; Santos, L. A. F. S. ; Matas, C. G. ;

INTRODUÇÃO: A ototoxicidade é uma preocupação no tratamento oncológico pediátrico, especialmente quando envolve quimioterápicos como a cisplatina, conhecida por seus efeitos adversos na via auditiva. No entanto, a inclusão de outros ototóxicos no programa terapêutico leva à interação entre substâncias ocasionando efeitos sinérgicos ou atenuantes. Assim, compreender as características audiológicas de pacientes pediátricos submetidos a diferentes protocolos de tratamento contribui para o monitoramento auditivo, levando à identificação dos primeiros sinais de ototoxicidade e, consequentemente, à intervenção e reabilitação precoces.
OBJETIVO: Compreender os efeitos ototóxicos decorrentes da quimioterapia com cisplatina em crianças submetidas a administração isolada ou combinada com outros antineoplásicos.
METODOLOGIA: Estudo transversal aprovado pelo comitê de ética institucional, sob número 1.556.648. Foram avaliados 20 pacientes atendidos em um hospital público especializado no tratamento do câncer infantojuvenil com idades entre dois e 18 anos. Foram formados dois grupos com dez indivíduos: o primeiro grupo (G1) foi composto por pacientes que utilizaram apenas cisplatina, enquanto o segundo grupo (G2) realizou a combinação de cisplatina com outros quimioterápicos. Os procedimentos incluíram anamnese, imitanciometria, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) e de Longa Latência (PEALL), emissões otoacústicas transientes (EOAT) e por produto de distorção (EOAPD), audiometria tonal limiar (ATL) e de altas frequências (AAF). Foram excluídos pacientes com perda auditiva prévia ao tratamento, com outros fatores de risco para deficiência auditiva - síndromes ou alterações neurológicas -, e que realizaram radioterapia. Para os dados quantitativos foram considerados média e desvio padrão, enquanto os dados qualitativos foram analisados em relação à proporção de resultados normais ou alterados. A análise inferencial de comparação entre os grupos foi realizada por meio do teste de Mann-Whitney e o teste de exato de Fisher e foi adotado o valor de p<0,05.
RESULTADOS: O uso de cisplatina iniciou-se, em média, com 6,9 anos (±5,45) no G1 e 6,3 anos (±5,19) no G2. A dose cumulativa de cisplatina diferiu entre os grupos, sendo em média 365,5 mg/m² para o G1 e 542,4 mg/m² para o G2. Além disso, no G2, 70% dos participantes utilizaram carboplatina, 40% ifosfamida e 40% metotrexato. Comparando os grupos, houve maior proporção de alterações nas EOAT no G2. Quanto às EOAPD, houve maior ausência nas frequências acima de 4kHz no G1 e acima de 2kHz no G2. Além disso, o G2 apresentou tendência à significância estatística para maior latência da onda V na orelha direita no PEATE (p-valor=0,063), maior latência do componente P3 em ambas as orelhas (p-valor=0,057) e maior proporção de resultados alterados no componente P1 do PEALL (p-valor=0,077). Não foi observada associação entre o resultado normal ou alterado da ATL ou da AAF e o tipo de tratamento realizado.
CONCLUSÃO: A variação na dose cumulativa de cisplatina e a presença de outros agentes quimioterápicos no protocolo podem ser mais agressivos ao sistema auditivo, aumentando os riscos de ototoxicidade e neurotoxicidade. Ressaltamos a importância de estudos com amostras maiores para confirmar estes achados.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1104
ISSN 1983-1793X
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ESTUDO LONGITUDINAL DA VIA AUDITIVA PERIFÉRICA É CENTRAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA NO INSTITUTO DE TRATAMENTO DE CÂNCER INFANTIL
Valiengo.G ; Lliliane.A ; Vicente.O ; Carla G. ;

Introdução: O Transplante de Medula Óssea (TMO), modalidade terapêutica utilizada em muitas doenças da infância, malignas e não malignas, tem sido empregado para curar ou prolongar a vida de indivíduos com doenças de características crônicas. Considerando que durante o processo do TMO faz-se necessária a administração de diversos compostos ototóxicos, o monitoramento audiológico desta população é importante, para que se possa atuar de forma eficiente e eficaz, não só no diagnóstico e indicação deste tipo de procedimento, bem como no prognóstico, tendo em vista que complicações em diferentes níveis podem surgir e interferir diretamente na qualidade de vida deste paciente. Objetivo: Avaliar e monitorar a via auditiva periférica e central de crianças e adolescentes submetidos ao TMO. Metodologia: Foram avaliadas 35 crianças com idade entre quatro e 11 anos, média de 5,25 anos, sendo 27 do sexo masculino e oito do sexo feminino, atendidas no Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (ITACI) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. As crianças foram avaliadas inicialmente antes de serem submetidas ao TMO e reavaliadas aproximadamente 100 dias após o procedimento. Em ambos os momentos, foram realizados os seguintes procedimentos: Imitanciomentria, Audiometria Tonal Limiar, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico e Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência. Os resultados obtidos foram comparados, por meio de testes estatísticos paramétricos, entre os dois momentos de avaliação. Resultados: Na audiometria tonal limiar observou-se 75% de alteração na orelha direita e 67,9% na orelha esquerda na 1ª avaliação e, na segunda avaliação, foi observado 92,9% de alteração na orelha direita e 78,5% na orelha esquerda. Além disso, foi verificado um aumento significativo dos limiares auditivos após o TMO para as frequências de 0,25, 0,5, 1, 2, 4 e 6 kHz. Sobre a análise do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico observou-se uma diferença significante apenas para o interpico I-III, sendo que a latência deste interpico foi menor na avaliação pós-TMO independente da orelha avaliada. Na análise do Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência observou-se diferença significativa entre os dois momentos de avaliação para a latência dos componentes P2 e N2 independente da orelha avaliada, sendo que houve uma diminuição de latência para ambos os componentes após o TMO. Conclusão: Os resultados obtidos no presente estudo demonstraram uma piora dos limiares auditivos depois do TMO demostrando o efeito da ototoxicidade coclear no tratamento envolvido no TMO. Quanto às vias auditivas centrais, não foi observado efeito de neurotoxicidade, visto que não foi verificada piora das respostas eletrofisiológicas após o tratamento.
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Página(s): p.1341
ISSN 1983-1793X
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ETDQ-7 E TESTE DE FUNÇÃO TUBÁRIA: UMA ANÁLISE DE ESPECIFICIDADE DA MEDIDA MANOMÉTRICA
Toillier, F.C. ; Malavolta, V.C. ; Moreira, H. G. ; Coradini, L. ; Kerkhoff, L. R. ; Maia, B.R. ; Tauimer, M.H.B. ; Garcia, M. V. ;

Introdução: A avaliação da Disfunção de Tuba Auditiva (DTA), clinicamente, é realizada com base nos sintomas do paciente e em alguns testes que podem auxiliar no diagnóstico. No entanto, pesquisas recentes demonstram que existe uma enorme variedade de formas de avaliar a Tuba Auditiva (TA), porém, até o momento, parece não existir um consenso. Assim, associar a autopercepção do indivíduo, por meio de questionários, aos testes objetivos disponíveis na clínica fonoaudiológica, torna-se importante para delinear o processo de diagnóstico. Objetivo: Analisar a especificidade do Teste de Função da Tuba Auditiva (TFT) em relação ao questionário ETDQ-7. Metodologia: Estudo de caráter transversal e prospectivo, aprovado pelo CEP sob o número 57700721.0.0000.5346. Participaram do estudo 47 indivíduos, 33 mulheres e 14 homens, que foram submetidos a Anamnese, Inspeção Visual do Meato Acústico Externo, Audiometria Tonal Liminar, Logoaudiometria, Medidas de Imitância Acústica e como procedimentos de pesquisa foram realizados o Questionário de Autopercepção para Avaliação da Disfunção Obstrutiva da Tuba Auditiva (ETDQ-7) e o TFT. Foram incluídos no estudo indivíduos com curva timpanométrica do tipo A, ETDQ-7 sem autopercepção de DTA (pontuação menor que 14) e TFT com variação de pressão (registro basal= pressão I; deglutição de água= pressão II e Manobra de Valsalva= pressão III). O ETDQ-7 é composto por sete questões, estas mensuradas de um a sete, sendo que um representa ausência e sete a máxima severidade do sintoma. As questões abordam sensação de pressão em orelhas; dor; sensação de orelhas entupidas; sintomas em orelhas quando está gripado/sinusite; estalo; zumbido e sensação de audição abafada. Para o resultado, foi considerada normalidade de Tuba Auditiva quando a pontuação fosse menor que 14 pontos. Foi considerado o TFT, quando houve a variação de pressão na comparação entre I-II (negativa) e II-III (positiva). Realizou-se a orientação ao paciente: “faça a deglutição da água com um esforço” e na Manobra de Valsalva “oclua as narinas e infle as bochechas com força, mantendo por 5 segundos”. Resultados: Dos 47 indivíduos avaliados, participaram do estudo 23 sujeitos (48,9%), devido a necessidade da normalidade no ETDQ-7. Porém, dentre esses, somente oito (34,7%) apresentaram os resultados do TFT dentro do esperado, seguindo o método deste estudo. Assim, o TFT apresentou uma especificidade de 34,8%. Tendo em vista que o sujeito não tem queixa, estes dados apontam que este método de testagem no TFT não parece ser o ideal. Fica o questionamento, só valsalva? ou só deglutição? como técnica de testagem. Conclusão: O TFT apresentou uma baixa especificidade em relação ao questionário de autopercepção de DTA. Com estes achados, a realização do TFT é recomendada apenas para aqueles indivíduos cujos resultados do ETDQ-7 indicam alguma alteração.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1213
ISSN 1983-1793X
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EVOLUÇÃO DA PERCEPÇÃO DA FALA EM PACIENTES COM OSSIFICAÇÃO COCLEAR E IMPLANTE COCLEAR COM ELETRODO CURTO
FRAGA, G. A. ; JUNIOR, C. A. C. S ; SANCHES, J. F. ; ZABEU, J. S. ; LOURENÇONE, L. F. M. ;

Introdução: O implante coclear (IC) de com eletrodo curto é indicado como alternativa de reabilitação em pacientes com surdez severa a profunda, principalmente quando há ossificação coclear. Nestes casos, com permeabilidade intracoclear reduzida, a inserção total torna-se mais difícil, sendo necessária a utilização deste tipo de eletrodo (15 mm). Os poucos estudos publicados na área e que avaliam o desempenho auditivo, apresentaram resultados audiológicos controversos. O presente estudo teve como objetivo relatar a percepção de fala de usuários de IC com eletrodo curto. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo de prontuários de pacientes submetidos à cirurgia de IC com eletrodo Compressed da empresa Med-El® (Innsbruck, Áustria) , entre 2009 e 2020, no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP). Foram selecionados pacientes com perda auditiva neurossensorial severa ou profunda operados com IC Med-El®, dispositivo interno Ti100, eletrodo Compressed, que apresentavam exames de imagem com sinais sugestivos de ossificação ou fibrose coclear, independentemente da etiologia da perda auditiva. Foram coletados e analisados dados demográficos, etiológicos e do desempenho auditivo com o IC pela audiometria em campo livre e teste de percepção de fala pré-cirúrgicos e 3, 6, 12 e 24 meses após o IC. Os testes coletados foram: IT-MAIS (Infant Toddler – Meaningful Auditory Integration Scale), MUSS (Meaningful Use of Speech Scale), categorias de audição, categorias de linguagem, reconhecimento de sentenças gravadas no silêncio e no ruído. Resultados: 70 usuários foram operados no período estabelecido. Desses, 45 pacientes eram elegíveis para o estudo, totalizando 53 orelhas implantadas unilateral ou bilateralmente. Ossificação foi observada na abertura da cóclea em 25 orelhas (47%), enquanto a patência coclear foi encontrada em 28 orelhas (53%). Somente 11 casos (21%) não obtiveram sucesso na inserção completa dos eletrodos. Quanto ao desempenho, os pacientes com ossificação tiveram estabilidade dos escores nas categorias de linguagem nos primeiros 12 meses de acompanhamento e melhora após 24 meses de uso do IC (p= 0,001). O reconhecimento de sentenças no silêncio e no ruído também tendeu a aumentar as pontuações aos 24 meses, mas sem significância estatística (p = 0,09 e p = 0,24, respectivamente). O IT-MAIS apresentou piora nos escores ao longo do tempo, mas também sem significância estatística (p = 0,64). Os pacientes sem ossificação mantiveram as pontuações estáveis ​​ao longo do tempo no IT-MAIS (p = 0,03). Na categoria de linguagem, as pontuações melhoraram aos 12 meses, com um novo aumento aos 24 meses (p= 0,00). O reconhecimento de sentenças no silêncio manteve-se estável desde o pré-operatório até 12 meses de uso do IC, apresentando melhora aos 24 meses (p= 0,00). O Reconhecimento de Sentenças no Ruído tendeu a melhorar ao longo do tempo, mas sem diferença estatística significativa (p = 0,14) Conclusão: O IC com eletrodo curto é uma alternativa no manejo de pacientes com história de ossificação coclear e perda auditiva neurossensorial severa ou profunda.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1321
ISSN 1983-1793X
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EVOLUÇÃO DA PERCEPÇÃO DA FALA EM PACIENTES COM OSSIFICAÇÃO COCLEAR E IMPLANTE COCLEAR COM ELETRODO CURTO
FRAGA, G. A. ; JUNIOR, C. A. C. S ; SANCHES, J. F. ; ZABEU, J. S. ; LOURENÇONE, L. F. M. ;

Introdução: O implante coclear (IC) de com eletrodo curto é indicado como alternativa de reabilitação em pacientes com surdez severa a profunda, principalmente quando há ossificação coclear. Nestes casos, com permeabilidade intracoclear reduzida, a inserção total torna-se mais difícil, sendo necessária a utilização deste tipo de eletrodo (15 mm). Os poucos estudos publicados na área e que avaliam o desempenho auditivo, apresentaram resultados audiológicos controversos. O presente estudo teve como objetivo relatar a percepção de fala de usuários de IC com eletrodo curto. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo de prontuários de pacientes submetidos à cirurgia de IC com eletrodo Compressed da empresa Med-El® (Innsbruck, Áustria) , entre 2009 e 2020, no serviço de IC da Instituição. Foram selecionados pacientes com perda auditiva neurossensorial severa ou profunda operados com IC Med-El®, dispositivo interno Ti100, eletrodo Compressed, que apresentavam exames de imagem com sinais sugestivos de ossificação ou fibrose coclear, independentemente da etiologia da perda auditiva. Foram coletados e analisados dados demográficos, etiológicos e do desempenho auditivo com o IC pela audiometria em campo livre e teste de percepção de fala pré-cirúrgicos e 3, 6, 12 e 24 meses após o IC. Os testes coletados foram: IT-MAIS (Infant Toddler – Meaningful Auditory Integration Scale), MUSS (Meaningful Use of Speech Scale), categorias de audição, categorias de linguagem, reconhecimento de sentenças gravadas no silêncio e no ruído. Resultados: 70 usuários foram operados no período estabelecido. Desses, 45 pacientes eram elegíveis para o estudo, totalizando 53 orelhas implantadas unilateral ou bilateralmente. Ossificação foi observada na abertura da cóclea em 25 orelhas (47%), enquanto a patência coclear foi encontrada em 28 orelhas (53%). Somente 11 casos (21%) não obtiveram sucesso na inserção completa dos eletrodos. Quanto ao desempenho, os pacientes com ossificação tiveram estabilidade dos escores nas categorias de linguagem nos primeiros 12 meses de acompanhamento e melhora após 24 meses de uso do IC (p= 0,001). O reconhecimento de sentenças no silêncio e no ruído também tendeu a aumentar as pontuações aos 24 meses, mas sem significância estatística (p = 0,09 e p = 0,24, respectivamente). O IT-MAIS apresentou piora nos escores ao longo do tempo, mas também sem significância estatística (p = 0,64). Os pacientes sem ossificação mantiveram as pontuações estáveis ​​ao longo do tempo no IT-MAIS (p = 0,03). Na categoria de linguagem, as pontuações melhoraram aos 12 meses, com um novo aumento aos 24 meses (p= 0,00). O reconhecimento de sentenças no silêncio manteve-se estável desde o pré-operatório até 12 meses de uso do IC, apresentando melhora aos 24 meses (p= 0,00). O Reconhecimento de Sentenças no Ruído tendeu a melhorar ao longo do tempo, mas sem diferença estatística significativa (p = 0,14) Conclusão: O IC com eletrodo curto é uma alternativa no manejo de pacientes com história de ossificação coclear e perda auditiva neurossensorial severa ou profunda.
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Página(s): p.1332
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1332


EXISTE RELAÇÃO ENTRE A SENSAÇÃO DE INTENSIDADE, O INCÔMODO E O IMPACTO DO ZUMBIDO?
Fernandes, A. J. S. ; Lima, T. K. F. C. ; Pereira, R. M. ; Ferreira, L. M. B. M. ; Mantello, E. B. ;

Introdução: O zumbido é caracterizado pela percepção de um som, sem a presença de uma fonte sonora externa. Como critério de definição para o zumbido crônico, é necessário que esta percepção aconteça por, no mínimo, 5 minutos por dia, ao longo de um período de 3 meses de duração. O protocolo de investigação, geralmente, é composto pela avaliação audiológica básica; pela acufenometria, que visa obter as medidas psicoacústicas e a audiometria de altas frequências (AAF). Além dessas medidas, utiliza-se o questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI) que investiga o impacto do sintoma na qualidade de vida (subescalas funcional, emocional e catastrófica) e, a Escala Visual Analógica (EVA) aplicada na mensuração do incômodo causado pelo zumbido. Objetivo: Verificar se existe relação entre a sensação de intensidade do zumbido, grau de incômodo e o impacto na qualidade de vida em pacientes com o sintoma. Metodologia: Estudo transversal e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, n° 4.880.618. A amostra caracterizou-se por 62 pacientes com queixa de zumbido crônico, encaminhados após avaliação otorrinolaringológica, submetidos à anamnese fonoaudiológica, audiometria tonal limiar (ATL), audiometria de altas frequências, pesquisa da sensação de intensidade (loudness) e frequência do zumbido (pitch), EVA e THI. Realizou-se análise descritiva e inferencial, por meio do Coeficiente de Correlação de Pearson (r), que quantifica a correlação entre duas variáveis quantitativas. Foram adotados os seguintes valores do grau de correlação: fraca (r= 0,3 a 0,5), moderada (0,5 a 0,7) e forte (0,7 a 0,9). Considerou-se o nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: A amostra apresentou predomínio do gênero feminino (66,1%), média de idade 48,3 anos. Quanto à localização do zumbido, 22 (35,4%) identificaram como unilateral esquerdo, 16 (25,8%) bilateral simétrico, 15 (24,1%) unilateral direito, 8 (12,9%) bilateral assimétrico. O tempo médio de surgimento do zumbido foi de 5,8 anos (DP = 8,5). Na ATL, constatou-se audição dentro dos padrões de normalidade para 34 (54,8%) indivíduos e 28 (45,2%) apresentaram perda auditiva. Na pesquisa do pitch identificou-se maior ocorrência da frequência de 8.000Hz na orelha direita e de 12.500Hz na orelha esquerda. Observou-se média da loudness de 14,2 dBNS para orelha direita e de 12,3 dBNS para a orelha esquerda. A média de incômodo, na EVA, foi de 6,92 pontos (DP = 2,37), com maior ocorrência do grau severo (58,06%) seguida do grau moderado (30,60%). A média do escore total do THI foi de 46,29 pontos, sugestivo de impacto de grau moderado na qualidade de vida e maior acometimento da subescala funcional. Identificou-se correlação fraca entre a EVA e loudness com as subescalas funcional, catastrófica e total do THI. As demais variáveis analisadas (idade e tempo de zumbido) apresentaram valores de correlação inferior a fraco. Conclusão: Verificou-se, neste estudo, relação entre o maior nível de incômodo do zumbido, pela EVA, com o aumento da sensação de intensidade do zumbido (loudness) e com o impacto deste sintoma na qualidade de vida dos participantes (THI).
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1188
ISSN 1983-1793X
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EXPERIÊNCIAS E EXPECTATIVAS DAS FAMÍLIAS E TERAPEUTAS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Mendes, BCA ; Menuchi, T ; Novaes, BC ;

Introdução: Alguns desafios enfrentados pelas famílias, podem se tornar barreiras para o uso efetivo do AASI e adesão ao tratamento. É pertinente entender quais são os desafios encontrados pelas famílias durante o processo de reabilitação, visto que sua participação e envolvimento nesse processo é fundamental. Objetivo: Conhecer as experiências e as expectativas das famílias de crianças com deficiência auditiva no início do processo de reabilitação. Método: Participaram do estudo os pais e fonoaudiólogas de 10 crianças com deficiência auditiva, que estão em processo terapêutico fonoaudiológico em um centro especializado em reabilitação auditiva. Foram analisados os prontuários das crianças para o levantamento de dados referentes ao diagnóstico audiológico e uso de dispositivos eletrônicos. Os instrumentos utilizados com as famílias foram o roteiro de entrevista de Novaes (1986) e o questionário de caracterização socioeconômica desenvolvido pela ABEP (2015). A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da universidade e todas as famílias assinaram o TCLE. Resultados: A média da idade das crianças variou de nove meses a quatro anos, sendo cinco crianças do sexo feminino e cinco do sexo masculino. A maioria tem perda auditiva de grau leve e moderado (n=6), do tipo sensorioneural (n=8) e todas são usuárias de AASI bilateral, com exceção de um menino, que fez IC. Oito crianças frequentam a terapia fonoaudiológica semanal. Todas as famílias entrevistadas descreveram o enfrentamento de sentimentos de medo e angústia diante do diagnóstico audiológico dos filhos e a importância da rede de apoio familiar para superar as dificuldades e encontrar estratégias que possam facilitar o processo. Elas têm expectativas futuras positivas em relação ao desenvolvimento de linguagem e audição dos filhos, bem como expectativas para a vida adulta sem grandes dificuldades, diferentemente das terapeutas entrevistadas que nem sempre apresentaram a mesma opinião. Não foi possível identificar nenhuma variável que apontasse maior ou menor adesão ao uso do AASI e terapia fonoaudiológica. Conclusão: É importante conhecer o percurso das famílias nas fases iniciais da reabilitação, uma vez que é um processo difícil para muitas delas e exige acolhimento por parte dos terapeutas. Famílias e terapeutas apresentam expectativas diferentes para o futuro das crianças. Expor as expectativas de ambos é importante para esclarecer os objetivos do trabalho e do plano terapêutico individual.
Palavras-chave: família, perda auditiva, auxiliares de audição, criança.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1208
ISSN 1983-1793X
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EXPOSIÇÃO À MÚSICA E EFEITOS NA SAÚDE: ESTUDO EM RITMISTAS DE UMA ESCOLA DE SAMBA DE SÃO PAULO
Born, M.C. ; Lima, C.C. ; Fiorini, A.C. ;

Introdução. A percepção e interpretação de estímulos sonoros são realizadas pelo sistema auditivo, o qual é responsável pela habilidade do indivíduo em detectar diferentes sons simultaneamente. Apesar de serem caracterizados por ondas de vibração acústica, o termo "som" é empregado para descrever experiências auditivas agradáveis, enquanto "ruído" é utilizado para descrever sons que causam desconforto. Dessa forma, a distinção entre som e ruído torna-se uma questão subjetiva. Prazerosos ou não, quando em níveis elevados e duradouros, os sons podem causar efeitos com, por exemplo, a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR). As pesquisas focam principalmente na exposição ao ruído no trabalho e em atividades de lazer como caça, esportes e música alta em estéreos pessoais, bandas e shows. No entanto, é difícil avaliar os riscos da exposição a música em níveis elevados nas atividades de lazer. Os músicos profissionais, em particular, apresentam altas ocorrências de problemas auditivos e não auditivos, tornando-se uma importante categoria profissional para estudos científicos. Objetivo. Identificar as queixas de saúde decorrentes da exposição à música e avaliar os níveis sonoros durante os ensaios em ritmistas da Bateria de uma escola de samba do Município de São Paulo. Método. Estudo do tipo transversal de inquérito. Os procedimentos incluíram aplicação de questionário para investigar o incômodo e as demais queixas de saúde decorrentes da exposição à música. A avaliação dos níveis de exposição sonora durante dois ensaios foi realizada por meio de dosimetrias de ruído. A amostra foi composta por 75 ritmistas com idade entre 18 e 52 anos. Resultados. A média de idade foi de 27,25, com desvio padrão de 5,99 e mediana de 26 anos. A maioria classificou a audição como boa, muito boa ou excelente (89,3%). Os principais sintomas auditivos foram otalgia (38,7%), zumbido (32%) e plenitude auricular (27%). O uso de fones de ouvido de uma a 12 horas por dia foi citado por 80% (n=60) dos ritmistas. A principal fonte de ruído interno nos locais de ensaio foi o som de instrumentos durante os ensaios e apresentações (96%) e a externa foi o trânsito de veículos no entorno (62,6%). O local de ensaios foi considerado muito ruidoso por 57,2% dos ritmistas. As principais queixas relacionadas ao ruído foram dificuldade de comunicação e incômodo a sons fortes. Do total, 68% dos ritmistas acreditam que o ruído pode provocar alterações auditivas. Os níveis médios ponderados de ruído (Leq - Equivalent level) medidos durantes os ensaios ficaram entre 104,5 e 115,2 dB(A). No teste de qui-quadrado, houve associação positiva entre as variáveis que indicam percepção de algum problema auditivo e as seguintes variáveis explicativas: dificuldade de compreender a fala em ambiente com ruído; zumbido; uso de fone de ouvido; ser ritmista há mais de dez anos e trabalhar como músico profissional. Conclusão. Os ritmistas estão expostos a níveis sonoros elevados durante os ensaios e apresentam tanto sintomas auditivos, quanto não auditivos. Os resultados indicam a necessidade de implementação de ações de proteção à saúde dos músicos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1340
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1340


EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PERCEPÇÕES DE EFEITOS À SAÚDE EM PROFESSORES E PROFESSORAS UNIVERSITÁRIOS
Manabe, L.M. ; Lima, C.C. ; Fiorini, A.C. ;

Introdução. O ruído representa um importante problema de saúde pública por estar presente em nosso cotidiano como, por exemplo, nos ambientes de trabalho, nas atividades de lazer e nas ruas das cidades. No ambiente de trabalho, o ruído é reconhecido principalmente devido aos possíveis efeitos deletérios provocados ao sistema auditivo. Entretanto, além dos efeitos auditivos, o ruído é capaz de gerar um desgaste psicofísico aos trabalhadores a ele expostos em seu ambiente laboral. O ruído, mesmo em níveis não tão elevados, é um perigo físico comum em quase todos os locais de trabalho. Do ponto de vista ocupacional, as investigações se concentram nos trabalhadores da indústria, mas existem outros ambientes onde o ruído é uma presença constante, como salas de aula. Mesmo quando os níveis sonoros não são muito elevados, há o risco de efeitos prejudiciais à saúde dos professores. Objetivo. Avaliar as queixas de saúde relacionadas à exposição a ruído em professores e professoras de uma universidade p;ublica do município de São Paulo. Método. Estudo epidemiológico do tipo transversal de inquérito realizado por meio da aplicação de questionário estruturado para avaliar as percepções do ruído no ambiente de trabalho e as queixas de saúde. Resultados. A amostra consistiu em 98 professores, dos quais 73,5% eram do gênero feminino, com a média de idade de 52,3 anos. Quanto ao tempo de docência, a média foi de 20,2 anos, variando de 1 ano a 48 anos. Em média, os participantes dedicaram cerca de 4,33 horas por dia ao ensino. A maioria classificou sua saúde como Boa (44,9%) ou Ótima (31,6%), enquanto 50% indicaram que o ruído atrapalha, às vezes, as atividades de ensino. Em relação à percepção do ruído, a média da escala de incômodo obtida foi de 5,78, podendo ser classificado como “nível moderado” de incômodo, perturbação e/ou irritabilidade. O teste de Shapiro-Wilk indicou p<0,001, ou seja, é uma distribuição diferente da distribuição normal Quanto aos efeitos pessoais do ruído, a maioria dos professores mencionou que o ruído impede a concentração (42,1%) e cerca de 59,2% referiram que o barulho os deixa cansados. Na avaliação da Escala do incômodo e sensibilidade, o escore médio (escala de 0 a 10) variou de 5,53 (Ruído provoca estresse) a 5,71 (Ruído interfere na compreensão da fala). No teste de Shapiro-Wilk, para todas as variáveis, encontramos p<0,05, ou seja, as distribuições encontradas são diferentes da distribuição normal. Os efeitos do ruído no cotidiano incluíram distração (51%) e interferência no trabalho/estudo (51%), com 50% mencionando também exaustão. Conclusão. a percepção positiva da saúde contrasta com pesquisas anteriores e embora sintam alguma interferência do ruído, muitos não consideram isto prejudicial. Assim, faz-se necessário considerar uma abordagem multidimensional na compreensão dos efeitos do ruído nas atividades educacionais, com o intuito de planejar açòes necessárias para a proteção à saúde.
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Página(s): p.1339
ISSN 1983-1793X
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EXPOSIÇÃO MATERNA AO CORONAVÍRUS 2 E TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: REVISÃO DE ESCOPO
Sousa, L. C. C. R. ; Conacci, B. J. ; Vernier, L. S. ; Reis, R. A. ;

Introdução: No contexto da pandemia de COVID-19, a falta de conhecimento sobre a sua evolução e o rápido aumento de casos levaram a restrições de mobilidade e contato físico para reduzir os efeitos síndrome respiratória aguda do coronavirus 2 e um possível colapso do sistema de saúde. Há evidências de perda auditiva, zumbido e tontura em estudos com adultos, mas pouco se sabe sobre as formas de transmissão vertical, fatores de proteção e se a condição viral desta doença pode ser vista como fator de risco para perda auditiva neonatal durante o período gestacional. Objetivo: Mapear a produção científica relativa aos resultados da Triagem Auditiva Neonatal em neonatos de mães que foram expostas ao coronavírus 2 durante o período gestacional. Método: Revisão de escopo, conduzida segundo o protocolo das recomendações do Manual do Instituto Joanna Briggs à pergunta norteadora: o que a literatura científica diz sobre a triagem auditiva neonatal em neonatos com exposição intrautero e COVID-19?. As buscas, realizadas em 2022, foram realizadas em quatro bases de dados (PubMed, Scopus, EMBASE e Google Scholar), sem restrição de período ou idioma. Resultados: De um total de 126 estudos identificados, 18 foram selecionados para leitura na íntegra.  Nove estudos atenderam aos critérios de inclusão e sete foram analisados comparativamente. Os estudos selecionados abordam a temática proposta, são de abordagens quantitativas, apresentaram diferentes delineamentos e exames diferenciados foram realizados para determinar a adequada função coclear. Para a análise foram considerados sete estudos desenvolvidos nos anos de 2021 e 2022, na Turquia (4), Itália (2), Estados Unidos da América (comunicação), Egito e Brasil (um resumo de artigo em submissão também foi encontrado). A maioria das mães estudadas adquiriu COVID-19 no último trimestre da gestação. A população de mães e bebês que foram analisados é pequena, em geral nos primeiros meses de vida. Foi destacada a preocupação com atrasos na detecção e intervenção nas alterações auditivas, os protocolos de exames, fluxos da triagem e diagnóstico não padronizados entres os serviços e a necessidade de monitorar o desenvolvimento destes bebês. Conclusão: Os estudos encontrados não identificaram evidências ou correlações importantes entre a exposição materna à COVID-19 durante a gestação e alterações nos resultados da Triagem Auditiva Neonatal dos bebês. Contudo, sugerem que a identificação de indicadores de risco para deficiência auditiva, incluindo exposição à COVID-19, é relevante. Os bebês que não finalizaram a testagem ou diagnóstico devem ser identificados por busca ativa e ter o desenvolvimento monitorado para o acompanhamento das funções cocleares e maior conhecimento quanto aos efeitos da exposição à COVID-19 ao longo prazo. 
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Página(s): p.1322
ISSN 1983-1793X
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FONOTERAPIA VOCAL EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA E IMPLANTE COCLEAR: RELATO DE CASO
Costa, E.S. ; Araujo, V.A.F. ; Queija, D.S. ; Ubrig, M.T. ;

Introdução: A produção da voz e fala engloba a participação das seguintes fases: respiração, fonação, articulação, ressonância e prosódia. A deficiência auditiva pode comprometer o desenvolvimento da linguagem oral e a produção de voz e fala. A restrição ao feedback auditivo dificulta a monitorização da própria voz, o desemvolvimento e manutenção da qualidade vocal. Objetivo: Aplicar um protocolo específico de fonoterapia vocal em uma criança com deficiência auditiva e usuária de implante coclear. Método: Trata-se de um estudo prospectivo e longitudinal. Foi aprovada pelo comitê de ética sob o número CAE 69992323.0.0000.543. Participou desta pesquisa uma criança do gênero masculino, com idade de quatro anos e quatro meses, com deficiência auditiva pré lingual, usuária de implante coclear bilateral e da linguagem oral. Foi desenvolvido e aplicado um protocolo de fonoterapia com técnicas e diversos exercícios vocais de trato vocal semi-ocluido (ETVSO), abordando a relação fonte e filtro, sendo progredido em duração e dificuldade gradativamente a cada semana. Foram realizadas 12 sessões com duração de 01 hora com a criança e os exercícios foram treinados, ensinados e orientados também a serem realizados em casa, cinco dias por semana. A fonoterapia também contou com o auxílio da plataforma Afinando o Cérebro, antes da realização dos exercícios de voz, utilizando-se por 15 minutos atividades de estimulação das habilidades auditivas de ordenação e resolução temporal. O acesso a plataforma foi liberado para que a família treinasse com o paciente também em casa, juntamente com os exercícios treinados em fonoterapia. Resultados: As gravações de voz com diferentes tarefas vocais e nos momentos pré e pós aplicação do protocolo foram avaliadas por uma juíza especialista em voz, com experiência em pacientes com deficiência auditiva, utilizando-se o protocolo CAPE-V. Os dados da avaliação vocal, após 12 semanas de treinamento, demonstraram que o paciente apresentou melhora global da qualidade vocal, com redução dos parâmetros perceptivos-auditivos de tensão, pitch e loudness na fala encadeada e instabilidade na vogal sustentada /a/. Verificou-se também redução nos valores dos parâmetros acústicos de jitter e shimmer na vogal sustentada /a/, verificados por meio do programa PRAAT. Conclusão: O programa de terapia utilizado demonstrou bons resultados na sua utilização para o treinamento das habilidades vocais treinadas. É de suma importância a combinação entre terapia fonoaudiológica e uso de dispositivos auditivos como o implante coclear. A fonoterapia, incentivando habilidades auditivas e vocais concomitante, pode auxiliar no desenvolvimento adequado (habilitação) dos aspectos relacionados a fonação de crianças com deficiência auditiva.
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Página(s): p.1177
ISSN 1983-1793X
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FOTOBIOMODULAÇÃO TRANSCRANIANA ASSOCIADA A MINDFULLNESS E TERAPIA SONORA EM ADOLESCENTES COM HIPERACUISA: SÉRIE DE CASOS.
Góes, TRVG ; Rosa, M,R,D. ;



A hiperacusia é a intolerância a certos sons do dia a dia que causa sofrimento significativo e prejuízo nas atividades sociais e ocupacionais. Existe uma alta prevalência de hiperacusia nos distúrbios do neurodesenvolvimento infantil, porém não é uma condição exclusiva de tais distúrbios. Estudos de imagem indicam a hiperexcitabilidade de áreas cerebrais específicas como um achado comum em esses pacientes. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar se a terapia por fotobiomodulação transcraniana em combinação com com a terapia de treinamento auditivo e mindfulness levariam a resultados positivos no tratamento de adolescentes com hiperacusia. Métodos: Estudo clínico com cinco pacientes (entre 12 -15 anos), com diagnóstico de Transtorno de Processamento Auditivo Central e hiperacusia, com limiar de desconforto menor que 90dB e área dinâmica da audição menor que 55dB, presença de limiares auditivos tonais dentro do padrão de normalidade bilateralmente. Realizaram doze sessões de treinamento auditivo, 1 vez por semana, associado com fotobiomodulação transcraniana , por meio de um cluster da marca Ecco Fibras, potência de 150mW, configurado a 25 J por ponto, com três diodos de laser infravermelho, totalizando 75 J nos ponto F3 e C3 , do sistema 10-20. Durante as sessões foi utilizado um programa de mindfullness adaptado para a população.
Resultados: Todos os cinco participantes apresentaram um aumento do Limiar de desconforto auditivo nas frequências avaliadas de 500 Hz a 400 Hz, mediana de aumento de 15dB e área dinâmica com aumento de mediana de 20 dB. Foi utilizado ainda o questionário de hiperacusia infantil, proposto por coelho (2006), respondido pelos pais dos pacientes, a diferença pré e pós intervenção foi estatisticamente significante ( p=0,02). Conclusão :Os pacientes adolescentes com hiperacusia e Transtorno do Processamento Auditivo tiveram escores de limiar de desconforto melhores após a intervenção intervenção de fotobiomodulação transcraniana , mindfullness e treinamento auditivo, assim como houve melhora da percepção dos pais no que diz respeito as manifestações clínicas da hiperacusia dos participantes.
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Página(s): p.1379
ISSN 1983-1793X
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FREQUÊNCIA DE VERTIGEM ENTRE HOMENS E MULHERES APÓS A COVID-19 E SUA PROVÁVEL ASSOCIAÇÃO.
Rodrigues, L.C. ; Marchiori, L.L.M. ; Marchiori, G.M. ; Camilo, M.L.A. ; Franco, P.P.R ; Ciquinato, D.S.A ; Tanaka, L.S. ; Branco, B.H.M. ;

Introdução: Desde 2019, o mundo inteiro vive a pandemia do SARS-CoV-2, causador da COVID-19, que se espalhou rapidamente por todos os continentes, contaminou muitas pessoas, com imenso impacto epidemiológico de mortalidade e morbidade, que incluem alterações secundárias ao quadro viral agudo com sintomas que podem atrapalhar a qualidade de vida da população nesse período pós-pandêmico. Os sintomas persistentes da síndrome pós-COVID-19 acarretam impactos negativos na saúde, qualidade de vida e produtividade. Sintomas otoneurológicos como vertigem, têm sido relatados, no entanto ainda existem várias lacunas no entendimento e consenso sobre seu entendimento para um melhor manejo clínico desses casos. Objetivo: Verificar frequência de vertigem e sua possível associação com a variável sexo em pessoas após a COVID-19. Métodos: Este estudo se constitui em uma parte de desenho transversal de pesquisa mais ampla denominada "projeto Pós COVID-19" que explorou também as características e os fatores de risco para sintomas otoneurológicos após contrair COVID-19.O comitê de ética em pesquisa com seres humanos aprovou o projeto da instituição (CAAE 18270919.1.0000.5539) e, previamente ao início do estudo, todos os pacientes foram informados sobre os objetivos e procedimentos a serem realizados e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de inclusão foram: ter sido diagnosticado com COVID-19 confirmado por meio de teste de antígeno com laudo ou teste diagnóstico molecular (RT-PCR), com no mínimo 30 dias depois da alta hospitalar ou fim do isolamento. Os critérios de exclusão foram: ter idade menor que 18 anos ou maior que 80 anos ou aqueles que não soubessem responder as questões relacionadas a sintomas otoneurológicos como a vertigem. A pesquisa foi realizada por meio de questionário padronizado do citado projeto com dados de identificação como: sexo e idade, questões relacionadas a saúde, comorbidades e sintomas anteriores, durante e posteriores a COVID-19, entre eles a vertigem. O software SPSS versão para Windows foi utilizado para análise dos dados com IC de 95% e valor de significância p < 0,05, com aplicação do teste qui-quadrado. Resultados: Ao todo, a amostra contou com 105 participantes com idade: 49,5 ± 11,7 anos, que foram avaliados e responderam aos questionários de vertigem. Destes, 60,9% (n = 64) eram do sexo masculino, dos quais 59,4% (n = 38) não referiram vertigem e 40,6% (n = 26) referiram vertigem; e 39,1% (n = 41) eram do sexo feminino, dos quais 31,7% (n = 13) não referiram vertigem e 68,3 % (n = 28) referiram vertigem; o teste qui-quadrado mostrou associação entre vertigem e sexo (p = 0,006), pois as mulheres apresentaram maior percentual de vertigem. Conclusão: Este estudo, que encontrou associação entre vertigem e sexo em pessoas após a COVID-19, com as mulheres apresentando maior percentual de vertigem, vem de encontro com outros estudos realizados antes da pandemia da COVID-19, que também encontraram associação entre vertigem e sexo. Tais achados podem contribuir para um maior entendimento da vertigem em pessoas após a COVID-19, assim como para ações voltadas a Promoção a Saúde desta população.
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Página(s): p.1323
ISSN 1983-1793X
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FREQUENCY FOLLOWING RESPONSE EM LACTENTES COM SÍFILIS CONGÊNITA
Balen, S.A. ; Evangelista, C.K.S. ; Ribas-Prats, T. ; Santos, A.B. ; Arenillas-Alcón, S. ; Escera, C. ;

Introdução: A sífilis congênita é uma doença causada pela transmissão da bactéria Treponema Pallidum por transmissão vertical durante a gestação ou no momento do parto. Entre as consequências há relato de lesão do VIII nervo craniano e, portanto, a perda auditiva neural, além de manifestações cognitivas e neurológicas. Objetivo: Estudar a decodificação de fala pelo frequency following response (FFR) em lactentes com sífilis congênita. Métodos: Estudo transversal, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (n. 3,130,122). Foram recrutadas 112 crianças em maternidades públicas. Foram incluídos na amostra 90 lactentes, com idade entre 15 a 90 dias de vida (39,85 ± 17,16 dias). Um grupo com 53 bebês cujas mães e lactentes receberam tratamento perinatal para sífilis e os lactentes foram diagnosticados e notificados para sífilis congênita na maternidade (GSC) e 37 lactentes que eles e as mães estavam livres de sífilis como grupo controle (GC). Em ambos os grupos não havia a presença de outros indicadores de perda auditiva, além de serem lactentes com idade gestacional acima de 37 semanas e peso superior a 2.500 gr.Todos apresentaram onda I, III e V com latência absoluta e inter-picos dentro do esperado a 80 dBnNA e presença da onda V a 30 dBnNA. O FFR foi realizado utilizando o estímulo consoante-vogal /da/ com 170 ms, F0 de 100Hz, velocidade 10,9 /s, polaridade alternada, modo ipsilateral e intensidade de 80dBnNA na orelha direita por fones de inserção 3A. Os dados foram analisados no domínio do tempo e da frequência. Foram utilizados o teste de Shapiro-Wilk e o teste não paramétrico de Mann-Whitney adotando nível de significância de 5%. Resultados: Os resultados não foram significativos nem na resposta da amplitude espectral da frequência fundamental (F0) nem nos harmônicos na porção transitória e contínua do estímulo entre os grupos. O mesmo foi observado no pré-estímulo RMS (root mean square), neural lag e SNR (signal noise ratio) na transição consonantal e vogal da F0 e harmônicos. Conclusão: Este trabalho traz contribuições sobre a via auditiva após exposição à sífilis em lactentes comprovando que ela não influencia a decodificação da fala e suas características temporais e espectrais que são importantes para a aquisição da linguagem.
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Página(s): p.1204
ISSN 1983-1793X
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FREQUENCY FOLLOWING RESPONSE EM NORMO-OUVINTES: COMPARATIVO ENTRE ESTÍMULOS /DA/ DE DIFERENTES DURAÇÕES
Câmara, L. L. P. ; Araújo, A. D. S. N. ; Balen, S. A. ;

Introdução: O Frequency Following Response (FFR) é caracterizado como um potencial evocado auditivo que reproduz a inibição da fase neural síncrona dos componentes espectrais e temporais do sinal acústico. Desta forma, ele é dependente das características acústicas do estímulo utilizado. Parâmetros de referência ainda estão sendo estudados para futuro uso clínico, sendo fundamental conhecer as diferenças entre protocolos com parâmetros acústicos diferenciais. O FFR reflete a atividade neural a nível subcortical com projeções corticais. É uma ferramenta promissora para a clínica audiológica pela facilidade de seu registro, porém ainda apresenta limitações quanto às questões de análise e padronização. Objetivo: Comparar a resposta do neuro lag e amplitude espectral da frequência fundamental no FFR com estímulo /da/ de 40 e de 170 ms em adultos normo ouvintes. Metodologia: Este estudo é uma série de oito sujeitos com audição normal, com idade de 19 a 32 anos (média- 23,25 e 3,882dp). Estes sujeitos realizaram a timpanometria, Emissões Otoacústicas Transientes, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE), nos quais obtiveram normalidade nos resultados, e o FFR. O FFR foi realizado no mesmo equipamento do PEATE, o Intelligent Hearing System (IHS), com a mesma disposição dos eletrodos, módulo cABR na intensidade fixa de 80 dBnNA com o estímulo de fala /da/ de 40 e de 170 ms com fones de inserção em ambas as orelhas, de forma aleatorizada. Em cada tempo de duração foram realizadas quatro promediações de 1.000 sweeps cada. O /da/ de 170 ms foi realizado com velocidade de 3,70/s, frequência fundamental (f0) de 100 Hz e janela de -40 a 270.27 ms. O /da/ com 40 ms, a uma velocidade de 10,9/s, com frequência fundamental (f0) de 100 Hz e janela de -40 a 60 ms. Ambos com polaridade alternada, filtro online de 30 a 3.000 Hz. No processamento de sinal foi usado o filtro passa-banda de 80 a 1500 Hz. Os parâmetros analisados foram amplitude espectral da frequência fundamental e neuro lag no módulo cABR do IHS. Com a distribuição não normal dos dados foram utilizados o Teste de Wilcoxon entre os resultados do mesmo sujeito nos dois estímulos diferentes e entre as orelhas, adotando-se o nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se mediana de 10,1 e 9.34 ms para o neuro lag da orelha direita e de 10,1 e 9,98 ms para a orelha esquerda respectivamente, do /da/ de 40 e 170 ms, sendo resultados semelhantes em ambas as orelhas. A amplitude espectral da F0 foi menor com o estímulo /da/ de 40 ms, porém sem diferença estatisticamente diferente. Conclusão: O neuro lag e a amplitude espectral da F0 entre os estímulos /da/ de 40 e 170 ms e entre as orelhas avaliadas foram semelhantes em adultos normo ouvintes. A realização de novos estudos com a ampliação da amostra aumentará a validade externa dos resultados, assim como sugere-se a análise de outras variáveis no domínio da frequência.
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Página(s): p.1278
ISSN 1983-1793X
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FREQUENCY FOLLOWING RESPONSE EM NORMOOUVINTES EM DIFERENTES CICLOS DA VIDA
Santos, A. B. ; Silva, K. S. S. ; Nunes-Arajo, I. P. ; Brazorotto, J. S. ; Escera, C. ; Balen, S. A. ;

Introdução: O Frequency Following Response (FFR) com estímulos de fala é um tipo de potencial evocado relacionado a eventos que pode contribuir para a avaliação da codificação neural dos sons da fala em diferentes populações. Seu uso clínico ainda é restrito tendo em vista a necessidade de padrões típicos em diferentes ciclos da vida. Objetivo: Analisar FFR com estímulo de fala no domínio da frequência e do tempo em diferentes ciclos da vida. Metodo: Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 3.130.122). Foram selecionados 63 sujeitos, sendo 12 lactentes, 10 crianças e 41 adultos. Todos falantes do Português Brasileiro como primeira língua. Todos apresentaram desenvolvimento típico, sem indicadores de risco e/ou queixas audiológicas, resposta normal no PEATE clique a 80 dBnNA com presença da onda V em 30 dB nNA em ambas as orelhas. Foi registrado o FFR com o /da/ de 170 ms, F0 de 100 Hz na velocidade de 3,70/s. Foram apresentados 4.000 sweeps, numa janela de -40 a 270.27 ms, polaridade alternada em 80dBnNA com fones de inserção 3A em ambas as orelhas no modo ipsilateral. Os lactentes e crianças permaneceram no colo da mãe em estado de sono leve e os adultos acordados de olhos fechados. Os parâmetros analisados no domínio do tempo foram: neuro lag e relação sinal-ruído na porção da consoante e da vogal. No domínio da frequência a amplitude da frequência fundamental e seus harmônicos numa janela fixa de tempo, envolvendo a consoante e a vogal. As análises foram realizadas no script do software Matlab. A partir da não distribuição normal dos dados foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis na análise entres os três grupos nos diferentes ciclos de vida, pareados no Teste Dwass-Steel-Critchlow-Fligner. Na análise dependente entre orelhas utilizou-se o teste de Wilcoxon. Adotou-se um nível de significância de 5%. Resultados: A atividade pré-neural do RMS (Root Mean Square) apresentou resultados melhores para os adultos em ambas as orelhas, já a amplitude espectral da frequência fundamental se mostrou maior na orelha direita nos lactentes de até 60 dias. A amplitude espectral dos harmônicos da porção da consoante e da vogal tem influência direta no aumento da idade. Em relação ao neural lag, as respostas registradas em todos os grupos sugerem que a maturidade é atingida primeiro na orelha esquerda. Conclusão: A decodificação auditiva da fala é influenciada pela idade e apresenta processo maturacional diferente entre as orelhas ao longo dos ciclos de vida, tanto no domínio do tempo quanto da frequência.
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Página(s): p.1235
ISSN 1983-1793X
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FUNCIONALIDADE DA VIA AUDITIVA CENTRAL EM SUJEITOS COM TRANSTORNO DO ZUMBIDO: UMA ANÁLISE DA DURAÇÃO DO P300
Schumacher, C.G. ; de Lima, S.S. ; Moreira, H.G. ; Garcia, M.V ; Didoné, D.D. ;

Introdução: O Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência (PEALL) tem como objetivo avaliar processo sináptico neural. O potencial P300 está relacionado com o processamento neural que reflete as habilidades de discriminação auditiva, processamento temporal e aspectos cognitivos como memória, atenção e concentração, sendo considerado um biomarcador importante para o zumbido. Este sintoma pode influenciar na mudança do funcionamento neural auditivo e nas funções cognitivas, pois está relacionado a aspectos de sofrimento emocional e a disfunção cognitiva, os quais refletem em alterações comportamentais e incapacidade funcional. A duração do P300 pode predizer sobre o recrutamento das fibras neurais na realização da tarefa durante o exame. Objetivo: Comparar a duração do potencial P300 entre os grupos sem e com transtorno do zumbido. Metodologia: Estudo de caráter analítico, transversal e quantitativo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 64696022.1.0000.5346. Os participantes assinaram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido(TCLE). Participaram 28 sujeitos adultos, de ambos os sexos, com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, curva timpanométrica do tipo “A” e reflexos acústicos estapedianos contralaterais presentes bilateralmente, com ou sem transtorno do zumbido. Os sujeitos foram distribuídos em dois grupos: G1 composto por 16 sujeitos com transtorno do zumbido por tempo mínimo de 6 meses, manifestação em ambas as orelhas e nota na Escala Visual Analógica EVA), de no mínimo 4. O G2 foi composto por 12 sujeitos sem transtorno do zumbido. Para a realização do PEALL utilizou-se o equipamento modelo Smart EP da marca Intelligent Hearing Systems(IHS). Utilizou-se o eletrodo terra em Fpz, ativo em Cz e eletrodos referência A1 e A2 nos lóbulos das orelhas para captação das respostas. Os estímulos foram apresentados de forma binaural, com fones de inserção ER-3A, na intensidade de 80dBnNA. Utilizou-se o paradigma oddball /ba/x/di/ para obtenção do P300. Para análise de duração, foi observada a latência de início da onda e após a de final. Foi subtraído o valor final - inicial para ter a duração em ms do P300. Os dados foram tabulados em planilhas do excel e analisados estatisticamente por meio do Software SPSS. Para análise estatística, foi utilizado o Teste T de amostras independentes, sendo adotado o critério de significância de 5%. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significante entre as orelhas (p-valor=0,863) e entre os sexos(p-valor=0,104), portanto os dados foram agrupados. Houve diferença estatisticamente significante entre os grupos(p-valor=0,011), sendo que o grupo de sujeitos com transtorno do zumbido apresentou uma duração menor do componente P300(média=103,09ms), quando comparado ao grupo sem zumbido(média=132,17ms). Conclusão: Quando comparado a duração do P300 entre os grupos, pode-se evidenciar que os sujeitos com transtorno do zumbido apresentaram uma duração do componente P300 menor, e esta pode estar relacionada a um menor recrutamento de fibras neurais devido à dificuldades de concentração e atenção associados à percepção do sintoma. Este dado demonstra a importância dessa análise em indivíduos com transtorno do zumbido.
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Página(s): p.1059
ISSN 1983-1793X
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HABILIDADE DA LINGUAGEM EXPRESSIVA EM UMA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: ESTUDO DE CASO
NASCIMENTO, M. C. ; LEVY, C. C. A. C. ;

Introdução
A audição é um fator importante para o desenvolvimento da linguagem expressiva e das habilidades auditivas. Qualquer grau de perda auditiva acarretará consequências na linguagem, mas também psicossociais, processo de alfabetização, autoestima e futuramente no mercado de trabalho. Atualmente, com o avanço da tecnologia, da ciência e da medicina o diagnóstico está o mais precoce possível com a implementação de Programas de Saúde Auditiva que contemplam também a intervenção. Sendo assim, é importante que haja Protocolos adequados para a avaliação da linguagem expressiva na população pediátrica com deficiência auditiva (Inês; Tochetto, 2007).
Objetivo
Descrever a habilidade da linguagem expressiva em uma criança com deficiência auditiva usuária de AASI por meio do Protocolo da Avaliação de Desenvolvimento de Linguagem (ADL).
Método
Participou dessa pesquisa uma criança do sexo feminino com 4 anos e 10 meses, atendida no ambulatório de Audiologia Educacional do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Foi realizado uma anamnese com a mãe para o levantamento de dados da criança. Em seguida, foi aplicado o ADL de acordo com a idade cronológica da criança.
Resultados
Foram realizadas 11 perguntas com 27 subitens de acordo com a idade cronológica da criança. Destas ela respondeu 20 subitens e sete não houve resposta. Das 20 respostas, apenas oito respostas estavam corretas de acordo com a pergunta. As demais, as respostas não foram corretas com a perguntas. Na pergunta um, com cinco subitens, o subitem a ela respondeu repetindo parte da pergunta e o próprio nome. Nos subitens b, c e d, a criança respondeu corretamente às perguntas e no último subitem não soube responder. A pergunta dois, com três subitens, a criança respondeu os subitens b e c, destes não respondeu corretamente nenhum. E o subitem a, não soube responder. Na pergunta três, apresentava três subitens. Nos subitens a e b, ela respondeu apenas corretamente o item b e o último item não houve resposta. Na pergunta quatro, apresentava apenas dois subitens. A criança não respondeu o que era esperado para as perguntas, mas descreveu as cores das imagens que era apresentada para ela. Referente à pergunta cinco, a criança não respondeu corretamente. Na pergunta seis, com dois subitens a criança respondeu corretamente às perguntas. Na pergunta sete, com dois subitens, não houve resposta em ambas. Com relação à pergunta oito, com dois subitens a participante respondeu ambos, mas apenas o subitem a respondeu corretamente. Na pergunta nove, com dois subitens, respondeu apenas o subitem b, o subitem a não houve resposta. Referente a pergunta 10, com três subitens respondeu a todos os subitens. Porém, apenas o subitem a respondeu corretamente e os demais, relatou as palavras já mencionadas pela aplicadora. Na última pergunta, com dois subitens. A participante respondeu apenas o subitem b e foi coerente a pergunta.
Conclusões
Neste momento, entendemos que a Linguagem expressiva da paciente do estudo de caso está na fase de frases curtas, sendo assim, encontra-se abaixo para a idade esperada.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1364
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1364


HABILIDADE DE IDOSOS NO USO E MANUSEIO DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL E SUA CORRELAÇÃO COM AS MEDIDAS DE RESULTADO DO USO DIÁRIO
ALMEIDA, T.F. ; LÜDERS, D ; LOBATO, D.C.B. ; Fidêncio, V. L. D. ;

Introdução: mesmo com a realização de uma adaptação do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) baseada nas boas práticas, alguns idosos não fazem o uso efetivo do dispositivo e estudos relatam que um dos motivos para o não uso é a dificuldade no manuseio. Ao mesmo tempo, as habilidades de manuseio e o conhecimento sobre o AASI estão associados a melhores resultados com o dispositivo. Objetivo: avaliar o conhecimento e as habilidades de idosos quanto ao uso e manuseio do AASI e a correlação com as medidas de resultado do uso do dispositivo no dia a dia. Metodologia: estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas (CEP) sob nº 6.100.550. Participaram 30 indivíduos com idade a partir de 60 anos diagnosticados com perda auditiva e usuários de AASI retroauricular. Foi aplicada a versão no português brasileiro do Hearing Aid Skills and Knowledge Test (HASK) e do Amsterdam Inventory for Auditory Disability and Handicap (Pt-AIADH). Realizou-se análise estatística inferencial, partindo do resultado da análise com o Shapiro Wilk resultante p<0,05. Para a comparação entre os sexos e os resultados dos instrumentos utilizou-se o teste de Mann-Whitney. Para correlação entre as variáveis idade, tempo de uso do AASI e os resultados obtidos nos instrumentos, realizou-se Correlação de Spearman. Adotou-se nível de significância p<0,05. Resultados: não houve correlação entre o tempo de uso do AASI e os resultados obtidos no Pt-AIADH e HASK. Também não houve correlação entre os resultados dos instrumentos e as idades dos participantes. Os resultados demonstraram que as pontuações nos domínios do Pt-AIADH se correlacionam proporcionalmente, indicando que maiores pontuações em um determinado domínio se correlacionam com maiores pontuações em outro. O domínio com maior pontuação, ou seja, maior índice de queixas, foi o de inteligibilidade no ruído. Observou-se que resultados de maior pontuação (maior dificuldade) nos domínios reconhecimento, inteligibilidade no silêncio, inteligibilidade no ruído e pontuação total no Pt-AIADH, correlacionam-se com menores pontuações no domínio habilidade do HASK (piores habilidades de manuseio do AASI) e vice-versa. Também foi observada correlação entre os domínios conhecimento e habilidade no HASK, indicando que quanto maior a pontuação em um deles, maior a pontuação no outro. Não houve correlação entre o tempo de uso do AASI e os resultados dos instrumentos. Os tópicos com menores pontuações no HASK foram sobre a limpeza do microfone e corpo do AASI, utilização de telefone, resolução de problemas de microfonia e verificação de obstrução do microfone e ajuste do molde. Conclusão: os idosos usuários de AASI avaliados nesse estudo apresentaram maior conhecimento e habilidade de manuseio do AASI em situações frequentes, porém ainda apresentam dificuldades em outros diversos aspectos, necessitando de auxílio para um manuseio efetivo do dispositivo. O maior conhecimento a respeito do AASI correlacionou-se a maior habilidade no manuseio e uma menor habilidade no manuseio esteve relacionada a piores resultados nas medidas de autorrelato de dificuldades em situações auditivas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1049
ISSN 1983-1793X
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HABILIDADES AUDITIVAS DE UM GRUPO DE IDOSAS PÓS TERAPIA DE TREINAMENTO AUDITIVO: UM ESTUDO PILOTO
Frigo, V. ; Paschoal, A. V. C. ; Sebastião, L. T. ; Cardoso, A. C. V. ;

Introdução: O aumento da expectativa de vida da população trouxe alguns impactos no sistema de saúde, especialmente nas questões relacionadas à audição, tanto em nível periférico quanto central. A perda auditiva decorrente do processo de envelhecimento afeta tanto a discriminação quanto a compreensão de fala, trazendo impactos negativos na comunicação, na interação social, nos aspectos emocionais e, pode favorecer o aparecimento de problemas cognitivos. Objetivo: investigar as habilidades auditivas de idosas após programa treinamento auditivo online. Metodologia: Participaram deste estudo cinco voluntárias do sexo feminino, com média de idade de 63 anos, sem histórico de queixas auditivas ou neurológicas. Realizaram-se os seguintes procedimentos: avaliação audiológica básica (audiometria tonal liminar, logoaudiometria e imitanciometria) e, avaliação comportamental do processamento auditivo central, na qual se aplicaram os seguintes testes: Fala com Ruído, Sentenças Sintéticas com Mensagem Competitiva Ipsilateral (SSI-MCI), Dicótico de Dígitos (TDD), Masking Level Difference (MLD), de Padrão de Frequência (TPF) e Random Gap Detection Test (RGDT). Os resultados foram colocados em uma planilha do excel e analisados de forma descritiva. Resultados: A análise dos resultados demonstrou que todas as participantes apresentaram resultados dentro dos padrões de normalidade para as habilidades de fechamento auditivo, figura fundo para sons verbais, integração e interação binaural. A única habilidade auditiva na qual 80% das participantes apresentaram alteração de ordenação temporal. Conclusão: Nesta população a maioria das participantes apresentaram alteração nos testes que avaliaram o processamento temporal, mais especificamente, a habilidade de ordenação temporal.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1122
ISSN 1983-1793X
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HABILIDADES AUDITIVAS E DE LINGUAGEM ORAL EM CRIANÇAS SURDAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR COM PARALISIA CEREBRAL: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA.
Madoglio, A. L. ; Iervolino, S. M. S. ; Levy, C. C. A. C. ;

INTRODUÇÃO: A deficiência auditiva não tratada precocemente pode ocasionar sérios prejuízos como as dificuldades de comunicação, e o atraso do desenvolvimento das habilidades auditivas e da linguagem oral em crianças surdas com paralisia cerebral. Para melhorar o acesso auditivo dessas crianças, o Implante Coclear tem sido indicado como um recurso para o tratamento nos casos da deficiência auditiva sensorioneural bilateral de grau severo e/ou profundo que não apresentam aproveitamento com o aparelho de amplificação sonora individual. Embora o Implante Coclear tenha sido reconhecido nos últimos anos, a reabilitação auditiva na paralisia cerebral ainda impõe desafios para a fonoaudiologia, e a descrição do uso precoce do Implante Coclear para o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem oral em crianças surdas com paralisia cerebral é pouco abordada em literatura nacional. OBJETIVO: Avaliar as evidências nacionais e internacionais disponíveis da literatura que abordam o uso do implante coclear no desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem oral em crianças com Paralisia Cerebral, com diagnóstico de deficiência auditiva sensorioneural bilateral de grau severo e/ou profundo. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura. A pesquisa utilizou-se da busca de publicações nas bases de dados LILACS, PubMed, Library Cochrane e SciELO, conduzida pela pergunta norteadora: “O Implante Coclear é uma possibilidade da Reabilitação Auditiva para o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem oral em crianças surdas com Paralisia Cerebral?”. Para a busca realizada nas bases de dados, utilizou-se a combinação dos descritores nos três idiomas (português, inglês e espanhol) em pares ou trios com operador booleano AND. Atribuiu-se aos critérios de inclusão os artigos científicos publicados entre os anos de 2010 e 2020, e disponíveis nos idiomas português, inglês e espanhol, que abordaram o uso do implante coclear para aquisição e desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem oral em crianças com paralisia cerebral com surdez severa e/ou profunda bilateral. Os dados dos artigos selecionados foram coletados e sintetizados em um quadro seguindo as variáveis analisadas. RESULTADOS: Foram encontradas 150 publicações, e ao final do processo de exclusão, 9 artigos foram selecionados para a leitura integral, e apenas 8 estudos contemplaram os critérios e foram incluídos na revisão integrativa. Dos artigos analisados, 4 compararam as crianças surdas com paralisia cerebral com ou sem deficiências adicionais e usuárias de implante coclear com um grupo formado por crianças sem atraso de desenvolvimento motor e deficiências adicionais; 1 investigou apenas as crianças com deficiências adicionais, incluindo a paralisia cerebral, e 3 realizaram comparação entre as crianças surdas usuárias de implante coclear com paralisia cerebral de diferentes tipos clínicos com ou sem comprometimento cognitivo. CONCLUSÃO: Considerando a heterogeneidade clínica da paralisia cerebral, as crianças surdas com paralisia cerebral apresentaram melhoria nos escores de desempenho auditivo e de linguagem oral com o uso do implante coclear nos estudos analisados. O implante coclear tem sido um dispositivo eletrônico viável da reabilitação para o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem oral em crianças com paralisia cerebral com surdez de grau severo e/ou profundo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1105
ISSN 1983-1793X
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HABILIDADES DA PERCEPÇÃO VISUAL EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL.
Melo, N. C. O. ; Figueiredo, D. F. ; Medeiros, V. N. ; Miranda, A. C. ; Rosa, M. R. D. ;

Introdução
O Processamento Auditivo Central (PAC) é responsável pelo processamento neural dos estímulos auditivos e pela utilização da informação auditiva pelo sistema nervoso. É através desse processo que detectamos, discriminamos, localizamos, reconhecemos e compreendemos os sons, incluindo a memória e a capacidade de manter uma atenção seletiva. O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) ocorre quando há uma falha nesse processamento, resultando em dificuldades na compreensão da fala em ambientes ruidosos, bem como na identificação e discriminação de padrões sonoros. Por outro lado, a percepção visual é o processo pelo qual o cérebro interpreta e organiza as informações visuais captadas pelos olhos, o que envolve habilidades de captura, processamento e interpretação dos estímulos visuais, resultando na formação de uma representação coerente do ambiente ao nosso redor. Embora a percepção visual e o processamento auditivo central sejam processos distintos, ambos são essenciais para fornecer uma compreensão abrangente e precisa do ambiente. Esses dois processos vêm sendo relacionados como importantes para o desenvolvimento infantil, principalmente nas questões de aprendizagem.

Objetivo
Investigar as habilidades visuais em crianças com TPAC.

Metodologia
Após a aprovação no comitê de ética, o projeto foi realizado na Clínica-Escola de Fonoaudiologia da UFPB. Participaram voluntários de 7 a 10 anos de ambos os sexos, com limiares audiométricos normais e diagnóstico de TPAC. Não foram incluídos participantes com alterações neurológicas ou outras comorbidades. Todos os participantes e responsáveis consentiram voluntariamente. O estudo incluiu 10 indivíduos (4 meninas e 6 meninos) e a coleta de dados incluiu testes como PSI, FR, PPS, GIN, DD e MLD para avaliar o PAC, seguido pelo Teste de Desenvolvimento da Percepção Visual - 2 (DTVP-2) para avaliar a capacidade perceptivo-visual, por meio de oito subtestes, que medem habilidades viso-motoras e percepto-visuais diferentes, porém interrelacionadas.

Resultados
Os resultados do teste DTVP-2 revelam uma variedade de resultado nos desempenhos das diferentes habilidades visuais. Os subtestes de cópia e velocidade visomotora mostraram os melhores desempenhos, 100% dos participantes tiveram desempenho “médio” ou superior. Em contrapartida as habilidades de constância de forma (90%), closura visual (70%), figura fundo (70%), velocidade visuomotora (70%) e relações espaciais (60%) tiveram os piores desempenhos, ou seja, as maiores porcentagem de pontuações “abaixo da média” ou categoria inferior foram encontradas nessas habilidades. Na habilidade visual de posição no espaço houve desempenho intermediário entre os participantes, onde 50% tiveram o desempenho “fraco” ou inferior e 50% tiveram o desempenho “médio” ou superior. Esses resultados destacam áreas específicas que podem exigir intervenção para melhora do desempenho nas habilidades visuais e motoras avaliadas.

Conclusão
De acordo com os resultados, conclui-se que indivíduos com TPAC podem apresentar baixo desempenho nas habilidades visuais além das dificuldades nas habilidades auditivas centrais, necessitando assim uma maior atenção em ambos os processos e na correlação entre eles para um melhor desempenho terapêutico.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1132
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1132


HÁBITOS AUDITIVOS DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA
Silva, A. S. L. ; Souza, T. M. ; Oliveira, M. K. ; Fidêncio, V. L. D. ; Lüders, D. ;

Introdução: Em contextos familiares, religiosos ou de lazer, os sons de forte intensidade não são percebidos, muitas vezes, como uma ameaça ao sistema auditivo e, portanto, não motivam a adoção de comportamentos de proteção e cuidado. Portanto, torna-se fundamental entender como os jovens se expõem a situações de lazer onde podem ocorrer sons em forte intensidade, principalmente entre aqueles que pretendem, em seu exercício profissional, promover a saúde auditiva da população. Objetivo: Analisar os hábitos auditivos de estudantes de graduação em Fonoaudiologia de um estado sul brasileiro. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, do tipo transversal, de abordagem quantitativa, realizado por meio de um questionário baseado no questionário Youth Attitude to Noise Scale, elaborado na plataforma Google Forms® e disponibilizado aos participantes no formato eletrônico. Resultados: Participaram deste estudo 50 estudantes de graduação em Fonoaudiologia, sendo 88% do sexo feminino e 12% do sexo masculino com faixa etária que variou de 18 a 57 anos, sendo 42% com idade entre 18 e 21 anos; (88%) mora com familiares, 80% são originários de IES privadas e 36% estão cursando o 8º período, 46% relatou não ter zumbido; 24% referiu tocar algum instrumento musical, sendo a maioria violão; 93% referiu utilizar fones de ouvido; 96% referiu que frequenta discotecas, shows musicais ou eventos esportivos, e 92% nunca utiliza protetores auditivos nessas situações; 30% referiu que pessoas ouvindo músicas com fones de ouvido em um volume muito alto, os aborrece; 48% afirmou que o nível de sons das discotecas, bailes, shows musicais e eventos esportivos, na maioria da vezes, é forte demais e 30% tem vontade de sair do local quando o som é muito alto; 40% referiu que o volume das discotecas, shows musicais ou eventos esportivos são um problema, 34% concorda que o volume desses locais deveriam ser diminuídos e 48% concorda que as regras/regulamentos deveriam ser mais rígidos em casos de níveis de sons elevados. Porém, 66% concorda, mesmo que parcialmente, que os barulhos e sons fortes são aspectos inevitáveis em nossa sociedade. Conclusão: A maioria dos estudantes de fonoaudiologia do presente estudo utiliza fones de ouvido, frequenta discotecas, shows musicais e eventos esportivos e não utiliza protetores auditivos nesses ambientes. A maioria referiu que sons fortes são inevitáveis na sociedade. Tal fato reforça que a promoção da saúde auditiva precisa ser incentivada dentro das próprias Instituições de Ensino para que os alunos possam, quando fonoaudiólogos, promover junto a população hábitos auditivos mais saudáveis.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1174
ISSN 1983-1793X
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HÁBITOS AUDITIVOS E AUDIÇÃO EM UNIVERSITÁRIOS USUÁRIOS DE FONES DE OUVIDO
VARJÃO, LFS ; CAMARA, LA ; OLIVEIRA, TCG ; SILVA, IMC ; CANTO PEREIRA, VR ;

Introdução: O hábito de utilização de fones de ouvido está cada vez mais comum durante as atividades diárias, principalmente o hábito de ouvir música na realização de exercícios físicos, ao se deslocar de um lugar para o outro, dentro de transportes coletivos. A música está, geralmente, associada a momentos agradáveis da vida e, portanto, ainda não é vista pelos usuários como prejudicial à saúde, mesmo quando reproduzida em forte intensidade. Os indivíduos que são expostos à música alta por meio de fones de ouvido em ambientes já ruidosos, ou que utilizam os fones por mais de 80 minutos diariamente, possuem um risco maior de desenvolver uma Perda Auditiva Induzida por Ruído. Objetivo: Verificar hábitos auditivos e pesquisar limiares auditivos tonais de universitários usuários de fones de ouvido. Método: Trata-se de um estudo transversal e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (parecer nº 3.344.836/2019). Foram avaliados 42 universitários entre 18 a 35 anos, sendo 30 do gênero feminino e 12 do masculino. Foram realizadas a aplicação do questionário de hábitos auditivos, a mensuração da intensidade dos fones de ouvido (decibelímetro) e a audiometria tonal. Os dados foram tabulados e analisados por meio do t-test. Resultados: Os dados do questionário de hábitos auditivos mostraram que 76,19% dos estudantes utilizam o fone de ouvido por mais de 3 vezes na semana e 21,43% utilizam por 3 horas diariamente, sendo o fone de inserção o mais utilizado. Todos os participantes apresentaram um ou mais sintomas auditivos e extra auditivos, sendo os mais frequentes a sensação de ouvido abafado (37,5%), dificuldade para entender em ambiente ruidoso (35%), e dor de ouvido (30%). A mensuração do decibelímetro resultou no valor mínimo de 35 dBNPS e valor máximo de 97 dBNPS (média 54,3 dBNPS ± 19,33). Na análise da audiometria tonal houve diferença estatística na frequência de 6000 Hz quando comparada às demais frequências testadas, entretanto, as médias dos limiares auditivos dos indivíduos estão dentro do padrão de normalidade. Conclusão: Apesar dos limiares auditivos estarem dentro da normalidade, houve um aumento no limiar na frequência de 6000 Hz. Considerando que todos os participantes possuem sintomas auditivos e extra-auditivos, nota-se que o uso excessivo dos fones de ouvido pode ser prejudicial à saúde auditiva, mesmo em uma amostra jovem.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1183
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1183


HÁBITOS AUDITIVOS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: ESTRATÉGIAS PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE AUDITIVA
HEUPA, A.B. ; OLIVEIRA, M.K. ; SOUZA, T.M. ; ALVES, A.C. ; LACERDA, A.B.M. ; FIDÊNCIO, V.L.D. ; LÜDERS, D. ;

Introdução: Mais de um bilhão de pessoas com idade entre 12 e 35 anos correm o risco de perder a audição devido à exposição prolongada e excessiva a música em volume elevado e outros sons recreativos. Ouvir música em estéreos pessoais ou em equipamentos de som muitas vezes ultrapassam os limites de tolerância previstos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O próprio ruído nas escolas, quando acima do recomendado pode levar a interferência na comunicação, dificultar a compreensão, interferir no processo de aprendizagem e aumentar questões de irritabilidade. Muitas crianças e adolescentes reconhecem que sons fortes podem causar prejuízos auditivos, porém não referem preocupação em proteger sua própria audição e nem sempre estão dispostos a tornar seu ambiente mais silencioso. Ações educativas em saúde auditiva têm o objetivo de transformar a realidade ao promoverem a conscientização de crianças, adolescentes, familiares e professores sobre a importância da preservação da audição e da saúde auditiva, tornando-os multiplicadores dessas ações. Objetivo: Relatar ações realizadas por integrantes de um núcleo de estudos em saúde auditiva de uma universidade sul brasileira com crianças e adolescentes ao longo de 14 anos de atividade. Metodologia: Relato de experiência de ações praticadas com base nas recomendações da OMS para promover a saúde auditiva e diminuir o risco de perda auditiva em crianças e adolescentes. Resultados: Durante 14 anos, dezenas de ações educativas foram realizadas em escolas de ensino fundamental e ensino médio, com participação de mais de dois mil alunos. Foram em sua maioria organizadas para datas comemorativas (como Dia internacional de conscientização sobre o ruído, Dia das Crianças e Semana de saúde e segurança nas escolas) e ainda em datas definidas pelas escolas participantes. Como estratégias educativas utilizou-se recursos audiovisuais atrativos à faixa etária, rodas de conversa e oficinas, confecção de cartazes, jogos virtuais, teatros, fantoches, apresentação de aplicativos online como decibelímetros e jogos educativos e ainda construção de vídeos para redes sociais. As apresentações e atividades lúdicas utilizaram diversas estratégias, algumas delas propostas pelo Programa Dangerous Decibels ®, um programa de saúde auditiva desenvolvido para ser aplicado com crianças e adolescentes para prevenção de perdas auditivas decorrentes da exposição a sons intensos. Conclusão: ao colocar em prática os princípios da educação em saúde para promoção da saúde auditiva com foco nos hábitos auditivos de crianças e adolescentes, nota-se que é possível adaptar e aplicar ações educativas à realidade escolar, para diferentes faixas etárias. Espera-se que estas ações venham a promover a conscientização sobre saúde auditiva entre crianças, adolescentes, familiares, professores e demais profissionais envolvidos, bem como tornar estas pessoas multiplicadoras deste conhecimento.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1047
ISSN 1983-1793X
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HEALTH PROMOTION THROUGH WIKIPEDIA OUTREACH AND EDUCATIONAL ACTIVITIES: SUMMARY OF RESULTS
Matos, H. G. C. ; Zucki, F. ; Cruz, P. C. ; Arrigo, A. J. ; Araújo, E. S. ; Duarte, J. L. ; Montilha, A. A. P. ; Morata, T. C. ; Alvarenga, K. de F. ; Jacob, L. C. B. ;


Introduction: The World Health Organization's Report on Hearing underscores that approximately 1.5 billion individuals worldwide suffer from some form of hearing impairment. Globally, nearly 1 billion cases of hearing loss are preventable, with a disproportionate impact on low- to middle-income nations. This prevalent health concern detrimentally affects socioeconomic status, hastens cognitive decline, and disrupts interpersonal communication. The global disparity in ear and hearing care is partly attributed to insufficient and incomprehensible information, particularly evident in hearing health. In response, various healthcare institutions have devised strategies to improve the quality of health-related content on Wikimedia platforms. Wikipedia, the foremost open-source encyclopedia and collaborative knowledge platform, maintained by volunteers, stands as the largest and most widely consulted reference source on the internet. Scholarly recognition of initiatives aimed at enhancing Wikipedia content is increasing, driven by the growing inclusion of Wikipedia writing assignments in educational programs and scientific literature. Enhancing the dissemination of hearing health information is recognized as a pivotal health communication strategy for addressing hearing loss. Objective: This study aimed to examine an online volunteer-based Wikimedia outreach campaign with Wikipedia university course assignments in terms of contribution reach and student involvement. Methodology: In 2022, researchers from seven Brazilian universities and a Canadian university, in collaboration with institutions in the United States and a Wikimedia affiliate group, coordinated efforts to enhance hearing and healthcare content through educational programs by using Wikimedia platforms. They also took part in the global campaign Wiki4WorldHearingDay2023. We assessed the feasibility and implementation of both strategies and compared contributions from participants engaged in educational activities versus volunteer Wikipedia editors involved in the global campaign. Results: The strategy proved feasible, resulting in increased availability of high-quality, plain-language information on hearing conditions and care. By May 1, 2023, during Wiki4WorldHearingDay2023, 145 participants (78 from educational programs) collectively contributed 167,000 words, 259+ references, and 140 images to 322 Wikipedia articles (283 existing and 39 new ones), reaching 16.5 million readers across six languages. Portuguese-language edits, primarily from participants in educational programs, accounted for the majority of articles expanded or created (226 or 70.2%) during the five-month tracking period. Conclusions: Harnessing expertise and knowledge through crowdsourcing proves invaluable for public health efforts. Critical to the success of such initiatives are compelling topics, global partnerships, close collaboration with local Wikimedia affiliates, and robust technical infrastructure enabling efficient metrics and coordination. Furthermore, partnerships, dissemination across multiple platforms, engagement of multidisciplinary teams, and access to institutional support and funding significantly enhance the effectiveness of these initiatives.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1164
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1164


HIPER E HIPOSENSIBILIDADE AUDITIVA EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO
Almeida, M. C. O. ; Vale, C. S. ; Costa, M. I. P. S. ;

Introdução: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo qualificado pela presença de déficit na comunicação social e comportamento. Dentre uma das dificuldades apresentadas estão também as desordens sensoriais que podem ser classificada em hipersensibilidade, hipossensibilidade e busca. A hiper e hiposensibilidade auditiva é um Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) e essas dificuldades pode estar relacionada à atipicidades neurológicas nas estruturas subcorticais, tais como o cerebelo, um dos responsáveis pela aquisição e discriminação perceptual. Pessoas com essa disfunção sensorial percebem os sons de forma mais ou menos aguçada, fazendo com que sejam intoleráveis. Em alguns casos, estímulos auditivos considerados “normais”, estímulos imprevisíveis ou, até mesmo, estímulos inaudíveis, podem gerar sofrimento, angústia, aversão e dor física. Essas desordens sensoriais podem afetar consideravelmente a interação e permanência dessas crianças em ambientes sociais. Utilizando medidas subjetivas, como anamnese aplicada aos pais e familiares são possíveis para mensurar se há existência de alguma alteração na sensibilidade auditiva. Tais comportamentos podem resultar em dificuldades auditivas e otológicas permanentes e transitórias. Objetivo(s): Quantificar e descrever as alterações de hiper ou hiposensibilidade apresentadas em crianças com TEA em um centro especializado. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, documental e transversal. Os dados foram coletados em uma planilha de quantificação para análise do perfil sensorial das crianças assistidas em um Centro de Reabilitação e Reintegração de Crianças com Autismo em um município do Agreste de Alagoas. A análise foi feita por meio da avaliação realizada com os pais dos pacientes e os dados organizados para compor o perfil sensorial mais prevalente nos pacientes do centro. Após análise os pacientes assistidos foram classificados quanto a presença de padrão hipossenibilidade ou hipersensibilidade auditiva. Diante dos resultados colhidos os mesmos serviram para formação com proposta de redução de possíveis alterações auditivas e audiológicas nesses sujeitos. Resultados: Dentre as crianças assistidas no serviço especializado no atendimento de crianças com TEA foram contabilizadas 108 dados das crianças referentes a sensibilidade auditiva, no qual 85 apresentava pontuação para hipersensibilidade e apenas 23 apresentava hipossensibilidade auditiva demonstrando uma tendência para as alterações referentes a hipersensibilidade auditiva. As características mais prevalente e citadas foram dificuldades em permanecer com muitas pessoas falando e dificuldades quanto a fogos de artifícios. Conclusões: Conclui-se que as crianças assistidas apresentavam uma tendência a presença de hipersensibilidade auditiva prejudicando sua interação social e aspectos comportamentais.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1336
ISSN 1983-1793X
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IMPACTO DE UMA AÇÃO EDUCATIVA NO CONHECIMENTO DE MÃES SOBRE O PROGRAMA DE TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL
ALVES, J.A. ; CAVALVANTI, H.G. ; Melo, L.P.F. ;

Introdução: A audição é considerada requisito importante para a aquisição e desenvolvimento da linguagem oral. A detecção precoce é a conduta mais eficiente para diminuir os impactos negativos ocasionados pela deficiência auditiva, sendo o Programa de Triagem Auditiva Neonatal (PTAN) uma forma eficaz de identificar alterações auditivas em neonatos ainda na maternidade. No entanto, o PTAN não se reduz apenas à realização do “teste da orelhinha”. Ele envolve uma série de ações objetivando não só diagnosticar a deficiência auditiva precocemente, mas também monitorar a saúde auditiva infantil nos primeiros anos de vida, devendo ser iniciado preferencialmente no pré-natal com a promoção de ações educativas que visem expandir os conhecimentos das mães acerca da importância da triagem e do monitoramento auditivo dos bebês. A literatura aponta que a falta de proposição de ações educativas assertivas pode contribuir significativamente na baixa adesão das mães aos programas de triagem. A falha na compreensão em relação às orientações fornecidas antes e depois da realização da triagem é apontada como uma importante causa para a baixa adesão das famílias ao PTAN. Objetivo: Avaliar o impacto de uma ação educativa desenvolvida no serviço do pré-natal de uma maternidade de referência no nível de informação das mães acerca do PTAN. Método: Tratou-se de um estudo quase-experimental com avaliação pré e pós teste realizado com 35 gestantes. A amostra foi do tipo não probabilística, constituída por acessibilidade das participantes que participaram de uma ação educativa individual, seguindo a proposta dialógica de educação em saúde. O procedimento de coleta de dados ocorreu em duas etapas: na primeira foi avaliado o conhecimento prévio das participantes a partir do preenchimento de um questionário semiestruturado contendo 15 afirmações relacionadas aos conceitos e procedimentos relacionados à triagem. Em seguida, as mães participavam da ação educativa, conduzida de maneira oral e complementada com um folheto ilustrativo. Imediatamente após a participação na ação, as participantes preenchiam novamente o questionário aplicado na etapa anterior. Os dados coletados foram analisados no programa SPSS® versão 22.0. Foi aplicado o teste Wilcoxon para analisar a diferença entre duas amostras pareadas para aceitar ou rejeitar a hipótese nula de que não existe diferença nos escores no pré e pós teste. Foi realizada a correlação de Spearman para avaliar a relação entre a diferença no escore e as variáveis idade, número de pré-natais, idade gestacional e número de filhos. Resultados: No que se refere aos resultados da média de acertos pré e pós ação educativa, demonstrou-se que a média de acertos antes da realização das orientações foi de 9.28 e após a oferta obteve-se a média de 12.82 acertos. Quanto ao recebimento de orientações acerca da TAN antes da pesquisa, 74,3% das gestantes relataram que não haviam recebido nenhuma orientação e 25,7% afirmaram que já tinham recebido. Conclusão: Constata-se que houve uma mudança no nível de informação da maioria das participantes, demonstrando que orientações mais dialógicas, somadas a entrega de materiais didáticos podem contribuir para a compreensão das mães sobre o cuidado com a saúde auditiva infantil.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1256
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1256


IMPACTO DO USO DE APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL E INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA GRUPAL EM USUÁRIOS DO SUS
Oliveira, L. A. ; Miranda-Gonsalez, E. C. ;

Introdução: O Ministério da Saúde brasileiro garantiu por meio da Portaria nº 2073/GM(3), de 2004 da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, o atendimento integral às pessoas com deficiência auditiva, contemplando diagnóstico, concessão de próteses auditivas e o acompanhamento do processo de adaptação aos dispositivos eletrônicos de amplificação sonora. Uma técnica adotada é o uso de atividades grupais no cuidado às pessoas promovendo a efetividade dos objetivos em relação à assistência à saúde devido a importância na construção de vínculos sociais, na efetividade dos processos de comunicação e na aprendizagem humana.
Objetivo: Avaliar o impacto do uso de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual e de intervenção fonoaudiológica grupal em usuários do SUS.
Método: Participaram do estudo 11 sujeitos, com idade média de 74 anos, que aguardavam o recebimento de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) em um CER IV da cidade de São Paulo/SP. Foram realizados quatro encontros em grupo, um por semana, com uma hora de duração cada. A proposta de intervenção seguiu alguns princípios do grupo operativo. Foram abordados os seguintes temas: compreensão da perda auditiva; limitações e restrições de participação geradas pela perda auditiva; expectativas quanto ao uso de amplificação sonora; orientação quanto uso, manuseio e cuidados com o AASI; estratégias facilitadoras de comunicação voltadas ao usuário e aos seus comunicadores frequentes. Todos os encontros foram permeados por relatos de experiência e integração dos participantes. Foram aplicados questionários de autoavaliação quanto a limitações de atividade decorrentes da perda de audição (SSQ-12), a presença de sintomatologia depressiva (EDG-15), o desempenho de funções cognitiva (MoCA) e a qualidade de vida (SF-36), em dois momentos: antes do recebimento dos AASI e do início do grupo (pré-intervenção) e logo após o término do último encontro grupal (pós-intervenção). A análise dos dados foi realizada pelo método do teste t pareado, e estabelecido um valor de significância (valor de p) de 0,05.
Resultados: Na análise comparativa entre as avaliações foi observado uma maior pontuação do questionário SSQ 12, tanto para pontuação total, quanto para as categorias fala (p=0,00), espacial (p=0,03) e qualidades auditivas (p=0,00). Houve uma diminuição significativa nos valores da EDG-15 (p=0,00). No desempenho no MoCA, apesar da média geral pós-intervenção ser maior do que a pré-intervenção, a distribuição das diferenças individuais entre as medições antes e depois do tratamento indicam que a maioria dos participantes apresentaram melhores escores pós-intervenção. Para os diferentes domínios avaliados pelo SF-36 não houve diferença significativa, destaca-se a categoria vitalidade com melhores pontuações (p=0,06)
Conclusão: O uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual associado a um programa de intervenção fonoaudiológica grupal reduziu as limitações de atividades e a sintomatologia depressiva. Também foi favorecida o desempenho em avaliação cognitiva por protocolo de triagem. A proposta de atendimento em grupo, segundo os princípios do grupo operativo, pode favorecer o fluxo e a dinâmica de atendimento de adultos com perda auditiva nos serviços de saúde, também proporciona vínculos sociais e efetividade dos processos de comunicação.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1320
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1320


IMPACTOS DA EXPOSIÇÃO VERTICAL AO COVID-19 NO SISTEMA AUDITIVO DE LACTENTES
Raimundo, J. Q ; Colella-Santos, M. F ;

Introdução: A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2, um novo membro da família de coronavírus. A principal via de transmissão é respiratória, preocupações surgiram em relação à transmissão vertical, a qual consiste na transmissão do vírus da mãe para o feto. A infecção viral do feto por via placentária pode influenciar a formação do sistema auditivo, levando a distúrbios auditivos congênitos. Objetivo: analisar os resultados obtidos nos testes auditivos eletroacústicos, eletrofisiológicos e comportamentais de lactentes cujas mães tiveram COVID-19 durante a gestação. Método: Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sendo parte de um macroprojeto intitulado "Impactos da Covid-19 no sistema auditivo periférico e central de crianças e adolescentes," parecer nº 5.454.075. O estudo incluiu um Grupo Experimental (GE) e um Grupo Controle (GC). O GE consistiu em lactentes de até um ano de idade, cujas mães foram infectadas pelo SARS-CoV-2, selecionadas durante a triagem auditiva neonatal. O GC foi composto por lactentes cujas mães engravidaram após o término da pandemia, com teste negativo para Covid-19 e sem sintomas respiratórios na gestação. Foram conduzidas, para ambos os grupos, observações comportamentais para sons verbais e não verbais, Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE), Timpanometria, Emissões Otoacústicas Evocadas por Estímulo Transiente (EOAT) e Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOAPD). Resultados: Um total de 18 lactentes foram avaliados, 16 crianças apresentaram resultados dentro da faixa normal estabelecida para latência e amplitude no PEATE (estímulo clique, duração de 40 microssegundos (µs), 2.000 varreduras, polaridade rarefeita, intensidade de 80 dB NAn, com uma janela de 10/15 milissegundos e filtro entre 150 e 3.000 Hertz (Hz). Duas crianças apresentaram aumento nas latências e atraso em bloco das ondas I, III e V, indicando uma perda auditiva do tipo condutiva, sendo este resultado esperado devido à maior probabilidade desse tipo de perda auditiva nessa população, não tendo assim provavelmente relação com o COVID-19. Na timpanometria, 16 casos exibiram uma curva timpanométrica do Tipo A bilateralmente, enquanto os 2 casos de perda auditiva condutiva apresentaram curva do Tipo B. Não foram detectadas anormalidades nos testes de EOAT e EOAPD em 16 casos, somente nos 2 casos de perda auditiva do tipo condutiva houve ausência de respostas. O período em que a mãe testou positivo para o vírus SARS-CoV-2 variou, com 5 mães testando positivo durante o terceiro trimestre, 9 durante o segundo trimestre e 4 durante o primeiro trimestre. Um caso foi hipotetizado como espectro de neuropatia auditiva; no entanto, foi excluído do estudo devido à presença de Indicadores de Risco para Perda Auditiva. Conclusão: Os achados atuais não indicam uma correlação entre a exposição vertical ao COVID-19 e prejuízos no sistema auditivo periférico e central de crianças cujas mães testaram positivo para COVID-19 durante o período gestacional. No entanto, pesquisas adicionais são necessárias com maior número de casos para explorar potenciais efeitos de longo prazo e a relação entre a exposição ao COVID-19 e o desenvolvimento auditivo em lactentes.

Palavras-chave: COVID-19; Perda auditiva; Recém-nascido; Gravidez.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1078
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1078


IMPACTOS DA COVID-19 NO SISTEMA AUDITIVO PERIFÉRICO E CENTRAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Raimundo, J. Q ; Siqueira, J. ; Queiroz, J. M ; Gonçalves, C. R ; Colella-Santos, M. F ;

Introdução: A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2. Embora a transmissão respiratória seja a principal via, a infecção viral do feto por via placentária pode influenciar a formação do sistema auditivo, levando a distúrbios auditivos congênitos. Já o efeito da COVID longa em crianças e adolescentes ainda precisa ser pesquisado e descrito. Objetivo: analisar os dados publicados desde o início da pandemia relacionados aos possíveis impactos da COVID-19 no sistema auditivo periférico e central em crianças e adolescentes. Metodologia: A busca pelos estudos foi feita entre os meses de abril a setembro de 2023, nas seguintes bases de dados: PubMed, Scielo, Cochrane. Os descritores utilizados em correspondência aos propósitos da pesquisa foram definidos de acordo com a consulta ao Medical Subject Headings (MeSH), sendo: ((hearing loss) AND (Central auditory disorders) AND (covid-19) AND (newborn) OR (child) OR (adolescent). Em todas as bases os descritores foram aplicados de maneira idêntica, buscando a uniformização dos dados. A revisão seguiu as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis (PRISMA). Dois revisores independentes foram responsáveis pela busca nas bases de dados. Após a exclusão das entradas duplicadas, a seleção dos artigos foi realizada em três etapas: avaliação do título do artigo, seguido pela leitura de seu resumo e, se necessário, leitura do texto em sua íntegra, com as decisões sempre pautadas em critérios de inclusão e exclusão adotados na revisão. Possíveis divergências em relação à seleção de estudos foram discutidas pontualmente a fim de chegar a um consenso sobre a inclusão ou exclusão do mesmo. Após a seleção, os mesmos revisores, ainda de forma independente, realizaram a extração dos principais dados (fichamento) dos artigos para análise. Resultados: Foram identificados um total de 178 estudos, após as etapas de exclusão, seguindo os critérios estabelecidos previamente, foram elegíveis 15 estudos para a revisão. No que diz respeito ao impacto da COVID-19 no sistema auditivo periférico e central de crianças e adolescentes, um total de 3 estudos apontaram para alterações no sistema auditivo central e/ou periférico, tais como: insuficiência no sistema eferente olivococlear medial em lactentes expostos ao SARS-COV-2 intrauterino; positividade da PCR para SARS-CoV-2 na gravidez estar significativamente associada a um risco aumentado de resultados anormais na TAN e que a infecção por SARS-CoV-2 pode causar sintomas audiovestibulares em uma alta porcentagem da população pediátrica. O restante dos estudos concluiu que não há evidências acerca da COVID-19 ser um fator de risco para o desenvolvimento de perda auditiva ou alterações auditivas na população pediátrica. Conclusão: A revisão buscou compreender os possíveis impactos da COVID-19 no sistema auditivo periférico e central de crianças e adolescentes. Esses achados auxiliam nos planejamentos de serviços de saúde auditiva e estratégias de investigação acerca dos possíveis riscos da COVID-19 no sistema auditivo. Entretanto, faz-se necessários mais estudos relacionados ao tema com amostragens maiores, em diferentes trimestres gestacionais de testagem positiva para o vírus da SARS-COV-2, em diferentes idades (em crianças e adolescentes), e buscando avaliar mais estruturas relacionadas ao sistema auditivo central.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1079
ISSN 1983-1793X
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IMPACTOS DO IMPLANTE COCLEAR NAS HABILIDADES LINGUÍSTICAS NA INFÂNCIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Albuquerque, G. M. P. A. ; Gonçalves, J. C. ; Pessoa, L. S. ; Andrade, W. T. L. ;

Introdução: O implante coclear (IC) é um importante instrumento para indivíduos que possuem perda auditiva e não se adaptam com o uso de aparelho de amplificação sonora individual (AASI). Sem ele, essa população, especialmente a infantil, pode apresentar dificuldades na produção e percepção dos sons da fala e no desenvolvimento da linguagem oral, trazendo impactos importantes para a sua comunicação e interação social. Objetivo: Discutir o efeito do uso do IC nas habilidades linguísticas na infância. Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica desenvolvida na base de dados da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), utilizando os seguintes descritores disponíveis no DeCS: “Implante Coclear”, “Criança” e “Linguagem” e com a utilização do operador booleano AND: “implante coclear” AND “criança”, “implante coclear” AND “linguagem”, “implante coclear” AND “criança” AND “linguagem” e seus respectivos descritores na língua inglesa. Após a busca de todos os artigos, foram aplicados os seguintes critérios de inclusão: textos completos, publicados entre 2019 e 2024, nos idiomas português e inglês. Além disso, foram excluídos estudos de revisão de literatura, estudos não disponíveis gratuitamente e que não fossem relacionados à temática. Inicialmente, foram selecionados 17 estudos e, após aplicação dos critérios de inclusão, retirada de artigos duplicados, leitura dos resumos e leitura na íntegra, totalizaram 5 estudos. Discussão: Embora haja uma relação direta entre o uso de dispositivos eletrônicos de auxílio à audição, especialmente o IC, e a aquisição e desenvolvimento da linguagem, foi constatado uma escassez na quantidade de trabalhos científicos. Segundo Estima et al. (2022), quanto mais cedo o cérebro receber sons com significado, maiores condições ele terá de produzir bons resultados, devido à plasticidade funcional do sistema nervoso central e da diminuição da privação sensorial. Com isso, nos artigos analisados, verificou-se unanimidade sobre a importância da reabilitação auditiva precoce (abaixo dos cinco anos de idade), com uso do IC para um adequado desenvolvimento da linguagem. Contudo, diversos fatores associados à habilitação do IC e das habilidades auditivas afetam o desenvolvimento da linguagem da criança, tais como: adesão do paciente e família, uso do dispositivo, fatores socioeconômicos e acesso a centros de reabilitação com atenção fonoaudiológica. Além disso, evidências apontam um pior desempenho de funcionamento social em alunos com IC na escola, em comparação a colegas com audição normal (Muller et al., 2023). Tais dados comprovam que as habilidades linguísticas das crianças surdas, mesmo com uso do IC, sofrem prejuízos diretos em áreas distintas do desenvolvimento. Conclusão: O estudo ratifica a extrema importância do IC precoce na primeira infância para as crianças surdas que não se beneficiam do uso de AASI. Contudo, mesmo com tal intervenção foi percebido que a consciência fonológica, desempenho acadêmico e a socialização dos implantados no ambiente escolar frequentemente são inferiores às crianças com padrão auditivo dentro da normalidade. Desse modo, torna-se imprescindível o aprofundamento dos estudos e estratégias para possibilitar às crianças com IC um desenvolvimento de linguagem oral e de aprendizagem o mais próximo possível às crianças com audição normal.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1135
ISSN 1983-1793X
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INAD 2024: AGENTE DE PROMOÇÃO DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O RUÍDO NO TRABALHO
Fonseca, W. D ; Kuniyoshi, I. ; Brunno, A. D. S. ; Mello, F. R. ;

Introdução: A exposição prolongada a níveis elevados de ruído no ambiente de trabalho é uma preocupação de saúde ocupacional crescente, com implicações significativas para a audição dos trabalhadores e sua qualidade de vida. A conscientização sobre os riscos associados ao ruído no trabalho e as medidas de mitigação adequadas são fundamentais para prevenir a perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR). Neste contexto, o Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído (INAD Brasil) de 2024 surge como uma plataforma importante para educar e mobilizar tanto empregadores quanto colaboradores em torno da importância da saúde auditiva no local de trabalho. A campanha foi ancorada no lema: “Ruído no trabalho? Prevenção é a solução!”, buscando ressoar tanto com a consciência individual quanto coletiva.
Objetivos: Este estudo visa avaliar o desenvolvimento do INAD Brasil 2024 como um agente de promoção de conscientização sobre os riscos do ruído no ambiente de trabalho e as estratégias de prevenção. Especificamente, busca-se identificar o impacto do evento na percepção de populares em geral, dos trabalhadores e de gestores, assim como identificar mudanças nas práticas de segurança auditiva nas organizações participantes.
Metodologia: A metodologia adotada para a campanha de 2024 incluiu uma série de ações de conscientização direcionadas a públicos diversos, abrangendo setores como escolas, hospitais, escritórios e obras. As atividades foram planejadas para maximizar o alcance e impacto, utilizando workshops, palestras interativas, distribuição de materiais educativos e campanhas nas redes sociais. Essas ações foram complementadas por parcerias com organizações locais e veículos de comunicação para ampliar a divulgação. A estratégia incluiu também a realização de avaliações auditivas gratuitas e a distribuição de equipamentos de proteção individual. A abordagem multidisciplinar (Fonoaudiologia com a Engenharia Acústica) buscou engajar não apenas os trabalhadores, mas também a comunidade em geral, enfatizando a responsabilidade compartilhada na prevenção auditiva.
Resultados: A campanha INAD Brasil 2024 gerou resultados qualitativos significativos, evidenciando uma maior conscientização e compreensão dos riscos associados à exposição ao ruído no ambiente de trabalho e em outros contextos. Relatos coletados durante as ações indicaram um aumento na preocupação com a saúde auditiva e um interesse maior pela adoção de medidas preventivas. Além disso, muitos participantes expressaram o desejo de continuar recebendo informações e participando de futuras iniciativas, refletindo o caráter de continuidade da campanha. Em suma, identificam-se impactos positivos e imediatos na conscientização e nas atitudes em relação à prevenção da PAIR.
Conclusões: O INAD 2024 demonstrou ser uma iniciativa eficaz na promoção da conscientização sobre a importância da prevenção da perda auditiva induzida pelo ruído no ambiente de trabalho. O evento não só aumentou o conhecimento e a percepção dos riscos entre trabalhadores e gestores, mas também motivou mudanças positivas nas práticas de segurança auditiva nas organizações. Esses achados reforçam a necessidade de iniciativas contínuas de conscientização e educação sobre a saúde auditiva nos locais de trabalho, visando a prevenção da PAIR e a promoção de ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1373
ISSN 1983-1793X
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INFLUÊNCIA DA ESCOLARIDADE E DA PERCEPÇÃO DOS RESPONSÁVEIS DE CRIANÇAS COM E SEM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NAS HABILIDADES AUDITIVAS AVALIADAS PELO “AUDITORY PROCESSING DOMAINS QUESTIONNAIRE”
Braga Jr, J. ; Silva, N.C.M. ; Pereira, L.D. ; Dias, K.Z. ; Pinheiro, M.M.C. ;

Introdução: As experiências auditivas são essenciais para a comunicação e aprendizado, incluindo localização, discriminação e adaptação sonora. Mudanças nessas habilidades podem causar o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), prejudicando a compreensão da informação sonora. As manifestações comportamentais do TPAC podem prejudicar o processo de alfabetização, de comunicação, organização de ideias, atenção e desempenho em atividades de escuta dirigida. O “Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ)" foi desenvolvido para avaliar as habilidades auditivas e tem sido recomendado como uma ferramenta de triagem para a TPAC, pois seus escores são capazes de distinguir entre dificuldades auditivas, linguagem e de atenção. Objetivos: Investigar se o nível de escolaridade e da percepção dos responsáveis de crianças com e sem Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade nas habilidades auditivas avaliadas pelo APDQ. Metodologia: Estudo do tipo analítico e multicêntrico com aprovação do comitê de ética em pesquisa. A amostra foi constituída por: GC (Grupo Controle) - 30 indivíduos sem TPAC; GDCH (Grupo Distúrbios da Comunicação Humana) - 38 indivíduos com TPAC e distúrbio da comunicação humana; GTDAH (Grupo Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) - 50 indivíduos com TDAH e TPAC. Foram incluídos indivíduos na faixa etária entre sete e 17 anos de idade, de ambos os sexos, com o português falado no Brasil como primeira língua, ausência de patologias da orelha média e limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade bilateralmente. Os responsáveis pelas crianças responderam ao questionário APDQ que compreende as 50 questões, dados pessoais, informações sobre os responsáveis e as três perguntas prévias: 1 - grau de preocupação com as habilidades auditivas do estudante; 2 - reação de sensibilidade/estresse da criança a sons altos e ambientes ruidosos” e 3 - dificuldade da criança em localizar sons”. Os dados foram analisados de forma descritiva e analítica por meio do Teste Kruskal-Wallis. Para as análises estatísticas, foi considerado um nível de significância de 5% (p < 0,05). Resultados: Observou-se que a maioria dos participantes possuía idade entre 7 e 10 anos, eram do sexo masculino e estavam frequentando o 5° ano do ensino fundamental. Em relação ao grau de escolaridade dos responsáveis, a maioria dos pais possuía o ensino médio (45,76%). Foram observadas diferenças estatisticamente significantes da pontuação total do questionário para a escolaridade da mãe no GC (p=0,004) e GTDAH (p=0,002). Observou-se resultado estatisticamente significante entre o grau de preocupação dos responsáveis com as habilidades auditivas (p = 0,049) e na sensibilidade auditiva (p = 0,012) no GDCH. Não houve diferença estatisticamente significante no GTDAH em nenhuma variável analisada, no entanto, a sensibilidade auditiva apresentou uma relação inversamente proporcional com a pontuação total do questionário no GTDAH. Conclusão: O nível de escolaridade das mães exerceu influência na pontuação total do questionário tanto para o GC quanto para o GTDAH. Em relação à percepção dos responsáveis, foi verificado influência para a preocupação dos responsáveis com as habilidades auditivas e na sensibilidade auditiva apenas no GDCH.O GTDAH não apresentou associação significante, apenas relação inversamente proporcional com a sensibilidade auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1291
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1291


INFLUÊNCIA DA HABILIDADE DO PROCESSAMENTO AUDITIVO ESPACIAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: REVISÃO DE LITERATURA
Barbosa, J. N. ; Queiroz, J. N. ; Colella-Santos M. F. ;

Introdução: O Processamento Auditivo Espacial (PAE) representa a capacidade do sistema nervoso central de focar em sons específicos, principalmente sons da fala, em meio a ambientes com ruídos competitivos de diversas direções. Esta habilidade participa da análise e interpretação dos estímulos auditivos. O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) pode ser definido como a dificuldade de interpretação das informações auditivas no cérebro, prejudicando a compreensão da informação e aprendizado. Objetivo: Analisar dados da literatura recente, entre os anos de 2019 e 2024, sobre processamento auditivo espacial em crianças e adolescentes. Metodologia: Realizou-se uma revisão bibliográfica nas bases de dados Scielo, Pubmed, Cochrane e Embase com os descritores: Auditory spatialized processing; Auditory processing disorders no inglês e no português (processamento auditivo espacial e transtornos do processamento auditivo). Foram incluídos artigos publicados entre os anos de 2019 e 2024, de acesso gratuito, nos idiomas português e inglês com indivíduos da faixa etária de 6 a 18 anos (crianças e adolescentes), sobre processamento auditivo espacial. Foram excluídos artigos que não tratavam do PAE, fora do período de publicação estipulado ou com foco em adultos ou idosos. Artigos nos quais as crianças apresentavam transtornos mentais ou neurológicos também foram excluídos. Com a inserção dos descritores em inglês na plataforma Pubmed, foram encontrados 46 artigos. Após a leitura dos títulos, foram selecionados 12 artigos, depois, com a leitura dos resumos e na íntegra, 4 estudos foram selecionados. Na plataforma Cochrane, 42 artigos foram encontrados com os descritores em inglês, após as análises de título, 36 artigos foram excluídos para a leitura do resumo, destes apenas 2 artigos foram selecionados. Os descritores em português não resultaram em artigos. Na plataforma Scielo e Embase nenhum artigo foi encontrado com os descritores em português ou inglês. Ao todo, foram selecionados 6 (6,8%) artigos para análise. Resultados: Nenhum artigo foi encontrado em Português sobre o tema. Após a leitura dos resumos 33,3% dos artigos foram excluídos, por serem realizados com população adulta e/ou idosa, indicando número reduzido de pesquisa no público da revisão. Nas pesquisas selecionadas, observou-se influência do PAE em habilidades concernentes à cognição (3 artigos), memória (1), linguagem expressiva e receptiva (1), perda auditiva (2) e alterações cerebrais estruturais (2). Tais dados foram descritos como valorosos para incentivo da avaliação do PAE, visando o aprimoramento de tal habilidade e a qualidade de vida. Os testes aplicados nos artigos selecionados foram: Audiometria Tonal Limiar (2 artigos), Treinamento voltado para Processamento Espacial (1), Teste de Fala no Ruído (3), Timpanometria (1), Reflexos Acústicos Ipsilaterais (1), The Listening in Spatialized Noise – Sentences (LiSN-S) (4), teste comportamental “Evaluation of Children's Listening and Processing Skills (ECLiPS) (2). Conclusão: O processamento auditivo espacial contribui para o diagnóstico diferencial em transtorno do processamento auditivo, ampliando as possibilidades de intervenções mais assertivas, promovendo o aumento da qualidade de vida da criança e do adolescente. Entretanto, o número de artigos encontrados nas duas plataformas foi bastante reduzido, sugerindo que ainda são necessários estudos no que diz respeito à avaliação e intervenção dessa habilidade.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1165
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1165


INFLUÊNCIA DO ZUMBIDO NA PROGRESSÃO DA PERDA AUDITIVA EM PACIENTES IDOSOS
AMARA, S.Y.G. ; SANTOS, T.F.C. ; JACOB, L.C.B. ; SOUZA, F.O. ;

Introdução: Um dos desafios que impactam a população idosa é a perda auditiva, também conhecida como presbiacusia. Essa condição manifesta-se de maneira progressiva, podendo ser agravada, sendo o zumbido um dos principais sintomas desta população. Este exerce um impacto na qualidade de vida dos idosos, influenciando negativamente em aspectos como o convívio social e familiar, assim como o equilíbrio emocional. Além disso, sua relação com comorbidades, como hipertensão arterial e diabetes mellitus, amplifica os desafios enfrentados por essa parcela da população. Objetivo: avaliar e comparar a progressão da perda auditiva em pacientes idosos com e sem zumbido, e a ocorrência desse sintoma com a diabetes e a hipertensão arterial auto-referidas. Metodologia: Estudo descritivo e transversal conduzido por meio da análise de registros em prontuários de 203 pacientes atendidos em serviço de saúde auditiva de uma instituição publica de ensino. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob registro 64803522.0.0000.5441. Foram incluídos prontuários de indivíduos idosos (com idade entre 60 e 90 anos) com perda auditiva sensorioneural bilateral e com o registro de, pelo menos, duas audiometrias realizadas em um intervalo de tempo variável entre XX e XX anos.Excluídos os prontuários com registros incompletos e de indivíduos expostos ao ruído ocupacional. Os participantes foram divididos em dois grupos, sendo o grupo 1 sem zumbido e o grupo 2 com zumbido. Foram utilizados testes não paramétricos: Kolmogorov-Smirnovª, Kruskal-Wallis e Teste U de Mann Whitney. Resultados: Constatou-se que a presença ou ausência de zumbido em na faixa etária estudada não influenciou a progressão dos limiares auditivos. Não houve relação entre a ocorrência de zumbido e as comorbidades auto-referidas (diabetes e hipertensão arterial). Conclusão: Não foi identificada correlação entre a progressão da perda auditiva ou dos limiares auditivose a presença de zumbido na população estudada, assim como não houve relação entre o sintoma do zumbido e as condições de saúde referidas pelos idosos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1264
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1264


INSERÇÃO DE ALUNOS INGRESSANTES NO CURSO DE FONOAUDIOLOGIA EM PESQUISA PARA MONITORAMENTO AUDITIVO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
PREUSSLER, A.L. ; MACHADO, M.S. ; MARTINS, K. K.C. ; DALLAGO, W. R. ; PERUCH, C. V. ; DALLEGRAVE, E. ;

Introdução: A inclusão de alunos do início da graduação em projetos de pesquisa gera uma visão dinâmica sobre as vivências profissionais. Desta forma, a relação ensino-prática é benéfica para a consolidação dos conhecimentos fonoaudiológicos do discente, haja vista que o contato entre profissional-paciente na área da saúde faz - se imperiosa para a formação de um bom profissional. Objetivo: Relatar a vivência da inserção precoce no ambiente hospitalar de estudantes do curso de graduação de Fonoaudiologia, em uma pesquisa destinada ao monitoramento auditivo em adultos submetidos à quimioterapia. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por quatro alunas dos primeiros semestres do Curso de Fonoaudiologia integradas a uma pesquisa desenvolvida para o monitoramento auditivo em pacientes oncológicos adultos. As alunas acompanharam os seguintes procedimentos: processo de consentimento livre e esclarecido, anamnese, inspeção do meato acústico externo, teste de emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção (EOAPD), como também participaram da análise dos prontuários e preenchimento do banco de dados da pesquisa. Para o treinamento, uma fonoaudióloga da equipe realizou as orientações teórico-práticas durante duas semanas. Os procedimentos foram realizados conforme a disponibilidade do paciente, na sala de triagem ou na sala em que o paciente recebe a infusão quimioterápica. As atividades iniciaram em julho de 2022 e seguem até o momento atual, sob o acompanhamento permanente de uma fonoaudióloga. Concomitante a isso, são realizadas reuniões semanais para alinhamento, estudos e discussões em grupo, que incentivam as pesquisadoras a aplicarem um olhar clínico e crítico sobre os dados coletados e ajudam a compreender como é a resposta de cada paciente ao tratamento. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer nº 5.117.189. Resultados: As voluntárias ampliaram seus aprendizados sobre audiologia, pois conheceram de modo prático experiências que estavam limitadas as aulas. Por se tratar de pacientes oncológicos complexos, também tiveram contato com outras áreas da fonoaudiologia. A experiência no ambiente hospitalar permitiu a interação antecipada e o entendimento ativo da fonoaudiologia no ambiente de serviço oncológico, proporcionando mais benefícios aos pacientes por meio do monitoramento audiológico que não está incluso na rotina local. Ademais, foi desenvolvida a proatividade, a responsabilidade e a comunicação das participantes, a partir da organização de materiais, da interação com outros profissionais clínicos e estudantes, bem como através do contato direto com pacientes. Conclusão: O desenvolvimento de atividades práticas, a partir da pesquisa de monitoramento auditivo em pacientes oncológicos, mostrou-se eficaz para favorecer a aproximação de estudantes do curso de Fonoaudiologia de uma realidade ativa da aplicação dos aprendizados teóricos de Fonoaudiologia, a qual seria vivenciada próxima a conclusão do curso. Isso possibilita a preparação de profissionais proativos, comunicativos e íntegros, oportunizando, assim, uma introdução mais segura a atividades clínicas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1273
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1273


INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E FONOAUDIOLOGIA
Teles, M. R. ;

RESUMO
INTRODUÇÃO: Nas últimas duas décadas, um leque de investigação se abriu sobre o tema da Inteligência Emocional e sua relação com a vida de várias categorias profissionais. Existem milhares de estudos científicos, artigos e revisões, como a inteligência emocional faz a ligação entre emoção e inteligência e aspectos relacionados ao mundo das emoções e sentimentos. O debate é tão grande, que atualmente encontramos experiências nas diversas profissões da saúde. Como vivenciar e colocar em prática o conceito da inteligência emocional e desvendar a chave para as relações humanas.
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão de literatura, enfocando o conceito de Inteligência Emocional e a sua relação na vida do profissional fonoaudiólogo que atua na área de audição e avaliar sua influência no desempenho organizacional e aspectos relacionados à saúde, qualidade de vida e bem-estar social.
METODOLOGIA: A metodologia se deu de forma exploratória, utilizando-se da coleta de dados em fontes bibliográficas. Na sua realização foi feita a seleção de bibliografia e documentos, leitura do material selecionado e exposição dos resultados obtidos. Diante disto, o presente estudo analisou as produções referentes ao papel da Inteligência Emocional ligadas ao profissional fonoaudiólogo na área de audição, em artigos de periódicos indexados e teses de mestrado que buscaram responder a seguinte questão: "Qual é a importância da Inteligência Emocional na carreira do fonoaudiólogo? ’’
RESULTADOS: A amostra final desta revisão foi constituída por 1 artigo e uma tese de mestrado (o artigo foi localizado na base de dados da SCIELO e a tese foi localizada em pesquisa na internet sobre o tema: Inteligência Emocional e perda auditiva). Em relação à fonte, o artigo foi publicado em EDUMECENTRO [online]. Quanto ao país de origem dos estudos, os mesmos foram desenvolvidos por pesquisadores de Cuba e Portugal. CONCLUSÃO: O estudo sugere a importância de destacar a necessidade de mais pesquisas científicas acerca do tema e sua relação com este profissional. O desenvolvimento da Inteligência Emocional favorece uma vida mais saudável e sugere sucesso em todos os âmbitos, incluindo o profissional. No entanto, o estudo foi insuficiente para descrever diferentes recortes quanto a variáveis étnicas, culturais, sociodemográficas. Notadamente, não foi possível delimitar a realidade brasileira visto a escassez de estudos nacionais quanto à temática. Apesar disso, o presente estudo permitiu a visibilidade de uma nova área a ser explorada, bem como poderá servir de base ao preenchimento das lacunas ainda presentes, contribuindo para o delineamento de novas investigações que conduzam a um maior compreensão e entendimento do papel da Inteligência Emocional na Fonoaudiologia.
Palavras-chave: Inteligência emocional. Audição. Estresse. Perda auditiva. Fonoaudiologia.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1300
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1300


INVESTIGAÇÃO DA HABILIDADE AUDITIVA DE SEPARAÇÃO BINAURAL DE INDIVÍDUOS COM GAGUEIRA
Macêdo, B.H. ; Cardoso, A. C. V. ; Oliveira, C. M. C. ;

Introdução - Indivíduos com diagnóstico de gagueira, apresentam habilidades auditivas reduzidas, como a imprecisão temporal, agravamento da discriminação auditiva, dificuldade de separação binaural e prejuízo na transferência interhemisférica. Demonstrando que as habilidades do processamento auditivo (PA) em pacientes com gagueira estão prejudicadas, por isso, podem ter relação com a fluência da fala. Isso posto, a dominância hemisférica auditiva nesta população pode estar alterada em relação à indivíduos com desenvolvimento típico. Considerando o exposto, é fundamental e de grande relevância pesquisar a dominância hemisférica auditiva nesta população, por meio de testes auditivos comportamentais, que avaliam as habilidades auditivas. Objetivo - Investigar a habilidade auditiva de separação binaural em indivíduos com gagueira. Métodos - Foram avaliados 8 indivíduos, de ambos os sexos, na faixa etária de 7 a 23 anos de idade, com o diagnóstico de gagueira do desenvolvimento persistente. Os testes aplicados foram: avaliação audiológica básica (meatoscopia, audiometria tonal liminar, medidas de imitância acústica e emissões otoacústicas evocadas) e o Teste Dicótico Consoante-Vogal. Toda a avaliação foi realizada em cabine e sala acusticamente tratadas. Para avaliação audiológica e aplicação do Teste Dicótico Consoante-Vogal foi utilizado um audiômetro de dois canais (GSI-61 da Grason Stadler) e os estímulos foram apresentados via fones TDH-50. As emissões otoacústicas evocadas foram realizadas utilizando o equipamento de triagem Accuscreen. A imitanciometria foi realizada por meio de imitanciômetro AT-235 com sonda de 226 Hz e, foram executadas a timpanometria e pesquisa de reflexo acústico. O Teste Dicótico Consoante-Vogal (TDCV) avalia a habilidade auditiva de separação binaural, para sons verbais por meio de tarefa de escuta dicótica. Neste teste, existe a possibilidade de se verificar a vantagem da orelha direita nas diferentes faixas etárias. É importante verificar a dominância lateral do indivíduo previamente, pois os resultados de referência são diferentes e dependem da lateralidade do indivíduo. Resultado - A análise do número de acertos dos indivíduos com gagueira no Teste Dicótico Consoante-Vogal demonstrou que a média de acertos da orelha direita, foi maior nas etapas de atenção livre e atenção direcionada para a direita. Com relação à dominância hemisférica, no presente estudo verificou-se uma dominância de hemisfério esquerdo. Conclusão - Foi possível concluir que, na população com gagueira existe uma dominância hemisférica esquerda, além disso, a maioria desses indivíduos apresentam uma alteração na habilidade auditiva de separação binaural para sons verbais, por meio de tarefa de escuta dicótica.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1142
ISSN 1983-1793X
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JULIA AS FIRST PROGRAMMING LANGUAGE FOR COMPUTATIONAL LITERACY IN HEALTH EDUCATION: LITERATURE REVIEW
Matos, H. G. C. ; Garrido, S. R. T. ; Wasmann, J. W. ; Mietchen, D. ; Cruz, P. C. ; Cardoso, M. J. F. ; Nader, M. J. ; Morata, T. C. ; Jacob, L. C. B ;


Introduction: Julia is a widely used open-source programming language. It is employed in big data modeling, drug development, electronic design, and artificial intelligence applications. Julia was introduced in 2012, and it has gained recognition for its versatility, scalability, and fast performance, especially in fields like machine learning, data science, and scientific computing, compared to other computational methods. Concurrently, computational literacy has emerged in healthcare education as a framework for navigating the digital era through interdisciplinary problem-solving. It reflects the practical knowledge of computational thinking and technology-driven approaches. Leveraging Julia's capabilities, we inquire about its use for computational literacy in healthcare education. Objective: This literature review aims to explore Julia as first programming language for computational literacy in health education. Methodology: Rapid evidence assessment is a streamlined version of systematic reviews, aiming to balance time constraints with minimizing bias. This abstract shows the preliminary results of an ongoing rapid literature review. The research protocol was oriented by the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses for Journal and Conference Abstracts guidelines and registered on the Open Science Framework. The Population-Concept-Context method (computational literacy, Julia, health education) guided the formulation of the search strategy and primary review question as "What role does the Julia programming language play as a computational literacy method for health education?". We conducted electronic literature searches on the ACM Digital Library and PubMed databases from on January 2024. The search terms constructed referenced from the Medical Subject Headings were ("literacy" OR "computing methodologies" OR "education") AND "Julia". To mitigate potential bias, two trained researchers were entrusted to conducting the search and selection process. This summary was restricted to full articles without language filters published after 2014, and excluding gray-unconventional literature or books/documents. We performed a narrative synthesis, categorized the included articles by study type, and supplemented our analysis with the snowball method. Articles were selected through the Rayyan platform, any contentious items were deliberated until consensus. The retrieval process resulted in 770 articles (ACM) and 90 (PubMed). No additional article was included from the reference lists and 12 duplicates were excluded. Results: 10 articles were selected for full-text evaluation, of which two theoretical studies were considered for synthesis. The articles stated Julia was as a computational method for high performance and level of abstraction of problems in the biomedical field. Julia semantics and syntax is scalable for parallel and high performance computing. It fosters data and quantitative research methods in health more computational. Julia’ versatility favors a top-down literacy approach whereby computational thinking is intuitively built, and the generalization of algorithm development for solving real problems through computational methods. Conclusion: We suggest Julia as first programming language in computational literacy for health education due to its potential for enhancing computational thinking and abstraction. Comparative studies between Julia and other computational literacy approaches are needed.
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Página(s): p.1167
ISSN 1983-1793X
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LIMIAR DE DIFERENCIAL DE MASCARAMENTO: VALORES DE REFERÊNCIA EM IDOSOS
Reis,Gabrielly ; Castro,Karen ; Dornellas, Rodrigo ; Leite filho,C.A. ; Frota,Silvana ;

Introdução
O envelhecimento é um processo inerente ao ser humano e com ele, as deficiências se tornam comuns. A presbiacusia vem sendo apontada como causa mais frequente da deficiência auditiva em idosos no Brasil, implicando numa dificuldade de compreensão durante a comunicação verbal. Com o envelhecimento, também ocorre a diminuição de algumas habilidades auditivas, como a Interação Binaural. Essa habilidade permite ao ser humano a diferenciação de dois sons escutados simultaneamente, e o teste Limiar Diferencial de Mascaramento (MLD) avalia essa competência. O MLD baseia-se no fenômeno de liberação do mascaramento. Este ocorre quando sinais de fala ou tom puro são apresentados simultaneamente com ruído mascarante em ambas as orelhas. Ele é apresentado de duas maneiras, homofásica e antifásica. A diferença entre os limiares nessas condições é denominada MLD, caracterizando o fenômeno de liberação do mascaramento.
Sendo o MLD um teste importante e um dos únicos que avaliam a habilidade de interação binaural e sabendo que os testes feitos até o momento com adultos e idosos demonstraram uma variabilidade de respostas, é necessário que novos estudos sejam realizados para uma normatização. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar o Limiar Diferencial de Mascaramento em idosos, contribuindo com os resultados para estabelecer os valores de referência do teste.

Métodos
Estudo realizado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do HUCFF sob número de parecer 1978421. Foram recrutados participantes idosos, de ambos os gêneros, na faixa etária de 60 a 75 anos que já faziam parte do banco de dados do HUCFF, e além destes, foram convidados novos participantes. A coleta de dados foi realizada com um questionário, avaliação audiológica básica, que incluiu audiometria, limiar de reconhecimento da fala, índice percentual de reconhecimento da fala e imitanciometria, onde apenas participantes com padrões auditivos normais ou perdas neurossensoriais leves/moderadas foram incluídos e Teste de Pesquisa (MLD). Como critérios de exclusão utilizou-se o Teste de Funções Cognitivas (MOCA), em que participantes com pontuação abaixo de 26 foram excluídos, e Otoscopia para a exclusão de pacientes com obstruções no meato acústico externo. Quanto à análise de dados, foi utilizado o software SPSS Statistics, versão 27.0 para a análise dos dados. Para investigar a influência da idade e da perda auditiva em ao menos uma orelha sobre o desempenho no MLD, foi elaborado um modelo linear geral com dois fatores independentes.

Resultados
Participaram do estudo 22 idosos. Na avaliação audiológica, sete (31,8%) indivíduos não apresentaram perda auditiva em nenhuma orelha. O restante apresentou perda neurossensorial. Realizamos o teste MLD, onde verificamos efeito pequeno e sem significância estatística da idade e da perda auditiva sobre o valor do MLD. Em relação ao desempenho no MLD, observou-se média de 8,81 dB (desvio padrão = 2,74)

Conclusão
Sugerimos como referência para o MLD em idosos o valor 8,81 dB (desvio padrão = 2,74). Portanto, considerando um desvio padrão, respostas de MLD em idosos, podem ser iguais ou maiores que 6,07 dB.

Palavras-chave: MLD, Idosos, Interação Binaural, Audição.
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Página(s): p.1342
ISSN 1983-1793X
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LOCALIZAÇÃO DO ZUMBIDO E IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA
Gamarra, M. D. ; Unchalo, A. L. S. ; Santos, C. D. ; Freire, E. G. A. ; Selaimen, F. A. ; Venturini, K. D. ; Weingaertner, L. W. ; Rosito, L. P. S. ; Sartor, N. C. ; Teixeira, A. R. ;

INTRODUÇÃO: O zumbido é um sintoma prevalente na população e possui diferentes etiologias: auditivas, vasculares, psicológicas, entre outras. O Tinnitus Handicap Inventory (THI) é um instrumento validado para o português brasileiro que avalia o incômodo causado pelo zumbido e o possível impacto na qualidade de vida do indivíduo com o sintoma. OBJETIVO: Descrever o incômodo provocado pelo zumbido de acordo com a localização do mesmo. MÉTODO: Foram avaliados indivíduos com queixa de zumbido unilateral ou bilateral. Foi aplicado o questionário THI, que é composto por 25 questões. Cada questão apresenta três alternativas de resposta, sendo “sim”, “às vezes” e “não”, correspondendo a 4, 2 e 0 pontos, respectivamente. Os resultados podem variar de zero, quando o zumbido não causa incômodo até 100, em que o zumbido causa grande incômodo. Assim, a classificação pode ser desprezível (0-16%), leve (18-36%), moderado (38-56%), severo (58-76%) ou catastrófico (78-100%). O projeto de pesquisa foi avaliado e aprovado por comitê de ética em pesquisa da instituição (parecer de aprovação nº 6.674.413) e todos os indivíduos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido RESULTADOS: Dos 49 indivíduos avaliados, 34 (69,39%) são do sexo feminino, 28 (57,14%) referiram zumbido bilateral e 21 (42,86%) unilateral. Nos casos de zumbido unilateral, a pontuação no THI variou entre 8 e 98 pontos (média 40,57±27,82 pontos). A classificação obtida por meio da pontuação evidenciou que 5 (23,81%) indivíduos apresentaram zumbido desprezível, 6 (28,57%) zumbido leve, 3 (12,5%) zumbido moderado, 4 (19,07%) zumbido severo e 3 (14,28%) zumbido catastrófico. Nos 28 pacientes com o sintoma bilateral, a pontuação no THI variou entre 12 e 98 pontos (média 60,35±28,42 pontos), sendo que 3 (10,71%) apresentaram zumbido classificado como desprezível, 3 (10,71%) leve, 7 (25%) moderado, 5 (17,85%) severo e 10 (35,71) zumbido catastrófico. CONCLUSÕES: Considerando os resultados obtidos desta amostra, é possível concluir que a localização do zumbido se mostrou predominantemente bilateral, impactando na qualidade de vida dos indivíduos, especialmente nos casos de bilateralidade do sintoma, quando se observou uma maior presença de impacto severo e catastrófico.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1305
ISSN 1983-1793X
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MASPO – DESENVOLVIMENTO DE OBJETO EDUCACIONAL INSTRUCIONAL PARA SIMULAÇÃO DE PROCEDIMENTOS EM OTOPLASTICA
Néri, L. F. ; Vespero, V. A. ; Antonelli, B. C. ; Azenha, F.S.P ; Piccino, M. T. R. F. ; Oliveira, A. L. G. R. ; Chies, I. C. ; Antonelli, B. C. ; Rocha, L. B. L. M. ; Ferrari, D. V. ; Blasca, W. Q. ;

Introdução: A simulação clínica é uma metodologia ativa de extrema importância para a formação do profissional da área da saúde. Com ela é possível trazer à realidade ambientes clínicos controlados que possibilite aos alunos, experiências da representação de um acontecimento real, visando compreender as ações humanas, porém, de modo mais participativo. A realização da impressão do molde auricular é considerada um procedimento de grande importância no processo de seleção e adaptação do Aparelho de Amplificação Sonora Individual. Contudo, apesar de incomuns, podem ocorrer complicações durante o processo que devem ser especificadas, como também, alterações na orelha externa, essenciais para o conhecimento. Por essa razão, a impressão do molde auricular pode se tornar um procedimento gerador de insegurança para o aluno de graduação, que demanda treino e repetição para alcançar resultados satisfatórios. Por conta disso, torna-se importante o treinamento das habilidades práticas por meio de um modelo de simulação que auxilie na impressão dos moldes auriculares, enquanto possibilita ao aluno uma maior preparação e segurança no enfrentamento de situações clínicas reais. Objetivo: O estudo teve como objetivo a construção de um modelo de simulação da anatomia da orelha externa em impressão tridimensional aplicado ao ensino e aprendizado clínico da impressão do molde auricular. Metodologia: A construção do protótipo de simulação foi dividida em etapas descritivas de desenvolvimento do produto por meio das fases definidas pela ferramenta Double Diamond do Design Thinking denominadas de: problemática, produção e testes. Por meio da definição em fases esta união pode ser apresentada como: Fase 1 – Problemática (Descobrir e Definir), Fase 2 – Produção (Desenvolver) e por fim Fase 3 – Testes (Entregar ). Desta forma, foi possível abranger desde sua ideação, modelagem 3D, fatiamento, impressão tridimensional, colagem e acabamento, mockup até a solução final do protótipo, que junto com a equipe de pesquisa, pode ser construído de acordo com a adequação das características dos materiais, escala e funcionalidade. Resultados: Por meio da construção em impressão tridimensional foi possível obter um modelo de simulação do busto e orelha externa em escala aproximada ao corpo humano. Conclusões: O estudo atingiu seus objetivos propostos e obteve êxito em relação aos mecanismos de remoção dos blocos da orelha e desenho do conduto auditivo externo, sobretudo, necessita de aprimoramento para avaliação da eficácia em discentes de graduação de Fonoaudiologia. Sua característica de construção com blocos da orelha removíveis, apresenta pontos de inovação na aplicação em ambiente acadêmico de custo acessível e fácil manuseio.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1307
ISSN 1983-1793X
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MEDIÇÕES ACÚSTICAS EM AMBIENTE UNIVERSITÁRIO EM PERÍODO DE FÉRIAS ACADÊMICAS
MATA, MRF ; SOUZA, LKC ; SILVA, FRN ; COSTA, ALA ; SILVA, EM ; SILVA, IMC ;

Introdução: O ruído em níveis elevados de pressão sonora é um grande fator de risco para a saúde humana. No ambiente universitário, esse ruído pode ser ainda mais prejudicial, afetando não só a saúde da comunidade acadêmica como também o processo de aprendizagem. Objetivo: Mensurar os níveis de pressão sonora nos 4 prédios de um campus universitário durante o período de férias para utilização como medida basal para medições comparativas ao longo do semestre. Metodologia: O campus possui 4 prédios: P1 (Restaurante Universitário), P2 (Laboratórios), P3 (Administração) e P4 (Bloco de Salas de Aula). As medições foram realizadas nas áreas internas como salas, auditórios (AI) e externas como áreas livres e espaços de convivência (AE) mapeadas e determinadas conforme utilização e fluxo de pessoas (P1 e P2, AI1; P3, AI1 e AI2; P4, AI1, AI2, AI3, AI4, AI5, AI6, AI7 e AE1). O decibelímetro (DEC 5010, Instrutherm) foi posicionado no centro do espaço e as medições foram realizadas na escala A, velocidade slow, por 5 minutos contínuos. Resultados: Os níveis de pressão sonora Leq e Max obtidos, respectivamente, foram: P1: AI1 - 67,3 dBA e 80,1 dBA; P2: AI1 - 60,1 dBA e 76,6 dBA; P3: AI1 - 57,3 dBA e 67,9 dBA, AI2 - 57,3 dBA e 67,3 dBA e P4: AI1 - 51,3 dBA e 60,2 dBA, AI2 - 50,0 dBA e 61,4 dBA, AI3 - 50,4 dBA e 63,3 dBA, AI4 - 49,0 dBA e 60,9 dBA, AI5 - 48,8 dBA e 61,8 dBA, AI6 - 44,7 dBA e 53,7 dBA, AI7 - 45,4 dBA e 53,2 dBA e AE1 - 53,9 dBA e 69,7 dBA,. Conclusão: Os dados obtidos sugerem, segundo a NBR 10151, que as áreas avaliadas apresentam níveis de pressão sonora elevados para um ambiente educacional e, considerando-se que estes níveis foram obtidos em período de férias, evidenciam a necessidade da implementação de medidas de gerenciamento e redução do ruído.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1173
ISSN 1983-1793X
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MEDIDAS DE INTELIGIBILIDADE DE FALA DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: UMA REVISÃO DE ESCOPO.
BERZUINI, KA ; REIS, ACMB ; LIMA, JVS ; SILVA, CD ; Zamberlan-Amori, NE ;

Introdução: O impacto da deficiência auditiva na infância pode afetar o desenvolvimento de linguagem e fala, desempenho acadêmico, e provocar alterações emocionais e sociais. Baixos níveis de inteligibilidade de fala, encontrados nessa população, levam a dificuldades de comunicação em casa, em ambiente escolar e, principalmente, em situações cotidianas em ambientes sociais. Objetivo: mapear os testes na literatura utilizados para avaliação de inteligibilidade de fala em crianças com deficiência auditiva. Metodologia: Realizou-se busca nas bases de dados: LILACS, SCIELO e PUBMED. A primeira seleção foi por meio da leitura de títulos e resumos, seguida pela leitura na íntegra. Os estudos foram avaliados por dois pesquisadores, com consenso mantido, a fim de realizar a seleção final, com um terceiro pesquisador. Resultados: A amostra final deste estudo foi constituída por 51 artigos científicos. Aparece com uso mais frequente o Speech Intelligibility Rating (SIR). Os resultados são avaliados em maioria por fonoaudiólogos experientes, em seguida por ouvintes sem experiência prévia com deficientes auditivos. A China foi o país com maior produção científica acerca do tema. Encontrou-se ênfase nos objetivos em crianças com implante coclear. Conclusão: Há necessidade de padronização desse parâmetro. Os dados apresentados contribuem para o direcionamento de novos estudos acerca do tema.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1284
ISSN 1983-1793X
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METODOLOGIAS ATIVAS PARA O TREINO DE HABILIDADES NA AVALIAÇÃO DO ZUMBIDO: RELATO DE EXPERIÊNCIAS EM UMA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Silva, V.D. ; Cunha, V.L.C. ; Santos, M.B. ; Valença, E.C.D. ; Rosa, M.R.D ;

Introdução: O zumbido é caracterizado como um som percebido pelo indivíduo, sem a existência de uma fonte sonora no ambiente, associa-se com alterações no sistema nervoso auditivo central - SNAC e a problemas emocionais. Uma avaliação auditiva e diagnóstico de qualidade é imprescindível para a identificação das possíveis causas, indicação de tratamentos potenciais e assim, um melhor prognóstico do caso. Para desenvolver aprendizagem significativa na área da saúde, as metodologias ativas de aprendizagem tornaram-se essenciais, elas visam o aprendiz como o centro desse processo e favorecem a aprendizagem efetiva, resultando em profissionais mais capacitados e confiantes para a prática clínica baseada em evidências. Objetivo: Realizar treinamento teórico-prático em habilidades de avaliação fonoaudiológica do paciente com zumbido utilizando metodologias ativas de aprendizagem. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência da realização de um treinamento utilizando metodologias ativas de aprendizagem para a melhoria das habilidades na realização da avaliação fonoaudiológica em pacientes com zumbido. Foi realizado para um grupo de extensionistas, do curso de fonoaudiologia de uma Instituição de Ensino Superior - IES pública. A necessidade foi identificada diante de algumas dificuldades no fluxo e seguimento dos atendimentos, dúvidas persistentes dos estudantes na realização de alguns exames e alguns com pouca experiência que ainda não se sentiam seguros quanto ao acompanhamento dos pacientes. Com base nisso, foram realizadas pesquisas para a definição das metodologias ativas a serem utilizadas, e ao final, aplicou-se um questionário baseado no Net Promoter Score- NPS, com perguntas relacionadas ao aprendizado adquirido e a efetividade real do treinamento, para serem avaliados em uma escala de 0 a 10. Este protocolo permite uma classificação em zonas de satisfação, que variam em: Excelência; qualidade; aperfeiçoamento ou crítica, além de classificá-los como promotores, neutros ou detratores, a depender da resposta obtida. Resultados: Foi elaborado um novo treinamento com a escolha de metodologias ativas viáveis. O treinamento teve uma duração de 3 manhãs em 3 semanas diferentes, envolvendo preparação anterior, revisão teórica expositiva dialogada, estruturação de estações de aprendizagem com simulações de atendimento e realização dos exames associada à gravação explicativa de cada um, finalizando com a realização do diagnóstico dos casos. Obteve-se a adesão de 100% dos estudantes atuantes, totalizando 8 participantes. A partir da análise do questionário foi possível identificar que 100% deles revelaram estar satisfeitos de um modo geral e acreditam que o treinamento possibilitou adequada associação teoria e prática, melhorando a sua confiança no atendimento aos pacientes com zumbido, além de alegarem que as simulações favoreceram a sua aprendizagem na temática abordada. 85,7% alegou que aprendeu melhor o conteúdo e que o novo formato ajudou muito. O treinamento se encontra na zona de excelência pela avaliação dos extensionistas e 100% dos participantes são classificados como promotores. Conclusão: A partir da realização deste treinamento foi possível afirmar que as metodologias ativas utilizadas foram eficazes para um bom engajamento, efetividade da aprendizagem dos conteúdos abordados e garantia da satisfação dos integrantes de uma extensão universitária da IES pública, o que resultará em um melhor atendimento e fluxo na extensão.
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Página(s): p.1136
ISSN 1983-1793X
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MODELAGEM DE MOLDES AURICULARES UTILIZANDO CAD E FABRICAÇÃO VIA MANUFATURA ADITIVA
Sumihara, Y. L. ; Silva, J. V. F. ; Teles, B.B. ; Silva, I. M. C ; Santos, A. C. ; PEREIRA, V. R. C. ;

Introdução: O método tradicional de fabricação de moldes auriculares envolve a moldagem direta da orelha do paciente e a fabricação manual do molde, um processo que pode ser demorado e impreciso. Esse novo método consiste na modelagem do molde, via Computer Aided Design (CAD), a partir de um pré-molde obtido do paciente, e na produção desse molde utilizando a tecnologia de fabricação para manufatura aditiva. A pesquisa apresenta um novo método de fabricação de moldes auriculares, visando aprimorar o processo atualmente utilizado. Objetivo: Descrever o método proposto e avaliar uma abordagem alternativa para a fabricação de moldes auriculares, utilizando tecnologias de digitalização 3D e manufatura aditiva. Metodologia: O desenvolvimento dos moldes auriculares por meio de manufatura aditiva envolveu a abordagem de Design for Additive Manufacturing (DfAM) e o processo de Desenvolvimento de Produtos. Inicialmente foi realizada a moldagem direta da orelha do paciente para obter um pré-molde. Em seguida, esse pré-molde foi digitalizado a partir do escaneamento da peça, gerando uma nuvem de pontos, e posteriormente modelado usando um software CAD especializado, permitindo ajustes precisos na forma e nas dimensões do molde final. A fabricação do molde foi então realizada utilizando a tecnologia de Manufatura Aditiva Digital Light Processing (DLP). Para esse passo foi necessário realizar uma pesquisa de mercado, a fim de encontrar uma resina com as características mecânicas desejadas, além de ser biocompatível. Resultados: Os resultados do estudo demonstraram que os moldes auriculares fabricados por este método apresentaram resultados semelhantes aos moldes fabricados de forma convencional, porém possibilitando uma parametrização mais adequada como alteração do nível de dureza do molde. O tempo entre o momento da pré-moldagem e a entrega ao usuário, para fabricação do molde de forma tradicional, varia entre 20 e 45 dias. Para a fabricação por meio do método de digitalização e DLP, o tempo foi de 1 dia para fabricar 4 unidades. Como outra vantagem, a digitalização do processo e a possibilidade de refazer o processo sem a necessidade de retomar a retirada do pré-molde do paciente. Conclusão: Essas descobertas sugerem que a implementação dessa nova abordagem de fabricação de moldes auriculares é não apenas viável, mas também podem representar uma mudança significativa no mercado brasileiro de dispositivos auditivos. Ao oferecer um método mais eficiente, preciso e confortável para a produção de moldes personalizados, essa tecnologia tem o potencial de melhorar a qualidade de vida dos usuários de aparelhos auditivos e .avanços na indústria de saúde auditiva como um todo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1097
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1097


MODULADORES ACÚSTICOS E FISIOLÓGICOS NO TESTE DICÓTICO CONSOANTE VOGAL: UMA BREVE REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA
Lunardelo, P.P. ; Laurindo, A.L. ; Simões, H.O ; Zanchetta, S. ;

Introdução: Um dos paradigmas mais frequentes para investigar a conectividade inter-hemisférica e a especialização hemisférica da linguagem é a tarefa de escuta dicótica (ED). Esta é utilizada como um método de análise comportamental da especialização hemisférica funcional para tarefas de ordem superior. Muitos estudos demonstraram que a falta de controle sob diferentes características (e.g alinhamento temporal, tipo do estímulo) podem representar uma fonte de erros sistemáticos, ameaçando a confiabilidade das medidas obtidas e a eficiência do paradigma da ED e Vantagem da Orelha Direita (VOD). Objetivo: Descrever, sob uma ótica teórica e contextual, os possíveis moduladores no TDCV e novas evidências sobre a ED. Metodologia: A presente revisão narrativa foi realizada a partir da busca de literatura nas bases de dados PubMed e Web of Science, com a seleção dos unitermos na biblioteca de indexação da PubMed em inglês, sendo estes: “dichotic listening” combinados “age”, “aging”, “sex”, “memory”, “attention”, “voice onset time”, “physiology”. Foram selecionados os artigos que investigaram a ED por meio do Teste Dicótico Consoante Vogal (TDCV) em adultos. Resultados: A literatura especializada demonstra que um dos principais moduladores no índice de lateralidade é a constituição espectro-temporal das consoantes oclusivas. Estas constituem o TDCV nas línguas ocidentais, ainda assim, é o mais adequado para verificar a VOD, desde que haja a estimulação equilibrada entre os ouvidos em relação ao voice onset time e o alinhamento temporal entre as sílabas. Isto porque a combinação de pares de estímulos de alta sobreposição espectro-temporal produzem respostas mais rápidas e corretas em relação a baixa sobreposição, com dois estágios de processamento de estímulos ligados a este resultado, pré-atentivo automatizado e cognitivo controlado. A estimulação com sílabas surdas aumenta a vantagem da orelha na qual foi apresentada, quando comparada à apresentação simultânea contralateral, seguida de surdo-surdo e sonoro-sonoro. Aspectos supramodais à audição, como memória e atenção, são moduladores fisiológicos que participam diretamente em diferentes condições da ED. A manipulação destes fatores durante o TDCV, como por exemplo, aumentar o tempo de espera entre escutar o estímulo e poder responder qual a sílaba ouvida, pode modificar a VOD. O sexo exerce menor influência na ED com o TDCV, enquanto para a idade existem pequenas diferenças entre as faixas etárias, principalmente para adultos mais velhos, entretanto não existe consenso quanto ao aumento ou diminuição da VOD no envelhecimento. Novas evidências geradas por exames de imagem demonstram mudanças na banda gama (mecanismo funcional na transferência auditiva transcalosa) e de concentração de oxihemoglobina e desoxihemoglobina durante a escuta direcionada à esquerda em destros, confirmando o pressuposto do fluxo direcionado de informações do hemisfério direito para o dominante esquerdo durante certas tarefas de linguagem. Conclusão: Diferentes moduladores podem influenciar a especialização hemisférica funcional e devem ser conhecidas e/ou controladas, quando possível e desejável. Os principais deles são a constituição espectro-temporal das sílabas que constituem o TDCV e o alinhamento temporal, a memória e atenção. As novas evidências reforçam o pressuposto de modelo estrutural e demonstram a complexidade fisiológica por trás dos achados comportamentais da ED com o TDCV.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1344
ISSN 1983-1793X
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MONITORAMENTO AUDITIVO DE CRIANÇAS EXPOSTAS À QUIMIOTERAPIA: RESULTADOS PARCIAIS
Franciozi, C. ; Rossetto, A. P. ; Gregory, L. ; Gregianin, L. J. ; Zen, P. R. G. ; SLEIFER, P. ;

Introdução: Os quimioterápicos derivados de platina são amplamente utilizados para o tratamento de neoplasias e possuem relevante eficácia no combate ao câncer. Em contrapartida, apresentam como efeito colateral a ototoxicidade, lesando as células auditivas e podendo ocasionar perdas auditivas. Tais perdas auditivas são caracteristicamente classificadas como sensorioneurais, bilaterais, simétricas e irreversíveis, acometendo inicialmente as frequências altas. Nesse sentido, torna-se relevante a avaliação auditiva periódica nessa população. Objetivos: Analisar os limiares auditivos de crianças expostas à quimioterapia derivada de platina em dois momentos distintos e verificar as alterações. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, sob número 2023 - 0108. A casuística foi composta por 11 crianças e adolescentes de ambos os sexos, sendo 6 do sexo feminino e 6 do sexo masculino, entre 5 e 17 anos de idade, em acompanhamento em um local de referência ao atendimento em oncopediatria. Para avaliação e monitoramento dos limiares auditivos foram realizadas as seguintes avaliações: audiometria tonal limiar e audiometria vocal. Resultados: Observou-se na primeira avaliação que: 8 (73%) sujeitos avaliados apresentaram limiares dentro do padrão da normalidade enquanto 1 (9%) com perda auditiva sensorioneural, de grau moderado em ambas orelhas (AO) e 2 (18%) com perda auditiva sensorioneural nas frequências altas, a partir de 3000Hz em AO. Na segunda avaliação, mais 1 (9%) sujeito apresentou alteração auditiva e 2 (18%) apresentaram progressão da perda auditiva (36%). A média de idade da amostra estudada foi de 9,7 anos. Em relação ao diagnóstico oncológico da amostra, o mais prevalente foi de leucemia linfoblástica aguda (36%), seguido por osteossarcoma (27%), tumor de sistema nervoso central (18%), rabdomiossarcoma (9%) e neoplasia maligna de rim (9%). Conclusões: Verificou-se que na primeira avaliação audiológica 27% apresentaram alteração nos limiares auditivos. Ao passo que, na segunda avaliação houve aumento de diagnósticos de perda auditiva (36%). Além disso, 9% da amostra evoluiu de limiares auditivos dentro do padrão de normalidade para perda auditiva nas frequências altas. Tais perdas podem acometer indivíduos expostos a quimioterapia composta por derivados de platina, sendo assim, o monitoramento auditivo se torna fundamental durante o tratamento quimioterápico, visando o diagnóstico, progressão e intervenção nessa população. Cabe ressaltar que os sujeitos da amostra permanecem em monitoramento auditivo e foram encaminhados para reabilitação auditiva.
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Página(s): p.1371
ISSN 1983-1793X
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MONTREAL COGNITIVE ASSESSMENT HEARING IMPAIRMENT (MOCA-H): VALIDADE DE CONSTRUTO
Machado, R. M. ; Konrath, G. ; Pagliarin, K. C. ; Patatt, F. S. A. ;

Introdução: A presbiacusia, perda auditiva inerente ao processo de senescência, ocasiona várias implicações na vida do indivíduo, dentre elas se destaca o declínio cognitivo, que ocorre em virtude da privação auditiva, provocando degradação no sistema neural e redução de suas funções. Portanto, é imprescindível a avaliação dos processos cognitivos da população idosa com perda auditiva, com utilização de instrumentos validados e apropriados a esse público. Com este intuito, por meio de um rigoroso estudo psicométrico foi adaptado para o Português Brasileiro o instrumento de rastreio cognitivo denominado Montreal Cognitive Assessment Hearing Impairment (MoCA-H). No entanto, ainda são necessários estudos em busca de evidências de validade e fidedignidade para esta ferramenta. Neste sentido, a validade de construto visa comparar os resultados com uso do instrumento desenvolvido/adaptado com os resultados de um padrão já vigente, assim, sendo possível verificar se de fato o instrumento mede o que se propõe. Objetivo: Buscar evidências de validade de construto para o MoCA-H. Método: Este estudo possui caráter descritivo observacional, transversal e quantitativo, com amostra eleita por conveniência em um Serviço de Atenção à Saúde Auditiva público do interior do estado do Rio Grande do Sul (RS). O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa, sob número 5.162.650. A pesquisa foi realizada conforme as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, no que determina o Conselho Nacional de Saúde em sua resolução 466/12 e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A validade de construto foi investigada por meio da validade convergente. A amostra foi constituída por 20 idosos com perda auditiva e sinais de declínio cognitivo verificado a partir do Mini exame do estado Mental (MEEM), sendo 10 com perda auditiva tratada e 10 sem tratamento da perda auditiva. Os participantes apresentavam idades entre 61 a 86 anos (M=72,45; DP=7,24) e com pelo menos quatro anos de estudo (M=15,90; DP=1,94), sendo 45% (n=9) do sexo feminino e 55% (n=11) do sexo masculino. Todos os sujeitos passaram pelos seguintes procedimentos: anamnese, avaliação audiológica básica quando não tinham exames atualizados, MEEM e MoCA-H, além de coleta de dados no prontuário. Para aplicação do MoCA-H foram apresentados 77 cartões compondo as atividades do teste. Os sujeitos realizavam a leitura de cada cartão em voz alta e deveriam seguir as instruções nele contidas, sem nenhuma interferência do avaliador. Além disso, para as três primeiras tarefas recebiam a folha de aplicação e uma caneta para resolver manualmente as solicitações. A fim de comparar os escores obtidos no MoCA-H e no MEEM, a análise de dados foi realizada por meio do coeficiente de correlação de Pearson, com nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: A partir da análise da validade de construto, observou-se correlação moderada e significativa (R=0,504; p<0,05) entre os escores do MoCA-H e MEEM. Conclusão: A partir do presente estudo, obteve-se evidências psicométricas satisfatórias relacionadas à validade de construto.
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Página(s): p.1109
ISSN 1983-1793X
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MUSICOTERAPIA COMO PRÁTICA INTEGRATIVA COMPLEMENTAR DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO CONTEXTO DA SAÚDE AUDITIVA INFANTIL
SAID, P.M. ; AMORIM, A. A. L. ; RAZABONE, L. C. ; Jacob, L. C. B. ; BLASCA, W. Q. ; Frederigue-Lopes, N. B. ; ARAÚJO, E. S. ; LEHMANN, A. ; ALVARENGA, K. F. ;

Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil inseriu as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) como uma proposta de atenção à saúde em suas formas de cuidado. Tal iniciativa alinhou-se às diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que incentivou seus países membros a integrar as Medicinas Tradicionais Integrativas e Complementares (MTIC). Nesse contexto, a literatura científica apontou que a Musicoterapia, reconhecida como MTIC, é uma das PICS/SUS que pode oferecer benefícios para a saúde auditiva infantil, pois utiliza experiências musicais com o intuito de favorecer o desenvolvimento cognitivo, auditivo, linguístico e socioemocional. Objetivo: Quantificar as atividades musicoterapêuticas do SUS a nível nacional, no contexto da Saúde Auditiva Infantil. Metodologia: Estudo ecológico transversal descritivo, com dispensa do Comitê de Ética. A busca foi realizada em março de 2024, por meio de banco de dados secundários, de domínio público, do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), no período de 2017 a 2023, a fim de responder à pergunta clínica: Qual é o panorama nacional das atividades musicoterapêuticas realizadas no SUS, no contexto da Saúde Auditiva Infantil? A obtenção de dados do SISAB compilou informações sobre a quantidade de atividades coletivas e número total de participantes, com idade entre zero e onze anos, com os filtros “Musicoterapeuta” na Categoria do Profissional e “Saúde Auditiva” em Práticas em Saúde. Em um segundo momento, utilizou-se o filtro de “Região”, com o intuito de verificar as regiões que mais aderiram as atividades musicoterapêuticas. Resultados: Embora a Musicoterapia tenha sido institucionalizada, como PICS/SUS, no ano de 2017, os registros das atividades iniciaram somente no ano de 2018. Desde então, foram identificadas atividades somente nos anos de 2018, com 73 atividades, 2019, com 43 atividades, e 2023, com uma atividade, totalizando 117 atividades musicoterapêuticas voltadas à saúde auditiva infantil, que resultaram no atendimento de 683 indivíduos. Houve uma queda de 41,1% na quantidade de atividades do ano de 2018 para 2019, e de 99,1%, de 2019 para 2023. As atividades dos anos de 2018 e 2019 restringem-se à região Sudeste, e a atividade do ano de 2023 restringe-se à região Sul. Quanto aos participantes das atividades, 1,07% tinham entre zero e três anos, 2,18% tinham entre quatro e cinco anos e 96,75% tinham entre seis e onze anos de idade. Não houveram atividades musicoterapêuticas no SUS em 2020, 2021 e 2022. Conclusão: Constatou-se que as poucas atividades musicoterapêuticas realizadas pelo SUS, no contexto da saúde auditiva infantil, diminuíram expressivamente ao longo dos anos e têm uma mínima abrangência no território nacional. Assim, evidencia-se a necessidade da disseminação da informação, fundamentada na prática baseada em evidências, acerca dos benefícios da Musicoterapia para a população infantil, a fim de fortalecer a Musicoterapia como uma PICS/SUS aliada à saúde auditiva infantil.
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Página(s): p.1343
ISSN 1983-1793X
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NECESSIDADES DE ESCUTA DO INDIVÍDUO EM DIFERENTES PERFIS AUDIOMÉTRICOS DA PERDA AUDITIVA UNILATERAL
BERNAL, R. O ; Fernandes, D. P ; FONSECA, V. C ; ZAMPRONIO, C. D. P ; OLIVEIRA, J. R. M ; MONDELLI, M. F. C. G ;

Introdução: a perda auditiva unilateral prejudica a detecção e localização do som, bem como o entendimento da fala em situações desafiadoras como os ambientes ruidosos devido ao comprometimento das habilidades auditivas envolvidas nestas tarefas. Conhecer as necessidades de escuta em diferentes perfis audiométricos para indivíduos com perda auditiva unilateral é fundamental para o clínico e resulta em maior assertividade quanto ao planejamento e otimização do processo de reabilitação auditiva. Objetivo: apresentar as necessidades de escuta do indivíduo em diferentes perfis audiométricos das características da perda auditiva unilateral. Metodologia: estudo aprovado eticamente (5.791.115) com tipologia exploratória, transversal e prospectiva, com 22 participantes que apresentam perda auditiva unilateral. Para a verificação das principais necessidades de escuta solicitou-se ao indivíduo que respondesse à questão “Quais são suas necessidades de escuta?”. Ademais, por meio de análise de dados secundários do prontuário clínico coletou-se dados do perfil audiométrico, especificamente relacionados ao tipo, grau e configuração, seguindo a classificação de Silman e Silverman (1997) adaptada de Carhart (1945) e Lloyd e Kaplan (1978). Os dados foram analisados de modo descritivo. Resultados: quanto à caracterização dos indivíduos com perda auditiva, a idade variou entre 27 e 78 anos, sendo 14 dos 22 do gênero feminino. Entre os tipos de perda auditiva obtivemos 13 sensorioneurais, 7 mistas e 2 condutivas, com graus da deficiência auditiva variando entre 4 leves, 6 moderados, 8 severos e 4 profundos. Quanto à configuração (5) ascendente, (3) horizontal, (1) descendente leve, (9) descendente acentuada, (3) descendente em rampa, e por último, (1) em entalhe. As necessidades de escuta dos indivíduos com perda auditiva unilateral são muito variadas nos diferentes perfis audiométricos e incluem melhorar a detecção e localizar os sons, compreender a conversa com um interlocutor ou mais no silêncio, ruído e no telefone, entre outras, tendo maior autonomia auditiva na orelha com prejuízo auditivo. Conclusão: o estudo propiciou entender que diferentes perfis audiométricos das características da perda auditiva unilateral refletem em ampla variedade de necessidades de escuta para o indivíduo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1130
ISSN 1983-1793X
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NEUROCOGNITIVE FUNCTION IN CHILDREN WITH COCHLEAR IMPLANTS AND HEARING AIDS: A SYSTEMATIC REVIEW
Lima, J.V.S. ; Morais, C.F.M. ; Zamberlan-Amorin, N.E. ; Mandrá, P.P. ; Reis, A.C.M.B. ;

Introduction: A consensus exists acknowledging the beneficial effects of hearing devices on the development of auditory and linguistic skills in prelingually deaf children. However, significant variability in individual capabilities persists, beyond explanation by traditional predictive factors. Recent proposals hint at a potential correlation between neurocognitive development and auditory-linguistic performance, particularly among users of cochlear implants and hearing aids. Thus, it is suggested as an underlying factor that could partly clarify the observed heterogeneous performance within this population. Purpose: To systematically review the existing literature that examines the relationship between cognition, hearing, and language in children using cochlear implants and hearing aids. Method: The review has been registered in Prospero. The review was based on the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis and examined the scientific literature in VHL, MEDLINE, CINAHL, Scopus, WOS, and Embase. It included original observational studies in children using hearing aids and/or cochlear implants who underwent cognitive and auditory and/or language tests. Data were extracted from the studies and their level of evidence was graded with the Oxford Center for Evidence-Based Medicine: Levels of Evidence. Meta-analysis could not be performed due to data heterogeneity. Outcomes are described in narrative and tables synthesis. Results: The systematic search and subsequent full-text evaluation identified 21 studies, conducted in 10 different countries. Altogether, their samples comprised 1,098 individuals, aged 0.16–12.6 years. The studies assessed the following cognitive domains: memory, nonverbal cognition, reasoning, attention, executive functions, language, perceptual-motor function, visuoconstructive ability, processing speed, and phonological processing/phonological memory. Children with hearing loss using cochlear implants and hearing aids scored significantly lower in many cognitive functions than normal hearing (NH) children. Neurocognitive functions were correlated with hearing and language outcomes. Conclusion: Many cognitive tools were used to assess cognitive function in children with hearing devices. Results suggest that children with cochlear implants and hearing aids have cognitive deficits; these outcomes are mainly correlated with vocabulary. This study highlights the need to understand children’s cognitive function and increase the knowledge of the relationship between cognition, language, and hearing in children using cochlear implants and hearing aids.
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Página(s): p.1240
ISSN 1983-1793X
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NEUROTOXICIDADE E AUDIÇÃO INFANTIL – UMA REVISÃO DE ESCOPO
LMI ; CHC ; ACFC ; GIL D ;

Introdução. A neurotoxicidade é definida como um dano causado ao sistema nervoso central devido à exposição a substâncias tóxicas, podendo acarretar consequências irreversíveis. Algumas destas substâncias, por vezes, são necessárias para o tratamento de algumas doenças, como o câncer. O câncer infantil, atualmente, tem como tratamentos de escolha a combinação de quimioterapia e radioterapia. Dentre os medicamentos anticancerígenos, encontram-se os derivados da platina, como a carboplatina e a cisplatina, estas, embora eficazes contra o câncer infantil, podem ser ototóxicas e/ou neurotóxicas. Entre os prejuízos ocasionados estão os danos à estrutura interna da cóclea que pode levar à perda auditiva caracterizada como neurossensorial, bilateral e simétrica. Exames são utilizados para avaliar os efeitos ototóxicos dos derivados da platina, como a audiometria tonal liminar convencional e de altas frequências e as emissões otoacústicas, as quais avaliam a via auditiva periférica. O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico e a avaliação do Processamento Auditivo Central podem ser utilizados para investigar o potencial neurotóxico deste tipo de tratamento. Objetivo. Mapear o estado atual das pesquisas, compreendendo a extensão e as evidências científicas sobre a neurotoxicidade e a audição infantil. Metodologia. O estudo trata-se de uma revisão de escopo, que seguiu uma metodologia estabelecida. As buscas foram realizadas nas bases de dados: PubMed, EMBASE, LILACS e Cochrane Library. O processo de seleção foi dividido em: leitura dos títulos e resumos, e leitura na íntegra dos estudos pré-selecionados. Foi necessário criar um instrumento próprio para a análise dos artigos encontrados mapeando os autores, caracterização da amostra, dados do método e dados dos resultados. Foram incluídas crianças de 0-12 anos, que tivessem realizado quimioterapia com drogas ototóxicas e com exames que avaliassem a via auditiva central. Foram incluídos estudos que estivessem nos idiomas português, inglês ou espanhol. Resultados. Foram encontrados 429 artigos nas bases de dados eletrônicas. Excluímos os artigos duplicados (n=26), restando 409 artigos. Dentre estes 409 artigos válidos para a análise, nenhum deles utilizou a avaliação comportamental de Processamento Auditivo Central para avaliação, demonstrando a necessidade de se investir em pesquisas nesta área. Após, a leitura dos títulos e resumos foram excluídos 405 artigos, por não corresponderem aos critérios de inclusão. Entre os artigos incluídos, observou-se que o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico é um exame objetivo, eletrofisiológico que avalia a via auditiva do nervo auditivo até o tronco encefálico, contudo a maioria esmagadora ainda busca apenas avaliar o sistema auditivo periférico, por meio da audiometria tonal e/ou vocal, e/ou emissões otoacústicas. Entretanto, o mesmo foi utilizado em 100% das vezes em que buscou-se avaliação da via auditiva central. Ao final, após a leitura completa, apenas 01 estudo adequou-se aos critérios de inclusão, o qual demonstrou resultados normais no PEATE apesar do tratamento com carboplatina. Conclusão. Há escassez de estudos específicos buscando avaliar a neurotoxicidade frente ao uso dos quimioterápicos. Recomenda-se que mais estudos sejam realizados sobre o uso de drogas ototóxicas e sua relação com o sistema auditivo central.
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Página(s): p.1262
ISSN 1983-1793X
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NÍVEIS DE EMPATIA: UM OLHAR SOBRE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA
Veloso, G.F. ; Saragossa, M. ; Almeida, T.F. ; Lüders, D. ; Fidêncio, V.L.D. ;

Introdução: no âmbito da (re)habilitação auditiva, há a necessidade de engajar o paciente no tratamento, a fim de favorecer a eficácia da intervenção. Nesse sentido, é fundamental lançar mão do Cuidado Centrado na Pessoa (CCP). Atrelado ao CCP, está a empatia, que desempenha um papel fundamental nas relações interpessoais. A empatia trata-se do sentimento de colocar-se no lugar do outro e favorece a tomada de decisões clínicas. Melhores níveis de empatia associam-se a melhor cuidado de saúde e qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: caracterizar o nível de empatia de estudantes de graduação em fonoaudiologia. Metodologia: estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas sob nº 6.524.733. Foram incluídos como participantes estudantes de graduação em fonoaudiologia, de qualquer período, em qualquer Instituição de Ensino Superior (IES) do país, com idade a partir de 18 anos. Os instrumentos de coleta foram disponibilizados via formulário on-line, divulgado nas mídias sociais. Os participantes assinaram ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) digital e responderam a questões sobre dados sociodemográficos e ao instrumento brasileiro Inventário de Empatia (IE). Foi realizada análise descritiva dos dados, por escore total e dos domínios Tomada de Perspectiva (TP), Flexibilidade Interpessoal (FI), Altruísmo (AI) e Sensibilidade Afetiva (SA). Resultados: participaram 35 estudantes de graduação em fonoaudiologia, sendo 62,86% do estado do Paraná, 2,86% do Rio Grande do Sul, 20% de São Paulo e 14,28% do Distrito Federal. Todos cursavam a graduação na modalidade presencial, sendo 17,14% em IES pública e 82,86% em IES privada. A maioria dos participantes (74,29%) referiu atender pacientes. O escore total variou de 2,62 a 4,55, com média de 3,62. A média de pontuação no domínio TP foi de 3,69, no FI foi de 3,18, no AI foi de 3,56 e no SA foi de 3,58. O domínio FI apresentou menor pontuação, com 28,57% dos participantes apresentando resultados inferiores a 3 pontos. Conclusão: os resultados preliminares demonstraram níveis medianos de empatia, com níveis mais baixos de flexibilidade interpessoal, demonstrando a necessidade do trabalho das competências transversais na graduação
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Página(s): p.1061
ISSN 1983-1793X
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O BENEFÍCIO DA DESLOCAÇÃO DO MASCARAMENTO EM CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS
Moura, L.S.C.G.A. ; Borba, A.K.T. ; Britto, D.B.L.A. ; Advíncula, K. P. ; Griz, S.M.S. ; Silva, T.E.M. ; Menezes, D. C. ;

Introdução: A habilidade de reconhecer a fala em presença de mensagem competitiva é favorecida quando a fonte sonora mascarante está separada da fonte sonora principal. Essa diferença de posição promove um benefício no reconhecimento da fala no ruído, conhecido como Spatial Release from Masking, e aqui traduzido como benefício da deslocação do mascaramento (BDM). Conhecer o BDM permite facilitar a comunicação nos ambientes ruidosos, principalmente escolas, além das tecnologias de reabilitação auditiva. Objetivo: Analisar o desenvolvimento do benefício da deslocação do mascaramento no reconhecimento de sentenças do Português Brasileiro em crianças, adolescentes e adultos jovens. Metodologia: Participaram desse estudo 16 crianças com idades entre 6 anos e 11 anos e 11 meses (Grupo de Crianças -GC), 12 adolescentes com idades entre 12 anos e 18 anos e 11 meses (Grupo de Adolescentes - GAd) e 19 adultos jovens com idades entre 19 anos e 25 anos (Grupo de Adultos Jovens- GAJ). Em cabine acústica, foram determinados limiares de reconhecimento de sentenças em presença de mensagem competitiva. Foram utilizadas sentenças do Hearing in Noise Test na versão Brasileira e a mensagem competitiva foi composta pela voz de dois locutores masculinos na leitura de um texto, e apresentada na intensidade fixa de 65 dBNPS. As sentenças e a mensagem competitiva foram apresentadas aos participantes através de fones de inserção (ERC 32), e programação em MatLab e processador de sons. As características acústicas de fase, intensidade e frequência dos estímulos sonoros foram modificadas para que chegassem, bilateralmente, às orelhas dos participantes simulando duas condições ambientais de escuta: posição partilhada (0º azimute), onde a fala alvo e mensagem competitiva foram apresentadas à frente da cabeça do indivíduo; e posição separada (45o azimute), onde a fala alvo foi apresentada à frente da cabeça do indivíduo e a mensagem competitiva ao lado direito e esquerdo da cabeça do indivíduo. Resultados: Na condição separada, os limiares de reconhecimento de sentenças no grupo de crianças (GC) variaram entre 58,8 e 67,5 dB NPS; no grupo de adolescentes (GAd), os limiares variaram entre 55,7 e 64,3 dB NPS; e, nos adultos jovens (GAJ), os limiares variaram entre 53,3 e 60,3 dB NPS. Na condição partilhada, os valores dos limiares no GC variaram entre 63,7 e 71,3 dBNPS, o GAd apresentou valores entre 60,8 e 66,5 dBNPS e o GAJ apresentou uma variação entre 58,2 e 62,7 dBNPS. O BDM encontrado no GC variou entre 0,0 e 5,0 dBNPS. No GAd o BDM variou entre 1,5 e 9,5 dBNPS e no GAJ o BDM apresentou variação entre 2,2 e 7,8 dBNPS. O teste T-student foi utilizado para a obtenção da média dos limiares de reconhecimento de sentenças de cada grupo. Para a comparação das médias, foi utilizado o ANOVA e Post-Hoc (teste de comparação de Tukey) verificou quais grupos diferiram entre si. Conclusões: Os valores dos limiares melhoram em função da idade. O BDM está presente em crianças, adolescente e adultos jovens, e apresenta valores maiores em adolescentes e adultos jovens, quando comparados às crianças.
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Página(s): p.1261
ISSN 1983-1793X
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O EFEITO DO AUMENTO DA VELOCIDADE DE APRESENTAÇÃO DOS ESTÍMULOS NO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DO TRONCO ENCEFÁLICO (PEATE)
Bernardes, L. M. ; Boeger, D. A. ; Knappmann, K. ; Caetano, E.D. ; Noll, M. J. ; Silva, D. P. C. ; Roggia, S. M. ;

Introdução: O Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico (PEATE) é um exame eletrofisiológico que permite a avaliação da integridade do nervo auditivo e da via auditiva no tronco encefálico. Evidências mostram que o PEATE com velocidade de apresentação dos estímulos aumentada pode detectar mais precocemente alterações centrais. Porém, existem poucos dados na literatura mostrando o que acontece quando essa taxa de apresentação é aumentada. Objetivo: Verificar os efeitos do aumento da taxa de apresentação dos estímulos no PEATE neurodiagnóstico. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal aprovado pelo comitê de ética do local no qual foi realizado. O PEATE neurodiagnóstico foi feito em 34 indivíduos adultos sem queixas auditivas, com resultados normais na avaliação audiológica básica e sem exposição à ruído e/ou agentes ototóxicos. Os estímulos foram apresentados de forma monoaural via fones de inserção 3A em duas velocidades: 21.1 cliques por segundo e 71.1 cliques por segundo. As duas pesquisas foram realizadas com estímulo clique, 2048 estímulos, janela de registro de 12ms, polaridade rarefeita, filtros de 100Hz e 3000Hz e intensidade de 80dBNA. Os dados foram tabulados no Excel e posteriormente foi aplicado o teste estatístico não paramétrico de Wilcoxon. Resultado: Participaram da coleta 10 indivíduos do sexo masculino e 24 indivíduos do sexo feminino, com idades entre 18 e 45 anos. Constatou-se que os valores da latência da onda V foram significantemente maiores na velocidade de 71.1 do que na velocidade 21.1 bilateralmente (p<0.01). As latências médias obtidas na velocidade de 21.1 na onda I foi de 1.69ms à direita e 1.60ms à esquerda, e na velocidade de 71.1 foram de 2.01ms à direita e 1.90ms à esquerda, resultando em uma diferença de latências de 0.32 na orelha direita e 0.30 à esquerda. A latência média na onda III em 21.1 foi de 3.81ms na orelha direita e 3.79ms na orelha esquerda, e na velocidade 71.1 foi de 4.20 na orelha direita e 4.13 na esquerda, resultando numa diferença de 0.39 na orelha direita e de 0.34 na esquerda. Na onda V, velocidade 21.1, a latência média foi 5.67ms à orelha direita e de 5.68ms à esquerda, já para 71.1, na orelha direita foi de 6.05ms e à esquerda 5.97ms, evidenciando uma diferença de 0.38 à direita e 0.29 à esquerda . Quanto à amplitude, os valores desse parâmetro mostraram-se significantemente maiores na velocidade 21.1 (p<0.01) bilateralmente em todas as ondas. Na velocidade de 21.1 cliques por segundo, as ondas I, III e V apareceram em 100% dos participantes da pesquisa, em ambas orelhas. Já na velocidade de 71.1 cliques por segundo, a onda I da orelha direita apareceu em 44,11% dos indivíduos e da orelha esquerda apareceu em 41,17% dos indivíduos, a onda III apareceu em 47,5% dos indivíduos bilateralmente, enquanto a onda V apareceu em 100% dos casos. Conclusão: Com o aumento da taxa de apresentação dos estímulos no PEATE neurodiagnóstico, as ondas I e III não apareceram em todos os pacientes; os valores de latência da onda V foram maiores e de amplitude foram menores bilateralmente.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1202
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1202


O IMPACTO DA DIMINUIÇÃO DA AUDIÇÃO E SINTOMAS OTONEUROLÓGICOS NA QUALIDADE DE VIDA DE ADULTOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL
Lima, R. C. ; Silva, V. R. C. ; Santos, L. A. ; Rissatto-Lago, M. R. ;

Introdução: Hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica, de causa multifatorial, definida por níveis pressóricos elevados (≥140 mmHg e/ou ≥90 mmHg) e que de acordo com a literatura, pode afetar os mecanismos fisiológicos da orelha interna devido ao aumento da viscosidade do sangue, levando à diminuição do fluxo sanguíneo capilar e transporte de oxigênio. Esses eventos histopatológicos que geram alterações na orelha interna podem levar a ocorrência de perda auditiva, e sintomas otoneurológicos (zumbido e vertigem). Além disso, outro fator que pode estar associado à perda auditiva é a ototoxicidade resultante da utilização de medicamentos anti-hipertensivos, sendo os diuréticos tiazídicos e/ou de alça os fármacos mais estudados e com dados divergentes na literatura. Objetivos: Analisar a ocorrência de sinais como diminuição da audição e sintomas otoneurológicos em adultos com hipertensão arterial e o impacto gerado na qualidade de vida, e a relação desses sintomas com o uso de medicamentos anti-hipertensivos. Metodologia: Estudo transversal, analítico, envolvendo uma amostra não probabilística, de adultos com HA, de ambos os sexos, faixa etária entre 30 a 59 anos, atendidos em um serviço ambulatorial de uma instituição pública. Foram excluídos participantes com histórico de outras comorbidades, obesidade e problemas otológicos. Inicialmente foi realizada uma entrevista estruturada para obtenção de dados sociodemográficos, saúde geral, dados clínicos sobre a HA, tratamento utilizado (uso de medicamentos) e dados sobre saúde auditiva incluindo a ocorrência de sensação de diminuição da audição, sintomas otoneurológicos (zumbido e vertigem). Participantes com presença de sintomas otoneurológicos e sensação de diminuição da audição, responderam aos questionários padronizados, o Tinnitus Handicap Inventory (THI, Dizziness Handicap Inventory (DHI) e o Hearing Handicap for Inventory (HHIA), validados na literatura, para avaliar o impacto da diminuição da audição e sintomas otoneurológicos na qualidade de vida. Estudo aprovado pelo CEP da instituição proponente, n6.296.980. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados foram analisados no software estatístico SPSS® versão 21. Resultados: Compuseram inicialmente o estudo 28 participantes, desse total três foram excluídos por obesidade. A amostra final foi composta por 25 participantes, 17(68,0%) do sexo feminino e 8(32,0%) do sexo masculino, com média de idade de 49,08(±6,78)anos. Houve elevada ocorrência de sensação de diminuição da audição, zumbido e vertigem. Sobre o impacto desses sintomas na qualidade de vida, 4(40,0%) referiram um impacto severo quanto a vertigem, 7(41,2%) discreto incômodo com o zumbido e 5(35,7%) relataram uma percepção leve a moderada quanto o impacto da sensação da diminuição da audição na qualidade de vida. Houve associação entre o nível da pressão arterial diastólica e o impacto gerado pela vertigem (categorias do DHI) na qualidade de vida; (p=0,004). Não houve associação entre ocorrência de diminuição da audição e sintomas otoneurológicos com o uso ou classe de medicamentos anti-hipertensivos (medicamentos diuréticos e/ou diuréticos associados e medicamentos não diuréticos); (p>0,05). Conclusões: Adultos com HA apresentaram uma elevada ocorrência de sintomas otoneurológicos que impactam trazendo prejuízos na qualidade de vida. Além disso, o uso de medicamentos anti-hipertensivos não influenciou a ocorrência desses sintomas.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1086
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1086


O PROCESSAMENTO AUDITIVO EM INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE
CARVALHO, L. P. ; MATOS, T. S. ; SILVA, I. M. C. ; OLIVEIRA, T. C. G. ; PEREIRA, V. R. C. ;

Introdução: O processamento auditivo refere-se à forma como o cérebro interpreta e compreende as informações sonoras recebidas. Quando há alteração ou dificuldade nas habilidades de recepção, análise e processamento da informação auditiva, caracteriza-se o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), que pode ocorrer em comorbidade à outros transtornos, como o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O TDAH apresenta sintomas de dificuldades persistentes de atenção, hiperatividade e impulsividade. A associação entre estes sintomas pode complicar o quadro clínico, os processos de diagnóstico e o tratamento, com impactos acadêmicos, sociais e emocionais. Deste modo, o diagnóstico diferencial é fundamental para compreender melhor os processos auditivos e sua interação com as dificuldades de atenção e hiperatividade, almejando uma terapêutica eficaz. Objetivo: Realizar levantamento bibliográfico e verificar associação entre alterações no processamento auditivo e TDAH. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura em busca de artigos científicos indexados nas bases de dados CAPES, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PubMed, publicados de 2007 a 2023. Foram utilizados os descritores “percepção auditiva AND transtorno do déficit de atenção com hiperatividade”, tanto em português quanto em inglês. A busca realizada por meio dos descritores resultou em 146 artigos. Do total, 136 foram excluídos e 10 selecionados para a revisão. Resultados: Durante a pesquisa observou-se escassez de estudos que investigassem a relação entre processamento auditivo e TDAH. Os resultados encontrados destacam uma série de diferenças significativas entre crianças com TDAH e o grupo controle, composto por indivíduos sem o TDAH. Foi observado que as crianças com TDAH apresentaram desempenho inferior em testes de processamento auditivo em comparação a seus pares controle. Os indivíduos com TDAH demonstraram maior dificuldade em testes de fala no ruído e teste dicótico de dígitos, sugerindo uma relação entre o TDAH e dificuldades no processamento auditivo. Além disso, foi identificado que o tratamento com o fármaco metilfenidato pode ter um efeito positivo no desempenho do processamento auditivo em crianças com TDAH, reduzindo os erros e melhorando os resultados em testes após o tratamento. Observou-se, ainda, uma associação entre as dificuldades de atenção e hiperatividade-impulsividade nas crianças com TDAH e as dificuldades no processamento auditivo. Quanto maior o déficit de atenção e hiperatividade, maior a dificuldade no processamento auditivo, indicando uma conexão entre estes. Conclusões: Foi possível concluir a existência de uma considerável relação, mostrando que crianças com TDAH apresentaram dificuldades consistentes em testes de processamento auditivo. Tais resultados ressaltam a importância de avaliar e abordar o processamento auditivo em crianças com TDAH, sugerindo que as dificuldades no processamento auditivo podem ser um componente relevante no transtorno. Poucos artigos foram encontrados abordando diretamente essa temática, o que evidencia a necessidade de mais pesquisas sobre o assunto.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1289
ISSN 1983-1793X
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O USO DE METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO DE AUDIOLOGIA CLÍNICA
Silveira, I.F. ; Minuzzi, G.N. ; Cezar, L.G.S ; Maraninchi, F. M. ; Boscolo, C.C ; Machado, M.S ; Soldera, C.L.C ;

Introdução: Atualmente, cada vez mais o uso de metodologias ativas e de tecnologias audiovisuais inovadoras estão sendo inseridas na graduação, visando auxiliar a construção do conhecimento dos alunos. É dessa maneira que atua um Programa de Iniciação à Docência de uma instituição de ensino superior, no curso de Fonoaudiologia, nas disciplinas do eixo da Audiologia. Através da produção de videoaulas e materiais audiovisuais, os alunos participantes têm experiências na prática docente enquanto ainda estão na universidade, além de auxiliar os colegas com a compreensão do conteúdo. Nesse sentido, no segundo semestre de 2023, foi proposto como uma atividade do projeto realizar uma aula interativa de revisão do conteúdo com os alunos da disciplina de Audiologia II antes da prova final. Objetivo: Apresentar as ações realizadas por um Programa de Iniciação à Docência de Audiologia Clínica em uma aula de revisão na disciplina de Audiologia II. Metodologia: O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição sob número:3.915.477. Em conjunto com as participantes do projeto, as atividades propostas foram colocadas em prática. No primeiro momento, foi iniciada a discussão de um caso clínico com a turma da disciplina a fim de revisar conteúdos de imitanciometria. Logo após, foi realizado um jogo da memória do sistema auditivo, com o conteúdo total da disciplina, e seguido de um caso clínico envolvendo a Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE) para estimular o raciocínio clínico dos alunos. Por fim, as participantes do PID trouxeram uma música conhecida pela grande maioria dos estudantes para a elaboração de uma paródia sobre Audiologia Ocupacional, em que a letra foi composta em conjunto com toda a turma. Todas as atividades foram desenvolvidas no site de criação visual “Canva”. A fim de mensurar a efetividade da ação, foi aplicado um questionário com os participantes. Os materiais foram disponibilizados para estudo posteriormente aos alunos, juntamente com os vídeos gravados pelo PID de como realizar a imitanciometria. Resultados: Notou-se engajamento da turma durante as atividades, principalmente no jogo da memória. Com aplicação do questionário, foi possível evidenciar que 80,6% dos participantes julgaram muito relevante a discussão dos casos clínicos para o aprendizado do conteúdo e 19,4% afirmaram que foi relevante. 38,7% dos participantes afirmaram que a abordagem musical facilitou pouco a compreensão, 35,5% consideraram que facilitou muito, para 22,6% foi indiferente e para o restante não facilitou. Sobre a eficácia do jogo da memória, 77,4% respondeu que foi muito eficaz e 22,6% respondeu que foi eficaz. Conclusão: Sendo assim, percebe-se que a atuação de um projeto de iniciação à docência, por meio de uma metodologia ativa , com materiais audiovisuais de maneira interativa se faz eficaz, pois, além de fixar o conteúdo, os alunos conseguem interagir socialmente com alunos que já passaram pela disciplina e relembrar conteúdos ministrados em sala de aula para a prova.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1081
ISSN 1983-1793X
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OCORRÊNCIA DE ANSIEDADE NA COMUNICAÇÃO DE ALUNOS SURDOS APÓS PANDEMIA
Machado, I.L. ; Boscolo, C.C. ; Wagner, G.P. ; Flores, V.M. ;

Introdução: A comunicação com surdos é um desafio na sociedade, pois pode requerer o conhecimento de LIBRAS e outras estratégias facilitadoras para garantir a compreensão. O medo de se comunicar , da reação das pessoas pode levar o indivíduo ao isolamento, exclusão e estigmatização da surdez. Tais fatores podem desenvolver estresse e ansiedade diante da situação de comunicação. Objetivo: verificar a ocorrência de sintomas de ansiedade na comunicação alunos de uma escola especial para surdos. Métodos: . O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa. Participaram do estudo 11 alunos de 10 a 15 anos de idade, matriculados em uma escola para surdos do ensino fundamental, cujos responsáveis concordaram com sua participação assim como ciência do próprio aluno. Foram excluídas crianças com alterações de desenvolvimento cognitivo ou diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista, que pudessem impactar nos resultados. Os dados foram coletados na forma de questionário e foi utilizado uma adaptação da Escala de Avaliação de Ansiedade Infantil (SCARED). Resultados: A média de idade dos participantes foi de 13,27, com um desvio padrão de 1,68 anos. A maioria dos estudantes pertence ao 6º, 7º e 8º ano escolar, sendo que 81,8% utiliza algum dispositivo eletrônico de audição (aparelho de amplificação sonora individual ou implante coclear). Sobre fatores que dificultam a comunicação, 63,3% relataram o desconhecimento de LIBRAS pelas pessoas, 45,5% sobre o uso de máscaras faciais e o medo de se comunicar por 27,3 %. No instrumento adaptado da SCARED, observou-se que 33,3% relataram sentir vergonha de se comunicar com os colegas na escola e 55,6% referiram que algumas vezes sentem dificuldade de falar com pessoas que não conhecem bem. Conclusão: Observa-se que o desconhecimento de LIBRAS acaba por prejudicar a comunicação, além disso, nota-se que o medo de se comunicar com pessoas pode levar a ocorrência de ansiedade na comunicação desses alunos surdos e, consequentemente, interferir na socialização desses indivíduos tanto no âmbito escolar quanto na sociedade.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1117
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1117


OCORRÊNCIA DE INDICADORES DE RISCO PARA A AUDIÇÃO EM RECÉM-NASCIDOS DO ALOJAMENTO CONJUNTO
Oliveira, R. S. ; Souza, R. V. ; Silva, V. B. ;

Introdução: A triagem auditiva neonatal desempenha um papel crucial dentro de um conjunto abrangente de iniciativas dedicadas à promoção da saúde auditiva na infância. Esta prática é fundamental para identificar precocemente perdas auditivas em recém-nascidos, utilizando testes objetivos como as emissões otoacústicas evocadas e o potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático. Durante os períodos pré-natal, peri-natal e pós-natal, diversas situações têm o potencial de provocar alterações no sistema auditivo, reconhecidas como indicadores de risco para a audição. A presença desses indicadores aumenta a probabilidade de recém-nascidos manifestarem algum tipo de alteração auditiva. Embora sejam mais comuns em bebês provenientes de unidades de cuidado intensivo neonatal, é importante ressaltar que alguns indicadores não se limitam a essa população, sendo observados também em recém-nascidos que compartilham o alojamento conjunto com suas mães. Objetivo: Analisar a ocorrência de indicadores de risco para a audição e o resultado da triagem auditiva em recém-nascidos provenientes do alojamento conjunto. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado no banco de dados da triagem auditiva neonatal de uma maternidade pública, referência para a gestação de alto risco, no período de fevereiro de 2015 a junho de 2020. Neste período 14699 recém-nascidos oriundos do alojamento conjunto da unidade realizaram a triagem auditiva. As variáveis de interesse foram a ocorrência, tipo e quantidade de indicadores de risco e os resultados da triagem auditiva. O programa onde foi realizado o estudo segue as recomendações do Ministério da Saúde do Brasil, descritas nas diretrizes de atenção a triagem auditiva neonatal (2012). Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva. Resultados: Dos recém-nascidos triados, 78,4% (n=11.524) não apresentaram indicadores de risco para a audição, enquanto 21,6% (n=3.175) apresentaram; Dentre estes, 87,6% (n=2.780) exibiram um indicador, e 12,4% (n=395) manifestaram dois indicadores ou mais; O indicador de risco mais comum foi o uso de medicamento ototóxico, com 40,3% (n=1.280), seguido por infecção por sífilis, com 12% (n=381), e toxoplasmose, com 9,5% (n=304); Em relação aos resultados da triagem auditiva, os recém-nascidos sem indicadores apresentaram 4% (n=460) de alterações na triagem, enquanto o grupo com indicadores apresentaram 5,4% (n=170) de alteração; Quando analisado a ocorrência isolada ou associada de indicadores de risco, constatou-se que na ocorrência de indicador isolado, a alteração na triagem foi de 5% (n=140) e na associação desses indicadores, a alteração na triagem foi de 8% (n=30). No contexto geral do programa, 4,3% (n=630) dos recém-nascidos apresentaram resultados alterados na triagem auditiva. Conclusão: A prevalência de recém-nascidos em situação de risco para deficiência auditiva em um alojamento conjunto de maternidade pública, especializada no atendimento de gestações de alto risco, é de 21,6%, ocorrendo de forma isolada em 87,6% dos casos. O fator mais frequente é o uso de medicamentos ototóxicos, evidenciando-se em 40,3%. Os recém-nascidos identificados como de alto risco auditivo apresentam uma prevalência de alteração na triagem auditiva superior em comparação aos de baixo risco, podendo ainda ser mais elevada na presença de indicadores associados.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1131
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1131


OLHOS ABERTOS, OUVIDOS LIGADOS: MATERIAIS INFORMATIVOS AOS CUIDADORES SOBRE USO CONSISTENTE DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS APLICADOS À SURDEZ EM BEBÊS.
Ottaviani, A. L. C. ; Jacob, R. T. S. ; Carvalho, H. A. S. ; Moret, A. L. M. ; Lopes, N. B. F. ; Felipini, L. M. G. ; Garrido, S. A. T. ;

Mundialmente, a deficiência auditiva é um dos déficits sensoriais mais recorrentes na população, sobretudo nas crianças (Rodrigues-Sato, Almeida, 2018). Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2018, a deficiência auditiva atingiu aproximadamente 466 milhões de pessoas, ou seja, 6,1% da população mundial e, deste total, 34 milhões (7%) são crianças (World Health Organization, 2018). A perda auditiva é um problema grave que, quando não detectado e tratado precocemente pode causar atrasos no desenvolvimento de linguagem, problemas sociais e emocionais, falhas no âmbito acadêmico e posteriormente na vida adulta em termos de mercado de trabalho, empregabilidade e relações pessoais (Deperon et al. 2018). Sendo assim, o diagnóstico e a intervenção precoce, antes dos seis meses de vida, por meio do uso efetivo de dispositivos eletrônicos, são de fundamental importância para para garantir o melhor aproveitamento do potencial auditivo da criança (Miguel et al. 2012). Por esse motivo, é de extrema importância que as famílias sejam orientadas quanto antes a respeito do uso da amplificação sonora, para que essa intervenção ocorra no período crítico de desenvolvimento e de neuroplasticidade cerebral, visto que, é pela audição que as crianças desenvolvem a linguagem. Sabe-se, também, que é difícil estabelecer o uso consistente do dispositivo nos primeiros anos de vida e que os benefícios do uso são maiores quando os dispositivos são usados por pelo menos 10 horas por dia (Tomblin et al. 2015), por isso, a compreensão dos cuidadores sobre a importância do uso efetivo do dispositivo eletrônico para o acesso ao mundo sonoro é imprescindível para não acarretar prejuízos no desenvolvimento da linguagem.
Objetivo: : Desenvolver materiais informativos sobre a importância da retenção de dispositivos eletrônicos em bebês para o desenvolvimento da linguagem visando contribuir para a compreensão dos cuidadores a respeito da temática.
Metodologia: A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, sob registro CAAE 68823223.0.0000.5417. Foram encontrados no site "Hearing First" (https://www.hearingfirst.org/) materiais que continham informações a respeito da importância do uso dos dispositivos eletrônicos para o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem. Foi realizada a tradução desses materiais com a autorização dos autores. Participaram da pesquisa 19 indivíduos, sendo quatro cuidadores de bebês com deficiência auditiva, regularmente matriculados na Clínica de Fonoaudiologia da FOB-USP ou contatados via mídias sociais e 15 fonoaudiólogos que atuam na área de Audiologia. Foi aplicado o instrumento “Patient Education Materials Assessment Tool for Printable Material” (PEMAT), que contém 24 perguntas.
Resultados: Os materiais foram considerados adequados, com uma pontuação final de 90,9% para compreensão e 88,6% de aplicabilidade.
Conclusão: Os materiais traduzidos demonstraram ser adequados para o aconselhamento dos responsáveis sobre a perda auditiva, os dispositivos eletrônicos e a importância do uso efetivo deles para a aquisição e desenvolvimento da linguagem dos bebês.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1315
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1315


OLHOS ABERTOS, OUVIDOS LIGADOS: MATERIAIS INFORMATIVOS AOS CUIDADORES SOBRE USO CONSISTENTE DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS APLICADOS À SURDEZ EM BEBÊS.
Ottaviani, A. L. C. ; Jacob, R. T. S. ; Carvalho, H. A. S. ; Moret, A. L. M. ; Lopes, N. B. F. ; Felipini, L. M. G. ; Garrido, S. A. T. ;

Mundialmente, a deficiência auditiva é um dos déficits sensoriais mais recorrentes na população, sobretudo nas crianças (Rodrigues-Sato, Almeida, 2018). Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2018, a deficiência auditiva atingiu aproximadamente 466 milhões de pessoas, ou seja, 6,1% da população mundial e, deste total, 34 milhões (7%) são crianças (World Health Organization, 2018). A perda auditiva é um problema grave que, quando não detectado e tratado precocemente pode causar atrasos no desenvolvimento de linguagem, problemas sociais e emocionais, falhas no âmbito acadêmico e posteriormente na vida adulta em termos de mercado de trabalho, empregabilidade e relações pessoais (Deperon et al. 2018). Sendo assim, o diagnóstico e a intervenção precoce, antes dos seis meses de vida, por meio do uso efetivo de dispositivos eletrônicos, são de fundamental importância para para garantir o melhor aproveitamento do potencial auditivo da criança (Miguel et al. 2012). Por esse motivo, é de extrema importância que as famílias sejam orientadas quanto antes a respeito do uso da amplificação sonora, para que essa intervenção ocorra no período crítico de desenvolvimento e de neuroplasticidade cerebral, visto que, é pela audição que as crianças desenvolvem a linguagem. Sabe-se, também, que é difícil estabelecer o uso consistente do dispositivo nos primeiros anos de vida e que os benefícios do uso são maiores quando os dispositivos são usados por pelo menos 10 horas por dia (Tomblin et al. 2015), por isso, a compreensão dos cuidadores sobre a importância do uso efetivo do dispositivo eletrônico para o acesso ao mundo sonoro é imprescindível para não acarretar prejuízos no desenvolvimento da linguagem.
Objetivo: : Desenvolver materiais informativos sobre a importância da retenção de dispositivos eletrônicos em bebês para o desenvolvimento da linguagem visando contribuir para a compreensão dos cuidadores a respeito da temática.
Metodologia: A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, sob registro CAAE 68823223.0.0000.5417. Foram encontrados no site "Hearing First" (https://www.hearingfirst.org/) materiais que continham informações a respeito da importância do uso dos dispositivos eletrônicos para o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem. Foi realizada a tradução desses materiais com a autorização dos autores. Participaram da pesquisa 19 indivíduos, sendo quatro cuidadores de bebês com deficiência auditiva, regularmente matriculados na Clínica de Fonoaudiologia da FOB-USP ou contatados via mídias sociais e 15 fonoaudiólogos que atuam na área de Audiologia. Foi aplicado o instrumento “Patient Education Materials Assessment Tool for Printable Material” (PEMAT), que contém 24 perguntas.
Resultados: Os materiais foram considerados adequados, com uma pontuação final de 90,9% para compreensão e 88,6% de aplicabilidade.
Conclusão: Os materiais traduzidos demonstraram ser adequados para o aconselhamento dos responsáveis sobre a perda auditiva, os dispositivos eletrônicos e a importância do uso efetivo deles para a aquisição e desenvolvimento da linguagem dos bebês.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1316
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1316


OLHOS ABERTOS, OUVIDOS LIGADOS: MATERIAIS INFORMATIVOS AOS CUIDADORES SOBRE USO CONSISTENTE DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS APLICADOS À SURDEZ EM BEBÊS.
Ottaviani, A. L. C. ; Jacob, R. T. S. ; Carvalho, H. A. S. ; Moret, A. L. M. ; Lopes, N. B. F. ; Felipini, L. M. G. ; Garrido, S. A. T. ;

Mundialmente, a deficiência auditiva é um dos déficits sensoriais mais recorrentes na população, sobretudo nas crianças (Rodrigues-Sato, Almeida, 2018). Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2018, a deficiência auditiva atingiu aproximadamente 466 milhões de pessoas, ou seja, 6,1% da população mundial e, deste total, 34 milhões (7%) são crianças (World Health Organization, 2018). A perda auditiva é um problema grave que, quando não detectado e tratado precocemente pode causar atrasos no desenvolvimento de linguagem, problemas sociais e emocionais, falhas no âmbito acadêmico e posteriormente na vida adulta em termos de mercado de trabalho, empregabilidade e relações pessoais (Deperon et al. 2018). Sendo assim, o diagnóstico e a intervenção precoce, antes dos seis meses de vida, por meio do uso efetivo de dispositivos eletrônicos, são de fundamental importância para para garantir o melhor aproveitamento do potencial auditivo da criança (Miguel et al. 2012). Por esse motivo, é de extrema importância que as famílias sejam orientadas quanto antes a respeito do uso da amplificação sonora, para que essa intervenção ocorra no período crítico de desenvolvimento e de neuroplasticidade cerebral, visto que, é pela audição que as crianças desenvolvem a linguagem. Sabe-se, também, que é difícil estabelecer o uso consistente do dispositivo nos primeiros anos de vida e que os benefícios do uso são maiores quando os dispositivos são usados por pelo menos 10 horas por dia (Tomblin et al. 2015), por isso, a compreensão dos cuidadores sobre a importância do uso efetivo do dispositivo eletrônico para o acesso ao mundo sonoro é imprescindível para não acarretar prejuízos no desenvolvimento da linguagem.
Objetivo: : Desenvolver materiais informativos sobre a importância da retenção de dispositivos eletrônicos em bebês para o desenvolvimento da linguagem visando contribuir para a compreensão dos cuidadores a respeito da temática.
Metodologia: A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, sob registro CAAE 68823223.0.0000.5417. Foram encontrados no site "Hearing First" (https://www.hearingfirst.org/) materiais que continham informações a respeito da importância do uso dos dispositivos eletrônicos para o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem. Foi realizada a tradução desses materiais com a autorização dos autores. Participaram da pesquisa 19 indivíduos, sendo quatro cuidadores de bebês com deficiência auditiva, regularmente matriculados na Clínica de Fonoaudiologia da FOB-USP ou contatados via mídias sociais e 15 fonoaudiólogos que atuam na área de Audiologia. Foi aplicado o instrumento “Patient Education Materials Assessment Tool for Printable Material” (PEMAT), que contém 24 perguntas.
Resultados: Os materiais foram considerados adequados, com uma pontuação final de 90,9% para compreensão e 88,6% de aplicabilidade.
Conclusão: Os materiais traduzidos demonstraram ser adequados para o aconselhamento dos responsáveis sobre a perda auditiva, os dispositivos eletrônicos e a importância do uso efetivo deles para a aquisição e desenvolvimento da linguagem dos bebês.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1317
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1317


ORIENTAÇÃO PARA PROFESSORES DE SÉRIES INICIAIS SOBRE PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
AZEVEDO, A.S. ; SANTOS, L. ; ARAUJO, V.A.F. ; QUIDICOMO,S. ;

Introdução: O ambiente escolar, rico nas múltiplas informações auditivas, exige integridade anatômica e funcional das estruturas do Sistema Nervoso Auditivo (SNA), que englobam vias periféricas e centrais. Intervenções apropriadas e o reconhecimento precoce desses distúrbios, podem reduzir os prejuízos na vida acadêmica de crianças de séries iniciais, em decorrência de tais dificuldades serem consideradas como um dos principais impactos das alterações que acometem a linguagem oral. O transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é caracterizado pelo déficit nas habilidades auditivas que podem impactar a aprendizagem, principalmente em um ambiente acústico desfavorável, como a sala de aula, mesmo na presença de limiares auditivos dentro da normalidade. A semelhança dos sinais e comportamentos com outras alterações é um fator que gera confusão para o diagnóstico e pode criar diversos questionamentos, ou condutas equivocadas. O julgamento dos pais e professores perante o comportamento auditivo da criança nas mais diversas situações do cotidiano é de extrema importância, a fim de detectar o risco potencial para o TPAC. Desta forma, entender o nível de conhecimento dos professores sobre a relação entre o TPAC e aprendizagem escolar torna-se imprescindível, visto que, o encaminhamento e diagnóstico precoce podem contribuir e facilitar o trabalho docente na reflexão e decisão sobre as possíveis intervenções realizadas no campo educacional. Objetivo: Orientar professores de séries iniciais da rede pública de ensino sobre o impacto do Transtorno do Processamento Auditivo Central na aprendizagem. Metodologia: Revisão de literatura de artigos completos publicados nas bases de dados SciELO e LILACS entre os anos de 2013 e 2023. A partir deste estudo foi elaborado um Projeto Interdisciplinar de Extensão em forma de portifólio e uma Cartilha Digital para professores da Rede Pública Municipal de Ensino compostas por orientações e estratégias que podem ser utilizadas como apoio e ser direcionadas aos alunos com dificuldades de aprendizagem. Resultado: O material desenvolvido na pesquisa foi utilizado em uma palestra sobre o Processamento Auditivo Central (PAC) e as alterações decorrentes do seu transtorno. Assim, como corroborado pela literatura, o tema ainda é pouco conhecido nas escolas, bem como a intervenção fonoaudiológica nessa área. Distinguir, em parte, alterações que possam levar à prejuízos na aquisição da linguagem, propiciou aos professores uma condição mais assertiva na observação, inshigts e análise das diversas situações do cotidiano do comportamento auditivo de uma criança que necessita de avaliação especializada. Os resultados positivos da ação realizada geraram um acordo de cooperação com a Secretaria de Educação dos Município que propõem a orientação da Rede Municipal para todos os professores de séries iniciais. Conclusão: A orientação fonoaudiológica voltada para os professores é de extrema importância e a realização de palestras, campanhas e pesquisas são necessárias para o aprimoramento do conhecimento na busca da promoção à saúde do escolar.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1125
ISSN 1983-1793X
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OS EFEITOS DO RUÍDO NAS MEDIDAS OBJETIVAS E SUBJETIVAS DURANTE TAREFAS DE RECONHECIMENTO DE FALA COMO INDICADORES DE ESTRESSE: ESTUDO PILOTO
Perini, B. P. ; Rabelo, C. M. ; Samelli, A. G. ;

Introdução: Indicadores objetivos de estresse associados a escalas de incômodo são ferramentas essenciais para o avanço do conhecimento na área. A atividade eletrodérmica (EDA) pode ser usada para avaliar respostas fisiológicas, fornecendo informações do sistema nervoso autônomo. Objetivo: investigar os efeitos não auditivos do ruído através da atividade eletrodérmica em monossílabos com ruído competitivo. Método: Vinte e cinco adultos foram avaliados em três situações de tarefas de reconhecimento de fala com monossílabos: no silêncio e em ruído competitivo a 65 dBA e 75 dBA. Depois de cada situação com ruído, a escala de incômodo foi aplicada. Após, a coleta de dados foi utilizada um filtro passa-baixa e a fase fásica foi analisada. Resultados: Os resultados mostraram que o a porcentagem de acertos de reconhecimento de fala diminuiu significativamente com ruído a 75 dBA (p<0,01), quando comparado a situação sem ruído. Além disso, constatou-se que o incômodo aumentou significativamente entre as situações com ruído a 75 dBA (p<0,01), quando comparado a 65 dBA. Em relação à EDA, houve um aumento significativo no número de picos ao comparar situações de reconhecimento de fala sem ruído e com ruído a 75 dBA (p<0,01), mas não para ruído a 65 dBA. Em relação à amplitude do primeiro pico de resposta da condutância da pele, não houve diferença significativa entre as três situações. Conclusão: Esses achados sugerem que níveis mais elevados de ruído impactam no reconhecimento de fala e incômodo, causando maior esforço auditivo e aumentando os níveis de estresse.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1121
ISSN 1983-1793X
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OTOTOXICIDADE DA CISPLATINA: AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA EM UM MODELO ANIMAL.
Cunha E.O ; Macedo, M.B ; Reis, A. ; Malysz, T. ; Machado, S.M. ; Dallegrave, E. ;

Introdução: Os agrotóxicos já são reconhecidos na literatura como causadores de danos ao sistema auditivo. Contudo, ainda há uma carência de estudos sobre os mecanismos e causas das alterações auditivas geradas por essas substâncias. Este estudo busca compreender melhor os efeitos cocleares da cipermetrina, um agrotóxico comumente utilizado em campanhas de saúde pública.Objetivo: avaliar o dano morfológico na cóclea de ratos Wistar expostos ao agrotóxico Cipermetrina. Métodos: Estudo experimental com modelo animal. O protocolo experimental (aprovado pela CEUA-UFCSPA: 597/18) foi conduzido em ratos Wistar, divididos em 3 grupos: Controle (exposto à água), cipermetrina (exposto a 1/10 da concentração letal mediana de inalação [CL50] - 0,25 mg/L) e a cisplatina (n=5 ratos) tratados com 8 mg/kg de cisplatina por via intraperitoneal, uma vez ao dia, durante 3 dias consecutivos (totalizando 24 mg/kg). A exposição por inalação foi realizada por 4 horas, 5 vezes por semana, durante 6 semanas, em três momentos distintos: aos 12, 30 e 42 dias. Ao final do experimento, foi realizado um estudo da integridade coclear por microscopia eletrônica de varredura.Resultados: Os ratos Wistar expostos à cipermetrina apresentaram alterações morfológicas em suas cócleas e lesões analisadas por microscopia eletrônica. A cipermetrina causou danos à citoarquitetura do órgão de Corti ao longo dos três giros cocleares, com células apresentando perda total e parcial de estereocílios.Conclusão: A microscopia eletrônica de varredura demonstrou que a exposição à cipermetrina em ratos Wistar resultou em danos morfológicos às células ciliadas internas e externas da orelha interna, semelhantes aos causados pela cisplatina.


DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1338
ISSN 1983-1793X
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OTOTOXICIDADE EM ONCOLOGIA: DADOS PRELIMINARES DE UM ESTUDO DE COORTE
Peruch, C.V. ; Machado, M.S. ; Goulart, F.O. ; Roglio, V.S. ; Martins, V.B. ; Dallegrave, E. ;

Introdução: Os sintomas de ototoxicidade nem sempre são percebidos pelos sujeitos submetidos à quimioterapia. A maneira mais adequada de detectar possíveis alterações é monitorar diretamente a função auditiva. As Emissões Otoacústicas por Produto de Distorção (EOAPD) são frequentemente utilizadas para esse fim devido à sua objetividade e praticidade no ambiente hospitalar com pacientes em condições limitantes de saúde. Objetivo: Comparar os resultados das EOAPD antes e depois do tratamento quimioterápico em pacientes adultos de um serviço de oncologia. Metodologia: Foi realizado um estudo de coorte prospectivo, composto por 153 indivíduos em tratamento quimioterápico entre abril de 2022 e março de 2023. Todos os sujeitos foram submetidos a inspeção do meato acústico externo e exame de EOAPD realizado nas frequências 2kHz, 4kHz, 6kHz, 8kHz, 10kHz e 12kHz em ambas as orelhas (AO), utilizando-se o equipamento OtoreadClinical® da marca Interacoustics®. A avaliação ocorreu em dois momentos, sendo que a primeira (T1) ocorreu imediatamente antes do início do tratamento quimioterápico e a segunda (T2) foi realizada entre 30 e 90 dias após a finalização do protocolo de tratamento (no momento da consulta médica de retorno do paciente).Os resultados da comparação entre respostas em T1 e T2 por faixa de frequência foram estudados de duas formas: a) análise binária de presença/ausência de resposta; b) em sua integridade numérica, comparando possíveis reduções no valor numérico de resposta. Resultados: A amostra foi composta por 153 sujeitos (306 orelhas), predominantemente do sexo feminino (65,3%). Foi observada ausência de respostas nas frequências de 6 kHz e 8 kHz na orelha esquerda e em 8 kHz, 10 kHz e 12 kHz na orelha direita (p-valor<0,05), demonstrando redução significativa nas EOAPD em AO. De forma geral, pode-se observar redução na presença de respostas em todas as frequências testadas, exceto em 2 kHz bilateralmente. O percentual de indivíduos que tiveram redução de pelo menos 2 dB na relação Sinal/Ruído quando comparados os exames pré e pós-quimioterapia foi de pelo menos 38% na frequência de 4kHz, chegando a 58% nas frequências de 10 kHz e 12 kHz. Ao comparar a amplitude das EOAPD antes e depois da exposição, as respostas na frequência de 6 kHz mostraram importante redução em ambas as orelhas (p<0,05), indicando a redução progressiva e decrescente também encontrada em outros estudos. Os diferentes critérios para redução da amplitude das EOAPD por ototoxicidade presentes na literatura não seguem um consenso. Desta forma, o presente estudo se propôs a realizar uma análise de múltiplos fatores que pudessem fornecer indicativos de ototoxicidade. Conclusão: Verificou-se redução das respostas das EOAPD após exposição à quimioterapia em grande parte dos sujeitos avaliados, sendo a frequência de 8 kHz a mais afetada bilateralmente. Portanto, destaca-se a relevância do monitoramento auditivo destinado a indivíduos em tratamento quimioterápico.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1259
ISSN 1983-1793X
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PADRONIZAÇÃO DO TESTE COLT (CLICK ORDERING LATERALIZATION TEST) NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA
Colette, E. D. ; Schochat, E. ; Leite Filho, C. A. ; Rabelo, C. M. ;

Introdução: Apesar de a lateralização ser de fundamental importância no processamento auditivo, ainda não há testes comportamentais validados para a sua avaliação. O Click Ordering Lateralization Test (COLT) foi proposto com o intuito de avaliar a habilidade de lateralização por meio da mensuração do menor tempo interaural necessário para que se perceba de qual lado um tom foi ouvido primeiro. Para que possa ser incorporado na prática clínica, é necessário estabelecer valores de referência e investigar evidências de validade de construto para o COLT. Em um estudo recente, foram estabelecidos valores de referência para adultos normo-ouvintes e não foi observada influência de fatores como gênero, orelha e faixa-teste, em conformidade com a literatura em lateralização sonora. Devido à grande demanda na população pediátrica, é necessário que tais aspectos também sejam investigados nesta faixa etária. Objetivo(s): determinar os valores de referência para o COLT para crianças entre 8 e 14 anos e verificar a influência da orelha, gênero, idade, faixa-teste e ordem de início sobre o desempenho. Metodologia: foram incluídas 13 crianças normo-ouvintes entre 8 e 14 anos, sendo sete do gênero feminino e 6 do gênero masculino, sem histórico de alterações auditivas, otológicas, psiquiátricas ou neurológicas e com resultados dentro dos critérios de normalidade na etapa de integração binaural do Teste Dicótico de Dígitos. Todas as crianças foram submetidas ao COLT, realizado a 50 dBNS. Foram apresentados 54 itens compostos por tone burstws com duração de 10 ms e com diferença interaural de apresentação variando entre 0 e 230 ms. Para cada item, o indivíduo deveria indicar em qual orelha o estímulo foi ouvido primeiro, ou se foi ouvido nas duas simultaneamente. Os voluntários foram organizados em dois grupos de acordo com a faixa-teste pela qual iniciaram. Realizou-se análise descritiva das medidas de desempenho no COLT e a influência dos fatores Gênero, Idade, Orelha, Faixa-Teste e Grupo foi avaliada com modelos lineares mistos no nível de significância de 5%. Resultados: obteve-se média de porcentagem de acertos de 82,41 ± 11,79% e média de limiar de diferença de tempo interaural de 118,08 ± 65,61 ms. Não houve influência estatisticamente significante do gênero (p = 0,141 para porcentagem; p = 0,202 para limiar), grupo (p = 0,359; p = 0,292) e faixa-teste (p = 0,183; p = 0,419), no entanto houve tendência à significância estatística para o efeito da idade sobre o desempenho no COLT (p = 0,076; p = 0,093), com melhora progressiva com o aumento da idade. Conclusão: crianças entre 8 e 14 anos apresentaram média de acertos de 82,41% e média de limiar de diferença interaural de 118,08 ms no COLT. Conforme esperado, não houve influência do gênero, orelha ou faixa-teste sobre o desempenho, no entanto foram observadas evidências de uma possível influência da idade, sugerindo que novos estudos devem investigar valores de referência específicos para cada idade presente na faixa etária estudada.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1362
ISSN 1983-1793X
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PANORAMA DO CRESCIMENTO DA SÍFILIS CONGÊNITA NA ÚLTIMA DÉCADA EM UM PROGRAMA DE SAÚDE AUDITIVA INFANTIL.
Garcia, T. M. ; Agostinho, R. S. ; Alvarenga, K. F. ;

Introdução: Ao longo da última década, um significativo crescimento nos índices de Sífilis Congênita (SC) tem sido percebido em diversos países, inclusive no Brasil (Boletim Epidemiológico de Sífilis, 2020). A Sífilis é considerada uma infecção transmissível (IST) durante atividade sexual ou também verticalmente, da mãe para o feto. As manifestações podem estender-se desde aborto espontâneo, morte perinatal, malformações congênitas e alterações auditivas. A perda auditiva causada pela SC pode ser flutuante, acompanhada ou não de sinais vestibulares e as manifestações da doença podem estar ausentes no nascimento e surgir tardiamente ainda de forma precoce (até o segundo ano de vida) ou tardia (após o segundo ano de vida). Desta forma, o acompanhamento do desenvolvimento da audição e da linguagem deve acontecer na atenção básica, e a realização da avaliação otorrinolaringológica e audiológica entre 7 e 12 meses na atenção especializada. Objetivo: descrever um serviço de alta complexidade em saúde auditiva quanto ao monitoramento de recém nascido com fator de risco Sífilis na gestação e a prevalência da perda auditiva sensorioneural (PASN). Método: estudo retrospectivo com análise secundária do banco de dados do período de 10 anos (2014 a 2023) de infantis encaminhados para a realização tanto de triagem auditiva, diagnóstico audiológico e monitoramento auditivo. Foram obtidas informações referentes ao histórico de Sífilis durante a gestação e o diagnóstico audiológico. Resultados: em 2014, a SC como fator de risco para deficiência auditiva foi observada em 3,15% das crianças atendidas, e destas, uma apresentou PASN de grau moderado bilateral; 2015, a ocorrência foi de 3,41% sem a identificação de PASN. No ano de 2016, observa-se o início de um aumento de histórico da SC para 5,70%, sendo diagnosticadas duas crianças com PASN, uma de grau leve bilateral e uma mínima (que grau é esse?) bilateral. Nos ano posteriores 2017, 2018 e 2019, o aumento foi crescente de 8,49%, 9,09% e 12,88%, respectivamente, porém com diagnóstico de PASN apenas no último ano, sendo uma de grau leve bilateral e uma de grau moderado bilateral. Nos anos de 2020 e 2021, com a pandemia do SARS-CoV-19 houve uma diminuição nos atendimentos, o que provavelmente impactou nos resultados quanto ao histórico de SC, pois houve uma redução para 5,40% e 7,75%, respectivamente; mas seguido de novo aumento 10,07% em 2022 e 10,50% em 2023, com o diagnóstico de PASN apenas no último ano, sendo uma de grau leve à direita e moderada à esquerda e outra de grau profundo bilateral. Conclusão: O aumento observado da Sífilis na saúde pública brasileira se refletiu em nosso serviço, quanto ao número de crianças agendadas para monitoramento do desenvolvimento da audição e linguagem. A prevalência da perda auditiva no período analisado foi baixa, contudo confirmaram a SC como fator de risco para PASN, o que reforça a importância do trabalho de prevenção, tanto na identificação das perdas de audição precocemente por meio da triagem auditiva neonatal, como na educação sexual para prevenção das IST, pré-natal adequado, identificação e tratamento efetivo na identificação da sífilis na gestação.
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Página(s): p.1309
ISSN 1983-1793X
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PANORAMA NACIONAL DAS AÇÕES SAÚDE AUDITIVA DO PROGRAMA DE SAÚDE NA ESCOLA NOS ANOS DE 2014 A 2023
Jales, J. M. R ; Amorim, A. A. L ; Albuquerque, A. G. D. R. ; Araújo, E. S. ;

Introdução: A Organização Mundial da Saúde estima que há cerca de 34 milhões de crianças com perdas auditivas incapacitantes, destas, 60% poderiam ser prevenidas com medidas de saúde pública. Sabe-se ainda que a audição é um sentido essencial para o desenvolvimento da linguagem oral e para as habilidades de leitura, escrita e matemática. Consequentemente, as crianças com privação auditiva, em fase de alfabetização, podem apresentar atrasos no desenvolvimento cognitivo, baixo desempenho escolar e dificuldades de interação social. No contexto do Brasil, no ano de 2007 foi instituído o Programa Saúde na Escola (PSE), decreto nº 6286, que visa a intersetorialidade da educação pública e promoção da saúde por meio da articulação entre a Escola e a Atenção Primária à Saúde. Objetivo: Quantificar as ações de saúde auditiva desenvolvidas no PSE a nível nacional ao longo dos anos, a partir do sistema de monitoramento das ações do programa. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa ecológica transversal descritiva, com dispensa do Comitê de Ética e utilização dos dados registrados no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). Para a coleta de dados, realizada em Fevereiro/2024, foram selecionadas as escolas identificadas no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) no período de 2014 a 2023. A extração do SISAB reuniu informações sobre o quantitativo de atividades e número total de participantes, filtradas pela seleção ‘Saúde auditiva’ no bloco “Práticas em Saúde”. Resultados: Os registros das ações em saúde auditiva no PSE começaram efetivamente a partir de 2018, mesmo todos os municípios do território brasileiro estando aptos a aderirem ao programa desde 2013. Foram identificadas 97.503 atividades da ação de saúde auditiva registradas nas Fichas de Atividades Coletivas no SISAB, fossem elas pactuadas ou não pactuadas nas adesões dos municípios ao PSE. Tais ações resultaram no atendimento de 1.383.869 indivíduos nos anos de 2014 a 2023, totalizando 6,8% das atividades e 2,6% de participantes dentre todas as intervenções do PSE. Pôde-se observar um aumento expressivo nas atividades realizadas entre os biênios 2014-2015 e 2016-2017, totalizando um crescimento de 296%. Entre o período de 2016-2017 e 2018-2019, foi observado crescimento de 98,64% das atividades desenvolvidas quando comparado ao biênio anterior. Durante a pandemia de COVID-19, nos anos de 2020 e 2021 houve uma redução de 82,51% de atividades de saúde auditiva no PSE, resultando em 74,95% menos participantes quando comparado ao biênio anterior. No biênio 2022-2023, apesar de ter sido observado redução de 62,95% de atividades, houve aumento de 132% do total de participantes em relação ao contexto pandêmico. Os estados Minas Gerais, Ceará e Bahia tiveram o maior quantitativo de participantes que realizaram ações em saúde auditiva. Conclusões: Constatou-se que as intervenções de saúde auditiva do PSE têm crescido ao longo dos anos no país, porém, ainda detém a menor abrangência dentre as outras áreas do programa. Assim, evidencia-se a importância da ampliação das ações de saúde auditiva nas escolas para a manutenção e crescimento da cobertura do programa em todo território nacional.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1212
ISSN 1983-1793X
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PEATE EM CRIANÇAS COM ATRASO DE FALA
Noll, M.J. ; Silva, D.P.C.da ; Silveira, G.deS. ; Braga Junior, J.de ; Blanco-Dutra, A.P. ; Roggia, S.M. ;

Introdução: A fala é um processo complexo comunicativo envolvendo processamentos perceptivo-auditivo, motor da fala e cognitivo-linguístico, cujas alterações podem acarretar em estratégias de reparo observadas no Atraso de Fala (AF). Sob a hipótese corrente de poder haver uma falha de percepção e representação sonora em sons de curta duração, a área da eletrofisiologia tem sido recentemente elencada como forma de estudo do diagnóstico. Entretanto, há poucos estudos utilizando o PEATE-clique relacionado ao AF, ainda que este seja clinicamente mais usual e acessível. Objetivo: Estudar o PEATE-clique com diferentes velocidades de apresentação do estímulo em crianças com diagnóstico de AF comparadas a um Grupo Controle. Método: O presente estudo consiste em uma pesquisa quantitativa do tipo transversal observacional com aprovação pelo Comitê de Ética do local onde foi realizado sob um número CAAE. O grupo estudo (GE) incluiu 10 indivíduos com AF, e, o grupo controle (GC), 10 indivíduos sem AF ou outras alterações de linguagem. Os critérios de inclusão para os dois grupos foram ausência de alteração no exame de audiometria tonal liminar e distúrbios orgânicos e/ou neurológicos associados. O procedimento consistiu, para ambos os grupos, na realização da avaliação audiológica básica e PEATE-clique à 80dB de intensidade, nas velocidades de 21.1 e 71.1 cliques/s. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significativa nos resultados do PEATE-clique entre grupos, exceto para a amplitude da onda I na orelha esquerda a 21.1 cliques/s, menor no GE. Houve diferenças significativas na latência da onda V entre as duas velocidades de apresentação dos estímulos em ambas as orelhas e grupos, além da amplitude desta onda na orelha esquerda no GC. Contudo, não houve diferença estatística entre os grupos a 71.1 cliques/s. Para 71.1 cliques/s, participantes do GC e GE apresentaram resultados acima do padrão de normalidade para a diferença entre as ondas V do PEATE-clique. Conclusão: Não houve relevância estatística na comparação dos resultados do PEATE-clique nas duas velocidades estudadas entre os grupos, com exceção da amplitude da onda I para a OE na velocidade de 21.1 cliques/s. Comparando-se as velocidades, houve relevância estatisticamente significante para as latências da onda V, em ambos os grupos, mostrando a necessidade de mais pesquisas com velocidade aumentada e sobretudo no público infantil. Entretanto, a velocidade aumentada não alcançou sensibilidade para identificar alterações neste estudo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1203
ISSN 1983-1793X
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PEIXE ZEBRA COMO MODELO ANIMAL PARA PESQUISA NO ESTUDO DA OTOTOXIDADE: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Cunha E.O ; Saul, D.A ; Machado. M.S ; Dallegrave, E. ;

Introdução: Os modelos animais são importantes alternativas em estudos de ototoxicidade, pois reduzem o viés na pesquisa humana e permitem uma melhor compreensão dos mecanismos de ação de substâncias na audição. O peixe-zebra tem sido um modelo animal importante no estudo da triagem de substâncias ototóxicas, pois possui células ciliadas nos neuromastos da linha lateral que são estrutural e funcionalmente semelhantes às células ciliadas da orelha interna humana. Esse modelo animal tem sido usado como triagem de medicamentos, agentes ototóxicos ou otoprotetores. Apesar de seu uso reconhecido com medicamentos, ainda precisamos entender como ele é usado com outros xenobióticos que prejudicam a audição humana. Objetivo: Esta revisão narrativa da literatura tem como objetivo identificar evidências existentes e entender o uso do peixe-zebra como modelo animal em estudos que exploram os efeitos de substâncias químicas na audição. Métodos: A revisão foi desenvolvida em três fases: identificação de estudos, seleção de artigos, análise e síntese dos dados. Uma busca abrangente foi realizada nas bases de dados Cochrane, Medline e Web of Science, utilizando termos específicos relacionados ao tema. Após, os critérios de inclusão foram aplicados e a seleção dos artigos foi realizada. Por fim, os artigos selecionados foram submetidos a uma análise crítica, com os dados sendo sintetizados e organizados conforme os principais achados emergentes. Resultados: Um total de 11 artigos foram selecionados seguindo critérios de inclusão. Os achados indicam um efeito global significativo da exposição a xenobióticos nas células ciliadas do peixe-zebra. Os xenobióticos incluem metais pesados, dimetilsulfóxido (DMSO), metanol, polietileno glicol 400, nanopartículas de prata (AgNP), bifenilos policlorados (PCBs), bisfenol A (BPA), cafeína, sulfato de cobre, diclorvós, 2,4-dinitrotolueno, 4-nonilfenol, ácido perfluorooctano sulfônico, álcool, nicotina, etanol, agente antiembaçante, tolueno, NaCl, KCl, NaHCO3, CaCl2, metilmercúrio (MeHg) e cádmio. A revisão destaca a heterogeneidade nos protocolos, tempos de exposição a diferentes substâncias e a falta de estudos sobre substâncias não farmacêuticas. Conclusão: Os dados confirmam que, apesar das diferenças entre a audição humana e a do peixe-zebra, as células sensoriais do peixe-zebra são um modelo adequado para triagem dos efeitos de xenobióticos e para ampliar o conhecimento sobre os mecanismos de danos a orelha interna induzidos por xenobióticos. Além disso, nossa revisão destaca a necessidade de novos estudos com um protocolo experimental consensual.
Palavras-chave: peixe-zebra; xenobióticos; ototoxicidade.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1239
ISSN 1983-1793X
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PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DE FONOAUDIOLOGIA SOBRE SAÚDE PLANETÁRIA E O IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NOS SISTEMAS NACIONAIS DE SAÚDE: RESULTADOS PRELIMINARES
Matos, H. G. C. ; Carvalho, B. M. ; Vieira, L. ; Andrade, F. B. ; Lopes, A. C. ;

Introdução: A saúde planetária é um campo transdisciplinar que investiga como as ações humanas afetam os sistemas naturais, reconhecendo a interdependência entre a saúde humana e a saúde do planeta. A promoção da educação sobre saúde planetária entre profissionais e estudantes da área da saúde é necessária para adaptação dos sistemas nacionais de saúde ao contexto da crise climática. O fonoaudiólogo desempenha um papel fundamental na promoção da saúde da comunicação humana no Sistema Único de Saúde (SUS). Cabe levantar o conhecimento sobre saúde planetária na formação em Fonoaudiologia. Objetivo: Investigar o conhecimento de estudantes de Fonoaudiologia sobre saúde planetária e mudanças climáticas. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal e observacional, baseado em um questionário de 23 questões fechadas para avaliar o nível de conhecimento sobre mudanças climáticas e saúde planetária. O critério de participação na pesquisa limitou-se a estudantes brasileiros com idade superior a 18 anos e matriculados em cursos da área da saúde. Os dados foram tabulados e analisados de forma descritiva. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética — Parecer n.º 5.712.801. Resultados: De uma amostra preliminar de 70 participantes totais (T), 20% eram estudantes de graduação e pós-graduação (ES) em Fonoaudiologia (F). Observou-se que 74,3% (T) e 71,4% (F) têm familiaridade com a temática das mudanças climáticas. 95,7% (T) e 92,9% (F) reconhecem a ação antropogênica como responsável pelas mudanças climáticas. Quanto às relações entre mudanças climáticas e agravos à saúde, 87,1% (T) e 64,2% (F) estabelecem tais conexões e 85,7% (T) e 71,4% (F) consideram as mudanças climáticas um desafio de saúde. A maioria dos participantes, 87,1% (T) e 85,7% (F), teve contato com o tema durante a formação acadêmica, sendo que 51,6% (T) e 46,2% (F) tiveram contato no ES. Acerca dos impactos das mudanças climáticas nos sistemas de saúde, 32,9% (T) e 35,7% (F) acreditam que tais impactos existam, enquanto, 41,2% (T) e 50% (F) afirmaram sobre possíveis impactos no SUS. 55,7% (T) e 42,9% (F) afirmaram ter tido contato com a Agenda 2030 e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Quanto o conceito de saúde planetária, 21% (T) e 35,7% (F) tiveram contato e 59% (T) e 50% (F) tiveram contato no ES. Relataram contato com os temáticas relacionados à saúde planetária sobre: ondas de calor (T=71,9%|F=64,3%), poluição (T=71,9%|F=78,6%), doenças infectocontagiosas (T=71,9%|F=78,6%), saúde mental (T=71,9%|F=64,3%), nutrição e sistemas alimentares (T=71,9%|F=42,9%) e mitigação e adaptação às mudanças climáticas, (T=71,4%|F=50%). Conclusões: A formação em Fonoaudiologia deve abordar sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde humana. A inclusão da educação em saúde planetária nos currículos do ES é essencial para o enfrentamento da crise climática. É fundamental que estratégias educacionais abordem transdisciplinarmente sobre os impactos das mudanças climáticas nos sistemas nacionais de saúde.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1352
ISSN 1983-1793X
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PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR PRESSÃO SONORA ELEVADA EM TRABALHADORES ATENDIDOS POR EMPRESA PRIVADA DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Sousa, E.G. ; Jesus, A. D. ; Silva, L. L. A. ; Silva, V.B ;

Introdução: Pesquisas acerca dos riscos ocupacionais revelam que, diariamente, um número crescente de trabalhadores vem apresentando perda auditiva induzida por ruído, configurando-se como uma das alterações auditivas mais comuns na população adulta. Apesar do progresso na disponibilidade de dados epidemiológicos e pesquisas relacionadas a esse tema, é notório que ainda enfrentamos uma carência significativa, resultante da cultura frágil de notificação por parte dos profissionais responsáveis. Essa lacuna impacta diretamente no planejamento e na implementação de ações voltadas para a promoção, prevenção e proteção da saúde dos trabalhadores. Objetivo: Verificar a ocorrência de perda auditiva induzida por nível de pressão sonora elevada em um serviço privado de saúde ocupacional. Metodologia: Estudo transversal, realizado no banco de dados do programa de uma empresa privada de saúde e segurança do trabalho da Amazônia Ocidental. Os dados analisados referem-se ao atendimento de 3755 trabalhadores realizado no ano de 2023, os quais foram submetidos à audiometria tonal, como parte dos procedimentos da avaliação para emissão do atestado de saúde ocupacional. A empresa onde foi realizado o estudo utiliza o software SOC – Software de Saúde e Segurança de Trabalho para gerenciamento das audiometrias. Para a coleta dos dados, foi emitido relatório do sistema com os dados categorizados por tipo de empresa em que atua o trabalhador, objetivo da avaliação (admissional, periódico, mudança de função, retorno ao trabalho, demissional) e para a detecção da ocorrência da perda auditiva induzida por nível de pressão elevado foi verificado no relatório dados do desencadeamento ou agravamento de perda auditiva no resultado do exame periódico utilizando a classificação de acordo com a Norma Regulamentadora Número 7 do Ministério do Trabalho do Brasil. Resultados: Dos 3755 trabalhadores registrados no banco de dados no ano de 2023, 39,9% (n=1498) realizaram exame admissional, 37,4% (n=1400) periódico, 17% (n=639) demissional, 3,4% (n=128) mudança de função, 1,4% (n=54) monitoração pontual e 0,9% (n=36) realizaram exame de retorno ao trabalho; Entre os que realizaram exame periódico, 28,3% (n=396) atuavam no agronegócio, 14,4% (n=201) construção civil, 12,9% (n=181) comércio de combustível, 11,1% (n=156) comércio varejista, 10,3% (n=144) atividades variadas, 10% (n=140) indústria, 4,4% (n=62) transporte terrestre e fluvial, 2,9% (n=41) aeroportuário, 1,7% (n=24) mineração e saúde e os outras empresas, abaixo de 1%; Em 2,6% (n=36) dos exames periódicos se constatou resultado sugestivo de desencadeamento ou agravamento de perda auditiva induzida por nível de pressão sonora elevada, sendo 11,1% (n=1) em trabalhador de empresa de manutenção, 4,3% (n=6) indústria, 3,9% (n=7) comercio de combustíveis, 3,2% (n=2) transporte terrestre ou fluvial, 2,8% (n=11) agronegócio, 2,6% (n=4) comércio varejista e 2,5% (n=5) da construção civil. Conclusão: Conclui-se que, 2,6% dos trabalhadores atendidos em empresa privada de saúde ocupacional na Amazônia Ocidental apresentam no exame periódico resultados audiológicos sugestivos de desencadeamento ou agravamento de perda auditiva induzida por nível de pressão sonora elevado, sendo mais frequente em trabalhadores de empresas de manutenção (11,1%), seguido pela indústria (4,3%), comércio de combustíveis (3,9%), transporte (3,2%), agronegócio (2,8%), comércio varejista (2,6%) e construção civil (2,5%).
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1231
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1231


PERDA AUDITIVA OCULTA EM MÚSICOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Costa, H. ; Simões, P.S. ; Oliveira, M.K. ; Fidêncio, V.L.D. ; Lüders, D. ;

Introdução: O termo perda auditiva oculta tem sido utilizado para descrever alterações auditivas não detectadas na audiometria de tons puros. Os pacientes relatam sintomas auditivos como dificuldade de ouvir em ambientes com ruído competitivo, zumbido e dificuldade na compreensão de mensagens transmitidas por outras pessoas, apesar de apresentam limiares auditivos dentro do padrão de normalidade. Objetivo: Descrever como é diagnosticada a perda auditiva oculta em músicos. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa que cumpriu as etapas: (1) formulação da pergunta norteadora; (2) busca de estudos nas bases de pesquisa LILACS, PUBMED, SCOPUS, WEB OF SCIENCE, por meio da combinação dos termos: “perda auditiva oculta” OR “hidden hearing loss” OR “synaptopathy” OR “sinaptopatia” AND “musicians” OR “musician” OR “músicos” OR “músico”. A busca no Google Scholar foi realizada duas vezes, com os termos: “Hidden Hearing Loss in Musicians” e “Synaptopathy in musicians”, sendo considerados os cem primeiros resultados de cada busca; (3) seleção dos artigos; (4) extração dos dados dos artigos incluídos; (5) análise crítica; (6) discussão dos resultados. Resultados: Foram encontrados 228 estudos nas bases de dados pesquisadas. Desse total, 47 foram excluídos devido à duplicidade, 17 devido aos critérios de inclusão/exclusão e restaram 164 artigos para leitura dos títulos e resumos. Após essa etapa foram excluídos 151 artigos, por não se referirem ao tema de pesquisa, e 13 estudos foram selecionados para leitura na íntegra. Ao final, foram excluídos cinco estudos por não se relacionarem ao tema da pesquisa e dois por não estarem disponíveis na íntegra, restando seis artigos para serem incluídos na revisão. Dos estudos selecionados, quatro foram publicados nos Estados Unidos, um na Inglaterra e um na Grécia. Dentre os estudos, quatro investigaram estudantes de música e não estudantes de música, e dois tiveram seu foco em músicos, ou não músicos, em relação à perda auditiva oculta. No que se refere às técnicas utilizadas para a coleta de dados dos indivíduos participantes, foram realizados exames como audiometria tonal liminar, audiometria de altas frequências, questionários de exposição ao ruído, emissões otoacústicas (EOAPD e EOAT), imitanciometria, potenciais evocados auditivos de tronco encefálico (PEATE) e testes de processamento auditivo e limiar no ruído. Os estudos que aplicaram questionários revelaram uma pontuação elevada dos músicos, ou estudantes de música, quando comparados aos não músicos e não estudantes de música, quando se trata da exposição a sons de alta intensidade. A realização do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) foi decrito em cinco estudos, que referiram uma redução da amplitude da onda I. Destes, três estudos apontaram diferenças de amplitude no PEATE entre músicos e não músicos e dois não encontraram diferença entre os grupos na amplitude da onda I.
Conclusão: Apesar da constatação de maior exposição de músicos e estudantes de música a sons de forte intensidade e da prevalência na redução da amplitude da onda I do PEATE nesse público, a pesquisa da perda auditiva oculta é um desafio, posto que não há consenso entre os autores acerca dos exames diagnósticos para descrevê-la.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1175
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1175


PERDA DE AUDIÇÃO CONDUTIVA E SINTOMAS VESTIBULARES EM CRIANÇAS: RELATO DE CASOS
ARAUJO, V.A.F. ; RIOS, K.C.F. ; NISHINO, L.K. ;

INTRODUÇÃO: a otite média serosa (OMS) ocorre com maior frequência durante a infância, e uma incidência em torno de 33% da população infantil no Brasil, afetando diretamente a orelha média causando perdas auditivas temporárias e, se não tratadas adequadamente, podem causar perdas auditivas permanentes. Alterações transitórias na orelha média podem causar maiores sintomas vestibulares pela inconsistência do funcionamento adequado do sistema labiríntico que pode estar sendo pressionado pela secreção presente na OMS. OBJETIVO: verificar quais as respostas de crianças com otite média serosa no Pediartric Visually Induced Questionnaire (PVID) Brasileiro e na Escala de Equilíbrio Pediátrica (EEP). METODOLOGIA: o presente estudo trata-se de uma série de casos de caráter prospectivo observacional. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição sob o parecer 061892/2023. Foram incluídos quatro pacientes do gênero masculino e um do gênero feminino, selecionados a partir da busca dos prontuários de pacientes pediátricos, entre maio de 2022 e maio de 2023, na faixa etária de cinco a dez anos, perda auditiva do tipo condutiva em uma ou ambas as orelhas comprovados (as) por meio da timpanometria do tipo B e/ou C. A convocação ocorreu via telefone e foi agendada uma data e horário para a aplicação dos protocolos PVID Brasileiro e EPP. O PVID Brasileiro consiste em 11 perguntas, com respostas de múltiplas escolhas sobre queixas vestibulares em situações e ambientes que provoquem sintomas vestíbulo-visuais e movimento visual de grande intensidade, como por exemplo, “andar de carro”, “passear no parque”, “assistir televisão” ou rolagens de telas, frequência do acontecimento, estas perguntas acompanham figuras para facilitar o entendimento. O EEP avalia o equilíbrio dinâmico, de fácil e rápida aplicação com alta confiabilidade para teste-reteste, considerando as atividades de vida diária que a criança desempenha no seu cotidiano, composta por 14 tarefas que são executadas pelo participante após instruções prévias do avaliador e se necessário a demonstração prática da tarefa e também foi realizado novo exame timpanométrico. RESULTADOS: Dos cinco pacientes estudados, quatro foram meninos (90%) e uma menina (10%), com idade entre cinco e dez anos. Os resultados da timpanometria foram mantidos no reteste. Foi observado que o protocolo PVID Brasileiro, que avalia tonturas visualmente induzidas, apresentou maior pontuação e respostas mais consistentes em relação ao EEP. No PVID Brasileiro, a pergunta que recebeu a maior frequência de acometimento foi “Usando o computador, tablets ou celular (por exemplo: ao verificar e-mails, jogar no computador)” “quase o tempo todo”, correspondendo a maior pontuação de score três em relação às outras perguntas realizadas. Já no EEP não encontramos respostas alteradas do equilíbrio dinâmico. CONCLUSÕES: Com este estudo observou-se que o questionário PVID Brasileiro é de fácil e rápida aplicação e que os sujeitos com a faixa etária estudada apresentaram maiores respostas de queixas vestibulares em relação ao EEP.



DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1193
ISSN 1983-1793X
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PERFIL AUDIOLÓGICO DOS TRABALHADORES ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA ESCOLA DE FONOAUDIOLOGIA DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLIDA ENTRE 2012 E 2022.
Femina, I. ; Horst, A. C. ; Anciutti, T. G. ; Pinkoski, F. ; Nodari. A, T ;

Introdução: O sistema auditivo é de extrema importância para o indivíduo, possibilitando que ele desenvolva diversas atividades do cotidiano, como, reconhecer a voz dos pais e conhecidos, demonstrar sensações, localização sonora e aquisição da linguagem e da fala, e que através dessas, é possível desenvolver outras várias atividades de interação com o meio, como a compreensão de comandos, desenvolvimento da leitura e escrita. A ausência de audição, também chamada de deficiência auditiva, representa 60% dos distúrbios de comunicação. Há diversos indicadores de risco que afetam a audição, mas a detecção precoce é determinante para uma boa reabilitação, embora o diagnóstico para a deficiência auditiva geralmente seja tardio. A exposição a altas intensidades por um período prolongado pode acabar prejudicando uma das estruturas mais importantes para a audição, a cóclea. Devido a longos períodos sendo exposto a esse ruído, há a morte de células ciliadas, esse processo é irreversível, fazendo com que tenha perda auditiva. Cerca de 140 milhões de trabalhadores estão sendo prejudicados devido à exposição do ruído ocupacional. No ambiente ocupacional o ruído é considerado o agente de maior impacto para a saúde auditiva, mas a junção de diferentes agentes pode ter um impacto ainda maior na audição. A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é a patologia auditiva prevenível mais comum, sendo assim, ações de educação em saúde auditiva devem ser desenvolvidas. Objetivo: identificação do perfil audiológico dos trabalhadores que são atendidos em uma Clínica escola de Fonoaudiologia de uma universidade pública em um período de 10 anos, podendo levantar suas profissões, idade e também entender a percepção das mulheres trabalhadoras sobre trabalho e saúde auditiva. Metodologia: Trata-se de um estudo analítico, onde serão analisados os prontuários fornecidos pela clinica, serão levantados dados de 2012 a 2022 e posteriormente, será realizado análise qualitativa através de entrevista semi-estruturada com mulheres trabalhadoras. Como critério de exclusão de participantes, serão removidos trabalhadores abaixo de 18 anos e acima de 59, indivíduos que apresentaram resultados inconclusivos em seu exame e pessoas que não possuem atividade ocupacional. Resultados: os dados obtidos até o momento mostram que agricultores são os mais afetados, em seguida profissionais que trabalham com máquinas ruidosas e também aqueles que trabalham em obras, sendo servente de pedreiro, pedreiro ou construtor, onde apresentam perda auditiva do tipo sensório neural ou mista. A pesquisa terá continuidade, onde será possível concluir e comprovar que determinadas ocupações profissionais são prejudiciais à saúde auditiva. Conclusão: através dos dados analisados é possível concluir que há uma relação entre trabalho e perda auditiva, e que os profissionais mais afetados podem não apenas estar sendo afetados pelo ruído, pois também referem exposição a agrotóxicos.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1282
ISSN 1983-1793X
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PERFIL AUDIOLÓGICO E TEMPO DE PRIVAÇÃO AUDITIVA DE IDOSOS EM PROGRAMA DE SERVIÇO AMBULATORIAL DE SAÚDE AUDITIVA (SASA)
Haas, P. ; Cigana, L. B. ; Fontanelli, R. C. F. L. ; Paiva, K. M. ; Silva, A. Q. A. ; Medeiros, G. Q. ; Woide, L. K. ; Massignani, J. ; Guesser, V. M. ;

Introdução: As alterações do sistema auditivo nos idosos são potencialmente
incapacitantes, uma vez que podem implicar em prejuízos diretos na comunicação e na
qualidade e de vida dos idosos em muitos âmbitos. O uso do Aparelho de Amplificação
Sonora Individual (AASI) incide em uma importante alternativa para a reabilitação,
tornando os sons audíveis e  prevenindo a privação auditiva. Objetivo: Caracterizar a
população idosa que ingressa no programa de Concessão de AASI no SUS, quanto aos
aspectos psicossociais, forma de comunicação, experiência prévia com AASI e tempo de
privação auditiva. Metodologia: Estudo transversal retrospectivo, com análises dos
dados derivados do banco de dados do Sistema de Saúde Auditiva (AVOS) do SUS do
estado de Santa Catarina. Foram coletados dados das avaliações referentes à equipe
multiprofissional, incluindo a avaliação audiológica, psicológica, da assistente social e do
médico otorrinolaringologista. Resultados: Predominaram os pacientes do sexo feminino
(53,51%) com início da perda pós-lingual (100%). A grande maioria dos pacientes relatou
dificuldade no convívio social (99%), primeiro contato com AASI (89,1%), comunicação
por linguagem oral (99,7%), presença de zumbido (70%) e expectativa do quadro não se
agravar com o uso do AASI (41,8%). A principal hipótese diagnóstica identificada foi a
Perda Auditiva Relacionada à Idade (59,7%) e doença mais comum associada a PA foi
hipertensão arterial (67,7%). A perda auditiva predominante bilateralmente foi a perda
sensorioneural com 80,1% para a OD e 80% para a OE e o grau mais encontrado foi
moderadamente severo com 33,9% para a OD e 34,5% para a OE. Os tipos de aparelhos
selecionados foram marjoritariamente do tipo retroauricular. O tempo de privação auditiva
foi de 12 anos ou mais para 31,6% dos sujeitos. Conclusão: Neste estudo, observou-se
grande impacto da perda auditiva na qualidade de vida dos idosos, evidenciando que
para a grande maioria desta população, o SUS representa a única possibilidade de
aquisição de AASI.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1091
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1091


PERFIL AUDITIVO DE GAMERS DA CIDADE DE GOIÂNIA
Carvalho, J. G. S. ; Pereira, J. M. ; Zuliani, L. M. ;

A Indústria de jogos digitais tem assumido um importante papel financeiro para o comércio internacional, gerando empregabilidade de jogadores, desenvolvedores e agregando novas experiências tecnológicas. Nos jogos digitais, a sonoplastia e as imagens de qualidade formulam o “realismo perceptivo”, sendo possível adentrar em várias dimensões, onde é criada a paisagem sonora capaz de gerar uma imersão perceptiva e psicológica, estimulando habilidades por meio de videogames, como tomada de decisões, atenção, função visuoespacial e auditiva. A média que um Gamer passa jogando de forma contínua é de nove horas por dia, podendo chegar a 24 horas seguidas segundo estudos internacionais. A utilização de fones de ouvido tornou-se comum entre todas as faixa etárias, para os jogadores esse equipamento intensifica a imersão e realismo através da paisagem sonora, no entanto, o uso entre jovens e crianças muitas vezes ultrapassam as horas de uso e intensidade sonora. O objetivo desta pesquisa foi traçar o perfil auditivo de jovens jogadores de videogames, denominado Gamers, residentes na cidade de Goiânia-Goiás. A metodologia foi de um estudo transversal, descritivo de abordagem quantitativa. Amostra composta por 22 participantes, com idade entre 18 a 29 anos, Gamers, residentes na cidade de Goiânia. A primeira etapa do estudo relacionava-se ao preenchimento de um instrumento de coleta de dados adaptado e a segunda, a realização de avaliação audiológica. Os resultados mostraram que dos 22 (100%) participantes da pesquisa, todos eram homens, a maioria com ensino superior incompleto, mais da metade não trabalhava. Quando indagados sobre perceberem a presença de zumbido, 10 (45%) o sentiam. Os 22 (100%) participantes usavam fones de ouvido, sendo que a maioria o utilizava para jogar entre 4 e 8 horas diárias e ainda permaneciam com ele em outras atividades. Os sintomas extra auditivos mais citados foram o estresse, a irritabilidade, ansiedade e dificuldade de concentração. Quanto aos achados da audiometria tonal liminar, 9 (41%) apresentaram perda auditiva em alguma frequência para a orelha direita e 10 (45%), para a esquerda. Na audiometria de altas frequências, 15 (68%) tiveram pelo menos uma frequência com limiar alterado para a orelha direita e 12 (55%), para a esquerda. Concluindo as investigações iniciais, é possível traçar o perfil auditivo de Gamers residentes na cidade de Goiânia, tendo sido, para esta amostra, a audiometria de altas frequências o exame mais sensível na detecção de possíveis alterações auditivas.
Palavras Chave: Perda auditiva; Jogos de Vídeo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1179
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1179


PERFIL DA PERDA AUDITIVA OCUPACIONAL NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS METABÓLICAS
Barros, V. N. ; Barcelos, F. V. L ; PAIVA, MP ; MACHADO, MJ ; HAAS, P ;

Introdução: A exposição prolongada a níveis elevados de ruído pode causar perda auditiva induzida por ruído (PAIR), afetando a comunicação e o bem-estar físico e emocional dos trabalhadores, onde a exclusão da exposição ao risco de ruído poderá evitar a progressão da perda auditiva. Fatores metabólicos, como hipertensão e triglicerídeos elevados, também podem influenciar distúrbios auditivos, especialmente em idosos. A PAIR é uma das principais doenças ocupacionais e pode impactar na qualidade de vida do trabalhador, gerando custos para empregadores e para o sistema de saúde. O gerenciamento audiológico precoce é crucial para prevenção e redução do impacto da exposição ao ruído ocupacional. Objetivos: Analisar a associação da perda auditiva em trabalhadores com doenças metabólicas, caracterizando a população adulta segundo aspectos socioeconômicos e de saúde e avaliar a relação entre o grau da perda auditiva e doenças metabólicas com o tratamento prolongado das doenças metabólicas. Metodologia: Estudo transversal retrospectivo com análise de dados secundários de trabalhadores expostos ao ruído ocupacional e uso de medicação para o tratamento de doenças metabólicas, atendidos em duas clínicas de medicina ocupacional (C1 e C2) na cidade de Florianópolis (Brasil), no período de janeiro de 2020 a dezembro de 2022, considerando os dados dos exames referenciais a partir do ano de 2005. Os dados foram organizados em planilhas do programa Microsoft Excel® e posteriormente exportados e analisados no software MedCalc® Statistical Software versão 22.006 Resultados: Houve prevalência de 73,20% de sujeitos do sexo masculino, apresentando valor de P* significativo para perda auditiva (0,0096), 34% dos sujeitos apresentaram baixa escolaridade e o risco de exposição ao ruído esteve presente em 64,90% das atividades laborais avaliadas. O valor de P* apresentou valor significante nas queixas auditivas (p=0,0001), para o desencadeamento ou agravamento de perda auditiva (p<0,0001). O tratamento de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) foi predominante em 38,10% da amostra, bem como o uso de medicamentos tipo ATC C (50,50%), utilizados para tratamento das alterações cardiovasculares. Ambas clínicas apresentaram prevalência da queixa de zumbido com valor significativo de P* (p<0,0001) e a análise do declínio ou do surgimento da perda auditiva, os valores de P* são igualmente significantes para o desencadeamento em medicamentos tipo ATC A e ATC H (p=0,0045) e de agravamento, o valor de P* foi significante nas mesmas categorias, ATC A com o valor de P = 0,0013 e ATC H com P* < 0,0001. Conclusões: A pesquisa destaca a alta prevalência de perda auditiva em sujeitos de idade 51 anos (mediana), do sexo masculina e baixa escolaridade, atribuída principalmente à exposição ao ruído ocupacional. Maior incidência à perda auditiva atribuída à C2, possivelmente devido à falta de treinamento em EPIs e orientações quanto à saúde auditiva. O uso de medicamentos para hipertensão e controle metabólico está associado a um maior risco de perda auditiva. Destaca-se a importância da conscientização e educação auditiva, visando melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores através de serviços de assistência à saúde.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1269
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1269


PERFIL DE BEBÊS ENCAMINHADOS PARA O ACOMPANHAMENTO AUDITIVO NA CLÍNICA ESCOLA DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO PARANÁ
Horst, A. C. ; Femina, I. ; Anciutti, T. G. ; Pinkoski, F. ; Nodari. A, T ;

Introdução: A audição é um sentido fundamental para que seja adquirida a linguagem, possibilitando assim, a fala e a comunicação. Quando ocorre um resultado diferente do esperado durante o exame do Teste da Orelhinha (Teste de Emissões Otoacústicas) e o recém-nascido não passa no exame de emissões otoacústicas, é solicitado uma repetição do exame dentro do período de 15 a 30 dias, e se novamente após a repetição do exame o resultado for alterado, deve ocorrer o encaminhamento para um serviço de Saúde Auditiva. Para a identificação dos indicadores de risco para perda auditiva, é realizado um questionário durante a anamnese do Teste da Orelhinha onde se pergunta sobre a gestação, histórico familiar e o período após o nascimento do bebê. Recomenda-se realizar este Monitoramento do Desenvolvimento da Linguagem e Audição até o terceiro ano de vida da criança. Para a realização deste monitoramento é utilizado uma escala desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde, que possibilita analisar reflexos e respostas esperadas para cada criança em seu determinado tempo de desenvolvimento. Objetivo: O objetivo deste trabalho é analisar o perfil auditivo dos bebês direcionados para o acompanhamento auditivo do Projeto Teste da Orelhinha realizado por uma universidade pública. Metodologia: Trata-se de um estudo analítico, os prontuários fornecidos pela universidade estão sendo analisados e colocados em uma planilha do programa Microsoft Excel para posterior análise estatística, pretende-se levantar os referidos dados dos últimos 10 anos (2012 a 2022). Resultados: os dados obtidos até o momento foram de 3.482 bebês que realizaram o Teste da Orelhinha sendo que destes, 500 passaram no teste com presença de algum indicador de risco e 91 bebês falharam ao teste com presença de algum indicador de risco. Os indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA) mais presentes foram: hereditariedade, estando presente em 100 bebês; idade ao nascimento (pré-termo ou pós-termo) presente em 150 bebês; necessidade de permanecer na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou na incubadora por mais de 5 dias, presente em 173 bebês; uso de medicamentos ototóxicos por mais de 7 dias presente em 255 bebês e necessidade de uso de ventilação assistida ou extracorpórea encontrada em 75 bebês. A pesquisa terá continuidade e ainda serão analisados mais 8 anos de prontuários. Conclusão: Com estes dados o grande destaque é o risco que medicamentos ototóxicos oferecem aos neonatos durante a gestação, podendo afetar a audição ou até lesionar alguma estrutura da orelha que está ainda em desenvolvimento. Contudo, as expectativas se referem ao levantamento dos Índices de Fator de Risco para a Audição e a relação que estabelecem com a audição do neonato, podendo comprovar quais os índices mais frequentes quando há perda auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1283
ISSN 1983-1793X
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PERFIL DO FONOAUDIÓLOGO QUE REALIZA ACONSELHAMENTO EM AUDIOLOGIA EM NATAL/RN.
Costa, E. K. E. ; Silva, A. B. N. ; Silva, E. A. O. ; Oliveira, L. F. B. ; Almeida, A. L. A. ; Silva, J. A. ; Almeida, M. L. L. ; Silva, Y. T. ; Campos, P. D. ;

INTRODUÇÃO: O aconselhamento é uma prática que visa oferecer suporte emocional, psicológico e educacional aos pacientes que enfrentam desafios relacionados à comunicação. Em especial na reabilitação auditiva, o objetivo principal é auxiliar os pacientes a compreenderem melhor sua condição, desenvolverem estratégias de enfrentamento e promoverem a adaptação positiva às dificuldades de comunicação que enfrentam. Podendo ser aconselhamento de ajuste pessoal que vai se concentrar nas necessidades emocionais e psicológicas do paciente estimulando a mudança de comportamento ou aconselhamento informativo que tem como foco a transmissão de informações e educação sobre a condição de saúde. Espera-se que o aconselhamento esteja presente em todos os atendimentos, desde o diagnóstico audiológico até a terapia de reabilitação auditiva. OBJETIVO: Analisar o perfil do profissional fonoaudiólogo na atuação de aconselhamento em audiologia em Natal/RN. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal com a aplicação de questionário com questões desenvolvidas para obter informações sobre a formação, tempo de atuação em audiologia, tempo de formação, local de trabalho, área de principal atuação dentro da audiologia e procedimentos realizados na prática clínica. O questionário foi disponibilizado no formato online pela plataforma Google e os fonoaudiólogos foram convidados a participar por e-mail, ligações telefônicas e pessoalmente. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (5.444.1430). Os resultados foram tabulados em planilha do Microsoft Excel e foram analisados por meio dos testes estatísticos, teste exato de Fisher e o Teste Mann-Whitney, com um nível de significância de 5%. RESULTADOS: O questionário foi respondido por 19 fonoaudiólogos com idades entre 21 e 40 anos e com o tempo de atuação na audiologia entre 1 e 20 anos. Os profissionais atuavam em uma ou mais especialidades dentro da audiologia, sendo 84,2% (n=16) atuando com diagnóstico audiológico básico, 42,1% (n=8) com atuação em diagnóstico audiológico complementar, 52,6% (n=10) atuam com dispositivos eletrônicos auxiliares à audição, 26,31% (n=5) atuam em (re)habilitação auditiva e 5,3% (n=1) com otoneurologia. Como resultado da pesquisa, foi observado que a anamnese foi o procedimento mais comum realizado por 94,73% (n=18), seguido pelo aconselhamento informativo representando 84,31% (n=16), já o aconselhamento de ajuste pessoal foi realizado por 47,36% (n=9) dos participantes, principalmente por profissionais mais jovens (p=0,015) e que atuam em rede privada (p=0,022), essa descoberta sugere que a idade e o ambiente de trabalho podem influenciar a prática do aconselhamento entre os profissionais estudados. CONCLUSÃO: O aconselhamento não é realizado por todos os profissionais participantes. O aconselhamento de ajuste pessoal é realizado com mais frequência por profissionais mais jovens e na rede privada de saúde.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1195
ISSN 1983-1793X
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PERFIL DO USUÁRIO DE MOTOCICLETA NO DISTRITO FEDERAL – ESTUDO PILOTO
ALMEIDA, D. P. ; ALVES, G. M. ; FERNANDES, M. G. G ; DOMINGUES, J. S. ; MACHADO, D. M ; OLIVEIRA, T. C. ; Canto-Pereira, V. R ; SILVA, I. M ;

INTRODUÇÃO: A audição humana é sensível na faixa de 20 a 20.000 Hz e percebe sons desarmônicos como ruído. Uma exposição prolongada a ruídos pode causar alterações audiológicas significativas. A perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR) é uma diminuição gradual da acuidade auditiva causada pela exposição prolongada a níveis elevados de pressão sonora, com características de perda neurossensorial, irreversível e, geralmente, bilateral. Os motociclistas são frequentemente expostos a altos níveis de ruído. O som produzido pela motocicleta pode atingir até 90 dBNA a 50 km/h, somado ao ruído do trânsito, nível considerado suficiente para desencadear sintomas auditivos e extra-auditivos, incluindo reações fisiológicas de estresse. OBJETIVO: Traçar o perfil de motociclistas expostos ao ruído e investigar os sintomas auditivos e extra auditivos no Distrito Federal (DF). METODOLOGIA: Este estudo foi conduzido em conformidade com as diretrizes éticas, submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição de ensino, sob o protocolo n° 6.119.888. Trata-se de um estudo transversal de natureza descritiva, que incorpora abordagens quantitativas e qualitativas a partir da aplicação de questionário eletrônico. Foram selecionados participantes com 21 anos ou mais, que apresentaram a Carteira Nacional de Habilitação na categoria A. RESULTADOS: Participaram 23 motociclistas, predominantemente homens (91,3%). Quanto à escolaridade, 69,5% possuíam ensino médio ou superior, eram servidores públicos (30,43%) ou autônomos (52,2%). A maioria (52,2%) utilizava a motocicleta como meio de locomoção para o trabalho, não como ferramenta de trabalho em si. Eles usavam as motos de três a cinco vezes por semana, entre uma a três horas por dia, principalmente no período matutino (78,3%), seguido do vespertino (60,9%) e noturno (47,8%). Quanto ao uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), 100% faziam uso de capacete, 69,6% de jaqueta, 73,9% de luvas e 56,5% de botas. Entre os participantes, 30,4% revelaram ter adulterado os escapamentos de suas motos, a maioria por razões estéticas (57,14%) ou por medida de segurança (14,28%). Quanto à manifestação de queixas auditivas, observou-se relato de dificuldade auditiva (26,1%) e plenitude auricular (13%). Dentre as queixas extra-auditivas prevaleceram fadiga (26,1%), estresse (26,1%) e dificuldade de comunicação (26,1%). Apesar disso, todos os participantes afirmaram não sentir necessidade de recorrer a uma investigação mais detalhada sobre a saúde geral ou auditiva. Os motociclistas não possuem conhecimento sobre os programas e legislações de redução das emissões sonoras. CONCLUSÕES: Constatou-se que a amostra é um corte específico de usuários, que não utilizam a motocicleta como instrumento de trabalho, com características amostrais diferenciadas. Mas ainda assim, apresentaram queixas auditivas e extra-auditivas. Destaca-se a importância de monitorar e conduzir estratégias de conservação auditiva em motociclistas para preservar a saúde auditiva e o bem-estar da saúde geral. Trata-se de um estudo piloto, sendo necessária a continuidade da pesquisa com ampliação da amostra e representatividade daqueles que utilizam a motocicleta como instrumento de trabalho.
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Página(s): p.1185
ISSN 1983-1793X
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PERFIL E QUEIXAS AUDITIVAS DE PACIENTES ONCOLÓGICOS DE UM HOSPITAL PÚBLICO
Oliveira, P.F ; Gois da Silva, N.S ; Ferreira, F.A ; Santos, M.E.A ; Nascimento, F.C ; Barros, A.C.N ; Villela, S.S. ; Santana, J.O ; Batista, C.R.S ; Oliveira, I.M ;

INTRODUÇÃO: Os tratamentos quimioterápicos, principalmente os que pertencem ao grupo da platina, causam alterações no órgão auditivo e/ou vestibular, o que pode acarretar perda auditiva irreversível, bem como sintomas auditivos nos pacientes oncológicos. OBJETIVO:. Avaliar o perfil dos pacientes e as principais queixas auditivas durante o tratamento quimioterápico. MATERIAL E MÉTODO:Trata-se de um estudo coorte com corte transversal, analítico e observacional. A pesquisa foi conduzida em Hospital Público, sendo os participantes usuários do setor de oncologia. A explanação acerca do objeto do estudo foi realizada de forma coletiva, na sala de espera. Os interessados em participar da pesquisa foram convidados a responder ao questionário elaborado pelos pesquisadores. O material foi constituído por 22 perguntas de múltipla escolha. O pesquisador responsável lia em voz alta a pergunta e o participante respondia. Foi respeitado o tempo de cada resposta e a aplicação do material demorou em torno de 15 minutos. O questionário era composto por: identificação, história pregressa do câncer e saúde auditiva (queixas e histórico otológico). Dentre os critérios de inclusão foi elencado: idade maior que 18 anos e ter diagnóstico médico concluído de câncer. Os de exclusão englobaram doenças metabólicas, presença de metástase com tratamento antineoplásico anterior ao atual. RESULTADOS: Constatou-se que 45,8% da amostra eram casados e 42,2% residentes na capital. Além disso, 51,8% da população nunca estudaram e 31,5% dos casos eram de câncer de mama. Observou-se que 44,6% na realização da pesquisa estavam no meio do tratamento quimioterápico, 31,6% faziam uso de carboplatina e 59% apresentavam antecedentes familiares. Verificou-se as seguintes queixas auditivas: dificuldade para escutar após início da quimioterapia (71,9%), zumbido (78,1%), tontura (68,8%), otalgia ( 75%) e prurido (56,3%).CONCLUSÃO: Os pacientes quimioterápicos apresentam queixas auditivas durante o tratamento e baixa escolaridade influencia negativamente no tratamento. As queixas auditivas devem ser investigadas, uma vez que podem surgir mesmo antes de ser diagnosticada a perda auditiva.
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Página(s): p.1357
ISSN 1983-1793X
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PERSPECTIVA DE FONOAUDIÓLOGOS SOBRE QUEIXAS AUDITIVAS DE MÚSICOS USUÁRIOS DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS AUXILIARES DE AUDIÇÃO: RESULTADOS INICIAIS
Quental, S. L. M. ; Amaral, M. I. R. ; Couto, C. M. ;

Introdução: O uso de dispositivos eletrônicos auxiliares de audição (DEAA), como aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) e implante coclear (IC) visa melhorias na qualidade de vida e, portanto, deve garantir o conforto e satisfação do usuário nas diversas situações de escuta, incluindo a de música. Contudo, o processamento dos sons musicais por meio dos dispositivos pode ser limitado e prejudicado, o que pode influenciar na adaptação de músicos com perda auditiva. Objetivo: conhecer a perspectiva de fonoaudiólogos a respeito das queixas e necessidades auditivas de músicos usuários de DEAA. Método: A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (Parecer 6.334.827). Foi elaborado um questionário online com a Plataforma Google Forms para fonoaudiólogos que atuam na reabilitação auditiva com DEAA há pelo menos um ano e que tenham atendido pelo menos um usuário de AASI ou IC que seja músico profissional ou amador. O questionário contém perguntas a respeito do atendimento a músicos usuários de DEAA e destas, três foram selecionadas para análise: uma pergunta com opções de resposta fechadas, relativas à opinião dos participantes sobre possíveis particularidades deste perfil de paciente; e duas perguntas dissertativas, na quais os participantes podem descrever queixas específicas que tenham recebido de músicos usuários de AASI e de músicos usuários de IC. Nenhuma das perguntas do questionário é obrigatória. A pesquisa foi divulgada por meio de redes sociais. Até o momento, participaram oito fonoaudiólogas, com média de idade de 40 anos, com tempo médio de formação de 18.5 anos, que relataram experiência de atendimento a dois ou mais músicos. Resultados: Na opinião de todas as participantes o músico usuário de DEAA “Tem maior nível de exigência com o DEAA” do que outros usuários e sete fonoaudiólogas consideram ainda que ele “Tem necessidades auditivas específicas, relativas à prática ou apreciação musical”. Para a pergunta dissertativa relativa às queixas de músicos usuários de AASI, três fonoaudiólogas descreveram queixas relacionadas a: discriminação de voz cantada em meio a instrumentos; discriminação de notas musicais/frequências; reverberação de notas musicais; e incômodo com algoritmos que modificam o som. Para a pergunta dissertativa relativa às queixas de músicos usuários de IC, três fonoaudiólogas descreveram queixas relacionadas a discriminação de notas musicais/frequências; AASI contralateral ao IC dificultando a compreensão de música; e qualidade do som não natural. Cinco fonoaudiólogas não responderam às perguntas dissertativas. Conclusões: Os resultados iniciais indicam que, na perspectiva dos fonoaudiólogos o músico usuário de DEAA pode apresentar queixas e necessidades diferenciadas, especialmente relacionadas à discriminação de frequências de sons musicais.
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Página(s): p.1149
ISSN 1983-1793X
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PERSPECTIVAS DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA WIKIPÉDIA NA FORMAÇÃO ACADÊMICA
Matos, H. G. C. ; Vieira, S. K. ; Berberian, A. P. ; Cruz, P. C. ; Cardoso, M. J. F. ; Zucki, F. ; Lacerda, A. B. M. ; Morata, T. C. ; Alvarenga, K. de F. ; Jacob, L. C. B. ;

Introdução: A utilização da Wikipédia no ensino superior pode contribuir com o desenvolvimento de práticas colaborativas de letramento e com a democratização de conhecimentos científicos, bem como oportunizar o implemento de metodologias de ensino-aprendizagem envolvendo o gênero textual veiculado. Objetivo: Analisar a experiência de estudantes de graduação e pós-graduação com textos veiculados na Wikipédia na sua formação acadêmica. Metodologia: Um protocolo semi-estruturado composto por questões abertas e fechadas em torno dos seguintes aspectos: (i) percepção dos estudantes em relação aos textos apresentados na Wikipédia, especialmente os relacionados a temas acadêmicos; (ii) acesso e experiências dos estudantes com esse tipo de texto/conteúdo; e (iii) a leitura de textos disponíveis na Wikipédia durante sua formação acadêmica. Participaram estudantes de graduação (G=32) e pós-graduação (PG=10) participantes de disciplinas na área da saúde. Os resultados foram agrupados tematicamente em categorias de respostas e analisados de forma quantitativa descritiva. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética — Parecer n.º 6.114.935. Resultados: Com relação às perguntas abertas, 43.8% (G) e 100% (PG) afirmaram já ter lido textos na Wikipédia após o ingresso no ensino superior, com frequência inferior a 10 vezes (G=56.3%|PG=100%), por iniciativa própria (G=100%|PG=90%), orientação de professores (G=7.1%|PG=40%) e sugestão de colegas do curso (G=0%|PG=50%). A relação com esse tipo de texto foi considerada positiva (G=57.1%|PG=70%), a leitura dos textos atendeu as demandas e expectativas (G=64.3%|PG=70%), apesar de ambos os grupos terem relatado não lembrar de algo importante que tenha sido lido (G=64.3%|PG=60%). Os conteúdos foram considerados confiáveis (G=50%|PG=30%) e fáceis de serem lidos (G=0%|PG=90%). Em se tratando das perguntas fechadas, os estudantes ressaltaram a avaliação positiva dos textos na Wikipédia como resultado da diversidade de conhecimentos, linguagem acessível, facilidade de acesso e confiabilidade das informações. Em contrapartida, o layout pouco atrativo, a superficialidade e a inconsistência de alguns conteúdos fundamentou a relação negativa. Os estudantes leram textos na Wikipédia principalmente para pesquisa de temas do ensino superior e busca por informações gerais. As demandas com a leitura foram alcançadas para os estudantes que tiveram relação positiva com a Wikipédia pela disponibilização de informações complementares e pelas referências indicadas. Conclusão: A experiência de alunos de graduação e pós-graduação com a Wikipédia mostrou-se positiva, especialmente no que concerne a linguagem, acesso e confiabilidade das informações. A Wikipédia surge como um veículo de textos pertencentes a um gênero textual digital presente na realidade de estudantes universitários, influenciando suas experiências de leitura e acesso à informação. Essa inserção possibilita explorar a Wikipédia como recurso textual na formação acadêmica no ensino superior.
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Página(s): p.1169
ISSN 1983-1793X
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POPULAÇÃO NEGRA E PERDA AUDITIVA
Teixeira, A.R. ; Barros, F.F. ; Machado, M.S. ; Gonçalves, S.N. ; Unchalo, A.L.S. ; Souza, C.M.B. ;

Introdução: Na perspectiva dos direitos humanos, a saúde é um direito universal, mas as desigualdades persistem. As reivindicações dos movimentos sociais negros por mais e melhores acessos ao sistema de saúde não são recentes, como têm sido ao longo da história de mobilização desde o período pós-abolicionista. De acordo com o Censo de 2000, 54% dos brasileiros se identificam como brancos, com 45% negros (pretos e pardos) e 0,4% indígenas e amarelos. Estudos epidemiológicos indicam que condições como diabetes e hipertensão, mais prevalentes em determinados grupos étnicos, podem contribuir para a perda auditiva, porém a escassez de dados sobre a audição e a perda auditiva nos indivíduos negros são desafiadores para criação de estratégias de melhores condições de saúde. Objetivo: Analisar os resultados de estudos audiológicos que tem como participantes indivíduos negros. Metodologia: Revisão sistemática de literatura, cuja busca e análise dos artigos foi realizada por duas pesquisadoras e uma juíza, que analisaram de modo independente, os resultados encontrados nas bases de dados PubMed, Embase, Lilacs e Web of Science. A revisão foi efetuada pelos seguintes passos: formulação da pergunta; localização e seleção dos estudos; avaliação crítica dos estudos, coleta de dados, análise e apresentação dos dados, interpretação dos dados e aprimoramento e atualização da revisão. A pergunta da pesquisa foi: "Perda auditiva e população negra, qual o cenário existente na literatura especializada?”. Para definição dos descritores, realizou-se consulta ao vocabulário estruturado e trilíngue Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), para uso em indexação de materiais científicos. Para a seleção e combinação dos descritores, houve auxílio de bibliotecária experiente em revisões sistemáticas. Foram incluídos estudos publicados em revistas indexadas, em português, inglês e espanhol e que contivessem dados sobre avaliações audiológicas. Foram excluídos estudos em literatura cinza e revisões sistemáticas. Não houve limitador de data. Resultados: Inicialmente, foram identificados 302 artigos. Destes, seis estudos eram duplicados e, por isso, foram removidos. Após a remoção dos artigos duplicados, 295 estudos foram analisados por meio do título e resumo. Feita a análise destes, 267 artigos foram excluídos, restando 28 estudos possivelmente elegíveis, sendo, então, submetidos à leitura completa. Destes, 23 artigos não contemplavam os critérios de elegibilidade e foram excluídos, sendo selecionados cinco artigos. Não houve inclusão de estudos realizados no Brasil, todos eram norte-americanos, que evidenciaram que a perda auditiva é maior na população negra, desde a infância. Este dado foi atribuído a raça/cor, mas também a situações ambientais (escolaridade, renda, trabalho). Conclusões: De acordo com a literatura analisada, os participantes negros apresentaram elevada frequência de perda auditiva. A falta de dados específicos no país pode contribuir para que não se tenham ações específicas no Sistema Único de Saúde para superar as barreiras enfrentadas por esses grupos, apesar dos esforços históricos dos movimentos sociais em busca de um acesso mais equitativo ao sistema de saúde. Sugere-se que a informação raça/cor seja incluída e analisada nas pesquisas nacionais, para que se possam ter informações que sejam levadas em consideração quando houver atualização das políticas públicas em saúde auditiva.
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Página(s): p.1053
ISSN 1983-1793X
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POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS E EXPOSIÇÃO MUSICAL NO PRIMEIRO ANO DE VIDA: UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA
Amorim, A. A. L. ; Silva, B. C. S. ; Martins, P. S. ; Frederigue-Lopes, N. B. ; Blasca, W. Q. ; Razabone, L. C. ; Araújo, E. S. ; Lehmann, A. ; Jacob, L. C. B ; Alvarenga, K. F. ;

Introdução: Dentre os procedimentos utilizados para investigar a relação entre a música e a audição, encontram-se os Potenciais Evocados Auditivos (PEA). Revisões bibliométricas da literatura oferecem a oportunidade de examinar o contexto da produção científica publicada e contribuir no avanço do conhecimento. Objetivo: Identificar e analisar o perfil bibliométrico da produção científica sobre o impacto da exposição musical nos PEA, durante o primeiro ano de vida. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão bibliométrica, realizado em sete bases de dados: Cochrane Central Register of Controlled Trials, Embase, PubMed/Medline, LILACS, SciELO, Scopus e Web of Science. O levantamento das publicações foi realizado em fevereiro de 2024 a partir da seguinte combinação de palavras: Music AND Hearing AND (Child OR Infants OR Lactents) e o termo Listeners. Foram selecionados estudos publicados na íntegra, sem limitação de período e/ou idioma. Como critérios de seleção, foram incluídos estudos de revisão sistemática e originais, independente do desenho, e que apresentassem desfechos relacionados à utilização dos PEA na avaliação de crianças ouvintes e com desenvolvimento típico, durante o primeiro ano de vida, após exposição musical. Para determinar a elegibilidade, dois revisores analisaram os títulos e resumos de forma independente, por meio da ferramenta Rayyan. Posteriormente, procedeu-se a leitura na íntegra dos estudos previamente selecionados. Resultados: Foram identificados 220 estudos, com 81 duplicatas (n=139). Um total de 106 foram excluídos após a leitura de títulos e resumos. Das 33 referências selecionadas, foram excluídos artigos que não realizaram intervenções musicais prévias à avaliação eletrofisiológica (n= 25), não contemplaram a população-alvo (n=2) e não utilizaram os PEA como medidas eletrofisiológicas (n=1). Dessa forma, os cinco estudos incluídos foram publicados como artigos originais na língua inglesa em periódicos internacionais da área de neurociência, com delineamentos experimental randomizado cego com grupo controle (n=1), experimentais não randomizados com grupo controle (n=2) e experimental sem grupo controle (n=1). Todos os estudos tinham de três a sete autores, sendo eles fonoaudiólogos, psicólogos, médicos, musicistas ou neurocientistas. A casuística era composta de 10 a 29 crianças expostas à música durante o primeiro ano de vida, com média de idade de 16,72 semanas (mín: 0,42; máx: 26,07 semanas). O Mismatch Negativity (MMN) foi o PEA mais pesquisado na população abaixo de 12 meses, encontrado em três estudos (n=3), seguido do Potencial Evocado Auditivo Cortical (PEAC) (n=1) e da Frequency-Following Response (FFR). Os registros foram analisados de forma objetiva por softwares (MATLAB) (n=2) e por especialistas (n=3). Em todos os estudos, verificou-se o impacto da exposição musical nos componentes dos PEA, com efeitos na latência e na amplitude dos componentes eletrofisiológicos em crianças expostas a música, porém, apenas um estudo avaliou os PEA antes e após exposição musical. Conclusão: A produção científica sobre o tema revela que as evidências são restritas no primeiro ano de vida com notória escassez de estudos, além do baixo nível de evidência científica, o que enfatiza a necessidade de pesquisas futuras com alto rigor metodológico para comprovar por meio dos PEA o efeito da música na maturação do córtex auditivo.
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Página(s): p.1268
ISSN 1983-1793X
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO EM LACTENTES COM CITOMEGALOVÍRUS CONGÊNITO: RESULTADOS PRELIMINARES DE UM ESTUDO DE CASO-CONTROLE
Ferreira, J.V.M ; Balen, S.A. ; Nunes-Araújo, A.D.S. ;

Introdução: O citomegalovírus congênito (CMVc) é atualmente a infecção congênita apontada como principal indicador de risco para perdas auditivas do tipo sensorioneural. A partir disso, é recomendado para os bebês que tenham o diagnóstico positivo para o CMVc realizem o monitoramento audiológico ao longo dos primeiros anos de vida, minimamente até os 3 anos de idade. No que se refere ao diagnóstico audiológico infantil o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) é considerado padrão ouro. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi comparar a integridade neurofisiológica da via auditiva do tronco encefálico de uma série de casos clínicos de lactentes com citomegalovírus congênito pareados com lactentes sem CMVc e outros indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA). Metodologia: Trata-se de um estudo de caso-controle, observacional e comparativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº.5.323.957). Este estudo teve como público alvo bebês nascidos em Maternidades Públicas da Região Metropolitana de Natal (RN). Os bebês com o PCR positivo para CMVc foram encaminhados pela pediatra infectologista. A amostra foi constituída por oito bebês do grupo CMVc sem outros IRDA pareados com outros oito bebês sem CMVc ou outros IRDA, pelo sexo, idade e escolaridade maternas. Todos os bebês que foram incluídos no estudo apresentaram relação sinal/ruído (SNR) mínima de ≥ 6 dB em pelo menos três das cinco bandas de frequências avaliadas nas Emissões Otoacústicas Evocadas por Estímulo Transiente (EOAT) bilateralmente. Foi realizado o PEATE com estímulo clique na intensidade de 80 dB nNA e analisado os valores de latência e amplitude das ondas I, III e V; os intervalos interpicos I-III, III-V e I-V. Na análise estatística os grupos foram comparados quanto às variáveis estudadas com o Teste Mann-Whitney, sendo adotado significância de 5%. Resultados: A amostra foi composta por 1 bebê do sexo masculino e 7 do sexo feminino para cada grupo, a idade média em dias foi de 311±181. Na comparação entre os grupos não foram observadas diferenças estatisticamente significativas na latência e amplitude absoluta das ondas I, III e V, bem como nos intervalos interpicos I-III, III-V e I-V, quanto a comparação por orelha intragrupo com o teste de Wilcoxon W, também não foram observadas diferenças estatisticamente significativas quanto a latência das ondas e os intervalos interpicos. Conclusão: Estes resultados preliminares evidenciaram não haver comprometimento das vias auditivas a nível do tronco encefálico em bebês com CMVc. Entretanto, não descarta a necessidade de continuar o acompanhamento longitudinal dos bebês, bem como aumentar o número amostral.
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Página(s): p.1127
ISSN 1983-1793X
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO EM RATOS: ESTUDO PRELIMINAR
MACEDO, M. B. ; ADAMI, G. G. ; CUNHA, E. O. ; REIS, A. ; MACHADO, M. S. ; MALYSZ, T. ; DALLEGRAVE, E. ;

Introdução: O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) avalia a integridade neurofisiológica do sistema auditivo central até tronco encefálico. Trata-se de um procedimento amplamente utilizado na prática clínica audiológica. Apesar disso, no Brasil, existem poucos dados do PEATE em modelos animais. Estes são relevantes na pesquisa de possíveis agentes ototoxicantes, tendo em vista as questões éticas envolvidas no estudo dessas substâncias em humanos. Objetivo: apresentar os dados preliminares da avaliação do PEATE em ratos Wistar. Metodologia: Foram utilizados ratos machos da linhagem Wistar, com idade de 70±5 dias, sendo N=22, submetidos a avaliação de PEATE por meio do equipamento de um canal do Smart EP (IHS®), sob anestesia dissociativa. Após confirmado o plano anestésico, foi realizada a tricotomia na região do osso frontal para o posicionamento do eletrodo de referência. Em seguida, com os animais em decúbito dorsal, foi alocado um eletrodo em cada pavilhão auricular. Os fones de inserção foram inseridos nos meatos acústicos externos bilateralmente. Na sequência, foi utilizado estímulo clique de 80dB (polaridade rarefeita) para estimulação e registro das respostas. Cada registro foi realizado duas vezes para verificar a replicabilidade dos resultados, sendo marcadas as ondas I, III e V bilateralmente. Após, foram analisadas as latências absolutas (ondas I, III e V) e interpicos (I-III, III-V e I-V). Resultados: As latências absolutas das ondas I, III e V para orelha direita tiveram mediana de 0.39, 1.00 e 1.78 ms e nos interpicos I-III, III-V e I-V, 0.56, 0.77 e 1.35 ms, respectivamente. Já as latências absolutas mínimas e máximas registradas para as ondas I, III e V foram: 0.23 - 1.00, 0.90 - 1.68 e 1.65 - 2.40 ms; nos interpicos I-III, III-V e I-V foram: 0.35 - 0.73, 0.67 - 0,93 e 1.10 - 1.63 ms, respectivamente. Na orelha esquerda, as medianas das latências absolutas das ondas I, III e V foram de 0.55, 1.00 e 1.78 ms e nos interpicos I-III, III-V e I-V foram de 0.47, 0.75 e 1.25 ms, respectivamente. Já as latências absolutas mínimas e máximas registradas para onda I, III e V foram de 0.23 - 0.65, 0.90 - 1.13 e 1.68 - 1.93 ms; nos interpicos I-III, III-V e I-V foram de 0.40 - 0.70, 0.65 - 1.00 e 1.13 - 1.70 ms, respectivamente. Não houve diferença estatística (p> 0,05, Mann Whitney) entre as medianas das latências absolutas das ondas I, III, V e os respectivos interpicos em relação aos lados direito e esquerdo. Conclusão: Os dados obtidos no PEATE em ratos Wistar avaliados mediante anestesia dissociativa apresentaram-se homogêneos na comparação entre os lados. Cabe salientar que a comparação entre diferentes estudos deve considerar a influência de diferentes protocolos anestésicos, modelo dos equipamentos, tipos de eletrodos e características dos estímulos apresentados.
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Página(s): p.1334
ISSN 1983-1793X
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO NA IDENTIFICAÇÃO DA SINAPTOPATIA AUDITIVA: REVISÃO DE ESCOPO
GARRIDO, S. R. T. ; MATOS, H. G. C. ; NADER, M. J. M. ; CARDOSO, M. J. F. ; ALVARENGA, K. F. ; JACOB, L. C. B. ;

A sinaptopatia auditiva, caracterizada pela disfunção entre as células ciliadas internas (CCI) e as fibras nervosas auditivas, impacta a transmissão de sinais sonoros para o cérebro e este processo de interrupção sináptica antecede alterações nos limiares auditivos tonais. As alterações no registro do Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico (PEATE), como redução na amplitude da Onda I, aumento de latência e intervalos interpicos, estão associadas a essa patologia complexa. Contudo, a falta de uniformização nas alterações desta condição e nos parâmetros para registro do PEATE apresentam desafios. Nesse contexto, a pergunta norteadora é: Quais são as modificações observadas nos registros do PEATE em indivíduos diagnosticados com sinaptopatia, em comparação com aqueles com audição normal, e quais são os parâmetros relevantes? O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de escopo para investigar as alterações identificadas no registro do PEATE em humanos e/ou animais, buscando identificar lacunas de conhecimento relacionadas ao diagnóstico da sinaptopatia auditiva. Seguiu as diretrizes do PRISMA-ScR e o Checklist Prisma. A questão clínica seguiu a estratégia PCC (População, Conceito e Contexto), conforme protocolo Joanna Briggs Institute, P - Humanos e/ou animais de ambos os sexos, sem restrição de idade diagnosticados com sinaptopatia; C - Alterações nos registros do PEATE; C - Comparar as diferenças dos protocolos do PEATE. As bases de dados consultadas foram: Cochrane Library, LILACS, Scopus, BVS e PubMed de agosto a novembro de 2023, sem restrição de período. Palavras-chave em português e inglês, derivadas dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e do MeSH (Medical Subject Headings), foram combinadas com o indicador booleano OR, incluindo "Potenciais Evocados Auditivos do Tronco Encefálico", "Sinaptopatia", "PEATE”, “Synaptopathy” e “ABR” (Auditory Brainstem Responses). Um total de 4.579 artigos identificados, 1.435 foram eliminados como duplicatas, resultando em 3.144 artigos. Desses, 3.019 foram removidos por não atenderem à pergunta de pesquisa. Após triagem de títulos e resumos por dois avaliadores, 125 artigos foram submetidos à revisão de um terceiro devido a divergências. Assim, 34 artigos foram selecionados para leitura completa, com 14 estudos incluídos na revisão. Os resultados indicam que, ao utilizar estímulo clique, polaridade alternada e intensidade entre 70–100 dB nHL, houve consistente redução na amplitude das Ondas I e V, associada a aumento na latência da Onda V pós-exposição ao ruído. Estudos com animais, utilizando o PEATE-Clique, evidenciam sua sensibilidade na identificação de alterações sinápticas. A variabilidade nos parâmetros do exame , como a taxa de apresentação, influencia os resultados do PEATE, destacando a importância de protocolos padronizados. Esses estudos reforçam a eficácia do PEATE-Clique na identificação da sinaptopatia coclear, particularmente após exposição frequente a estímulos intensos. Conclui-se que estudos confirmam haver mudanças significativas no PEATE associadas à sinaptopatia auditiva em humanos e animais, indicando um exame importante para o diagnóstico diferencial desta patologia. Em relação às lacunas observou-se a complexidade das respostas auditivas individuais, a heterogeneidade da população e das diferentes metodologias utilizadas. Diante desses achados, é necessário ter cautela ao interpretar os resultados exigindo investigação mais abrangente para detectar de forma confiável a sinaptopatia auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1265
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1265


POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DO TRONCO ENCEFÁLICO NA EXPOSIÇÃO AO SARS-COV-2 GESTACIONAL
Varela, F.V.C. ; Carvalho, A.B. ; Lewis, D.R. ; Araújo, F.C.M. ;

Introdução: O SARS-CoV-2 causa infecção com tropismo em vias aéreas e sistema neurológico, com isso pesquisa-se a relação desse vírus com a audição, e com a transmissão vertical durante a gestação. Objetivo: O objetivo deste estudo foi descrever os resultados do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) clique de crianças provenientes de gestação com SARS-CoV-2. Metodologia: Participaram 22 crianças, de até 1 ano de idade, ambos os gêneros, sem indicador de risco para perda auditiva, cujas mães tiveram SARS-CoV-2 na gestação, avaliadas com as Emissões Otoacústicas Transientes (EOAT) e o PEATE clique. As crianças foram avaliadas em dois momentos, sendo a primeira avaliação realizada entre o primeiro e o quarto mês de vida, através das EOAT e do PEATE clique, e a segunda avaliação realizada a partir do sexto mês de vida das crianças, também utilizando os mesmos testes citados anteriormente. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição sob o número de parecer 4.089.880. Para análise dos dados foi feita uma análise estatística descritiva e inferencial através dos testes: Teste de Shapiro-Wilk, Teste de Wilcoxon, Teste t-Student e significância de 5%. Para o cálculo dos testes estatísticos foi utilizado o Software Estatístico R. Resultados: Na primeira avaliação, observou-se que uma criança obteve resultado de falha com o PEATE e 100% das crianças avaliadas com EOAT apresentaram respostas presentes, caracterizadas como normais. No segundo, retornaram para a avaliação 27,2% das crianças. Neste momento, com o PEATE, 6 crianças obtiveram limiar eletrofisiológico em 30 dB NAn, incluindo a criança que, na primeira avaliação, apresentou falha. Observou-se que as crianças demoraram a realizar a primeira avaliação audiológica e uma alta evasão no acompanhamento (72,8%), podendo, tais fatos, ter como parte da justificativa o período da pandemia. A análise da integridade auditiva apresentou diminuição das latências absolutas das ondas I, III e V e interpicos I-III, III-V e I-V analisadas em ambas as avaliações, com latências dentro dos padrões para a faixa etária estudada. Na pesquisa do limiar eletrofisiológico, a latência da onda V aumentou de acordo com a redução da intensidade e diminuiu quando comparada entre as duas avaliações em cada intensidade, bilateralmente, demonstrando comportamento fisiológico esperado. Conclusão: Portanto, não foi observado ocorrência de alterações neurofisiológicas associadas aos participantes do estudo expostos ao SARS-CoV-2 gestacional. Observou-se resultados dentro da normalidade para o PEATE durante o primeiro ano de vida. O resultado não descarta alterações auditivas de surgimento tardio.
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Página(s): p.1356
ISSN 1983-1793X
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POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO SOB SEDAÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO
SANTOS, T.F.C. ; PEREIRA, L.F.P. ; SANTANA, W.B. ;

INDRODUÇÃO: O uso de potenciais auditivos evocados para a avaliação auditiva em população de difícil testagem é de grande importância para um diagnóstico audiológico assertivo. Para isso, além de um bom protocolo de avaliação, faz-se necessário o controle do estado de vigília do paciente e a interferência elétrica no ambiente em que é realizado. OBJETIVO:Apresentar por meio do relato de experiência, a estruturação de um serviço de avaliação de PEATE sob sedação num hospital da rede privada de saúde na cidade de Aracaju-SE. MÉTODO: Todos os pacientes seguiam um fluxo:1.Avaliação médica;2.Pré consulta fonoaudiológica: anamnese, meatoscopia e avaliação de orelha média com medidas de imitanciometria;3.Consulta pré-anestésica: anamnese médica, orientação quanto ao procedimento anestésico e jejum necessário;4.Avaliação eletrofisiológica da audição em ambiente hospitalar sob sedação: PEATE, PEATE Triagem e Potencial Auditivo de Estado Estável (PEAEE). Seguindo o seguinte protocolo da avaliação: Equipamento Evokadus-Contronic, realização de neurodiagnóstico com estímulo CLICK em 80dBNA, taxa de estimulação em 27.1 estim/s, polaridade alternada, fundo de escala 500uV, filtro passa/alta 1000Hz, passa/baixa 3000Hz, com no mínimo duas pesquisas de ondas para cada orelha, com procura de boa morfologia das ondas entre 1000 e 2000 mil promediações. PEATE Triagem, estímulo Chirp em 35dB HL, filtro passa/alta 70Hz, passa/baixa 150Hz, critério de aprovação 95%. E por último PEAEE, estímulo Chirp NB, iniciando em 20dB HL/NA nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000Hz, testagem bilateral simultânea, filtro passa/alta 70Hz, passa/baixa 150Hz, critério de confiança 95%, critério de parada 3 positivos ou 40 sweeps.RELATO DE EXPERIÊNCIA: O presente serviço foi estruturado com o propósito de atender uma população de difícil testagem para avaliação auditiva comportamental (audiometria tonal e vocal) e com a necessidade de um diagnóstico assertivo. Em colaboração com a equipe de anestesiologia, optou-se pela anestesia inalatória com sevoflurano, demonstrando eficácia e um impacto reduzido nos resultados obtidos. No estágio inicial, foram identificadas alterações na aquisição das ondas, atribuíveis a interferência elétrica, assim foram implementadas adaptações no sistema de aterramento das tomadas do setor, o que contou com a colaboração de profissionais eletricistas do local. Adicionalmente, uma revisão dos protocolos relativos ao fundo de escala e rate foram necessários, assim como controle rigoroso dos demais equipamentos presentes na sala, suscetíveis a interferências no processo, incluindo a mesa cirúrgica, equipamentos médicos, climatizador e a distância entre o carrinho do anestesista e o equipamento de aquisição de respostas. No momento atual, com o serviço em funcionamento, foram atendidas 142 crianças. Observa-se, contudo, uma resistência por parte dos responsáveis em aderir corretamente à dieta restritiva necessária à anestesia. Diante desse cenário, destaca-se a imperatividade de aprimorar a comunicação entre a equipe médica, fonoaudiológica, e os responsáveis das crianças, visando assegurar uma maior adesão às orientações pré-anestésicas. CONCLUSÃO: O presente serviço desempenha um papel crucial na resposta às crescentes demandas por diagnóstico audiológico especializado. Sua atuação tem sido um elemento essencial no aprimoramento dos processos diagnósticos/tratamentos relacionados a perdas auditivas, atrasos no desenvolvimento da linguagem e condições associadas ao espectro do autismo.
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Página(s): p.1255
ISSN 1983-1793X
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PREVALÊNCIA DA ADOÇÃO DE CONDUTAS PROTETIVAS EM TRABALHADORES NOTIFICADOS PARA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO NO BRASIL: INVESTIGAÇÃO DE ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS E LABORAIS
Rocha, A. R. ; Hillesheim, D. ; Giustina, T. S. D ; Silva, B. A. ; Zucki, F. ;

Introdução: A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), representa um risco significativo à saúde e à qualidade de vida dos trabalhadores. Por essa razão, no Brasil, a PAIR integra a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho, até pouco tempo atrás, de notificação compulsória no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A ficha de notificação da PAIR prevê o preenchimento da adoção de conduta geral estabelecida para esse trabalhador. Nesse sentido, compreender esse cenário contribuirá para a proposição de estratégias preventivas eficazes. Objetivo: descrever a prevalência de adoção de condutas protetivas em casos de PAIR notificados no SINAN, segundo características sociodemográficas e laborais. Metodologia: Estudo transversal, realizado com dados das fichas de notificação da PAIR do SINAN (2007 - 2022) extraídos da página do Centro Colaborador da Vigilância aos Agravos à Saúde do Trabalhador em 14 de fevereiro de 2024. Foram analisadas por meio do software Stata 14 as variáveis sexo, faixa-etária, situação no mercado de trabalho (empregado registrado com carteira assinada; empregado não registrado; autônomo/conta própria; servidor público; aposentado; desempregado; outro; ignorado) e adoção de condutas protetivas (não; sim). Considerou-se "sim" quando houve registro em pelo menos uma das cinco práticas listadas na ficha de notificação de PAIR no SINAN para essa categoria. Os dados foram analisados por meio de frequências absolutas e relativas além do teste Qui-quadrado de Pearson. A força de associação entre as variáveis foi medida pelo Cramér's V e o coeficiente de correlação de Phi. Foram excluídos os casos com preenchimento ignorado para a adoção de condutas. Por se tratar de dados de domínio público e não haver identificação dos participantes é dispensada a aprovação pelo CEP. Resultados: Foram analisadas 7.050 notificações de PAIR. A maior frequência ocorreu em homens (87,9%), na faixa etária de 50 a 59 anos (32,3%). A adoção de pelo menos algum dos cinco tipos de conduta foi de 62,2%. Observou-se uma maior prevalência de adoção de conduta entre servidores públicos (74,9%) e trabalhadores registrados com carteira assinada (71,9%) e comparação com as demais categorias (39,7% em empregados não registrados; 20,2% em aposentados) (p<0,001; Cramér's V=0,364). Quanto à faixa-etária, observou-se que à medida que a idade aumenta diminui a prevalência de adoção de algum tipo de conduta protetiva (p<0,001; Cramér's V=0,276). Houve maior prevalência de adoção de condutas (63,9%) para homens quando comparados às mulheres (50,1%) (p<0,001). Conclusões: A maior adoção de condutas protetivas frente à PAIR ocorreu para trabalhadores registrados e servidores públicos. Destaca-se a diminuição da adoção de medidas de proteção com o aumento da idade do trabalhador. Esses resultados instigam a proposição de políticas públicas e práticas de prevenção específicas para categorias profissionais e grupos etários, visando reduzir a incidência da PAIR e promover ambientes laborais mais seguros e saudáveis para todos os trabalhadores.

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Página(s): p.1123
ISSN 1983-1793X
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PREVALÊNCIA DE QUEIXAS VESTIBULARES EM PACIENTES PSIQUIÁTRICOS DE CENTROS DE SAÚDE MENTAL DE UMA CIDADE DA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE – RS
Santos, A.S. ; Basile, A.A. ; Soldera, C.L.C. ;

O sistema vestibular é essencial na manutenção do equilíbrio corporal, que é uma atividade motora complexa e inconsciente, atingida principalmente a partir da integridade do sistema vestibular, que funciona em sintonia com o sistema visual, o proprioceptivo e o sistema nervoso central. O desequilíbrio é uma condição consciente que gera insegurança psíquica nos sujeitos acometidos. É possível que sejam desencadeadas manifestações emocionais e neurovegetativas associadas. No Brasil, os dados de prevalência de tontura são conflitantes, uma vez que essa é uma queixa subdiagnosticada, sendo que as desordens psiquiátricas estão presentes em 20 a 50% dos pacientes que a apresentam. Objetivo: identificar a prevalência das queixas vestibulares na população psiquiátrica de um centro de saúde mental de uma cidade da região metropolitana de Porto Alegre - RS. Métodos: os dados foram coletados na instituição por meio de um formulário, composto por uma breve anamnese e pelo Dizziness Handicap Inventory-Brief Version (DHI-BV). Os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e foram questionados pela pesquisadora em relação à sua tontura. Resultados: As análises foram realizadas no software estatístico SPSS (IBM SPSS Statistics for Windows, Version 25.0. Armonk, NY: IBM Corp.). A amostra final foi estabelecida após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, totalizando 68 sujeitos. A maior parte da amostra foi composta por adultos jovens (55,9%) e a maioria dos sujeitos era do sexo feminino (76,5%). A presença de tontura em algum momento do dia (sempre ou às vezes) acomete 67,7% dos sujeitos da amostra. O transtorno psiquiátrico mais prevalente foi o transtorno depressivo (n=21; 30,9%), seguido do transtorno de ansiedade generalizada (n=18; 26,5%). Com relação ao uso de fármacos, as classes mais prevalentes na amostra da presente pesquisa foram a dos antipsicóticos (n=41; 65,1%) e dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (n=36; 57,1%). Conclusão: Conclui-se que existe uma elevada prevalência de tontura na população psiquiátrica pesquisada, sendo que foi verificado maior impacto do sintoma em sujeitos que fazem uso de fármacos para bipolaridade e mania e em sujeitos diagnosticados com transtorno depressivo. Com relação à associação das queixas vestibulares à categoria de transtorno psiquiátrico, foi constatada associação significativa entre queixa de tontura e transtornos depressivos (p=0,033) e a ausência de queixa de tontura e episódios depressivos (p=0,031). Foi percebida associação significativa entre o uso de fármacos para esquizofrenia paranoide e o grau leve de handicap ao DHI-BV (p=0,043) e o uso de fármacos para bipolaridade e mania ao grau grave de handicap ao DHI-BV (p=0,043).
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Página(s): p.1271
ISSN 1983-1793X
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PREVALÊNCIA E IMPACTO DOS SINTOMAS OTONEUROLÓGICOS EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Costa, C. A. ; Rigo, A. J. B. ; Santos, K. F. S. ; Almeida, M. G. ; Alves, T. C. N. V ;

Resumo: A disfunção temporomandibular (DTM) acomete os músculos mastigatórios, ATM e estruturas adjacentes1. A etiologia pode ser multifatorial e está relacionada com fatores estruturais, neuromusculares, entre outros2. Os sintomas auditivos são relatados pelos pacientes com DTM sendo os mais comuns: plenitude auricular, zumbidos, tonturas e vertigens3. A tontura é uma sensação de desequilíbrio corporal e acontece devido a conflitos entre informações sensoriais advindas dos sistemas vestibular (SV), visual e proprioceptivo4. O zumbido pode ser definido como barulhos constantes que incomodam5. Ambos os sintomas influenciam a qualidade de vida do paciente, interferindo muitas vezes nas capacidades laborais e saúde psíquica. Estudar o impacto desses sintomas na rotina e funcionalidade dos pacientes com DTM é importante para contribuir com o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o diagnóstico e tratamento para esta população. Objetivo: Verificar a prevalência dos sintomas de zumbido e tontura e o impacto na qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de DTM l. Métodos: Estudo aprovado pelo CEP da instituição sob n° 6.114.815 . Participaram da coleta sujeitos com diagnóstico de DTM encaminhados para tratamento em projeto de extensão interprofissional. A identificação da presença de sintomas foi realizada por meio da anamnese detalhada. Naqueles em que os sintomas foram observados, aplicou-se, antes da primeira sessão terapêutica, dois questionários: o Tinnitus handicap inventory (THI) para o zumbido e o Dizziness Handicap Inventory (DHI) para tontura.. Para análise do THI foram considerados os três aspectos: funcional , emocional e catastrófico. A soma das pontuações obtidas poderia variar de 0 a 100. De acordo com o valor obtido, o grau de incômodo causado pelo zumbido em cada paciente foi classificado em suave (0-16), leve (18-36), moderado (38-56), severo (58-76) ou catastrófico (78-100). Para as questões do DHI foram analisados os aspectos físicos, emocionais e funcionais. As respostas "sim" receberam quatro pontos, as respostas "não" não foram pontuadas (zero ponto), e as respostas "às vezes", receberam dois pontos. Foi realizada somatória de pontuação total dos três aspectos para cada participante e somatória entre os participantes para cada aspecto. Resultados: Dos 12 pacientes participantes do projeto, cinco (41,6%) não apresentaram nenhuma das queixas, dois (16%) referiram apenas zumbido, sendo uma mulher e um homem, três (25%), sendo duas mulheres e um homem, apresentaram apenas tontura, e duas mulheres (16%) apresentaram os dois sintomas. Com relação aos protocolos, foram analisados os resultados de seis participantes. Para o TH, aplicado em seis pacientes, observou-se impacto de grau leve, evidenciado em dois pacientes, e grau suave em um paciente. Para o DHI, aplicado em cinco pacientes, a pontuação total variou de 12-50 pontos, sendo o aspecto físico o que apresentou maior impacto (físico - 56 pontos; funcional- 49 pontos; emocional - 32 pontos). Conclusão: foi observado impacto de grau leve no THI e maior impacto no aspecto físico no questionário DHI. No entanto, considerando a pequena amostra não é possível estabelecer significativamente o impacto do zumbido e da tontura nessa população, indicando a necessidade de continuidade do estudo para alcançar maior número de dados.
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Página(s): p.1287
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1287


PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM PREMATUROS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
GILLUNG, C. S. ; Andrade, A. N. ;

Introdução: A diminuição do tempo da gravidez tem impacto negativo sobre a mortalidade neonatal e materna, além de efeitos de longo prazo sobre doenças crônicas nos nascidos, incluindo o desenvolvimento neurocognitivo. A maioria das pessoas com TEA apresentam algum grau de disfunção no processamento dos estímulos sensoriais (auditivos, visuais, vestibulares, gustativos e/ou táteis) e podem apresentar transtorno do processamento auditivo central confirmado por medidas eletrofisiológicas e/ou comportamentais. Considerando que a audição é uma entrada importante para a comunicação humana e que as implicações da associação entre o TEA e a prematuridade podem gerar consequências que impactam negativamente na comunicação, hipotetiza-se que indivíduos prematuros diagnosticados com TEA tenham desempenho reduzido nos testes comportamentais que avaliam o processamento auditivo central, quando comparados a crianças com desenvolvimento típico. Objetivo: Caracterizar o desempenho de prematuros com transtorno do espectro autista nos testes auditivos comportamentais para a avaliação do Processamento Auditivo Central. Estratégia de pesquisa: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, seguida de análise qualitativa sobre a avaliação comportamental do processamento auditivo central em crianças nascidas prematuras com diagnóstico de TEA. Estratégia de Pesquisa: Revisão integrativa da literatura, seguida de análise qualitativa sobre a avaliação comportamental do processamento auditivo central em crianças nascidas prematuras com diagnóstico de TEA. Foram selecionados artigos descritivos, transversais, observacionais e ensaios clínicos não randomizados, sem nenhuma restrição de idioma, publicados nos últimos 15 anos (2008 a 2023) nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System online (MEDLINE), Scielo e o serviço de pesquisa da National Library of Medicine nas bases de dados PubMed. Os artigos foram selecionados pela pertinência do título, resumo e leitura na íntegra, daqueles que se relacionavam com o objetivo da pesquisa, sendo considerados critérios de exclusão os artigos em duplicidade e de baixa relevância sobre o tema. Para nortear a revisão integrativa, foi realizada uma pergunta norteadora e estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão segundo a estratégia PICO (População Alvo, Intervenção, Desfecho, Desenho de Estudo). Resultados: Foram localizados 194 artigos na base de dados Scielo e 31 na base Lilacs, 9 na base Pubmed, totalizando 234 artigos, sendo excluídos artigos que direcionaram a pesquisa a outras vertentes, restando 4 artigos significantes ao tema, mas que não contemplaram os objetivos da pesquisa em sua totalidade. Conclusão: O propósito de buscar na literatura evidências científicas para a resposta da questão norteadora “Crianças nascidas prematuras com diagnóstico de TEA apresentam alteração nos testes comportamentais de processamento auditivo Central?” não foi contemplado. Constatou-se através da metodologia aplicada, que foram encontradas poucas produções científicas substanciais para embasamento da pesquisa quanto ao Transtorno de Processamento Auditivo Central no TEA e não foram encontrados estudos que relacionassem as questões da prematuridade. Sendo assim, sugere-se que novos estudos sejam realizados dentro da temática para fornecer embasamento científico para o diagnóstico de transtorno do processamento auditivo central em crianças prematuras com TEA visto os importantes impactos dos aspectos levantados para o desenvolvimento da comunicação.
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Página(s): p.1248
ISSN 1983-1793X
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PROCESSAMENTO DE SENTENÇAS PARA COMPOSIÇÃO DE TESTES DE RECONHECIMENTO DE FALA EM PORTUGUÊS
Knappmann, K. ; Ogawa, F. E. U. ; Paul, S. ;

Introdução: No âmbito da avaliação e reabilitação auditiva de deficientes auditivos, testes de reconhecimento da fala tem grande importância. Na fase do desenvolvimento de testes de reconhecimento da fala, o material de fala e eventuais ruídos competitivos precisam ser manipulados para terem características desejadas e controladas. Entre as características a serem controladas figuram por exemplo um volume sonoro equilibrado entre as sentenças, ausência de artefatos de gravação, entre outros. Ainda, para fase de desenvolvimento de testes voltados para usuários de implantes cocleares, precisam ser simulados os efeitos do implante coclear. Como o número de sentenças a serem processadas é tipicamente muito grande, especialmente na fase de desenvolvimento, tais modificações dificilmente podem ser realizadas de forma manual, e o desenvolvimento de rotinas computacionais que automatizam o processo é desejável. Objetivo: Desenvolver, validar e aplicar códigos computacionais para manipulação automática de um grande número de dos sinais sonoros das sentenças e ruídos competitivos que integrarão o teste AzBio em português simulando os efeitos de um implante coclear. Metodologia: Por meio da linguagem computacional Python foram implementadas rotinas de processamento de sinais a serem aplicados a sinais sonoros das sentenças do AzBio em português. Resultados: As etapas do processamento podem ser classificados em três grupos: 1) modificações pré-vocoderização: mudança de formato .mp3 → .wav; fade-in e fade-out; filtro passa-alta; 2) vocoderização; 3) pós-vocoderização: adição de silêncio pré e pós sentença; além do ajuste de RMS. A função de fade-in e fade-out é responsável por suavizar o som do início e do final do arquivo da sentença, por meio de ajustes graduais na amplitude do som, proporcionando uma transição suave no início e no final da sentença durante 1 segundo. O filtro passa-alta foi implementado por meio de um filtro Butterworth de ordem 5 com frequência de corte em 80Hz, garantindo que frequências da voz não sejam afetadas, mas que ruídos de baixa frequência sejam filtradas. No que concerne a etapa da vocoderização, esta foi implementada por meio de um software externo, já que ela é necessária apenas para estudos que desejam modificar materiais de áudio no contexto de pesquisa com usuários de implantes cocleares. A adição de silêncio no início e no fim de cada sentença serve para estabelecer uma transição entre os arquivos, auxiliando o ouvinte a preparar-se para a próxima sentença falada. Por fim, foi implementada uma rotina de ajuste do “volume sonoro” das sentenças, em que a raiz da média quadrática RMS (Root Mean Square) das amplitudes do arquivo sonoro é ajustado para um valor a ser definido pelo usuário. Com estes ajustes, a expectativa é que todas as sentenças sejam percebidas com volume sonoro semelhante, mesmo que de forma aproximada. Por fim, todos os arquivos são salvos em formato .WAV com taxa de amostragem em 44.100Hz e RMS em -20dB e nome de arquivo gerado de forma automática. Conclusão: As rotinas foram implementadas e validadas processando-se 987 sentenças gravadas para fins do desenvolvimento do teste AzBio em português, demonstrando eficácia na manipulação precisa dos sinais sonoros.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1205
ISSN 1983-1793X
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PROGRAMA ONLINE DE GERENCIAMENTO DO ZUMBIDO
Cunha, V.L.C. ; Valença, E.C.D. ; Santos, M.B. ; Silva, V.D. ; Ferreira, R.J.S. ; Rosa, M.R.D. ;

INTRODUÇÃO: O zumbido é definido como uma percepção de som no ouvido sem qualquer estimulação proveniente do ambiente externo. Este sintoma pode gerar um desconforto ao indivíduo acometido, tornando-se um fator de repercussão negativa na vida do paciente e ocasionando dificuldades no sono, concentração, atividades diárias e profissionais. A telemedicina é definida como uma área que possibilita os profissionais da saúde realizarem avaliações dos pacientes de forma remota. Através dela, é possível facilitar a distribuição dos recursos de saúde de forma eficiente e equitativa, viabilizando a prestação de cuidados em regiões distantes e diminuindo as dificuldades de transporte enfrentadas por muitos pacientes. Estudos encontrados na literatura sugerem que as intervenções para o zumbido por meio da internet diminuem este sintoma e os distúrbios associados a ele. OBJETIVOS: Desenvolver um programa online para o gerenciamento do zumbido, descrever as estratégias online para o gerenciamento do zumbido, elencar atividades e recursos virtuais que promovem o alívio do zumbido e estabelecer rotina de autogerenciamento do zumbido na vida cotidiana. METODOLOGIA: Para o desenvolvimento do programa, foi utilizada a abordagem Design Thinking (DT), recurso que apresenta três principais etapas: a fase de imersão, etapa a qual buscou-se observar as dificuldades enfrentadas pela Clínica Escola de Fonoaudiologia de uma Instituição de Ensino Superior (IES) para manter o acompanhamento clínico dos pacientes acometidos pelo zumbido durante a pandemia do COVID-19. Com isso, realizou-se uma busca de referencial bibliográfico nas bases: Google Acadêmico, BVS e PubMed, com finalidade de conhecer as principais abordagens para o tratamento e acompanhamento destes pacientes. Na fase de análise e síntese constatou-se uma carência de programas online desenvolvidos com o objetivo de gerenciar o zumbido, trazendo o total de 69 artigos. Foram critérios para exclusão a falta de contribuição e não familiaridade com a temática principal, restando 23 trabalhos. Na fase de ideação, foram levantados questionamentos como “quais as principais vantagens e desvantagens de um acompanhamento online?” “Como dinamizar, facilitar e subsidiar os encontros semanais do Programa Online?”. Através de tais questões, realizou-se o delineamento dos principais objetivos do programa. Na última fase, a prototipagem, foram utilizados os dados achados na literatura conforme as estratégias buscadas nos referenciais e etapas antecedentes para a criação do programa. RESULTADOS: Assim, foi desenvolvido o Programa Online de Gerenciamento do Zumbido (POGZUM), com público-alvo principal, os pacientes com queixa de zumbido por pelo menos 6 (seis) meses e idade mínima de 18 anos, sendo idealizado com período de 8 semanas. Para o programa ser avaliado de maneira concisa, recomenda-se utilizar como método de avaliação o questionário do THI e a Escala Visual Analógica (EVA), com aplicação anterior ao início dos encontros, no meio (após 4 sessões) e ao finalizar o programa. CONCLUSÕES: O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise das principais formas de intervenções baseadas na internet para teleaudiologia. O programa online de gerenciamento do zumbido (POGZUM) foi desenvolvido em base sólida acerca das necessidades dos pacientes com queixa de zumbido, visando um melhor autogerenciamento.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1140
ISSN 1983-1793X
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PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DE PERDA AUDITIVA EM ESCOLARES: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Braga Jr, J. ; Quintela, S.H.C. ; Silva, E.D. ; Almeida, S.M.B. ; Giustina, T.S.D. ; Scharlach, R.C. ;

Introdução: A promoção da saúde abrange componentes educativos que visam a transformação de hábitos e estilo de vida. Nesse contexto, iniciativas educativas no ambiente escolar sobre a exposição a níveis de pressão sonora elevados emergem como estratégias para disseminar o conhecimento e prevenir a perda auditiva. Atualmente, dentre os estudos existentes, é possível elencar para a educação e promoção da saúde auditiva voltados para crianças e jovens o programa Dangerous Decibels®, que utiliza estratégias educativas lúdicas com o intuito de prevenir perdas auditivas e zumbido provocadas por exposição a sons intensos. Objetivo: Relatar a experiência de um projeto de promoção e prevenção de perda auditiva em escolares. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência realizado em uma escola pública do sul do Brasil no ano de 2023. A ação foi realizada com 173 escolares, com idade entre 7 a 10 anos, matriculados nas turmas de 2º ano, 3º ano e 5º ano ensino fundamental I. As atividades foram conduzidas em colaboração de uma docente e educadora do Dangerous Decibels® com o serviço de fonoaudiologia e professoras de educação geral do colégio. Envolveram também estudantes do curso de fonoaudiologia de uma universidade pública. A ação teve a duração de 45 minutos à 1 hora e contou com as seguintes etapas: 1) Introdução ao problema; 2) O que são decibels perigosos e três maneiras de proteger a sua audição; 3) O que é som?; 4) Como ouvimos?; 5) Como prejudicamos a nossa audição?; 6)Que som é este?; 7) Quão intenso é muito intenso?; 8) Medindo os decibels; 9) Como usar protetores auditivos; 10) Agite Seu Mundo: Hora de Agir!. Resultados: As estratégias propostas revelaram-se de extrema relevância, fornecendo orientações valiosas sobre as medidas passíveis de serem adotadas no ambiente escolar visando à redução do ruído e à minimização de interferências no processo de ensino. O entendimento aprofundado sobre a importância e o funcionamento do sistema auditivo humano desempenhou um papel crucial na conscientização dos alunos sobre a necessidade de preservar o sistema auditivo, além de capacitar os alunos a compreenderem as ações concretas que podem ser implementadas para alcançar esse objetivo no ambiente escolar. As discussões realizadas em sala de aula proporcionaram o aprofundamento dos conceitos e as perguntas formuladas pelos alunos evidenciaram o interesse pelo tema. A interação das turmas nas atividades propostas pelo programa demonstrou que a abordagem prática contribuiu para a assimilação efetiva dos conceitos abordados. Conclusão: Torna-se indispensável a implementação de abordagens educativas, como as oferecidas pelo Dangerous Decibels®, visando promover a consciência sobre a saúde auditiva desde a infância. Essa iniciativa desempenha um papel crucial na prevenção de problemas auditivos nas gerações futuras, ao equipar os estudantes com conhecimentos fundamentais e práticas saudáveis em relação à saúde auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1171
ISSN 1983-1793X
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PROPOSTA DE UMA BATERIA MÍNIMA PARA A TRIAGEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Carvalho, N.G. ; Amaral, M.I.R. ; Lemos, A.C.P. ; Colella-Santos, M.F. ;

Introdução: A triagem auditiva é tradicionalmente definida como um procedimento simples e rápido. No Processamento Auditivo Central (PAC) refere-se ao método que determinará a necessidade (ou não) de futuros testes diagnósticos. Um estudo de validação do AudBility, um programa online de triagem das habilidades auditivas, demonstrou boa sensibilidade e especificidade nas tarefas auditivas, com tempo de aplicação de 30 a 40 minutos. A partir da pesquisa realizada foi possível determinar o menor número de tarefas para compor um protocolo reduzido com valores adequados de acurácia, para diminuir o tempo de aplicação.

Objetivo: Apresentar uma proposta de bateria mínima de triagem das habilidades auditivas, baseada nas combinações de maior equilíbrio entre sensibilidade e especificidade das tarefas do AudBility, versão direcionada aos escolares de 6 a 8 anos.

Método: Trata-se de um estudo descritivo analítico, prospectivo, de acurácia diagnóstica, de corte transversal, que fez parte de um projeto maior (CEP Nº 2.294.609). Inicialmente, 154 crianças foram submetidas a triagem auditiva escolar por meio da meatoscopia, imitanciometria e AudBility. No AudBility, foi aplicado um questionário de autopercepção (QAPAC) e tarefas de localização sonora (LS), resolução temporal (RT), ordenação temporal de frequência (OT-F) e duração (OT-D), fechamento auditivo (FA), dicótico de dígitos - integração binaural (DD) e figura-fundo (FF). Posteriormente, 112 escolares compareceram para a avaliação auditiva periférica (audiometria tonal liminar e imitanciometria) e avaliação comportamental do PAC. As crianças foram submetidas aos testes diagnósticos Dicótico de Dígitos (TDD), Teste de Identificação de Sentenças Pediátricas com Mensagem Competitiva Ipsilateral (PSI), Teste de Fala no Ruído (TFR), Teste de Padrão de Frequência (TPF), Teste de Detecção de Intervalos Aleatórios (RGDT) e Masking Level Difference (MLD). Considerou-se Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) o desempenho alterado em pelo menos dois testes da bateria e falha na triagem o critério de alteração em pelo menos uma tarefa. Para a faixa etária de 6 a 7 anos, a análise baseou-se em 22 indivíduos identificados como TPAC e 29 classificados como normais após a avaliação do PAC. Para a faixa etária de 8 anos, a análise incluiu 11 indivíduos identificados como TPAC e 26 classificados como normais na avaliação. Foi calculado o coeficiente J, e apresentadas as combinações das tarefas de maior equilíbrio entre sensibilidade e especificidade, isto é, as combinações nas quais o coeficiente J atingiu seu valor mais alto para cada uma das tarefas.

Resultados: A partir da análise dos valores de eficiência, observou-se que, para crianças entre 6 e 7 anos, as tarefas de Resolução Temporal (RT) e Dicótico de Dígitos (DD) apresentaram uma eficiência de 84,51%. A partir dos 8 anos, duas baterias foram identificadas como as melhores, considerando o equilíbrio entre sensibilidade e especificidade, ambas com eficiência de 80,13%. Estas baterias são: o Questionário de Autopercepção (QAPAC) e o teste DD, ou a combinação de QAPAC, RT e DD.

Conclusão: Sugere-se, como protocolo para validação de uma bateria mínima e futuros estudos, as tarefas do AudBility de Dicótico de Dígitos, Resolução Temporal e Questionário de Autopercepção.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1074
ISSN 1983-1793X
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PROTEÇÃO AUDITIVA: O QUE DIZEM OS MÚSICOS SOBRE ISSO?
Ferreira, F. P. ; Heupa, A. B. ; Fidêncio, V. L. D. ; Lüders, D. ;

Introdução: Tendo em vista que os músicos еstão frеquеntеmеntе expostos a nívеis dе prеssão sonora potеncialmеntе agressivos, esses profissionais constituem uma população dе risco para o dеsеnvolvimеnto dе problemas auditivos. Objetivo: Analisar a percepção de músicos profissionais e estudantes de música quanto à utilização de protetores auditivos. Metodologia: Pesquisa do tipo descritivo, transversal, de abordagem quantitativa, realizada com estudantes de música e músicos profissionais, atendidos regularmente em uma clínica escola de Fonoaudiologia. Foi realizada audiometria tonal liminar convencional, teste com protetores auditivos Hi-FiTM Plug (E-A-R Plugs), cuja atenuação fornecida pelo fabricante é de 20dB e aplicado um questionário que teve como objetivo avaliar o conforto dos protetores auditivos em relação aos seguintes itens: atenuação, pressão no canal auditivo, textura, incômodo no manuseio do instrumento ao tocar, colocação e comunicação verbal, bem como a relevância (importância) de cada um dos itens de conforto. Resultados: Participaram do estudo 34 sujeitos, sendo oito estudantes de música, quatro músicos de uma orquestra sinfônica sul brasileira e vinte e dois músicos de uma banda militar, com idade média de 35,7 anos e desvio padrão de 9,5 anos, estando 44% na faixa etária de 22-31 anos; 47% tocam instrumentos da família das madeiras e 32% da família dos metais, com tempo médio de prática musical de 18,5 anos e desvio padrão de 10,3 anos, sendo que 62% dos participantes têm entre 11 e 20 anos de prática instrumental. Quanto à maior relevância entre itens avaliados, os estudantes de música referiram “incômodo no manuseio do instrumento ao tocar” e os músicos da orquestra e da banda militar referiram a “atenuação” como sendo o item mais importante a ser considerado no uso de protetores auditivos. Quanto ao conforto proporcionado pelos protetores, o item “textura” foi o mais bem avaliado pelos estudantes e o item “colocação” pelos músicos da orquestra e da banda militar. Já o menor nível de conforto foi referido ao item “comunicação verbal”, ou seja, a maioria dos participantes considera que os protetores atrapalham a comunicação entre eles. Na classificação geral quanto ao conforto dos protetores, o resultado foi semelhante entre os grupos pesquisados, tendo sido avaliado como confortável para a maioria deles. Ao caracterizar o perfil auditivo dos participantes, a maioria apresentou limiares auditivos dentro do padrão de normalidade e 23,53% apresentaram perda auditiva em uma ou ambas as orelhas, com características de perda auditiva induzida pelo ruído. Conclusão: O grupo dos estudantes de música foi o que melhor avaliou o protetor auditivo quanto ao conforto geral. A comunicação verbal com o uso do protetor não foi considerada fácil para a maioria e o aspecto mais importante do protetor é a atenuação fornecida, o que mostra que os músicos percebem como os níveis de pressão sonora são intensos e a necessidade de proteção auditiva.
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Página(s): p.1199
ISSN 1983-1793X
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PROTÓTIPO DE UM GRAVADOR BIAURICULAR BASEADO EM MICROFONES MEMS DIGITAIS
Fonseca, W. D'A. ; Mello, F. R. ;

Introdução: A captura de áudio espacial tem ganhado destaque em diversas áreas, incluindo a audiologia e a psicoacústica, nas quais a qualidade e precisão da gravação sonora são cruciais para diagnósticos e terapias auditivas eficazes. Microfones capacitivos e de eletreto têm sido tradicionalmente utilizados em dispositivos de gravação biauriculares; contudo, os microfones micro-eletro-mecânicos (MEMS) digitais emergiram como uma alternativa que pode revolucionar esse campo, oferecendo consistência nas medições, redução de tamanho e eficiência energética. Objetivos: Este trabalho visa relatar desenvolvimento e avaliação de um protótipo de gravador biauricular que se utiliza de microfones MEMS digitais. O foco está em testar sua aplicabilidade, especificamente na capacidade de registrar sons do ambiente de maneira similar à captação humana, promovendo gravações imersivas. Metodologia: Desenvolveu-se um protótipo incorporando microfones MEMS digitais dispostos para simular a recepção sonora biauricular de humanos. A arquitetura do sistema foi projetada para otimizar a captação espacial do som, buscando suprimir interferências e ruído de fundo. Testes de campo foram realizados em ambientes controlados para avaliar o desempenho de gravação do dispositivo em diferentes cenários acústicos. Parâmetros como fidelidade sonora, localização espacial de fontes sonoras e a capacidade de replicar a experiência auditiva humana 3D foram detalhadamente analisados. Resultados: Observou-se uma captura sonora rica e detalhada, com excelente reconstrução da cena sonora espacial (3D). Testes demonstraram uma reprodução natural e imersiva dos ambientes sonoros, facilitando a identificação exata de fontes, mesmo em cenários dinâmicos (com elementos sonoros se movendo ao longo do tempo). Conclusões: O protótipo baseado em microfones MEMS digitais demonstrou ser uma ferramenta promissora para aplicações de áudio espacial, superando as limitações dos dispositivos de gravação convencionais em termos de miniaturização. Seu desenvolvimento pode abrir caminho para novas metodologias de diagnóstico e terapia auditiva, em que a exatidão na reprodução de ambientes sonoros é essencial. Ainda que mais estudos sejam necessários para otimizar o design e funcionalidade do dispositivo, os resultados atuais apontam para um avanço na tecnologia de gravação biauricular, com potencial para melhorar a qualidade de vida de indivíduos que utilizam aparelhos auditivos.
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Página(s): p.1375
ISSN 1983-1793X
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PROVÁVEL ASSOCIAÇÃO ENTRE ANOSMIA E PLENITUDE AURICULAR EM PESSOAS APÓS COVID-19
Marchiori, G.M. ; Rodrigues, L.C. ; Marchiori, V.M. ; Tananka, L.S. ; Perli, V.A.S. ; Bento, O.G. ; Branco, B.H.M. ; Marchiori, L.L.M. ;

Introdução: A definição de consenso da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a condição pós-COVID-19 ocorre em indivíduos com histórico de infecção provável ou confirmada por SARS-CoV-2, geralmente 3 meses após o início da COVID-19, com sintomas que duram pelo menos 2 meses e não podem ser explicados por um diagnóstico alternativo, mas as correlações entre os vários sintomas e os seus efeitos na saúde a longo prazo ainda permanecem desconhecidos. Embora a anosmia tenha sido identificada como um dos melhores preditores de bom prognóstico para COVID-19, ela tem sido associada à persistência de sintomas, auditivos, neurológicos e otoneurológicos em pessoas após COVID-19. Objetivo: Neste estudo optou-se por verificar a provável associação entre anosmia e plenitude auricular em pessoas após COVID-19. Métodos: Este estudo transversal faz parte de uma pesquisa mais ampla denominada “Projeto Pós-COVID-19”. Os critérios de inclusão para este estudo foram: ter entre 19 e 65 anos; ter diagnóstico positivo de COVID-19 por meio de teste molecular qualitativo (RT-PCR), apresentar resultado do exame e/ou alta hospitalar após tratamento para COVID-19; ter contraído COVID-19 entre 1º de março e 1º de julho de 2021; ter recebido a primeira dose da vacina COVID-19. Os dados foram coletados entre agosto e dezembro de 2021 por avaliadores treinados da equipe multiprofissional, orientados por médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e educadores físicos. Os pacientes foram recrutados por meio de encaminhamento do hospital municipal, após a alta. Na primeira visita ao laboratório de pesquisa, os participantes foram avaliados clinicamente e responderam a um questionário padronizado com 90 itens abertos e fechados, abrangendo dados sobre histórico médico, doenças preexistentes, necessidade de internação, tempo e tipo de internação e sintomas como plenitude auricular e anosmia durante e/ou após a COVID-19, além da duração dos sintomas após a alta hospitalar. Foi utilizado o teste qui-quadrado com nível de significância de 0,05. Resultados: Foram analisadas as respostas de 201 participantes com idade média de 44,7 ± 12,7 anos, 52,2% (n = 105) eram do sexo masculino, 67,7% haviam sido hospitalizados (n = 136), 55,7% (n = 112) relataram anosmia, 49,1% e 14,6% (n = 16) plenitude auricular. No grupo com anosmia foram encontradas prevalências significativamente maiores de plenitude auricular (RR = 1,45; IC95% 1,08 - 1,97). Conclusão: Houve maior frequência de plenitude auricular no grupo com anosmia. Esses achados sugerem a necessidade de estudos com desenho mais robusto para verificar a real associação entre anosmia e plenitude auricular em pacientes após COVID-19 e com COVID longa. Uma melhor compreensão das correlações entre vários sintomas e os efeitos a longo prazo na saúde entre pacientes adultos após a COVID-19 certamente ajudará no manejo desses sintomas pelos profissionais de saúde e na melhor qualidade de vida desses pacientes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1217
ISSN 1983-1793X
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PROVÁVEL ASSOCIAÇÃO ENTRE MASSA MUSCULOESQUELÉTICA E ZUMBIDO EM PESSOAS APÓS A COVID-19
Bento, G.O ; M, M. G ; R, R. L ; T, S.M.R.L ; C, A. S. D ; T, S. L ; B, M. H. B ; M, M. L. L ;

A sarcopenia ou perda de massa musculoesquelética se refere a qualidade e função nos músculos, tendo sido muito associada a vários resultados clínicos adversos principalmente nem idosos com COVID-19, uma vez que a densidade muscular se demonstrou associada ao sucesso da extubação e inversamente associada ao número de complicações na UTI, ao tempo de internação e à mortalidade hospitalar. Em idosos após a COVID-19 ela tem sido associada a alterações otoneurológicas como vertigem, porém há escassez de estudos sobre massa muscular e zumbido nessa população. Objetivo: Verificar a possibilidade de associação entre zumbido e massa músculo esquelética em pacientes pós-COVID-19. Metodologia: Todos os pacientes foram informados sobre os objetivos e procedimentos do estudo antes de seu início e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de inclusão foram indivíduos com idade entre 19 e 65 anos, com diagnóstico positivo de COVID-19 por meio de teste molecular qualitativo (RT-PCR) ou alta hospitalar após tratamento para COVID-19. Deveriam ainda apresentar: infecção por COVID-19 datada de 1º de março a 1º de julho de 2021, comprovante de vacinação com a primeira dose contra COVID-19 e laudo médico que permitisse a realização de testes de aptidão cardiorrespiratória. Pacientes com doenças neurológicas debilitantes ou dificuldades de locomoção foram excluídos do estudo. Os pacientes foram recrutados por meio de encaminhamento do hospital municipal, após a alta. Os participantes foram submetidos à avaliação clínica (saturação de oxigênio, pressão arterial, glicemia, antropometria, composição corporal, bioimpedância elétrica e avaliação física) na primeira visita ao laboratório de pesquisa. Eles também responderam a um questionário padronizado com 90 questões abertas e fechadas abordando a história clínica, doenças preexistentes, necessidade de internação, tempo e tipo de internação hospitalar além da presença de sintomas como zumbido, durante e/ou após COVID-19 e duração dos sintomas após a alta hospitalar. Na sequência, os pesquisadores avaliaram a composição corporal dos participantes, tomaram medidas antropométricas (peso corporal e altura) e calcularam e classificaram o índice de massa corporal (IMC). Pacientes cujo IMC variou de 18,00 a 24,99 kg/m2 foram classificados como eutróficos; de 25,00 a 29,99 kg/m2, como excesso de peso; e 30,00 ou mais kg/m2 como obesos. Resultados: Foram incluídos 192 participantes nas análises, dos quais, 51,6% (n = 99) eram do gênero masculino, com média de idade de 47,8 ± 12,6 anos. Destes pacientes, 27,1% (n = 52) relataram ter zumbido, sendo que 14,1% (n = 27) referiram ter iniciado com a sensação de zumbido durante ou após o diagnóstico de COVID-19, com massa musculoesquelética: 26,7± 6,4 kg. Houve diferença significativa para a massa músculo esquelética e os grupos com e sem zumbido (p = 0,016; r = 0,17), sendo que o grupo com zumbido apresentou os menores valores e o tamanho do efeito foi pequeno. Houve um impacto substancial da massa musculoesquelética na queixa de zumbido em pacientes após COVID-19. Portanto, a avaliação da massa musculoesquelética deve ser uma abordagem importante na avaliação e reabilitação do zumbido nesta população.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1366
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1366


QUAIS OS EFEITOS DA REALIDADE VIRTUAL NA DISFUNÇÃO VESTIBULAR? UMA META-ANÁLISE
Zeigelboim, B.S. ; Santos, G.J.B. ; Severiano, M.I.R. ; Cavalcante-Leão, B.L. ; Cardoso, A.H.L.S. ; Santos, R.S. ; Teive, H.A.G. ; Taveira, K.V.M. ; Fidêncio, V.L.D. ; Araújo, C.M. ;

Introdução: a realidade virtual visa modificar o sistema de controle postural por meio de exercícios físicos específicos e repetitivos em diferentes condições e é uma ferramenta utilizada na reabilitação de doenças neurodegenerativas e vestibulares, possibilitando a imersão em um mundo lúdico e ilusório. A revisão sistemática mais recente que abordou o uso dessa ferramenta incluiu apenas pacientes com diagnóstico de doença de Parkinson, sem nenhum estudo com diagnóstico específico para disfunção vestibular. Objetivo: o objetivo deste estudo foi responder à seguinte questão focal: "Quais os efeitos da reabilitação vestibular com realidade virtual em adultos com vestibulopatias?" Metodologia: foi realizada uma revisão sistemática de acordo com o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis (PRISMA). O acrônimo PICOS foi utilizado para definir os critérios de elegibilidade. Foram incluídos estudos longitudinais prospectivos que investigaram reabilitação vestibular com realidade virtual em adultos com 18 anos ou mais com diagnóstico de disfunção vestibular de qualquer etiologia, independentemente de sexo ou etnia. A função vestibular deveria ter sido avaliada por meio de testes e questionários validados. As estratégias de busca foram desenvolvidas e adaptadas para sete bases de dados: Cinahl, Cochrane Library, Embase, Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed/Medline, Scopus e Web of Science. Uma pesquisa adicional de literatura cinzenta foi realizada no Google Scholar, OpenGrey e ProQuest. O risco de viés e a certeza da evidência foram avaliados e uma meta-análise de efeitos aleatórios foi realizada. Resultados: 18 artigos foram incluídos para a meta-análise. Dos estudos incluídos, doze eram ensaios clínicos. O tamanho das amostras variou de 16 a 87 sujeitos, e a faixa etária dos participantes foi de 18 a 82 anos. A disfunção vestibular nas amostras dos estudos incluídos estava relacionada a distúrbios vestibulares periféricos, centrais ou mistos, esclerose múltipla com comprometimento do equilíbrio associado a lesões desmielinizadas no cerebelo, doença vestibular periférica crônica, hipofunção vestibular periférica unilateral, vertigem visual, acidente vascular cerebral subagudo, concussão, doença de Parkinson e ataxia espinocerebelar. Houve melhora no nível de confiança nos escores de equilíbrio entre o início e o pós-intervenção de 11,22 [IC95% = 8,55 – 13,88; I2 = 18%]. Também foi observada melhora nos efeitos incapacitantes causados pela tontura, com diferença entre as médias em relação ao período pré e pós terapia de -22,76 [IC95% = -28,70 – -16,82; I2 = 88%]. A avaliação da certeza da evidência foi considerada baixa. Conclusão: conclui-se que a terapia com realidade virtual nas doenças vestibulares tem apresentado resultados eficientes, sendo uma ferramenta útil, de baixo custo e motivadora no tratamento dessas doenças. No entanto, a literatura disponível ainda fornece uma baixa qualidade de evidência, necessitando de estudos com melhor descrição da abordagem metodológica para garantir maior robustez a essas descobertas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1087
ISSN 1983-1793X
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QUALIDADE DE VIDA E VOZ EM ADULTOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA.
Nascimento, B. de O. ; Marinho, T. R. ; Pereira, M. C. W. ; Chaves, L. E. S. ; Pessoa-Almeida, A. N. ; Maia, A. A. ;

A deficiência auditiva (DA) na vida adulta impacta em agravos biopsicossociais, por exemplo na colocação e desempenho no mercado de trabalho, cujos fatores podem estar relacionados à sua eficiência comunicativa. Há uma variabilidade de perfis vocais na população de pessoas com DA, que se relaciona com fatores como o perfil audiológico, a idade em que ocorreu a perda, o tipo de tecnologia assistiva utilizada e reabilitação. Adultos com DA podem apresentar características de qualidade vocal tal como voz soprosa, tensa ou com irregularidade laríngea e, frequentemente, diminuição de extensão de articuladores e de tensão no trato vocal, com elevação laríngea. Tais características impactam na sua comunicação e, consequentemente, na sua qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi identificar a relação entre qualidade de vida e a voz de adultos com DA. Trata-se de um estudo observacional e transversal, aprovado pelo comitê de ética (Parecer: 5.558.787) e com fomento, metodologicamente desenvolvido por meio de recursos tecnológicos e humanos de grupo de pesquisa de Laboratório de Audiologia e Voz pertencentes a uma universidade pública com Hospital Universitário e Clínica Escola, com ensino-pesquisa-assistência-extensão e engajado em serviço credenciado na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência do Sistema Único de Saúde. A amostra deste recorte de pesquisa foi composta por 10 adultos usuários de AASI e/ou IC, com média etária de 49,7 ±12 anos, sendo 7 mulheres e 3 homens. Os impactos da voz na qualidade de vida foram mensurados pelo protocolo Qualidade de vida e voz –QVV, que tem sido aplicado em todos os pacientes que chegam à candidatura ao implante coclear e também em acompanhamento pós implante coclear. Os resultados do QVV evidenciaram que a voz dos adultos com DA impactaram sua qualidade de vida (média do score total: 63,25) todavia com elevada variabilidade de fatores neste grupo (DP ±32,21), sendo maiores ocorrências de agravos em usuários de AASI quando comparados a autoreferência de usuários de IC. O impacto do perfil vocal desta população foi descrito tanto no domínio físico (média= 65,0 ±29,0) quanto no domínio sócio-emocional (média= 62,5 ±39,2). Pela média das respostas na escala de quantificação do problema, “Ter dificuldades ao telefone, por causa da minha voz” foi autorreferido fortemente como problema e “Ficar ansioso ou frustado, por causa da minha voz” e “Ter que repetir o que falo para ser compreendido” foram classificados como um problema em nível moderado. Acompanhar os impactos do perfil vocal da pessoa com DA na sua qualidade de vida pode ser uma estratégia como balizador para definição de candidatura ao Implante Coclear, acompanhamento e assertividade em definições de estratégias de reabilitação.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1118
ISSN 1983-1793X
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QUALIDADE DE VIDA EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: PROTOCOLO DE REVISÃO SISTEMÁTICA
Grassi, J. ; da Silva, P. R. F. ; Chiriboga, L. F. ; Reis, R. A. ; Pessoa-Almeida, A. N. ;


Introdução: A deficiência auditiva-DA implica a Qualidade de Vida-QV da pessoa com deficiência-PcD e sua família. Múltiplos fatores intervenientes constituem e designam repercussões nas possibilidades de comunicação e que trazem, indissociavelmente, novas condições de constituição social e inserção na comunidade. Objetivo: Descrever o protocolo de revisão sistemática sobre a QV em crianças de até cinco anos, com DA, usuárias de Dispositivos Eletrônicos de Amplificação Sonora-DEAS. Método: Protocolo, em alta conformidade, elaborado segundo o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses - PRISMA, registrado no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) sob a identificação CDR42022348219. A pesquisa foi delimitada pela questão norteadora, bases de dados bibliográficos consultadas e a estratégia de busca, com o uso dos operadores booleanos. Os critérios de seleção, extração dos dados e avaliação metodológica dos estudos incluídos pelo protocolo foram definidos. Não houve restrição de idioma, período ou tipo de estudo. Resultados: O resumo das evidências foi sistematizado conforme fluxograma e variáveis de interesse para a discussão. À apreciação sensível e fidedigna diante da questão problema e apurada filtragem de evidências da temática conforme qualidade metodológica, figurou a primeira rota de revisão sistemática com método reproduzível para reunir e sintetizar todas as evidências disponíveis, sem restrição de data e idiomas, para averiguação das evidências sobre a QV em crianças com DA usuárias de DEAS. A questão de pesquisa foi apresentada utilizando o acrônimo PICOS17 (Patient/Population, Intervention/Exposure, Control or Comparison, Outcomes, Study Design), bem como critérios de inclusão e exclusão, fontes de informação, estratégia de busca, seleção dos estudos, extração dos dados, avaliação metodológica dos estudos incluídos, apresentação e resumo das evidências, síntese de dados e discussão, que oportunizaram classificação em filtragem que congregou agrupamento de evidências nesta população estudada. Evidencia-se rigorosos e notáveis decisões de tomadas na adesão da reabilitação, tangíveis nas etapas iniciais de desenvolvimento de habilidades auditivas e de linguagem (conforme a língua adotada), outrossim, período preambular de forte orientação e aconselhamento, engajamento da família e ingresso em instituição escolar. Conclusões: Este estudo fornece subsídios aos profissionais para a tomada de decisões assertivas em intervenções terapêuticas, com diretrizes baseadas em evidências na atenção à saúde desta população. Espera-se que nossos resultados sejam de interesse para os profissionais da saúde, a perscrutar não somente a Fonoaudiologia clínica mas contexto interprofissional que designam elementos de balizadores de serviços e informações de dados em perspetiva de saúde coletiva, da RCPD-SUS, especialmente, a fim de fomentar discussões de grupos bem como contribuir órgãos reguladores e políticas públicas de saúde para a qualidade de vida da população pediátrica com DA
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1328
ISSN 1983-1793X
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QUALIDADE DO SONO E DIFICULDADES EM HABILIDADES AUDITIVAS EM SUJEITOS COM PERDA AUDITIVA
Moreira, P. G. I. ; Rombola, I. T. ; Oliveira, A. M. ; Barbui, T. R. M. ; Vedovato, G. L. ; Sa, N. C. ; Marques, Y. S. ; Couto, M. C. H. ; Pinato, L. ; José, M. R. ;

Investigar possíveis fatores que possam interferir no sistema auditivo periférico e central, como os distúrbios do sono, para entender como o impacto que a perda auditiva traz ao indivíduo poderia possibilitar um processo de reabilitação mais satisfatório aos indivíduos com perda auditiva, proporcionando uma melhora na qualidade de vida destes sujeitos. Dessa forma, a justificativa para esse estudo foi analisar se a piora da qualidade do sono, poderia impactar negativamente nas habilidades auditivas autorrelatadas. Objetivo: verificar se existe correlação entre a qualidade do sono e dificuldades em habilidades auditivas em sujeitos com perda de audição. Metodologia: O delineamento do estudo foi observacional, transversal e analítico, com aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisas em Seres Humanos (parecer nº 6.556.824). A amostra foi composta por 20 participantes, com idade média de 68,5 ± 14,8 anos, que se voluntariaram durante seus atendimentos para acompanhamento do uso dos aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) na clínica escola em que o estudo foi realizado. Foram excluídos aqueles sujeitos que apresentaram impedimentos cognitivos ou dificuldades de compreensão autorrelatadas. Os procedimentos do estudo consistiram na aplicação do questionário Amsterdam Inventory for Auditory Disability and Handicap (AIADH) para investigar queixas dificuldades auditivas autorrelatadas e o questionário de qualidade de sono de Pittsburgh. Foi realizada estatística descritiva e devido a anormalidade da distribuição dos dados a análise inferencial foi realizada com teste de correlação de Spearman (nível de significância de 5% - p<0.05). Resultados: Do total da amostra, oito participantes obtiveram escore total maior do que 5 no questionário Pittsburgh, indicando grandes dificuldades em pelo menos dois componentes ou dificuldades moderadas em mais de três componentes deste instrumento. A pontuação total obtida no questionário AIADH foi correspondente a mediana de 27,0 (Quartil 1 – Q1: 13,5 e quartil 3 – Q3: 50,0), com pontuação mínima de dois e máxima de 66. Já no questionário Pittsburgh, o escore total correspondeu a mediana de 4,5 (Q1: 3,0 e Q3: 7,2), com pontuação mínima de dois e máxima de 13. Foi observada diferença significante entre as escalas detecção de estímulos auditivos e uso de medicamentos para dormir (p= 0,022; r= -0,510), inteligibilidade de fala no silêncio e latência do sono (p= 0.047; r= 0,450) e uso de medicamentos para dormir e pontuação total do questionário AIADH (p= 0.044; r= -0,454). Não foi observada correlação entre as pontuações totais dos questionários AIADH e Pittsburgh (p= 0.753). Conclusão: Se observou, nessa amostra, que a qualidade do sono interferiu em habilidades auditivas, como o uso de medicamentos para dormir diminuiu as queixas quanto a habilidade de detecção auditiva e pontuação total do questionário Amsterdam Inventory for Auditory Disability and Handicap, assim como, a piora da latência do sono causou maiores queixas de dificuldades na inteligibilidade de fala no silêncio.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1326
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1326


QUALIDADE DO SONO EM PACIENTES COM ZUMBIDO CRÔNICO
Teixeira, A.R. ; Santos, C.D ; Sartor, N. C. ; Selaimen, F.A. ; Rosito, L.P.S. ; Weingaertner, L.W. ; Venturini, K.D. ; Unchalo, A.L.S. ;

Introdução: O zumbido, uma percepção auditiva na ausência de estímulo sonoro externo, é uma condição que impacta profundamente a qualidade de vida dos pacientes, indo além do aspecto sensorial para afetar também o emocional, cognitivo e social. A persistência do zumbido pode perturbar o sono, prejudicando a saúde física e cognitiva dos indivíduos. Objetivo: Analisar a relação entre qualidade do sono e zumbido crônico. Métodos: Este estudo adotou uma abordagem prospectiva, transversal e observacional com uma análise quantitativa, em conformidade com as diretrizes éticas de pesquisa envolvendo seres humanos. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. A amostra foi selecionada por conveniência, ao longo do período de coleta de dados, que se estendeu de outubro de 2022 a dezembro de 2023. Os critérios de inclusão foram: indivíduos com relatos de zumbido crônico, atendidos em um hospital-escola de nível terciário, com idade igual ou superior a 18 anos. Os participantes consentiram voluntariamente em participar da pesquisa, expressando seu acordo por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. A coleta de dados ocorreu por meio de um questionário que explorou informações como idade, gênero e características específicas do zumbido. Para avaliar a qualidade do sono, foi empregado o Mini Questionário do Sono (MQS), composto por dez perguntas. Além disso, a audição dos participantes foi submetida à avaliação por meio de audiometria tonal liminar. Os dados coletados foram submetidos a análise estatística utilizando o software SPSS versão 21.0, adotando um nível de significância de 5% (p<0,05). As variáveis quantitativas foram descritas por meio de médias e desvios-padrão ou medianas e amplitude interquartílica, enquanto as variáveis categóricas foram descritas em termos de frequências absolutas e relativas. Diferenças entre grupos foram analisadas utilizando uma variedade de testes estatísticos, incluindo t-student, ANOVA, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher, conforme apropriado para cada caso. Resultados: a amostra incluiu 51 participantes, com uma maioria de 68,6% mulheres, e faixa etária variando de 19 a 83 anos, com predomínio de indivíduos de meia idade (média de 57,2 anos), presença de zumbido bilateral e perda auditiva. No Mini Questionário do Sono (MQS), a média do escore total foi de 39,1 pontos, com a maioria dos participantes classificados como tendo sono muito alterado, que é a classificação mais alta de impacto no sono. Conclusão: Na análise dos dados, foi observada uma associação entre alteração na qualidade do sono e zumbido crônico, pois a maioria dos pacientes demonstrou um padrão de sono muito perturbado.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1222
ISSN 1983-1793X
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QUEIXAS AUDIOLÓGICAS E OTONEUROLÓGICAS ENCONTRADAS EM UNIVERSITÁRIOS
Freitas, W. M. B. V. C. ; Heneg, V. L. B. O. ; Ghotme, H. T. K. ; Peixoto, A. J. A. M. ; Rocha, B. S. ;

A presente pesquisa teve como principal objetivo investigar possíveis queixas audiológicas e otoneurológicas em universitários de uma Instituição privada de Ensino Superior, do município de Foz do Iguaçu - PR. Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo e quantitativo, onde foi realizada uma coleta de dados através de pesquisa de campo, de forma descritiva. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário, com perguntas direcionadas a queixas audiológicas e otoneurológicas via Google Forms. Participaram deste estudo graduandos dos cursos de Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Estética e Cosmética, Farmácia, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia e Psicologia. A amostra foi composta por 126 universitários, com média de 22 anos, sendo a maior parte do gênero feminino. Como resultado, verificou-se que a maioria dos estudantes nunca se consultaram com um fonoaudiólogo e nunca realizaram exame específico de audição (audiometria). Em relação aos participantes que apresentaram queixas audiológicas e/ou otoneurológicas, observou-se que a menor parte ainda não procurou ajuda profissional para tratamento das mesmas. O estudo revelou ainda que os participantes possuem pouco conhecimento sobre a atuação fonoaudiológica nas queixas abordadas.
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Página(s): p.1037
ISSN 1983-1793X
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QUEIXAS AUDIOLÓGICAS E OTONEUROLÓGICAS ENCONTRADAS EM UNIVERSITÁRIOS.
Heneg, V. L. B. O. ; Ghotme, H. T. K. ;

A presente pesquisa tem como principal objetivo investigar possíveis queixas audiológicas e otoneurológicas em universitários de uma Instituição privada de Ensino Superior, do município de Foz do Iguaçu - PR. Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo e quantitativo, onde foi realizada uma coleta de dados através de pesquisa de campo, de forma descritiva. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário, com perguntas direcionadas a queixas audiológicas e otoneurológicas via Google Forms. Participaram desse estudo graduandos de todos os períodos dos cursos de Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Estética e Cosmética, Farmácia, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia e Psicologia. A amostra foi composta por 126 universitários, com média de 21,8 anos e 78% do sexo feminino, sendo que 81% nunca se consultaram com um fonoaudiólogo e 77,8% nunca realizaram exame específico de audição. Em relação as queixas, 21% têm queixa de zumbido, 33% têm queixa de zumbido e 13% têm queixa de equilíbrio. Dessa forma, verificou-se que os universitários apresentam queixas audiológicas e/ou otoneurológicas e possuem (em partes) conhecimento sobre a atuação fonoaudiológica na reabilitação dessas queixas. Por fim, diante dos dados apresentados nessa pesquisa, onde parte dos estudantes afirmam possuir problemas relacionados a audição, tontura e equilíbrio, sugere-se que procurem realizar uma consulta com um fonoaudiólogo e, se for o caso, realizem exame específico de audição.
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Página(s): p.1036
ISSN 1983-1793X
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QUEIXAS RELACIONADAS A AUDIÇÃO A PARTIR DA PERCEPÇÃO DE IDOSO EM UM CLUBE DE CONVIVÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Assis, S. S. ; Leme, A. L. ; Vieira, A. P. P. ; Pires, B. A. P. ; Machado, G. S. ; Bertoni, L. V. ; Fernandes, M. F. ; Rocha, N. S. ; Lima, R. R. ; ALPES, M. F. ;

QUEIXAS RELACIONADAS A AUDIÇÃO A PARTIR DA PERCEPÇÃO DE IDOSOS EM UM CLUBE DE CONVIVÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Área de submissão: Políticas Públicas em Saúde Auditiva

Sabrina Silva de Assis, UNISO.
Ana Laura Leme, UNISO
Ana Paula Pereira Vieira, UNISO.
Beatriz de Almeida Pinella Pires, UNISO.
Gabriela da Silva Machado, UNISO.
Lana Vieira Bertoni, UNISO.
Mariana Ferreira Fernandes, UNISO.
Nathália dos Santos Rocha, UNISO.
Rodolfo Rocha Lima, UNISO.
Matheus Francoy Alpes, UNISO.


RESUMO
Introdução: A Fonoaudiologia abrange diversas áreas de atuação e com o crescimento da população idosa no Brasil, queixas relacionadas a audição se tornam comuns. Dentre as mais recorrentes, destacam-se a perda auditiva, zumbido e dificuldades de equilíbrio, sendo o fonoaudiólogo um profissional de suma importância no atendimento deste público. Objetivo: Descrever as queixas relacionadas a audição relatadas por idosos frequentadores de um clube de convivência. Metodologia: Relato de experiência sobre o desenvolvimento de um protocolo de triagem fonoaudiológica por estudantes do sexto semestre de um curso de Fonoaudiologia de uma Universidade privada do estado de São Paulo, em um componente curricular prático destinado ao atendimento da população idosa, ofertado durante o segundo semestre de 2023 em um clube de convivência para idosos mantido pela Prefeitura da cidade de Sorocaba, São Paulo. Este instrumento contemplava dados de identificação (nome, idade, escolaridade e profissão anterior), queixa principal, hábitos diários e dinâmica familiar, abrangendo ainda questões referentes às áreas da Fonoaudiologia. Na seção de Audiologia, haviam sete questões dicotômicas (sim/não) relacionadas a possíveis queixas auditivas. Todos os idosos que frequentavam o clube de convivência foram convidados a participar da triagem fonoaudiológica de forma voluntária em dia e horário pré-estabelecido. Resultados: Participaram 21 idosos, com predominância feminina (n = 15, 71,42%) e média de idade de 64,5 anos. Destes, nove (45,82%) relataram ter dificuldades para ouvir, dois (9,52%) com dores de ouvido recorrentes, cinco (23,80%) com sensação de “ouvido tampado”, três (14,28%) usavam aparelho de amplificação sonora individual (AASI) e 17 (80,95%) afirmaram ter realizado algum tipo de exame auditivo. Conclusão: As queixas relacionadas a audição foram comuns aos idosos, reiterando a relevância desta temática e do fonoaudiólogo no atendimento desta população. Além disso, destaca-se a oportunidade dos estudantes em elaborar e aplicar um instrumento de triagem, promovendo assim, raciocínio teórico-prático e a possibilidade em vivenciar ações de educação em saúde, com foco na promoção e prevenção da saúde auditiva.
Palavras-chave: Audição; Idosos; Serviços de Saúde para Idosos; Fonoaudiologia
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1220
ISSN 1983-1793X
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QUESTIONÁRIO APDQ EM INDIVÍDUO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Almeida, M.B.S.K. ; Pereira,L.D. ;

Alterações sensoriais estão presentes em crianças com transtorno do espectro do autismo, entre elas, alterações de ordem auditiva. Vários fenômenos comportamentais estão agrupados nos mecanismos e processos do sistema auditivo e a esse conjunto de processos típicos atribui-se o termo Processamento Auditivo.
Escalas de triagem podem ser usadas para identificar indivíduos que estão em risco para o TPAC. Questionários respondidos por parentes são ferramentas que podem auxiliar no fornecimento de informações sobre os déficits de comunicação do indivíduo e o impacto em sua vida diária.
Objetivo: identificar e analisar as situações de habilidades de escuta do cotidiano na percepção dos pais ou cuidadores de sujeitos com TEA, utilizando o questionário APDQ (The Auditory Processing Domains Questionnaire) criado por Brian O’Hara em 2007 e atualizado em 2020.
Método: Estudo de caso. Foi aplicado o questionário APDQ aos pais ou cuidadores de um indivíduo autista nível 1 de suporte, contendo perguntas simples relacionadas a situações do dia a dia que envolvam o comportamento auditivo, de linguagem e de atenção. Foram aplicados também os seguintes testes que compõem a bateria de avaliação do Processamento Auditivo: PSI, Teste dicótico de dígitos, RGDT e teste de padrão de duração. O questionário APDQ foi usado como triagem do processamento auditivo em indivíduos com TEA, com o intuito de identificar risco para alteração do processamento auditivo.
Resultado: O questionário APDQ apresentou alto risco para transtorno do Processamento Auditivo Central, indicando a necessidade de encaminhamento para a avaliação de PAC. Na avaliação de PAC o paciente apresentou alteração em todas as habilidades auditivas avaliadas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1369
ISSN 1983-1793X
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QUESTIONÁRIO SPEECH, SPATIAL AND QUALITIES OF HEARING SCALE (SSQ): INFLUÊNCIA DA FAIXA ETÁRIA E DAS CARACTERÍSTICAS AUDIOLÓGICAS
Souza, L.F. ; Pinheiro, M.M.C. ; Scharlach, R.C. ;

INTRODUÇÃO: O Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale (SSQ) é um questionário desenvolvido para medir as habilidades e experiências que envolvem a audição em situações realistas do cotidiano dando destaque à audição binaural e apresenta diferentes versões considerando a extensão do material. No Brasil, a versão com cinco perguntas (SSQ-5) mostrou-se eficaz como ferramenta de triagem auditiva em adultos, mas há escassez de estudos sobre a viabilidade do uso deste material na clínica audiológica. OBJETIVO: Analisar os resultados do questionário SSQ-5, considerando faixa etária e características audiológicas. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, prospectivo e de delineamento transversal, realizado com pacientes atendidos em um ambulatório de audiologia clínica de um serviço público do sul do país e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Instituição sob o número 5.969.539. A amostra foi do tipo não probabilística por conveniência, sendo adotados os seguintes critérios de inclusão: idade superior a 18 anos, ser falante do português brasileiro, não possuir déficits intelectuais aparentes, ter boa acuidade visual ou fazer uso de lentes corretivas que permitissem o acesso a informações gráficas, apresentar perda auditiva do tipo sensorioneural e/ou mista e de grau leve a severo bilateralmente, não ser usuários de dispositivos eletrônicos de amplificação sonora. O questionário SSQ-5 é composto por cinco questões divididas em três subescalas, a saber: “audição para a fala”, “audição espacial” e “qualidade da audição” Os participantes foram orientados a atribuir uma nota de zero a 10 a cada uma das cinco perguntas apresentadas, utilizando-se uma escala visual analógica. Atribuir “0” indicava que o indivíduo não conseguia executar a atividade auditiva em questão, enquanto “10” indicava que o indivíduo poderia executar a atividade perfeitamente. Os dados coletados foram submetidos a análise estatística descritiva e inferencial, sendo estabelecido o nível de significância de 5%. RESULTADOS: Participaram do estudo 20 indivíduos, a maioria do sexo feminino (65,5%) e acima de 60 anos (60%), sendo a média etária de 64,85 anos. Com relação às características da perda auditiva, houve maior prevalência da perda auditiva do tipo sensorioneural e de grau moderado. A pontuação média do SSQ-5 foi de 5,39, sendo a menor pontuação observada no domínio audição para a fala (5,08). Não houve diferença estatisticamente significativa entre as faixas etárias (adulto e idoso) em relação à pontuação total do SSQ-5 (p=0,805). Apesar de não ser observada diferença estatística, os adultos e o grupo com perda auditiva simétrica apresentaram melhor desempenho para o domínio audição para a fala. Houve correlação negativa entre os escores do SSQ-5 e os limiares audiométricos e correlação positiva com o desempenho no reconhecimento de fala. CONCLUSÃO: A média do SSQ-5 total foi de 5,39, não sendo observada diferença entre os adultos e idosos. Maiores pontuações no SSQ-5 estão relacionadas com melhores limiares audiométricos e melhor reconhecimento de fala.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1190
ISSN 1983-1793X
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RASTREIO AUDITIVO COMO AÇÃO DE SAÚDE RURAL EM REGIÃO RURAL-URBANA: RESULTADOS PRELIMINARES
CARVALHO, B. M. ; Matos, H. G. C. ; Andrade, F. B. ; LOPES, A. C. ;

Introdução: Estimativas apontam que globalmente mais de 1,5 bilhão de pessoas possuem algum grau de perda auditiva e no Brasil são estimados 2,3 milhões de casos de deficiência auditiva, explicitando a importância da identificação precoce de alterações auditivas. O perfil populacional e acesso a serviços de saúde influencia diretamente na oportunidade de acesso à saúde auditiva. Nesse sentido, cabe considerar a perspectiva da saúde rural acerca da promoção de saúde em comunidades localizadas em áreas rurais, considerando suas necessidades específicas e os desafios de infraestrutura, ambientais e culturais. Objetivo: Analisar uma ação de rastreio auditivo para população residente em região rural-urbana do interior de São Paulo. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e observacional. Os participantes da pesquisa foram convidados a responder dois inventários estruturados de rastreio de alterações audiológicas por meio de entrevistas presenciais em localidades urbanas e rurais. Foi considerada a participação de adultos e crianças mediante consentimento em participar da pesquisa a partir de aceite do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram analisados de forma descritiva e inferencial. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética — Parecer n.º 5.294.250. Resultados: Uma amostra preliminar de 11 participantes revelou uma idade média e mediana de 25 anos (Max=40; Min=7; DP=9.8). A distribuição por sexo mostrou que 16,7% eram do sexo masculino, enquanto 83,3% eram do sexo feminino. A maioria (83,3%) dos participantes relatou não ter dificuldades de audição, enquanto 16,7% afirmaram ter. Entre os adultos, 66,7% não relataram trabalhar com exposição a ruído, enquanto 27,3% tiveram exposição, sendo que 33,3% destes foram expostos a ruído e agentes químicos, e 66,7% a ruído e vibração. Quanto aos sintomas auditivos, 58,3% afirmaram já ter tido otalgia, enquanto 41,7% não apresentavam queixas. Em relação à otite, 25% da amostra relatou ter apresentado quadros, enquanto 75% não recordavam queixas. Quanto à otorreia, 33,3% já tiveram um quadro, enquanto 66,7% não apresentaram queixas. Em relação ao zumbido, 75% afirmaram ter, enquanto 25% não apresentavam queixas. Metade dos participantes relatou ter quadros de tontura, sendo que 50% desses já tiveram crises. Todos os participantes foram orientados sobre a importância dos cuidados com a saúde auditiva, e aqueles com queixas auditivas foram encaminhados para buscar atendimento médico e fonoaudiológico no Sistema Único de Saúde. Conclusões: Os resultados preliminares permitem apontar a necessidade de ampliação do acesso do serviço em Fonoaudiologia para prevenção e identificação precoce de alterações auditivas em diferentes grupos populacionais. A perspectiva da saúde rural oferece apontamentos de abordagens ampliadas para promoção da saúde auditiva considerando a sua diversidade e contextos de saúde.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1368
ISSN 1983-1793X
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RASTREIO DE ALTERAÇÕES DAS HABILIDADES AUDITIVAS TEMPORAIS EM INDIVÍDUOS COM GAGUEIRA ATRAVÉS DO USO DE ESCALA DE RASTREIO
Paschoal, A. V. C. ; Picoloto, L. A. ; de Oliveira, C. M. C. ; Cardoso, A. C. V. ;

Introdução: A relação entre processamento auditivo central (PAC) e os transtornos da comunicação humana tem sido objetivo de diversos estudos nas últimas décadas. Identificar desordens que possam coexistir com as alterações no neurodesenvolvimento possibilita maior compreensão do caso e possibilidade de intervenções. Frequentemente os aspectos temporais da audição encontram-se alterados em indivíduos com gagueira, sendo assim, seria de grande importância a utilização de mecanismos de rastreio que possam identificar a presença de alterações auditivas nestes indivíduos. Objetivo: Comparar o desempenho na avaliação das habilidades temporais da audição de indivíduos de risco para alteração no PAC com o desempenho de indivíduos sem risco para alteração no PAC. Metodologia: Participaram deste estudo 20 indivíduos com gagueira, de ambos os sexos, com idade entre 7 e 18 anos, que foram divididos em dois grupos: Grupo com indicação de risco para alteração no PAC (G1), composto por 10 indivíduos, com idade variando entre 7 e 18 anos (média de 10,8 anos) e; Grupo sem indicação de risco para alteração no PAC (G2), composto por 10 indivíduos com idade variando entre 7 e 17 anos (média de 10,2 anos). Os responsáveis pelos indivíduos participantes responderam à Scale of Auditory Behavior (escala SAB) e posteriormente foi realizada avaliação audiológica básica e aplicação de testes comportamentais que avaliaram o processamento temporal(Teste de Padrão de Frequência (TPF), Teste de Padrão de Duração (TPD) e Random Gap Detection Test(RGDT). Após a conclusão da avaliação os indivíduos foram separados em grupos para a análise dos dados. Resultados: A média do escore do SAB do G1 foi de 33,4 pontos, enquanto do G2 foi de 52,1 pontos. O comportamento auditivo com maior índice de alteração, em ambos os grupos, foi a “Desorganização” (média de 2,9 pontos), seguido por “Facilmente distraídos”, sendo a média de 2,4 pontos para o G1 e 3,7 pontos para o G2. Também se comparou o escore final da escala SAB com os resultados dos testes e se observou que, em ambos os grupos,60% dos indivíduos apresentaram alteração no TPF, 40% no TPD e 40% no RGDT. Conclusão: Na população avaliada a escala SAB demonstrou grande variabilidade dos resultados, visto que tanto o grupo com pontuação compatível com risco para alteração no PAC quanto o grupo sem risco apresentaram desempenho semelhante nos testes que avaliaram o processamento temporal.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1267
ISSN 1983-1793X
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RASTREIO PRECOCE DE ALTERAÇÕES AUDITIVAS NO TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO
Oliveira, P.F ; Gois da Silva, N.S. ; Reis, L.F ; Barros, A.N.C ; Santos, M.E.A ; Nascimento, F.C ; Ferreira, F.A ; Andrade, I.V.V. ; Moraes, A.A.B ; Lima, K.M ;

INTRODUÇÃO: A quimioterapia é um procedimento terapêutico que envolve o uso de medicamentos que tem como objetivo eliminar as células cancerosas. Esse tratamento pode causar efeitos colaterais no sistema auditivo, como zumbido e perda de audição. Desta maneira, as emissões otoacústicas transientes (EOAT) são um método eficaz para detectar precocemente a perda auditiva, pois permitem avaliar a função coclear. OBJETIVO: Analisar as respostas das EOAT em pacientes submetidos à quimioterapia. MATERIAL E MÉTODO: A pesquisa foi do tipo coorte com corte transversal, de natureza analítica e observacional. Foram realizados procedimentos como anamnese (dados sociodoemograficos, história pregressa do câncer, saúde auditiva incluindo as queixas como não ouvir bem e presença de zumbido), meatoscopia e registros das EOAT, sendo os dados posteriormente analisados no software SPSS 20.0. Na análise considerou-se p valor significativo quando ≤0,05. RESULTADOS: O câncer de mama foi o mais incidente, principalmente entre mulheres com média de idade de 47,23 anos. O medicamento ototóxico mais utilizado foi do grupo da platina e a maioria (61,5%) relatou piora na audição e 100% presença de zumbido. Na análise das EOAT verificou-se que 61,5% apresentaram ausência de respostas para orelha direita e 44,2 % para orelha esquerda, entretanto não houve diferença estatisticamente significativa para os pacientes que relataram presença de queixa auditiva. CONCLUSÃO: As emissões otoacústicas transientes desempenham um papel importante na rastreio auditivo durante o tratamento quimioterápico, pois auxiliam no diagnóstico precoce. É um exame rápido, não invasivo e não depende da resposta comportamental do paciente, uma vez que muitos se encontram debilitados em decorrência do tratamento antineoplásico.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1354
ISSN 1983-1793X
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RAZÕES QUE INFLUENCIAM A PARTICIPAÇÃO OU AUSÊNCIA NO RETESTE DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: PERCEPÇÕES MATERNAS
Batista, D. R. ; Ferreira, S. M. ; Dondoni, B. A. ; Silva, V. B. ;

Introdução: A triagem auditiva neonatal é recomendada para todos os recém-nascidos e deve ser realizada até, no máximo, o primeiro mês de vida. Quando os neonatos não passam na triagem auditiva, é crucial orientar os pais sobre a necessidade e importância de realizar um reteste. O alto índice de não comparecimento ao reteste é identificado como o principal desafio na eficácia dos programas de triagem auditiva neonatal. No entanto, há uma lacuna no entendimento dos motivos subjacentes a essa falta de comparecimento. Alguns estudos indicam que a falta de conhecimento por parte dos pais e responsáveis, o desinteresse em relação às questões de saúde auditiva dos filhos pode comprometer a adesão ao protocolo preconizado pelo Ministério da Saúde, impactando negativamente a continuidade do acompanhamento. Objetivo: Caracterizar quais foram os motivos de comparecimento ou não ao reteste da triagem auditiva neonatal. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado no programa de triagem auditiva neonatal de uma maternidade pública, aprovado pelo comitê de ética (nº 5.531.665), no período de 13 de setembro de 2022 à 31 de janeiro de 2024. Foram incluídas no estudo 121 genitoras, cujos recém-nascidos foram agendados para o reteste na maternidade, por falha na triagem na alta hospitalar. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista com a genitora, a qual respondia ao questionamento sobre o motivo que a fez voltar para o reteste, questão esta que foi feita para todas as mães que compareceram. Para as mães que não compareceram, a pesquisadora e a fonoaudióloga do serviço entrou em contato por telefone ou aplicativo de mensagem para realizar a busca ativa, quando foi perguntado o motivo de ter faltado no dia agendado para o reteste. As respostas foram tabuladas e submetidos a estatística descritiva. Resultados: No período do estudo, 3915 recém-nascidos realizaram a triagem auditiva, dos quais 3,1% (N=121) foram encaminhados para o reteste; destes, 56,2% (n=68) compareceram, no entanto, somente 17 genitoras foram abordadas no momento do reteste e responderam ao questionamento sobre o motivo da volta, tendo a maioria relatado ter sido por preocupação com a audição do filho; 43,8% (n=53) não compareceram ao reteste; Destas, foi realizado a tentativa de contato por telefone ou por aplicativo de mensagem com 33 genitoras que não compareceram e 57,6% (n=19) não atenderam o telefone ou não responderam a mensagem; Dentre as que responderam, ao serem questionadas o motivo de ter faltado na data agendada, 50% (n=7) relataram dificuldades financeiras, 14,3% (n=2) por desconhecimento, 14,3% (n=2) por problemas de saúde, 7,1% (n=1) relataram a falta de uma rede de apoio, 7,1% (n=1) clima chuvoso e 7,1% (n=1) por ter sido assaltada. Conclusão: Conclui-se que a taxa de comparecimento ao reteste no programa de triagem auditiva da unidade estudada é de 56,2% e o principal motivo alegado pela mãe para o retorno é a preocupação com a audição do filho. A taxa de evasão no reteste do programa é de 43,8% e problema financeiro é o motivo alegado mais frequente para o não comparecimento.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1137
ISSN 1983-1793X
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REABILITAÇÃO AUDITIVA E AVALIAÇÃO VESTIBULAR EM UM CASO COM SÍNDROME DE ALAGILLE
Andrade, A. N. ; Lopes, R. V. ; Silva, A. S. ; Fortes, C. C. ;

Introdução: A síndrome de Alagille (SAG) é uma rara doença de origem genética de caráter autossômico dominante. A mutação ocasionada pode gerar uma série de características clínicas acometendo alguns sistemas do organismo, em especial, o fígado, coração e rins. Devido ao elevado risco de alterações auditivas e vestibulares em indivíduos com alteração renal este estudo faz-se necessário. Objetivo: descrever os resultados de uma avaliação otoneurológica e das avaliações auditivas periféricas e centrais pré e pós treinamento auditivo. Metodologia:Trata-se do relato de caso de uma menina de 14 anos com queixa de dificuldades de aprendizagem e de comunicação em ambientes desafiadores, com diagnóstico de transtorno do processamento auditivo central há um ano. A paciente foi submetida a avaliação audiológica otoneurológica e avaliação audiológica básica (audiometria tonal, logoaudiometria, timpanometria e pesquisa dos reflexos acústicos estapedianos contralaterais), emissões otoacústicas evocadas transientes e por produto de distorção, Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico e Potencial Cognitivo P300. A avaliação audiológica foi realizada pré e pós reabilitação auditiva. Resultados: Avaliação otoneurológica dentro dos critérios de referência, não sendo realizada nova avaliação pós reabilitação auditiva. Limiares auditivos tonais dentro dos padrões de normalidade, curvas timpanométricas do tipo A e reflexos acústicos contralaterais presentes em todas as avaliações. Para as emissões otoacústicas evocadas transientes foram observadas respostas presentes nas bandas de frequência de 1000, 1500, 2000, 3000 e 4000 Hz em ambas as orelhas nas duas avaliações. As emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção revelaram respostas parciais, em ambas as avaliações, com piores resultados nas frequências de 6kHz a 10 kHz bilateralmente. Quanto à avaliação eletrofisiológica da audição, tanto antes quanto depois do TAAC, os resultados do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico mostraram latência absoluta das ondas I, III e V e intervalos interpico I-III, III-V e I-V dentro dos padrões de normalidade para ambas as orelhas. Os resultados do Potencial Evocado Auditivo P300, mostraram latência e amplitude dos componentes N2 e P3 dentro dos padrões de normalidade para ambas as orelhas antes e após o treinamento auditivo. A avaliação e Reavaliação comportamental do processamento auditivo central, pré treinamento auditivo, exibiram alteração em várias habilidades auditivas. A paciente foi submetida ao treinamento auditivo acusticamente controlado em sete sessões, com exercícios complementares de treinamento computadorizado. Conclusão: A paciente apresentou resultados adequados na avaliação otoneurológica, avaliação audiológica básica, pesquisa das emissões otoacústicas evocadas transientes e Potenciais Evocados Auditivos de curta e longa latência antes e após a reabilitação auditiva. Os resultados das emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção se mantiveram e as estratégias de reabilitação surtiram o efeito esperado levando à melhora dos potenciais evocados auditivos e normalização das habilidades auditivas centrais. Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que a SAG pode estar associada a alterações auditivas diversas, envolvendo componentes periféricos e centrais. A reabilitação auditiva proposta, demonstrou ser uma abordagem eficaz para melhorar as habilidades auditivas em indivíduos com SAG, embora mais pesquisas sejam necessárias para compreender completamente os mecanismos subjacentes e a extensão desses efeitos em longo prazo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1266
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1266


REABILITAÇÃO DO TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL COM ESTÍMULOS MUSICAIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
TEIXEIRA, K.M. ; SPERANÇA,S. ;

Introdução: Processamento Auditivo Central (PAC) refere-se à eficiência e eficácia com que o sistema nervoso central utiliza informações auditivas. Fatores biológicos e ambientais podem interferir nas habilidades auditivas, tais como: identificação, discriminação e lateralização dos sons, localização da fonte sonora, reconhecimento da frequência, intensidade e duração do som, figura fundo, resolução temporal e fechamento auditivo. A alteração do desvio padrão de uma ou mais dessas habilidades, configura o Transtorno do Processamento Auditivo (TPAC), caracterizado pela dificuldade em compreender a informação auditiva e processá-la rapidamente. O TPAC impacta as habilidades de comunicação e acadêmicas. Crianças com TPAC podem apresentar dificuldade de consciência fonológica. O TPAC também acomete adultos já alfabetizados. Após o diagnóstico de TPAC, é determinante a intervenção com base na estimulação das habilidades auditivas. A reabilitação do TPAC se dá através da estimulação acústica das habilidades auditivas por meio de estímulos simples e complexos que favorecem a neuroplasticidade. Há dois modelos de reabilitação, o Treinamento Auditivo Formal realizado em cabine acústica, que permite o controle das características acústica do som; e, o Treinamento Auditivo Informal, no qual o controle dessas características é menor. Estudos mostram que a música, favorece a atividade neural e possibilita a mudança do mapa cortical. É um estímulo que se mostra aliado tanto no tratamento como na prevenção do TPAC, em adultos e crianças. Objetivo: revisar a literatura que compreende a utilização da música na reabilitação das habilidades auditivas e sua eficácia. Metodologia: Realizou-se um levantamento de estudos científicos publicados entre janeiro de 2013 e outubro de 2023, nas bases de dados: Scielo, Pubmed, Lilacs e Google Acadêmico. Resultados parciais: foram pré-selecionados 20 artigos, dentre estes, dez revelam a eficácia da música com usuários de implante coclear; um mostra a eficácia da música com usuários de AASI; e, um abrange o treinamento tanto os usuários de AASI quanto os de implantados cocleares; um que contempla a eficácia tanto em implantados cocleares quanto em normo-ouvintes; um que a utiliza para retardar os efeitos da presbiacusia; quatro artigos a utilizaram no tratamento de zumbido; um demonstra o efeito da musicalização na perda auditiva neurossensorial. Já para a reabilitação do TPAC foi encontrado um artigo, que utilizou o dueto de vozes para aprimorar as habilidades auditivas em adultos com TPAC. O estudo utilizou testes eletrofisiológicos e comportamentais, para avaliação e reavaliação, em três momentos: antes da intervenção; logo após a intervenção e três meses após a intervenção. Os resultados mostraram que após a intervenção houve melhora, com significância estatística e evidências dos potenciais evocados auditivos, das seguintes habilidades auditivas: ordenação temporal, figura fundo auditiva e fechamento auditivo. Tais melhoras das habilidades auditivas se mantiveram na avaliação após os três meses de treinamento. Conclusões: Mesmo com a evidência da eficácia da música para o aprimoramento do sistema auditivo central e a sua utilização como estímulo para a habilitação e reabilitação das habilidades auditivas em diversas modalidades, o seu uso para a reabilitação do Processamento Auditivo Central ainda é pouco estudado. Palavras-chave: Processamento Auditivo, Treinamento, Música, Reabilitação, Neuroplasticidade.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1124
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1124


REABILITAÇÃO VESTIBULAR EM PACIENTES COM MIGR NEA VESTIBULAR: REVISÃO DE ESCOPO
Yabe, L.L. ; Branco-Barreiro, F.C.A. ;

RESUMO: A Migrânea Vestibular é caracterizada pela associação de crises vertiginosas e de cefaléia, sendo uma variante da Migrânea e o diagnóstico mais frequente em adultos na Otoneurologia. A reabilitação vestibular (RV) é um programa de exercícios, que tem por objetivo diminuir sintomas vestibulares, por meio da compensação vestibular central. OBJETIVO: Compreender a extensão e o tipo das evidências científicas sobre a reabilitação vestibular em pacientes com diagnóstico de Migrânea Vestibular. MÉTODO:Trata-se de uma Revisão de Escopo, ou seja, um estudo que tem como objetivos principais mapear os principais conceitos, clarificar áreas de pesquisa e identificar lacunas do conhecimento, seguindo uma estrutura metodológica estabelecida. As buscas foram realizadas nas bases de dados: PubMed, LILACS, Web of Science e SCOPUS. A seleção dos artigos foi feita em duas etapas, a primeira relacionada à leitura dos títulos e resumos e a segunda relacionada à leitura na íntegra dos estudos selecionados anteriormente. Foram incluídos estudos com indivíduos maiores de 18 anos, com Migrânea, independente de gênero e nível socioeconômico cultural. Foram elegíveis ensaios clínicos controlados randomizados, não randomizados, série de casos, estudos de caso, estudos de coorte, estudos epidemiológicos e opinião de especialistas. Foram elegíveis estudos de todos os países desde que estejam escritos em português, inglês ou espanhol. RESULTADOS: Na busca inicial foram encontrados 191 estudos nas bases de dados eletrônicas. Inicialmente foram excluídos 18 artigos duplicados. Em seguida, foi realizada a leitura de títulos e resumos, tendo sido excluídos 167 nessa etapa. Do total, 6 estudos atenderam os critérios de inclusão e foram selecionados para serem incluídos nesta revisão. Todos os estudos utilizaram mais de um método de avaliação dos resultados da reabilitação vestibular, sendo que os mais utilizados foram o Índice de Marcha Dinâmica (Dynamic Gait Index - DGI), o Questionário de Handicap da Tontura (Dizziness Handicap Inventory - DHI) e a Escala ABC (Activities-Specific Balance Confidence Scale). Quanto aos exercícios de Reabilitação Vestibular, três dos seis estudos mencionaram a adoção de protocolo personalizado e quatro dos seis utilizaram exercícios de habituação, de adaptação vestibular e de equilíbrio corporal. A duração da reabilitação vestibular variou de um mês e meio a três anos. Todos os estudos incluídos observaram melhora dos sintomas vestibulares e do equilíbrio corporal na comparação das medidas de resultados pré- e pós-RV. CONCLUSÃO: Não existe consenso sobre os instrumentos utilizados nas medidas dos resultados da reabilitação vestibular, sendo o DHI o mais adotado. Os exercícios de habituação, adaptação e treino de equilíbrio corporal são os mais utilizados. A reabilitação vestibular promove a melhora dos sintomas e do equilíbrio postural.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1226
ISSN 1983-1793X
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REABILITAÇÃO VESTIBULAR NA SÍNDROME DA DEISCÊNCIA DO CANAL SEMICIRCULAR SUPERIOR: ESTUDO DE CASO CLÍNICO
Calixto, C.A.S. ; Vieira, T.A.L.S. ; Lopes, K.C. ; Ganança, F.F. ; BRANCO-BARREIRO, F.C.A. ;

RESUMO: Deiscência do canal semicircular superior (DCSCS) é uma falha na camada óssea que recobre o canal semicircular superior, que pode causar vertigem e/ou nistagmo na exposição à estímulos sonoros intensos (Fenômeno de Túllio) ou a modificações de pressão dentro da orelha média (Fenômeno de Hennebert). A reabilitação vestibular (RV) é uma forma especializada de terapia destinada a aliviar problemas causados por alterações vestibulares, principalmente vertigem e tontura, instabilidade do olhar e / ou desequilíbrio corporal e quedas. Consiste em um plano de exercícios personalizados elaborados a partir dos achados da avaliação clínica e informações dos pacientes. Embora a reabilitação vestibular seja considerada um tratamento conservador para os sintomas decorrentes da DCSCS e, existam fortes evidências sobre o uso da reabilitação vestibular na presença de hipofunção vestibular, existe escassez de estudos sobre seus efeitos na DCSCS. OBJETIVO: descrever o processo terapêutico da reabilitação vestibular e seus efeitos sobre sintomas otoneurológicos, equilibrio corporal e qualidade de vida em um paciente com SDCSCS. MÉTODO: Estudo observacional e de braço único. Foi descrito um caso clínico de paciente com diagnóstico médico de Deiscência do Canal Semicircular Superior, atendido em um hospital escola no município de São Paulo em 2021. DESCRIÇÃO DO CASO: O paciente é um homem de 64 anos, com ensino superior completo. Relatou início súbito dos sintomas há três anos, durante exposição inesperada a som intenso: tontura com duração de segundos, acompanhada por sintomas neurovegetativos, plenitude aural, instabilidade corporal e sensação de queda. Após esse evento, persistiu com os sintomas quando exposto a sons súbitos e intensos. Paciente com queixa de hipersensibilidade a sons. A avaliação pré-reabilitação vestibular mostrou baixo risco de queda (TUG com dupla tarefa motora e TSL), tontura de intensidade e incômodo severos (EVA), e com leve restrição à participação em atividades de vida diária (DHI). Foram realizadas seis sessões de reabilitação vestibular com supervisão fonoaudiológica com exercícios para aumentar a estabilidade do olhar, o equilibrio corporal e estimular a re-ponderação sensorial, além dos exercícios domiciliares diários. O paciente foi orientado com relação a estilo de vida saudável, condições da DCSCS, a descrever os sintomas vestibulares por meio de um diário e a realizar enriquecimento sonoro para dessensibilização auditiva. A comparação das medidas de resultados pré- e pós-RV mostraram que houve melhora dos sintomas vestibulares e diminuição do risco de queda. CONCLUSÃO: O método exposto e os resultados alcançados apontam para a RV como uma ferramenta importante na recuperação da funcionalidade da pessoa com SDCSCS.
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Página(s): p.1223
ISSN 1983-1793X
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REFLEXO ESTAPÉDICO EVOCADO ELETRICAMENTE EM USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR
Gaiotto,G.N. ; Iervolino,S.M.S. ; Durante, A.S.D. ;

Introdução: O implante coclear (IC) é um dispositivo implantado cirurgicamente na cóclea para substituir as células ciliares do Órgão de Corti, estimulando eletricamente as fibras do nervo auditivo. Essa estimulação, possibilita a percepção de sons em indivíduos com deficiência auditiva severa/profunda neurossensorial bilateral ou unilateral, que não obtiveram sucesso com aparelhos de amplificação sonora. A utilização de medidas objetivas, como o Limiar do reflexo estapédico evocado eletricamente (LREEE), pode ser benéfica na programação do IC. Clinicamente, o LREEE é observado como uma alteração na admitância estática do canal auditivo em resposta à estimulação elétrica por meio do IC; essa deflexão pode ser observada usando a configuração de declínio do reflexo acústico em um analisador de orelha média. No entanto, ainda são poucos os estudos nacionais que verificam a concordância entre o conforto da corrente elétrica utilizado no mapeamento do IC (medida comportamental) como LREEE (medida objetiva).
Objetivo: Investigar a concordância entre o LREEE e os níveis de corrente elétrica obtidos por meio de avaliação comportamental em usuários de IC.
Método: Trata-se de um estudo observacional, prospectivo, tranversversal e descritivo. A presente pesquisa foi aprovada junto ao comitê de ética. (CEP: 6026875). As etapas deste estudo foram conduzidas durante as consultas regulares para ajustes na programação do Implante Coclear. Foram incluídos no estudo usuários de IC com adaptação unilateral ou bilateral e/ou adaptação bimodal, e, excluídos participantes que por motivo de desconforto, alteração de orelha média ou por desistência não concluíram o protocolo de pesquisa. Para o procedimento foi utilizado o equipamento Titan e foi adaptada uma sonda com oliva de borracha na orelha contralateral ao IC. Inicialmente foi realizado o exame timpanométrico e em seguida, para a pesquisa do LREEE foi aberta uma janela do Declínio do Reflexo Acústico para registro da alteração na admitância acústica para os estímulos de pulso elétrico controlado e apresentado pelo software do IC. O protocolo de pesquisa foi realizado em grupo de 4 eletrodos (total de 20 eletrodos).
Resultados: Neste estudo, foram avaliados 6 sujeitos com idade média de 29,83 anos. As etiologias dos participantes são diversas, sendo Meniere, PAIR, trauma acústico, causa desconhecida, meningite e congênita. 33% da amostra realizou a cirurgia com 2 anos de idade. 67% dos participantes faziam uso de aparelho de amplificação sonora antes da cirurgia, e os mesmos mantiveram o uso pós cirurgia. A maior correlação entre os LREEE e os níveis de conforto máximo foi observada nos eletrodos posicionados na região média e apical da cóclea.
Conclusão: Os níveis máximos de conforto de estimulação elétrica dos eletrodos e os limiares do LREEE demonstraram uma correlação significativa. Destaca-se assim o LREEE como um procedimento valioso para a programação do IC.
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Página(s): p.1096
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÃO DAS ALTERAÇÕES AUDITIVAS E VESTIBULARES PÓS-VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19: REVISÃO DE ESCOPO
Cardoso, M.J.F. ; Matos, H.G.C. ; Garrido, S.R.T. ; Cruz, P.C. ; Nader, M.J.M. ; Alvarenga, K.F. ; Jacob, C.B.J. ;

Introdução: A doença do coronavírus (COVID-19) levou ao desenvolvimento de novas vacinas. Contudo, foram relatados eventos adversos pós-vacinação (EAPV), incluindo alterações como: a síndrome de Guillain-Barré, a síndrome de trombose com trombocitopenia e a miocardite. Dentre os EAPV relatados, aqueles de interesse auditivo e vestibular, como perda auditiva sensorioneural súbita (PANSS), zumbido, tontura e vertigem, constituem uma percentagem pequena. Ainda, a associação entre as alterações auditivas e vestibulares e a vacinação contra a COVID-19 não foi claramente estabelecida. Assim, questiona-se: Existem relatos de alterações audiovestibulares pós-vacinação contra a Covid-19? Objetivo: Verificar a ocorrência de alterações auditivas e vestibulares relacionadas à vacinação contra a COVID-19, por meio de uma revisão de escopo. Metodologia: Realizou-se a busca eletrônica de artigos em português com base nas palavras-chave hearing loss, hypoacusis hypoacuses,hearing impairment, deafness, vaccine, vacine, coronavirus, covid-19, SARS-COV-2 e 2019-Ncov utilizando os operadores booleanos AND/OR. A metodologia foi orientada pelo PRISMA-ScR. Realizou-se a extração de artigos completos nas bases Scielo (0), PubMed (13) e Scopus (137), totalizando 150 estudos. Foram incluídas pesquisas populacionais em pacientes que tiveram a confirmação da COVID-19 e relataram alterações auditivas e vestibulares. Os estudos selecionados foram: relatos de casos, séries de casos, observacionais, prospectivos e retrospectivos. Os critérios de exclusão foram considerados para estudos com população pediátrica, estudos que não apresentaram dados dos exames audiológicos e otoneurológicos. Na primeira fase da revisão foram excluídas 13 duplicatas e 102 artigos desconsiderados após leitura de título e resumo. Foram selecionados 35 artigos para leitura integral e 22 estudos foram incluídos na revisão. Resultados: Os sintomas de perda auditiva sensorioneural unilateral, zumbido, plenitude auricular, vertigem e tontura foram encontrados após a vacinação. Porém, a maioria dos estudos identificou baixa relação entre a PANSS e a vacinação contra a COVID-19. Observou-se que a audiometria tonal liminar, e as medidas de imitância acústica foram os procedimentos mais realizados. Somente um estudo realizou exames específicos para função vestibular como: teste de potencial miogênico evocado vestibular cervical (cVEMP), teste de VEMP ocular (oVEMP) e prova calórica. Em relação às vacinas, a maioria dos estudos apresentou os achados com Pfizer-BioNTech, Moderna e Johnson & Johnson (Janssen), dois estudos com AstraZeneca, e somente um com Sinovac e com Sinopharm. Observou-se pesquisas do tipo (10) relato de casos, (2) coorte, (3) transversal, (3) retrospectivo e (4) observacional. Nos estudos clínicos randomizados para liberação das primeiras vacinas não foram descritos EAPV relacionados às alterações audiovestibulares. Evidenciou-se que a maioria dos estudos apresentou baixo nível de evidência científica. Conclusão: Embora a presente revisão tenha identificado alterações auditivas e vestibulares pós-vacinação contra a COVID-19, não é possível afirmar uma relação direta devido às fragilidades metodológicas encontradas nos estudos, os quais apresentam baixo nível evidência científica. Portanto, não foi possível estabelecer uma associação direta entre a vacinação contra a COVID-19 e os sintomas auditivos e vestibulares.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1244
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÃO ENTRE AUDIÇÃO E EXPOSIÇÃO PRÉ-NATAL A CHUMBO E MERCÚRIO EM RECÉM-NASCIDOS DO RIO DE JANEIRO
VILLAR, A. C. N. W. B. ; LEITE FILHO, C. A. ; ANDRADE, M. I. K. P. ; ASMUS, C. I. R. F. ;

Introdução: Segundo um levantamento realizado em 2022 pela Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR- Agência Federal de Saúde Pública nos Estados Unidos da América), chumbo (Pb) e mercúrio (Hg) estão entre os três poluentes que mais oferecem ameaça à saúde devido à frequência da exposição humana e características toxicológicas, tornando-os extremamente relevantes para a Saúde Pública. Estudos de diferentes nacionalidades têm correlacionado Pb e Hg a alterações auditivas. Objetivo: Investigar a relação entre a exposição pré-natal ao Pb e Hg e os resultados da Triagem Auditiva Neonatal (TAN) em recém-nascidos (RN) participantes de uma coorte de nascimentos no Rio de Janeiro. Metodologia: A população desse estudo seccional foi composta por RN que tiveram pelo menos um dos metais detectados no sangue do cordão umbilical, coletado no momento do parto, e que passaram pela TAN. Para essa triagem foram utilizadas as Emissões Otoacústicas por Estímulo Transiente (EOAT), nas quais verificaram-se as intensidades de respostas nas bandas de frequências 2k, 3k e 4kHz e resposta geral, além do resultado do rastreio (“passou”/”falhou”) por orelha. A análise dos dados buscou correlações entre as taxas de concentração dos metais e a amplitude das respostas nas EOAT. Resultados: 441 RN, 223 do sexo masculino (50,6%) e 218 feminino (49,4%), participaram da pesquisa. A média da idade gestacional observada foi de 38 semanas e a média do peso de nascimento, 3198 gramas. 12% da amostra (n=53) apresentou ao menos um indicador de risco para deficiência auditiva. 10,7% da população do estudo (n=47) precisou realizar reteste. Assim, 1,6% (n=7) da amostragem confirmou a falha em pelo menos uma das orelhas avaliadas. A análise dos metais foi realizada em 434 amostras para Pb e 433 para Hg. As taxas de detecção foram de 98,85% para Pb (n=429) e 94% para Hg (n=407). Verificaram-se concentrações que podem manifestar efeitos tóxicos em 2,8% (n=12) dos RN que tiveram Pb detectado (≥ 3,5 μg/dL) e em 1,96% (n=5) daqueles com detecção de Hg (≥ 5 μg/L). Uma correlação negativa e fraca foi evidenciada entre as concentrações de Pb e a amplitude de respostas em 4kHz da orelha direita (OD) (ρ= -0,103; p= 0,033) e em 2kHz em orelha esquerda para exposição à Hg (ρ= -0,129; p= 0,007). Além de uma tendência de correlação negativa e fraca em 3kHz da OD para Pb (ρ= -0,086; p= 0,073). Conclusão: Maiores concentrações de Pb e Hg foram associadas a menores amplitudes de resposta das EOAT, sem influenciar o resultado da TAN.
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Página(s): p.1080
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÃO ENTRE O USO DE AMINOGLICOSIDEOS E OTOTOXIDADE
Lopes, S. L. ; Nicacio, S. V. E. ; Oliveira, J. J. ; Venancio, S. H. J. ; Soares, F. M. ; Correia, S. H. P. ; Bispo, S. S. M. S. ; Mousinho, F. C. K. ;

Introdução: Os aminoglicosídeos são fármacos que fazem parte da família dos antibióticos e tem como um dos efeitos adversos a ototoxicidade. Objetivo: Conhecer a relação da ototoxicidade mediada pelo uso dos aminoglicosídeos. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, com busca realizada nas bases de dados LILACS via BVS e Medline via PubMed. Conforme estratégia PICO, foram incluídos estudos que relacionassem o uso dos aminoglicosídeos e a ototoxicidade. Foram incluídos estudos em português, inglês, espanhol e francês, e houve limitação de estudos publicados nos últimos 5 anos. Resultados e Discussão: Recuperados 2.091 artigos, dos quais 7 foram analisados. Foram publicados de 2019 a 2024, sendo a África do Sul o país que mais publicou sobre o tema (4; 57,14%). No que se refere à amostra, foram estudados 1.607, com idade entre 5 e 50 anos que haviam feito ou faziam uso de antibióticos da classe dos aminoglicosídeos, e de ambos os sexos. Entre as doenças que estavam sendo tratados pelos aminoglicosídeos, estão: a tuberculose multirresistente (5; 71,4%), a fibrose cística (2; 28,6%) e o HIV (2; 28,6%). Os achados mostram um impacto negativo na saúde auditiva no uso dos aminoglicosídeos, sendo apontado em mais de 90% dos estudos dessa revisão, que mostra uma importante relação entre os medicamentos e a cocleotoxicidade, ocasionando em prejuízo à saúde auditiva, com alto risco de perda permanente. Há uma escassez de estudos sobre o tema realizados no Brasil, visto que é de grande importância para a intervenção, tratamento e dosagem adequada, que mais estudos clínicos sejam realizados no intuito de embasar as condutas medicas para prevenir tal efeito adverso. Conclusão: Os estudos mostraram que a maior taxa de perda auditiva, por efeito ototóxico, foi em pacientes com idade avançada e com predisposição para essa condição.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1151
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1151


RELAÇÃO ENTRE PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA EM PACIENTES COM ALTERAÇÃO DE LEITURA E ESCRITA.
Gonçalves, L. ; Souza, J.J. ; Cavadas, M. ;

INTRODUÇÃO: O Processamento Auditivo Central (PAC) é vital para a compreensão auditiva, envolvendo discriminação, memória e percepção auditiva. Ele influencia a comunicação oral e o desenvolvimento da leitura e escrita, envolvendo as habilidades auditivas de figura-fundo verbal e não verbal, fechamento, integração binaural e memória sequencial. A Consciência Fonológica (CF), essencial para a linguagem oral e escrita, pode ser afetada pelo PAC. Compreender essa relação é crucial para apoiar o progresso linguístico das crianças em idade escolar. OBJETIVO: Identificar se existe relação entre alteração de processamento auditivo central e dificuldades de consciência fonológica em crianças com transtornos de aprendizagem. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de coorte, observacional e prospectivo, conduzido com 13 pacientes que fazem parte de um projeto de escrita, leitura e oralidade, sendo 8 do sexo masculino e 5 do sexo feminino na faixa etária de 8 a 12 anos de idade. Participantes que apresentaram questões auditivas associadas ou que não conseguiram realizar as atividades propostas nos testes devido à falta de atenção ou compreensão foram excluídos. Foram aplicados testes comportamentais de processamento auditivo central, são eles: teste de fala filtrada; teste de fusão binaural; teste dicótico de dígitos; teste dicótico não verbal; teste de localização sonora e testes de memória sequencial verbal e não verbal. Paralelamente, foram conduzidos testes de consciência fonológica que avaliam síntese silábica, segmentação silábica, rima, aliteração, manipulação silábica, transposição silábica, segmentação fonética, síntese fonêmica, manipulação fonêmica e transposição fonêmica, mostrando dificuldade persistente especialmente no nível silábico. Além disso, foram aplicadas provas de nomeação automatizada rápida para observar o acesso lexical e o desempenho no reconhecimento automatizado dos sinais. A avaliação da memória de trabalho fonológica foi realizada para classificação na média inferior, enquanto a avaliação da memória de trabalho visuoespacial foi conduzida para revelar déficit importante, mostrando-se alteradas nessa população. RESULTADOS: Com base nos resultados preliminares, todas as crianças apresentaram alteração no processamento auditivo correlacionado com aquisição da consciência fonológica. As dificuldades identificadas nos testes de PAC que envolvem decodificação, gnosia não verbal e organização, implicam diretamente na capacidade dos participantes em realizar tarefas relacionadas à Consciência Fonológica (CF). Sendo assim, participantes com dificuldades em discriminar sons ou em reconhecer diferenças sutis na fala apresentaram desempenho comprometido em tarefas de segmentação silábica, rima, aliteração e manipulação fonêmica. Esses achados sugerem que déficits no processamento auditivo central podem influenciar negativamente a habilidade de manipular e compreender os sons da fala, essenciais para o desenvolvimento da consciência fonológica e, consequentemente, para o aprendizado da leitura e escrita. CONCLUSÃO: Concluímos que há relação entre Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) e a aquisição da consciência fonológica. Logo, a categoria do PAC que mostrou-se mais prejudicada foi a decodificação, expressando grande influência no desenvolvimento da CF no nível silábico e, por conseguinte, na aprendizagem da leitura e escrita.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1360
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1360


RELAÇÃO ENTRE SEVERIDADE DO ZUMBIDO E ESTRESSE PERCEBIDO
Pamella, O. A. ; Suzuki, F.A.B. ; Barros, A.C.M.P. ; Branco-Barreiro, F.C.A. ;

Introdução: O zumbido é uma sensação de som percebido pelo indivíduo na ausência de uma fonte sonora externa. A percepção da intensidade e duração, bem como sua interação com o sistema nervoso central desencadeia respostas emocionais, sendo estes fatores contribuintes para a severidade do zumbido. O estresse é um sintoma psicológico influenciado pela demanda do ambiente e a capacidade de enfrentar e avaliar os desafios. O estresse desempenha um papel no desenvolvimento do zumbido e no agravamento do zumbido pré-existente. Objetivo: verificar a relação entre severidade do zumbido em adultos e idosos e estresse percebido, bem como a relação entre a severidade do zumbido e a presença de perda auditiva. Método: Trata-se de um estudo observacional, de corte transversal, descritivo e analítico. A coleta de dados foi realizada em um Ambulatório de Hospital escola no município de São Paulo. A amostra foi composta por pacientes de ambos os gêneros, com idade igual ou superior a 18 anos com queixa de zumbido, uni ou bilateral, intermitente ou contínuo, com compreensão, acuidade visual, auditiva e cognição suficiente para responder aos instrumentos utilizados no estudo. Foram levantadas informações para caracterização sociodemográfica e saúde da amostra, bem como avaliação audiológica básica (audiometria tonal, logoaudiometria e medidas de imitância acústica), das características psicoacústicas do zumbido (acufenometria), da severidade do zumbido (Questionário de handicap do Zumbido - Tinnitus Inventory Handicap - , e avaliação do estresse percebido (Escala de Percepção do Stress - EPS-10). Resultados: Participaram do estudo 46 indivíduos, sendo maioria dos participantes do gênero masculino (69,57%) e com 61 anos ou mais (41,30%). Dos participantes, 60,87% tinham audiometria normal na orelha direita e 67,39% na esquerda. Em relação as características psicoacústicas do zumbido, a sensação de frequência variou de 250 Hz a 8kHz, sendo a maioria nas frequências altas em 3kHz (13,79%), em 4kHz (13,79%) e 6kHz (13,79%) e a sensação de intensidade variou de 0 a 61dB NS, sendo a maioria de 0 a 20dB NS (44,83%) e 21 a 40 dB NS (44,83%). O zumbido bilateral (47,83%) e de grau leve (32,61%) foi o mais prevalente. No EPS-10, a pontuação foi em média de 19,91 pontos, variando de 3 a 32. Foi encontrada correlação estatisticamente significante e positiva entre THI e EPS-10. Entretanto, não foram encontradas correlações positivas entre THI e a presença e o grau de perda auditiva. Conclusão: Quanto pior a severidade do zumbido, maior o estresse percebido. Não houve associação entre a severidade do zumbido e perda auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1225
ISSN 1983-1793X
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RELAÇÃO ENTRE TESTE DO SUSSURRO E QUEIXAS DE ZUMBIDO E TONTURA
Silva, T. E. M. ; Britto, D. B. L. A. ; Queiroz, J. P. S. ; Albuquerque, M. C. L. C. ; Silva, E. E. ; Menezes, D. C. ;

Introdução: As pessoas idosas constituem cada vez mais uma grande parcela da população mundial. A partir desse consenso, a OMS publicou em 2020, as diretrizes de Cuidados Integrados para Pessoas Idosas (ICOPE). Essa abordagem visa melhorar, manter ou retardar declínios em capacidades intrínsecas (CI), incluindo a audição, através da avaliação global do da pessoa idosa. O primeiro passo é a identificação de alterações nas CI através de testes de triagem. Dentre os testes de triagem auditiva sugeridos no ICOPE está o Teste do Sussurro. Métodos: Trata-se de um estudo analítico, observacional de corte transversal. A coleta dividiu-se em: 1) entrevista de aspectos sociodemográficos, histórico audiológico e queixas auditivas; 2) inspeção do meato acústico externo 3) realização do Teste do Sussurro. A amostra foi composta por 32 pessoas idosas assistidas por um Núcleo de Atenção ao Idoso de uma universidade pública. Resultados: Dos 32 participantes, 68,5 % (n=22) apresentaram resultado “passa” no teste do sussurro e 31,2 % (n=10) apresentaram resultado “falha”. O grupo que recebeu “falha”, apresentou idades mais avançadas. Dos indivíduos que falharam no teste, 60% (n=6) apresentou queixa de zumbido, enquanto que apenas 40,9% (n= 9) dos indivíduos que passaram no teste apresentaram a mesma queixa. No que diz respeito à queixa de tontura 40% (n=4) dos indivíduos que falharam no teste apresentaram esta queixa, em contrapartida, apenas 22,7 (n=5) dos indivíduos que passaram relataram possuir tontura. Conclusão: Os resultados mostram que mais da metade da população recebeu resultado passa na triagem do teste do sussurro. Nota-se maior ocorrência de zumbido e tontura na população que apresentou risco para perda auditiva e falhou no teste do sussurro.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1227
ISSN 1983-1793X
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REPOSTAS DOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS CORTICAIS DURANTE O TAP TESTE EM PACIENTES COM HIDROCEFALIA DE PRESSÃO NORMAL IDIOPÁTICA
SILVA, L. A. F. ; Mielle, L. P. ; Santos, N. P. ; Matas, S. L. A ; Matas, C. G. ;

Introdução: A hidrocefalia de pressão normal idiopática (HPNi) é caracterizada por um aumento anormal dos ventrículos cerebrais com aumento do líquido cefalorraquidiano (LCR) na população idosa. O quadro clínico compreende uma tríade de sintomas incluindo: alteração na marcha, incontinência urinária e déficit cognitivo. O Tap-test (TT) é um procedimento utilizado como diagnóstico diferencial da HPNi, no qual uma melhora na marcha ou nas habilidades cognitivas após a remoção de aproximadamente 40 ml do LCR indica uma resposta preditiva positiva para a HPNi. Embora o TT seja recomendado para o diagnóstico, a sensibilidade clínica deste procedimento ainda apresenta limitações, exigindo métodos de avaliação complementares para maximizar a precisão do diagnóstico. Os potenciais evocados auditivos corticais (PEAC) têm sido descritos como um biomarcador neurofisiológico, sendo um recurso clínico capaz de monitorar a resposta após intervenção, auxiliando no prognóstico. Assim, espera-se que o monitoramento por meio dos PEAC poderia auxiliar no fechamento do diagnóstico da HPNi.
Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar as respostas dos PEAC durante o TT em pacientes com HPNi.
Metodologia: Estudo clínico retrospectivo aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição sub número 5.964.351. Foram incluídos 10 pacientes, entre 62 e 84 anos de idade, sendo três mulheres e sete homens, que realizaram o TT com resposta preditiva positiva para HPNi e foram submetidos à colocação de válvula de derivação apresentando melhora do quadro clínico após a intervenção cirúrgica. Durante o TT, além da avaliação neuropsicológica e da marcha, os PEAC foram registrados com estímulo Tone Burst por meio do paradigma Oddball antes e depois da punção lombar. Os resultados obtidos nos componentes dos PEAC antes e após a punção lombar foram comparados por meio do teste ANOVA de medidas repetidas. Resultados: Pacientes com HPNi apresentaram diminuição estatisticamente significativa dos valores de latência do componente P3 após a punção lombar realizada durante o TT, independente da orelha avaliada (t= 4.985; p-valor= 0,048). Foi observada uma redução média de 16.6 ms na resposta da orelha direita e de 20 ms na resposta da orelha esquerda após a punção. Não foi observada diferença significativa na latência dos componentes P1, N1, P2 e N2, bem como para as amplitudes P1-N1, P2-N2 e N2-P3. Conclusão: A redução da latência do componente P3 após punção lombar em pacientes com HPNi indica que a análise de latência desse componente durante o TT, em conjunto com as demais avaliações, pode favorecer o fechamento do diagnóstico.
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Página(s): p.1044
ISSN 1983-1793X
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RESULTADOS AUDIOLÓGICOS DE PRÓTESES AUDITIVAS ANCORADAS AO OSSO PERCUTÂNEAS
SUCCAR, A. C. S. ; SANCHES, J. F. ; SASSI, T. S. S. ; FRAGA, G. A. ; JUNIOR, C. A. C. S. ; NETO, R. V. B. ; LOURENÇONE, L. F. M. ;

Próteses auditivas ancoradas ao osso (PAAO) são dispositivos auditivos indicados quando não é possível a reabilitação com os aparelhos de amplificação sonora individuais convencionais, classificadas em próteses percutâneas ou transcutâneas. Atualmente, existem dois dispositivos percutâneos disponíveis: Sistema Baha® Connect e Ponto®. O presente estudo teve como objetivo descrever os resultados audiológicos relacionados aos dispositivos auditivos percutâneos ancorados no osso. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo, com acompanhamento longitudinal, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa. Foram selecionados adultos e crianças com perda auditiva do tipo condutiva ou mista bilateral, submetidos a cirurgia percutânea de PAAO na Instituição e que apresentaram os seguintes dados no prontuário: audiometria tonal liminar (ATL) por condução aérea e óssea, audiometria tonal em campo livre e limiar de reconhecimento da fala no silêncio e no ruído, nos momentos pré e pós operatórios. A ATL foi pesquisada nas frequências de 0,25 a 8 kHz por condução aérea e de 0,5 a 4 kHz por condução óssea, a audiometria tonal em campo livre pesquisada nas frequências de 0,5 a 4 kHz, com a caixa posicionada a 0º azimute a um metro do indivíduo, em cabine acústica, e o reconhecimento de sentenças no silêncio e no ruído, pesquisado nas condições sem e com a PAAO, seguindo os preceitos do Hearing in Noise Teste (HINT). Para a pesquisa da relação sinal/ruído, o ruído foi fixado em 60 dB NA e a fala apresentada por meio da mesma caixa acústica, a 1 metro de distância e a 0º azimute do indivíduo, em 65 dB NA. Resultados: Atendendo aos critérios previamente estabelecidos, a amostra final consistiu de 44 indivíduos, sendo 24 implantados unilateralmente com o Ponto® e 20 com o Baha® Connect. Todos os indivíduos tiveram o implante ativado 12 semanas após o procedimento cirúrgico. Não foram verificadas diferenças estatisticamente significantes (p>0,05) nos limiares da audiometria tonal liminar obtidos por via aérea e por via óssea quando comparadas as etapas pré e pós cirúrgica (no momento da ativação), sem dispositivo eletrônico. Já os limiares auditivos obtidos em campo livre melhoraram quando comparados os dados pré e pós, sendo a diferença estatisticamente significante (p<0,001). Quanto à percepção da fala, o limiar de reconhecimento de sentenças no silêncio melhorou significativamente na etapa pós cirúrgica (p<0,001), passando de 56,86 dBNA (desvio padrão=5,60) para 26,65 dBNA (desvio padrão=6,60). O mesmo resultado foi obtido na condição de ruído, pois a média da relação sinal/ruído (S/R) melhorou de +2,50 dBNA (desvio padrão=3,10) para -2,73 dBNA (desvio padrão=2,83). Conclusão: O estudo demonstrou haver benefícios audiológicos com o uso das PAAO percutâneas, viabilizando uma melhoria na audibilidade e no reconhecimento da fala no silêncio e no ruído dos pacientes candidatos.
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Página(s): p.1331
ISSN 1983-1793X
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RESULTADOS AUDIOLÓGICOS ENCONTRADOS ENTRE FAMÍLIAS COM DIAGNÓSTICO DE OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
Silveria-Unchalo, A.L. ; Gonçalves, S. N. ; Teixeira, A. R. ; Félix, T. M. ;

INTRODUÇÃO: A Osteogênese imperfeita (OI) é uma doença hereditária rara caracterizada pela diminuição da densidade óssea devido a defeitos na biossíntese de colágeno tipo 1. As principais características clínicas da OI são fragilidade óssea, fraturas de repetição, baixa estatura e progressiva deformidade óssea. Outras manifestações incluem: escleras azuladas, dentinogênese imperfeita, frouxidão ligamentar e perda auditiva. OBJETIVOS: Analisar a influência da idade nos limiares auditivos entre os irmãos e os pais de pacientes com diagnóstico de osteogênese imperfeita. METODOLOGIA: Estudo transversal, observacional e descritivo. Foram realizadas a Audiometria Tonal Liminar nos pacientes que aceitaram o convite para participar do estudo. Todos os pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa CAAE: 3233018500005327. Todos foram avaliados em cabina acusticamente tratada, com tom puro modulado (warble), para pesquisa de limiares auditivos por via aérea e óssea. Foram incluídos na amostra mães e/ou pais e filhos com diagnóstico confirmado de OI. Foram excluídos os que não realizaram avaliação audiológica completa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A amostra foi composta por 44 indivíduos, sendo 28 do sexo feminino e 16 do masculino com idade mínima de 5 e máxima de 57 anos (±27,62, DP 15,84). Dezessete famílias foram analisadas sendo 12 com OI Tipo I, 4 com OI Tipo IV e 1 com OI Tipo V. Dentre as famílias, 18 indivíduos eram irmãos e 26 eram pais e filhos, sendo 16 mães e 10 pais. Observou-se limiares auditivos maiores conforme o aumento da idade em 6,8% dos irmãos e em 38,6% dos pais. Observou-se a similaridade dos limiares auditivos em 34,1% dos irmãos e em 20,5% dos pais. Tais resultados corroboram o que a literatura sobre audição e OI relata; que com o avanço da idade há uma piora da audição. CONCLUSÃO: Observou-se que os pais têm limiares auditivos maiores do que os filhos, o que evidencia um agravamento da perda auditiva com a idade.
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Página(s): p.1250
ISSN 1983-1793X
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RETESTE DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL ANTES E DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: UM ESTUDO LONGITUDINAL
BARROS, V. N. ; Tiezerin, C. S. ; PAIVA, KM ; WOIDE, L. K. ; CIGANA, L. B. ; MACHADO, MJ ; HAAS, P. ;

Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU) desempenha um papel essencial na identificação precoce da perda auditiva em recém-nascidos. Os fatores de risco para deficiência auditiva podem incluir histórico familiar, prematuridade e exposição a substâncias ototóxicas. A COVID-19 pode ser um fator contribuinte significativo que afeta as estruturas do ouvido interno.

Objetivo: Avaliar o processo de acompanhamento auditivo de reteste para TANU antes e durante a pandemia de COVID-19 entre recém-nascidos de um Serviço de Saúde Auditiva Ambulatorial (SASA) no estado de Santa Catarina com assistência do SUS (Sistema Único de Saúde).

Métodos: Um estudo longitudinal retrospectivo analisou dados de recém-nascidos atendidos em um Serviço de Saúde Auditiva do SUS (SASA) de janeiro de 2018 a dezembro de 2022. As informações relacionadas aos resultados da TANU e reteste foram avaliadas. Os dados foram analisados utilizando o Microsoft Excel® e o software estatístico MedCalc® versão 22.006, utilizando medidas estatísticas e análises de regressão para identificar fatores associados a falhas na TANU e reteste.

Resultados: Foi observada uma taxa de falha no reteste de 2,6% no ouvido direito e 2,2% no ouvido esquerdo entre os recém-nascidos avaliados. A idade média das mães dos recém-nascidos que não passaram no teste foi de 33 anos, enquanto a média geral foi de 27 anos. A falha em passar no reteste e um intervalo mais longo entre a TANU e o reteste foram associados ao Default de Reteste Inicial (DRI) da TANU. Houve um aumento nas taxas de desistência para o reteste da TANU, e o intervalo de tempo entre a TANU e o reteste foi prolongado durante a pandemia.

Conclusão: Vários fatores, incluindo o intervalo entre os testes, a idade das mães e as condições médicas, influenciaram os resultados do reteste. A pandemia levou a um aumento significativo nas taxas de desistência e ao prolongamento do tempo para reteste.
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Página(s): p.1270
ISSN 1983-1793X
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REVISÃO SISTEMÁTICA: INFLUÊNCIA DO USO DO APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR IDOSOS NO ESFORÇO AUDITIVO.
Bertozzo, M. C. ; Vespero, V. A. ; Antonelli, B. C. ; Néri, L. F. ; Oliveira, A. L. G. R. ; Chies, I. C. ; Azenha, F.S.P ; Angelo, TCS ; Blasca, W. Q. ;

Introdução: O processo de comunicação envolve fatores perceptivos e cognitivos. Na prática clínica, é importante considerar o esforço auditivo, que se refere à atenção e aos recursos cognitivos necessários para compreender a fala, sobretudo para indivíduos idosos quando há necessidade de processar a fala em ambientes ruidosos. A diminuição da audibilidade ocasionada pela perda auditiva é o Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Contudo, são escassos os estudos que visam analisar a demanda de esforço auditivo em indivíduos idosos com perda audita e a influência do uso do AASI, considerando as necessidades e características particulares do mesmo. Objetivo: Desenvolver uma revisão sistemática da literatura sobre o efeito do uso do AASI no esforço auditivo em indivíduos idosos com perda auditiva. Métodos: A questão clínica norteadora foi elaborada de acordo com a estratégia Population, Intervention, Comparison e Outcomes (PICO). As estratégias de busca elaboradas, foram utilizadas nas bases: Cochrane Library, Embase, LILACS, PubMed, Web of Science, Scopus, Google Scholar, OpenGrey e ProQuest, além de busca complementar nas referências dos estudos incluídos. Foi realizada meta-análise e avaliação da qualidade da evidência por meio do sistema Grading of Recomendations Assessment, Developing and Evaluation (GRADE). Resultados: Foram incluídos estudos de intervenção transversais, não-randomizados, realizados em indivíduos idosos com perda auditiva e usuários de AASI, publicados na língua inglesa entre os anos de 2019 e 2022. A busca culminou em 672 estudos, sendo selecionados apenas 13 para avaliação da elegibilidade. Destes, três estudos foram incluídos na revisão, sendo dois adequados para meta-análise. Nenhum dos estudos foi classificado com alto risco de viés. De acordo com o protocolo GRADE, a classificação para a qualidade da evidência foi “muito baixa”. Os resultados da meta-análise evidenciaram diferença estatisticamente significante entre o grupo de intervenção (com AASI) e o controle (sem AASI). Conclusão: A revisão sistemática demonstrou que fazer o uso do AASI resulta em menor demanda de esforço auditivo, se comparado à não utilização dos dispositivos em indivíduos idosos com perda auditiva. Entretanto, destaca-se a importância da realização pesquisas com maior padronização metodológica das medidas de avaliação do esforço auditivo, de forma a viabilizar o agrupamento de dados para análises futuras.
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Página(s): p.1304
ISSN 1983-1793X
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SIMPÓSIO INTERLIGAS DE AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO: UM ESPAÇO DE CONHECIMENTO A NÍVEL NACIONAL
PRIMAZ, A. L. P ; SOLDERA, C. L. C ; DOUTRELEPONT, D. W ; ZAMBELI, J. G. A ; SILVEIRA, I. F ; MARANINCHI, F. M ;

As ligas acadêmicas possuem um papel muito importante dentro das universidades como a de fazer a comunicação entre os estudantes e a comunidade externa. Desta forma, baseados nesse pilar (extensão) surgiu a ideia de fazer um grande evento online com diversas ligas de Audição e Equilíbrio de vários estados do Brasil. A fim de promover um momento de estudo e troca de experiências dos variados eixos da Audiologia. OBJETIVOS: Relatar e descrever a experiência de um simpósio sobre audição e equilíbrio promovido por seis ligas acadêmicas nacionais, abordando temas atualizados da Audiologia e Otoneurologia nos eixos infantil, adulto e idoso. METODOLOGIA: Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. No mês de Março de 2024, 6 ligas acadêmicas com enfoque nas áreas de audiologia e otoneurologia reuniram-se com o objetivo de promover um simpósio interdisciplinar, que trouxesse para o público acadêmico e profissional, conhecimento quanto à audição e ao equilíbrio. O evento teve duração de 3 dias e as palestras foram divididas em 3 eixos: neonatal e infantil, saúde de adultos e envelhecimento, sendo que, para cada tópico, 2 palestrantes abordaram a temática central a partir de suas especialidades, totalizando 6 apresentações. De forma geral, foram abordadas as repercussões da tontura no desenvolvimento infantil, os aspectos relacionados à reabilitação auditiva de crianças e adultos, informações quanto ao teleatendimento para idosos usuários de aparelhos auditivos, a avaliação auditiva do adulto e também, estratégias para a reabilitação vestibular em idosos com parkinsonismo. Durante o simpósio, houveram momentos de interação com o público através da retirada de dúvidas e do sorteio de brindes fornecidos por patrocinadores, totalizando sete horas de evento. Os participantes com frequência maior ou igual a 80% da carga horária total receberão certificados de participação, sendo a presença contabilizada por meio do preenchimento de formulários desenvolvidos através da plataforma Google. RESULTADOS: Por meio do simpósio, foi possível criar um espaço multidisciplinar de transmissão de informação sobre os conhecimentos da área da audiologia e equilíbrio que abrangesse estudantes de todo o Brasil. Durante as seis apresentações realizadas nos três dias de evento, foi obtida uma média de 175 espectadores simultâneos acompanhando a transmissão. Ao todo, 783 participantes se inscreveram no evento abrangendo estudantes de graduação, pós-graduação e profissionais da área. CONCLUSÃO: Considerando o número de espectadores alcançados, foi possível constatar que o evento obteve grande visibilidade e, dessa forma, apresentou a efetividade da extensão no que tange a promoção de conhecimento sobre audição e equilíbrio, desde a criança ao idoso, nos aspectos de reabilitação vestibular, avaliação auditiva e aparelhos auditivos. Diante do exposto, a organização do evento obteve sucesso em sua execução e na propagação de conhecimento para além da universidade. Com isso, a elaboração de simpósios mostra-se uma boa estratégia para ampliar o acesso da comunidade à informações sobre o tema.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1361
ISSN 1983-1793X
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SINTOMAS EXTRA AUDITIVOS EM TRABALHADORES EXPOSTOS A RUÍDOS ATENDIDOS NO CEREST DE JOINVILLE - SC
Medeiros, A. M. ; Bohn, V. ; Simões, P.N. ; Garbino, J.F. ; França, A. G ; Rodrigues, T. D. ;

É fato conhecido que o ruído possa provocar perdas auditivas; contudo, os efeitos nocivos do ruído no ambiente laboral podem desencadear ou acentuar outras alterações no corpo, ocasionando sintomas extra auditivos que impactarão na saúde e na qualidade de vida dessa população. Objetivo: Identificar a frequência das queixas extra auditivas relatadas por trabalhadores expostos ao ruído ocupacional durante os acompanhamentos clínicos promovidos pelo CEREST - Joinville/SC. Método: Neste estudo descritivo transversal, foram analisados prontuários clínicos de trabalhadores acompanhados no CEREST/Joinville nos anos de 2021 e 2022, dos quais foram elencadas as principais queixas extra auditivas auto relatadas. A estatística empregada foi do tipo descritiva com análise quantitativa e estatística inferencial para análise das relações. Resultados: Foram analisados 89 prontuários, cuja idade média dos trabalhadores avaliados foi de 49,8 anos. As queixas extra auditivas auto relatadas com maior frequência foram: dificuldade de atenção/concentração (51,7%), cansaço/fadiga (48,3%), irritabilidade (46,1%), insônia (46,1%) e ansiedade (43,8%). Vale ressaltar que os trabalhadores poderiam referir mais de um sintoma extra auditivo concomitantemente. Ao analisar estatisticamente a relação dos sintomas extra auditivos com o tempo de exposição e com o uso de equipamentos de proteção auditiva, não foram encontradas relações significativas. Contudo, quando relacionada a perda auditiva com as queixas extra auditivas, observou-se resultados significativos para as queixas de dificuldade de atenção e concentração, cansaço/fadiga e ansiedade. Considerações finais: O presente estudo evidencia a presença de queixas extra auditivas relatadas por trabalhadores expostos a ruído em seu ambiente de trabalho, sendo observado relação significativa entre perda auditiva e as queixas de ansiedade, cansaço/fadiga e dificuldade de atenção e concentração.

Palavras-chaves: Riscos Ocupacionais; Saúde do Trabalhador; Ruído Ocupacional; Efeitos do Ruído.
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Página(s): p.1348
ISSN 1983-1793X
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TAURINA ALTERA EOAPD EM RATOS EM UM MODELO DE NEUROINFLAMAÇÃO INDUZIDA POR POLUENTE ATMOSFÉRICO
SILVA, G. N. ; MARMETT, B. ; DORNELES, G. P. ; SAUL, D. A. ; CUNHA, E. O. ; ROMÃO, P. R. T. ; RHODEN, C. R. ; MACHADO, M. S. ; MACEDO, M. B. ; DALLEGRAVE, E. ;

Introdução: A exposição à poluição atmosférica, especialmente ao material particulado (MP), incluindo o seu principal componente “residual oil fly ash (ROFA)”, pode afetar o Sistema Nervoso Central (SNC), induzindo efeitos neurotóxicos. Por outro lado, o aminoácido taurina pode ter propriedades neuroprotetoras, capazes de reverter esse efeito. No entanto, possíveis alterações do sistema vestibulococlear são até então desconhecidas. Objetivos: Avaliar os efeitos neurotóxicos da exposição subcrônica ao ROFA, taurina e sua associação sobre a função coclear por meio de Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOPAD). Metodologia: Ratos Wistar machos (n = 32) de 45 dias foram submetidos diariamente por 6 semanas aos seguintes tratamentos: instilação nasal e administração oral de solução fisiológica (controle, n = 8); instilação nasal de Sal e administração oral de taurina (400 mg/kg) (Taurina, n = 8); instilação nasal de ROFA (250μg) e administração oral de Sal (ROFA, n = 8); instilação nasal de ROFA (250μg) e administração oral de taurina (400 mg/kg) (ROFA-Tau, n = 8). A função coclear foi avaliada após 6 semanas de tratamento, utilizando-se o equipamento OtoreadClinical®, da marca Interacoustics®, mensurando a amplitude das EOAPD nas frequências de 4, 6, 8, 10 e 12 kHz, em ambas orelhas, considerando-se 6dB como nível mínimo de relação sinal ruído, sem o uso de anestésico. Adicionalmente, foi determinada a concentração das citocinas pró-inflamatórias (TNF-α e IL-1β) no tecido cerebral. Resultados: Nas EOAPD do grupo Taurina houve uma redução significativa em relação ao grupo controle na frequência 10 kHz da orelha esquerda (p < 0,028, Kruskal Wallis - Dunn), sendo a mediana e quartis (25:75) do controle 36,0 (33,3:42,3), da Taurina 14,5 (4,5:33,3)*, do ROFA 35,5 (26,5:44,8) e do ROFA-Tau 28,0 (23,0:34,5). Além disso, marcadores pró-inflamatórios (TNF-α e IL-1β) avaliados no tecido cerebral demonstraram aumento significativo para os grupos ROFA (com e sem Taurina), evidenciando que o material particulado ROFA induziu inflamação, mas esta, não foi reduzida pela Taurina. Conclusão: Apesar do ROFA não ter demonstrado efeito deletério sobre a função coclear, após 6 semanas de exposição, a taurina foi capaz de reduzir a amplitude das EOAPD, por mecanismos até então desconhecidos. Nesse sentido, novos estudos são necessários para investigar o papel da taurina nas alterações evidenciadas na função coclear.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1376
ISSN 1983-1793X
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TAURINA ALTERA EOAPD EM RATOS EM UM MODELO DE NEUROINFLAMAÇÃO INDUZIDA POR POLUENTE ATMOSFÉRICO
SILVA, G. N. ; MARMETT, B. ; DORNELES, G. P. ; SAUL, D. A. ; CUNHA, E. O. ; ROMÃO, P. R. T. ; RHODEN, C. R. ; MACHADO, M. S. ; MACEDO, M. B. ; DALLEGRAVE, E. ;

Introdução: A exposição à poluição atmosférica, especialmente ao material particulado (MP), incluindo o seu principal componente “residual oil fly ash (ROFA)”, pode afetar o Sistema Nervoso Central (SNC), induzindo efeitos neurotóxicos. Por outro lado, o aminoácido taurina pode ter propriedades neuroprotetoras, capazes de reverter esse efeito. No entanto, possíveis alterações do sistema vestibulococlear são até então desconhecidas. Objetivos: Avaliar os efeitos neurotóxicos da exposição subcrônica ao ROFA, taurina e sua associação sobre a função coclear por meio de Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOPAD). Metodologia: Ratos Wistar machos (n = 32) de 45 dias foram submetidos diariamente por 6 semanas aos seguintes tratamentos: instilação nasal e administração oral de solução fisiológica (controle, n = 8); instilação nasal de Sal e administração oral de taurina (400 mg/kg) (Taurina, n = 8); instilação nasal de ROFA (250μg) e administração oral de Sal (ROFA, n = 8); instilação nasal de ROFA (250μg) e administração oral de taurina (400 mg/kg) (ROFA-Tau, n = 8). A função coclear foi avaliada após 6 semanas de tratamento, utilizando-se o equipamento OtoreadClinical®, da marca Interacoustics®, mensurando a amplitude das EOAPD nas frequências de 4, 6, 8, 10 e 12 kHz, em ambas orelhas, considerando-se 6dB como nível mínimo de relação sinal ruído, sem o uso de anestésico. Adicionalmente, foi determinada a concentração das citocinas pró-inflamatórias (TNF-α e IL-1β) no tecido cerebral. Resultados: Nas EOAPD do grupo Taurina houve uma redução significativa em relação ao grupo controle na frequência 10 kHz da orelha esquerda (p < 0,028, Kruskal Wallis - Dunn), sendo a mediana e quartis (25:75) do controle 36,0 (33,3:42,3), da Taurina 14,5 (4,5:33,3)*, do ROFA 35,5 (26,5:44,8) e do ROFA-Tau 28,0 (23,0:34,5). Além disso, marcadores pró-inflamatórios (TNF-α e IL-1β) avaliados no tecido cerebral demonstraram aumento significativo para os grupos ROFA (com e sem Taurina), evidenciando que o material particulado ROFA induziu inflamação, mas esta, não foi reduzida pela Taurina. Conclusão: Apesar do ROFA não ter demonstrado efeito deletério sobre a função coclear, após 6 semanas de exposição, a taurina foi capaz de reduzir a amplitude das EOAPD, por mecanismos até então desconhecidos. Nesse sentido, novos estudos são necessários para investigar o papel da taurina nas alterações evidenciadas na função coclear.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1377
ISSN 1983-1793X
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TELEAUDIOLOGIA COMO RECURSO NO ACOMPANHAMENTO DE USUÁRIOS DE APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL: REVISÃO DE LITERATURA
TOMIASI, A. A. ; FABRO, E. G. ; LADONINSKY, F. C. ; PAULA, G. R. ; HERBER, V. ; CABRAL, C. ;

Introdução: a Teleaudiologia, trata-se de uma subárea da telessaúde e busca oferecer a transferência de informações audiológicas de maneira remota, em locais geograficamente distantes. Este recurso permite que a tecnologia de informação eletrônica seja empregada como um substituto para o contato pessoal entre os participantes ou unidades de saúde envolvidas no atendimento, oferecendo praticidade e segurança aos seus usuários. Objetivo: o objetivo do presente estudo foi o de investigar por meio da literatura se a Teleaudiologia é um recurso eficaz no acompanhamento de usuários de AASI. Para tal, delimitou-se como etapa de estudo: avaliar a aplicabilidade do recurso da Teleaudiologia nas diferentes faixas etárias; verificar se o recurso da Teleaudiologia é utilizado em consultórios particulares/ empresas privadas, bem como no Sistema Único de Saúde (SUS); analisar as vantagens e desvantagens do recurso da Teleaudiologia. Metodologia: tratou-se de uma pesquisa de revisão de literatura, descritiva e exploratória, com abordagem quantitativa, qualitativa e comparativa. Foram selecionados, na estratégia de busca, artigos, dissertações e teses publicados na plataforma Google Acadêmico. Como método de busca, foram considerados os seguintes critérios: compreender o período de 2010 a abril de 2023; estar no idioma português; com disponibilidade integral e gratuita do texto, sendo utilizadas palavras-chaves combinadas Teleaudiologia AND Perda Auditiva; Teleaudiologia AND AASI. Após a identificação das obras, foi utilizado como critérios de inclusão, a leitura do título e, posterioemente, do resumo. Para a seleção das publicações, efetivou-se a leitura na íntegra dos que se enquadravam nos critérios de inclusão. Resultados: após aplicação dos critérios de inclusão, foram selecionadas 05 obras, sendo 02 (40%) artigos; 01(20%) dissertação e 02 (40%) teses. Pode-se observar que em sua maioria os estudos apontaram a Teleaudiologia como sendo um recurso eficaz no acompanhamento de usuários de AASI. Esses achados corroboram aos ressaltados em outros estudos que demonstraram ser significativo o emprego da assistência remota no acompanhamento de usuários de aparelho de amplificação sonora individual. Conclusão: a Teleaudiologia mostrou-se ser um recurso eficaz no acompanhamento de usuários de AASI.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1071
ISSN 1983-1793X
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TEMPO DE ZUMBIDO E INCÔMODO PROVOCADO PELA PRESENÇA DO SINTOMA
Gamarra, M. D. ; Freire, E. G. A. ; Unchalo, A. L. S. ; Santos, C. D. ; Selaimen, F. A. ; Venturini, K. D. ; Weingaertner, L. W. ; Rosito, L. P. S. ; Sartor, N. C. ; Teixeira, A. R. ;

INTRODUÇÃO: O zumbido é um sintoma, caracterizado pela percepção de um ruído sem um estímulo externo. Para a avaliação do paciente, existem diversos instrumentos, mas um dos mais utilizados é o questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI) que auxilia na avaliação do incômodo provocado pelo sintoma. OBJETIVO: Descrever o incômodo gerado pelo zumbido de acordo com o tempo de presença do mesmo. MÉTODO: Após passarem pela consulta otorrinolaringológica, os pacientes são encaminhados para avaliação audiológica e avaliação psicoacústica do zumbido. Dentro desta avaliação, respondem a uma anamnese e ao THI. Na anamnese, uma das perguntas é sobre o tempo em que o indivíduo percebe o zumbido em sua vida. Já no THI são feitas 25 perguntas objetivas e com respostas fechadas. As respostas “sim” recebem quatro pontos, as respostas “não” zero ponto e as respostas “às vezes” dois pontos. A soma destes pontos define o grau de incômodo, que pode ser desprezível (de 0 a 16 pontos), leve (de 18 a 36 pontos), moderado (de 38 a 56 pontos), severo (de 58 a 76 pontos) e catastrófico (de 76 a 100 pontos). O projeto de pesquisa que gerou os dados para este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (parecer de aprovação nº 6.674.413) e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). RESULTADOS: Foram avaliadas 51 pessoas com zumbido, sendo 35 (68,62%) do sexo feminino e 16 (31,38%) do sexo masculino. Em relação ao tempo do zumbido, todos os pacientes avaliados tinham o sintoma há pelo menos 12 meses, sendo este o tempo mínimo e 576 meses (48 anos) o tempo máximo relatado. A média foi de 120 meses. Em relação ao THI, nove pessoas (17,64%) apresentaram grau desprezível, nove (17,64%) grau leve, 13 (25,49%) grau moderado, sete (13,72%) grau severo e 13 pessoas (25,49%) grau catastrófico. A média de pontos no questionário foi de 50. Analisando-se o tempo de zumbido e a pontuação no THI, constatou-se que houve uma correlação entre as duas variáveis (p=0,002), evidenciando que quanto maior o tempo de zumbido, maior o incômodo. CONCLUSÃO: A partir dos resultados obtidos na amostra, constatou-se uma ampla variabilidade com relação ao tempo de presença do sintoma, havendo relação com o incômodo gerado pelo mesmo.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1306
ISSN 1983-1793X
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TESTE
teste ; teste ;

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TESTE
teste ;

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Página(s): p.1034
ISSN 1983-1793X
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TESTE DE DÍGITOS NO RUÍDO (TDR) NO PORTUGUÊS BRASILEIRO: COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS ENTRE SMARTPHONE E COMPUTADOR EM DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
Silva, A.S.M. ; Nascimento, G. F.F. ; Vital, B. S. B. ; Balen, S.A. ; Nunes-Araujo, A.D.S. ;

Introdução: A perda auditiva gera inúmeros impactos na vida do indivíduo, que vão de habilidades cognitivas a socialização. Além disso, estima-se que em menos de 30 anos, 25% da população tenha perda auditiva. Esse fato evidencia a importância de promover uma identificação precoce da Perda Auditiva nos serviços de saúde para que o diagnóstico e a intervenção possam ser garantidos. O uso de tecnologias móveis com testes validados contribui para a identificação, pelo acesso facilitado, manejo e baixo custo. O Teste de Dígitos no Ruído baseado em software, que simula situações cotidianas de fala com ruído, porém utilizando dígitos, tem a finalidade de testar a acuidade auditiva da população através do Limiar de Reconhecimento de Fala no Ruído, em processo de validação para o Português brasileiro. Dessa forma, se faz necessário testar sua aplicabilidade e eficácia em diferentes dispositivos, para que saiba se há influência da troca de eletrônicos nos resultados do teste. Objetivo: Comparar o limiar de reconhecimento de fala no Teste de Dígitos no Ruído (TDR) em Português Brasileiro, quando obtido, separadamente, pelo smartphone e pelo computador, em diferentes faixas-etárias. Metodologia: Estudo transversal prospectivo analítico e descritivo aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa (parecer no 5.323.957), com 134 sujeitos de 06 à 69 anos, sendo subdivididos em 36 crianças (06 a 11 anos), 24 adolescentes (12 a 17 anos), 69 adultos (18 a 59 anos) e 5 idosos (a partir de 60 anos). Realizou-se meatoscopia, triagem audiométrica e pesquisa de Limiar de reconhecimento de fala (LRF) pelo Teste de Dígitos no Ruído com estímulo antifásico em dois dispositivos, smartphone MotoZ3 e computador Dell Inspiron. Foram aplicados o teste de normalidade Shapiro-Wilks, Wilcoxon para a comparação das duas condições de aplicação do TDR (smartphone ou computador), o Kruskal Wallis para análise intergrupos de faixa etária e o Mann-Whitney para analisar as variáveis da triagem audiométrica. Foi adotado um nível significância de 5%. Resultados: Foi constatada diferença no TDR entre o smartphone e computador, sendo o LRF do TDR mais negativo no smartphone quando comparado ao do computador, e ressalta-se que quanto mais negativo, melhor foi o desempenho no teste. O LRF do TDR teve variações nos resultados entre as faixas-etárias. Por outro lado, não houve influência do sexo no TDR em ambos os dispositivos. Conclusão: O LRF do TDR no Português Brasileiro sofre influência do dispositivo utilizado para aplicação, bem como da faixa etária. Desta forma, deve-se levar em consideração estas variáveis no processo de validação para uso do TDR no Português Brasileiro.
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Página(s): p.1275
ISSN 1983-1793X
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TESTE DE DISSÍLABOS ALTERNADOS NO PORTUGUÊS – SSW: DESCRIÇÃO DA UTILIZAÇÃO E CONTRIBUIÇÃO DO TESTE NAS PESQUISAS BRASILEIRAS.
CASTRO, M. P. ; SILVA, I. C. S. ;

Introdução: Nos últimos anos, audiologistas têm discutido sobre quais os testes, que avaliam as habilidades do processamento auditivo central (PAC), são os mais adequados para compor o protocolo de avaliação das diferentes habilidades auditivas, para todas as faixas etárias. Alguns afirmam que testes com menor carga linguística apresentam maior objetividade para o diagnóstico final, entretanto, outros referem que os testes da bateria, com maior componente linguístico são importantes para auxiliar na investigação sobre como o indivíduo transforma a detecção sonora em informação com significado. Objetivo: O objetivo da presente pesquisa foi levantar os estudos brasileiros sobre o processamento auditivo central, que utilizaram o teste de dissílabos alternados no português – SSW, a fim de identificar a contribuição do referido teste no diagnóstico e no direcionamento da intervenção dos transtornos do processamento auditivo central. Método: Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica integrativa sobre procedimentos de avaliação do Processamento Auditivo Central, descritos em estudos realizados no Brasil, no período de 2010 a 2024. Amostra de 20 artigos levantados nas plataformas de base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde - BIREME (Pubmed, Lilacs, Index Psicologia) e do Portal CAPES, a partir da combinação com o boleador “AND” entre os descritores: audição, processamento auditivo, teste SSW. Resultados: os resultados demonstraram que o teste de dissílabos alternados - SSW foi utilizado no processo de avaliação das habilidades do processamento auditivo central, em diferentes faixas etárias crianças, a partir de 07 anos, adultos e idosos; assim como, na avaliação de indivíduos com diferentes condições clínicas (indivíduos sem nenhuma queixa clínica; com dificuldades de atenção e memória; dificuldades de desenvolvimento de fala e aprendizagem escolar; perda auditiva; autismo, doença de Parkinson, traumatismo crânio-encefálico e doença renal). Os estudos da presente amostra demonstraram que o teste SSW auxiliou na observação do desempenho das populações estudadas, correlacionando os achados com os diferentes quadros clínicos estudados, assim como, a melhora no desempenho das populações que participaram de protocolos de treinamento auditivo ou reabilitação. Conclusão: Na presente pesquisa observou-se que o teste de dissílabos alternados no português – SSW, contribui na análise diagnóstica dos transtornos do processamento auditivo central, assim como, na observação dos efeitos dos procedimentos de treinamento das habilidades auditivas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1218
ISSN 1983-1793X
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TESTE DE FUNÇÃO DA TUBA AUDITIVA: RESULTADOS PRELIMINARES DE UMA ANÁLISE DA VARIAÇÃO DA PRESSÃO EM INDIVÍDUOS TÍPICOS
Toillier, F.C. ; Moreira, H. G. ; Malavolta, V. C. ; Tauimer, M.H.B. ; Maia, B.R. ; Kerkhoff, L. R. ; Coradini, L. ; Garcia, M.V ;

Introdução: O Teste de Função Tubária (TFT) é um teste manométrico que consiste em mensurar a variação de pressão da orelha média após três provas, avaliando a abertura e fechamento da Tuba Auditiva (TA) e se há ou não Disfunção de Tuba Auditiva (DTA). Um dos métodos de mensuração do TFT é analisar a variação de pressão com tarefas de deglutição de água e Manobra de Valsalva. Contudo, não há consenso na literatura quanto ao valor de variação de pressão que indique um adequado funcionamento da Tuba Auditiva, alguns estudos indicam qualquer valor de variação, outros acima de 5 daPa e outros acima de 10 daPa. Objetivo: Mensurar a variação da pressão em daPa no TFT em indivíduos típicos. Metodologia: Estudo de caráter transversal e prospectivo, aprovado pelo CEP sob o número 57700721.0.0000.5346. Participaram do estudo 47 indivíduos, 33 mulheres e 14 homens, que foram submetidos a Anamnese, Inspeção Visual do Meato Acústico Externo, Audiometria Tonal Liminar, Logoaudiometria, Medidas de Imitância Acústica e Questionário de Autopercepção para Avaliação da Disfunção Obstrutiva da Tuba Auditiva (ETDQ-7). Como procedimento de pesquisa foi realizado o TFT. Foram incluídos no estudo indivíduos com curva timpanométrica do tipo A, ETDQ-7 normal (pontuação menor que 14) e que apresentaram as variações de pressão esperadas no TFT. O TFT foi realizado na seguinte ordem: curva timpanométrica para verificar a pressão basal da orelha média (pressão I); deglutição com água para mensurar a pressão II (necessário a pressão II negativar em relação a I) e Manobra de Valsalva para mensurar a pressão III (necessário a pressão III positivar em relação a II). Realizou-se a orientação ao paciente: “faça a deglutição da água com um esforço” e na Manobra de Valsalva “oclua as narinas e infle as bochechas com força, mantendo por 5 segundos”. Resultados:Dos 47 indivíduos avaliados, 23 (48,9%) apresentaram normalidade no ETDQ-7 e dentre estes, oito (34,7%) obtiveram TFT com as variações de pressão previstas neste método. Destes, encontrou-se como média de variação da pressão da relação I-II o valor 6,25 daPa, com mínima de 0 e máxima de 17 daPa. E como média de variação da pressão da relação II-III o valor 20,3 daPa, com mínima de 0 e máxima de 55 daPa. Conclusão: A média da variação da pressão em daPa, encontrada no TFT, mensura e demonstra uma grande variabilidade de pressão nas relações analisadas em indivíduos típicos, demonstrando também maior mobilidade da TA durante a Manobra de Valsalva. Estes valores podem nortear outros estudos que possam trazer normativas para o TFT e também se existe a necessidade das duas tarefas no teste para avaliar a tuba auditiva.

DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1214
ISSN 1983-1793X
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TESTE DICÓTICO DE DÍGITOS (TDD) E TESTE DA HABILIDADE DE ATENÇÃO AUDITIVA SUSTENTADA (THAAS) EM ADULTOS, SEM QUEIXAS AUDITIVAS E VESTIBULARES, ANTES E APÓS ATIVIDADES ACADÊMICAS.
Machado, C.S.S ; Resende, M.L. ; Lamounier, F.S. ; Santos, A.C.P. ;

TÍTULO: Teste Dicótico de Dígitos (TDD) e Teste da Habilidade de Atenção Auditiva Sustentada (THAAS) em adultos, sem queixas auditivas e vestibulares, antes e após atividades acadêmicas.

INTRODUÇÃO: Situações de esforço mental e estado emocional prejudicado afetam negativamente o desempenho das habilidades auditivas, como a atenção; essencial para o desenvolvimento da linguagem e competências de leitura e escrita. No contexto acadêmico, Atenção Auditiva Sustentada (AAS) e Figura Fundo (FF) são cruciais para evitar distrações e manter o foco na informação auditiva relevante. A carga horária de atividades acadêmicas, as demandas sociais e as expectativas pessoais podem desencadear ou agravar sinais e sintomas que configuram na piora do desempenho em situações que necessitam de retenção de conteúdo. O cansaço mental parece ser um vilão do sucesso almejado nos estudos porque dificulta o processamento das informações de maneira eficaz, e aliado ao cansaço físico, dificulta o processo da aprendizagem.
OBJETIVO: Aplicar, analisar e comparar os resultados obtidos no TDD e THAAS em adultos sem queixas auditivas e vestibulares, antes e após um período de atividades acadêmicas. MÉTODOS: Tratou-se de um estudo experimental intra-sujeitos, em uma instituição privada, em que 30 indivíduos, de ambos os sexos, com idades entre 18 e 30 anos, submeteram-se aos testes TDD e THAAS em uma cabina acústica, antes e após atividades acadêmicas. Aqueles que apresentaram queixas auditivas, vestibulares, alterações nos exames audiológicos e níveis elevados quanto a autopercepção de Estresse, Ansiedade e Depressão mensurados pela Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21) foram excluídos do estudo.
RESULTADOS: De todos os participantes, o tempo mínimo de 3 horas de estudo foi suficiente para reduzir o desempenho nos testes. Os valores de acertos obtidos no TDD apresentaram diferenças significativas nas apresentações em ambas orelhas sendo piores à esquerda e, com valores de acertos menores após os compromissos acadêmicos. Para o THAAS, todos os parâmetros: desatenção, impulsividade, total de erros e decréscimo de vigilância, apresentaram valores piores após atividades acadêmicas. Em concordância estatística e demonstrando ser uma variável importante para habilidades cognitivas, os resultados obtidos no TDD e THAAS após a média de 190 minutos de realização de atividades acadêmicas, indicam que todo cuidado em relação às atividades anteriores aos testes deve ser levado em consideração devido a grande influencia deste fator nos aspectos atencionais. CONCLUSÃO: O estudo permitiu avaliar e comparar os valores do THAAS e TDD antes e após as atividades acadêmicas e indica que o tempo de 190 minutos foi suficiente para diminuição do desempenho dos indivíduos nos testes, especialmente no turno da tarde.
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Página(s): p.1064
ISSN 1983-1793X
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TESTE1
ANDRADE, A.N. ; SILVA, J.S. ; KAOUIR, V.B. ; wwwwwwwwwwwwww ; eeeeeeeeeeeee ; qqqqqqqqqqqqqq ; oooooooooooooo ; lllllllllllll ; hhhhhhhhhhhhhh ; ggggggggggggg ;

hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
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Página(s): p.1035
ISSN 1983-1793X
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TESTES COMPORTAMENTAIS DE AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL UTILIZADOS PARA PREDIZER DECLÍNIO COGNITIVO E DEMÊNCIAS: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Picinini, T. ; Oliveira, M. K. ; Galarza, K. M. ; Lüders, D. ; Ferraz, A. X. ; Araújo, C. M. ; Lacerda, A. B. M. ;

Introdução: A distinção entre declínio cognitivo normal e patológico, no envelhecimento, pode ser desafiadora. No entanto, detectar precocemente as demências é uma estratégia que ajuda a retardar a progressão da doença. Para isso é necessária a avaliação da progressão pré-sintomática, através de análises bioquímicas, exames de imagem, além de testes cognitivos. Outra abordagem envolve a utilização de testes comportamentais de avaliação do Processamento Auditivo Central (PAC) que se apresentam como possível alternativa para determinar se disfunções auditivas centrais podem determinar manifestações precoces de demência, como a Doença de Alzheimer. Objetivo: Mapear quais testes comportamentais de avaliação do PAC são utilizados na investigação de manifestações pré-clínicas de declínio cognitivo patológico e demências. Metodologia: Essa revisão de escopo foi desenvolvida de acordo com o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) e seu protocolo foi registrado na plataforma Open Science Framework (doi: 10.17605/OSF.IO/VZ4B7). A pesquisa foi realizada em novembro de 2023 nas seguintes bases de dados: Embase, Literatura Latino-Americana, do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed/MEDLINE, Scopus, Web of Science, Livivo e SciELO. Também foi consultada a literatura cinzenta a partir das bases Google Scholar e ProQuest. Realizou-se também a pesquisa de estudos por busca adicional. Todas as referências foram organizadas em um gerenciador de referências e para facilitar a leitura de forma independente foi usado o Rayyan website (//rayyan.qcri.org). Além de dois revisores que realizaram as avaliações cegamente, um terceiro revisor atuou como juiz. Foram incluídos estudos cuja amostra tivesse sido composta por indivíduos adultos e idosos (>60 anos) submetidos a testes comportamentais de avaliação do PAC e que tivessem realizado ao menos um teste cognitivo. Foram incluídos estudos primários e observacionais analíticos, como ensaios clínicos randomizados ou não-randomizados, séries de casos, estudos de coorte, caso-controle e estudos longitudinais. Não houve restrições quanto ao gênero, etnia dos indivíduos, idioma e época de publicação. Foram excluídos estudos transversais, estudos de revisão, relatos de casos, pôsteres, resumos e estudos que não avaliaram o objetivo de interesse da presente revisão. Resultados: Após a busca nas bases de dados foram recuperadas 1190 referências, sendo 151 identificadas como duplicadas. Dos 1.039 artigos analisados por título e resumo (fase 1), oito foram selecionados para leitura na íntegra (fase 2) e desses, cinco estudos foram selecionados para síntese. Os testes comportamentais de avaliação do PAC usados na investigação de manifestações pré-clínicas de declínio cognitivo e demências foram: SSI (Synthetic Sentence Identification) com mensagem competitiva ipsilateral (MCI); SSW (Staggered Spondaic Word); DSI (Dichotic Sentence Identification, Teste de Identificação de Sentenças Dicóticas), ainda pouco utilizado clinicamente no Brasil, e o DDT (Dichotic Digits Test, Teste Dicótico de Dígitos), sendo os testes dicóticos considerados mais apropriados. Conclusão: Os testes de escuta dicótica são os mais usados e considerados como apropriados para a investigação de manifestações pré-clínicas de declínio cognitivo patológico e demências. Destaca-se a importância de mais estudos primários sobre o tema, dada a sua relevância clínica.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1063
ISSN 1983-1793X
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TESTES ELETROFISIOLÓGICOS EM ESTUDANTES COM TRANSTORNO DE PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E DIFICULDADES ESCOLARES.
Madruga-Rimoli, C.C. ; Sanfins, M.D. ; Skarzynski, P.H. ; Ubiali, T. ; Skarzynska, M.B. ; Colella-Santos, M.F. ;

O processo de aprendizado e desenvolvimento depende do funcionamento eficaz de diversos sistemas sensoriais, incluindo o sistema auditivo. O processamento da informação auditiva envolve as avaliações comportamentais e eletrofisiológicas. Os procedimentos eletrofisiológicos são usados ​​para investigar a atividade na via auditiva em resposta a estímulos sonoros e a atividade cortical associada a discriminação, integração e atenção. O estudo avaliou os testes eletrofisiológicos em escolares com o transtorno de processamento auditivo central (TPAC) e desempenho de leitura e escrita em escolares. Participaram do presente estudo 54 estudantes de escolas públicas com idades entre 8 e 12 anos, que foram divididos em grupo de estudo e grupo controle. Todas as crianças foram submetidas à avaliação audiológica básica, avaliação da habilidade de leitura e escrita, inteligência não verbal, potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE), potenciais evocados auditivos de longa latência (PEALL), respostas de seguimento de frequência (FFR) e foram submetidos ao treinamento auditivo (TA). A avaliação audiológica básica mostrou diferença estatisticamente significativa entre os grupos apenas para a frequência de 6 kHz. A resposta dos PEALL apresentou diferença estatisticamente significativa entre os grupos para latência N1, latência P300 e amplitude. Por fim, houve diferença estatisticamente significativa entre o pré TA e o pós-TA aos PEALL para as latências de P2, N2 e P300 e amplitudes de N2 e P300, e ao FFR para a latência da onda C. Este estudo mostrou que os testes eletrofisiológicos são ferramentas sensíveis para identificar déficits na via auditiva. Além disso, as medidas de latência podem detectar melhorias em um programa de treinamento auditivo. Dessa forma, um programa de intervenção auditiva poderá auxiliar crianças com dificuldades de leitura e escrita.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1277
ISSN 1983-1793X
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TONTURA POSTURAL PERCEPTUAL PERSISTENTE (TPPP): UMA REVISÃO DA LITERATURA
Silva, J. A ; Teixeira, T. B ; Silva, P.V ; Silva, F. A ; Bonfim, L. A ; Calixto, C. A. S ; Silva, A.M ;

Introdução: A Tontura Perceptual Postural Persistente (TPPP) é uma disfunção vestibular caracterizada pela persistente sensação de desequilíbrio por mais de três meses, sem evidências médicas claras para sustentar a continuidade do quadro.
Objetivo: Esta revisão integrativa visa caracterizar o impacto da TPPP na qualidade de vida, descrever seus sinais e sintomas, identificar a população predominante e examinar diagnósticos e tratamentos.
Metodologia: Foram realizadas buscas de artigos científicos nas bases de dados PubMED, Scielo, Lilacs e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os descritores em português depressão, equilíbrio postural, otoneurologia, transtorno fóbico, vertigem e seus respectivos termos em inglês, publicados entre 2018 e 2023.
Resultados: Embora existam vários métodos diagnósticos abrangendo áreas neurológicas e psicoemocionais é preciso ter um método específico para o diagnóstico da TPPP. Os sinais e sintomas incluem tontura não rotatória, crises súbitas com duração de alguns segundos, acompanhadas de náuseas, vômitos e instabilidade. Alguns pacientes apresentam condições prévias que podem desencadear ou agravar a TPPP, como distúrbios vestibulares, transtornos de ansiedade ou desequilíbrios.
Conclusão: Dessa forma, foi mostrado que qualquer pessoa pode desenvolver TPPP, e o tratamento varia, incluindo medicamentos inibidores de recaptação de serotonina, reabilitação vestibular, neuro feedback de infra-baixa e terapia cognitivo-comportamental.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1145
ISSN 1983-1793X
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TRABALHADORAS NOTIFICADAS PARA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO NO SINAN: QUE LUGAR ESSAS MULHERES OCUPAM?
Giustina, T. S. D ; Hillesheim, D. ; Rocha, A. R. ; Silva, B. A. ; Zucki, F. ;

Introdução: São escassas as pesquisas que analisam os agravos relacionados ao trabalho exclusivamente no sexo feminino, carecendo a literatura de estudos que se debrucem sobre as peculiaridades envolvendo o universo das trabalhadoras. Quando se analisa a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), observa-se, por exemplo, a discrepância no número de notificações da PAIR no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre homens e mulheres, reforçando a necessidade de direcionar esforços para o ampliar o conhecimento sobre a saúde auditiva das trabalhadoras. Uma vertente, consiste na identificação das ocupações que mais expõem as mulheres a ruído ocupacional, visando a adoção de medidas preventivas e intervenções adequadas para preservar a saúde auditiva das trabalhadoras. Objetivo: Descrever as principais ocupações de trabalhadoras notificadas para PAIR no SINAN entre os anos de 2007-2022. Metodologia: Estudo transversal, realizado com dados das fichas de notificação da PAIR do SINAN, entre os anos de 2007 e 2022, extraídos da página do Centro Colaborador da Vigilância aos Agravos à Saúde do Trabalhador (CCVISAT) em 14 de fevereiro de 2024. Foram incluídos apenas os casos de notificação de PAIR disponíveis no SINAN em mulheres. Foi coletada a variável referente à ocupação exercida pelas trabalhadoras, segundo a classificação da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). As análises foram conduzidas no software Stata 14, sendo os dados analisados por meio de frequências absolutas e relativas. Por se tratar de dados de domínio público e não haver identificação dos participantes é dispensada a aprovação pelo CEP. Resultados: Durante o período de 2007 a 2022, o SINAN registrou um total de 1.080 notificações de Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) em mulheres. A ocupação mais comum foi a de costureira (13,2%), seguida de telefonista/teleoperadora/operadora de telemarketing (9,1%), alimentadora de linha de produção (7,1%), empregada doméstica/faxineira (6,0%) e cozinheira geral/chefe de cozinha/cozinheira industrial ou de hospital (4,1%). Uma parcela significativa de casos de notificação de PAIR em trabalhadoras foi agrupada como categoria "outras profissões", correspondendo a 44,3% do total de casos, haja vista a ocorrência de uma ampla diversidade de ocupações de escores extremamente baixos. Conclusões: As ocupações predominantes entre mulheres notificadas foram costureiras, telefonistas e alimentadoras de linha de produção, conhecidas por expor trabalhadores a ruído. Essa investigação oferece dados essenciais para desenvolver estratégias de prevenção e intervenção voltadas para essas ocupações específicas, com o objetivo de preservar a saúde auditiva das trabalhadoras.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1119
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1119


TRADUÇÃO DAS ESCALAS VANDERBILT FATIGUE SCALE (VFS -PEDS) PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO
Carneiro, LA ; Salimon, A. ; Hornsby, B. ; Frederigue-Lopes, N. B. ; Moret, A.L.M. ; Jacob, R..T.S. ;

Introdução: A fadiga é uma percepção individual multidimensional, envolve o domínio físico, cognitivo e emocional. Situações de escuta desfavoráveis podem levar crianças e adolescentes com deficiência auditiva (DA) à fadiga por esforço auditivo. Diante da necessidade de instrumentos validados e de simples aplicação para a mensuração da fadiga por meio do esforço auditivo em crianças, as escalas “Pediatric Vanderbilt Fatigue Scale (VFS -Peds)” foram desenvolvidas, podendo ser respondida pela própria criança avaliada (Vanderbilt Fatigue Scale-Child - VFS-C), por um responsável ou familiar (Vanderbilt Fatigue Scale-Parent - VFS-P) e pelo professor dessa criança avaliada (Vanderbilt Fatigue Scale-Teacher - VFS-T). Está disponível nos idiomas inglês, alemão, Hindi, espanhol, italiano e mandarim. Objetivo: Traduzir e adaptar culturalmente para a versão brasileira as escalas “Pediatric Vanderbilt Fatigue Scale (VFS -Peds)”. Metodologia: Estudo realizado em conformidade com os princípios éticos da instituição envolvida (Número do parecer: 5.528.085). A tradução e adaptação cultural das escalas para o idioma português brasileiro foi realizada conforme a metodologia proposta por Hall et al. (2018), contemplada em seis etapas, são elas: preparação, tradução, retrotradução, revisão do comitê, aplicação da versão piloto, revisão e finalização da tradução. A versão piloto foi disponibilizada online por meio do google forms. Participaram do estudo 29 indivíduos com idade entre 7 e 17 anos, com perda auditiva bilateral de grau moderado a profundo, usuários de aparelho de amplificação sonora individual (AASI), implante coclear (IC) e/ou Prótese Auditiva Ancorada no osso (PAAO), que utilizam a linguagem oral como forma primária de comunicação (G1); 47 pais/responsáveis (Grupo 2 ) e 24 professores (Grupo 3). As escalas VFS-Peds possuem enunciados que são respondidos por meio de escala likert. Resultados: A primeira etapa resultou na tradução do instrumento para a português brasileiro por dois tradutores nativos de língua portuguesa, o que gerou as traduções TR1 e TR2. Na segunda etapa, foi realizada uma reunião com dois especialistas para analisar as discrepâncias entre as versões TR1 e TR2, gerando uma versão compilada TR1,2. Na terceira etapa, a versão TR1,2 foi retrotraduzida para o idioma inglês por um tradutor bilíngue. Na quarta etapa, a banca de especialistas estabeleceu a versão consensual e pré-final do instrumento (TR3). Na quinta etapa, a versão TR3 foi aplicada em campo, o que compreendeu a fase de teste piloto. A sexta etapa consiste da revisão e finalização da tradução, a versão piloto e a tabela consenso foram enviadas para os autores do instrumento original para considerações e adequações. Conclusão: A versão piloto das escalas Vanderbilt no português brasileiro foi validada como equivalente à versão original em inglês e está disponível online com acesso livre.


Palavras-chave: fadiga, deficiência auditiva, Vanderbilt Fatigue Scale, tradução, adaptação cultural, pediatria.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1370
ISSN 1983-1793X
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TRANSTORNO DO ZUMBIDO E AVALIAÇÃO PSICOACÚSTICA: UMA ANÁLISE DA ACUFENOMETRIA
Lourenço, I.P.A. ; Moreira, H.G. ; Mavavolta, V.C. ; Garcia, M.V. ;

Introdução: Um dos métodos mais antigos para avaliação do zumbido utilizado atualmente é a acufenometria, porém ainda existem falhas na padronização de protocolos. Por mais que seja uma técnica muito relatada, a descrição do sujeito nem sempre é fácil pois a correspondência de tons é difícil se não houver elemento tonal no zumbido. Assim, é de grande valia, conhecer a forma que os pesquisadores e fonoaudiólogos clínicos têm conduzido as medidas psicoacústicas e quais resultados têm sido observados. A acufenometria pode causar sofrimento, incentivando o foco no volume e no tom do zumbido, mas por outro lado, pode também tranquilizar o indivíduo saber numericamente sobre seu sintoma. Sendo assim, a mesma serve como ferramenta de orientação ao indivíduo e é imprescindível em algumas técnicas de intervenção. Objetivo: Analisar os resultados da acufenometria (frequência e intensidade) em indivíduos com transtorno do zumbido. Metodologia: Estudo de caráter descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, inscrito sob o número 57700721.0.0000.5346. Participaram do estudo 49 indivíduos, com idades entre 23 e 77 anos (m-idade=52 anos), de ambos os sexos (12 homens e 37 mulheres), com tempo de percepção do zumbido maior ou igual a 3 meses, incômodo e volume com nota EVA mínima de 5 pontos e zumbido de grau I. Todos os sujeitos foram submetidos a uma anamnese, meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria, medidas de imitância acústica, ao Tinnitus Handicap Inventory e a Escala Visual Analógica, considerando o incômodo e intensidade. Posteriormente, como procedimento de pesquisa, foi realizada a acufenometria, em uma cabina isolada acústica e usando um audiômetro. O procedimento foi realizado na orelha de pior percepção ou na direita (caso a percepção fosse igual), sendo apresentado três estímulos em frequências diferentes com 30dBNPS acima do limiar de audibilidade do sujeito, que dentre as apresentações, devia indicar a frequência que mais parece com o seu zumbido. De três, reduz-se à duas apresentações até chegar na frequência mais próxima pela percepção relatada. Após a realização deste, foi mensurado o volume, do qual foi acrescido 1dBNPS, acima do limiar de audibilidade da frequência encontrada e com aumento gradual, o indivíduo deveria levantar a mão quando o volume do estímulo o mais próximo do volume do seu zumbido. Resultados: Evidenciou-se uma frequência média de 4000 Hz (min=500Hz; máx=8000Hz) e para o volume uma intensidade média de 14 dBNS (min=1dB; max=40dB). Tais achados demonstram a variabilidade para as características psicoacústicas encontradas. Conclusão: A acufenometria encontrada na pesquisa, vai ao encontro dos achados da literatura e é uma ferramenta para orientar o sujeito com transtorno do zumbido. É de extrema importância que o profissional seja sensível ao entender a necessidade de tal procedimento na avaliação e manejo de seus pacientes, buscando entender se vai contribuir no processo ou aumentar a angústia do portador.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1241
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1241


TRATAMENTOS COMBINADOS E TRANSTORNO DO ZUMBIDO: UM ESTUDO DE CASO
Lourenço, I.P.A. ; Piccolotto, C.L ; Moreira, H.G ; Garcia, M.V ;

Introdução: Diversas são os fatores etiológicos relacionados à percepção do zumbido. A literatura especializada ressalta que o manejo clínico destes pacientes devem ser personalizados e centrados nos geradores e amplificadores do sintoma, tendo em vista que quando o zumbido impacta negativamente em questões emocionais, cognitivas e na qualidade de vida torna-se um transtorno. Assim, estudar os efeitos do uso de tratamentos combinados, de baixo custo e disponíveis na clínica fonoaudiológica, buscando o olhar integral e centrado no indivíduo torna-se de suma importância. Objetivo: Analisar os efeitos do uso de tratamentos combinados em um caso de transtorno do zumbido. Metodologia: Estudo do tipo relato de caso, longitudinal, aprovado pelo CEP, inscrito sob o número 57700721.0.0000.5346. O participante foi submetida à anamnese semi-estruturada, meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria e as medidas de imitância acústica. Para caracterização do transtorno e benefícios das intervenções realizaram-se pré e pós intervenção de forma cega: a Escala Visual Analógica (incômodo e volume), Tinnitus Handicap Inventory, World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-bref) e Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão. Foram analisados os dados de um sujeito do sexo feminino, com 57 anos, perda auditiva do tipo mista de grau moderadamente severo na orelha direita e severo na orelha esquerda, sem problemas neurológicos e/ou psiquiátricos evidentes ou diagnosticados. Como procedimentos de intervenção combinadas foram realizadas quinzenalmente: auriculoterapia nos acupontos: Sistema Nervoso Central (SNC) - Shen Men, Rim, Sistema Nervoso Autônomo (SNA), Psiquismo, Diafragma, Alegria, Intestino Grosso, Coração e Adrenal e na segunda etapa acrescidos os acupontos amígdala, hipotálamo, fígado energético 1 e fígado energético 2; uso do Aconselhamento Fonoaudiológico, propondo mudanças de hábitos (melhorar consumo de água, praticar atividade física e buscar momentos de lazer) e a terapêutica da Barra de Access por quatro sessões, estimulando os 32 pontos previstos. Resultados: O indivíduo do estudo obteve reduções no incômodo (EVA-pré=10;pós=5) e volume (EVA-pré=10;pós=8), nos impactos advindos da percepção do sintoma (THI-pré=26; pós=22), nos efeitos ansiosos e depressivos (EHAD-pré=21;pós=13) e benefícios na qualidade de vida (WHOQOL-bref-pré=60,5%;pós=63,1%). Tais achados vão ao encontro da prerrogativa relacionada a necessidade da realização de uma avaliação completa e do manejo clínico integral, dos quais o uso de mais estratégias terapêuticas associadas, tende a proporcionar maiores benefícios relacionados à percepção e impactos advindos do sintoma. Conclusão: O uso de tratamentos combinados proporcionou efeitos positivos no transtorno do zumbido.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1313
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1313


TREINAMENTO AUDITIVO EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: ESTUDO COMPARATIVO
SILVA,S.A ; Lima, Daviany Oliveira ; ROSA, MARINE DINIZ DA ; Bezerra, Raquel de Oliveira ; Santos, Ana Cecília de Brito Vidal ; Fernandes, Maria Vitória Franklin ; Lima. Annacarla Carvalho Alves de ;

Introdução: O Processamento Auditivo Central (PAC) é definido por um conjunto de habilidades auditivas que são fundamentais para o processo de decodificação e interpretação da informação sonora. A dificuldade em utilizar essa informação de maneira eficiente, caracteriza o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC). O Treinamento Auditivo (TA) tem sido apontado como principal meio de intervenção para as dificuldades do PAC, contudo, a duração e frequência mais adequada e/ou eficaz ainda não estão bem definidas na literatura. Objetivo: Comparar o desempenho das habilidades auditivas de duas crianças submetidas ao TA em diferentes propostas de frequência de intervenção. Metodologia: Trata-se de um estudo comparativo de casos duplo cego. A amostra foi composta por 2 participantes de 10 anos de idade, sexo masculino, distribuídos em duas propostas diferentes de frequência de TA, no qual o participante 1 é submetido a 8 sessões de 45 minutos, sendo realizado 1 vez por semana e o participante 2 é submetido a 8 sessões de 45 minutos, sendo estas realizadas por 8 dias consecutivos, com intervalo apenas no final de semana. Realizou-se a avaliação comportamental do PAC composta pelos testes: fala no ruído; teste pediátrico de sentenças; padrão de frequência sonora; dicótico de dígitos; Gaps in Noise e Masking Level Difference e o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico antes e após intervenção. Resultados: Os resultados da avaliação comportamental e eletrofisiológica dos participantes da amostra apresentaram melhora no desempenho das habilidades auditivas, observou-se que os scores nos testes pós treinamento foram superiores nos dois participantes, exceto no participante 1 nos testes PSS, (etapa de nomeação) e Dicótico de Dígitos (etapa de integração binaural), no qual os scores apresentaram-se de modo igual nos momentos pré e pós-intervenção auditivas e diminuição na latência das ondas I, III, V e V-I pós TA. Conclusão: A comparação do desempenho dos indivíduos com TPAC submetidos a diferentes frequências de intervenção demonstraram que o protocolo de treino que realizou sessões consecutivas evidenciou melhores resultados, indicando que o TA frequente e repetido potencializa o desempenho da função auditiva central e promove consequente melhora das habilidades auditivas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1101
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1101


TREINAMENTO AUDITIVO EM ESCOLARES DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Pinto, J.D. ; Santos, L.V.D. ; Neves-Lobo, I.F. ; Schochat, E. ;

Introdução: A avaliação do Processamento Auditivo Central (PAC) é amplamente utilizada em populações que apresentam dificuldades de alfabetização. Na vigência de alteração nas habilidades auditivas que compreendem o PAC, as crianças devem ser submetidas a treinamento auditivo a fim de contribuir para um processo de alfabetização adequado. Objetivo: Verificar os efeitos do treinamento auditivo por meio do software Programa de Escuta no Ruído (PER) em escolares em processo de alfabetização. Método: Estudo do tipo longitudinal, descritivo e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem (sob o número 55131516.5.0000.0065). Participaram 11 crianças, com idades entre 7 e 8 anos, de ambos os sexos, estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental I. Todos os participantes foram submetidos a avaliação pré-intervenção, composta por anamnese; meatoscopia, teleaudiometria baseada em tablet, testes comportamentais do processamento auditivo, sendo eles Teste de Fala Comprimida (TFC), Padrão de Frequência (TPF) e Dicótico de Dígitos (TDD), além da triagem escolar, realizada por meio da aplicação do Teste de Repetição de Pseudo-Palavras e Avaliação de Fluência de Leitura. Os participantes foram subdivididos em dois grupos: Grupo de Treinamento Auditivo (GTA) e Grupo de Treino Placebo (GTP), com auxílio da professora responsável pela turma. O GTA, composto por seis escolares (quatro meninos e duas meninas), foi submetido a oito sessões de treino com o software PER. Cada sessão teve duração de 45 minutos e foi realizada uma vez por semana em horários alternados. Enquanto o GTP, constituído de cinco escolares (cinco meninas), realizou oito sessões de atividades que contemplaram habilidades de processamento visual. É importante ressaltar que ambos os grupos foram formados por crianças com dificuldade no processo de alfabetização. Após intervenção, os participantes foram resubmetidos à avaliação com os mesmos instrumentos descritos e os resultados foram analisados nas seguintes variáveis: TDD orelha direita (OD), TDD orelha esquerda (OE), TFC OD, TFC OE, TPF, Velocidade, Acurácia e Memória Operacional (MOP) por meio dos testes estatísticos MANOVA e teste dos postos com sinais de Wilcoxon. Resultados: Não foram constatadas diferenças significantes nas avaliações entre os períodos pré e pós-intervenção para o GTP (TDD OD - p=0.074, TDD OE - p=0.104, TFC OD - p=0.104, TFC OE - p=1, TPF - p=0.109, Velocidade - p=0.144, Acurácia - p=0.102 e MOP - p=0.715. Para o GTA, além de ser observado aumento dos valores médios entre os períodos pré e pós-intervenção para todas as avaliações, foram evidenciadas diferenças significantes entre as variáveis TDD OE (p=0.026), TFC OD (p=0.026), TFC OE (p=0.042), Velocidade (p=0.028), Acurácia (p=0.027) e MOP (p=0.027). Conclusão: O treinamento auditivo com o software PER se mostrou eficaz, uma vez que os escolares submetidos à ele apresentaram melhora nas habilidades auditivas e nos testes da triagem escolar pré e pós-intervenção.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1358
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1358


TRIAGEM AUDITIVA E A ASSOCIAÇÃO DE INDICADORES DE RISCO EM RECÉM-NASCIDOS DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Silva, F. A. L. ; Soares, H. S. G. ; Silva, V. B. ;

Introdução: A triagem auditiva neonatal desempenha um papel crucial ao identificar precocemente possíveis deficiências auditivas em bebês, especialmente naqueles que passaram por cuidados intensivos neonatais. Esses neonatos frequentemente enfrentam situações reconhecidas como de risco para a audição, as quais, quando ocorrem isoladamente ou em combinação, aumentam a probabilidade de alterações auditivas. Como resultado, a presença desses fatores influencia diretamente o protocolo adotado na triagem, bem como o acompanhamento nos primeiros anos de vida. Objetivo: Analisar os resultados da triagem auditiva neonatal, bem como, a ocorrência de indicadores de risco em recém-nascidos oriundos da unidade de cuidado intensivo neonatal. Metodologia: Estudo transversal, realizado no banco de dados do programa de triagem auditiva neonatal de um hospital público terciário, referência em cuidado intensivo neonatal. A amostra analisada refere-se aos dados de 1559 neonatos que permaneceram mais de cinco dias internados em unidade de terapia intensiva no período de março de 2015 a junho de 2020. Todos foram submetidos a triagem com emissões otoacústicas e/ou potencial evocado auditivo automático. Os dados analisados foram a ocorrência e quantidade de indicadores de risco para audição na infância apresentados pelos recém-nascidos. No programa onde foi realizado o presente estudo, a análise dos indicadores segue as recomendações do Ministério da Saúde do Brasil nas Diretrizes de atenção a triagem auditiva neonatal (2012), incluindo a infecção por malária, Zika vírus e a covid-19 na gestação. Além dos indicadores foi analisado o resultado da triagem auditiva e os dados foram submetidos a estatística descritiva. Resultados: Dos 1559 recém-nascidos incluídos na análise durante o período considerado, 1,7% (n=26) exibiram um único indicador de risco para a audição. Notavelmente, 32,5% (n=507) apresentaram dois indicadores, enquanto 39,4% (n=614) exibiram três indicadores. A incidência diminuiu gradualmente, com 21% (n=328) manifestando quatro indicadores, 5% (n=77) com cinco indicadores e 0,4% (n=7) com seis indicadores. Quando submetidos à triagem auditiva, recém-nascidos sem indicadores de risco associados apresentaram uma taxa de 3,8% (n=1) de resultados alterados. A taxa aumentou para 10,1% (n=51) na presença de dois indicadores, atingindo 13,2% (n=81) com três indicadores, 21,6% (n=71) com quatro indicadores, e chegando a 28,6% (n=22 e n=2) para aqueles com cinco e seis indicadores, respectivamente. Considerando o conjunto, a prevalência global de falhas na triagem auditiva em recém-nascidos que permaneceram por mais de cinco dias na unidade de terapia intensiva foi de 14,6% (n=228).Conclusão: A grande maioria dos recém-nascidos que passaram mais de cinco dias na unidade de tratamento intensivo neonatal apresenta indicadores de risco associados à perda auditiva, sendo mais comum a presença de dois ou três indicadores. A prevalência de alterações na triagem auditiva nessa população é de 14,6%, podendo variar conforme a quantidade de indicadores de risco identificados.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1050
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1050


TRIAGEM AUDITIVA E VESTIBULAR EM NEONATOS: DIALOGANDO SOBRE ATUALIZAÇÕES E A RELEVÂNCIA DO TEMA
Maraninchi, F.M. ; Guzman, B. M. J. ; Doutrelepont, D. W. ; Silveira, I. F. ; Zambeli, J. G. A. ; Jardim, P. V. ; Moura, T. W. P. ; Soldera, C. L. C. ;

INTRODUÇÃO: A detecção precoce da perda auditiva em neonatos desempenha um papel crucial no desenvolvimento da linguagem, comunicação e qualidade de vida das crianças, enquanto a triagem vestibular se apresenta crucial na detecção de distúrbios do equilíbrio, função que representa importante papel no desenvolvimento neuropsicomotor durante a infância. As triagens e testes realizados em recém-nascidos apresentam importante aspecto de detecção e prevenção de problemas de saúde geral que podem impactar o desenvolvimento durante o período infantil. Reconhecendo a importância das funções de audição e equilíbrio e o modo que impactam o crescimento do indivíduo em uma importante fase da vida para o aprendizado, as triagens auditiva e vestibular em recém-nascidos são de grande interesse dos discentes e profissionais da área da saúde. Com este propósito, uma liga acadêmica de audição e equilíbrio de uma Universidade Federal organizou um evento focado em discutir as últimas atualizações em triagem auditiva e vestibular neonatal, enfatizando a importância do diagnóstico precoce e da intervenção oportuna para garantir um melhor desenvolvimento e qualidade de vida da criança. OBJETIVO: Relatar e descrever a experiência de um evento promovido por uma liga acadêmica de audição e equilíbrio, abordando as atualizações em triagem auditiva e vestibular neonatal. METODOLOGIA: Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. Foram organizadas duas aulas com enfoque na atualização quanto à triagem neonatal, tanto no campo da audiologia, quanto da otoneurologia. As palestras abordaram os principais indicadores de risco para a deficiência auditiva e para alterações vestibulares infantis, além de apresentarem as técnicas e métodos de triagem utilizados para detecção precoce desses problemas. Ademais, foram citadas algumas das estratégias mais recentes e eficazes de reabilitação disponíveis nestas áreas. As apresentações contaram com momentos de interação com o público através de atividades coletivas e de momentos de retirada de dúvidas, totalizando duas horas e 15 minutos de evento. RESULTADOS: Por meio das ações previamente descritas promovidas pela liga, foi possível abrir um espaço de aprendizagem acerca das mais recentes descobertas no ramo da triagem auditiva e vestibular neonatal, bem como repassar aos diversos estudantes e profissionais presentes os protocolos estabelecidos e consolidados em relação a esse assunto. Por fim, foi conduzido um debate acerca da importância desse campo do conhecimento, bem como a elucidação de dúvidas acerca do assunto. CONCLUSÕES: Conclui-se que o diálogo a respeito da triagem auditiva e vestibular neonatal é essencial para o público acadêmico, visto que proporciona maior conhecimento ao apresentar atualizações acerca do tema. O evento proposto pela Liga Acadêmica contribuiu para a formação de futuros profissionais da saúde, promovendo ensino e extensão durante a graduação e ampliando seu aprendizado na área.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1083
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1083


TRIAGEM AUDITIVA E VESTIBULAR EM NEONATOS: DIALOGANDO SOBRE ATUALIZAÇÕES E A RELEVÂNCIA DO TEMA
Soldera, C.L.C. ; Doutrelepont, D. W. ; Maraninchi, F.M. ; Jardim, P.V. ; Moura, T.W.P. ; Guzman, B.M.J. ; Silveira, I.F. ; Zambeli, J.G.A. ;

INTRODUÇÃO: A detecção precoce da perda auditiva em neonatos desempenha um papel crucial no desenvolvimento da linguagem, comunicação e qualidade de vida das crianças, enquanto a triagem vestibular se apresenta crucial na detecção de distúrbios do equilíbrio, função que representa importante papel no desenvolvimento neuropsicomotor durante a infância. As triagens e testes realizados em recém-nascidos apresentam importante aspecto de detecção e prevenção de problemas de saúde geral que podem impactar o desenvolvimento durante o período infantil. Reconhecendo a importância das funções de audição e equilíbrio e o modo que impactam o crescimento do indivíduo em uma importante fase da vida para o aprendizado, as triagens auditiva e vestibular em recém-nascidos são de grande interesse dos discentes e profissionais da área da saúde. Com este propósito, uma liga acadêmica de audição e equilíbrio de uma Universidade Federal organizou um evento focado em discutir as últimas atualizações em triagem auditiva e vestibular neonatal, enfatizando a importância do diagnóstico precoce e da intervenção oportuna para garantir um melhor desenvolvimento e qualidade de vida da criança. OBJETIVO: Relatar e descrever a experiência de um evento promovido por uma liga acadêmica de audição e equilíbrio, abordando as atualizações em triagem auditiva e vestibular neonatal. METODOLOGIA: Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. Foram organizadas duas aulas com enfoque na atualização quanto à triagem neonatal, tanto no campo da audiologia, quanto da otoneurologia. As palestras abordaram os principais indicadores de risco para a deficiência auditiva e para alterações vestibulares infantis, além de apresentarem as técnicas e métodos de triagem utilizados para detecção precoce desses problemas. Ademais, foram citadas algumas das estratégias mais recentes e eficazes de reabilitação disponíveis nestas áreas. As apresentações contaram com momentos de interação com o público através de atividades coletivas e de momentos de retirada de dúvidas, totalizando duas horas e 15 minutos de evento. RESULTADOS: Por meio das ações previamente descritas promovidas pela liga, foi possível abrir um espaço de aprendizagem acerca das mais recentes descobertas no ramo da triagem auditiva e vestibular neonatal, bem como repassar aos diversos estudantes e profissionais presentes os protocolos estabelecidos e consolidados em relação a esse assunto. Por fim, foi conduzido um debate acerca da importância desse campo do conhecimento, bem como a elucidação de dúvidas acerca do assunto. CONCLUSÕES: Conclui-se que o diálogo a respeito da triagem auditiva e vestibular neonatal é essencial para o público acadêmico, visto que proporciona maior conhecimento ao apresentar atualizações acerca do tema. O evento proposto pela Liga Acadêmica contribuiu para a formação de futuros profissionais da saúde, promovendo ensino e extensão durante a graduação e ampliando seu aprendizado na área.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1359
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1359


TRIAGEM AUDITIVA ESCOLAR
Umeoka-Hidaka, M.T ; Momensohn Santo, T.M ;

A audição é um dos sentidos primordiais para o desenvolvimento da comunicação humana, responsável pela aquisição da linguagem, fala e desenvolvimento cognitivo. A perda auditiva nos primeiros anos de vida de uma criança pode ter consequências substanciais na educação e aprendizagem. A proposta da triagem auditiva neonatal universal (TANU), proporcionou grandes benefícios com a identificação precoce da perda auditiva congênita, entretanto em muitos países ela está aquém de ser universal. Além disso o monitoramento auditivo preconizado pela TANU nem sempre é realizado, sendo as perdas auditivas de manifestação tardia ou progressivas muitas vezes não detectadas e consequentemente não tratadas. A triagem auditiva do escolar (TAE) é uma ferramenta fundamental para dar sequência a TANU Além disso a oportunidade de conscientizar alunos e professores sobre a importância da audição e práticas de escuta segura. A Organização Mundial de Saúde e estudos atuais apontam para a necessidade protocolos de TAE padronizados globalmente para potencializar essa intervenção. No Brasil o Programa de Saúde na Escola (PSE) em seu Componente I - Avaliação das condições de saúde, prevê as ações nas áreas de saúde nutricional, ocular, bucal, clínica, psicossocial e saúde auditiva, entretanto como opção de atividades que poderão ser efetivadas pelos municípios que fazem a adesão ao PSE, que muitas vezes acabam priorizando outras áreas. Importante ressaltar que o Sistema Único de Saúde (SUS) contempla a TAE (0211070360-DATASUS) no seu rol de procedimentos, muitas vezes desconhecido pelos profissionais da área. Objetivo: Analisar e acompanhar a evolução da TAE no território nacional por meio do DATASUS e censo escolar. Método: Levantamento dos registros de matriculados na educação básica do ensino público no censo escolar do território nacional, comparados aos procedimentos de triagem auditiva escolar (0211070360) cadastrados no DATASUS, no período de 2008 a 2023. Resultados: A porcentagem de TAE realizadas nos alunos matriculados nesse período foram: 2008 (58.178 - 0,15%), 2009 (44.847 - 0,09%), 2010 (33.108 - 0,07%), 2011 (26.253 – 0,06%), 2012 (37.629 - 0,89%), 2013 (32.953 - 0,79%), 2014 (34.363 - 0,84%), 2015 (24.722 - 0,06%), 2016 (22.099 - 0,05%), 2017 (20.547 - 0,51%), 2018 (41.471 - 0,10%), 2019 (23.856 - 0,06%), 2020 (6.419 - 0,01%), 2021 (14.766 - 0,03%), 2022 (19.455 - 0,05%), 2023 (25.107- 0,05% ). Conclusão: Os dados encontrados demonstram uma baixa adesão à realização da TAE, principalmente por não haver uma base de dados específica para o registro e políticas públicas mais efetivas. A TAE é fundamental, entretanto existe uma escassez de dados publicados, tanto sobre as políticas, diretrizes e regulamentos relacionados a saúde auditiva dos escolares. Na realidade nacional os estudos ressaltam a importância da intervenção, entretanto são pontuais e realizados pelas universidades e alguns serviços públicos que aderiram ao PSE com ênfase na saúde auditiva. A TAE favorece o diagnóstico precoce da deficiência auditiva, detecção de manifestações auditivas tardias ou progressivas e as patologias de orelha média tão comum na primeira infância.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1363
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1363


TRIAGEM E AVALIAÇÃO DE PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM PACIENTES COM TRANSTORNO DE LEITURA E ESCRITA.
Santos, L. C. J. ; Costa, R. ; Cavadas, M ;

O processamento auditivo central é caracterizado pelo conjunto das habilidades auditivas necessárias para a interpretação dos sons, tais habilidades são: detecção, discriminação, memorização e reconhecimento do som. Este trabalho objetivou identificar possíveis alterações de processamento auditivo central em pacientes em acompanhamento fonoaudiológico no ambulatório de transtornos da língua escrita, além de contribuir para o diagnóstico e reabilitação. Trata-se de um estudo prospectivo, do tipo Coorte, com delineamento transversal, realizado no período de maio de 2022 a abril de 2023, sob o parecer consubstanciado do CEP/INDC - UFRJ número: 5.082.807. A amostra foi composta por pacientes de ambos os gêneros, com idade média de 10 anos, em acompanhamento fonoaudiológico. Os critérios para a inclusão foram a assistência terapêutica fonoaudiológica para transtornos de leitura e escrita no ambulatório da universidade participativa do estudo. Os critérios de exclusão foram pacientes que já tivessem diagnóstico prévio de perda auditiva, déficit linguístico-cognitivo que impedisse a realização dos testes audiológicos e idade inferior a 6 anos. O estudo consistiu em duas etapas: triagem auditiva comportamental e avaliação do processamento auditivo. Todos os pacientes participaram de ambas as etapas e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, bem como o termo de assentimento livre e esclarecido. No primeiro momento, foi aplicado um questionário estruturado denominado Escala do Comportamento Auditivo (SCALE OF AUDITORY BEHAVIORS - SAB) e foi realizada a Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo (ASPA). Os dados foram coletados durante o atendimento, com resposta dos pais e terapeutas, devido à idade inferior a 18 anos dos participantes. No segundo momento, foi realizada a avaliação comportamental do processamento auditivo central por meio de testes verbais e não verbais, envolvendo as habilidades auditivas de figura-fundo, síntese binaural, localização sonora e memória sequencial de sons verbais e não verbais. Inicialmente, a amostra era composta por 12 pacientes contatados. Após recusas, desistências e desvinculação com a instituição, o estudo prosseguiu com 8 pacientes triados e avaliados. Dos participantes, 6 eram do gênero masculino (75%) e 2 do gênero feminino (25%). A faixa etária dos participantes variou entre 8 e 13 anos. A escolaridade variou do 2º ao 6º ano do ensino fundamental. A entidade nosológica fonoaudiológica dos pacientes foi de 50% dos pacientes apresentam dislexia, 25% apresentam TDAH associado à dislexia e 37,5% dos pacientes tinham alterações de aprendizado sem diagnóstico definido até o momento do estudo. Observou-se que todos os participantes apresentaram alteração no Processamento Auditivo Central, para os dois grupos de avaliações (verbais e não-verbais), pois, alterações de Processamento Auditivo Central podem estar vinculadas a outros déficits, como a atenção e a memória, coincidindo com os resultados observados pelos responsáveis na escala de comportamento auditivo, parâmetro psicométrico estratégico para as intervenções terapêuticas. Este estudo pode concluir que as avaliações do processamento auditivo central e a triagem auditiva foram capazes de identificar as alterações do processamento auditivo central nos pacientes de transtorno da língua escrita.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1349
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1349


TRIAGEM E AVALIAÇÃO DE PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL EM PACIENTES COM TRANSTORNO DE LEITURA E ESCRITA.
Santos, L. C. J. ; Costa, R. ; Cavadas, M ;

O processamento auditivo central é caracterizado pelo conjunto das habilidades auditivas necessárias para a interpretação dos sons, tais habilidades são: detecção, discriminação, memorização e reconhecimento do som. Este trabalho objetivou identificar possíveis alterações de processamento auditivo central em pacientes em acompanhamento fonoaudiológico no ambulatório de transtornos da língua escrita, além de contribuir para o diagnóstico e reabilitação. Trata-se de um estudo prospectivo, do tipo Coorte, com delineamento transversal, realizado no período de maio de 2022 a abril de 2023, sob o parecer consubstanciado do CEP/INDC - UFRJ número: 5.082.807. A amostra foi composta por pacientes de ambos os gêneros, com idade média de 10 anos, em acompanhamento fonoaudiológico. Os critérios para a inclusão foram a assistência terapêutica fonoaudiológica para transtornos de leitura e escrita no ambulatório da universidade participativa do estudo. Os critérios de exclusão foram pacientes que já tivessem diagnóstico prévio de perda auditiva, déficit linguístico-cognitivo que impedisse a realização dos testes audiológicos e idade inferior a 6 anos. O estudo consistiu em duas etapas: triagem auditiva comportamental e avaliação do processamento auditivo. Todos os pacientes participaram de ambas as etapas e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, bem como o termo de assentimento livre e esclarecido. No primeiro momento, foi aplicado um questionário estruturado denominado Escala do Comportamento Auditivo (SCALE OF AUDITORY BEHAVIORS - SAB) e foi realizada a Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo (ASPA). Os dados foram coletados durante o atendimento, com resposta dos pais e terapeutas, devido à idade inferior a 18 anos dos participantes. No segundo momento, foi realizada a avaliação comportamental do processamento auditivo central por meio de testes verbais e não verbais, envolvendo as habilidades auditivas de figura-fundo, síntese binaural, localização sonora e memória sequencial de sons verbais e não verbais. Inicialmente, a amostra era composta por 12 pacientes contatados. Após recusas, desistências e desvinculação com a instituição, o estudo prosseguiu com 8 pacientes triados e avaliados. Dos participantes, 6 eram do gênero masculino (75%) e 2 do gênero feminino (25%). A faixa etária dos participantes variou entre 8 e 13 anos. A escolaridade variou do 2º ao 6º ano do ensino fundamental. A entidade nosológica fonoaudiológica dos pacientes foi de 50% dos pacientes apresentam dislexia, 25% apresentam TDAH associado à dislexia e 37,5% dos pacientes tinham alterações de aprendizado sem diagnóstico definido até o momento do estudo. Observou-se que todos os participantes apresentaram alteração no Processamento Auditivo Central, para os dois grupos de avaliações (verbais e não-verbais), pois, alterações de Processamento Auditivo Central podem estar vinculadas a outros déficits, como a atenção e a memória, coincidindo com os resultados observados pelos responsáveis na escala de comportamento auditivo, parâmetro psicométrico estratégico para as intervenções terapêuticas. Este estudo pode concluir que as avaliações do processamento auditivo central e a triagem auditiva foram capazes de identificar as alterações do processamento auditivo central nos pacientes de transtorno da língua escrita.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1350
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1350


UMA CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA IMPLEMENTAÇÃO DE SERVIÇOS E PROCEDIMENTOS DE REABILITAÇÃO AUDITIVA NO SUS
Nogueira, D. M. ; Lima, C. C. ; Fiorini, A. C. ;

Introdução: Estima-se que mais de 1,5 bilhão de pessoas sofrerão perdas auditivas no mundo, sendo que ao menos 430 milhões precisarão de atenção especializada. Assim, a deficiência auditiva é uma importante questão de saúde pública. Desenvolver estratégias de saúde coletiva que considerem a saúde auditiva é fundamental para identificar soluções preventivas e de reabilitação. A utilização de dados facilita a busca por melhorias nos serviços de saúde. Objetivo: Estudar a implementação de serviços e de procedimentos de reabilitação auditiva no Brasil entre os anos de 2013 e 2022. Metodologia: Pesquisa documental descritiva, baseada em dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e das Informações de Saúde do DataSUS (Tabnet). Da plataforma Elasticnes, foram obtidos dados nos módulos “marcações” - habilitações relacionadas ao diagnóstico e reabilitação auditiva na média e alta complexidade; “equipamentos” - equipamentos de audiologia ativos no Sistema Único de Saúde (SUS); e “profissionais” - Fonoaudiólogo Geral (CBO 223810). Da plataforma Tabnet, levantou-se dados do módulo de Produção Ambulatorial (SIA/SUS), considerando os distintos procedimentos de dispensação e reposição de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI). Todos os valores foram obtidos para o período de janeiro de 2013 a dezembro de 2022 e foram tabulados por ano. Resultados: A média de estabelecimentos com habilitação em saúde auditiva em toda a rede SUS foi de 240 aparelhos, com desvio padrão de 30,78 e mediana de 237. O mínimo foi registrado em 2014, com 199 serviços, e o máximo em 2022, com 291. A proporção de Centros Especializados em Reabilitação (CER) em relação ao total de estabelecimentos habilitados apresentou um aumento médio de 2,71% ao ano, atingindo a marca de 46,39% dos serviços em 2022. Tal dado evidencia que a maioria dos serviços de saúde realiza a atenção à saúde auditiva em modalidade única. Observou-se um crescimento médio de 93,56 equipamentos de audiologia nos estabelecimentos do SUS por ano, sendo o ano de 2021 o de maior número de equipamentos (2097) e 2013, o de menor quantia (1271). Os maiores índices de dispensação de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) ocorreram nos anos de 2014 e 2022, com 219436 e 238830, respectivamente. Os anos de 2021 e 2022 foram os períodos de maior número de reposições (66.399 e 70.648, respectivamente), atingindo uma proporção de aproximadamente 30% das próteses auditivas dispensadas pelo SUS. Somente 15.614 fonoaudiólogos atuam no SUS (2022), não sendo possível, a partir dos dados encontrados, estabelecer a proporção de profissionais lotados nos serviços de reabilitação auditiva. O maior crescimento no número de fonoaudiólogos ocorreu entre os anos de 2013 e 2014, elevando-se de 11.097 para 12.331 profissionais. Conclusões: Todas as medidas consideradas para avaliar a implementação de serviços de atenção à pessoa com deficiência auditiva no SUS apresentaram crescimento entre os anos de 2013 e 2022. No entanto, a alta proporção de estabelecimentos cuja reabilitação auditiva é ofertada em modalidade única é um desafio no sentido da implementação da política pública de atenção à pessoa com deficiência.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1298
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1298


USO DA TECNOLOGIA NA REABILITAÇÃO DO TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL: UMA REVISÃO DE ESCOPO
SILVA,S.A ; Lima, Daviany Oliveira ; ROSA, MARINE DINIZ DA ; Araújo, L.S ;

Introdução: O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é definido como uma alteração de origem neurobiológica ou falta de habilidade na recepção, análise e processamento da informação que chega pela via auditiva. Existe uma dificuldade em localizar, discriminar, reconhecer, memorizar e compreender a fala, mesmo quando a audição periférica está normal e outras funções cognitivas estão preservadas. Em virtude disso, o treinamento auditivo é o conjunto de condições acústicas e de tarefas que são aplicadas para ativar a sistematicidade neural de tal forma que sua base neural e os comportamentos auditivos sejam modificados, favorecendo benefícios para o desempenho auditivo dos indivíduos com TPAC. O uso das novas tecnologias auxilia a terapia fonoaudiológica no desempenho de um processo mais dinâmico, atrativo e com maior verificação dos dados de desenvolvimento das conexões neurais para minimização das consequências funcionais das alterações nas habilidades auditivas. Objetivos: Analisar o uso de recursos tecnológicos na reabilitação das habilidades auditivas em indivíduos com TPAC. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa, fundamentada em uma pesquisa de revisão de escopo. A revisão foi desenvolvida com base nas recomendações do guia internacional Preferred Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA ScR). Os dados foram selecionados a partir das seguintes bases: SCIELO, PUBMED, SCOPUS. LILACS e BVS. Com artigos selecionados dos últimos 5 anos disponíveis na integra, a partir dos descritores DECS/ MESH: Information Technology; Auditory Perception; Acoustic Stimulation; Program; Auditory Perceptual Disorders. Os critérios de elegibilidade foram definidos por meio do formato PCC (Participantes, Conceito, Contexto). A elegibilidade para o estudo foi caracterizada em: Participante: indivíduos com TPAC; Conceito: reabilitação; Contexto: audição e tecnologia. Conciliando os tópicos-chave do PCC com os objetivos do estudo, foi elaborada a seguinte pergunta de pesquisa: “De que maneira a tecnologia tem sido utilizada como recurso para a reabilitação de pessoas com TPAC?”. Resultados: Foram encontrados um total de 9.681 artigos, entretanto, 9.671 foram excluídos a partir da leitura dinâmica dos títulos por não abordarem o tema, totalizando 5 selecionados para o desenvolvimento dessa pesquisa após exclusão dos artigos duplicados. Dessa forma, algumas abordagens utilizando recursos tecnológicos, tais como programas de treinamento auditivo baseados em software (Escuta Ativa® e SisTHA), foram examinadas em relação ao uso na melhoria das habilidades auditivas centrais. Conclusão: Os resultados destacam o papel fundamental da tecnologia na reabilitação de indivíduos com TPAC, proporcionando abordagens mais dinâmicas, atrativas e personalizadas. A utilização de recursos tecnológicos permite uma maior verificação dos dados e contribui para minimizar as consequências funcionais das alterações nas habilidades auditivas centrais. No entanto, é preciso continuar investigando e aprimorando essas intervenções tecnológicas, bem como sua integração com os protocolos tradicionais de reabilitação auditiva. Como também, são necessários estudos que avaliem a longo prazo os efeitos dessas intervenções, para garantir uma abordagem abrangente e eficaz no tratamento do TPAC.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1094
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1094


USO DE APLICATIVO PARA TRIAGEM AUDITIVA EM IDOSOS
OLIVEIRA, A. M. ; SOUZA, L. P. ; BARBUI, T. R. M. ; VEDOVATO, G. L. ; SA, N. C. ; MARQUES, Y. S. ; MOREIRA, P. G. I. ; LUIZ, A. L. F. ; FRIZZO, A. C. F. ; JOSÉ, M. R. ;

Introdução: As ferramentas de triagem auditiva possibilitam a identificação de pessoas com risco de perda auditiva de forma mais acessível e simplificada, favorecendo o diagnóstico e a intervenção precoce. Objetivo: analisar a concordância entre os limiares obtidos por condução aérea por meio de um aplicativo em smartphone com os limiares verificados na audiometria tonal liminar. Metodologia: O delineamento do estudo foi observacional, transversal e analítico. Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisas em Seres Humanos (parecer nº 6.481.380), 22 participantes (idade média= 70,1 ± 13,9), foram convidados para participação no estudo durante seus atendimentos para avaliação audiológica em uma clínica escola. Foram excluídos aqueles indivíduos com dificuldades de compreensão ou cognitivas autorrelatadas. A triagem auditiva foi realizada por meio da pesquisa dos limiares tonais por condução aérea nas frequências de 250, 500, 1000, 2000, 4000 e 8000 Hz em cada uma das orelhas, utilizando o aplicativo Hearing Analyzer Lite 5.0, disponível gratuitamente na App Store (sistema operacional iOS), instalado em um smartphone acoplado a fones de ouvido (marca Elsys, modelo EAF042ANC1, com cancelamento de ruído). O local para realização da triagem foi uma sala silenciosa, sem tratamento acústico, onde o participante foi posicionado sentado em uma cadeira e orientado a levantar a mão todas as vezes que ouvisse os estímulos auditivos de tom modulado. O ruído médio do ambiente durante a realização da triagem foi de 44,8 ± 4,65, mensurado por meio do aplicativo Decibelímetro, instalado em um tablet (marca Samsung, modelo Tab3 Lite). Os limiares tonais obtidos por meio da triagem auditiva foram comparados com os limiares da audiometria tonal liminar realizada por fonoaudiólogas do serviço em que o estudo foi realizado, pesquisando os limiares aéreos das frequências de 250 a 8000 Hz para orelha direita (OD) e esquerda (OE), em cabina acusticamente tratada. Foi realizada a imitanciometria com o objetivo de avaliar as condições tímpano-ossiculares e a integridade da via auditiva e para confirmação dos limiares aéreos tonais e verificação da capacidade de detecção ou reconhecimento de palavras foi realizada a logoaudiometria. Para analisar a diferença entre a aplicação dos dois métodos foram realizados os testes T-Student, Bland-Altman e regressão linear simples. Resultados: Somente foi observada concordância entre os limiares tonais obtidos por meio do aplicativo Hearing Analyzer Lite 5.0 e a audiometria tonal liminar realizada em cabine audiométrica (teste t-Student), nas frequências de 250Hz da OD (p=0,199) e 8000Hz da OD (p=0,865) e OE (p=0,383). É sugerido que os limiares obtidos pela audiometria tonal liminar em ambiente clínico têm relativa concordância com os limiares obtidos por meio do aplicativo na maioria das frequências analisadas, nas duas orelhas, porém, os valores médios da diferença entre os dois métodos não se aproximaram do valor zero (Bland-Altman). Foi observado viés de proporção (regressão linear simples) na frequência de 8000 Hz da OD (p=0,021) e OE (p=0,012). Conclusão: Não foi observada concordância entre os limiares tonais por condução aérea obtidos com um aplicativo instalado em um smartphone com aqueles limiares verificados na audiometria tonal liminar em ambiente clínico.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1281
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1281


USO DE MEDICAMENTOS OTOTÓXICOS EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA REFERÊNCIA NO ATENDIMENTO DO NEONATO DE ALTO RISCO
Oliveira, A. S. ; Souza, E. C. L. ; Lemos, G. S. ; Brito, V. F. ; SILVA, F. A. L. ; Silva, V. B. ;

Introdução: A triagem auditiva neonatal desempenha um papel crucial na identificação precoce de possíveis deficiências auditivas em recém-nascidos, sendo particularmente significativa para aqueles que foram expostos a medicamentos ototóxicos durante a gestação ou após o nascimento. Dentre os principais antibióticos ototóxicos utilizados na neonatologia, destacam-se a Gentamicina, Amicacina e Tobramicina. O uso desses medicamentos representa um fator de risco significativo para a audição dos recém-nascidos, tornando o seu uso um tema complexo e com nuances, devido ao risco potencial de perda auditiva permanente versus a necessidade de tratar infecções graves. Objetivo: Analisar os resultados da triagem auditiva em recém-nascidos expostos a medicamentos ototóxicos. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal realizado no banco de dados de um programa de triagem auditiva neonatal, de um hospital público, terciário, referência no atendimento ao neonato de alto risco. No referido programa, os recém-nascidos são triados por meio de medidas objetivas da audição (emissões otoacústicas evocadas transientes e/ou potencial evocado auditivo de tronco encefálico), baseado nos critérios definidos pelo Ministério da Saúde do Brasil nas Diretrizes de Atenção a Triagem Auditiva Neonatal (2012). No banco de dados analisado, em um período de seis anos (2015 a 2020), foram triados 21.456 neonatos e destes, 5417 foram classificados como de alto risco para deficiência auditiva, devido ao uso de medicamento ototóxico no período neonatal. Foram realizadas análises quanto a procedência do recém-nascido (alojamento conjunto ou unidade neonatal) ocorrência de indicadores de risco associados e resultados da triagem auditiva. Os dados foram submetidos a estatística descritiva. Resultados: Dos 5417 recém-nascidos que fizeram uso de medicamentos ototóxicos, 75,8% (n=4106) são oriundos da unidade neonatal e 24,2% (n=1311) do alojamento conjunto; 53,1% (n=2878) apresentavam indicadores de risco associados e destes, 93,3% (n=2685) são provenientes da unidade neonatal e 6,7% (n=193) do alojamento conjunto; 46,9% (n=2539) dos recém-nascidos apresentavam somente o uso de ototóxicos e destes, 64% (n=1421) são da unidade neonatal e 44% (n=1118) do alojamento conjunto. Quanto aos resultados da triagem auditiva, na ocorrência de indicadores associados, se constatou 9,1% (n=245) de alteração em recém-nascidos da unidade neonatal e de 5,7% (n=11) no alojamento conjunto; Nos casos do uso somente do ototóxico, a alteração foi observada em 3,2% (n=45) dos recém-nascidos da unidade neonatal e de 3,5% (n=39) nos recém-nascidos do alojamento conjunto. Em panorama geral, recém-nascidos com uso exclusivo de ototóxicos apresentaram 3,3% (n=84) de alteração na triagem auditiva, enquanto naqueles com fatores associados a alteração foi observada em 8,9% (n=256). Conclusão: A prevalência de alteração na triagem auditiva em recém-nascidos expostos a tratamento com medicamentos ototóxicos é de 3,3%, sendo essa prevalência ainda mais elevada quando o uso de ototóxico está associado a outros indicadores de risco, principalmente quando o recém-nascido é proveniente da unidade neonatal.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1301
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1301


VALIDAÇÃO DE RECURSO EDUCACIONAL PARA FONOAUDIÓLOGOS SOBRE O USO DO VIDEOFEEDBACK
Martins, G.S. ; Santos, I.R.D.dos ; Brazorotto, J.S. ;

Introdução: Dada a influência das interações sociais no desenvolvimento de crianças com deficiência auditiva, é essencial que fonoaudiólogos sejam qualificados para atuar com ferramentas de capacitação parental como o videofeedback, que objetiva aperfeiçoar a qualidade das interações entre a família e a criança. Nesse sentido, uma das formas de oferecer suporte aos profissionais é por meio da elaboração de recursos educacionais baseados em evidências científicas e que passem pelo processo cuidadoso de validação. Objetivo: Validar um recurso educacional voltado aos fonoaudiólogos para a aplicação do videofeedback na capacitação de famílias de crianças com deficiência auditiva. Metodologia: Trata-se de um estudo metodológico, de validação, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa Institucional, sob número do parecer: 3.440.683. Participaram do estudo 7 fonoaudiólogos de um serviço de reabilitação auditiva do Sistema Único de Saúde (SUS), que julgaram o recurso educacional por meio de uma adaptação, disponibilizada via Google Forms®, do Instrumento de Validação de Conteúdo Educativo em Saúde (IVCES). A versão adaptada pelo grupo de pesquisa possui 14 itens distribuídos em três domínios: objetivos, estrutura e relevância. Primeiramente, foi realizado o processo de avaliação de um vídeo tutorial, seguido da validação de um manual. Após as avaliações dos fonoaudiólogos, os dados foram tabulados no programa Excel® e analisados de maneira descritiva e indutiva, sendo utilizado o índice de validade de conteúdo (IVC), com adoção de valores de no mínimo 0,80 para concordância aceitável entre os juízes. Resultados: O conteúdo e a estrutura do recurso educacional foram considerados adequados pelos juízes para levar o conhecimento sobre o videofeedback aos fonoaudiólogos, com IVC acima de 0,80 para todos os itens avaliados. Em relação à avaliação do vídeo tutorial, houve discordância em 3 dos 14 itens julgados. Com isso, foram sugeridas melhorias, as quais foram implementadas: o tutorial foi dividido em 3 vídeos curtos, legendas e um resumo inicial foram inseridos e a fonte de texto de algumas informações foi aumentada. Além das sugestões fornecidas, os profissionais destacaram como pontos positivos a clareza da linguagem científica utilizada e os esclarecimentos que o tutorial proporciona acerca do videofeedback. Sobre a avaliação do manual, não houve discordância entre os juízes, os profissionais não indicaram sugestões para o aperfeiçoamento do manual, apenas destacaram como ponto positivo a organização do recurso educacional. Assim, o produto final deste estudo consiste em um manual com texto sobre as bases do videofeedback e o passo a passo de sua aplicação na capacitação de famílias de crianças com deficiência auditiva, 3 vídeos tutoriais para a revisão do conteúdo e uma seção especial com 2 vídeos de interação família-criança e formulário de análise para estudo de caso. Conclusão: O recurso educacional foi validado quanto aos domínios objetivos, estrutura e relevância, sendo válido para levar conhecimento aos fonoaudiólogos sobre a aplicação do videofeedback na capacitação de famílias de crianças com deficiência auditiva.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1229
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1229


VALIDAÇÃO DE UM WEBAPP EAR ON EMPREGADO NUM PROGRAMA DE IDOSOS PROTETIZADOS
Vedovato, G.L. ; Souza, L.P. ; Rombola, I.T. ; Oliveira, A.M. ; Luiz, A.L.F. ; Morais, G.P. ; Jose, M.R. ; Frizzo, A.C.F. ;

INTRODUÇÃO: A recente pandemia do SARS-COVID 19 e o risco de adoecimento levou toda a população ao isolamento social, incluindo os usuários de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Desta forma, os serviços que atendem a estes pacientes tiveram que adaptar os atendimentos para a modalidade remota por meio da telefonoaudiologia. Na atualidade, esse tipo de atendimento continua ser uma estratégia de apoio útil a esses pacientes. O presente estudo apresenta uma estratégia de tecnologia assistiva em saúde, para acompanhamento ao usuário de AASI empregando o recurso digital “Web Aplicativo Ear On" e emprega um teste pilo para a validação do dispositivo. MATERIAL E MÉTODOS: Foi desenvolvido um protótipo de aplicativo no qual contém: orientações sobre a perda auditiva e seu impacto, assim como o uso, manuseio e cuidados com seus dispositivos de amplificação sonora. Com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, parecer nº4.262.527 , foi realizado um teste piloto com 06 participantes (3 fonoaudiólogos e 3 membros da comunidade) onde foi aplicado um questionário qualitativo para analisar o uso do protótipo em relação aos seguintes tópicos: Qualidade das informações e conteúdos (1), Apresentação geral do site (2) e sobre o Referencial teórico e técnico científico (3), onde as questões foram divididas em subtópicos (figura 1), a modo qual o avaliador pudesse avaliar qualitativamente o conteúdo do aplicativo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados do questionário qualitativo de avaliação podem ser divididos em dados descritivos. Em relação a qualidade das informações e conteúdos constatou-se que metade dos participantes (50%) aprovaram a qualidade das informações. Por outro lado, para o restante dos participantes não ficou claro como se dá a perda auditiva e qual a utilidade das próteses auditivas. No que tange a apresentação geral do site e todos os seus descritivos, a maioria (70%) dos participantes ficaram em dúvida quanto a praticidade e a clareza para o manuseio do protótipo, sendo que nenhum julgou a plena capacidade de usufruir do conteúdo do aplicativo frente aos recursos audiovisuais e praticidade no manuseio atualmente nele inseridos que não são muito auto-explicativos. Quanto ao referencial teórico e teórico-científico, metade dos participantes (50%) aprovaram o referencial teórico-científico e o conteúdo do protótipo. A telefonoaudiologia pode beneficiar o paciente reduzindo o tempo de espera pelos atendimentos e facilitar o manejo de condições crônicas. CONSIDERAÇÔES FINAIS: A partir dos resultados do teste piloto as informações do Web Aplicativo Ear on devem ser aprimoradas para então serem divulgadas à comunidade científica, aos pacientes e à comunidade em geral.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1116
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1116


VALIDAÇÃO LONGITUDINAL DA INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DE BEBÊS E CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Mendes, BCA ; Rainato, DKR ; Souza, JL ; Ficker, LB ; Martinez, MAN ; Novaes, BC ;

Introdução: O processo do diagnóstico audiológico e a intervenção em bebês e crianças com perda auditiva tem como principal objetivo o desenvolvimento da linguagem oral e suas habilidades auditivas. Os efeitos da falta de audibilidade refletem diretamente nos subsistemas da linguagem, refletindo nas habilidades sociais, comunicativas e no desenvolvimento da leitura e escrita. O acesso à audibilidade dos sons de fala de modo precoce e consistente tem impactos substanciais e duradouros nas habilidades linguísticas e auditivas, quando efetuado desde os primeiros meses de vida. Objetivo: Analisar a validação longitudinal do diagnóstico audiológico e da intervenção de bebês e crianças com deficiência de audição a partir da análise do desenvolvimento de suas habilidades auditivas e linguagem oral e o uso do AASI. Método: Pesquisa longitudinal, descritiva, com aprovação do comitê de ética da universidade. Foram sujeitos da pesquisa 12 crianças, com diagnóstico de perda auditiva neurossensorial bilateral, selecionados a partir da disponibilidade de acesso ao serviço para a avaliação e agrupados em G1 e G2 pelo critério de audibilidade que tem como valor basal a porcentagem do índice de Inteligibilidade de Fala (SII) em 65 dBNPS obtido pela amplificação do AASI. Foram aplicados os questionários IT-MAIS, MUSS, LittleEars por meio de entrevista com os pais e realizada a observação do comportamento auditivo para determinar a posição dos sujeitos quanto a Categorias de Audição e de Linguagem. Resultados: A média de idade do diagnóstico audiológico foi de 4,33 meses. Os resultados audiológicos de todas as crianças tiveram correspondência entre si, com exceção de dois sujeitos do G2. As crianças do G1 tiveram desempenho inferior aos seus pares do G2 nos instrumentos aplicados. Na segunda avaliação, as crianças do G2 aumentaram a pontuação do MUSS de forma significante e seu desempenho geral aumentou conforme o aumento do uso dos AASI, mas sem significância estatística. A partir da terceira avaliação, dois sujeitos evadiram, um de cada grupo. Os sujeitos do G1 foram encaminhados para a realização de IC ou uso de libras. Todos os sujeitos do G2 tiveram melhora significativa no desempenho de audição e linguagem compatível com a consistência do uso do dispositivo eletrônico. Conclusão: O comportamento auditivo validou os processos de diagnóstico e intervenção auditiva dos sujeitos e aplicação dos instrumentos mostrou-se adequada para o acompanhamento do desenvolvimento de habilidades de audição e linguagem das crianças pequenas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1207
ISSN 1983-1793X
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VALORIZANDO A PERCEPÇÃO DE MILITARES QUANTO AOS RISCOS E ESTRATÉGIAS PARA PRESERVAÇÃO AUDITIVA NO AMBIENTE DE TRABALHO
Heupa, A.B. ; GONÇALVES, C.G.O. ; LÜDERS, D. ;

Introdução: No desenvolvimento de programas de preservação auditiva, é importante que se investigue a percepção do trabalhador sobre seu trabalho, riscos auditivos que ele acredita estar exposto e efeitos que isso pode gerar. Estudos referem que policiais militares tem conhecimento dos riscos auditivos que estão expostos quando se trata do ambiente, porém, ocorre uma certa resistência quando se trata de modificar atitudes em relação a estes riscos. Objetivo: explorar crenças e conhecimentos de policiais militares de unidades especializadas sobre os riscos auditivos da exposição ao ruído. Método: Estudo transversal analítico de abordagem qualitativa, realizado com militares de uma cidade da região sul brasileira. Foram convidados todos os militares de quatro unidades: apoio com motocicleta (ROCAM), operações aéreas (BPMOA), salvamento tático (GOST) e operações especiais (BOPE). Foi realizado um grupo focal com doze voluntários sorteados (três representantes de cada unidade), de forma online através da plataforma Teams, sendo gravado e transcrito para análise de conteúdo a partir de três questões norteadoras sobre exposição ao ruído, percepção do impacto do ruído e estratégias para diminuir esse impacto. A análise de conteúdo seguiu as etapas de pré-análise (organização do material e sistematização das ideias iniciais); exploração do material (com codificação e categorização); e tratamento dos resultados (inferências e interpretações qualitativas). Resultados: Dos doze policiais sorteados, 10 participaram da reunião: dois do BOPE, dois do BPMOA, três do GOST e três da ROCAM. Emergiram da análise de conteúdo quatro principais categorias. (Categoria - A) Atividades Otoagressivas, dividida em cinco subcategorias: (A1) Fontes ruidosas laborais (sirenes, prática de tiro, aeronaves, motocicletas, rádio operadores, equipamentos, policiamento em eventos e ambiente da unidade ruidoso); (A2) Situações hiperbáricas (prática de mergulho); (A3) Interação de fontes ruidosas; (A4) Habituação ao ruído (crença de que a constante exposição deixa o ruído menos ameaçador); (A5) Fontes ruidosas não laborais (fones de ouvido para música e uso de ferramentas ruidosas) . (Categoria - B) Protetores Auditivos, dividida em duas subcategorias: (B1) Crenças de proteção auditiva; (B2) Formas de uso de proteção auditiva. (Categoria - C) Efeitos da exposição ao ruído, dividida em três subcategorias: (C1) Efeitos após a jornada de trabalho (zumbido e estresse); (C2) Prejuízos da exposição ao ruído extra laboral (perda auditiva pelo uso de fones de ouvido); (C3) Percepções sobre efeitos com o tempo de serviço. (Categoria – D) Estratégias e soluções além da proteção auditiva. Conclusão: De forma geral os militares representantes têm conhecimento sobre os ruídos a que estão expostos e seus efeitos na saúde auditiva, nota-se uma certa habituação a esta exposição o que a torna menos ameaçadora. A técnica do grupo focal possibilitou um entendimento mais aprofundado sobre exposição ocupacional por parte dos participantes, visto que a interação com colegas de distintas unidades proporcionou a identificação de experiências e desafios. Trouxe ainda informações que tornam possíveis a personalização das atividades em saúde auditiva com militares destas unidades especializadas.
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Página(s): p.1237
ISSN 1983-1793X
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VERTICAL VISUAL SUBJETIVA ATRAVÉS DO TESTE DO BALDE EM INDIVÍDUOS SEM QUEIXAS AUDITIVAS E VESTIBULARES: UM PILOTO
Machado, C.S.S. ; Assis, I.S. ; Cordeiro, N.G. ;


TÍTULO: Vertical Visual Subjetiva através do Teste do Balde em indivíduos sem queixas auditivas e vestibulares: Um Piloto

INTRODUÇÃO: Para garantir ao indivíduo a percepção quanto à orientação espacial, é preciso a integração entre vários sistemas, dentre os quais, o sistema vestibular. A Vertical Visual Subjetiva (VVS) analisa a função otolítica, sendo o teste do balde um dos quais que avalia a capacidade dos indivíduos em julgar a verticalidade de objetos. OBJETIVO: Avaliar uma fração do sistema do equilíbrio, que corresponde à verticalidade, nas posições sentado e em pé, na presença e ausência de espuma, levantando os valores da VVS e seus intervalos afim de verificar a aplicabilidade deste teste junto à bateria otoneurológica, em indivíduos adultos jovens, alunos de uma instituição privada. MÉTODOS: Trata-se de um estudo do tipo observacional descritivo com amostra de conveniência composta de 40 indivíduos, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 30 anos, sem queixas auditivas e vestibulares. Foram excluídos indivíduos com alterações relacionadas à postura, ao equilíbrio e diagnóstico de alteração auditiva. O instrumento utilizado foi confeccionado pelas pesquisadoras segundo a literatura, as ordens foram verbais, semelhantes à literatura, e o indivíduo deveria colocar o mais vertical possível a linha fluorescente, dentro do balde, sem qualquer outra pista visual. A avaliação aconteceu com os indivíduos nas posturas: sentado com os pés apoiados no chão (SSE); sentado com os pés apoiados em espuma (SCE); de pé com os pés apoiados no chão (DPSE); de pé com os pés apoiados em espuma (SPCE) e marchando no mesmo lugar (MML) e o resultado é dado em graus. RESULTADOS: Os valores de desvio da verticalidade se encontraram dentro dos padrões de normalidade, segundo a literatura para a VVS com valores entre 0 a +2º graus. A média, em graus, para indivíduos normais foi de 0,31 para SSE; 0,30 para SCE; 31,9 para DPSE; 36,7 para DPCE e 1,0 para MML. Não há diferença para VVS se houver mudança entre o giro do balde quer para a direita ou para esquerda. No entanto, mudando de sentado para de pé na presença e ausência de espuma, encontrou-se uma correlação forte e positiva. (Valores de Rho de 0,645 (para SSE com SCE) e 0,799 (para DPSE com DPCE), com significância estatística de p <0,001 em ambos.) CONCLUSÃO: O estudo permitiu avaliar uma fração do sistema do equilíbrio, apresentando os valores de corte da VVS nas posições sentado e em pé na presença e ausência de espuma (tipos de atividade _ SSE, SCE, DPSE, DP) em indivíduos normais tornando-se um teste interessante na bateria otoneurológica.
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Página(s): p.1062
ISSN 1983-1793X
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WIKIDATA AS A TOOL FOR STRUCTURING OPEN DATA AND DISSEMINATING KNOWLEDGE ON THE INTERNET: EDIT-A-THON EVENT IN HEARING HEALTH
Matos, H. G. C. ; Cruz, P. C. ; Arrigo, A. J. ; Nader, M. J. M. ; Cardoso, M. J. F. ; Montilha, A. A. P. ; Mietchen, D. ; Morata, T. C. ; Alvarenga, K. de F. ; Jacob, L. C. B. ;


Introduction: Wikidata is a free knowledge project maintained by the Wikimedia Foundation, with contributions from a community of volunteers, aiming to structure a database for the lexicographical representation of units of knowledge. Open data refers to information made freely available, without restrictions on use, redistribution, or modification, as part of the ontological organization of knowledge in the digital ecosystem. Several search engines and digital platforms use Wikidata as a reference source in search results for health information on the internet. Equitable and free access to knowledge is a fundamental step in promoting health literacy, favoring prevention and self-advocacy in health. Using semantic models for declaring information with properties, attributes, and reference sources, Wikidata enables information curation for the dissemination of health knowledge on the internet. The use of free knowledge projects to democratize access to scientifically grounded information about hearing health is an emerging trend and a model for digital health communication. For example, the global campaign Wiki4WorldHearingDay2023 reached over 16.5 million people worldwide, addressing topics related to hearing health. Therefore, it is crucial to explore the possibilities offered by Wikidata for data literacy and accessing information about hearing health. Objective: To report the experience of a training event on the use of the Wikidata open database as a tool for structuring and disseminating knowledge in hearing health on the internet. Methodology: A in-person Edit-a-thon event was organized to edit open data in the Wikidata database, with the objectives of: (i) promoting the use of Wikidata by audiologists; (ii) contributing to the structuring and creation of open data in hearing health, through editing information items in Wikidata in Audiology; (iii) contributing to the curation and insertion of scientific references on hearing health; (iv) editing, creating, and mapping the ontological organization of information in Wikidata on hearing health. All edits made during the event were monitored through the Outreach Dashboard educational tracking platform and using the Reasonator tool for mapping the ontological structure of knowledge in hearing health in Wikidata. Results: The event was attended by 19 undergraduate and graduate students affiliated with a Speech-Language Pathology and Audiology course and a multiprofessional residency program in hearing health. Four new data items were created, and 72 items were edited, totaling 444 edits by participants, and 277 bibliographic references were added to edited items from Outreach Dashboard data. Analysis of the ontological organization of knowledge using the Reasonator tool indicates 225 open data related to Audiology in Wikidata. Conclusions: The event highlighted the potential use of Wikidata as an effective tool for structuring and disseminating knowledge in hearing health on the internet, as well as serving as a training strategy for students and professionals in the context of digital health communication and data literacy based on free knowledge projects.
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Página(s): p.1168
ISSN 1983-1793X
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WIKIPÉDIA NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: UMA FERRAMENTA DE PROMOÇÃO DE SAÚDE AUDITIVA
Matos, H. G. C. ; Zucki, F. ; Lima, F. R. ; Lebler, C. D. C. ; Duarte, J. L. ; CRUZ, P. C. ; Montilha, A. A. P. ; Morata, T. C. ; Jacob, L. C. B. ;

Introdução: A extensão universitária integra ensino, pesquisa e interação com a sociedade para democratizar o acesso ao conhecimento e facilitar a colaboração entre a universidade e a comunidade. Projetos mantidos e geridos por uma comunidade global de voluntários e pela Wikimedia Foundation, como a enciclopédia livre Wikipédia, unem a aprendizagem digital e a promoção de saúde, fomentando a formação crítica e responsável, o diálogo construtivo e a reflexão ética na tradução e na disseminação de conhecimento on-line. O uso da Wikipédia em projetos de extensão universitária permite aos estudantes contribuir ativamente para a construção reflexiva do conhecimento, enquanto os professores atuam como mediadores no desenvolvimento das competências científicas e humanas dos alunos. Objetivo: Relatar os resultados de um projeto de extensão universitária baseado no uso da Wikipédia como ferramenta de promoção de saúde auditiva. Metodologia: Foi desenvolvido um projeto de extensão universitária por dois cursos de Fonoaudiologia, integrantes de um projeto de pesquisa interinstitucional e internacional, para utilização da Wikipédia como ferramenta de promoção em saúde auditiva. Alunos de graduação das instituições participantes foram capacitados na edição de conteúdos cientificamente embasados sobre saúde auditiva por integrantes da comunidade brasileira de usuários da Wikipédia e por pesquisadores do projeto. A capacitação envolveu: normas de edição, livro de estilo textual, uso de referências bibliográficas e registro de arquivos na plataforma Wikimedia Commons (repositório multimídia em licença aberta relacionado a Wikipédia). Todas as edições realizadas pelos participantes foram monitoradas por meio da plataforma de acompanhamento educacional Outreach Dashboard. Foram quantificados os números de: edições, verbetes editados, visualizações, referências bibliográficas e arquivamento de material multimídia entre março de 2023 e fevereiro de 2024. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética — Parecer n.º 6.114.935. Resultados: Foram capacitados 21 alunos de graduação que realizaram um total de 684 edições de conteúdos em 67 verbetes na Wikipédia relacionados com saúde auditiva. Os alunos contribuíram com a inserção de 490 fontes de referências e com o carregamento de 27 arquivos de imagem. Durante o período de acompanhamento, foram registradas 204.000 visualizações aos verbetes editados no projeto. Conclusão: O uso da Wikipédia como estratégia de promoção de saúde auditiva por alunos de graduação apresenta potencialidades significativas na construção de um espaço coletivo para o consumo e produção de conhecimento. Um exemplo, as plataformas de Inteligência Artifical (generative text, chatbots) usam fontes abertas, com a disponibilização de conteúdos na Wikipédia o potencial de alcance da informação de qualidade é expandido. O ambiente digital da Wikipédia oferece aos alunos a oportunidade de refletir sobre suas contribuições na escrita de textos relacionados aos temas de sua formação acadêmica. Os resultados quantitativos demonstram o acesso aos conteúdos editados pelos alunos e destacam a importância da Wikipédia como um instrumento de promoção de saúde, facilitando a tradução de conhecimentos científicos da universidade para a comunidade por meio da internet.
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Página(s): p.1152
ISSN 1983-1793X
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WIKIVERSITY TRAINING COURSE FOR BRAZILIAN AMAZON HEALTHCARE PROFESSIONALS ON PLANETARY HEALTH IMPACTS IN HUMAN COMMUNICATION
Matos, H. G. C. ; Vespero, V. A. ; Caldana, M. L. ; Blasca, W. Q. ; Jacob, L. C. B. ;

Introduction: Anthropogenic activities led to systematic repercussions on both human and planetary health boundaries and pose the most immediate threat to national health systems. Scientific evidence demonstrates the escalating climate crisis impacting a range of health conditions and factors. Direct and indirect implications of climate change on hearing health, such as noise pollution, chemical exposure, and arboviruses infections, notably contribute to hearing loss. Epidemic environmental-triggered infections such as Sars, Zika, Ebola, and Lassa Fever are examples of climate-associated diseases with hearing loss. Specific populations particularly vulnerable to climate-related hearing impairments include children, elderly, rural communities, and immigrants. The worsening climate crisis in the Brazilian Amazon region underscores the need for preparing local healthcare professionals. Climate education through a planetary health literacy empowers communities' resilience and adaptation to the climate crisis and its impacts on human health. Open education offers a promising approach to improving the quality of scientifically informed content on the health impacts of climate change. Objective: We aim to explore the development of a Massive Online Open Course (MOOC) on the open education platform Wikiversity on planetary health and human health communication training for Amazon health professionals. Methodology: Wikiversity offers a technological backend for building scalable MOOCs, utilizing JavaScript, Lua, and CSS on the internet-based platform. MOOCs may include modules, quizzes, and tasks organized within an index file containing the course infrastructure (sections, titles, and summaries). The MOOC materials were created by members of the research team and invited professors/researchers. Each MOOC lesson consists of a video lecture, text with hyperlinks to Wikipedia articles, and bibliographic references on the lesson's topic. All multimedia materials (images and videos) incorporated into the MOOC are stored in the Wikimedia Commons open-license repository. The intersection of human communication with the context of climate change was explored by examining its effects on aging, adult language, neurological alterations, language acquisition and development, and hearing health. The objective was to develop training content to strengthen the theoretical-practical connection between planetary health and human communication. Results: The MOOC consists of five modules: (i) Human Communication Fundamentals: Introducing key concepts for healthcare professionals in the context of the climate crisis; (ii) Planetary Health Concepts: Exploring the impact of climate crisis on mental health and nutrition; (iii) Disasters and Health: Examining health impacts of human-technological and natural disasters, with focus on the Amazon region; (iv) Unified Health System and Climate Change: Addressing climate crisis effects on national healthcare systems, using Brazil as a model; and (v) Healthcare Training: Emphasizing communication aspects for healthcare professionals in climate change mitigation and adaptation. Conclusion: The Wikiversity course model highlights the crucial role of open education in fostering planetary health literacy. Therefore, the proposed MOOC has the potential to facilitate healthcare training and disseminate knowledge concerning the impact of the climate crisis on human communication.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1311
ISSN 1983-1793X
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ZUMBIDO E ALTERAÇÕES OCLUSAIS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Picinini, T. ; Neves, C. ; Souza, M. A. ; Teixeira, A. R. ;

Introdução: O zumbido é um sintoma e pode estar associado a diferentes etiologias, por isso é necessário compreender a causa subjacente para direcionar o tratamento. Atualmente sabe-se que o zumbido pode acometer portadores de distúrbios temporomandibulares, no entanto, a interação entre o zumbido e as alterações oclusais ainda não é bem definida. Objetivo: fazer um levantamento das evidências sobre a relação entre oclusão dental e zumbido. Metodologia: Realizou-se uma revisão integrativa a partir da pesquisa nas seguintes bases de dados: Embase, Literatura Latino-Americana, do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed / MEDLINE, Scopus e Web of Science. Também foi consultada a literatura cinzenta através do Google Scholar. A pesquisa nas bases de dados foi realizada em 15 de fevereiro de 2024. Todas as referências foram gerenciadas no software apropriado (Mendley Desktop®). Para facilitar a leitura de forma independente, o Rayyan website (//rayyan.qcri.org) foi usado. Além de dois revisores que realizaram as avaliações cegamente, um terceiro membro da equipe atuou como juiz. Para a inclusão dos estudos da fase 1 – leitura por título e resumo - foram incluídos estudos de hipótese, estudos primários, como ensaios clínicos, coorte, transversais, estudos prospectivos ou retrospectivos nos idiomas Português, Inglês, Espanhol e Francês. Não houve restrições quanto ao gênero, etnia dos indivíduos, e época de publicação. Foram excluídos estudos de revisão, relatos de casos, pôsteres, resumos, estudos com população infantil; e estudos que não avaliaram o objetivo de interesse da presente revisão. Resultados: Dado os escassos resultados encontrados na literatura sobre o tema, não foi possível a realização de uma revisão sistemática ou de uma revisão de escopo. Assim, optou-se por uma revisão integrativa, uma abordagem metodológica que permite a inclusão de dados experimentais e não-experimentais e que combina também dados da literatura teórica e empírica, além de revisão de teorias. Após a busca nas bases de dados, foram recuperadas 71 referências, sendo 25 identificadas como duplicatas. Dos 46 artigos, 14 foram selecionados para leitura na íntegra (fase 2) e deste, apenas dois artigos foram selecionados para síntese. Nenhum estudo primário respondeu ao objetivo dessa revisão, assim os dois estudos selecionados para síntese explanam hipóteses. Esses estudos apontam que alterações oclusais ocasionam a hipertonia dos músculos mandibulares e, consequentemente, do músculo tensor do tímpano, podendo assim, ocasionar o sintoma de zumbido nestes pacientes. Conclusão: Há carência de estudos na literatura com este tema, sendo importante a pesquisa nesta população com ensaios clínicos e bem delineados para esclarecer a relação entre zumbido e oclusão.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1048
ISSN 1983-1793X
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ZUMBIDO E COVID-19: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Doutrelepont, D.W. ; Fernandes, C.P. ; Vernier, L.S. ; Machado, M.S. ;

Introdução: A pandemia da SARS-CoV-2 vem gerando aumento nos relatos de casos de novo zumbido e alterações em episódios crônicos e/ou pré-existentes. Todavia, não se tem dados estabelecidos em relação à prevalência do zumbido e suas correlações com o acometimento por COVID-19. Objetivo: Analisar a prevalência de zumbido em sujeitos contaminados por SARS-CoV-2, detalhar suas características e determinar uma possível correlação entre os dois fatores. Metodologia: Foram selecionadas as bases de dados Pubmed (Medline), Web of Science, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (Scielo); com a seguinte estratégia (sem filtros): (Covid-19 OR SARS-CoV-2 OR Ad26COVS1 OR ChAdOx1 nCoV-19) AND (Tinnitus). Adotaram-se três etapas de pesquisa: análise de títulos e resumos, leitura integral dos artigos selecionados e extração de dados; realizadas no período de agosto a setembro de 2022 e atualizadas em julho de 2023. Resultados: Foram encontrados 327 artigos e, destes, 37 foram selecionados, sendo onze estudos transversais, quatro estudos do tipo caso-controle, três do tipo coorte e dezenove estudos observacionais. A maior parte dos estudos trouxe informações incompletas e/ou ausentes, porém, foi possível verificar grande variabilidade na prevalência de zumbido, que apresentou-se variando de 0,2% a 96,2%. Ao todo, a revisão contou com uma amostra de 399.524 pacientes, sendo a HAS a doença de base mais comum entre eles. Por fim, em concomitância ao zumbido, tem-se predominância de alteração/perda auditiva e de distúrbios olfativos e gustativos, seguido de febre e tosse. Conclusões: O zumbido novo apresenta prevalência de 0,2% a 96,2%, já o zumbido pré-existente demonstrou dados que indicam ocorrência de 8% a 76,2%. Não foi possível analisar de forma satisfatória as características do zumbido em função da ausência de inúmeros dados nas pesquisas. Portanto, não se pode determinar uma correlação direta entre zumbido e a COVID-19, uma vez que este sintoma pode ser influenciado por outros fatores.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1077
ISSN 1983-1793X
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ZUMBIDO E EMISSÕES OTOACÚSTICAS EM SUJEITOS ONCOLÓGICOS ANTES DO TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO
PREUSSLER, A.L.P. ; PERUCH, C.V. ; ROGLIO, V. S. ; MACHADO, M. S. ; DALLEGRAVE, E. ;

Introdução: Pacientes oncológicos que necessitam de quimioterapia estão sujeitos à exposição a um tratamento potencialmente ototóxico. Ademais, muitos destes sujeitos possuem uma história prévia de queixas auditivas associadas a fatores de risco para perda auditiva. O zumbido é um desses sintomas frequentemente presentes na população em geral, bem como nos indivíduos acometidos por câncer. Os sujeitos acometidos podem apresentar amplo impacto no bem-estar e atividades diárias. Objetivo: Analisar e correlacionar queixas de zumbido com o resultado das Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOAPD) de pacientes oncológicos antes do tratamento quimioterápico. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer nº 5.117.189. Trata-se de um estudo transversal, composto por 261 indivíduos que iniciaram tratamento quimioterápico entre abril e outubro de 2022. Todos os sujeitos responderam um instrumento de investigação de queixas auditivas e realizaram inspeção do meato acústico externo. Destes, 210 indivíduos realizaram o exame de Emissões Otoacústicas por Produto de Distorção (EOAPD) em ambas as orelhas nas seguintes frequências: 2, 4, 6, 8, 10 e 12kHz, utilizando-se o equipamento OtoreadClinical® da marca Interacoustics®. Foram excluídos 51 indivíduos por meatoscopia alterada, resultando em uma amostra final de 210. Resultados: Dentre os diferentes sintomas presentes no questionários, o zumbido foi o mais relatado pelos indivíduos, representando 35% da amostra total. A análise estatística demonstrou relação entre a presença de zumbido e a ausência de respostas das EOAPD nas frequências de 6kHz e 8kHz em ambas as orelhas (p-valor<0,05). Dentre os 92 indivíduos que auto referiram a condição, 64% relataram sentir a presença do zumbido às vezes, 22% constantemente e 14% diariamente. Quanto à lateralidade, 50% manifestaram a queixa em ambas as orelhas, 21,7% somente na orelha esquerda, 16,3% somente na orelha direita e 13,1% referiram como indefinido ou na cabeça. Conclusão: Constatou-se forte relação entre zumbido e a ausência de EOAPD nas frequências de 6kHz e 8kHz. Os resultados demonstram a importância do estudo do perfil audiológico dos indivíduos com câncer associado ao monitoramento auditivo durante o tratamento oncológico.


DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1274
ISSN 1983-1793X
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“POTENCIAIS AUDITIVOS DE TRONCO ENCEFÁLICO EM CRIANÇAS COM TEA: COMPORTAMENTO DA VIA AUDITIVA PERANTE VARIAÇÃO DA VELOCIDADE DO ESTÍMULO CLIQUE”.
NASCIMENTO, J.A ; CRUZ, L.F ; ANDRADE,C.L.O ;

Introdução: O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por padrões persistentes e desafiadores na comunicação social e comportamentos repetitivos e restritivos sendo as alterações sensoriais auditivas uma das mais prevalentes atingindo cerca de 50% dos indivíduos. Estudos desenvolvidos com uso dos potenciais evocados auditivos relatam alterações em vias auditivas subcorticais e corticais de crianças com TEA. Sobre os potenciais de curta latência estudos com uso do exame de Potencial Auditivo de Trono Encefálico (PEATE), tem apontado alterações como latências mais longas para as ondas III e V e intervalos interpicos I-III e I-V aumentados, além de maior amplitude de onda I comparada a onda V, podendo apresentar um ou mais parâmetros alterados. Tratando-se de indivíduos com TEA, pesquisas apontam alterações em tronco encefálico caracterizada por comprometimentos estruturais e funcionais (prejuízo na eficácia sináptica, na camada de mielina, no diâmetro dos axônios, e na quantidade de neurônios em núcleos cocleares e complexo olivar). Fatores não patológicos também podem influenciar nas latências do PEATE, como os parâmetros de estimulação utilizados, dentre eles, a intensidade e a velocidade de apresentação do estímulo acústico. Objetivo: Avaliar o que tem sido publicado sobre o comportamento neural em tronco encefálico de crianças com TEA em diferentes velocidades do estímulo clique. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica onde foram utilizados os descritores associados Evoked Potentials, Auditory, Brain Stem, Evoked Potentials, Auditory, Autism Spectrum Disorder e Autistic Disorder em busca avançada por assunto pelo portal de pesquisa Periódico Capes, por reunir as principais bases de dados em pesquisa, foram selecionados apenas os artigos científicos que se propuseram a investigar o PEATE em indivíduos com TEA catalogado os parâmentros de velocidade utilizados e resultados encontrados. Resultados: A partir do cruzamento dos descritores foram encontrados um total de artigos, contudo apenas 14 correlacionaram com a proposta de avaliação clínica por meio do PEATE. Foi observado que apenas uma velocidade foi testada na totalidade dos artigos encontrados e apenas 9 artigos especificaram as velocidades do estímulo por segundo aplicada (30,1; 13; 39,1; 25; 16; 10; 19;7; 19,) prevalecendo a medida de 19 estímulos por segundo. Discussão: Em normoouvintes já foi possível identificar que ao aumentar a velocidade de apresentação do estímulo acústico há um prejuízo na transmissão sináptica diminuindo a reprodutibilidade das ondas. Um estudo realizado com essa população evidenciou que ao aumentar a velocidade de apresentação do estímulo acústico de 19 para 57.7 c/s, as latências absolutas das ondas I, III e V aumentaram, e as amplitudes, diminuíram consideravelmente. Mesmo diante a variabilidade de taxa de estimulação do utilizada há um predomínio das alterações de latências absolutas e intervalos-interpicos das ondas do PEATE. Conclusão: A taxa de apresentação do estímulo apresentou alta variabilidade nos estudos encontrados, o comportamento da via auditiva perante a mudança de velocidade do estímulo em cada indivíduo pode trazer informações funcionais importantes para compreensão do desempenho da via auditiva de indivíduos com TEA principalmente se estudados de forma associada aos achados clínicos e comunicativos desta população.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1166
ISSN 1983-1793X
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